MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource...

70
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO MARCELO CORRÊA DA SILVA INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS Natal, RN 2012

Transcript of MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource...

Page 1: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO

MARCELO CORRÊA DA SILVA

INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS

SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS

Natal, RN

2012

Page 2: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

MARCELO CORRÊA DA SILVA

INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS

SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Manoel Veras de Sousa Neto, Dr.

Natal, RN

2012

Page 3: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Silva, Marcelo Corrêa da.

Investimento em ERP: estudo comparativo entre as soluções On Premise, Hosted e SaaS / Marcelo Corrêa da Silva. – Natal, RN, 2012.

69f. : il. Orientador: Prof. Dr. Manoel Veras de Souza Neto. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.

1. Sistema de informação – Monografia. 2. Sistemas de gestão

integrados - Monografia. 3. Tecnologia da informação – Monografia. 4. Tomada de decisão – Monografia. I. Souza Neto, Manoel Veras de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 658:004.2

Page 4: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

MARCELO CORRÊA DA SILVA

INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS

SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS

Monografia apresentada e aprovada em 18 de dezembro de 2012 pela Banca

Examinadora composta pelos seguintes membros:

Manoel Veras de Sousa Neto, Dr. - UFRN

Orientador

Anatália Saraiva Martins Ramos, Dra. - UFRN

Examinadora

Iris Linhares Pimenta, MSc. - UFRN

Examinadora

Page 5: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

Dedico este trabalho à minha família e todos

aqueles que de alguma forma contribuíram para a

sua realização, em especial meus filhos e minha

querida esposa, pelo apoio e paciência em gerenciar

o dia-a-dia da família.

Page 6: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

AGRADECIMENTOS

É como muita satisfação que faço os agradecimentos a todos aqueles que acreditaram

na minha jornada durante a evolução deste trabalho, o qual durante meses me fez refletir

sobre o “estar aqui hoje”. É um momento que representa o somatórios de todas as coisas que

aconteceram para a realização de um propósito maior.

Agradeço a minha mãe pelo esforço, carinho e que, apesar das dificuldades, me deu a

oportunidade de trilhar pelos os bons caminhos da vida, que me fez chegar a este trabalho.

A minha querida esposa Mônica e aos meus filhos Marianna e Miguel pelo carinho e

paciência nos momentos de estudos, pelo o apoio que recebi nos instantes mais difíceis para

que esse trabalho pudesse ser concluído com na mais perfeita harmonia, a eles quero

agradecer e dedicar este trabalho, pois são a fonte da minha expiração.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e todos que dela fazem parte

e contribuíram direto ou indiretamente durante a minha formação, ao alunos, funcionários, em

especial aos docentes com os quais interagi, pelo bom trabalho desempenhado e pelos os

ensinamentos técnicos que delinearam a jornada pela qual decidi trilhar. Obrigado por fazer

parte desse universo, que considero fonte do conhecimento.

Agradeço em especial a o meu orientador Professor Dr. Manoel Veras pela dedicação,

apoio e incentivo em criar algo inovador, pela sua preocupação em gerar conhecimento em

campos poucos explorados, pela paciência, perseverança em ampliar minha visão crítica em

momentos de cobranças que só me fizeram crescer, sobretudo, pela confiança depositada

neste belo trabalho.

Enfim, agradeço a todas as pessoas com as quais me relacionei e proporcionaram

momentos de aprendizado e troca de conhecimento, que contribuíram de alguma forma para

meu desenvolvimento, enquanto aluno, ao logo da minha trajetória no curso de graduação.

Page 7: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

“Em todas as coisas o sucesso depende de uma

preparação prévia, e sem tal preparação o falhanço

é certo.”

Confúcio

Page 8: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo comparativo entre três modelagens de implantação de ERP (Enterprise Resources Planning) existente no mercado, adquiridos como licenças instaladas on-premise (instalado no local), hosted e os adquiridos sob demandas no formato de SaaS (Software as a Service), baseado em Cloud Computing. Foram considerados os aspectos técnicos e econômicos no que diz respeito às vantagens e desvantagens, de acordo com as necessidades empresariais, na busca de escolher a melhor alternativa. Foi aplicado o método de análise multicritério AHP (Analitical Hierarchy Process). Avaliou-se cada solução ERP com base em quatro critérios, que influenciam fortemente no processo de escolha de um software dessa natureza como implantação, custo, flexibilidade e segurança. Para cada critério foram definidos subcritérios afim de refinar a análise multicritério. Verificou-se as funcionalidades de cada solução ERP, com base nos atributos selecionados, ponderando as preferências através da escala de Saaty. Todas as soluções foram comparadas par a par de acordo com o método adotado. Os primeiros resultados da análise destacou os índices de preferências de cada alternativa, os quais foram analisados e testados através da análise de sensibilidade, onde foram observados as variações dos índices de preferência. A alternativa em hosting, obteve o maior índice de preferência de um modo geral, sem considerar o teste de sensibilidade. A solução on premise apresentou um baixo índice de preferência em quase todos os subcritérios selecionados se destacando no critério flexibilidade. O aspecto relacionado ao custo mostrou que a solução hosted e SaaS, se apresentaram como as melhores opções de escolha como investimento em sistemas dessa natureza. Palavras chaves: Solução ERP. SaaS. Cloud Computing.

Page 9: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

ABSTRACT

This research is a comparative study between two ERP modeling (Enterprise Resources Planning) available at the market, the model on premise, hosted and the SaaS format (Software as a Service) based on Cloud Computing. The technical and economic aspects regarding the advantages and disadvantages were considered according to business needs, in search to bring a way to understand what the most appropriate solution. Were applied the method of analysis multicriteria AHP (Analitical Hierarchy Process). Each ERP solution was evaluated based on four criteria, which strongly influence the process of choosing a software of this nature such as deployment, cost, flexibility and security. For each criterion were defined subcriteria in order to refine the analysis multicriteria. It was found that the features of each ERP solution, based on the attributes selected, pondering the preferences through the scale of Saaty. All solutions were compared in pair by pair in the accordance with the method used. The first results of the analysis were showed the indices of preferences of each alternative, which were analyzed and tested by means of sensitivity analysis, where were observed variations in the rates of preference. The alternative in hosting, obtained the highest index of preference of a general way, without considering the sensitivity test. The solution on site presented a low index of preference in almost all subcriteria selected if highlighting in flexibility. The aspect related to cost showed that the solution hosted and SaaS, if them presented as the best options to choose how investment in systems of this kind. Keywords: ERP Solution. SaaS. Cloud Computing.

Page 10: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO NAS ORGANIZAÇÕES ...................................... 12

1.3 PROBLEMAS DE PESQUISA .................................................................................... 14

1.4.1 Geral ............................................................................................................................ 16

1.4.2 Específicos ................................................................................................................... 16

1.5 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO ................................................................................ 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 17

2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI)- NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA ................... 17

2.2 CLASSIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................................ 19

2.2.1 Principais Sistemas de Informação .............................................................................. 20

2.2.1.1 SPT Sistemas de Processamento de Transações......................................................... 20 2.2.1.2 SIG- Sistema de Informações Gerenciais .................................................................... 20 2.2.1.3 SSD- Sistema de Suporte a Decisão ............................................................................. 21 2.2.1.4 SSE- Sistema de Suporte Executivo ............................................................................. 21 2.3 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING) ......................... 21

2.3.1 Origem e Evolução dos ERP ......................................................................................... 22

2.3.2 Mercado de ERP ............................................................................................................ 23

2.3.3 Flexibilidade do ERP ..................................................................................................... 24

2.3.4 Módulos específicos ou verticais e Módulos customizados ........................................ 25

2.3.5 Ciclo de vida de um sistema ERP ................................................................................. 25

2.3.6 Metodologias para seleção de sistemas ERP ............................................................... 27

2.3.7 Formas de aquisição e implantação de ERP ............................................................... 29

2.3.8 Características vantagens e desvantagens ................................................................... 29

2.4 CLOUD COMPUTING – CONCEITOS ............................................................................. 31

2.5 TIPOS DE CLOUD ............................................................................................................. 32

2.6 DATACENTER .................................................................................................................. 33

2.7 VIRTUALIZAÇÃO ............................................................................................................ 34

2.8 GOVERNANÇA ................................................................................................................ 34

2.9 SERVIÇOS BASEADOS EM NUVEM ............................................................................. 36

2.9.1 Cloud Infrastructure – (IaaS) Infraestructure as a Service ........................................ 37

2.9.2 Cloud Plataform – (PaaS) Platforms as a Service ........................................................ 38

2.9.3 Cloud Aplication – (SaaS) Software as a Service ......................................................... 39

2.9.4 ERP no formato de SaaS ............................................................................................... 39

Page 11: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 42

3.1 FASES DA PESQUISA ...................................................................................................... 43

3.1.2 Método comparativo ..................................................................................................... 43

4. COMPARAÇÃO DE ERP NO MODELO SAAS, ON-PREMISE E EM HOSTING. 44

4.1 DEFININDO O MÉTODO DE AVALIAÇÃO – MÉTODO AHP ........................................ 44

4.2 UTILIZAÇÃO DO EXPERTCHOICE® ............................................................................ 47

4.2.1 Critério Implantação ..................................................................................................... 49

3.1.1 Trabalhos preliminares ................................................................................................. 43

4.2.2 Critério Custo ................................................................................................................ 53

4.2.3 Critério Flexibilidade ................................................................................................. 56

4.2.4 Critério segurança ...................................................................................................... 59

4.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ............................................................................. 61

4.4 ANÁLISES DE SENSIBILIDADE .............................................................................. 64

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 66

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 68

Page 12: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

11 1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

Este trabalho nasceu da necessidade de entender as principais diferenças entre os

sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning, na ótica de investimento,

on premise (instalado no local), hosting (hospedado, instalado em servidores de terceiros) e a

solução no formato de SaaS – Service as a Service, baseado Cloud Computing, afim de ajudar

a dirimir dúvidas na hora de escolher qual a melhor solução a ser implantada. Para um bom

entendimento sobre o assunto, se faz necessário conhecer a história e os conceitos das

tecnologias que influenciaram o surgimento dos sistemas ERP.

A crescente necessidade de desenvolver e aprimorar novas tecnologias voltadas para

as atividades comerciais na década de 80 gerou a necessidade de interação entre as áreas de

negócios, dentro e fora das organizações, criando assim novas formas de comunicações entre

as diferentes áreas da sociedade, sobre tudo nas relações empresariais. No intuito de ratificar

essa necessidade de interação dos negócios, começaremos a entender e conceituar sobre as

tecnologias disponíveis que viabilizam a gestão integrada dentro das organizações. Para

Caiçara Júnior (2008, p. 83) “a integração dos sistemas de informação acabam com as

barreiras existentes entre os próprios departamentos e entre as sedes e os departamentos, e

reduz a duplicação de esforços”. A tecnologia da informação (TI) é o meio que propicia a

utilização de novas ferramentas, no entanto essa é uma área que sofre enorme transformação e

a uma velocidade relativamente alta. Neste sentido, o surgimento de novas tecnologias de

hardwares e softwares, gera a necessidade de upgrade, isto é, a atualização dos sistemas

existente se faz necessário sempre que houver avanços de tecnologias, além disso, inovação

tecnológica requer altos investimentos financeiros. Buscar alternativas seguras e baratas que

minimizem as mudanças bruscas durante a implantação de novas tecnologias é um desafio

constante paras as organizações. Os sistemas de informações do tipo ERP estão presentes em

todas as empresas que necessitam gerir grandes quantidades de informações. Esses sistemas

custam caros e estão susceptíveis a inovações tecnológicas, por este motivo, podem ser

motivos de sucesso ou fracasso de uma organização.

A finalidade do presente trabalho é fazer uma comparação, sob o ponto de vista de

investimento, entre os sistemas de gestão integrado ERP na sua forma tradicional adquiridos

em forma de pacotes fechados, instalados no local (On Premise) ou em servidores (Hosting) e

o ERP no formato de SaaS “Software as a Service”, oferecido em nuvem, sob demanda (On

Page 13: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

12 Demand). Para tanto é necessário fazer uma revisão da literatura de modo que se possa

caracterizar um sistema de informação, seguindo uma sequência evolutiva, buscando entender

as origens do ERP e suas transformações até chegar a um ponto onde se adentre pela

conceituação de computação na nuvem.

