Modelo de Formação dos Artigos para o TIC'2005 · 2016/09/13 · massa, agentes causadores,...

20
O CONTRASTE DAS OBRAS DE CONTENÇÃO NA PAISAGEM DAS ESTRADAS. ESTUDO DE CASO: TRECHO DE SERRA DA RODOVIA DOS TAMOIOS. SANTOS, PALLOMA R. C. (1); ARAUJO, VINICIUS H. (2); PONCHIO, SCOTHY W. B. (3) 1. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil. [email protected] 2. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil. [email protected] 3. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil. [email protected] RESUMO Realizar as viagens de carro pode dar maior liberdade em optar pelos horários mais adequados e o usuário tem a chance de desfrutar da paisagem. Tornar a paisagem da rodovia um atrativo aos turistas, pode gerar um turismo diferenciado. Contudo, as estradas no Brasil apresentam muitos problemas, desde pavimentação, manutenção e infra-estrutura. Um dos problemas recorrente e que será focado neste trabalho são as obras de contenção principalmente as construções improvisadas devido às movimentações de terra próximas das rodovias. Para evitar e conter essa movimentação nas estradas é necessário a realização de obras de contenção para estabilização de taludes. A importância dessas obras para a segurança do usuário é inquestionável, entretanto geram normalmente grande impacto visual na paisagem. O objetivo deste trabalho é analisar e verificar opções de minimizar este impacto, sem negligenciar a segurança. Com o estudo de caso será apresentado o trecho de serra da rodovia dos Tamoios, onde em aproximadamente 14km de rodovia pode-se observar diferentes situações de contenção. A partir de um estudo de campo exploratório será verificado como as mesmas afetem a paisagem da região. Em projetos de estabilização de taludes, não se pode ignorar que a natureza não se repete, e portanto, a adoção de uma solução deve estar embasada em estudos cuidadosos, que consideram as características do meio físico e os processos de estabilização envolvidos. Palavras-chave : Contenção; deslizamento; paisagismo.

Transcript of Modelo de Formação dos Artigos para o TIC'2005 · 2016/09/13 · massa, agentes causadores,...

O CONTRASTE DAS OBRAS DE CONTENÇÃO NA PAISAGEM DAS ESTRADAS. ESTUDO DE CASO: TRECHO DE SERRA DA RODOVIA

DOS TAMOIOS.

SANTOS, PALLOMA R. C. (1); ARAUJO, VINICIUS H. (2); PONCHIO, SCOTHY W. B. (3)

1. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil.

[email protected]

2. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil. [email protected]

3. Instituto Federal de São Paulo. Campus São Paulo. Departamento de Construção Civil.

[email protected]

RESUMO

Realizar as viagens de carro pode dar maior liberdade em optar pelos horários mais adequados e o usuário tem a chance de desfrutar da paisagem. Tornar a paisagem da rodovia um atrativo aos turistas, pode gerar um turismo diferenciado. Contudo, as estradas no Brasil apresentam muitos problemas, desde pavimentação, manutenção e infra-estrutura. Um dos problemas recorrente e que será focado neste trabalho são as obras de contenção principalmente as construções improvisadas devido às movimentações de terra próximas das rodovias. Para evitar e conter essa movimentação nas estradas é necessário a realização de obras de contenção para estabilização de taludes. A importância dessas obras para a segurança do usuário é inquestionável, entretanto geram normalmente grande impacto visual na paisagem. O objetivo deste trabalho é analisar e verificar opções de minimizar este impacto, sem negligenciar a segurança. Com o estudo de caso será apresentado o trecho de serra da rodovia dos Tamoios, onde em aproximadamente 14km de rodovia pode-se observar diferentes situações de contenção. A partir de um estudo de campo exploratório será verificado como as mesmas afetem a paisagem da região. Em projetos de estabilização de taludes, não se pode ignorar que a natureza não se repete, e portanto, a adoção de uma solução deve estar embasada em estudos cuidadosos, que consideram as características do meio físico e os processos de estabilização envolvidos. Palavras-chave : Contenção; deslizamento; paisagismo.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

INTRODUÇÃO

Um dos fatores que utiliza-se para avaliar o desenvolvimento de um país é infra-estrutura

adequada. As estradas no Brasil apresentam muitos problemas, desde pavimentação,

manutenção e infra-estrutura.

