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    IBMECDF

    MBA FINANAS

    SRGIO LOPES CABRAL

    OPERAO URBANA CONSORCIADA DA REGIO DO

    PORTO DO RIO DE JANEIRO PORTO MARAVILHA

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    SRGIO LOPES CABRAL

    OPERAO URBANA CONSORCIADA DA REGIO DO

    PORTO DO RIO DE JANEIRO PORTO MARAVILHA

    Trabalho de Concluso de Curso comorequisito parcial para obteno docertificado de MBA Finanas

    Orientador: Prof. MAURO MONTEIRODE MIRANDA.

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    SUMRIO

    Lista de Abreviaturas 4

    Lista de Figuras e Grficos 5

    Resumo 6

    1 INTRODUO 7

    2 OBJETIVOS 8

    3 JUSTIFICATIVA 9

    4 FUNDAMENTAO TERICA 11

    4.1 Conceito de Operao Urbana Consorciada 11

    4.2 Certificados de Potencial Adicional de Construo CEPACs 12

    4.3 Operaes Urbanas Consorciadas no Brasil 13

    5.1 Anlise de Viabilidade Econmica 15

    5 METODOLOGIA 22

    6 DESENVOLVIMENTO DO PROBLEMA 23

    6.1 Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro 23

    6.2 Mercado de Shopping Center no Brasil 30

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    Abreviaturas

    A.E.I.U rea Especial de Interesse Urbanstico

    ABL rea Bruta Locvel

    ABRASCE Associao Brasileira de Shopping Center

    BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento

    CAB Coeficiente de Aproveitamento Bsico

    CAM Coeficiente de Aproveitamento Mximo

    CAPM Modelo de Precificao de Ativos

    CDU Cesso de Direito de Uso

    CDURP Companhia de Desenvolvimento Urbano da Regio do Porto do Rio de

    Janeiro

    CEPAC Certificado de Potencial Adicional Construtivo

    CVM Comisso de Valores Mobilirios

    EMURB Empresa Municipal de Urbanizao de So Paulo

    FCD Fluxo de Caixa Descontado

    OUC Operao Urbana Consorciada

    SELIC Taxa Bsica de Juros

    IBOVESPA ndice da Bolsa de Valores de So Paulo

    NOI Net Operational Income (Resultado Operacional)

    TMA Taxa Mnima de Atratividade

    TIR Taxa Interna de Retorno

    VPL Valor Presente Lquido

    WACC Custo mdio ponderado de capital

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    Lista de Figuras

    Figura 01 Delimitao da A.E.I.U.

    Figura 02 Mapa de Delimitao dos Sub-setores

    Figura 03 Mapa de Delimitao das Faixas de Equivalncias

    Figura 04 Demonstrao de potencial Adicional Construtivo

    Figura 05 Crculo Virtuoso da OUC da Regio do Porto do Rio de Janeiro

    Figura 06- rea correspondente a Sub-setor B2 e Faixa de Equivalncia B1

    Tabelas

    Tabela 1 Operaes Urbanas Consorciadas no Brasil

    Tabela 2 Paramtros Urbansticos

    Tabela 3 Quadro de Potencial Adicional de Construo / CEPAC

    Tabela 4 Distribuio Regional dos Shoppings no Brasil

    Tabela 5 Fluxo de Caixa Descontado Shopping Alfa

    Grficos

    Grfico 01 Evoluo do Faturamento de Shoppings Centers no Brasil

    Grfico 02 Participao das Vendas de Shopping no Varejo

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    RESUMO

    Este trabalho explora o conceito de Operao Urbana Consorciada no Brasil

    bem como um panorama das Operaes j existentes demonstrando as legislaes

    que criaram esse instrumento. O trabalho traz ainda uma anlise econmico

    financeira de um projeto de um shopping center na rea Especial de Interesse

    Urbanstico da operao urbana consorciada da regio do porto do Rio de Janeiro. A

    anlise financeira buscou demonstrar a utilizao dos parmetros urbansticos

    definidos na Lei Complementar n 101/2009 para avaliar a viabilidade de um

    shopping center incorporando o custo do CEPAC e o beneficio das intervenes

    previstas na operao.

    Palavras chaves: Operao Urbana Consorciada, CEPAC, viabilidadeeconmico-financeira de um shopping center.

    ABSTRACT

    This paper explores the concept of urban consortial operation in Brazil as well

    as an overview of existing operations explaining the laws that created this

    instrument. The work also contains financial analysis of a shopping mall project in

    the Urban Area of Special Interest urban consortial operation of the port area of Rio

    de Janeiro. The financial analysis sought to demonstrate the use of urban

    parameters defined in Lei Complementar (type of law) no. 101/2009, which

    evaluates the feasibility of incorporating a shopping mall contrasting with the cost

    of CEPAC and advantage of the planned operation.

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    1 Introduo

    Operao urbana consorciada um instrumento previsto no Estatuto das

    Cidades Lei n 10.257/2001 que permite a realizao de um conjunto de

    intervenes e medidas coordenadas por um municpio, com a participao dos

    proprietrios, moradores, usurios permanentes e investidores privados, tendo por

    objetivo alcanar, em rea especfica, transformaes urbansticas estruturais,melhorias sociais e a valorizao ambiental.

    Permite tambm que os municpios outorguem onerosamente um direito de

    construir rea acima dos limites bsicos estabelecidos na legislao municipal.

    Assim, mediante pagamento, o interessado adquire o direito de aumentar a rea de

    construo, ou pode ainda modificar o uso do imvel, sempre de acordo com regraspr-estabelecidas em legislao especfica.

    O Estatuto prev ainda a emisso pelo municpio, atravs de lei especfica, de

    certificados de potencial adicional de construo (CEPACs), que sero alienados em

    leilo ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessrias prpria

    operao.O Brasil possui atualmente apenas trs operaes urbanas consorciadas que

    utilizam o instrumento CEPAC como securitizao do direito de construir, so elas:

    Faria Lima, com 650.000 CEPACs emitidos; gua Espraiada, com 3.750.000

    CEPACs emitidos e Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de

    Janeiro, com 6.436.722 CEPACs, sendo que as duas primeiras na capital de SoPaulo e a ltima na cidade do Rio de Janeiro.

