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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DIMENSIONAMENTO POR MEIO DE SIMULAÇÃO DAS DOCAS DE RECEBIMENTO E DO ESPAÇO DE ESTACIONAMENTO PARA CAMINHÕES ABASTECEDORES NUM TERMINAL DE CROSS- DOCKING Daniel Domingos Adriano Edson Tadeu Bez, Dr. São José, Novembro / 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR

CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

DIMENSIONAMENTO POR MEIO DE SIMULAÇÃO DAS DOCAS

DE RECEBIMENTO E DO ESPAÇO DE ESTACIONAMENTO PARA

CAMINHÕES ABASTECEDORES NUM TERMINAL DE CROSS-

DOCKING

Daniel Domingos Adriano

Edson Tadeu Bez, Dr.

São José, Novembro / 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR

CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

DIMENSIONAMENTO POR MEIO DE SIMULAÇÃO DAS DOCAS

DE RECEBIMENTO E DO ESPAÇO DE ESTACIONAMENTO PARA

CAMINHÕES ABASTECEDORES NUM TERMINAL DE CROSS-

DOCKING

Daniel Domingos Adriano

São José, Novembro / 2015

Orientador: Edson Tadeu Bez, Dr

Co-Orientador: Antônio Galvão Novaes, Dr

Área de Concentração: Computational Sustainability

Linha de Pesquisa: Simulação

Palavras-chave: Cross-Docking, Simulação, Dimensionamento de Docas de Recebimento, Espaço de

Estacionamento.

Número de páginas: 82

RESUMO

Cross-docking é uma estratégia de logística utilizada por empresas de diferentes setores para a

transferência de remessas de produtos que chegam nas docas de recebimento diretamente aos veículos

de saída nas docas de expedição sem armazená-los durante o processo. Esta prática tem vários

objetivos: consolidação dos embarques, redução do tempo de entrega, eliminação de estoque, redução

dos custos de inventário e custos de manipulação dos produtos. Muitas vezes as docas de recebimento

do terminal de cross-docking estão ocupadas e o veículo precisa entrar numa fila. Para o

dimensionamento do número necessário de docas de recebimento, e da área de estacionamento no

pátio voltada aos caminhões que aguardam descarga, é necessário determinar o número de posições de

descarga e o número esperado de veículos na fila. O objetivo deste projeto é dimensionar por meio de

simulação o número de docas de recebimento e o espaço de estacionamento para caminhões

abastecedores num terminal de cross-docking.

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ABSTRACT

Cross-docking is a logistic operational strategy used by companies from different sectors for

transferring goods in a terminal, in which the products depart from the receiving dock doors, going

directly to the distribution vehicles located at the shipping dock, without inventory in between. This

practice has many objectives: consolidation of shipments, reduction of delivery time, elimination of

stocking space, reduction of inventory costs, and product handling costs. Often, all the receiving docks

of the cross-docking terminal are busy when a vehicle arrives, and it has to wait in a queue. For

dimensioning the required number of receiving dock doors, plus the parking area in the yard to

accommodate the trucks waiting for discharge, it is necessary to determine the number of unloading

positions and the expected number of vehicles in the queue. The objective of this project is to

determine through simulation the number of receiving dock doors and the parking area for the vehicles

waiting to be served in the terminal.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição da frota de caminhões abastecedores. ................................................................ 48

Tabela 2. Comparação dos resultados do modelo matemático com os do modelo de simulação. .......... 66 Tabela 3. Resultados da aplicação do modelo de simulação. ................................................................. 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo geral da cadeia de suprimentos. ................................................................................. 18

Figura 2. Fluxo de recebimento e expedição em um centro de distribuição. .......................................... 31 Figura 3. Funções básicas do centro de distribuição. .............................................................................. 32 Figura 4. Representação de um terminal de cross-docking. ................................................................... 36 Figura 5. Diferenciação dos tipos de carregamento. ............................................................................... 38 Figura 6. Cantos internos e externos de um terminal de cross-docking. ................................................ 40

Figura 7. Parte da animação. ................................................................................................................... 45 Figura 8. Caixa padrão de acondicionamento dos produtos. .................................................................. 47 Figura 9. Curva que representa a chegada dos caminhões abastecedores no terminal de cross-docking.

......................................................................................................................................................... 48

Figura 10. Curva da taxa de chegadas dos caminhões abastecedores ao terminal de cross-docking. . 49 Figura 11. Comparação da distribuição teórica com a distribuição simulada. ....................................... 51

Figura 12. Distribuição do tempo de descarga dos caminhões abastecedores. ....................................... 52 Figura 13. Divisão por módulos. ............................................................................................................. 53 Figura 14. Tela de configuração. ............................................................................................................ 54 Figura 15. Tempo médio de espera no estacionamento. ......................................................................... 55

Figura 16. Resultado da análise da ferramenta Arena® Output Analyzer. ............................................. 56

Figura 17. Configurações do módulo "Chegada". .................................................................................. 56 Figura 18. Representação do submodelo “Chegada no terminal”. ......................................................... 57

Figura 19. Representação do submodelo “Recepcao”. ........................................................................... 57 Figura 20. Configurações do módulo "Recepcao". ................................................................................. 58

Figura 21. Configurações do módulo " Sair da recepcao e ir para selecao de doca". ............................. 59 Figura 22. Configurações do módulo "Sair da recepcao e ir para estacionamento". .............................. 60

Figura 23. Representação do submodelo “Seleção de doca”. ................................................................. 60 Figura 24. Configurações do módulo "Sair da selecao doca". ................................................................ 61

Figura 25. Representação do submodelo “Estacionamento”. ................................................................. 62 Figura 26. Configurações do módulo "Estacionamento". ....................................................................... 62 Figura 27. Representação do submodelo “Docas”. ................................................................................. 63

Figura 28. Representação do submodelo “Doca N”. ............................................................................... 63 Figura 29. Configurações do módulo "Descarregar doca N". ................................................................. 64 Figura 30. Representação do submodelo saída do terminal. ................................................................... 65

Figura 31. Tempo de espera na fila. ........................................................................................................ 68 Figura 32. Variação da fila máxima. ....................................................................................................... 69

Figura 33. Análise dos tempos de fila e no terminal. .............................................................................. 70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BPMN Business Process Modeling Notation

CACS Centre Arrival and Centre Shipping

CD Centros de Distribuição

CS Cadeia de Suprimentos

FIFO First in, first out

GCS Gerenciamento da Cadeia de Suprimento

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

VBA Visual Basic for Application

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA........................................................................... 12

1.1.1 Solução Proposta ............................................................................................. 13

1.1.2 Delimitação de Escopo .................................................................................... 13

1.1.3 Justificativa ...................................................................................................... 13

1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 14

1.3 METODOLOGIA .............................................................................................. 15

1.3.1 Metodologia da Pesquisa ................................................................................ 15

1.3.2 Procedimentos Metodológicos ........................................................................ 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 17

2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS......................................................................... 17

2.2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................ 19

2.2.1 Canal de Distribuição ..................................................................................... 19

2.2.2 Gerenciamento................................................................................................. 20

2.3 A LOGÍSTICA NO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

.............................................................................................................................22

2.3.1 Serviços ao Cliente .......................................................................................... 23

2.3.2 Estoque ............................................................................................................. 24

2.3.3 Localização ....................................................................................................... 25

2.3.4 Transporte ....................................................................................................... 26

2.3.5 Armazenamento .............................................................................................. 28

2.4 CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................... 30

2.4.1 Definições de um centro de distribuição ....................................................... 30

2.4.2 Recebimento ..................................................................................................... 32

2.4.3 Movimentação ................................................................................................. 33

2.4.4 Armazenagem .................................................................................................. 33

2.4.5 Separação de pedidos ...................................................................................... 34

2.4.6 Expedição ......................................................................................................... 34

2.4.7 Circulação externa e estacionamento ............................................................ 35

2.5 CROSS-DOCKING ........................................................................................... 35

2.5.1 Cross-docking layout ....................................................................................... 39

2.6 CONSIDERAÇÕES .......................................................................................... 41

3 TRABALHOS RELACIONADOS .................................................... 42

3.1 AN ANALYSIS OF FACTORS AFFECTING CROSS DOCKING

OPERATIONS (YANG; BALAKRISHNAN; CHENG, 2010) ............................. 42

3.2 MODELING CROSS-DOCKING OPERATIONS USING DISCRETE

EVENT SIMULATION (ARNAOUT, ET AL., 2010) ............................................ 43

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3.3 SIMULATION-BASED PERSONNEL PLANNING FOR MATERIALS

HANDLING AT A CROSS-DOCKING CENTER UNDER RETAIL

DISTRIBUITION ENVIRONMENT (LIU; TAKAKUWA, 2009) ...................... 44

3.4 ANÁLISE COMPARATIVA............................................................................ 45

3.5 CONSIDERAÇÕES .......................................................................................... 46

4 DESENVOLVIMENTO ...................................................................... 47

4.1 ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 47

4.1.1 Chegada dos caminhões .................................................................................. 48

4.1.2 Tempo de descarga dos veículos .................................................................... 50

4.1.3 Avaliação dos processos .................................................................................. 51

4.2 PROCESSO DE SIMULAÇÃO ....................................................................... 52

4.2.1 Eventos definidos no Arena® ........................................................................ 53

4.2.2 Inicialização do Processo de Simulação ........................................................ 53

4.2.3 Processo de replicação .................................................................................... 54

4.2.4 Chegada no terminal ....................................................................................... 56

4.2.5 Recepção ........................................................................................................... 57

4.2.6 Seleção de doca ................................................................................................ 60

4.2.7 Estacionamento ............................................................................................... 62

4.2.8 Docas ................................................................................................................. 63

4.2.9 Saída do terminal ............................................................................................ 65

4.3 VALIDAÇÃO DO MODELO DE SIMULAÇÃO .......................................... 65

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO ..................................... 66

5 CONCLUSÕES .................................................................................... 71

5.1 TRABALHOS FUTUROS ................................................................................ 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 74

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INTRODUÇÃO

O gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS) engloba as interações que ocorrem entre as

funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa (BALLOU, 2006). Envolve a

colaboração entre empresas para impulsionar seu posicionamento estratégico e melhorar a eficiência

operacional. As operações da cadeia de suprimentos exigem processos gerenciais que atravessam as

áreas funcionais dentro de cada empresa e conectam fornecedores, parceiros comerciais e clientes

através das fronteiras organizacionais (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

Uma questão básica do gerenciamento da cadeia de suprimentos é o jeito de estruturar sistemas

de distribuição capazes de atender de forma econômica os mercados geograficamente distribuídos,

oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de redução do nível de estoque e do tempo

de atendimento (lead time). Nesse contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenamento e

como elas podem contribuir para atender eficientemente as metas estabelecidas nos níveis de serviço.

A funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa

(LACERDA, 2000, apud BARROS, 2005).

Segundo Garnier (2002, apud BARROS, 2005), os sistemas de distribuição física, podem ser

classificados em: sequenciais, diretos ou mistos.

Sistemas sequenciais tem como característica principal a grande quantidade de atividades

não agregadoras de valor nos processos de produção e distribuição. São projetados para

evitar faltas de produtos e oferecer pronta entrega aos clientes. Uma rede de distribuição

sequencial possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns ou centros de

distribuição avançados próximos das áreas de mercado (LACERDA, 2000, apud BARROS,

2005);

Os sistemas diretos são sistemas de distribuição onde os produtos são expedidos de um ou

mais armazéns centrais diretamente para os clientes; e

Nos sistemas mistos as empresas utilizam tanto sistemas sequenciais quanto os diretos para

o processo de distribuição.

Nas centrais de distribuição, o estoque é dividido segundo os vários elos da cadeia de

distribuição. Para diminuir o tempo de entrega, os produtos são transportados para centros mais

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próximos ao cliente, onde seus pedidos são atendidos por estes (LACERDA, 2000, apud BARROS,

2005). Cada empresa deve analisar se é conveniente centralizar ou descentralizar sua cadeia de

distribuição. Os custos resultantes devem ser colocados em contraposição à qualidade do serviço

prestado aos seus clientes (PIZZOLATO; PINHO, 2003).

Em centros de distribuição tradicionais, as mercadorias são recebidas e em seguida são

armazenadas. Quando um cliente solicita um item, funcionários separam e enviam para o destinatário

(VAN BELLE; VALCKENAERS; CATTRYSSE, 2012).

A partir das quatro funções principais (recebimento, armazenamento, separação de pedidos e

transporte), o armazenamento e a separação de pedidos são os de maior custo. O armazenamento é

caro por causa dos custos financeiros e de manutenção de inventário. O custo financeiro é

normalmente o mais expressivo devido ao valor unitário cada vez mais elevado dos produtos. Mas

também pesam os custos associados à busca do item nos locais de armazenamento, bem como a

separação de pedidos. A busca e separação dos pedidos são trabalhosos e requerem muitas vezes um

número grande de funcionários. Uma maneira para redução desses custos é melhorar uma ou mais

dessas funções, ou mesmo como elas interagem. Neste contexto se destaca o cross-docking, o qual

elimina as duas operações mais caras, o armazenamento e a separação dos pedidos (VAN BELLE;

VALCKENAERS; CATTRYSSE, 2012), hoje muito utilizado para problemas em sistemas diretos e

outros.

Cross-docking é uma estratégia de logística utilizada por diversas empresas, em diferentes

setores, como por exemplo, Walmart, Goodyear GB Ltd e Toyota. As cargas recebidas são transferidas

diretamente, e de forma organizada, para veículos de expedição com destinos já pré-definidos, sem

nenhum tipo de armazenamento (VAN BELLE; VALCKENAERS; CATTRYSSE, 2012).

Através da redução da atividade de armazenamento, se consegue aumentar o giro dos produtos,

reduzindo os custos relacionados a estoque e aumentar o fluxo dos produtos até seus consumidores,

possibilitando a redução do seu custo final (ANDRADE; BANDEIRA, 2007).

Apesar das grandes vantagens que o cross-docking apresenta, existem muitos obstáculos para

sua implantação em uma cadeia de suprimentos. Andrade e Bandeira (2007), enumeraram alguns dos

problemas em operações de cross-docking, são eles:

Estabelecimento de excessiva autoconfiança entre os fornecedores;

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Sistema de comunicação não eficaz entre a equipe interna e entre parceiros;

Dimensionamento inadequado dos pedidos e da frequência de entrega;

Baixos níveis de serviço do fornecedor;

Tempos de entrega irregulares;

Falta de equilíbrio de custos dos transportes com otimização das cargas; e

Falta de sincronização entre fluxo de recebimento e de expedição.

O cross-docking tem como característica o fluxo contínuo de produtos, porém, qualquer

impedimento à sua fluidez gera um represamento na sua recepção, podendo ocasionar insatisfação para

os transportadores e fornecedores, bem como custos excessivos. O planejamento adequado para

períodos sazonais, e para períodos de pico é uma característica importantíssima no cross-docking

(ANDRADE; BANDEIRA, 2006).

Operações de cross-docking trabalham com agendamentos entre fornecedores e o centro de

distribuição para a chegada dos produtos. O funcionamento correto da operação depende do

cumprimento adequado do agendamento, para manter um fluxo contínuo de recebimento de produtos.

A modelagem de terminais de cross-docking, pode ser realizada através do uso da teoria de

filas. Através dela, é possível modelar analiticamente processos ou sistemas probabilísticos que

resultam em espera de componentes, e tem como objetivo determinar e avaliar quantidades,

denominadas medidas de desempenho, que expressam a produtividade/operacionalidade desses

processos (FOGLIATTI; MATTOS, 2007).

