MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E …

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1 UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM ORTODONTIA MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS, EM CRIANÇAS BRASILEIRAS NA DENTADURA DECÍDUA CD. FABIANA QUEIROZ CANEVARI São Paulo 2012

Transcript of MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E …

1

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E

HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS, EM CRIANÇAS

BRASILEIRAS NA DENTADURA DECÍDUA

CD. FABIANA QUEIROZ CANEVARI

São Paulo

2012

2

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E

HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS, EM CRIANÇAS

BRASILEIRAS NA DENTADURA DECÍDUA

CD. FABIANA QUEIROZ CANEVARI

Dissertação apresentada em formato

alternativo (Projeto para o Exame de Qualificação

revisado e artigo científico para publicação) ao

Programa de Mestrado em ortodontia da

Universidade Cidade de São Paulo - UNICID.

Orientador: Prof. Dr. Helio Scavone Jr.

São Paulo

2012

3

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Mayara Pain Patel

Instituto Catarinense de Odontologia e Saúde

Prof. Dr. Helio Scavone Jr

Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. André Ferreira Costa

Universidade Cidade de São Paulo

4

Ficha elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID C221m

Canevari, Fabiana Queiroz. Mordida aberta anterior, padrão respiratório e hábitos de sucção não nutritivos, em crianças brasileiras na dentadura decídua / Fabiana Queiroz Canevari --- São Paulo, 2012. 91 p.; Anexos Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientador Prof. Dr. Helio Scavone Junior. 1. Respiração bucal. 2. Mordida aberta. 3. Sucção. I. Scavone Junior, Helio. II. Titulo.

D4

5

DEDICATÓRIA

Dedico este mestrado a Deus e a minha família.

Aos meus pais, Shirley e Antônio, que com seu esforço e

dedicação, me deram a formação e motivação para hoje chegar

ao fim deste mestrado. Ao meu marido, Bruno, que está sempre

ao meu lado, apoiando e ajudando em todos os momentos e, aos

meus sogros, Marisa e Luiz Carlos, sempre presentes e que me

acolheram como uma filha.

6

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Professor Helio, meu orientador, que sempre trabalhou com

seriedade, profissionalismo e dedicação.

7

AGRADECIMENTOS

À minha família, que me incentivou; à equipe do meu

consultório, que segurou todas as pontas na minha ausência; aos

meus amigos de curso, que me acompanharam e apoiaram

nestes dias em São Paulo; à Universidade UNICID, seus

professores e funcionários do Mestrado em Ortodontia, sem os

quais não seria possível concluir este mestrado.

A todos os colégios, seus diretores, professores, funcionários, pais

e alunos, da cidade de Petrópolis, pela generosidade em

participar desta pesquisa.

A todos que em algum momento tenham colaborado para a

realização deste trabalho.

8

RESUMO

Introdução: Este estudo epidemiológico transversal randomizado caso-

controle avaliou a relação entre a prevalência de mordida aberta anterior,

hábitos de sucção não nutritivos (HSNN) e o padrão respiratório, em crianças

brasileiras na dentadura decídua. Material e Métodos: Exames clínicos foram

realizados em 471 crianças (218 do gênero masculino e 253 do feminino), com

2 a 6 anos de idade, matriculadas em escolas públicas da cidade de Petrópolis,

no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A determinação do padrão respiratório

predominante alicerçou-se exclusivamente em exames e testes clínicos, bem

como em questionários de anamnese respondidos pelas mães das crianças.

Dessa forma, o padrão respiratório de cada criança foi classificado em três

tipos: nasal, misto e bucal. As análises estatísticas incluíram o teste do qui-

quadrado de Pearson (α=5%) e a razão de chances (or). Resultados: Na

amostra total, a mordida aberta anterior foi observada em 25,3% das crianças

avaliadas, sem diferenças estatisticamente significantes entre os gêneros.

Histórico positivo para o hábito de sucção de chupeta foi observado em 53,9%

das crianças, enquanto que para a sucção digital foi de apenas 9,5%, em

ambos os casos sem diferenças significantes entre os gêneros. A mordida

aberta anterior manifestou-se em 40,3% das crianças com HSNN, mas

somente em 2,7% daquelas que nunca apresentaram esses hábitos. O padrão

respiratório predominantemente nasal ocorreu em 48,8% das crianças,

enquanto que os padrões misto e bucal manifestaram-se, respectivamente, em

31,9% e em 19,3% dos casos. Além disso, a mordida aberta anterior foi

observada em 20,4% das crianças com padrão nasal, enquanto que nos

9

padrões misto e bucal, as frequências foram de 27,3% e 34,1%. Conclusão: A

mordida aberta anterior evidenciou relação significante com o padrão

respiratório bucal, ocorrendo com uma frequência duas vezes maior neste

grupo, em relação às crianças com padrão nasal. Não obstante, é

inquestionável a superioridade da influência exercida pelos HSNN sobre o

desenvolvimento desta maloclusão.

