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Modelação de Desempenho de Sistemas de Saneamento com Impacto da Indústria Petroquímica O caso do Sistema da Águas de Santo André S.A Vanessa Sofia Roberto Tomás Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente Orientador: José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos Júri Presidente: Maria Joana Castelo Branco de Assis Neiva Correia Orientador: José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos Vogal: Filipa Maria Santos Ferreira Outubro 2015

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Modelação de Desempenho de Sistemas de Saneamento

com Impacto da Indústria Petroquímica

O caso do Sistema da Águas de Santo André S.A

Vanessa Sofia Roberto Tomás

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia do Ambiente

Orientador: José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos

Júri

Presidente: Maria Joana Castelo Branco de Assis Neiva Correia

Orientador: José Manuel de Saldanha Gonçalves Matos

Vogal: Filipa Maria Santos Ferreira

Outubro 2015

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Agradecimentos

Agradeço ao professor José Saldanha Matos pela orientação neste projeto nomeadamente a

disponibilidade e conhecimento transmitido com o objetivo de melhoria constante. Agradeço a

oportunidade de frequentar durante uma semana o curso de SWMM no LNEC, bem como todos os

contactos realizados para a visita à AdSA durante duas semanas.

Também agradeço à professora Filipa Ferreira pela transmissão de conhecimento e orientação em

questões mais práticas do programa.

À Eng.ª Rita Matos por toda a paciência e ajuda imprescindível com o programa SWMM.

À Águas de Santo André, S.A pela disponibilidade em me receber na sua sede durante duas semanas.

Um muito obrigado ao Eng.º Manuel Lacerda pela hospitalidade em Santo André. Um agradecimento

em especial a todos os colaboradores da AdSA em especial à equipa do departamento de operação.

Agradeço o enquadramento dentro da empresa e o acompanhamento durante as duas semanas. Ao

Eng.º Luís Ghira pelo à vontade desde o início e à Eng.ª Ângela Romão pela disponibilidade para ajudar

em tudo o que precisasse. Aos técnicos José Judas e Pedro Luz que foram incansáveis nos

esclarecimentos prestados.

Agradeço também aos meus colegas de curso pelo apoio principalmente às guerreiras da tese por todo

o apoio nas diversas fases do trabalho e pela companhia na biblioteca, que tornou esta última fase do

curso uma etapa mais agradável.

Por fim agradeço à minha família por me terem proporcionado esta fase tão importante da minha vida.

Ao Luís, por todo o apoio, paciência e motivação constante.

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Resumo

A empresa Águas de Santo André, S.A, situada no litoral alentejano, tem a responsabilidade da gestão

do sistema de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais, que contempla as águas

residuais domésticas de Sines, Santo André e Santiago do Cacém, e as águas industriais produzidas

pelas indústrias relacionados com o petróleo, como por exemplo a refinaria da Galp e o complexo

petroquímico da Repsol.

A presente dissertação tem como objetivo a avaliação do desempenho do sistema de drenagem de

águas residuais de Santo André, analisando o impacto das regras de exploração do sistema para vários

cenários de afluência.

A análise do sistema foi efetuada com recurso à modelação matemática dos aspetos hidráulicos através

da simulação dinâmica do programa SWMM – Storm Water Management Model.

Para avaliar o funcionamento do sistema são utilizados cinco cenários diferentes de simulação. O

primeiro cenário considera a afluência dos caudais médios em tempo seco e o segundo cenário

caracteriza-se pelo dobro das afluências do primeiro cenário (cenário extremo de tempo seco). O

terceiro cenário ocorre em tempo húmido durante o período de 15 a 29 de janeiro de 2015, onde se

verificaram eventos pluviosos de relevo. Os quarto e quinto cenários correspondem, respetivamente, à

interrupção da estação elevatória onde afluem as águas residuais da refinaria da Galp, durante 6 horas,

e de paragem da ETAR durante 2h, 4h e 6h, em tempo seco.

O sistema tem uma capacidade significativa de amortecimento pelo que os reservatórios existentes e

previstos são suficientes em regra, e face aos cenários teóricos admitidos, para satisfazer as

solicitações.

No caso de paragem da ETAR, pode tornar-se necessário, mesmo em tempo seco, uma reserva

adicional por forma a evitar a descarga de excedentes poluídos para o meio recetor.

Palavras-chave: Águas de Santo André S.A, águas residuais, indústria petrolífera e petroquímica,

precipitação, SWMM

vi

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Abstract

Águas de Santo André, S.A is a company located in Alentejo’s coast (portuguese southwest coast)

whose mission is to manage and operate the water supply and wastewater treatment which includes

domestic wastewater from Sines, Santo André and Santiago do Cacém and industrial wastewater

produced in petroleum industries such as the Galp refinery and the Repsol petrochemical complex.

The purpose of this dissertation is to evaluate the performance of Santo André’s wastewater system,

and analyse the system exploration rules for different contribution scenarios.

The system analysis was performed using a mathematical model for hydraulic aspects through dynamic

simulation executed by SWMM – Storm Water Management Model.

To assess the performance of the system are used five different simulation scenarios. The first scenario

considers the contribution of average flows in dry weather and the second scenario is characterized by

the double of the first scenario contributions (dry weather extreme scenario). The third scenario occurs

in wet weather during the period from 15th to 29th January 2015, when rainy events occurred. The fourth

and fifth scenario represent, respectively, the interruption of the pumping station which receives the

refinery effluents, during 6 hours, and the interruption of wastewater treatment plant during 2h, 4h and

6h, in dry weather.

The system has a large damping capacity, and the existing and planned reservoirs are generally

sufficient to meet the demands of developed scenarios. In case of a WWTP interruption, additional

storage will be needed.

Key-words: Águas de Santo André S.A, wastewater, petroleum and petrochemical industry,

precipitation, SWMM

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Índice do texto

1 Introdução ........................................................................................................................................ 1

2 Considerações prévias ..................................................................................................................... 5

2.1 Formação de hidrocarbonetos e produção de petróleo .......................................................... 5

2.2 Indústrias petrolífera e petroquímica ....................................................................................... 6

2.2.1 Refinação ............................................................................................................................. 6

2.2.2 Indústria petroquímica ......................................................................................................... 7

2.2.3 Efluentes produzidos ........................................................................................................... 8

2.2.4 Tratamento dos efluentes .................................................................................................. 11

3 Indústria do petróleo em Portugal – Zona Industrial e Logística de Sines .................................... 13

3.1 Aspetos gerais ....................................................................................................................... 13

3.2 Refinaria de Sines ................................................................................................................. 16

3.3 Repsol .................................................................................................................................... 18

3.4 Euroresinas............................................................................................................................ 20

3.5 Enerfuel ................................................................................................................................. 21

3.6 Air Liquide .............................................................................................................................. 22

3.7 Atlant PTA .............................................................................................................................. 23

4 Caracterização do sistema da Águas de Santo André .................................................................. 25

4.1 Aspetos gerais ....................................................................................................................... 25

4.2 Caracterização e componentes do sistema .......................................................................... 26

4.2.1 Empresas clientes ............................................................................................................. 27

4.2.2 Componentes do sistema .................................................................................................. 28

4.2.3 Emissário submarino e descarga no meio recetor ............................................................ 44

4.2.4 Qualidade do efluente ....................................................................................................... 45

5 Descrição do programa SWMM ..................................................................................................... 51

5.1 Princípios dos modelos de drenagem urbana ....................................................................... 52

5.2 Componentes do sistema ...................................................................................................... 55

6 Aplicação do SWMM ao caso de estudo ....................................................................................... 59

6.1 Aspetos gerais ....................................................................................................................... 59

6.2 Cenários de simulação .......................................................................................................... 61

x

6.3 Apresentação e discussão de resultados .............................................................................. 65

6.3.1 Cenários A, B e D .............................................................................................................. 65

6.3.2 Cenário C ........................................................................................................................... 71

6.3.3 Cenário E ........................................................................................................................... 73

7 Conclusões e sugestões para investigação futura ........................................................................ 77

Referências bibliográficas ..................................................................................................................... 79

Anexos .......................................................................................................................................................i

Anexo I – Zona de estudo ......................................................................................................................i

Anexo II – Componentes do sistema SWMM (Rossman 2010) ........................................................... ii

Anexo III – Dados resultantes da construção do programa SWMM ................................................. viii

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Índice de figuras

Figura 2.1: Esquema da destilação fracionada do petróleo. (Galp Energia 2015) ................................. 6

Figura 2.2: Fluxograma típico de um processo de tratamento de águas residuais da indústria

petrolífera e petroquímica. (Siemens 2006 in Wimmer 2007) ....................................................... 11

Figura 3.1: Planta da Zona Industrial e Logística de Sines. (ZILS Global Parques 2013a) ................. 14

Figura 3.2: Esquema da Zona Industrial e Logística de Sines. (ZILS Global Parques 2013a) ............ 15

Figura 3.3: Refinaria de Sines. (Galp Energia 2015) ............................................................................ 16

Figura 3.4: Esquema de tratamento de efluentes da refinaria da Galp. (APA 2007) ........................... 18

Figura 3.5: Complexo Petroquímico da Repsol em Sines. (REPSOL 2015) ........................................ 19

Figura 3.6: Representação esquemática da linha de produção do complexo petroquímico da Repsol

em Sines. (Rodrigues 2008) .......................................................................................................... 19

Figura 3.7: Principais unidades e processos existentes no complexo petroquímico da Repsol. (Tecno

3000 2007) ..................................................................................................................................... 20

Figura 3.8: Esquema da empresa Euroresinas em Sines. (Trindade 1996) ......................................... 20

Figura 3.9: Diagrama esquemático do processo produtivo da Euroresinas. (Sonae Indústrias, 2009) 21

Figura 3.10: Instalações da biorefinaria Enerfuel. (Enerfuel 2013) ....................................................... 22

Figura 3.11: Instalações da Air Liquide em Sines. (Air Liquide 2015) .................................................. 22

Figura 3.12: Empresa Artlant em Sines. (Artlant 2015) ........................................................................ 23

Figura 4.1: Infraestruturas de rede de saneamento de água residual de Santo André. (AdP 2015)

(ZILS Global Parques 2013a) ........................................................................................................ 27

Figura 4.2: Esquema simplificado da rede de drenagem. (Águas de Santo André S.A. 2014) ............ 28

Figura 4.3: Esquema do funcionamento do sistema de águas residuais da Águas de Santo André em

2014. (Águas de Santo André S.A. 2013 - Modificado) ................................................................. 32

Figura 4.4: Apresentação esquemática, em planta, da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de

Santo André S.A. 2015) ................................................................................................................. 35

Figura 4.5: Histórico de caudais afluentes ao sistema de águas residuais por tipologia de efluente.

(Águas de Santo André S.A. 2014) ................................................................................................ 36

Figura 4.6: Histórico de caudais industriais afluentes ao sistema de águas residuais por utilizador.

(Águas de Santo André S.A. 2014) ................................................................................................ 37

Figura 4.7: Histórico de caudais médios anuais afluentes à ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de

Santo André S.A. 2014) ................................................................................................................. 39

Figura 4.8: Caudal médio diário mensal afluente à ETAR em 2013. (Águas de Santo André S.A. 2014)

........................................................................................................................................................ 39

Figura 4.9: Caudal máximo mensal afluente à ETAR em 2013. (Águas de Santo André S.A. 2014) .. 39

Figura 4.10:Imagens relativas à grade mecânica, desarenador e classificador de areias. (Rodrigues

2008) .............................................................................................................................................. 40

Figura 4.11: Imagens do tanque de remoção de óleos e gorduras (esquerda) e do tanque de

homogeneização (direita). (Rodrigues 2008) ................................................................................. 41

Figura 4.12: Imagem do decantador primário. (Rodrigues 2008) ......................................................... 41

xii

Figura 4.13: Imagem do tanque de arejamento (esquerda) e do decantador secundário (direita).

(Rodrigues 2008) ............................................................................................................................ 42

Figura 4.14: Espessador de lamas da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Rodrigues 2008) ................... 43

Figura 4.15: Histórico de cargas poluentes geradas pelos principais utilizadores do sistema de águas

residuais industriais. (Águas de Santo André S.A. 2014) .............................................................. 48

Figura 4.16: Histórico de cargas poluentes afluentes à ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de

Santo André S.A. 2014) ................................................................................................................. 48

Figura 5.1: Relação entre os módulos estruturais do SWMM. (Meller 2004) ....................................... 51

Figura 6.1: Esquema da metodologia adotada na aplicação do SWMM ao caso de estudo. (David

2005) .............................................................................................................................................. 59

Figura 6.2: Esquema do sistema de águas residuais da Águas de Santo André em SWMM. ............. 60

Figura 6.3: Localização da estação meteorológica de Sines. (Weather Underground 2015) .............. 60

Figura 6.4: Curva média diária dos caudais afluentes à ETAR, em tempo seco. ................................. 61

Figura 6.5: Coeficientes horários resultantes da curva média diária de afluência à ETAR. ................. 62

Figura 6.6: Intensidade de precipitação horária nos dias de 15 a 19 de Janeiro medidos na ZILS.

(Weather Underground 2015) ........................................................................................................ 63

Figura 6.7: Precipitação diária acumulada entre novembro de 2013 e setembro de 2015 (222 dias de

precipitação). .................................................................................................................................. 63

Figura 6.8: Caudal afluente ao sistema medido à saída da refinaria da Galp nos cenários A, B e D. . 66

Figura 6.9: Caudal afluente à E.E. ZIP1 nos cenários A.B e D. ............................................................ 66

Figura 6.10: Altura de água na E.E. ZIP1 nos cenários A, B e D. . ...................................................... 66

Figura 6.11: Altura de água na bacia de retenção nos cenários A, B e D. ........................................... 67

Figura 6.12: Volume ocupado na bacia de retenção nos cenários A, B e D. ....................................... 67

Figura 6.13: Caudal afluente à bacia de retenção nos cenários A, B e D. ........................................... 67

Figura 6.14: Altura de água na E.E. ZIP3 nos cenários A, B e D. ........................................................ 68

Figura 6.15: Caudal afluente à E.E. ZIP 3 nos cenários A, B e D......................................................... 68

Figura 6.16: Altura de água na E.E. Santo André nos cenários A. B e C. ............................................ 68

Figura 6.17: Caudal afluente à E.E. Santo André nos cenários A, B e C. ............................................ 68

Figura 6.18: Caudal proveniente de Santiago do Cacém nos cenários A, B e C. ................................ 69

Figura 6.19: Caudal proveniente de Sines nos cenários A, B e C. ....................................................... 69

Figura 6.20: Caudal afluente à câmara de reunião intermédia nos cenários A.B e C. ......................... 70

Figura 6.21: Caudal afluente à câmara de reunião geral nos cenários A. B e C. ................................. 70

Figura 6.22: Caudal afluente à ETAR nos cenários A, B e C. .............................................................. 71

Figura 6.23: Altura de água na bacia de tempestade da Galp durante o cenário C. ............................ 71

Figura 6.24: Volume ocupado na bacia de tempestade da Galp durante o cenário C. ........................ 71

Figura 6.25: Caudal à saída da refinaria da Galp no cenário C. ........................................................... 72

Figura 6.26: Caudal afluente à ETAR para o cenário C, nos períodos de 15 a 19 de janeiro de 2015.

........................................................................................................................................................ 72

Figura 6.27: Altura de água na bacia de retenção no cenário C........................................................... 73

Figura 6.28: Volume ocupado na bacia de retenção no cenário C. ...................................................... 73

xiii

Figura 6.29: Caudal afluente à bacia de retenção no cenário C. .......................................................... 73

Figura 6.30: Altura de água na bacia de Santo André nos cenários E para 2h, 4h e 6h. ..................... 74

Figura 6.31: Volume ocupado na bacia de Santo André nos cenários E para 2h, 4h e 6h. ................. 74

Figura 6.32: Caudal afluente à bacia de Santo André nos cenários E para 2h, 4h e 6h. ..................... 74

Figura 6.33: Altura de água no reservatório da ETAR nos cenários E para 2h, 4h e 6h. ..................... 75

Figura 6.34: Volume ocupado no reservatório da ETAR nos cenários E para 2h, 4h e 6h. ................. 75

Figura 6.35: Caudal afluente ao reservatório da ETAR, nos cenários E, para 2h, 4h e 6h. ................. 75

Figura 6.36: Caudal afluente à ETAR nos cenários E para 2h, 4h e 6h. .............................................. 75

xiv

Índice de tabelas

Tabela 2.1: Cargas médias geradas em refinarias. (Beychoc 1967) ...................................................... 9

Tabela 2.2: Concentrações médias de metais pesados em efluentes de refinaria. (Huber 1976 in

Rodrigues 2008) ............................................................................................................................. 10

Tabela 4.1: Utilizadores industriais produtores de efluentes industriais na ZILS. (Rodrigues 2008) ... 27

Tabela 4.2: Características dos intercetores do sistema de águas residuais. (Águas de Santo André

S.A. 2014) ...................................................................................................................................... 33

Tabela 4.3: Dados de dimensionamento da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de Santo André

S.A. 2015) ...................................................................................................................................... 35

Tabela 4.4: População servida pelo sistema de drenagem da Águas de Santo André, S.A. (CENSOS

2011) .............................................................................................................................................. 36

Tabela 4.5: Caudais afluentes ao sistema de águas residuais no ano 2014. (dados AdSA 2015) ...... 38

Tabela 4.6: Valores relativos aos caudais anuais industrial e urbano que afluem ao sistema e do

caudal anual à entrada da ETAR. (dados ADSA 2015) ................................................................. 38

Tabela 4.7: Características dimensionais dos principais órgãos de tratamento da fase líquida. (Hidra

2007) .............................................................................................................................................. 42

Tabela 4.8: Características dimensionais dos principais órgãos de tratamento da fase sólida. (Hidra

2007) .............................................................................................................................................. 43

Tabela 4.9: Condições de rejeição de águas residuais da licença de utilização. (Águas de Santo

André S.A. 2014) ............................................................................................................................ 45

Tabela 4.10: Classificação da água residual industrial. (Águas de Santo André S.A. 2014) ............... 46

Tabela 4.11: Valores Limite de Emissão de parâmetros de água residual industrial descarregada no

sistema de água residual. (Hidra 2007) ......................................................................................... 47

Tabela 4.12: Concentrações médias dos parâmetros de qualidade da água residual industrial, em

2014 (Dados AdSA 2014). ............................................................................................................. 49

Tabela 4.13: Concentrações médias dos parâmetros de qualidade da água residual doméstica, em

2014. (Dados AdSA 2014 .............................................................................................................. 49

Tabela 6.1: Valores médios para os caudais industriais afluentes ao sistema em tempo seco. .......... 62

Tabela 6.2: Valores médios para os caudais domésticos afluentes ao sistema em tempo seco. ........ 62

Tabela 6.3: Caudais industriais afluentes ao sistema em tempo húmido dos dias 15 a 19 de janeiro

de 2015. ......................................................................................................................................... 64

Tabela 6.4: Caudais domésticos afluentes ao sistema em tempo húmido dos dias 15 a 19 de janeiro

de 2015. ......................................................................................................................................... 64

Tabela 6.5: Características da bacia pluvial referente à refinaria da Galp. .......................................... 64

Tabela 6.6: Valores dos caudais medidos e simulados e dos respetivos caudais pluviais e erro

associado. ...................................................................................................................................... 65

Tabela 6.7: Dimensões da bacia de tempestade e unidades de pré-tratamento da refinaria da Galp. 65

xv

Simbologia e notações

AdSA Águas de Santo André, S.A

BAC Bacia de Águas Contaminadas

BAL Bacia de Águas Limpas

BPT Bacia de Águas Tratadas

BSI Bacia do Sistema de Incêndio

CBO Carência Bioquímica de Oxigénio

CBO5 Carência Bioquímica de Oxigénio ao quinto dia

CQO Carência Química de Oxigénio

CRG Câmara de Reunião Geral

CRI Câmara de Reunião Intermédia

DN Diâmetro Nominal

EE Estação elevatória

ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais

GAS Gabinete da Área de Sines

O&G Óleos e Gorduras

RARISA Regulamento de Recolha de Água Residual Industrial do Sistema de Santo

André

RGESA Regulamento Geral de Recolha, Tratamento e Rejeição de Efluentes do

Sistema de Santo André

SST Sólidos Suspensos Totais

VLE Valor Limite de Emissão

ZILS Zona Industrial e Logística de Sines

xvi

1

1 Introdução

Durante a segunda guerra mundial foram realizados grandes investimentos no sector petrolífero tendo

sido explorada a versatilidade e o potencial energético e químico do petróleo. Após o término da guerra,

em 1945, a indústria à “volta” do petróleo começou a densificar, a par com o desenvolvimento do

conhecimento e das tecnologias. (Teixeira 2010)

Em Portugal a refinação iniciou-se em 1940 no Cabo Ruivo, na zona oriental de Lisboa mas só em

1958 se realizou a primeira ligação petrolífera/petroquímica, através da instalação da linha de gás de

síntese da empresa Amoníaco Português, que produzia adubos sintéticos. (Teixeira 2010)

No âmbito do IV Plano de Fomento, no período de 1969 a 1973, foi projetada a construção de

infraestruturas em áreas de forte interesse económico, onde seriam criados novos aglomerados

populacionais e parques industriais necessários para o desenvolvimento do país. Surge o “Projeto de

Sines” como uma das primeiras tentativas de criação de um grande pólo industrial em Portugal, no

litoral alentejano.

No final da década de 60 foi proposta pelo governo de Marcello Caetano, a criação de um grande

complexo portuário e industrial a sul do país de forma a tornar Portugal mais autónomo nos sectores

relacionados com a energia e na transformação de matérias-primas.

A escolha de Sines deve-se ao facto da vantagem do complexo se situar junto a um porto e mesmo

tendo como opções Alcochete, Setúbal e Sagres, Sines possuía águas mais profundas junto da costa,

o que era ideal para receber barcos de grandes dimensões. Este possuía ainda uma localização

geoestratégica em relação às rotas marítimas. Na continuação do fecho do canal do Suez todas as

condições estavam reunidas para ligar as indústrias de refinação e petroquímica à economia mundial.

Foi criado pelo Decreto-Lei nº 270/71 de 19 de junho o Gabinete da área de Sines (GAS), com o objetivo

de implantar na área de Sines, ao longo de 41 mil hectares, um conjunto de indústrias de base,

construção de infraestruras portuárias, de transporte e urbanas, bem como a constituição de um

organismo responsável pelos trabalhos requeridos pelo estudo, projeto e financiamento, realização e

gestão do complexo industrial a instalar, que dependia diretamente da Presidência do Conselho.

Estava planeada a instalação de um grande complexo, nomeadamente de uma refinaria, que serviria

para substituir a refinaria existente de Cabo Ruivo em Lisboa, bem como uma petroquímica e uma

siderurgia, entre outras, de forma a dinamizar e a aumentar o desenvolvimento da região.

Durante ainda a fase de construção do complexo, em 1973, despoletou-se a guerra Israelo-Árabe

designada por “Guerra de Yom Kyppur” que originou uma grande crise do petróleo, levando à

modificação da conjuntura internacional e à crise dos sectores ligados ao petróleo. O aumento em

quatro vezes o preço do crude, passando de $3 para $12 por barril, pôs em causa a rentabilidade da

refinaria e de todo o projeto. Esta época de incerteza e de pouca afirmação do complexo ao longo dos

anos 80 foi denominada de “elefante branco”.

2

O Gabinete de área de Sines (GAS) foi extinto em 1988 transferindo as suas funções para outros

organismos do Estado e autarquias. Foi criada a Sociedade de Promoção e Gestão de áreas Industriais

e Serviços (PGS) que presentemente se chama AICEP Global Parques, que tem como objetivo

aproveitar as potencialidades e infraestruturas do complexo.

O complexo foi relançado no final dos anos 90 através da construção de um porto de contentores

(Terminal XXI) e um terminal de gás natural liquefeito.

Durante este processo, houve um grande impacto na população das zonas circundantes.

Foi através do mesmo decreto que criou o GAS em 1971, que também foi criada uma nova zona urbana,

contando no Decreto-Lei nº 270/71 de 19 de junho que “a adequada organização desta região num

verdadeiro sistema urbano (…) será certamente facilitada pela criação de uma nova cidade num raio

de 100 km ao redor de Lisboa, em zona que não disponha atualmente de qualquer núcleo populacional

de relevo”.

A cidade Nova de Santo André foi inicialmente projetada para 100 mil habitantes mas apenas se fixaram

11 mil, devido a contingências económicas que condicionaram o desenvolvimento do projeto. Assim

sendo a cidade foi sendo construída, fundamentalmente de acordo com as necessidades de alojamento

para os trabalhadores das indústrias.