De acordo com Fogliatti e Mattos (2007), entre as medidas de desempenho, pode-se citar:

Número de elementos na fila;

Tempo de espera pelo atendimento; e

Tempo ocioso dos prestadores do serviço.

Os conceitos e a teoria básica de filas são fundamentais para a gerência e a administração de

sistemas produtivos. O estudo das medidas de desempenho é importante na tomada de decisão quanto

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à modificação ou manutenção da operação do sistema no seu estado atual, facilitando também o

dimensionamento racional da infraestrutura, de recursos humanos e financeiros, de equipamentos e

instalações, visando um melhor desempenho global. Um sistema com filas é composto basicamente

por usuários, canais de atendimento ou postos de serviços e por um determinado espaço designado

para a espera (FOGLIATTI; MATTOS, 2007).

Os usuários chegam segundo um determinado comportamento, caracterizando o processo de

chegada, para serem atendidos nos canais de atendimento ou postos de serviços. Conforme a ocupação

dos postos, os usuários geralmente aguardam em uma fila única, num espaço designado para tal. Após

um dos postos de serviço ser desocupado, um dos usuários da fila é chamado para atendimento

segundo um critério estabelecido pela gerência. Após término do serviço, o usuário é liberado do

sistema (FOGLIATTI; MATTOS, 2007).

Outra possibilidade para modelagem de terminais de cross-docking, além do uso da teoria de

filas, é o uso de simulação. O presente trabalho, tem como objetivo dimensionar por meio de

simulação, as docas de recebimento e espaço de estacionamento para caminhões abastecedores num

terminal de cross-docking.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Os modelos clássicos de filas admitem que o processo de chegadas continue ocorrendo de

forma similar durante um período de tempo razoavelmente longo. São os casos, por exemplo, das filas

que se formam num posto de pedágio nas rodovias, das filas de pessoas junto aos caixas num banco, e

as chegadas de navios num porto.

No caso de cross-docking, por outro lado, as chegadas de caminhões obedecem a uma janela de

tempo, já que as operações de transferência são estruturadas de forma coordenada entre recepção da

carga, de um lado, e o carregamento dos veículos de distribuição, no outro lado do terminal. Essa

característica faz com que o processo de chegadas e atendimento dos caminhões alimentadores se dê

dentro de um intervalo de tempo reduzido, impedindo que a fila atinja seu estágio estacionário. A taxa

média de chegada de caminhões no terminal varia significativamente dentro da janela de tempo,

diferentemente das situações clássicas, onde essa taxa média é considerada constante. Ou seja, o

modelo de filas correspondente não deve ter características estacionárias (no sentido estocástico),

devendo refletir obrigatoriamente o comportamento transiente de suas variáveis. Torna-se então

necessário aplicar um tipo de modelo que não dependa do caráter estacionário do processo. Newell

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(1968, 1971) desenvolveu um modelo voltado à solução de problemas de filas com estados transientes

e não estacionários. Para isso é utilizada uma representação continua.

Pelo exposto, o processo de atendimento dos caminhões alimentadores num terminal de cross-

docking foi modelado através de uma representação contínua e não através dos modelos de filas.

1.1.1 Solução Proposta

O processo de atendimento dos caminhões alimentadores num terminal de cross-docking deve

ser modelado por meio de simulação.

A solução proposta por este trabalho refere-se à modelagem do processo de atendimento de

caminhões alimentadores, desde sua chegada até seu encaminhamento para uma doca de recebimento.

O cenário modelado é fictício. Após a criação do modelo, ele foi aplicado no software de simulação

Arena® Simulation. Com a análise dos resultados, foi possível dimensionar as docas de recebimento e

o espaço de estacionamento do terminal.

1.1.2 Delimitação de Escopo

A logística dentro do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, é dividida em cinco áreas:

serviços ao cliente; estoque; localização; transporte e armazenamento (BOWERSOX; CLOSS;

COOPER, 2006). Dentro da área de armazenamento, encontram-se os Centros de Distribuição, que são

configurações de armazéns, onde são recebidas cargas de diversos fornecedores (BALLOU, 2006).

Uma das estratégias utilizadas em Centros de Distribuição, são os terminais de Cross-Docking

(OLIVEIRA; PIZZOLATO, 2003). O presente estudo tem como foco o dimensionamento das docas de

recebimento e do espaço de estacionamento para caminhões abastecedores num terminal de Cross-

Docking. O processo de descarga, movimentação e expedição, não foram modelados neste trabalho.

1.1.3 Justificativa

Com a necessidade crescente de mover inventários cada vez mais rápido, gerentes de logística

estão se voltando para a estratégia de cross-docking, porém a capacidade de executar bem esta

estratégia depende de um bom planejamento, programação dinâmica e coordenação (LI, et al., 2012).

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Terminais de cross-docking podem ser complexos e difíceis de se gerenciar, por exemplo

envolvendo um grande número de pontos de transbordo e de veículos. O caso de sucesso da Walmart

em cross-docking requer uma coordenação de 2000 caminhões, uma grande rede de armazéns, e de

pontos de venda (CHEN, et al., 2006).

A primeira e mais importante decisão quanto ao layout de um terminal de cross-docking é a

definição da quantidade de docas, do qual existem dois tipos: docas de recebimento e docas de

expedição (BARTHOLDI; GUE, 2004).

Muitas vezes as docas de recebimento do terminal de cross-docking estão ocupadas e o veículo

precisa entrar numa fila. Para o dimensionamento do número necessário de docas de recebimento, e da

área de estacionamento no pátio voltada aos caminhões que aguardam descarga, é necessário

determinar o número de posições de descarga e o número esperado de veículos na fila, para isso

adotando-se um nível de serviço adequado. O número de posições de descarga atuando em paralelo na

doca de recebimento é determinado pela aplicação de um modelo matemático de fila, ou por

simulação.

Considerando a complexidade de modelagem de um terminal de cross-docking, este estudo

busca mostrar a importância a as vantagens do uso de simulação no dimensionamento das docas de

recebimento e do espaço de estacionamento.

1.2 OBJETIVOS

Esta seção formaliza os objetivos do trabalho, conforme descrito a seguir.

1.2.1 Objetivo Geral

Dimensionar por meio de simulação as docas de recebimento e espaço de estacionamento para

caminhões abastecedores num terminal de cross-docking.

1.2.2 Objetivos Específicos

1. Modelar o processo de chegada dos caminhões em um terminal de cross-docking;

2. Aplicar o modelo no software de simulação Arena® Simulation;

3. Analisar os resultados obtidos a partir da simulação;

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4. Dimensionar as docas de recebimento do terminal; e

5. Dimensionar o espaço de estacionamento do terminal para os caminhões.

1.3 METODOLOGIA

Nesta seção é apresentada uma síntese da metodologia utilizada na pesquisa e os procedimentos

metodológicos utilizados durante a realização deste projeto.

1.3.1 Metodologia da Pesquisa

A pesquisa pode ser classificada quanto à natureza, à forma de abordagem, aos objetivos e aos

procedimentos técnicos. A seguir são apresentadas as classificações adotadas para o presente trabalho.

Quando à natureza, a pesquisa pode ser classificada como aplicada. De acordo com Silva

(2004), a pesquisa aplicada “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de

problemas específicos”. A pesquisa aplicada, para este trabalho, implica na construção de um modelo

de simulação para auxiliar as tomadas de decisões quanto ao dimensionamento de um terminal de

cross-docking.

Quanto a forma de abordagem, pode ser classificado como quantitativo, pois avaliará seus

resultados com base nos valores gerados pelo modelo de simulação, a cada nova execução. Silva

(2004) considera a forma de abordagem quantitativa como “tudo que pode ser quantificável”. Leva em

consideração a objetividade, ou seja, seus resultados podem ser quantificados por meio da análise dos

dados e da utilização de ferramentas estatísticas.

Quanto aos objetivos, pode ser classificado como exploratório. Para Silva (2004), a pesquisa

exploratória “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou

a construir hipóteses. [...] Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso”.

Este trabalho propõe a criação de um modelo de simulação, que irá proporcionar uma melhor

visibilidade dos problemas durante o dimensionamento de um terminal de cross-docking, procurando

soluciona-los a partir dos resultados obtidos.

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1.3.2 Procedimentos Metodológicos

Neste trabalho propõe-se a modelagem de um terminal de cross-docking, para dimensionar por

meio de simulação as docas de recebimento e o espaço de estacionamento para caminhões

abastecedores.

A solução proposta foi estabelecida através de um levantamento bibliográfico sobre

gerenciamento da cadeia de suprimentos, a logística no gerenciamento da cadeia de suprimentos,

centros de distribuição e cross-docking.

Após o levantamento bibliográfico sobre os principais requisitos para entendimento do

contexto, no intuito de avaliar a viabilidade deste estudo, buscou-se trabalhos relacionados já

existentes na literatura através de pesquisa bibliográfica, trabalhos com os mesmos objetos deste, ou

que utilizassem simulação para avaliar processos de um terminal de cross-docking.

Com todas as informações necessárias já estudadas, o próximo passo é definido pela construção

do projeto de pesquisa, onde toda a bibliografia estudada passa a ser utilizada como base para a criação

do modelo de simulação.

Após a criação do modelo, ele foi aplicado no software Arena® Simulation. Para validação do

modelo, foi realizada a comparação entre os resultados do modelo de simulação com os do modelo

matemático. Após validação do modelo e análise dos resultados obtidos da simulação, foi possível

dimensionar o terminal de cross-docking.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados alguns conceitos sobre Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos, a Logística no Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, Centros de Distribuição e

Cross-Docking, os quais são os fundamentos teóricos que sustentam este projeto.

2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS

Para Quinn (1997 apud PIRES, 2004), a cadeia de suprimento pode ser definida como todas as

atividades associadas com o movimento de bens desde o estágio de matéria-prima até o usuário final.

Para Christopher (1997 apud GOMES; RIBEIRO, 2004), uma cadeia de suprimento representa uma

rede de organizações que estão envolvidas através de ligações, nos dois sentidos, nos diferentes

processos e atividades, que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas

mãos do consumidor final. Para Frazelle (2002), cadeia de suprimento é o fluxo entre empresas,

material, informação e dinheiro.

Lammus e Albert (1997 apud PIRES, 2004), relatam que uma cadeia de suprimento é uma rede

de entidades na qual o material flui. Essas entidades, podem incluir fornecedores, transportadores,

fábricas, centros de distribuição, varejistas e clientes finais. Lambert et al. (1998 apud FIGUEIREDO,

2007), definem que uma cadeia de suprimento não é apenas uma cadeia de negócios com

relacionamentos “um a um”, mas uma rede de múltiplos negócios e relações. Para Bowersox, Closs e

Cooper (2006), as operações da cadeia de suprimento, exigem processos gerenciais que atravessam as

áreas funcionais dentro de cada empresa e conectam fornecedores, parceiros comerciais e clientes

através das fronteiras organizacionais.

Ballou (2006), define a cadeia de suprimentos como um conjunto de atividades funcionais, que

se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em

produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor. Conforme Chopra e Meindl (2002), uma

cadeia de suprimento engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de

um pedido de um cliente. Uma cadeia de suprimento é dinâmica e envolve um fluxo constante de

informações, produtos e dinheiro entre diferentes estágios. Cada estágio da cadeia de suprimento

executa diferentes processos e interage com outros estágios da cadeia.

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A cadeia de suprimento engloba empresas e atividades de negócio necessárias para projetar,

fazer, entregar, e usar um produto ou serviço. As empresas dependem de suas cadeias de suprimentos

para fornecer o que eles precisam para sobreviver e prosperar. Toda empresa se encaixa em uma ou

mais cadeias de suprimentos e tem um papel a desempenhar em cada uma delas (HUGOS, 2010).

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), para cada empresa envolvida o relacionamento na

cadeia de suprimento reflete uma opção estratégica. Uma estratégia de cadeia de suprimento, é um

arranjo organizacional de canais de distribuição e de negócios, baseados na dependência e na

colaboração. O conceito geral de uma cadeia de suprimentos é comumente ilustrado através de um

diagrama linear que inter-relaciona as empresas participantes. A Figura 1, apresenta um modelo geral

da cadeia de suprimentos.

Figura 1. Modelo geral da cadeia de suprimentos.

Fonte: Bowersox; Closs; Cooper (2013).

O principal motivo para existência de qualquer cadeia de suprimentos é satisfazer as

necessidades do cliente, em um processo gerador de lucros. A cadeia de suprimento tem como objetivo

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maximizar o valor global gerado, que é a diferença entre o valor do produto final para o cliente e o

esforço realizado pela cadeia para atender ao seu pedido (CHOPRA; MEINDL, 2002).

Para definir como as operações devem ser feitas para influenciar o comportamento da cadeia de

suprimentos e obter os resultados desejados, surge o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS)

(HUGOS, 2010). O GCS engloba as interações que ocorrem entre as funções de marketing, logística e

produção no âmbito de uma empresa (BALLOU, 2006). Envolve o controle dos fluxos entre os

estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total (CHOPRA; MEINDL, 2002). Uma questão

básica do GCS é a forma de estruturar sistemas de distribuição capazes de atender de forma econômica

os mercados geograficamente distribuídos, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos

de redução do nível de estoque e do tempo de atendimento (lead time) (LACERDA, 2000 apud

BARROS, 2005).

2.2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Para Pires (2004), o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS) se apresenta como um

novo modelo competitivo e gerencial às empresas.

2.2.1 Canal de Distribuição

A percepção de que trabalhar em conjunto com outras empresas era essencial para o sucesso

duradouro, veio como resultado dos planejamentos estratégicos para conseguir superar os desafios do

comércio. A dependência entre empresas criou o conceito do que ficou conhecido como canais de

distribuição (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

O conceito de canal de distribuição, instrumento fundamental para a eficiência do processo de

comercialização e distribuição de bens e serviços, pode ser definido como sendo o conjunto de

unidades organizacionais, instituições e agentes, internos e externos, que executam as funções que dão

apoio ao marketing de produtos e serviços de uma determinada empresa. Pode-se citar compras,

vendas, informações, transporte, armazenagem, programação da produção e financiamento, como

funções que dão apoio ao marketing. Para ser considerado um membro do canal de distribuição,

qualquer unidade organizacional, instituição ou agente deve executar uma ou mais dessas funções

(FLEURY, 1999).

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Os membros participantes de um canal de distribuição, podem ser classificados em dois grupos

(FLEURY, 1999):

Membros primários, aqueles que participam diretamente, assumindo o risco pela posse do

produto. Incluem os fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas; e

Membros secundários, aqueles que participam indiretamente, basicamente através da

prestação de serviços aos membros primários, não assumindo o risco da posse do produto.

Empresas de transporte, armazenagem, processamento de dados e prestadores de serviços

logísticos integrados, podem ser citados como exemplos.

O caráter colaborador da integração dos canais, era um conceito no qual todos os envolvidos

receberiam benefícios como resultado da cooperação. No entanto, principalmente devido à falta de

informações de qualidade, a estrutura geral dos canais era erguida sobre uma fundação antagônica. Ao

acontecer algo de errado, fora do planejado, cada empresa focava em seus próprios objetivos. Assim, a

dinâmica dos canais se tornava na maioria das vezes, um ambiente competitivo (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006).

