Monografia Lucimar Andretta.pdf

50
. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA CENTRO DE ESTUDOS DO MAR INFLUÊNCIA DA MARÉ SOBRE O A A BACTERIOPLANCTON DA GAMBOA DO PEREQUE, PONTAL DO SUL, PARANÁ, BRASIL Lucimar Andretta Monografia apresentada ao Centro de Estudos do Mar como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientadora: Dra. Hedda Elisabeth Kolm Co-orientadora: Dra. Eunice da Costa Machado Pontal do Sul - PR 1999

Transcript of Monografia Lucimar Andretta.pdf

Page 1: Monografia Lucimar Andretta.pdf

I

r"'W i. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • I.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA

CENTRO DE ESTUDOS DO MAR

INFLUÊNCIA DA MARÉ SOBRE O

A A

BACTERIOPLANCTON DA GAMBOA DO PEREQUE,

PONTAL DO SUL, PARANÁ, BRASIL

Lucimar Andretta

Monografia apresentada ao Centro de Estudos do Mar

como requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientadora: Dra. Hedda Elisabeth Kolm

Co-orientadora: Dra. Eunice da Costa Machado

Pontal do Sul - PR

1999

1 \

Page 2: Monografia Lucimar Andretta.pdf

r.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

AGRADECIMENTOS

Agradeço à professora Hedda Elisabeth Kolm pela orientação, atenção

e dedicação durante a realização deste trabalho; por acreditar no meu potencial,

pelos finais de semana que passamos no CEM e acima de tudo pelo carinho

durante todo o tempo.

À professora Eunice pela co-orientação e sugestões.

À meu pai, minha mãe e irmãs, Nane, Meri e Mili, pelo apoio não só

durante a realização deste trabalho, mas durante toda a vida acadêmica. Também

pelo apoio financeiro, quando necessário. Amo muito vocês!

Ao Ricardo, que se revelou um grande companheiro ao longo deste

tempo, por compreender a ausência, pela ajuda com hardwares e softwares, e

pelo incentivo.

À Cassiana e Joana, minhas atnlgonas, pelo eterno apOlO,

cumplicidade, companheirismo e por ouvirem as minhas reclamações.

Aos colegas Adriana Siqueira, Marinice, Ismar, Tânia e Nilva pela

ajuda e tempo dispensado.

À Fabíola Cavassin, Andréa Ricetti e Fabiani Strapasson pela amizade.

À todos que de alguma forma me auxiliaram, e tomaram este trabalho

possível, e não estão com os nomes aqui descritos, mas que sempre serão

lembrados com muito carinho.

E à Deus pela vida.

Page 3: Monografia Lucimar Andretta.pdf

rw

• • • • • • • '. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • le le

--~-~---~-----~~-----------",~

"

sUMÁRIO

Lista de Figuras ................................................................................................... I

Lista de Tabelas .................................................................................................. IV

Resumo ............................................................................................................... V

Anexo ................................................................................................................ 39

1.0 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 01

1.1 Objetivos ......................................................................................... 03

2.0 ÁREA EST'UDADA ................................................................................. 04

3.0 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 08

3.1 DADOS ABIÓTICOS ......................................................................... 10

3.1.1 Temperatura ............................................................................... 1 O 3.1.2 Salinidade ................................................................................... 1 O 3.1.3 Potencial hidrogeniônico ............................................................ 10 3.1.4 Oxigênio dissolvido ................................................................... 10 3.1. 5 Dióxido de carbono total ........................................................... .1 O 3.1.6 Seston ......................................................................................... 11 3.1. 7 Matéria orgânica particulada ...................................................... 11 3.1.8 Precipitação ................................................................................ 11 3.1.9 Maré ........................................................................................... 11

3.2 DADOS BIÓTICOS ........................................................................... 12

3.2.1 Total bacteriano e biomassa bacteriana .................................... .12 3.2.2 Bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis ........................... 12 3.2.3 Análise de coliformes ................................................................. 13 3.2.4 Análise da clorofila total ........................................................... .13

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................. 13

4.0 RESULTADOS ......................................................................................... 14

5.0 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ............................................................... 31

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 34

Page 4: Monografia Lucimar Andretta.pdf

I: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • I.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa do Complexo Estuarino Baía de Paranaguá com a localização da área

estudo ............................................................................................................... 04

Figura 2 - Mapa da região estudada, com localização da Gamboa do Perequê e dos

pontos de coleta .............................................................................................. 06

Figura 3 - Estações de coleta durante a baixa-mar . A) Estação 1

(Desembocadura da Gamboa do Perequê no Canal do DNOS), B)

Estação 2 (Curva da Pesca), C) Estação 3 (Trapiche do CEM), D) Estação

4 (ponte da Igreja Católica) e E) Estação 5 ( Ponte do asfalto da

Tenenge) .................................................................. ,........................................ 08

Figura 4 - Coletor das amostras ........................................................................................... 09

Figura 5 - Diagrama comparativo das temperaturas da água superficial nos picos de

maré, pontos e períodos amostrados ............................................................... 14

Figura 6 - Resultados da comparação entre as médias de temperatura por A) Datas de

coleta; B) Maré e C) Pontos amostrais ........................................................... 14

Figura 7 - Diagrama comparativo da salinidade nos picos de maré, pontos e períodos

amostrados..... .... .. .... .. .. ............ .. .. .................. .. .......................... ........ ........ ...... 15

Figura 8 - Resultados da comparação das médias de salinidade em relação a: A) Datas de

coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais............................. ............ ....... ........... 15

Figura 9 - Diagrama comparativo do pH nos picos de maré, pontos e períodos

amostrados ...................................................................................................... 16

Figura 10 - Resultados da comparação das médias do pH em relação a: A) Datas de

coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ........................................................... 16

Figura 11 - Diagrama comparativo da .percentagem .de Oxigênio .dissolvido .na água

nos picos de .maré, pontos e períodos amostrados ......................................... 17

Figura 12 - Resultados da comparação das médias da percentagem de oxigênio

dissolvido na água em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos

amostrais.. ............................ ........ ...... ........................... .................... .............. 17

Figura 13 - Diagrama comparativo do CÜ2 total na água nos picos de maré, pontos e

períodos amostrados .................................. ,.................................................... 18

Figura 14 - Resultados da comparação das médias do dióxido de carbono total na água

em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ................. 18

Figura 15 - Diagrama comparativo do Seston nos picos de maré, pontos e períodos

amostrados ...................................................................................................... 19

I

Page 5: Monografia Lucimar Andretta.pdf

I: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

~---~~~~~~~~~----------------------,

Figura 16 - Resultados da comparação das médias do Seston em relação a: A) Datas de

coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais .......................................................... 19

Figura 17 - Diagrama comparativo da matéria orgânica particulada nos picos de maré,

pontos e períodos amostrados ......................................................................... 20

Figura 18 - Resultados da comparação das médias da matéria orgânica particulada em

relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais................. ...... 20

Figura 19 - Diagrama comparativo da clorofila total nos picos de maré, pontos e

períodos amostrados ...................................................................................... 21

Figura 20 - Resultados da comparação das médias da clorofila total em relação a: A)

Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ........................................... 21

Figura 21 - Variação da precipitação durante o período estudado ...................................... 22

Figura 22 - Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas totais nos picos de maré,

pontos e períodos amostrados.......................................................................... 23

Figura 23 - Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas totais em

relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.... ...... ............. 23

Figura 24 - Diagrama comparativo da biomassa bacteriana nos picos de maré, pontos e

períodos amostrados ...................................................................................... 24

Figura 25 - Resultados da comparação das médias da biomassa bacteriana em relação a:

A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ....................................... 24

Figura 26 - Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas cultiváveis halófobas nos

picos de maré, e períodos amostrados ............................................................ 25

Figura 27 - Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas

cultiváveis halófobas em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C)

Pontos amostrais............................................................................................. 25

Figura 28 - Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis

halófilas nos picos de maré, pontos e períodos amostrados ........................... 26

Figura 29 - Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas aeróbicas

cultiváveis halófilas em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos

amostrais ......................................................................................................... 26

Figura 30 - Diagrama comparativo dos coliformes totais nos picos de maré, pontos e

períodos amostrados........................................................................................ 27

Figura 31 - Resultados comparação das médias dos coliformes totais em relação a: A)

Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ............................................ 27

Figura 32 - Diagrama comparativo dos coliformes fecais nos picos de maré, pontos e

períodos amostrados........................................................................................ 28

li

Page 6: Monografia Lucimar Andretta.pdf

I: I. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :.

----- ---------------------------------------------~

III

Figura 33 - Resultados da comparação das médias dos coliformes fecais em relação a:

A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais ....................................... 28

Figura 34 - Distribuição dos pontos amostrados, e dos valores bióticos e abióticos

do período estudado, no espaço dos componentes principais

(PCA) .............................................................................................................. 29

Figura 35 - distribuição dos pontos amostrados, posição das marés e dos valores bióticos

e abióticos no período estudado, no espaço dos componentes principais

(PCA) .............................................................................................................. 30

Page 7: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • "'-

• • • • • ,e • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ,e • .' • '.

IV

LISTA DE TABELAS

Tabela I -Relação comparativa da estratégia amostraI realizada ............................................. 09

Tabela 11 - Composição do meio de cultura .............................................................................. 12

Anexo I - Valores dos parâmetros bióticos e abióticos obtidos .............................................. .40

Anexo 11 - Resultados da correlação entre os parâmetros bióticos e abióticos nos cinco pontos

amostrais ................................................................................................................ 41

Anexo 111 - Resultados dos 16 componentes principais, com as respectivas variâncias

individuais e cumulativas (em percentagem) ................... H ••••••••••••••••••••••••••••••••••• .42

Page 8: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

v

RESUMO

Bactérias heterotróficas podem ser encontradas em todas as regiões marinhas. Sua

importância, entretanto, é maior em regiões próximas à costa devido, por um lado, à entrada

de matéria orgânica e nutrientes provenientes da terra firme, por outro, devido às influências

antrópicas. No Paraná, uma das áreas de estudos mais importantes é o Complexo Estuarino

Baia de Paranaguá. Ao longo de todas as margens do estuário encontram-se gamboas ou

"marigots". Por definição gamboas são pequenos esteiros que se enchem com o fluxo da maré

e ficam secos na vazante. A Gamboa do Perequê está localizada na entrada da Baía de

Paranaguá e sofre, durante as preamares, fortes influências da plataforma continental

adjacente. Durante as baixa-mares recebe águas do lençol freático, pluviais e servidas. A

Gamboa do Perequê tem aproximadamente 2,6 km de extensão, cruza parte do Balneário de

Pontal do Sul e desagua no Canal do DNOS. Foi objetivo da presente pesquisa, verificar a

influência da maré sobre as bactérias da referida gamboa. Para tanto foram feitas coletas de

águas superficiais em cinco pontos distintos, durante as preamares e baixa-mares de sizígia e

quadratura em julho de 1999. A estação 1 está localizada junto à desembocadura da gamboa e

a 5 na sua parte mais interna. De todas as amostras coletadas foram avaliados os seguintes

parâmetros: salinidade, temperatura, pH, OD, CO2, seston, MOP clorofila, bactérias

heterotróficas totais, biomassa bacteriana, bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis

halófobas e halófilas e coliformes totais e fecais. Foram registrados ainda os valores de

pluviosidade dos seis dias que antecederam a coleta somados a do dia da coleta. Como

esperado, os resultados mostraram que durante as preamares de sizígia foram registrados os

valores mais altos de salinidade, pH e oxigênio dissolvido nas estações de 1 a 4. As

quantidades de bactérias heterotróficas totais foram diretamente proporcionais aos valores de

seston e clorofila nas estações 2 e 3 durante a baixa-mar de 28 de julho, e na estação 5 durante

a preamar do mesmo dia. Os valores de bactérias heterotróficas aeróbicas halófilas e

halófobas, de coliformes totais e fecais, apresentaram correlação direta com a matéria orgânica

particulada e a pluviosidade. Os maiores valores foram registrados, em todas as estações,

durante a baixa-mar de quadratura do dia 06 de julho. Este período foi caracterizado por altas

pluviosidades, que pode ter influenciado a variação bacteriana. Durante a preamar de

quadratura e, em alguns casos, durante a baixa-mar de quadratura e de sizígia, foram

registrados os menores valores de heterotróficas totais e de biomassa bacteriana. Os resultados

mostraram grande influência da maré sobre as bactérias das estações 1 a 4. Recentes

movimentações de areia feitas por ocasião da construção de uma ciclovia assorearam a região

próxima à Estação 5, dificultando assim a influência da maré sobre esta região.

