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Monitoramento de longo prazo dos impactos do manejo florestal sustentável sobre a comunidade florestal e sobre as populações de árvores manejadas. Coordenador: Eduardo van den Berg Instituição: Universidade Federal de Lavras Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada Edital MEC/CAPES e MCT/CNPq/FINEP Nº 28/2010 Programa Nacional de Pós- Doutorado - PNPD 2010 Lavras, julho de 2010

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Monitoramento de longo prazo dos impactos do manejo

florestal sustentável sobre a comunidade florestal e sobre

as populações de árvores manejadas.

Coordenador: Eduardo van den Berg

Instituição: Universidade Federal de Lavras

Programa de Pós-Graduação em Ecologia

Aplicada

Edital MEC/CAPES e MCT/CNPq/FINEP Nº

28/2010 – Programa Nacional de Pós-

Doutorado - PNPD 2010

Lavras, julho de 2010

IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA

A presente proposta constitui um sub-projeto dentro do processo aprovado do

Edital/Chamada: Edital MCT/CNPq nº 59/2009 – PELD, processo número

558198/2009-0. O referido projeto é intitulado: Monitoramento de longo prazo dos

impactos do manejo florestal sustentável e cultivo de Eucalyptus na biodiversidade

da Amazônia. Este projeto será conduzido na Amazônia, na propriedade da empresa

Jari Celulose, pertencente ao grupo ORSA S.A., em área conhecida como Projeto Jari.

Os objetivos gerais do referido projeto PELD são:

I. Identificar os impactos das plantações florestais e operações de corte

seletivo na biodiversidade de taxa indicadores de biodiversidade

previamente selecionados entre 16 opções;

II. Identificar estratégias potencialmente mitigadoras que melhorem a

eficácia dos regimes de manejo existentes para a conservação da

biodiversidade;

III. Avaliar ao longo do tempo do impacto do manejo florestal implementado

na área de estudo sobre a estrutura da comunidade e as populações de

árvores ali presentes.

Os objetivos específicos são:

a. Relativos à paisagem de plantação (ou de produção):

i. Avaliar as relações entre o taxa indicador dependente da floresta, e as

mudanças estruturais e composicionais em talhões de Eucalyptus e em

áreas de florestas secundárias em recuperação (pousio).

ii. Quantificar a importância relativa dos fatores da paisagem na

determinação da diversidade em um dado talhão da plantação; incluindo a

variação no tipo e na topografia do solo, a proximidade ao habitat primário

e a extensão da conecção da paisagem que se relaciona com a presença de

corredores de floresta primária e com áreas de floresta secundária.

iii. Quantificar o papel de corredores de floresta primária e floresta secundária

como parte das estratégias de manejo para promover a manutenção e a

restauração da biodiversidade nativa dentro de uma extensa paisagem de

produção.

b. Relativos às florestas manejadas com corte seletivo de espécies:

i. Avaliar a trajetória a curto e longo prazo da resposta dos taxa indicadores

aos efeitos do corte seletivo;

ii. Avaliar as alterações em curto e longo prazo na estrutura da comunidade

arbórea das áreas de manejo com corte seletivo;

iii. Avaliar como a estrutura da comunidade em termos estrutura horizontal

(densidade e biomassa) e estrutura vertical comportam-se a partir da

implementação de um ciclo de retirada das espécies-alvo;

iv. Avaliar a dinâmica das populações das espécies alvo, em termos de

estrutura vertical e horizontal após a intervenção para retirada de

madeira.

v. Avaliar a dinâmica das populações que não foram alvo da retirada de

toras, em termos de estrutura vertical e horizontal após o ciclo de retirada

de madeira.

vi. Avaliar os efeitos dos ciclos de retirada de madeira sobre a riqueza e

diversidade de espécies a curto e médio prazos.

vii. Estimar a partir de modelos de crescimento e análise dendrocronológica

as idades e ciclos de corte ideais para manejo de populações que

apresentem anéis de crescimento.

c. Relativos às áreas controle:

i. Quantificar a variabilidade temporal nos padrões de diversidade e

abundância dos taxa indicadores na floresta primária e em áreas controle a

longo prazo;

ii. Quantificar a estrutura e dinâmica temporal da floresta primária (como

parâmetro comparativo) e estabelecer a estrutura etária das populações das

espécies submetidas ao corte seletivo através de técnicas de dendro

cronologia.

O projeto objeto desta proposta (ou sub-projeto, no contexto do referido PELD)

se atem as questões relativas à dinâmica da comunidade e das populações de árvores da

floresta e às alterações nas mesmas relacionadas às intervenções de manejo sustentável

para a extração de madeira nas áreas.

DELIMITAÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA E SUA

FUNDAMENTAÇÃO

Os objetivos do presente projeto serão:

Para a área sob manejo:

i. Avaliar as alterações em curto e longo prazo na estrutura da comunidade arbórea

das áreas de manejo com corte seletivo;

ii. Avaliar como a estrutura da comunidade em termos estrutura horizontal (densidade

e biomassa) e estrutura vertical comportam-se a partir da implementação de um

ciclo de retirada das espécies-alvo;

iii. Avaliar a dinâmica das populações das espécies alvo, em termos de estrutura

vertical e horizontal após a intervenção para retirada de madeira.

iv. Avaliar a dinâmica das populações que não foram alvo da retirada de toras, em

termos de estrutura vertical e horizontal após o ciclo de retirada de madeira.

v. Avaliar os efeitos dos ciclos de retirada de madeira sobre a riqueza e diversidade de

espécies a curto e médio prazos.

vi. Estimar a partir de modelos de crescimento e análise dendrocronológica as idades e

ciclos de corte ideais para manejo de populações que apresentem anéis de

crescimento.

Para as áreas controle:

i. Quantificar a variabilidade temporal nos padrões de diversidade e abundância de

espécies arbóreas na floresta primária (áreas controle) a longo prazo;

ii. Quantificar a estrutura e dinâmica temporal da floresta primária (como parâmetro

comparativo) e estabelecer a estrutura etária das populações das espécies

submetidas ao corte seletivo através de técnicas de dendrocronologia.

Hipóteses de trabalho:

i. As paisagens manejadas com corte seletivo apresentam alta capacidade de

conservação retornando ao estado anterior ao corte em períodos variáveis de tempo

dependendo do tipo de solo e da intensidade de corte.

ii. As paisagens manejadas com corte seletivo apresentam grande troca temporal de

espécies nos primeiros anos pós corte retornando paulatinamente para uma

composição de espécies e estrutura da comunidade com o passar dos anos.

No contexto do manejo sustentável de florestas visando à extração de madeiras, é

fundamental o conhecimento de como é a estrutura original da comunidade e como ela

será modificada durante o processo. Um outro aspecto importante, e que necessita uma

investigação mais cuidadosa, é como a estrutura das populações a serem manejadas será

modificada e como estas populações se comportarão ao longo do tempo, após a

intervenção.

Dentro deste contexto, algumas questões são importantes para o direcionamento

dos planos de manejo: a) a estrutura da comunidade em termos de composição de

espécies, distribuição espacial e estrutura vertical se recuperará com o tempo?; b) se a

resposta for positiva, quanto tempo isto levará?; c) se a resposta for negativa, como será

a nova estrutura; d) as populações manejadas se recuperarão ao longo do tempo?; d) se a

resposta for positiva, quanto tempo isto levará?; e) se a resposta for negativa, como será

a nova estrutura e qual será a sua sustentabilidade?

A resposta a estas perguntas passa pela investigação da estrutura original da

floresta; das taxas naturais de crescimento, mortalidade e recrutamento das espécies; das

idades das árvores e suas relações com as taxas supracitadas. A investigação destes

aspectos em áreas comparáveis protegidas e exploradas subsidiarão decisões sobre a

intensidade de intervenção na comunidade e nas populações-alvo e sobre os intervalos

dos ciclos de corte nas áreas.

JUSTIFICATIVA

Justificativa técnico-científica

A perda do habitat nativo com o desflorestamento e a degradação das áreas é,

atualmente, a causa principal da taxa de declínio de espécies e extinções de populações

(Fahrig 2003; Mace et al. 2005). Em nenhum lugar essa ameaça prevalece mais do que

nos ecossistemas florestais, que apesar de hospedarem mais de dois terços de todas as

espécies terrestres (WCFSD 1999), estão sendo destruídos a uma taxa de

aproximadamente 15 milhões de hectares por ano nas últimas duas décadas. A maioria

desta destruição recente ocorreu nos trópicos (FAO 2005).

Além da conversão de florestas nativas para outros usos, nas últimas duas décadas

houve um grande aumento na extração seletiva de madeira utilizando-se o paradigma

emergente do manejo florestal sustentável (Fimbel et al. 2001a, Putz et al. 2001, Zarin

et al. 2004). Desde sua concepção inicial durante a Rio 1992 Earth Summit, os

princípios silviculturais do manejo florestal sustentável tornaram-se mais abrangentes

do que simplesmente assegurar o rendimento de madeira sustentável (Sheil et al. 2004).

Os principais esforços atualmente estão direcionados para a conservação da

biodiversidade e da integridade ecológica como objetivo principal.

No total, somente 11% de toda a área florestal do mundo encontra-se atualmente

sob alguma forma de proteção, enquanto 3,8% foram convertidos em plantações

florestais, e mais da metade foi modificada depois da extração desse recurso (FAO

2005). A relativa insignificância da área protegida pelos sistemas de reservas existentes

em relação ao total de área sob ameaça mostra que as áreas protegidas são atualmente

um mecanismo ineficaz para conservar a biodiversidade da floresta tropical.

Possivelmente, o futuro de muitas espécies dependerá em parte grande da exploração

bem sucedida destas paisagens antropicamente modificadas (Malcolm 1999; Daily et al.

2003; Wright & Muller-Landau 2006).