Apenas 10% dos pouco mais de 1,7 milhões de quilômetros de estradas brasileiras são

pavimentadas, segundo dados do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes

(DNIT, 2014), conforme ilustra a Figura 1. Isso já reduz bastante as possibilidades de viagens

em estradas com estrutura de boa qualidade. A falta de pavimentação é apenas um dos

problemas da infraestrutura logística brasileira. Entretanto, viajar de carro é uma escolha para

muitos e até mesmo necessidade.

Figura 1 – Situação das estradas brasileiras (Pavimentação)

Fonte: Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT, 2014).

Um problema recorrente das estradas e que será focado neste trabalho são as obras de

contenção, principalmente as improvisadas realizadas nas rodovias, devido a movimentação

de terra.

Os movimentos de solo são objeto de interesse de grande parte de pesquisadores,

planejadores e/ou administradores públicos, haja vista que podem atingir áreas com

importante infraestrutura para um país, como, por exemplo: oleodutos, gasodutos, aquedutos,

rodovias, linhas de transmissão, além de complexos industriais e centros urbanos, tendo

como consequência mais grave a perda de vidas humanas (GOMES, 2006, p. 18).

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

O deslizamento de terra é o movimento de descida de material encosta abaixo. Tal processo

decorre tanto de causas naturais quanto por ações desenvolvidas imprudentemente pelo

homem, ocasionando perdas humanas e de materiais. Para evitar e conter essa

movimentação nas estradas é necessário a realização de obras de contenção para

estabilização de taludes.

Em projetos de estabilização de taludes, não se pode esquecer que cada caso é um caso a

natureza não se repete, e, portanto, a adoção de uma solução deve estar embasada em

estudos cuidadosos, que consideram as características do meio físico e os processos de

estabilização envolvidos (CARVALHO,1991). A importância dessas obras para a segurança

do usuário é inquestionável, entretanto geram normalmente grande impacto na paisagem. O

objetivo deste trabalho é analisar e ver opções de minimizar este impacto, sem negligenciar a

segurança.

Realizar as viagens de carro pode dar maior liberdade em optar pelos horários mais

adequados e o usuário tem a chance de desfrutar da paisagem. Muitos dizem que o melhor da

viagem pode começar antes mesmo da chegada ao destino final. Tornar a paisagem da

rodovia um atrativo aos turistas, pode gerar um turismo diferenciado, como motociclista,

ciclista e o ecoturismo uma das áreas que mais cresce na economia.

OBJETIVO

Como principal objetivo, este trabalho visa ampliar os estudos sobre os deslizamentos de terra

nas estradas, levando em consideração não só as causas naturais e antrópicas, mas também

o desenvolvimento de idéias e o aperfeiçoamento de projetos para a diminuição do impacto

dessas estruturas na paisagem local.

METODOLOGIA

Inicialmente, foi desenvolvido uma revisão bibliográfica sobre os tipos de movimentação de

massa, agentes causadores, consequências, medidas usuais para prevenção, bem como a

análise da eficiência das referidas medidas.

Também foi realizado um estudo de campo explanatório para caracterizações qualitativas e

quantitativas in situ dos métodos de contenção utilizados na Rodovia dos Tamoios.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

O estudo de campo consiste em técnicas de observação focalizada em uma comunidade,

analisando-se diretamente as atividades para captar as interpretações do que ocorre no local.

Ademais, outros procedimentos ocorrem concomitante, como: análise documental e

fotográfica (GIL, 2002, p. 53).

Foi decido realizar o estudo na Rodovia dos Tamoios, primeiro pois em 1967, o município de

Caraguatatuba foi vítima de uma catástrofe que destruiu o trecho em serra, sendo necessária

a reconstrução da rodovia, e segundo pois esta dentro do Parque Estadual Serra do Mar,

maior corredor biológico da Mata Atlântica no Brasil.

DESENVOLVIMENTO

Movimentos de massa

Conceito

Consonante com a definição proposta por Montoya (2013, p. 18), movimentos de massa

compreendem os processos geológicos exógenos que envolvem mobilização de detritos e

material rochoso e/ou terroso em direção a partes mais baixas por ação da gravidade.