    Apesar de previsto na legislao o instrumento Operao Urbana

    Consorciada ainda pouco usado e conhecido no Brasil, diante disso este trabalho

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    2 Objetivos

    2.1 Principal

    Apresentar e analisar a operao urbana consorciada da regio do Porto do

    Rio de Janeiro.

    Responder uma pergunta recorrente dos investidores do mercado imobilirio

    sobre a capacidade dos fluxo dos empreendimentos suportarem o pagamento dos

    Certificados de Potencial Adicional Construtivos, j que sero mais um custo para os

    desenvolvedores de projetos imobilirios.

    2.2 Especficos

    Analisar operaes urbanas consorciadas no Brasil e a utilizao dos

    certificados de potencial adicional construtivo como instrumento de cobrana de

    contrapartida.

    Avaliar a viabilidade econmica de projeto de shopping center na regio em

    que ser realizada a operao urbana consorciada da regio do Porto do Rio deJaneiro, dada a condio de aquisio dos CEPACs.

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    3 Justificativa

    As operaes urbanas consorciadas so mecanismos urbansticos que

    permitem que a municipalidade revitalize reas degradadas da cidade sem onerar o

    tesouro municipal, utilizando a cobrana do direito de construir atravs dos CEPACs

    como captador de recursos para tal. Dessa forma alm de aumentar sua

    arrecadao de impostos divide com o setor privado o custo da revitalizao.

    A tendncia que cada vez mais municpios recorram a esse instrumento

    para realizarem suas revitalizaes. Porm esse conceito de operao urbana

    consorciada bem como a utilizao de CEPACs ainda pouco difundido.

    Alm disso, a venda e a valorizao dos CEPACs esto diretamente

    relacionadas expectativa de valorizao imobiliria da regio e os usurios de

    CEPACs, seja ele desenvolvedor imobilirio ou proprietrio de imvel na regio alvo

    da revitalizao, s iro investir no CEPAC se existir viabilidade econmica do

    empreendimento mesmo inserindo o custo do certificado. Para o investidor fazer

    suas anlises de viabilidade preciso entender o instrumento CEPAC e a sua

    utilizao em determinada operao.

    A operao urbana consorciada da regio do porto do Rio de Janeiro a

    maior operao urbana consorciada em tamanho e quantidade de CEPAC e est

    localizada numa regio central, zona porturia, de uma das cidades mais

    importantes do pas, o Rio de Janeiro.

    Existe uma expectativa muito grande do mercado imobilirio em geral deinvestimento na regio do porto do Rio de Janeiro dada a localizao e os eventos

    internacionais que a cidade est por receber, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e

    Jogos Olmpicos em 2016.

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    Com esse cenrio torna-se relevante estudar o tema para esclarecer o

    conceito de operao urbana consorciada e a utilizao do CEPAC bem como a

    viabilidade de empreendimento na maior operao urbana consorciada do pas,

    considerando tambm a importncia do setor de shopping center e o fato de no

    existir este tipo de empreendimento na regio da operao .

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    4 - Fundamentao Terica

    4.1 Conceito de Operao Urbana Consorciada

    Operao urbana consorciada segundo o Estatuto da Cidade Lei n

    10.257/2001 o conjunto de intervenes e medidas coordenadas pelo Poder

    Pblico municipal, com a participao dos proprietrios, moradores, usurios

    permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcanar em uma rea

    transformaes urbansticas estruturais, melhorias sociais e a valorizao ambiental.

    As operaes permitem que as cidades revitalizem suas reas degradadas ou

    criarem novos vetores de crescimento, trazendo assim ganho na qualidade de vida

    de seus habitantes.

    importante destacar que o Estatuto das Cidades determina que o poder

    pblico coordene as intervenes a serem implementadas e que as Operaes

    devem ser criadas, por lei municipal especfica, de acordo com o Plano Diretor. Com

    isso, a responsabilidade da implementao da operao fica a cargo da

    municipalidade.

    Ainda segundo o Estatuto a lei municipal especfica que cria a operao

    urbana consorciada dever conter no mnimo:

    definio da rea a ser atingida;

    programa bsico de ocupao da rea;

    programa de atendimento econmico e social para a populao diretamente

    afetada pela operao;

    finalidades da operao;

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    Essas exigncias ajudam a aumentar a tranparncia no processo de criao

    da operao, alm de ampar-lo com critrios tcnicos que permitam demonstrar a

    viabilidade da operao.

    importante colocar tambm que a operao urbana prev cobrana de

    contrapartida dos proprietrios de imveis e esses recursos tm que ser

    necessariamente utilizados no pagamento das intervenes da prpria operao,

    conforme disciplina a lei, isso permite que a municipalidade no tenha que onerar o

    tesouro municipal para arcar com os custos das intervenes e por outro lado o

    pagador da contrapartida ter a garantia de que o recurso que ele desembolssou

    ser revertido em melhoria do seu patrimnio com consequente valorizao

    imobiliria.

    Alm disso, existe um ganho para o municpio na arrecadao de impostos j

    que as tendncias das reas revitalizadas o aumento no nmero de unidades de

    empreendimentos imobilirios, bem como a requalificao dos empreendimentos j

    existentes.

    4.2 Certificados de Potencial Adicional de Construo - CEPACs

    O Estatuto da Cidade criou os CEPACs e autoriza que a municipalidade

    poder prever na operao a emisso de quantidade determinada de certificados de

    potencial adicional de construo, que sero alienados em leilo ou utilizados

    diretamente no pagamento das obras necessrias prpria operao.Os CEPACs so ttulos mobilirios que podem ser negociados livrementes em

    balces organizados, porm s podero ser conversveis em direito de construir

    apenas uma vez. O mecanismo de negociao e fiscalizao similar ao dos ttulos

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    Os CEPACs so vistos, pelos desenvolvedores imobilirios, como mais um

    custo que entra na conta da implantao de um projeto imobilirio, isso quer dizer

    que, a expectiva de valorizao da rea por parte dos desenvolvedores de projetos

    deve ser suficiente para incorporar mais um custo para viabilizao dos seus

    empreendimentos.

    A Comisso de Valores Mobilirios (CVM) a autarquia responsvel para

    registrar e fiscalizar as operes urbanas consorciadas que emitem CEPACs. Para

    disciplinar essa relao foi emitida pela CVM a Instruo Normativa da CVM n

    401/2003, que dispe sobre os registros de negociao e de distribuio pblica de

    Certificados de Potencial Adicional de Construo CEPAC.