Para uma melhor compreensão da persistência de espécies em paisagens florestais

antropicamente modificadas, incluindo a silvicultura e corte seletivo, é necessário levar

em conta 1) a capacidade de diferentes tipos de floresta e a eficácia relativa de

diferentes estratégias de manejo florestal em suportar biotas nativas e manter a

integridade ecológica, (2) a identificação das características das espécies que lhes

conferem vantagens de sobrevivência nas áreas florestais convertidas e (3) a

variabilidade, em testes espaciais e temporais padronizados, da abundância e da

diversidade dentro e entre diferentes tipos de habitat na escala da paisagem (Fischer et

al. 2006; Lindenmayer et al. 2006). Juntos, esses fatores permitirão manejos da

paisagem realmente eficazes para o incremento da conservação da biodiversidade de

sistemas de produção florestal.

Entretanto, apesar de tal urgência, a pesquisa realizada por cientistas

conservacionistas e manejadores de recursos forestais manteve o foco quase exclusivo

no estudo e proteção de áreas remanescentes e habitats não perturbados (Fazey et al.

2005), freqüentemente à custa dos estudos e testes de hipóteses padronizados visando a

compreensão da diversidade total da paisagem (Lindenmayer & Franklin 2002).

Trabalhos realizados em paisagens antropicamente modificadas são limitados a um

pequeno número de áreas subtropicais (por exemplo, Las Cruces, Costa-Rica; Hughes et

al. 2002; Daily et al. 2003; Horner-Devine et al. 2003), e biomas temperados (por

exemplo projeto de Fragmentação em Queensland, Austrália; revisado em Lindenmayer

& Franklin 2002). O conhecimento sobre as respostas ecológicas em função do manejo

sustentável da floresta, quando existem, são imprecisos e de curta duração (Bawa &

Seidler 1998, Simberloff 1999), e nos leva, freqüentemente, a confiar em percepções

antropogênicas pré-concebidas das exigências ecológicas das espécies (Fischer &

Lindenmayer 2006, Lindenmayer & Fischer 2006). A combinação de tais descrições

inadequadas da biodiversidade, junto com a complexidade ecológica inerente as

florestas tropicais, implica em imensas dificuldades em julgar se estas estão sendo

manejadas de uma maneira ecologicamente sustentável (Lindenmayer et al. 2006).

Uma das oportunidades mais tangíveis para aprimorar o manejo de ecossistemas

florestais, que surgiu durante a Convenção do Rio, é o aumento dos projetos de

certificação florestal por uma terceira parte (Nussbaum & Simula 2005). O Forest

Stewardship Council (FSC) é um dos mais importantes programas globais de

certificação, sendo fortemente apoiado por organizações conservacionistas (Gullison

2003). Sendo guiado por um conjunto genérico de princípios e critérios (FSC 2002a),

porém com protocolos nivelados para os diferentes países, o Forest Stewardship

Council fornece uma estrutura de manejo e de desempenho que ajudam a mitigar os

impactos ambientais negativos do manejo florestal (Nussbaum & Simula 2005). Além

disso, estes protocolos apontam para a necessidade de programas de monitoramento e

avaliação da eficácia das estratégias de manejo, e permitem a capacidade adaptativa

necessária para promover o uso sustentável.

As restrições de logística que enfrentam os projetos de pesquisa, relacionados com

a avaliação do valor para a conservação da biodiversidade de usos alternativos da

floresta, como a silvicultura, em sua maioria limitou os estudos a avaliações de impacto

de curto prazo. Entretanto, os estudos de avaliação rápida do valor relativo de áreas

degradadas para a conservação da biodiversidade podem fornecer resultados

contrastantes dependendo da estação ou do ano em que foram conduzidos (por exemplo

Barlow et al. in review). Os estudos que tentaram avaliar as conseqüências de

estratégias alternativas do manejo florestal foram limitados geralmente a fazer

comparações com áreas adjacentes do habitat (controle) não perturbado (substituindo

tempo por espaço). Esta estratégia apresenta sérios problemas para a interpretação dos

dados, devido à grande heterogeneidade de habitat observada em nível de paisagem, e

da importância de processos estocásticos de distúrbio em determinados níveis da

diversidade, tanto em escala temporal quanto espacial. Para evitar essas dificuldades,

dados de séries temporais pré e pós o distúrbio são essenciais, pois fornecem resultados

precisos das conseqüências relativas das práticas alternativas de silvicultura para a

biodiversidade.

Conseqüentemente, a demanda principal de quase todas as pesquisas sobre

manejo eficaz de florestas e conservação da biodiversidade é o monitoramento

extensivo e intensivo em longo prazo (Simberloff 1999; Lindenmayer & Franklin

2002). Os programas de monitoramento desenvolvidos em conjunto com manejo

florestal atendem a duas funções; (1) uma avaliação do estado de um sistema e (2) uma

avaliação das conseqüências das práticas alternativas de manejo (Niemelä 2000, Yoccoz

et al. 2001, Nichols & Williams 2006). Esta escolha fundamental de monitorar pode ser

considerada uma medida direta do progresso ou uma ferramenta tática que possa ajudar

a conduzir o processo (Aldrich et al.. 2004), ou ambos. O projeto proposto aqui abrange

ambas as funções, combinando uma medida direta do desempenho com a habilidade de

avaliar os impactos do manejo existente e futuras intervenções do manejo.

