MODULO I

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ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM Elaboração: Ana Aline Nunes Morais Graduação: Bacharelado em Enfermagem Especialização: Cursando MBA em Auditoria em Serviços de Saúde E- mail: [email protected] JUNHO DE 2015

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Administração em Enfermagem

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  • ADMINISTRAO EM ENFERMAGEM

    Elaborao: Ana Aline Nunes Morais

    Graduao: Bacharelado em Enfermagem

    Especializao: Cursando MBA em Auditoria em Servios de Sade

    E- mail: [email protected]

    JUNHO DE 2015

  • Sumrio

    PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM .................................................................... 2

    PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS E SUA INFLUENCIA NA ESTRUTURA E

    FUNCIONAMENTO DOS SERVIOS DE SADE ..................................................................... 8

  • 2

    PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM

    O entendimento do trabalho como processo uma construo relativamente

    recente para a Enfermagem. Sua formulao decorrente da teoria marxista, que v

    o trabalho como transformao da matria pela mo do ser humano, num continuum

    dinmico no qual ambos sofrem alteraes.

    Pode-se definir processo de trabalho como a transformao de um objeto

    determinado em um produto determinado, por meio da interveno do ser humano

    que, para faz-lo, emprega instrumentos. Ou seja, o trabalho algo que o ser

    humano faz intencionalmente e conscientemente, com o objetivo de produzir algum

    produto ou servio que tenha valor para o prprio ser humano.

    Para entender melhor o que processo de trabalho, preciso considerar os

    seus componentes: objeto, agentes, instrumentos, finalidades, mtodos e produtos.

    Objeto aquilo sobre o que se trabalha, ou seja, algo que provem

    diretamente da natureza, que sofreu ou no modificao decorrente de outros

    processos de trabalho, e que contem em si a potencialidade do produto ou servio

    em que ir ser transformado pela ao do ser humano.

    Agentes so os seres humanos que transformam a natureza, ou seja, so

    aqueles que, tomando o objeto de trabalho e nele fazendo intervenes, so

    capazes de alter-lo, produzindo um artefato ou um servio. Ou seja, na

    enfermagem os agentes so os enfermeiros, tcnicos e auxiliares de enfermagem.

    Para alterar a natureza, o ser humano emprega instrumentos. s vezes esses

    instrumentos so os prolongamentos das prprias mos, como uma enfermeira que

    emprega uma agulha e seringa para aplicar uma injeo intramuscular. Mas nem

    sempre os instrumentos so tangveis, isto , nem sempre se pode experiment-los

    pelos rgos dos sentidos. Por exemplo, uma enfermeira que aplica uma injeo

    tambm utiliza, como instrumentos, seus conhecimentos sobre Anatomia, Fisiologia,

    Farmacologia, Microbiologia, tica, Comunicao, Psicologia, Semiologia e

    Semiotcnica de Enfermagem, entre outros. Instrumentos no so, portanto, apenas

    os artefatos fsicos de que se utiliza, mas tambm os conhecimentos, habilidades e

    atitudes combinados de maneira peculiar, voltados a uma necessidade especfica

    que aquele sujeito e situao singular apresentam, que determina como ser feito

    esse trabalho. O produto do trabalho de um ser humano pode ser o instrumento de

  • 3

    trabalho de outro ser humano ou dele prprio em momentos diferentes. Por

    exemplo, a seringa foi o produto do trabalho de vrios profissionais e, depois de

    confeccionada, esterilizada e acondicionada, instrumento de trabalho do

    enfermeiro.

    A finalidade do trabalho a razo pela qual ele feito. Por exemplo, quando o

    profissional de enfermagem faz uma das operaes de preparo ou desinfeco de

    material empregado numa retirada de pontos, est atendendo finalidade de prover

    material para o cuidado a ser prestado, mesmo que no processe integralmente o

    material at deix-lo pronto para o novo uso, ou que no faa, ele mesmo, a retirada

    de pontos. s vezes as finalidades so compartilhadas por trabalhos diferentes e

    isto que d o sentido de se trabalhar em equipe.