As estruturas dos canais de distribuição vêm se tornando cada vez mais complexas ao longo

dos anos. O crescente número de participantes trabalhando num ambiente competitivo e de pouca

coordenação, é a principal razão para o crescimento dos custos (FLEURY, 1999).

A solução para este problema passa pela busca de uma maior coordenação e sincronização,

através de um processo de cooperação e troca de informações (FLEURY, 1999). Arranjos tradicionais

de canais de distribuição, passaram a pensar mais na integração e na colaboração (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006).

O esforço de coordenação nos canais de distribuição, através da integração de processos de

negócios que interligam seus diversos participantes, denomina-se de Gerenciamento da cadeia de

suprimentos (FLEURY, 1999).

2.2.2 Gerenciamento

Segundo Pires (2004), não existe um marco na literatura definindo o surgimento do termo

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Para Lambert et al. (1998 apud PIRES, 2004) , o termo

GCS foi originalmente introduzido por consultores empresariais no começo dos anos 80 e logo

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começou a atrair a atenção dos profissionais e acadêmicos atuantes na área. Para Harland (1996 apud

PIRES, 2004), a expressão GCS surgiu no começo dos anos de 1980 quando Oliver e Webber em

1982, discutiram os potenciais benefícios da integração das funções de compras, manufatura, vendas e

distribuição. Independente de quando o termo tenha surgido, o fato é que ele cresceu muito desde

meados dos anos 90.

O GCS consiste na colaboração entre empresas para impulsionar o posicionamento estratégico

e melhorar a eficiência operacional (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Representa o esforço de

integração dos diversos participantes do canal de distribuição, através da administração compartilhada

de negócios que interligam as diversas unidades organizacionais e seus membros (FLEURY, 1999).

Mentzer et al (2001 apud HUGOS, 2010), definem a GCS como a coordenação sistêmica e

estratégica das funções tradicionais de negócios, para fins de melhorar a longo prazo, o desempenho

das empresas e da cadeia de suprimentos como um todo. Para Hugos (2010), a GCS é a coordenação

da produção, do estoque, da localização e do transporte entre os participantes da cadeia de suprimentos

para alcançar a melhor combinação de capacidade de resposta e eficiência para os mercados atendidos.

Ela reconhece toda a logística tradicional e inclui as atividades de marketing, desenvolvimento de

novos produtos, finanças e serviços ao cliente.

O conceito de GCS, pressupõe a integração de todas as atividades da cadeia mediante melhoria

nos relacionamentos entre as diversas organizações, interagindo em busca de vantagens competitivas

sustentáveis para a cadeia como um todo. A cadeia de suprimentos deve ser vista como uma rede de

empresas independentes, que agem em sintonia com o objetivo de criar valor para o usuário final

através da distribuição de produtos. Essa sintonia é exatamente o objetivo do GCS (FERRARI;

POLACINSKI, 2011).

Para Ramdas e Sperkman (2000 apud PIRES, 2004), muitas empresas passaram a rever seus

relacionamentos com seus parceiros na cadeia de suprimentos, provocando uma mudança no foco da

gestão de uma visão eminentemente interna, para uma perspectiva da empresa vista de forma

estendida, que envolvia todo o conjunto de relacionamentos e abrangia desde a fonte de matéria-prima

até o consumidor final.

A GCS refere-se a redes de empresas que trabalham em conjunto e que coordenam suas ações

para entregar um produto no mercado (HUGOS, 2010). Pode-se destacar, que o GCS trata da

coordenação do fluxo de produtos e de empresas para produzir vantagens competitivas e lucratividade

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para cada uma das companhias na cadeia de suprimentos, assim como para o conjunto dos integrantes

dessa mesma cadeia (BALLOU, 2006).

Dentro da gestão da cadeia de suprimentos de uma empresa, a logística é a função necessária

para transportar e posicionar o inventário na cadeia de suprimentos. Dessa forma, ela é um

subconjunto de atividades e ocorre dentro do quadro mais abrangente da cadeia. É o processo que cria

valor pela gestão do tempo e pelo posicionamento do estoque, combinando o gerenciamento de

pedidos, estoque, transporte, depósito, manuseio de materiais e embalagem, integrados por meio de

uma rede de instalações (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Separar a gestão da logística do

GCS é muito difícil, uma vez que em um número muito grande de aspectos, as duas têm missão

idêntica (BALLOU, 2006).

2.3 A LOGÍSTICA NO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A finalidade do trabalho logístico tem se mantido essencialmente o mesmo nas últimas

décadas, porém a maneira pela qual é desempenhado continua a mudar. As decisões da cadeia de

suprimentos estabelecem a estrutura operacional na qual a logística é desempenhada (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006).

Para o Council of Logistics Management (1998 apud PIRES, 2004, p. 58), a logística é um

subconjunto do GCS e estipula que “Logística é a parte dos processos da cadeia de suprimentos que

planeja, implementa e controla o efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações correlatas

desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos

clientes.”

Frazelle (2002, p. 5), define a logística como “o fluxo de materiais, informações, e dinheiro

entre consumidores e fornecedores”. Para Gomes e Ribeiro (2004), logística é gerenciar os processos

de aquisição, movimentação e armazenamento de materiais, peças e produtos, de modo a poder

maximizar o lucro com o atendimento dos pedidos dos clientes.

A logística é o condutor básico de fluxos de produtos e de serviços dentro da cadeia de

suprimentos. Cada empresa engajada na cadeia está envolvida na execução da logística. Essa atividade

poderá ou não estar integrada à aquela empresa e ao desempenho geral da cadeia de suprimentos. A

logística existe para mover e localizar o inventário de maneira a alcançar os benefícios desejados de

tempo, local e posse, a um custo total mínimo. O estoque possui valor limitado até que seja

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disponibilizado no tempo certo e no local certo, para apoiar a transferência de propriedade ou a criação

de valor agregado (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

Para Novaes (1989), a logística, procura resolver problemas de suprimento de insumos ao setor

produtivo, de um lado, e de distribuição de produtos acabados ou semiacabados na outra ponta do

processo de fabricação.

Para uma cadeia de suprimentos se beneficiar ao máximo da logística estratégica, todos os

trabalhos funcionais devem ser integrados. As decisões de uma área funcional causam impacto no

custo de todas as outras. É essa inter-relação de funções que desafia a implementação bem sucedida da

gestão integrada de logística (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

Gomes e Ribeiro (2004, p.7), definem a integração da logística como “o relacionamento entre

fornecedor, suprimentos, produção, distribuição e cliente, havendo um fluxo de materiais e outro de

informações”. A necessidade de aproximar clientes e fornecedores, se relaciona diretamente com a

integração de funções logísticas, levando a empresa a administrar o processo de cadeias, informando-

se diretamente com o cliente o que ele deseja comprar.

Otimizar e agilizar o processo através de canais de distribuição mais rápidos, agregando valor

ao produto ao invés de custos, se tornou necessário diante deste cenário, decretando o fim dos grandes

estoques para se ter um fluxo mais eficiente (GOMES; RIBEIRO, 2004).

Para Novaes (1985), o objetivo final dos sistemas planejados e implementados segundo os

princípios de logística é de conseguir soluções econômicas, em que a preocupação com custos, embora

não sendo o critério único, ocupa papel de destaque.

Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), Gomes e Ribeiro (2004), Frazalle (2002) e Hugos

(2010) o trabalho logístico é dividido em algumas áreas inter-relacionadas: serviços ao cliente;

estoque; localização; transporte; armazenamento.

2.3.1 Serviços ao Cliente

O processamento de pedidos é de fundamental importância para as operações logísticas. Ele

envolve todos os aspectos do gerenciamento das necessidades do cliente, desde a produção do produto,

o recebimento do pedido, entrega, faturamento e cobrança (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

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Gomes e Ribeiro (2004), consideram como processamento de pedidos o somatório das

atividades necessárias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos, com pontualidade e

confiabilidade, acompanhando cuidadosamente a atividade, para que ao final do processo o cliente

perceba o serviço como satisfatório.

No que diz respeito ao comportamento de compra dos clientes, quanto mais relacionada à

resposta estiver projetada a cadeia de suprimentos, maior a importância da informação precisa e tempo

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

Por meio de um serviço superior, com entregas mais rápidas, cumprimentos de prazos e

disponibilidade de mercadorias, as empresas procuram criar valores para seus clientes. Elas têm que

definir para quem estão vendendo e o que estão ofertando, para saber em qual mercado atuarão e assim

definir suas próximas atividades logísticas (GOMES; RIBEIRO, 2004).

Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), as capacitações logísticas de uma empresa só podem

ser tão boas quanto a sua competência no processamento de pedidos. O fluxo rápido de informações

está diretamente relacionado ao equilíbrio dos trabalhos. O objetivo-chave é equilibrar os componentes

do sistema logístico.

Frazelle (2002), diz que sem uma estratégia de processamento de pedidos rentável, os demais

processos logísticos são inúteis.

2.3.2 Estoque

As necessidades de estoque de uma empresa, estão diretamente relacionadas à rede de

instalações e ao nível desejado de serviços aos consumidores (BOWERSOX; CLOSS; COOPER,

2006).

Segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), o objetivo da estratégia de estoque, é o de alcançar

o serviço desejado ao consumidor, com o comprometimento mínimo do estoque e de tempo. Hugos

(2010), diz que a estratégia de estoque, é usada para atuar contra as incertezas no abastecimento da

cadeia de suprimentos. Para Frazelle (2002), o objetivo da gestão de estoques, é aumentar o retorno

financeiro, aumentando simultaneamente os níveis de serviço ao cliente, determinando e mantendo os

níveis mais baixos de estoque.

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O planejamento, armazenamento, transporte, e representação do estoque, são a base para toda a

logística. A disponibilidade do estoque é um dos aspectos mais importantes do serviço ao cliente

(FRAZELLE, 2002). Para Gomes e Ribeiro (2004), o controle de estoque deve ser realizado em

conjunto com a administração de transportes e armazéns.

É muito difícil converter um estoque físico em ativo líquido, portanto, os custos de estoque é

um dos investimentos mais caros da logística (FRAZELLE, 2002). Para Hugos (2010), manter grandes

quantidades de estoque permite que uma empresa ou uma cadeia de suprimentos inteira possa ser

sensível às flutuações das demandas dos clientes. No entanto, a criação e o armazenamento de estoque

é custoso, e para alcançar elevados níveis de eficiência, o seu custo deve ser mantido tão baixo quanto

possível.

As estratégias logísticas devem ser projetadas para manter o investimento financeiro em

estoque o mais baixo possível. Seu objetivo é de alcançar o giro máximo de estoque, enquanto se

satisfazem os compromissos de serviços. A lucratividade dos negócios de um cliente depende do

produto comprado, do volume, do preço, dos serviços exigidos que agregam valor e das atividades

suplementares necessárias para desenvolver e manter um relacionamento em curso (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006).

2.3.3 Localização

Para Hugos (2010), a localização se refere ao posicionamento geográfico de cada instalação da

cadeia de suprimentos. As decisões relacionadas com quais atividades devem ser realizadas em cada

instalação, também podem ser ligadas a localização. As decisões quanto à localização tendem a ser

muito estratégicas, uma vez que elas são planos de longo prazo e necessitam de um grande

investimento.

Para Novaes (1989), a busca de um ponto no espaço geográfico para a localização de depósito

de triagem e/ou de instalações de armazenagem, é um dos problemas mais comuns enfrentado pelas

empresas.

A localização de uma fábrica muitas vezes necessita de vários anos até a sua total

implementação (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Para se tomar as decisões quanto a

localização, é preciso considerar uma série de fatores que se relacionam com o determinado local,

incluindo o custo de instalações, ciclo de produção, custos de transporte, elementos de clima, o custo

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de mão de obra, as competências disponíveis no mercado de trabalho, as condições de infraestrutura,

os impostos e tarifas, e a proximidade com fornecedores e clientes (HUGOS, 2010; GOMES;

RIBEIRO, 2004).

A localização leva a decisões de centralizar as atividades em menos locais para obter

economias de escala e eficiência, ou de descentralizar as atividades em muitas localidades próximas a

clientes e fornecedores para que as operações sejam mais receptivas (HUGOS, 2010). Nas últimas

décadas o custo de inventários e o risco associado à presença local têm levado a uma reavaliação

quanto a centralização dos estoques. Os serviços de transporte têm alcançado enorme expansão, e a sua

confiabilidade tem aumentado a ponto de os horários de chegada serem conhecidos e previsíveis. Os

avanços rápidos da tecnologia da informação têm diminuído o tempo para identificar e comunicar as

exigências do cliente (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

A localização da rede geral da cadeia de suprimentos, representa decisões logísticas fortemente

ligadas ao seu custo, constituindo-se em fatores importantes na competitividade (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006). Para Gomes e Ribeiro (2004), os estudos de localização tratam do problema

de minimizar custos de uma rede logística ou maximizar os lucros a serem obtidos, tendo que

satisfazer níveis de serviço e atender a demandas.

Decisões de localização tem fortes impactos no custo e desempenho de uma cadeia de

suprimentos. Uma vez que o tamanho, número e local das instalações é determinada, é definido

também o possível número de caminhos através da qual os produtos poderão fluir até o cliente final.

Decisões de localização refletem a estratégia básica de uma empresa para a construção e entrega de

seus produtos no mercado (HUGOS, 2010).

2.3.4 Transporte

Para Hugos (2010), o transporte se refere ao movimento de tudo, desde matéria-prima à

produtos acabados, entre diferentes instalações de uma cadeia de abastecimento. Para Alvarenga e

Novaes (2000, p. 90), transportar significa “deslocar espacialmente o carregamento em questão”.

Bowersox, Closs e Cooper (2006), definem o transporte como a área operacional da logística que

move e aloca, geograficamente, o inventário. Para Vilela et al. (2013), o transporte de cargas é a

movimentação de matérias primas necessárias ao processo produtivo ou dos produtos acabados, ao

longo dos canais de distribuição, até chegar ao consumidor final.

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Conforme Rodrigue (2009 apud VILELA et al, 2013), o objetivo do transporte é transformar os

atributos geográficos das cargas, pessoas e informações, partindo de uma origem a um destino,

acrescentando valor a estes ao longo do processo.

Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), a seleção do método de transporte mais adequado, está

no equilíbrio entre velocidade e custo. A atividade de transporte, é a mais cara dentre todas as outras,

podendo representar até 40% dos gastos totais em logística das empresas (FRAZELLE, 2002). Um

equilíbrio delicado precisa ser mantido entre o custo do transporte e a qualidade do serviço

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Gomes e Ribeiro (2004, p.67), afirmam que “o custo de

transporte representa a maior parcela dos custos logísticos na maioria das empresas; em muitos casos,

supera o lucro operacional”.

Para Bowesox, Closs e Cooper (2006), despesas do transporte é o pagamento por deslocamento

de produtos entre dois pontos, e os gastos relacionados a manutenção do inventário em trânsito.

Segundo Alvarenga e Novaes (2000), uma primeira grande divisão dos custos se dá em função da sua

relação com a operação:

Os custos diretos, são aqueles que se relacionam diretamente com a função produtiva, e

podem ser: depreciação do veículo, remuneração do capital, salário e gratificações de

motoristas e ajudantes, cobertura de risco, combustível, lubrificação, pneus e licenciamento;

e

Os custos indiretos, são aqueles que não se relacionam diretamente com a

produção/operação, como a contabilidade da empresa, o setor de pessoal, e a administração

de uma maneira geral. Eles variam de empresa para empresa, em função de tamanho e da

estrutura empresarial.