Palavras-chave: Respiração bucal; Mordida aberta anterior; Hábitos de sucção

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ABSTRACT

Introduction: This randomized control case, cross-sectional epidemiological

study assessed the relationship between the prevalence of anterior open bite,

non-nutritive sucking habits and breathing patterns, in Brazilian children during

the deciduous dentition phase. Methods: Clinical examinations were performed

on 471 Brazilian children (218 boys, 253 girls), between 2 and 6 years old,

enrolled in state preschools in the city of Petrópolis, in the state of Rio de

Janeiro, Brazil. Determination of the predominant respiratory pattern was based

exclusively on examinations and clinical tests, as well as on questionnaires

about the patient’s history that were answered by the childrens’ mothers. Thus,

the respiratory pattern of each child was classified into three basic types: nasal,

oral and mixed. The statistical analyses included Pearson’s chi-square test

(α=5%) and the Odds Ratio (or). Results: Out of the total sample, an anterior

open bite was observed in 25.3% of the children evaluated, with no evidence of

any statistically significant differences between genders. Patient history on

sucking habits showed that 53.9% of the children had used pacifiers, while only

9.5% had sucked their thumbs. In both cases, no significant differences

between genders were observed. An anterior open bite was observed in 40.3%

of the children with non-nutritive sucking habits but only in 2.7% of those that

had no history of such habits. A predominantly nasal breathing pattern was

observed in 48.8% of the children, while mixed and oral breathing patterns were

observed, respectively, in 31.9% and 19.3% of the cases evaluated. Moreover,

an anterior open bite was observed in only 20.4% of the children with nasal

pattern breathing, while those with mixed or oral breathing patterns, showed a

prevalence of 27.3% and 34.1%, respectively. Conclusion: There was a

11

significant relationship between anterior open bite and oral breathing pattern,

with this malocclusion occurring with an odds ratio two times higher for the

children with oral breathing pattern, in relation to those revealing a nasal

breathing pattern. However, the influence exerted by non-nutritive sucking

habits on the development of this malocclusion is unquestionably much greater.

Key words: Open Bite, Mouth breathing, Non-nutritive sucking habits.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

2 REVISÃO PRELIMINAR DE LITERATURA ........................................... 5

3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................... 19

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................... 21

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 27

ARTIGO CIENTÍFICO................................................................................ 35

APÊNDICES............................................................................................... 62

A – Questionário para a pesquisa do histórico de saúde geral e bucal

das crianças/ Identificação e informações gerais sobre a família... 63

B – Exames clínicos odontológicos e ortodônticos. Teste clínico auxiliar

para avaliação do padrão respiratório........................................... 79

C – Avaliação clínica facial ................................................................... 86

ANEXO..................................................................................................... 90

Carta de aprovação do projeto de pesquisa pela Comissão de Ética em

Pesquisa da UNICID........................................................................... 91

1

1 INTRODUÇÃO

____________________________________________________________________________

2

1 INTRODUÇÃO

Diversos estudos têm sido realizados objetivando analisar a atuação de

fatores ambientais sobre o crescimento e desenvolvimento do complexo

craniofacial e da dentição (ENLOW; BANG, 1965; HANNUKSELA, 1981;

FARSI; SALAMA, 1997; NGAN; FIELDS, 1997; KLOCKE; TOMITA; BIJELLA;

FRANCO, 2000; NANDA; KAHAL-NIEKE, 2002; KATZ; ROSENBLATT;

COSTA, 2004; ANDRADE et al., 2005; KOBAYASHI et al., 2008; KOBAYASHI

et al., 2010; ROMERO et al., 2011).

Os fatores etiológicos ambientais são influências provenientes do meio

ambiente ou do modo de vida, que dependendo da intensidade, da frequência

e da duração podem gerar maloclusões. Na oclusão normal existe uma relação

de equilíbrio entre os dentes, bases apicais, língua e musculatura peribucal.

Quando ocorre uma ruptura no equilíbrio entre a musculatura peribucal e

lingual, a região dentoalveolar sofre modificações morfológicas favorecendo a

instalação de maloclusões (WINDERS, 1958; LINDER-ARONSON;

BÄCKSTRÖM, 1960; LINDER-ARONSON, 1970; WOODSIDE; LINDER-

ARONSON; LUNDSTRÖM, 1986; TARVONEN; KOSKI, 1987; WOODSIDE et

al., 1991). Dentre os fatores etiológicos que rotineiramente podem

comprometer esse equilíbrio, destacam-se os hábitos de sucção não nutritivos

(principalmente, chupetas e dedos), interposição lingual, deglutição atípica,

bem como alterações da fala e respiração bucal (MERCADANTE, 2004;

PROFFIT, 2005; SCAVONE et al., 2005).