Diante deste contexto, a compreensão da estrutura da comunidade arbórea, das

suas taxas de dinâmica e das conseqüências do manejo sobre as mesmas constitui

questão fundamental ao estabelecimento e aprimoramento de planos de manejo visando

à sustentabilidade econômico-ambiental.

Justificativa em termos de pós-graduação e linhas de pesquisa

O programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA, entre os seus

objetivos, “visa fomentar e consolidar pesquisas para viabilizar o desenvolvimento em

bases sustentáveis”. Dentro deste objetivo, diversas linhas de pesquisa têm abordado a

investigação de questões ecológicas no contexto de paisagens sob influência antrópica.

Nesta linha, o coordenador da proposta, há vários anos, vem, juntamente com outros

pesquisadores da universidade, investigado a estrutura e a dinâmica de florestas

tropicais em áreas com diferentes graus de impacto humano. Entre os projetos atuais em

andamento, do referido pesquisador estão "Estrutura e dinâmica do componente

arbustivo-arbóreo de bordas naturais em matas de galeria no Alto Rio Grande, MG”,

CNPq 478086/2008-3, visando à compreensão do funcionamento de bordas naturais

como referência para o manejo de bordas de origem antrópica; e “Influência de

variáveis ambientais e espaciais na estrutura do componente arbóreo em ecótonos de

floresta estacional decidual com cerrado e florestas estacionais semideciduais”, CNPq

566158/2008-6, visando o entendimento da estrutura e das variáveis ambientais que

governam ecótonos existentes com matas secas e estabelecimento de uma rede de

parcelas permanentes para monitoramento destes ecótonos.

O coordenador e outros integrantes do projeto PELD referido anteriormente fazem

parte do grupo de pesquisa do CNPq intitulado “Ecologia de Ecossistemas

Fragmentados”, que possui ampla atuação em ecossistemas sob impacto antrópico. A

presente proposta surge como uma novidade no sentido de estabelecimento de uma

linha de pesquisa na floresta amazônica com o objetivo de, através de dados de

vegetação, entenderem-se os processos dinâmicos da floresta e subsidiar decisões

ligados ao seu uso sustentável.

Neste sentido, o estabelecimento de um bolsista de pós-doutorado na UFLA,

permitirá a coleta adequada de dados, o processamento dos mesmos e sua publicação.

Tal pesquisador também auxiliará na orientação de estudantes de graduação, mestrado e

doutorado vinculados diretamente ao projeto PELD, mas também a outros em

andamento. O bolsista também participará na ministração de disciplinas de pós-

graduação e cursos de campo.

Justificativa dentro dos princípios norteadores do PNPD

O presente projeto se encaixa nos seis princípios norteadores do PNPD:

a) Consiste do estabelecimento de uma cooperação entre a UFLA e a ORSA S.A.,

empresa proprietária e que administra a área de manejo florestal em questão.

Nesta parceria, a UFLA entrará que recursos humanos e logísticos (laboratórios,

herbário, etc.), ao passo que a ORSA entrará com a área de pesquisa, pessoal de

campo, hospedagem, transporte e dados prévios de inventários das áreas. Os

dados científicos oriundos de projeto subsidiarão os planos de manejo da ORSA.

b) O projeto resultará na formação de recursos humanos através do treinamento e

ampliação dos conhecimentos do pós-doutorado, formação de graduados,

mestres e doutores vinculados ao presente projeto e outros sob a orientação do

coordenador.

c) As informações resultantes de projeto permitirão uma maior eficiência das

atividades de manejo da floresta, subsidiando uma maior sustentabilidade e

permitindo a correção de imperfeições do processo.

d) O projeto resultará em publicações em periódicos com corpo editorial e terá

impacto não só na produção científica do grupo, como no desenvolvimento de

tecnologia para o manejo sustentável de florestas tropicais.

e) As inovações advindas do projeto subsidiarão as práticas da ORSA no manejo

de florestas, o que certamente se refletirá em impactos econômicos e ecológicos

na região, já que a ORSA representa um dos grandes empreendimentos na área,

na região Norte. Neste sentido, as tecnologias oriundas do projeto poderão servir

como marco para os demais planos de manejo na região.

f) O projeto permitirá aumentar a eficiência e precisão nas intervenções de manejo

da floresta, melhorando a qualidade destas e aumentando a chances da atividade

continuar de forma sustentável econômica e ecologicamente.