Alvarenga e Novaes (2000), afirmam que cerca de 85% (ou mais) do custo operacional do

transporte rodoviário de carga, correspondem aos custos diretos, com os custos indiretos respondendo

pelos restantes 15% (ou menos).

Sistemas logísticos, devem utilizar um transporte que minimize o custo total do sistema. Sendo

assim, nem sempre o método de transporte com um menor custo, irá resultar em um custo total de

logística mínimo (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

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A velocidade do transporte é o tempo exigido para completar o deslocamento entre dois pontos.

A velocidade e o custo estão relacionados de forma direta. As empresas de transporte que oferecem

serviços mais rápidos cobram tarifas mais altas. Porém, quanto mais rápido for o transporte, menor é o

intervalo de tempo em que o inventário está em trânsito e não disponível (BOWERSOX; CLOSS;

COOPER, 2006).

A consistência do transporte refere-se às variações em tempo exigidas para se desempenhar

uma movimentação específica através de um número de embarques. Velocidade e consistência se

combinam para criar o aspecto qualitativo do transporte. Gerenciar a combinação de transporte mais

adequada para cada momento, é uma responsabilidade da logística (BOWERSOX; CLOSS; COOPER,

2006).

2.3.5 Armazenamento

Durante a transição de produtos de um ponto para outro, surge a necessidade de mantê-los

estocados por um certo período de tempo. Esse período de tempo pode ser curto, necessário apenas

para se fazer a triagem da mercadoria, ou ser relativamente longo. Durante a transição dos produtos,

localizam-se os diversos tipos de instalações de armazenagem (ALVARENGA; NOVAES, 2000).

Um armazém é normalmente visto como um lugar para se armazenar produtos ou materiais,

porém, nos sistemas de logística contemporâneos, a funcionalidade dos armazéns pode ser mais bem

compreendida como um conjunto de produtos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

Segundo Frazelle (2002), um bom plano de armazenamento incorpora as necessidades de todas

as outras atividades logísticas, e retrata a eficiência ou ineficiência de toda a cadeia de abastecimento.

Para Gomes e Ribeiro (2004), a armazenagem está diretamente relacionada com a localização

das instalações, ou seja, de acordo com a localização das fontes de matérias-primas, do mercado e das

vias de acesso, havendo necessidade de maior ou menor quantidade de centros de armazenagem ou

distribuição. Para Chopra e Meindl (2002), as decisões a respeito da localização, capacidade e

flexibilidade das instalações de armazenamento influenciam diretamente o desempenho da cadeia de

suprimentos. Uma das escolhas a ser tomada está entre centralizar para ganhar economias de escala ou

descentralizar para se tornar mais responsiva, mantendo-se mais próxima do cliente. Outros fatores

como macroeconômicos e estratégicos, qualidade e custo dos funcionários, custo da instalação,

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disponibilidade de infraestrutura, proximidade com o cliente e com o restate da rede e impostos devem

ser levados em consideração para estabelecer a localização das instalações de armazéns.

Para o produto à ser distribuído, a variação do seu peso, o seu manuseio e a atividade da

empresa, determinarão a necessidade de um armazém, sua localização e função (GOMES; RIBEIRO,

2004). A comercialização do produto, em alguns casos obriga a empresa a manter estoques não muito

distante dos consumidores e dos pontos de varejo. Esses fatores fazem com que seja necessário

manipular fisicamente o produto, seja para efetuar a triagem para um posterior despacho, ou armazená-

lo até que chegue o momento de sua distribuição (NOVAES, 1989).

O tempo de permanência da mercadoria num depósito ou armazém depende dos objetivos da

empresa. A estocagem de produtos em alguns casos, está relacionada com a sazonalidade do consumo,

sazonalidade da produção, e o efeito da variação de preços no mercado, o que leva algumas empresas a

estocarem seus produtos, à espera de melhores níveis de comercialização (ALVARENGA; NOVAES,

2000). Estoques parados representam um desperdício do capital disponível da empresa. Eles precisam

alcançar o nível quase contínuo, onde o ideal é que a produção das fábricas vá diretamente para as

docas de expedição, onde será imediatamente carregada em caminhões, para ser entregue no ponto

seguinte do fluxo de produção e distribuição (GOMES; RIBEIRO, 2004).

Para fornecer aos consumidores um sortimento crescente de produtos, as lojas encontraram

dificuldades em obter economia nas compras e no transporte ao comprar direto dos fornecedores. Os

custos de transporte de pequenos embarques tornaram proibitivos os pedidos direto aos fabricantes.

Isso criou a oportunidade de estabelecer armazéns estrategicamente localizados para fornecer o

suprimento de estoques em tempo hábil e de forma econômica para os varejistas (BOWERSOX;

CLOSS; COOPER, 2006).

O foco da armazenagem passiva para o de um sortimento estratégico, começou a partir do

desenvolvimento de sistemas de armazenagem refinados para logisticamente apoiar a reposição de

mercadorias (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006).

O objetivo do armazenamento, é minimizar os custos de mão de obra, espaço, e equipamentos

no armazém, enquanto atende os requisitos de tempo e de precisão de envio, da política de

atendimento ao cliente, e dos requisitos de capacidade de armazenamento do inventário (FRAZELLE,

2002). As empresas podem obter economias de escala quando um produto é fabricado e armazenado

em apenas um local. Essa centralização aumenta a eficiência, porém a redução de custos sacrifica o

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tempo de resposta aos pedidos dos clientes que podem estar distantes do armazém. A localização das

instalações em locais próximos aos clientes, aumenta o número de armazéns necessários e,

consequentemente, reduz a eficiência. Porém, se o cliente exige um tempo de resposta curto para seus

pedidos e está disposto a pagar por esse recurso, então essa decisão deve corresponder aos objetivos de

estratégia da empresa (CHOPRA; MEINDL, 2002).

Nenhuma funcionalidade dos armazéns deve ser incluída em um sistema logístico, a não ser

que ela seja completamente justificada por alguma combinação de custos e serviços. Os benefícios

obtidos com a armazenagem são classificados com base nos custos e serviços (BOWERSOX; CLOSS;

COOPER, 2006).

Cada vez mais preocupados em atender melhor o cliente através da melhoria da relação custo

benefício, as empresas vêm buscando alternativas para armazenar seus produtos de forma mais

eficiente e com um custo menor (BARROS, 2005). Segundo Lacerda (2000 apud BARROS, 2005),

para não manter estoque e permitir um rápido fluxo de produtos a baixos custos de transporte, é

possível utilizar instalações intermediárias de distribuição entre as unidades produtoras e os clientes

finais, conhecidas como Croos-docking.

2.4 CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

Como estruturar sistemas de distribuição capazes de atender economicamente os mercados

geograficamente distantes das fontes de produção, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em

termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento, é uma das questões básicas do

gerenciamento logístico. Diante deste contexto, as instalações de armazenamento e como elas podem

contribuir para anteder de forma eficiente as metas estabelecidas, tem um grande enfoque. A

funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa

(LACERDA, 2000 apud BARROS, 2005).

2.4.1 Definições de um centro de distribuição

Para Ballou (2006), Centro de Distribuição (CD) é uma configuração de armazém onde são

recebidas cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas são fracionadas a fim de agrupar

os produtos em quantidade e sortimento precisos e então, encaminhadas para os pontos de venda mais

próximos, ou em alguns casos aos clientes finais. Para Aguiar e Lima (2012), um CD é um armazém

onde se realiza o gerenciamento dos estoques de produtos, assim como sua distribuição física aos

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pontos de vendas, ou diretamente aos clientes finais. A Figura 2 ilustra o fluxo de recebimento e

expedição de em um CD.

Figura 2. Fluxo de recebimento e expedição em um centro de distribuição.

Fonte: Aguiar, Lima (2012).

Para Lima (2002 apud BARROS, 2005), os armazéns de produtos acabados, antes gerenciados

pela própria indústria, deram lugar aos CDs, visto que eles têm como principal desafio atender

corretamente a crescente demanda de pedidos.

Para Alves (2000, p. 139 apud RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003), há uma grande diferença

entre os depósitos e os CDs. Os depósitos, operados no sistema push, são “instalações cujo objetivo

principal é armazenar produtos para ofertar aos clientes”; já os CDs operando no sistema pull, são

“instalações, cujo objetivo é receber produtos junt-in-time de modo a atender às necessidades dos

clientes.

Para Lacerda (2000 apud BARROS, 2005), o objetivo principal dos CDs é permitir uma rápida

resposta às necessidades dos clientes de determinada área geográfica, normalmente distante dos

centros produtores, e com isso melhorar o nível de serviço prestado. Para Calazans (2001 apud

RODRIGUES 2013), o objetivo principal de um CD é manter estoque a fim de suprir a cadeia

logística. A utilização de CDs ao longo da cadeia de suprimentos, se faz necessário para servir como

ponto intermediário de abastecimento entre as unidades produtoras e os consumidores finais,

proporcionando um tempo de resposta mais rápido numa eventual necessidade de reposição

(BARROS, 2005).

Segundo Calazans (2001 apud RODRIGUES, 2013), as funções básicas de um CD são:

recebimento, movimentação, armazenagem, separação de pedidos e expedição. O produto é recebido

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pelo CD, podendo ser armazenada para sua futura expedição ou ser expedida diretamente, o que é

chamado de croos-docking, com o mínimo de tempo possível, a fim de não mantê-lo em estoque.

Quando for necessária armazenagem, o produto é movimentado para seu determinado local no

estoque, permanecendo lá até que seja solicitado através de um pedido. Após o pedido do cliente, o

produto é separado e encaminhado para expedição, onde é transportado até o destino estabelecido. A

Figura 3 mostra as relações entre as funções de um CD.

Figura 3. Funções básicas do centro de distribuição.

Fonte: Barros (2005).

2.4.2 Recebimento

A primeira etapa na trajetória do produto em um CD, é a atividade de recebimento. Essa etapa é

essencial para a realização das demais atividades. Os objetivos da etapa de recebimento envolvem o

agendamento do recebimento nas docas, o descarregamento dos produtos dos veículos, a conferência

da quantidade e da qualidade dos produtos entregues pelos fornecedores, a sua identificação, e em

alguns casos entrada no estoque, e transferência para a área de armazenamento (MULCAHY, 1994;

ALVARENGA; NOVAES, 2001; RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003). Qualquer diferença entre o

solicitado e o entregue deve ser sinalizado neste momento, antes dos produtos entrarem propriamente

no CD. Avarias nas embalagens também devem ser detectadas e relatadas durante a operação de

recebimento (MOURA, 1997 apud BARROS, 2005).

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Segundo Alvarenga e Novaes (2001), os seguintes aspectos são geralmente abordados no

estudo da atividade de recebimento: características da carga a ser descarregada; equipamento e pessoal

necessário para efetuar a descarga de um veículo padrão; o número, arranjo e dimensões das posições

de acostagem dos caminhões na doca de descarga; a área na doca necessária para conferencia, triagem

e marcação da mercadoria recebida.

2.4.3 Movimentação

Para Bowersox e Closs (2001 apud BARROS 2005), a movimentação é realizada após o

recebimento dos produtos, sendo sua primeira atividade a descarga dos veículos.

A movimentação é o transporte de pequenas quantidades de produtos no armazém. A

movimentação e o manuseio de materiais absorve tempo, mão-de-obra e dinheiro. É preciso minimizar

o manuseio dos matérias, a fim de não provocar movimentos desnecessários, além de diminuir o risco

de dano ou perda do produto (RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003).

Para Barros (2005), existem dois tipos de movimentação dentro de um CD, a transferência e a

separação. A transferência consiste em transferir o produto da área de recebimento para o local onde

ficará estocado, e a separação em retirar o produto da área onde foi estocado e leva-lo para a área de

separação dos pedidos.

2.4.4 Armazenagem

A atividade de armazenagem é fundamental na organização e na otimização da produtividade

operacional de um CD. A colocação adequada dos produtos em seus respectivos lugares, respeitando

suas características físicas, assim como a utilização de um sistema de armazenagem adequado, pode

possibilitar uma boa utilização do espaço, dos recursos operacionais, e uma otimização no tempo da

mão-de-obra para localizar os produtos no interior do armazém (CALAZANS 2001 apud BARROS,

2005).

O objetivo primário da armazenagem é o de guardar a mercadoria por um certo tempo. A

mercadoria deve ser mantida no deposito por um certo período de tempo, até que seja requisitada para

consumo próprio ou para comercialização (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Os estoques são

necessários para o equilíbrio entre a demanda e a oferta. As empresas visam manter níveis de estoques

baixos, pois estes geram custos elevados (RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003).

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Segundo Calazans (2001 apud RODRIGUES, 2013), a área de armazenagem dos CDs é

composta, por estruturas como porta-paletes, drive-in, estanterias e racks, que são separadas por

corredores para ter acesso às mercadorias. Os corredores são sinalizados para facilitar a operação do

CD.

2.4.5 Separação de pedidos

Em certos tipos de armazém, os pedidos dos clientes, são preparados num local específico do

depósito. Os produtos são trazidos dos pontos onde estão armazenados, e a seguir, são acondicionados

em caixas, pallets, contêineres ou outra forma adequada de invólucro. Após acondicionamento, os

invólucros são marcados externamente com as informações do destinatário e depois são encaminhados

à doca de embarque (ALVARENGA; NOVAES, 2000). A separação de pedidos, refere-se ao processo

de retirada do estoque os produtos relacionados em um pedido. Este pedido pode ser de venda, no caso

de um cliente solicitar uma determinada mercadoria, ou de ressuprimento, utilizando para atender a

demanda interna da própria empresa (BARROS, 2005).

Para Lima (2002 apud RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003, p. 3), a separação de pedidos é a

“coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para

satisfazer as necessidades do consumidor.”. Esta etapa, consome em média 60% dos custos

operacionais de um CD (TOMPKINS, 1996 apud RODRIGUES; PIZZOLATO, 2003). Para Barros

(2005), a forma como organiza-se a estratégia de separação de pedidos, está associada diretamente

com o tempo de movimentação, fazendo com que esta atividade seja prioritária dentro de um CD,

assim justificando o aumento de esforços, principalmente em sistemas de separação.

2.4.6 Expedição

Uma vez que a mercadoria esteja pronta para ser distribuída ou transportada, ela é embarcada

no veículo designado, utilizando uma doca apropriada (ALVARENGA; NOVAES, 2000). O objetivo

da etapa de expedição, é assegurar que a atividade de seleção de pedidos, tenha providenciado o

produto correto, na quantidade solicitada, em boas condições e no prazo (MULCAHY, 1994).

A expedição consiste basicamente na verificação e no carregamento dos produtos nos veículos,

podendo envolver algumas atividades como: conferência do pedido, preparação dos documentos de

expedição e pesagem da carga para determinação do custo de transporte (RODRIGUES;

PIZZOLATO, 2003). A expedição na maioria das vezes é realizada de forma manual, onde a

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embalagem apresenta um importante papel na atividade, já que cargas unitizadas reduzem o tempo de

carregamento do veículo (BOWERSOX; CLOSS, 2001 apud BARROS, 2005).

