Modernismo poesia - 2.a fase - Ose

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Modernismo Modernismo Colégio OSE - COC Colégio OSE - COC Prof. Prof. André André Poetas – 2.a geração Poetas – 2.a geração

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ModernismoModernismo

Colégio OSE - COCColégio OSE - COC

Prof. AndréProf. André

Poetas – 2.a geraçãoPoetas – 2.a geração

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II Guerra Mundial II Guerra Mundial

Contexto Histórico (1930 – 1945) Contexto Histórico (1930 – 1945)

Avanço do nazifacismoAvanço do nazifacismo

Depressão EconômicaDepressão Econômica

O universo temático se amplia: diante de tais O universo temático se amplia: diante de tais acontecimentos, o poeta incorpora preocupações acontecimentos, o poeta incorpora preocupações relativas ao futuro da humanidade e ao “estar-no-relativas ao futuro da humanidade e ao “estar-no-mundo”.mundo”.

Getúlio Vargas e o Estado Novo Getúlio Vargas e o Estado Novo

E AGORA?E AGORA?

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CARLOS DRUMMONDCARLOS DRUMMOND

4 FASES (DIVISÃO DIDÁTICO-SIMBÓLICA) 4 FASES (DIVISÃO DIDÁTICO-SIMBÓLICA)

Autores:Autores:

Provavelmente, o maior poeta brasileiroProvavelmente, o maior poeta brasileiro

1 – Fase GAUCHE 1 – Fase GAUCHE

2- FASE SOCIAL 2- FASE SOCIAL

3 – FASE FILOSÓFICA 3 – FASE FILOSÓFICA

4 – SÍNTESE MADURA DAS ANTERIORES /4 – SÍNTESE MADURA DAS ANTERIORES /

TEMPO DE MEMÓRIAS TEMPO DE MEMÓRIAS

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1.a FASE: GAUCHE 1.a FASE: GAUCHE

HUMOR, IRONIA E LINGUAGEM COLOQUIAL HUMOR, IRONIA E LINGUAGEM COLOQUIAL CARACTERIZAM AS OBRASCARACTERIZAM AS OBRAS

DRUMMONDDRUMMOND

ALGUMA POESIA (1930); BREJO DAS ALMAS (1934)ALGUMA POESIA (1930); BREJO DAS ALMAS (1934)

O pessimismo, o isolamento, o individualismo e a O pessimismo, o isolamento, o individualismo e a reflexão existencialreflexão existencial

Cidadezinha qualquer (Alguma poesia)Cidadezinha qualquer (Alguma poesia)

Casas entre bananeirasCasas entre bananeirasMulheres entre laranjeirasMulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.Um homem vai devagar.Um cachorro vai devagar.Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.Eta vida besta, meu Deus.

Stop. A vida parou Stop. A vida parou

Ou foi o automóvel?Ou foi o automóvel?

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FASE GAUCHE FASE GAUCHE

Quando nasci, um anjo tortoQuando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombradesses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser disse: Vai, Carlos! ser gauchegauche na vida. na vida.

As casas espiam os homensAs casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azulA tarde talvez fosse azul

se não houvesse tantos desejos.se não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.pernas brancas pretas amarelas.

DRUMMONDDRUMMOND

POEMA DE SETE FACESPOEMA DE SETE FACES

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.coração.

Porém meus olhosPorém meus olhos

não perguntam nada.não perguntam nada.

O homem atrás do bigodeO homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.é sério, simples e forte.

Quase não conversa.Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigosTem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonasteMeu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deusse sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundose eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizerEu não devia te dizer

mas essa luamas essa lua

mas esse conhaquemas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.botam a gente comovido como o diabo.

;-) ;-)

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FASE GAUCHE FASE GAUCHE

No meio do caminho tinha uma pedraNo meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedratinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimentoNunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminhoNunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedratinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.no meio do caminho tinha uma pedra.

DRUMMONDDRUMMONDNO MEIO DO CAMINHO NO MEIO DO CAMINHO

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2.a FASE: SOCIAL2.a FASE: SOCIAL

TENTATIVA DE TRANSFORMAR O MUNDOTENTATIVA DE TRANSFORMAR O MUNDO

DRUMMONDDRUMMOND

Sentimento do Mundo (1940); José (1942); Sentimento do Mundo (1940); José (1942); Rosa do Rosa do Povo (Povo (1945) 1945)

O poeta se solidariza com os problemas do mundo, O poeta se solidariza com os problemas do mundo, pondo fim ao isolamento da fase anteriorpondo fim ao isolamento da fase anterior

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FASE SOCIALFASE SOCIALDRUMMONDDRUMMOND

Não, meu coração não é maior que o mundo. Não, meu coração não é maior que o mundo.