METODOLOGIA A SER EMPREGADA

Área de estudos

A região proposta para sediar este site do PELD e, conseqüentemente do

presente projeto, está situada à margem esquerda do Rio Amazonas, entre as latitudes

00º27'00"S e 01º30'00" S e longitudes 51º40'00" e 53º20'00" W; compreendendo um

total de cerca de 1.7 milhão de hectares (Figura 1). O acesso à área (por via fluvial até

Monte Dourado) dista 36 horas de "barco de linha", a partir de Belém. Por via aérea,

também até Monte Dourado, fica ao redor de 01 hora de Belém. A área pertence a Jari

Celulose, uma empresa do Grupo Orsa S.A.

O principal tipo de vegetação existente nessa região é a floresta equatorial

subperenifolia. A vegetação é bastante variada e inclui oito formações florestais e não

florestais. Essa variação faz com que a região abranja duas das quatro sub-províncias

vegetacionais amazônicas definidas por Rizzini, a Jari Trombetas e a Planície Terciária,

sendo a heterogeneidade vegetacional uma característica da primeira. Como a

pluviometria e a temperatura são mais ou menos homogêneas nas áreas ocupadas por

estas florestas, o solo é considerado o principal fator responsável pelas variações

vegetacionais encontradas.

Do ponto de vista climático a região se caracteriza por clima do subtipo Amw’ –

quente e úmido (Köppen) com temperaturas mensais elevadas durante todo o ano. A

temperatura média anual situa-se em torno de 26.3ºC e a amplitude térmica é bastante

reduzida, situando-se a diferença entre os valores mensais máximo e mínimo em torno

de 2ºC. Os menores valores verificam-se durante o período chuvoso, que vai de

dezembro a julho, enquanto que nos meses restantes de estiagem as temperaturas

médias mensais situam-se normalmente acima do valor médio anual. Em relação ao

balanço hídrico, verifica-se que a área é afetada por um déficit hídrico de 218 mm, que

abrange os meses de agosto a dezembro. Entretanto, a importância desse déficit é

atenuada, pois representa apenas 14% da evapotranspiração potencial. Além disso, a

taxa real de evapotranspiração reduz-se em decorrência do elevado excedente hídrico no

período restante. A média de precipitação pluviométrica anual é de 2.115 mm, sendo

que o mês de dezembro marca o início do período chuvoso. Os totais mensais de

pluviometria tendem a crescer durante o verão e atingem o máximo no outono. Os

meses de março, abril e maio recebem cerca de 40% do total anual de chuvas. Durante o

inverno as precipitações mensais diminuem progressivamente, atingindo um mínimo

durante a primavera. Os meses de setembro a novembro totalizam apenas 8% do volume

anual de chuvas.

Figura 1. Localização geográfica da região de estudo.

A grande maioria dos solos da região consiste dos latossolos amarelos e dos

argissolos vermelho-amarelos, com suas diversas unidades de mapeamento. Outros

tipos de solo ocorrem, mas em menor quantidade, como a terra roxa estruturada, os

plintossolos e os cambissolos. O levantamento dos solos da região (dados fornecidos

pela ORSA S.A.) mostrou que sua grande maioria é de caráter álico. Os solos sob

floresta de terra firme variam quanto aos teores de areia, argila e silte, e à maior ou

menor presença de cascalho. Apenas o solo da Floresta Paredão, de origem paleozóica

(período siluriano), distingue-se acentuadamente dos demais, pelos tons bruno-

avermelhados (Munsell 10 R 3/2. 2.5 YR e 7.5 YR) e pela maior reserva de nutrientes.

Os solos sob floresta nativa da área não são uniformes e apresentam variações,

não apenas com relação aos nutrientes, mas também na parte física, a qual é relacionada

com o regime hídrico local. Este último fator parece ter uma relação direta com a

diversidade de espécies arbóreas. A Floresta Angelim, de solo muito arenoso,

apresentou apenas 136 espécies de árvores, contra as 229 e 230 de São Militão e

Paredão, respectivamente, com solos tipo franco argilo-arenoso.

Desenho amostral

Serão selecionadas quatro áreas representativas das florestas existentes no site

PELD. Tais áreas serão selecionadas de forma que cada uma abranja um trecho de

floresta intacta (não manejadas e não interferidas) e um trecho em vias de sofrer um

ciclo de extração madeireira. Os trechos intactos servirão como controle para a

avaliação das mudanças nos trechos que sofrerão intervenção. Tais condições existem

na área em questão e a ORSA S.A. possui controle detalhado de onde estão estas áreas e

o planejamento das áreas destinadas a exploração.

Em cada área serão estabelecidas 24 parcelas de 400 m2 cada, 12 parcelas no

interior do trecho de floresta intacta e 12 no interior da área a sofrer a intervenção. As

parcelas serão estabelecidas a pelo menos 300 m do limite do trecho de forma a evitar

efeitos de borda formando um grid de 4×3 parcelas, com uma distância entre as parcelas

de 40 m.

Todos os indivíduos com DAP (diâmetro a altura do peito, 1.30m) ≥ 10 cm,

serão identificados, marcados com plaquetas numeradas e terão seu DAPs, medidos e

alturas estimadas. A identificação será baseada em características dendrológicas e

morfológicas, com o auxílio de mateiros e coleta de exemplares.

