MogiGuaçu

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TRABALHO Levantamento de dados município de DISCENTES Francisco Augusto da Silva Sanches RA: 20101257 1 CURSO: Engenharia Civil DISCIPLINA: Análise e Gestão Ambiental DOCENTE: prof. Dr. Jefferson Nascimento Ilha Solteira, julho de 2015

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Caracteristicas da água do município de Mogi Guaçu

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TRABALHO

Levantamento de dados

município de Mogi Guaçu

DISCENTES :

Francisco Augusto da Silva Sanches

RA: 201012571201013381

CURSO: Engenharia Civil

DISCIPLINA: Análise e Gestão Ambiental

DOCENTE: prof. Dr. Jefferson Nascimento

Ilha Solteira, julho de 2015

SUMÁRIO

1 Introdução.....................................................................................................................................2

2 Objetivo.........................................................................................................................................2

3 Saneamento Básico – Água, Esgoto e Drenagem..................................................................2

3.1 Histórico................................................................................................................................2

3.2 ETA........................................................................................................................................3

3.3 Água e esgoto......................................................................................................................3

3.4 Drenagem.............................................................................................................................4

3.5 Atlas de saneamento...........................................................................................................5

4 Condições Socioeconômicas.....................................................................................................5

4.1 Economia..............................................................................................................................6

4.2 Empresas..............................................................................................................................6

4.3 Ensino e Alfabetização........................................................................................................7

4.4 Indicadores...........................................................................................................................7

5 Influência do córrego dos Macacos no rio Mogi Guaçu.........................................................7

6 Águas subterrâneas....................................................................................................................9

6.1 Características hidroquímicas do aquífero Itararé..........................................................9

6.2 Reservas explotáveis..........................................................................................................9

7 Bibliografia..................................................................................................................................10

8 ANEXO 1....................................................................................................................................11

1

1 INTRODUÇÃO

Para compreendermos os impactos ambientais e sociais que uma obra

específica possa vir causar, é necessário conhecermos as áreas de influência dessa

obra, bem como as características atuais e passadas dessas áreas, para que

possamos realizar uma análise desses impactos em tais áreas.

Assim, dentro do quadro da obra de Interligação entre as Represas Jaguari

(Bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do PCJ), vamos considerar as áreas de

influência indireta (AII), no caso do presente estudo, consideramos a AII que

corresponde ao município de Mogi Guaçu, no estado de São Paulo. Tornando-se

necessário o conhecimento das características relacionadas aos recursos hídricos e

sociais desse município em questão.

2 OBJETIVO

O objetivo desse presente estudo concentra-se em coletar dados e analisar

fatores que possibilitem a compreensão do saneamento básico (abastecimento,

esgoto e drenagem), condições de qualidade das águas, condições

socioeconômicas referentes ao município de Mogi Guaçu. Podendo ser

apresentados outros assuntos que sejam pertinentes ao melhor entendimento dos

parâmetros citados.

3 SANEAMENTO BÁSICO – ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM

Segundo dados do SEADE, Mogi Guaçu/SP apresenta abastecimento de

água potável em 31966 dos 33810 domicílios (94,55%) e esgotamento sanitário em

31585 (93,42%) (IBGE, 2002). Como informação complementar, procura-se trazer

dados relevantes como histórico do atual sistema de abastecimento, Estação de

Tratamento de Água (ETA), além de informações de Água, Esgoto e Drenagem.

3.1 HISTÓRICONo município de Mogi Guaçu, até o ano de 1966 a água era captada na

nascente de uma chácara local e bombeada para o reservatório localizado onde hoje

é a ETA. Em seguida, a água era distribuída pela cidade até próximo à Praça da

Bíblia (local do cemitério), sem nenhum tratamento.

2

Em 1967, foi elaborado um projeto para criação do Departamento de Água e

Esgoto, com a finalidade de tratar a água do município e atender toda a população.

Para o projeto, estimou-se o crescimento da cidade em 20 anos.

Em 1973 foi criado o SAMAE (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto

de Mogi Guaçu) com a finalidade de “estudar, projetar e executar, diretamente ou

mediante contrato com organizações especializadas em Engenharia Sanitária, as

obras relativas à construção ou remodelação dos sistemas públicos de

abastecimento de água potável e de esgotos sanitários, bem como administrar,

operar, manter conservar e explorar diretamente os serviços de água e esgoto

sanitários, lançar, fiscalizar e arrecadar as tarifas dos serviços de água e esgoto.”