Dentre os fatores anteriormente mencionados, o padrão respiratório

recebeu uma grande ênfase na presente pesquisa. A respiração via nasal ou

3

“normal” refere-se à adequada utilização dos tratos nasal e nasofaríngeo para o

exercício desta função fisiológica vital (WATSON; WARREN; FISCHER, 1968;

RASMUS; JACOBS, 1969; LINDER-ARONSON, 1970; SUBTELNY, 1980;

HANNUKSELA, 1981).

A respiração deve ser predominantemente via nasal, para que o ar

chegue aos pulmões umedecido, aquecido e filtrado (LEMOS et al., 2006;

GARIB, 2010). Em algumas situações, pode-se encontrar uma respiração

mista, com o organismo associando respiração pelas via nasal e oral, em

decorrência de uma parcial ou moderada obstrução nasal, ou em consequência

da necessidade de maior quantidade de energia em uma atividade física ou

momento de estresse (GARIB, 2010).

Além disso, outros obstáculos à passagem de ar pelas vias aéreas

superiores, seja por malformações, desvio de septo nasal, rinite alérgica

(inflamação das mucosas nasais), hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngea,

poderão provocar, na dependência de sua gravidade, obstrução total ou parcial

da respiração nasal, forçando o paciente a utilizar a respiração bucal como

uma via alternativa. A respiração bucal provoca alterações morfofuncionais

para facilitar a passagem do ar pela boca. Dentre essas, incluem-se a presença

de lábios entreabertos, com a língua repousando mais inferior e anteriormente

na cavidade bucal e sem contato com a abóbada palatina, juntamente com um

deslocamento mandibular para baixo e para trás (PROFFIT; SARVER, 2007).

Essas alterações posturais predispõem ao aumento da altura facial

anteroinferior (AFAI), favorecendo a instalação de uma mordida aberta anterior

(Mc NAMARA, 1981; PROFFIT; SARVER, 2007).

4

A principal característica oclusal da mordida aberta anterior é a presença

de um trespasse vertical negativo, no qual os dentes superiores e inferiores

não se tocam. A mordida aberta apresenta uma etiologia multifatorial,

associando componentes genéticos e ambientais. Além disso, a sua

complexidade também é atribuída à combinação de aspectos esqueléticos,

dentoalveolares e funcionais. (KARACAY et al., 2006; NANDA, 2007).

A mordida aberta anterior pode ser resultante de componentes

dentários, esqueléticos ou ambos. As mordidas abertas puramente dentárias

decorrem de alterações indesejáveis no posicionamento dos dentes e de seus

processos alveolares, sendo frequentemente decorrentes de hábitos deletérios.

Por sua vez, as mordidas abertas esqueléticas são resultantes de

discrepâncias no crescimento das bases ósseas maxilar e/ou mandibular que

ultrapassam a capacidade de compensação por remodelação e crescimento

dos processos alveolares.

Tendo em vista a importância da atuação dos fatores etiológicos

ambientais sobre o desenvolvimento das maloclusões, esta pesquisa foi

realizada com o objetivo de investigar o impacto dos hábitos de sucção não

nutritivos e do padrão respiratório sobre a prevalência da mordida aberta

anterior, em crianças brasileiras na dentadura decídua.

5

2 REVISÃO PRELIMINAR DE LITERATURA ____________________________________________________________________________

6

2 REVISÃO PRELIMINAR DE LITERATURA

Em 1980, em uma revisão de literatura, Rubim relatou que nos primeiros

anos de vida da criança ocorre um incremento muito grande no crescimento,

sendo que aos cinco meses ela dobra seu peso e aos três anos dobra sua

altura. Com quatro anos, o esqueleto craniofacial possui 60% do tamanho

adulto e aos 12 anos os ortodontistas geralmente iniciam o tratamento, época

na qual 90% do crescimento facial já ocorreu. Nesta fase, características como

aumento facial anteroinferior, incompetência labial, dentes anteriores muito

aparentes, estreitamento nasal e inclinação aumentada do plano mandibular

tendem a caracterizar os jovens com respiração predominantemente bucal.

Estas alterações podem ser decorrentes, entre outros fatores, da influência do

padrão respiratório sobre os músculos elevadores da mandíbula. A obstrução

do espaço nasal provoca rotação da mandíbula para estabelecer uma via aérea

bucal e, como consequência, os músculos suprahioídeos se contraem

enquanto que o masseter, o pterigóideo interno e os temporais relaxam,

permitindo que a mandíbula gire no sentido horário.