Análises

Estimativa de parâmetros populacionais e comunitários da vegetação

Estrutura da comunidade vegetal

Para descrever a estrutura de cada trecho das quatro áreas, serão calculados

parâmetros fitossociológicos usuais propostos por Mueller-Dombois & Ellenberg

(1974): freqüência absoluta, densidade absoluta, dominância absoluta expressa pela área

basal e valor de importância, calculado pela soma dos parâmetros relativos de

freqüência, densidade e dominância. Para análise da distribuição diamétrica das espécies

será utilizado o algorítmo de Sturgers (Gerardi & Silva. 1981). Para análise da

diversidade serão calculados os índices de Shannon-Wiener (H’). equabilidade de

Pielou (J’) (Brower e Zar. 1984).

Dinâmica florestal

As áreas serão novamente inventariadas dois anos após o primeiro levantamento

de forma que tenha ocorrido a intervenção entre os dois inventários. Novos inventários

ocorrerão de dois em dois anos de forma a analisar as transformações nas comunidades.

As taxas de dinâmica serão calculadas para o número de indivíduos e área basal,

baseando-se em Sheil et al. (1995. 2000), assumindo mudanças no tamanho

populacional por intervalo de tempo em proporção constante do tamanho, sendo que

para a mortalidade será tomado como referência o tamanho inicial da população, e, para

o recrutamento, a base será o tamanho final. Assim, serão calculadas as taxas anuais

médias de mortalidade (M) e recrutamento (R) de árvores individuais e taxas anuais

médias de perda (P) e ganho (G) de área basal das árvores por meio das expressões

exponenciais:

M = {1 – [(N0 – Nm)/N0]1/t} × 100

R = [1 – (1 – Nr/Nt)1/t] × 100

P = {1 – [(AB0 – ABm – ABd)/AB0]1/t} × 100

G = {1 – [1 – (ABr + ABg)/ABt]1/t} × 100

Onde: t é o tempo decorrido em anos entre os inventários, N0 e Nt são,

respectivamente, as contagens inicial e final de árvores individuais, Nm e Nr são,

respectivamente, o número de árvores mortas e recrutas, AB0 e ABt são,

respectivamente, as áreas basais inicial e final das árvores, ABm é a área basal das

árvores mortas, ABr é a área basal dos recrutas e ABd e ABg são, respectivamente, o

decremento (por meio de quebra ou perda parcial do tronco) e o incremento em área

basal das árvores sobreviventes.

Para expressar a dinâmica global, serão calculadas a partir das médias das taxas

de mortalidade e recrutamento e de perda e ganho, respectivamente, as taxas de

rotatividade (turnover) em número de árvores (TN) e em área basal (TAB) (Oliveira-

Filho et al. 1997, Werneck & Franceschinelli 2004):

TN = (M + R)/2

TAB = (P + G)/2

Conforme Korning & Balslev (1994), serão obtidas as taxas de mudança líquida

no período, tanto para número de árvores (ChN) como área basal (ChAB), sendo

utilizadas as equações:

ChN = [(Nt/N0)1/t – 1] × 100

ChAB = [(ABt/AB0)1/t – 1] × 100

Análise dos dados

Nas comparações entre as áreas e parcelas, serão utilizadas técnicas de estatística

multivariada como DCA e CCA. As análises de variância serão paramétricas (ANOVA)

ou não paramétricas (Kruskall-Wallis), acompanhadas de testes de médias adequados a

cada caso. Quando pertinente serão empregadas técnicas de regressão linear para

relacionamento de variáveis quantitativas (Sokal & Rohlf 1995). As análises

estatísticas serão feitas pelo pacote R. As análises multivariadas serão feitas utilizando-

se o programa PC-ORD 5.10 (McCune & Mefford 2006).

Estudo dendrocronológico

Para a condução de estudos dendrocronológicos na área, serão selecionadas

espécies manejadas comercialmente e que produzam anéis de crescimento distintos

(visíveis). As amostras de madeira para as análises dos anéis de crescimento serão

obtidas de discos (quando possível) e núcleos retirados dos troncos das espécies

arbóreas comerciais selecionadas. Os discos e núcleos de madeira, após secos, serão

colados em suportes de madeira e submetidos a polimento por uma série sucessiva de

lixas até granulometria 600 (Shongart et al.. 2004). O polimento da superfície permite a

identificação e medição dos anéis de crescimento. As larguras dos anéis serão medidas

através de um sistema de medição digital (LINTAB) de alta resolução (0.01 mm),

acoplado a uma lupa estereoscópica. As análises estatísticas das medidas dos anéis será

realizada com um programa específico Time Series Analysis and Presentation (TSAP).

Os dados obtidos serão: idade das árvores (pela contagem dos anéis de

incremento anual) e incremento do diâmetro das árvores (pela medição das larguras dos

anéis de crescimento em discos e núcleos). A partir desses dados será feita a

reconstrução da estrutura etária das populações sob análise, correlação com os dados de

dinâmica e dados ambientais.

