MÓDULO 7 DESENVOLVIMENTO, COOPERAÇÃO E PODER … · desenvolvimento e bem-estar social dos...
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ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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MÓDULO 7 DESENVOLVIMENTO, COOPERAÇÃO E PODER
- Cooperação para o desenvolvimento em Africa: Big push ou salvação ou maldição?
Does aid do more harm than good?
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Plano da aula
1. Introdução ........................................................................................................................................ 3 2. O que é a Ajuda (Cooperação) para o desenvolvimento? ................................................................ 3
2.1 Definições .............................................................................................................................. 3 2.2 Canais de distribuição da ajuda ............................................................................................. 4
2.3 Fontes sobre a APD ............................................................................................................... 5 3. QUAL A LÓGICA ATRÁS da ajuda para o desenvolvimento? ..................................................... 7
4. Evolução da APD ............................................................................................................................. 9
4.1 APD no mundo ...................................................................................................................... 9 4.2 Evolução da APD para África ............................................................................................. 11 4.3 Os doadores ......................................................................................................................... 14 4.4 Diferenças com os outros continentes ................................................................................. 15
4.5 Concentração num número restrito de países ...................................................................... 15 5. O DEBATE EM TORNO DA AJUDA ......................................................................................... 16
6. Críticos: Os que acham que a APD deve acabar ............................................................................ 16 6.1 A ajuda não funciona e é preciso PARAR A AJUDA ........................................................ 18 6.2 APD=Maldição dos recursos: volátil, dutch disease ........................................................... 18
6.3 Fungibilidade/imprevisibilidade da ajuda ........................................................................... 18 6.4 Enfraquecimento do Estado e das Instituições .................................................................... 19
6.5 Dependencia: ....................................................................................................................... 19 6.6 Desigualdade das relaçãoes de poder: subordinação aos interesses externos ..................... 20
6.7 Condicionalismos (PAE) não ajustados ao contexto ........................................................... 21 6.8 A cooperação não consegue ultrapassar um sistema económico internacional injusto ...... 21
6.9 Conflitos por acesso aos recursos. ....................................................................................... 22 7. DEFENSORES DA AJUDA ......................................................................................................... 22
7.2 A cooperação funciona mas podia funcionar melhor: ......................................................... 25 7.3 A agenda da EFICÁCIA DE AJUDA e BUSAN ................................................................ 26 7.4 CONCLUSÃO SOBRE A AGENDA DA EFICÁCIA DA AJUDA: ESTA AGENDA
NÃO CHEGA ................................................................................................................................ 27 7.5 PARA ALÉM DA EFICÁCIA DA AJUDA ....................................................................... 28
7.6 COLLIER: the bottom Billion: resolver os constrangimentos ............................................ 28 7.7 Lidsay Whitfield, The politics of Aid (2009) ...................................................................... 28
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 30 9. REFS .............................................................................................................................................. 31 10. » [VIDEO] Africa and the Curse of Foreign Aid – Andrew M. Mwenda ................................... 32
11. Debate : "Aid to Africa is doing more harm than good".............................................................. 34 Aid to Africa Debate: Introduction (1 of 14) ..................................................................................... 34
Aid to Africa Debate: David Rieff (2 of 14) ...................................................................................... 34
Referencias Básicas:
Guia sobre a Ajuda: ONEWorld AID
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University of Oxford Global Economic Governance Programme: um programa que estudoa
como é que os mercados e as instituições podem servir melhor as necessidades das pessoas em +aíses em desenvolvimento: ver the-geg-guide-to-the-dead-aid-debate
Maria Manuela Afonso (2005) abCD Introdução à Cooperação para o Desenvolvimento
http://arquivo.ese.ips.pt/ese/sdi/recursos/fdc_abcd.pdf
Real Aid End dependency Action Air http://www.actionaid.org/sites/files/actionaid/real_aid_3.pdf
The curse of aid world bank
Videos:
Mwenda (versao longa)
http://www.youtube.com/watch?v=gEI7PDrVc9M
Ver no fim: debate:
IntelligenceSquared Debates http://www.youtube.com/watch?v=6x7_Ld5bqQY&list=PL9DC5B1F2BBE387F0
Textos adicionais:
DISCURSO TRUMAN
Texto history of aid
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1. Introdução
Neste módulo tentamos analisar algumas das grandes questões que se levantam em torno da
Cooperação para o desenvolvimento.
Este é outro debate muito intenso com
1. Críticos da ajuda que defendem que esta deve acabar
2. Outros académicos, políticos e comentadores que a ajuda deve aumentar e
3. Outros ainda que o sistema internacional da cooperação deve ser reformado.
Um dos argumentos principais do lado dos que criticam a ajuda é que
(1) A ajuda não deu resultados positivos
(2) A ajuda perpetua as relações de poder desequilibradas entre países receptores e doadores e que, como tal,
impede os países africanos que encontrarem estratégias para saírem da pobreza.
Do outro lado, defende-se que
(1) Perante a pobreza existente em África, o mundo não pode assitir passivamente e tem a obrigação moral
de ajudar e
(2) A ajuda fornecida até hoje já levou a muitos resultados positivos
O debate não é novo mas teve um novo impulso com um livro chamado Dead Aid de Dambisa Moyo
que defende que a ajuda simplesmente não funciona.
Vamos analisar um pouco este debate e algumas das ideias e contribuintes principais
2. O que é a Ajuda (Cooperação) para o desenvolvimento?
2.1 Definições
Quando os debates se referem à ajuda /aid normalmente referem-se à Ajuda pública ao desenvolvimento
APD
Ou em inglês ODA Overseas Development Aid ou Official development Assistance,
A APD consiste de dádivas ou empréstimos que são:
Transferidos por organismos públicos dos países doadores aos países em desenvolvimento.
(normalmente não inclui ONG)
o DAC List of ODA Recipients.
http://www.oecd.org/investment/aidstatistics/daclistofodarecipients.htm
São transacções que são efectuados tendo como objectivo principal a promoção do
desenvolvimento e bem-estar social dos países em desenvolvimento
Têm de ter um carácter concessional com um elemento de Grant – Bolsa - de pelo menos 25%
Para uma definção ver OCDE: what is ODA (2008)
Os membros da OCDE têm de reportar a despesa que é ODA ou APD e por vezes não há consenso
quanto ao que é ou não:
Existem várias areas que suscitam alguma polémica. ISTO SERÁ DISCUTIDO MAIS ABAIXO MAS
algumas das áreas controversas são:
Cooperação técnica: é incluída na APD e é uma área controversa mal definida e medida: mas
normalmente refere-se à transferência de conhecimento e know-how normalmente fornecida por
consultores dos países doadores. Estima-se que seja cerca de 15% do total da ajuda
Alívio da dívida? O valor do alívio da dívida tb é incluído como APD
Ajuda militar?
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o Equipamento militar e seviços estão fora mas custos para que as força militares possam ser
usadas para distribuir ajuda humanitária já são elegíveis
o Formação policial é elegível mas não pode ser para operações de contra-terrorrismo ou
intelligence
o Operações de peacekeeping não são APD
o Custo de reconstrução de zonas de guerra é APD: daí fluxos importantes para Iraq e
afeganistão
Ajuda Ligada: Outra área muito polémica é a da ajuda ligada? É ajuda onde on bens e serviços
financiados só podem ser adquiridos no país doador ou num grupo específico de países
Linhas de crédito: concessionais
2.2 Canais de distribuição da ajuda
Como é canalizada a APD?
A APD pode ser concedida por duas vias, a BILATERAL e a MULTILATERAL:
APD BILATERAL:
Ajuda fornecida directamente ao país beneficiário
APD MULTILATERAL:
Contribuições para os orçamentos das organizações multilaterais
Ajuda Privada;
Existe ainda a ajuda privada das fundações e fundos próprios ONGs.
Mas muitas (a maioria) das ONG também recebem fundos da ajuda multilateral e bilateral
Bilateral:
Transacções que são efectuadas por um país doador (donor) em desenvolvimento (receptor/aid
recipient.
Este tipo de ajuda inclui:
Ajuda a programas e projectos
Coperação técnica,
Ajuda alimentar
Alívio da dívida e
Ajuda humanitária
Multilateral: Trata-se do financiamento das agências multilaterais das quais o pais doador é membro.
Isto é os países doadores disponibilizam fundos para a agências multilaterais das quais são membros.
São incluidas contribuições para agências que conduzem a maior parte das suas actividades em prol do
desenvolvuimento
Por ex: Organizações da família das Nações Unidas (UNDP; Bancos regionais como o BAD, Banco
Mundial, UE.
The Global Fund to Fight Aids, Tuberculosis, and Malaria (GFATM) reported in Bilateral ODA.1
De acordo com dados de 2009: 30% da APD é multilateral
Os bancos regionais normalmente emprestam a juros mais baixos do que o mercado a países que não
conseguem obter financiamente a condições razoáveis no mercado
Ajuda privada:
1 http://www.theglobalfund.org/en/about/whoweare/
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ONG e
Fundações como Bill e Melinda Gates Foundation.
2.3 Estatísticas sobre a APD
Salientam-se as dificuldades metodológicas em medir a ajuda.