    Os mtodos de trabalho so aes organizadas de maneira a atender

    finalidade, executadas pelos agentes sobre os objetos de trabalho, empregando

    instrumentos selecionados, de forma a produzir o bem ou servio que se deseja

    obter. No se trata apenas da execuo de movimentos padronizados numa

    sequncia pr-definida por outrem, mas sim de uma ao inteligente, planejada e

    controlada, voltada para um objeto especfico, que dever produzir um resultado

    previamente imaginado pelo agente. O enfermeiro emprega vrios mtodos para,

    por exemplo, assistir um cliente. A Sistematizao da Assistncia de Enfermagem,

    na qual o enfermeiro l as necessidades que o cliente apresenta, emite um

    julgamento sobre o que necessrio providenciar, planeja o que vai ser feito,

    executa ou delega essas aes e avalia seus resultados, um dos mtodos de

    trabalho que so empregados para assistir.

    Finalmente, os produtos de um trabalho podem ser bens tangveis, ou seja,

    artefatos, elementos materiais que se pode apreciar com os rgos dos sentidos, ou

    servios, que no tm a concretude de um bem, mas so percebidos pelo efeito que

    causam.

    O processo de trabalho em sade composto de uma srie de processos de

    trabalho, desempenhados por diversos agentes. Na Enfermagem tambm h mais

    de um processo de trabalho, que pode ou no ser executado concomitantemente.

    So eles: o processo de trabalho Assistir, o processo de trabalho

    Administrar, o processo de trabalho Ensinar, o processo de trabalho Pesquisar e o

  • 4

    processo de trabalho Participar Politicamente. A figura abaixo d uma ideia de

    cada um de seus componentes.

    Componentes

    Processos

    Objeto Agentes Instrumentos Finalidades Mtodos Produtos

    Assistir Cuidado de

    Indivduos, famlia e

    comunidade.

    Enfermeiros,

    tcnicos e

    auxiliares de

    enfermagem.

    Conhecimentos,

    habilidades e

    atitudes que

    compem o

    assistir em

    enfermagem,

    materiais,

    equipamentos,

    espao

    fsico, etc.

    Promover,

    manter e

    recuperar a

    sade.

    Sistematizao

    da

    assistncia e

    procedimentos

    de

    enfermagem.

    Pessoa

    saudvel ou

    morte com

    dignidade.

    Administrar Agentes do

    cuidado e recursos

    empregados no

    assistir em

    enfermagem.

    Enfermeiro. Bases

    ideolgicas e

    tericas de

    administrao

    e prtica de

    gerenciamento

    de recursos.

    Coordenar o

    processo de

    trabalho

    assistir em

    enfermagem.

    Planejamento,

    tomada de

    deciso,

    superviso e

    auditoria.

    planejamento,

    tomada de

    deciso,

    superviso e

    auditoria

    Ensinar Indivduo que quer

    tornar-se,

    desenvolver-se

    como profissional

    de enfermagem.

    Aluno e

    professor de

    enfermagem.

    Teorias, mtodos

    e

    recursos de

    ensino-

    aprendizagem.

    Formar,

    treinar e

    aperfeioar

    recursos

    humanos de

    enfermagem.

    Ensino formal,

    supervisionado

    por rgos

    de classe e da

    educao.

    Enfermeiros,

    tcnicos,

    auxiliares de

    enfermagem,

    especialistas,

    mestres,

    doutores, etc.

    Pesquisar Saber em

    Enfermagem.

    Enfermeiro. Pensamento

    crtico e

    filosofia da

    cincia.

    Descobrir

    novas e

    melhores

    formas de

    assistir,

    gerenciar,

    ensinar

    e pesquisar

    em

    enfermagem.

    Mtodos

    qualitativos e

    quantitativos

    de pesquisa.

    Novos

    conhecimentos

    e

    novas dvidas.

    Participar

    Politicamente

    Fora de trabalho

    em enfermagem e

    sua

    representatividade.

    Profissionais

    de

    enfermagem

    e outros

    Conhecimentos

    de

    Filosofia,

    Sociologia,

    Conquistar

    melhores

    condies

    para operar os

    Negociao e

    conflito.

    Poder,

    reconhecimento

    social e

  • 5

    O processo de trabalho assistir ou cuidar em Enfermagem tem como objeto o

    cuidado demandado por indivduos, famlias, grupos sociais, comunidades e

    coletividades.

    Os agentes desse cuidado autorizados legalmente a pratic-lo em nosso pas

    so o enfermeiro, o tcnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira.