RESULTADOS E PRODUTOS PRETENDIDOS

Pretende-se com o projeto gerar os seguintes resultados e produtos:

(i) A continuidade e ampliação do conhecimento e a catalogação da

biodiversidade atual da região;

(ii) Estabelecimento e consolidação de um programa de monitoramento em

longo prazo;

(iii) A proposição de técnicas de manejo e recuperação específicos para a

região Amazônica oriental;

(iv) A ampliação da parceria público/privada na preservação da

biodiversidade amazônica e aumento da sustentabilidade do manejo

florestal;

(v) O treinamento e formação de pessoal nos diferentes níveis;

(vi) Diagnósticos do etário real de populações de árvores manejadas pela

empresa através de técnicas de dendrocronologia. Tal diagnóstico

permitirá a definição de estratégias visando a conservação "in situ" e,

quando couber, a coleta de recursos genéticos para a preservação "ex

situ" baseado na estrutura etária das populações;.

(vii) Geração de subsídios para a proposição de novas estratégias de manejo e

conservação de essências florestais;

(viii) Avaliação dos efeitos das intervenções sobre estrutura das comunidades

florestais;

(ix) Quantificação e projeção da recuperação ou mudanças nas comunidades

interferidas;

(x) Avaliação dos efeitos da intervenção sobre as populações exploradas;

(xi) Avaliação da resposta das populações exploradas em termos de

recuperação após intervenção em termos temporais e estruturais;

(xii) Indicação de medidas para minimizar os impactos ou otimizar a atividade

econômica e a sustentabilidade do manejo.

Como indicadores pretende-se:

(i) Produção de pelo menos 3 artigos científicos em revistas indexadas;

(ii) Apresentação de pelo menos 3 trabalhos em eventos de alcance regional,

nacional ou internacional;

(iii) Apresentação de um relatório sobre os efeitos das práticas de manejo

sobre as populações e comunidades vegetais e as recomendações para

aprimoramento das mesmas com base nos resultados do projeto.

ORÇAMENTO DETALHADO E CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO

Item Quant Preço

unitário

Preço total 1o

ano

2o

ano

3o

ano

Justificativa

Bolsas 36 3.300,00 118.800,00 39.600,00 39.600,00 39.600,00 Manutenção de

bolsista de pós-

doutorado

Custeio 12.000,00 12.000,00 12.000,00

Passagem

rodoviária

Lavras/

BH/Lavras

4 120.00 560,00 240,00 120,00 120,00 Aeroporto de

Confins (BH)

(coleta de

dados)

Passagem aérea

BH/Belém/BH

4 1.400.00 5.600,00 2.800,00 1.400,00 1.400,00 Coleta de

dados

Passagem aérea

Belém/Monte

Dourado/Belém

4 500.00 2.000,00 1.000,00 500,00 500,00 Coleta de

dados

Despesas com

congresso

internacional

1 6.000,00 6.000,00 5.000,00 Apresentação

de resultados

Despesas com

congresso

nacional

1 2.500,00 2.500,00 2.500,00 Apresentação

de resultados

Diárias 70 187,83 15.026,40 5.634,90 3.756,60 3.756,60 Coleta de

dados,

encontros

técnicos,

congressos e

eventos, visitas

a herbários

Material de

consumo

diversos:

laboratório,

bibliografia e

campo

6.191,90 2.325,10 2.643,40 1.223,40 Condução do

trabalho de

coleta e

processamento

de dados

CRONOGRAMA

ATIVIDADES Ano I Ano II Ano III

1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º

Planejamento das coletas X

Primeira coleta de dados X X X

Segunda coleta de dados X X

Análise dos dados X X X X X X X X

Confecção de relatórios X X X X

Redação e submissão de artigos

científicos

X X X X X X

Auxílio na orientação de

estudos de graduação e pós-

graduação

X X X X X X X X X X X

Apresentação de trabalhos em

eventos

X X

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EQUIPE DE EXECUÇÃO DO PROJETO

• Eduardo van den Berg: Dr., Prof. na Universidade Federal de Lavras,

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada. Funções:

coordenar o projeto, orientar o bolsista de pós-doutorado na execução de suas

atribuições, orientar estudante de doutorado vinculado ao projeto, orientar na

coleta e análise dos dados, supervisionar e participar na publicação dos

resultados.

• Bolsista de pós-doutorado: organizar e conduzir a coleta e análise dos dados,

auxiliar na orientação de estudantes de graduação pós-graduação do programa,

auxiliar em disciplinas de graduação e pós-graduação, redigir e submeter artigos

à publicação oriundos do projeto.

• Ana Carolina Maioli Campos: aluna de doutorado, coletar e analisar dados de

dendrocronologia relacionados ao projeto, redigir e submeter artigos à

publicação oriundos do projeto.