Há várias formas de a medir e nem todos os organismos que compilam estatísticas sobre o assunto o
fazem da mesma maneira.
Há muitas discrepências entre organizações e estudos por exemplo entre a OCDE, o banco Mundial e
outras organizações internacionais.
Mas a fonte considerada oficial na medição da ajuda é o DAC da OCDE.
O Comité de Ajuda ao Desenvolvimento da OCDE (DAC/OECD) é o organismo que tem a
responsabilidade de compilar sistematicamente os dados relativamente à ajuda.
Há 23 (24?) países mais ricos da OCDE para os quais os dados são compilados sistematicamente2.
O DAC é
Um comité especial da OCDE, que serve como fórum de discussão sobre a ajuda entre os principais
doadores ocidentais:
Publica estatíticas e relatórios sobre a ajuda e outros fluxos de recursos para os os países em
desenvolvimento,
Os dados que a OCDE compila são baseados nos dados que são fornecidos pelos membros do DAC,
organizaçõs multilaterais e outros doadores.
A OCDE/DAC tem um site onde compila informação sobre a ajuda externa
As estatísticas da ajuda (aid statistics):
OECD Home › Development Co-operation Directorate (DCD-DAC) › Aid statistics › o http://www.oecd.org/investment/aidstatistics/
Neste site encontram publicações sobre a ajuda ao desenvolvimento por regiões e por ano.
o OCDE (2012) Development Aid at a glance Statistics by region; Africa
o http://www.oecd.org/dac/aidstatistics/42139250.pdf
o ……..
o OCDE (2015)
o http://www.oecd.org/dac/stats/documentupload/2%20Africa%20-
%20Development%20Aid%20at%20a%20Glance%202015.pdf
Noutro site: Aid Flows que é um resultado de uma parceria entre OCDE, BM e Asian DB, é possível
visualizar quando ajuda é dada e quanda é recebida no mundo
o http://www.aidflows.org/
Assim, de acordo com o DAC:
Os fluxos totais dos membros do DAC forneceram cerca de 133.5 billões de $ em 20113.
Os fluxos bilaterais para África estimaram-se em cerca de 27b em 2010 e 28 b em 2011
Problema em relação a estes dados:
21 australia 2. Austria, 3. Belgium, 4. Canada. 5. Denmark . Finland, 7. France, 8. Germany, 9. Greece, 10. Ireland, 11.
Italy, 12. Japan, 13. Korea, 14. Luxembourg, 15. Netherlands, 16. New Zealand, 17. Norway, 18. Portugal, 19. Spain,
20. Sweden
21. Switzerland, 22. United Kingdom 23. United States 24. European Union Institutions 3 http://www.oecd.org/dac/aidstatistics/developmentaidtodevelopingcountriesfallsbecauseofglobalrecession.htm
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1. Estima-se que os fluxos reportados pela OCDE representem cerca de 80% dos fluxos.
Os países não DAC são as China, o Brasil e a África do Sul que estão cada vez mais envolvidos nos
programas de ajuda Sul-Sul.
Como estão fora do DAC existe menos informação sobre os montantes que estes doadores são mas
estimam-se a cerca de $12b em 2010.
Em Maio de 2010, a Índia anunciou um pacote de $5b de ajuda para África.
2015:
Estes dados são líquidos de pagamento da dívida (ou seja, estes pagamentos contam como
diminuição da APD)
2. Outro problema é que é os dados são baseados no que os doadores reportam. Muitas vezes isto é diferente
do que chega ao pais porque alguma das despesas como AT, investigação ou pagamentos de serviços nos
países doadores não são incluídos
Portanto: a ajuda real é muito menos (ver Riddell 1987, em Doubling Aid)
Veremos à frente mais problemas com estes dados
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3. QUAL A LÓGICA ATRÁS da ajuda para o desenvolvimento?
Há inúmeros motivos por detrás da ajuda: que não se podem resumir a motivos económicos.
Ao longo dos tempos, de acordo com as condições políticas e económicas e dependente dos doadores,
estes vários motivos combinam-se de modos diferentes e com enfases diferentes.
Estão reflectidos ao longo dos tempos na história da ajuda desde os anos 60 (ver quadro no UN
Doublig Aid)
UNCTAD (2006) Doubling Aid: Making the “Big Push” work.
Podem incluir motivos éticos, económicos, segurança, interesses estratégicos
1. Económicos para os beneficiários: a ajuda como forma de acelerar o crescimento económico nos
países em desenvolvimento: a teoria do Big Push
2. Estratégicos e comerciais: A ajuda é um instrumento para contrução de alianças no domínio
internacional. Se isto era mais evidente durante a Guerra Fria, não deixa de ser verdade também nos
nossos tempos.
3. Securitários: vem do reconhecimento que, no contexto da globalização, os problemas são
transnacionais e a pobreza e a desigualdade afceta também o bem-estar nos países desenvolvimento;
está relacionado com a preocupação na contenção da imigração, terrorismo
4. Éticos: desejo de combater a pobreza extrema especialmente no contexto de emergências
humanitárias
Na prática, a ajuda foi fortement influenciada por: interesses políticos e comerciais dos doadores.
Ultimamente os motivos securitários têm ganho importância com alguns críticos a alertarem para a
securitização do desenvolvimento.
As necessidades dos mais pobres passam para segundo plano frente às preocupações geopolíticas.
Certas ONG denunciam que os motivos estratégicos também dissociam a ajuda dos princípios: muito
contestada por ex a ajuda dada a certos regimes considerados dictatoriais.
Para muitos doadores, a ajuda é mais um gesto humanitário para com os mais desfavorecidos do que
uma forma de acelerar o crescimento económico.
Em termos económicos: qual é a lógica por detrás da APD? O Big Push
É preciso um grande empurrão para sair da armadilha da pobreza:
“The classic narrative of economic development -- poor countries are caught in poverty
traps, out of which they need a Big Push involving increased aid and investment,
leading to a takeoff in per capita income –
It has been very influential in development economics since the 1950s.
This was the original justification for foreign aid.
The narrative lost credibility for a while but has made a big comeback in the new
Millennium”
Significa que a ajuda não pode ser dada aos bocadinhos
É preciso um grande investimento inicial para espoletar o processo
Foi definido inicialmente na conferência de Bretton Woods (1944), que institucionalizou a lógica das
regras financeiras e comerciais entre os países industrializados.
Foram instituidos regras para regular o sistema monetário internacional e instituições (International
Monetary Fund (IMF), International Bank for Reconstruction and Development (IBRD) hoje parte
do World Bank Group)
Um dos objectivos da ajuda é contribuir para um processo de crescimento rápido e auto-sustentado.
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A ajuda ao desenvolvimento parte do princípio que os países africanos não dispõem dos recursos
domésticos suficientes para atingir um crescimento anual necessário:
mesmo um aumento de 5% na taxa de crescimento implicaria um aumento exponencial da taxa
de acumulação de capital de muitos países.
Os constrangimentos mais graves era normalmente visto como:
1. a baixa taxa de poupança doméstica
2. a falta de moeda estrangeira se o crescimento acelerasse. Um aumento do investimento e do
crescimento significaria um aumento das importações e um aumento da necessidade de moeda
estrangeira
As exportações eram vistas como a única maneira de romper com os constrangimentos do crescimento
trazendo os recursos adicionais incluindo a moeda estrangeira (foreign Exchange)
Mas exportações com sucesso, dependem de forte investimentos
Ora, esse investimento não existia nos paises mais pobres
A resposta era uma agenda de reforma com duas partes:
1. Aumentar a ajuda para apoiar investimentos produtivos
2. Reequilibrar o sistema de comércio mundial em favor dos países em desenvolvimento
Este Big push estava intimamente ligado a duas ideias:
a ideia da industrialização de África
a ideia que o desenvolvimento económico não podia ser deixado só às forças do mercado:
o A ajuda era baseada no princípio que o sector privado sozinho não geraria os recursos
necessários para melhorar a situação social e que por isso era preciso uma coordenação pelo
estado.
Pensava-se que a ajuda teria um efeito catalítico dos processos de crescimento
O caminho do crescimento envolveria longos períodos de gestação: o desenvolvimento de
complementaridades fortes, economias de escala, tecnologia e muitas sinergias
O sucesso levaria a:
Um aumento da poupança interna,
Aumento das receitas fiscais,
Aumento do investimento externo privado, que eventualmente ultrapassaria a ajuda.
Mas não há um consenso sobre quanto seria necessário para preencher o que falta dos recursos internos
para atingir esta taxa de crescimento.
O objectivo dos 0.7% do PIB surge logo nos debates nos anos 60
As estimativas que foram feitas em fóruns internacionais, em 2005/Geanable, indicaram para uma
necessidade de APD de mais 25 bilhões ano4 a 175 bilhões.
Mas já nessa altura havia muitas críticas a esta abordagem:
o uns diziam que iria levar a desperdício;
o outras criticavam o modelo que negligenciava a agricultura em prol da industria, e que assim
podia prejudicar as exportações agricolas
o outras criticavam o padrão de industrialização, intensivo em capital, que poderia aumentar o
desemprego urbano e aumentar as desigualdades
Desde esses debates iniciais que foram elaborados uma multitude de estudos sobre a eficácia da ajuda e
os cépticos dominam claramente.