3.2 ETAA captação de água para a ETA de Mogi Guaçu é feita em dois pontos do Rio

Mogi Guaçu. O volume é de 2200 a 2400 m³/h enviados para o tratamento.

A ETA é composta por nove câmaras de floculadores (para agitação dos

flóculos para decantação); quatro decantadores (para o processo de decantação dos

flóculos) e sete filtros de duas câmaras cada (com camadas de areia de certa

granulometria para a melhor filtragem possível). Além disso, a ETA tem capacidade

de armazenamento e estocagem de 5600 m³.

As etapas do processo de tratamento de água são acompanhadas de hora

em hora, 24 horas por dia. As análises físico-químicas e bacteriológicas exigidas

pela portaria nº 1469 são todas efetuadas. Além disso, diariamente são realizados

análises da água distribuída para o abastecimento público.

3.3 ÁGUA E ESGOTOO manancial é classificado, segundo a CONAMA, como classe 2: “águas que

podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento

convencional”.

O relatório da qualidade da água, disponibilizado pelo SAMAE, traz os

parâmetros para análise e também seus limites segundo a portaria 2.914/2011.

Cada um dos parâmetros é analisado tanto para a água disponível na ETA quanto

para a água disponível na Rede (em ambos os casos, analisa-se Mogi Guaçu e o

distrito Martinho Prado Júnior).

3

É notório, após a análise, que todos os parâmetros estão de acordo com os

limites estabelecidos pela portaria. A tabela mais recente disponível (Fevereiro de

2015) está em anexo neste trabalho (Anexo 1).

3.4 DRENAGEMO Plano de Drenagem de Mogi Guaçu, proposto em Dezembro de 2011, tem

um horizonte de 20 anos e deverá ser revisado a cada 4 anos (e avaliado

anualmente). Para este trabalho, procura-se trazer os pontos mais relevantes do

projeto, visando sempre comparar o sistema atual com o sistema projetado.

Deste projeto, tem-se como objetivo o controle das águas pluviais

precipitadas na área urbana, buscando o equilíbrio entre absorção, retenção e

escoamento e também a contribuição para a proteção dos recursos naturais do

município.

O estudo para o Plano de Drenagem constata que em razão da urbanização e

do tipo de solo e relevo, há a concentração de altas vazões em poucos cursos

d’água. Assim, há a necessidade de controle de processos erosivos induzidos pelo

escoamento em rios e canais. Ademais, o Plano de Drenagem faz a devida análise

climatológica e hidrológica que permite a correta avaliação das cheias para

dimensionamento de sistemas de drenagem.

O programa para ampliação/melhoria e adequação dos dispositivos de

drenagem urbana compreende:

Reconstituição do canal original do Córrego do Ipê

Obra: Reconstituir o canal existente em terra com revestimento vegetal

nas vargens. O período de retorno para a vazão estimado em 100

anos.

Reforço de Travessias

Obra: Reforço de diversas travessias já existentes no município, com

período de retorno estimado em 100 anos.

Substituição de Galerias

Obra: Substituição das galerias existentes por uma ponte.

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Adequação da Barragem e Extravasor

Obra: Adequação do extravasor à vazão de cheia com período de

retorno de 100 anos.

Desassoreamento das represas do Jardim dos Lagos

Revestimento em concreto para canal, visando aumento de

capacidade.

Ampliação de linhas coletoras.

Canalização do Córrego dos Macacos (canalização a céu aberto, com

período de retorno de 25 anos).

3.5 ATLAS DE SANEAMENTOSegundo o Atlas de Saneamento de 2011, divulgado pelo IBGE, o município

de Mogi Guaçu apresenta percentual de 100% de água tratada com mais de 30000

m³ de água distribuída por dia.

Ademais, para a Rede de Esgoto, o município coleta mais de 4135 m³ e trata

menos de 20% do esgoto. É interessante também constatar, apenas para efeito

informativo, que o município coleta de 10,1 a 120 t de lixo por dia, destinado para um

aterro controlado.

Por fim, no que se refere ao manejo de águas pluviais, a drenagem do

município é qualificada como “Muito boa” (melhor classificação disponível no

trabalho).

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4 CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS

Figura 1:Localização de Mogi Guaçu no Estado de São Paulo. Fonte : wikipedia.org

Mogi Guaçu é um município situado no interior do Estado de São Paulo.

Localizado a 166 km da capital, o município tem área de 812,75 km² e altitude média

de 617 m. Segundo o IBGE, a população estimada em 2014 é de 146114 habitantes,

enquanto a população de 2010 era de 137245 habitantes.