A INFRAESTRUTURA FÍSICA E TECNOLÓGICA JÁ DISPONÍVEL NA

INSTITUIÇÃO PROPONENTE

A UFLA conta com ampla infra-estrutura de laboratórios, incluindo um

importante herbário (Herbário ESAL) onde se encontra armazenado uma importante

coleção de exsicatas de espécies arbóreas. Sob a coordenação do proponente do projeto

existe um laboratório de Ecologia Vegetal, com equipamentos para coleta de dados e

processamento dos mesmos (dois computadores).

No referido projeto PELD (Edital MCT/CNPq nº 59/2009 – PELD, processo

número 558198/2009-0) existe verba destinada à maioria das despesas relativas à coleta

dos dados de estrutura da comunidade e de dendrocronologia.

A UFLA ainda conta com um laboratório de Tecnologia da Madeira, onde parte

do processamento das amostras para os estudos dendrocronológicos será feita. Já existe

uma parceria com o referido laboratório no que se refere a tais estudos conduzidos pela

estudante de doutorado Ana Carolina Maioli Campos.

Por parte da ORSA S.A. há a disponibilidade das áreas de trabalho, de

alojamentos, transporte e pessoal de campo para a execução da coleta de dados.

CONTRAPARTIDA E O PARQUE DE EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS NA

INSTITUIÇÃO PROPONENTE

Contrapartida da instituição (UFLA) e àquela referente ao projeto PELD

Ítem Origem Valor

Laboratório de Ecologia

Vegetal e equipamentos

UFLA R$ 200.000,00

Herbário ESAL e coleção UFLA R$ 700.000,00

Laboratório de Tecnologia

da Madeira

UFLA R$ 700.000,00

Instalações e veículos na

área de coleta dos dados

ORSA S.A. (dentro do

projeto PELD)

R$ 90.000,00

Recursos globais

aprovados para o PELD

CNPq R$ 189.188,09

Bolsa de doutorado para

estudante responsável

pelos dados de

dendrocronologia

CAPES R$ 64.800,00

Total 1.943.988,09

NÚMERO DE COTAS E PERFIL DO BOLSISTA A SER INDICADO

A presente solicitação é de 1 (uma) bolsa de pós-doutorado por três anos. O

bolsista deverá ser um engenheiro florestal, biólogo ou áreas afins, possuir doutorado

em ecologia vegetal ou áreas afins e experiência com inventários de florestas nativas.

Também deverá ter disponibilidade para permanecer na Amazônia durante os períodos

de coleta.

O processo de seleção será composto da análise dos currículos dos candidatos e

entrevista.

A DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE E COMPROMETIMENTO DA

INSTITUIÇÃO EXECUTORA COM O ESCOPO E DESENVOLVIMENTO DO

PROJETO (em anexo)

INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES OU PARCERIAS JÁ ESTABELECIDAS

COM OUTROS CENTROS DE PESQUISA E/OU EMPRESAS NA ÁREA

O projeto PELD ao qual esta presente proposta está vinculada é uma parceria

entre a Universidade Federal de Lavras, Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG-MCT),

Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Cambridge University (UK) e

Lancaster University (UK).

O proponente do projeto também atualmente está coordenando o projeto

“Caracterização geoespacial e fitossociológica de remanescentes florestais nas áreas de

influência do reservatório de Funil”, um projeto financiado com recursos da ANEEL em

uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras e Furnas Centrais Elétricas S.A.; e

o projeto “Estudo da ecologia e perspectiva para o manejo de macrófitas aquáticas no

reservatório da UHE – Funil, MG”, outra parceria público-privada entre a Universidade

Federal de Lavras e o Consórcio AHE Funil, MG.

Em um passado recente, o coordenador conduziu diversos projetos de estudo de

vegetação junto a ALCOA S.A., que resultaram em três dissertações de mestrado. Tais

projetos incluíram o estudo da matas de galeria sob a influência da fábrica de alumínio

(estrutura e dinâmica do componente arbóreo e estudo das epífitas nestas áreas), o

estudo a vegetação arbórea naturalmente ocorrente sobre áreas de bauxita (estrutura e

dinâmica do componente arbóreo) e a avaliação do processo de recuperação da

vegetação de áreas mineradas para extração de bauxita (em andamento).

ESTIMATIVA DOS RECURSOS FINANCEIROS DE OUTRAS FONTES QUE

SERÃO APORTADOS PELOS EVENTUAIS AGENTES PÚBLICOS E

PRIVADOS PARCEIROS (ver contrapartida)

CURRÍCULO LATTES ATUALIZADO DO COORDENADOR DO PROJETO

(em anexo)

DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DA APROVAÇÃO DA PROPOSTA PELO

COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PARA A SUA

VALIDAÇÃO (em anexo)

ESTIMATIVA DA PORCENTAGEM DE APLICABILIDADE DO PROJETO

O projeto visa justamente avaliar o impacto do processo de manejo da floresta

sobre a diversidade e estrutura da comunidade e das populações de árvores das áreas.

Neste sentido, ele foi concebido e planejado de forma a ser 100% aplicável ao processo

de manutenção da sustentabilidade do processo de manejo.