Calazans (2001 apud BARROS, 2005), cita alguns fatores que podem prejudicar a eficiência da

atividade de expedição:

Atrasos de transportadoras, gerando congestionamentos na área de expedição;

Quebra de sincronia entre as atividades de recebimento e expedição nas operações de

cross-docking. Assim, a área de expedição pode-se transformar em área de estocagem,

dificultado a operação de expedição em si;

Criação de procedimentos complexos e detalhistas de conferência, diminuindo a

velocidade do fluxo de expedição; e

Picos de demanda não planejados em relação a atividade de expedição.

2.4.7 Circulação externa e estacionamento

Para Alvarenga e Novaes (2001), além do recebimento, movimentação, armazenagem,

separação dos pedidos e expedição, a circulação externa e espaço de estacionamento é de fundamental

importância para os CDs. Embora muitas empresas transportadoras, indústrias ou firmas comerciais

utilizem as vias públicas para estacionar veículos de carga e, em alguns casos, usem-nas até mesmo

para carga e descarga, o certo é dispor de áreas próprias para isso, reservando parte do terreno para

circulação e estacionamento.

2.5 CROSS-DOCKING

Como as empresas tentam reduzir custos de envio e prestar um melhor serviço aos seus

clientes, a atenção dos gestores da cadeia de suprimentos voltou-se para o cross-docking (ARNAOUT,

et al., 2010). Das quatro principais funções de um armazém – recebimento, armazenagem, separação

de pedidos e expedição – as duas do meio são as mais caras. Armazenamento devido aos custos de

manutenção de estoque e a separação de pedidos porque é de trabalho intensivo (BARTHOLDI; GUE,

2004).

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Cross-Docking é uma estratégia de logística em que o produto é descarregado de veículos de

entrada e quase diretamente carregados em veículos de saída, com pouco ou nenhum armazenamento

entre eles (VAN BELLE; VALCKENAERS; CATTRYSSE, 2012). Oliveira e Pizzolato (2003),

definem o cross-docking como sendo um sistema de distribuição na qual a mercadoria recebida em um

CD, não é estocada, mas sim, imediatamente preparada para o carregamento de entrega. Para eles, o

Cross-docking é a transferência das mercadorias do ponto de recebimento, diretamente para o ponto de

entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possível, nulo. Para Yang, Balakrishnan e Cheng

(2010), cross-docking é uma atividade logística que consiste em carregamentos diretos entre veículos

de chegada para veículos de saída. Para Gue (2007), na melhor das possibilidades, o produto não chega

a tocar o chão ou uma prateleira, ele é diretamente movido do veículo de chegada para o veículo de

saída. Uma representação esquemática de um terminal de cross-docking é descrita na Figura 4.

Figura 4. Representação de um terminal de cross-docking.

Fonte: Adaptado de Stephan e Boysen (2011).

Em comparação com uma operação de armazém tradicional, no cross-docking o

armazenamento de produtos é reduzido o máximo possível, de modo que tipicamente, todas as

transferências deixam o terminal dentro de 24 horas (STEPHAN; BOYSEN, 2011). A utilização da

estratégia de cross-docking, permite que a administração do CD se concentre no fluxo de produtos e

não na armazenagem dos mesmos. Tão importante quanto gerenciar o fluxo físico está o

gerenciamento do fluxo de informações, que deve ser continuo (OLIVEIRA; PIZZOLATO, 2003).

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O objetivo do cross-docking é combinar estoques de múltiplas origens no sortimento de um

cliente especifico. Varejistas fazem amplo uso das operações de cross-docking para reabastecer as

lojas de estoques de alta rotatividade (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Stephan e Boysen

(2011), apresentam como principal objetivo do cross-docking, a consolidação de vários embarques

menores de modo que somente caminhões lotados são transportados, gerando uma economia no

processo de transporte.

Sistemas de informações avançados e o aperfeiçoamento do GCS levaram a uma redução

drástica nos custos das transações, o que era a principal justificativa para níveis de elevados de

estoques. Com menores custos de transações, se obteve tamanhos de embarques menores e uma

necessidade de consolidar os envios para recuperar as economias de transporte (BARTHOLDI; GUE,

2004). Informações exatas sobre o produto, sobre os fornecedores e os clientes são críticas para o

gerenciamento efetivo de um CD que utilize a estratégia de cross-docking. O uso dessas informações

permite que a instalação possa planejar seus procedimentos e operações, antes que os produtos sejam

recebidos, organizando seus equipamentos e mão-de-obra. Dessa forma, o recebimento e a

transferência dos produtos para a expedição passam a ser realizados de forma mais sincronizada e ágil,

sem perda de tempo (OLIVEIRA; PIZZOLATO, 2003).

Quando um produto é recebido e descarregado em uma instalação, ele é separado por loja e

destino. Na maioria dos casos, o varejista já comunicou de forma clara as quantidades de cada produto

para cada loja. Os fabricantes, por sua vez, devem ter classificado, carregado e rotulado a quantidade

apropriada para cada local. O produto é então literalmente transportado das docas de chegada até o

caminhão de saída. Uma vez que os caminhões estejam carregados com um mix de produtos de

múltiplos fabricantes, eles são então liberados para o transporte até a loja varejista de destino

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Na Figura 5 são demonstrados dois tipos de carregamento

utilizados em terminais de cross-docking.

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Figura 5. Diferenciação dos tipos de carregamento.

Fonte: Adaptado de Gue (2007).

No primeiro exemplo demonstrado na Figura 5, os produtos chegam sem nenhum tipo de

etiquetagem por cliente, gerando custos e problemas com o manuseio dos produtos, pois os

trabalhadores têm de classificar e rotular os produtos de entrada. Por outro lado, a rotulação em último

momento, possibilita que um produto não mais necessário para um cliente seja enviado para outro

cliente que possa ter solicitado ele de última hora. No segundo exemplo, os produtos chegam no

terminal já etiquetados, diminuindo o custo e os problemas em relação ao manuseio. Os produtos são

retirados dos caminhões de chegada, e são transferidos diretamente para os caminhões de saída, sem

necessidade de classificação e rotulação. A atividade de armazenagem, é praticamente nula neste

modelo (GUE, 2007).

Através da eliminação da atividade de armazenagem se consegue aumentar o giro dos produtos,

reduzindo o custo de estoques e aumentado a velocidade do fluxo dos produtos até o consumidor final.

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Esta vantagem impacta na redução de preços finais e permite o uso de produtos mais recentes,

aumentando a satisfação dos clientes (ANDRADE; BANDEIRA, 2006).

Segundo Gue (2007), para alguns varejistas, o cross-docking os levou a reduzir drasticamente

os custos de estoque, o que lhes permitiu reduzir os custos e aumentar os lucros. No setor de

supermercados, o cross-docking permitiu às empresas reduzirem seus estoques e custos de transporte

em meio a forte concorrência de preços (BARTHOLDI; GUE, 2004). Stalk et al. (1992, apud

BARTHOLDI; GUE, 2004), relatam que o varejista Walmart considera o cross-docking como o

principal motivo para eles terem superado seu concorrente K-Mart no total de vendas nos anos de

1980. Com a redução de seu estoque total devido a estratégia de cross-docking, ele também foi capaz

de reduzir seus preços, se tornando mais competitivo em relação à concorrência.

Embora a concepção de uma eficiente rede de terminais de cross-docking seja importante, o

sucesso dela depende de quão bem cada terminal é concebido e gerido. Um terminal mal projetado e

gerenciado, irá aumentar os custos de manipulação dos produtos e negar o benefício do cross-docking

(YANG; BALAKRISHNAN; CHENG, 2010).

2.5.1 Cross-docking layout

O manuseio de carga em um terminal de cross-docking é trabalhoso e, portanto, caro, pois os

funcionários devem descarregar, classificar, e transferir uma grande quantidade de produtos dos

caminhões de chegada para os de saída. A eficiência dos funcionários depende, em grande parte, de

como os caminhões estão dispostos nas docas, isto é, o layout do terminal (BARTHOLDI; GUE,

2004). Van Belle, Valckenaers e Cattrysse (2012), definem o layout como o dimensionamento e

disposição do terminal de cross-docking, tanto do espaço interno quanto do externo.

Durante a fase de layout do terminal, a determinação de um número apropriado de docas e de

sua disposição no terminal, são de importância fundamental. As previsões em relação ao número de

embarques e caminhões a serem atendidos ao mesmo tempo são usados para determinar quantas docas

serão necessárias (STEPHAN; BOYSEN, 2011). Um bom layout reduz as distâncias do transporte

interno sem causar congestionamentos (BARTHOLDI; GUE, 2004).

Para Bartholdi e Gue (2004), o melhor layout para um terminal de cross-docking depende de

seu tamanho, e do fluxo de transporte das mercadorias no seu interior. Sugerem que grandes terminais

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de cross-docking na prática sofrem com um layout mal definido, o que aumenta os custos de trabalho

em cada doca.

A maioria dos terminais de cross-docking, utilizam layouts no formato de estreitos retângulos

(formato I) (VAN BELLE; VALCKENAERS; CATTRYSSE, 2012). No entanto, tal formato significa

que as distâncias entre todas as docas aumentam drasticamente com o aumento do tamanho do

terminal. Para evitar as grandes distâncias internas de transporte entre as docas, bifurcações podem ser

inseridas de modo a ter terminais nos formatos L, U, T, H e E (STEPHAN; BOYSEN, 2011).

Para terminais de pequeno a médio porte com uma média de 150 docas, o melhor layout é de

formato I. Terminais de tamanho intermediário, entre 150 e 200 docas, o melhor formato é em T e para

terminais com mais de 200 docas o formato X é o mais aconselhado (BARTHOLDI; GUE, 2004). O

formato L é inferior ao formato I pois ele fornece cantos adicionais sem diminuir as distâncias médias

entre cada doca. O mesmo ocorre para o formato H em relação ao formato X (STEPHAN; BOYSEN,

2011). A Figura 6 ilustra os problemas relacionados aos cantos internos e externos.

Figura 6. Cantos internos e externos de um terminal de cross-docking.

Fonte: Adaptado de Stephan e Boysen (2011).

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2.6 CONSIDERAÇÕES

Para Yang, Balakrishnan e Cheng (2010), o impacto das decisões sobre a eficácia operacional

de um terminal de cross-docking, pode ser previsto utilizando simulação computadorizada. A

vantagem de usar a simulação, é que ela pode reproduzir realisticamente as atividades e

congestionamentos em um cross-docking, e fornecer informações precisas sobre como fazer as

decisões corretas para melhorar o seu desempenho.

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3 TRABALHOS RELACIONADOS

Este capitulo tem por objetivo descrever e analisar alguns trabalhos publicados relacionados ao

uso de simulação para dimensionamento e analise de terminais de cross-docking.

3.1 AN ANALYSIS OF FACTORS AFFECTING CROSS DOCKING

OPERATIONS (YANG; BALAKRISHNAN; CHENG, 2010)

Yang, Balakrishan e Cheng (2010) realizaram uma revisão bibliográfica que não mostrou

nenhum estudo sistemático que tenha analisado o impacto das decisões operacionais sobre os terminais

de cross-docking, assim eles propuseram o uso de simulação para estudar o impacto dessas decisões. O

trabalho proposto, concentra-se principalmente sobre os efeitos do armazenamento temporário do

inventário durante recebimento e expedição, bem como os efeitos de diferentes layouts de terminais. A

ferramenta utilizada para criar o modelo de simulação foi o Arena® Simulation.

Os resultados demonstraram que o descarregamento e carregamento indireto de pallets,

geralmente reduzem o congestionamento nas docas de recebimento e expedição, e permite que o

terminal possa lidar com uma taxa de transferência maior do que as demais opções. Para minimizar o

tempo de trabalho e o tempo médio para mover os pallets entre os caminhões de chegada e de saída, o

descarregamento direto e o carregamento indireto de pallets, foi apresentado como o melhor. No

entanto, se o objetivo é maximizar a capacidade do terminal de manusear a maior quantidade de pallets

em um período de tempo, o descarregamento e carregamento indireto são os indicados (YANG;

BALAKRISHNAN; CHENG, 2010).

O layout denominado Centre Arrival and Centre Shipping (CACS), que utiliza maiores pallets

para o fluxo dos produtos entre os caminhões de chegada e de saída, foi considerado o melhor. Além

de maximizar o taxa de transferência dos produtos, ele minimiza o tempo de trabalho para mover os

pallets entre os caminhões (YANG; BALAKRISHNAN; CHENG, 2010).

A abertura de várias docas de recebimento, aumenta o custo da segurança e da inspeção, e só é

desejável quando o congestionamento ocorre nas docas de recebimento. Abrir o número correto de

docas de recebimento é ainda mais crucial para grandes terminais de cross-docking, onde a distância

entre as docas de recebimento e expedição são maiores. Abrir várias docas de recebimento em um

grande terminal, acaba prejudicando o fluxo do transporte dos produtos (YANG; BALAKRISHNAN;

CHENG, 2010).

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O estudo demonstrou que o congestionamento nas docas tem um forte efeito no desempenho do

terminal. A partir de uma perspectiva gerencial, ao projetar um terminal de cross-docking para

minimizar o congestionamento nas docas, em particular nas de expedição, é importante considerar o

tamanho do terminal de cross-docking, armazenamento temporário do inventário, número de

empilhadeiras, número de docas de recebimento abertas, e o seu layout (YANG; BALAKRISHNAN;

CHENG, 2010).

3.2 MODELING CROSS-DOCKING OPERATIONS USING DISCRETE

EVENT SIMULATION (ARNAOUT, et al., 2010)

A complexidade das operações de cross-docking tem sido de grande interesse de pesquisadores,

e profissionais nas áreas de otimização, gerenciamento da cadeia de suprimentos e pesquisa

operacional. Os problemas em terminais de cross-docking tem sido abordados na literatura, mas foram

considerados de maneira determinística e com várias hipóteses. Arnaout et al. (2010), propõem um

modelo de simulação de eventos discretos das operações de cross-docking, revelando alguns dos

parâmetros mais importantes que devem ser investigados, e analisa sua importância no resultado final.

O modelo proposto foi criado na ferramenta Arena® Simulation, e utiliza eventos discretos

onde os pedidos são colocados aleatoriamente em três armazéns diferentes. Caminhões que

transportam diferentes pedidos são encaminhados a partir de armazéns de origem para um de destino,

direta ou indiretamente, por meio de terminais de cross-docking. Pedidos a serem enviados estão

sujeitos às limitações de tempo de entrega. O nível de serviço utilizado, utilização dos caminhões,

número de terminais de cross-docking, e o número de caminhões programados são levados em conta

(ARNAOUT, et al., 2010).

A natureza estocástica do sistema permitiu analisar diferentes cenários e revelar a importância

de alguns parâmetros do modelo, tais como o número de caminhões utilizados, os tipos de caminhões

(de acordo com o seu tamanho), e o número de terminais de cross-docking. Dois cenários foram

conduzidos, um com uma taxa constante de 4 pedidos por hora solicitados através de cada fornecedor,

e um segundo cenário com um calendário uniforme de 3 à 6 pedidos por dia (exceto aos domingos). Os

resultados das experiências mostraram que o uso de configurações de cross-docking produzem altos

níveis de serviço se o correto fator de segurança for escolhido. Além disso, a utilização de caminhões

tende a ser menor quando utilizado vários terminais de cross-docking. Por fim, é concluído que

caminhões maiores resultam em melhores níveis de serviço e melhor desempenho geral do sistema.

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Nota-se que em ambos os cenários o nível de serviço e de utilização dos caminhões variaram em

função das variáveis do modelo (ARNAOUT, et al., 2010).