Com o objetivo de investigar a influência de atopias (alergias familiares)

sobre algumas estruturas craniofaciais, Hannuksela, em 1981, avaliou

cefalometricamente 100 crianças com 11 anos de idade, sendo que 12

formaram o grupo controle, englobando apenas crianças sem atopias ou

hipertrofia da tonsila faríngea. Por sua vez, as crianças com atopias foram

divididas em três grupos, de acordo com a gravidade do problema

(severas/moderadas, suaves, apenas indícios) e com a presença ou ausência

de hipertrofia da tonsila faríngea Um último grupo incluiu as crianças sem

7

atopias, porém com hipertrofia da tonsila faringeana. Os resultados

evidenciaram que as crianças com rinite alérgica exibiam tendência de rotação

do corpo mandibular no sentido horário e abaixamento anterior do assoalho

nasal. Estas características também se manifestaram de modo similar nas

crianças com hipertrofia tonsilar. Além disso, as diferenças foram mais

pronunciadas entre o grupo controle e o das crianças com associação de

atopias e hipertrofias tonsilares.

Sabendo que a respiração bucal associada à obstrução das vias aéreas

é comum entre os pacientes que procuram tratamento ortodôntico, Harvold et

al., em 1981, objetivando testar algumas das hipóteses sobre a relação entre a

respiração bucal e as maloclusões, realizaram experimentos com primatas,

promovendo respiração bucal pela obstrução das vias nasais desses animais,

por meio de tampões de silicone. Os experimentos mostraram que os macacos

adaptaram-se de diferentes formas em relação à obstrução nasal induzida,

constatando-se que todos os animais experimentais desenvolveram diversas

alterações faciais e oclusais, em relação aos primatas do grupo controle.

McNamara Jr., em 1981, demonstrou haver uma clara relação entre a

obstrução respiratória e desvios no padrão de crescimento craniofacial.

Ressaltou que indivíduos respiradores bucais não apresentam um tipo

específico de morfologia craniofacial, sendo que a variedade de configurações

dentárias e esqueléticas apresentadas por estes pacientes pode ser creditada

a efeitos secundários de adaptações neuromusculares necessárias à

manutenção de uma função respiratória adequada. Concluiu que a face

adenoideana e a rotação do plano mandibular em sentido horário seriam

características frequentes nesses indivíduos, mas não as únicas.

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Bresolin et al., em 1983, realizaram exame clínico intrabucal e análise

cefalométrica em 45 crianças e jovens leucodermas norte-americanos, de

ambos os gêneros, com seis a doze anos de idade. Entre estes, 30 jovens que

exibiam alergia crônica e respiração bucal foram comparados a um grupo

controle composto por quinze jovens não alérgicos e que apresentavam

respiração predominantemente nasal. Os autores observaram que a altura

facial anterosuperior e a altura facial anterior total foram significativamente

maiores no grupo dos respiradores bucais. Além disso, este grupo também

exibiu ângulos mais acentuados para a inclinação dos planos palatino, oclusal,

mandibular e goníaco. Revelaram também maior retrognatismo maxilar e

mandibular, palato profundo, maior trespasse horizontal interincisivos e faces

mais estreitas, evidenciando que a obstrução das vias aéreas superiores está

associada a um crescimento desarmonioso.

Demonstrando interesse pela pesquisa das inter-relações entre os

padrões de deglutição, de respiração e os diferentes tipos de maloclusões,

Melsen et al., em 1987, avaliaram 824 crianças italianas, sendo 424 do gênero

masculino e 400 do feminino, com idades entre 13 e 14 anos. Os resultados

evidenciaram que 86,6% dos jovens exibiam respiração nasal, 5,5% bucal e em

7,7% os resultados eram inconclusivos. Quanto aos padrões de deglutição,

verificaram normalidade em 73,2% dos jovens, projeção lingual simples (com

dentes em contato) em 8,3%, projeção lingual complexa (com ausência de

contatos interdentais) em 11,9% e resultados inconsistentes em 6,7%. No que

tange às prevalências das maloclusões em relação aos padrões respiratórios,

os resultados evidenciaram que as mordidas cruzadas posteriores estavam

presentes em 14% dos respiradores nasais e em 33% dos bucais. Para as

9

mordidas abertas anteriores, as prevalências foram de, respectivamente, 2% e

10%. Do ponto de vista estatístico, os autores puderam estabelecer um padrão

bem definido de aumento da prevalência das mordidas cruzadas posteriores

nos respiradores bucais.

Utilizando telerradiografias cefalométricas e modelos de estudo dos

arcos dentários, Cheng et al., em 1988, avaliaram 71 jovens com média de

idade de 11,1 anos e que apresentavam comprometimento respiratório. Como

grupo controle, empregaram os registros dos padrões Bolton pertencentes à

Case Western Reserve University. Os resultados demonstraram evidentes

diferenças entre os dois grupos, observando-se um padrão craniofacial mais

vertical nos respiradores bucais, juntamente com maior prevalência de

mordidas cruzadas posteriores, apinhamentos anteroinferiores e maior

tendência ao desenvolvimento de mordidas abertas anteriores. Além disso, os

padrões esqueléticos e dentários analisados mostraram nítida correlação com

a idade, tendo em vista que quanto menor a idade dos jovens respiradores

bucais, tanto menor a intensidade dos problemas diagnosticados. Portanto, os

autores enfatizaram ser de grande importância o diagnóstico e o tratamento

precoces dos problemas respiratórios apresentados pelas crianças, visando

prevenir o desenvolvimento e o agravamento progressivo de alterações no

crescimento craniofacial e no desenvolvimento da dentição e oclusão.