    A instruo refora os conceitos do Estatuto da Cidade e incorpora a

    governana de companhias de sociedades annimas listadas em bolsa, exigindo

    que sejam publicados relatrios trimestrais e informados fatos relevantes que

    venham a alterar o escopo da oferta de CEPACs entre outros.

    Observando os atores necessrios para o registro e distribuio da operao:

    o emissor; o coordenador da oferta; o escriturador dos CEPACs; e o Agente

    Fiscalizador, constata-se uma semelhana com as exigncias feitas para registrodos demais valores mobilirios.

    A funo do agente fiscalizador, que dever ser uma instituio integrante do

    sistema de distribuio da CVM, cuja funo fiscalizar a aplicao dos recursos

    auferidos com a alienao do CEPAC e assegurar a suficincia e veracidade das

    informaes que sero periodicamente prestadas pelo Municpio ao mercado.

    4.3 - Operaes Urbanas Consorciadas no Brasil

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    4.3.1 - Operao Urbana Consorciada gua Espraiada

    gua Espraiada foi a primeira Operao Urbana Consorciada registrada na

    CVM em 14/07/2004, esse pioneirismo foi importante para testar as legislaes

    sobre o CEPAC, alm de observar a eficcia da Operao Urbana Consorciada.

    Na Operao Urbana Consorciada gua Espraiada as intervenes mais

    importantes da Operao foram: (i) construo da ponte que liga a Avenida

    Jornalista Roberto Marinho Marginal Pinheiros, implantao de viadutos,

    passarelas, vias locais e outras Intervenes; (ii) prolongamento da Avenida Chucri

    Zaidan at a Avenida Joo Dias; (iii) alargamento da Avenida Washington Luis; (iv)

    implantao de unidades de HIS para reassentar as populaes atingidas pelas

    Intervenes; (v) implantao de reas verdes e espaos pblicos; e (vi)

    desapropriaes e obras necessrias para a execuo das Intervenes. Essas

    intervenes possuam um custo estimado de R$ 1,12 bilhes.

    Vale ressaltar que a nica fonte de financiamento dessa operao so os

    CEPACs e, segundo a EMURB, a posio financeira de 31/12/2010 um saldo de

    R$ 900,27 milhes, sendo que arrecadou R$ 1,3 bilhes com os leiles de CEPACse teve despesas com as intervenes (taxa da EMURB e desapropriaes) na

    ordem de R$ 426,43 milhes.

    4.3.2 - Operao Urbana Consorciada Faria Lima

    Foi a segunda operao a obter registro na CVM, em 15/10/2004, e tambm

    possui como nica fonte de financiamento os CEPACs. Os custos estimados das

    intervenes so na ordem de R$ 715 milhes.

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    4.3.3 - Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro

    A Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro foi

    registrada na CVM no dia 27.12.2010 est em fase de registro do Suplemento de

    distribuio para a realizao do primeiro leilo de CEPACs.

    Considerando quantidade de CEPAC e consequentemente potencial adicional

    a Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro a maior

    operao do Brasil.

    A regio que abrange a operao de relevncia para a cidade do Rio

    Janeiro, pois se trata da regio central da cidade que se encontra em estado de

    degradao. Alm disso, o Rio de janeiro ser sub-sede da Copa Mundial de Futebol

    de 2014 e sede dos Jogos Olmpicos de (2016) o que coloca a cidade como foco

    dos investidores.

    Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro objeto

    deste trabalho e ser detalhada no captulo 6 - Desenvolvimento do Problema.

    4.4 - Anlise de Viabilidade Econmica

    Segundo Lage (2009) atualmente a maior parte das avaliaes de projetos

    baseada em projees de fluxo de caixa descontado (FCD) e as regras do VPL

    (Valor Presente Lquido) e da TIR (Taxa Interna de Retorno) so as mtricas mais

    utilizadas para anlise de investimentos.Alm disso, Lage (2009) ressalta que em condies de incerteza, h sempre

    um risco associado aos fluxos futuros do projeto. Nesses casos, algumas

    alternativas existentes para avaliar um projeto de risco pelo mtodo do FCD so a

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    Equao I - VPL:

    Equao II - TIR:

    O projeto vivel quando o VPL positivo e a TIR maior que a taxa mnima de

    atratividade (TMA).

    4.4.1 Taxa de Desconto

    A taxa de desconto utilizada para determinar o valor econmico da empresa

    usualmente calculada pelo custo mdio ponderado de capital (WACC) para

    descontar o fluxo de caixa livre da empresa. Essa taxa alm de incorporar os riscosassociados ao negcio reflete com propriedade os custos de oportunidade dos

    provedores do capital que financiam as atividades operacionais da empresa, isto ,

    capital prprio mais capital de terceiros, assim como os benefcios fiscais

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    O benefcio fiscal da deduo da despesa financeira da base de clculo do

    lucro tributvel obtido pela reduo do custo de capital de terceiros, ao considerar-

    se a alquota nominal de imposto de renda e contribuio social.

    Equao III WACC:

    WACC = Ke * (E/(D+E)) + Kd * (D/(D+E))

    onde:

    Ke = custo do capital prprio

    Kd = custo do capital de terceiros

    E = valor de mercado das aes da empresa

    D = valor da dvida

    O custo de capital de terceiros (Kd) a taxa de juros que a empresa pagar sobre

    sua dvida menos o benefcio fiscal:

    Kd = custo nominal * (1 - alquota de imposto de renda)

    Segundo Silva (2006) a metodologia do WACC pressupe que o

    projeto/empresa tenha uma estrutura ideal de capital. No longo prazo, a empresa

    ajustar a relao entre capital prprio e capital de terceiros (D/E) estrutura ideal.

    Os fundamentos desta metodologia so baseados na teoria do trade-off,

    segundo a qual existe uma estrutura tima de capital (que minimiza o WACC). Como

    a dvida diminui o lucro tributvel, gera um benefcio fiscal que aumenta a proporo

    de capital de terceiros. Por outro lado, o aumento do capital de terceiros aumenta o

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    Ser sujeita a mudanas ao longo do perodo de projeo devido

    mudanas nas expectativas de inflao, risco sistemtico ou estrutura

    de capital.

