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FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO ADÃO LOURENÇO GÊNEROS TEXTUAIS: ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS VIA CARTAS INFORMAIS UNIÃO DA VITÓRIA 2004

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FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO

ADÃO LOURENÇO

GÊNEROS TEXTUAIS:ENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS VIA CARTAS INFORMAIS

UNIÃO DA VITÓRIA

2004

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ADÃO LOURENÇO

GÊNEROS TEXTUAISENSINO E APRENDIZAGEM DE INGLÊS VIA CARTAS INFORMAIS

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Língua Inglesa, da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória.

Orientador: Prof. Ms. Acir Mário Karwoski.

UNIÃO DA VITÓRIA

2004

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AGRADECIMENTOS

À Deus, à minha esposa, aos meus pais, meus professores e a meus amigos.

À Deus porque é minha fonte de vida e inspiração;

À minha esposa e meus pais, pela segurança, carinho e amor;

Aos meus professores, em especial ao meu orientador, pelo carinho e compreensão;

Aos meus amigos pela sabedoria e humanidade.

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Apostar que o mundo pode se constituir em algo profundamente novo e melhor é acreditar que viver sempre vale a pena.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 52 GÊNEROS TEXTUAIS EM LÍNGUA INGLESA.................................................. 72.1 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA E OS GÊNEROS

TEXTUAIS...................................................................................................... 72.2 CARTAS INFORMAIS: PROPOSTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO

INGLÊS........................................................................................................... 113 RELATO DA PESQUISA.................................................................................... 153.1 DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................... 154 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 24REFERÊNCIAS...................................................................................................... 28ANEXOS................................................................................................................. 29ANEXO A – QUESTIONÁRIOS.............................................................................. 30ANEXO B – PRÉ-TESTE........................................................................................ 49ANEXO C – MODELOS DE EXERCÍCIOS............................................................. 66ANEXO D – MODELOS DE CARTAS E CARTÕES.............................................. 74ANEXO E – PRODUÇÃO DE CARTAS INFORMAIS............................................. 78

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1 INTRODUÇÃO

Os gêneros textuais, tipos relativamente estáveis de enunciados como afirma

Bakhtin (2000) e textos orais ou escritos materializados em situações recorrentes

como afirma Marcuschi (2003), são, em suma, as diversidades de textos orais e

escritos que fazem parte da vida cotidiana como: bate papo, conversa familiar, aula

expositiva, sermão, bula de remédio, carta informal, receita de bolo, reportagem do

jornal, romance, bilhete, resenha, e-mail, piada, carta comercial, editorial etc. A

língua inglesa, presente nos mais variados gêneros textuais do dia a dia brasileiro,

principalmente, através do advento da internet e da globalização tecnológica

constitui-se, cada vez mais, parte de estudos e pesquisas no que tange ao processo

de ensino, aprendizagem e aquisição lingüística. As cartas informais, foco desse

trabalho de pesquisa, são espécies de gêneros textuais que acompanham a vida

humana em toda a sua existência. Nesse trabalho, esse importante gênero de texto

se constituirá em uma proposta de ensino e aprendizagem do inglês como também

em uma ferramenta a ser usada para tornar o processo de ensinar e aprender em

uma atividade mais comunicativa e significativa, tanto para o professor como para o

aluno. A sala de aula é um dos poucos espaços que o estudante tem para estudo e

prática da língua inglesa, portanto, esse ambiente precisa sair da formalidade para

que, com práticas cotidianas, o aluno tenha mais segurança e progresso em seu

aprendizado, no processo de aquisição lingüística e cognitiva.

Assim sendo, a presente pesquisa busca abordar questões relativas ao

processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa, relacionando alguns estudos

teóricos, práticos e reflexivos no que tange aos gêneros textuais e, fundamentando-

se numa concepção interacionista de linguagem e aprendizagem, tendo Bakhtin

(2000) e Vygotsky (1988) entre outros, como principais expoentes de estudo. Há,

num primeiro momento, um relato histórico sobre ensino e aprendizagem de língua

inglesa; algumas concepções de gêneros textuais de escritores ligados ao grupo de

Bakhtin e aos PCNs; breve relato de estudo e prática dos gêneros textuais como

forma de aprender e ensinar; e, por fim, uma relação entre aprendizagem do inglês

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e o conhecimento dos gêneros textuais. As cartas informais, então, constituem-se

como proposta de ser uma ferramenta e um gênero textual importante no processo

de ensino e aprendizagem de língua inglesa, pois leva o aluno a refletir sobre seu

conhecimento lingüístico e textual, procurando melhorá-lo cada vez mais. Num

segundo momento, o trabalho trata da pesquisa propriamente dita, tratando das

questões práticas em sala de aula. É relatado e discutido o processo de ensino e

aprendizagem do inglês através do estudo e da prática do gênero textual carta

informal. A escola, a turma, o ambiente, o nível de aprendizagem dos alunos, os

avanços, as trocas de experiências, a interação pessoal e intrapessoal, os sucessos

e insucessos. Tudo isso é trazido à tona para uma reflexão sobre a importância de

ensinar, aprender e adquirir língua inglesa através desse importante gênero textual

para a comunicação humana. A carta informal, apesar do avanço tecnológico e da

globalização que facilitam a comunicação através de outros meios como a internet,

telefone, fax e e-mail, ainda é um veículo atraente e romântico de comunicação e

uma ferramenta eficaz para aprendizagem. Por último, apresentam-se as

considerações finais e implicações para possíveis futuros trabalhos, pois,

determinadas discussões em torno de um assunto nunca se esgotam. Os gêneros

textuais constituem-se em um campo muito vasto de estudo e análise. E ainda há

muito por se descobrir. As cartas informais são como um grão de areia frente ao

oceano de gêneros textuais existentes nos enunciados orais e escritos da atividade

humana. O ato humano do falar, do escrever e do agir perpassa por um determinado

gênero textual que é construído num processo histórico e nas relações humanas.

Portanto, desvendar mistérios contidos em um determinado gênero textual como a

carta informal, por exemplo, é algo sempre inacabado.

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2 GÊNEROS TEXTUAIS EM LÍNGUA INGLESA

2.1 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA E OS GÊNEROS

TEXTUAIS

A língua inglesa por muito tempo foi ensinada de forma clássica nas escolas

e, em algumas ocasiões, ainda é. Com o avanço dos estudos da linguagem,

principalmente no século passado, diversas abordagens, métodos e técnicas foram

aparecendo e se desenvolvendo. O behaviorismo, o cognitivismo e o sócio

interacionismo constituem, dentre as várias abordagens, as três principais

concepções de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras. Como citam o PCNs

de língua estrangeira (1998, v.2, p.55):

As concepções teóricas que têm orientado os processos de ensinar e aprender Língua Estrangeira têm se pautado no desenvolvimento da psicologia da aprendizagem e de teorias lingüísticas especificas, as quais, influenciadas pela psicologia, explicitaram o fenômeno da aprendizagem lingüística. Pode-se dizer que as percepções modernas da aprendizagem de Língua Estrangeira foram, principalmente, influenciadas por três visões: a behaviorista, a cognitivista e a sóciointeracional.