Page 9: Monografia Lucimar Andretta.pdf

'S

I. • • • • • • • • • • ,e

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • le • • '.

1

1.0 INTRODUÇÃO

As bactérias pertencem ao reino Monera e se diferenciam dos demais organismos

vivos por serem procariontes, unicelulares, por conterem mureína na membrana celular e

apresentarem 70S ribossomos (SCHLEGEL, 1993). Podem viver isoladas ou em colônias e

são encontradas em todos os ambientes. Evidências sugerem que existam entre 300.000 e um

milhão de espécies de bactérias no globo terrestre, entretanto somente 3. 100 espécies estão

descritas no Bergey's Manual of Determinative Bacteriology. Uma grama de solo contém

mais de um bilhão de bactérias, mas só 1% delas podem ser cultivadas. Frações similarmente

baixas de bactérias podem ser cultivadas a partir de águas doces e oceânicas. Desta forma a

maior parte das bactérias ainda estão por ser descobertas (Center for Microbial Ecology at

Michigan State University, 1995).

No ambiente aquático, tanto limnico, quanto marinho, as bactérias podem ocorrer

livres ou aderidas a partículas orgânicas e inorgânicas. Podem ser encontradas em todo o

ambiente marinho, inclusive nas fossas abissais e ventos termais. Na coluna d'água, seu

número é maior na zona fótica, devido à um acúmulo maior de fitoplâncton, assim como na

região localizada logo acima do sedimento, devido à ressuspensão do mesmo

(RHEINHEIMER, 1985).

Apesar de ocorrerem em todos os ambientes marinhos, sua importância é maior nas

regiões próximas à costa (deltas, estuários, baías e desembocaduras de rios) devido, ao "input"

de matéria orgânica e nutrientes provenientes da terra firme (GUNKEL, 1964; GOCKE, 1977;

RHEINHEIMER, 1985), e às influências antrópicas (cidades, povoados, portos, etc.) que as

alteram de forma direta ou indireta, quantitativa e qualitativamente.

Em regiões costeiras, principalmente em baías e estuários, ocorrem, além das

bactérias marinhas, adaptadas à ambientes de alta salinidade, bactérias halotolerantes,

adaptadas a regiões de salinidades intermediárias e halófobas, trazidas principalmente através

dos rios. Estas últimas se desenvolvem melhor em meios de cultura de água doce e no mar só

sobrevivem por tempo limitado.

Poucos foram os estudos bacteriológicos efetuados no Complexo Estuarino Baía de

Paranaguá e regiões adjacentes. KOLM & CORRÊA (1994) analisaram o número de bactérias

saprófitas no sedimento de um perfil vertical à linha da maré em uma praia arenosa em frente a

Pontal do Sul. Os autores observaram que o maior número de saprófitas ocorreu na região da

última preamar. KOLM & ABSHER (1995) estudaram o número de saprófitas em águas

superficiais ao longo das baías de Paranaguá e Antonina e sua interrelação com os fatores

ambientais. KOLM & LESNAU (1997), estudando a variação de bactérias saprófitas em duas

colunas d'água, uma próxima e outra distante de manguezais, concluíram que, apesar de

ambas serem influenciadas por águas da plataforma continental, existem variações quanto aos

hábitos bacterianos. KOLM et aI. (1997) publicaram, para as Baías de Paranaguá e Antonina,

Page 10: Monografia Lucimar Andretta.pdf

., • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

2

os primeiros dados de heterotróficas totais, de biomassa bacteriana e de coliformes totais e

fecais, e sua interrelação com dados abióticos. SCHOENENBERGER (1998) efetuou os

primeiros estudos bacteriológicos das baías de Guaraqueçaba e Laranjeiras.

Page 11: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • '.

3

1.1 OBJETIVOS

A presente pesquisa teve como objetivos estudar, em águas superficiais, em um ciclo

de marés semi diurno, nas quatro fases da lua (duas de sizígia e duas de quadratura), as

seguintes variações ao longo da Gamboa do Perequê:

a) Variação bacteriana total e da biomassa bacteriana;

b ) Variação de saprófitas halófobas e halófilas;

c ) Variação de coliformes totais e fecais;

d) Variação do fitoplâncton (clorofila total);

e) Interrelação entre os valores bióticos e abióticos analisados.

Page 12: Monografia Lucimar Andretta.pdf

I ­• • I. • I. • • • • • • • • • • • • • I .

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

4

2.0 ÁREA ESTUDADA

Os ambientes estuarinos são corpos de água que ocupam a região de transição entre o

oceano e os rios. Os estuários têm importância histórica e fundamental para o

desenvolvimento da humanidade, pois cerca de dois terços das grandes cidades distribuídas ao

redor da Terra estão localizadas nas suas proximidades. Muitos dos estuários são, portanto, o

receptáculo natural de diferentes efluentes naturais, podendo trazer também substâncias

químicas patogênicas, drenadas das regiões adjacentes e dos centros urbanos. Desta forma são

corpos de água extremamente vulneráveis a alterações da qualidade da água, o que pode

ocasionar sérios problemas à saúde das populações que vivem nas suas margens, à sua

produção biológica e ao seu aspecto estético (MIRANDA & CASTRO FILHO, 1996).

O Complexo Estuarino Baía de Paranaguá ( 25°16 '34" S; 48°1T42" W) é o maior

estuário do Estado do Paraná e estende-se por aproximadamente 50 km continente adentro. Ele

é dividido, em base no sistema de drenagem terrestre, em dois setores principais: a) setor

norte: formado pelas Baías das Laranjeiras, de Guaraqueçaba, dos Pinheiros e pelas enseadas

do Benito e de Itaqui e b) setor oeste: formado pelas Baías de Paranaguá e Antonina

(MÜLLER, 1984; ABSHER, 1989) (Fig. 1).

N

1 Figura 1. Mapa do Complexo Estuarino Baía de Paranaguá com a localização da área

estudada.

Page 13: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • .' • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

5

Em todo o complexo estuarino podem ser encontrados baixios e ilhas de médio e

pequeno porte. Grande quantidade de rios desembocam principalmente na parte interna do

estuário. Ao longo das suas margens e nas ilhas, podem ser encontradas ainda gamboas ou

"marigots". Por definição, gamboas são pequenos esteiros, que se enchem com o fluxo da

maré e ficam em seco na vazante (MAGLIOCCA, 1987).

Toda a orla do estuário, assim como os rios e gamboas, são margeados por

manguezais constituídos de Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia

schaueriana. Nas regiões mais calmas do estuário ocorrem bancos de Spartina alterniflora.

Segundo REBELLO & BRANDINI (1990) essas formações florísticas propiciam o

enriquecimento da região por detritos orgânicos.

Na entrada do Complexo Estuarino Baía de Paranaguá encontram-se as Ilhas do Mel

e da Galheta. As vias de interligação mais importantes do estuário com a plataforma

continental são o Canal da Galheta, constantemente dragado, permitindo assim o acesso dos

navios ao porto de Paranaguá, e o Canal Sueste, formado pela união dos canais Norte e Sueste

provenientes do mar aberto.

Os rios mais importantes que desembocam na Baía de Paranaguá são o Guaraguaçú e

o Nhundiaquara. Além deles, podem ser encontrados vários "rios", tais como o das Pedras, o

Embocu~ o Emboguaçú, o Maciel, o Baguaçú e o Perequê. Estas confluências de água, na

realidade, não são "rios", mas sim "gamboas" , "rios de marés" ou "marigots" (KOLM,

com.pess).

A Gamboa do Perequê (Fig. 2) tem aproximadamente 2,6 km de extensão (LANA et

aI. , 1989). Ela apresenta um traçado tipicamente meandrante com desembocadura no Canal

do DNOS, próximo ao canal de acesso (Canal da Galheta) da Baía de Paranaguá, no setor de

alta energia do estuário (BLANKENSTEYN, 1994). Ao longo de suas margens,

principalmente nas faces internas das curvas, podem ser encontrados bancos de marismas

(Spartina alterniflora) e manguezais, com predominância de Laguncularia racemosa (mangue

branco). Nas partes mais elevadas e secas da gamboa ocorre o algodoeiro-da-praia (Hibiscus

tiliaceus) e vegetação de restinga (BLANKENSTEYN, 1994). Além disto boa parte de sua

extensão divide o Balneário de Pontal do Sul em dois setores.

O fluxo de água da Gamboa do Perequê é principalmente dominado pelo regime das

marés na área, apresentando fluxo em ambas as direções, na enchente e na vazante. Fluxos

significativos de água doce na direção de jusante acontecem somente em épocas de fortes

chuvas (verão). Durante o período restante, a única contribuição de água doce provém do

lençol freático que, por se encontrar rente à superfície do terreno, percola quantidades

variáveis de água doce no leito da gamboa. Assim, os valores da salinidade variam com o ciclo

das marés (semi diurnas) e com as variações sazonais. As águas da gamboa são mais salinas no

inverno, época de estiagem, com valores de até 33 ppm, e apresentam baixas salinidades na

época de chuvas com aproximadamente 1 ppm (LANA, com.pess.).

Page 14: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

6

As profundidades observadas no leito da gamboa variam de poucos centímetros a 2,8

m durante marés baixas de sizígia. As feições meandrantes do leito são a sua característica

principal (LANA et al. , 1989).

As águas invadem periodicamente as margens da gamboa, inundando pelo menos

duas vezes por dia lunar as áreas de maguezais adjacentes, acompanhando o regime

semi diurno da maré, que apresenta assimetrias devida a efeitos não lineares induzidos pelo

atrito das correntes com o leito da gamboa. Estes efeitos são responsáveis pelo fenômeno de

múltiplas altas e baixas marés em períodos de quadratura, onde mais de três preamares e

baixa-mares por dia lunar são observadas (MARONE & DE CAMARGO, 1994).

Bara de Plranagui

Oceano Atlintico

Figura 2. Mapa da região estudada, com localização da Gamboa do Perequê e dos pontos de coleta.

(BLANKENSTE YN, 1994. - modificado).

As correntes superficiais observadas no local atingem valores de até 40 cmlseg nos

períodos de sizígia. Os valores das correntes máximas observadas possuem energia suficiente

para carrear sedimentos de até 2 mm de diâmetro (cascalho) (MARONE & DE CAMARGO,

1993).

Os ranges (diferença de alturas entre a baixa-mar e a preamar) são tipicamente da

ordem de 120 em nos períodos de sizígia, diminuindo para 60 em nas quadraturas. Em épocas

Page 15: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

7

da ação de frentes frias, combinadas com períodos de sizígia, o range das marés pode atingir

160 cm (MARONE & DE CAMARGO, 1994)

Ao longo dos anos a Gamboa do Perequê sofreu e está sofrendo grandes influências

antrópicas. Parte de seu leito foi retificado na porção central e na desembocadura. Na última

une-se a um canal construído na década de 50 pelo Departamento Nacional de Obras de

Saneamento (DNOS) (BLANKENSTEYN, 1994). Atualmente o maior impacto refere-se à

recepção de águas pluviais e dos esgotos provenientes do povoado de Pontal do Sul, e das

marinas próximas de sua desembocadura.

Recentemente foi efetuada a construção de uma ciclovia entre a Avenida Beira Mar e

a Escola Municipal Profa. Benvinda de Miranda Lopes Correa, com movimentação de areia, e

conseqüente assoreamento da região interna da gamboa.

Muitos estudos ecológicos já foram publicados na Gamboa do Perequê (BARLETT A

et al. , 1987; analisando a variação estacionaI da ictiofauna. BARLETTA et aI. , 1990;

estudando a variação nictimeral e estacionaI. NETTO & LANA, 1991; observando o efeito de

perturbações do sedimento sobre as associações macrobênticas na Gamboa.