Os concelhos de Sines (Sines e Porto Covo) e Santiago do Cacém (Santiago do Cacém, Santo André

e outras 9 freguesias do concelho) que nas décadas de 50 e 60 tinham perdido uma parte significativa

da população devido à emigração para grandes centros ou para o estrangeiro, vê um acréscimo da

população devido à necessidade de alojamento da mão-de-obra esperada para o complexo. Nos anos

de 1950 a 1970 a população de Sines e Santiago do Cacém diminui respetivamente de 9 490 e 35 427

habitantes para 7 550 e 26 2715 habitantes. Posteriormente, em 1981, com o desenvolvimento

industrial da região a população aumentou em 50% em Sines (12 075 habitantes) e em 11% em

Santiago do Cacém (29 191 habitantes). (INE Recenseamento da população em Silva et al. 2009)

Os operários eram oriundos das zonas mais rurais (interior do concelho e do Alentejo) bem como de

ex-colónias enquanto os técnicos superiores vinham principalmente das zonas de Lisboa e de Setúbal.

De notar que esta zona antes de toda a planificação do complexo dedicava-se ao sector primário, com

uma atividade agrícola, nomeadamente do trigo, excetuando as zonas de Sines e Porto Covo que

devido à proximidade ao mar tinham como atividade principal a piscatória.

O setor primário, setor das atividades onde se produz/extrai as matérias, ocupava 54% da população

ativa em 1972, mas apenas 27% em 1981. Já no setor secundário, setor que reúne as atividades de

transformação das matérias-primas originárias no setor primário, cresceu de 18% para 38%. O setor

terciário, que engloba as atividades de serviços e comércio de produtos, passou a ocupar 45% da

população ativa em 1981, enquanto em 1972 significava apenas 28% da população ativa, de acordo

com dados do GAS publicados no 1.º Congresso do Alentejo. (Sines.pt 2015)

3

Sines e Santiago do Cacém, com uma área de 202.7 km2 e 1058 km2, respetivamente, são os concelhos

que devido à proximidade do complexo sofreram mais alterações. A nova cidade de Santo André ocupa

75.71 km2 do município de Santiago do Cacém. (CENSOS 2011 INE)

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística a população de Santo André de 1991 para

2001 diminuiu em 55 habitantes, passando de 10 751 para 10 696 habitantes. Esta tendência encontra-

se de acordo com os dados de Santiago do Cacém que decresceram de 31 475 para 31 105 habitantes,

enquanto o concelho de Sines obteve um aumento em 10% neste período de análise, de 12 347 para

13 577 habitantes. (INE Recenseamento da população em Silva et al. 2009)

Segundo os dados mais recentes do recenseamento de 2011, a população residente de Santo André

apresenta 10 647 habitantes, perfazendo um total de 29 749 habitantes no concelho de Santiago do

Cacém e em Sines registam-se 14 238 habitantes sendo visível uma estabilização populacional nesta

região.

Paralelamente ao crescimento da população de Santo André, o número de alojamentos também sofreu

aumentos significativos, como seria de esperar. O números de habitações aumentou em 50% entre

1981 e 1991, passado de 2 310 para 4 592. Passados 10 anos o número de habitações aumentou em

14%, totalizando 5 324 alojamentos. No recenseamento de 2011 o número de alojamentos apresenta

o total de 5 881 habitações, tendo um aumento de 9%. (CENSOS 2011 INE)

Para além da transformação da paisagem existente com a instalação de indústrias deste peso e de

todas as infraestruturas necessárias para uma nova cidade, a qualidade do ar, qualidade dos recursos

hídricos e a saúde pública preocupavam a população, devido à proximidade à zona costeira.

As questões de águas residuais domésticas e industriais começaram a ser uma preocupação para a

população pois eram realizadas descargas na costa norte de Sines, bem como alguns acidentes com

navios que provocaram derrames de crude, o que prejudicava na atividade piscatória realizada nesta

área.

Existe também ao longo da costa desta região uma zona de preservação. A reserva natural das Lagoas

de Santo André e da Sancha foi oficialmente criado pelo Decreto Regulamentar n.º 10/2000 de 22 de

Agosto. A reserva localiza-se na parte costeira dos municípios de Sines e Santiago do Cacém,

estendendo-se ao longo de 16 km da faixa litoral com área total de 5 375 hectares (3 858 ha de

superfície terrestre e 1 417 ha de superfície marítima).

Desta forma, é imprescindível que os efluentes produzidos sejam tratados e sejam descarregados para

o meio recetor segundo parâmetros legislados, de forma a não interferir com a boa qualidade das

águas. É aqui que a ETAR de Ribeira dos Moinhos e todo o sistema de drenagem de águas residuais

têm um papel muito importante.

Nesta dissertação é analisado o desempenho do sistema de drenagem de águas residuais a cargo das

Águas de Santo André S.A do Grupo Águas de Portugal, que trata o efluente proveniente do complexo

industrial onde predominam as atividades de refinação e a indústria petroquímica. O objetivo do

trabalho é atingido através da avaliação do desempenho do sistema e realizada com recurso à

4

simulação dinâmica utilizando o programa SWMM – Storm Water Management Model, para diferentes

cenários de afluência e condições ambientais, bem como a análise do impacto das regras de

exploração do sistema, tendo em consideração as reservas existentes e os riscos de excedentes.

A importância desta avaliação prende-se com o facto do sistema em análise receber maioritariamente

efluentes industriais que contém componentes tóxicos, como hidrocarbonetos e sulfuretos, e em caso

de descarga de excedentes, podem ter efeitos nefastos no meio recetor.

Essas descargas podem ser causadas por situações extraordinárias como a paragem de estações

elevatórias, da ETAR ou ainda por receber caudais superiores aos previstos.

A dissertação encontra-se estruturada em 8 capítulos:

o capítulo 1 consiste na apresentação do tema e dos objetivos da dissertação;

o capítulo 2 engloba considerações gerais desde a formação de hidrocarbonetos e produção

do petróleo à caracterização das indústrias petrolífera e petroquímica, desde os processos aos

efluentes produzidos e o respetivo tratamento;

o capítulo 3 retrata a Indústria do Petróleo em Portugal, com maior foco na Zona Industrial e

Logística de Sines, onde são apresentadas as empresas que contribuem para a rede de

drenagem em estudo;

o capítulo 4 caracteriza o sistema de drenagem da Águas de Santo André, desde os

componentes do sistema como os coletores, estações elevatórias, câmaras de transição,

câmaras de reunião até à estação de tratamento de águas residuais. Para que a descarga no

meio recetor seja adequada é também descrito o tratamento efetuado de forma a estar de

acordo com os parâmetros de qualidade legislados;

o capítulo 5 é dedicado à descrição do programa SWMM – Storm Water Management Model;

no capítulo 6 apresentam-se os resultados da aplicação do modelo SWMM ao caso de estudo,

para diversos cenários de modelação, e discutem-se os resultados obtidos;

no capítulo 7 apresentam-se as principais conclusões do trabalho desenvolvido bem como

sugestões para investigação futura;

a dissertação inclui ainda as referências bibliográficas e em anexo, o mapa da zona de estudo,

os parâmetros de entrada dos componentes do sistema no programa SWMM e ainda os dados

resultantes da construção do modelo.

5

2 Considerações prévias

2.1 Formação de hidrocarbonetos e produção de petróleo

O petróleo forma-se a partir da decomposição da matéria orgânica, como animais marinhos, resíduos

vegetais entre outros, ao longo do tempo. Resulta da exposição da matéria orgânica a diferentes

pressões e temperaturas, dependendo da profundidade e das camadas de sedimentos sobrejacentes.

(Galp Energia 2015)

As transformações da matéria orgânica estão divididas em quatro fases, diagénese, catagénese,

metagénese e metamorfismo. Na diagénese a matéria orgânica é transformada em querogénio por

ação bacteriana. Segue-se a alteração do querogénio em hidrocarbonetos líquidos e gás por ação da

temperatura, descrevendo a fase de catagénese. Na fase de metagénese ocorre um aumento da

temperatura levando à formação de gases. Por fim, ocorre o metamorfismo onde os hidrocarbonetos

formados nas fases anteriores são degradados a temperaturas superiores a 210 °C.

O petróleo consiste num composto com uma complexa mistura de hidrocarbonetos. A composição

química do petróleo mais comum é de 14% de parafinas normais, 30% de parafinas cíclicas,10% de

resinas e asfaltenos,16% de parafinas ramificadas e de 30% de aromáticos.

De forma a serem utilizados como fontes energéticas, os hidrocarbonetos são separados em diferentes

frações, através da refinação do petróleo.

São formados reservatórios de petróleo devido a migrações do mesmo, sendo estes os locais onde é

possível fazer a extração. Devido à pressão e fratura da rocha-mãe, o petróleo ascende às formações

geológicas superiores, dando-se o fenómeno de migração primária. Com a saída do petróleo e

diminuição da pressão da rocha-mãe, as fraturas são fechadas.

Posteriormente, ocorre a migração secundária onde o petróleo vai fluindo através das formações

permeáveis até atingir uma formação impermeável ou “armadilha”, onde a migração é bloqueada,

levando a uma acumulação dos hidrocarbonetos.

Após extração do petróleo através de perfurações, este é transportado através de oleodutos até aos

portos de embarque, de forma a chegarem aos portos marítimos onde é novamente transportado por

oleodutos para o seu destino final, as refinarias.

6

2.2 Indústrias petrolífera e petroquímica

As indústrias petrolífera e petroquímica estão relacionadas. O petróleo em bruto é a matéria-prima

utilizada pela indústria petrolífera onde, nas refinarias, é separado em frações mais leves,

nomeadamente nafta, gasolina, diesel e lubrificantes.

Por consequente, a indústria petroquímica utiliza a nafta proveniente das refinarias, transformando-a

em compostos moleculares de dimensões mais reduzidas, dos quais fazem parte o etileno, propileno,

butadieno, benzeno, entre outros. Estes compostos ainda poderão originar diferentes produtos como

tintas, tubagens, tecidos, entre outros, como está apresentado na Figura 2.1.

Figura 2.1: Esquema da destilação fracionada do petróleo. (Galp Energia 2015)

2.2.1 Refinação

O principal objetivo da refinação é separar o petróleo bruto, também conhecido por crude, em

substâncias utilizáveis, estando este processo estruturado em quatro etapas.

A primeira etapa consiste na separação física de frações de hidrocarbonentos através da destilação

fracionada, onde o petróleo bruto é aquecido onde existe formação de vapores e os mesmos sobem

ao longo de uma coluna de fracionamento, com diversos compartimentos a diferentes alturas (como se

pode ver na Figura 2.1). Assim os vapores são estratificados consoante o seu ponto de ebulição sendo

que os compostos mais voláteis, com menor ponto de ebulição, têm tendência a ascender pela coluna

de destilação até ao topo da coluna, que corresponde à zona de temperatura mais baixa. Em oposição,

7

nas camadas inferiores ficam alojados os componentes que possuem pontos de ebulição mais

elevados. Obtendo-se nesta etapa gases, nafta, petróleo, gasóleo leve e pesado e resíduos.

Posteriormente, numa segunda etapa os produtos intermédios são transferidos para outra coluna de

destilação, sob vácuo onde o resíduo que fica na base da coluna pode ser purificado pois ainda contém

frações voláteis. Através da destilação sob vácuo onde a pressão é bastante reduzida o que permite

que a temperatura de ebulição mais baixa onde são obtidos produtos como o gasóleo de vácuo e de

resíduo que é utilizado para produzir asfaltos, óleo lubrificante, cera parafínica ou ainda fuelóleo de

queima.

Numa terceira etapa é realizado um processamento químico por exemplo pelos processos de cracking

catalítico ou hidrocracking, as frações mais pesadas são transformadas em frações mais pequenas,

com pontos de ebulição inferiores. Desta forma é possível converter hidrocarbonetos de cadeia longa

em gasolina (cracking) e gasóleo (hidrocracking). (Galp Energia 2015)

Os processos de destilação do petróleo variam conforme a procura de mercado dos diferentes produtos,

podendo as frações obtidas ser posteriormente misturadas para a obtenção de produtos com as

propriedades desejadas que leva a uma última etapa onde ocorre o tratamento e a mistura de produtos

intermédios através da remoção de elementos e compostos indesejáveis para a posterior integração

em produtos finais. (Domingos 2003)

2.2.2 Indústria petroquímica

A indústria petroquímica é o subsector da indústria química onde são utilizados como matéria-prima os

produtos obtidos na refinação do petróleo, como por exemplo o gás natural e a nafta, de forma a obter

substâncias químicas necessárias para outras indústrias. Podem ser obtidos pesticidas, herbicidas,

fertilizantes e outros artigos como plásticos, borracha, asfalto, fibras sintéticas os quais substituem as

matérias-primas mais tradicionais, sendo um fator para o forte crescimento deste tipo de indústria (Maia

2005). De acordo com Wimmer (2007), a indústria petroquímica podem ser divididas em três grupos.

Nas indústrias de primeira geração obtêm-se materiais de base ou produtos de primeira geração, onde

a partir do petróleo são formados variados produtos básicos para a indústria petroquímica, tais como

as olefinas (etileno, propileno e butenos) e ainda os aromáticos.

As indústrias de segunda geração são responsáveis por diversas transformações químicas como a

polimerização, purificação e introdução de elementos como o oxigénio, azoto e enxofre nos produtos

básicos que desta forma dão origem aos produtos intermediários. São originados assim polietilenos,

polipropilenos, policloreto de vinilo e poliestireno.

Na indústria de terceira geração é utilizada uma conjunção dos produtos básicos e intermediários de

forma a produzir produtos de consumo como fibras, borrachas, plásticos, adubos, perfumes,

detergentes, explosivos, isolantes, alimentos, entre outros.

8

2.2.3 Efluentes produzidos

As indústrias de refinação do petróleo utilizam nos seus processos grandes quantidades de água,

sendo que por cada tonelada de petróleo bruto são necessários 3.5 m3 a 5 m3 de água. (Wimmer 2007)

A indústria petrolífera e petroquímica é responsável pela produção de diversos efluentes, líquidos,

sólidos e gasosos.

As emissões gasosas são, em regra, muito controladas, pois a maioria dos compostos libertados podem

formar óxidos tóxicos, como o caso do etileno ou propileno, ou ainda podem ser cancerígenos, como

são exemplo o benzeno, butadieno e cloreto de vinil. Podem ainda ser emitidos compostos orgânicos

voláteis (COVs) bem como material particulado, monóxido de carbono, óxidos de azoto e de enxofre.

Os resíduos sólidos produzidos podem conter compostos orgânicos tóxicos e metais pesados, sendo

considerados como perigosos devido às suas características. Os resíduos e lamas gerados, após

serem estabilizados, são depositados em aterro.

Já os efluentes líquidos produzidos por este tipo de indústrias podem ter diferentes origens, entre as

quais:

águas resultantes do processo, podendo conter ainda matéria-prima principal ou produtos e

sub-produtos de reações, sendo o efluente mais contaminado devido ao contacto direto com

hidrocarbonetos e seus derivados;

derrames, fugas por gotejamentos, por exemplo, lavagem de reatores ou transbordamentos;

águas de arrefecimento provenientes de torres de resfriamento, condensação de vapor e de

lavagens em geral;

águas ou escorrências pluviais, que podem conter elevados teores em óleos;

águas residuais domésticas, provenientes dos edifícios administrativos, sanitários, cantinas,

entre outros. (Rodrigues 2008; Wimmer 2007)

9

Caracterização dos efluentes líquidos

Os efluentes líquidos provenientes do processo de refinação do petróleo são muitas vezes complexos

devido aos inúmeros poluentes que os podem constituir. São maioritariamente compostos fenólicos,

metais pesados, ferro e sais de ferro, sólidos dissolvidos, sólidos suspensos, óleos e gorduras (totais,

livres e emulsionados), cianetos, sulfuretos, amoníaco, iões inorgânicos, azoto amoniacal entre outros

que conferem acidez, alcalinidade, cor e turvação, cheiro, sabor e variação de temperatura. (Beychoc

1967)

A Tabela 2.1 indica as cargas médias geradas por 1 000 barris de petróleo refinados.

Tabela 2.1: Cargas médias geradas em refinarias. (Beychoc 1967)

Parâmetro Valor (kg/1000 barris)

CQO 12.7 - 179.6

CBO5 10 -130

Fenol 0.54 - 11.57

Os efluentes podem ser caracterizados qualitativamente pelos seguintes parâmetros:

Carência bioquímica de oxigénio (CBO) que define a quantidade de oxigénio necessária

para degradar a matéria orgânica através de microrganismos, tendo neste tipo de efluentes

valores, em regra, relativamente baixos;

Carência química de oxigênio (CQO) mede a quantidade de oxigénio necessária para

degradar a matéria orgânica por via química, utilizando dicromato de potássio. Nos efluentes

da indústria petroquímica os valores deste parâmetro são elevados, devido à presença de

compostos químicos pouco biodegradáveis;

Óleo é o principal poluente, principalmente nas refinarias onde os seus valores podem variar

entre 10 mg/L e 7 200 mg/L. (Al-Alawy & Musawi 2013) Este pode encontrar-se no efluente na

forma dispersa, que é mais fácil de remover do que na forma emulsionada, onde é necessário

destabilizar de forma a poder separá-lo mais facilmente da água. Este tipo de poluente é

bastante prejudicial em meio aquático porque forma uma camada impermeável impedindo as

trocas gasosas, promovendo assim a destruição da vida aquática.

Fenóis são álcoois aromáticos, facilmente reconhecidos pelo seu odor, constituídos por um

grupo hidróxido ligado a um anel de benzeno. Existem elevadas concentrações neste tipo de

efluentes. Quando estão presentes em elevadas concentrações, superiores a 200 ppm, são

tóxicos para os microrganismos utilizados no tratamento biológico das águas residuais. São

letais para o ser humano em concentrações superiores a 65 g/m3.

10

Sulfuretos são um elemento tóxico para microrganismos em concentrações superiores a 5

mg/L, bem como corrosivos. Resultam maioritariamente dos processos de dessulfurização da

gasolina. Quando presentes nos efluentes aumentam as quantidades relativas aos parâmetros

de CBO e CQO. Para além de terem uma ação corrosiva para as tubagens, o gás sulfídrico

(H2S) é letal para o ser humano a partir de 500 ppm.

Azoto encontra-se nos efluentes na forma de azoto amoniacal, sofrendo processos de hidrólise

dos compostos azotados para ser utilizado em unidades de refrigeração. Encontra-se na forma

aquosa, sendo libertado na forma de gás quando é exposto ao ar, facilmente identificável pelo

odor. Nas águas residuais destas indústrias podem ser atingidas concentrações de cerca de

200 mg/L. Apresentam elevada toxicidade para os ecossistemas dos meios hídricos de

descarga.

Metais pesados, entre os quais o níquel, vanádio, zinco, cobre níquel, cobalto e chumbo.

Podem ser muito tóxicos, nomeadamente para a vida aquática. Na Tabela 2.2 são

apresentados os valores médios para concentrações de metais pesados em efluentes de

indústrias relacionadas com o petróleo, bem como os valores limite de emissão

correspondentes.

Tabela 2.2: Concentrações médias de metais pesados em efluentes de refinaria. (Huber 1976 in Rodrigues 2008)

Elemento Concentração (mg/L) VLE (mg/L)

Chumbo 0.105 - 0.263 1.0

Cádmio 0.002 - 0.005 0.2

Crómio 0.104 - 0.156 2.0

Ferro 0.235 - 3.5 10.0

Cobre 0.062 - 0.356 1.0

Manganês 0.111 - 0.221 2.0

Níquel 0.107 - 0.221 2.0

Mercúrio 0.000195 - 0.000412 0.05

Zinco 0.075 - 0.644 2.0

11

2.2.4 Tratamento dos efluentes

De acordo com o Decreto-Lei N.º 236/98 de 1 de agosto é necessário estabelecer normas, critérios e

objetivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas

em função dos seus usos principais. Desta forma, as indústrias, independentemente da sua produção

têm as suas descargas regulamentadas.

Usualmente os efluentes industriais são tratados em estações de tratamento de águas residuais nas

próprias refinarias ou indústrias petroquímicas para posteriormente serem devolvidos ao meio hídrico

ou ainda enviadas para estações de tratamento de águas residuais urbanas, após terem sofrido uma

etapa de pré-tratamento, cumprindo os requisitos estabelecidos pela entidade gestora. (Santo 2010)

São estabelecidos limites de caudal de ponta horário e diário para além de limites de concentração ou

fatores de qualidade, relacionados com características físicas, químicas e bacteriológicas do efluente.

As taxas que são aplicadas a este tipo de efluentes depende das suas características, desta forma é

bastante usual a realização de pré-tratamento nas próprias indústrias de forma a minimizar os custos

para a descarga na rede de drenagem pública. (Rodrigues 2008)

Existem vantagens em enviar os efluentes industriais para o sistema de drenagem urbano, pois fornece

nutrientes ao efluente urbano e provoca uma diluição dos químicos que poderiam ser tóxicos para os

microrganismos presentes no tratamento biológico. (Concawe 1999)

Para além do pré-tratamento realizado nas próprias instalações das indústrias as águas residuais

passam ainda por tratamentos sucessivos como tratamentos físicos, químicos e biológicos.

A Figura 2.2 representa um sistema de tratamento usualmente utilizado no tratamento de efluentes

produzidos em instalações de refinação e petroquímicas.

Figura 2.2: Fluxograma típico de um processo de tratamento de águas residuais da indústria petrolífera e

petroquímica. (Siemens 2006 in Wimmer 2007)

12

Devido ao elevado teor de óleos no efluente as primeiras etapas de tratamento consistem em realizar

uma separação dos óleos. Podem ser realizadas duas fases, dependendo da quantidade de óleo

presente, a primeira, uma separação gravítica e a segunda por flotação, de forma a separar os óleos

da água. De seguida realiza-se, em regra, um tratamento por processos biológicos. De forma a

melhorar a eficiência deste tratamento é importante a conjugação com efluentes urbanos, que ao terem

maior teor de matéria orgânica aumenta a biodegrabilidade do efluente, aumentando o desempenho

do processo biológico. Posteriormente, o efluente pode retomar ao meio recetor, salvo se necessitar

de um tratamento de afinação, de forma a remover compostos orgânicos refratários ou fenóis que não

foram eliminados no tratamento anterior. Pode ser efetuado através da adição de carvão ativado, ozono

ou cloro (sendo desaconselhado pela possível formação de clorofenóis). (Rodrigues 2008; Santo 2010)

13

3 Indústria do petróleo em Portugal – Zona Industrial e Logística de

Sines

3.1 Aspetos gerais

Portugal não possui fontes próprias de petróleo, sendo um país importador, por via marítima de países

localizados no mar do Norte, América do Sul, África Ocidental e das ex-Repúblicas Soviéticas.

Em 1937 foi inaugurada a primeira refinaria do país, no Cabo Ruivo em Lisboa, tendo sido desativada

em 1993, que foi desmantelada em 1997 para a construção da EXPO 98. Atualmente existem duas

refinarias em Portugal, pertencentes à Galp Energia, S.A. Em Matosinhos, com a sua atividade iniciada

em 1969 e posteriormente, no ano de 1979, em Sines.

A Zona Industrial e Logística de Sines dispõe de mais de 2 000 hectares para atividades industriais,

logísticas e de serviços. A sua localização a sul da costa atlântica de Portugal, a cerca de 150 km de

Lisboa e o facto de possuir um porto de águas profundas proporciona um conjunto de estratégias para

o desenvolvimento desta área. O Porto de Sines é um ponto estratégico nacional, sendo a principal

porta de abastecimento energético do país para petróleo e derivados, carvão e gás natural e ainda um

importante porto de carga geral/contentorizada com elevado potencial de crescimento. (ZILS Global

Parques 2013a)

A AIECEP Portugal Global é a agência para o investimento e comércio externo de Portugal, que detém

a AIECP Global Parques que tem a seu cargo a gestão de parques industriais como o de Sines, Setúbal

e Sintra.

Relativamente à acessibilidade, contempla um conjunto de infraestruturas onde se destaca o Porto de

Sines, que contém terminais de contentores e de gás natural, estando assim na rota do comércio

internacional. Tem também uma interligação com a rede transeuropeia de transportes de mercadorias,

assegurando ligações á Europa. No domínio rodoviário encontra-se bem dotado, ligação do IP8 a Beja

bem como o IC33 a Évora, de forma a interagir com os principais centros económicos do país bem

como os de Espanha.