4 Várias estimativas em torno de mais 40 a 60 bilhões por ano em relação ao actual.
O BM propõe 2m torno de 24 e 28 bilhões em APD
Em Geaneables fizeram-se apelos para a ajuda aumentar cerca de 25 bilhões por ano
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Muitos estudos usaram análises econométricas que relacionam dados sobre a ajuda com crescimento
económicos.
Mas outros autores chamam a atenção para que não é fácil tirar conclusões dos estudos empíricos
devido a problemas metodológicos
Falta de dados
Dados não fiáveis
O relatório Doubling Aid (2006) identifica vários estudos que demonstram que a ajuda ainda é melhor
que IDE em muitas circunstâncias
Mas em geral, os estudos apontam para que o impacto da ajuda foi insuficiente frente a outros factores
negativos como declínio dos termos de troca e muito menos conseguiu suprir as necessidades em termos
dos recursos necessários para 1 crescimento rápido.
4. Evolução da APD
4.1 APD no mundo
Fonte: OCDE 50 years of official development assistance
http://www.oecd.org/investment/aidstatistics/50yearsofofficialdevelopmentassistance.htm
Um Gráfico dinâmico pode ser visto em:
http://webnet.oecd.org/dcdgraphs/ODAhistory/
Total Net disbursements
http://www.oecd.org/document/41/0,3746,en_2649_34447_46195625_1_1_1_1,00.html5
5 Gross National Income: Gross National Income comprises the total value of goods and services produced within a
country (i.e. its Gross Domestic Product), together with its income received from other countries (notably interest and
dividends), less similar payments made to other countries. For example, if a British-owned company operating in
another country sends some of their incomes (profits) back to UK, UK’s GNI is enhanced. Similarly, a British
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de 60 a 70: fluxos estagnados
De 70 a 90, os fluxos de APD aumentaram sempre. No entanto, em termos de percentagem do PIB
diminuíram e depois oscilaram entre 0.2 e 0,36%
Nos anos 90, os fluxos caíram em termos absolutos
Desde 2000, a APD começa a aumentar em termos absolultos
o Ocorreram várias conferências de alto nível internacionais onde foram lançados apelos para
aumentar a APD:
o em 2002: A Conferencia internacional de financiamento para o desenvolvimento6: the
Monterrey Consensus: define as metas para cada doador e marca uma viragem na APD (em
percentagem do PIB) depois de uma década de declinio
the Practical Plan to Achieve the Millennium Development Goals (the “Sachs
Report”),
the Report of the Commission for Africa (CFA), set up by the British Prime Minister
Tony Blair,
the World Summit
Em 2005: Na Cimeira dos G8 (Escócia), os doadores comprometeram-se mais uma vez a aumentar a
sua ajuda de 80 mil milhões de USD, em 2004, para 130 mil milhões de USD, em 2010, a preços
constantes de 2004.
Em 2005 e 2006 houve um pico de ajuda devido às operações de alívio da dívida do Iraque e da Nigéria
Em 2008, os volumes da ajuda globais alcançaram: 121.5 mil milhões de USD.
Este número representa 0.31% do conjunto do produto nacional bruto dos membros (OECD DAC,
2010) . Representa um crescimento de 35% desde 200478
2011: Impactos da crise económica e financeira internacional vão se reflectir a partir de 2011
Devido à crise, em 2011, a ajuda para os países em desenvolvimento baixou cerca de 3% interrompendo
o ciclo de crescimento.
Foi a primeira queda desde 1997.
Espera-se que nos próximos anos, as restrições orçamentais nos países doadores continuem a afectar os
níveis de APD nos próximos anos
Em 2011, os membros da OCDE deram 133.5 mil milhões de USD (a preços correntes de 2011; que
corresponde a 125 b a preços de 2010). http://www.oecd.org/dac/aidstatistics/50060310.pdf Isto representa um decrescimento desde 2010 quando a APD atingiu um pico de cerca de 129 mil
milhões de USD em 20109
2013: atingiu-se 134 b
production unit of a US company sending profit to the US will affect the British GNI but will not reduce it since it is not
included in the first place 6 High-level Panel on Financing for Development 7 Entre 2007 e 2008, o volume dos projectos e programas de desenvolvimento (bilaterais) dos doadores do CAD subiu igualmente de forma
substancial – 14.1%, em termos reais. Aliás, os projectos e programas de desenvolvimento têm crescido nos últimos anos; em comparação com 2007, cresceram significativamente em 2008
– 12.5%, em termos reais – o que indica que os doadores estão a ampliar os seus programas centrais de ajuda.
8 Os maiores doadores de 2008, em volume, foram:
os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, a França e o Japão. Cinco países superaram a meta das Nações Unidas de 0.7% do PNB: Dinamarca, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega e Suécia.
O maior aumento de volume registou-se nos Estados Unidos, no Reino Unido, em Espanha, na Alemanha, no Japão e no Canadá.
Para além disso, também a Austrália, a Bélgica, a Grécia, a Nova Zelândia e Portugal registaram aumentos significativos.
9 (Ajuda Pública ao Desenvolvimento líquida total dos membros do CAD), expresso em dólares de 2004
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4.2 Evolução da APD para África
Fonte: UNCTAD (2006) Capítulo Aid to Africa. Making the big push work..
http://unctad.org/en/Docs/gdsafrica20061_en.pdf.
1. Aid in historical perspective Desde 1960, África recebeu (cerca de) 600 bilhões em ajuda.
A APD estava praticamente estagnada até ao início dos anos 70 quando as tensões da guerra fria
levaram a um aumento.
Os fluxos, ligados especialmente com os programas de ajustamento estrutural do BM e FMI
continuaram a aumentar durante os anos 80 até atingir 21 bilhões em 1992.
Depois houve um declínio a partir dos nos 90 e até 2000 onde a APD decresceu para níveis abaixo dos
12 bilhões.
Este declínio foi seguido de uma recuperação desde 2000 até ultrapassar o pico de 92.
Em 2008; a APD bilateral para África era de 22,8 b USD; a multilateral de 19B USD (total = 41.8) .
Dados unctad
(nb não corresponde bem aos dados da OCDE mas as tendências são semelhantes – ver quadro OCDE
dados africa)
De acordo com os últimos dados da OCDE: Aid para ASS: 28b (2012-2013)10 bilateral mais 20b
multilateral (total 50b com Egipto: 55)
http://stats.oecd.org/index.aspx?datasetcode=ODA_DONOR#
10
https://public.tableau.com/views/AidAtAGlance/DACmembers?:embed=y&:display_count=no?&:showVizHome=no#1
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De acordo com o quadro dos dados da OCDE (ver quadro abaixo)
o Os fluxos totais para África estimam-se em cerca de 47 b (desembolsados
o Os fluxos bilaterais para África estimaram-se em cerca de 25b
o Os fluxos multilaterais 18b
Donor All Donors, Total Multilateral, Total All Donors, Total
Amount type Current Prices (USD
millions)
Current Prices (USD
millions)
Current Prices (USD
millions)
Aid type ODA Total, Net disbursements
ODA Total, Net disbursements
ODA Total, excl. Debt
Recipient
Developing Countries,
Total
Developing Countries,
Total
Developing Countries,
Total
Developing Countries,
Total
Developing Countries,
Total
Developing Countries,
Total
Africa, Total
Africa, Total
Africa, Total
Year
1971
7,765
1,870
1,254
432
7,765
1,870
1972
8,248
1,942
1,334
424
8,248
1,942
1973
10,922
3,079
1,860
597
10,922
3,079
1974
14,633
4,454
2,649
824
14,633
4,454
1975
18,724
6,759
3,509
1,138
18,724
6,759
1976
18,008
6,307
3,612
1,348
18,008
6,307
1977
18,875
7,528
4,630
2,138
18,875
7,528
1978
25,325
8,965
5,609
2,653
25,325
8,965
1979
28,682
9,149
5,933
2,330
28,682
9,149
1980
34,435
10,822
7,538
2,649
34,435
10,822
1981
33,224
10,332
7,546
2,656
33,224
10,332
1982
30,208
10,708
7,247
2,593
30,208
10,708
1983
29,070
9,924
7,132
2,576
29,070
9,924
1984
30,203
10,921
7,267
2,682
30,203
10,921
1985
32,165
12,313
7,756
3,128
32,165
12,313
1986
37,636
13,668
8,369
3,620
37,636
13,668
1987
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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13
41,568 15,646 9,440 4,339 41,568 15,646
1988
44,627
17,140
10,645
4,879
44,605
17,121
1989
46,369
18,284
11,652
5,754
46,102
18,033
1990
58,533
26,187
12,609
6,126
56,342
24,031
1991
61,862
25,538
15,247
7,135
56,722
22,320
1992
60,742
24,896
16,592
7,915
59,175
23,403
1993
56,001
21,432
15,551
7,203
54,374
20,671
1994
60,136
23,243
17,983
8,613
58,687
22,303
1995
59,142
21,810
17,733
8,411
57,687
21,000
1996
56,398
19,899
16,197
6,931
54,138
18,427
1997
49,041
18,017
15,293
6,354
47,721
17,455
1998
51,757
17,742
14,980
6,139
49,408
15,969
1999
52,997
16,141
14,137
5,496
51,161
14,938
2000
49,776
15,466
12,680
4,708
47,950
14,358
2001
52,388
16,838
16,276
6,408
49,946
15,427
2002
62,033
21,397
17,881
7,778
56,494
18,162
2003
71,742
27,445
18,114
7,939
63,036
20,635
2004
80,121
30,002
22,282
10,333
74,684
25,484
2005
108,650
35,833
22,746
10,742
84,539
26,754
2006
107,339
44,568
25,501
12,410
86,349
28,723
2007
108,475
39,546
29,444
14,207
99,099
35,652
2008
127,896
45,173
32,767
16,614
118,600
42,983
2009
126,502
47,704
37,285
19,255
123,580
44,902
2010
130,062
47,842
34,126
18,163
125,378
43,455
data extracted on 12 Dec 2012 18:40 UTC (GMT) from OECD.Stat
http://stats.oecd.org/index.aspx?datasetcode=ODA_DONOR#
A crise afectou mais o continente africano.