    Outras pessoas podem cuidar de seres humanos que demandam cuidados, com a

    mesma finalidade promover, manter e recuperar a sade, mas no estaro

    fazendo o processo de trabalho assistir em Enfermagem porque, para isso, preciso

    dominar seus instrumentos e mtodos, o que apenas os profissionais de

    enfermagem, em graus de complexidade diferentes, so capazes de fazer. Esses

    instrumentos so os conhecimentos, habilidades e atitudes que compem o assistir

    em enfermagem, mais os materiais, os equipamentos, o espao fsico e todas as

    condies materiais necessrias para o cuidado se efetivar.

    Os mtodos do processo de trabalho assistir em enfermagem so a

    sistematizao da assistncia e os procedimentos e tcnicas de enfermagem. Seu

    emprego resulta na produo de pessoas saudveis (observando-se o conceito de

    sade como desenvolvimento de potencialidades do ser humano em harmonia com

    o meio-ambiente, segundo as diversas fases do seu ciclo vital) e/ou a morte com

    dignidade.

    O processo de trabalho administrar ou gerenciar em Enfermagem tem como

    objeto os agentes do cuidado e os recursos empregados no assistir em

    enfermagem. Por causa disso, muitos profissionais de enfermagem consideram que

    este fazer deve ter sua importncia diminuda(5), pois se acostumaram a ouvir e a

    repetir que a Enfermagem deve se ocupar apenas do cuidar. No entanto, no h

    atores sociais

    com quem se

    relacionam.

    Economia,

    Histria e

    Cincia Poltica;

    argumentao,

    dilogo,

    presso poltica,

    manifestao

    pblica e

    rompimento de

    contratos.

    outros

    processos de

    trabalho.

    conquista de

    condies

    favorveis

    para operar os

    processo

    de trabalho.

  • 6

    cuidado possvel se no houver a coordenao do processo de trabalho assistir em

    enfermagem, finalidade do processo administrar(6).

    Outra razo pela qual h tanto mal estar quando se aborda o processo de

    trabalho administrar, porque ele tem como agente o enfermeiro, o nico

    profissional que domina os mtodos empregados nesse processo, que so o

    planejamento, a tomada de deciso, a superviso e a auditoria. Mesmo o tcnico de

    enfermagem, que pode auxiliar o enfermeiro nesse fazer porque recebeu informao

    para isso, no formado para administrar e sim para prtica do gerenciamento dos

    recursos empregados para o assistir em enfermagem, instrumentos desse processo.

    O processo de trabalho ensinar em Enfermagem tem dois agentes o aluno e

    o professor de enfermagem. Seu objeto so os indivduos que querem se tornar

    profissionais de enfermagem ou aqueles que, j sendo profissionais, querem

    continuar a se desenvolver profissionalmente. Para efetiv-lo, os agentes exercitam

    as teorias, mtodos e recursos de ensino-aprendizagem, empregados como

    instrumentos para atender finalidade de formar, treinar e aperfeioar recursos

    humanos de enfermagem. Os mtodos empregados nesse processo so os

    concernentes ao ensino formal, supervisionados pelos rgos de classe da

    Enfermagem e pelos rgos competentes da Educao. Os produtos desse

    processo so auxiliares de enfermagem, tcnicos de enfermagem, enfermeiros,

    especialistas, mestres e doutores em Enfermagem.

    O processo de trabalho pesquisar em Enfermagem tambm tem como agente

    exclusivo o enfermeiro, porque apenas esse profissional de enfermagem tem

    formao em Metodologia de Pesquisa Cientfica. Para tanto, ele aprende mtodos

    quantitativos e qualitativos da pesquisa e emprega o pensamento crtico e a filosofia

    da cincia como instrumentos. Seu objeto o saber j disponvel em Enfermagem e

    as lacunas existentes nesse saber, sobre o qual ele atua com a finalidade de

    descobrir novas e melhores formas de assistir, administrar, ensinar e pesquisar em

    enfermagem. Os produtos desse processo so novos conhecimentos, que podem

    ser empregados para compreender e modificar o trabalho dos profissionais de

    enfermagem, e tambm novas dvidas, que mantm sempre em funcionamento o

    processo de trabalho pesquisar em enfermagem.

    importante ressaltar que esses quatro processos de trabalho no so

    estanques. Um se relaciona com o outro e ocorrem, por vezes, simultaneamente.