Tanto as visões relacionadas ao behaviorismo quanto ao cognitivismo têm

seu grau de importância, mas é a partir das abordagens ligadas ao sócio

interacionimo, que o estudo dos gêneros textuais avançam como fator importante

para desenvolvimento de ensino e aprendizagem de línguas. Esses aspectos

ganharam consistência, principalmente, a partir dos estudos do círculo de Bakhtin

relacionados aos gêneros textuais e de Vygotsky na psicologia da linguagem.

Bakhtin é, praticamente, o precursor do estudo e da formulação teórica do texto

enquanto gênero; Vygotsky contrapondo a psicologia individualista, introduziu o

estudo da linguagem como fenômeno psicológico e histórico-social. Bakhtin e

Vigotsky, cada qual no seu campo de estudo contribuíram, desse modo, para a

construção de uma visão sociointeracinal no processo de ensino e aprendizagem da

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linguagem. Ao conceber o gênero textual como formas relativamente estáveis

desenvolvidas nas mais diversas atividades humanas, Bakhtin contrapôs a divisão

clássica de Aristóteles que via o gênero apenas no campo literário, dividido em lírico,

dramático e satírico. Em Bakhtin (1953, 2000, p.279), está exposto:

A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições especificas e as finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua – recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais –, mas também, e sobretudo, por sua construção composicional. Estes três elementos (conteúdo temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado e todos eles são marcados pela especificidade de esfera de comunicação. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso.

Bakhtin, desse modo, abriu caminho para uma infinidade de pesquisas

relacionadas aos gêneros textuais que vêm ganhando cada vez mais consistência

no estudo das mais diversas manifestações da linguagem, assim como no seu

processo do ensino e aprendizagem. Brandão (2002, p.17), relata que “para que se

operem transformações na relação ensino-aprendizagem, necessário se faz um

redimensionamento na forma de trabalhar a linguagem”. E mais adiante, ela relata

também que o texto não pode ser pretexto para exploração de formas gramaticais,

mas sim, deve ser visto na sua dimensão discursiva. Bronckart (2003, p.103)

argumenta que “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de

socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas”. Marcuschi

(2003, p.3) afirma que:

Gênero (textual, de texto, discursivo, do discurso) trata-se de textos orais ou escritos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos, enunciativos e estilo concretamente realizado por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Os gêneros constituem uma listagem aberta, são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações tais como: sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, e-mail, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante. Como tal, os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas.

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Essas proposições fazem do gênero textual uma ferramenta indispensável

no processo de ensino e aprendizagem de uma determinada língua, pois, como

aponta Marcuschi (citado por BEZERRA, 2002, p.22) “a comunicação verbal só é

possível por meio de um gênero textual”. Assim, sendo os gêneros textuais tipos

relativamente estáveis de enunciados historicamente construídos e reconstruídos,

como aponta a maioria dos estudiosos, o processo de ensinar e aprender uma nova

língua insere-se no conhecimento dos mais diversos gêneros textuais e suas

situações de uso. Como apontam os PCNs de língua estrangeira (1998, v.2, p.31):

O conhecimento sobre a organização de textos orais e escritos pode ser chamado também de intertextual e é de natureza convencional. Deve-se notar também que usuários de línguas diferentes podem organizar textos escritos e orais de forma distinta. Por exemplo, mesmo em uma conversa informal em inglês não se admitem tantas interrupções e fracionamento dos tópicos quanto parecem ocorrer em uma conversa informal em português. Da mesma forma, um texto escrito em inglês não permite tantas digressões do tópico principal quanto um texto em português.

O conhecimento textual, sistêmico e de mundo, segundo os PCNs (1998),

são pré- requisitos básicos para que o aprendiz de uma língua estrangeira transporte

esse conhecimento absorvido na língua materna para outra língua, obtendo com

isso mais sucesso em seu aprendizado. A língua inglesa, nesse sentido, tem um

certo privilégio em relação a outras línguas estrangeiras, por ser uma língua que

está inserida numa grande variedade de gêneros textuais que circulam no cotidiano

da maioria das pessoas, tanto no meio artístico e publicitário como nos mais

diversos meios profissionais e tecnológicos. A internet é uma prova disso. No

entanto, algumas pesquisas têm mostrado que muitos estudantes ao chegarem no

ensino superior, não conseguem distinguir as diferenças entre os vários gêneros

textuais, seja na língua materna ou numa língua estrangeira, como mostra Pinto

(citado por BEZERRA, 2002, p.47):

A maioria dos alunos de terceiro grau, além de ingressarem na universidade com um escasso conhecimento prévio de sua área de estudo, não são capazes de reconhecer os aspectos pertinentes à sintaxe e ao léxico da própria língua ou mesmo de uma língua estrangeira. Isso faz com que tais alunos apresentem sérios problemas de compreensão e de organização da informação ao interagirem oralmente ou por escrito. Também não conseguem distinguir os vários gêneros textuais e seus princípios organizacionais, nem vocabulário de sua área de estudo.

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Naquela pesquisa, a autora coletou alguns gêneros textuais produzidos por

alunos do terceiro grau em língua inglesa como: cartas informais e formais, slogans

e cartões postais para uma análise em relação às facilidades e às dificuldades

apresentadas por esses alunos. Para tanto, ela tomou como base para análise o

conteúdo apresentado, o tipo de estrutura e as seqüências lingüísticas presentes em

tais textos. Essa divisão dimensional é proposta por Dolz e Schneuwly (citados por

BEZERRA, 2002) que concebem o gênero como mega instrumento para agir em

situações de linguagem. Feita a análise, Pinto constatou que os alunos conseguiram

bom desempenho em relação ao conteúdo e à estrutura com as cartas informais e

os cartões postais. Já as cartas formais apresentaram várias falhas em seu

conteúdo, estrutura e na seqüência lingüística. Os slogans apresentaram bom

desempenho no conteúdo, mas na estrutura e na seqüência lingüística apareceram

muitas deficiências. Em suas considerações, Pinto (citado por BEZERRA, 2002,

p.57) expõe que:

Embora o aprendizado dos gêneros esteja intimamente relacionado à codificação do conhecimento na sociedade e aos modos de organizar e de comunicar a informação numa situação determinada, tal aprendizagem ocorre mais na escola, uma vez que é nesse ambiente que o aluno deve aprender não só os gêneros como outras habilidades da fala e da escrita. O enfoque nos gêneros deve ser mais enfatizado no final do ensino fundamental e durante todo o ensino médio, a fim de que os alunos, a partir da situação em que estiverem inseridos, aprendam a transmitir o conteúdo numa estrutura adequada e de acordo com determinadas seqüências lingüísticas.