Figura 2: Situação da oferta de água. Fonte : atlas.ana.gov.br

4.1 ECONOMIA

A economia da cidade é voltada à agricultura, pecuária e atividade industrial.

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Agricultura : destacam-se as culturas de tomate, laranja, cana de

açúcar e algodão. Segundo o site do município, o tomate “de mesa ou

estaqueado”, cultivado no primeiro semestre, ocupa o segundo lugar

na produção do estado. Além disso, a produção de laranja é maior em

relação à média do estado (2,5 caixas/pé x 2,0 caixas/pé), já que nesta

cidade se encontra a maior fazenda de Citros da América Latina.

Indústrias : os setores de metalurgia, celulose e papel, alimentos e

cerâmica são fortes no município. Além destes, cita-se a Construção

Civil, já que este é o setor que mais emprega.

4.2 EMPRESAS

Segundo o IBGE e seu Cadastro Central de Empresas (2013), existem 4469

empresas atuantes (sendo 4651 unidades locais). O pessoal assalariado é de 39120

pessoas, e o salário médio mensal é 2,9 salários mínimos.

4.3 ENSINO E ALFABETIZAÇÃO

Para o Ensino Fundamental, somam-se 18.033 matrículas para o Ensino

Fundamental e 6.231 para o Ensino Médio. 122.455 pessoas (89,22% da população

residente) são consideradas alfabetizadas (IBGE, 2012);

4.4 INDICADORES

O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), atribuído em 2010

pelo IBGE, é 0,774. O PIB per capita a preços correntes em 2012 é de R$22.979,70

(considerando um PIB de R$3.107.953.445 mil). O Índice de Gini (coeficiente que

mede, dentre outros, distribuição de renda) é de 0,39 (dados do IBGE).

5 INFLUÊNCIA DO CÓRREGO DOS MACACOS NO RIO MOGI GUAÇU

A bacia do rio Mogi Guaçu é considerada uma das mais importantes bacias

do leste do Estado de São Paulo, com aproximadamente três milhões de habitantes,

infelizmente essa área se encontra como uma daquelas que apresentam escassez

de água. No entanto, é importante salientarmos que além da escassez hídrica temos

o problema da qualidade da água pela contaminação de mananciais devido ao

lançamento de esgoto dos principais municípios, dentre os quais se destaca o

município de Mogi Guaçu.

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Dentro do quadro de carga de poluentes que os principais rios brasileiros

recebem, vale destacar a descarga causada pelos principais contribuintes do rio,

principalmente aqueles que atravessam áreas urbanas. Nesse contexto, vamos

mostrar a influência do Córrego dos Macacos, um curso d’água que atravessa a

área urbana do município de Mogi Guaçu, ele apresenta problemas relacionados à

qualidade da água.

Os locais de amostragem que geram os resultados que serão apresentados

correspondem a cinco pontos. Sendo quatro no rio Mogi Guaçu:

PM1 e PM2: a 5 e 100 m a montante da confluência do rio Mogi Guaçu com o

Córrego dos Macacos;

PJ1 e PJ2: a 5 e 100 m a jusante da confluência do rio Mogi Guaçu com o

Córrego dos Macacos.

Um ponto no Córrego dos Macacos:

PCM: a 5 m da confluência com o rio Mogi Guaçu.

As amostras de água utilizadas na análise química foram coletadas no período

de julho a gosto de 2006. Sendo os seguintes parâmetros avaliados: demanda

bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), oxigênio

dissolvido (OD), sólidos totais dissolvidos (STD), coliformes fecais e fósforo total.

Para uma maior facilidade de interpretação dos dados, os valores a serem

mostrados a seguir consentirão na média aritmética dos valores obtidos com as

amostragens mencionadas acima, durante o período de julho a gosto de 2006. A

tabela a seguir usa como base os valores apresentados na Avaliação da influência

do córrego dos Macacos na qualidade da água do Rio Mogi Guaçu, no município de

Mogi Guaçu – SP (Madruga, 2008).

Tabela 1: Valores de concentração de poluentes no rio Mogi Guaçu e no Córrego dos Macacos, no município de Mogi Guaçu, entre julho e agosto de 2006.