Em vista dos diversos incidentes que ocasionaram enormes prejuízos no país, o fomento à

pesquisa nesta área pode colaborar para a parametrização dos diversos tipos de

deslizamentos que ocorrem no país. No Quando 1 apresentamos os principais tipos de

movimentos gravitacionais de massa de acordo com Augusto Filho.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Quadro 1 – Principais tipos de movimentos gravitacionais de massa

Processo Características

Rastejo (creep)

Vários planos de deslocamento (internos);

Velocidades muito baixas (cm/ano) a baixas e decrescentes com a

profundidade;

Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes;

Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada;

Geometria indefinida.

Escorregamentos

(slides)

Poucos planos de deslocamento (externos);

Velocidades médias (m/h) a altas (m/s);

Pequenos e grandes volumes de material;

Geometria e materiais variáveis;

Planares – solos poucos espessos e rochas com um plano de

fraqueza;

Circulares – solos espessos homogêneos e rochas muito

fraturadas;

Em cunha – solos e rochas com dois planos de fraqueza.

Quedas (falls)

Sem planos de deslocamento;

Movimentos tipo queda livre ou em plano inclinado;

Velocidades muito altas (vários m/s);

Material rochoso;

Pequenos a médios volumes;

Geometria variável: lascas, placas, blocos, etc.;

Rolamento de matacão e tombamento.

Corridas (flows)

Muitas superfícies de deslocamento;

Movimento semelhante ao de um líquido viscoso;

Desenvolvimento ao longo das drenagens;

Velocidades médias a altas;

Mobilização de solo, rochas, detritos e água;

Grandes volumes de material;

Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas.

Fonte: Augusto Filho (1992).

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Agentes deflagradores

Os agentes deflagradores dos movimentos de massa são fatores que induzem o dinamismo

dos diversos fenômenos anteriormente expostos.

[...] A deflagração das instabilizações de taludes e encostas é controlada por

uma cadeia de eventos, muitas vezes de caráter cíclico, que tem sua origem

com a formação da própria rocha e toda sua história geológica e

geomorfológica subsequente, como movimentos tectônicos, intemperismo,

erosão, ação antrópica, etc. (AUGUSTO FILHO e VIRGILI, 1998, p. 245).

A identificação dos eventos responsáveis pela movimentação de massa se torna importante

para que, eventualmente, possam ser adotadas medidas corretivas ou preventivas no maciço.

Guidicini e Nieble (1984) distingue os agentes deflagradores em predisponentes e efetivos,

como exposto no Quadro 2:

Quadro 2 – Agentes deflagradores dos movimentos de massa

Agente Descrição

Predisponentes

Condições geológicas (ângulo de atrito, permeabilidade, coesão, etc.),

geométricas e climática-hidrológicas em função apenas de condições

naturais, não atuando qualquer forma de ação antrópica

Efetivos

Elementos diretamente responsáveis pelo desencadeamento do movimento

de massa, incluindo-se a ação antrópica, podendo ser preparatório

(pluviosidade, ações humanas, desflorestamento, etc.) ou imediato (chuva

intensa, terremoto, vento, etc.)

Fonte: Guidicini e Nieble (1984).

Vieira (2007, p. 30) discorre que a forma, orientação e declividade das encostas também

devem ser consideradas como fatores que também podem ser agentes que afetam a

estabilidade de um maciço.

Ressalta-se, ainda, que a ocorrência de um movimento de massa pode ser ocasionada por

mais de um agente, isto é, pela combinação de ações. A exemplo disso está o deslizamento

de terra ocorrido em 1985 em Mameyes – Porto Rico. Segundo o United States Geological

Survey (USGS, 2008), o movimento de massa que ocasionou a destruição de 120 casas e

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

matou ao menos 129 pessoas foi provocado por tempestade tropical com chuvas

extremamente pesadas, além da saturação do solo por vazamento de tubulações de esgoto

em área extensamente povoada (ação antrópica) no cume do deslizamento.

Neste trabalho daremos ênfase nas chuvas devido ao seu nível de risco no Brasil, conforme

Montoya (2013, p. 44), e nas ações antrópicas devido às inúmeras causas apontadas por

Highland e Bobrowsky (2008), uma vez que a ação destes agentes pode ser prevista e a partir

disso medidas podem ser tomadas para evitar eventuais catástrofes.