Para além das acessibilidades já referidas existem pipelines que fazem o transporte de matérias-primas

e produtos produzidos entre o Porto de Sines e a as indústrias da ZILS, nomeadamente a refinaria e a

petroquímicas com uma extensão superior a 30 quilómetros. (ZILS Global Parques 2013b)

14

Como é visível na Figura 3.1, a ZILS encontra-se dividida com espaços bem definidos para as diversas

atividades que contempla. Junto ao porto possui aos diversos terminais, entre os quais se encontram

o terminal de granéis líquidos, o petroquímico, multipurpose (granéis sólidos), de gás natural e o de

contentores (XXI). Associado ao porto marítimo possui ainda a ZAL, uma zona de atividades logísticas

intra e extra portuária de forma a fazer todo o acompanhamento das mercadorias.

Apresenta ainda as áreas destinadas para a instalação de pequenas e médias empresas e áreas

definidas onde se encontram as atividades de refinação, petroquímicas e energia.

Para além das indústrias também é possível visualizar as zonas urbanas, zonas de logística com

escritórios que necessitam de estar mais perto do porto, a Escola Tecnológica do Litoral Alentejano e

ainda zonas reservadas para futuros desenvolvimentos dependendo da atividade inserida.

Na Figura 3.2 é apresentada a disposição das empresas instadas na ZILS desde a refinaria de Sines e

a Enerfuel pertencentes à Galp Energia S.A, a petroquímica da Repsol, a central termoelétrica da EDP

que ocupam as maiores áreas. Industrias químicas como Arténius (Artlant), Euroresinas e Air Liquide

e indústrias relacionadas com a construção civil como a Ibera, a Kimaxtra, a Mossines.

Figura 3.1: Planta da Zona Industrial e Logística de Sines. (ZILS Global Parques 2013a)

15

Atualmente, algumas empresas instaladas já não se encontram a laborar, como é o caso da Carbogal,

que produzia negro de fumo para pneus, e a Metalsines. A Arténius mudou de nome para Artlant PTA.

Figura 3.2: Esquema da Zona Industrial e Logística de Sines. (ZILS Global Parques 2013a)

16

3.2 Refinaria de Sines

Em Portugal é possível encontrar refinarias em Matosinhos e em Sines, pertencentes à Galp Energia.

Foi iniciada a atividade de refinação na refinaria de Matosinhos em 1969 e posteriormente em 1978 em

Sines e em média, por dia, são produzidos 330 mil barris no conjunto das duas refinarias.

A refinaria de Sines ocupa uma área de 320 hectares, produzindo cerca de 220 mil barris por dia, cerca

de 70% da produção diária nacional, perfazendo um total de destilação de 10.9 milhões de toneladas

por ano. Tem capacidade para armazenar 3 milhões de m3, sendo 1.5 milhões em petróleo bruto e o

restante em produtos refinados como o gás, gasolina, diesel, entre outros.

Na refinaria de Sines são produzidos os seguintes produtos principais:

Gasolina;

Gasóleo;

GPL (gás de petróleo liquefeito);

Fuelóleo;

Nafta (usada pela indústria petroquímica de forma a produzir polímeros);

Jet fuel (combustível para aviões);

Betume (para asfaltos e isolante);

Enxofre (para produtos farmacêuticos, agricultura e branqueamento da pasta de papel).

De forma a obter os produtos mencionados, são necessárias 34 unidades de processuais.

A refinaria de Sines é constituída por três grupos de atividade, designadas por fabricações.

Na fabricação I existem diversas unidades entre as quais a destilação atmosférica e o fracionamento.

Essas unidades permitem obter gases, naftas, combustíveis de aviões, gasóleo leve e pesado e resíduo

atmosférico, e o processo por destilação sob vácuo e oxidação do asfalto permite produzir gasóleo de

vácuo, asfaltos e fuelóleo de queima.

Figura 3.3: Refinaria de Sines. (Galp Energia 2015)

17

Na fabricação II existem diversos processos, entre os quais a destilação sob vácuo II, que utiliza o

resíduo atmosférico proveniente da destilação atmosférica para produzir produtos como destilado, que

depois de dessulfurado retoma a unidade de produção de gasóleo, o gasóleo de vácuo, para ser

utilizado na unidade de craqueamento catalítico em leito fluidizado (FCC), de forma a produzir GPL

(Gás de Petróleo Liquefeito), componente de gasóleo e componente de fuelóleo e resíduo de vácuo

utilizado no viscorredutor (Visbreaker), através de um processo de craqueamento térmico de forma a

obter gasóleo, nafta e off-gás.

Na fabricação III, existem três unidades, hydrocraker, produção de hidrogénio e recuperação de

enxofre. Na hydrocraker o gasóleo de vácuo é convertido cataliticamente em gasóleo, combustível de

aviação, naftas e GPL. A unidade de produção de hidrogénio (Steam reformer) utiliza gás natural para

purificar o hidrogénio, a ser utilizado na unidade hydrocraker. Na terceira unidade são utilizadas as

correntes de gás de ácidos produzidos nas unidades de aminas e águas ácidas do Hydrocraker e das

restantes unidades de aminas da refinaria com o objetivo de converter H2S em enxofre elementar e

destruir NH3, tendo 99.5% de eficiência.

Existem outras unidades complementares na refinaria responsáveis pela produção e distribuição de

energia elétrica, águia de refrigeração, desgaseificação, desmineralização e tratamento de água e de

águas residuais, entre outros.

Na refinaria da Galp as águas residuais industriais e pluviais potencialmente contaminadas são sujeitas

a um pré-tratamento antes de serem encaminhadas em simultâneo com o efluente doméstico para a

ETAR de Ribeira dos Moinhos. As águas pluviais resultantes dos eventos pluviosos podem ser

distinguidas em águas limpas e águas potencialmente contaminadas, que são recolhidas nas unidades

fabris existentes. O esquema de pré-tratamento das águas da refinaria encontra-se representado na

Figura 3.4.

Os efluentes oleosos são recolhidos em separadores gravíticos denominados OP-V onde os óleos e

gorduras são separados por flotação. Após a flotação, os efluentes passam para a bacia de águas

contaminadas (BAC) onde ocorre a oxidação de sulfuretos e fenóis. Posteriormente são encaminhados

por gravidade para a bacia de águas pré-tratadas (BPT), de onde os efluentes são lançados para o

sistema de drenagem.

Existe uma bacia de tempestade com 21 000 m3 de volume onde é possível reter as águas pluviais

potencialmente contaminadas e ainda servir em caso de emergência sendo que o efluente é bombeado

do flotador e retorna por gravidade, quando pretendido.

As águas pluviais que drenam áreas não processuais são encaminhadas através da rede separativa

existente para uma bacia de águas limpas (BAL) com 31 000 m3, que serve de abastecimento para a

bacia do sistema de incêndio (BSI) com 36 000 m3 de volume utilizada para armazenar água para rega

e para combate a incêndios. Tanto a BAL como a BSI são descarregadas apenas quando necessário,

num afluente da Ribeira dos Moinhos.

18

Flotação

OP – V65A

OP – V65B

Oxidação

BAC

7 000 m3

BPT

2 100 m3

Bacia de

Tempestade

21 000 m3

Figura 3.4: Esquema de tratamento de efluentes da refinaria da Galp. (APA 2007)

OP-V

6 000 m3

O efluente salino produzido nas purgas das torres de refrigeração e de desmineralização da água bruta

é encaminhado para a rede de coletores salinos que descarregam diretamente no recetor final (Oceano

Atlântico) através do emissário submarino.

3.3 Repsol

A Repsol Polímeros, Lda iniciou a sua atividade em Sines em 1981 e tem como objetivo a produção de

olefinas e poliolefinas (Figura 3.5 e 3.6). Na Figura 3.7 encontra-se representada esquematicamente a

linha de produção do complexo petroquímico.

O complexo inclui as seguintes infraestruturas:

Steam-Cracker

Unidade de Polietileno de baixa densidade (PEBD)

Unidade de Polietileno de alta densidade (PEAD)

Unidade de Butadieno

Unidade de MTBE/ETBE

Terminal portuário

Central termoeléctrica e de utilidades

Sistema de água de arrefecimento

Estação de tratamento de efluentes

19

Na unidade de steam-cracker é utilizada a nafta, obtida através da refinação do petróleo, e GPL como

o propano e o butano. Os diferentes componentes como o etileno e o propileno são obtidos através de

processos térmicos.

Na unidade de PEAD, o polietileno de alta densidade é obtido através da polimerização do etileno a

baixa pressão. A polimerização é o processo químico que permite converter os monómeros, como o

etileno em cadeias de polímeros (conjunto de vários polímeros) de forma a obter poliolefinas, utilizadas

para originar materiais plásticos, para tubagens ou embalagens plásticas por exemplo.

Na unidade de PEBD, o polietileno de baixa densidade é obtido através da polimerização do etileno a

baixa pressão, originando um produto maleável, resistente a agentes químicos e bom isolante elétrico.

Têm diversas aplicações tais como sacos e embalagens de plástico, frascos para cosméticos e

alimentos entre outros.

Na unidade de MTBE/ETBE, o éter metílico de butilo terciário é o substituto dos compostos de chumbo

para reforçar o índice de octanas da gasolina.

Na unidade de butadieno este é produzido a partir de uma fração produzida na unidade de etileno. É

utilizado no fabrico de borracha sintética usada em pneus ou calçado, por exemplo. (“Petrolíferas,

Companhia Repsol” 2015)

Figura 3.6: Representação esquemática da linha de produção do complexo petroquímico da Repsol em Sines.

(Rodrigues 2008)

Figura 3.5: Complexo Petroquímico da Repsol em Sines. (REPSOL 2015)

20

Na Figura 3.7 encontram-se apresentadas as principais unidades e processos existentes no complexo

petroquímico da Repsol.

3.4 Euroresinas

A empresa Euroresinas, pertencente ao grupo Sonae Indústria, localiza-se num lote industrial com

cerca de 9.5 hectares, a nascente do complexo petroquímico de Sines, apresentada na Figura 3.8.

Entrou em funcionamento em 1993 tendo como objetivo a produção de uma gama variada de resinas

sintéticas e formaldeído. O processo produtivo distribui-se por duas unidades distintas onde são

produzidos as resinas sintéticas e o formaldeído respetivamente.

Figura 3.8: Esquema da empresa Euroresinas em Sines. (Trindade 1996)

Figura 3.7: Principais unidades e processos existentes no complexo petroquímico da Repsol. (Tecno 3000 2007)

21

De forma a obter-se o formaldeído, utiliza-se como matéria-prima o metanol, que é oxidado na presença

de ar num reator, formando-se um gás, o formaldeído, que após ser arrefecido é absorvido em água.

É um produto orgânico que tem diversas aplicações nos sectores químico, têxtil, farmacêutico e de

curtumes.

Na fábrica de resinas, através da condensação do formaldeído produzido com outros produtos

orgânicos como a ureia, fenol e melamína obtêm-se resinas com diferentes características e aplicações,

designadas por resinas melamínicas, fenólicas e ureicas.

As resinas de melamína-formaldeído (MF) são utilizadas maioritariamente para produção de materiais

de construção tais como pisos laminados, revestimentos e para colagem de papéis decorativos. No

caso das resinas fenol-formaldeído (PF) as suas utilizações passam desde o fabrico de

termolaminados, aglomerados de cortiça e madeira bem como de aglutinante no fabrico de lã mineral.

Por fim, as resinas de ureia-formaldeído (UF) estão destinadas ao fabrico de aglomerados de partículas

e fibras de madeira, bem como para a colagem de folha de madeira. (Sonae Indústria 2009)

Na Figura 3.9 encontra-se um esquema do processo produtivo da Euroresinas.

3.5 Enerfuel

A Enerfuel, pertence à Galp Energia é a primeira fábrica de produção de biocombustível em Portugal e

iniciou as suas funções em Julho de 2013 e tem capacidade para produzir 27 mil toneladas por ano.

Os produtos produzidos são o biocombustível, através de resíduos da indústria alimentar e de óleos

usados, glicerina que pode ser utilizada para produzir velas ou na indústria cosmética e ainda fertilizante

para ser utilizado na agricultura. (Enerfuel 2013)

Figura 3.9: Diagrama esquemático do processo produtivo da Euroresinas. (Sonae Indústrias, 2009)

22

Figura 3.10: Instalações da biorefinaria Enerfuel. (Enerfuel 2013)

3.6 Air Liquide

A Air Liquide é uma empresa multinacional presente em Portugal desde 1923 nas zonas de Lisboa,

Porto e Estarreja, produzindo gases como oxigénio, azoto e argón sendo utilizados nas atividades

industriais, medicinais e de soldadura.

Em Sines, a unidade fabril de separação de gases do ar entrou em funcionamento em 2009, produzindo

azoto, oxigénio, árgon e gases raros (néon, crípton, xénon) a partir da separação dos compostos

presentes no ar por destilação criogénica.

São produzidos outros gases como é o caso do hidrogénio que a partir do metano presente no gás

natural em unidades de reformação de vapor são transformados em hidrogénio ou monóxido de

carbono. Podem obter-se outros gases como hidrogénio, hélio, dióxido de carbono ou silano recorrendo

a recursos naturais do planeta. (Air Liquide 2015)

Figura 3.11: Instalações da Air Liquide em Sines. (Air Liquide 2015)

23

3.7 Atlant PTA

A Artlant PTA iniciou a sua atividade em março de 2012 e tem como objetivo a produção de ácido

tereftálico purificado (PTA), sendo que é a única em Portugal e a mais recente e moderna unidade na

Europa, sendo a segunda maior produtora, com capacidade para produzir 700 000 toneladas/ano.

O PTA serve como matéria-prima para a produção de politereftalato de etileno (PET), material esse

que pode originar embalagens para o sector alimentar como garrafas de águas e de refrigerantes como

também podem ser utilizadas no setor têxtil para produzir fibras de poliéster. (Artlant 2015)

Figura 3.12: Empresa Artlant em Sines. (Artlant 2015)

24

25

4 Caracterização do sistema da Águas de Santo André

4.1 Aspetos gerais

Em 2001 foi criada, pelo Decreto-Lei nº171/2001 de 25 de maio, a Águas de Santo André (AdSA), a

quem foi entregue a concessão, por um período de 30 anos, para a gestão e exploração do sistema de

captação, tratamento e distribuição de água, recolha, tratamento e rejeição de efluentes e ainda de

recolha, tratamento e destino final de resíduos sólidos.

A Águas de Portugal, SGPS, S.A. (AdP) é a detentora das ações da sociedade da AdSA, que está

presente em Portugal de forma a gerir o ciclo urbano da água.

De forma a respeitar o contrato de concessão a AdSA necessita de manter em bom estado de

funcionamento, conservação e segurança, os bens e meios afetos à concessão durante o prazo da sua

vigência, efetuando reparações, renovações e adaptações necessárias ao bom desempenho do serviço

público.

A Águas de Santo André, S.A. possuem como utilizadores coletivos as cidades de Vila Nova de Santo

André, Santiago do Cacém e Sines, bem como utilizadores industriais, instalados na ZILS (Zona

Industrial e Logística pode ser conde Sines. O sistema é tendencialmente separativo, onde para além

dos sistema de águas residuais doméstico e industrial possui também o sistema de drenagem de águas

pluviais, onde as águas pluviais são diretamente encaminhadas para os cursos de água mais próximos.

Para as condições da concessão para a recolha, drenagem e tratamento de águas residuais industriais

estão definidas pelo regulamento de recolha e tratamento de água residual industrial do sistema de

Santo André – RARISA de forma a garantir os princípios da eficiência e da qualidade de serviço. No

caso das águas residuais urbanas, as condições são estipuladas pelo regulamento geral de recolha,

tratamento e rejeição de efluentes do sistema de Santo André – RGESA. Em ambos os regulamentos

RARISA e RGESA são previstos contratos de recolha e tratamento de água residual entre a

concessionária e os utilizadores do sistema de águas residuais, onde são estabelecidas as condições

inerentes ao contrato.

26

4.2 Caracterização e componentes do sistema

O sistema de água residual desenvolve-se numa área de concessão de cerca de 104 km2, que tem

como objetivo a recolha, transporte, tratamento e descarga final das águas residuais de diferentes

origens, das quais:

Água Residual Urbana (ARU), proveniente da freguesia de Santo André, da cidade de

Santiago do Cacém e da cidade de Sines;

No concelho de Santiago do Cacém apenas as águas residuais produzidas pela cidade de

Santiago do Cacém, sendo que as restantes aldeias pertencentes a esta freguesia, bem como

as outras freguesias do concelho têm os seus efluentes domésticos direcionados para outras

ETARs. Também a povoação de Santo André, que pertence a este concelho e que contempla

a cidade de Vila Nova de Santo André, aldeia de Santo André e pequenas populações

adjacentes tem os seus efluentes encaminhados para a ETAR de Ribeira dos Moinhos.

(Câmara Municipal de Santiago do Cacém 2015)

O concelho de Sines encontra-se dividido entre a cidade de Sines e a localidade de Porto Covo,

sendo que as águas residuais e industriais produzidas em Sines são contabilizadas no sistema

em estudo enquanto a população de Porto Covo é abrangida por outra ETAR. (Câmara

Municipal de Sines 2009)

Água Residual Industrial (ARI), proveniente das empresas instaladas na ZILS;

Água Residual Salina (ARS), proveniente do sistema de desmineralização e de purgas das

torres de refrigeração das unidades de produção das empresas Petrogal, Repsol, Artlant e Air

Liquide, estabelecidas na ZILS;

Lixiviados, provenientes de Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos;

Água Residual proveniente de fossas sépticas de clientes pontuais.

O sistema de águas residuais é composto por uma rede de intercetores com cerca de 90 km de

extensão, com diâmetros compreendidos entre os 150 e os 1500 mm, 9 estações elevatórias, 2 bacias

de retenção, 2 câmaras de reunião, a ETAR de Ribeira dos Moinhos e ainda um emissário submarino

com cerca de 2.4 km e um difusor. (Águas de Santo André S.A. 2014)

27

A área de inserção que está à responsabilidade da empresa encontra-se delimitado a cinzento na

Figura 4.1 assim como os principais elementos constituintes do sistema de águas de Santo André. O

limite marcado corresponde ao limite definido pelo Decreto-Lei 270/71 de 19 de junho.

4.2.1 Empresas clientes

As indústrias clientes da Águas de Santo André estão localizadas na Zona Industrial e Logística de

Sines como indicado na Tabela 4.1.

Tabela 4.1: Utilizadores industriais produtores de efluentes industriais na ZILS. (Rodrigues 2008)

Empresas Ramo de atividade

Air Liquide Produção de gases

Artlant PTA, S.A PTA

Enerfuel Biocombustíveis

Euroresinas Formaldeídos e resina

Refinaria de Sines - Galp Energia S.A Refinaria

Repsol Polímeros S.A Petroquímica

Empresas Ramo de atividade

Air Liquide Produção de gases

Artlant PTA, S.A PTA

Enerfuel Biocombustíveis

Euroresinas Formaldeídos e resina

Refinaria de Sines - Galp Energia S.A Refinaria

Repsol Polímeros S.A Petroquímica

Figura 4.1: Infraestruturas de rede de saneamento de água residual de Santo André. (AdP 2015) (ZILS Global

Parques 2013a)

28

Na Figura 4.2 estão localizadas as indústrias na ZILS, bem como uma representação esquemática das

águas residuais produzidas até ao destino final, contemplando elementos como estações elevatórias,

coletores, ETAR e emissário submarino.

4.2.2 Componentes do sistema

O sistema de águas residuais contempla diversos componentes desde as estações elevatórias,

intercetores, câmaras de reunião, câmaras de transição de regime até à estação de tratamento e

emissário. Refere-se seguidamente componentes importantes do sistema

Câmaras de visita

As câmaras de visita são os órgãos responsáveis pela junção dos coletores, servindo para lhes dar

acesso, para observação e operações de limpeza e de manutenção e ainda para remoção de

obstruções ou verificação de características do escoamento e da qualidade da água. De acordo com o

Artigo 155º do Decreto Regulamentar nº 23/95 é obrigatória a implantação de câmaras de visita na

confluência dos coletores, nos pontos de mudança de direção, inclinação e diâmetro dos coletores e

nos alinhamentos retos com afastamento máximo de 60 m e 100 m, conforme se trate, respetivamente,

de coletores não visitáveis ou visitáveis.

Figura 4.2: Esquema simplificado da rede de drenagem. (Águas de Santo André S.A. 2014)

29

Câmaras de transição

Existem duas câmaras de transição no sistema, a primeira localiza-se no troço que vem de Santiago

do Cacém até à E.E do RESIM, que devido à diminuição do diâmetro do coletor de 320 mm para 250

mm faz com que a conduta passe de um regime gravítico para um regime em pressão até à câmara de

transição seguinte. Nesta segunda câmara de transição, os efluentes provenientes de Santo André e

de Santiago do Cacém convergem para um intercetor com 1500 mm de diâmetro.

Estações elevatórias

O sistema de águas residuais contempla dois subsistemas diferentes que contemplam a parte dos

efluentes urbanos e dos efluentes residuais, para tal existem estações elevatórias diferenciadas para

os respetivos casos. A E.E. de Santo André é única em que a afluência é exclusivamente doméstica

enquanto nas restantes E.E. RESIM, E.E. ZIP1, E.E. ZIP2, E.E. ZIP3, E.E. Bacia de Retenção, E.E.

Carbogal/Euroresinas, E.E. Palmeiras, E.E. Zona 1 contemplam efluentes maioritariamente industriais.

E.E. de Santo André

A estação elevatória de Santo André foi construída nos anos de 2001/2002 localiza-se na freguesia de

Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, a noroeste da Vila Nova de Santo André e tem como

afluência as águas residuais urbanas da freguesia de Santo André. Esta localiza-se na antiga ETAR de

Santo André, por sistema de lagonagem, que se encontra desativado desde 2004.

Possui um sistema de gradagem manual e uma unidade de armazenamento com 5 000 m3 de

capacidade útil que serve para armazenar o efluente quando existem problemas associados à estação

elevatória.

E.E. RESIM

Encontra-se localizado no concelho de Santiago do Cacém, na freguesia de Santo André, junto ao

aterro sanitário do RESIM, a 6 km de Vila Nova de Santo André para sudeste.

O aterro do RESIM recebe resíduos de várias tipologias, desde resíduos urbanos a industriais, que

abrangem os resíduos químicos, da refinação do petróleo, metalurgia, entre outros.

Os lixiviados produzidos no aterro são armazenados numa bacia de recolha, de onde posteriormente

serão encaminhados para a estação elevatória que os leva até ao emissário, juntamente com os

efluentes da cidade de Santiago do Cacém.

E.E.ZIP1

A E.E. ZIP1 encaminha o efluente industrial da refinaria da Petrogal até à Câmara de Reunião

Intermédia (Barbuda). Desde 2005 o efluente deixou de atingir a estação elevatória graviticamente

passando a ser elevado diretamente das instalações da Petrogal, ficando a estação elevatória a

funcionar apenas como by-pass.

30

E.E.ZIP2

A estação elevatória recebe o efluente da Metalsines onde é elevado até uma câmara de transição a

uma distância de 900 metros. Nessa câmara o efluente continua o seu percurso, de 220 metros, em

superfície livre, até à E.E. ZIP3. Esta estação elevatória não se encontra em funcionamento devido ao

encerramento da Metalsines.

E.E. ZIP3

Ao efluente proveniente da Metalsines era ainda adicionado durante o percurso os efluentes

provenientes da Carbogal e Euroresinas. Recebe ainda os efluentes da Repsol, Artlant e Air Liquide

elevando-os numa conduta em cerca de 1700 metros até à Câmara de Reunião Geral de onde é

encaminhado para a ETAR de Ribeira dos Moinhos.

E.E. Bacia de Retenção

Existe ainda associado à estação elevatória da ZIP3 uma bacia de retenção com 7 000 m3, que funciona

como recurso, em casos excecionais.

Esta estrutura de armazenamento permite regularizar os caudais pluviais afluentes ou grandes

afluências geradas pelas indústrias, ou ainda devido a algum problema dos componentes do sistema.

Desta forma é possível reter na bacia o afluente, o que reduz riscos de inundação ou de sobrecarga do

sistema.

A Bacia de retenção possui um sistema elevatório, de forma a enviar o efluente da mesma para a E.E.

ZIP3.

E.E. Carbogal/Euroresinas

A E.E. Carbogal/Euroresinas encontra-se localizada no concelho e freguesia de Sines junto às

instalações da Carbogal, que se encontra desativada, e a cerca de 1 km a sul da Euroresinas. Os

efluentes da indústria Euroresinas são recebidos pela E.E. Euroresinas e são elevados para a E.E. da

Carbogal, que está localizada no mesmo recinto. Os efluentes seguem até à E.E. ZIP3.