O trabalho está dividido em cinco capítulos onde o primeiro capítulo faz uma

introdução contextualizando o assunto seguido de uma abordagem sobre sistema integrado de

gestão, discorre a respeito do problema, delimita os objetivos geral e específico e justifica a

finalidade do estudo. O segundo capítulo, faz uma revisão bibliográfica em um refencial

teórico que conduz uma análise sintética da literatura explorando as tecnologias que deram

origem ao ERP, em seguida se faz introdução de sistemas em nuvem passando pelo conceito

de “Cloud Computing”, no intuito de conduzir a compreensão do ERP na forma de SaaS. É

feito ainda uma modesta abordagem sobre, datacenters, virtualização e governança

corporativa, na intenção de prover o mínimo de conhecimento sobre o assunto, finalizando

com serviços baseados em nuvem.

O terceiro capítulo trata da metodologia proposta e aplicada, o modelo de pesquisa

utilizado no estudo. O quarto capítulo trata do estudo comparativo em si, fazendo uma

abordagem nobre a as soluções ERP on premise, hosting e no formato de SaaS, demonstrando

as vantagens e desvantagens de cada modelo. O quinto capítulo, ao tratar as considerações

finais, faz uma inferência sobre a comparação, em seguida são apresentadas as referências

bibliográficas utilizadas na composição do trabalho.

1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO NAS ORGANIZAÇÕES

O desenvolvimento tecnológico propiciou a integração das organizações fazendo com

que a disseminação da informação seja rápida e segura, além de deixá-la disponíveis aos

grupos de interesse a todo o momento e de forma simultânea, objetivando a uniformização da

informação nos processos de negócios, principalmente quando as organizações são

distribuídas geograficamente. É fundamental para que a integração ocorra de fato, que a

organização tenha a sua disposição um sistema de informação capaz de suportar, armazenar e

disponibilizar uma grande quantidade de dados dentro da própria organização, para isso se faz

necessário dispor de uma estrutura de tecnologia da informação (TI) robusta. “Conseguir que

uma companhia tenha suas operações mundiais integradas pela TI é sem dúvida uma grande

vantagem em termos de gestão”. (HEHN 1999, p 33). Neste sentido, as empresas que

Page 14: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

13 possuem uma gestão integrada tornam-se mais competitivas, pois conseguem tomar decisões

mais rápidas que suas concorrentes.

A integração ultrapassa os limites das organizações já que o mundo corporativo requer

troca de informação em todo momento e em tempo real. O fluxo de informação deve ocorrer

em todos os níveis e em todos os setores, seja público, privado ou não governamental, deve

ocorrer em qualquer parte do mundo. Hehn (1999, p.33) ratifica a importância da integração

ao dizer que: “Ao estender a integração ´para toda uma cadeia de valor, em que diversas

empresas, numa relação cliente/fornecedor, passam a estar integradas através de seus sistemas

informatizados, podemos obter resultados incríveis de agilidade, sinergia e redução de ciclos”.

Destaca ainda Aundy (2005, p. 123) sobre a integração dos processos de negócios:

A evolução dos modelos de gestão da produção, desde o controle de estoque de materiais até a gestão da cadeia de suprimentos, é caracterizada pela crescente integração entre os processos de negócio. Essa integração é um dos principais objetivos perseguidos pelas organizações e um dos papeis desempenhados pelos sistemas de informações que funcionam como uma ponte que articula a tecnologia aos negócios

Os sistemas de gestão integrada interferem profundamente nos objetivos das

corporações de modo que a escolha do melhor modelo e tecnologia, impacta diretamente nos

resultados esperados, isto é, poderá causar lucros ou prejuízos. Sob essa ótica, gestão e

tecnologia se fundem aos negócios. Para Aundy (2005, p. 125) “os modelos de gestão passam

a se confundir com as soluções tecnológicas”. Neste sentido, a evolução dos sistemas de

informação se deu de uma forma em que o hardware viabilizou a criação e utilização de

bancos de dados robustos, que associado ao software tornou o banco de dados acessível a

todos os departamentos da organização, neste contexto, os softwares passam a fazer uma

maior integração entre os departamentos, de modo que os dados possam ser tratados

simultaneamente entre os setores da corporação. Neste cenário tecnológico, surge o ERP

(Enterprise Resource Planning) como sistema inovador criado exclusivamente para propiciar

a integração da gestão. Para Albertão (2001, p. 24) “Ter o poder e o controle sobre suas

próprias informações de modo a reagir rapidamente dentro da exigência do mercado é uma

necessidade que nenhuma organização que pretenda sobreviver pode ignorar”. Esta afirmativa

reforça a importância e a necessidade de utilização do ERP, ao mesmo tempo ratifica o

fortalecimento da organização sob o ponto de vista competitivo. Porém, o grau de

fortalecimento da organização deve levar em conta o fator humano, pois se observa que o

ERP, muito embora seja um sistema integrado, não são inteligentes. Sabe-se que empresas são

feitas por pessoas e, portanto, apenas o ERP não é suficiente para que a uma organização seja

integrada, mas viabiliza e facilita integração mais que qualquer outro sistema de informação.

Page 15: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

14 Souza e Saccol (2011, p. 66) afirmam que: “Entretanto, o fato de um sistema ERP ser

integrado não leva necessariamente ao desenvolvimento de uma empresa integrada”.

O uso do ERP acaba sendo uma necessidade, até de atuação, em determinados

mercados, sobretudo aqueles que buscam maior transparência das suas operações, neste caso

o ERP é necessário e recomendado, devido aos sistemas de auditoria que fazem parte da

governança corporativa e pela Compliance imposta, como exemplo, a lei Sarbanes Oxley que

disciplina as empresas que atuam nos mercados de capitais.

1.3 PROBLEMAS DE PESQUISA

Devido à necessidade de se manterem competitivas diante de um mercado dinâmico,

onde o valor da informação é fundamental para o sucesso dos negócios e para esta em

conformidades com a governança corporativa, muitas empresas necessitam dispor de um

sistema de informação robusto que atenda a governança corporativa e a Compliance a qual

está submetida, sobre tudo, as médias e grandes empresas de capital aberto que buscam captar

recursos em instituições financeiras do mercado de capitais como a bolsa de valores de Nova

York (NYSE-New York Stock Exchange). Estas empresas geralmente dispõem de um sistema

de informação integrado, composto por um ERP, que atende aos requisitos legais da

Compliance. O ERP requer uma série de custos que vão desde a implantação até a sua

operacionalidade. Dispõe de uma infraestrutura de tecnologia da informação (TI), que requer

altos custos de investimentos, para mantê-los atualizados e operando. “Os sistemas ficam

velhos sofrendo tantas modificações no passar do tempo, que uma manutenção adequada

torna-se cada vez mais difícil”. (ALBERTÃO, 2001, p. 33) Além dos custos de implantação e

manutenção, existe a necessidade de se atualizar os sistemas existentes ou até mesmo

substituí-los por completo. A simples necessidade de atualização pode fazer a organização

acumular passivos que passam a interferir nos resultados financeiros dessas empresas. Os

upgrades dos sistemas informatizados requerem sempre investimentos financeiros, seja em

aquisição de novas máquinas e plataformas para dar suporte aos novos softwares, ou na

atualização e aquisição de novos softwares. As organizações devem ainda homologar seus

softwares, causando um desembolso considerável com pagamento de licenças. A mudança ou

atualização da tecnologia da informação gera a necessidade de novos conhecimentos e para

tal, é necessário treinar pessoal para lidar com as novas tecnologias, ou até mesmo contratar

um profissional qualificado para fazer parte do sistema. Hehn (1999, p 15) afirma que:

“Pagando um preço muitas vezes bastante elevado, as organizações estão descobrindo que

Page 16: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

15 somente a tecnologia da informação não basta; seus plenos benefícios só podem ser

alcançados por meios das pessoas que dela utilizam”.

Os custos elevados dos sistemas de informação faz com que muitas empresas que

utilizam ERP passem a decidir por não investir em novas tecnologias, fazendo com que seus

processos se tornem precários, lentos e frágeis, já que dependem de um sistema a o qual estão

intrinsicamente ligados, isto é, as empresas passam a correr risco com sistemas obsoletos, no

intuito de reduzir Custo Total de Propriedade. A questão é que não basta reduzir custos com

tecnologia da informação para dar suporte ao ERP, existe a real necessidade de investimento,

caso contrário as grandes e médias empresas dificilmente atenderão ao mercado e por sua vez

estarão mais susceptíveis à derrota. Sobre os fracassos na implantação do ERP Albertão

(2001, p. 33) discorre ainda que:

Existem várias razões para que a avaliação, a seleção e a implantação de um sistema possam redundar em fracasso. A falta de capacitação adequada dos envolvidos no processo é um fator determinante de fracasso que, ao lado da falta de uma metodologia de implantação e problemas políticos internos da empresa, pode levar a perda de tempo e dinheiro.

Reduzir custos de forma radical seria um desastre para qualquer empresa, porém se os

custos forem reduzidos através de utilização de nova tecnologia sem necessariamente ter que

investir em infraestrutura de TI ou ter que descontinuar os sistemas de informação obsoletos,

ou substituí-los por completo, poderia ser muito mais vantajoso para as empresas optar por

utilizar serviços baseado em nuvem, utilizando softwares que satisfaçam suas necessidades.

No caso do ERP existe a solução como serviço SaaS, “Software-as-a Service”, em que os

serviços são oferecidos sob demanda, isto é só se paga pelo que se usa, onde se acredita que

os custos são bem reduzidos, se comparado com os sistemas ERP “on premise”, que tem um

custo elevado, ou com licença hospedados em servidores de terceiros, “Hosting”. Como a

formatação em SaaS é muito recente, é natural que exista uma certa resistência em utilizar

esta solução, principalmente das grandes e médias empresas. É preciso entender qual solução

mais eficiente e de melhor retorno financeiro, sem colocar em risco a segurança das empresas.

Neste caso cada organização deve entender quais as suas necessidades e quais seus objetivos

na hora de investir em um sistema ERP.

O problema central da pesquisa é saber qual a melhor escolha de uma solução ERP

entre os modelos SaaS e uma licença instalada no local, on premise, ou hospedada em

servidores (hosting). Neste sentido, se faz necessário fazer um estudo comparativo entre os

modelos propostos e verificar qual a alternativa mais satisfatória. Para isso é necessário

definir quais os critérios de escolha mais importantes para cada organização.

Page 17: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

16 1.4 OBJETIVOS

4.1.1 Geral

Comparar os sistemas ERP licenciados “on premise”, hosting e no formato de SaaS,

na busca de indicar qual a melhor escolha de investimento entre as alternativa apresentadas.

4.1.2 Específicos

• Demonstrar que é possível reduzir custos com sistemas ERP no formato de SaaS;

• Entender que os sistemas baseados em “Cloud Computing” são seguros e viáveis;

• Dirimir dívidas sobre as três opções de escolha de ERP on premise, hosting e o

formato de SaaS.

1.4 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO

A justificativa deste estudo se deve ao fato de buscar entender por que as empresas,

apesar de terem prejuízos com sistemas de informações obsoletos e dispendiosos, temem em

adotar os sistemas baseados em “Cloud Computing”, ao mesmo tempo, lidam com a

dificuldade de escolher uma solução mais adequada e que atenda às suas necessidades. Busca

ainda dar subsídios a academia e ao público interessado na problemática de escolha que

envolve os ERP, elencando os pontos e contrapontos, que ajudem na escolha da melhor

solução ERP, on premise, hosting ou SaaS.

Justifica-se também, pela busca de redução de custos na implementação de novas

tecnologias baseadas em “Cloud Computing” como também demonstra que é viável e seguro

aplicar o método multicritério AHP (Analitical Hierarchy Process) no processo de escolha da

melhor solução. Enfim, busca de um modo geral, dar subsídios para que que se possa

identificar a solução mais adequada de acordo com a realidade de cada organização.

Page 18: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

17 2. REFERENCIAL TEÓRICO

A proposta deste estudo fundamenta-se na teoria dos ERP e sua importância para a

organização, tendo como premissa básica a utilização do ERP de forma mais econômica e

eficiente. É necessário fazer uma revisão na literatura com uma abordagem do sistema de

informação buscando compreender a filosofia dos sistemas ERP e sua origem, ao mesmo

tempo, conceituar sistemas baseado em “Cloud Computing” e os serviços baseados em

nuvem, sobre tudo, o formato de SaaS.

2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI)- NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA

A definição de sistema de informação (SI) é muitas vezes confundida com tecnologia

da informação (TI). Faz-se necessário, neste sentido, entender essa diferença. Um SI não

depende necessariamente de recursos tecnológicos, isto é podem operar sem o apoio da

informática, já a tecnologia da Informação (TI) compreende todos os recursos da informática

composto por softwares e hardwares. Para Batista 2004 (apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.