A escola, desse modo, é um dos principais caminhos para que o aluno

desenvolva seu conhecimento lingüístico e textual, principalmente, em se tratando

de uma segunda língua. Pinto (2002) em concordância com o PCNs de língua

estrangeira, aponta o final do ensino fundamental como momento mais propício paro

desenvolvimento desses conhecimentos. Mesmo que nesses conhecimentos

venham sendo trabalhadas outras etapas do ensino fundamental; contudo, é nos

anos finais desse período e durante o Ensino Médio que se deve aprofundar o

conhecimento lingüístico e as diferenças de usos dos mais variados gêneros

textuais. Assim, o estudo e a prática dessa variedade de textos ajudarão o aluno no

desenvolvimento de habilidades lingüísticas importantes como leitura e escrita

(writing and reading). No ensino e aprendizagem da língua inglesa, à medida que o

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estudante vai interagindo com os diversos gêneros de textos e praticando alguns

como: short histories, informal and formal letters, post cards, short biography,

Record of personal informations and others, vai interacionando com o texto com si

mesmo e com o outro, além de estar desenvolvendo as habilidades de reading and

writing vai interacionando aos poucos, também, speaking and listening. Krashen

(1984), apesar de ser de um campo oposto dos estudiosos dos gêneros textuais

relacionados nesse trabalho, tem um grau importante de contribuição no que diz

respeito ao estudo do processo de ensino aprendizagem de segunda língua,

principalmente no que tange o processo do ensino e aprendizagem da escrita

(writing ability). Para Krashen (1984), leitura e escrita interdependem-se, porém, é

na prática constante da escrita que vai acontecendo o processo de aprendizagem

das estruturas lingüísticas e consciência desse aprendizado. Desse modo, mesmo

sendo da linha cognitivista, Krashen (1984) contribui com a concepção sócio-

interacionista, pois, quando o estudante entra em contato com os mais variados

gêneros textuais, interage consigo e com o outro aglutinando, assim, aspectos

importantes para o aprimoramento de seu conhecimento lingüístico e textual.

O ensino e a aprendizagem do inglês por intermédio de gêneros textuais têm

a função de além de contribuir com os PCNs, como foi exposto, contribuir também

para que o aluno insira-se num mundo globalizado que, cada vez mais, diferentes

tipos de textos se apresentam. E como a tarefa principal da escola é o

desenvolvimento da leitura (reading) e da escrita (writing), reconhecer, ler e

interpretar e também escrever diferentes gêneros de textos no inglês são processos

de suma importância para que os alunos possam crescer em seus aprendizados e

no processo de aquisição da língua.

2.2 CARTAS INFORMAIS: PROPOSTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO

INGLÊS

As cartas informais constituem uma espécie de gênero textual que

transcende o tempo, ultrapassando épocas e fronteiras. Nesse trabalho, o gênero de

texto será a ferramenta principal de estudo e também, constituir-se-á em uma

proposta importante para o ensino e aprendizagem da língua inglesa. Principalmente

no que tange ao processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita

(reaging and writing), como no desenvolvimento cognitivo lingüístico e textual. Esse

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gênero textual vem sendo desenvolvido e conduzido pelo processo humano desde

os tempos mais remotos da existência. Mesmo hoje, com todo advento da

informática e de toda tecnologia existente, esse importante meio de comunicação

não foi abandonado, mas aprimorado. É lógico que é muito mais fácil para as

pessoas e, principalmente para os alunos, nos dias de hoje, ao invés de escreverem

uma carta ao estilo tradicional, fazerem uso do telefone, fax, e-mails, mensagens de

celular e salas de bate papos. Pois, segundo alguns depoimentos, é muito mais

atrativo, cômodo e prático. Mas apesar disso, ou, por causa disso, o estudo e a

prática desse gênero sejam tão interessantes e importantes. Ainda mais em se

tratando de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira como o inglês que

requer muita dedicação, disciplina, estudo e prática constante, e de preferência em

situações reais de comunicação. Como aponta Pinto (citado por BEZERRA, 2002,

p.47):

Fala e escrita como formas de manifestação da linguagem só se desenvolvem a partir de suas próprias realizações e do uso contínuo em situações significativas. Deve-se estimular o desenvolvimento de ambas as habilidades para que os interactantes possam expressar suas próprias idéias, suas dúvidas, seus problemas, questionamentos, sentimentos e inquietudes. Nesse processo gerativo de linguagem, a escrita tem muito em comum com a fala, já que o processamento da linguagem é fundamental para ambas, à medida que seus usuários constroem e reconstroem idéias, adquirem e usam a informação de diversas fontes e aplicam o conhecimento de como um texto é estruturado.

As cartas informais constituem-se assim, num importante meio de ensino e

aprendizagem, já que o aluno consciente ou inconsciente está adquirindo ou

aprimorando diversas estruturas para uso cotidiano da língua. É possível perceber

que, em alguns casos, na atualidade, alguns estudantes não sabem diferenciar

remetente de destinatário, justamente porque não há mais a prática cotidiana da

carta informal do modo como havia antes do advento tecnológico. Alguns estudos

revelam o desconhecimento de processos lingüísticos e sistêmicos por parte do

aluno com relação aos gêneros textuais. E as cartas informais mostram também

essa defasagem. Nem sempre o aluno consegue escrever de forma clara, concisa e

bem estruturada um determinado gênero de texto. O trabalho com cartas informais

constitui parte de um processo importante, para que o aluno comece a reconhecer e

produzir textos, apresentando estruturas simples e também complexas de uma

língua. O ensino e a aprendizagem do inglês através de alguns gêneros textuais têm

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procurado contribuir com o processo de aprendizagem e aquisição lingüística. Pinto

(citado por BEZERRA, 2002), relata alguns avanços e algumas implicações que o

estudo dos gêneros apresentam. Ela trabalhou com vários gêneros textuais em

língua inglesa, dentre os quais, as cartas informais e os cartões postais. Segundo

Pinto, esses gêneros foram os que mais se destacaram, devido os alunos já terem o

conhecimento empírico na língua materna, transportando esse conhecimento para a

língua inglesa. Ela ressalta que o domínio e o aprendizado dos gêneros textuais

devem acontecer através da prática social, e como a sala de aula é praticamente um

dos poucos espaços que o aluno tem para prática da língua inglesa, o professor

deve proporcionar momentos para que o ambiente escolar transforme-se em lugar

para essa prática social formal e informal de uso da língua. A comunicação, entre os

alunos, através de cartas informais pode ser um dos meios para o uso prático e

significativo da língua inglesa.