BLANKENSTEYN e LANA, 1991a, b, c; analisando a macrofauna bêntica. PRATA JÚNIOR

& MARONE, 1993; caracterizando geograficamente uma bacia de mangue.

BLANKENSTEYN, 1994; estudando a associação da macrofauna bêntica do manguezal e do

marisma da Gamboa. EVERSEN & LANA, 1995; observando a recolonização bêntica de

sedimentos defaunados. OMAIRl & LANA, 1995; estudaram a recolonização da fauna

macrobêntica. DE CAMARGO & MARONE, 1995; DE CAMARGO et al. , 1997; MARONE

et ai, 1997, ambos observando influências do vento. lllGUTI et aI. , (1998) realizaram nesta

região o primeiro trabalho microbiológico, analisando coliformes.

l

Page 16: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • -• • I­•

8

3.0 MATERIAL E MÉTODOS

No mês de julho de 1999, foram realizadas oito coletas de água superficial em cinco

pontos amostrais nas pré- e baixa-mares das quatro fases da lua (Figs. 3A a E).

A B

c D

E

Figura 3: Estações de coleta durante a baixa-mar. A) Estação 1 (Desembocadura da Gamboa do Perequê no Canal do DNOS), B) Estação 2 (Curva da Pesca), C) Estação 3 (Trapiche do CEM), D) Estação 4 (ponte da Igreja Católica) e E) Estação 5 (ponte do asfalto da Tenenge).

Page 17: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

9

As coletas obedeceram o fluxo da maré, isto é, na preamar da estação 1 para a 5 e na

baixa-mar no sentido inverso conforme a tabela I:

Tabela I : Relação comparativa da estratégia amostraI realizada.

Data da Fase da Lua Maré Horário inicial Sentido da coleta

coleta da coleta (estações)

06/07/99 Quarto minguante Preamar 09 h 30 min 1-5

06/07/99 Quarto minguante Baixa-mar 16 h 10 min 5-1

13/07/99 Nova Baixa-mar 09 h 50 min 5-1

13/07/99 Nova Preamar 16 h 05 min 1-5

20/07/99 Quarto crescente Preamar 08 h 30 min 1-5

20/07/99 Quarto crescente Baixa-mar 12 h 55 min 5-1

28/07/99 Cheia Baixa-mar 09 h 30 min 5-1

28/07/99 Cheia Preamar 15 h 10 min 1-5

As águas foram coletadas com um pegador constituído de uma vasilha plástica

acoplada a um longo cabo de madeira, como pode ser visto nas Figuras 3E e 4.

Figura. 4: Coletor das amostras.

Page 18: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • I. • • •

10

Em todas as estações foram realizadas as seguintes análises:

A ,

3.1 PARAMETROS ABIOTICOS

3.1.1 Temperatura da água

Realizada no campo, utilizando-se um termômetro padrão com escala 1/40 OCo

3.1.2 Salinidade

Foi verificada no laboratório, com um refratômetro ATAGO modelo S~L com

escala de 0,40 %o .

3.1.3 Potencial Hidrogeniônico

Obtido no campo com um pHmetro portátil digital ATAGO.

3.1.4 Oxigênio Dissolvido

Segundo o procedimento descrito por WINKLER, as amostras de água foram

colocadas, no campo, em frascos esmerilhados, tendo-se o cuidado em evitar a formação de

bolhas. Em seguida foram adicionados 0,5 ml de Cloreto de Manganês II e 0,5 ml de Iodeto de

Potássio. Todas as amostras foram transportadas para o laboratório em isopor imersos em água

de um dos locais de coleta.

A titulação da amostra foi realizada no laboratório e com Tiossulfato de Sódio. Os

valores obtidos foram expressos em porcentagem de saturação.

3.1.5 Dióxido de carbono total

Foi calculado à partir dos dados de temperatura, salinidade, pH e alcalinidade,

segundo o modelo de interações iônicas e programa de computador para análise Alcagran

(CARMOURZE, 1994).

Page 19: Monografia Lucimar Andretta.pdf

., • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

11

3.1.6 Seston

As amostras de água foram transportadas em galões ao laboratório e filtradas com

filtros Whatmann GFIF previamente secos e pesados. Os valores de seston foram obtidos

através das diferenças de peso.

3.1. 7 Matéria Orgânica Particulada (MOP)

As concentrações foram obtidas através da Técnica da Ignição. Os cálculos foram

realizados em programa específico do Excel desenvolvido no CEM da UFPR

3.1.8 Precipitação

Os dados de precipitação foram gentilmente cedidos pelo Laboratório de Física

Marinha do CEMlUFPR. Foram utilizados os valores de seis dias que antecederam a coleta,

somados aos do dia da coleta.

3.1.9 Maré

Os horários de maré foram fornecidos pelo Laboratório de Física Marinha do

CEMlUFPR. Para a Análise dos Componentes Principais os estados das marés foram

transformados em 1 para baixa-mar e 2 para preamar.

Page 20: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

12

3.2 PARÂMETROS BIÓTICOS

3.2.1 Contagem do total bacteriano e biomassa bacteriana

As amostras foram formalizadas in loco e transportadas ao laboratório. A contagem

bacteriana foi realizada através da microscopia de epifluorescência, utilizando-se o

fluorocromo laranja de acridina. Foi seguida a metodologia descrita por PARSONS et ai

(1984), com as seguintes alterações: os filtros foram pré-escurecidos com o corante Sudan

Black B dissolvido em 100% de ácido acético p.a. ; e o formol não foi previamente filtrado .

Para o cálculo da biomassa bacteriana as bactérias de seis campos óticos foram

divididas em cocos (0,5 x 0,5 f.l), bacilos pequenos (0,5 x 1,0 f.l) e bacilos grandes (acima de

1,0 f.l) . Para a quantificação da biomassa bacteriana, o biovolume foi determinado a partir do

volume de figuras geométricas aproximadas com um fator de conversão de 0,4pgC.f.lm-3

(BJ0RNSEN & KUPARINEN, 1991).

3.2.2 Bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis (também denominadas de

saprófitas ou unidades formadoras de colônias (UFC) )

Em laboratório, alíquotas das amostras de água foram submetidas ao cultivo seguindo

a metodologia descrita por KOLM & CORRÊA (1994) e KOLM & ABSHER (1995). O meio

de cultura utilizado foi o Zobell 2216E, modificado por GUNKEL (1964), como mostra a

Tabela lI.

Tabela lI : Constituição do meio de cultura

Extrato de levedura 1 g

Peptona de carne 5g

F osfato de F erro III 0,01 g

Agar 13g

Agua* 1000 ml

pH = 7,5 a 7,6

* Para bactérias halófobas utilizou-se água destilada e para halófilas água salgada envelhecida na proporção de três partes de água salgada para uma de água destilada.

Para a contagem de bactérias halófobas foram usadas as diluições de 1 e 1: 10 e para

as halófilas consistentemente a de 1: 10.

Page 21: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

13

3.2.3 Análise de coliformes

As amostras de água foram levadas ao laboratório e diluídas na proporção de 1: 10

com água destilada autoclavada. Para a análise foi utilizado um substrato cromogênico

composto basicamente por sais, orto-nitrofenil-B-d-galactopiranosideo (ONPG) específico

para o grupo coliformes totais e 4-metil-umberifenil glucoronídeo (MUG) específico para

coliformes fecais (Escherichia coli), conforme descrito nos "Standard Methods for the

Exarnination of Water and Westwater" (1995). Os produtos utilizados foram os Colilert, em

acordo com a metodologia sugerida pela empresa Idexx Laboratories, Inc.

O material foi acondicionado em cartelas fornecidas pela empresa acima citada e

incubado por 18 horas a 36 °C. Os coliformes totais foram contados sob iluminação natural e

os fecais sob luz ultravioleta de 365 nrn.

3.2.4 Análise de clorofila total

Alíquotas de 30 a 50 ml de cada amostra de água foram filtradas, em filtros de fibra

de vidro Whatman GF/C, 0,45 Ilrn, e estocadas em envelopes de papel alumínio a -18°C, para

a análise quantitativa de clorofila total pelo método fluorimétrico, como descrito por

STRICKLAND e PARSONS (1968).

Para a extração da clorofila foi utilizada como solvente a acetona 90%, e a leitura foi

realizada em fluorímetro Turner 1 O-AV.

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todos os resultados obtidos foram analisados e comparados estatisticamente com

auxílio dos pacotes STATGRAPillCS (Statistical Graphic Corporation, 1993) e STATISTICA

(StatSotl: Inc., 1997).

Sempre que possível foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) para comparação

das variáveis analisadas. Os resultados foram apresentados na forma de gráficos e os valores

de "F" , dos graus de liberdade e de "p", foram inseridos acima de cada figura. O nível de

significância adotado foi de 95%.

Para identificação de distribuição temporal e espacial foi usada a Análise dos

Componentes Principais (PCA), (BOUROCHE & SAPORTA, 1982; LEGENDRE &

LEGENDRE, 1983).

Page 22: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

14

4.0 RESULTADOS

Conforme pode ser observado na Figura 5 a temperatura mais alta da água (24,0 °C)

ocorreu na estação 5 durante a baixa-mar do dia 20 de julho; a mais baixa (16,3 °C) foi

observada na estação 1 durante a preamar do dia 06 de julho.

23

U <L 21 I! ~

~ 8. 19

E {!!

17

15 12345 12345 12345 12345

PREAMAR

12345 12345 12345 12345

BAIXA-MAR EstaçOes de coleta

Figura 5. Diagrama comparativo das temperaturas da água superficial nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A 24

F(7,32)= 24,49; p< 0,0000 8 21 .0

F(1 ,38)= 2,87; p< 0,0982

23 I I '11l6'Eno_~ ~ g I:r: 'I.9<1'EnoP_~ 22 ~ ='ErTOpDIo 20.4

CJ .1.00'Eno_ 0_ Ô 21

.ê 19.8 "-

l±J®@ 5 20

~ = 5 i 19 119,2 g 18 @ ... 17 ® ... 16 18,6

15 06107 13/07 2OIJ7 2Ml7 06107 13/07 2OIJ7 2Ml7 18,0

PREAMAR BAlJ(A.MAR BAlJ(A.MAR PREAMAR Es1açOes de coIe1a Maré

C F(4,35)= 0,80; p< 0,5333

n rr-~~==~'---------------~

11 '---------------------------'

Figura 6. Resultados da comparação entre as médias de temperatura por: A) Datas de coleta; B) Maré e C) Pontos amostrais.

Conforme pode ser visto na Figura 6A, B e C a variação da temperatura foi

significante apenas entre as datas amostradas. Não foram constatadas variações significantes

entre as diferentes marés e pontos amostrados.

Page 23: Monografia Lucimar Andretta.pdf

.. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • •

15

A maior salinidade (32 %o) foi registrada na preamar do dia 28 de julho nas estações

1,2 e 3. O valor mais baixo encontrado foi de O 0/00 na estação 5, nas duas marés do dia 20 de

julho, como pode ser observado na figura 7.

30

25 ~

E Q. .e: 20 CI)

"O

~ 15 :~ m Cf) 10

5

o 12345 12345 12345 12345

PREAMAR

12345 12345 12345 12345

BAIXA-MAR

Figura 7. Diagrama comparativo da salinidade nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A4fJ F(7,32) = 9,58; p<o,OOOO 824

F(1,38)= 9,78; p<O,OO34

)5 I ::r ±1 .96'Erro peita0 J l::r ±l96'Erro pelta~ 1 g 30 g ® o ±1.00'Erro peita0 20

CJ :tl .00'Erro peita0 D Méda D Méda

Ê 2" Ê ~

~20

~®®g 'ª 16

~ 15 Q) 1J 1J

c±J g ~ 12 ~ 10

&l 5 " g ~ 8

-5 06107 13/07 2OIf17 28107 06/07 13/07 20/07 28107

4 PREAMAR BAIXA-MAR BAIXA-MAR PREAMAR

Datas de coleta MARÉ

F(4,35)= 2,66; p< 0,0489

C26

20

2 3 4 5

Estações de coleta

Figura 8. Resultados da comparação das médias de salinidade em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais .

Os resultados da ANOV A mostraram que as diferenças entre as médias de salinidade

das datas de coleta, das diferentes marés e pontos amostrados foram significantemente,

diferentes (Fig. 8A, 8B e 8C ).

Page 24: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • I · • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

16

Os potenciais hidrogeniônicos mais alto e mais baixo foram observados na estação 1 durante a

preamar do dia 28/07 (7,94) e na baixa-mar do dia 13/07 (6,33), respectivamente, como mostra

a figura abaixo.

8,2,--------------------,

7,8

7,4

7,0

6,6

6,2 12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345

PREAMAR BAIXA-MAR Estações de Goleia

Figura 9, Diagrama comparativo do pH nos picos de maré, pontos e períodos estudados.

A 8,2

~ 7,9

7,.

:x: o. 7,0

8,6

r±l 8,2

0Ml7 1SOl7

PREAMAR

F (7,32)=15,71; p<O,OOOO F (1,38) = 3,92; p<0,0549

~ ~

~ 2OKl7 28107 0Ml7

Datas de coleta

C 7,6

7,4

7,2

:x: 7,0 c.

6,e

7,6 I I ±I ,96"E1ro pedrt~1 B 7,5 ::r:::: ±1 .96·erro pedrto

CJ ±I ,OO'Erro pedrto D ±1 .OO·Erropedrto D Mé<la c Méda

7,4

7,3

gc:iJ= 7,2

:a 7,1

7,0 g e.s

8,9

1SOl7 20m 28107

BAIXAMAR 8,7

BAJXA.MAR

Maré

F (4,35) = 0,45: p<O,7709

I .1 .96·ErrD podrto CJ .1 .00·erro pedrto

c M6da

6,4~---------------' 2 3

Estações de coleta

I

1

PREAMAR

Figura 10. Resultados da comparação das médias de pH em relação a: A) Datas de coleta, B)

Maré e C) Pontos estudados.

Conforme pode ser visto nas Figuras 10A, B e C, a varíação do pH durante a preamar,

nas marés de sizígia (13/07 e 28/07) foi significantemente maior que durante as marés de

quadratura (06/07 e 20/07). Na baixa-mar somente houve variação significante entre a

primeira e a última data de coleta.

Page 25: Monografia Lucimar Andretta.pdf

w

• • • I: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

17

Durante a baixa-mar do dia 13/07/99, foram observadas tanto a percentagem mais alta

de oxigênio dissolvido na água (108,43%), quanto a mais baixa (21,86%) nas estações 2 e 5

respectivamente, conforme pode ser observado na figura 11 .

1W .---------------------------------,

12H5 12H5 12345

PREAMAR

12345 12345 12345 12345

BAIXA-MAR EstaçOes de coleta

Figura 11 . Diagrama comparativo da percentagem de Oxigênio dissolvido na água nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

F (7,32) = 5,16; p< 0,0005

A 1~~------~~~==~ F (1,38) = 13,78; p<0,OOO7 g g I ~ ::E='I

B 90 r-;::;;;::.==~~::;_-----~ :r:: ±1 .96"Erro pecHo D ±1 .00"Erro pe<tlo

c Méda

@ g ~@~riJ PREAMAR BAIXA-MAR BAIXA-MAR PREAMAR

Delas de coIe1a Maré

F (4,35) = 3,51 ; p<O,0164

c 100 ~------------------------------~

90 I t1 .96'Erro padr!lo

c Média

c

~ L-----------2 -----3----------------~

Estações de coleta

Figura 12. Resultados da comparação das médias da percentagem de saturação do oxigênio dissolvido na água em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Os resultados da ANO V A mostraram que durante o período estudado houve uma

variação do oxigênio dissolvido na água estatisticamente significante, tanto ao longo das datas

de coleta, quanto na variação de maré e das estações estudadas (Fig. 12 A, B e C).

Page 26: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • I. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

18

A figura 13 mostra que a percentagem mais alta do C02 total na água ocorreu na

estação 5 (7118%) durante a preamar do dia 06/07 e a mais baixa na estação 1 (149,8%)

durante a preamar do dia13/07.

OOOO ~-------------------------------.

7000

12345 12346 12346 12345 12346 12346 12346 123.6

PREAMAR BAIXA-MAR

Estações de coleta

Figura 13 . Diagrama comparativo do C02 total na água nos picos de marés, pontos e penados amostrados.

A 7000

~ 8000

!5OOQ lO E " " g tií 4000

~ ~ sooo

~ ~ 2000 N OI

o ~ 1000

ü ª 'ª' ·1000

F (7,32) = 4,21: p<O,0022 F (1,38) = 4,98: p<O,0316)

B 4600

g Ô 4000 g '3. ~ ~ 3400 g :J! :g ~ 2800 g ~~ç©g ]i E o ., gN f 2200 g ~I :r "-'_:I D ±1 .00"Etro peita0 ! 1600 c Mé<la

0Ml7 1~7

PREAMAR

2O/U1 2Ml7 0Ml7 1~7 2fJI07 28.<)7 1000 BAIXA-MAR BAIXA-MAR

Datas de coleta Maré

c F (4,35) = 6,56; p<O,OOO5

7~ ~--------------------------~

II ±l .96"Erro padrao: I O ±l .00'Erro padrao

D Média

~ ~--------------------------~

EstaçOes

I :r: ±l .96'Erro P8Qi1~ D ±l .00"EtropaQilo

c Mé<la

g PREAMAR

Figura 14. Resultados da comparação das médias do dióxido de carbono total na água em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Conforme pode ser visto na figura 14A, B e C a variação do dióxido de carbono total

na água foi estatisticamente significante, tanto ao longo das datas de coleta, quanto na variação

de maré e nos pontos analisadas durante o penado de estudos. Como pode ser visto na figura

14C os maiores valores puderam ser observados na estação 5.

Page 27: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

19

o maior valor de seston (9,23 mg.r 1) foi registrado na estação 1 durante a baixa-mar

do dia 06/07. Na mesma estação também foi encontrada a menor quantidade (2,42 mg.r\

durante a preamar do dia 20/07. A variação do seston durante o período e estações estudadas

pode ser observada na figura 15.

10 r-------~------------------------__.

12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345

Estações de coleta

PREAMAR BAIXA-MAR

Figura 15. Diagrama comparativo do Seston nos picos de maré, pontos e períodos estudados.

F (7,32) = 4,01 ; p<O,OO30

0Ml7 I Ml7 20m 2Ml7 0Ml7 I Ml7 2007 2M)7

PREAMAR BAIXA-MAR Datas de coletas

F (1,38) = 0,38; p<0,5418

B 7 . 2 1--------;::.;;;;:=.:;;;;:::===;;::~

l::c ±1 .96"Erro paá'l~

6 ,8 O ±1 .00"Erropaá'lo

-::: 6,0 6.4 g gDc Média ti .s 5,6

j 5,2

4,8

4,4

4,0 '--------=-B-AI-XA--M-:-A-=R-----P-:-RE- A-:-M-AR------'

Maré

F (4,35) = 0,63; p<O,6465

c

EstaçOes de coleta

Figura 16. Resultados da comparação das médias do Seston em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Os resultados da comparação das médias do seston mostraram uma variação

significante em relação às datas de coleta, como mostra a figura 16A e não significante em

relação à maré e aos pontos amostrais (Fig. 16B e C).

Page 28: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

20

Devido a problemas logísiticos não foi possível obter os seguintes dados de matéria

orgânica particulada (MOP): da estação 1: preamar e baixa-mar de 20107; da estação 2:

preamar de 20107; da estação 3: baixa-mar de 13107; da estação 4: baixa-mar de 20107 e

estação 5: de 06/07 e 13107 na coleta das duas marés e de 28/07 durante a baixa-mar. Para as

análises estatísticas foram utilizadas médias dos resultados obtidos nas respectivas estações,

durante a mesma maré. O maior valor de MOP foi observado na estação 1 (8,275 mg.r l)

durante a baixa-mar do dia 06/07 e o menor 0 ,13 mg.r1) , na estação 2 durante a preamar do

mesmo dia (Fig. 17).

123 45 1 23 45 123 0 12 30 1 23 0 12 315 12315

PREAMAR BAIXA-MAR EstaçOes de coleta

Figura 17. Diagrama comparativo da matéria orgânica particulada nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A .,~ D

cio I E ';'7 'O

~ e o .€ :l 6

~ . 'c ~ s o

.~ 2 ~ ~ ,

F (7,32) '" 2,65; p<O,0281 86 5

F (1 ,38) = 10,93; p<O,OO21

I :I"'~_~I g ~- ' g c:J tl .00"Em> paáto cio 6,0

o Méd. o ÇEl .§. 55 cu ' -g :; 5,0

ggg~ gg o '€

oem '",,7 20m

PREAMAR

:l 4,5

,~ 4,0 c::

<li e> 3,5 o

,~ 3 O :j!l ,

2M)7 QMl7 ' ''''7 2MI7 2M)7 ~ 2,5 BAIXA-MAR BAIXA-MAR

Datas de coleta

C F (4,35) = 4,38; p<O,0057 7,5 r----r.~=============;__----~

t 6,5 .. ~ 5.5 :;

~ <5 !l '

,~ .i $.5

~ .I! 2,5

! :E 1,5 '----__________ ---'

EstaçOes de coleta

Maré

I ::c tl 96·Em> paát~ 1 CJ t1 .00"Em>paáto

o Média

g PREAMAR

Figura 18. Resultados da comparação das médias da matéria orgânica particulada em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Os resultados da comparação das médias de MOP (Fig. 18A, B e C) mostraram que

houve variação significante em relação às datas de coleta, marés e pontos amostrais. A

quantidade de MOP na preamar foi significantemente menor que na baixa-mar (Fig. 18B).

Page 29: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

21

o maior valor para clorofila total (Fig. 19) foi observado na estação 5 durante a

preamar do dia 20/07 (27, 733 ~g. rl) e o menor na estação 1 durante a baixa-mar do dia 13/07

(1,220 ~g. rl ).

~ ~-------------------------------.

~ 18

12345 12345 12346 12346 12345 123415 12345 1 2346

PREAMAR BAIXA-MAR

Estações de coleta

Figura 19. Diagrama comparativo da clorofila total nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A 2.

20

Ó 18 ~

~ 12

/O iC 8 e o U

F (l,32) = 1 ,30; p<O,2803 B 12

F(1,38)=O,10; p<O,7595

~ a

~ 06107 13107 20107

PREAMAR

::r:: ±l .96·Erro pacrAo ::r:: ±l .96·ErropacrAo

o ±l .00*Erro pacrAo 11 o ±1.00·Erro pacrAo

a l.1éd. .; 10 a Méd.

=g~g~ ~ 9

I ~ 8

OI 7 ~ .Q 6 U

5 I 28107 06107 13107 20107 28107

4 BAIXA-MAR BAIXA-MAR

Datas de coleta

F (4,35) = 1,18; p<O,3357

C 18r;:::;;=;::;;:::::=:;:;:=;--------, ::r:: ±l .96"Erro pacrAo O ±1.00·ElTopaà'Ao

18

~ 12

~ 10

OI

~ <3 8

a Méd.

2

EstaçOes de coleta

I

J PREAMAR

Maré

Figura 20. Resultados da comparação das médias da clorofila total em por: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Os resultados da comparação das médias da clorofila total mostraram que não houve

variação significante entre as datas de coleta, marés e pontos amostrados (Fig. 20A, B e C).

Page 30: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

22

Os maiores valores de precipitação foram registrados entre os dias 30/06 e 06/07

(292,5 mm), ou seja anteriores à primeira coleta~ os menores entre os dias 22/07 e 28/07

(13,1 mm), período precedente à última coleta (Fig. 21).

~~------~------~------~--------------~

280

-.... ~ "': 220

E E ---

40

-20 L--______ ~ ______ ~ _____ ~ ______ ~ ______ ___'

30/06-06/07 07/07-13/07 14/07-20/07 22107-28/07

Coletas

Figura 21. Variação da precipitação durante o período estudado.