De acordo com Tominaga et al. (2009), escorregamento de solos e/ou rochas, ocorrem

geralmente associados a eventos pluviométricos intensos e prolongados durante os períodos

chuvosos, que, na região tropical brasileira, corresponde ao verão, especificamente nos

meses que iniciam o ano.

Por exemplo, no estado de São Paulo, conforme Figura 2 os meses em que houve maior

número de registro de eventos de movimentação de massa correspondem aos meses com

índices pluviométricos mais altos apresentados na Figura 3.

Figura 2 - Frequência mensal de movimentos de massa no Estado de SP, período de 1991 a 2010.

Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2011).

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Figura 3 – Médias pluviométricas em 2010 no Estado de São Paulo

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA, 2010) e UFSC (2011).

As características hidráulicas e hidromecânicas do terreno e a condição de saturação do solo

são fatores determinantes na estabilidade das encostas e taludes já que as chuvas possuem

dois efeitos, sendo eles: diminuição da coesão aparente dos materiais e aumento da

poropressão (MONTOYA, 2013, p. 21).

Quando há ocorrência de precipitações, a água chega à superfície de um solo não saturado,

podendo infiltra-lo na direção vertical em decorrência concomitante das forças capilares e

gravitacionais (GERSCOVICH, 2012, p. 63).

Desta forma, Gerscovich (2012, p. 68) discorre que a água passa a ocupar os espaços

existentes entre as partículas elevando a poropressão, isto é, reduzindo a pressão efetiva

entre as partículas do solo e consequentemente a resistência ao cisalhamento, o que pode

ocasionar uma ruptura do maciço e facilitar a movimentação em massa.

Além disso, dependendo da duração e da intensidade da chuva, a água ao incidir sobre uma

encosta ou talude pode escoar sobre a superfície, carreando solo e outros detritos e

consequentemente originando escorregamentos, conforme elucidado anteriormente

(GERSCOVICH, 2012, p. 25). Neste passo, Vieira (2007, p. 13) discorre que há formação de

fluxo paralelo à encosta, pois existe uma camada menos permeável sob outra passível de

movimentação, acarretando o rompimento e o início do deslizamento.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Do mesmo modo que a pluviometria pode ocasionar um incidente, as atividades humanas

podem contribuir e/ou desencadear os movimentos terrosos e/ou rochosos. Highland e

Bobrowsky (2008) citam alguns destas atividades, listadas a seguir:

Escavação de taludes e encostas na sua base;

Uso e ocupação de locais instáveis para construção;

Sobrecaraga em locais com declive ou crista, tais como aterros no topo de uma

encosta ou talude;

Desmatamento, desflorestamento;

Irrigação;

Atividades explosivas ou vibratórias de grande intensidade, tais como cravação de

estacas;

Vazamento de água de infraestruturas;

Desvios (planejados ou não) de um recurso hídrico, através da construção de pilares,

barragens, diques, etc.

Alterar as configurações geométricas de um talude ou uma encosta, acrescentando-lhes uma

sobrecarga na região superior (crista) ou então, retirando parte de sua massa na região

inferior (base) pode desencadear a instabilidade da massa terrosa e/ou rochosa (GUIDICINI;

NIEBLE, 1984, p.53). A exemplo destas alterações estão as obras de preparação do terreno

(cortes e aterros) que, se executadas incorretamente, podem induzir o aumento das tensões

cisalhantes (GERSCOVICH, 2012, p. 33).

A expansão urbana que ocorre nas cidades e as dificuldades socioeconômicas levam ao

surgimento de favelas, por exemplo, em diversos municípios brasileiros. Em geral, as favelas

ocupam locais menos privilegiados, com relevos montanhosos e mais favoráveis aos

deslizamentos. Para construção destas moradias precárias e vias de acesso às favelas, tem

sido realizados cortes em locais instáveis, induzindo consideravelmente a ocorrência de

deslizamentos. Analisando o processo de ocupação da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro,

concluiu-se que mais de 50% dos 242 escorregamentos registrados ao longo da história do

maciço estavam relacionados à expansão das favelas no local (FERNANDES et al.,1999).