34) conceitua tecnologia da informação como “todo e qualquer dispositivo que tenha

capacidade de tratar dados e/ou informações tanto de forma sistêmica como esporádica,

independentimente da maneira como é aplicada.” Significar dizr que a TI abrange todos os

equipamentos e meios para manipulat dados, como rede de computadores, fax, banco de

dados, comunicação de video, estações de trabalho. Ratifica ainda Caiçara Júnior (2008, p.

62) que:

É bem verdade que, à mediada que uma empresa cresce, suas informações também aumentam, tornando o processo de controle e acompanhamento um tanto quanto complexo. As informações que devem ser sistematizadas em uma empresa estão disponíveis no mercado e, em grande parte, distribídas pela organização, mas a manipulçaçao dessas informações pode ser aperfeiçoada com a utilização dos recursos da computação, fascilitando assim, seu processamento e compartilhamento.

Para Albertão (2001, p.26), “Qualquer sistema de informação é a espinha dorsal de

uma organização”. É quase impossível se pensar em uma empresa moderna sem um sistema

de informação, o mais simples que seja. O sistema de informação é a história viva da empresa,

carrega em sí toda a curva de experiência alcançada ao longo tempo, os dados de clientes, o

registro de processos de negócios, ficam armazenados em bancos de dados que podem ser

utilizados a qualquer momento. As relações comerciais e alguns processos de négócios

exigem transparências e são submetidas a uma série de controles externos, principalmente por

orgãos como a Receita Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). À medida que o

Page 19: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

18 conjunto de leis se amplia em tornos das organizações, isto é, à medida que a compliance

aumenta as organizações são submetidas a controles mais severos e critériosos. Esses

controles são baseados em evidência e registros de informações, que devem está disponível e

auditaveis quando necessários.

Para Albertão (2001, p. 74) “A importãncia de um sistema de informação (SI) em uma

empresa esta diretamete relacionada com o envolvimento dos tomadores de decisão e é

fundamental para o sucesso da empresa e do próprio sucesso dos gestores, isso porque o SI

permite que as empresas aumentem seus lucros e baixem seus custos”. Já Reszende (2011, p.

41) discorre que:

Os sistemas de informmação independentemente de seu nível ou classificação, tem como objetivo auxiliar os processos de tomadas de decisões nas empresas. Se os sitemas de informação não se propuzerem a atender a esse objetivo, sua existência não será significtiva para a empresa.

Assinala Caiçara Junior (2008, p. 61) “a principal finção de um SI é transformar dados

em informações úteis para o processo de tomada de dicisões”. Sobre os benefícios e usos do

sistema de informação, destaca ainda Oliveira 2008 e Stair, 1988 (apud RESENDE, 2011 ):

O apredizado em sistema de informação ajuda tanto em termos pessoais como profissionais. De acordo com seu entendimento, ajuda também as empresas. Um sistema de informação eficiente pode ter um grande impacto na estratégia corporativa e no sucesso da empresa. Esse impacto pode beneficiar a empresa, os clientes e/ ou usuários e qualquer indivíduo ou grupo que interagir com os sistemas de informação.

O sistema de informação (SI) é considerado um subsistema muito importante dentro do

sistema da organização, a figura 1 mostra como o sistema atua dentro de uma organização:

Figura 1 Integração do Sistema de Informação.

Fonte: Rezende, 2011, p.47.

Page 20: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

19

Os subsistemas de informações empresariais são compostos por entrada,

processamento e saída, devem ser integrados ao sistema de informação. Observa-se que existe

uma realimentação positiva de forma a manter o sistema harmônico e compensatório que

promove o crescimento do sistema de informação. A entrada tem a função de captar os dados

novos, sofre influência direta da saída, isto é, existe um processo de retroalimentação que

possibilita aperfeiçoar a entrada. O processamento é responsável pelo tratamento da

informação, transformando dados brutos em informações úteis através de cálculos e

comparações. A saída é responsável pela consolidação da informação através de relatórios e

ordenação dos dados. A saída pode ser entrada para outros sistemas.

2.2 CLASSIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os sistemas de informação são classificados no nível organizacional e por área

funcional. No nível organizacional atua no plano operacional, tático e estratégico; nas áreas

funcionais atua como recursos humanos, produção, finanças e marketing. Como se verifica na

figura 2, no nível operacional o SI está relacionado à realização e tarefas rotineiras e

repetitivas, no nível tático (gerencial) os SI dão suporte a tomada de decisão emitida e

relatórios e organizando dados, já o nível estratégico os SI servem como suporte a alta direção

de modo que as informações não precisam ser estruturadas ou detalhadas.

Figura 2 – Pirâmide dos Sis

Page 21: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

20

Pode-se observar que os sistemas de informação tem o objetivo de automatizar os

processos empresariais para que a produção e os lucros sejam maximizados, ao mesmo tempo

aperfeiçoa o processo de gestão no apoio a tomada de decisão. O sistema informação precisa

ser integrado funcionalmente para que a informação seja uniformizada de modo que não gere

retrabalho ou perdas de oportunidades por falha na gestão. Caiçara Júnior (2008, p. 83)

ratifica que “A integração dos sistemas de informação acaba com as barreiras existentes entre

os próprios departamentos e entre as sedes e os departamentos, e reduz a duplicação de

esforços”. Albertão (2001, p. 76) afirma que “uma das decisões mais importantes refere-se a

como os diferentes tipos de SI serão analisados e usados”.

2.2.1 Principais Sistemas de Informação

Stair 2004 (apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.72), aponta os principais sistemas de

informação e sugere as seguintes inferências: SPT de nível operacional, SIG visão de apoio do

nível operacional, SSD de nível tático ou estratégico e SSE apoio de nível tático com uma

visão executiva.

2.2.1.1 SPT Sistemas de Processamento de Transações

São considerados como sistemas de nível operacional ou transacional, é o suporte para

as operações mais básicas como entrada e saída de mercadoria do estoque, pagamentos

diversos. Umas das características desse sistema é que as entradas de dados geralmente são

digitados ou importados de outro SPT. Para Turban, McLean e Wetherbe 2004 (apud

CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.72) “Os sistemas de processamento de transação é a espinha

dorsal dos sistemas de informação de uma empresa. Ele monitora, coleta, armazena, processa

e dissemina informação para todas as transações rotineiras da empresa”.

2.2.1.2 SIG- Sistema de Informações Gerenciais

São os sistemas responsáveis pelo tratamento das informações, geralmente oriundas de

outras fontes, como por exemplo um SPT, para auxiliar na tomada de decisão. Produzem

relatórios em diversos modelos e de acordo com cada área funcional, facilitando a gestão por

departamentos. Segundo Stair (2004) “A finalidade principal de um SIG é ajudar a

Page 22: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

21 organização a atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma visão das operações

regulares da empresa, de modo que possam controlar organizar e planejar mais eficaz e

eficientemente”.

2.2.1.3 SSD- Sistema de Suporte a Decisão

São os sistemas utilizados por gerentes de nível tático e estratégicos, portanto da

ênfase a informações menos rotineiras para tomada de decisão. Consolidam as informações

mais importantes e são mais intuitivos, por terem uma interface mais amigável, de modo que a

os dados sejam organizados com maior agilidade. Os dados de entrada para os SSD são

provenientes de SPT, SIG, ou outras fontes confiáveis. São conhecidos também por SAD,

Sistema de Apoio a Decisão.

2.2.1.4 SSE- Sistema de Suporte Executivo

Este sistema ajuda na tomada de decisão a alta gerência das organizações. As

informações são customizadas de acordo com a preferência e o perfil do gerente. Segundo

Laudon e Laudon 2001((apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.76) “Os SSEs são sistemas

orientados para gráficos, projetado para gerência sênior, que oferecem computação

generalizada e recursos de telecomunicações para monitoramento e controle de uma empresa.

2.3 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING)

Sistema integrado de gestão ERP (Enterprise Resource Planning) são pacotes de

softwares comerciais voltados para soluções empresariais que propicia a gestão integrada das

informações. Para Markus e Tanis (apud SOUZA E SACCOL, 2000, p.65) definem o ERP

“como pacotes comerciais que permitem a integração de dados provenientes dos sistemas de

informação transacionais e dos processos de negócios ao longo de uma organização”. Para

Resende (2011, p.192) “A tecnologia Enterprise Resource Planning (ERP) ou Planejamento

de Recursos Empresariais são pacotes (software) de gestão empresarial ou de sistemas

integrados, com recursos de automação e informatização, visando contribuir com o

gerenciamento dos negócios empresariais”. Pode-se afirmar então que os sistemas ERP são

softwares que promovem a integração empresarial em todos os níveis do processo

organizacionais, são sistemas que automatizam e interligam as áreas operacionais como

Page 23: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

22 contabilidade, finanças, custos, suprimento, projeto, manutenção, estoque, além de fazer a

interligação dos processos internos à empresa ao meio externo, como fornecedores e órgãos

de controle de legislações tributárias. Por serem definidos como pacotes comerciais, os ERP

não são desenvolvidos para um público específico, porém o software pode ser customizado

para uma aplicação específica. Assinala Caiçara Júnior (2008, p. 85) que: “Em virtude do

ERP ser um pacote de software pronto, a empresa que implanta um sistema desse tipo tem

que se adaptar às funcionalidades do produto e adequar seus processos de negócios à

modelagem imposta pelo novo sistema”.

Em meados da década de 90 os sistemas ERP passaram a ter um papel importante e

fundamental para integrar os processos empresariais e auxiliar na gestão das empresas, a

partir daí, surgiram vários pacotes comerciais amplamente divulgados como o Ômega da

ABC71, o Oracle ERP Cloud Service, o ERP da brasileira SÊNIOR, o ERP da TOTVS,

porém o mais utilizado mundialmente é o R/3 da SAP (Systemanalyse and

Programmentwiicklung), afinal, foi a empresa SAP que desenvolveu o conceito original do

ERP.

2.3.1 Origem e Evolução dos ERP

Alguns autores considerar o ERP como uma continuidade do MRP II (Manufactoring

Resources Planning), assim para Corrêa, 1999 (apud SOUZA E SACCOL, 2011, p.64)

assinala que:

Os sistemas ERP podem ser entendidos como a evolução do MRP II, à medida que, além do controle dos recursos diretamente utilizados na manufatura (materiais, pessoas, equipamentos) também permite controlar os demais recursos da empresa utilizados na produção, comercialização, distribuição e gestão.

Como foi frisado anteriormente: Foi a SAP que criou o conceito original dos ERP e a

partir do sistema denominado de R/2, os ERP foram introduzidos no mundo corporativo

tornando a SAP líder mundial em ERP. O R/2 da SAP ainda era um sistema dedicado a

algumas áreas da organização, pois focava a gestão de estoque com um processo de

integração tanto interno quanto externo a empresa. Em meados dos anos 90 a SAP buscou

criar uma solução através de pacote que fosse capaz de gerenciar e automatizar todos os

processos dentro de uma empresa buscava também uma arquitetura cliente-servidor, para

atende a essa demanda surgiu o ERP R/3.

Page 24: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

23

Para conquistar definitivamente o mercado de sistemas ERP, a SAP inovou com

alguns diferenciais em relação a outros softwares de mesma linha. Figura 3.

Figura 3 – Diferencial do produto R/3 da SAP

Fonte: Caiçara Junior, 2008, p.87. Adaptado.

2.3.2 Mercado de ERP

O mercado de ERP no Brasil se mostra proeminente, o Quadro 1 mostra os principais

fornecedores e sua participação no mercado nacional.

Quadro 1 – Mercado ERP no Brasil

Empresa % mercado Brasil

SAP 23%

Oracle 17%

Totvs 40%

Outros 20%

Fonte: Caiçara Junior, 2008, p.96.

Page 25: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

24

Os principais fornecedores dos sistemas ERP, em nível internacional, são a SAP e a

Oracle, pois são fornecedores pioneiros e carrega consigo uma grande confiabilidade e

qualidade. Dentre algumas empresas que utilizam os ERP da SAP e da ORACLE destacam-se

a COCA – COLA, TEXACO, PETROBRAS, SIEMENS, WEG E GRUPO ABRIL.

Um fator que influenciou a venda dos ERP na década de 90 foi o fator Y2K,

conhecido como “o bug do milênio”. As empresas com medo de sofrer com os prováveis

danos do bug substituíram seus sistemas antigos pelos sofisticados softwares de gestão, que já

utilizavam de linguagem de programação mais modernas e que, portanto, não sofreriam com

os problemas de contagem de datas, isto é, não seriam afetados pelo Y2K.