A ajuda bilateral para a África SS chegou a 28 bilhões de USD representando um decrescimento em
relação a 2010. (naõ corresponde)
(África, particularmente, deverá receber apenas cerca de 12 mil milhões de USD do aumento de 25 mil
milhões de previsto em Gleneagles VERIFICAR? QUANDO)
Esta quebra é consequência, em grande medida, de um menor desempenho de alguns doadores europeus
que dão a África grandes fatias de ajuda pública ao desenvolvimento.
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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14
4.3 Os doadores
Principais doadores:
Os maiores doadores são:
EUA
França
RU
Alemanha
Japão
Canada
Holanda
Suécia
Doadores não tradicionais
Outras fontes de ajuda à África foram crescendo ao longo dos tempos.
O número de países doadores não membros do CAD era aproximadamente de 30, em 2008 (Banco
Mundial, 2008).
Estes países – incluindo o Brasil, a China, a Índia, a Malásia, a Rússia, a Tailândia, a Venezuela,
alguns países produtores de petróleo e os novos Estados-membros da UE – estão a conceder ajuda
num montante estimado de 8 mil milhões de USD anuais, que se espera cresça ainda mais (Banco
Mundial, 2008).
Dados de 2010 apontam para:
Os países não DAC são as China, o Brasil e a África do Sul que estão cada vez mais envolvidos
nos programas de ajuda Sul-Sul.
Como estão fora do DAC existe menos informação sobre os montantes que estes doadores são mas
estimam-se a cerca de $12b em 2010.
Em Maio de 2010, a Índia anunciou um pacote de $5b de ajuda para África.
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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15
China
A China é um país ao qual África presta hoje muita atenção, tanto em termos de ajuda como de
comércio11.
A China é fonte de ajuda a quase todos os países da África Subsaariana. Alguns argumentam que a
ajuda chinesa é motivado pelo acesso aos recursos naturais do continente. No entanto, não há muitos
dados que indiquem que a China dê mais ajuda a países ricos em recursos naturais ou que seleccione
Estados com problemas de governação (Brautigam, 2010).
Para além disso, a China não é o único país com interesse nos recursos naturais africanos, que não são a
principal motivação que sustenta a ajuda chinesa: como todos os doadores, as motivações chinesas para
conceder ajuda incluem uma variedade de factores políticos, comerciais e sociais/ideológicos
(Brautigam, 2010).
Mas a escassez de dados (FMI, 2008) relativos à crescente presença chinesa em África, em termos de
ajuda, dívida e fluxos de investimento directo, representa um sério obstáculo à avaliação do poder e da
influência reais da China em África (para mais detalhes, ver Brautigam, 2010).
Ver african Economic Outlook para uma visão global do papel dos novos doadores nos vários países
africanos:
http://www.africaneconomicoutlook.org/en/in-depth/emerging-partners/
4.4 Diferenças com os outros continentes
Note-se que a ajuda para África foi geralmente inferior à ajuda para a Ásia:
a Ásia recebeu 40 bilhoes a mais do que África entre 1960 e 2004 (Doubling Aid, 2006)
Só a partir de 2000 é que a percentagem de ajuda para África ultrapassou a da Ásia.
Muito poucos países foram tratados tão generosamente como os maiores receptores na Europa ou na
Ásia: Korea, Taiwan, Viet-nam.
Mas a APD para África é mais significativa quando medida per capita.
De 1960 a 2004, África recebeu 24 $ per capita.
Ultimos dados 2515: indicam 50 $ per capita
4.5 Concentração num número restrito de países
A ajuda está concentrada num número restrito de países
Os 10 maiores recipientes da ajuda tinham o equivalente de 40% da ajuda entre 95 e 2004.
o Moçambique, Tanz, RDC, Etiópia, Uganda, Zâmbia, Ghana, Senegal, Madagáscar, CI
Embora seja menos desiquilibrado que o IDE: os 10 maiores recipientes receberam mais de 75% (entre
99 e 2003)
11 Chinese trade with Africa has increased trade five-fold since 2003. China, a leading 21st-century superpower, has
become a powerful development influence on Africa. (Unit 3)
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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16
5. O DEBATE EM TORNO DA AJUDA
Mas há várias visões negativas acerca da APD e os debates estão muitas vezes polarizados entre dois
extremos:
mas podem ser classificados de acordo com as propostas que fazem
:
(1) Os que acham que a APD deve acabar: os críticos mais radicais que vêm a APD quase como a
causa dos problemas de África e que acham que o aumento da APD iria intensificar em vez de
resolver os problemas.
a. Esta visão vem desde Peter Bauer
b. Dambisa Moyo,
c. William Easterly
(2) Os que acham que foi boa mas pouca e que tem de aumentar.
a. Sachs The end of poverty
b. Collier the bottom billion
c. Roger Riddell:
(3) Os que acham que tem de se aumentar mas tem de se modificar a forma como é dada para melhorar
a sua eficácia.
a. Que é necessária uma discussão seria sobre a forma como a ajuda é atribuída para se atingir
o objectivo de crescimento; que forma de assistência é mais eficiente
b. Lindsay Whitfield,
6. Críticos: Os que acham que a APD deve acabar Quais são as ideias principais contra a ajuda:
Dambisa Moyo: https://www.youtube.com/watch?v=dyf2Cf5GkTY
Andrew Mwenda
Economists Paul Collier and Dambisa Moyo on África: https://www.youtube.com/watch?v=lEUYNuD4djI
Against Sterotypes: http://www.rustyradiator.com/
– Let’s Save Africa: Gone Wrong and Who Wants To Be A Volunteer –
Rusty Radiator
If we say Africa, what do you think about?
Hunger, poverty, crime or AIDS? For decades now, we have seen the same stereotypical images of Africa in
both the media and in fundraising campaigns. It reinforces the image of Africans as an “exotic other”. We
believe that these images create apathy, rather than action.
We need to educate ourselves on how stereotypes and simple solutions to complex problems are more
damaging, than helping.
For several years, The Students’ and Academics’ International Assistance Fund (SAIH), has been working
on these topics, with the aim to create a bigger understanding for how a certain kind of communication about
poverty and fundraising campaigns can be harmful. This was also our starting point in SAIH, when we made
the music video spoof Radi-Aid: Africa for Norway in 2012.
The Radiator Awards started in 2013, as a result of the engagement from all around the world with our first
video. We are really honored that also our two latest videos – Let’s Save Africa: Gone Wrong and Who
Wants To Be A Volunteer – have been received in the same way, and that people from all over wants to join
the discussion and laugh out loud about our own self-perceptions. With the Radiator Awards, we wish to
highlight both the positive and negative examples of fundraising campaigns.
And not the least, ask ourselves: How can we do it better?
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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17
MWENDA Ted Talk
Ponto 1. Como é que os media mostram Africa:
Os media mostram Africa como um lugar de desespero
A visão ocidental é que africa é um continente de desesepero
Só mostram países com guerra, com doenças, e fome
Problema do discurso:
Apela à caridade
Os Africanos são pobres e precisam de ajuda: remedios, comida e peacekkepers para a Guerra
Africa stripped da initiava própria
Temos de mudar o discurso:
Isso é só uma parte da realidade
Africa tem pb mas tem oportunidades
Ponto 2 É preciso criar riqueza Não reduzir pobreza mas
Com a ajuda, estão se a tratar dos sintomas e não a criar riqueza,
Riqueza vem de empregos e investimentos
Quem cria riqueza?: empreendedores
Os empreendedores sao 4% da população
Temos de apoiar o investimento
Apoiar investimento interno e externo
Apoiar investigação
ponto 3 Caridade nunca tornou ninguém rico só capacidade endogenas
Quem é que se tornou rico por receber caridade?
Algum pais de desenvolveu devido à caridade?
Os actores externos só podem dar uma oportunidade
Países só se podem desenvolver devido às capacidades endógenos
Cotonou agreement: oportunidade de exportação sem impostos
Meu país, Uganda tem possibilidade de exportar açucar mas não exportaram nada.