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Contenções e Prevenções

Ações mitigadoras dos movimentos de massa incluem todas as atividades que objetivam

amenizar as consequências ou mesmo evitar a ocorrência dos fenômenos anteriormente

apresentados neste trabalho. Cerri et al. (2007) apresenta algumas tipologias de intervenções

focadas na redução de riscos, como pode ser visto no Quadro 3.

Quadro 3 – Tipologia de intervenções focadas à redução de riscos identificados

Tipo de Intervenção Descrição

Serviços de limpeza e

recuperação

Correspondem a serviços manuais e/ou utilizando equipamentos de

pequeno porte para remoção de resíduos e recuperação de

sistemas de drenagem existentes.

Obras de drenagem

superficial, proteção vegetal

(gramíneas) e desmonte de

blocos e matacões

Implantação de sistemas drenantes superficiais, como: canaletas,

caixas de transição e escadas d’água. Inclui também proteção de

taludes com gramíneas.

Obras de drenagem de

subsuperfície

Sistemas como trincheiras drenantes e poços de rebaixamento que

correspondem a serviços parcialmente ou totalmente mecanizados.

Estruturas de contenção

localizadas ou lineares

Implantação de estruturas de contenção como: tirantes, estacas,

muros de contenção, gabiões, muros de concreto, etc.

Obras de terraplanagem de

médio e grande portes

Predomínio de serviços mecanizados que incluem cortes, aterros,

compactação, desvio e canalização de córregos.

Estruturas de contenção de

médio e grandes portes

Implantação de estruturas de contenção com grandes altura e

largura, envolvendo obras de muros de gravidade, cortinas, etc.

Remoção de moradias Retirada definitiva de moradias em áreas de risco ou remoção

temporária para implantação de obras de contenção, por exemplo.

Fonte: Cerri et al. (2007).

As medidas preventivas são distinguidas por Tominaga et al. (2009) em não estruturais e

estruturais, no qual estas últimas estão relacionadas com obras de engenharia de alto custo,

como por exemplo: contenções de encostas, implantação de sistemas drenantes e

adequação/readequação urbana.

Tominaga et al. (2009) também explica que as medidas não estruturais fazem referência as

ações de planejamento e gerenciamento do uso do solo, tais como: zoneamento, plano

preventivo de defesa civil (PPDC) e educação ambiental. Além disso, há outras medidas

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

preventivas que podem ser adotadas pelos habitantes de áreas de risco e órgãos

governamentais, que são:

Evitar construções próximas a encostas, taludes e recursos hídricos;

Não realização de obras de terra sem as devidas outorgas municipais;

Análise de risco e eventual implantação de planos de alerta e evacuação;

Não desmatar encostas e taludes, bem como o não lançamento de resíduos nestes

locais;

Verificação periódica das estruturas edificadas, observando-se o surgimento de trincas

e fissuras, e movimentações do terreno;

Acompanhamento de boletins meteorológicos, em razão de eventuais chuvas intensas

que possam deflagrar movimentos de massa.

Paisagem

A paisagem é algo a ser visto e lembrado, um conjunto de elementos do qual esperamos que

nos dê prazer. Olhar para as cidades e rodovias pode dar um prazer especial, por mais

comum que possa ser o panorama. Como obra arquitetônica, é uma construção de grande

escala no espaço. (LYNCH,1960).

A partir do século XX, houve a tendência para descrição dos elementos físicos das paisagens

(destacando-se as formas topográficas) em relação aos aspectos das atividades

socioeconômicas. De acordo com Christofoletti (1999), o conceito de landschaft é visto como

o de unidade territorial, e a valorização maior está em focalizar as paisagens morfológicas e

da cobertura vegetal, abrindo caminho para se estabelecerem distinções entre as paisagens

naturais e paisagens culturais.