  • 7

    Embora alguns agentes se envolvam mais com um ou outro ao longo da vida, todos

    deles se beneficiam, principalmente se a coexistncia entre os quatro processos

    puder somar efetividade, eficincia e eficcia a todos eles. A isso se chama sinergia,

    o que torna o processo de trabalho em Enfermagem, como um todo, muito mais til

    sociedade a quem serve.

    Alm desses quatro processos de trabalho, h o processo de trabalho

    participar politicamente, parcamente descrito na literatura cientfica disponvel. Por

    sua natureza, ele permeia todos os outros processos e, muitas vezes est presente

    sem que o profissional de enfermagem dele tome conhecimento. H aqueles que se

    dizem apolticos, pois declaram trabalhar sem professar crenas, servir a ideologias

    ou fazer proselitismo. Este um engano frequente. Participar politicamente no

    significa necessariamente filiar-se a um rgo de classe, organizaes que se

    dedicam defesa dos direitos civis ou a um partido poltico. Todo julgamento moral

    e atitude que lhe corresponda uma forma de participao poltica, sem o qu no

    possvel estar no mundo em sociedade.

    Assim, os agentes desse processo so os profissionais de enfermagem e os

    outros atores sociais com quem se relacionam quando opera seus outros processos

    de trabalho ou quando se insere no macro processo de trabalho em sade. Ao

    aceitar condies de trabalho desfavorveis, como dupla ou tripla jornada ou a

    precarizao dos contratos de trabalho, por exemplo, o profissional de enfermagem

    pactua com a ideologia de que os interesses do capital esto acima dos interesses

    da sade dos indivduos, famlias, grupos sociais, comunidades e coletividades a

    serem cuidados, inclusive dele prprio e assim participa politicamente.

    Operar conscientemente os processos de trabalho em Enfermagem

    condio indispensvel para a garantia da qualidade de seus produtos e realizao

    profissional de seus agentes.

  • 8

    PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS E SUA INFLUENCIA NA ESTRUTURA E

    FUNCIONAMENTO DOS SERVIOS DE SADE

    Na enfermagem, como em outras profisses, o enfermeiro incorpora, em sua

    formao profissional, o saber de vrias cincias. Dentre elas, a cincia da

    administrao contribui com uma parcela que se concretiza, principalmente, na

    administrao do pessoal de enfermagem.

    Considerando o servio de enfermagem (S.E) como um grupo organizado de

    pessoas, onde grande o nmero, a complexidade e a diversidade das atividades

    realizadas, evidente a necessidade da diviso e distribuio do trabalho entre os

    seus elementos, bem como do estabelecimento do padro de relao entre eles.

    Com isso os esforos so coordenados para o alcance do objetivo proposto, que a

    prestao da assistncia de enfermagem. Para tanto, precisa haver a definio da

    estrutura organizacional do S.E.

    Normalmente, quando se fala em estrutura, se pensa na estrutura formal da

    organizao, que a estrutura planejada, formalizada oficialmente, aquela que est

    no papel. Determina quem faz o que e onde nas organizaes, assim como

    evidencia as relaes de autoridade e poder existente entre os componentes

    organizacionais.

    Entretanto, qualquer pessoa, que faa ou tenha feito parte de uma

    organizao que no foram planejados formalmente, mas que emergem espontnea

    e naturalmente de interaes e relacionamentos sociais entre pessoas que ocupam

    posies na organizao formal. Exemplificando: uma estrutura considerada

    informal quando funcionrios de diferentes unidades do hospital se encontram e

    trocam informaes sobre assuntos da instituio, sem passar atravs de linhas

    formais de comunicao, ou ainda quando um subordinado influi na deciso do

    chefe de forma sistemtica, devido ao relacionamento de amizade existente entre

    eles.

    A estrutura informal, muitas vezes, surge pelo fato de a estrutura formal agir

    lentamente as mudanas, aparecendo ento relaes no estabelecidas, para

    enfrentar situaes decorrentes das mudanas. Dessa maneira, a estrutura informal

    pode ser capaz de contornar os problemas que no esto sendo resolvidos a

    contento pela estrutura formal. No entanto, a estrutura informal pode agir, tambm,

  • 9

    opondo-se aos objetivos organizacionais, quando esses forem prejudiciais aos

    interesses do grupo.