É muito menor.É muito menor.

Nele não cabem nem as minhas dores. Nele não cabem nem as minhas dores.

Por isso gosto tanto de me contar.Por isso gosto tanto de me contar.

Por isso me dispo.Por isso me dispo.

Por isso me grito,Por isso me grito,

por isso frequento os jornais, por isso frequento os jornais,

me exponho cruamente nas livrarias:me exponho cruamente nas livrarias:

preciso de todos.preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.Sim, meu coração é muito pequeno.

Só agora vejo que nele não cabem os homens.Só agora vejo que nele não cabem os homens.

Os homens estão cá fora, estão na rua.Os homens estão cá fora, estão na rua.

A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.esperava.

Mas também a rua não cabe todos os homens.Mas também a rua não cabe todos os homens.

A rua é menor que o mundo.A rua é menor que o mundo.

O mundo é grande.O mundo é grande.

(....)(....)

Então, meu coração também pode crescer. Então, meu coração também pode crescer.

Entre o amor e o fogo, Entre o amor e o fogo,

entre a vida e o fogo, entre a vida e o fogo,

meu coração cresce dez metros e explode.meu coração cresce dez metros e explode.

— — Ó vida futura! nós te criaremosÓ vida futura! nós te criaremos

Mundo Grande (Sentimento do Mundo)Mundo Grande (Sentimento do Mundo)

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E agora José?

FASE SOCIALFASE SOCIALDRUMMONDDRUMMOND

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A festa Acabou, a luz apagou, o povo sumiu,

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A noite esfriou,

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E agora, José? E agora você?

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Você que é sem nome, que zomba dos outros,

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Você que faz versos, que ama, protesta?

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E agora, José?

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Está sem mulher,está sem carinho, Está sem discurso,

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Já não pode beber, já não pode fumar,cuspir

já não

pode,

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A noite esfriou,

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O dia não veio, o bonde não veio,

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O riso não veio,

não veio a utopia

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E tudo acabou, e tudo fugiu E tudo mofou,

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E agora, José?

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Sua doce palavra, seu instante de febre,

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Sua gula e jejum, sua biblioteca,

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Sua lavra de ouro, seu terno de vidro,

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Sua incoerência, seu ódio - e agora?

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Com a chave na mão quer abrir a porta, e não adianta não existe porta;

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Quer morrer no mar, mas o mar secou;

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Quer ir para Minas, Minas não há mais.

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José, e agora?

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Se você gritasse, se você gemesse,

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Se você tocasse a valsa vienense,

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Se você dormisse, se você cansasse,

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Se você morresse... mas você não morre, Você é duro, José!

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Sozinho no escuro qual bicho-do-mato,

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Sem teogonia, sem parede nua Para se encostar,

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Sem cavalo preto que fuja a galope,

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Você marcha, José!José, para onde?

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3.a. Fase:3.a. Fase:

TEMAS UNIVERSAIS: VIDA E MORTETEMAS UNIVERSAIS: VIDA E MORTE

DRUMMONDDRUMMOND

Fazendeiro do Ar (1955); Fazendeiro do Ar (1955);

Vida passada a limpo (1959)Vida passada a limpo (1959)

POESIA FILOSÓFICAPOESIA FILOSÓFICA

NEOLOGISMOS E ALITERAÇÕESNEOLOGISMOS E ALITERAÇÕES

LIÇÃO DE COISAS (1962)LIÇÃO DE COISAS (1962)

POESIA NOMINAL POESIA NOMINAL

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3.a. Fase:3.a. Fase:

TEMAS UNIVERSAIS: VIDA E MORTETEMAS UNIVERSAIS: VIDA E MORTE

DRUMMONDDRUMMOND

O ENTERRADO VIVO O ENTERRADO VIVO

É sempre no passado aquele orgasmo,É sempre no passado aquele orgasmo,

é sempre no presente aquele duplo,é sempre no presente aquele duplo,

é sempre no futuro aquele pânico.é sempre no futuro aquele pânico.

POESIA FILOSÓFICAPOESIA FILOSÓFICA

É sempre no meu peito aquela garra.É sempre no meu peito aquela garra.