3.3 SIMULATION-BASED PERSONNEL PLANNING FOR MATERIALS

HANDLING AT A CROSS-DOCKING CENTER UNDER RETAIL

DISTRIBUITION ENVIRONMENT (LIU; TAKAKUWA, 2009)

O manuseio dos produtos em um terminal de cross-docking é complexo e trabalhoso. Os

gerentes normalmente estão sob enorme pressão para otimizar o planejamento de pessoal para lidar

com uma crescente variedade de itens tratados por diferentes processos. Liu e Takakuwa (2009),

propuseram um estudo que se concentra no planejamento de pessoal para movimentação de produtos

em um terminal de cross-docking sob um ambiente de distribuição de varejo. Um procedimento

flexível e gradual do planejamento de pessoal é proposto para minimizar o total das despesas com

pessoal em um terminal de cross-docking. O procedimento inclui a adoção de simulação em conjunto

com programação. Além disso, ele é aplicado a um terminal de cross-docking a fim de confirmar a sua

eficácia.

Para analisar o tempo de funcionamento do fluxo dos processos essenciais, foram gravadas

todas as operações dentro do terminal de cross-docking durante 5 dias. Com base nos vídeos, os

tempos foram analisados utilizando o Arena Input Analyser. Um procedimento flexível para

planejamento de pessoal, foi construído utilizando o Visual Basic for Application (VBA) e aplicado no

Arena® Simulation. A partir destes dados, o modelo de simulação foi construído (LIU; TAKAKUWA,

2009).

Após construção do modelo de simulação, alguns métodos foram utilizados para verificar e

validar o modelo. Uma animação juntamente com estatísticas e gráficos dinâmicos fornecem uma

visão geral do funcionamento do sistema. O modelo de animação foi construído utilizando o Arena 3D

player, como demonstrado na Figura 7.

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Figura 7. Parte da animação.

Fonte: Liu e Takakuwa (2009).

A animação foi examinada atentamente para verificar se ela imitou o sistema real. Além da

análise da animação, as estatísticas e os gráficos dinâmicos forneceram informações para comparação

com as gravações a fim de validar o modelo de simulação (LIU; TAKAKUWA, 2009).

Os resultados demonstraram que a abordagem baseada em simulação é uma ferramenta flexível

e que o procedimento criado utilizando VBA se mostrou prático e poderoso para ajudar os gerentes de

logística na otimização do planejamento de pessoal, especialmente em circunstancias dinâmicas e

complicadas (LIU; TAKAKUWA, 2009)

3.4 ANÁLISE COMPARATIVA

Os trabalhos apresentados neste capítulo, utilizam o recurso de simulação para analisar

processos e variáveis que devem ser levados em consideração para a implementação de um terminal de

cross-docking. O primeiro trabalho foca na análise dos processos internos de um terminal,

apresentando as variáveis a serem consideradas. O segundo trabalho, apresenta os processos externos,

como quantidade e tipo de caminhões, e a quantidade de terminais de cross-docking a serem utilizados

em uma rede de distribuição, enquanto o terceiro trabalho, foca no gerenciamento de pessoal dentro de

um terminal de cross-docking.

Desta forma, é possível analisar tanto os processos externos quanto os internos que influenciam

no dimensionamento e planejamento de um centro de distribuição que utilize a estratégia de cross-

docking.

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3.5 CONSIDERAÇÕES

Apesar dos trabalhos demonstrados anteriormente levarem em consideração vários fatores para

a modelagem do terminal de cross-docking, eles não se propõem a modelar a quantidade de docas e

nem o espaço de estacionamento para os caminhões abastecedores.

O presente trabalho, faz parte de um projeto de pesquisa do departamento de Engenharia de

Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto propõe cobrir uma

lacuna existente no processo de otimização do número de docas de recebimento em um terminal de

cross-docking utilizando modelos não estacionários de fila e simulação.

O trabalho proposto, tem como objetivo dimensionar as docas de recebimento e o espaço de

estacionamento para caminhões abastecedores de um terminal de cross-docking por meio de

simulação. O modelo não estacionário de fila utilizado para estabelecer a chegada dos caminhões, foi

previamente desenvolvido no projeto citado anteriormente.

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4 DESENVOLVIMENTO

Nesta etapa é descrito o estudo de caso, o modelo desenvolvido no software Arena®

Simulation, e os resultados obtidos após as execuções do modelo de simulação. Como variável de

entrada é utilizado a quantidade de caixas que chegam por dia no terminal, podendo converter para

quantidade de caminhões dividindo a quantidade de caixas pela capacidade dos caminhões utilizados

no modelo. A quantidade de caixas que chegam ao terminal, suas dimensões e peso, tipos de

caminhões e suas taxas de chegadas, são dados empíricos. Este trabalho faz parte de um projeto de

pesquisa do departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa

Catarina – UFSC, coordenado pelo Prof. Dr. Antônio Galvão Novaes.

4.1 ESTUDO DE CASO

Trata-se de uma cadeia de supermercados que opera um terminal do tipo cross-docking, e

movimenta nesta instalação 85.000 caixas por dia, com volume unitário de 0,0216 m³ e peso de 13,8

kg, num total de aproximadamente 1.173 toneladas. As dimensões da caixa utilizada para

acondicionamento dos produtos, é apresentada na Figura 8.

Figura 8. Caixa padrão de acondicionamento dos produtos.

A composição da frota de caminhões abastecedores é apresentada na Tabela 1. O terminal

recebe uma média de 10.625 caixas de acondicionamento de produtos por hora. Admitindo uma taxa

constante de chegadas e média de 463,8 caixas por veículo, obtém-se a taxa média de chegadas de

caminhões igual à 22,9 veículos por hora. O tempo médio de descarga dos veículos é de 43,8 minutos.

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Tabela 1. Composição da frota de caminhões abastecedores.

Tipo de caminhão Capacidade de

carga (kg)

Frequência nas

chegadas (%)

Número de

caixas por

caminhão

Tempo

médio de

descarga de

um veículo

(min)

Toco 6.044,67 70 438,02 40,2

Truck 10.044,6 20 727,87 67,2

Veículo urbano de

carga 3.111,9 10 225,5 24,2

Situação média 6.400,4 463,8 43,8

No modelo de simulação, não são considerados desdobramentos por tipo de caminhão

abastecedor, admitindo-se um tipo médio equivalente entre eles.

4.1.1 Chegada dos caminhões

As chegadas de veículos de abastecimento ao terminal devem obedecer a horários pré-

estabelecidos e controlados (BOYSEN; FLIEDNER, 2010; CHEN, et al., 2006; YU; EGBELU, 2008).

A curva apresentada na Figura 9 demonstra o processo de chegada dos caminhões abastecedores no

terminal para uma operação de cross-docking programada, em que os operadores são obrigados a se

enquadrar dentro de uma janela de tempo pré-definida.

Figura 9. Curva que representa a chegada dos caminhões abastecedores no terminal de cross-docking.

Em situações com regras operacionais suficientemente rígidas, o processo estocástico de

formação de filas pode não atingir o equilíbrio estacionário dos modelos clássicos de fila, tornando

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necessário aplicar um tipo de modelagem que não dependa do caráter estacionário do processo. Newell

(1968; 1971) desenvolveu uma modelagem voltada à solução de problemas de filas com estados

transientes e não estacionários, utilizando uma representação contínua, em que o processo de chegadas

é representado como se seus elementos fossem um fluido em movimento.

Seja a função que exprime a taxa de chegadas de produtos no terminal. A aproximação

contínua empregada por Newell (1968; 1971) para o problema de formação de filas é o modelo de

difusão. Neste tipo de formulação, a representação discreta é abandonada. Como variável básica do

processo estocástico para esta análise, foi adotado o número de caixas de produtos que chegam no

terminal. Para realizar a conversão para o número de veículos, foi utilizado o número médio de caixas

por caminhão indicado na Tabela 1.

Newell (1971) admitiu uma função do segundo grau para representar , porém este tipo de

função não reflete a característica assimétrica da curva ao longo do tempo. Por esse motivo foi adotada

uma representação de terceiro grau que aderiu satisfatoriamente às características da curva desejada.

Seja uma constante, a equação (1) representa a curva de chegada dos caminhões ao longo do tempo.

(1)

A curva de ao longo da janela de tempo é apresentada na Figura 10, notando-se um bom

ajuste quando comparada com a Figura 9.

Figura 10. Curva da taxa de chegadas dos caminhões abastecedores ao terminal de cross-docking.

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4.1.2 Tempo de descarga dos veículos

O tempo de descarga dos caminhões abastecedores, são regidos por uma distribuição log-

normal, com os valores médios indicados na Tabela 1.

Seja x a variável aleatória a representar por uma distribuição log-normal, com tempo médio de

descarga m = 43,8 minutos e desvio padrão s = 12,8 minutos, a função densidade de probabilidade

é dada por (2) (NOVAES, et al. 2015).

√ *

+

(2)

Onde e são dois parâmetros auxiliares dados respectivamente por (3) e (4) (NOVAES, et al. 2015).

√ ⁄ (3)

(

√ )

(4)

Aplicando e , se obtém e

(NOVAES, et al. 2015).

Para análise da distribuição, foi criado um programa em utilizando a linguagem de

programação Pascal, onde são gerados 1000 valores para a variável log-normal x, sendo esses valores

salvos em disco. Os valores salvos em disco, são posteriormente analisados na ferramenta Arena®

Input Analyzer para definição da distribuição de descarga.

Valores teóricos da probabilidade acumulada de x, no intervalo de x = 15 e x = 120, são gerados

através de um programa desenvolvido utilizando a linguagem de programação Pascal.

A Figura 11 apresenta os valores da distribuição simulada e os valores teóricos da

probabilidade acumulada.

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Figura 11. Comparação da distribuição teórica com a distribuição simulada.

4.1.3 Avaliação dos processos

Após definição do processo de chegada dos caminhões e do tempo de descarga, foram

realizadas avaliações para verificar como esses processos seriam utilizados no modelo de simulação.

Para gerar os valores das chegadas dos caminhões abastecedores ao terminal de cross-docking,

foi desenvolvido um programa utilizando a linguagem de programação Pascal, de nome

“Routine_Lambda.exe”. A equação (1) foi implementada, gerando como resultado os valores das

chegadas dos caminhões. As chegadas estão em horas e ordenadas em ordem crescente, sendo salvas

no mesmo diretório do executável em um arquivo texto. O arquivo possui o nome “Lambda.txt”. Este

programa foi desenvolvido pelo Prof. Dr. Antônio Galvão Novaes, no projeto de pesquisa na qual este

trabalho faz parte.

Os valores da distribuição simulada dos tempos de descarga dos caminhões abastecedores

gerados pela função apresentada em 4.1.2 , foram analisados através da ferramenta Arena® Input

Analyzer utilizando uma distribuição lognormal. A distribuição indicada pela ferramenta para ser

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utilizada no processo de descarga dos caminhões abastecedores é . A Figura 12

apresenta o gráfico gerado pela análise do Arena® Input Analyzer.

Figura 12. Distribuição do tempo de descarga dos caminhões abastecedores.

4.2 PROCESSO DE SIMULAÇÃO

O modelo desenvolvido foi aplicado no software Arena® Simulation. Para auxiliar as

definições das distribuições utilizadas no modelo de simulação, a ferramenta Arena Input Analyzer foi

utilizada. A construção das lógicas de inicialização da simulação, seleção de docas, e liberação das

docas, foi realizada utilizando a ferramenta VBA, inclusa no software Arena®. A ferramenta Output

Analyzer, foi utilizada para analisar o grau de confiabilidade do modelo.

O modelo de simulação foi criado utilizando o conceito de Stations. Toda movimentação ocorre

a partir de um local de origem para um local de destino. No Arena® esses locais são definidos como

Stations. Este conceito permite que os processos sejam separados e interligados através de sequências.

As sequências são definições dos processos por onde os caminhões deverão passar. Para representação

dos caminhões, entidades de nome “Caminhao” são criadas a cada tempo de chegada.

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4.2.1 Eventos definidos no Arena®

Foram definidos 5 tipos de Stations e 31 sequências para o modelo do terminal de cross-

docking. As Stations recepção, estacionamento, seleção de docas, docas e saída, fazem uso de 31

sequências, sendo 30 relacionadas as docas e 1 à saída.

Para auxiliar no controle do modelo, são utilizadas 91 variáveis e 31 recursos. Cada doca

possui 3 variáveis de controle, onde “N” é substituído pelo número da doca:

“StatusDocaN”: iniciada como 0 (zero). Define a ocupação da doca, sendo 0 (zero)

desocupada e 1 (um) ocupada;

“TempoInicialN”: define o tempo inicial de uso da doca;

“TempoTotalN”: responsável por armazenar o tempo total de uso da doca.

Para controlar o uso do estacionamento, a variável “EstacionamentoVazio” foi definida. Ela é

responsável por definir se o estacionamento está vazio ou não, onde 0 (zero) representa vazio e 1 (um)

não vazio.

Para uma melhor organização, o modelo foi dividido em 6 (seis) módulos. Chegada no

terminal, recepção, estacionamento, seleção de docas, docas e saída do terminal. A Figura 13 apresenta

está divisão.

Figura 13. Divisão por módulos.

4.2.2 Inicialização do Processo de Simulação

Ao iniciar uma simulação do modelo, o evento “ModelLogic_RunBeginSimulation” é

executado. Através de código VBA inserido neste evento, a tela de configuração da simulação é

chamada e apresentada ao usuário. Nesta tela é possível informar a quantidade de docas que serão

utilizadas durante a simulação.

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A Figura 14 apresenta a tela de configuração da simulação. Nela é possível selecionar da

quantidade de docas a serem utilizadas. Foi definido, a priori, um máximo de 30 docas.

Figura 14. Tela de configuração.

4.2.3 Processo de replicação

Ao iniciar uma nova replicação do modelo de simulação, o evento

“ModelLogic_RunBeginReplication()” é executado. O código VBA foi inserido neste evento para

executar a chamada do programa “Routine_Lambda.exe”.

O programa “Routine_Lambda.exe”, cria um arquivo texto com os valores das chegadas dos

caminhões abastecedores no terminal. Este arquivo é utilizado no submodelo “Chegada no terminal”.

4.2.3.1 Definição da quantidade de replicações

A definição da quantidade de replicações foi realizada utilizando o conceito de intervalo de

confiança. O intervalo de confiança compreende um intervalo numérico que possui uma probabilidade

igual a de incluir o verdadeiro valor da variável ou medida de desempenho sob análise, onde ( é

denominado o nível de confiança do intervalo. Como ( pode assumir valores como 99% ou

90%, será o erro admitido ao se concluir sobre a presença do verdadeiro valor da variável no

intervalo calculado (FREITAS FILHO, 2008).

Foram realizadas 50 replicações do modelo para avaliar o intervalo de confiança, armazenando

o tempo médio de espera no estacionamento em um arquivo “.DAT” utilizando o recurso Statistic do

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Arena®. Os dados das replicações foram importados para a ferramenta Arena® Output Analyzer para

realizar a validação do grau de confiabilidade.

A Figura 15 apresenta os tempos médios de espera no estacionamento de cada replicação.

Figura 15. Tempo médio de espera no estacionamento.

Foi assumido como grau de confiança o valor de 95%, ou seja, . Após análise

da ferramenta Arena® Output Analyzer, a média geral do tempo de espera ficou em , desvio

padrão em , e o semi-intervalo de confiança h em . Segundo Freitas Filho (2008), é comum

que se busque intervalos de confiança para os quais o valor h seja aproximadamente, menor ou igual a

10% da média amostral.