E.E. Palmeiras

Encontra-se localizada no concelho e freguesia de Sines, na zona sul da ZILS. Possui um tamisador,

que serve para separar sólidos da parte líquida, e serve para receber os efluentes gerados na zona sul

da ZILS. Foi utilizado para receber os efluentes das instalações sanitárias provenientes da nova

indústria da refinaria da Galp na fase de construção, sendo que atualmente aceita apenas são águas

pluviais

E.E. Zona 1

A estação elevatória da Zona 1 situa-se no concelho e freguesia de Sines, a noroeste da ZILS. Recebe

os efluentes das indústrias Ibera e Enerfuel e eleva-os ao longo de 1600 metros até à câmara de reunião

geral, antes de chegar à ETAR.

31

Câmaras de reunião

São câmaras com alguma capacidade de armazenamento que servem de interseção para os afluentes

provenientes de diversos pontos. Neste sistema existem duas câmaras deste tipo, a câmara de reunião

intermédia e a câmara de reunião geral.

Câmara de Reunião Intermédia

Localiza-se no concelho e freguesia de Sines a cerca de 150 metros a sudoeste da rotunda da Barbuda

do IP8.

Na câmara de reunião intermédia (Barbuda) o efluente proveniente da Petrogal reúne-se com cerca de

60% do efluente doméstico produzido em Sines, e do efluente proveniente da E.E. das Palmeiras,

seguindo graviticamente até à câmara de reunião geral. Possui um sistema de desodorização por

carvão ativado.

Câmara de Reunião Geral

A câmara de reunião geral recebe os efluentes da E.E. Zona 1, E.E. ZIP3 e do efluente proveniente da

câmara de reunião intermédia, que é enviado para a ETAR de Ribeira dos Moinhos

Na Figura 4.3 apresenta-se um esquema do funcionamento do sistema de águas residuais até à ETAR,

que inclui informação sobre o número de grupos eletrobomba e os que se encontram em reserva, bem

como dados relativos à potência, caudal nominal e modelo de fornecedor dos mesmos.

Para além da identificação dos componentes do sistema, apresentam-se ainda os valores referentes

aos efluentes recebidos no sistema de drenagem de águas residuais, no ano 2014.

32

Figura 4.3: Esquema do funcionamento do sistema de águas residuais da Águas de Santo André em 2014. (Águas de Santo André S.A. 2013 - Modificado)

33

Intercetores

Constituem as condutas que asseguram a condução das águas residuais desde a entrada no sistema,

até ao destino final.

A maioria dos intercetores são de PVC e PEAD e no total têm uma extensão de cerca de 62 km. A

maioria dos intercetores não são recentes, sendo que na Tabela 4.2 se indica o ano de construção, o

material, comprimento e diâmetro dos coletores principais.

Tabela 4.2: Características dos intercetores do sistema de águas residuais. (Águas de Santo André S.A. 2014)

Coletor Troço Data de

construção

Data da última

remodelação Material

Comprimento

(m) Diâmetro

Intercetor

associado à

EE ZIP1

Refinaria –

EE ZIP1

EE ZIP1 –

CRI- CRG

1980

1998

-

-

Ferro

dúctil

PRV

PRV

1900

340

2180

DN500

DN350

DN600

Troço EE

ZIP1 – Bacia

de retenção

- 1983 -

Betão

Betão

PVC

170

90

800

DN300

DN400

DN400

Troço Bacia

de retenção

– EE ZIP3

Conduta

elevatória

Coletor

1983 - PVC

PVC

45

75

DN160

DN200

Troço EE

ZIP2 – EE

ZIP3

- 1980 -

PVC

PVC

Aço

Grés

Grés

PVC

880

760

90

750

210

370

DN160

DN160

DN150

DN200

DN250

DN250

Troço EE

ZIP3 –

CR/R41

- 1980 2011 PEAD 1694 DN630

Intercetor

associado à

EE da

Carbogal

Conduta

elevatória

Coletor

1988 - PVC

Grés

390

240

DN200

DN200

34

Tabela 4.2: Características dos intercetores do sistema de águas residuais. (Águas de Santo André S.A 2014)

(continuação)

Troço

CRGeral –

ETAR

1980 - PRV 990 DN1500

Intercetor

associado à

EE

Palmeiras

EE

Palmeiras –

CRI

2000 - PVC 3500 DN250

Intercetor

associado à

EE Zona 1

- 2001 -

PVC

Aço

PVC

1009

58

535

DN200

DN200

DN200

Intercetor

associado à

EE Santo

André

Troço EE

Santo

André -

ETAR

2001 - PEAD 6715 DN250

Intercetor

de Santiago

do Cacém

ETAR

Santiago

Cacém –

CT1

CT1 – EE

RESIM

2012 -

PP

Corruga

do

PEAD

3789

2012

DN315

DN280

Intercetor

associado à

EE RESIM

EE RESIM

– CT2

CT2 –

ETAR RM

2004 -

PEAD

5742

4319

DN280

DN250

Coletor de

bypass à

ETAR

- 1980 - Betão

Betão

570

280

DN600

DN700

Obra de

ligação ao

emissário

submarino

Troço 1:

coletor

Troço 2:

conduta em

pressão

1980 - PRV

PRV

460

230

DN1500

DN1100

Emissário

submarino

norte

- 1976 - Aço 2480 DN1100

35

4.2.2.1 ETAR de Ribeira dos Moinhos

À ETAR de Ribeira dos Moinhos afluem os efluentes reunidos na câmara de reunião geral, bem como

os provenientes da câmara de transição 2, onde são reunidos os efluentes de Santo André e do

RESIM/Santiago do Cacém.

Caracterização da ETAR

A ETAR de Ribeira dos Moinhos localiza-se a norte da cidade de Sines e tem como objetivo o

tratamento da água residual industrial da zona industrial de Sines, bem como as águas residuais

domésticas de Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo André e de parte da cidade de Sines.

O respetivo projeto foi desenvolvido pela HIDROPROJECTO S.A, entrando em funcionamento em 1981

com cerca de 9.2 hectares, e foi dimensionada para um caudal de 2 m3/s, tendo sido executada apenas

a primeira fase, para um caudal nominal de 0.5 m3/s e para uma população equivalente de 360 000

habitantes-equivalentes. Atualmente, em média, são tratados cerca de 0.16 m3/s. Na Tabela 4.3 e na

Figura 4.4 encontram-se esquematizadas as fases de tratamento.

Tabela 4.3: Dados de dimensionamento da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de Santo André S.A. 2015)

Figura 4.4: Apresentação esquemática, em planta, da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de Santo André

S.A. 2015)

Caracterização da ETAR

Área (ha) 9.2

Caudal dimensionamento (m3/s) 2.0

Caudal nominal (m3/s) 0.50

Caudal médio (m3/s) 0.16

População equivalente (hab-eq) 360 000

36

4.2.2.1.1 População servida e caudais

Na Tabela 4.4 são apresentados os dados populacionais referentes às povoações cujos efluentes são

tratados na ETAR de Ribeira dos Moinhos.

Tabela 4.4: População servida pelo sistema de drenagem da Águas de Santo André, S.A. (CENSOS 2011)

Local Área (km2) População (hab.)

Santiago do Cacém 116.8 7 603

Santo André 75.7 10 647

Sines 151.0 13 200

Total 343.5 31 450

Ao contrário das redes de saneamento mais comuns, o afluente ao sistema de águas residuais da

Águas de Santo André possui uma componente industrial superior à doméstica, numa proporção de

cerca de 25% de águas residuais domésticas para 75% de águas residuais industriais.

Na Figura 4.5 é apresentado a evolução dos volumes médios anuais de águas residuais urbana,

industrial e salina que afluem ao sistema deste 2007 a 2013.

Figura 4.5: Histórico de caudais afluentes ao sistema de águas residuais por tipologia de efluente. (Águas de

Santo André S.A. 2014)

37

Na Figura 4.6 é visível a evolução dos caudais médios anuais industriais no mesmo período de tempo,

desde 2007 a 2013.

Figura 4.6: Histórico de caudais industriais afluentes ao sistema de águas residuais por utilizador. (Águas de

Santo André S.A. 2014)

NOTAS:

Lixiviados: empresas Resialentejo, Ambilital, Gesamb e Lena Ambiente

Fossas ARI: empresas Petrogal, Projesines, Vendap

Outros: Metalsines, Ibera, RESIM

É possível constatar que a afluência industrial resulta fundamentalmente de três indústrias: refinaria de

Sines (Galp), Repsol e Artlant.

Através da análise da evolução histórica dos caudais afluentes ao sistema de águas residuais é

possível observar um aumento significativo nos efluentes produzidos na refinaria da Galp, devido à

adição de uma fábrica para produção de gasóleos a Hydrocracker, nos últimos dois anos, de 2012 a

2013. A afluência de água residual salina também aumentou neste período, devido às mesmas razões.

Quanto às águas residuais urbanas o caudal afluente ao sistema tem-se mantido sem muitas variações,

sendo que em 2013 observa-se um pequeno aumento devido à afluência proveniente da cidade de

Santiago do Cacém, que nos anos anteriores não existia.

Os dados referentes aos caudais médios anuais de águas residuais afluentes ao sistema no ano de

2014 não sofreu grandes oscilações em comparação ao ano anterior, como se pode comprovar na

Tabela 4.5.

38

Tabela 4.5: Caudais afluentes ao sistema de águas residuais no ano 2014. (dados AdSA 2015)

Através dos valores indicados na Tabela 4.5 verifica-se que a refinaria de Sines produz 50% dos

efluentes que chegam ao sistema de águas residuais a cargo da Águas de Santo André,

correspondendo a 3 335 649 m3 em 2014. A Repsol é a indústria petroquímica que mais efluentes

produz, com cerca de 1 055 319 m3/ano, seguidos das afluências provenientes dos núcleos urbanos,

Sines, Santo André e Santiago do Cacém. É preciso ter em consideração que em 2014 as indústrias

Carbogal e Metalsines encontravam-se a laborar, sendo que atualmente já se encontram desativadas.

De acordo com a Tabela 4.6, o somatório dos caudais anuais de origem industrial e urbano no ano de

2014 foi de 6 625 823 m3 e o caudal anual medido à entrada da ETAR foi de 6 696 606 m3, sendo que

a diferença entre os dois somatórios anuais foi de 1%, devido a um possível erro de medição ou de

possíveis perdas ao longo do sistema.

Tabela 4.6: Valores relativos aos caudais anuais industrial e urbano que afluem ao sistema e do caudal anual à

entrada da ETAR. (dados ADSA 2015)

Origem Caudal (m3)

Água residual industrial 4 807 708

Água Residual urbana 1 818 115

ETAR (somatório das parcelas ARI e ARU) 6 625 823

ETAR (caudalímetro) 6 696 606

Diferença 1%

Local Caudal (2014) (m3)

Refinaria (Galp) 3 335 649

Repsol 1 055 319

Sines 850 455

Santo André 594 570

Santiago do Cacém 373 090

Artlant 216 126

Euroresinas 113 531

Enerfuel 25 658

Carbogal 15 665

Air Liquide 17 194

RESIM 15 612

Lixiviados 15 145

E.E. Palmeiras 10 359

Metalsines 1 014

Fossas 676

Total 6 625 823

39

Em relação aos caudais afluentes à ETAR de Ribeira dos Moinhos estes têm sofrido um aumento ao

longo dos últimos 7 anos, de 2007 a 2013, devido maioritariamente à ampliação da refinaria, ligação à

Artlant e do município de Santiago do Cacém. Os valores correspondentes encontram-se apresentados

na Figura 4.7.

Em 2013, o caudal médio diário afluente à ETAR foi de 21 000 m3/dia como se encontra na Figura 4.8.

Na Figura 4.9 são apresentados os caudais máximos mensais que afluíram à ETAR em 2013, sendo

registado o máximo no mês de Setembro com 2 000 m3 por hora.

O caudal afluente à ETAR não seguiu um padrão regular ao longo do ano, havendo diferenças em

meses da mesma estação. Pode dever-se ao facto do processo produtivo ser sazonal em algumas

indústrias ou ainda devido ao aumento da população nas cidades de Sines e Santo André, devido ao

turismo nos meses de Verão, que pode compensar o aumento de caudal de infiltração, devido a

períodos de pluviosidade.

Figura 4.7: Histórico de caudais médios anuais afluentes à ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de

Santo André S.A. 2014)

Figura 4.8: Caudal médio diário mensal afluente à ETAR

em 2013. (Águas de Santo André S.A. 2014)

Figura 4.9: Caudal máximo mensal afluente à ETAR em

2013. (Águas de Santo André S.A. 2014)

40

4.2.2.1.2 Tratamento da fase líquida

Tratamento Preliminar

As águas residuais ao darem entrada na ETAR são sujeitas a uma medição de caudal através de um

medidor ultrassónico associado a um descarregador de Parshall. Seguidamente os sólidos de maiores

dimensões são retidos por uma grade de limpeza mecânica, existindo uma grade de limpeza manual

em by-pass. Posteriormente as areias são retidas num desarenador de tronco-cónico. A jusante do

desarenador encontra-se instalado um tamisador com malha de 3 mm para remover os sólidos finos.

Na Figura 4.10 são apresentadas imagens relativas à grade mecânica, desarenador e classificador de

areias da ETAR.

Os óleos e gorduras (O&G) são removidos num tanque com volume de 815 m3, pelo processo de

flotação com insuflação de ar, que permite separá-los através de duas pontes raspadoras do restante

resíduo líquido. A massa líquida mantém-se em agitação constante, através de agitadores

submersíveis instalados no tanque.

Figura 4.10: Imagens relativas à grade mecânica, desarenador e classificador de areias. (Rodrigues 2008)

41

Por fim o efluente é homogeneizado num tanque retangular com um volume útil de 3 600 m3. Imagens

do desengordurador e do tanque de homogeneização são apresentadas na Figura 4.11.

Tratamento Primário

Após o tratamento preliminar o efluente é graviticamente conduzido para a distribuição de caudais onde

ocorre a repartição de caudais de alimentação aos dois decantadores primários.

Este tratamento é efetuado em dois decantadores circulares, com diâmetro de 26 m e altura de 3.9 m,

2 000 m3 de volume útil, com pontes raspadores de fundo e de superfície, onde ocorre decantação dos

sólidos, produzindo as lamas primárias, que são conduzidas para o reservatório de lamas mistas.

Na Figura 4.12 apresenta-se uma imagem de um dos decantadores primários existentes na ETAR.

Figura 4.11: Imagens do tanque de remoção de óleos e gorduras (esquerda) e do tanque de homogeneização

(direita). (Rodrigues 2008)

Figura 4.12: Imagem do decantador primário. (Rodrigues 2008)

42

Tratamento Secundário

O tratamento secundário por lamas ativadas é realizado em dois tanques de arejamento retangulares

com volume útil de 3 240 m3 cada, que estão equipados com três arejadores de superfície de forma a

garantir o arejamento e agitação em cada tanque, representado na Figura 4.13.

A decantação secundária ocorre em dois decantadores com volume útil de 3 750 m3 e com planta

circular e possuem pontes raspadoras de fundo e de superfície. As lamas são encaminhadas

graviticamente para a estação elevatória de lamas secundárias que permite a recirculação de lamas

tanto para os tanques de areamento como a extração de lamas em excesso para o espessador.

É necessário que parte das lamas produzidas sejam recirculadas para montante do tanque de

arejamento de forma a manter a concentração adequada, enquanto as restantes em excesso são

elevadas para o reservatório de lamas mistas.

Na Tabela 4.7 estão sintetizadas as características dimensionais dos principais órgãos de tratamento

da fase líquida.

Tabela 4.7: Características dimensionais dos principais órgãos de tratamento da fase líquida. (Hidra 2007)

Órgão

Parâmetro Flotador

(2x) Tanque de

homogeneização Decantador

primário (2x) Tanque de arejamento

Decantador secundário (2x)

Comprimento [m]

26.45 60 26 46.5 35

Largura [m] 5.55 20 - 15.5 -

Profundidade [m]

1.8 3 3.9 4.5 3.9

Volume útil [m3]

264 3600 1750 3240 3175

Área superficial

[m2] - - 530 - 961

Inclinação do Fundo

- - 1:0.07 - 1:0.05

Figura 4.13: Imagem do tanque de arejamento (esquerda) e do decantador secundário (direita). (Rodrigues 2008)

43

4.2.2.1.3 Tratamento da fase sólida

As lamas resultantes do tratamento primário e secundário são encaminhadas para um reservatório de

lamas mistas onde através de uma estação elevatória são elevadas para um espessador, de forma

circular, com capacidade de 1 200 m3, onde são espessadas e são posteriormente bombadas para uma

centrífuga onde sofrem desidratação e por fim depositadas no aterro de Santo André. Na Figura 4.14

encontra-se o espessador de lamas utilizado.

Na Tabela 4.8 estão sintetizadas as características dimensionais dos principais órgãos de tratamento

da fase sólida.

Tabela 4.8: Características dimensionais dos principais órgãos de tratamento da fase sólida. (Hidra 2007)

Órgão Parâmetro Valor

Espessador

Diâmetro interior [m] 16.9

Diâmetro exterior da zona de entrada [m] 0.5

Profundidade [m] 3.5

Inclinação de fundo 1:0.05

Volume útil [m3] 795

Área superficial [m2] 227

Desidratação Carga hidráulica [m3/h] 12

Centrífuga Carga de sólidos [kg/h] 1200

By-pass à instalação

A ETAR de Ribeira dos Moinhos possui um sistema de recurso onde o afluente que chega à ETAR é

encaminhado para o destino final, sem realizar tratamento. Não é uma situação desejável mas pode

ocorrer caso haja algum tipo de anomalia em que não seja possível realizar o tratamento das águas

residuais.

Figura 4.14: Espessador de lamas da ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Rodrigues 2008)

44

4.2.3 Emissário submarino e descarga no meio recetor

Na ETAR de Ribeira dos Moinhos são tratadas em conjunto as águas residuais urbanas e industrias

que à semelhança das águas residuais salinas são conduzidas para o mar, por gravidade, através de

um emissário submarino. O emissário possui 2 480 m de comprimento, atingindo cerca de 40 m de

profundidade, com diâmetro de 1 100 mm, terminando com um difusor de 240 m, com 60 orifícios

laterais de DN 125 e o orifício final de DN 200, dimensionado para um caudal de 2 m3/s.

Foi construído em 1976 e os materiais utilizados no emissário são tubos de aço soldado com uma

espessura de 12.5 mm, protegidos no seu interior por produtos à base de resina epoxy com 0.5 mm de

espessura e no exterior por mantas de fibra de vidro impregnados de betume. O revestimento exterior

é formado através de uma camada contínua de betão. (Águas de Santo André S.A. 2014)

Em casos de aglomerados cuja localização seja perto da costa é optado usualmente pelo lançamento

das águas residuais para o oceano através de emissários submarinos. Para o efeito considera-se a

profundidade em que a descarga é realizada de forma a permitir a capacidade de diluição do campo

próximo (“near field”) do campo afastado (“far field”) (dispersão sequente) e também de autodepuração

dada a capacidade de assimilação do oceano em relação a poluentes. (Hidra 2007)

A diminuição da concentração de poluentes numa descarga submersa de efluentes em meio hídrico

ocorre em três fases.

A primeira fase ou diluição no campo próximo, onde o jato arrasta para o seu interior o fluido que o

envolve. A diluição inicial deve-se à turbulência provocada pela descarga e a ascensão vertical da

pluma devido à menor densidade do efluente em relação á água salgada.

A segunda fase denomina-se de dispersão sequente e ocorre devido à dispersão horizontal da mancha

resultante da fase anterior, devido à turbulência do meio ambiente provocada pela ondulação,

correntes, vento, etc. Na fase de diluição inicial e de dispersão sequente ocorrem processos químicos,

físicos e biológicos de autodepuração. (Hidra 2007)

Numa terceira fase, no caso dos poluentes não conservativos como é exemplo os coliformes fecais,

utilizado como indicador para a presença de microrganismos patogénicos, o meio marinho não é

favorável, levando à diminuição da sua concentração. (Pernagorda 1996)

Segundo o Decreto-Lei nº149/2004 de 22 de Junho que altera o Decreto-Lei nº 152/97 de 10 de junho,

que transpôs pelo direito interno a Direito nº 91/271/CEE, do Conselho, de 21 de maio, relativa ao

tratamento das águas residuais urbanas, aprovou uma lista de identificação de zonas sensíveis e

menos sensíveis. Foi identificada como zona menos sensível as águas costeiras em frente à zona

rochosa de Sines, que é relativamente próximo do local de descarga do emissário submarino, onde

existem condições favoráveis relativas à agitação e correntes.

45

4.2.4 Qualidade do efluente

A licença de utilização dos recursos hídricos para a rejeição do efluente tratado na ETAR de Ribeira

dos Moinhos foi emitida a 11 de agosto de 2011 pela Administração da Região Hidrográfica (ARH) do

Alentejo onde é válida por um período de dez anos, até 2021.

No presente alvará de licença é necessário obedecer a três diplomas que indicam as condições de

descarga a respeitar.

Decreto-Lei nº 152/97, de 19 de junho (designadamente o Anexo I, com a alteração introduzida

pelo Decreto-Lei nº 348/98, de 9 de novembro) que “transpõe para o direito interno a Diretiva

nº. 91/27/CEE, do Conselho, de 21 de maio de 1991, relativamente ao tratamento de águas

residuais urbanas”.

Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de agosto (designadamente o Anexo XVIII), que “estabelece

normas, critérios e objetivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e

melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos”;

Portaria nº 50/2005, de 20 de janeiro (designadamente o Anexo I) que possui as obrigações da

Diretiva nº 76/464/CEE “relativa à poluição causada por determinadas substâncias lançadas

no meio aquático”.

Na Tabela 4.9 estão definidas as condições de rejeição estabelecidas na licença de utilização.

Tabela 4.9: Condições de rejeição de águas residuais da licença de utilização. (Águas de Santo André S.A.

2014)

Parâmetro

Valor limite de emissão Legislação

aplicável Percentagem mínima

de remoção (%) VLE

CBO5 (20ºC) 70 - (b)

CQO 75 - (b)

pH - 6,0 – 9,0 (a)

Alumínio - 10 mg /L Al (a)

Ferro total - 2 mg/L Fe (a)

Manganês total - 2 mg/L Mn (a)

Fenóis - 0,5 mg/L C5H5OH (a)

Óleos e Gorduras - 15 mg/L (a)

Sulfuretos - 1,0 mg/L S (a)

Sulfatos - 2.000 mg/L SO4 (a)

Nitratos - 50 mg/L NO3 (a)

Arsénio total - 1,0 mg/L As (a)

Chumbo total - 1,0 mg/L Pb (a)

Cádmio total - 0,2 mg/L Cd (a)

Crómio total - 2,0 mg/L Cr (a)

Cobre total - 1,0 mg/L Cu (a)

Níquel total - 2,0 mg/L Ni (a)

Mercúrio total - 0,05 mg/L Hg (a)

46

Cianetos totais - 0,5 mg/L CN (a)

Óleos minerais - 15 mg/L (a)

Detergentes - 2,0 mg/L (a)

Fósforo total - 10 mg/L (c)

Naftaleno - 1,5 mg/L (c)

NOTAS:

(a) Anexo XVIII do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto

(b) Anexo I do Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de junho, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 346/98, de 9 de

novembro, 149/2004, de 22 de junho, e 198/2008, de 8 de outubro);

(c) Anexo I da Portaria n.º 50/2005, de 20 de janeiro.

A maioria dos valores limite de emissão (VLE) fixados para os parâmetros encontram-se no anexo XVIII

do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto. No entanto para o caso dos parâmetros CQO e CBO5 são

definidas pelo Decreto-Lei nº.152/97 as percentagens mínimas de remoção, enquanto no na Portaria

nº 50/2005 são impostos os valores limite de emissão para os parâmetros fósforo total e naftaleno.

Aceitação de efluentes industriais

De acordo com o RARISA – regulamento de recolha e tratamento de água residual industrial do sistema

de Santo André as indústrias, de acordo com os efluentes produzidos, ficam sujeitas a um tarifário

associado a classes de descarga, que reflete o custo de tratamento a operar na ETAR de Ribeira de

Moinhos. A Tabela 4.10 classifica as águas industriais em diferentes classes.