Page 31: Monografia Lucimar Andretta.pdf

-. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

23

o número total de bactérias heterotróficas (Fig. 22) atingiu seu valor mais alto no dia

06/07, durante a baixa-mar, na estação 2, com 3.124.034 células.mr l e o mais baixo no dia

20/07 durante a preamar na estação 5, com 308.931 células.m1- I.

o 123'5 12"5 12345 123'5 12345 12345 123 .. 5 12346

PREAMAR BAIXA-MAR Estações de coleta

Figura 22. Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas totais nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A 3200

~2800 2400

E == 2000 1l '"(;1800 c: cu

' I:: 1200

~ E 800

~ .00 I-

F (7,32) = 4,37; p<O,OO17

B 2000

F (1,38) = 0,18; p<0,6698

g

~ 0IW1 1:W7

PREAMAR

";;- 1800

"

I I ±196"Erro pactt:1 CJ ±1 .00"Etro pactto

o Méda

~ 1600

! 1400 I

c: cu o

gQ~=~SI ~ 1200

® r±l E ]i 1000 I o I-

20107 28Al7 oeAl7 1:W7 20107 28Al7 800 BAIXA· MAR

Datas de coleta

BAIXA· MAR

Maré

F (4,35) = 0,80; p<O,5350 ~ 2700 r--------------------------------'

! 1900

I o 1500 c: co 'C

~ 1100

.l!! ! 700

I ±1 .96"Erro padrão

CJ ±1 .00"Erro padrão

o Média

~L-______________________________ ~

3

Estações de coleta

I o

I PREAMAR

Figura 23 . Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas por: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Os resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas totais (Fig. 23A,

B e C) mostraram que só houve variação significativa nas diferentes datas de coleta. A

variação bacteriana entre as duas marés e os pontos estudados não foi significante.

Page 32: Monografia Lucimar Andretta.pdf

rw • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

24

A figura 24 mostra que na estação 5 foram observados os valores máximos e mínimos

de biomassa bacteriana. O máximo (186,99 jlg.c.r1 ) durante a preamar do dia 28/07 e o

mínimo (12,48 jlg.c .r 1 ) na baixa-mar do dia 20/07.

--:.-. 160 o ~ cu 120 c: cu ~ :;l 80 .a

m ~ 40 o as

12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345

PREAMAR BAIXA-MAR Estações de coleta

Figura 24. Diagrama comparativo da biomassa bacteriana nos piCOS de maré, pontos e períodos amostrados.

A1fJO

"' 140

~120 :J. ';;;'100 c: ..

80 ·C

~ .B eo

~ 40

ª 20

m

F (7,32) = 2,97; p<0,0163

890

F (1,38) = 0,63; p<0,4307

:r ±1.96"Erro p.,uo I ±1.96"Erro paG1io o ±1.00·Erro paG1io .; 80 o ±1.00·Erro paG1io

ç© o Méd. til o Méd.

g~ g ,2, 70 .. g c: .. ~ 60 g .B ~ 50

® .. ~ 8 40

iõ 06107 13107 20/07 28107 06107 13107 20/07 28107 30

PREAMAR BAIXA-MAR BAIXA-MAR

Datas de coleta Maré

~- 120

F (4,35) = 0,49; p<0,7400

I ::r: t1.96"Erro padrao O tl .00·Erro padrao

o Média

gggQ: J..-

3

Estaç"es de coleta

I

I

PREAMAR

Figura 25 . Resultados da comparação das médias da biomassa bacteriana por: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Conforme pode ser visto na figura 25A, B e C, a biomassa bacteriana somente foi

significante ao longo do período estudado. Nas variações de marés e dos pontos amostrados

não houve variação significante.

Page 33: Monografia Lucimar Andretta.pdf

rw • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

25

o maior valor de bactérias heterotróficas cultiváveis halófobas (15.693 UFC.ml.r l)

foi registrado na estação 5 durante a preamar do dia 13/07 e o menor valor (101 UFC.ml.r l)

no mesmo dia e na mesma maré na estação 1 (Fig. 26).

"'";~ 16000

E 14000 c.i u.. 12000 2.

12345 12 345 12345 12345 12345 12345 1 2345

PREAMAR BAIXA-MAR Estações de coleta

Figura 26. Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas cultiváveis halófobas nos picos de maré, pontos e períodos estudados.

A F (7,32) = 1,24; p<O,3038 1 2OOO',----------------------------~

<;~ 10000

E ~ 8000

2-8000 ~ 4000 ,g ~2000 '" ·ê 1'l ·2000

&l

-

::r ±1 .96·Erro paâllo o ± UXl·Erro paâllo

o Méda

·4000)L-. ____________________ --'

06107 13/07 20/07 28107 06107 13/07 20107 28107

PREAMAR BAIXA-MAR

Datas de coleta

F (1 ,38) = 0.08; p<0,7779 B 4500,---------------,

<;~ 4000

E 3500

~3000 g ;; 2500

~ 2000 -o ~ 1500

·ê 1000 ::r ±1 .96·Erro paâllo

1'l 500 o ±1 .00·Erro paâllo &l o Méda

J

I O ~========~--------------~

BAIXA-MAR

Maré

PREAMAR

C ffOOO

F(4,35) = 3,41 ; p<O,0185

~

-E <.5 U. 2-li) co .o

fl lU .c; li) lU

' C .." 13 lU

CD

9000

7000

5000

3000

1000

-1000

::r i1 .9IrErro pa<*1lo

CJ i 1.00"Erro pa<*1lo o Mé<la

EstaçOes de coleta

4

Figura 27. Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas cultiváveis halófobas em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

A ANOV A mostrou uma variação das bactérias heterotróficas cultiváveis halófobas

estatisticamente significante quanto aos pontos estudados (Fig. 27C). Ao longo do período

das coletas e nas marés não houve variação significante destas bactérias (Fig. 27B e C).

Page 34: Monografia Lucimar Andretta.pdf

r­• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

26

Os valores mais altos de bactérias aeróbicas cultiváveis halófilas foram encontrados

na estação 5, na baixa-mar do dia 20/07, e os mais baixos na estação 1, na preamar do dia

13/07 (Fig. 28).

lMOO ,----------------------------------,

111000 ~

E 14000

ci 12000 U.

2-UI 10000 OI ii: MOO :S! ~ UI l1OOO

.!!! '<I> 4000 Õ 8i 2000

o ~--~--~--~------~~~~~~~ 12345 12345 12345 12345

PREAMAR BAIXA-MAR

Estações de coleta

Figura 28. Diagrama comparativo das bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis halófilas nos picos de maré, pontos e períodos amostrados.

A F (7,32) = 2,12; p<O,0694 '~I,---------------------------~

::r: ±1 .96"Erro pe<tlo CJ ±1 .00"Erro pe<tlo

D MécIa

·2000L---________________________ ~

08107 13/07 20107 28107 08107 '3/07 20/07 28107

PREAMAR BAIXA-MAR

Datas de coleta

F (1,38) = 2,58; p<O,1168

E3~0~--------------------------~ "";~ 3500

E 3000 ti 2. 2500

~ 2000 i 1500

.~ 1000

! 500

I

1

::r: "" .96·Erro pe<tao CJ "" .00"Erro pe<tao

D Méda

O L---------------------------~ BAIXA-MAR

Maré

PREAMAR

Figura 29. Resultados da comparação das médias das bactérias heterotróficas aeróbicas cultiváveis halófilas por: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Como pode ser visto na Figura 29A, B e C a variação das bactérias heterotróficas

aeróbicas cultiváveis halófilas não foi significante ao longo do período estudado, e tampouco

nas marés e nos pontos estudados.

Page 35: Monografia Lucimar Andretta.pdf

., I. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

27

A figura 30 mostra que durante a baixa-mar do dia 06/07 o valor de coliformes totais

foi maior que 24.192 unidades. 100 ml.l-1 em todas as estações estudadas. O mesmo ocorreu na

estação 5 durante a preamar dos dias 13/07 e 28/07 e nas estações 2 e 4 durante a baixa-mar do

último dia de coleta. O valor de coliformes totais na baixa-mar da estação 3 do dia 28/07 foi

de 24.192 unidades. 100 ml.r1. O menor valor observado foi de 379 unidades.lOO ml.l-1 na

estação 1 durante a preamar do dia 13/07.

--"2A1~ r----........... ------,..-----,

~

PREAMAR BAIXA-MAR

EstaçOes de coleta

Figura 30. Diagrama comparativo dos coliformes totais nos picos de maré, pontos e períodos estudados.

A 24000

1aooo

1200C

aooo

o

-8000

F (7,32) = 5,57; p<O,OOO3

I I ~l .~~paaa~1 o ~l .00'~paaao -o--

~g D Média

®g~g ®

06107 13107 20107 28107 08/07 13107 20107 28107

PREAMAR BAIXA-MAR Datas de coleta

B F (1,38) = 5 ,29; p<O,0271 20000.---------------,

..; 18000

E 16000

ê 14000

~ 12000 2-.i!! 10000

~ 8000

! 6000 o

º II ±1.96'Erro paaa:1 O ±l .oo'Erropaaao

D Média

~ 4000 2000'-----------------'

BAIXA-MAR

Maré

PREAMAR

c F (4.35) = 0,35; p<0,8389

E 19000

ª ti 15000 'c 2-.!!l ~ 11000

~ 7000 J2

o o

8 g

~L-~~~~=2 ~~=3 =---------'

EstaçOes de coleta

Figura 31 . Resultados da comparação das médias dos coliformes totais em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Conforme pode ser visto na Figura 31A, B e C a variação dos coliformes totais foi

significante ao longo do período estudado e nos pontos de coleta. Entre as marés não houve

variação significante.

Page 36: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • •

28

Durante a preamar do dia 13/07 foi registrado o maior valor de coliformes fecais

(>24.192 unidades. 1 00 ml.l-l) na estação 5. O menor foi de 10 unidades. 1 00 ml.l-1 na estação 1

durante a preamar do dia 13/07 (Fig. 32).

20000

E ª 16000 :Q C ::J ~ 12000

~ 6000

Kl E g 4000

(5 ()

o~~--~~--~~~~~ 12345 12345 12345 12345 12345 12345 12345 123 45

PREAMAR BAIXA-MAR Estações de coleta

Figura 32. Diagrama comparativo dos coliformes fecais nos picos de maré, pontos e períodos estudados.

A F (7,32) = 4,31; p<O,OO19 =oo.---------------~

-, 1 E 81

~: ~ -~ ". o

-= -~

:r:: ±1 .96'ElTo pIIctâo

a Méda g CJ ±l .00·Etropllctâo

o ~~-~~ __ =__=-__ -~~-=_~ 06107 13107 20107 28/07 06107 13107 20107 28107

PREAMAR BAIXA-MAR Datas de coleta

B F (1 ,38) = 1,74; p<0,1947 8000,----------------,

i 6000

8 ~ 4000 '" 2.

~ 2000

~ o o '"

"g 8 -2000'--------------------'

BAIXA-MAR

Maré

PREAMAR

Figura 33. Resultados da comparação das médias dos coliformes fecais em relação a: A) Datas de coleta, B) Maré e C) Pontos amostrais.

Conforme pode ser visto na Figura 33A, B e C a variação dos coliformes fecais

somente foi significante ao longo do período estudado, Nas variações de marés e dos pontos

estudados não houve variação significante dos coliformes fecais,

Page 37: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

29

A Análise dos Componentes Principais foi baseada na Análise de Correlação dos

dados bióticos e abióticos (Tabela do anexo II). Como pode ser observado nas Figuras. 34 e

35, o primeiro componente explicou aproximadamente 30,41% da variabilidade e evidenciou

correlação positiva com o pR, a salinidade, o oxigênio dissolvido e a maré nas estações 1, 2, 3

e 4 durante as preamares de sizígia. O mesmo componente apresentou correlação negativa

com o gás carbônico, a pluviosidade, as bactérias heterotróficas aeróbicas halófilas e halófobas

e com os coliformes totais e fecais na preamar de sizígia das estações 1, 2, 3 e 4.

O segundo componente explicou aproximadamente 19,23% da variabilidade e

apresentou correlação positiva com o seston, as bactérias heterotróficas totais, a biomassa

bacteriana e, em menor escala com a clorofila. O resultado dos 16 componentes principais,

com as variâncias individuais e cumulativas está na Tabela do anexo TIl.

Os valores de temperatura foram semelhantes em todas as estações e não

influenciaram a análise.