Pode-se observar que para o modelo do terminal de cross-docking, é menor que

, ou seja, o grau de confiança de 95% foi obtido com 50 replicações do modelo

do terminal de cross-docking.

A Figura 16 apresenta o resultado da análise do Arena® Output Analyzer.

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Figura 16. Resultado da análise da ferramenta Arena® Output Analyzer.

4.2.4 Chegada no terminal

O processo de chegada dos caminhões é regido pela função citada em 4.1.1 e utiliza o programa

“Routine_Lambda.exe” para criar o arquivo com os tempos de chegada. Conforme apresentado em

4.2.1, ao iniciar uma nova replicação, um novo arquivo contendo os tempos de chegada é gerado e

salvo em disco. Este processo foi criado no submodelo “Chegada no terminal”.

O módulo Create de nome “Chegada” presente no submodelo, tem como função criar a

entidade inicial “Caminhao”. Suas configurações, permitem a criação de somente uma entidade, pois

nenhuma distribuição e ou expressão padrão do software Arena® é utilizada. A entidade criada, segue

para o módulo “ReadWrite” que é responsável por gerir a leitura do arquivo que contém os tempos de

chegada. Na Figura 17 são apresentadas as configurações do módulo “Chegada”.

Figura 17. Configurações do módulo "Chegada".

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O arquivo criado é lido através do módulo “ReadWrite”, e seus tempos são processados um por

vez. Após leitura de um dos tempos, o módulo “Delay” faz com que o modelo de simulação aguarde

até que o tempo obtido do arquivo seja alcançado. Após alcançar o tempo, o módulo “Separate” replica

a entidade de chegada, retornando à original para o laço de repetição de leitura do arquivo e sua réplica

é enviada para o módulo que representa a recepção do terminal de cross-docking. A Figura 18

apresenta o modelo de chegada dos caminhões no terminal de cross-docking.

Figura 18. Representação do submodelo “Chegada no terminal”.

4.2.5 Recepção

Após leitura dos tempos de chegada dos caminhões, as entidades “Caminhao” são enviadas

para a recepção. O modelo de recepção de nome “Recepcao” e é composto por 7 (sete) módulos do

software Arena®, que são apresentados na Figura 19.

Figura 19. Representação do submodelo “Recepcao”.

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O módulo “Entrar na recepcao” é do tipo Station. Quando a entidade “Caminhao” passa por

ele, pode-se admitir que a entidade está dentro da estação de trabalho recepção. O módulo “Recepcao”

é do tipo Process e suas configurações são apresentadas na Figura 20.

Figura 20. Configurações do módulo "Recepcao".

Ao chegar uma entidade no módulo “Recepcao”, a opção Action configurada como Seize Delay

Release, define que ela seja colocada em uma fila e aguarde seu atendimento. O módulo “Recepcao”

possui um recurso “Atendente” responsável pelo atendimento dos caminhões. O tempo de atendimento

está definido como zero, pois o modelo proposto não leva em consideração o tempo de atendimento na

recepção.

Após passagem pelo módulo “Recepcao”, um módulo Decide de nome “Verifica

disponibilidade de doca”, verifica a fila no estacionamento e a disponibilidade das docas. Caso o

estacionamento e uma das docas estejam vazias, a entidade “Caminhao” pode se dirigir diretamente

para a seleção de docas, caso contrário ela deve ir para o estacionamento. O controle de ocupação do

estacionamento é realizado através da variável “EstacionamentoVazio”. Ela é iniciada com o valor 1

(um), e a cada nova replicação o estacionamento inicia vazio. Cada doca possui uma variável de

controle, responsável por informar se a doca está livre ou ocupada. Seu nome é composto por

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“StatusDoca” mais o número da doca, ou seja, a variável “StatusDoca1” representa o controle de

ocupação da doca 1.

Com o estacionamento vazio e uma das docas livres, a entidade “Caminhao” passa pelo módulo

do tipo Leave de nome “Sair da recepcao e ir para selecao de doca”. Este módulo direciona a entidade

diretamente para a seleção de docas. O tipo de conexão está definido como Route, encaminhando a

entidade diretamente para a Station “EnterSelecaoDoca”. O tempo de deslocamento está definido

como zero, pois ele não será levado em consideração no modelo. A Figura 21 apresenta as

configurações do módulo “Sair da recepcao e ir para selecao de doca”.

Figura 21. Configurações do módulo " Sair da recepcao e ir para selecao de doca".

Se o estacionamento não estiver vazio ou se todas as docas estiverem ocupadas, a entidade

“Caminhao” é direcionada para o módulo “Setar estacionamento como nao vazio” do tipo Assign. Este

módulo tem como objetivo bloquear o envio de caminhões diretamente para as docas. Ele atribui o

valor 0 (zero) para a variável “EstacionamentoVazio”. Após alterar o valor da variável, a entidade é

encaminhada para o módulo “Sair da recepcao e ir para estacionamento” que a direciona para o

estacionamento. A Figura 22 apresenta as configurações do módulo “Sair da recepcao e ir para

estacionamento” do tipo Leave.

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Figura 22. Configurações do módulo "Sair da recepcao e ir para estacionamento".

A prioridade de atendimento é dos caminhões que estão no estacionamento. Por esse motivo é

sempre verificado se ele está vazio. Caso um caminhão chegue ao terminal, e seja verificado que a

variável “EstacionamentoVazio” é igual a 0 (zero), o caminhão é direcionado para o estacionamento

para aguardar o atendimento.

4.2.6 Seleção de doca

O submodelo “Seleção Docas” construído para a seleção de docas, possui 3 (três) módulos do

Arena®, sendo um deles do tipo VBA. A Figura 23 apresenta o submodelo de seleção de doca.

Figura 23. Representação do submodelo “Seleção de doca”.

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Ao chegar uma entidade no modelo de seleção de doca, primeiro ela deve passar pelo módulo

“Entrar na selecao doca”, do tipo Station, seguindo para o módulo “VBA”. O módulo “VBA“ executa

o código atribuído ao evento “VBA_Block_32_Fire”.

O código VBA do evento, é responsável por realizar a seleção de uma das docas e direcionar a

entidade “Caminhao” para ela. As informações de status e tempo de uso das docas ativas na replicação,

são mapeadas e atribuídas a uma lista de docas. Um método de ordenação é chamado e ordena a lista

de forma crescente pela variável de tempo de uso das docas. Após ordenação, um laço de repetição

navega pela lista, verificando se o status da doca é igual a 0 (zero), ou seja, se ela está vazia. Ao

encontrar uma doca vazia, o atributo de sequência da entidade “Caminhao” recebe o valor referente a

sequência da doca livre encontrada, e o atributo “StatusDocaN” é alterado para 1 (um).

Após seleção da doca, a entidade vai para o módulo “Sair da selecao doca”. Devido a

configuração By Sequence, a entidade “Caminhao” é direcionada para a sequência atribuída a ela. Na

Figura 24 é possível ver as configurações do módulo “Sair da selecao doca”.

Figura 24. Configurações do módulo "Sair da selecao doca".

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4.2.7 Estacionamento

O submodelo “Estacionamento” contém a lógica do estacionamento do modelo de simulação

do terminal. O módulo Station de nome “Entrar no estacionamento” é o primeiro pela qual a entidade

irá passar. Ele representa a entrada na lógica do estacionamento. A Figura 25 demonstra o submodelo

estacionamento.

Figura 25. Representação do submodelo “Estacionamento”.

O módulo “Estacionamento” do tipo Hold é responsável pela fila de estacionamento. A opção

Type configurada como Wait for Signal, define que a fila do estacionamento deve aguardar a chegada

de um sinal para liberar uma entidade “Caminhao”. O sinal aguardado é configurado na opção Wait for

Value. A opção Limit define quantas entidades serão liberadas ao receber o sinal. O módulo

estacionamento, está configurado para aguardar um sinal de valor 1 (um) e para liberar uma entidade

“Caminhao” por vez. A Figura 26 apresenta as configurações do módulo.

Figura 26. Configurações do módulo "Estacionamento".

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Após receber um sinal para liberação, a entidade liberada vai para o módulo “Sair do

estacionamento” do tipo Leave. Suas configurações direcionam a entidade para o submodelo de

seleção de docas.

4.2.8 Docas

O submodelo “Docas” é composto por 30 submodelos, onde cada um representa uma doca de

recebimento. A Figura 27 apresenta a composição do submodelo “Docas”.

Figura 27. Representação do submodelo “Docas”.

Cada doca é representada por um submodelo de nome “Doca N”, sendo N substituído pelo seu

número. As docas possuem a mesma lógica, alterando os nomes dos módulos, variáveis e recursos. A

Figura 28 apresenta o submodelo “Doca N”.

Figura 28. Representação do submodelo “Doca N”.

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Ao entrar no submodelo, a entidade passa pelo módulo “Entrar doca N” do tipo Enter. Este

módulo representa a entrada do caminhão em uma das docas de recebimento. O módulo “Atribuir

tempo inicial doca N” do tipo Assign, atribui o tempo atual à variável “TempoInicialN”. Através desta

variável é possível saber quanto tempo a entidade “Caminhao” ficou no submodelo.

O módulo Process de nome “Descarregar doca N” é responsável pela representação do

processo de descarga do caminhão abastecedor. O processo possui o recurso “FuncionarioN”,

encarregado de realizar a descarga do caminhão. A distribuição utilizada para o processo de descarga

dos caminhões , foi definida em 4.1.2 e analisada em 4.1.3 . A Figura 29

apresenta as configurações do módulo “Descarregar doca N”.

Figura 29. Configurações do módulo "Descarregar doca N".

Após descarga, o código do módulo VBA, verifica se há alguma entidade na fila do

estacionamento. Caso uma ou mais entidades estejam na fila, um sinal de valor 1 (um) é enviado para

liberar uma das entidades, encaminhando ela para a seleção de docas. Se a fila do estacionamento

estiver vazia, a variável “EstacionamentoVazio” recebe o valor 1 (um). Este valor informa que o

estacionamento está de fato vazio e que uma entidade recém-chegada na recepção, pode ser

encaminhada diretamente para a seleção de docas. Após verificação do estacionamento, a variável

“StatusDocaN” recebe o valor 0 (zero) informando que a doca N está vazia e pode ser utilizada.

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O módulo “Incrementar tempo total de uso doca N”, incrementa a variável “TempoTotalN”

com o tempo atribuído em “TempoInicialN”. O tempo total é utilizado no submodelo de seleção de

docas, para verificar o tempo de uso de cada uma das docas. Após atribuição dos valores de tempo, a

entidade sai da doca e vai para o submodelo “Saída do terminal”.

4.2.9 Saída do terminal

O submodelo “Saída do terminal” é composto por dois módulos. O módulo “Entrar na saida”

do tipo Enter, representa a entrada da entidade na saída do terminal. O módulo Dispose de nome

“Saida” caracteriza a saída da entidade “Caminhao” do modelo do terminal de cross-docking,

encerrando seu ciclo no modelo. A Figura 30 apresenta o submodelo “Saída do terminal”.

Figura 30. Representação do submodelo saída do terminal.

4.3 VALIDAÇÃO DO MODELO DE SIMULAÇÃO

A validação do modelo de simulação foi realizada através da comparação dos resultados da

simulação com os resultados do modelo matemático, desenvolvido no projeto de pesquisa na qual este

trabalho faz parte.

O modelo de simulação foi replicado por 50 vezes utilizando 20 docas para obtenção dos

dados. A partir dos dados de 50 replicações, foram analisadas as médias. A Tabela 2 apresenta a

comparação entre os resultados do modelo matemático com os do modelo de simulação.

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66

Tabela 2. Comparação dos resultados do modelo matemático com os do modelo de simulação.

Informação Modelo matemático Modelo de

simulação

Tempo médio de

espera do caminhão

(horas)

0,97 0,93

Tempo médio do

caminhão no

terminal (horas)

1,51 1,39

Tempo total de

operação do

terminal de cross-

docking (horas)

9,37 9,23

Quantidade média

de caminhões na

fila do

estacionamento

10,1 12,19

Quantidade máxima

de caminhões na

fila do

estacionamento

51,7 53

Taxa média de

utilização das docas

do terminal

71,3% 70%

Taxa média de

caminhões que não

entraram na fila do

estacionamento

19,7% 30%

Conforme demonstrado na Tabela 2, a maior diferença nos resultados está na taxa média de

caminhões que não entraram na fila do estacionamento. No modelo de simulação 30% dos caminhões

foram encaminhados diretamente para as docas, enquanto no modelo matemático apenas 19,7% foram

para as docas sem passar pelo estacionamento, uma diferença de 10,7%. A quantidade média e máxima

de caminhões na fila do estacionamento no modelo de simulação, ficaram a cima do modelo

matemático, porém muito próximas. Os demais resultados apresentam uma boa proximidade,

resultando na validação do modelo de simulação.

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO

O processo de análise dos resultados de simulações realizadas através de um modelo

computacional, lida com os dados que foram obtidos a partir dos experimentos. O principal objetivo é

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67

permitir a realização de inferências e previsões sobre o comportamento e o desempenho do modelo de

simulação criado (FREITAS FILHO, 2008).

Para análise dos resultados obtidos com a aplicação do modelo de simulação, o número de

docas n variou de 10 a 30, sendo para cada n, realizadas 50 replicações do modelo. Após as

replicações, foram obtidas as médias dos resultados. A Tabela 3 apresenta os principais resultados.

Tabela 3. Resultados da aplicação do modelo de simulação.

Número

de docas

Fila média

(caminhões)

Fila

máxima

(caminhões)

Tempo

de

espera

médio

(h)

Tempo

de

espera

máximo

(h)

Tempo

médio

no

terminal

(h)

Tempo médio

de

funcionamento

do terminal

(h)

Taxa de

utilização

das docas

10 38,44 101,0 3,67 7,49 4,0 15,19 87%

11 34,52 75,0 3,19 6,47 3,53 14,13 85%

12 31,06 89,5 2,63 5,50 3,03 13,13 84%

13 28,55 85,0 2,37 4,89 2,75 12,44 81%

14 25,19 78,0 2,04 4,19 2,43 11,73 80%

15 22,52 74,0 1,76 3,59 2,17 11,17 78%

16 20,58 71,5 1,58 3,29 2,02 10,71 76%

17 17,74 63,5 1,35 2,80 1,80 10,30 75%

18 16,60 63,5 1,27 2,59 1,70 9,97 73%

19 14,40 57,5 1,08 2,19 1,53 9,67 72%

20 12,19 53,0 0,93 1,91 1,39 9,23 70%

21 11,13 51,0 0,85 1,80 1,33 9,26 68%

22 9,62 45,0 0,73 1,49 1,24 9,01 67%

23 7,78 41,0 0,62 1,34 1,15 8,77 65%

24 6,68 37,5 0,54 1,15 1,07 8,60 63%

25 5,94 37,5 0,51 1,11 1,03 8,47 61%

26 4,94 32,5 0,44 0,98 0,98 8,33 60%

27 4,45 31,0 0,43 0,93 0,96 8,31 58%

28 3,91 30,0 0,41 0,86 0,92 8,31 56%

29 3,48 29,0 0,40 0,79 0,91 8,21 55%

30 2,79 25,0 0,38 0,74 0,88 8,19 52%

Na Figura 31 é apresentada a variação do tempo de espera na fila (médio e máximo) em função

de n. Observa-se que ocorrem duas faixas características de comportamento do tempo de espera na

fila, na faixa a variação do tempo de espera é praticamente linear, enquanto para a

variação é nitidamente exponencial, significando que docas é uma solução potencialmente

adequada. Na Tabela 3 pode-se observar que a fila média no período de congestionamento é de 7,78

caminhões, com tempo de espera máximo de 1 hora e 20 minutos. A taxa de utilização das docas com

n = 23 é de 65%, ou seja, das 8 horas e 46 minutos que o terminal deve ficar em funcionamento, as

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docas ficam em processo de descarga por 5 horas e 41 minutos, ficando ociosas por 3 horas e 5

minutos.