Mas é preciso apoiar instituições que aumentam produtividade
Ajuda é mau instrumento
Ajuda governos e não quem produz
Ponto 4 Ajuda Distorceu a estrutura de investimentos
Governos não tem legitimidade popular porque não vão buscar os impostos
Governos vão buscar dinheiro aos doadores
Governos não precisam de se sentar com os seus empreendedores, cidadãoes
É preciso ouvir actores do sector privado
Governos não entram em acordo com o povo
Mas governos estão virados para fora, IMF e WB,
Africanos secundarizados no processo de definição de políticas.
Governos ouvem actores internacionais e não os seus cidadãos
Ponto 5 Mas ajuda nem sempre é má mas os impactos são limitados Construir um hospital, deu comida aos pobres
Mas são incidentes limitados
O erro é tentar multiplica-los noutros contextos aos quais não se aplicam
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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São ignorados as particularidades de cada pais e são generalizados.
Ponto 6 Ajuda acentua a atratividade do Estado
Todos querem entrar no Estado porque é a melhor forma de acesso a recursos
Assim, os mais empreendedores vão para o estado
Mais conflitos étnicos por acesso
Ponto 7 Para onde vou o dinheiro?
Montante: 600b
A estrutura dos incentivos no cado do Uganda
Agricultura sempre no fim
Trade and industry.: opouco
Maior parte do bolo vai para AP
6.1 A ajuda não funciona e é preciso PARAR A AJUDA
A ajuda não atinge os seus objectivos:
Poupança (subsituida por ajuda) devia levar a investimento – devia levar a crescimento – devia levar a
redução da pobreza
Isto não aconteceu
não incentivou o crescimento e não reduziu a pobreza
como piorou a situação: para Moyo, a ajuda não só não é parte da solução como é parte do problema
A solução para Moyo é o comércio;
Dead Aid: why aid is not working abd how there is another way for Africa
6.2 APD=Maldição dos recursos: volátil, dutch disease (a) Distorção dos incentivos e Dutch Disease
Um dos riscos identificados por vários autores é a do Dutch disease:
O ajuda produz aumento de divisas na economia, que se não forem neutralizados com uma política
económica, vão levar ao aumento das taxas de câmbio tormando as exportações menos competitivas
e baixando o preço das exportações.
A ajuda permite aos países receptores aumentar o consumo e o investimento. Se o gasto não for igual
à capacidade de absorção, como é geralmente o caso, há potencial para aumento da inflação
(quantidade da ajuda absorvida pelo banco central e gasto pelo governo: vai haver uma apreciação da
taxa de cambio,
Tornam os outros sectores improdutivos especialmente os que requerem aprendizagem e
progresso tecnológico:
o See What Undermines Aid's Impact on Growth? by Rajan and Subramanian of the IMF - a
paper that has created a big stir recently
No entanto, alguns autores (por ex, Oya) defendem que este efeito não se verificou de facto em
grande escala em Africa (IMF 2005 em Oya12)
6.3 Fungibilidade/imprevisibilidade da ajuda
1 Mais grave é a volatilidade dos fluxos:
A ajuda é mito variável com o tempo e em função dos doadores
2 A ajuda é muito imprevisível e em África mais do que em outros continentes.
E na última década tornaram-se ainda mais imprevísiveis.
12 http://admin.isf.es/UserFiles/File/valencia/PEA_OyaPonsVignon_prefinal.pdf
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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Talvez por já não estarem associados a razões ideológicas
3. Mas a imprevisibilidade ao criar volatilidade nas receitas do governo cria ciclos de despesa e
contracção e inflação
Impede o planeamento de longo prazo das políticas públicas
6.4 Enfraquecimento do Estado e das Instituições A crítica principal é ao impacto adverso da ajuda sobre o estado e as instituições.
Dambisa Moyo: Dambisa Moyo: https://www.youtube.com/watch?v=dyf2Cf5GkTY
Andrew Mwenda
http://www.ted.com/talks/andrew_mwenda_takes_a_new_look_at_africa.html
Leva ao enfraquecimento progressivo do estado
Removem os incentivos ou dão incentivos perversos
o Removem os incentivos para reformar, melhorar a infra-estrutura ou estabelecer sistemas
fiscais.
o remove os incentivos para a iniciativa individual.
o Desreponsabilizam os governos.
o Dão incentivos para a corrupção e o Rent seeking/
o A ajuda em muitos países africanos é uma maldição porque encoraja a corrupção
Extroversão das elites
a. O governo não ouve os seus cidadões,
b. não entra em acordo com o sector privado.
c. Portanto o povo fica à margem do processo de policy making
d. O governo ouve somente a comunidade internacional
Ref: Castel-Branco
Tornam impossível um crescimento endógeno de longo prazo
6.5 Dependencia: Em muitos países a ajuda externa constitui uma grande parte dos orçamentos de estado e dai as
preocupações sobre a dependência isto é a subordinação a interesses dos doadores
“most African countries did get hooked on aid, as shown in table 1 and Figure 1. Aid intensity
varies from country to country but aid dependence is a phenomenon more typical of SSA than
anywhere else” Oya, 13
13 Oya http://www.rosalux.sn/wp-content/uploads/2011/04/Aid-Dev-and-State-in-Africa.pdf
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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20
http://poldev.revues.org/docannexe/image/1197/img-2.jpg
ODA receipts as a percentage of recipients’ GNI. Among the countries less dependent on foreign ODA, there are those where the industrial structure is diversified and those which export considerable volumes of raw materials, notably oil
6.6 Desigualdade das relaçãoes de poder: subordinação aos interesses externos Há uma desiguadade de poder entre doadores e receptores
A relação entre doadores e países receptores é desigual
Os doadores controlam grande parte das decisões sobre a distribuição dos recursos, os condicionalismos,
os horizontes temporais.
Devido às relações desiguais de poder prevalecem os interesses comerciais e políticos dos doadores
na distribuição da ajuda
As preocupação geopoliticas sempre tiveram um papel central na distribuição dos recursos da
ajuda ocidental para Africa embora as questões que informaram esses politicas foram variando
ao logo do tempo.
Estas preocupações provavelmente reduziram a eficácia da ajuda, influeciaram a sua composição
sectorial e a medida em que foi usada para certos projectos politicos (Oya9
A distribuição sectorial da ajuda é largamente influenciada pelas preferências dos doadores.
A maior atenção dados aos indicadores da pobreza (sobretudo depois da definição dos ODM) levou a
uma mudança nos padrões da ajuda que diminuiram nos sectores produtivos: desenvolvimento agrícola,
energia e aumentaram nos sectores sociais.
o Sectores sociais incluem educação, saúde e água.
o Mas isso coloca a questão de saber se estas despesas podem ser sustentadas na ausência de
investimentos orientados para o crescimento e a produção.
o Isto leva também a uma dependência cada vez maior da ajuda.
o Será que esta se está a lidar com as causas profundas da pobreza e as baixas taxas de
crescimento económico?
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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AGENDAS POLÍTICAS: Preocupações com segurança e energia estão de novo a dominar os debates sobre
cooperação e desenvolvimento
o Riddel: does foreing Aid Work?
6.7 Condicionalismos (PAE) não ajustados ao contexto Muitos governos africanos criticam as condicionalidades por retiram autonomia aos governos,
impedindo-os de seguirem as suas prioridades (Collier)
As condicionalidades são as condições sobre políticas vinculadas aos empréstimos e donativos
estabelecidos por doadores e credores
Alguns analistas pensam que a principal causa da falta de eficácia da ajuda não tem a ver com a má
governação (ou o que segundo ele é um eufemismo para corrupção) mas tem a ver com estas
condições As condições mais severas foram as impostas pelos Programas de Ajustamento Estrutural impostos ou
liderados pelas instituições Financeiras Internacionais (BM e FMI):
Os PAE exerceram pressões para reduzir o tamanho e as funções do Estado, uma das características
principais do PÁS.
Diminuíram assim a capacidade institucional dos Estados Africanos
Outras condições relativas a inflações e défice foram excessivas e inadequadas.
O projecto neo-liberal14 (Oya)
“Second, the loss of policy space associated with the neoliberal project, which remains
embedded in the ‘good governance’ discourse of the New Aid Agenda in Africa, has probably
been the highest price paid by SSA countries to access Western development assistance.
Associated with these two effects is a state-adverse agenda (in theory and practice and, of late,
mostly in practice) which maintains faith in institutional and technical fixes.
The Post-WC (good governance) and New Aid Agenda, despite an apparent greater openness to
the role of the state in development, place strong emphasis on inadequate or weak state capacity
in Africa, which has become a justification for a limited range of state interventions and the
denial of any possibility of replicating lessons from East Asia, especially on trade and industrial
policies.
However, as Sender (2002: 194) points out: ‘Inadequate state capacity in Sub-Saharan Africa
has been a self-fulfilling prophecy; the outcome of a bet rigged by those in a strong position to
influence results. The Washington institutions have consistently demanded initiatives that impair
governments’ capacity for policy formulation and implementation’.