O gênero textual carta informal, desse modo, é um importante instrumento a

ser usado pelo professor para que aluno esqueça o espaço formal e tenha seu

enfoque voltado à questão comunicativa e usual da língua, interagindo consigo e

com outro no aspecto da aprendizagem e da aquisição do inglês, já que a carta

informal é um gênero textual da forma escrita que tem bastante relação com os

aspectos da fala. Bakhtin, ao referir-se a gêneros primários e a gêneros secundários,

os primeiros mais simples como a linguagem de reuniões sociais e familiares, e os

segundos mais complexos como os textos literários e científicos, colocou a carta

informal como pertencente ao gênero primário, mas também presente nos gêneros

secundários, como no romance, por exemplo. Bakhtin (1953, 2000, p.281) afirma:

Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e como à realidade dos enunciados alheios – por exemplo, inseridas no romance, a réplica do diálogo cotidiano ou a carta, conservando sua forma e seu significado cotidiano apenas no plano do conteúdo do romance, só se integram à realidade existente através do romance considerado como um todo, ou seja, do romance concebido como fenômeno da vida literário-artística e não da vida cotidiana. O romance em seu todo é um enunciado, da mesma forma que a réplica do dialogo cotidiano ou a carta pessoal (são fenômenos da mesma natureza); o que diferencia o romance é ser um enunciado secundário (complexo).

A carta informal ou pessoal, como aponta Bakhtin (1953, 2000), é ao mesmo

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tempo um aspecto da fala que se constitui na escrita interagindo com outros textos,

passando de gênero primário para o secundário. O estudante de inglês, ao tomar

contato com o gênero carta informal, vai ativar seu conhecimento da língua materna,

transportando essa experiência para o aprendizado da segunda língua, interagindo

também, dessa maneira, entre uma situação cotidiana e uma situação nova. Aos

poucos, todo seu conhecimento de mundo e sua experiência lingüística acumulada

emergem para que seu conhecimento textual aflore e a comunicação num plano

significativo aconteça. Em contato com a escrita da carta informal, o aluno tende a

refletir sobre seu conhecimento, procurando ampliá-lo cada vez mais para que aquilo

que ele quer expressar seja entendido por ele e pelo outro.

Desse modo, a proposta de ensino e aprendizagem do inglês através do

gênero carta informal visa ser parte de um processo de ensino-aprendizagem e

aquisição lingüística que ajude professor e aluno na sala de aula a tornarem as

atividades mais significativas e comunicativas, constituídas numa concepção

interacionista da linguagem. Como apontam o PCNs de língua estrangeira (1998,

p.57): “aprender é uma forma de estar no mundo social com alguém, em um

contexto histórico, cultural e institucional”. Sendo o gênero textual, um construto

histórico, como afirma Marcuschi (2003), ou tipos relativamente estáveis como

aponta Bakhtin (1953, 2000), a carta informal é um gênero textual que acompanha e

faz parte da atividade humana, como já foi dito, desde a Antigüidade. Tendo mais

importância em determinados momentos históricos e menos em outros. E apesar de

estarmos nesse segundo momento, a carta informal é ainda de grande valia para

comunicação entre as pessoas. No processo de ensino-aprendizado e aquisição da

língua inglesa, no qual se fundamenta essa proposta, professor e aluno descobrirão

quanto é gratificante para a atividade intelectual e para o processo cognitivo,

interagir e aprender com esse gênero de texto. Pois, apesar de toda a tecnologia, a

carta informal ainda constitui-se num elemento interessante e gratificante de ensinar,

aprender e de se comunicar significativamente.

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3 RELATO DA PESQUISA

3.1 DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A presente pesquisa foi desenvolvida na Escola Básica Municipal Severo de

Andrade no Município de Canoinhas, durante um período de quatro meses: março,

abril, maio e junho de 2004, numa turma de oitava série composta de vinte alunos.

Esse trabalho teve por objetivo, verificar como acontece o processo de ensino e

aprendizagem de uma língua estrangeira, no caso, a língua Inglesa, através do

estudo e prática do gênero textual carta informal, visando assim, observar também o

progresso que o aluno faz em seu aprendizado de língua inglesa, quando em

contato com esse gênero textual. Para tanto, os seguintes passos foram seguidos:

a) Desenvolvimento de uma parceria com a professora de Língua

Portuguesa, no sentido de que ela trabalhasse em algumas aulas

suas o gênero carta informal, objetivando o aprimoramento dos

alunos nas questões estruturais e textuais que esse gênero exige;

b) Conversa com os alunos e uma brincadeira através de um

questionário (ANEXO A) sobre as atividades em inglês que eles

gostam muito de aprender, gostam pouco ou não gostam, para dessa

forma verificar em que posição mais apareceria o ponto de escrever

cartas;

c) Formulação de um pré-teste (ANEXO B) com as perguntas: 1) Você

consegue fazer uma pequena carta em inglês a um amigo? ( ) sim

( ) não; 2) Se a resposta da questão 1 for sim, escreva uma carta em

inglês a alguém que você goste. Se a resposta for não, escreva a

carta em português;

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d) Explanação, exercícios, uso de transparências (ANEXO C), modelos

de cartas e cartões, post cards, informal e formal letters (ANEXO D),

para o aprimoramento de algumas estruturas como: uso de would,

could, should, some prepositions, past and future of the verbs, como

também outras questões relativas à organização textual;

e) Produção escrita das cartas informais (ANEXO E) e contato com

outras escolas e professores da rede pública, Municipal e Estadual,

para um trabalho conjunto, no sentido dos alunos estarem

escrevendo um para o outro, trocando, desse modo, as cartas

informais e suas experiências com a língua inglesa;

f) Análise dos resultados que se obteve com o estudo e a prática do

gênero textual carta informal. Como aconteceu a experiência e qual

foi o progresso que o aluno fez em seu processo de aprendizagem e

aquisição da língua inglesa.

Com relação ao item (a), a parceria com a professora de língua portuguesa

foi muito importante, pois, algumas questões básicas como, diferenciação entre

remetente e destinatário, o formato do gênero carta informal, a importância do

cuidado com a caligrafia e a questão estética, foram bem trabalhados nessa

disciplina. Além de que, a professora de língua portuguesa ajudou a ativar o

conhecimento de mundo de alguns alunos que já vivenciaram a escrita de cartas

informais, em algum momento de suas vidas. Já os alunos que nunca escreveram

uma carta informal tiveram, então, a experiência de pela primeira vez entrarem em

contado com esses gêneros textuais, que mesmo esquecidos nessa era tecnicista e

globalizada, são de suma importância para o desenvolvimento das relações

humanas. Desse modo, as aulas de inglês tiveram um importante suporte das aulas

de língua portuguesa. Como abordam os PCNs de língua estrangeira (1998, p.28):

Em linhas gerais, o que a aprendizagem de uma Língua Estrangeira vai fazer é:* aumentar o conhecimento sobre linguagem que o aluno construiu sobre sua língua materna, por meio de comparações com a língua estrangeira em vários níveis;* possibilitar que o aluno, ao se envolver nos processos de construir

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significados nessa língua, se constitua em um ser discursivo no uso de uma língua estrangeira.