De acordo com Guerra (2006), a base nas orientações teórico-metodológicas das escolas de

Geografia (com destaque a germânica, francesa, russa e americana), o desenvolvimento e a

aplicação do conceito de paisagem foram construídas de maneira diferenciada, sendo a sua

análise apoiada em diferentes horizontes epistemológicos, gerando uma diversidade de

abordagens, cada uma, enquadrada dentro de seu tempo específico.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

No entanto, de acordo com Sauer (1998), no início do século XX, já afirmava que o conceito

de paisagem era algo complexo e que envolvia todos os elementos, sejam eles naturais e

sociais. Esse autor ainda ressalta que qualquer definição da mesma, única, desorganizada ou

não-relacionada, não tem valor científico, e divide o conteúdo da paisagem em duas partes: o

“sítio”, que representa o somatório dos recursos naturais; e a sua expressão cultural, ou a

marca da ação do homem sobre uma área.

Rougerie e Beroutchachvili (1991), afirmam que aparece no cenário acadêmico a ideia do

conceito de paisagem como a relação homem-natureza, contrapondo-se à estético-descritiva,

abrindo caminho para uma nova abordagem relacionada à categoria em estudo como

ambiente ou como objeto, na qual podem ser realizadas ações de intervenção e de pesquisa

científica. Para esses autores, a ocorrência da Segunda Guerra Mundial foi um marco muito

importante, pois, nesse período, surgiram os primeiros trabalhos de caráter aplicativo, ou

melhor, prático, que somente detinha o domínio do discurso. Esses trabalhos surgiram tanto

na Alemanha como na antiga União Soviética, fazendo do cenário o objeto de análise e

afirmaram que essa visão sistêmica possibilitou uma maior reflexão sobre o conceito, levando

à compreensão dos sistemas naturais a partir da sua estrutura e funcionamento.

Estudo de campo

Para exemplificar o efeito das obras de contenção na paisagem das estradas foi realizado um

estudo de campo explanatório na serra da Rodovia dos Tamoios, situada no Parque Estadual

Serra do Mar, maior corredor biológico da Mata Atlântica no Brasil.

Foi escolhida esta região por saber a necessidade de horas de contenção no local. No dia 18

de março de 1967 ocorreu a chamada “catástrofe em Caraguatatuba de 67”, a maior parte dos

deslizamentos ocorreu no começo da tarde. Segundo os jornais da época, chovia

intensamente desde o dia 16 de março, ficando mais intensa a noite. Na manhã do dia 18,

começaram os deslizamentos, por volta das 15:30 horas, toda a serra desaba, e a cidade ficou

isolada. A Rodovia dos Tamoios ficou destruída, vários carros ficaram presos no trecho de

serra. A estrada da serra, em sua maior parte, foi destruída, não sendo possível reconhecer

seu antigo traçado em muitos trechos, onde se formaram precipícios de mais de 100 m de

profundidade. O acesso para Ubatuba e São Sebastião, cidades vizinhas a Caraguatatuba,

ficou interditado, a ajuda chegava apenas por ar e por mar. O Rio Santo Antônio aumentou

suas margens de 40m para 200m. A lama descia junto com o rio. De acordo com o posto da

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Fazenda dos Ingleses, o índice pluviométrico registrou 851,0 mm, sendo 420,0mm somente

no dia 18, não acusando índice maior devido a saturação do pluviômetro.

O trecho de serra da Rodovia dos Tamoios, identificado a seguir, foi reconstruído e

atualmente possui aproximadamente 13 km, conforme apresentado na figura 4.

No dia 08 de julho de 2016 foi realizado o estudo de campo exploratório para caracterização

qualitativa das intervenções para conter movimentos de massa e que, sendo

acompanhamento de elaboração de documentação fotográfica.

Figura 4 – Trecho da Rodovia dos Tamoios para o estudo de caso (km 68 ao km 81)

Fonte: Google Earth (2016).

Ainda que as técnicas utilizadas afetem a paisagem extensamente arborizada da região, elas

possuem a finalidade precípua de garantir a segurança dos usuários que se deslocam na

Rodovia dos Tamoios. Contudo, foi observado que diversas ações mitigadoras de massa

foram aplicadas de forma local e provisória, ou seja, não garantem a segurança de uma

grande extensão, tampouco pode ser mantida de forma duradoura sem algum prejuízo.

A seguir, serão apresentados alguns dos casos analisados através de fotografias durante o

estudo exploratório, sendo legendadas com comentários explicativos acerca das técnicas

observadas.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Nota-se na figura 5 que foram utilizados sacos de solo-cimento e lonas na base para

contenção parcial de encosta íngreme. Verifica-se que além de tratar-se de uma alternativa

provisória, os sacos de solo-cimento e as lonas não estão garantindo a estabilidade total do

maciço.