Poluente Unidades PM1 PM2 PJ1 PJ2 PCM

STD mg/L 18 19 27,4 28,8 49

DQO mgO²/L 11,67 11,67 16,5 17,5 25,17

OD mgO²/L 5,44 5,40 5,19 5,22 3,87

DBO mgO²/L 0,33 0,32 0,56 0,69 2,46

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Coliforme

s

NMP/100mL 2904 2866 3512 3462 4408

Fósforo Mg/L 0,047 0,075 0,11 0,10 0,19

Os valores apresentados na tabela acima mostram claramente a degradação

da qualidade das águas do Rio Mogi Guaçu a partir da confluência com o Córrego

dos Macacos, a qualidade química do rio chega a estar fora dos padrões permitidos

pela CONAMA, para rios de classe 2, com relação ao parâmetro de oxigênio

dissolvido e fósforo.

De acordo com Madruga (2008), a resolução CONAMA 357/2005 estabelece

um limite mínimo para OD de 5,0 mg O²/L, para rios de classe 2. Assim, o córrego

dos Macacos não atende as exigências dessa resolução. A concentração média do

teor de fósforo observada no córrego dos Macacos provoca um aporte de fósforo no

rio Mogi Guaçu de aproximadamente 1,8 kg ao dia.

Fica claro assim a influência do Córrego dos Macacos na qualidade hídrica do

Rio Mogi Guaçu, de acordo com Madruga (2008), verifica-se que a degradação do

córrego dos Macacos se dá ao longo de seu percurso, pelo lançamento de esgotos

clandestinos, pois na nascente a água apresenta-se boa e de qualidade.

6 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

6.1 CARACTERÍSTICAS HIDROQUÍMICAS DO AQUÍFERO ITARARÉ

Este aquífero está representado pelos poços situados nos municípios de Mogi

Mirim e Mogi Guaçu, sendo os dados apresentados a seguir referentes aos 45 poços

dos 77 catalogados nesse aquífero.

Aqui as águas apresentam uma composição mais heterogênea. O valor médio

de pH é de 6,72, o que indica um estado muito próximo da neutralidade, podendo os

valores, no entanto, variar entre 5 e 9. A concentração de sólidos dissolvidos indica

baixa salinidade das águas com valor médio de 142 mg/L, mínimo de 16,6 mg/L e

máximo de 330,7 mg/L.

Os dados apresentados confirmam a natureza paleozoica desse aquífero, a

variação química reflete a influência das águas de recarga na maioria dos poços.

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Com isso, as águas, em sua grande parte, apresentam pH neutro e baixa

concentração de sólidos totais dissolvidos.

6.2 RESERVAS EXPLOTÁVEIS

Costuma-se considerar que as reservas explotáveis (volumes anuais que

podem ser extraídos dos aquíferos, sem comprometimento do equilíbrio

hidrodinâmico destes) devem ser representadas por 1/3 das reservas renováveis.

Isto equivale a dizer que, em cada área de 1 km² dos domínios de Itapira,

Mogi Mirim e Mogi Guaçu, se poderá captar, com grau de segurança elevado, água

subterrânea com uma vazão média de 7 m³/h por poço (em regime de 24 h/dia) ou

21 m³/h (em regime de 8h/dia) (Kiang, 2003).

7 BIBLIOGRAFIA

(05 de 07 de 2015). Fonte: site da SAMAE MOGI GUAÇU:

www.samaemogiguaçu.com.br

(04 de 07 de 2015). Fonte: site do INSTITUTO BRASILEIRO DA GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=353070

(05 de 07 de 2015). Fonte: site da PREFEITURA DE MOGI GUAÇU:

http://www.mogiguacu.sp.gov.br/v2/cidade.php

(04 de 07 de 2015). Fonte: site do SEADE:

produtos.seade.gov.br/produtos/anuario/2001/sne/sne2001_02.xls

(05 de 07 de 2015). Fonte: site do Ministério do Meio Ambiente:

http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf

(04 de 07 de 2015). Fonte: site da Agência Nacional de Águas: atlas.ana.gov.br

Guaçu, P. d. (2011). Plano de Drenagem do Município de Mogi Guaçu. Mogi Guaçu:

Instituto Brasil Cidade.

IBGE. (2011). Atlas de saneamento 2011. Rio de Janeiro.

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Kiang, C. H. (2003). Aspectos hidrogeológicos e hidroquímicos das regiões dos

municípios de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Itapira no Estado de São Paulo.

Artigo. Rio Claro, SP: UNESP.

Madruga, F. V. (2008). Avaliação da influência do córrego dos Macacos na

qualidade da água do Rio Mogi Guaçu, no município de Mogi Guaçu – SP.

Artigo. Rio Claro, SP: UNIPINHAL.

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8 ANEXO 1

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