Esse trabalho conjunto ajudou bastante os alunos na hora da produção

escrita das cartas, pois, à medida que foram refletindo suas experiências na língua

materna o transporte automático dessas experiências para a língua inglesa deu-se

naturalmente. Dessa maneira, eles foram percebendo que não era tão difícil

escrever uma carta informal em inglês, mesmo que algumas estruturas não foram

seguidas corretamente como o adjetivo antes do substantivo; a construção de

significados e o entendimento da mensagem pelo colega foram alcançados

relativamente bem. Outro ponto importante foi que, sendo uma turma de oitava série,

a experiência vivida nesses oito anos de estudo de língua portuguesa e quatro de

língua inglesa, contribuíram muito para um bom desenvolvimento do trabalho. Um

dado interessante foi que, esses alunos nunca estudaram em escolas particulares

de idiomas, ou seja, todos sempre estudaram em escolas públicas, e muitos estão

juntos desde a quinta série. Assim, mesmo que não estejam num estágio tão bom do

inglês, alguns alunos se superaram e foram bem em suas produções.

O item (b) foi desenvolvido de maneira muito descontraída e prazerosa. Num

primeiro momento iniciou-se uma conversa com os alunos, objetivando reforçar a

importância da língua inglesa nos dias de hoje e a comunicação entre as pessoas.

Surgiram, então, vários comentários pelos alunos. Num segundo momento, foi

distribuído um questionário (ANEXO A), para que eles colocassem um tick nas

atividades que eles mais gostavam de fazer e aprender, um tick nas atividades que

eles mais ou menos gostavam e um outro tick nas atividades que eles não

gostavam. Entre as várias questões apresentadas como: making lists of vocabulary,

playing games, asking questions, doing exercises, listening songs, doing a quis,

watching vídeos; o principal objetivo com essa atividade era o de observar em que

posição eles mais colocariam a questão writing a letter. Dezoito alunos realizaram

essa atividade, os outros dois estavam dispensados para os jogos escolares.

Desses dezoito, dois colocaram que não gostavam de realizar atividade com a

escrita de carta, dez apontaram que gostavam mais ou menos e seis que gostavam

muito. Esses dados foram interessantes porque ajudaram nos procedimentos dos

outros passos da pesquisa. E um outro ponto que é importante destacar é o de que,

um dos alunos que colocou que não gostava de realizar atividade de writing letter, foi

um dos que mais se sobre saiu nas produções em que envolveram trocas de cartas

com alunos de outros colégios. O outro aluno que citou também que não gostava de

18

Page 19: Mono.

realizar tal atividade, juntamente com os dois alunos que não estavam presentes, no

desenvolver do trabalho acabaram entrando no ritmo da turma produzindo, dessa

forma, boas cartas e interagindo tranqüilamente com os colegas da classe e das

outras escolas. Como se tratava de uma turma pequena, não se teve muito

problema com questões disciplinares, apenas com quatro alunos era preciso uma

vez ou outra chamar a atenção ou proporcionar um cuidado mais especial.

Ao proceder com o item (c), pré-teste (ANEXO B), tomou-se o cuidado de

não inibir o aluno em expor o que ele estava sentindo realmente em relação ao

desenvolvimento da produção escrita de um esboço de uma carta informal em

inglês, apesar de alguns fatos interessantes como um em que, alguns alunos ao

serem questionados se gostariam de escrever uma carta informal, responderam que

na era do computador, não gostariam; mas logo após algumas reflexões, percebiam

que a maioria deles não tinha computador, assim como na escola também não

havia; então, a carta informal voltava a ser um instrumento de comunicação atual

novamente. O pré-teste, também, foi deixado livre para quem quisesse responder,

contendo apenas duas perguntas sendo essas, uma questão objetiva e outra

dissertativa. Na primeira questão foi perguntado para o aluno se ele conseguiria

fazer uma pequena carta em inglês a um amigo. A resposta deveria ser assinalada

( ) sim ou ( ) não. A segunda questão partiu-se do pressuposto que se o aluno

respondesse a primeira questão sim, logicamente, escreveria a carta em inglês, e se

respondesse não, teria a oportunidade de escrever em português, posto que foi

dada essa alternativa na referida questão. Desse modo, dos vinte alunos presentes,

apenas quatro não fizeram o pré-teste, ou seja, 2% (dois por cento) da turma. Os

outros dezesseis foram muito simpáticos à idéia e ainda já apontaram a sugestão de

trocarem cartas com outras classes da escola, e de também se comunicarem com

outros alunos de outros colégios. Idéia essa que veio ao encontro de alguns pontos

da pesquisa. Desses dezesseis alunos, dez respondeu sim na primeira questão;

escrevendo na subseqüência, a carta em inglês na segunda questão. Da mesma

forma os seis alunos que na primeira questão colocaram não, escreveram na

segunda questão a carta em português. Os quatro alunos que, livremente, não

participaram desse pré-teste acabaram gostando, mais tarde, da idéia da

comunicação via carta informal com outras escolas, aderindo assim ao projeto que

estava sendo desenvolvido para que a turma pudesse nas aulas de inglês e em

algumas horas vagas escreverem as cartas para outras escolas. Esse pré-teste

19

Page 20: Mono.

mostrou inicialmente a insegurança que alguns alunos demonstram na hora de

praticar a escrita em língua inglesa, não acreditando muitas vezes em seu potencial.

Mas esses corajosos apontaram o caminho de que é possível, mesmo com todas as

dificuldades, escrever uma pequena mensagem em inglês. O interessante

aconteceu quando eles começaram a se surpreender consigo mesmos. Isto é, à

medida que escreviam, verificavam que muitas coisas aprendidas e armazenadas na

memória desabrochavam e rapidamente eram transportadas para o papel. Mesmo

que, com um inglês abrasileirado da espécie de I like of write letters, eles tinham a

certeza que a comunicação estava acontecendo. Apesar de deixar livre o uso do

dicionário aos alunos que se propuseram a escrever a carta em inglês, percebeu-se

a seriedade que eles tiveram com a questão, esforçando se ao máximo para não

fazerem uso do dicionário. Os alunos que escreveram o pré-teste em português, no

final da aula, ao observarem os colegas, explanaram a seguinte frase “Se eu

soubesse que era assim tão fácil, teria feito em inglês”. O pré-teste apontou também

para a importância de se trabalhar em algumas aulas o uso de algumas estruturas

do inglês como as prepositions, o futuro do pretérito como, would, could e should,

alem da questão da diferença dos tempos verbais em inglês, simple past and future.