Figura 5 – Utilização de sacos de solo-cimento e lonas para contenção de encosta

Fonte: Autor, 2016.

Em diversos trechos do local em estudo, é notória a presença de diversos muros de concreto

que, por sua vez, trata-se de contenção permanente da rodovia além de exercer a função de

guarda roda, conforme figura 6 a seguir. Entretanto, verificou-se que em alguns trechos,

referidos muros possuem trincas, fissuras e ausência de barbacãs para escoamento de água,

manchando-os devidos às infiltrações e promovendo a oxidação da armadura interna.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Figura 6 – Muro de concreto

Fonte: Autor, 2016.

Outra alternativa vista em grande quantidade na Rodovia dos Tamoios são as escadas

d’água, apresentadas na figura 7. Trata-se de canais de drenagem superficial construído em

forma de degraus para coleta e condução das águas pluviais, reduzindo a infiltração de água

no maciço terroso. Além de ser uma ação permanente, as escadas d’água ocupam apenas a

linha de maior declividade da encosta.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Figura 7 – Escadas d’água

Fonte: Autor, 2016.

Mesmo verificado a existência de ações mitigadoras de movimentos de massa permanentes

no trecho de serra da Rodovia dos Tamoios, deve-se ressaltar também a inexistência em

alguns locais destas medidas, o que afeta não só a paisagem do local, como também põe em

risco a vida dos usuários da via de circulação e põe em risco os investimentos monetários

empregados para construção e manutenção da estrada de rodagem.

A figura 8 a seguir mostra um escorregamento translacional local bem próximo às margens da

rodovia, sem que, contudo, haja qualquer intervenção antrópica para evitar ou mesmo reduzir

os efeitos da movimentação de massa.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

Figura 8 – Escorregamento translacional às margens da Rodovia dos Tamoios

Fonte: Autor, 2016.

Considerações Finais

O conceito de paisagem considera a relação homem-natureza, logo a paisagem é algo

complexo, que contempla a marca da ação do homem. Acredita-se que as obras de

estabilização de taludes necessários na construção da estrada fazem parte da paisagem e

marcam a ação do homem. Entretanto obras provisórias que se tornam permanentes, de

forma indevida, e o total descaso com o entorno causam grande contraste visual das obras de

contenção nas estradas.

O estudo de campo deste trabalho, verificou que o trecho de serra da Rodovia dos Tamoios,

que dá acesso à uma das principais cidades litorâneas do estado de São Paulo,

Caraguatatuba, possui diversas técnicas de estabilização de encostas, mas a maioria das

alternativas são provisórias e que são empregadas, na realidade, como técnicas

permanentes.

As técnicas utilizadas afetem a paisagem extensamente arborizada da região e possuem a

finalidade de garantir a segurança dos usuários que se deslocam na Rodovia dos Tamoios. O

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

problema é que as técnicas empregadas não consideram o impacto visual e demonstram que

os serviços de manutenção são inadequados ou até mesmo inexistentes.

Neste passo, verifica-se que em razão da má conservação das intervenções construtivas no

trecho de serra da Rodovia dos Tamoios e da permanência do uso de soluções provisórias, as

quais estão inadequadas e/ou com a sua funcionalidade comprometida, ratifica

negativamente a ação do homem, pois amplifica o contraste com a paisagem natural.

Muitas soluções ecológicas já existem no mercado como os muros verdes, recomposição de

taludes, controle de erosão, que através da utilização de elementos de reforço de solo aliados

a um sistema de faceamento vegetal, ou uma simples revegetação até seu revestimento com

materiais de alta resistência a abrasão, amenizam a marca da ação do homem.

A escolha por uma ou outra técnica de contenção depende de vários fatores e são

necessárias para preservação do meio e da vida, entretanto alternativas provisórias devem

ser substituídas por soluções eficientes que considere além dos fatores habituais de

presença ou não de água, tipo de solo, inclinação, custo e execução, o menor impacto visual.

Bibliografia

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Dados pluviométricos de 1991 a 2010. Brasília:

Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682: Estabilidade de

Encostas. Rio de Janeiro, 2009, p. 31.