Tabela 4.10: Classificação da água residual industrial. (Águas de Santo André S.A. 2014)

Parâmetro Unidade Classes Descarga

penalizante I II III IV V

pH Escala de

Sörensen

≥6 ou

≤9

≥6 ou

≤9

≥6 ou

≤9 ≥6 ou ≤9 ≥6 ou ≤9 <4.5 ou >10

CQO mg/L <150 ≥150 e

<300

≥300 e

<600

≥600 e

<1000

≥1000 e

≤2000 > 2000

SST mg/L <100 ≥100 e

<200

≥200 e

<300

≥300 e

<500

≥500 e

≤1000 > 1000

O&G mg/L <5 ≥5 e

<20

≥20 e

<35

≥35 e

<50

≥50 e

≤100 > 100

Sulfuretos mg/L <2 ≥2 e <4 ≥4 e <7 ≥7 e <10 ≥10 e ≤20 > 20

Fenóis mg/L <5 ≥5 e

<10

≥10 e

<15

≥15 e

<20 ≥20 e ≤40 > 40

Também é estabelecido pelo RARISA os valores limites de emissão de parâmetros de água residuais

industrial descarregada no sistema, apresentado na Tabela 4.11.

47

Tabela 4.11: Valores Limite de Emissão de parâmetros de água residual industrial descarregada no sistema de

água residual. (Hidra 2007)

Parâmetro Unidade VLE

pH Escala Sörensen 4.5 - 10

Temperatura ºC 40

CBO5 (20ºC) mg O2/L 500

CQO mg O2/L 2 000

SST mg SST/L 1 000

O&G mg/L 100

Óleos minerais mg/L 15

Detergentes (lauril-sulfatos) mg/L 10

Sulfuretos mg S/L 20

Compostos fenólicos mg C6H5OH/L 40

Azoto amoniacal mg N/L 125

Azoto total mg N/L 190

Fósforo total mg P/L 20

Sulfatos mg SO4/L 2 000

Cloretos mg/L 1 000

Coliformes fecais mg/L 10

Condutividade Us/cm 3 000

Alumínio total mg Al/L 10

Ferro total mg Fe/L 2

Manganês total mg Mn/L 2

Arsénio total mg As/L 1

Cádmio total mg Cd/L 0.2

Chumbo total mg Pb/L 1

Crómio total mg Cr/L 2

Crómio mg Cr (VI)/L 0.1

Mercúrio total mg Hg/L 0.05

Níquel total mg Ni/L 2

Zinco total mg Zn/L 2

Cobre total mg Cu/L 1

Cianetos totais mg Cn/L 0.5

Selénio mg Se/L 0.05

DDT ug/L 0.2

1,2 - dicloroetano mg/L 0.2

Ao longo dos anos tem ocorrido uma evolução significativa nas cargas poluentes produzidas no sistema

de águas residuais, relativamente aos parâmetros CQO, CBO5, sólidos suspenso totais (SST) e em

óleos e gorduras (O&G).

Na Figura 4.15 observa-se um aumento das cargas poluentes relativas aos parâmetros CQO, CBO5,

sólidos suspensos totais (SST) e em óleos e gorduras (O&G), sendo menos significativo no parâmetro

48

N-Total. Nos parâmetros fenóis e sulfuretos, os seus valores têm decrescido ao longo do período em

análise, de 2009 a 2013.

Figura 4.15: Histórico de cargas poluentes geradas pelos principais utilizadores do sistema de águas residuais

industriais. (Águas de Santo André S.A. 2014)

Na Figura 4.16 mostra-se a evolução temporal das cargas poluentes que afluem à ETAR de Ribeira

dos Moinhos de 2005 a 2013. Ao longo do período de análise, as cargas orgânicas (CBO5 e CQO) têm

sofrido um aumento, sendo mais significativo a partir de 2010, sendo que a carga de CBO5 aumentou

em cerca de 50% e a carga de CQO sofreu um aumento de 30%. Nas figuras anteriores é ainda possível

verificar um “pico” nas cargas orgânicas em 2012, devido à entrada em funcionamento da Artlant e da

ampliação da refinaria da Galp. A afluência das águas residuais urbanas da cidade de Santiago do

Cacém fez aumentar a carga afluente de CBO5 à ETAR, no ano de 2011.

Figura 4.16: Histórico de cargas poluentes afluentes à ETAR de Ribeira dos Moinhos. (Águas de Santo André

S.A. 2014)

49

São apresentadas nas Tabelas 4.12 e 4.13 as concentrações dos principais parâmetros relativos à

qualidade das águas residuais industriais e relativos às águas residuais domésticas, afluentes ao

sistema.

Tabela 4.12: Concentrações médias dos parâmetros de qualidade da água residual industrial, em 2014 (Dados

AdSA 2014).

Parâmetro Unidades Petrogal Repsol Euroresinas Artlant Enerfuel

CQO mg/L 363.2 88.1 355.5 137.2 1 937.1

Óleos mg/L 19.4 0.6 0.9 0.7 225.8

SST mg/L 47.8 23.0 58.4 32.5 191.4

Sulfuretos mg/L 1.1 0.1 0.3 0.26 1.0

Fenóis mg/L 3.2 0.1 0.4 0.1 0.4

CBO5 mg/L 90.1 15.5 53.8 38.5 659.5

Azoto Amoniacal mg NH4/L 64.8 7.1 27.5 1.5 51.1

Azoto Total mg N/L 70.9 15.3 216.0 77.4 61.8

Tabela 4.13: Concentrações médias dos parâmetros de qualidade da água residual doméstica, em 2014. (Dados

AdSA 2014)

Parâmetro Unidades Sines Santo André Santiago do Cacém RESIM

CQO mg/L 440.0 550.0 475.0 630.0

Óleos mg/L 37.0 37.5 44.7 5.4

SST mg/L 121.8 134.5 134.5 123.5

Sulfuretos mg/L 0.6 0.8 3.6 0.3

Fenóis mg/L 0.1 0.2 0.1 0.2

CBO5 mg/L 172.0 249.5 211.8 111.0

Azoto Amoniacal mg NH4/L 46.8 63.8 42.5 268.8

Azoto Total mg N/L 70.5 83.5 54.3 163.5

Na generalidade, os valores apresentados para as concentrações médias dos parâmetros da qualidade

da água residual industrial e doméstica encontram-se dentro dos valores regulamentados, tendo havido

descarga penalizante para a indústria Enerfuel para os parâmetros de óleos e CB05. Também nos

casos dos efluentes provenientes do aterro sanitário industrial (RESIM) o parâmetro do azoto amoniacal

encontra-se superior ao valor limite regulamentado.

50

51

5 Descrição do programa SWMM

Desenvolvido pela EPA (US Environmental Protection Agency) o programa SWMM (“Storm Water

Management Model”) é um modelo dinâmico 1D destinado à simulação do escoamento superficial e

transporte de poluentes, à superfície das bacias de drenagem e no interior dos coletores de sistemas

de águas residuais e pluviais.

Foi desenvolvido em 1971 pela USA Environmental Protection Agency (EPA) em parceria com a CDM,

Inc, uma empresa de consultoria, engenharia, construção e de operação, tendo sofrido diversas

atualizações, sendo atualmente a versão 5.1.007 a mais recente, utilizada pelo Windows,

disponibilizado de forma gratuita.

O programa tem como objetivo a análise do comportamento hidráulico e de alguns aspetos de

qualidade da água onde permite criar e editar os componentes da rede de estudo, de forma a realizar

simulações hidráulicas e de qualidade de água com relativa facilidade de visualização dos resultados,

que podem ser apresentados em mapas de rede com recursos a códigos de cores, tabelas de dados e

gráficos com séries temporais e estatísticas. (APESB & LNEC 2015)

Devido às suas funcionalidades pode ser utilizado no desenvolvimento de planos estratégicos para

sistemas de águas residuais e pluviais, avaliação da rede existente e melhoramento da mesma.

De acordo com Rossman a estrutura do modelo SWMM módulos, sendo constituído por quatro módulos

computacionais (Runoff, Transport, Extran e Storage/Treatment) e cinco módulos de serviço (Statistcs,

Graph, Combine, Rain, Temperature), além do módulo Executivo, como apresentado na Figura 5.1.

Os módulos computacionais realizam as principais rotinas de cálculo do modelo, o módulo Runoff

transforma a precipitação em escoamento, o módulo Transport que se refere à propagação na rede de

drenagem de acordo com o conceito da onda cinemática, o módulo Extran (“Extented Transport

Figura 5.1: Relação entre os módulos estruturais do SWMM. (Meller 2004)

52

Module”) que realiza a modelação hidrodinâmica nos coletores e canais, e ainda o módulo

Storage/Treatment relativo à qualidade da água.

Os módulos de serviço funcionam como auxiliares dos módulos computacionais realizando tarefas

como a organização da ordem das simulações realizadas (Combine), dos dados de precipitação (Rain)

e de temperatura (Temperature), para que no final das simulações os resultados sejam apresentados

na forma de gráficos (Graph) e de análises estatísticas (Statistics). (Ensinas 2009)

5.1 Princípios dos modelos de drenagem urbana

O modelo de drenagem urbana tem como base o modelo hidrológico para a transformação da

precipitação em escoamento superficial e de um modelo hidráulico de propagação do escoamento na

rede de coletores e condutas. Da mesma forma para construir um modelo de modelação como o SWMM

é necessário ter em consideração os princípios inerentes aos modelos hidrológico e hidráulico.

Modelo hidrológico

O modelo hidrológico é responsável por criar hidrogramas de escoamento superficial, através dos

dados de precipitação e de características geométricas, morfológicas e hidrológicas das bacias

afluentes ao sistema. As perdas de precipitação para o escoamento corresponde à diferença entre a

precipitação total associada ao evento pluvioso e a precipitação efetiva, associados a processos de

interceção, infiltração, evaporação e evapotranspiração. (Ensinas 2009)

De forma a realizar o cálculo da precipitação efetiva é frequente a utilização do modelo do hidrograma

unitário e modelos de infiltração. Os modelos de infiltração mais usuais são o modelo de Horton, modelo

de Green e Ampt e o modelo do Soil Conservation Service.

Modelo do hidrograma unitário – Permite obter hidrogramas de cheias resultantes de

acontecimentos pluviosos. O hidrograma unitário com a duração D é o hidrograma do

escoamento direto provocado por uma secção de um curso de água por uma precipitação útil

ou efetiva, considerada unitária, com intensidade constante ao longo do tempo e

aproximadamente uniforme sobre a bacia hidrográfica e com duração D. (Ensinas 2009)

Modelo de Horton – A infiltração decresce exponencialmente desde um valor inicial máximo

até um valor mínimo ao longo de um evento pluvioso. Para este método são necessários os

seguintes parâmetros de entrada: taxa de infiltração máxima e mínima, coeficiente de

decaimento, tempo necessário para a secar o solo completamente saturado. (Rossman 2010)

Modelo de Green e Ampt – De forma a modelar a infiltração este método considera a existência

de uma frente húmida na coluna de solo que separa a camada de solo com a unidade inicial

de outra camada situada na parte superior onde o solo é saturado, Os parâmetros necessários

são o valor do défice inicial da unidade do solo, condutividade hidráulica do solo e o potencial

matricial na frente de humedecimento. (Rossman 2010)

53

Modelo do SCS (Soil Conservation Service) – Considera que a capacidade total de infiltração

do solo pode ser obtida através da tabela de Curva-Número (CN), que é um parâmetro empírico

utilizado para prever o caudal de escoamento superficial em função do volume precipitado.

Durante um evento pluvioso a capacidade total de infiltração vai diminuindo em função da

chuva acumulada e da capacidade de infiltração. Para aplicar este método é necessário o

número (CN) e o tempo necessário para o solo saturado secar completamente.(Rossman 2010)

Modelo de escoamento hidráulico

O modelo hidráulico é responsável pela propagação do escoamento em toda a rede de drenagem até

chegar ao destino final, sendo usualmente considerado um escoamento numa só dimensão e em

superfície livre. De forma a caracterizar este tipo de escoamento são utilizadas as equações de Saint

Venant que se baseiam na equação da continuidade e na equação da conservação da quantidade do

movimento que tem como base a 2ª lei de Newton. (Meller 2004)

Equação da continuidade

𝜕𝑄

𝜕𝑥+

𝜕𝐴

𝜕𝑡= 0

Equação da conservação da quantidade de movimento

𝜕𝑄

𝜕𝑡+

𝜕𝑄2

𝐴𝜕𝑡

+ 𝑔𝐴𝜕ℎ

𝜕𝑥= 𝑔𝐴 (𝑙0 − 𝑙𝑓)

Onde:

Q – caudal (m3/s);

A – secção do escoamento (m2);

h – altura do escoamento (m);

g – aceleração da gravidade (m2/s);

x – distância na direção do escoamento (m);

t – tempo (s);

I0 – declive do leito (-);

If – declive da linha de energia (-).

Forças

gravitacionais

e de atrito

Forças de

inércia

Forças de

pressão

54

De forma a utilizar as equações de Saint Venant a condutas sob pressão é aplicado o conceito de

“fenda de Preissmann” que se baseia a introdução de uma fenda vertical na geratriz superior da

tubagem. Esta aproximação permite que as equações anteriores possam ser utilizadas tanto na

modelação em superfície livre como em pressão. (Ensinas 2009)

Tendo como base as equações Saint Venant são definidos os modelos de propagação do escoamento

na rede de coletores, na forma simplificada ou completa. Nas formas simplificadas existem os modelos

cinemático e difusivo e na forma completa o modelo dinâmico.

Modelo cinemático

O modelo cinemático considera a equação da continuidade e os termos relativos às forças

gravitacionais e de atrito da equação da conservação da quantidade do movimento. Este modelo tem

em conta efeitos de armazenamento e permite a simulação de fenómenos de atenuação. Em

contrapartida não permite modelar os efeitos de inversão do escoamento e influências de jusante

(comum em regimes lentos) ou ainda em situações em que os hidrogramas afluentes apresentam

variações acentuadas ao longo do tempo, levando a acelerações de inércia não desprezáveis. (Ferreira

2006)

Modelo difusivo

O modelo difusivo inclui as forças de atrito, gravidade e de pressão. Permite que sejam simulados

efeitos de propagação das ondas dinâmicas para jusante, considera ainda efeitos de regolfo e

escoamentos em pressão. Possui pouca precisão em hidrogramas com crescimento rápido pois não

contempla os termos de inércia, devendo aplicar-se a ondas moderadamente variáveis no tempo.

(Ferreira 2006)

Modelo dinâmico

O modelo dinâmico é o mais completo pois engloba as equações da continuidade e a da conservação

da quantidade de movimento incluindo todos os efeitos, desde efeitos de propagação das ondas

dinâmicas para jusante e para montante, efeitos de amortecimento, atraso e deformação nas variações

de caudal e na altura de escoamento ao longo dos coletores, bem como os efeitos de regolfo. Permite

a inversão do sentido do escoamento em troços de coletores, sendo o único modelo que representa a

propagação das ondas para montante pois inclui o termo das forças de atrito completo. (Ferreira 2006)

55

5.2 Componentes do sistema

De forma a simular no SWMM o comportamento das redes de drenagem é necessário caracterizar os

componentes físicos que compõem, desde udómetros, bacias pluviais, câmaras de visita, coletores,

descarregadores, poços de bombagem, grupos eletrobomba e pontos de rejeição.

Udómetro (Rain Gages)

Equipamento que regista a precipitação pontual em qualquer ponto do território. O programa necessita

de que seja definido o tipo de dados de precipitação, como por exemplo a intensidade da precipitação,

volume ou volume acumulado, o intervalo de tempo dos dados fornecidos e ainda a origem dos mesmos

(série temporal ou arquivo externo).

Bacia pluvial (Subcatchments)

As bacias pluviais são unidades hidrológicas de terreno cujas características como a topografia e tipo

e uso do solo influenciam o escoamento na rede de drenagem. No programa as bacias são dividas

consoante a sua permeabilidade, permeáveis ou impermeáveis. As sub-bacias permeáveis podem

conter ou não sub-áreas com armazenamento enquanto as sub-bacias impermeáveis só podem existir

em sub-áreas impermeáveis com armazenamento. Em eventos pluviosos, parte da precipitação é

retirada das zonas com armazenamento, quando esta excede a capacidade de armazenamento passa

a existir escoamento superficial, sendo encaminhado para o ponto de entrada na rede de drenagem.

A infiltração no solo corresponde a perdas de precipitação associadas às áreas permeáveis das bacias.

Pode ser modelada através de três modelos diferentes (Modelo de Horton, Modelo de Green e Ampt e

Modelo do Soil Conservation Service).

São necessários os seguintes dados de entrada:

atribuição de um udómetro a cada bacia;

área da bacia (m2);

largura média da bacia (m), obtida a partir da relação entre a área da bacia e a máxima

distância da bacia, medida entre o ponto mais afastado da descarga e a própria descarga;

declive da bacia pluvial (%);

percentagem da área impermeável e da área impermeável sem armazenamento (%);

coeficiente de rugosidade de Manning para o escoamento superficial, para áreas permeáveis

como impermeáveis (s/m1/3);

altura de armazenamento sobre a área impermeável da bacia (mm);

propagação do escoamento segundo as subáreas permeáveis e impermeáveis;

parâmetros do escoamento subterrâneo;

56

ocupação do solo;

quantidade de sedimentos acumulados ao longo da bacia;

modelo de infiltração (Modelo de Horton, Modelo de Green e Ampt ou Modelo do Soil

Conservation Service).

Câmaras de visita (Junctions)

Os nós no sistema de drenagem são câmaras de visita onde podem ser inseridas as afluências do

sistema. Quando as câmaras de visita ficam com excesso de água, o sistema fica em carga.

Para caracterizar as câmaras de visita são necessárias as seguintes informações:

cota de soleira (m)

profundidade de soleira (m)

afluências (m3/s)

área superficial inundada (m3)

altura em carga (m)

Coletores (Links)

Os coletores são representados no programa como a ligação entre os dois nós, existindo diversas

geometria pré-definidas, secções abertas e fechadas e outras de geometria irregular para simular

canais naturais. De forma a expressar a relação entre o caudal que circula (Q), a sua área de secção

transversal (A), raio hidráulico (R) e o declive (S) é utilizada a equação de Manning, que pode ser

aplicada a canais abertos e a coletores fechados parcialmente cheios.

𝑄 =1

𝑛𝐴𝑅

2

3𝑆1

2

A equação de Manning, n representa o coeficiente de rugosidade de Manning. Os principais

parâmetros de entrada são:

cota de montante e jusante do colector, no caso de se utilizar a opção elevation, e altura de

queda (caso exista diferença entre a cota de entrada e de saída do coletor), no caso de se

escolher a opção depth (m);

comprimento do colector (m)

coeficiente de Manning do coletor (s/m1/3);

secção transversal do coletor e as suas dimensões (m);

57

Descarregadores (Weirs)

Os descarregadores permitem a descarga de caudais em excesso face à capacidade hidráulica das

infraestruturas a jusante. No programa são representados através de uma ligação entre dois nós, sendo

que o descarregador fica associado ao nó a montante. Existem vários tipos de descarregadores com

formas de secção transversal e leis de vazão distintos. Os descarregadores transversais e de descarga

lateral têm a secção transversal na forma retangular enquanto os descarregadores em V e trapezoidal

têm a secção transversal na forma triangular e trapezoidal, respetivamente.

São necessários os seguintes dados de entrada:

tipo de descarregador; o comprimento (m);

altura livre (m); o declive das paredes;

coeficiente de vazão;

presença ou não de um dispositivo que impeça o retorno do escoamento.

Unidade de armazenamento (Storage Unit)

Para o programa as unidades de armazenamento são nós do sistema que têm capacidade de

armazenamento. Podem ser utilizados como simples unidades de armazenamento como também

podem ser utilizados como poços de bombagem de forma a elevar as águas residuais ao longo de um

coletor.

Um sistema de bombagem é caracterizado através do coletor e grupo eletrobomba, sendo que esta

associação deve-se ao facto do programa SWMM não modelar condutas em pressão, sendo apenas

modelado o ponto inicial e final, isto é, entre o poço de bombagem e uma câmara de visita, onde começa

o sistema gravítico.

Para caracterizar o sistema de bombagem é necessário conhecer os seguintes dados:

cota de soleira (m);

Profundidade (m)

afluências (m3/s);

forma geométrica do poço de bombagem;

área superficial inundada (m2)

Grupo eletrobomba (Pumps)

O funcionamento dos grupos eletrobomba caracterizam-se pela curva característica associada (H,Q).

As curvas das bombas podem ser definidas através dos seguintes tipos:

Tipo I – Apresenta o caudal em função do volume, em que o caudal aumenta de forma discreta,

sob a forma de patamares, em relação ao volume de água disponível para ser bombado.

Tipo II – O caudal aumenta sob a forma de patamares em função do aumento da profundidade

da água existente no poço de bombagem.

58

Tipo III – O caudal varia de forma contínua com a diferença de níveis de água entre os nós de

entrada e saída. Corresponde à cuva característica da bomba identificada pelo fabricante.

Tipo IV – O caudal varia de forma continua em função da profundidade da água existente no

nó de entrada.

Para caracterizar um grupo eletrobomba é necessário, para além da curva característica, referir o

estado inicial do grupo (ligado/desligado). Também é necessário definir através das regras de controlo

(control curves), o modo de funcionamento das bombas e as cotas de arranque e de paragem de cada

grupo.

Pontos de rejeição (Outfalls)

Os pontos de rejeição são nós terminais do sistema, ou seja, são os locais de saída de caudal do

sistema de drenagem, que permitem definir as condições de fronteira entre a descarga e o meio recetor.

Para outros modelos de propagação do escoamento os ponto de rejeição funcionam como câmaras de

visita. O programa apenas permite uma ligação ao ponto de rejeição.

Os parâmetros de entrada para definir um ponto de rejeição são:

cota da soleira (m);

afluências (m3/s);

tipo de descarga;

condições de fronteira;

retorno ou não de caudal

De forma a apresentar as entradas de águas residuais e/ou pluviais o sistema permite que sejam

definidas como padrões de tempo definido para cada entrada específica no sistema, sejam em câmaras

de visita, poços de bombagem e pontos de rejeição.

59

6 Aplicação do SWMM ao caso de estudo

6.1 Aspetos gerais

Segundo David 2005 a metodologia para a aplicação do SWMM a um caso de estudo passa por seis

etapas diferentes apresentadas na Figura 6.1.

O processo de recolha de informação desenvolveu-se com algumas dificuldades devido à carência de

se dispor de um cadastro estruturado. O primeiro passo relativo à recolha de informação cadastral foi

realizado nas instalações das Águas de Santo André através do programa de sistema de informação

geográfica InterAquaTM que tinha alguma informação do cadastro disponível. Os elementos em falta

foram complementados com recurso a perfis longitudinais disponíveis no arquivo das instalações.

O modelo fica construído após a inserção das informações recolhidas referentes às câmaras de visita,

intercetores, estações elevatórias e bacias de armazenamento. Para realizar a quarta etapa da

metodologia foram utilizados os valores obtidos nos medidores de caudal do sistema foram também

disponibilizados pelas Águas de Santo André S.A.

O udómetro escolhido localiza-se na ZILS em Sines, sendo a estação meteorológica que mais se

adequa devido à proximidade ao sistema. Os dados relativos à precipitação foram obtidos através do

site meteorológico Weather Underground 2015. Na Figura 6.3 encontra-se a localização da estação

meteorológica escolhida.

A calibração do cenário de tempo húmido foi difícil devido à falta de dados sobre as bacias de drenagem

para cada afluência ao sistema, sendo que o sistema é teoricamente separativo. Apenas foi feita uma

estimativa do que poderia ocorrer na refinaria, sendo o que emite o caudal mais elevado de todo o

sistema, sendo explicado mais à frente. Procedeu-se à validação do programa e posterior simulação

de diferentes cenários de relevo, sendo avaliadas as respostas do sistema a diferentes solicitações.

Recolha de informação cadastral

Actualização do cadastro e

verificação da informação

Construção do modelo

Monitorização de caudais/precipitação

CalibraçãoVerificaçãoSimulação de

diferentes cenários

Figura 6.1: Esquema da metodologia adotada na aplicação do SWMM ao caso de estudo. (David 2005)

60

Na Figura 6.2 encontra-se representado o esquema de águas residuais realizado no programa SWMM.

Figura 6.2 – Esquema do sistema de águas residuais da Águas de Santo André em SWMM.

Figura 6.3: Localização da estação meteorológica de Sines. (Weather Underground 2015)

Figura 6.2: Esquema do sistema de águas residuais da Águas de Santo André em SWMM.