2.3.3 Flexibilidade do ERP

Os sistemas ERP se dividem em módulos comerciais sendo os mais comuns: Módulo

financeiro, de vendas, controladoria, materiais, qualidade, produção e recursos humanos. Os

módulos podem variar de acordo com cada pacote de software, porém alguns são

imprescindíveis para caracterização do conceito inicial. Os módulos mais importantes para

que o ERP desempenhe e cumpra com a finalidade de acompanhamento, gerenciamento e

apoio a gestão são os módulos que cumpre a finalidade de BackOffice, desempenhando os

processos internos da empresa. É importante dizer que independente da empresa os módulos

fundamentais servem para todas as organizações. A vantagem de ser modular faz com que o

ERP permita a escolha dos módulos fundamentais ao negócio, de modo que o cliente escolha

quais os módulos mais adequados a sua organização, de acordo com as estratégias da mesma.

À medida que a necessidade de controle, de outras áreas vão aparecendo, a empresa poderá

adquirir outros módulos complementares para compor um sistema mais consistente. Para

Hypólito e Pamplona, 1999 (apud CAIÇARA JUNIOR, 2008, p. 112) “cada módulo do ERP

contempla funcionalidades relacionadas área de atuação específica”. Os módulos podem ser

encontrados no mercado como sendo: Módulos básicos, Módulos específicos ou verticais e

Módulos customizados.

O ERP tem uma notável eficiência quando se trata de realizar atividades de controle

internas ou BackOffice, no entanto quando se refere a atividades relacionadas à interação com

o meio externo como clientes e fornecedores, assumindo as funções de frontoffice, os ERP

deixam a desejar, ainda mais quando o sistema é pouco ou nada flexível, nesse sentido surge o

Page 26: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

25 conceito de CRM- Costumer Relationship Manegement, para auxiliar nas funções de

frontoffice.

2.3.4 Módulos específicos ou verticais e Módulos customizados

A filosofia do ERP inicialmente se baseava na ideia de que seria um sistema genérico

que contém todas as funções necessárias a uma empresa independentemente do seu segmento,

porém na prática houve muitas necessidades de adaptação, foi então que surgiu a ideia de

verticalização, ou seja, a criação de soluções customizadas para os diferentes modelos e

segmentos organizacionais. Isso fez com que a SAP, por exemplo, fizesse um ERP com

módulos específicos, para atender os planos de saúde e convênios que objetivam os processos

de apoio aos pacientes dentro dos hospitais.

Ter um produto customizado ajuda para determinadas situações, nesse sentido as

empresas fornecedoras de ERP vendem soluções customizadas de acordo com a necessidade

de cada negócio. O processo de aquisição que deve ser muito bem documentado para não

perder as características funcionais. A customização acontece com ênfase nas boas práticas

das empresas que tentam deixar o software com a cara do cliente. Caiçara Junior (2008,

p.115.) afirma que: “os fornecedores, muitas vezes, são os maiores beneficiados com a

customização, primeiramente porque aumentam suas receitas, e também por possibilitarem

que muitos fornecedores refinem seus produtos e os tornem competitivos em determinados

segmentos”.

Os módulos básicos consistem em pacotes fechados já prontos para atender a uma

determinada área das empresas de acordo com a estratégia estabelecida ou necessidades

produtivas. Cada fornecedor tem sua definição de módulos básicos e variam de acordo com

cada estratégia empresarial, no entanto todos devem ter suas funcionalidades similares. O

módulo básico as SAP, por exemplo, é formado por: CO (Controladoria), FI-(Finanças), PP

(Planejamento e Produção), MM (gerenciamento de materiais), SD (Vendas e Distribuição) e

HR (Recursos Humanos).

2.3.5 Ciclo de vida de um sistema ERP

O ERP tem um ciclo de vida passa por diversas etapas que vão desde a concepção até

a operacionalização do sistema. Souza e Zwicker, 2000 (apud SOUZA e SACCOL, 2011, P.

Page 27: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

26 70) apresenta um modelo específico para o ciclo de vida dos sistemas ERP mostrado na

Figura 4:

Figura 4 – Ciclo de vida de um sistema ERP

Fonte: Souza e Zwicker, 2000 (apud SOUZA e SACCOL, 2011, P. 70).

A Decisão e seleção constitui a primeira etapa do ciclo de vida. Nesta etapa, devem-se

levar em consideração os fatores de que darão suporte ao sistema de modo que garanta sua

sobrevivência por longo período. A visão de futuro do fornecedor, a arquitetura técnica do

produto, custo de implantação, qualidade do pós venda e saúde financeira do fornecedor.

Durante a implementação, que constitui a segunda etapa do ciclo de vida, o sistema é

colocado em funcionamento e feito todos os ajustes de parametrização e customização e

configuração do hardware, software e peopleware. Envolve o treinamento de pessoas, apoio e

suporte técnico. Esta etapa é muito importante, pois é nela que acontece a consolidação do

plano de implantação. É considerada uma das mais críticas, por envolver mudanças

organizacionais de fato e que, de certa forma, mexe com a cultura da empresa, causando

resistência a mudanças, por parte das pessoas acostumadas com os sistemas antigos, que

embora não sejam eficientes são em grande parte estáveis e acabam sendo objeto de

comparação. A etapa de utilização acontece quando o sistema está apto a operar. É o dia-a-dia

das operações rotineiras, mas devem ser levadas em consideração as falhas inerentes ao

Page 28: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

27 processo de implantação do sistema. Para Orlikoviski e Hofman 1997 (apud SOUZA e

SACCOL, 2011, P. 72) relatam a dificuldade de reconhecer de antemão todas as

possibilidades de uso de novas tecnologias da informação nas empresas. Souza e Saccol

(2011, P. 72) faz a seguinte inferência sobre modelo de ciclo de vida:

O modelo de ciclo de vida apresentado estabelece ainda, no caso de implementação em fases, a limitação que os módulos já implementados exercem sobre os módulos a serem implementados, uma vez que sua configuração já se encontra em operação tem sua modificação dificultada.

2.3.6 Metodologias para seleção de sistemas ERP

Para programar um sistema de informação consistente em uma empresa, que justifique

a necessidade de um ERP, pode ser realizados de diversas formas como a utilização de

recursos internos próprios, através de consultoria especializada em ERP, muito embora em

alguns casos, sob o ponto de vista da economicidade, é mais vantajoso para a empresa

adquirir pacotes prontos no mercado. Para Kale, 2000 (apud SOUZA E SACCOL, 2011, p.

29) as empresas buscam os ERP pela “necessidade de não reinventar a roda” e os esforços de

mão de obras seriam utilizados “auxiliar nas áreas operacionais e tirar mais vantagens dessa

ferramenta e complementar os pacotes com rotinas específicas para a própria empresa”. Para

Souza e Saccol (2011, p. 30):

Existe uma metodologia de seleção de sistemas ERP que foi elaborada e com base nas recomendações presente em boa parte da literatura (Bancroft et al., 1998; Hecht, 1997; Krasner, 2000; Thermistocleous, 2001; Bergamaschi, 1999; Colangelo Filho, 2001; Morais Filho e weigerg, 2002; Riccio, 2001; Souza e Zwicker, 1999) é utilizada com sucesso por algumas empresas.

A forma mais indicada para se escolher um ERP é utilizando o modelo de seleção de

múltiplos filtros, Figura 5.

Procedimentos iniciais: Monta-se um cenário propicio para se pensar em ERP, onde é feito

os levantamentos das necessidades através de grupo de trabalho, deverá ser analisados todas

as hipóteses para implantação do ERP, verificando quais os impactos, quais as premissas

básicas, qual o melhor modelo, como iniciar o processo de escolha, etc. Para Caiçara Junior

(2008, p.101) “quanto mais detalhado esse levantamento, mais a empresa terá condições de o

sistema ERP que melhor atenda às suas necessidades”. Segundo Souza e Saccol (2011, p.32)

“o ideal é que participem do grupo pessoas que tenham, por um lado, visão da empresa em

sua totalidade e, por outro lado, tenha conhecimento sobre o funcionamento de cada atividade

da empresa.

Page 29: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

28 Seleção prévia: Buscas das informações iniciais sobre os sistemas disponibilizados pelo

mercado, onde encontra-los, quanto custa. É nesta fase que se define quem vai fornecer o

sistema.

Figura 5 – Modelo de seleção de múltiplos filtros.

Fonte: Souza Saccol, 2011, p.31. Adaptado.

Page 30: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

29 Avaliação funcional: Depois da avaliação prévia, deve-se fazer uma análise das

funcionalidades do ERP e verificar a compatibilidade da empresa. Nesta fase deve-se fazer

uma análise criteriosa, pois mexe diretamente com os processos da empresa, portanto a

escolha deve ser a que apresente o melhor custo benefício.

Avaliação tecnológica e de mercado: É a fase onde se devem avaliar os requisitos

tecnológicos relacionados a softwares e hardwares e suas características de interface, é muito

importante porque afetará diretamente os operadores (peopleware).

Refinamento das análises: Esta fase representa a escolha da modelagem que a empresa irá

adotar. Poderá ocorrer a customização ou a escolha de pacotes básicos.

Decisão: É onde se estabelece a realização da implantação do ERP.

2.3.7 Formas de aquisição e implantação de ERP

O ERP pode ser adquirido sob forma de licença ou de serviços. A compra de uma

licença permite dois modelos de implantação, o on premise (instalado no local), o Hosted

(hospedado em um servidor) e sob forma de SaaS (serviço sob demanda, baseados em Cloud).

A solução on premise requer que o comprador da licença seja o total responsável pelo

gerenciamento da infraestrutura necessária a implantação. A solução hosted transfere o

gerenciamento da infraestrutura para o provedor responsável, já a solução em forma de SaaS é

gerenciado pelo fornecedor dos serviços sob demanda em Cloud.

2.3.8 Características vantagens e desvantagens

Implantar um ERP não é uma tarefa simples é fácil, apesar de o sistema ter um

propósito de oferecer benefícios é necessário considerar também os fatores que causam

fracassos. Albertão (2001, p. 33) sobre o fracasso na implantação do ERP afirma que: “Deve-

se evitar a todo custo iniciar um projeto sem suporte político adequado, nunca estabelecer

expectativas que não possam ser atendidas e com isso levar os usuários à frustação no

momento da verdade”. Sobre as vantagens e desvantagens levando em consideração as

características dos ERP, Souza e Saccol (2011. P. 69) apresenta no Quadro 2, os principais

benefícios e problemas dos sistemas ERP. O quadro traz um resumos das principais

características, benefícios e problemas referentes a o ERP.

Page 31: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

30 Quadro 2 – principais benefícios e problemas dos sistemas ERP. Características Benefícios Problemas

São pacotes comerciais

- redução de custos de informática;

- foco na atividade principal da empresa;

- redução do backlog de aplicações;

- atualização tecnológica permanente, por conta

do fornecedor.

- dependência do fornecedor;

- empresa não detém o conhecimento

sobre o pacote.

Usam modelos de processos

- difunde conhecimento sobre best practices;

- facilita a reengenharia de processos;

- impõe padrões.

- necessidade de adequação do

pacote à empresa;

- necessidade de alterar processos

empresariais;

- alimenta a resistência à mudança.

São sistemas integrados

- redução de retrabalho e inconsistências;

- redução da mão-de-obra relacionada a

processos de integração de dados;

- maior controle sobre a operação da empresa;

- eliminação de interfaces entre sistemas

isolados;

- melhoria na qualidade da informação;

- contribuição para a gestão integrada;

otimização global dos processos da empresa.

- mudança cultural da visão

departamental para a de processos;

- maior complexidade de gestão

de implementação;

- maior dificuldade na atualização

do sistema, pois exige acordo

entre vários departamentos;

- um módulo não disponível pode

interromper o funcionamento dos

demais;

- alimenta a resistência à mudança.

Usam bancos de dados

- padronização de informações e conceitos;

- eliminação de discrepâncias entre informações

de diferentes departamentos;

- melhoria na qualidade da informação;

- acessos a informações para toda a empresa.

- mudança cultural da visão de

“dono da informação” para a de

“responsável pela informação”;

- mudança cultural para uma visão

de disseminação de informações

dos departamentos por toda a

empresa;

- alimenta resistência à mudança.

Possuem grande abrangência funcional

- eliminação da manutenção de múltiplos

sistemas;

- padronização de procedimentos;

- redução de custos de treinamento;

- interação com um único fornecedor.

- dependência de um único

fornecedor;

- se o sistema falhar, toda a empresa

pode parar.

Fonte: Souza e Saccol, 2011, p.69

Page 32: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

31 2.4 CLOUD COMPUTING – CONCEITOS

O conceito de “Cloud Computing” está associado a um ambiente virtual infinito, onde

se pode armazenar e acessar dados e sistemas através da internet, pode-se dizer que é uma

evolução da arquitetura de TI cliente-servidor. Veras (2012, p.31), faz a seguinte consideração

sobre o conceito de “Cloud Computing”: “A grande ideia inicial da CLOUD COMPUTING

foi processar as aplicações e armazenar os dados fora do ambiente corporativo, dentro da

grande rede, em estruturas definidas como DATACENTERS, otimizando o uso dos recursos”.