6.8 A cooperação não consegue ultrapassar um sistema económico internacional injusto
Muitos críticos da ajuda chamam a atenção para o facto de que o sistema económico e
financeiro internacional opera sistematicamente contra os mais pobres, em favor dos ricos
Qualquer que seja a ajuda não é suficiente mas ultrapassar as disparidades
O foco principal devia ser numa reforma do sistema político e economico internacional
(Glennie, 2008, the trouble with aid)
Teresa Hayter, 1971, Aid as Imperialism: aid is inappproproitate because it is “simply another
version of the fallacious theory that onde can reach the poor by expanding a process controlles
by the rich”
14 Oya http://www.rosalux.sn/wp-content/uploads/2011/04/Aid-Dev-and-State-in-Africa.pdf
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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22
Alternativas :
Africa deve libertar-se do vício da ajuda e procurar OUTRAS ALTERNATIVAS DE
FINANCIAMENTO: alternative financing sources
As alternativas incluem:
mercados de capitais,
IDE,
comércio de produtos agrícolas,
microfinança
A criação de riqueza, diz Mwenda, estão no sector privado, no empreendedorismo, e no IDE
De acordo com o Presidente do BAD (Donald Kaberuka) O comércio é a chave para tirar Africa da
dependência da ajuda: Além da remoção dos constrangimentos infra-estrutural, barreiras internas,
governação, clima de negocias é necessário baixar as barreiras internacionais e os subsídios.
http://www.link2007.org/assets/files/documenti/OCSE-DAC2010.pdf
6.9 Conflitos por acesso aos recursos. Revisão da literature sobre este assunto:
Djankov, Simeon, Jose G. Montalvo, and Marta Reynal- Querol. 2005. “The Curse of Aid.” World Bank,
Washington, D.C.
7. DEFENSORES DA AJUDA
Os defensores da ajuda têm os seguintos argumentos:
Vídeo: Jeffrey Sachs on CBC: https://www.youtube.com/watch?v=CNWzYy186W8
Resumo entrevista com Schas para CBC
Último livro de Sachs: common Wealth
Aid works when its done well
Pequenos Invesitmentos na saúde: tem grds impactos: malaria, measles, hunger
Ha intervenções que demonstram resultados
A Ajuda é pouco
Muitas não é boa: mas se focarmos no que a ajuda pode fazer na agricultura, na
No handouts
Existem estatísticas que demonstram: unicef e Norway, Sarampa diminui 91% desde 2000, através de SSA
Milhoes de redes mosquiteiros são distribuídas: diminuição de da Malaria.
Custo 1,5 b
Há uma ideologia atrás do pessimismo: Freemarket will solve everything
Temos de resolver as coisas em conjunto
Os super-ricos: qual o sei papel?
Warren Buffet and Bill Gates
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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23
Roger Roddell, 2008
7.1.1. Houve casos de sucesso da ajuda:
A ajuda contribui para cumprir objectivos de desenvolvimento e humanitários
a. that aid is good for growth
b. Sachs, J. (2005) The End of Poverty: Economic Possibilities for Our Time, London: Penguin
Press
Roger Riddel foi um autor que publicou vários livros sobre os impactos da ajuda e demonstrou que há
evidência da aficácia da ajuda em termos de desenvolvimento humano.
Roger Riddell (2008) does Foreign Aid really work?
Melhorias traduzem-se em:
aumento do acesso a água potável,
Na sáude:
Diminuição da mortalidade infantil
No fornecimento de antivirais,
Na luta contra a malária em certos países: Sucesso do Fundo Global contra a Malária, TB e AIDS
Erradicação do sarampo (measles)
Melhoria dos sistemas educativos
Agricultura
Sucesso da rev verde na índia.
APD na Coreia
Ver:
Roger Riddell (2008) does Foreign Aid really work?
UNDP HDR 2005
2. Apesar de os aumentos dos preços do petróleo e dos recursos minerais terem trazido ganhos elevados para
alguns países africanos:
Isso não se traduziu numa redução da pobreza ou aumento do emprego:
O Desenvolvimento industrial é pouco, e
os governos confrontam-se com desafios muito grandes com o aumento da população urbana.
7.1.2. Em certas situações de crise a cooperação é absolutamente necessária
Poucos argumentariam contra a necessidade de prestar auxílio imediato em causa de disastres naturais e
outras ou emergenência especialmente porque estes afectam sobretudo os mais vulneráveis
7.1.3. A APD é pouco e tem de aumentar: UM NOVO BIG PUSH
A APD não cresceu e tem de aumentar
“Desde 1960, África recebeu 580 bilhões em ajuda”.
A ajuda parece muita mas não foi assim tão grande
O pentágono gasta 700b por ano
ANA LARCHER – DRAFT – NÃO CITAR NEM DIVULGAR
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24
Porquê:
(Weeks): Se descontarmos os valores correspondentes ao perdão da dívida, os valores reais da ajuda não
aumentaram
(Action Aid, 2005): Um relatório da Action Aid estimou que em 2003, 60% da ajuda bilateral era ajuda
fantasma, que nunca se materializava para os países pobres mas, em vez disso era desviada para outros
lados dentro do próprio sistema da ajuda. (doubling Aid, p15)
A ajuda parece muita mas é necessário ter em conta a forma como é medida.
Inclui empréstimos e não só doações;
Inclui ajuda ligada;
Assistência técnica
Um dos problemas com a AT é que é sobrevalorizada/overpriced, devido a elevados
custos de transação
A Cooperação Técnica constitui cerca de 1/5 (20%) de toda a ajuda a África até ao
fim dos anos 90
“The governments of developing countries frequently criticize technical assistance
as a waste of money. (Collier)”
Alívio da dívida:
A APD em 2005 foi excepcionalmente elevada porque incluiu grandes operações de alívio
da dívida
Excluindo operações de alívio da dívida voláteis, a ajuda bilateral à África Subsaariana aumentou 10%
, em termos reais (com ajuda da dívida, os aumentos foram de 0.4% para a África Subsaariana). ?
A APD é muito baixa em relação ao estimado necessário e têm de se aumentar as transfêrências
Segundo Jeffrey Sachs The End of Poverty: A nossa geração é a primeira a ter a oportunidade de acabar
com a pobreza extrema.
A pobreza global continua porque há pessoas que estão encurraladas e não conseguem escapar sem a
assistência dos países ricos.
No entanto, o dinheiro transferido para os países pobres não é suficiente para os ajudar a escapar
Porque a pobreza é muito extrema, os pobres não são capazes de se ajudarem a si próprios,
Um exemplo disso é que são pobres demais para fazerem poupanças, portanto nem sequer podem por
um pé da escada do desenvolvimento
É preciso aumentar a APD
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O volume de APD que se pensa que é necessário para um BIG PUSH é de 175 billões/ano ou seja 0.7%
do pib do mundo em 2002 que eram 25 trilhões.
No entanto só transferimos 0.2%
“para que o continente atinja os ODM, estimou-se que África teria de crescer a 7% ao ano durante um
década (2005 a 2015)”
Para tal é preciso um novo big push tal como o que está na base do aumento dos compromissos feitos
no início do sec.
Mas este novo big push tem de ser diferente.
Sachs; “Culpamos os africanos por não utilizarem bem o que não lhes damos” diz sachs em entrevista. Mas
há países que gerem mal a ajuda e outros que a gerem bem e que estão a fazer esforços de desenvolvimento:
Zim e Tanzânia.
7.2 A cooperação funciona mas podia funcionar melhor:
7.2.1. AUMENTAR A QUALIDADE DA AJUDA
Embora a ajuda seja considerada importante considera-se cada mais importante a qualidade da ajuda.
A ajuda pode estimular o crescimento mas só quando numa escala adequada e focada em objectivos
específicos.
Mas ajuda mal utilizada pode ser tão má como pouca ajuda 34
Embora o nosso conhecimento sobre a eficácia da ajuda seja limitado devido à falta de dados e à fraca
qualidade desses dados, a ajuda contribui para cumprir objectivos de desenvolvimento e humanitários.
Existem problemas fundamentais na ajuda:
Desiguais relações de poder
A relação entre doadores e países receptores é desigual: os doadores controlarem grande parte das
decisões sobre a distribuição dos recursos,
Os doadores impões condicionalismos
Alem disso essa ajuda é volátil e imprevisível o que impede o planeamento de longo prazo
Descoordenação da ajuda
É distribuída de forma descoordenada por muitos doadores, com inúmeros interesses políticos,
estratégicos, históricos, comerciais, ideológicos.
Os países que recebem a ajuda têm de negociar com demasiados doadores, cujos inúmeros proejctos
não estão integrados num quadro comum.
Esta duplicação cria custos adicionais e reduz a aficácia.
Outro dos problemas da ajuda é que cada doador tem os seus objectivos e requisitos (e a falta de
alinhamento com as prioridades e preferências dos países receptores)
Requerem procedimentos que exigem que os governos se organizem com o objectivo de gerir essa ajuda.
Além de visões diferentes, estes doadores têm procedimentos diferentes sistemas contabilistos diferentes
e criaram uma paisagem da ajuda que é considerada caótica.
Isto significa que os recursos administrativos do estado estão empenhados na gestão da ajuda masi do
que nas tarefas governativas/de implementação dos programas dos governos.
Isto também levou também a que qualquer pretensão de apropriação (ownership) fosse posta em causa.
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7.3 A agenda da EFICÁCIA DE AJUDA e BUSAN
Para aumentar a qualidade da ajuda, a nível internacional foram assumidos vários
compromissos.