Figura 31. Tempo de espera na fila.

Com n = 23 o terminal de cross-docking fica em funcionamento por mais 46 minutos após o

fechamento da janela de tempo de 8 horas proposta em 4.1.1 ou seja, mesmo com o fechamento da

janela de tempo de chegada dos caminhões, ainda há caminhões abastecedores dentro do terminal que

não foram descarregados. A fila média de caminhões no espaço destinado ao estacionamento, é de 7,78

e a fila máxima de 41, gerando uma margem de 33 caminhões para eventuais picos durante a operação.

Como parâmetro básico para definição do espaço no pátio do terminal de cross-docking

destinado a abrigar os caminhões que esperam na fila do estacionamento, pode-se utilizar a fila

máxima (NOVAES, et al., 2015). Para n = 23 docas, a fila máxima é igual à 41 caminhões, assim

podemos definir que o espaço de estacionamento para os caminhões que aguardam descarga deve ter

41 vagas. A Figura 32 apresenta a variação da fila máxima.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Ho

ras

Número de docas

Tempo de espera na fila

Tempo médio de fila Tempo máximo de fila

Faixa com variação praticamente linear

Faixa com variação exponencial

Solução proposta: 23 docas

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69

Figura 32. Variação da fila máxima.

Na Figura 33 pode-se observar que com n = 23 os tempos médio e máximo de fila no terminal

começam a convergir. O tempo de espera médio dos caminhões no estacionamento é de 37 minutos,

porém em momentos de pico, a espera chegou à 1 hora e 20 minutos, uma diferença de 43 minutos. O

tempo médio entre a entrada e a saída dos caminhões é de 1 hora e 9 minutos.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

mer

o d

e ca

min

es

Número de docas

Máximo de caminhões na fila

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70

Figura 33. Análise dos tempos de fila e no terminal.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Ho

ras

Número de docas

Análise dos tempos

Tempo médio no terminal Tempo médio de fila Tempo máximo de fila

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5 CONCLUSÕES

No presente trabalho foram apresentados conceitos pertinentes ao domínio do tema e de suma

importância para encontrar uma solução viável para o problema apresentado.

Para isto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica abordando os principais conceitos de

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, Centros de Distribuição e Cross-Docking. O conceito de

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos tem uma visão mais ampla onde os Centros de Distribuições

se encaixam. O capítulo sobre Cross-Docking, explica os principais conceitos sobre este tema, e

demonstra como uma operação desse tipo é considerada complexa. Após a pesquisa bibliográfica,

foram analisados trabalhos relacionados, procurando verificar se soluções similares já haviam sido

propostas.

Os trabalhos analisados propõem soluções relacionadas aos terminais de cross-docking, para

problemas de decisões operacionais, logística de transporte entre diferentes terminais e planejamento

de pessoal para movimentação de produtos em um terminal. Todos fazem uso de simulação e utilizam

o software Arena® Simulation, a mesma que é utilizada neste trabalho. Apesar de existirem várias

pesquisas, não foi encontrada nenhuma que apresentasse uma solução semelhante com a proposta

deste, ou seja, o uso de simulação para dimensionamento das docas de recebimento e do espaço de

estacionamento num terminal de cross-docking.

Após análise de trabalhos relacionados, iniciou-se o desenvolvimento da solução para o

problema apresentado. O modelo do terminal de cross-docking foi desenvolvido em duas partes. A

primeira teve como escopo definir os processos de chegada e descarga dos caminhões.

Para o processo de chegada dos caminhões abastecedores, utilizou-se o método matemático

desenvolvido no projeto de pesquisa na qual este trabalho faz parte. O método não foi desenvolvido no

modelo de simulação em VBA devido a sua complexidade e por já existir um software que o

implementa gerando os tempos de chegada e salvando-os em um arquivo texto. Foram utilizados os

recursos de programação VBA e leitura de arquivos do Arena® Simulation, para modelagem do

processo de chegada dos caminhões. A solução utilizada para construção do processo de chegada dos

caminhões abastecedores, se demonstrou confiável e robusta.

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O processo de descarga dos caminhões, faz uso de uma distribuição log-normal definida por

Novaes, et al. (2015). O Arena® Input Analizer foi utilizado para analisar a curva gerada pela

distribuição, utilizando-a posteriormente no modelo de simulação.

A segunda parte do desenvolvimento do modelo do terminal de cross-docking, foi criar o

modelo de simulação utilizando as análises realizadas anteriormente. Para a criação de algumas lógicas

e módulos, foi utilizada a linguagem de programação Visual Basic for Application, que vem integrada

ao Arena® Simulation, assim como recursos de leitura de arquivos textos e criação de submodelos.

Após criação do modelo de simulação, uma avaliação sobre ele foi realizada a fim de verificar quantas

replicações seriam necessárias para se chegar a um grau de confiança de 95%. A ferramenta Arena®

Output Analizer foi utilizada para realizar esta avaliação, indicando uma quantidade de 50 replicações

para alcançar o resultado desejado. Porém uma validação do modelo ainda se fazia necessária.

A validação do modelo foi realizada, através da comparação dos resultados do modelo

matemático desenvolvido no projeto de pesquisa, com os resultados do modelo de simulação. Os

resultados se mostraram confiáveis e com uma boa proximidade, resultando na validação do modelo de

simulação.

A análise dos resultados foi realizada em cima dos dados obtidos para o número de docas de 10

a 30, com 50 replicações de cada quantidade de docas. Após recuperação dos resultados, as médias das

replicações por quantidade de docas foram obtidas e analisadas. O número de docas igual a 23

demonstrou ser o mais indicado para o cenário proposto por este trabalho. Utilizando 23 docas, o

tempo médio dos caminhões no terminal é igual a 1 hora e 9 minutos e o tempo médio de espera é de

37 minutos. Utilizando o método proposto por Novaes, et al. (2015), foi definido que o estacionamento

deve ter 41 vagas para comportar os caminhões em momentos de pico do terminal.

Os resultados obtidos neste trabalho são satisfatórios e demonstram que o uso de simulação

para análise de cenários diversos é uma ferramenta fundamental.

O problema proposto neste trabalho, faz parte de um projeto de pesquisa do departamento de

Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, sob coordenação do

Prof. Dr. Antônio Galvão Naclério Novaes e apoio do Prof. Dr. Edson Tadeu Bez.

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73

5.1 TRABALHOS FUTUROS

Através da análise dos resultados obtidos do modelo, é possível observar que um dos

problemas mais frequentes, independentemente da quantidade de docas de recebimento, é a fila de

caminhões abastecedores que se forma no estacionamento. Para a redução apreciável do número de

posições de docas de recebimento e do espaço de estacionamento, uma solução é reduzir ao máximo o

desequilíbrio no processo de chegadas, com grande parte dos veículos chegando próximos do fim da

janela de tempo. Este desequilíbrio indica a necessidade de organizar melhor as chegadas, impondo

horários mais rígidos para os caminhões abastecedores. A divisão da janela de tempo em períodos

menores, em que o caminhão é previamente alocado a uma delas é uma das possíveis soluções.

A alocação dos caminhões abastecedores nas docas de recebimento, é realizada de forma

aleatória neste trabalho, não levando em consideração os possíveis desencontros, no momento de

descarga, entre os caminhões que chegam com os de menor porte que saem do terminal, ocasionando

maiores deslocamentos internos das cargas. Este problema, será abordado futuramente de modo que

será imposto uma quantidade de docas de recebimento específicas para cada tipo de carga dos

caminhões abastecedores. Dessa forma, é garantido que os deslocamentos internos sejam minimizados

de forma que os caminhões abastecedores estarão mais próximos dos caminhões de distribuição local.

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74

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78

APÊNDICE A – CÓDIGO VBA: MÉTODO

“MODELLOGIC_RUNBEGINSIMULATION”

Private Sub ModelLogic_RunBeginSimulation()

Set oModel = ThisDocument.Model

Set oSIMAN = ThisDocument.Model.SIMAN

frmConfig.Show

End Sub

APÊNDICE B – CÓDIGO VBA: MÉTODO

“MODELLOGIC_RUNBEGINREPLICATION”

Private Sub ModelLogic_RunBeginReplication()

Dim wsh As Object

Set wsh = VBA.CreateObject("WScript.Shell")

Dim waitOnReturn As Boolean: waitOnReturn = True

Dim windowStyle As Integer: windowStyle = 1

IniciarArraySequencias

wsh.Run "…\Routine_Lambda.exe", windowStyle, waitOnReturn

IniciarDecisaoDocaLivre

IniciarArrayStatusDoca

End Sub

APÊNDICE C – CÓDIGO VBA: MÉTODO

“INICIARARRAYSEQUENCIAS”

Private Sub IniciarArraySequencias()

Dim sSequenciaDesc As String

Dim nSequenciaIndex As Integer

Dim nIndex As Integer

ReDim ArraySequencias(QtdDocas)

sSequenciaDesc = "SequenciaSaida"

nSequenciaIndex = oSIMAN.SymbolNumber(sSequenciaDesc)

ArraySequencias(0) = nSequenciaIndex

For nIndex = 1 To QtdDocas

sSequenciaDesc = "SequenciaDoca" & CStr(nIndex)

nSequenciaIndex = oSIMAN.SymbolNumber(sSequenciaDesc)

ArraySequencias(nIndex) = nSequenciaIndex

Next nIndex

End Sub

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APÊNDICE D – CÓDIGO VBA: MÉTODO

“INICIARDECISAODOCALIVRE”

Private Sub IniciarDecisaoDocaLivre()

Dim sDecisaoDesc As String

Dim nDecisaoIndex As Integer

Dim nSubModelRecepcaoIndex As Integer

Dim oDecisao As Arena.Module

Dim oSubModelRecepcao As Arena.Submodel

Dim sDataValue As String

Dim nIndex As Integer

Dim sValue As String

Dim sSubModelRecepcao As String

sDecisaoDesc = "TemDocaLivre"

sSubModelRecepcao = "SubModelRecepcao"

nSubModelRecepcaoIndex = oModel.Submodels.Find(Arena.smFindTag,

sSubModelRecepcao)

If nSubModelRecepcaoIndex = 0 Then

MsgBox "Submodelo SubModelRecepcao não encontrado"

Exit Sub

End If

Set oSubModelRecepcao = oModel.Submodels(nSubModelRecepcaoIndex)

nDecisaoIndex = oSubModelRecepcao.Model.Modules.Find(smFindTag,

sDecisaoDesc)

If nDecisaoIndex = 0 Then

MsgBox "Módulo TemDocaLivre não encontrado"

Exit Sub

End If

Set oDecisao = oSubModelRecepcao.Model.Modules(nDecisaoIndex)

sDataValue = ""

For nIndex = 1 To QtdDocas - 1

sDataValue = sDataValue & " StatusDoca" & CStr(nIndex) & " == 0 ||"

Next nIndex

sDataValue = sDataValue & " StatusDoca" & CStr(nIndex) & " == 0"

sValue = "((EstacionamentoVazio == 1) && (" & sDataValue & "))"

oDecisao.Data("Value") = sValue

End Sub

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APÊNDICE E – CÓDIGO VBA: MÉTODO

“INICIARARRAYSTATUSDOCA”

Private Sub IniciarArrayStatusDoca()

Dim sStatusDocaDesc As String

Dim nIndex As Integer

ReDim ArrayIndexStatusDoca(QtdDocas - 1)

For nIndex = 1 To QtdDocas

sStatusDocaDesc = "StatusDoca" & CStr(nIndex)

ArrayIndexStatusDoca(nIndex - 1) = oSIMAN.SymbolNumber(sStatusDocaDesc)

Next nIndex

End Sub

APÊNDICE F – CÓDIGO VBA: MÉTODO “LIBERARDOCA”

Private Sub LiberarDoca(nNumDoca As Integer)

Dim sFilaEstacionamentoDesc As String

Dim nFilaEstacionamentoIndex As Integer

Dim nTamanhoFilaEstacionamento As Integer

Dim nStatusSinal As Integer

Dim nLiberarSelecaoDoca As Integer

sFilaEstacionamentoDesc = "Estacionamento.Queue"

nFilaEstacionamentoIndex = oSIMAN.SymbolNumber(sFilaEstacionamentoDesc)

nTamanhoFilaEstacionamento =

oSIMAN.QueueNumberOfEntities(nFilaEstacionamentoIndex)

If nTamanhoFilaEstacionamento > 0 Then

oSIMAN.SignalSendLimited 1, 1

Else

nLiberarSelecaoDoca = oSIMAN.SymbolNumber("EstacionamentoVazio")

oSIMAN.VariableArrayValue(nLiberarSelecaoDoca) = 1

End If

oSIMAN.VariableArrayValue(ArrayIndexStatusDoca(nNumDoca - 1)) = 0

End Sub

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APÊNDICE G – CÓDIGO VBA: MÉTODO “LIBERARDOCA”

Private Sub VBA_Block_32_Fire()

Dim ArrayDocas() As Doca

Dim SortArray As Sort

Dim nIdx As Integer

Dim TempoTotal As String

ReDim ArrayDocas(QtdDocas - 1)

For nIdx = 1 To QtdDocas

TempoTotal = "TempoTotal" & CStr(nIdx)

Set ArrayDocas(nIdx - 1) = New Doca

ArrayDocas(nIdx - 1).NumeroDoca = nIdx

ArrayDocas(nIdx - 1).StatusIndex = ArrayIndexStatusDoca(nIdx - 1)

ArrayDocas(nIdx - 1).Status = oSIMAN.VariableArrayValue(ArrayDocas(nIdx

- 1).StatusIndex)

ArrayDocas(nIdx - 1).TempoUsoIndex = oSIMAN.SymbolNumber(TempoTotal)

ArrayDocas(nIdx - 1).TempoUso =

oSIMAN.VariableArrayValue(ArrayDocas(nIdx - 1).TempoUsoIndex)

Next nIdx

Set SortArray = New Sort

If Not SortArray.QSortObjectsInPlace(ArrayDocas, -1, -1, True,

vbBinaryCompare, False, True) Then

Exit Sub

End If

oSIMAN.EntitySequenceAttribute(oSIMAN.ActiveEntity) = ArraySequencias(0)

For nIdx = 1 To QtdDocas

If ArrayDocas(nIdx - 1).Status = 0 Then

oSIMAN.EntitySequenceAttribute(oSIMAN.ActiveEntity) =

ArraySequencias(ArrayDocas(nIdx - 1).NumeroDoca)

oSIMAN.VariableArrayValue(ArrayDocas(nIdx - 1).StatusIndex) = 1

Exit For

End If

Next nIdx

End Sub

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APÊNDICE H – PRÊMIO ANPET 2015 DE PRODUÇÃO

CIENTÍFICA