    Segundo Copeland et al (2000), o mais correto seria recalcular anualmente o

    custo mdio ponderado de capital que refletisse a mudana na estrutura do capital

    da empresa considerada. Na prtica, os autores afirmam que se utiliza uma nica

    estrutura de capital para todo o perodo de projeo considerado e que se deve

    utilizar uma estrutura de capital-alvo em detrimento da estrutura de capital corrente,

    porque ela pode no refletir a estrutura de capital esperada para a empresa no ciclo

    de vida. Os autores sugerem que para determinar a estrutura de capital-alvo da

    empresa, deve-se observar empresas comparveis e ainda os planos dos

    administradores para financiar a empresa.

    Em relao ao custo de capital de terceiros, devem ser analisadas e definidas

    a natureza e as caractersticas dos recursos que a empresa tem ou pode ter acesso

    para estimar a taxa de juros exigida pelos credores. Para tanto, devem ser

    analisadas as linhas de crdito contratadas pela empresa, o risco de crdito atual, a

    evoluo, as linhas disponveis para os pares com o mesmo grau de risco e o setorde atuao, entre outros aspectos.

    Determinado o custo dos emprstimos, aplicam-se os benefcios fiscais

    decorrentes do endividamento - no Brasil deduz-se atualmente 34% do custo do

    emprstimo, correspondente ao valor do imposto de renda e da contribuio social.

    4.4.1.2 CAPM

    Para Copeland et al (2000, p. 214), o custo do capital prprio a parte mais

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    Segundo Ross, Stephen e Jaffe (2007) a frmula do modelo de precificao

    de ativos, diz que o retorno esperado de um ativo est linearmente relacionado a

    medida de sensibilidade do ttulo ao movimento da carteira de mercado (Beta).

    O retorno esperado pelo mercado o resultado da soma da taxa livre de risco

    com o prmio de risco do ativo, ou seja, esse o retorno mnimo que o investidor

    pretende auferir com determinado ttulo.

    Equao IV CAPM

    onde:

    Ri = Retorno esperado de um ttulo;

    RF = Taxa livre de risco;

    = Sensibilidade de um ttulo a movimentos carteira de mercado; e

    RM RF = Prmio de risco da carteira de mercado.

    De acordo com esse modelo, o custo do capital prprio aumenta linearmente

    em funo do risco no-diversificvel. O beta da carteira do mercado que engloba

    todas as aes do mercado igual a 1 (um) e o beta de cada empresa varia

    conforme o maior ou menor risco em relao da carteira do mercado

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    variao dos betas de diferentes fontes for superior a 0,2 ou se o beta da empresa

    for 0,3 maior que o beta mdio do setor, mais aconselhvel utilizar o beta mdio

    setorial. Para isso, ele deve ser desalavancado e alavancado de acordo com a

    estrutura de capital da empresa em questo.

    De acordo com Ross, Stephen e Jaffe (2007),o beta do capital prprio (beta

    desalavancado) o coeficiente beta dos ativos existentes na empresa. O beta dos

    ativos tambm poderia ser considerado idntico ao beta do capital prprio, se aempresa fosse financiada apenas com capital prprio.

    A relao entre a dvida da empresa (D) e seu capital prprio (E) tambm

    interfere no Beta uma vez que quanto maior a relao D/E, maior ser o risco e

    consequentemente maior ser o Beta.

    H que se considerar contudo que a relao D/E dos ltimos anos daempresa pode ser diferente da relao D/E que se espera para a empresa nos anos

    futuros, portanto o beta calculado sobre o comportamento da ao nos ltimos anos

    deve ser expurgado da relao D/E passada (beta desalavancado) e em seguida

    incorporar a relao D/E que se espera para o futuro (beta alavancado)

    Equao V

    Beta desalavancado = Beta histrico / [1 + D/Ep * (1-t)]

    Equao VI

    Beta projetado = Beta desalavancado * [1 + D/Ef * (1-t)]

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    4.4.2 Perpetuidade Crescente

    De acordo com Ross, Stephen e Jaffe (2007), perpetuidade uma srie

    constante e infinita com fluxos de caixa, caso o fluxo tenha um crescimento fixo que

    ocorre indefinidamente a perpetuidade crescente.

    Equao IV Perpetuidade Crescente

    Onde:

    VC = Valor Contnuo

    FCL T+1 = Nvel normalizado de fluxo de caixa livre ao fim do primeiro ano

    aps o perodo de previso explcita.

    g = Taxa prevista de crescimentor = WACC

    ( )

    gr

    gFCLVC T

    =

    +1

    1

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    5 Metodologia

    O objetivo do trabalho alm de apresentar a operao urbana consorciada da

    regio do porto do Rio de Janeiro avaliar a viabilidade de empreendimentos

    imobilirios considerando o custo de aquisio dos CEPACs.

    Diante disso a anlise ser desenvolvida a partir da aplicao dos parmetros

    urbansticos da operao urbana consorciada da regio do porto do Rio de Janeiropara quantificao dos CEPACs.

    A LC n 101 define os parmetros de converso de m de rea em Certificado

    de Potencial Adicional Construtivo. importante frisar que o CEPAC mais um

    custo na conta do incorporador impactando assim na anlise de viabilidade do

    empreendedor.As informaes, para a realizao da anlise de viabilidade, foram obtidas

    juntamente com um investidor que possui uma carteira com quinze shoppings

    centers no Brasil, com isso os nomes tanto do investidor e quanto dos

    empreendimentos no sero divulgados, a fim de se manter o sigilo destas

    informaes, sem perder nenhum tipo de relao entre as variveis analisada.Ressalta-se que foi utilizado como parmetro para as premissas projeto de

    shopping Center, na regio sudeste do pas, realizado pelo investidor mencionado

    acima. Destaca-se tambm que no foi realizado por este trabalho pesquisa

    mercadolgica da regio.

    Na anlise de viabilidade ser utilizado o mtodo de avaliao atravs defluxo de caixa descontado e os instrumentos de Valor Presente Lquido e Taxa

    Interna de Retorno. A obteno da TMA ser atravs do clculo do WACC.