61

6.2 Cenários de simulação

A necessidade de intervenções no sistema originou paragens de funcionamento da ETAR de Ribeira

dos Moinhos. Desta forma pretende-se avaliar o comportamento do sistema quando sujeito a

acontecimentos de diferentes origens. Os cinco cenários simulados foram:

Cenário A – Cenário com as afluências ao sistema consoante o caudal médio diário de cada

contribuidor, segundo a curva padrão de tempo seco;

Cenário B – Cenário de tempo seco extremo onde as afluências ao sistema correspondem ao

dobro do caudal médio diário de cada contribuidor, segundo a curva padrão de tempo seco:

Cenário C – Cenário em tempo húmido, com eventos pluviosos ocorridos no período de 15 a

19 de janeiro de 2015, com as afluências médias diárias para o período de análise em cada

ponto do sistema, segundo a curva padrão de tempo seco;

Cenário D – Cenário que representa uma situação extraordinária, onde as afluências ao

sistema são consoante o caudal médio diário de cada contribuidor, segundo a curva padrão de

tempo seco, com interrupção da estação elevatória ZIP1 durante 6 horas;

Cenário E – Cenário com paragem da ETAR durante 2, 4 e 6 horas, com as afluências ao

sistema consoante o caudal médio diário de cada contribuidor, segundo a curva padrão de

tempo seco

O padrão de afluência ao sistema tem como base o padrão de tempo seco do caudal horário afluente

à ETAR, medido à entrada da mesma, de forma a simular o comportamento diário.

A Figura 6.4 representa a variação dos caudais afluentes à ETAR relativos a um período de tempo

seco, sem ocorrência de precipitação ao longo das quatro semanas antecedentes ao período de análise

escolhido, entre 25 de maio e 10 de junho de 2015.

No programa, para que os efluentes sejam descarregados no sistema segundo a curva média diária

estimada, são calculados os coeficientes que explicitem a variação em relação ao caudal médio diário

para cada intervalo horário como apresentado na Figura 6.5. Observa-se que a variação é muito

500

550

600

650

700

750

0 4 8 12 16 20 24

Cau

da

l m

éd

io (

m3)

t (h)

Curva média diária Caudal médio diário

Figura 6.4: Curva média diária dos caudais afluentes à ETAR, em tempo seco.

62

pequena, o que reflete amortecimento ao longo do percurso. Ou seja, as afluências uma a uma,

apresentarão maior variabilidade.

Os valores médios descarregados em tempo seco por cada entidade em análise estão identificados na

Tabela 6.1 e Tabela 6.2.

Tabela 6.1: Valores médios para os caudais industriais afluentes ao sistema em tempo seco.

Refinaria Repsol Euroresinas Enerfuel Air

Liquide Aterro Atlant

Cenário

A,D,E

Caudal

[L/s] 90.77 29.81 1.78 0.63 0.11 0.07 0.03

Cenário B Caudal

[L/s] 181.54 59.62 3.56 1.26 0.22 0.14 0.06

Tabela 6.2: Valores médios para os caudais domésticos afluentes ao sistema em tempo seco.

Sines Santo André Santigo do Cacém

Cenário A,D,E Caudal [L/s] 21.78 16.85 9.28

Cenário B Caudal [L/s] 43.56 33.70 18.56

Relativamente ao cenário C, na Figura 6.6 é apresentado o gráfico com a intensidade de precipitação

horária nos dias de análise (15 a 19 de janeiro de 2015) que correspondem aos eventos com maior

relevo que ocorreram no presente ano.

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Co

efi

cie

nte

s

t (h)

Coeficientes Coeficiente unitário

Figura 6.5: Coeficientes horários resultantes da curva média diária de afluência à ETAR.

63

Figura 6.6: Intensidade de precipitação horária nos dias de 15 a 19 de Janeiro medidos na ZILS. (Weather

Underground 2015)

Como observado na Figura 6.7, entre novembro de 2013 e setembro de 2015, período com informação

meteorológica disponível, ocorreram 222 dias de precipitação sendo que apenas 9 obtiveram

precipitações acumuladas superiores à obtida no dia 18 de janeiro de 2015 (16.3 mm) e registando-se

17 eventos acima de 11.7 mm, precipitação acumulada registada em 15 de janeiro de 2015. Os valores

registados nos dias de menor precipitação, 16 e 17 de janeiro com 3.6 mm e 7.9 mm, foram superados

32 vezes e 60 vezes, respetivamente.

Figura 6.7: Precipitação diária acumulada entre novembro de 2013 e setembro de 2015 (222 dias de

precipitação).

0

1

2

3

4

5

6

00

:00

04

:00

08

:00

12

:00

16

:00

20

:00

00

:00

03

:00

07

:00

11

:00

15

:00

19

:00

23

:00

02

:00

06

:00

10

:00

14

:00

18

:00

22

:00

01

:00

05

:00

09

:00

13

:00

17

:00

21

:00

00

:00

04

:00

08

:00

12

:00

16

:00

20

:00

00

:00

15/jan 16/jan 17/jan 18/jan 19/jan

Inte

ns

ida

de

(m

m/h

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Pre

cip

ita

çã

o a

cu

mu

lad

a

diá

ria

(m

m)

15/jan 16/jan 17/jan 18/jan Eventos pluviosos

64

Para o cenário C foram introduzidos no programa os caudais apresentados na Tabela 6.3 e Tabela 6.4.

Tabela 6.3: Caudais industriais afluentes ao sistema em tempo húmido dos dias 15 a 19 de janeiro de 2015.

Refinaria Repsol Euroresinas Enerfuel Air

Liquide Aterro Atlant

15/jan Caudal

[L/s] 110.42 15.90 3.75 0.65 0.07 0.40 0.04

16/jan Caudal

[L/s] 113.09 39.32 3.70 0.59 0.07 0.40 0.59

17/jan Caudal

[L/s] 147.75 34.07 4.49 0.59 0.07 0.40 0.03

18/jan Caudal

[L/s] 133.44 34.07 4.38 0.77 0.04 0.40 0.66

19/jan Caudal

[L/s] 83.22 39.06 2.31 0.38 0.01 0.40 0.49

Tabela 6.4: Caudais domésticos afluentes ao sistema em tempo húmido dos dias 15 a 19 de janeiro de 2015.

Sines Santo André Santigo do Cacém

15/jan Caudal [L/s] 24.39 12.92 24.39

16/jan Caudal [L/s] 34.09 24.39 10.48

17/jan Caudal [L/s] 38.76 34.09 16.48

18/jan Caudal [L/s] 30.76 38.76 16.54

19/jan Caudal [L/s 28.03 30.76 13.18

Como o sistema em análise é fundamentalmente separativo, os caudais afluentes nos cenários de

tempo seco e tempo húmido não demostram, na verdade, uma variação relevante.

No cenário C apenas foi feita a calibração da bacia pluvial que drena para a bacia de tempestade, que

recebe as águas contaminadas resultantes dos eventos pluviosos em análise. Esta calibração envolveu

diversas tentativas, alterando os parâmetros de calibração escolhidos, impermeabilização do terreno,

altura de água inicial na bacia de tempestade e os níveis de água na bacia durante os 5 dias de análise,

de forma a obter o menor erro possível.

Os caudais simulados foram obtidos através da calibração efetuada, sendo que se considerou que

apenas 100.8 hectares, que correspondem a 30% da área total da refinaria, contribuem para a bacia

pluvial que origina águas pluviais potencialmente contaminadas. Dessa área considerou-se avaliando

a ocupação local, que apenas 20% da área do terreno é impermeável, presente na Tabela 6.5.

Tabela 6.5: Características da bacia pluvial referente à refinaria da Galp.

Área (ha) % Impermeabilização

Bacia pluvial refinaria 100.8 20

65

Na Tabela 6.6 são referidos os caudais medidos disponibilizados pela AdSA, os caudais obtidos por

simulação e os respetivos caudais pluviais simulados e medidos em relação ao caudal médio de tempo

seco, 90.77 L/s. No caso do dia 19 de janeiro, o caudal medido registado é inferior ao caudal médio de

tempo seco.

Tabela 6.6: Valores dos caudais medidos e simulados e dos respetivos caudais pluviais e erro associado.

Dia de

simulação

Caudal

simulado

(L/s)

Caudal medido

(L/s)

Caudal pluvial simulado

(L/s)

Caudal pluvial medido

(L/s)

%

erro

15/jan 111.35 110.42 20.58 19.65 5%

16/jan 112.86 113.09 22.09 22.32 -1%

17/jan 148.83 147.75 58.06 56.98 2%

18/jan 132.12 133.44 41.35 42.67 -3%

19/jan 83.54 82.22 1.32 1.32 0%

As tentativas efetuadas para a calibração desta bacia de tempestade presente na refinaria da Galp

tinham como objetivo a obtenção do menor erro. As dimensões da bacia de tempestade e unidades de

pré-tratamento da refinaria encontram-se na Tabela 6.7.

Tabela 6.7: Dimensões da bacia de tempestade e unidades de pré-tratamento da refinaria da Galp.

Bacia de tempestade Flotador BAC BPT

Dimensões (m) 75m x 35m x 8m 35m x 20m x 8.6m 85m x 10m x 8.2m 25m x 10m x 8.4m

As unidades de pré-tratamento consideraram-se sempre cheias e que a descarga ocorria à superfície.

As restantes regras de exploração obtidas encontram-se explicitadas na apresentação dos resultados

do cenário C.

6.3 Apresentação e discussão de resultados

Os resultados obtidos das simulações dos diferentes cenários são apresentados consoante a

relevância do local do sistema e de forma a mostrar o comportamento do mesmo, quando sujeito a

diferentes solicitações. Devido à respetiva semelhança, os cenários A, B e D são apresentados em

conjunto, restando os cenários C e E que são apresentados em separado.

6.3.1 Cenários A, B e D

Nos cenários em análise são apresentados os resultados referentes aos efluentes industriais à saída

da refinaria da Galp, na E.E. ZIP1, na bacia de retenção, na E.E. ZIP3 e nos pontos afluentes ao sistema

das águas residuais domésticas provenientes de Santo André, Santiago do Cacém e Sines. Até à

chegada à ETAR as câmaras de reunião intermédia e geral também são foco de análise.

66

Refinaria da Galp

O caudal proveniente da refinaria da Galp é o principal contribuinte para o sistema sendo o caudal

médio nos cenários A e D é em média de 90.77 L/s, enquanto no cenário B atinge valores médios de

181.54 L/s, o dobro dos cenários A e D, como apresentado na Figura 6.8.

Figura 6.8: Caudal afluente ao sistema medido à saída da refinaria da Galp nos cenários A, B e D.

E.E. ZIP1

Na estação elevatória ZIP1 os caudais apresentados no cenário B são o dobro do caudal afluente no

cenário A. No cenário D, após o desvio das águas residuais para a bacia de retenção a E.E. ZIP1 fica

inativa durante 6 horas do 1º dia, das 11h às 17h como se pode observar na Figura 6.9 e Figura 6.10.

Na Figura 6.9 apresenta-se a variação da altura de água ao longo dos dois dias e para os diferentes

cenários, sendo que o poço da estação elevatória tem uma altura máxima de 4.70 m, sendo o máximo

atingido de 3.25 m no cenário B, e de 3.61 m no cenário D, após a interrupção. No cenário A apenas

esteve em funcionamento um grupo eletrobomba em contínuo que inicia a operação quando atinge

níveis superiores a 2.40 m e com paragem aos 0.68 m, valor que nunca foi atingido. Nos cenários B e

D o segundo grupo entra em funcionamento quando se atinge um nível superior a 3.25 m com paragem

aos 1.40 m.

0

50

100

150

200

2500

0:1

5:0

0

02

:00

:00

03

:45

:00

05

:30

:00

07

:15

:00

09

:00

:00

10

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:00

12

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16

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:45

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:15

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23

:00

:00

00

:45

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:30

:00

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20

:00

:00

21

:45

:00

23

:30

:00

Dia 1 Dia 2

Cau

dal

(L/

s)

Cenário A Cenário B Cenário D

0.00.51.01.52.02.53.03.54.0

00

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03

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Dia 1 Dia 2

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did

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)

Cenário A Cenário B Cenário D

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23

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:00

Dia 1 Dia 2

Cau

dal

(L/

s)

Cenário A Cenário B Cenário D

Figura 6.9: Caudal afluente à E.E. ZIP1 nos

cenários A.B e D.

Figura 6.10: Altura de água na E.E. ZIP1 nos

cenários A, B e D.

67

Bacia de retenção

Na Figura 6.11 mostra-se que a altura máxima é atingida no cenário D, obtendo--se no máximo uma

altura de 0.42 m dos 2.20 m disponíveis. Apenas quando fosse atingido o nível de 0.80 m é que o o

caudal começava a ser elevado para a E.E. ZIP3.

A Figura 6.12 apresenta o volume ocupado na bacia de retenção sendo que esta apenas armazena

água no cenário D, onde ocorreu o desvio do caudal da refinaria, ocupando cerca de 1 400 m3 dos

7 000 m3 disponíveis.

Segundo a Figura 6.13, o caudal apenas aflui à bacia de retenção durante as 6 horas de interrupção

do E.E.ZIP1, atingindo um valor máximo de 96.7 L/s.

Figura 6.13: Caudal afluente à bacia de retenção nos cenários A, B e D.

E.E. ZIP3

À estação elevatória ZIP 3 afluem os caudais das industriais da Repsol, que possui uma contribuição

para o sistema superior à Artlant, Air Liquide e da E.E. Euroresinas.

Na Figura 6.14 e 6.15 é possível identificar que para os três cenários apenas opera um grupo

eletrobomba a funcionar. Quando a altura atinge 1.70 m, o grupo entra em funcionamento, o segundo

0

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23

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Dia 1 Dia 2

Cau

dal

(L/

s)

Cenário A Cenário B Cenário D

Figura 6.12: Volume ocupado na bacia de retenção

nos cenários A, B e D.

Figura 6.11: Altura de água na bacia de retenção nos

cenários A, B e D.

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Dia 1 Dia 2

Vo

lum

e (

m3 )

Cenário A Cenário B Cenário D

00.05

0.10.15

0.20.25

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21

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Dia 1 Dia 2

Pro

fun

did

ade

(m

)

Cenário A Cenário B Cenário D

68

a partir dos 2 m, o terceiro acima dos 2.68 m e a paragem total para um nível inferior a 1.32 m, sendo

que o poço da estação elevatória tem uma profundidade máxima de 3.48 m.

O caudal afluente é superior no cenário B em relação ao cenário A e D, em que são iguais pois a

interrupção da E.E. ZIP1 não afeta o funcionamento da E.E. ZIP3 pois não foi o atingido o nível de

funcionamento do grupo eletrobomba da bacia de retenção. Como é visível na Figura 6.15, o caudal

médio do cenário A e D é de 31.1 L/s e no cenário C de 63.4 L/s, valores bastante próximos dos caudais

médios registados, descarregados pela Repsol.

E.E. Santo André

Na Figura 6.17 é visível que o caudal afluente à E.E. de Santo André no cenário B é superior ao do

cenário A e D. Desta forma, é visível que o grupo eletrobomba opera mais vezes no cenário B. Este

entra em funcionamento quando o nível atinge 2.7 m dos 5.3 m disponíveis e o limite inferior visível na

Figura 6.16 corresponde à paragem aos 1.2 m. No cenário B o grupo eletrobomba esteve mais tempo

em funcionamento do que nos outros cenários em análise.

A variação de afluência dos caudais à estação elevatória encontra-se representada na Figura 6.17

atingindo valores médios diários de 16.85 L/s nos cenários A e D, e de 43.56 L/s no cenário B.

1.31.35

1.41.45

1.51.55

1.61.65

1.71.75

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Dia 1 Dia 2

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Dia 1 Dia 2

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Cenário A Cenário B Cenário D

1.01.21.41.61.82.02.22.42.62.8

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Dia 1 Dia 2

Cau

dal

(L/

s)

Cenário A Cenário B Cenário D

Figura 6.14: Altura de água na E.E. ZIP3 nos

cenários A, B e D.

Figura 6.15: Caudal afluente à E.E. ZIP 3 nos

cenários A, B e D.

Figura 6.17: Caudal afluente à E.E. Santo André

nos cenários A, B e C.

Figura 6.16: Altura de água na E.E. Santo André

nos cenários A. B e C.

69

Santiago do Cacém

O caudal afluente ao sistema proveniente de Santiago do Cacém é, em média, nos cenários A e D, de

9.28 L/s enquanto no cenário B é de 18.56 L/s. Na Figura 6.18 é apresentada a variação de caudal

afluente ao sistema nos dois dias de simulação, para os cenários A, B e D.

Figura 6.18: Caudal proveniente de Santiago do Cacém nos cenários A, B e C.

Sines

Os caudais afluentes ao sistema vindo de Sines para os cenários A e D são em média de 21.78 L/s

diários e no cenário B de 43.56 L/s, com representado na Figura 6.19.

Figura 6.19: Caudal proveniente de Sines nos cenários A, B e C.

Câmara de reunião intermédia

Diariamente aflui em média à câmara de reunião intermédia 112.6 L/s no cenário A e 223.8 L/s no

cenário B de acordo com a Figura 6.20. Estes valores correspondem à entrada dos caudais

provenientes de Sines e da refinaria da Galp. No cenário D, devido ao desvio do caudal da refinaria, é

visível a redução de caudal para 104.9 L/s

0

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Cenário A Cenário B Cenário D

70

Figura 6.20: Caudal afluente à câmara de reunião intermédia nos cenários A.B e C.

Câmara de reunião geral

À camara de reunião geral aflui os caudais provenientes da E.E. Zona 1, E.E. ZIP 3 e ainda da câmara

de reunião intermédia.

Na Figura 6.21 é apresentada a variação do caudal que chega à CRG sendo em média de 282.6 L/s

no cenário B e de 121.1 L/s no cenário A. No cenário B ocorre a redução de caudal devido à ausência

do caudal produzido pela refinaria, sendo que nesse período de tempo apenas é descarregado para a

ETAR cerca de 24 L/s, correspondendo a uma redução de 80 %.

Figura 6.21: Caudal afluente à câmara de reunião geral nos cenários A. B e C.

ETAR de Ribeira dos Moinhos

À entrada da ETAR são recebidos os caudais vindos de todos os pontos do sistema chegando em

média 170 L/s no cenário A, e 312 L/s no cenário B. No cenário D, durante a interrupção, o caudal

diminui para cerca de 80 L/s, como é visível na Figura 6.22.

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Dia 1 Dia 2

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Cenário A Cenário B Cenário D

71

6.3.2 Cenário C

No cenário C os aspetos de análise respeitam o que ocorre no interior da refinaria, bem como a gestão

da bacia de tempestade. Para este cenário apenas são apresentados os resultados obtidos para a

refinaria e chegada à ETAR. Os caudais relativos ao cenário C encontram-se apresentados na Tabela

6.3 e na Tabela 6.4.

Refinaria da Galp

Na Figura 6.23 é apresentada a altura de água na bacia de tempestade da refinaria e na Figura 6.24 o

volume ocupado para o período de simulação do cenário C.

De forma a minimizar o erro, considera-se como hipótese de trabalho plausível, a altura inicial de 2

metros na bacia e a abertura nos dias 15 e 16 de janeiro, durante 45 minutos, das 21h às 21h 45m. No

dia 17 de janeiro a bacia esteve a descarregar durante todo o dia, de forma a atingir os 2.3 metros de

nível de água. Nos restantes dias apenas havia descarga quando o nível atingisse 6.5 metros dos 8

metros disponíveis, correspondendo a uma ocupação de cerca de 17 000 m3 dos 21 000 m3 úteis.

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Cenário A Cenário B Cenário D

Figura 6.22: Caudal afluente à ETAR nos cenários A, B e C.

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Pro

fun

did

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)

Figura 6.24: Volume ocupado na bacia de tempestade

da Galp durante o cenário C.

Figura 6.23: Altura de água na bacia de tempestade da

Galp durante o cenário C.

72

Saída da refinaria

Nos 5 dias de análise, os dias 17 e 18 de janeiro correspondem aos dias onde saiu maior quantidade

de efluente para o sistema, cerca de 178 L/s e 133 L/s, respetivamente, como indicado na Figura 6.25.

Mesmo não correspondendo aos dias com maior precipitação, este aumento de caudal deve-se às

regras de gestão impostas à bacia de tempestade.

Figura 6.25: Caudal à saída da refinaria da Galp no cenário C.

ETAR de Ribeira dos Moinhos

Os caudais afluentes à ETAR nos dias em que ocorreu precipitação foram, naturalmente, um pouco

superiores aos correspondentes ao tempo seco. Em média, em tempo seco o caudal afluente à ETAR

é de 170 L/s, sendo que o valor obtido para o dia 15 de janeiro foi de 164 L/s, um pouco inferior. Nos

dias em que se verificaram eventos pluviosos os caudais foram superiores como se pode verificar pela

Figura 6.26, nos dias 16, 17, 18 e 19 de janeiro foram estimados caudais de 229 L/s, 285 L/s, 273 L/s

e de 175 L/s, respetivamente.

Figura 6.26: Caudal afluente à ETAR para o cenário C, nos períodos de 15 a 19 de janeiro de 2015.

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15/jan 16/jan 17/jan 18/jan 19/jan

73

6.3.3 Cenário E

No cenário E em que a ETAR está interrompida durante 2h, 4h e 6h, são analisados os locais de

armazenamento ao longo do sistema, sendo eles a bacia de retenção, a bacia de Santo André e um

reservatório “hipotético” junto a ETAR.

Bacia de retenção

A bacia de retenção recebe, neste cenário de interrupção da ETAR, os efluentes provenientes da

refinaria da Galp e todos os efluentes recebidos pela E.E. ZIP3.

Na bacia de retenção é atingindo uma altura de água de 0.05 m quando a interrupção é de 2 horas,

atingindo um volume de 174 m3. Para 4 horas de paragem atinge-se 0.3 m, que corresponde a uma

ocupação de 986 m3 enquanto para o cenário de 6 horas a altura máxima atingida na bacia de retenção

é de 0.6 m, que corresponde a 1 837 m3 de efluente retido, como representado na Figura 6.27 e Figura

6.28. A capacidade máxima da bacia de retenção é de 7 000 m3 para uma altura máxima de 2.2 m.

Na Figura 6.29 apresentam-se os valores dos caudais afluentes à bacia de retenção para 2, 4 e 6 horas

de interrupção da ETAR. Os caudais afluentes à bacia atingiram o seu máximo de 42.3 L/s para as 2

horas, 124 L/s para as 4 horas e 127 L/s para as 6 horas.

Figura 6.29: Caudal afluente à bacia de retenção no cenário C.

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3 )

Cenário E - 2H Cenário E - 4H Cenário E - 6H

Figura 6.28: Volume ocupado na bacia de retenção no

cenário C.

Figura 6.27: Altura de água na bacia de retenção no

cenário C.

74

Bacia de Santo André

Na Figura 6.30 e Figura 6.31, para a bacia de Santo André, a altura de água atingida é de 0.1 m que

corresponde a um volume de 80.4 m3 para uma paragem de 2 horas. Quando se recebe o caudal

proveniente de Santo André durante 4 horas, a altura da bacia atinge os 0.2 metros e um volume de

201.5 m3. Para o cenário de 6 horas atinge-se o volume de 325 m3 para uma altura de água de 0.35 m,

dos 4.2 metros de profundidade disponíveis e do volume útil de 5 000 m3, respetivamente.

Os caudais máximos atingidos para os cenários de 2h, 4h e 6h de interrupção da ETAR, resultaram em

picos máximos de 9.2 L/s, 16.7 L/s e de 17.7 L/s, respetivamente, representados na Figura 6.32.

Reservatório ETAR

Através das simulações efetuadas para os três cenários E, e para um máximo de 6 horas de paragem

da ETAR, foi necessário um reservatório com um volume útil de 640 m3, de forma a cobrir as

necessidades existentes, de forma a receber e acumular os efluentes provenientes de Santiago do

Cacém e de Sines. Segundo a Figura 6.33 e Figura 6.34 as alturas atingidas foram de 0.05 m, 0.14 m

e 0.2 m, para volumes de reserva de 173.5 m3, 430 m3 e 640 m3. O volume acumulado foi inferior ao

esperado, evidenciando uma forte capacidade de armazenamento ao longo do sistema, para além dos

locais de armazenamento identificados.

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Cenário E - 2H Cenário E - 4H Cenário E - 6H

Figura 6.30: Altura de água na bacia de Santo André

nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

Figura 6.31: Volume ocupado na bacia de Santo André

nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

Figura 6.32: Caudal afluente à bacia de Santo André nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

75

.

Os caudais máximos atingidos para os cenários de 2h, 4h e 6h resultaram em picos máximos de 42.3

L/s, 44.9 L/s e de 38.7 L/s, respetivamente, e que se apresentam na Figura 6.35.

Figura 6.35: Caudal afluente ao reservatório da ETAR, nos cenários E, para 2h, 4h e 6h

ETAR de Ribeira dos Moinhos

Na Figura 6.36 está representado o caudal afluente à ETAR nas três variantes do cenário E, sendo que

ocorre a interrupção da ETAR no máximo de 6 horas entre as 12 horas e as 18 horas.