Discorre ainda Veras que: “A arquitetura CLOUD COMPUTING significar mudar

fundamentalmente a forma de operar a TI, saindo de um modelo baseado em aquisição de

equipamentos para um modelo baseado em aquisição de serviços”; enfim faz uma inferência

sobre o conceito que considera mais aplicável, ao afirmar que “CLOUD COMPUTING é um

conjunto de recursos virtuais facilmente utilizáveis acessíveis, tais como hardware, software,

plataformas de desenvolvimento e serviços.

Pode-se dizer que a TI está diante de uma mudança sem volta, é uma quebra de

paradigma da arquitetura de TI. Cloud Computing pode ser considerado um “Change trigger”

tecnológico. Para HENH (1999), “Change trigger” é um avanço que tem duas características

importantes como, provocar descontinuidade e a decisão de adotar ou não uma nova tendência

tecnológica pode estar fora de seu controle. Isto sugere que independente da vontade humana,

uma tecnologia sempre será substituída por outra mais avançada.

Segundo Veras (2012), a arquitetura cliente/servidor teve uma evolução com o

surgimento da internet, fazendo com que o número de servidores aumentasse em todos os

locais, elevando os pontos de conexão que passaram a figurar como uma nuvem (Cloud). A

Figura 6 representa bem essa ideia. A TI tende a convergir sua estrutura para os

DATACENTERS (DC), que são os principais elementos de armazenamento e processamento

de dados, formando a Cloud De TI.

Outra grande vantagem que a “Cloud” oferece é a redução dos custos relacionados a

utilização dos recursos de forma eficiente, isto é, não existe ociosidade de recursos, como nos

sistemas on premise. Isto se dá devido ao benefício da elasticidade ofertado pela “Cloud

Computing”, durante a utilização, ou seja, os serviços podem ser fornecidos de acordo com a

demanda do usuário, de modo que a oferta dos serviços aumentam ou diminuem

automaticamente, com o recurso da escalabilidade oferecido pela Cloud, isto permite,

portanto, fazer com que a organização possa planejar melhor a utilização dos seus recursos.

Page 33: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

32 Figura 6 – Formação da CLOUD de TI

Fonte: Veras, 2012, p.32. Adaptado. 2.5 TIPOS DE CLOUD

A NIST (National Institute of Standards and Technology) define quatro modalidades

de serviços baseados em Cloud Computing, o Public Cloud, o Private Cloud, o Community

Cloud e o Hybrid Cloud.

Public Cloud (Nuvem Pública) são serviços oferecidos por terceiros que possuem “grande

capacidade de processamento e armazenamento de dados” (VERAS, 2012, p. 41). Brent

Ashley, consulto da IBM (http://www.ibm.com) afirma que “as nuvens públicas tentam

fornecer aos clientes elementos de TI livres de controvérsias. Seja software, infraestrutura de

aplicação ou infraestrutura física, o provedor da nuvem assume as responsabilidades [...]”. Os

clientes só pagam o que consumir, isso permite eficiência na utilização dos recursos de TI e

também nos custos dos serviços. Apesar desses benefícios, a nuvem pública perde com a

inflexibilidade de configuração dos sistemas e softwares utilizados pelo cliente, isto é, os

clientes não tem permissão para configurar de forma total os serviços oferecidos pela Public.

Cloud, devido à falta de controle sobre a infraestrutura e a Compliance a qual os fornecedores

estão submetidos.

Private Cloud (Nuvem privada) É uma nuvem criada para uso exclusivo de uma organização,

de modo que o gerenciamento dos serviços pode feito pela própria organização ou por

terceiros. Dependendo da governança corporativa as quais estão submetidas, as empresas

Page 34: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

33 podem optar por contruir seus próprios datacenters ou utilizar hopedagem em provedores de

serviços. Em abril de 2009 o consulto da IBM Brent Ashley (http://www.ibm.com) fez as

seguintes observações sobre nuvem privada:

As nuvens privadas oferecem vantagens sobre a variedade pública. Um controle mais detalhado sobre os vários recursos que constituem a nuvem dá a uma empresa todas as opções de configuração disponíveis. Além disso, as nuvens privadas são ideais quanto o tipo de trabalho que está sendo feito, que não é prático em uma nuvem pública, por motivo de segurança ou preocupações regulamentares.

Community Cloud (Nuvem Comunitária) acontece quando duas ou mais organizações

compartilham uma nuvem privada. Isto permite que empresas do mesmo grupo possam

usufruir da mesma infraestrutura oferecida.

Hybrid Cloud (Nuvem Hibrida) é uma combinação entre as nuvens públicas privadas e

comunitárias. “[...] continuam a ser entidades únicas, porém conectadas através de tecnologias

proprietárias ou padronizadas que propiciam a portabilidade de dados e aplicações”.

O gerenciamento da modelagem hibrida é dividido entre a empresa e o provedor de serviços.

2.6 DATACENTER

Datacenters, ou centro de dados, são estruturas capazes de armazenar e processar

dados em grandes volumes, formadas por uma série de equipamento e programas, hardwares,

softwares e outros grupos de equipamentos, intalados em redundãncia para garantir a

operação e funcionalidade dos mesmos. É um dos principais componentes da Cloud

Computing. Para Veras (2012, p. 77):

Um DATACENTER (ou DATA CENTER) é um conjunto integrado de componentes de alta tecnologia que permite fornecer serviços de infraestrutura de TI de valor agregado, tipicamente processamento e armazenamentpo de dados, em larga escala, para qualquer tipo de organização. Os DATACENTERS e suas conexões forma a nuvem, quer seja pública ou privada.

Essa definição sugere uma redução no Custo Total de Propriedade (TCO) da

infraestrutura de TI. Veras em seu livro (Cloud Computing – Nova arquitetura de TI) relata

que segundo a IBM, 85% da capacidade de computação do mundo está ociosa, isto é, a Cloud

vem para reduzir custos nesse sentido, já que os serviços podem ser contratados por parte, em

outras palavras, a Cloud propicia a utilização eficiente dos recursos da organização.

Page 35: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

34 2.7 VIRTUALIZAÇÃO

A virtualização permite a operação de vários sistemas operacionais diferentes em um

único datacenter, ou servidor, de modo que cada sistema se comporte como se estivesse em

hardwares independentes, isto é, emulam várias maquinas físicas em um unico datacenter.

Veras (2012, p. 128) conceitua virtalização de duas formas: “É o particionamento de um

servidor físico em vários servidores lógicos” e “É uma camada de abstração entre o hardware

e o software que protege o acesso direto do software aos recursos físicos do hardware”. Isto

significa que a virtualização propicia a redução de maquinas física, consequentemente a

redução do Custo Total de Propriedade.

Em fevereiro de 2011 a NIST (National Institute of Standards and Technology)

divulgou a versão final do guia de recomendações de segurança para virtualização, NIST SP

800-125. O guia faz as seguintes recomendações as organizações:

• Proteger todos os elementos de uma solução de virtualização completa e

manter a sua segurança;

• Restringir e proteger o acesso de administrador para a solução de virtualização;

• Garantir que o hypervisor, o programa central que funciona no ambiente

virtual, está devidamente acondicionado;

• Planejar cuidadosamente a segurança para uma solução de virtualização

completa antes de instalar, configurar e implantá-lo.

2.8 GOVERNANÇA

A governança de TI é um reflexo da governança corporativa, que tem a preocupação

em criar regras e procedimentos para monitorar e incentivar o comportamento dos executivos,

através de mecanismos de controle eficientes, fazendo que os mesmos cumpram os interesses

dos acionistas. “A governança de TI também pode ser vista como um mecanismo para

estimular comportamentos desejáveis em TI” Weill & Ross, 2010 (apud VERAS, 2012, p. 56)

Uma boa governança é baseada nas melhores práticas, neste sentido a ISACA

(Information System Audit and Control association) desenvolveu o COBIT (Control

Objectives for Information and related Technology) que reuni um conjunto imenso de boas

práticas de mercado, sendo considerado o melhor framework para governança de TI, muito

embora existam outros compiladores de boas práticas para governança de TI, o COBIT

Page 36: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

35 abrange a maioria deles, Figura 07. Os mais conhecidos são COBIT, ITIL, PMBOK, ISO,

BSC, CMMI E SEIS GIGMA.

Figura 07 – Abrangência do COBIT

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Em julho de 2011 a empresa SAP publicou em seu site uma de pesquisa realizada com

100 CEO (Chief Executive officer) pelo “Sand Hill Group”, executivos que trabalham com

softwares, demonstra que existe um cenário propício para o crescimento da nuvem e todos se

mostram otimistas e apontam cinco principais benefícios; agilidade nos negócios, retorno

gerado atraente sobre o investimento, Tempo de Aceleração do valor, impulsionou programas

de inovação, escaladas o negócio rapidamente. O gráfico da Figura 8, da pesquisa, mostra a os

fatores indicados, pelos executivos, para melhorar a agilidade da empresa, onde 49% apontam

agilidade nos negócios, 46% Eficiência de custos, 22% Alavancar as competências essenciais

e livre, Recursos de TI com foco na inovação, 13% Recuperação de desastres e de negócios e

continuidade, 3% Parte de uma iniciativa verde e 1% Não sabe.

Figura 8 – Top drivers of cloud computing adoption

Fonte: Sand Hill Group Cloud Computing Survey 2010, disponível e <download.sap.com> (adaptado).

Page 37: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

36

A pesquisa considera que a computação em nuvem emergiu como a próxima onda de

transformação tecnológica, semelhante à Internet em 1997, em que os consumidores e

empresas ficaram animados sobre o potencial da tecnologia, mas temiam pela segurança,

privacidade, largura de banda, normas e outros fatores associados a utilização da rede para os

negócios. A MPL softwares Corporate, que administra o ERP da Oracle no Brasil, em seu

vídeo sobre o ERP Oracle in the Cloud , afirma que em 3 anos é possível reduzir 45 % dos

custos com a utilização do ERP em nuvem.

2.9 SERVIÇOS BASEADOS EM NUVEM

Os serviços baseados em nuvem utilizam de arquiteturas virtuais onde é possível

trabalhar com o mínimo de estrutura física em TI. Existem basicamente três modelos de

serviços baseado na computação em nuvem: Infraestructure-as-a Service (IaaS), Plataform-as-

a Service (PaaS) e Software-as-a Service (SaaS). A Figura 9 mostra a distribuição dos três

modelos de serviços em nuvem.

Figura 9 – Serviços oferecidos em nuvem

Fonte: < http://erpcloudnews.com/2010/05/different-types-of-cloud-erp> adaptado.

A visão da NIST (National Institute of Standards and Technology) para os serviços

baseado em cloudcomputing é representado na Figura 10. As principais características

apontadas pela NIST podem ser sintetizadas da seguinte forma:

On-Demand self Service: Os serviços são utilizados de acordo como a necessidade da

demanda do usuário e de forma automática.

Page 38: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

37 Broad Network Access: Os serviços são acessados, via mecanismos padronizados, através

de qualquer plataforma como tablets, notebooks, telefones celulares etc.

Pool de recursos: Uma grande quantidade de recursos (físicos e virtuais) é disponível

para vários usuários ao mesmo tempo (mult-tenant), alocados e realocados

dinamicamente.

Rapid elasticity: A capacidade de liberação de recursos a qualquer momento em qualquer

quantidade de acordo com o provisionamento do consumidor.

Measured Service: Os serviços (armazenamento, processamento e largura de banda)

podem ser medidos automaticamente e independentes do nível de abstração, de forma

transparente para o Servidor de serviços e para o cliente.

Figura 10 – Visão geral da NIST dos serviços em Cloud.

Fonte: < http://cloudcomputing.sys-con.com/node/2192048>

Adaptado.

2.9.1 Cloud Infrastructure – (IaaS) Infraestructure as a Service

São os serviços que substituem estruturas físicas das empresas por estruturas virtuais,

através da técnica da virtualização, que dão acesso a máquinas virtuais capazes de prover

todas as funcionalidades necessárias de uma estrutura física. Veras (2012, p. 147) faz a

seguinte inferência sobre o IaaS: “Infraestrutura como serviço é basicamente deixar de

adquirir hardware e software básico e passar a desenvolver a aplicação em uma estrutura

virtual baseada na internet, adquirida e paga na forma de serviço”. A modelagem em IaaS tem

a flexibilidade elevada, se comparado com os formatos de PaaS e SaaS, permite que o usuário

tenha controle sobre os recursos das máquinas virtuais configurando o que for necessário,

além de instalar e manipular seus próprios aplicativos. Essa flexibilidade exige um esforço

Page 39: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

38 maior de configuração e manutenção, portanto, a otimização da utilização dos recursos, pode

ser comprometida, se houver as correções necessárias. Oferece também outros recursos de

computação como armazenamento, redes, etc. O hardware físico do sistema subjacente não

pode ser controlado pelo o usuário.