-3,3 -1,1

o Conl'ponente 1

2,7 4,7

Estação 1: • Preanw • Baixa-mar, Est~ão 2: • Prertrn.8.1 _ Baixa-mar, Estaç60 3: Preamar Baixa-mar, Estação 4: • Preamar _ Baixa-mar, E:l1eção 5: . Preamar - Baixa-mar.

S = Salinidade; TE = Temperatura; OD = Oxigênio dissolvido; pH = Potencial hidrogeniônico; SE = Seston; MOP = Matéria orgânica particulada; PL = Pluviosidade; CO = Dióxido de carbono total; M = Maré; CL = Clorofila total; HT = Heterotróficas totais; BB = Biomassa bacteriana; HS = Heterotróficas aeróbicas halófilas; HD = Heterotróficas aeróbicas halófobas; CT = Coliformes totais; CF = Coliformes fecais .

Figura 34. Distribuição dos pontos amostrados, e dos valores bióticos e abióticos do período estudado, no espaço dos componentes principais.

Page 38: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • !. •

30

ll=19,23 %

5,2

• 3,2 ..

N GJ • .tJ ~ GJ ~ 1,2 o ~ E O O I=30~1 % u

-0,8 CO # • .\

-2,8

-3,3 -1,3 O 2,7 4,7

Componente 1

• Preamar de sizígia • Preamar de quadratura

• Baixa-marde sizígia • Baixa-mar de quadratura

S = Salinidade; TE = Temperatura; OD = Oxigênio dissolvido; pH = Potencial hidrogeniônico; SE = Seston; MOP = Matéria orgânica particulada; PL = Pluviosidade; CO = Dióxido de carbono total; M = Maré; CL = Clorofila total; HT = Heterotróficas totais; nn = Biomassa bacteriana; HS = Heterotróficas aeróbicas halófilas; HD = Heterotróficas aeróbicas halófobas; CT = Coliformes totais; CF = Coliformes fecais .

Figura 35. Distribuição dos pontos amo strados, posição das marés e dos valores bióticos e abióticos no período estudado, no espaço dos componentes principais.

Todos os dados bióticos e abióticos da presente pesquisa encontram-se discriminados

no anexo 1.

Page 39: Monografia Lucimar Andretta.pdf

ry

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

31

5.0 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

As águas marinhas da plataforma continental são mais salgadas, mais básicas e mais

pobres em nutrientes que as estuarinas (KOLM, com. pess.) A Gamboa do Perequê drena,

durante as baixa-mares, águas do lençol freático, pluviais e servidas. Ela está situada próxima

da entrada do Complexo Estuarino Baía de Paranaguá e durante as preamares é diretamente

influenciada, através da maré, pelas águas originárias da plataforma continental. Mostraram

nitidamente esta influência os altos valores de salinidade, pH e oxigênio dissolvido,

observados nos pontos amostrais mais próximos da desembocadura, principalmente em marés

de sizígia. Ao contrário, a estação 5, localizada na região mais interna da Gamboa, quase não

foi afetada pelas marés. Tal fato deve estar ligado à recente construção da ciclovia. Durante

este período foi movimentada muita areia o que provocou um assoreamento nesta região da

gamboa, como pode ser visto na Figura 3E, dificultando, assim, a influência da maré sobre

esta região.

O litoral paranaense é caracterizado por consideráveis variações de temperatura e

pluviosidade entre o inverno e o verão (KOLM, com. pess.). MAAK (1981) caracterizou o

ambiente como sendo tropical de transição. Além disto, todos os períodos de chuva são

ocasionados por frentes frias que se deslocam, vindas da Antártica, em direção ao norte,

provocando reduções da temperatura ambiente e, como conseqüência, das águas superficiais

da região. Durante o período estudado os maiores valores de temperatura, em todos os pontos

amostrais, foram registrados no dia 20 de julho (maré de quadratura), com um máximo na

Estação 5, durante a baixa-mar. Considerando-se que na quadratura a amplitude da maré é

pequena, com pouca troca de água e que naquela data o tempo estava bom, com pouca

nebulosidade e que a coleta da baixa-mar foi efetuada em torno do meio dia, permitem

concluir que as altas temperaturas tenham origem na soma destes fatores. Por outro lado o

PCA mostrou que a variação de temperatura não influenciou a variação bacteriana ao longo do

período estudado.

O seston é composto por três categorias de partículas: a mineral, transportada da terra

firme para a água; o detrito, composto de partículas orgânicas e inorgânicas e o plâncton

(bacterio-, fito- e zooplâncton) (DIETRICH et aI., 1975). RHEINHEIMER (1985) descreveu

sua importância para o desenvolvimento bacteriano principalmente em águas pobres em

nutrientes. No presente trabalho verificou-se uma correlação positiva entre o seston, a

clorofila, as heterotróficas totais e a biomassa bacteriana na estação 5, durante a preamar do

dia 28 de julho (sizígia) e nas estações 2 e 3, na baixa-mar do mesmo dia. Nas demais estações

de coleta e períodos estudados a correlação foi negativa ou não houve correlação. Por outro

lado MANTOV ANI e DE MORAES NOVO (1996) descreveram que a matéria orgânica

dissolvida (MOD) pode interagir com as algas e bactérias, como fonte de energia ou de

carbono orgânico. Desta forma, KOLM & LESNAU (1997) supuseram que em regiões ricas

Page 40: Monografia Lucimar Andretta.pdf

rw

• • • • • • • • • • • • • • • '. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

32

em nutrientes ocorra a existência de uma vida bacteriana livre alimentando-se da matéria

orgânica dissolvida, Como a Gamboa do Perequê, por estar rodeada de manguezais, é muito

rica, ao longo de toda a sua extensão durante as baixa-mares, e nas regiões internas durante as

preamares, em matéria orgânica dissolvida (MOD), é de se supor que as bactérias

heterotróficas totais tenham uma vida livre nesta região e se alimentem de MOD,

Resultados diferentes puderam ser observados para as heterotróficas halófilas,

halófobas e os coliformes totais e fecais, que apresentaram correlação positiva com a matéria

orgânica particulada (MOP) em todas as estações durante a baixa-mar do dia 06 de julho

(maré de quadratura) e na Estação 5 durante a baixa-mar do dia 20 de julho (maré de

quadratura). O período que antecedeu ao dia 06 de julho foi caracterizado por uma frente fria

com alta pluviosidade, como pode ser visto na Figura 21. É de se supor que as fortes chuvas

tenham provocado o transporte de MOP de regiões próximas para o leito da gamboa. Os altos

valores encontrados na água coletada na Estação 5 no dia 20 de julho, foram pontuais e

principalmente relacionados à pouca influência da maré de quadratura, típica do ponto

amostral.

KOLM & ABSHER (1995) encontraram correlação entre as bactérias heterotróficas

aeróbicas cultiváveis e altas pluviosidades em águas superficiais das baías de Paranaguá e

Antonina. Resultados semelhantes puderam ser observados em águas da Gamboa do Perequê,

com relação às heterotróficas aeróbicas cultiváveis, mas não com as heterotróficas totais.

Estes resultados confirmam a descrição feita por HOPPE (1986) de que as bactérias

heterotróficas cultiváveis aeróbicas respondem mais rapidamente às variações ambientais e à

poluição orgânica do que as heterotróficas totais.

A única pesquisa microbiológica publicada sobre a Gamboa do Perequê é a de mGUTI

et aI. (1998). Os autores se referem a estudos de coliformes totais e fecais efetuados nos

"Rios" Perequê e Penedo. Entretanto, a descrição da área de estudo e o mapa da região,

mostraram que o estudo não foi efetuado na Gamboa do Perequê, mas sim na Gamboa do

Perequê Mirim. Além disso, os autores não observaram a influência da maré. Desta forma, os

resultados obtidos não são comparáveis com os dos referidos autores.

Apesar de as análises de coliformes totais (CT) e fecais (CF) não objetivassem o

estabelecimento dos padrões de balneabilidade, os resultados permitiram observar que, na

primeira baixa-mar de quadratura o número de coliformes fecais excedeu, em todos os pontos

amostrais, o máximo permitido pela Resolução n° 20, Artigos. 26 e 27 do CONAMA. Valores

acima do permitido também foram registrados na estação 4, durante a segunda baixa-mar de

quadratura, e nas estações 2, 3 e 4 nas baixa-mares de sizígia. Na primeira preamar de

) quadratura (06/07) os valores das estações 4 e 5 também estiveram acima do permitido. Ao

contrário, na segunda preamar de quadratura os valores de CF de todas estações de coleta

estiveram abaixo do valor máximo permitido por lei. Nas preamares de sizígia somente os

valores da estação 5 estiveram acima. Os resultados acima descritos mostraram que existe uma

relação direta entre a maré e a quantidade de CF na área de estudo. Já os altos valores de CF

Page 41: Monografia Lucimar Andretta.pdf

rw

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

InmDTrel Dr CrtNCrMS mOlflGICaS I UFPR 33

registrados em todas as estações na baixa-mar do dia 06 de julho podem estar relacionados

direta ou indiretamente com a pluviosidade.

Muitas espécies dos chamados "coliformes totais" ocorrem naturalmente no

ambiente. Durante o período estudado verificou-se que o maior número de pontos amostrais

com valores impróprios de balneabilidade ocorreu nas baixa-mares de sizígia e de quadratura.

Em comparação com os valores apresentados pela Resolução n° 20 do CONAMA,

Art. 8 para o número máximo de coliformes fecais permitidos nas águas destinadas à criação

natural elou intensiva de organismos destinados à alimentação humana, para ingestão "in

natura" com os dados da presente pesquisa. Verificou-se que os pontos amostrais que se

apresentaram impróprios para balneabilidade também se enquadraram como impróprios para

este caso. Os resultados mostraram que a Resolução do CONAMA deve ser modificada,

acrescentando a exigência de que as coletas de água sejam realizadas durante as marés baixas

de sizígia. Além disto, os resultados permitem concluir que seria pouco aconselhável cultivar

e/ou consumir organismos provenientes da Gamboa do Perequê. Principalmente, no que se

refere às estações 1 e 2, freqüentemente utilizadas para pesca artesanal. Sugere-se, portanto,

que seja evitada a pesca, ao longo de toda a Gamboa do Perequê, durante ou após períodos de

intensa pluviosidade e nas estações 2, 3 e 4 durante as baixa-mares de sizígia.

Os resultados obtidos no presente trabalho, mostraram que, no período e na região

estudadas, as marés de sizígia, principalmente depois de períodos de chuvas intensas,

influenciaram os valores de bactérias heterotróficas aeróbicas e de coliformes totais e fecais.

Por sua vez, as marés de quadratura influenciaram as bactérias heterotróficas totais e a

biomassa bacteriana.

Page 42: Monografia Lucimar Andretta.pdf

r. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

34

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABSHER, T. M. Populações naturais de ostras do gênero Crassostrea no litoral do

Paraná - desenvolvimento larval, recrutamento e crescimento. São Paulo, 1989.

Dissertação ( Doutorado), Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico.

BARLETTA, M.~ sUNYÊ, P.S.~ DUTKA-GIANELLI, lAR.~ ABILHÔA, V. & cORRÊA,

M.F.M .. Variação estacionai da ictiofauna da Gamboa Perequê (Pontal do Sul,

Paraná, Brasil). Resumos do IX Encontro Brasileiro de Ietiologia. Maringá,

Universidade Estadual de Maringá, p. 130, 1987

BARLETTA, M.~ sUNYÊ, P.S.~ DUTKA-GIANELLI, lAR. & ABILHÔA, V. Variação

nictimeral e estacionaI da Gamboa Perequê (pontal do Sul - Paraná - Brasil).

Relatório final CONCITEC, 1990. 19 pp.

BJ0RNSEN, P. K. & KUP ARlNEN, A Determination of bacterioplankton biomass, net

produetion and growth efficiency in the southem oceano Mar. Ecol. Prog. Ser. 71: 185-

194. In DELILE, D. ; FIALA, M. & RAZOULS. S. 1996. Seasonal changes in bacterial

and phytoplankton biomass in a subantarctic coastal area (Kerguelen Islands).

Hydrobiologia 330: 143-150. 1991.