    1. ASPECTOS RELATIVOS ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

    Na definio da estrutura organizacional do S.E., devem ser considerados: a

    filosofia e os objetivos do S.E., o volume e a complexidade das atividades a serem

    executadas, os recursos disponveis e as caractersticas desejveis na estrutura.

    Um conjunto de aspectos considerados na estrutura, dependendo do grau e

    da forma em que aparecem, que vai caracteriza-la provocando as diferenas na

    estrutura de cada organizao.

    Esse conjunto de aspectos compreende: a diviso do trabalho e

    especializao, hierarquia, autoridade e responsabilidade, amplitude da superviso,

    centralizao e descentralizao e formalizao.

    1.1 Diviso do trabalho e especializao

    Como forma de diviso do trabalho encontra-se a especializao, que pode

    ocorres em dois sentidos: horizontal e vertical.

    Especializao horizontal

    Tambm conhecida como departamentalizao e processo funcional,

    corresponde especializao de atividades e de conhecimento acarretando um

    maior nmero de rgos no mesmo nvel hierrquico.

    Fig. 1 Especializao Horizontal

  • 10

    Especializao vertical

    Tambm denominada processo escalar, ocorre quando na organizao se

    verifica a necessidade de aumentar a qualidade da superviso, acrescentando mais

    nveis hierrquicos de superviso na estrutura. Est relacionada autoridade e

    responsabilidade.

    Fig. 2 Especializao vertical

    1.2 Hierarquia

    Est relacionada com a especializao vertical, que divide a organizao em

    camadas ou nveis de autoridade, tendo como os superiores certo tipo de autoridade

    sobre os subordinados. medida que se sobe na escala hierrquica, aumenta a

    autoridade do ocupante do cargo.

    1.3 Autoridade e responsabilidade

    A distribuio da autoridade e da responsabilidade entre os elementos dos

    diversos nveis da estrutura representada pela hierarquia da estrutura formal. Na

    concepo clssica, a autoridade o poder de comandar subordinado realizao

    dos objetivos propostos.

    1.4 Amplitude da superviso

  • 11

    Compreende o nmero de subordinados que uma pessoa pode supervisionar

    com eficincia. A amplitude da superviso varia de acordo com a situao,

    dependendo de fatores como similaridade das funes, proximidade fsica,

    complexidade do trabalho, competncia dos subordinados, grau necessrio de

    superviso direta. Quanto maior a amplitude, maior o nmero de subordinados.

    1.5 Centralizao e descentralizao

    Centralizao e descentralizao referem-se principalmente ao grau de

    delegao de tomada de deciso aos nveis mais baixos da organizao.

    Como vantagens da centralizao, considera-se que as decises so

    tomadas por quem tem uma viso geral da organizao, criando uniformidade nas

    decises, alm de estas serem tomadas por pessoas geralmente mais preparadas

    para isso. Como desvantagens encontram-se sobrecarga da cpula hierrquica,

    demora nas decises, frustraes e, s vezes, decises desvinculadas da realidade.

    Como vantagens da descentralizao, encontram-se a maior rapidez na

    tomada de decises e a deciso de problemas por quem os vivencia. Como

    desvantagem: falta de uniformidade nas decises, o despreparo do pessoal para a

    tomada de deciso e a falta de viso global da organizao.

    O S.E. que possuem na sua estrutura um grande nmero de nveis

    hierrquicos, apresentam srios problemas em relao a velocidade da tomada de

    decises, chegando a uma situao tal que, quando a deciso tomada, ela j no

    se aplica a situao que a gerou.

    1.6 Formalizao

    A formalizao prescreve como, quando e por quem as atividades devero

    ser executadas. Representa o uso de normas na organizao e corresponde ao grau

    em que normas, instrues e comunicaes esto escritos. A formalizao nos S.E.

    pode ser feita pela descrio de cargos e funes, de normas e rotinas, da

    padronizao de procedimentos e pelas escalas de distribuio de pessoal.

    2. TIPOS DE ESTRUTURA

  • 12

    Os tipos de estrutura de organizao podem ser aplicados atravs das teorias

    de administrao. So classificadas em trs tipos bsicos: estrutura de organizao

    funcional, estrutura de organizao linear e estrutura de organizao linha-

    assessoria (ou linha-staff).

    2.1 Estrutura de organizao funcional

    o tipo de estrutura que tem como base a superviso funcional proposta

    por Taylor (Administrao cientfica), que aplica o princpio da especializao das

    funes.