É sempre no meu tédio aquele aceno.É sempre no meu tédio aquele aceno.

É sempre no meu sono aquela guerra.É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.É sempre no meu trato o amplo distrato.

Sempre na minha firma a antiga fúria.Sempre na minha firma a antiga fúria.

Sempre no mesmo engano outro retrato.Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.É sempre nos meus pulos o limite.

É sempre nos meus lábios a estampilha.É sempre nos meus lábios a estampilha.

É sempre no meu não aquele trauma.É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.Sempre no meu amor a noite rompe.

Sempre dentro de mim meu inimigo.Sempre dentro de mim meu inimigo.

E é sempre no meu sempre a mesma ausência.E é sempre no meu sempre a mesma ausência.

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3.a. Fase:3.a. Fase:DRUMMONDDRUMMOND

NEOLOGISMOS E ALITERAÇÕESNEOLOGISMOS E ALITERAÇÕES

Isso é aquilo Isso é aquilo o árvore a maro doce de pássaroa passa de pêsameo cio a poesiaa força do destinoa pátria a saciedadeo cudelume Ulalumeo zunzum de Zeuso bômbixo ptyx

POESIA NOMINAL POESIA NOMINAL

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4.a FASE4.a FASEDRUMMONDDRUMMOND

SÍNTESE MADURA DAS ANTERIORES /SÍNTESE MADURA DAS ANTERIORES /

TEMPO DE MEMÓRIAS TEMPO DE MEMÓRIAS

Os temas anteriores são retomados de forma mais Os temas anteriores são retomados de forma mais aprofundadaaprofundada

““Boitempo”Boitempo”

““Boitempo II”Boitempo II”

““As impurezas do branco”As impurezas do branco”

““Amor Amores”Amor Amores”

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4.A FASE4.A FASEDRUMMONDDRUMMOND

A nova casa de José A nova casa de José

José entra resmungando no Paraíso. Lança os olhos em torno: -- Pensei que fosse maior. 

O azul das paredes está desbotado. Então é isto, o Céu?  (...)

(...)

São Pedro coça a barba: como fazer José sentir-se realmente no Paraíso? 

É sua casa natural, José foi bom, foi ríspido mas bom. 

Carece varrer do íntimo de José as turvas imagens de desconfiança e solidão. 

-- Não há outro remédio, suspira São Pedro. Vou contar-lhe uma piada fescenina*. 

E José sorri ouvindo a piada.

*obscena, pornográfica

VERBO SER

Que vai ser quando crescer? vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

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OUTROS AUTORESOUTROS AUTORES

INTIMISMO, INTROSPECÇÃO, VIAGEM INTERIOR, INTIMISMO, INTROSPECÇÃO, VIAGEM INTERIOR, SONHO, FANTASIA, SOLIDÃO, EFEMERIDAD, SONHO, FANTASIA, SOLIDÃO, EFEMERIDAD,

FUGACIDADEFUGACIDADE

2.a fase2.a fase

CECÍLIA MEIRELES, MURILO MENDES, JORGE DE CECÍLIA MEIRELES, MURILO MENDES, JORGE DE LIMA E VINÍCIUS DE MORAIS. LIMA E VINÍCIUS DE MORAIS.

A CHAMADA CORRENTE ESPIRITUALISTA:A CHAMADA CORRENTE ESPIRITUALISTA:

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Cecília Meireles Cecília Meireles 2.a fase:2.a fase:Primeiras obras com influência simbolista:

-Espectros-Nunca Mais-Poemas dos Poemas-Baladas para El-Rei-Mas é Viagem, de 1939, a obra exemplar da autora, e também a que a consagra

Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:— Em que espelho ficou perdidaa minha face?

Motivo Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.

Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.

 Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada.

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LinguagemLinguagemCecíliaCecília

- Carregada de Musicalidade

- Sugestão: as palavras mais sugerem que descrevem

- Palavras que ilustram a efemeridade: música, areia, vento, espuma e lua

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TemáticaTemáticaCecíliaCecília

- Estados de ânimo vagos e incorpóreos

- Melancolia, abandono e solidão

- A efemeridade do tempo

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Segundo Bandeira:Segundo Bandeira:CecíliaCecília

Há em sua obra “as claridades clássicas, as melhores sutilezas do gongorismo, a nitidez dos metros dos consoantes parnasianos, os esfumados de sintaxe e as toantes dos simbolistas, as aproximações Inesperadas dos super-realistas. Tudo bem assimilado e fundido numa técnica pessoal, segura de si e do que dizer”.