2.9.2 Cloud Plataform – (PaaS) Platforms as a Service

Oferecem um ambiente de programação para desenvolvedores onde é possível

armazenar, transmitir e gerenciar aplicativos virtualmente. Neste caso a plataforma para

desenvolvimento é terceirizada e funciona em DATACETERS. Um dos benefícios da

modelagem PaaS, é capacidade elevada de processamento e memória, de modo que

desenvolvedor não se preocupe com a eficiência de suas aplicações. Da mesma forma como

acontece com formato IaaS, não existe a possibilidade de controle do hardware físico.

O modelagem de PaaS, apesar de ser menos flexível que o formato IaaS, permite que

os usuários implantem suas aplicações, sem se preocuparem com o gerenciamento e

atualizações de sistemas operacionais. Exige menor esforço de manutenção e configuração

dos sistemas virtuais, tornando a solução mais otimizada que o modelo IaaS.

Como exemplo da utilização de Plataforma Como serviços, podemos citar o Windows

Azure, a plataforma da Microsoft, que utiliza datacenters espalhados pelo Estado Unidos,

Europa e Asia. A Figura 11 representa distribuição dos datacenters da plataforma Azure.

Figura 11 – Distribuição dos datacenters da plataforma Azure.

Fonte: http://www.encripta.com.br (2012).

Page 40: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

39 2.9.3 Cloud Aplication – (SaaS) Software as a Service

O SaaS oferece aplicativos que podem rodar totalmente na nuvem para vários usuário

que utilizam de browsers para acessar os aplicativos. O sistema é gerenciado pelo provedor de

serviços que controla os sistemas operacionais, os servidores e armazenamento; além de

gerenciar a rede, implantar patches e fazer atualizações dos aplicativos. Esta modelagem é

menos flexível que os modelos de IaaS e PaaS, pela característica de dispor para os clientes,

aplicações já prontas, que só permitem configurações específicas dos clientes e que podem ser

acessadas de qualquer lugar, através de browsers via internet, Neste sentido o formato de

SaaS é o mais otimizado entre os modelos de serviços disponíveis.

Para fim deste trabalho, este é o modelo mais importante por se tratar de oferecer

serviços de softwares que podem compor um sistema de gestão integrada na modelagem de

ERP, por este motivo será dado ênfase ao SaaS.

Quando se trata de sistema de informação empresarial deve se pensar em segurança,

de modo que garanta a integridade dos dados, sobre tudo, os dados sigilosos que

comprometem as estratégias das empresas. Segundo Veras (2012, p. 197) ao tratar sobre

SaaS, deixa claro que “vários mecanismos de segurança podem ser usados para manter a

segurança dos dados sigilosos, na transmissão e no armazenamento”. Além das garantias

contratuais contidas no SLA (service level agrément) na aquisição dos serviços, existem

outras formas de proteger os dados sigilosos. “Os dados armazenados através de uma

abordagem de compartilhamento também podem contar com um forte esquema de segurança,

mas requer uso de padrões mais sofisticados de projeto” (VERAS, 2012, p. 204).

2.9.4 ERP no formato de SaaS

Emboras a maioria das empresas não tem ainda o sentimento de mudança de

paradigma, que deve ocorrer no modelo de aquisição de serviços na área da tecnologia da

informaçao, já existe no mercado diversas soluções baseada em Cloud Computing. O ERP em

nuvem no formato de SaaS já é uma realidade para algumas empresas desenvolvedoras de

sotwares de gestão integrada como a SAP, TOTVS e ORACLE. Em princípio, sob o ponto de

vista técnico, o ERP no formato de SaaS é mais simples de ser implantado, por não ser

necessário adquirir servidores adicionais ou instalações físicas. Poderia-se dizer que ao inves

de ser implantado o ERP seria utilizado, para isso bastaria apenas dispor de uma conexão de

internet. Para Veras (2012, p. 197) “O SaaS oferece oportunidade substanciais pra que as

Page 41: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

40 empresas de todos os portes deixem de enfrentar os riscos da aquisição de software e

transfiram o departamento de TI de um centro de custo para um centro de valor”. Outra

vantagem do o ERP como SaaS, é que o mesmo pode ser adquirido a um custo muito mais

baixo que um modelo licenciado instalados on-premise, ou hosting. O SaaS possibilita ainda a

redução do Custo Total de Propriedade e do ROI (return on investment). Dessa forma as

empresas podem reduzir gastos com licenças de softwares, hardware e infraestrutura

complexa.

De acordo 23ª Pesquisa Anual do Uso de TI apresentada pela FGV (Fundação Getúlio

Vargas), realizada no início do ano de 2012, com 2.180 Empresas (validadas), dentre as quais

66% fazem parte das 500 maiores, mostrou que entre os fornecedores e desenvolvedores de

ERP, TOTVS, SAP e Oracle continuam liderando esse segmento de software. A Figura 12

mostra o percentual de uso de sistemas ERP pelas empresas brasileiras e conclui que a

TOTVS, SAP e Oracle dominam 82% do mercado de ERP no Brasil. O percentual de uso por

porte da empresa coloca a TOTVS na liderança, com uma representatividade de 38% contra

os 28% da SAP, 16% da Oracle e 18% de outras plataformas. A Figura 13 mostra o resultado

da pesquisa por porte da empresa. Entre as menores a TOVS lidera o mercado com 53% de

participação e entre as maiores a SAP é líder 51% de participação.

Figura 12– Percentual de uso de sistemas ERP pelas Empresas Brasileiras.

Fonte: http://eaesp.fgvsp.br

Page 42: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

41 Figura 13 – Percentual de uso por porte da empresa

Fonte: http://eaesp.fgvsp.br/sites/eaesp.fgvsp.br>Adaptado

Esses resultados podem sugerir a seguinte inferência: A TOTVS, SAP e Oracle juntas

dominam 93% das empresas de grande, 69% das pequena e 80% das médias. Isso demonstra

que as empresas organizações estão preocupadas em atender a governança corporativa e

consequentemente alavanca o mercado de ERP. É importante observar que esses fornecedores

de ERP já contam com solução baseada Cloud Computing. A TOTVS dispõe da solução em

nuvem chamada de TOTVS Série On Line, direcionadas para o mercado das micros e

pequenas empresas, no qual é líder. A Oracle dispõe do ERP Oracle in the Cloud, direcionado

para as pequenas e média empresas, já a SAP conta com quatro soluções de ERP, a SAP

Business ByDesign, para pequenas e médias empresas, SAP On-Demand solutions for the

SAP Business Suite e SAP Business Suite, para grandes empresas, por fim o SAP

BusinessObjects OnDemand.

Page 43: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

42 3. METODOLOGIA

Este trabalho faz parte de uma pesquisa ampla sobre as diferenças entre os sistemas

ERP on-premise, em hosting e na forma de SaaS, cuja finalidade é motivada por razões de

ordem práticas, que influenciam na escolha da melhor solução ERP para uma organização,

sendo portanto, uma pesquisa aplicada. Segundo Andrade (2010, p.110) “[...] a pesquisa visa

aplicações práticas, com o objetivo de atender às exigências da vida moderna.” Andrade

(2010) conclui que, se a pesquisa tem objetivo de contribuir para fins práticos para solucionar

problemas concretos, denomina-se “aplicada”.

Foi realizado um estudo sistemático, nas mais variadas fontes de informações sobre

ERP e Cloud Computing. Portanto, a pesquisa é de caráter exploratório. Para Alexandre

(2003, p. 66) “a pesquisa exploratória visa desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e

ideias”. Neste sentido a pesquisa exploratória tem o objetivo de aprimorar ideias, de modo

que o fato estudado é importante sob qualquer aspecto. A maior parte do acervo consultado e

explorado carrega em sua essência alguma experiência prática sobre o tema.

Para que a pesquisa seja viável deve ser feito um levantamento bibliográfico, a fim de

formar uma base sólida de informação, através de buscas em livros, periódicos, internet,

mídias digitais, artigos científicos, dentre outras fontes de informações importantes. Por se

tratar de um tema atual, onde a literatura é escassa, a base de informação deve levar em

consideração, principalmente a internet. Sobre as fontes oriundas da internet, Alexandre

(2003, p. 72) faz a seguinte consideração:

O desafio, portanto, dos estudantes e também dos professores orientadores é o de ser capaz de saber pesquisar no mundo virtual da internet, conhecendo os conceitos, as características dos novos termos, que se apresentam como Web, Html, Bookmark, provedores, e-mail, e-business atc.

A pesquisa utiliza o método comparativo para avaliar as diferenças e as características

dos objetos estudados. Andrade (2010, p. 121) faz a seguinte inferência sobre o método

comparativo: “Este método realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e

explicar divergências” e conclui que “o método comparativo é usado tanto para comparações

de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado [...]”. Neste sentido

deve levado em consideração, principalmente, a opinião dos especialistas no assunto, como

grupos de pesquisa de TI, CIO (Chief Information Officer), consultores de TI,

desenvolvedores e fornecedores de ERP.

Page 44: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

43 3.1 FASES DA PESQUISA

3.1.1 Trabalhos preliminares

Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico de fontes confiáveis como

livros, revistas, artigos científicos, periódicos e consultas de internet em sites de empresas

especializadas em ERP, dentre outras fontes confiáveis de informações. Foi criada uma base

de dados para estudos, através da seleção dos principais assuntos, elencados em uma ordem

sequencial de fácil compreensão. A pesquisa foi consolidada em um referencial teórico

consistente, no sentido de prover o mínimo de entendimento e conhecimento sobre as

tecnologias de ERP e Cloud Computing.

3.1.2 Método comparativo

Para fazer a comparação, foram escolhidos os critérios mais importantes que

influenciam no processo de escolha de um ERP de um modo geral, segundo a pesquisa

bibliográfica. Em seguida, atribuiu-se a cada critério, os subcritérios que determinam a melhor

solução.

Para alcançar os objetivos definidos neste estudo criou-se uma matriz comparativa

para fazer cruzamento de cada solução ERP em relação ao critério e subcritério analisado. Em

seguida foi avaliado qual dos modelos apresenta maior vantagem em relação aos a outros,

conforme uma escala de preferência conhecida como escala de Saaty. Os pesos foram

atribuídos seguindo os procedimentos do método de apoio a decisão Multicritério AHP

(Analitical Hierarchy Process), desenvolvido pelo professor Thomas L. Saaty no início dos

anos 80.

Page 45: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

44 4. COMPARAÇÃO DE ERP NO MODELO SAAS, ON-PREMISE E EM HOSTING

4.1 DEFININDO O MÉTODO DE AVALIAÇÃO – MÉTODO AHP

O método consiste em definir critérios e subcritérios que serão organizados em níveis

e subníveis hierárquicos, Figura 14, necessários para estruturar um cenário favorável para

tomada de decisão de modo a permitir a avaliação das soluções. Os critérios são definidos de

acordo com o objetivo da organização, podem ser tangíveis como custos, medidas, massas ou

intangíveis como gosto ou preferência pessoal. Podem ser divididos em subcritérios

aumentando a cadeia hierárquica afim de se fazer uma escolha mais precisa da alternativa

mais adequada. Os critérios receberão pesos que somados não poderá ser maior que 1. O

método se baseia na comparação de alternativas par a par, onde o analista faz a comparação

entre as alternativas da estrutura hierárquica de apoio a decisão questionando-se qual o

critério mais importante ou menos importante para cada critério ou subcritério. Para Saaty

(1980) a grande vantagem do AHP é permitir aos seus usuários atribuir pesos relativos para

múltiplos critérios, ou múltiplas alternativas para um dado critério, ao mesmo tempo em que

realiza uma comparação par a par entre os mesmos.

Figura 14: Hierarquia da decisão.

Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012)

O método (AHP), proposto em Saaty (1980) consiste das seguintes etapas:

− Definir o objetivo (ou objetivos);

− Definir as alternativas (provável solução);

− Definir os critérios relevantes para o problema de decisão;

Page 46: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

45

− Avaliar as alternativas em relação dos critérios;

− Avaliar a importância relativa de cada critério;

− Determinar a avaliação global de cada alternativa.

Após a formação da hierarquia de decisão, os critério e subcritérios serão comparados

par a par fazendo a correlação com as alternativas organizadas em matrizes de comparação,

onde receberão pesos, Quadro 3, acordo com a escala de Saaty, pré-estabelecida com as

seguintes considerações, que vai de igual a extremamente melhor, Quadro 4.