E o mais importante foi que nas próximas aulas todos estavam ansiosos para

começarem a escrever as cartas aos alunos de outras escolas. Estavam ansiosos

também para obterem as respostas dessas cartas o mais breve possível.

O item (d) teve seu desenvolvimento, tanto nas aulas normais como

naquelas aulas escolhidas especificamente para a escrita das cartas. Como a turma

tem três aulas semanais, sendo duas aulas juntas, algumas dessas aulas foram

escolhidas para escrever as cartas. Antes do início da produção dessas

correspondências, procurou-se sanar as dificuldades aparecidas no pré-teste e nos

rascunhos das cartas, pre-writing informal letter. Com relação ao pré-teste, algumas

dificuldades como a falta de segurança, a motivação e o uso do dicionário, foram

sendo sanadas naturalmente. Outras dificuldades como as de cunho gramatical,

lingüístico e textual, foram trabalhadas através de inúmeros exercícios, explanações

pelo professor, transparências (ANEXO C), modelos de gêneros textuais como

alguns post cards, informal e formal letters (ANEXO D); como também outros

modelos de gêneros textuais que ajudaram no desenvolvimento das cartas. Um

dado importante nesse processo foi o envolvimento dos alunos e a organização que

muitos apresentaram. Também a solidariedade que partiu de alguns alunos através

20

Page 21: Mono.

da ajuda mútua, tanto na produção do rascunho como na produção das cartas para

os outros colégios foi muito importante. Esse ponto ajudou a facilitar o trabalho.

Mesmo os alunos que se sentiam mais inferiores em relação ao conhecimento

lingüístico, pouco a pouco entraram no ritmo da sala, sentindo-se parte de um

processo historicamente construído com ajuda de todos. Nas explanações teóricas

sobre o uso de uma determina estrutura, todos ficavam atentos, e as perguntas não

mais submersas, emergiam para o entendimento e solução das dificuldades

encontradas em seus escritos. Os exercícios estruturais foram feitos com muita

responsabilidade pelos alunos, as transparências ajudaram no entendimento de

estruturas um pouco mais complexas, e os modelos de gêneros textuais;

principalmente as cartas, os bilhetes e os cartões postais, eram analisados por

grande parte deles minuciosamente. Mas apesar de toda a interação humana,

lingüístico-textual, intrapessoal e extrapessoal; alguns alunos continuaram

apresentando muitas dificuldades na hora de escrever as cartas como também

quando precisavam entender a mensagem de seu colega. Porém, essa experiência

mostrou a esses alunos o quanto são importantes o estudo, a dedicação e o espírito

curioso e pesquisador para o aprendizado e aquisição de uma língua estrangeira.

No item (e), após exercícios com post cards e writing informal letter entre a

turma, foi desenvolvida a produção das cartas (ANEXO E) para o envio a outras

escolas, bem como também o contato com outros professores, diretores para que tal

idéia fosse efetuada. Duas Escolas da Rede Estadual e duas Escolas da Rede

Municipal foram escolhidas para a troca das correspondências. Com as Escolas

Estaduais foram escolhidas as 1.ª séries do 2.º grau, e com as Escolas Municipais

as 8.ª séries. As primeiras correspondências aconteceram com alguns problemas

como a ansiedade, falta de disciplina e pontualidade na entrega das cartas por parte

de alguns alunos. Mas a partir da segunda remessa a situação se normalizou, ou

seja, já não havia tanta ansiedade nas produções de cartas, fossem as mensagens

para envio ou a escrita de respostas, aconteciam naturalmente. A troca de cartas

acontecia uma vez por semana e quando alguém ficava sem receber uma resposta,

não desanimava e novamente escrevia outra carta. Essa experiência de troca de

cartas foi muito importante para a turma, motivando a todos escreverem. Cada carta

recebida era sinal de que a comunicação estava acontecendo e a mensagem estava

sendo entendida. Então, rapidamente, procuravam ler e entender a mensagem

recebida, para novamente respondê-la. A língua inglesa, desse modo, foi sendo

21

Page 22: Mono.

usada num processo mais significativo e de real comunicação, pelos alunos,

acontecendo uma prática de uso da língua mais concreto.

O item (f), é constituído por uma análise dos resultados obtidos com o

estudo e a prática do gênero textual carta informal. Observou-se ao longo do

trabalho que o estudo e a prática de gêneros de textos como as cartas informais

ajudam e muito o aluno, tanto no seu processo de aprendizagem como em sua

aquisição lingüística. Em contato com esse texto, o aluno aciona seu conhecimento

de mundo e esquece que está em uma sala de aula, concentrando todo seu

potencial no entendimento e produção da mensagem. As habilidades de leitura e

escrita desenvolvem-se mais eficazmente, o conhecimento sistêmico das estruturas

da língua inglesa vão se solidificando e o conhecimento textual, pouco a pouco, vai

se desenvolvendo. As expressões idiomáticas como “How do you do?, How old are

you?” e o uso de auxiliares como “do, does, would, will”, constituem-se em aspectos

mais significativos e concretos. O aprimoramento de estruturas gramaticais e a

ampliação de vocabulários que os alunos adquirem, acontecem naturalmente. As

diferenças de tempos verbais, aos poucos, vão sendo absorvidas e entendidas por

eles. Desse modo, o progresso que o aluno faz em seu aprendizado, através da

prática da carta informal, é muito mais eficaz que os vários exercícios gramaticais

mecânicos que muitas vezes são aplicados no ensino de língua inglesa.

Em seus primeiros escritos das cartas informais, alguns alunos

transportavam a língua portuguesa para o inglês, ou seja, algumas frases como “I

have twelve years” ao invés de “I am twelve years old” apareciam automaticamente.

Mas através de explanações teóricas, exercícios, estudo de vários modelos cartas, e

principalmente, pela prática social das cartas informais, constantemente, além da

interação e solidariedade presentes nas aulas, as dificuldades com tais expressões

lingüísticas iam sendo sanadas. Essa cooperação mútua ligada à disciplina e à

vontade de aprender, contribuíram para o progresso do aprendizado de cada um

deles, como também para a realização dessa pesquisa. A interação entre os alunos,

entre os alunos e o professor e entre o aluno e as habilidades de leitura e escrita do

gênero textual carta informal, constituiu-se em um instrumento eficaz para o ensino e

a aprendizagem. Como demonstram os PCNs de língua estrangeira (1998, p.57):

A aprendizagem é de natureza sociointeracional, pois aprender é uma forma de estar no mundo social com alguém, em um contexto histórico, cultural e institucional. Assim, os processos cognitivos são gerados por meio da

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Page 23: Mono.

interação entre um participante de uma prática social, que é um parceiro mais competente, para resolver tarefas de construção de significados/conhecimento com as quais esses participantes se deparem. O participante mais competente pode ser entendido como um parceiro adulto em relação a um aluno ou um aluno em relação a um colega da turma. Na aprendizagem de Língua Estrangeira, os enunciados do parceiro mais competente ajudam a construção do significado, e, portanto, auxiliam a própria aprendizagem do uso da língua.