Figura 6.36: Caudal afluente à ETAR nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

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Dia 1 Dia 2

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Cenário E - 2H Cenário E - 4H Cenário E - 6H

Figura 6.34: Volume ocupado no reservatório da

ETAR nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

Figura 6.33: Altura de água no reservatório da ETAR

nos cenários E para 2h, 4h e 6h.

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76

Naturalmente que se o tempo de paragem da ETAR for superior, por exemplo a 1 dia, se o conjunto de

reservas existentes no sistema não for otimizado e se ocorrerem precipitações nesse dia, as

necessidades de reserva para que não ocorram descargas de excedentes, junto à ETAR, serão muito

superiores.

De forma conservativa, talvez cerca de 25% a 50% do volume médio diário, ou seja, 4 500 a 9 000 m3

serão necessários como reserva.

O volume de reserva pode ser determinado de forma racional e sustentada, através de aplicação de

um modelo de simulação calibrado e validado, em função do custo e desempenho da infraestrutura, e

dos riscos.

77

7 Conclusões e sugestões para investigação futura

Apesar das dificuldades sentidas na construção do modelo do sistema gerido pela Águas de Santo

André, face à dificuldade de obter a informação necessária foi ainda assim possível simular o

desempenho do sistema de águas residuais, que tem a particularidade de receber uma forte afluência

de águas residuais industriais.

O modelo SWMM revelou-se, ao longo do trabalho efetuado, apropriado para simular o desempenho

de sistemas em tempo seco e em tempo húmido.

A ETAR recebe em média, um caudal de 170 L/s, numa situação de tempo seco, podendo atingir um

caudal médio de 312 L/s, num dia de maior consumo, para o cenário de tempo seco extremo

considerado, que é bastante conservativo.

Em situação de tempo húmido, em que ocorrem eventos pluviosos, registou-se o caudal médio diário

afluente à ETAR mais elevado no dia 17 de janeiro, de 285 L/s, num período de análise de 15 a 19 de

janeiro de 2015. Esse cenário também foi simulado para a análise da “resposta” do sistema.

A refinaria produziu o caudal de 148 L/s no dia 17 de janeiro, devido às regras de gestão da bacia de

tempestade. Foi considerada uma bacia de drenagem da refinaria com 100.8 hectares, que

corresponde a 30% da área total da refinaria, e que contribui para a bacia pluvial de águas

potencialmente contaminadas. Dessa área foi assumido, face aos resultados de mediação, que apenas

20% era impermeável.

De forma a aproximar os valores simulados e medidos foram assumidas algumas regras de operação

da bacia de tempestade. Considerou-se uma altura inicial da bacia de tempestade de 2 metros, e a

abertura da bacia nos dias 15 e 16 de janeiro, durante 45 minutos, das 21h às 21h45m. No dia 17 de

janeiro, considerou-se que a bacia descarregava durante todo o dia, atingindo-se 2.3 metros de altura

de água. Nos restantes dias, apenas teve lugar descarga, quando o nível atingiu 6.5 metros.

Os caudais mais elevados obtidos no cenário C são, ainda assim, inferiores aos caudais simulados no

cenário B, cenário extremo de tempo seco estimado, pelo que não se verifica grande influência da

precipitação nos caudais afluentes à ETAR, confirmando que o sistema é tipicamente separativo. As

variações de caudal devem-se ao facto do sistema receber, na sua maioria, efluentes industriais que,

dependendo do processo e atividade, descarregam caudais variáveis. O mesmo ocorre com a descarga

de águas residuais domésticas.

De realçar que para os cenários simulados, as unidades de armazenamento não ultrapassaram a

respetiva capacidade. A bacia de Santo André ocupou, no cenário E, para 6h de armazenamento, cerca

de 7% da sua capacidade. A bacia de retenção atingiu 20% e 26% do seu volume nos cenários D e E,

para 6 horas de paragem da ETAR, respetivamente.

78

De acordo com as simulações levadas a cabo, para “interromper” a ETAR durante 6 horas em tempo

seco, sem descargas diretas para o meio recetor, torna-se necessário dispor de um reservatório

adicional junto da mesma, com capacidade teórica para armazenar pelo menos 640 m3.

A definição do volume do reservatório a montante da ETAR deve, naturalmente, ser fixada com base

na simulação de outros cenários eventualmente mais gravosos, utilizando um modelo de simulação

calibrado e validado, com base na medição de caudais e altura de água, em secções estratégicas, e

tendo em conta um balanço de risco, desempenho e de custo. Portanto, como sugestão de trabalho

futuro, de forma a utilizar este modelo como ferramenta de apoio à decisão de melhoria e resiliência

dos serviços, torna-se conveniente dispor de mais dados de campo para uma adequada calibração do

modelo, e a simulação de mais cenários desfavoráveis.

79

Referências bibliográficas

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i

Anexos

Anexo I – Zona de estudo

ii

Anexo II – Componentes do sistema SWMM (Rossman 2010)

Udómetro (Rain Gages)

iii

Sub-Bacias (Subcatchments)

iv

Câmaras de visita (Nodes)

Grupo electrobomba (Pumps)

v

Pontos de Rejeição (Outfall)

vi

Unidade de armazenamento (Storage units)

vii

Coletores (Conduits)

viii

Anexo III – Dados resultantes da construção do programa SWMM

[RAINGAGES]

[SUBCATCHMENTS]

Subcatchement Rain Gage Outlet Area %Imperv Width %Slope

Baciarefinaria2 Udometro1 baciatempestade 100.8 20 2640 0.5

Baciarefinaria1 Udometro1 BAL 235.2 40 2640 0.5

[SUBAREAS]

Subcatchement N-Imperv N-Perv S-Imperv S-Imperv S-Perv RouteTo

Baciarefinaria2 0.01 0.1 0.05 0.05 25 OUTLET

Baciarefinaria1 0.01 0.1 0.05 0.05 25 OUTLET

[INFILTRATION] – Cenário C

Subcatchement MaxRate MinRate Decay DryTime MaxInfil

Baciarefinaria2 3 0.5 4 7 0

Baciarefinaria1 3 0.5 4 7 0

[JUNCTIONS]

Junction Invert Max

Depth Init

Depth Sur

Depth

CT2 29.67 3 0 0

CT1 66.62 3.23 0 0

18789 19 1 0 0

18788 16.93 3.77 0 0

12294 53.77 1.16 0 0

12350 35.5 0.5 0 0

16693 50.33 1.65 0 0

41415 28.56 1.85 0 0

41533 28.16 2 0 0

41532 27.85 2.05 0 0

41531 27.58 2.1 0 0

41530 27.3 2.11 0 0

41529 26.99 2.17 0 0

41524 26.71 2.2 0 0

41414 26.5 2.2 0 0

41463 26.2 2.6 0 0

41424/Enerfuel

25.3 3.72 0 0

41497 25.03 3.51 0 0

41496 24.72 3.27 0 0

41495 24.21 3.23 0 0

41494 24.1 2.74 0 0

41493 23.79 2.55 0 0

41492 23.24 2.55 0 0

41491 22.72 2.52 0 0

41486 22.32 2.48 0 0

41431 21.89 2.61 0 0

41419 27.5 1.7 0 0

41426 27.66 1.75 0 0

41460 26.02 2.83 0 0

41457 25.46 2.83 0 0

41454 25.14 2.59 0 0

41451 24.82 2.35 0 0

41448 24.49 2.12 0 0

41445 23.87 2.18 0 0

41436 23.37 1.93 0 0

41430 22.95 2.05 0 0

41515 22.68 2.52 0 0

41512 22.42 2.68 0 0

41518 22.15 2.85 0 0

28764 39.47 1.53 0 0

28763 39.3 1.7 0 0

28762 39.12 1.88 0 0

28761 39 2 0 0

28760 38.88 2.12 0 0

28520 38.88 2.12 0 0

28523 38.63 2.66 0 0

28522 38.53 2.87 0 0

28526 38.35 1.95 0 0

28527 38.3 2.2 0 0

28528 38.1 2.57 0 0

28529 37.92 2.69 0 0

28530 37.74 2.76 0 0

28531 37.56 2.74 0 0

28532 37.38 2.55 0 0

28533 37.29 2.31 0 0

28534 37.18 2.42 0 0

28535 37.11 2.59 0 0

28536 37.02 2.78 0 0

28537 36.96 3.14 0 0

28538 36.78 2.62 0 0

28539 36.69 2.21 0 0

28540 36.51 2.39 0 0

28541 36.33 2.37 0 0

28542 36.15 2.25 0 0

28543 35.98 2.02 0 0

28544 35.85 1.15 0 0

28545 35.67 1.03 0 0

28546 35.37 1.03 0 0

28547 34.77 1.03 0 0

28548 34.29 1.01 0 0

28549 34 1 0 0

28550 33.82 1.26 0 0

28551 33.64 2.36 0 0

28552 33.46 2.64 0 0

28553 33.31 2.29 0 0

28554 33.13 1.87 0 0

28555 32.95 1.05 0 0

28556 32.83 1.07 0 0

28557 31.97 1.03 0 0

28558 31.84 1.16 0 0

28559 31.23 1.01 0 0

28560 30.8 1 0 0

28561 29.98 1.02 0 0

28562 29.69 1.01 0 0

28563 29.19 1.01 0 0

28564 28.78 1.02 0 0

Gage Format Interval SCF Source

Udometro1 Intensity 01:00 1.0 TIMERSERIES 5dias:int

ix

28565 28.36 1.04 0 0

28566 27.69 1.01 0 0

28567 27.38 1.02 0 0

28568 26.79 1.01 0 0

28569 26.46 1.04 0 0

28570 25.99 1.01 0 0

28773 40 1 0 0

16692 49.64 1.7 0 0

16691 49.4 2.51 0 0

16690 49.03 2.03 0 0

16689 48.65 1.7 0 0

16688 47.9 2.45 0 0

16687 47.55 2.45 0 0

16686 46.28 1.65 0 0

16685 44.03 2.14 0 0

16684 43.23 1.27 0 0

42067/Sines

45.31 2.33 0 0

42068 44.62 2.33 0 0

42069 43.67 1.29 0 0

42070 42.67 1.53 0 0

12338 34 1.6 0 0

12339 31.67 2.01 0 0

12340 28.67 1.66 0 0

12341 24.9 2.17 0 0

12342 23.12 3.23 0 0

N10 17.88 0.81 0 0

N11 17.84 1.55 0 0

N12 17.54 1.2 0 0

21681/Artlant

28.31 1.9 0 0

21700 28.13 1.88 0 0

21704 28.03 2.16 0 0

21710 27.8 3.48 0 0

21713 27.57 3.85 0 0

21707 27.77 3.51 0 0

21716 26.59 3.53 0 0

21719 26.33 3.53 0 0

21720 26.2 3.68 0 0

21722 25.87 4.28 0 0

21683 25.77 4.54 0 0

21729 26.36 4.28 0 0

21734 24.84 5.69 0 0

21737 23.55 4.56 0 0

21740 23.4 3.92 0 0

21743 22.77 3.99 0 0

21746 20.87 3.94 0 0

21749 20.7 4.26 0 0

21750 20.48 4.53 0 0

21686 20.35 5.57 0 0

21753 20.27 5.57 0 0

21756 20.2 5.27 0 0

21759 19.56 5.1 0 0

21762 19.27 4.37 0 0

26627 17.65 2.24 0 0

21774/AirLiquide

28.79 2.04 0 0

21777 27.8 1.93 0 0

21780 26.72 1.97 0 0

21783 25.68 1.98 0 0

21771 24.58 2.03 0 0

21786 23.51 2.13 0 0

21789 23.19 2.08 0 0

21792 22.98 2.65 0 0

21795 22.86 2.93 0 0

12293 46.2 1.16 0 0

12293.5 38.32 0.78 0 0

12295 36.07 1.12 0 0

12296 34.66 1.62 0 0

12297 33.75 1.69 0 0

12298 33.03 2.27 0 0

12299 32.31 2.44 0 0

12300 31.59 1.61 0 0

12301 30.87 2.93 0 0

12302 30.15 2.12 0 0

12303 29.43 1.57 0 0

12304 28.71 2.09 0 0

12305 27.99 1.61 0 0

12306 27.27 1.83 0 0

12307 24.96 1.48 0 0

12308 22.6 1.75 0 0

12309 22.3 1.3 0 0

12310 22 1.25 0 0

12311 21.73 1.4 0 0

12312 21.49 1.77 0 0

12313 20.26 2.96 0 0

12314 20.12 3.1 0 0

12315 19.56 3.25 0 0

12316 18.99 3.97 0 0

12317 18.42 3.24 0 0

12318 17.55 4.27 0 0

12351 34.21 2.79 0 0

12352 33.89 3.11 0 0

12353 33.57 3.43 0 0

12354 33.29 1.71 0 0

12319/Euroresinas

34.65 1.86 0 0

12320 34.31 2.06 0 0

12321 34.26 2.05 0 0

12322 34.05 3.08 0 0

12323 33.88 2.56 0 0

12324 33.71 2.05 0 0

12325 33.57 4.45 0 0

12326 33.43 5.92 0 0

12327 33.22 5.98 0 0

12328 33.05 6.92 0 0

12329 32.93 8.23 0 0

12330 32.71 7.91 0 0

12331 32.59 7.35 0 0

12332 32.34 4 0 0

12333 32.18 2.39 0 0

12334 31.96 2.05 0 0

12335 31.36 2.54 0 0

12336 31.12 3.09 0 0

12337 31.08 3.03 0 0

22220 30.86 2.8 0 0

42321 116.85 0.8 0 0

42322 116.13 1.45 0 0

42323 114.48 3.5 0 0

42324 114.35 1.4 0 0

42325 114.23 1.65 0 0

42326 113.93 2.95 0 0

42327 113.62 2.1 0 0

42328 113.49 2.1 0 0

42329 113.28 2.43 0 0

42330 113.14 1.64 0 0

42331 113.09 1.44 0 0

42332 112.95 5.6 0 0

42333 112.86 7 0 0

42334 112.78 5.66 0 0

42335 112.7 4.38 0 0

42336 112.63 3.53 0 0

42337 112.52 2.01 0 0

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ERZP24 12352 12353 49.86 0.015 0 0

ERZP25 12353 12354 45.03 0.015 0 0

ERZP26 12354 12298 60.21 0.015 0 0

ER1 12319/Euroresin

as

12320 58.47 0.012 0 0

ER2 12320 12321 59.19 0.012 0 0

ER3 12321 12322 59.58 0.012 0 0

ER4 12322 12323 47.93 0.012 0 0

ER5 12323 12324 53.73 0.012 0 0

ER6 12324 12325 53.75 0.012 0 0

ER7 12325 12326 53.54 0.012 0 0

ER8 12326 12327 59.64 0.012 0 0

ER9 12327 12328 59.25 0.012 0 0

ER10 12328 12329 59.66 0.012 0 0

ER11 12329 12330 59.25 0.012 0 0

ER12 12330 12331 59.76 0.012 0 0

ER13 12331 12332 59.37 0.012 0 0

ER14 12332 12333 59.64 0.012 0 0

ER15 12333 12334 59.6 0.012 0 0

ER16 12334 12335 59.34 0.012 0 0

ER17 12335 12336 59.44 0.012 0 0

ER18 12336 12337 30.59 0.012 0 0

ER19 12337 E.E.Euroresinas

19.6 0.012 0 0.71

ST1 42321 42322 22.63 0.012 0 0

ST2 42322 42323 19.5 0.012 0 1.5

ST3 42323 42324 27.77 0.012 0 0

ST4 42324 42325 32.37 0.012 0 0

ST5 42325 42326 60 0.012 0 0

ST6 42326 42327 60 0.012 0 0

ST7 42327 42328 9.22 0.012 0 0

ST8 42328 42329 42.89 0.012 0 0

ST9 42329 42330 41 0.012 0 0

ST10 42330 42331 25.99 0.012 0 0

ST11 42331 42332 39.97 0.012 0 0

ST12 42332 42333 25 0.012 0 0

ST13 42333 42334 24 0.012 0 0

ST14 42334 42335 25 0.012 0 0

ST15 42335 42336 20 0.012 0 0

ST16 42336 42337 35 0.012 0 0

ST17 42337 42338 44.15 0.012 0 0

ST18 42338 42339 11.9 0.012 0 0

ST19 42339 42340 37.37 0.012 0 0

ST20 42340 42341 5.96 0.012 0 0

ST21 42341 42342 21.64 0.012 0 0

ST22 42342 42343 48.14 0.012 0 0

ST23 42343 42344 51 0.012 0 0

ST24 42344 42382 60 0.012 0 0

ST25 42382 42383 35.93 0.012 0 0

ST26 42383 42384 54.07 0.012 0 0

ST27 42384 42385 54 0.012 0 0

ST28 42385 42386 51 0.012 0 0

ST29 42386 42387 60 0.012 0 0

ST30 42387 42388 60 0.012 0 0

ST31 42388 42389 60 0.012 0 0

ST32 42389 42390 60 0.012 0 0

ST33 42390 42391 60 0.012 0 0

ST34 42391 42392 60 0.012 0 0

ST35 42392 42420 59.94 0.012 0 0.13

ST36 42420 42421 60.06 0.012 0 0.13

ST37 42421 42422 59.9 0.012 0 0.2

ST38 42422 42423 60.1 0.012 0 0

ST39 42423 42424 59.6 0.012 0 0

ST40 42424 42425 60 0.012 0 0

ST41 42425 42426 60 0.012 0 0

ST42 42426 42427 60 0.012 0 0

ST43 42427 42428 60 0.012 0 0

ST44 42428 42429 39.88 0.012 0 0

ST45 42429 42430 60 0.012 0 0

ST46 42430 42442 60 0.012 0 0

xiii

ST47 42442 42443 60 0.012 0 0

ST48 42443 42444 60 0.012 0 0

ST49 42444 42445 60 0.012 0 0

ST50 42445 42446 45.01 0.012 0 0

ST51 42446 42447 59.98 0.012 0 0

ST52 42447 42448 54 0.012 0 0

ST53 42448 42449 53 0.012 0 0

ST54 42449 42450 53.5 0.012 0 0.24

ST55 42450 42451 60 0.012 0 0

ST56 42451 42452 45 0.012 0 0

ST57 42452 42465 43.5 0.012 0 0.13

ST58 42465 42466 60 0.012 0 0

ST59 42466 42467 49.48 0.012 0 0

ST60 42467 42468 27 0.012 0 0

ST61 42468 42469 60 0.012 0 0

ST62 42469 42470 60 0.012 0 0

ST63 42470 42471 60 0.012 0 0

ST64 42471 42472 50 0.012 0 0

ST65 42472 42473 50 0.012 0 0

ST66 42473 42474 50 0.012 0 0

ST67 42474 42475 43 0.012 0 0

ST68 42475 42476 35 0.012 0 0

ST69 42476 42477 46.33 0.012 0 0

ST70 42477 42492 50.8 0.012 0 0

ST71 42492 42493 60.2 0.012 0 0

ST72 42493 42494 60 0.012 0 0

ST73 42494 42495 60 0.012 0 0.49

ST74 42495 42496 60 0.012 0 0

ST75 42496 42497 56 0.012 0 0.3

ST76 42497 42498 31.85 0.012 0 0

ST77 42498 42499 60.14 0.012 0 0

ST78 42499 42500 60 0.012 0 0.29

ST79 42500 CT1 60 0.012 0 0

CRG1 CRG 26909 89.03 0.012 0 0

CRG2 26909 26908 90.03 0.012 0 0

CRG3 26908 26907 90.04 0.012 0 0

CRG4 26907 26906 90.21 0.012 0 0

CRG5 26906 26905 89.69 0.012 0 0

CRG6 26905 26904 90.1 0.012 0 0

CRG7 26904 26903 90.15 0.012 0 0

CRG8 26903 26902 89.88 0.012 0 0

CRG9 26902 26901 90.08 0.012 0 0

CRG10 26901 26900 87.86 0.012 0 0

CRG11 26900 antesETAR

85.38 0.012 0 0

BRZP32 18789 18788 134.94 0.012 0 0

ZP3BR1 antesrepsol

19629 11.58 0.012 18.7 0

ZP3BR2 19629 19933 13.02 0.012 0 0

ZP3BR3 19933 25934 19.54 0.012 0 0

ZP3BR4 25934 25935 6.76 0.012 0 0

ZP3BR5 25935 E.EBretenç

ão

122.05 0.012 0 0

BRSIM BaciaRESIM

E.E.RESIM

2097.89 0.012 0 1.65

BSA2 1AA 1B 1000 0.012 0 0

BSA3 1B E.E.SANDR

E

500 0.012 0 1.25

BZIP2 aux2zip2 aux1zip2

10 0.012 0 0

AZIP2 aux1zip2 18824/E.EZI

P2

10 0.012 0 1.05

BSA8 1AA 2A 800 0.012 1 0.4

BSA4 1A 2A 800 0.012 0.42 0.4

BSA5 2A 2C 1100 0.012 1 0.4

BSA6 2C BaciaSAndr

é

140 0.012 0 1.8

ZN29 41431 E.E.Zona1

64.96 0.012 0 2.48

ZP3BR2aux

19621/E.E.ZIP3

19629 10 0.01 3.48 0

crintaux CRINT caixaaux

1.55 0.012 1.4 3

prezip1 antesZip1

E.E.ZIP1

50 0.012 0 1.9

emissario ETAR emissário

400 0.01 0 0

Res.ETAR entradaETAR

Reservatório

100 0.012 2 0

[PUMPS]

Pump From Node To Node Pump Curve Status Starup Shutoff

BRet E.EBretenção 18789 bretençao OFF 0 0

Carbogal E.E.Carbogal 12350 carbogal OFF 0 0

ETAR1 entradaETAR ETAR ETAR1 ON 0 0

Euroresinas E.E.Euroresinas E.E.Carbogal euroresinas OFF 0 0

PAL E.E.Palmeiras 16693 PAL OFF 0 0

RESIM E.E.RESIM CT1 E.E.RESIM OFF 0 0

SA E.E.SANDRE CT2 sandre ON 0 0

ZIP1A E.E.ZIP1 CRINT zip1a1 OFF 0 0

ZIP1B E.E.ZIP1 CRINT zip1b1 OFF 0 0

ZIP2 18824/E.EZIP2 12294 zip2a OFF 0 0

ZIP3A 19621/E.E.ZIP3 CRG zip31a OFF 0 0

ZIP3B 19621/E.E.ZIP3 CRG zip3b1 OFF 0 0

ZIP3C 19621/E.E.ZIP3 CRG zpi3c1 OFF 0 0

ZONA1A E.E.Zona1 CRG ZONA1A OFF 0 0

ZONA1B E.E.Zona1 CRG ZONA1B OFF 0 0

xiv

[XSECTIONS]