BLANKENSTEYN, A Estrutura e análise experimental do funcionamento das

associações da macrofauna bêntica do manguezal e marisma da Gamboa do

Perequê, Pontal do Sul, PR. Curitiba, 1994. Tese (Doutorado), Departamento de

Zoologia, UFPR.

BLANKENSTEYN, A & LANA P.C. 1991a. Padrões de dispersão espacial e distribuição e

vertical da infauna macrobêntica do manguezal da Gamboa Perequê (pontal do Sul, PR).

XVIII Congresso Brasileiro de Zoologia, Universidade Federal da Bahia, p. 509.

BLANKENSTEYN, A & LANA, P.C 1991b. Macrofauna bêntica de um manguezal da

Gamboa Perequê, Pontal do Sul. Idem, p. 531.

BLANKENSTEYN, A & LANA, P.C. 1991c. Análise experimental dos efeitos da predação

sobre a macrofauna bêntica de manguezal da Gamboa Perequê, Pontal do Sul, PR. Idem,

p.263.

Page 43: Monografia Lucimar Andretta.pdf

IW

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

35

BOUROCHE, J. M. & SAPORTA, G. Análise de dados. Zahar Editores. Rio de Janeiro,

1982. 116pp.

CAMOURZE, JEAN-PIERRE. O metabolismo dos ecossistemas aquáticos: fundamentos

teóricos, métodos de estudo e análises químicas. -São Paulo: Ed. Edgard Blücher:

FAPESP, 1994.

CENTER FOR MlCROBIAL ECOLOGY AT MlCHIGAN STATE UNIVERSITY.

Priorities for Microbial Biodiversity Research. 1995. 7pp.

DE CAMARGO, R. & MARONE, E. Comportamento do Vento de Superficie em Pontal do

Sul, PR, Brasil. Análise Preliminar. VI Congresso Latinoamericano de Ciencias deI Mar.

Mar deI Plata, Argentina. 1995.

DE CAMARGO, R; MARONE, E; SILVA DIAS, P. DA Vento e variação do nível médio do

mar: observações na Baía de Paranaguá. VII COLACMAR, Santos, Brasil. 1997.

DIETRICH, G.; KALLE, K.; KRAUSS, W. & SIEDLER, G. AlIgemeine Meereskunde -

eine Einführung in die Ozeanographie. 3. Aufl. Berlin, Stuttgart, Gebrüder Bomtrager,

1975. 593pp.

EVERSEN, M. & LANA, P.C. Recolonização bêntica de sedimentos defaunados em um

marisma da Gamboa Perequê (paraná, Brasil). Resumos do VI COLACMAR, Mar deI

Plata, Argentina, 1995. p.76.

GOCKE, K. Untersuchungen über die heterotrophe Aktivitãt in der zentralen Ostsee.

Mar. Biol. 40: 87-94. 1977.

GUNKEL. W. Bakteriologische Untersuchungen im Indischen Ozean. Verõff. lnst.

Meeresforsch. Bremerh. Sonderb. lI, 255 - 264. 1964.

HOPPE, HANS-GEORG. Degradations tn Sea Water. Biotechnology VHC

Verlagsgesellschaft, Weinheim, vo1.8 p.454-474. 1986.

HIGUTI, I.H.; MACENA, I.R.; MASUNARI, S.; BRANCO FILHO, M.O.; BLASKOWISKI,

M.M.M. & NASC1MENTO, AJ. Occurrence of Coliforms in Water Samples of the

Perequê and Penedo Rivers in Paraná, Brazil. Arch. Biol. Tecnol. 41(4): 417-422. 1998.

Page 44: Monografia Lucimar Andretta.pdf

$ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • '. • • • •

36

KOLM, H. E. & cORRÊA, M. F. M. Distribuição espacial e variabilidade temporal de

bactérias saprófitas na praia arenosa de Pontal do Sul, Paraná. Arq. Biol. Tecnol. 37(2):

391-402. 1994.

KOLM, H. E. & ABSHER, T. M. Spatial and temporal variability of saprophytic bacteria in

the surface waters ofParanaguá and Antonina Bays, Paraná, Brazil. Hydrobiologia. 308:

197-206. 1995.

KOLM, H. E. & LESNAU, N. M. Variação espacial e temporal de bactérias saprófitas na

coluna d'água da Baía de Paranaguá, Paraná, Brasil. Arq. Biol. Tecnol. 40(2): 383-395.

1997.

KOLM, H. E.; SCHOENENBERGER, M. F. B.; PlEMONT, M. R.; SOUZA, P. S. A;

SCHNELL E SCÜHL, G; MUCCIATTO, M. B. & MAZZUCO, R. Variação espacial de

bactérias em águas superficiais das Baías de Paranaguá e Antonina, Paraná, Brasil.

Congresso Latino-americano sobre Ciências do Mar, Santos, SP. Resumo expandido. 54-

56. 1997.

LANA, P. da C., ALMEIDA, M.V.O., FREITAS, C.AF., COUTO, E. da c.G., CONTI,

L.M.P., GONZALEZ-PERONTI, AL., GILLES, AG., LOPES, M.J. de S., SILVA,

M.H.C. da. & PEDROSO, L.A. Estrutura espacial de estruturas macrobênticas sublitorais

da Gamboa Perequê (pontal do Sul, Paraná.). Neritica. 4(112): 119-136. 1989.

LEGENDRE, L. & LEGENDRE, P. Numerical Ecology. Elsevier Scientific. Publ. Company.

Amsterdam-Oxford-New York. 217pp. 1983.

MAAK, R. Geografia física do Estado do Paraná. 2 ed. Rio de Janeiro. J. Olympiol

Curitiba, Secretaria da Cultura e Esporte do Estado do Paraná, 1981. 450pp.

MAGLIOCCA, A. Glossário de oceanografia. Nova Stella Editorial. São Paulo. 1987.

355pp.

MANTOV ANJ, J. E.; DE MORAES NOVO, E. M. L. Comportamento Espectral da Matéria

Orgânica Dissolvida. Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto 1996. 7pp

MARONE, E. & DE CAMARGO, R. Efeitos não lineares na maré do Rio Perequê, PRo Anais.

V Escola de Séries Temporais e Ecometria. São Paulo, Brasil. 1993

Page 45: Monografia Lucimar Andretta.pdf

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

37

MARONE, E & DE CAMARGO, R. A maré do Rio Perequê, PR: características e tempos de

inundação. Resumos In Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. Serra Negra, SP,

Brasil. 1994.

MIRANDA, L. B. & CASTRO FILHO. B. M. Os ambientes estuarinos: Aspectos Cinemáticos

e Hidrodinâmicos. In: Ecossistemas Costeiros. Do conhecimento à gestão. 3a Reunião

Especial da SBPC (l a 4 de maio de 1996), Florianópolis - SC, 1996.

MÜLLER, A. C. Organismos marinhos perfuradores de madeira do Estado do Paraná.

Curitiba, 1984. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná. Departamento

de Zoologia. 111 pp.

NETTO, S & LANA, P.C. Efeito de perturbações do sedimento na estrutura de associações

macrobênticas de um banco de meandro da Gamboa Perequê (Baía de Paranaguá, Paraná).

Resumos do VI COLACMAR, Mar deI Plata, Argentina, 1991. p.266.

OMAIRI, L. & LANA, P.C. 1995. Recolonização da fauna macrobêntica na Gamboa Perequê,

Pontal do Sul, PR. In Evento de Iniciação Científica, Universidade Federal do Paraná, 25

a 27 de setembro de 1995.

PARSONS, T. R~ MAlTA, Y; LALLI, C. M. Direct Counting of Bacteria by Fluorescence

Microscopy. In: A Manual of Chemical and Biological Methods for Seawater

Analysis. Pergamon Press. 1984. 173pp.

PRATA JÚNIOR, V.P. & MARONE E. Caracterização geográfica de uma bacia de mangue.

Resumos- Evento de Iniciação Científica da UFPR. EVINCI-93, Curitiba, Brasil, 1993.

REBELLO, J. & BRANDINI, F. P. Variação temporal de parâmetros hidrográficos e material

particulado em suspensão em dois pontos fixos da Baía de Paranaguá, Paraná Gunho/87 -

fevereiro/ 88). Neritica 5: 95-111. 1990.

RHEINHEIMER, G. Microbiologia de las aguas. Edit. Acribia S.A.. Zaragoza (Espanha).

1985. 299pp.

SCHLEGEL H.G. General Microbiology. Cambridge University Press. Seventh Edition.

1993. 655pp.

Page 46: Monografia Lucimar Andretta.pdf

------------~--------------------------------------------- ---$ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

38

SCHOENENBERGER, M.F. Variação espacial e temporal de bactérias em águas de

superficie das baías das Laranjeiras e Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Curitiba, 1998.

Monografia (bacharelado), Universidade Federal do Paraná.

STRICKLAND, J. D & P ARSONS, T.R.. A practical handbook of sea water analysis. Bull.

Fish. Res. Bd Cano 167: 1-311.1968

Page 47: Monografia Lucimar Andretta.pdf

» • • • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • •• • •

39

ANEXO

Page 48: Monografia Lucimar Andretta.pdf

r •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ~~ •

• ~

Ane

xo I

: V

alor

es d

os p

arâm

etro

s bi

ótic

os e

abi

ótic

os o

btid

os.

Est

ação

D

ata

Mar

é S

alin

T

emp

Plu

vio

PH

O

D

Ses

ton

MO

P

(ppm

) (O

C)

(mm

) (%

) (m

gll)

(m

gll)

1 06

/07

Pre

amar

6

16.3

29

2,5

6.36

59

.08

3.48

2.

300

2 06

/07

Pre

amar

7

16.5

29

2,5

6.35

60

.41

3.52

1.

130

3 06

/07

Pre

amar

9

16.6

29

2,5

6.46

61

.19

4.65

3.

410

4 06

/07

Pre

amar

10

16

.8

292,

5 6.

58

49.2

3 4.

87

3.35

0 5

06/0

7 P

ream

ar

3 18

.0

292,

5 6.

58

39.3

8 4.

63

6.05

5 1

06/0

7 B

aixa

-mar

7

16.8

29

2,5

6.37

55

.57

9.23

8.

275

2 06

/07

Bai

xa-m

ar

9 17

.5

292,

5 6.

70

38.4

7 7.

26

5.96

5 3

06/0

7 B

aixa

-mar

8

18.0

29

2,5

6.73

47

.02

8.36

8.

089

4 06

/07

Bai

xa-m

ar

5 18

.8

292,

5 7.

02

35.3

2 5.

58

4.16

7 5

06/0

7 B

aixa

-mar

2

18.7

29

2,5

6.61

40

.09

5.55

7.

286

1 13

/07

Pre

amar

29

19

.2

108,

3 7.

91

107.

66

7.08

3.

618

2 13

/07

Pre

amar

29

19

.2

108,

3 7.

90

108.

43

6.52

3.

422

3 13

/07

Pre

amar

29

19

.5

108,

3 7.

85

106.

56

3.60

1.

144

4 13

/07

Pre

amar

25

19

.7

108,

3 7.

59

86.7

7 7.

34

5.18

8 5

13/0

7 P

ream

ar

2 21

.2

108,

3 7.

07

21.8

6 4.

16

6.05

5 1

13/0

7 B

aixa

-mar

2

18.0

10

8,3

6.33

47

.35

5.98

4.

780

2 13

/07

Bai

xa-m

ar

9 19

.0

108,

3 6.

97

31.3

8 4.

91

3.67

7 3

13/0

7 B

aixa

-mar

10

20

.5

108,

3 7.

09

49.8

7 2.

69

5.50

2 4

13/0

7 B

aixa

-mar

5

19.5

10

8,3

7.29

39

.31

3.06

3.

000

5 13

/07

Bai

xa-m

ar

0.5

19.0

10

8,3

7.00

27

.65

4.50

7.

286

1 20

/07

Pre

amar

10

19

.0

25,0

6.

90

70.2

6 2.

42

2.98

9 2

20/0

7 P

ream

ar

17

19.2

25

,0

7.10

61

.61

3.12

2.

935

3 20

/07

Pre

amar

14

19

.5

25,0

7.