Os compromissos assumidos ficaram traduzidos na Declaração de Paris (English version15) ,
definem metas até 2010 e são avaliados através de 12 indicadores de progresso.Esta declaração
foi reforçada por novos compromissos assumidos no Fórum de Alto Nível de Accra, de 2008. A Declaração de Paris assenta em 5 pressupostos, considerados essenciais para a promoção do
desenvolvimento:
1 Os países parceiros exercem uma liderança efectiva sobre as suas políticas e estratégias de
desenvolvimento (apropriação).16
Mais espaço para os países beneficiários da ajuda definirem as suas prioridades
Condicionalismos políticos menos introsivos
A des-politização da ajuda.
2 Os doadores baseiam a sua ajuda nas estratégias de Desenvolvimento dos parceiros e nos seus sistemas
locais (alinhamento).
3 Os doadores coordenam as suas actividades e minimizam os custos relacionados com a concessão da ajuda
(harmonização).
4 Os países parceiros e os doadores orientam as suas actividades de forma a atingir os resultados desejados
(gestão para os resultados).
Muitos membros do CAD estão a reformar os seus sistemas de desenvolvimento para que sejam
geridos «por e para resultados» – por outras palavras, para que sejam orientados para maximizar a
redução da pobreza e os outros ODM. Agora, mais doadores identificam projectos e programas com
15 Este Fórum de Alto Nível para a Eficácia da Ajuda decorreu em Paris em 2005, juntou os responsáveis de países
doadores (bilaterais e multilaterais) e parceiros, bem como organizações da sociedade civil e do sector privado com o
objectivo de avaliarem os progressos na harmonização, no alinhamento e na gestão para os resultados da ajuda ao
desenvolvimento
16 Apoio Orçamental: Um dos avanços que se fez nalguns países, ver Moçambique, é a transferencia da ajuda directamente para o orçamento do
estado: ajuda directa ao orçamento. O objectivo é dar a liderança aos países recipientes e aumentar a sua autonomia. Mas no caso de Moçambique os
doadores ganharam tanto poder que são quase um governo sombra. Também deveria reforçar a democracia e reduzir a possibilidade da ajuda ser
apropriada pela elites: no entanto, isto tb não parece ter sido o caso em Moçambique
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base nos resultados expectáveis e estão a garantir que esses programas têm objectivos claros, de
forma a melhor mesurar os resultados.
5 Os doadores e os países parceiros comprometem-se a prestar contas mutuamente sobre os resultados de
uma melhor gestão da ajuda (prestação de contas mútua). Melhorar a transparência e a prestação de contas,
tanto nos doadores como nos governos, de forma a respeitar a inclusão daqueles valores;
7.4 CONCLUSÃO SOBRE A AGENDA DA EFICÁCIA DA AJUDA: ESTA AGENDA NÃO CHEGA
São tudo pré-condições para uma maior eficácia da ajuda: No entanto, desenvolver estes
sistemas implica mudar hábitos há muitos instalados/rever interesses, orientações políticas.
Esta mudança é um desafio para todos os membros do CAD.
Até ao momento há uma grande gap entre a teoria e a prática.
Mas só muito poucos destes compromissos foram atingidos
Uma abordagem muito tecnocrática
Houve nova conferência em Busan Novembro deste ano. O debate mudou da eficácia da
ajuda para a efcácia do desenvolvimento.
Os novos doadores ganham mais importância
desafio institucional, capacidade de absorçãp
Modalidades da ajuda
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7.5 PARA ALÉM DA EFICÁCIA DA AJUDA (para saber mais…)
7.6 COLLIER: the bottom Billion: resolver os constrangimentos
Nada vai mudar se não se lidar primeiro com vários condicionalismos nomeadamente:
A armadilha dos conflitos: sair do ciclo de conflitos,
A maldição dos recursos naturais,
O acesso ao mar e os maus vizinhos
A má governação
Segundo este autor, embora os problemas sejam complicados é possível sair deles.
é necessários compreender que a ajuda tal como foi dada no passado não resolveu os problemas e
que a mudança tem de vir de dentro.
Um dos erros até agora em situações de pos conflito e que a ajuda foi cedo demais e pouca demais
(too little too soon)
A ajuda tem de ser redesenhada para ajudar a romper com os condicionalismos: conflict traps.
Por ex no caso de países sem acesso ao mar tem de ser usada para construir infrastruturas de
transporte.
A ajuda tb pode ser mais eficiente em lidar com a má governação, se se criarem incentivos, se
desenvolverem capacidades e se fortalecerem as instituições.
Além disso a ajuda tem de estar integrada em pacotes de políticas de desenvolvimento coerentes e
complementada com outros instrumentos incluindo intervenção militar, comercio e sistemas de
facilitação do crescimento.
7.7 Lidsay Whitfield, The politics of Aid (2009)
Outra ideia importante é que para compreender como é que a ajuda pode funcionar melhor, é
necessário compreender os efeitos econômicos, institucionais, políticos e ideológicos de décadas de
dependência da ajuda.
A eficácia da ajuda só pode ser melhorada quando os países receptores colocarem condições aos
doadores para melhorar a ajuda
Estas condições podem ser ideológicas, políticas ou institucionais (estruturas de gestão da ajuda que
são centralizadas...)
O que ela defende é que a coordenação entre doadores não é suficiente mas que a politica nacional é
mais importante.
No fundo ela contesta a idéia que os governos africanos são anti-desenvolvimentistas
A eficácia da ajuda é determinada pela economia política da relação entre doadores, governos e
cidadãos
Estratégias de desenvolvimento.
A APD não vai fazer efeito se não estivar ligado a estratégias de desenvolvimento
adequadas.
De acordo com a UNCTAD, Os pacotes de “estabilização, liberalização e privatização”,
não conduziram os países africanos ao caminho do crescimento.
Graf: evolução das políticas da APD
Sachs, 2004, defende que é necessário
focar a ajuda em infra-estruturas públicas de transportes, irrigação e energia para aumentar a
produtividade no sector agrícola de pequena escala
Retorno ao investimento na agricultura
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Sachs JD, McArthur JW, Schmidt-Traub G, Kruk M, Bahadur C, Faye M and McCord G
(2004). Ending Africa’s Poverty Trap. Brookings Papers on Economic Activity 1.
Boa governação.
Os defensores do novo big push tb defendeu que têm de existir níveis mínimos de boa governação
para este big push funcionar.
Reconhecem o falhanço dos governos e defendem que é preciso averiguar é se os governos têm a
capacidade para gerir os recursos produtivos de forma a que sejam assegurados ganhos de
produtividade.
Os condicionalismos:
Sabe-se com alguma certeza que as condicionalidades da ajuda (incluindo aquelas com o objectivo
de melhorar as instituições têm impactos negativos (UNCTAD 2002): eram abordagens top-down.
Mas há lições a tirar de outras experiências para que com maior ajuda tb haja reforço institucional:
A ajuda pode ser usada para aumentar as capacidades institucionais por exemplo na gestão das finanças
públicas:
o Sachs defende que a ajuda pode ser direccionada atravês de AT e formação para reforçar as
capacidades dos governos e AP
Ao mesmo tempo, tem de haver apropriação local dos planos e políticas de desenvolvimento
Outra coisa importante é deixar espaço aos governos para aprenderem com os seus erros. Ter em conta
os erros dos pacotes de PAE
Inclui introdução de transparência na gestão orçamental, melhoria dos sistemas de acompanhamento e
avaliação
Maior diálogo com os grupos de interesse e parlamentos
Uma re-orientação para estratégias de desenvolvimento para o crescimento
Maior concentração na ajuda sectorial à agricultura, industria, infra-estruturas, capital humano
Os países têm de ter espaço para experimentar diferentes medidas para ultrapassar os constrangimentos
que têm na mobilização dos seus recursos.
A ajuda pode estimular o crescimento mas só quando numa escala adequada e focada em objectivos
específicos.
No relatório da UNCTAD fazem-se sugestões sobre a organização da ajuda e comparações com o Plano
Marshall e a forma como este foi organizado para a recuperação da Europa depois da Guerra que são
interessantes (p 8)
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8. CONCLUSÃO
Oya:
“Critics of aid to Africa abound and reasons for pessimism are plentiful, but
the economic and developmental case for aid remains compelling
o Many SSA countries do need aid, as alternative sources of finance are hard to come by and
may be at least as problematic as aid.
o History shows that aid can work and pay off in the long-term.
Nevertheless, we have also highlighted a series of common problems with foreign aid in Africa,
which are widely documented:
Dois tipos de impactos negativos:
1. O enfraquecimento do estado: A dependencia e os incentivos preversos que impossibilitaram o
desenvolvimento de estratégias de desenvolvimento endógenas
2. A diminuição do espaço politico com o neo-liberalismo que continua imbuído na agenda da boa
governação
Ligado a estes dois, está uma agenda adversa ao estado que coloca a emfase em soluções tecnicas
Os resultados positivos e negativos devem ser analisados caso a caso, no seu contexto próprio e
considerando variáveis económicas, sociais, políticas que poderão ajudar a explicar as causas dos
sucessos e falhanços
Avaliar seriamente as políticas passadas para não repetir os mesmos erros
o Por exemplo, na avaliação da UNCTAD, em África, tanto o Botswana como as Maurícias
receberam largas quantidades de ajuda em momentos estratégicos do seu desenvolvimento
o A ajuda bem dirigida pode produzir histórias de sucesso em termos de crescimento económico e
de desenvolvimento.
o A ajuda dirigida a problemas específicos também pode ter efeitos muito positivos: programas na
área da saúde reduziram mortalidade infantil e eliminaram doenção como river blindness e
smallpox (varicela?)