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    6 Desenvovimento do problema

    6.1 - Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro

    A Cidade do Rio de Janeiro possui um grande potencial de renovao de sua

    rea Central, em ampla rea do tecido urbano na rea plana do setor

    correspondente ao Cais da Gamboa da regio porturia, atualmente inadequadopara o uso industrial e de armazenagem em razo da modernizao das atividades

    do Porto. Esta parte dos bairros da Sade, da Gamboa e do Santo Cristo poder

    atender s crescentes demandas por construo de prdios corporativos, comerciais

    e habitacionais.

    Esta rea possui aproximadamente 5 milhes de m com potencial de reaadicional de construo de 4 milhes de m.

    A Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio de Janeiro a

    primeira levada a efeito pelo Municpio do Rio de Janeiro e tem previso legal na LC

    101/2009, que veio a alterar o Plano Diretor Decenal institudo pela Lei

    Complementar Municipal n. 16 de 04 de junho de 1992 (Plano Diretor Decenal)A LC 101/2009, que alterou o Plano Diretor vigente, delimitou a rea especial

    de Interesse Urbanstico (A.E.I.U) que engloba trs bairros integralmente: Sade, da

    Gamboa e do Santo Cristo e dois parcialmente: So Cristvo e Cidade Nova,

    conforme foto abaixo.

    Figura 01 Delimitao da A.E.I.U.

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    A Regio foi dividida em setores e sub-setores, conforme mapa abaixo, com afinalidade de estabelecer parmetros urbansticos.

    Figura 02 Mapa de Delimitao dos Sub-setores

    Fonte: LC n 101/2009

    Tabela 2 Paramtros Urbansticos

    SUB

    SETOR

    GABARITO

    metros-pavimentos

    TAXA DE

    OCUPAOCAB CAM

    A1 15 4 70% 2,80 2,80

    A2 11 3 70% 2,10 2,10

    A3 90 30 70% 1,00 8,00

    A4 9 2 70% 1,00 1,40

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    D1 150 50 50% 1,00 10,00

    D2 120 40 50% 1,00 8,00D3 60 20 50% 1,00 4,20

    D4 11 3 70% 1,00 2,10

    E1 90 30 100% 1,00 11,00

    E2 120 40 50% 1,00 8,00

    E3 15 5 70% 1,00 2,80

    E4 11 3 70% 1,00 2,10

    F1 7,5 2 70% 1,00 1,40I1 11 3 70% 1,00 2,10

    J1 11 3 70% 1,00 2,10

    M1 150 50 50% 1,00 12,00

    M2 150 50 50% 1,00 10,00

    M3 120 40 50% 1,00 8,00

    Fonte: LC n 101/2009

    Alm disso, a converso de potencial adicional de construo (m) em

    quantidade de CEPACs depende de sua localizao na rea (setor e sub-setor), tipo

    (residencial e comercial) e faixa de equivalncia.

    Figura 03 Mapa de Delimitao das Faixas de Equivalncias

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    Tabela 3 - Quadro de Potencial Adicional de Construo / CEPAC

    SETORFAIXA DE

    EQUIVALNCIA

    REAADICIONAL /SETOR (m)

    REA NORESIDENCIAL

    CONST./CEPAC (m)

    REARESIDENCIAL

    CONST./ CEPAC(m)

    No. TOTAL deCEPACs

    A A1 288.020 0,4 0,8 648.046

    B

    B1 174.411 0,5 0,8 257.257

    B2 63.371 0,7 1,0 71.519

    B3 54.900 0,8 1,2 48.038

    C

    C1 333.039 0,4 0,8 666.078

    C2 423.775 0,6 1,0 565.034

    C3 52.644 0,8 1,4 40.423

    D

    D1 296.672 0,5 0,8 526.594

    D2 319.543 0,6 1,0 426.057

    D3 150.537 0,7 1,2 134.408

    D4 50.957 1,0 1,4 36.398

    E E1 648.308 0,4 1,2 1.080.514

    F F1 4.022 1,0 1,4 2.873

    I I1 33.041 1,0 1,2 28.085

    J J1 16.156 0,9 1,0 17.233

    M M1 1.180.105 0,4 1,0 1.888.168

    TOTAL 4.089.502 6.436.722

    Fonte: LC n 101/2009

    A ttulo de exemplo da aplicao dos parmetros demonstrados acima o

    proprietrio de um imvel de 1.000 m no setor C sub-setor C3 poder construirprdio com gabarito de 150 metros com 50 pavimentos, com taxa de ocupao de

    50% e coeficiente de aproveitamento mximo (CAM) de 8 vezes o tamanho do

    terreno, porm para usar todo este potencial do terreno, para a construo de

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    7. Fator de Converso por Faixa de equivalncia no Residencial 0,8

    8. Quantidade de CEPACs a serem adquiridos (6/7) 13.750.9. Quantidade Total de pavimentos (5/3) - 24

    Caso o proprietrio do imvel utilize o coeficiente de aproveitamento bsico que

    corresponde a 1 vez o tamanho de terreno, o mesmo no precisar adquirir CEPAC,

    ou seja, ele poderia construir dois pavimentos de 500 m, sem precisar adquirirCEPAC. Somente ser cobrada na diferena entre o CAM e o CAB.

    Figura 04 Demonstrao de potencial Adicional Construtivo

    Fonte: CDURP

    Cabe destacar que os CEPACs podero ser utilizados em qualquer imvel

    localizado na A.E.I.U, e que de acordo com o prospecto da Operao disponvel no

    site: www.portomaravilha.com.br/canal-do-investidor os CEPACs foram emitidos a

    R$ 545,00.

    Desta forma, o Municpio obtm os recursos para financiar as Intervenes da

    rea da OUCPRJ sem aumento de seu endividamento. Alm disso, oferece ao

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    R$ 7,6 bilhes, conforme contrato assinado com o consrcio Porto Novo formado

    pelas empresas OAS, Odebrecht e Carioca Christianni-Nielsen contratado atravsda modalidade parceria pblico privada, conforme Lei Complementar n 105/2009.

    As intervenes a serem realizadas na regio da A.E.I.U no sero

    compostas somente de obras, como ocorreu nas duas operaes anteriores da

    Cidade de So Paulo, ter tambm prestao de servios pblicos pela

    concessionria vencedora da PPP pelo prazo de quinze anos, conforme abaixo.