Assim, sendo a aprendizagem de natureza sociointeracional como apontam

os PCNs, os resultados obtidos que esse trabalho de pesquisa alcançou, através do

estudo e prática do gênero textual carta informal, em síntese, foram: a) superação,

por parte de alguns alunos, do medo de escrever em uma outra língua e motivação

através da proposta de trabalho com as cartas informais; b) desenvolvimento de

aprendizado e aquisição da língua inglesa por meio de práticas realmente

significativas para o aluno, através de uso concreto da língua; c) aprimoramento

intrapessoal e extrapessoal das habilidades de leitura e escrita; d) reconhecimento

pelo aluno da função social que cada gênero textual tem em determinadas

sociedades e contextos históricos; e) aprendizagem de estruturas do inglês como o

uso de auxiliares (do, does, did, will, would, should, and could), tempos verbais (past

and future), preposições (of, in, on, by, from), uso de algumas expressões

idiomáticas (get up, by the way, how old are you?, how do you do?) e, também,

aprimoramento e ampliação de vocabulário.

Mostrar que o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa através

de estudos e práticas significativas por meio de gêneros textuais como as cartas

informais, ajudam no progresso da aprendizagem e da aquisição lingüística do

aluno, constituiu, em suma, no resultado mais importante da presente pesquisa.

Pois, ao entrar em contato com a produção escrita de um determinado gênero

textual como a carta informal, pelo que se pode observar, o aluno faz uma reflexão

automática sobre seus conhecimentos, aprende a lidar com suas limitações e

procura superá-las. Só o fato de saber que alguém quer entender o que ele está

dizendo na carta, e de saber que precisa ampliar seus conhecimentos para

entender, também, a mensagem do outro, faz do processo de ensino e de

aprendizagem da língua inglesa, um jogo atrativo e emocionante. Então, até

esquece do quanto é árduo aprender ou adquirir uma nova língua, pois a gratificação

de saber que está se comunicando com uma outra pessoa nessa nova linguagem é

mais importante. Os alunos, em estudo, desse modo, construíram um momento

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Page 24: Mono.

muito rico de ensino e aprendizagem. Estruturas equivocadas foram sendo

superadas, como já foi exposto, através de estudos, exercícios e pela própria escrita

das cartas. Aqueles que estavam em um processo mais avançado do inglês

ajudaram com muito prazer os que careciam de mais conhecimentos lingüísticos. O

gênero textual carta informal serviu de base para estudos de estruturas lingüísticas

um pouco mais complexas, as quais eles estavam pouco habituados. Assim, as

cartas informais provaram, através desse trabalho de pesquisa, que são gêneros

textuais e instrumentos muito interessantes e importantes para o processo de ensino

e aprendizagem de línguas. A prática comunicativa, significativa e social em que as

cartas informais estão inseridas, acompanhando a história da humanidade em todos

os seus contextos, fazem delas, gêneros especiais presentes nos enunciados da

atividade humana, tanto em gêneros primários, como em gêneros secundários,

como afirma Bakhtin (2000); ou seja, mesmo na era da revolução tecnológica, a

carta informal continua, ainda, presente, constituindo uma minúscula parte do ato

comunicativo, mas que, mesmo assim, exerce uma determinada função social na

prática cotidiana de uma determinada linguagem humana.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação humana constitui-se em determinados gêneros textuais,

construídos e reconstruídos através dos tempos. A escolha das formas do falar, do

agir e do escrever passa pela escolha de um gênero adequado aos propósitos de

cada momento e situação comunicativa de uso de uma determinada linguagem.

Essas afirmações presentes nesse trabalho, tiradas a partir do estudo bakhtiniano

de linguagem, fazem das cartas informais, espécies de gêneros textuais que têm,

como outros importantes textos, grande função social, ou seja, promover não só a

comunicação entre os interlocutores, mas também a troca de experiências, os laços

de amizade e sobretudo, o avanço no processo cognitivo do ensinar, aprender,

adquirir, refletir e explorar uma língua, uma mensagem. Se na língua materna isso é

gratificante, quanto mais numa segunda língua. A língua inglesa, estudada e

exercitada pelos alunos da escola pública, nem sempre tem a chance de se mostrar

bela e realmente significativa para esses estudantes. Pois, por inúmeros motivos

insiste-se nas velhas abordagens metodológicas tecnicistas que cansam aluno e

professor, gerando um certo repúdio a esse aprendizado para ambas as partes. Não

que estudar, ensinar e aprender deva ser prazeroso, pois é sabido que todo o

processo de busca de conhecimento é árduo. Exige-se disciplina, concentração,

atenção, exercício, estudo e muitas outras coisas. Mas um pouco de realização e

gratificação naquilo que se está fazendo, sempre é bom e importante.

O propósito com que se constituiu esse trabalho de pesquisa foi no sentido de

mostrar que o ensino e a aprendizagem de língua inglesa constitui-se mais eficaz, e

mais prazerosamente, quando é construído através de práticas sociais

comunicativas e significativas como exemplo, por meio de gêneros textuais cartas

informais que foi o foco de estudo dessa pesquisa. O estudo e a prática de gêneros

como cartas informais ajudam a melhorar o processo de ensino e aprendizagem de

língua inglesa e também de aquisição lingüística, pois, à medida que o aluno entra

em contato com essa espécie de gênero textual, a língua tem mais sentido para ele,

tornando-se mais viva e mais dinâmica, exercendo a sua função social principal que

25

Page 26: Mono.

é o ato da comunicação. As cartas informais, desse modo, constituem-se em uma

ferramenta muito interessante nesse processo de ensino e aprendizagem. Esse

meio de comunicação tão antigo, considerado por muitos como ultrapassado,

mostrou através dessa pesquisa, ser muito atual, até para alguns alunos que, como

apontado no relato, ao serem perguntados se gostariam de escrever uma carta

informal e respondendo que na era do computador, não, mas que depois de alguns

minutos, refletindo sobre a questão, percebiam que a maioria deles não tinha

computador, assim também, como na escola não havia esse aparelho tecnológico

que é um dos principais responsáveis pela comunicação humana nos dias atuais,

então, a carta informal começava a causar mais curiosidade e despertar mais

interesse. Alguns alunos, ainda um tanto quanto inseguros, aos poucos se soltavam

e, entrando em interação intrapessoal da escrita, leitura e ativação de

conhecimentos armazenados, logo percebiam que era possível a produção de uma

carta e, também, haver a comunicação em língua inglesa, por minúscula que fosse.