Quadro 3 – Exemplo de matriz de comparação para um critério.

Critério Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3

Alternativa 1 1 Peso x Peso z

Alternativa 2 Peso y 1 Peso z

Alternativa 3 Peso x Peso z 1

Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012)

Quadro 4 – Escala de preferências proposta por (Saaty 2008)

Ranking Atribuições Verbais Recíproco

1 Igualmente Preferido 1

3 Moderado preferido 1/3

5 Forte e Preferido 1/5

7 Muito Forte e Preferido 1/7

9 Extremamente forte e Preferido 1/9

2,4,6,8 Valores intermediários 1/2;1/4;1/6;1/8 Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012).

Depois de construídas as matrizes de comparação, terá que se calculara matriz síntese

dividindo cada elemento de cada coluna com o valor da soma dos elementos dessa coluna,

também serão calculados os vectores de prioridade calculando a média de cada linha de cada

matriz.

Exemplo matriz síntese para alternativa 1:

1 (1 + pesoy + pesox) = A⁄

pesoy (1 + pesoy + pesox = B⁄

Page 47: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

46 pesox (1 + pesoy + pesox = C⁄

Vetor prioridade para alternativa 1 = (A+B+C) /3

Associada à matriz síntese, será calculado o Consistency Ratio (CR) que deverá

permitir posteriormente ao administrador saber se os dados recolhidos são consistentes para

tomada de decisão. Em caso negativo, se o CR apresentar valores maiores que 0,1 as

classificações deverão ser revistas.

Consistency Ratio (CR), Indica se as comparações realizadas serão consistentes ou não, se o

valor obtido for inferior ou igual a 10%, os resultados da avaliação são consistentes, se o valor

for superior, será necessário reformular as comparações dessa matriz.

CR = A � 1pesoypesox� + B �pesox1pesoz� + C �

pesozpesoz1 � = �FatorAFatorBFatorC�

Deverá dividir a soma de pesos pelo vetor prioridade, para obter a coluna ∂Max da Matriz

síntese.

Alternativa A =�����

Alternativa B=�����!!

Alternativa C = �����"

"

Para calcular ∂Max será necessário calcular a média da soma do valores Max da matriz

∂Max = FatorAA + FatorBB + FatorCC

Com essas medidas, deve-se calcular o CI (consistency index) para finalmente calcular o CR.

Page 48: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

47

CI = ∂Maxn − 1

n= ordem da matriz de comparação.

Para ter o CR, conforme quadro 5 e tendo em conta que a matriz tem uma dimensão de

3 o valor de Random Consistency Ratio (RI) será de 0,58.

Quadro 5 – Valores de RI para uso no cálculo da relação de consistência, proposta por Saaty.

Dimensão da matriz 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Randon Index 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49

Fonte: SAATY (2000). Adaptado.

CR = "()( < 0,10

Após o cálculo de cada matriz deverá ser realizada a ponderação dos resultados. Em

seguida, será necessário multiplicar o peso de cada critério pelo ∂Max de cada alternativa

(solução ERP), que será somado no conjunto dos critérios, a melhor solução será a que obtiver

melhor classificação.

4.2 UTILIZAÇÃO DO EXPERTCHOICE®

A análise multicritérios remete a exaustivos cálculos com matrizes que demandam

tempo e a utilização de planilhas eletrônicas é viável para comparações simplificadas, mesmo

assim requer tempo e esforço extra que pode induzir a erros. Para aplicação do modelo

proposto, neste trabalho será utilizado o ExpertChoice®, software reconhecido

internacionalmente para análises multicritérios com técnica AHP. O ExpertChoice® foi

desenvolvido pelo matemático Thomas L. Saaty e Ernest Forman, professor do departamento

de ciência da decisão na George Washington University, no início dos anos 80. A ferramenta

auxilia na formulação do modelo de decisão o em todas as fases do processo, emitindo

relatórios das análises exigidas pelo método AHP.

A partir do objetivo deste estudo foram definidos os atributos que influenciam na hora

de se fazer investimentos em ERP. Os atributos foram divididos em critérios e subcritérios

mostrados no quadro 6. A partir desses atributos foi estruturada a hierarquia de decisão no

ExpertChoice®, figura 15.

Page 49: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

48 Quadro 6 – Atributos que influenciam escolha de um ERP.

Critérios Subcritérios

Implantação

Custo

Processo de seleção

Customização

Facilidade de Implantação

Tempo de Implantação

Infraestrutura e hardware

Custo

Manutenção

Reduzido investimento inicial

UP Grade- Software e Hardware

Retorno do investimento –ROI

Flexibilidade

Customização

Facilidade de acesso

Acrescentar outros módulos

Associação com outros aplicativos

Segurança

Integridade do sistema

Segurança dos dados- Danos

Segurança dos dados- Violação Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012).

Figura 15 – Hierarquia da decisão estruturada no ExpertChoice

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice para a pesquisa – Adaptado (2012).

Page 50: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

49

Cada alternativa de solução ERP foi comparada para a par em relação aos subcritérios,

onde foram preenchidas dezessete comparações em matrizes de 3x3. Em seguida cada

subcritério foi comparado par a par em relação ao critério correspondente com a seguinte

distribuição: Para comparação das alternativas; uma matriz 6x6, para subcritérios de

Implantação; uma matriz 4x4, para subcritérios de Custo; uma matriz 4x4, para subcritérios de

Flexibilidade e uma matriz 3x3, para os subcritérios de Segurança.

Os pesos finais dos critérios e subcritérios, mostrados nos quadros 7 a 14, foram

atribuídos de acordo com a preferência das alternativas, influenciadas e sugeridas durante a

análise bibliográfica e nas pesquisas realizadas em sites especializados no assunto. Cada

solução ERP foi tratada de forma independente, considerando apenas os subcritérios adotados.

Os dados das matrizes foram processados no ExpertChoice o qual forneceu os resultados,

apresentados nas figuras 16ª1 a 16ª7, 15B1 a 16B5, 16C1 a 16C5 e 16D1 a 16D4. Durante a

atribuição dos pesos, observou-se que a relação de consistência, para cada atributo analisado,

ficou abaixo dos 10%, dentro do esperado e de acordo com o recomendado por Saaty em sua

literatura sobre o método AHP.

4.2.1 Critério Implantação

Esse critério formado por seis subcritérios:

1. Custo;

2. Processo de seleção;

3. Customização;

4. Facilidade de Implantação;

5. Tempo de Implantação;

6. Infraestrutura e hardware.

Considerações:

• Custo: Leva em consideração todos os custos relacionados ao projeto de

implantação como mão de obra, infraestrutura e hardware;

• Processo de seleção: Reflete todos os métodos e esforços necessários utilizados

na escolha de um ERP;

Page 51: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

50

• Customização: Refere-se a criação de um projeto específico totalmente voltado

para as necessidades da empresa;

• Facilidades de implantação: Representa as técnica e os meios necessários para

uma implantação bem sucedida;

• Tempo de implantação: É o tempo necessário para consolidar a implantação de

um ERP, inicia no projeto e acaba na operação;

• Infraestrutura de hardware: Reflete qual o tamanho da infraestrutura e hardware

é necessário ou não para implantar um sistema ERP.

Quadro 7 – Matrizes de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Implantação.

Custo SaaS On Premise Hosting Processo de seleção

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 8 1 SaaS 1 1/9 2 On Premise 1/8 1 1/8 On Premise 9 1 9 Hosting 2 8 1 Hosting 1 1/9 1

Customização SaaS On Premise Hosting Facilidade de Implantação

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 3 1/5 On Premise 9 1 9 On Premise 1/3 1 1/8 Hosting 1 1/9 1 Hosting 5 8 1

Tempo de Implantação

SaaS On Premise Hosting Infraestrutura e hardware

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 5 1/3 SaaS 1 7 1 On Premise 1/5 1 1/9 On Premise 0 1 0 Hosting 3 9 1 Hosting 2 9 1

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Figura 16 A1- Gráfico gerado pelo ExpertChoice® com os pesos atribuídos para o Subcritério Custo referente a Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 52: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

51

Figura 16 A2 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Processo de Seleção referente à Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).

Figura 16 A3 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Customização referente a Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).

Figura 16 A4 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Facilidade de Implantação referente a Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).

Page 53: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

52

Figura 16 A5 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Tempo de Implantação referente a Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborada pelo o Autor (2012).

Figura 16 A6 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Infraestrutura e Hardware referente a Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).

Quadro 8 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Implantação.

Implantação Custo Processo de seleção

Customização Facilidade de Implantação

Tempo de Implantação

Infraestrutura e hardware

Custo 1 9 5 9 8 3

Processo de seleção

1/9 1 1/8 1/2 1/3 1/8

Customização 1/5 8 1 7 9 4

Facilidade de Implantação

1/9 2 1/7 1 1 1/4

Tempo de Implantação

8 3 1/9 1 1 1/4

Infraestrutura e hardware

1/3 8 1/4 4 4 1

Fonte: Elaborado pelo o Autor da pesquisa (2012).

Page 54: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

53

Figura 16 A7 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

4.2.2 Critério Custo

Esse critério é formado por quatro subcritérios:

1. Manutenção;

2. Reduzido investimento inicial;

3. Up grade – hardware/ software;

4. Retorno do investimento (ROI).

Considerações:

• Manutenção: Representa o dispêndio quando se trata de Custo Total de

Propriedade;

• Reduzido investimento inicial: Indicará qual a solução requer menos esforço

financeiro no início;

• Up grade – hardware/software: Representa o quanto se gasta com obsolescência

de máquinas física, estruturação e atualizações dos sistemas.

• Retorno do investimento (ROI): Refere-se aos ganhos e perdas efetivas do capital

investido no ERP.

Page 55: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

54 Quadro 9 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Custo.

Manutenção SaaS On Premise Hosting Reduzido investimento inicial

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 5 1/4 SaaS 1 5 1/4 On Premise 1/5 1 1/9 On Premise 1/5 1 1/9 Hosting 4 9 1 Hosting 4 9 1

Up grade – hardware/software

SaaS On Premise Hosting Retorno do Investimento (ROI)

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 8 1/2 SaaS 1 5 1/4 On Premise 1/8 1 1/8 On Premise 1/5 1 1/9 Hosting 1 8 1 Hosting 4 9 1

Fonte: Elaborado pelo pesquisador(2012).

Figura 16 B1 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Manutenção referente a Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 16 B2 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Reduzido investimento inicial referente a Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 56: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

55

Figura 16 B3 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Up grade – Hardware e software referente a Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 16 B4 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Retorno do investimento referente a Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Quadro 10 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Custo.

Custo Manutenção Reduzido investimento inicial

UP Grade- Software e Hardware

Retorno do investimento

Manutenção 1 3 6 1/4

Reduzido investimento inicial

1/3 1 1/2 1/9

UP Grade- Software e Hardware

1/6 2 1 1/9

Retorno do investimento 4 9 9 1 Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Page 57: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

56 Figura 16 B5 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

4.2.3 Critério Flexibilidade

Esse critério é formado por quatro subcritérios:

1. Customização; 2. Facilidade de acesso;

3. Acrescentar outro módulos;

4. Associação com outro aplicativos.

Considerações:

• Customização: Indica o quanto se pode modificar o ERP a qualquer momento, de

modo fácil e rápido, acordo com as necessidades da empresa em busca de

melhorias operacionais;

• Facilidades de acesso: Representa a utilização de todas as formas de acesso como

mobilidade, tipo de plataforma ou interface, etc.;

• Associação com outros aplicativos: Está associado à interoperabilidade com

outros sistemas e plataformas através de customização;

• Acrescentar outros módulos: refere-se à capacidade de agregar outro módulos

funcionais no ERP.

Page 58: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

57

Quadro 11 - Matrizes de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Flexibilidade.

Customização SaaS On Premise Hosting Facilidades de acesso

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 1 1 On Premise 9 1 9 On Premise 1 1 1 Hosting 1/2 1/9 1 Hosting 1 1 1

Associação com outros aplicativos

SaaS On Premise Hosting Acrescentar outros módulos

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 1/8 2 On Premise 9 1 9 On Premise 8 1 9 Hosting 1/2 1/9 1 Hosting 1/2 1/9 1

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Figura 16 C1 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Customização referente a Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 16 C2 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Facilidade de acesso referente a Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 59: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

58

Figura 16 C3 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Acrescentar outros módulos referente a Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 16 C4 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Associação com outros aplicativos referente a Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Quadro 12 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Flexibilidade.

Flexibilidade Customização Facilidade de acesso

Acrescentar outros módulos

Associação com outros aplicativos

Customização 1 7 7 2

Facilidade de acesso

1/7 1 1/2 1/2

Acrescentar outros módulos

1/7 2 1 1/3

Associação com outros aplicativos

1/2 2 3 1

Fonte: Elaborado pelo o Autor da pesquisa (2012).

