Momentos de Inércia de Superfícies - Professor | PUC...

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1 PUC Goiás Curso: Engenharia Civil Disciplina: Mecânica dos Sólidos Turma:----------- Corpo Docente: Geisa Pires Plano de Aula Data: ------/--------/---------- Leitura obrigatória Mecânica Vetorial para Engenheiros, 5ª edição revisada, Ferdinand P. Beer, E. Russell Johnston, Jr. Editora Pearson CAPÍTULO 9 Forças Distribuídas: Momento de Inércia 1. Introdução No cap. 5 analisamos vários sistemas de forças distribuídas sobre superfícies ou sólidos. Os principais tipos de força que consideramos foram pesos de placas homogêneas de espessura uniforme, cargas distribuídas em vigas e forças hidrostáticas. Em todos os casos considerados, as forças distribuídas eram proporcionais às áreas ou volumes elementares a elas associados. A resultante dessas forças podiam ser obtidas somando as correspondentes áreas e volumes. Na primeira parte deste capítulo consideraremos forças distribuídas F cujos módulos dependem da área A do elemento de superfície em que atuam e da distância desse elemento a um dado eixo. Mais precisamente, o módulo da força por unidade de área, A F / , variará linearmente com a distância ao eixo. Como veremos na próxima seção, forças desse tipo são encontradas no estudo da flexão de vigas e em problemas que envolvem superfícies submersas não-retangulares. Supondo que as forças elementares estejam distribuídas sobre uma superfície de área A e que variem linearmente com a distância y ao eixo x, verificaremos que, embora o módulo da resultante R dependa do momento de primeira ordem ydA Q X da superfície de área A, a localização do ponto de aplicação de R depende do momento de segunda ordem ou momento de inércia, dA y I X 2 , da mesma superfície, com relação ao eixo x. Aprenderemos então a calcular os momentos de inércia de várias superfícies com relação a eixos x e y dados. Faremos ainda a utilização do teorema dos eixos paralelos para determinar o momento de inércia em relação a um eixo qualquer quando se conhece o momento de inercia em relação ao eixo que passa pelo centróide. Na última parte deste capítulo analisaremos a transformação dos momentos de inércia pela rotação dos eixos coordenados. Momentos de Inércia de Superfícies 2. Momento de Segunda Ordem ou Momento de Inércia de uma Superfície Na primeira parte deste capítulo consideraremos forças distribuídas F proporcional ao elemento de área A na qual elas agem e que variam linearmente com a distância de A a um certo eixo, A ky F . O módulo da resultante R das forças elementares F sobre uma seção inteira é ydA k kydA R Essa última integral obtida é conhecida como momento de primeira ordem Qx da seção em relação ao eixo x. O módulo M do momento fletor

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PUC – Goiás

Curso: Engenharia Civil

Disciplina: Mecânica dos Sólidos Turma:-----------

Corpo Docente: Geisa Pires

Plano de Aula Data: ------/--------/----------

Leitura obrigatória

Mecânica Vetorial para Engenheiros, 5ª edição revisada, Ferdinand P. Beer, E. Russell Johnston, Jr.

Editora Pearson

CAPÍTULO 9 – Forças Distribuídas: Momento

de Inércia

1. Introdução

No cap. 5 analisamos vários sistemas de forças

distribuídas sobre superfícies ou sólidos. Os

principais tipos de força que consideramos foram

pesos de placas homogêneas de espessura

uniforme, cargas distribuídas em vigas e forças

hidrostáticas. Em todos os casos considerados, as

forças distribuídas eram proporcionais às áreas ou

volumes elementares a elas associados. A

resultante dessas forças podiam ser obtidas

somando as correspondentes áreas e volumes.

Na primeira parte deste capítulo consideraremos

forças distribuídas F cujos módulos dependem

da área A do elemento de superfície em que

atuam e da distância desse elemento a um dado

eixo. Mais precisamente, o módulo da força por

unidade de área, AF / , variará linearmente com

a distância ao eixo. Como veremos na próxima

seção, forças desse tipo são encontradas no estudo

da flexão de vigas e em problemas que envolvem

superfícies submersas não-retangulares. Supondo

que as forças elementares estejam distribuídas

sobre uma superfície de área A e que variem

linearmente com a distância y ao eixo x,

verificaremos que, embora o módulo da resultante

R dependa do momento de primeira ordem

ydAQX da superfície de área A, a localização

do ponto de aplicação de R depende do momento

de segunda ordem ou momento de inércia,

dAyI X

2, da mesma superfície, com relação ao

eixo x. Aprenderemos então a calcular os

momentos de inércia de várias superfícies com

relação a eixos x e y dados. Faremos ainda a

utilização do teorema dos eixos paralelos para

determinar o momento de inércia em relação a um

eixo qualquer quando se conhece o momento de

inercia em relação ao eixo que passa pelo

centróide.

Na última parte deste capítulo analisaremos a

transformação dos momentos de inércia pela

rotação dos eixos coordenados.