Objetivando avaliar a existência ou não de diferenças na dentição entre

crianças com tonsilas hipertrofiadas e aquelas com tonsilas normais, Behlfelt et

al., em 1989, selecionaram 73 crianças que apresentavam hipertrofia da tonsila

faríngea (33 meninos e 40 meninas), com média de idade de 10,1 anos,

pareados por gênero e idade, comparando-as com um grupo controle. Foram

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registradas 18 variáveis relacionadas à dentição e 32 concernentes a

informações obtidas na anamnese, assim como características posturais e

faringeanas, estudadas por meio de correlações simples e análise de

regressão múltipla. As mensurações e comparações das diferenças entre os

dois grupos foram obtidas por meio de telerradiografias em norma lateral e por

modelos de gesso. Verificou-se que as crianças com hipertrofia da tonsila

faríngea apresentavam incisivos inferiores inclinados para lingual, incisivos

superiores protruídos, sobremordida diminuída, sobressaliência aumentada,

arco dentário inferior mais curto, arco dentário superior mais estreito e aumento

da frequência de mordidas cruzadas posteriores. Nesse estudo, os autores

observaram diferenças oclusais entre os dois grupos e reponsabilizaram a

obstrução da orofaringe pela hipertrofia tonsilar, predispondo ao

desenvolvimento de alterações morfológicas e/ou funcionais, tais como:

postura de boca aberta, deslocamento da mandíbula para baixo e para frente e

posicionamento do osso hióide mais inferiormente.

Em 1991, Principato realizou uma revisão de literatura motivado pela

hipótese de que a respiração bucal prolongada, durante o período crítico de

crescimento em crianças, inicia uma sequência de eventos que normalmente

resulta em alterações dentárias e esqueléticas. O pesquisador constatou que

na respiração bucal, a erupção dentária excessiva dos molares é quase uma

constante, com consequente rotação mandibular no sentido horário e aumento

da altura facial anteroinferior, frequentemente associada à mordida aberta

anterior e retrognatia mandibular.

11

Em 1997, Trotman et al. analisaram 207 crianças e avaliaram as

distintas associações da postura labial, das dimensões sagitais das vias aéreas

superiores e do tamanho das tonsilas, em relação a algumas medidas

cefalométricas. Relataram uma associação entre a ausência de selamento

labial e uma maior rotação facial para baixo e para trás, além de um aumento

da altura facial anteroinferior. A diminuição do espaço aéreo sagital estava

associada a uma recolocação da maxila e da mandíbula para trás, sem

alterações nos ângulos SNA e SNB, em virtude da diminuição da medida Sela-

Násio (S-N). Os autores concluíram que a postura labial, o espaço aéreo e o

tamanho das tonsilas representam três diferentes fenômenos, não

relacionados, e que atuam de formas específicas no crescimento e

desenvolvimento craniofacial.

Com o objetivo de investigar as influências no crescimento craniofacial

geradas pela obstrução nasal artificialmente induzida, mediante a injeção de

material de moldagem na região nasofaríngea, Yamada et al., em 1997,

utlizaram onze macacos (macaca fuscata) como cobaias. Destes, sete serviram

como animais experimentais, os quais foram divididos em grupos de obstrução

pequena ou intensa, enquanto que os quatros restantes compuseram o grupo

controle. A função respiratória nasal foi avaliada pela quantificação da

resistência das vias aéreas nasais, assim como mediante análises

cefalométricas, comparando-se a estrutura craniofacial dos macacos

experimentais em relação aos do grupo controle. Os pesquisadores

observaram que a obstrução respiratória da nasofaringe estava associada com

a rotação do crescimento mandibular para baixo e para trás, crescimento

condilar para cima e para trás, ângulo goníaco divergente, mordida aberta

12

anterior e arco dentário com espaços na região anteroinferior, sendo estas

alterações significativamente maiores nos macacos experimentais com

obstrução respiratória intensa. Esses resultados suportam a hipótese de que a

obstrução nasal existente antes e/ou durante a fase de crescimento puberal

pode predispor ao desenvolvimento de alterações esqueléticas associadas à

mordida aberta anterior.

Em 2002, Lopatienė e Babarskas investigaram a relação entre a

obstrução nasal e a severidade das maloclusões. Com esse fim, utilizaram uma

amostra composta por 49 crianças com idades entre sete e 15 anos, que

haviam relatado a dificuldade em respirar pelo nariz. Os pacientes e seus pais

foram entrevistados, efetuando-se também exame clínico nos jovens e

obtenção de modelos de gesso e radiografias panorâmicas. Além disso, todos

os pacientes foram examinados por um otorrinolaringologista, e a obstrução

nasal foi confirmada pelo posterior teste de rinomanometria. Os resultados

revelaram uma associação significante entre a resistência nasal e o aumento

da sobressaliência (p=0,042), mordida aberta (p=0,033) e apinhamento maxilar

(p=0,037).