    OBRAS:

    reurbanizao de aproximadamente 70km de vias (pavimentao, drenagem,

    sinalizao, iluminao, arborizao de caladas e canteiros), implantao de

    novas vias e trechos de ciclovias;

    implantao de novas redes de esgotamento sanitrio, abastecimento de

    gua, energia eltrica, telefonia e gs encanado;

    implantao de sistema de melhoria da qualidade das guas do Canal do

    Mangue;

    implantao de via de mo dupla interna, paralela Rodrigues Alves (Binrio

    do Porto);

    demolio do Elevado da Perimetral no trecho entre a Praa Mau e a Av.

    Francisco Bicalho;

    construo de tnel entre a Praa Mau e a Av. Rodrigues Alves (na altura do

    Armazm 5) com aproximadamente 2,0 km de comprimento (dois sentidos);

    construo de duas rampas ligando o viaduto do Gasmetro ao Santo Cristo;

    ampliao do atual tnel ferrovirio sob o Morro da Providncia para receber

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    semafrica); (iii) monitoramento por cmeras (compartilhamento de imagens

    com entes responsveis pela segurana e agentes de transporte); servios de conservao de reas verdes e praas, incluindo coleta de

    detritos, jardinagem, capina e roagem, plantio de grama e outras mudas,

    corte de rvores, servios de manuteno e/ou conservao em jardinagem

    (conservao de vasos, poda e replantio de grama e outros arbustos);

    servios relacionados iluminao pblica, incluindo servios demanuteno, conservao e substituio de equipamentos de iluminao;

    sinalizao contendo informaes histricas e geogrficas da rea;

    servios de limpeza urbana, incluindo (i) limpeza, asseio e conservao de

    passeios e arruamentos; (ii) varrio de passeios e arruamentos; (iii)

    manuteno e reparo de passeios; (iv) instalao, manuteno e substituiode latas de lixo; (v) coleta de lixo domiciliar e de restaurantes, exceto lixo

    hospitalar; (vi) transporte e transbordo de entulhos de obras;

    servios de drenagem, incluindo (i) manuteno preventiva e corretiva e

    limpeza do sistema de drenagem e (ii) instalao de caixas de passagem e

    bueiros;

    prestao de servios de suporte rede de transporte;

    implementao e manuteno de equipamentos e servios administrativos,

    tais como: (i) operao e conservao da sede administrativa da SPE; e (ii)

    sede da CDURP; e (iii) do servio de atendimento ao cidado; e

    outros servios necessrios e adequados ao bom desenvolvimento do

    contrato de concesso, tais como: (i) manuteno de galerias universais para

    distribuidoras de servios de energia eltrica, telecomunicaes (voz ou

    dados) gs natural e outros; (ii) instalao e operao de bicicletrio; e (iii)

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    Figura 05 Crculo Virtuoso da OUC da Regio do Porto do Rio de Janeiro

    Fonte: CDURP

    6.2 - Mercado de Shopping Center no Brasil

    O mercado de shopping center no Brasil vem se tornando um grande

    alavancador do varejo brasileiro, os nmeros de crescimento do setor so bastantes

    expressivos. Para se ter uma idia dados da Associao Brasileira de Shopping

    Centers - ABRASCE, apontam que o setor registrou crescimento de 17,5% nas

    vendas em 2010, em comparao com o ano anterior, fechando o ano com

    faturamento de R$ 87 bilhes. Segue abaixo grfico com a evoluo do faturamento

    entre o perodo de 2005 a 2010.

    Grfico 01 Evoluo do Faturamento de Shoppings Centers no Brasil

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    O Brasil possui 408 shoppings, com aproximadamente 9,5 milhes de rea

    Bruta Locvel (ABL), sendo que 225 esto na regio Sudeste, ou seja, 55%conforme demonstra quadro abaixo. Existe uma previso para este ano de

    inaugurao, segundo a ABRASCE, de 24 novos empreendimentos.

    Tabela 4 Distribuio Regional dos Shoppings no Brasil

    %

    %

    Fonte: Abrasce

    Nos ltimos anos o setor vem vivendo uma grande transformao tanto por

    parte de seus investidores como tambm por parte de seus consumidores, com os

    fundamentos da macroeconomia brasileira estveis foi possvel expandir o credito ao

    consumidor e houve tambm uma migrao de consumidores de classes D e Epara a classe C, fatores esse que influenciaram um aumento de vendas no varejo e

    consequentemente nos shoppings centers.

    Alm da parte de gerao de receita o shopping center tambm visto com

    um grande gerador de empregos e pagador de imposto o que ajuda a fomentar a

    economia, segundo a ABRASCE em 2010 o setor gerou mais de 732 mil empregos.Alm dos resultados expressivos no mercado varejista, os shoppings vm se

    beneficiando com a entrada dos investidores estrangeiros, sobretudo os canadenses

    e americanos No ano de 2006 quatro grupos internacionais compraram

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    Em relao ao varejo total, a vendas realizadas nos shoppings brasileiros

    ainda tmida, apenas 18,3%, de acordo com a ABRASCE, quando comparado amercados como Europa (40%) e E.U.A, (70%), o que demonstra potencial de

    crescimento.

    Grfico 02 Participao das Vendas de Shopping no Varejo

    Em 2007 houve a captao de recursos de mais de R$ 4,5 bilhes para osetor decorrente da abertura de capital em bolsa e da associao de tradicionais

    empreendedores de shopping com fundos de investimentos estrangeiros, a exemplo

    da GGP - General Growth Properties Nacional Iguatemi, Cadillac Fairview

    Corporation Multiplan, Ivanhoe Cambridge Ancar, DDR - Developers Diversified

    Realty ao Sonae Sierra, Avante Capital associado a Tenco Realty e o Grupo GP Egec (BR Malls).

    Diante disso o setor vem atravessando uma fase de criao de novas

    empresas, de abertura de capital, desenvolvimento de novos projetos e expanso de

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    6.3 Estudos de Caso

    A anlise de fluxo de caixa descontado ocorrer a cerca de um projeto de

    shopping Center, o qual chamar de Shopping Alfa, com 22.050 m de rea bruta

    locvel numa rea de 15.000 m localizado na rea Especial de Interesse

    Urbanstico da Regio do Porto do Rio de Janeiro, no sub-setor B2 e faixa de

    equivalncia B1. A figura abaixo demonstra a regio que compreende o sub-setor ea faixa de equivalncia mencionado.