Quando acontece a comunicação, essa língua tão estranha torna-se mais familiar.

Destinatário e receptor interagem num processo de trocas de experiências e

aquisição de conhecimentos. O inglês, então, passa a ser uma língua mais viva,

mais próxima, menos morta e menos distante. E isso gera interesse, aprendizado e

construção de conhecimentos, num ambiente menos formal e mais produtivo,

gerando situações verdadeiramente comunicativas e significativas.

O estudo teórico presente nesse trabalho de pesquisa teve seu fundamento,

principalmente nas concepções sócio interacionistas da linguagem e da psicologia

da educação, referentes ao processo de ensino e aprendizagem de línguas e aos

gêneros textuais. Partiu-se de pressupostos do circulo de Bakhtin e de Vygotsky,

além de visões de vários autores que comungam das concepções bakhtinianas. Há

muito ainda o que avançar no estudo dos gêneros textuais, pois, estes são um

campo vasto e infinito de pesquisa, principalmente no que tange a segunda língua,

ou seja, o inglês. A aplicação prática da pesquisa, com a turma em estudo,

aconteceu de forma muito tranqüila. Explanada a proposta de trabalho com as cartas

informais, houve um bom interesse por parte da maioria dos alunos, maior interação

entre eles e o professor e um aprimoramento e ampliação significativos no

aprendizado e aquisição da linguagem. Além de ativar o conhecimento de mundo

que aluno tem em língua materna, transportando esse conhecimento para a prática

da língua inglesa, a escrita, leitura e entendimento das mensagens presentes nas

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cartas pessoais levou a maioria deles a uma reflexão maior e melhor sobre seu

processo cognitivo. As turmas de inglês, em geral, são heterogêneas, contendo

alguns alunos em um estágio mais avançado de aprendizado do inglês e outros,

ainda, com uma pequena base. Na turma em estudo, não foi diferente, mas, mesmo

assim, foi possível o desenvolvimento de um trabalho relativamente bom. Os

resultados obtidos com essa pesquisa, nos quatro meses de trabalho (março, abril,

maio e junho de 2004) com os gêneros textuais cartas informais, foram

extremamente importantes, aconteceram avanços no aprendizado e na aquisição

lingüística do inglês, por grande parte dos alunos em estudo. Conforme exposições

no relato da presente pesquisa, houve a superação dos alunos em suas limitações

como o medo e a falta de motivação para a escrita; o desenvolvimento do

aprendizado e aquisição da língua por meio de práticas realmente significativas,

como a prática das cartas; e, o aprendizado de estruturas do inglês, tempos verbais,

preposições, expressões idiomáticas e o aprimoramento de vocabulários. Através

desses progressos feitos por meio do estudo e da prática comunicativa das cartas

informais, os alunos passaram a sentir mais confiança e vontade de aprender o

inglês. O fato de o aluno entrar em contato com o gênero carta informal, romper

com o medo e com velhas formas de aprender, motivar-se, ativar seus

conhecimentos empíricos, refletir sobre seu processo de saber e transformar o ato

de ler e escrever em comunicação e entendimento constitui, em suma, uma

experiência gratificante para esse trabalho de pesquisa. A superação de limitações e

quebras de paradigmas é uma forma de crescer no conhecimento. A esse ponto,

cada pesquisador e ou estudioso das mais variadas esferas do conhecimento,

precisa estar aberto para que o novo aconteça.

Assim sendo, o presente trabalho de pesquisa refletiu e buscou entender um

pouco mais desse processo tão curioso de ensinar e promover aprendizado de

língua inglesa, tendo como base para estudo e prática os gêneros textuais cartas

informais, mostrando que, quando o aluno sai de um ambiente formal como é a sala

de aula, e faz usos mais concretos da língua, o aprendizado e a aquisição de

estruturas importantes da língua em estudo acontecem mais significativamente. As

noções de gêneros textuais e os aspectos relacionados ao processo de ensino e

aprendizagem, presentes nos fundamentos teóricos desse trabalho, foram em suma

de grande valia para aplicação prática dessa pesquisa. A união teórica a prática

embasada em muita reflexão e transformação são pontos essenciais para trabalhos

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que visem buscar bons resultados. No entanto, é interessante ressaltar que um

assunto pesquisado ou apenas discutido nunca se esgota, principalmente, se

relacionado aos gêneros textuais. Há sempre coisas por se descobrir, acrescentar,

diminuir e aprimorar. Portanto, algumas implicações que ficam são, em suma, a

importância de estudo de novas abordagens teóricas e práticas relacionadas ao

ensino e aprendizagem de línguas a partir da visão dos atos orais e escritos

constituídos por determinados gêneros textuais. Especificamente, com relação ao

ensino e aprendizagem de língua inglesa, como segunda linguagem, que constitui

um ponto importante para pesquisas com determinadas espécies de gêneros

textuais. O ensino e aprendizagem de língua inglesa por meio de gêneros textuais

como as cartas informais, foco dessa pesquisa, é um estudo ao mesmo tempo atual

e ao mesmo tempo antigo. Atual porque, muito se tem dito a respeito de gêneros

textuais e ensino, seja em língua materna ou estrangeira. Antigo porque, a

velocidade da informação que constitui os dias atuais, obriga a reformulação

permanente de qualquer concepção posta. Mesmo que não se perca a essência, é

preciso descobrir novos caminhos. Assim sendo, o presente trabalho de pesquisa

procurou, também, em meio a todas as proposições expostas, ser um referencial

que ajude na construção e descoberta de novas abordagens relacionadas ao ensino

e aprendizagem de língua inglesa por meio de gêneros textuais.

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Page 29: Mono.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BEZERRA, M. A., et al. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

BRANDÃO, H. N. (Coord.) Gêneros do discurso na escola. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

_____. Parâmetros curriculares nacionais: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 2003.

KRASHEN, S. Writing research, theory and applications. Oxford: Pergamon Press, 1984.

MARCUSCHI, L. A. A questão do suporte dos gêneros textuais. UFPE/CNPq, 2003. mimeo.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

_____. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/USP, 1988.

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Page 30: Mono.

ANEXOS

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Page 31: Mono.

ANEXO A

QUESTIONÁRIOS

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Page 32: Mono.

ANEXO B

PRÉ-TESTE

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Page 33: Mono.

ANEXO C

MODELOS DE EXERCÍCIOS

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Page 34: Mono.

ANEXO D

MODELOS DE CARTAS E CARTÕES

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Page 35: Mono.

ANEXO E

PRODUÇÃO DE CARTAS INFORMAIS

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