Link Shape Geom1

TR1 circular 0.25

T2E circular 0.25

EZ1 circular 0.5

RIG circular 0.6

BR2 circular 0.25

ZN10 circular 0.2

ZN11 circular 0.2

ZN12 circular 0.2

ZN13 circular 0.2

ZN14 circular 0.2

ZN15 circular 0.2

ZN16 circular 0.2

ZN17 circular 0.2

ZN18 circular 0.2

ZN19 circular 0.25

ZN20 circular 0.25

ZN21 circular 0.25

ZN22 circular 0.25

ZN23 circular 0.25

ZN24 circular 0.25

ZN25 circular 0.25

ZN26 circular 0.25

ZN28 circular 0.25

ZN17.1 circular 0.2

ZN13.1 circular 0.2

ZN13.2 circular 0.2

ZN13.3 circular 0.2

ZN13.4 circular 0.2

ZN13.5 circular 0.2

ZN13.6 circular 0.2

ZN13.7 circular 0.2

ZN13.8 circular 0.2

ZN13.9 circular 0.2

ZN13.10 circular 0.2

ZN13.11 circular 0.2

ZN13.12 circular 0.25

PL1 circular 0.2

PL2 circular 0.2

PL3 circular 0.2

PL4 circular 0.2

PL5 circular 0.2

PL6 circular 0.2

PL7 circular 0.2

PL8 circular 0.2

PL9 circular 0.2

PL10 circular 0.2

PL11 circular 0.2

PL12 circular 0.2

PL13 circular 0.2

PL14 circular 0.2

PL15 circular 0.2

PL16 circular 0.2

PL17 circular 0.2

PL18 circular 0.2

PL19 circular 0.2

PL20 circular 0.2

PL21 circular 0.2

PL22 circular 0.2

PL23 circular 0.2

PL24 circular 0.2

PL25 circular 0.2

PL26 circular 0.2

PL27 circular 0.2

PL28 circular 0.2

PL29 circular 0.2

PL30 circular 0.2

PL31 circular 0.2

PL32 circular 0.2

PL33 circular 0.2

PL34 circular 0.2

PL35 circular 0.2

PL36 circular 0.2

PL37 circular 0.2

PL38 circular 0.2

PL39 circular 0.2

PL40 circular 0.2

PL41 circular 0.2

PL42 circular 0.2

PL43 circular 0.2

PL44 circular 0.2

PL45 circular 0.2

PL46 circular 0.2

PL47 circular 0.2

PL48 circular 0.2

PL49 circular 0.2

PL50 circular 0.2

PL51 circular 0.2

PL52 circular 0.2

PL53 circular 0.2

PL6.1 circular 0.2

PLRI1 circular 0.16

PLRI2 circular 0.16

PLRI3 circular 0.16

PLRI4 circular 0.16

PLRI5 circular 0.16

PLRI6 circular 0.16

PLRI7 circular 0.16

PLRI8 circular 0.16

PLRI9 circular 0.16

PLRI10 circular 0.2

SRI1 circular 0.35

SR2 circular 0.35

SRI2 circular 0.35

SR3 circular 0.35

ZP1B1 circular 0.3

ZP1B2 circular 0.3

ZP1B3 circular 0.3

ZP1B4 circular 0.3

ZP1B5 circular 0.5

ZP1B6 circular 0.32

ZP1B7 circular 0.3

ZP1B8 circular 0.3

ZP1B9 circular 0.32

AAZP31 circular 0.25

AAZP32 circular 0.25

AAZP33 circular 0.25

AAZP34 circular 0.25

AAZP35 circular 0.25

AAZP36 circular 0.25

AAZP37 circular 0.25

AAZP38 circular 0.25

AAZP39 circular 0.25

AAZP40 circular 0.25

AAZP41 circular 0.5

AAZP42 circular 0.5

AAZP43 circular 0.5

AAZP44 circular 0.5

AAZP45 circular 0.5

AAZP46 circular 0.5

AAZP47 circular 0.5

AAZP48 circular 0.5

AAZP49 circular 0.56

AAZP50 circular 0.56

AAZP51 circular 0.56

AAZP52 circular 0.56

AAZP53 circular 0.56

AAZP54 circular 0.56

AAZP55 circular 0.25

AAZP50.1 circular 0.32

AAZP50.2 circular 0.32

AAZP50.3 circular 0.32

AAZP50.4 circular 0.32

AAZP50.5 circular 0.32

AAZP50.6 circular 0.32

AAZP50.7 circular 0.32

AAZP50.8 circular 0.32

AAZP50.9 circular 0.56

ZP2ZP32 circular 0.16

ZP2ZP33 circular 0.16

ZP2ZP34 circular 0.15

ZP2ZP35 circular 0.2

ZP2ZP36 circular 0.2

ZP2ZP37 circular 0.2

ZP2ZP38 circular 0.2

ZP2ZP39 circular 0.2

ZP2ZP40 circular 0.2

ZP2ZP41 circular 0.2

ZP2ZP42 circular 0.2

ZP2ZP43 circular 0.2

ZP2ZP44 circular 0.2

ZP2ZP45 circular 0.2

ZP2ZP46 circular 0.2

ZP2ZP47 circular 0.2

ZP2ZP48 circular 0.25

ZP2ZP49 circular 0.25

ZP2ZP50 circular 0.25

ZP2ZP51 circular 0.25

ZP2ZP52 circular 0.25

ZP2ZP53 circular 0.25

ZP2ZP54 circular 0.25

ZP2ZP55 circular 0.25

ZP2ZP56 circular 0.25

ZP2ZP57 circular 0.25

ZP2ZP58 circular 0.25

ERZP22 circular 0.2

ERZP23 circular 0.2

ERZP24 circular 0.2

ERZP25 circular 0.2

ERZP26 circular 0.2

ER1 circular 0.25

ER2 circular 0.25

ER3 circular 0.25

ER4 circular 0.25

ER5 circular 0.25

ER6 circular 0.25

ER7 circular 0.25

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ER10 circular 0.25

ER11 circular 0.25

ER12 circular 0.25

ER13 circular 0.25

ER14 circular 0.25

ER15 circular 0.25

ER16 circular 0.25

ER17 circular 0.25

ER18 circular 0.25

ER19 circular 0.25

ST1 circular 0.25

ST2 circular 0.32

ST3 circular 0.32

ST4 circular 0.32

ST5 circular 0.32

xv

ST6 circular 0.32

ST7 circular 0.32

ST8 circular 0.32

ST9 circular 0.32

ST10 circular 0.32

ST11 circular 0.3

ST12 circular 0.3

ST13 circular 0.3

ST14 circular 0.3

ST15 circular 0.3

ST16 circular 0.32

ST17 circular 0.32

ST18 circular 0.32

ST19 circular 0.32

ST20 circular 0.32

ST21 circular 0.32

ST22 circular 0.32

ST23 circular 0.32

ST24 circular 0.3

ST25 circular 0.3

ST26 circular 0.3

ST27 circular 0.3

ST28 circular 0.3

ST29 circular 0.3

ST30 circular 0.3

ST31 circular 0.3

ST32 circular 0.32

ST33 circular 0.32

ST34 circular 0.32

ST35 circular 0.32

ST36 circular 0.32

ST37 circular 0.32

ST38 circular 0.32

ST39 circular 0.32

ST40 circular 0.3

ST41 circular 0.3

ST42 circular 0.32

ST43 circular 0.32

ST44 circular 0.32

ST45 circular 0.32

ST46 circular 0.32

ST47 circular 0.32

ST48 circular 0.32

ST49 circular 0.32

ST50 circular 0.32

ST51 circular 0.32

ST52 circular 0.32

ST53 circular 0.32

ST54 circular 0.32

ST55 circular 0.32

ST56 circular 0.32

ST57 circular 0.32

ST58 circular 0.32

ST59 circular 0.32

ST60 circular 0.32

ST61 circular 0.32

ST62 circular 0.32

ST63 circular 0.32

ST64 circular 0.32

ST65 circular 0.32

ST66 circular 0.32

ST67 circular 0.32

ST68 circular 0.32

ST69 circular 0.32

ST70 circular 0.32

ST71 circular 0.32

ST72 circular 0.32

ST73 circular 0.32

ST74 circular 0.32

ST75 circular 0.32

ST76 circular 0.32

ST77 circular 0.32

ST78 circular 0.32

ST79 circular 0.32

CRG1 circular 1.5

CRG2 circular 0.6

CRG3 circular 1.5

CRG4 circular 1.5

CRG5 circular 1.5

CRG6 circular 1.5

CRG7 circular 1.5

CRG8 circular 1.5

CRG9 circular 1.5

CRG10 circular 1.5

CRG11 circular 1.5

BRZP32 circular 0.25

ZP3BR1 circular 0.3

ZP3BR2 circular 0.3

ZP3BR3 circular 0.3

ZP3BR4 circular 0.3

ZP3BR5 circular 0.3

BRSIM circular 0.2

BSA2 circular 0.4

BSA3 circular 0.4

BZIP2 circular 0.16

AZIP2 circular 0.16

BSA8 circular 0.4

BSA4 circular 0.4

BSA5 circular 0.4

BSA6 circular 0.4

ZN29 circular 0.25

ZP3BR2aux

circular 0.3

crintaux circular 0.6

prezip1 circular 0.5

atéemissario

circular 1

22 circular 0.5

27 circular 0.25

santoandre

circular 0.4

repsol circular 0.25

anteszip3 circular 0.25

bypasszip3

circular 0.25

entradaETAR

circular 1

temp circular 0.4

saidaribeira

circular 0.5

temp2 circular 0.4

temp3 circular 0.4

temp4 circular 0.4

ab rect_open

0.5

bc rect_open

0.5

refinaria rect_open

0.5

[CURVES]

Curve Type X-Value

(m)

Y-Value (L/s)

ZONA1A Pump4 0 0

ZONA1A 2.2 18

ZONA1B Pump4 0 0

ZONA1B 2.8 18

PAL Pump4 0 0

PAL 1.33 28

E.E.RESIM Pump4 0 0

E.E.RESIM 2.5 40

euroresinas Pump4 0 0

euroresinas 1 10

carbogal Pump4 0 0

carbogal 0.9 15

sandre Pump2 0 0

sandre 2.85 39

zip1a1 Pump4 0 0

zip1a1 2.74 100

zip1b1 Pump4 0 0

zip1b1 3.32 100

zip31a Pump4 0 0

zip31a 1.7 280

zip3b1 Pump4 0 0

zip3b1 2 280

zpi3c1 Pump4 0 0

zpi3c1 2.68 280

bretençao Pump4 0 0

bretençao 0.8 70

zip2a Pump4 0 0

zip2a 0.9 20.3

ETAR1 Pump4 0 0

ETAR1 0.7 166.67

ETAR2 Pump4 0 0

ETAR2 1.4 166.67

ETAR3 Pump4 0 0

ETAR3 2 166.67

baciasantoandre

Storage 0 900

baciasantoandre

3 1666.7

baciaretencaozip3

Storage 0 3182

baciaretencaozip3

2.2 3182

curvaCRINT Storage 0 36

curvaCRINT 2.7 36

curvacaixageral Storage 0 4.2

curvacaixageral 2.8 4.2

curvazip1 Storage 0 5.5

xvi

curvazip1 0.4 7.4

curvazip1 0.9 19.98

curvazip1 4.7 19.98

curvazip2 Storage 0 5

curvazip2 0.3 5

curvazip2 5.2 5

curvapalmeiras Storage 0 19.07

curvapalmeiras 1.93 27.24

curvapalmeiras 3.98 27.24

curvasantoandre

Storage 0 9.9

curvasantoandre

5.3 9.9

curvazona1 Storage 0 6.3

curvazona1 1.93 9

curvazona1 5.18 9

curvacarbogal Storage 0 2.2

curvacarbogal 0.4 3

curvacarbogal 0.9 3

curvacarbogal 0.91 123.2

curvacarbogal 3.05 123.2

curvacarbogal 3.06 3

curvacarbogal 5.1 3

curvazip3 Storage 0 4

curvazip3 3.48 4

E.Eresim Storage 0 6.25

E.Eresim 5.02 6.25

E.E.euroresinas Storage 0 3

E.E.euroresinas 3.51 3

baciarefinaria Storage 0 700

baciarefinaria 2 700

baciarefinaria 8 700

reservatório Storage 0 3182

reservatório 2.2 3182

baciatempestade

Storage 0 4525

baciatempestade

4.64 4525

baciadetempestade

Storage 0 2625

baciadetempestade

8 2625

bal Storage 0 5400

bal 5.17 5400

OXIDAÇÃO Storage 0 850

OXIDAÇÃO 8.2 850

BPT Storage 0 250

BPT 8.4 250

flotador Storage 0 700

flotador 8.57 700

saidaref Storage 0 2000

saidaref 2.95 2000

ETAR Storage 0 10

ETAR 2.2 10

[STORAGE]

Storage Node

Invert

MaxDepth

IniDepth Shape Curve Name

E.E.SANDRE

1.8 5.3 0 TABULAR

curvasantoandre

BaciaRESIM 50.37

2.5 0 TABULAR

resim

E.E.Zona1 19.07

5.18 0 TABULAR

curvazona1

18824/E.EZIP2

41 5.2 0 TABULAR

curvazip2

E.E.Carbogal

30.15

5.1 0 TABULAR

curvacarbogal

E.E.Palmeiras

21.02

3.98 0 TABULAR

curvapalmeiras

E.E.ZIP1 31.1 4.7 0 TABULAR

curvazip1

E.EBretenção

14.6 2.2 0 TABULAR

baciaretencaozip3

19621/E.E.ZIP3

15.22

3.48 0 TABULAR

curvazip3

BaciaSAndré

4.17 3 0 TABULAR

baciasantoandre

E.E.RESIM 48.15

5.02 0 TABULAR

E.Eresim

CRINT 41.75

2.7 0 TABULAR

curvaCRINT

CRG 29.9 2.8 0 TABULAR

curvacaixageral

E.E.Euroresinas

30.15

3.51 0 TABULAR

E.E.euroresinas

flotador 31.5 9.07 8.57 TABULAR

flotador

Reservatório

28.2 2.2 0 TABULAR

reservatório

entradaETAR

28.2 2.2 0 TABULAR

ETAR

baciatempestade

40 8 2 TABULAR

baciadetempestade

BAL 35.5 5.74 0 TABULAR

bal

oxidação 31.3 8.7 8.2 TABULAR

OXIDAÇÃO

BPT 31.1 8.9 8.4 TABULAR

BPT

saidaRefinaria

36.18

2.95 0 TABULAR

saidaref

[ORIFICES]

Orifice From Node To Node Type CrestHT Gated CloseTime

santoandre 1A 1AA SIDE 0 0.65 YES

repsol antesrepsol 19621/E.E.ZIP3 SIDE 0 0.65 YES

anteszip3 18788 19621/E.E.ZIP3 SIDE 0 0.65 YES

bypasszip3 18788 19629 SIDE 0 0.65 YES

entradaETAR antesETAR entradaETAR SIDE 0 0.65 YES

temp baciatempestade flotador SIDE 3 0.65 YES

saidaribeira BAL 1 SIDE 0 0.65 YES

temp2 baciatempestade flotador SIDE 0 0.65 YES

temp3 baciatempestade flotador SIDE 0 0.65 YES

temp4 baciatempestade flotador SIDE 0 0.65 YES

xvii

[CONTROL CURVES] - Exemplo cenário C

Rule S1A

If node E.E.SANDRE Depth > 2.7

then pump SA status = ON

Rule S1B

If node E.E.SANDRE Depth <= 1.19

then pump SA status = OFF

Rule ZIP1A

If node E.E.ZIP1 Depth > 2.74

then pump ZIP1A Status = ON

Rule ZIP1B

If node E.E.ZIP1 Depth > 3.32

then pump ZIP1B Status = ON

Rule ZIP1C

If node E.E.ZIP1 Depth <= 1.36

then pump ZIP1A Status = ON

and pump ZIP1B Status = OFF

Rule ZIP1D

If node E.E.ZIP1 Depth < 0.68

then pump ZIP1A Status = OFF

Rule ZIP2A

If node 18824/E.EZIP2 Depth > 0.9

then pump ZIP2 Status = ON

Rule ZIP2B

If node 18824/E.EZIP2 Depth <= 0.4

then pump ZIP2 Status = OFF

Rule ZIP3A

If node 19621/E.E.ZIP3 Depth > 1.70

then pump ZIP3A Status = ON

Rule ZIP3B

If node 19621/E.E.ZIP3 Depth > 2.0

then pump ZIP3A Status = ON

and pump ZIP3B Status = ON

Rule ZIP3C

If node 19621/E.E.ZIP3 Depth > 2.68

then pump ZIP3C Status = ON

and pump ZIP3B Status = ON

and pump ZIP3A Status = ON

Rule ZIP3D

If node 19621/E.E.ZIP3 Depth <= 1.32

then pump ZIP3A Status = OFF

and pump ZIP3B Status = OFF

and pump ZIP3C Status = OFF

Rule Ret1A

If node E.EBretenção Depth > 0.8

then pump Bret Status = ON

Rule Ret1B

If node E.EBretenção Depth <= 0.28

then pump Bret Status = OFF

Rule Zona1A

If node E.E.Zona1 Depth > 2.20

then pump ZONA1A Status = ON

Rule Zona1B

If node E.E.Zona1 Depth > 2.80

then pump ZONA1B Status = ON

and pump ZONA1A Status = ON

Rule Zona1C

If node E.E.Zona1 Depth <= 1.50

then pump ZONA1A Status = OFF

and pump ZONA1B Status = OFF

Rule Pal1A

If node E.E.Palmeiras Depth > 1.33

then pump PAL Status = ON

Rule Pal1B

If node E.E.Palmeiras Depth <= 1.33

then pump PAL Status = OFF

Rule ResimA

If node E.E.RESIM Depth > 1.0

then pump RESIM Status = ON

Rule ResimB

If node E.E.RESIM Depth <= 0.5

then pump RESIM Status = OFF

Rule EuroresinasA

If node E.E.Euroresinas Depth > 1

then pump Euroresinas Status = ON

Rule EuroresinasB

If node E.E.Euroresinas Depth <= 0.5

then pump Euroresinas Status = OFF

Rule CarbA

If node E.E.Carbogal Depth > 0.9

then pump Carbogal Status = ON

Rule CarbB

If node E.E.Carbogal Depth <= 0.3

then pump Carbogal Status = OFF

Rule bypasszip3

If node 18788 depth > 0

then orifice bypasszip3 setting = 0

Rule baciatempestade

If node baciatempestade depth > 4.5

and simulation date = 01/17/2015

then orifice temp setting = 1

else orifice temp setting = 0

Rule baciatempestade2

If node baciatempestade depth > 2.3

and simulation date = 01/17/2015

then orifice temp2 setting = 1

else orifice temp2 setting = 0

Rule bacia3

If node baciatempestade depth > 6.5

then orifice temp2 setting = 1

else orifice temp2 setting = 0

Rule temp3

If node baciatempestade depth > 0

and simulation date = 01/15/2015

and simulation clocktime > 21:00:00

and simulation clocktime < 21:45:00

then orifice temp3 setting = 1

else orifice temp3 setting = 0

Rule temp4

If node baciatempestade depth > 0

and simulation date = 01/16/2015

and simulation clocktime > 21:00:00

and simulation clocktime < 21:45:00

then orifice temp4 setting = 1

else orifice temp4 setting = 0

xviii

[Caudais e coeficientes para tempo seco]

Node 41424/Enerfuel 28764 42067/Sines 21681/Artlant 21774/AirLiquide 12319/Euroresinas 42321 19624/Repsol 1A BaciaRESIM E.E.Palmeiras Galp

Parameter Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow Flow

BaseDWF 0.63 0.02 21.78 0.03 0.11 1.78 9.28 29.81 16.85 0.07 0.02 90.77

[Time Series] – Cenário C

Data Horas Precipitação

(mm)

01/15/2015 00:00 0

01/15/2015 01:00 0

01/15/2015 02:00 0

01/15/2015 03:00 0

01/15/2015 04:00 0

01/15/2015 05:00 0.3

01/15/2015 06:00 0

01/15/2015 07:00 0

01/15/2015 08:00 0

01/15/2015 09:00 0

01/15/2015 10:00 0.2

01/15/2015 11:00 0

01/15/2015 12:00 0

01/15/2015 13:00 0

01/15/2015 14:00 0

01/15/2015 15:00 0

01/15/2015 16:00 0

01/15/2015 17:00 0

01/15/2015 18:00 2.8

01/15/2015 19:00 5.6

01/15/2015 20:00 2.8

01/15/2015 21:00 0

01/15/2015 22:00 0

01/15/2015 23:00 0

01/16/2015 00:00 0

01/16/2015 01:00 0

01/16/2015 02:00 0.5

01/16/2015 03:00 0

01/16/2015 04:00 0

01/16/2015 05:00 0

01/16/2015 06:00 0

01/16/2015 07:00 0

01/16/2015 08:00 0

01/16/2015 09:00 0

01/16/2015 10:00 0

01/16/2015 11:00 0

01/16/2015 12:00 0

01/16/2015 13:00 0.3

01/16/2015 14:00 2.5

01/16/2015 15:00 0

01/16/2015 16:00 0

01/16/2015 17:00 0.3

01/16/2015 18:00 0

01/16/2015 19:00 0

01/16/2015 20:00 0

01/16/2015 21:00 0

01/16/2015 22:00 0

01/16/2015 23:00 0

01/17/2015 00:00 0

01/17/2015 01:00 0

01/17/2015 02:00 0

01/17/2015 03:00 0

01/17/2015 04:00 0

01/17/2015 05:00 0

01/17/2015 06:00 0

01/17/2015 07:00 0

01/17/2015 08:00 0

01/17/2015 09:00 0

01/17/2015 10:00 0

01/17/2015 11:00 0

01/17/2015 12:00 0

01/17/2015 13:00 0

01/17/2015 14:00 0

01/17/2015 15:00 0

01/17/2015 16:00 0

01/17/2015 17:00 0

01/17/2015 18:00 0

01/17/2015 19:00 0

01/17/2015 20:00 0.5

01/17/2015 21:00 1

01/17/2015 22:00 1.5

01/17/2015 23:00 2.8

01/18/2015 00:00 2.1

01/18/2015 01:00 1.3

01/18/2015 02:00 5.6

01/18/2015 03:00 4.3

01/18/2015 04:00 1.5

01/18/2015 05:00 0

01/18/2015 06:00 0

01/18/2015 07:00 0

01/18/2015 08:00 2

01/18/2015 09:00 0.5

01/18/2015 10:00 0

01/18/2015 11:00 0

01/18/2015 12:00 0

01/18/2015 13:00 0

01/18/2015 14:00 0

01/18/2015 15:00 0

01/18/2015 16:00 0

01/18/2015 17:00 0

01/18/2015 18:00 0

01/18/2015 19:00 0

01/18/2015 20:00 0

01/18/2015 21:00 0

01/18/2015 22:00 1.1

01/18/2015 23:00 0

01/19/2015 00:00 0

01/19/2015 01:00 0

01/19/2015 02:00 0

01/19/2015 03:00 0

01/19/2015 04:00 0

01/19/2015 05:00 0

01/19/2015 06:00 0

01/19/2015 07:00 0

01/19/2015 08:00 0

01/19/2015 09:00 0

01/19/2015 10:00 0

01/19/2015 11:00 0

01/19/2015 12:00 0

01/19/2015 13:00 0

01/19/2015 14:00 0

01/19/2015 15:00 0

01/19/2015 16:00 0

01/19/2015 17:00 0

01/19/2015 18:00 0

01/19/2015 19:00 0

01/19/2015 20:00 0

01/19/2015 21:00 0

01/19/2015 22:00 0

01/19/2015 23:00 0

01/19/2015 00:00 0

Hourly 00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

Multipliers 1.03 1 0.97 0.94 0.95 0.89 0.92 0.84 0.96 1.01 1.03 0.99 0.99 1.05 1.08 1.05 1 0.99 0.99 0.99 1.07 1.09 1.09 1.07

xix

[COORDINATES]

Node X-Coord Y-Coord

CT2 -62612.61 -186628.96

CT1 -53951.92 -182715.97

18789 -

60873.927 -187838.7

18788 -60906.23 -187781.2

12294 -58948.67 -187801.96

12350 -59770.01 -187648.74

16693 -61412.81 -188975.99

41415 -60584.18 -185736.48

41533 -60628.94 -185714.15

41532 -60673.69 -185691.84

41531 -60718.45 -185669.52

41530 -60763.21 -185647.21

41529 -60807.97 -185624.89

41524 -60852.73 -185602.57

41414 -60891.64 -185583.18

41463 -60867.79 -185535.36

41424/Enerfu

el -60843.94 -185487.54

41497 -60883.92 -185467.61

41496 -60928 -185445.64

41495 -60973.4 -185423

41494 -61018.04 -185400.74

41493 -61062.69 -185378.48

41492 -61107.24 -185356.27

41491 -61152.27 -185333.82

41486 -61187.96 -185316.02

41431 -61219.44 -185300.32

41419 -60915.48 -185631

41426 -60979.07 -185658.85

41460 -61023.83 -185636.54

41457 -61068.58 -185614.22

41454 -61113.34 -185591.9

41451 -61158.1 -185569.59

41448 -61202.86 -185547.27

41445 -61247.62 -185524.95

41436 -61283.26 -185507.18

41430 -61314.75 -185491.48

41515 -61290.92 -185443.69

41512 -61267.1 -185395.9

41518 -61243.27 -185348.11

28764 -58873.79 -190425.37

28763 -58932.61 -190425.36

28762 -58991.43 -190425.36

28761 -

59072.969 -190425.36

28760 -59072.97 -190425.36

28520 -59126.58 -190425.36

28523 -59126.58 -190453.46

28522 -59126.58 -190485.81

28526 -59158.57 -190535.84

28527 -59182.95 -190542.65

28528 -59182.96 -190602.51

28529 -59182.96 -190662.32

28530 -59182.97 -190721.92

28531 -59195.29 -190780.59

28532 -59209.75 -190840.72

28533 -59216.03 -190867.96

28534 -59251.94 -190861.41

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[VERTICES]

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Baciarefinari

a2

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Baciarefinari

a2

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Baciarefinari

a2

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Baciarefinari

a2 -59052.51 -189944.18

Baciarefinari

a2

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Baciarefinari

a2

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Baciarefinari

a2

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baciarefinaria

1

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baciarefinaria

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baciarefinaria

1

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[SYMBOLS]

Gage X-Coord Y-Coord

Udometro1

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