Com o objetivo de comparar o componente vertical de crescimento do

complexo craniofacial em indivíduos que foram submetidos à adenoidectomia

precoce e tardia, Arun et al., em 2003, realizaram um estudo retrospectivo que

avaliou 93 telerradiografias, em norma lateral, de três grupos de pacientes que

foram selecionados aleatoriamente. O primeiro grupo englobou doze pacientes

(dez do gênero masculino e dois do feminino) com média de idade de 11,16

anos e que foram operados entre um ano e meio e quatro anos de idade. O

13

segundo grupo abrangeu 54 pacientes (25 do gênero masculino e

29 do feminino) com média de idade de 12,18 anos, operados depois dos

quatro anos de idade. O terceiro grupo, composto de 27 pacientes sem

obstrução das vias aéreas (sete do gênero masculino e 20 do feminino) e com

média de idade de 11,18 anos, representou o grupo controle. Os resultados

demonstraram que os pacientes dos grupos que foram submetidos à

adenoidectomia apresentaram um padrão de crescimento mais vertical quando

comparados ao grupo controle. No entanto, os pesquisadores não encontraram

diferenças no padrão de crescimento entre os dois grupos que foram

submetidos às cirurgias precoces ou tardias.

Cientes de que a hipertrofia das tonsilas faríngeas e palatinas é a

segunda causa mais frequente de obstrução das vias aéreas superiores e,

consequentemente, da respiração bucal em crianças, Valera et al., em 2003,

elaboraram um estudo objetivando avaliar as alterações musculares, posturais

e dentoesqueléticas decorrentes de uma respiração predominantemente bucal.

A amostra englobou 73 crianças com três a seis anos de idade (44 crianças

apresentando tonsilas hipertrofiadas e 29 crianças representando o grupo

controle). Essas crianças foram submetidas a avaliações otorrinolaringológicas,

fonoaudiológicas e ortodônticas. Nas crianças com respiração bucal, as

avaliações otorrinolaringológicas revelaram maior incidência de obstrução

nasal, roncos, respiração bucal, apnéias, hipersalivação noturna, prurido nasal,

amigdalites recorrentes e bruxismo em crianças com tonsilas hipertrofiadas,

enquanto que as avaliações fonoaudiológicas demonstraram maior incidência

de lábios entreabertos, hipotonia do lábio inferior e dos bucinadores,

juntamente com hipotonicidade da língua e posicionamento mais inferior, além

14

de comprometimento da mastigação e deglutição. Finalmente, as avaliações

ortodônticas evidenciaram maior incidência de rotação mandibular no sentido

horário, redução na altura facial posterior, atresia maxilar e um padrão

dolicofacial. As pesquisadoras concluíram que as alterações posturais e

funcionais anteciparam as alterações dentoesqueléticas, exceto para o padrão

facial.

Emmerich et al., em 2004, realizaram um estudo com o objetivo de

estimar a prevalência das maloclusões e variáveis a elas associadas, como

hábitos deletérios (HD) e alterações oronasofaringeanas, respiração bucal,

deglutição e fonação atípicas, em crianças brasileiras com três anos de idade,

no município de Vitória (ES). A amostra englobou 291 crianças de ambos os

gêneros, matriculadas em Centros de Educação Infantil. A análise de regressão

logística indicou maior razão de chances (or) para o desenvolvimento de

sobressaliência aumentada (or = 1,89; IC: 1,56-2,03), mordida aberta anterior

(or = 2,46; IC: 2-3,02) e mordida cruzada posterior (or = 1,45; IC: 1,23-1,72),

nas crianças com respiração bucal. Além disso, estas mesmas alterações

oclusais também mostraram associações significantes com os hábitos bucais

deletérios e com a deglutição e fonação atípicas. Os pesquisadores concluíram

que a prevalência das maloclusões, na cidade de Vitória, apresentou, para a

idade de três anos, valor epidemiológico alto (59,1%), evidenciando que a

presença de maloclusões tende a ser mais elevada em crianças com

alterações funcionais do sistema estomatognático.

Sabendo que a hipertrofia das tonsilas faríngeas está entre os distúrbios

de maior prevalência na infância, Berjis et al., em 2005, avaliaram 48 crianças

com seis a doze anos de idade que apresentavam hipertrofia da tonsila

15

faríngea, comparando-as com um grupo controle composto por 48 crianças

selecionadas aleatoriamente na Faculdade de Odontologia de Khorasgan, em

consultórios privados e também no Hospital de Isfahan, no Irã. Este estudo

demonstrou que as crianças do grupo com hipertrofia da tonsila faríngea

apresentavam uma respiração predominantemente bucal, trespasse horizontal

aumentado, trespasse vertical diminuído, mordida cruzada posterior e mordida

aberta anterior.

Em 2005, Pires et al. desenvolveram uma pesquisa com o objetivo de

avaliar a pressão inspiratória em crianças com obstrução das vias aéreas

superiores decorrente de hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngea. Os

pesquisadores observaram que as crianças com tonsilas hipertrofiadas

apresentavam uma menor pressão inspiratória, com consequentes alterações

na tonicidade ds músculos da face, nas relações oclusais e na morfologia

craniofacial.

Em 2006, Menezes et al. elaboraram um estudo transversal com a

finalidade de determinar a prevalência da respiração bucal e analisar suas

principais implicações faciais e comportamentais, em crianças de um projeto do

Recife. A amostra englobou 150 crianças com oito a dez anos de idade,

avaliadas por meio de questionários e exames clínicos. Para o diagnóstico da

respiração, realizaram o teste do espelho (vapor da respiração) e

também o da permanência da água na boca com os lábios fechados por três

minutos. A prevalência de respiração bucal foi de 53,3% e as principais

diferenças observadas entre os respiradores bucais e os nasais incluiram,

respectivamente, a mordida aberta anterior (60% vs. 30%), ausência de

selamento labial (58,8% vs. 5,7%), olhos “caídos” (40% vs. 1,4%), palato ogival

16

(38,8% vs. 2,9%), lábios hipotônicos (3,8% vs. ausência) e olheiras (97,5% vs.

77,1%). Os autores concluíram que não houve associação entre características

comportamentais e o padrão respiratório, porém constataram diferenças

estastisticamente significantes quanto às caracteristicas faciais.

Vasques-Nava et al., em 2006, realizaram um estudo longitudinal em

1.160 crianças mexicanas acompanhadas e avaliadas desde os quatro meses

de vida até os quatro a cinco anos de idade. Constataram um aumento

significativo na razão de chances para o desenvolvimento de mordida aberta

anterior nas crianças que apresentavam rinite alérgica isoladamente (or = 2,87)

ou em associação com hábitos de sucção não nutritivos (or = 3,31),

aproximadamente aos cinco anos de idade.

Em um estudo longitudinal desenvolvido por Ovsenik et al., em 2007,

foram avaliadas, por meio de exames clínicos, 267 crianças dos três aos doze

anos de idade, determinando quais hábitos deletérios presentes aos três,

quatro e cinco anos estariam relacionados com o grau de severidade da

maloclusão aos doze anos de idade. Quanto aos fatores ambientais, foram

avaliadas: respiração bucal, deglutição atípica, sucção de dedos, chupeta e

mamadeira. Nas avaliações intra-arcos dentários foi mensurada a quantidade

de apinhamento na região anteroinferior, rotações dos incisivos inferiores e a

inclinação axial dos dentes. Quanto às relações interarcos, os autores

analisaram a presença de sobremordida, mordida aberta anterior, trespasse

horizontal interincisivos aumentado e mordida cruzada anterior. A média das

características oclusais registradas representou o grau de severidade da

maloclusão. Verificaram que a prevalência de maloclusões manteve-se quase

17

constante dos três aos doze anos de idade, enquanto que a dos hábitos bucais

deletérios diminuiu. Concluíram que, em uma idade precoce, a severidade das

maloclusões está relacionada ao estágio de desenvolvimento dentário,

enquanto que, em um período posterior, ela também é resultante da atuação

prévia de alterações nas funções bucais e respiratórias.

Em um estudo planejado com o objetivo de investigar se as maloclusões

na dentadura decídua apresentam-se relacionadas com hábitos de sucção não

nutritivos, padrão respiratório e tamanho da tonsila faríngea, Góis et al. (2008)

concluíram que as maloclusões estavam diretamente relacionadas com a

duração do uso da chupeta após os dois anos de idade e também com a

respiração bucal, não constatando associações significativas com a hipertrofia

da tonsila faríngea e hábitos de sucção digital.

Alicerçados em um trabalho de revisão de literatura, Gungor e

Turkkahraman, em 2009, constataram diferenças estatisticamente significantes

na morfologia maxilar em pacientes com problemas nas vias aéreas superiores,

incluindo menor comprimento da base óssea, maior inclinação para vestibular

dos incisivos superiores, estreitamento do arco superior e maior profundidade

do palato duro, quando comparados ao grupo controle sem problemas

respiratórios.

Pirilã-Parkkinen et al., em 2009, examinaram os efeitos dos distúrbios

respiratórios noturnos sobre o desenvolvimento dos arcos dentários, em um

grupo de estudo composto por 41 crianças, sendo 22 do gênero masculino e 19

do feminino, todas com apnéia obstrutiva do sono (AOS). Observaram que as

crianças com AOS apresentavam um trespasse horizontal interincisivos

18

significantemente aumentado, sobremordida reduzida, arco dentário superior

mais estreito, arco inferior mais curto e mordida aberta anterior (p= 0,016), em

comparação com o grupo controle sem obstrução nasal.