    Figura 06 - rea correspondente a Sub-setor B2 e Faixa de Equivalncia B1

    Fonte: CDURP

    Para fins da anlise as lojas que possuem tamanho superior a 1.000 m so

    consideradas com lojas ncoras e as demais consideramos como lojas satlites.

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    Ano 03 10%

    Ano 04 05%

    As despesas tm um acrscimo m relao ao quinto ano, conforme abaixo:

    Ano 01 20%

    Ano 02 15%

    Ano 03 10%

    Ano 04 05%

    6.3.1.1 - Vendas

    As vendas mensais foram consideradas da seguinte forma:

    Lojas ncoras (R$/m de ABL) R$ 404,32;

    Lojas satlites (R$/m de ABL) R$ 885,88.

    6. 3.1.2 Aluguel

    Os aluguis so as maiores receitas do Shopping Center, os valores mensais

    foram considerados da seguinte forma:

    Lojas ncoras (R$/m de ABL) R$ 20,26;

    Lojas satlites (R$/m de ABL) R$ 76,51. O valor do aluguel mdio ponderado ficou em R$ 60,38.

    6 3 1 3 - Estacionamento

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    6.3.1.4 - Receitas Complementares

    Aqui esto considerados receitas como merchandising entre outras, e foi

    considerada como 20% da receita de aluguel.

    6.3.1.5 - Cesso de Direito de Uso

    A cesso do direito de uso a taxa que a lojista paga, no momento em que

    inicia sua operao no shopping, para ter o direito de usar o espao da sua

    operao.

    Foi considerado R$ 1.200/m de ABL das lojas satlites j que usualmente aslojas ncoras no pagam CDU.

    Toda a receita de CDU foi considerada somente uma vez no primeiro ano.

    6.3.1.6 Inadimplncia

    Foi utilizado o percentual de 2,5% da receita de aluguel.

    6.3.1.7 - Despesas dos Empreendedores

    So encargos dos proprietrios com administrao do empreendimento eoutras despesas administrativas, e correspondem a 17% da receita de aluguis.

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    6.3.1.9 - Reinvestimentos

    Para manuteno do empreendimento so destinados 4% da receita de

    aluguis.

    6.3.2 - Premissas de Investimento

    6.3.2.1 - Aquisio dos Terrenos

    Para clculo do valor do terreno foi utilizado o valor de R$ 1.224,97/m,

    extrado atravs de uma mdia entre o valor de m de terreno residencial e

    comercial, apontado no estudo de viabilidade dos CEPACs do projeto PortoMaravilha.

    6.3.2.2 - Custo de Obras

    Para clculo do valor do custo de obra foi utilizado o valor de R$ 3.400,00/mde ABL, valor extrado do empreendimento da carteira do investidor de shoppings

    mencionado acima.

    6.3.2.3 - Aquisio dos CEPACs

    Para encontrar a quantidade de CEPACs a serem adquiridos foram

    calculados usando os parmetros urbansticos definidos na LC 101/2009, para o

    sub-setor B2 e faixa de equivalncia B1.

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    1. Terreno 15.000 m

    2. Taxa de ocupao 70%3. Tamanho mximo do pavimento (1x2) 10.500 m

    4. Coeficiente de Aproveitamento mximo 2,10

    5. Nmero mximo de pavimentos 03 andares

    6. rea Total Edificada (1x4) 31.500 m

    7. rea de Cobrana de CEPAC (6-1) 16.500 m8. Fator de Converso por Faixa de equivalncia no Residencial 0,5

    9. Quantidade de CEPACs a serem adquiridos (7/8) 33.000.

    10. Valor unitrio do CEPAC R$ 545,00.

    11. Valor Total do CEPAC R$ 17,8 milhes.

    6.3.3 Taxa de Desconto WACC

    Para clculo do capital prprio foi considerado como taxa livre de risco a

    SELIC de 11,92% a.a, conforme divulgado pelo Banco Central do Brasil.

    O retorno do mercado a mdia de retornos dirios das cotaes do ndiceIBOVESPA, no perodo de 04.04.2007 a 25.04.2011, excluindo os dias que no

    tiveram negociao.

    O Beta desalavancado foi calculado utilizando a covarincia dos retornos

    dirios das cotaes das aes da empresa BR Malls no perodo de 04.04.2007 a

    25.04.2011.3O Beta Alavancado foi calculado utilizando a proporo de 42,76% capital

    prprio e 57,24% capital e terceiros. O percentual de capital de terceiros foi obtido

    atravs da relao da parcela financivel/investimento total do projeto.

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    6.3.4- Financiamento da Obra

    Utilizou-se como parmetro linha de financiamento oferecida pelo Banco

    Nacional do Desenvolvimento, chamada BNDES Finem, para o setor de Shopping

    Center:

    Taxa do financiamento: 5,37% a.a + TJLP;

    Prazo de 05 anos; e Valor mximo do financiamento: 85% do valor total de obra.

    6.3.5- Fluxo de Caixa Descontado

    Finalmente para obteno do fluxo de caixa final para os prximos 10 anos,foi incorporada perpetuidade com um crescimento projetado de 4,2% a.a, obtido

    atravs do crescimento mdio real do PIB brasileiro de 2005 a 2010. O valor

    presente lquido encontrado para o projeto foi de R$ 78,8 milhes descontado a uma

    taxa real de 11,78% a.a. A taxa interna do projeto de 24,63% a.a.

    Observa-se que a taxa o aluguel mdio de R$ 60,0/m de ABL,comparando com os dados da carteira de BR Malls o valor mdio dos aluguis foi de

    R$ 69,0 m/ABL, conforme divulgado em seu relatrio anual de 2009.

    Alm disso, a margem NOI (Net Operational Income)ou margem operacional

    apresentada no mesmo Relatrio mencionado acima era de 91,9% versus 81% do

    projeto analisado.Verifica-se que o projeto possui viabilidade econmica financeira, e que as

    premissas do fluxo so conservadoras, permitindo um ganho ainda maior do

    investidor. A planilha com o FCD est no Apndice deste trabalho.

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    7 Concluso

    Este trabalho props apresentar a operao da regio do porto do Rio de

    Janeiro, dado o seu tamanho a quantidade emitida de CEPACs, e fazer um histrico

    das demais operaes ja existentes.