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Romanceiro da Romanceiro da InconfidênciaInconfidência

CecíliaCecília

Romanceiro: genêro narrativo-dramático da literatura oral portuguesa, derivado, na Idade Média, das cantigas de gesta.

Cantigas de Gesta -> Roman de Chevalerie -> Novelas de Cavalaria -> Romance Primitivo -> Romance Romântico do Século XIX

– Ó vento, ó cruel vento, — ó roubador maioral!Derrubaste três cidades1, — todas três em Portugal;Desonraste três donzelas, — todas de sangue real;Mataste três inocentes, — todos três por baptizar.Foge, foge, ó cruel vento, — p’ràs bandas de além do mar.Nas terras donde passares, — nem água t’hão-de qu’rer dar;As fontes donde beberem2, — logo se hão-de secar;A mesa donde comeres, — logo se há-de escachar;e a cama donde dormires, — em fogo s’há-de abrasar.Foge, foge, ó cruel vento, — p’ràs bandas dalém do mar.– Se derrubei três cidades3, — tenho com que as pagar;Se desonrei três donzelas, — dote tenho p’ra le dar;Se matei três inocentes, — Deus me queira perdoar.– Ó vento, ó cruel vento, — ó roubador maiorial!

Nessa obra de Cecília, há 85 romances, além de outros poemas, como os que retratam os cenários. Em sua composição, é utilizada principalmente a medida velha, ou seja, a redondilha menor, verso de cinco sílabas poéticas (pentassílabo) e, predominantemente, a redondilha maior, verso de sete sílabas (heptassílabo), e aparecem, também, versos decassílabos. Os inconfidentes, os poetas árcades, suas famílias e musas são personagens dessa abordagem lírica e social desse momento histórico brasileiro, num elaborado quadro da sociedade mineira do século XVIII.

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O “caso” FagnerO “caso” FagnerCecíliaCecília

A história toda começou em 1973, com Raimundo Fagner gravando no elepê de estréia para a Philips a música Canteiros, até então creditada como sendo de sua autoria. Com poucas unidades vendidas, o disco de início não logrou nenhum sucesso comercial e foi tirado das prateleiras pouco tempo depois de lançado. Só que o estouro da música Revelação despertou a curiosidade de alguns radialistas que foram procurar as canções antigas e esquecidas de Raimundo Fagner. Encontraram Canteiros, começaram a tocar a música e descobriram ali um grande sucesso adormecido. Mas antes da música acontecer nacionalmente, ele já tinha dividido a parceria da letra com Cecília Meireles e inclusive divulgando-a em release de show, em 1977.

No dia seis de novembro de 1979, Raimundo Fagner admitiu, ao ser interrogado no dia pelo Juiz Jaime Boente, na 16a. Vara Criminal, que ''sem tirar a beleza dos versos, procurou fazer uma adaptação à música'', reconhecendo o uso indevido do poema Marcha, de Cecília Meireles, na composição Canteiros, registrada na primeira edição do elepê ''MANERA FRU FRU, MANERA''.Para o Juiz Jaime Boente, Raimundo Fagner violou a lei de número 5.988/73 que regula os direitos autorais e com a agravante de plágio, nos artigos 184 e 185 do Código Penal.

''Marcha'', original de Cecília Meireles:

''Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudadeTenho visto muita coisa, menos a felicidadeSoltam-se meus dedos tristesdos sonhos claros que invento

Nem aquilo que imaginojá me dá contentamentoGosto da minha palavra pelo sabor que me desteMesmo quando é linda, amarga

Como qualquer fruto agreste.Mesmo assim amarga, é tudo que tenhoentre o sol e o vento.Meu vestido, minha música,meu sonho, meu alimento.''

Ouça, agora, “Canteiros'', de Fagner

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Jorge de LimaJorge de Lima2.a Fase:2.a Fase:

"Tenho um metro e 68 de altura, 59 quilos e meio e uso óculos. Sou meio careca e meio surdo. Sou católico praticante e meu santo é São Jorge. Visto sempre cinza e acordo às quatro da manhã, com os galos e a aurora. (...) Minha leitura predileta é poesia.(...) Sou casado, tenho dois filhos e quatro netos. Gosto de pintar, esculpir e compor."

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Murilo MendesMurilo Mendes2.a Fase:2.a Fase:

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Jorge de Lima Jorge de Lima 2.a Fase:2.a Fase: