Moradores do Sítio Nóia e a força da sua associação

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Moradores do Sítio Nóia e a força da sua associação Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 nº1725 Janeiro /2014 Itaíba Antônio Ferreira Alves é conhecido como Antônio de Cota, por causa de sua mãe. Por muito trabalhou em um sindicato e lá o chamavam de Antônio do Sindicato. Por morar no Sítio Nóia em Itaíba, recebeu o apelido Antônio de Nóia. Mas Antônio de Cota é como gosta de ser chamado. Aos 23 anos se casou, e em vinte e nove anos de convivência nasceram oito filhos. E hoje a família possui dezesseis netos e dois bisnetos. A maioria deles mora em São Paulo, e há oito anos ele ficou viúvo. “A história da minha vida e de minha família se divide em dois momentos: igreja e associação de moradores. Igreja como uma casa com quatro paredes, que ao longo do tempo aprendi que é viva e humana. E na associação do moradores, onde aprendi a olhar o próximo e a repartir conhecimentos”, conta seu Antônio. No Sítio Nóia há uma excelente terra vermelha para produção de mandioca e durante muito tempo essa produção sustentou muitas famílias das região, em 1988 os moradores decidiram construir uma Casa de Farinha em 1988 de forma comunitária para facilitar o processo de produção e venda. Então bateram os tijolos, levantaram as paredes e a fizeram funcionar 24 horas por dia. Cada morador fazia a quantidade de farinha que quisesse e os custos com a energia eram divididos. Mas as vendas não foram boas. Quando chegou a seca as pessoas perderam a vontade de trabalhar e dos vinte e sete do início, restaram apenas nove. E a Casa de Farinha fechou.

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Antônio de Cota morador do Sítio Nóia, conta como a força da associação dos moradores mudou a vida da comunidade.

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Moradores do Sítio Nóia e a força da sua associação

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 nº1725

Janeiro /2014

Itaíba

Antônio Ferreira Alves é conhecido como Antônio de Cota, por causa de sua mãe. Por muito trabalhou em um sindicato e lá o chamavam de Antônio do Sindicato. Por morar no Sítio Nóia em Itaíba, recebeu o apelido Antônio de Nóia. Mas Antônio de Cota é como gosta de ser chamado. Aos 23 anos se casou, e em vinte e nove anos de convivência nasceram oito filhos. E hoje a família possui dezesseis netos e dois bisnetos. A maioria deles mora em São Paulo, e há oito anos ele ficou viúvo.

“A história da minha vida e de minha família se divide em dois momentos: igreja e associação de moradores. Igreja como uma casa com quatro paredes, que ao longo do tempo aprendi que é viva e humana. E na associação do moradores, onde aprendi a olhar o próximo e a repartir conhecimentos”, conta seu Antônio.

No Sítio Nóia há uma excelente terra vermelha para produção de mandioca e durante muito tempo essa produção sustentou muitas famílias das região, em 1988 os moradores decidiram construir uma Casa de Farinha em 1988 de forma comunitária para facilitar o processo de produção e venda. Então bateram os tijolos, levantaram as paredes e a fizeram funcionar 24 horas por dia. Cada morador fazia a quantidade de farinha que quisesse e os custos com a energia eram divididos. Mas as vendas não foram boas. Quando chegou a seca as pessoas perderam a vontade de trabalhar e dos vinte e sete do início, restaram apenas nove. E a Casa de Farinha fechou.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Seu Antônio e alguns moradores participavam de uma associação no Povoado de Negra, na divisa com Alagoas e para chegarem ao local da reunião andavam mais de 18km. Perceberam que era preciso organização em Nóia caso quisessem conquistar algo. Mesmo sem conhecimento fundaram a Associação dos Moradores do Sítio Nóia, e no dia a dia foram aprendendo o que era uma associação, seu estatuto, direitos e deveres. Lá se vão 14 anos de fundação.

A igreja brotou mais forte na vida de seu Antônio após o fechamento da Casa da Farinha. O espaço estava esquecido e resolveram transformá-lo num lugar para evangelização e reuniões da associação, onde motivação, partilha e evangelização seriam as palavras-chave. E a cada dois meses celebram missa para os moradores da região, realizam cursos de capacitação, reuniões, e a juventude quem mais participa dessas atividades.

“Fico feliz quando faço junto com o povo, e enxergo a alegria e esperança no rosto das pessoas aqui no Sítio Nóia, em todos os momentos missa, reuniões ou nos cursos , finaliza. ”

Seu Antônio de Cota, apresenta sua produção de hortaliças e frutas.

“Eu só fico feliz quando faço junto com o povo, e enxergo a alegria e esperança no rosto das pessoas aqui no Sítio Nóia, seja em qualquer momento: na missa, reuniões ou nos cursos”, diz Antônio de Cota.

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