03

64.6

7 3.

10

1.77

6 4

2010

7 P

ream

ar

12

19.5

25

,0

6.95

31

.09

2.85

2.

112

5 20

/07

Pre

amar

O

20

.2

25,0

7.

00

28.7

2 7.

42

6.00

0 1

20/0

7 B

aixa

-mar

7

21.2

25

,0

6.57

63

.34

2.72

6.

002

2 20

/07

Bai

xa-m

ar

11

22.0

25

,0

6.95

32

.11

3.25

2.

464

3 20

/07

Bai

xa-m

ar

10

23.0

25

,0

7.07

46

.83

3.26

2.

516

4 20

/07

Bai

xa-m

ar

7 22

.0

25,0

7.

09

28.9

4 3.

68

3.91

8 5

20/0

7 B

aixa

-mar

O

24

.0

25,0

7.

04

31.1

6 8.

09

7.28

6 1

28/0

7 P

ream

ar

32

19.5

13

,1

7.94

10

1.21

5.

64

3.05

0 2

28/0

7 P

ream

ar

32

19.5

13

,1

7.91

10

0.55

8.

51

4.25

3 3

28/0

7 P

ream

ar

32

19.5

13

,1

7.89

10

4.44

5.

86

3.35

0 4

28/0

7 P

ream

ar

30

20.0

13

,1

7.85

97

.39

6.16

4.

900

5 28

/07

Pre

amar

20

20

.5

13,1

7.

14

53.1

1 9.

20

6.11

0 1

28/0

7 B

aixa

-mar

18

19

.8

13,1

7.

26

87.4

2 6.

10

4.95

0 2

28/0

7 B

aixa

-mar

21

19

.8

13,1

7.

09

50.0

0 8.

26

5.93

0 3

28/0

7 B

aixa

-mar

20

20

.0

13,1

7.

13

56.8

4 7.

74

5.90

0 4

28/0

7 B

aixa

-mar

14

19

.8

13,1

7.

18

37.1

9 5.

38

4.58

8 5

28/0

7 _B

aixa

-mar

1

19.5

13

,1

7.12

30

.09

6.46

7.

286

CO

2 C

loro

f T

otB

act

Bio

Bac

t (%

) (f

lgll)

(c

ell/

ml)

(f

lg·C

1I)

2843

1.

673

1080

615

39.6

7 31

44

2.34

0 60

9373

16

.84

3157

3.

087

8377

91

28.0

7 43

45

4.45

3 18

7905

0 11

1.31

71

18

2.13

3 57

4390

43

.07

3833

6.

087

5887

95

15.8

0 43

72

7.26

7 31

2403

4 14

0.06

21

80

21.9

33

2253

574

86.7

6 32

79

4.60

7 12

5141

4 67

.68

6746

2.

453

9242

20

40.2

8 14

9.8

7.96

0 24

2231

6 11

1.10

15

2.7

8.08

0 20

2309

8 76

.23

176.

2 10

.880

24

5524

1 12

7.54

36

7.6

10.7

20

2434

663

94.4

4 36

14

3.61

3 16

1976

4 61

.96

3519

1.

220

1298

744

33.9

4 30

96

2.46

0 20

0663

5 57

.58

2260

5.

787

2088

948

70.6

7 21

21

2.06

7 15

6626

1 71

.60

4047

6.

180

8583

70

19.9

4 17

73

4.73

3 46

5325

16

.13

1686

8:

933

3274

51

12.4

9 22

66

7.86

7 72

6669

24

.63

3368

4.

213

7657

68

26.3

7 68

80

27.7

33

3089

31

15.2

0 33

54

3.53

3 31

7162

13

.98

3391

7.

867

4612

10

19.3

5 31

93

6.56

7 91

1873

29

.74

4254

3.

913

5291

18

40.2

3 66

08

20.3

33

3974

17

12.4

8 19

8.6

6.88

0 13

0697

5 58

.08

218.

7 9.

080

1718

540

75.8

7 23

0.3

8.04

0 71

0206

20

.67

270.

2 8.

880

2228

880

123.

69

2127

7.

267

2899

730

186.

99

1207

8.

800

1012

706

67.4

0 23

42

6.93

3 26

9806

4 12

2.44

21

98

8.80

0 14

6337

0 89

.92

2670

4.

613

7801

72

35.0

8 52

88

6.49

3 64

0240

18

.16

Hal

ófil

. H

alóf

ob.

(UF

c/m

l)

(UF

c/m

l)

181

1126

23

3 10

28

366

1355

44

1 97

6 22

8 12

71

116

909

640

1421

56

6 20

48

380

1006

20

4 10

20

15

101

85

224

140

451

683

1182

41

57

1569

3 96

3 52

9 19

80

2987

23

10

1283

24

0 14

13

1133

15

19

995

1573

10

97

1137

16

63

990

1720

12

06

700

6927

14

67

1267

16

87

816

1207

93

9 57

57

2550

15

333

3727

11

40

1026

15

7 76

6 27

9 49

3 35

8 12

10

4000

59

77

1490

41

53

2800

45

57

2970

39

07

2117

74

37

807

6447

Col

if.

tota

l (u

nid.

100

ml/

l)

1119

9 92

08

1299

7 12

997

1732

9 >

2419

2 >

2419

2 >

2419

2 >

2419

2 >

2419

2 37

9 60

1 13

96

3441

>

2419

2 20

14

9606

75

55

4786

37

84

6488

28

09

2489

43

52

3968

51

72

9208

64

88

1553

1 64

88

1413

6 50

4 98

5 29

24

>24

192

7270

>

2419

2 24

192

>24

192

6488

Col

if.

feca

l (u

nid.

100

mlI

l)

474

616

638

1421

12

96

8664

17

329

1046

2 19

863

5475

10

74

20

4 76

3 >

2419

2 21

6 26

02

1989

15

53

288

833

199

259

839

187

223

766

638

2224

29

5 13

4 18

3 30

7 29

4 19

89

437

2224

16

64

3873

23

3

"'" O

-oOOII

IIIIi

Page 49: Monografia Lucimar Andretta.pdf

' ••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

••••

•• ~

Ane

xo I

I -R

esul

tado

da

corr

elaç

ão e

ntre

os

parâ

met

ros b

iótic

os e

abi

ótic

os n

os c

inco

pon

tos

amos

trai

s.

Mar

é P

luvi

os.

SaliD

idad

e T

emp

. P

H

OD

S

esto

n

MO

P

AIc

aIln

idad

e C

loro

fila

H

etT

ot

Mar

é 1.

000

( 40

) 0.

0000

P

luvi

osid

ade

0.00

0 1.

000

( 40

) (

40)

1.00

00

0.00

00

SaU

nida

de

0.45

24

-0.3

759

1.00

0 (

40)

( 40

) (

40)

0.00

34

0.01

68

0.00

00

Tem

per

atu

ra

-0.2

652

-0.7

264

0.04

80

1.00

0 (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0982

0.

0000

0.

7689

0.

0000

P

H

0.30

59

-0.5

664

0.80

60

0.38

74

1.00

0 (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

0.05

49

0.00

01

0.00

00

0.01

35

0.00

00

OD

0.

5159

-0

.175

0 .8

708

-0.1

336

0.65

97

1.00

0 (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0007

0.

2801

0.

0000

0.

4111

0.

0000

0.

0000

Se

ston

-0

.099

4 0.

0328

0.

2414

-0

.055

0 0.

1875

0.

1501

1.

000

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

5418

0.

8407

0.

1335

0.

7359

0.

2466

0.

3554

0.

0000

M

OP

-0

.472

6 0.

1185

-0

.349

5 0.

0859

-0

.210

9 -0

.350

0 0.

6136

1.

0000

(

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0021

0.

4666

0.

0271

0.

5980

0.

1915

0.

0268

0.

0000

0.

0000

A

1eaU

nida

de

-0.3

403

0.32

20

-0.8

534

0.03

44

-0.6

795

-0.8

027

-0.0

233

0.44

28

1.00

00

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0316

0.

0427

0.

0000

0.

8331

0.

0000

0.

0000

0.

8912

0.

0042

0.

0000

C

loro

ftla

0.

0500

-0

.221

3 0.

0835

0.

3142

0.

2569

0.

0639

0.

4744

0.

3066

0.

0558

1.

0000

(

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

7595

0.

1699

0.

6086

0.

0483

0.

1095

0.

6955

0.

0020

0.

0543

0.

7325

0.

0000

Het

erot

óftm

s

I 0.06

96

0.12

22

0.45

18

-0.1

334

0.34

76

0.29

26

0.41

25

0.08

07

-0.4

399

0.04

15

1.00

00

Tot

ais

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

6698

0.

4524

0.

0034

0.

4120

0.

0279

0.

0669

0.

0082

0.

6204

0.

0045

0.

7993

0.

0000

B

iom

assa

0.

1281

0.

0620

0.

4787

-0

.071

3 0.

3546

0.

2967

0.

4345

0.

0746

-0

.386

4 0.

055

0.92

52

Bac

terl

ana

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

4307

0.

7040

0.

0018

0.

6618

0.

0247

0.

0630

0.

0051

0.

6472

0.

0138

0.

7336

0.

0000

H

alóf

tlas

-0

.251

9 -0

.321

6 -0

.232

2 0.

6408

-0

.023

5 -0

.334

0 0.

1560

0.

2603

0.

3175

0.

2935

-0

.143

2 (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

0.11

68

0.04

30

0.14

94

0.00

00

0.88

57

0.03

52

0.33

63

0.10

48

0.04

59

0.06

60

0.37

79

Hal

ófob

as

-0.0

460

-0.2

430

-0.2

692

0.30

18

-0.0

301

-0.4

222

0.16

21

0.35

81

0.25

42

0.14

29

0.00

52

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

7779

0.

1309

0.

0930

0.

584

0.85

35

0.00

66

0.31

76

0.02

33

0.11

34

0.37

90

0.97

47

Col

lfor

mes

Tot

ais

-0.3

492

0.40

87

-0.2

763

-0.1

627

-0.3

991

-0.4

489

0.33

00

0.45

88

0.33

31

-0.1

200

0.18

41

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0272

0.

0088

0.

0844

0.

3157

0.

107

0.00

37

0.03

76

0.00

29

0.03

57

0.46

09

0.25

54

CoU

form

es F

eatl

s -0

.209

4 0.

4235

-0

.296

1 -0

.095

9 -0

.201

4 -0

.367

7 0.

1458

0.

3203

0.

1870

-0

.055

1 0.

2392

(

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 40

) (

40)

( 4

0)

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

1947

0.

0065

0.

636

0.55

62

0.21

26

0.01

96

0.36

94

0.04

39

0.24

78

0.73

56

0.13

72

L

Bio

mB

act

H

aJóf

llas

Hal

ófob

a

1.00

00

( 40

) 0.

0000

-0

.088

8 1.

0000

(

40)

( 40

) 0.

5859

0.

0000

0.

0461

0.

3417

1.

0000

(

40)

( 40

) (

40)

0.m

6

0.03

09

0.00

00

0.26

80

0.10

73

0.39

61

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

0945

0.

5100

0.

0114

0.19

15

0.01

64

0.44

47

( 40

) (

40)

( 40

) 0.

2365

0.

9202

0.

0040

Col

ifT

otaI

1.00

0 (

40)

0.00

00

0.64

65

( 40

) 0.

0000

CoI

lfF

ec.

1.00

00

( 40

) 0.

0000

4>-

......

~ 1'.'

.......

Page 50: Monografia Lucimar Andretta.pdf

r./ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • .'

Anexo In - Resultados dos 16 componentes principais, com as respectivas variâncias individuais e cumulativas (em percentagem).

Número do Percentagem de Percentagem componente ." acumulativa vananCla

1 30,40761 30.40761 2 19,23348 49.64108 3 17,78691 67.42800 4 8,26373 75.69172 5 6,26621 81.95794 6 4,42952 86.38745 7 3,48453 89.87198 8 3,19764 93.06962 9 2,04837 95.11799 10 1,63687 96.75486 11 1,12368 97.87854 12 0,77642 98.65497 13 0,61644 99.27140 14 0,35483 99.62623 15 0,26329 99.88952 16 0,11048 100.0000

42