AUGUSTO FILHO, O. Caracterização Geológico-Geotécnica Voltada à Estabilização de

Encostas: Uma Proposta Metodológica. Conferência Brasileira Sobre Estabilidade de

Encostas. v. 2. p.721-733. Rio de Janeiro, 1992.

AUGUSTO FILHO, O.; VIRGILI, J.C. Estabilidade de taludes. In: OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO,

S.N.A. Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia

(ABGE), 1998. Capítulo 15, p. 245.

CARVALHO, P. A. S. de Manual de geotecnia: Taludes de rodovias: orientação para

diagnóstico e soluções de seus problemas. São Paulo: Departamento de Estradas e

Rodagens do Estado de São Paulo, Instituto de Pesquisa Tecnológicas, 1991. 388 p.

(Publicação IPT; n.1843)

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

CERRI, L. E. S.; NOGUEIRA, F. R.; CARVALHO C. S.; MACEDO, E. S.; AUGUSTO FILHO;

O. Mapeamento de Risco em Assentamentos Precários no Município de São Paulo (SP).

Geociências, v. 26, n. 2, 2007, p. 143-150. Disponível em:

<http://hdl.handle.net/11449/106837>. Acesso em: 14 mai. 2016.

CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. São Paulo: Editora Edgard

Blucher Ltda, 1999, p. 236.

Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT, 2014) Disponível em:

<http://www.dnit.gov.br/sistema-nacional-de-viacao/snv-2014-1>. Acesso em: 10 de jun.

2016.

FERNANDES, M. C.; LAGUÉNS, J. V. M.; COELHO NETTO, A. L. O Processo de Ocupação

por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ.

Anuário do Instituto de Geociências – Volume 22. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio

de Janeiro, 1999, p. 15.

GERSCOVICH, D. M. S. Estabilidade de Taludes. São Paulo: Oficina de Textos, 2012, p. 166.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas. 2002. p. 53 - 175.

GOMES, R. A. T. Modelagem de Previsão de Massa a Partir da Combinação de Modelos de

Escorregamentos e Corridas de Massa. 2006. 101p. Tese de Doutorado. Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, RJ, 2006.

GUERRA, Antônio José Teixeira; MARÇAL, Mônica dos Santos. Geomorfologia Ambiental.

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006, p. 196.

GUIDICINI, G.; NIEBLE, C. M. Estabilidade de Taludes Naturais e de Escavação. 3º ed. São

Paulo: Edgard Blucher, 1983, p. 216.

HIGHLAND, L. M.; BOBROWSKY, P. O Manual de Deslizamento – Um Guia para a

Compreensão de Deslizamentos. Virgínia (EUA): United States Geological Survey (USGS),

2008, p. 176.

LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960, p. 193.

MONTOYA, C. A. H. Incertezas, Vulnerabilidade e Avaliação de Risco Devido a

Deslizamentos em Estradas. 2013, p. 273. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília

(UnB). Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Brasília, DF,

2013.

ROUGEIRE, G.; BEROUTCHACHVILI, N. Geosystemes et Paysages: Bilian et Méthodos.

Paris: Armand Colin, 1991, p. 302.

SAUER, C. O. A morfologia da paisagem. 1925. In: ROSENDAHL, Z.; CORRÊA, Roberto

Lobato. Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. p.12-74.

TOMINAGA, L. K.; SANTORO, J.; AMARAL, R. Desastres Naturais: Conhecer para Prevenir.

São Paulo: Instituto Geológico, 2009, p. 196.

4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

USGS - United States Geological Survey . Whashington, 2008. Disponível em:

< https://www.usgs.gov/ >. Acesso em: 10 de jun. 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC). Atlas Brasileiro de Desastres

Naturais – 1991 a 2010. Volume São Paulo. Florianópolis: Centro Universitário de Estudos e

Pesquisas sobre Desastres (CEPED), 2011, p. 71.

VIEIRA, B. C. Previsão de Escorregamentos Translacionais Rasos na Serra do Mar (SP) a

Partir de Modelos Matemáticos em Bases Físicas. 2007, p. 213. Tese de Doutorado –

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências. Rio de Janeiro, 2007.