Momentos de Inércia de Superfícies

2. Momento de Segunda Ordem ou Momento

de Inércia de uma Superfície

Na primeira parte deste capítulo consideraremos

forças distribuídas F proporcional ao elemento

de área A na qual elas agem e que variam

linearmente com a distância de A a um certo

eixo, AkyF .

O módulo da resultante R das forças elementares

F sobre uma seção inteira é

ydAkkydAR

Essa última integral obtida é conhecida como

momento de primeira ordem Qx da seção em

relação ao eixo x. O módulo M do momento fletor

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deve ser igual à soma dos momentos

AkyFyM X 2 das forças elementares.

Integrando sobre a seção inteira, obtemos:

dAykdAkyM 22

A última integral é conhecida como momento de

segunda ordem ou momento de inércia da seção da

viga em relação ao eixo x e é representada por XI .

Observe que I sempre terá valores positivos.

3. Determinação do Momento de Inércia de

uma Superfície por Integração.

dAyI X

2

dAxIY

2

Exemplo: Determine o momento de inércia de

uma superfície retangular.

bdydA

bdyydI x

2

3

0

2

3

1bhdybyI

h

x

A fórmula que acabamos de deduzir pode ser usada

para determinar o momento de inércia xdI em

relação ao eixo x de uma faixa retangular paralela

ao eixo y, semelhante à representada na figura

abaixo.

Assim:

dxydI x

3

3

1

Por outro lado, temos:

ydxxdAxdI y

22

4. Momento Polar de Inércia

Uma integral muito importante em problemas

relativos à torção de eixos cilindricos e em

problemas referentes à rotação de placas é

dArJ 2

0

Onde r é a distância do elemento de área dA ao

pólo O. Essa integral é o momento polar de

inércia.

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Temos ainda:

dAxdAydAyxdArJ 22222

0 )(

YX IIJ 0

5. Raio de Giração de uma Superfície

Consideremos uma superfície de área A, que tem

um momento de inércia Ix em relação ao eixo x.

Imaginemos que concentramos esta área em uma

faixa estreita, paralela ao eixo x. Se a área A, assim

concentrada, deve ter o mesmo momento de inércia

em relação ao eixo x, a faixa deve estar colocada a

uma distância kx desse eixo, definida pela relação

AkI xx

2

A expressão acima tem um análogo ao eixo y.

A grandeza kx é conhecida como raio de giração.

Exercícios

Determine, por integração direta, o momento de

inércia da superfície sombreada, em relação aos

eixos x e y e o raio de giração para ambos os eixos:

1 – R: 10/3 3baI y 6/3abI x

2 – R: 11/2 3baI y 51/2 3abI x

3 – R: 15/2 3baI y 7/2 3abI x

4 – R: 21/3baI y 30/3abI x

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6. Teorema dos Eixos Paralelos

Consideremos o momento de inércia I de uma

superfície de área A em relação a um eixo 'AA .

Seja y a distância de um elemento de área dA a

'AA . Escrevemos:

dAyI 2

Tracemos agora um eixo 'BB paralelo a 'AA , que

passa pelo baricentro C da superfície; esse eixo é

denominado eixo baricêntrico.

Sendo 'y a distância do elemento dA a 'BB ,

temos dyy ' , escrevemos:

dAddAyddAyI

dAdydAyI

22

22

'2'

)'(

2AdII

7. Momentos de Inércia de Superfícies

Compostas

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Exercícios

5 – Determine o momento de inércia e o raio de

giração da superfície sombreada em relação ao

eixo x e ao eixo y:

6 – Determine o momento de inércia e o raio de

giração da superfície sombreada em relação ao

eixo x e ao eixo y:

8. Produto de Inércia

A integral

xydAPxy

Obtida multiplicando-se cada elemento dA de uma

superfície A por suas coordenadas x e y e

integrando-se cada elemento dA de uma superfície

A por suas coordenadas x e y e integrando sobre a

superfície é conhecida como produto de inércia da

superfície A em relação aos eixos x e y. Ao

contrário dos momentos de inércia, o produto de

inércia tanto pode ser positivo quanto negativo.

Quando um ou ambos os eixos x e y são eixos de

simetria da superfície A, o produto de inércia é

zero. Isso se deve ao fato de que para cada

elemento de área de coordenada x e y existe um

elemento oposto de coordenada –x e –y.

Evidentemente, a contribuição de cada par de

elementos escolhidos desse modo se cancela

mutuamente, e a integral se reduz a zero.

Deixarei a cargo do aluno a demonstração abaixo

que é um teorema dos eixos paralelos semelhante

àquele estabelecido para calculos de momento de

inércia válido para produto de inércia (Mecânica

Vetorial para Engenheiros, 5ª edição, pag. 636,

PEARSON):

AyxPP yxxy ''

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Exercícios

7 – Determine por integração direta o produto de

inércia da superfície dada em relação aos eixos x e

y:

R: a4/8

9. Eixos e Momentos Principais de Inércia

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Exercício:

Determinar o produto de inercia do triangulo retângulo ilustrado tanto em relação aos eixos x e y

quanto em relação aos eixos baricêntricos paralelos aos eixos x e y.

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