    Apresenta como caracterstica a autoridade funcional, que relativa e

    baseada na especializao, a negao do princpio da unidade de comando, a

    utilizao de linhas diretas de comunicao e a descentralizao das decises.

    Vantagens: proporciona a especializao nos diversos rgos ou cargos da

    organizao; permite melhor superviso tcnica; desenvolve comunicaes diretas.

    Desvantagens: Nem sempre feito o que solicitado; subordinao mltipla,

    levando os rgos ou cargos a no saberem q quem recorrer para resolver

    determinados problemas e tendncia a concorrncia entre especialidades.

    Fig. 3 Estrutura de organizao funcional

    2.2 Estrutura e organizao linear

    Constitui a forma estrutural mais simples, e foi concebida por Fayol (Teoria

    Clssica). A denominao linear se deve ao fato de que entre o superior e os

    subordinados existem linhas diretas e nicas de autoridade e responsabilidade.

  • 13

    Na organizao linear seguido rigidamente o princpio da hierarquia,

    determinando os chamados rgos de linha. Nesse tipo de estrutura h

    centralizao das decises no topo da hierarquia. Tem como desvantagens rigidez e

    inflexibilidade da organizao.

    Fig. 4 Estrutura de organizao linear.

    2.3 Estrutura de organizao linha-assessoria

    Para o aconselhamento e recomendaes aos rgos de linha, Fayol props

    rgos staff ou de assessoria, que no obedecem aos princpios da hierarquia e da

    autoridade de comando, dando origem a esse tipo de estrutura, que busca

    incrementar as vantagens das estruturas linear e funcional e reduzir suas

    desvantagens.

    Na organizao linha-assessoria, existem rgos de linha (rgos de

    execuo) e de assessoria (rgos de apoio) mantendo relaes entre si.

    considerada uma fuso da estrutura linear coma funcional, com predomnio da

    primeira. Permite a manuteno da hierarquia (linha) e de especializao (staff) que

    fornece os servios de assessoria e consultoria.

    Nesse tipo de estrutura, podem ocorrer conflitos entre os rgos de linha e de

    assessoria, uma vez que o assessor no tem autonomia linear sobre os executores.

    Ele apenas sugere, opina, mas no manda.

  • 14

    Fig. 5 Estrutura de organizao linha-acessoria

    2.4 Estrutura matricial

    Dentre as estruturas inovativas, encontra-se a estrutura matricial, que tem

    como base a departamentalizao matricial, que a utilizao simultnea de dois ou

    mais tipos de departamentamentalizao sobre os mesmos membros de uma

    organizao por programas ou por projetos. Apareceu como uma soluo devido

    inadequao da estrutura funcional para as atividades integradas, isto , aquelas

    que para serem realizadas exigem interao entre as reas funcionais.

    Apresenta como caractersticas:

    Baixo nvel de formalizao, pois ambientes dinmicos trazem tantos

    aspectos novos que tornam invivel detalhar as atividades de cada

    funo;

    Dupla ou mltipla subordinao, uma vez que determinado especialista

    responde ao mesmo tempo ao gerente da rea tcnica qual est

    alocado e ao gerente do projeto para o qual est prestando servio;

    Diversificao elevada, pois a alta taxa de mudana dificulta a

    especializao (o profissional deve conhecer um nmero maior de

    reas tcnicas, embora no seja to especializado em cada uma

    delas);

    Comunicao horizontal e diagonal, uma vez que elementos de reas

    diferentes discutem problemas sem que a comunicao passe atravs

    dos nveis hierrquicos (comunicao), podendo ocorres de um

  • 15

    elemento comunicar-se diretamente com um gerente de outra rea,

    que pode ter nvel hierrquico superior ao seu.

    A estrutura matricial est comeando a receber ateno por arte dos servios

    de enfermagem. Entretanto, ainda identificamos a maioria das estruturas

    organizacionais dos S.E. dentro das estruturas tradicionais.

    Fig. 6 Estrutura matricial.

  • 16

    REFERNCIAS

    SANNA, M. C. Os processos de trabalho em Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Braslia, v. 60, n. 2, p. 221-224, mar - abr. 2007.

    KURCGANT, P. Administrao em Enfermagem. So Paulo, E.P.U., 1991. cap. 3,

    p.23-39.