    Alm disso apresentou a legislao que trata da criao de operaes

    urbanas consorciadas, como legislaes especficas sobre a emisso e utilizaodos recursos provenientes do CEPACs.

    Demonstrou-se tambm os parmetros urbansticos da operao urbana

    consorciada do Rio de Janeiro e a forma de converso de potencial adicional de

    construo em quantidade de CEPACs.

    Observou-se que uma das finalidades da operaes urbanas, dentre outras, viabilizar a melhoria do tecido urbano sem a necessidade da utilizao dos recursos

    dos tesouros municipais, dividindo com os proprietrios de terrrenos da regio

    atingida pela operao, parte dos recursos da futura valorizao imobiliria advinda

    da revitalizao ou criao de nova regio, com uma diferena importantssima os

    recursos arrecadados pelo municpio, com cobrana de contrapartida, seja pela avenda de CEPACs ou cobrana de outorga onerosa dever ser revertido para as

    intervenes da regio.

    O trabalho buscou responder uma das grandes perguntas dos investidores do

    mercado imobilirio sobre a capacidade dos fluxo dos empreendimentos suportarem

    o pagamento dos Certificados de Potencial Adicional Construtivos, j que sero maisum custo para os desenvolvedores de projetos imobilirios.

    Diante disso, foi realizado estudo de viabilidade econmico-financeira de um

    projeto de Shopping center com 22.050 m de ABL localizado na A.E.I.U da

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    8 Referncias

    COPELAND, KOLLER; MURRIN, Jake. Avaliao de Empresas Valuation

    Calculando e Gerenciando o Valor das Empresas. So Paulo: Pearson Makron

    Boooks, 2002. 499 p.

    COPELAND, T.; KOLLER, T.; MURRIN, J. (2000). Valuation: Measuring andManagingthe Value of Companies, 3. ed. Nova Iorque,: John Willey & Sons Inc.

    ROSS, WESTERFIELD; JAFFE, Jefferey F. Administrao Financeira. So Paulo:

    Editora Atlas, 2007. 776 p.

    FERNANDES, Jos Srgio Motta. CEPAC Instrumento de captao de recursos

    financeiros para investimentos em infra-estrutura. Porto Alegre, 2007. 59p.

    Dissertaes (Especializao em Administrao) Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul, 2007.

    Silva, Luiz Walter Migueis. MTODOS DE AVALIAO DE EMPRESAS: CASOS

    DE PRTICAS ADOTADAS NO BRASIL. Rio de Janeiro, 2006. 25p. Mestrado

    Profissionalizante em Administrao IBMEC, 2006.

    GAIARSA, Cludio Martins. Financiamento da infra-estrutura com base navalorizao imobiliria: Um estudo compara de mecanismos de quatro pases.

    So Paulo, 2010. 141p. Dissertaes (Mestrado em Engenharia) Universidade

    Federal de So Paulo, 2010.

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    PMCRJ Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Prospecto de Registro

    (o Prospecto) da Operao Urbana Consorciada da Regio do Porto do Rio deJaneiro, Disponvel em: http://www.portomaravilhario.com.br/canal-do-investidor/

    Acesso em: 04.04.2011.

    Lei federal 10.257/2001 institui o estatuto da cidade, disciplinando o artigo 182 da

    Constituio Federal.

    Instruo CVM n 401, de 29 de dezembro de 2003, dispe sobre os registros de

    negociao pblica de Certificados de Potencial Adicional de Construo CEPAC.

    Lei Municipal Complementar n 101, de 13 de novembro de 2009, modifica o planodiretor, autoriza o Poder Executivo a Instituir a Operao Urbana Consorciada da

    Regio do Porto do Rio de Janeiro e d outras providncias.

    Lei Municipal Complementar n 105, de 22 de dezembro de 2009, Cria o Programa

    Municipal de Parcerias Pblico Privado PROPAR Rio.

    Sites consultados

    www.portomaravilha.com.br

    www.cvm.gov.br

    www.emurb.com.br

    9 Anexos

  • 5/21/2018 Monografia Porto Maravilhannn

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    Anexo I Premissas do Shopping Alfa

    Estacionamento

    Total de ABL ncoras 6.325,30 m Ancoras 1.537.867,95 Vagas 882,00 Taxa de Crescimento 4,20%

    Ancoras 6.325,30 m Mega Loja 1.253.719,80 Rotatividade por ms 75,00 Estabilizao do Cescimento at o ano 10,00

    Satlites 11.966.441,64 Tarifa por hora 3,00R$ Desconto das Receitas no 1 ano 20,00%

    ABL Satelites 15.724,70 m Cinemas 885.485,49 Tarifa por ms vaga 225,00R$ Desconto das Receitas no 2 ano 15,00%

    Mega Loja 2.264,46 m Restaurante/lazer 332.057,06 Despesas 45% Desconto das Receitas no 3 ano 10,00%

    Satlites 8.821,69 m total 15.975.571,94 Total por ano 1.309.770,00R$ Desconto das Receitas no 4 ano 5,00%

    Cinemas 3.373,49 m Crescimento das Despesas no 1 ano 20,00%Restaurante/lazer 1.265,06 m Crescimento das Despesas no 2 ano 15,00%

    Crescimento das Despesas no 3 ano 10,00%

    ABL Total m2 22.050,00 m MOVIMENTAO DE INADIMPLNCIA -2,50% Capital Prprio7,42%

    Crescimento das Despesas no 4 ano5,00%

    DESPESAS DOS EMPREENDEDORES -17,02% Capital de Terceiros 4,36%

    MOVIMENTAO DE ENCARGOS COMUNS -1,15% WACC 11,78%RECEITAS COMPLEMENTARES 20,00%

    ncoras 30.689.547,25 por anoR$ REINVESTIMENTOS -4,00% Terreno 18.374.550,00

    Satelite 167.162.954,53 por anoR$ Obra 74.970.000,00

    Cesso de Direito de Uso (CDU) 18.869.638,55 Taxa de Financiamento da Obra 11,54%

    % Financiado 85,00%

    Prazo (anos) 5,00

    Valor Anual da Parcela R$ 17.475.821,06

    CEPAC 17.985.000,00

    Taxa de Desconto - WACC

    Crescimento

    Investimento

    Premissas - Shopping Alfa

    ABL

    Vendas

    Aluguel Total

    Outros

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