Page 60: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

59 Figura 16 C5 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

4.2.4 Critério segurança

Esse critério é formado por quatro subcritérios:

1- Integridade do sistema;

2- Segurança dos dados – Danos;

3- Segurança dos dados –Violação.

Considerações:

• Integridade do sistema: Reflete o quanto os sistemas físicos e lógicos podem se

manter imunes a danos que impossibilitem o uso dos mesmos;

• Segurança dos dados – Danos: Reflete a máxima proteção do banco de dados;

• Segurança dos dados –Violação: Reflete os níveis de autorização e acesso de

dados sigilosos. Diz respeito a segurança da informação.

Quadro 13 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Segurança.

Integridade do sistema

SaaS On Premise Hosting Segurança dos dados – Danos

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 1 1 SaaS 1 1 1 On Premise 1 1 1 On Premise 1 1 1 Hosting 1 1 1 Hosting 1 1 1

Segurança dos dados –Violação

SaaS On Premise Hosting

SaaS 1 1 1 On Premise 1 1 1 Hosting 1 1 1

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Page 61: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

60

Figura 16 D1 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Integridade do sistema referente a Segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 16 D2 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Segurança dos dados- Danos referente a Segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012)

Figura 16 D3 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Segurança dos dados- Violação referente a Segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 62: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

61

Quadro 14 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Segurança.

Segurança Integridade do sistema Segurança dos dados- Danos

Segurança dos dados- Violação

Integridade do sistema 1 1 5 Segurança dos dados- Danos

1 1 3

Segurança dos dados- Violação

1/5 1/3 1

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).

Figura 16 D4 - Figura 15 D3 Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

4.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

Terminada a ponderação, foi construído no ExpertChoice® os gráficos com os

resultados, apresentados nas figuras 17 a 20. Os gráficos possibilitam fazer as seguintes

inferências:

Para o critério implantação, figura 17, a escolha ficou com a solução em hosting que

apresentou um índice de preferência de 47,1%, contra 29,2% do SaaS e 23,6% da solução on

premise, seguindo as ponderações da escala de preferência proposta por Saaty. A solução em

hosting também se apresentou como a melhor alternativa no critério custo, com um índice de

preferência de 69,8%, seguidos pelo SaaS com 24,2% e on premise com 6%. N o critério

Flexibilidade a solução on premise apresenta um índice de preferência de 72,7% contra 15,5%

do SaaS e 11,9% da solução em hosting. O critério segurança apresenta índices de

preferências iguais, isto é, as três soluções satisfazem aos atributos relacionados à segurança.

A solução SaaS se apresenta como a melhor alternativa, frente ao on premise.

Page 63: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

62

Figura 17 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Implantação.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 18 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Custo.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 64: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

63 Figura 19 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Flexibilidade.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Figura 20 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 65: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

64 4.4 ANÁLISES DE SENSIBILIDADE

Em qualquer modelo de decisão é necessário fazer uma análise de sensibilidade

modificando algumas variáveis para saber se vale a pena ou não seguir com a escolha inicial.

Verificar a sensibilidade é fazer uma análise crítica no sentido de aperfeiçoar o processo de

escolha. Neste caso, foi realizado uma análise de sensibilidade no critério custo, flexibilidade

e segurança, figuras 21 a 23. Observou-se que se o critério custo, que apresenta um índice de

aproximadamente 47 %, variar para menos de 17% a alternativa preferida seria a solução on

premise. Se o critério flexibilidade variar acima dos 35% a alternativa preferida seria a

solução on premise. Já o critério segurança mantém a ordem de preferência, em qualquer

variação, no entanto se variar para mais, as três soluções se aproxima na escala de preferência,

figura 22. Observa-se ainda que, se a solução SaaS se apresenta como a melhor alternativa

frente a solução on premise.

Figura 21 Exibição do gráfico de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de escolha.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 66: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

65 Figura 22 Exibição do gráfico de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de segurança.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

A figura 23 mostra que se o custo se elevar muito a solução em hosting é a preferida,

apresentando uma simetria em relação à solução on premise. Mostra ainda que o SaaS é a

solução preferida se a um custo médio, que não varia significativamente.

Figura 23 Exibição do gráfico com resultado de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de escolha.

Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).

Page 67: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

66 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo comparativo, embora se atenha aos objetivos da pesquisa se faz necessário

fazer algumas considerações importantes, a começar pelos os aspectos de requisitos técnicos.

Não se pode dizer que a solução on premisse, em hosting ou em forma de SaaS se sobressaia

demasiadamente uma sobre o outra, neste sentido, o aspecto mais importante entre as três

soluções, é a funcionalidade quanto ERP, isto é, todas funcionam e atendem perfeitamente ao

propósito de uma organização.

Verificou-se que o Custo Total de Propriedade (TCO) para os sistemas on premisse é

muito elevado quando comparado com os sistemas em SaaS ou hosted. Embora as três

alternativas tenha suas restrições, o que conta na hora de investir é o retorno do investimento

para a organização, nesse sentido o custo é o fator determinante para a maioria das empresas,

principalmente as de pequeno e médio porte. A análise de sensibilidade permitiu atingir o

objetivo principal da pesquisa ao demonstrar que a melhor opção de investimento em ERP é a

solução no formato de SaaS, ao considerar o custo como principal critério de escolha. No

entanto, se não for considerado a análise de sensibilidade a escolha entre as alternativas

apresentadas teve como primeiro lugar a solução em hosting, em segundo lugar a preferência

é pelo SaaS, seguido da solução on premisse. Deve-se observar que dispor de uma estrutura

dispendiosa em momentos de crise é perigoso para qualquer organização, neste caso, justifica-

se que a melhor opção de investimento seria as solução em SaaS, por excluir ou limitar os

recursos ociosos, através dos serviços sob demanda e da escalabilidade oferecida através do

provisionamento de recursos. A avalição cumpre também aos objetivos específicos ao

demonstrar através do método AHP (Analitical Hierarchy Process), que é possível reduzir

custos com o ERP no formato de SaaS, se comparado com sistemas dispendiosos, ao mesmo

tempo conclui que os sistemas baseados em Cloud Computing são seguros e viáveis, de modo

que o critério segurança não é determinante na hora da escolha; suprime as dúvidas entre as

soluções SaaS, on premise, e em hosting, ao considerar e comparar os principais critérios

adotados.

Pôde-se inferir que para as organizações de grande porte, que necessitam gerenciar

sistemas de informações robustos, sobretudo as que já dispõe de um sistema ERP on premise,

dificilmente adotaria o formato em hosting ou SaaS, já que seria mais vantajoso dispor de um

sistema que se possa customizar e agregar novos módulos e fazer interface com outras

tecnologias, sempre que for necessário. Para este caso, o SaaS ainda é pouco flexível, mas se

apresenta muito relevante para as organizações de pequeno e médio porte, por serem mais

Page 68: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

67 conservadoras na hora de adquirir um sistema ERP. A solução hosted apesar de se destacar

como preferencial, sem considerar a análise crítica, é indicado para organizações de pequeno

porte, que não necessita de um nível de controle elevado de informações.

As conclusões à respeito das principais diferença apresentadas no estudo comparativo,

pode-se inferir ainda que a modelagem em SaaS, embora esteja amadurecendo para as

grandes empresas, se apresenta como a solução mais viável entre os modelos de aquisição do

ERP, no entanto, deve-se considerar também que o modelo de implantação dependerá do

projeto e do nível de experiência em TI, que deverá verificar outros fatores como legislação,

risco e requisitos de programação que garantam a boa operacionalização do sistema.

Page 69: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

68

REFERÊNCIAS

ALBERTÃO, Sebastião Edmar. Sistema de Gestão Empresarial: Metodologia para avaliação, seleção e implantação para pequena e médias empresas. 1. ed. São Paulo: Iglu, 2001. ALEXANDRE, Mário J.O. A construção do trabalho científico: Um guia para pesquisas projetos e relatórios científicos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a metodologia do trabalho científico. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BANCROFT, Nancy H.; SEIP, H, Henning; SPRENGEL, Andrea. Implementing SAP R/3: How to introduce a large system into a large organization. 2. ed. Greenwich: Manning, 1998. BERGAMASCHI, Sidney. Um estudo sobre projeto de implementação de sistemas para gestão empresarial. 1999. P.181. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. CAIÇARA JUNIOR, Cícero. Sistema Integrado de Gestão – ERP: Uma abordagem gerencial. 3. ed. Curitiba: Ibpex, 2008. CONANGELO FILHO, Lúcio. Implantação de sistemas ERP. São Paulo: Atlas, 2001.

DJOHNSON. Different Types of Cloud ERP. Base de dado da erpcloudnews. Disponível em: <erpcloudnews.com>Acesso em 01 de nov. 2012.

DJOHNSON. ERP Software Cost Comparison: On-Premise, SaaS, and Hoste. Disponível em: <erpcloudnews.com> Acesso em 01 de nov. 2012.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. HABERKORN, Ernesto. Teoria do ERP – Enterprise Resource Planning. São Paulo: MAKRON Books, 1999. HECHT, Bradley. Chose the right ERP software. Datamantion, mar. 1997. HEHN, Herman F. Peopleware: como trabalhar o fator humano nas implementações de sistemas integrados de informação (ERP). São Paulo; Editora Gente, 1999. HYPOLITO, C.M.; PAMPLONA, E. de O. Sistemas de gestão integrada: conceitos e considerações em implantação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO,19, 1999. Disponível em <htte://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_ A0357.PDF> Acesso em: 20 maio.2012. KALE, Vivek. Implementing SAP R/3: the guide for business and technology managers. Indianapolis: Sams Publishiny, 2000. KRASNER, Herb. Ensuring e-business success by learning from ERP failures. IT PRO, p.23-27. Jan/feb. 2000.

Page 70: MONOGRAFIA MARCELO CORRÊA DA SILVA. · sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning , na ótica de investimento, on premise (instalado no local), hosting (hospedado,

69 MARKUS, M.L; TANIS, C. The enterprise systems experience – from adoption to success. In: ZMUD, R. W. (Ed.). Framing the domains of IT research. Cincinnati: Pinnaflex, 2000.

MELO, Cássio A, et al. Software como Serviço: Um Modelo de Negócio Emergente. Recife-PE, 2007. 9 p.

MORAES FILHO, Cassiano A.; WEIGERG, Georg Michael Lennart. Seleção de projeto de P&D: uma abordgem prática. Revista de Administração, v.37, nº 1, São Paulo: FEA-USP, p.40-48, jan./ mar. 2002. NIST. National Institute of Standards and Technology. Definition of Cloud Computing. Disponível em:< http://www.virtualizationspotlight.com/p/nist-definition-of-cloud-computing.htm> Acesso em: 05 dez. 2012. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Sistemas, organização e métodos: abordagem gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

ORACLE Cloud Service. 2012. Disponível em: <http://www.oracle.com/us/solutions/cloud/ erp/overview/index.html>. Acessado em 28 out. 2012.

RESENDE, denis Alcides, ABREU, Fline França de. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informaçao empresariais: 8. ed. São Paulo: Atlas, 2011. RICCIO, Edson Luiz. Efeitos da tecnologia da informação na contabilidade: estudo de caso de implementação de sistemas empresariais integrados – ERP 2001. Tese (livre-docência) – Faculdade de Economia, administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SAATY, Thomas L. The analytic hierarchy process. New York: McGraw-Hill International, 1980. SAATY, Thomas L. Decision making for leaders: the analytic hierarchy process for decisions in a complex world. Pittsburg: University of Pittsburg, 1995 SOUZA, Cesar Alexandre; SACCOL, Amarolinda zanela. Sistemas ERP no Brasil: (Enterprise Resourcer Planning): Teoria e casos: 1. Ed.-6. Reimpr.-São Paulo: Atlas, 2011. SOUZA, Cesar Alexandre; ZWICKER, Ronaldo. Aspectos envolvidos na seleção e implementação de sistemas ERP. In: CLADEA, 34. Anais... out.1999. SOUZA, César; ZWICKER, Ronaldo. Ciclo de Vida de Sistemas ERP. Cadernos de Pesquisa em Administração. São Paulo, FEA/USP, v.1, nº 11, p. 46-57, 1º trimestre 2000. THEMISTOCLEOUS, Marinos; IRANI, Zahir; O’KEEFE, Robert, M.; PAUL, Ray. ERP problems and applicatio integration issues: a empirical survey. Proceedins of 34th Hawaii International Conference on system Science. Hawaii, 2001. VERAS, Manuel. Cloud Computing: Nova Arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2000.