Mas África é geralmente citada como o exemplo de como a ajuda fracassou:
Muitos equiparam os recursos da APD aos fluxos recursos naturais: geram comportamento rent-seeking
disfuncionais.
Oya:
A ajuda deve ser vista como um push temporário
A estratégia para a mobilização de recursos domésticos requer atenção urgente
Entretanto os doadores deveriam voltar aos básicos: infrastrutura: e evitar os excessos de engenharia
social e institucional.
Os bancos de desenvolvimento deviam se concentrar em financiar proectos de desenvolvimento de londo
prazo.
Oya elogia a china que apesar dos seus óvios intereesses geopolíticos e nacionais, parece estar de volta a
estes prinicpios.
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9. REFS
UNCTAD (2006) Doubling Aid: Making the “Big Push” work.
WEEKS, J. (2007): Cuarenta años de ayuda externa (AOD) y de condicionalidad en África. En: Economía
política del desarrollo en África. Oya, C. y Santamaría, A. Ed. Akal. Madrid.
William Easterly
http://aidwatchers.com/
Livros
"The Elusive Quest for Growth: Economists Adventures and Misadventures in the Tropics"
"The White Man's Burden: Why the West's Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So
Little Good,"
Artigos
The following article gives a more academic angle on the “solutions” debate for Africa:
William Easterly, Can the West Save Africa?, Journal of Economic Literature, September 2008 (available on
the author’s web site
http://www.nyu.edu/fas/institute/dri/Easterly/File/can%20the%20west%20save%20africa.pdf
)
Easterly, William and Tobias Pfutze, Best Practice for Foreign Aid: Who Knows Where the Money
Goes?, Journal of Economic Perspectives, 22, no.2, ( Spring 2008).
Easterly, W. (2006) Reliving the 50s: the Big Push, Poverty Traps, and Takeoffs in Economic
Development, Journal of Economic Growth, 11, no.2, (December 2006): 289-318.
Outros:
Djankov, Simeon, Jose Montalvo and Marta Reynal-Querol, “The Curse of Aid”, Journal of Economic
Growth, June 2009.
Rodrik, Dani. 2008. “The New Development Economics: We Shall Experiment, But How Shall we Learn?”
http://ksghome.harvard.edu/~drodrik/The%20New%20Development%20Economics.pdf
Deaton, Angus, "Instruments of development? Randomization in the tropics, and the hunt for the keys to
development", January 2009, Princeton University
mimeo.http://www.princeton.edu/~deaton/downloads/Instruments_of_Development.pdf
Aid Dependence and the Quality of Governance,
ee What Undermines Aid's Impact on Growth? by Rajan and Subramanian of the IMF
Caucutt & Kumar (2008). Africa: Is Aid an Answer?
Moyo D. (2009) Dead Aid
DIAKITÉ, Tidiane. L’Afrique et l’aide ou comment s’en sortir. L’Harmattan, 2002. L’auteur, originaire du
Mali, présente les diverses facettes de l’aide internationale et de ses effets catastrophiques sur l’économie. Il
propose une stratégie pour sortir du marasme qui dure depuis la décolonisation.
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Videos
10. » [VIDEO] Africa and the Curse of Foreign Aid – Andrew M. Mwenda
http://www.youtube.com/watch?v=gEI7PDrVc9M
http://www.ted.com/talks/andrew_mwenda_takes_a_new_look_at_africa.html
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Outros chamam a atenção para o facto de que as relações entre ajuda e o crescimento dependem de factores
como as políticas (abertura), a localização (fora dos trópicos) e competitividade , etc.
Burnside and Dollar, 2000;
Roodman, 2004;
Rajan and Subramanian, 2005
Outros pensam que há histórias isoladas de sucesso num mar de falhanço generalizado e que portanto a
emfase deve estar em fortalecer as instituições para evitar uma cultura de depndencia
World Bank, 1998; Azam et al., 1999).
Mas outros autores chamam a atenção para que não é fácil tirar conclusões dos estudos empíricos devido a
problemas metodológicos
Falta de dados
Dados não fiáveis
O relatório Doubling Aid identifica vários estudos que demonstram que a ajuda ainda é melhor que IDE em
muitas circunstâncias
Alguns estudo encontram correlaçãoes positivas entre ajuda e crescimento
Hansen and Tarp, 2000.
Clemens et al. (2004) dizem que a Ajuda pode ter sido responsável por um aumento de 0,5% do GDP per
capita entre 1973 e 2001.
Várias análises também tentam distinguir vários tipos de ajuda e doadores. Por exemplo, certos doadores
que não fazem ajuda ligada obtêm impactos mais positivos da sua ajuda
Houve casos de sucesso: Botsuana, Maurícias
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10.1.1. Distribuição sectorial da APD enfraqueceu sectores produtivos (slide)
A distribuição sectorial da ajuda é largamente influenciada pelas preferências dos doadores.
A maior atenção dados aos indicadores da pobreza (sobretudo depois da definição dos ODM) levou a uma
mudança nos padrões da ajuda que diminuirão nos sectores produtivos: desenvolvimento agrícola, energia
e aumentaram nos sectores sociais.
Sectores sociais incluem educação, saúde e água.
Mas isso coloca a questão de saber se estas despesas podem ser sustentadas na ausência de investimentos
orientados para o crescimento e a produção. Isto leva também a uma dependência cada vez maior da ajuda.
Será que esta se está a lidar com as causas profundas da pobreza e as baixas taxas de crescimento
económico
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11. Debate : "Aid to Africa is doing more harm than good"
FULL DEBATE:
http://intelligencesquaredus.org/debates/past-debates/item/547-aid-to-africa-is-doing-more-harm-than-good
debate:
The motion: "Aid to Africa is doing more harm than good" Moderator: Brian Lehrer Speaking for the motion: George Ayittey, William Easterly and David Rieff Speaking against the motion: C. Payne Lucas, John McArthur and Gayle Smith IQ2US marks the launch of Oxford-style debating -- one motion, one moderator, three advocates for the motion, three against -- in New York City. As you enter the theater before the debate starts at6:45P, you cast your vote for or against the evening's motion. Those results are displayed midway through the debate as each side makes its statements. After all six panelists speak, the audience has a chance to ask the speakers questions and vote again. The debate finishes with brief summations from the panelists, the votes are tallied and a winning side is declared. Aid to Africa Debate: Introduction (1 of 14) Aid to Africa Debate: David Rieff (2 of 14)
FOR THE MOTION
George Ayittey
Prominent Ghanaian Economist and President of the Free Africa Foundation in Washington, DC
George is the distinguished economist in residence at American University. He has written many articles and
papers, and contributed chapters to many books. His most recent book was Africa Unchained: The Blueprint
for Development (2005).
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FOR THE MOTION
William Easterly
Professor of Economics at New York University, Joint with Africa House, and Co-Director of NYU’s
Development Research Institute
William is also a non-resident fellow of the Center for Global Development in Washington, DC. His areas of
expertise are the determinants of long-run economic growth and the effectiveness of foreign aid. He has
worked in the developing world, most heavily in Africa, Latin America, and Russia. He is the author of The
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White Man’s Burden: How the West’s Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good
(2006).
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FOR THE MOTION
David Rieff
Senior Fellow at the World Policy Institute at The New School and a fellow at the New York Institute for the
Humanities at New York University
David is on the board of the Central Eurasia Project of the Open Society Institute. He has written seven
books, most recently At the Point of a Gun: Democratic Dreams and Armed Intervention (2005), and has
published numerous articles.
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AGAINST THE MOTION
C. Payne Lucas
Writer, Speaker and Activist
Lucas was co-founder and president of Africare from 1971 through mid-2002. He is a senior advisor to
AllAfrica Global Media and the AllAfrica Foundation. During a 40-year career, including 10 years at the
Peace Corps, Lucas has been recognized for outstanding work by successive American presidents and heads
of state throughout Africa. He received the 1984 U.S. Presidential End Hunger Award for Outstanding
Individual Achievement.
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AGAINST THE MOTION
John McArthur
Deputy Director of the UN Millennium Project
John serves concurrently as associate director at the Earth Institute at Columbia University. Previously, he
was a research fellow at the Center for International Development at Harvard University, where his research
focused on the links between institutions, health, geography and economic development.
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AGAINST THE MOTION
Gayle Smith
Senior Fellow at the Center for American Progress and Director of the International Rights and
Responsibilities Program and Energy Opportunity Program
Gayle served as special assistant to the president and senior director for African Affairs at the National
Security Council from 1998-2001, and as senior advisor to the administrator and chief of staff of the U.S.
Agency for International Development from 1994-1998. Smith was based in Africa for over 20 years as a
journalist.
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