Cientes de que o modo de respiração provoca alterações posturais de

cabeça e pescoço com consequente mudança no posicionamento dos

maxilares, Malhotra et al., em 2012, realizaram um estudo transversal com o

propósito de investigar as repercussões do padrão respiratório sobre o

crescimento do complexo craniofacial. Por meio de exames clínicos e análises

cefalométricas de telerradiografias em norma lateral, foram avaliadas 101

crianças, com seis a doze anos de idade, sendo que, destas crianças, 54

exibiam um padrão respiratório predominantemente bucal e 46 um padrão

respiratório nasal. Os pesquisadores concluíram que as crianças com padrão

bucal tenderam a apresentar a altura facial, ângulo do plano mandibular e

ângulo goníaco aumentados.

Tendo em vista a importância da atuação dos fatores ambientais sobre o

desenvolvimento de maloclusões, esta pesquisa foi realizada objetivando

investigar a relação entre a prevalência da mordida aberta anterior, os hábitos

de sucção não nutritivos e o padrão respiratório, em crianças brasileiras na

dentadura decídua.

19

3 PROPOSIÇÃO ____________________________________________________________________________

20

3 PROPOSIÇÃO

O principal propósito desta pesquisa consiste em investigar se a

prevalência da mordida aberta anterior apresenta associação com o padrão

respiratório, em crianças brasileiras na fase da dentadura decídua completa, no

município de Petrópolis (RJ), determinando-se também a razão de chances

entre estes dois fatores. De modo complementar, será analisada influência dos

hábitos de sucção não nutritivos (chupeta e dedos) sobre esta maloclusão, bem

como a investigação de eventuais diferenças entre os gêneros masculino e

feminino quanto às prevalências dos padrões respiratórios e da mordida aberta

anterior.

21

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

____________________________________________________________________________

22

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

Este projeto de pesquisa foi previamente submetido à Comissão de Ética

e Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo, obtendo sua aprovação

formal, conforme parecer emitido no dia 27 de setembro de 2011 (Anexo A).

4.1 Casuística

Foram avaliadas 471crianças brasileiras, na faixa etária dos dois aos

seis anos, na fase da dentadura decídua completa, matriculadas em escolas

municipais e/ou estaduais, localizadas em bairros ou distritos da cidade de

Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro.

Após a obtenção do consentimento preliminar da Secretaria da

Educação de Petrópolis, foi estabelecido um contato inicial com a direção das

escolas solicitando a participação das mesmas na presente pesquisa. Em

seguida, foram enviadas cartas de apresentação e os termos de consentimento

livres e esclarecidos aos responsáveis pelas crianças, informando-os a respeito

da pesquisa, sua importância e seus objetivos, obedecendo a todos os

preceitos e normas adotados pela Comissão de Ética em Pesquisa da

Universidade Cidade de São Paulo.

As crianças avaliadas neste estudo atenderam aos seguintes critérios de

inclusão:

23

- dentadura decídua completa, sem a presença de dentes permanentes

irrompidos;

- concordância por escrito dos pais e/ou responsáveis para a participação da

criança no estudo, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido;

- ausência de síndromes ou malformações craniofaciais, bem como alterações

psíquicas, neurológicas e/ou motoras que pudessem comprometer as funções

bucais e/ou respiratórias;

- sem histórico de traumatismos e/ou cirurgias envolvendo o complexo

craniofacial;

- ausência de gripes ou resfriados ocorridos há menos de duas semanas,

previamente à realização dos exames executados nesta pesquisa;

- que não estivessem utilizando anti-histamínicos, corticosteróides e/ou

broncodilatadores;

- com questionários adequadamente respondidos pelas mães, versando

sobre aspectos familiares, assim como sobre as condições gerais de

saúde das crianças e suas características respiratórias;

- nunca submetidas a tratamentos ortodônticos prévios.

24

4.2 Métodos

4.2.1 Questionários

Preenchimento de um questionário, por parte das mães, abrangendo

informações gerais pertinentes à família e aos seus filhos que participaram

deste estudo, incluindo também questões relativas ao histórico de saúde.

Adicionalmente, as mães responderam outro questionário pertinente a diversas

informações sobre sinais e sintomas relacionados às condições respiratórias

das crianças, objetivando auxiliar na determinação do padrão respiratório

(Apêndice A).

4.2.2 Exame clínico ortodôntico

O exame clínico da relação interarcos dentários (Apêndice B) consistiu

numa inspeção visual, sendo realizado no próprio ambiente escolar, com a

criança comodamente sentada e direcionada para uma fonte abundante de luz

e com os dentes ocluindo em máxima intercuspidação habitual (MIH). Para o

exame das crianças, a cirurgiã-dentista responsável pela pesquisa estava

paramentada com avental, luvas, gorro e máscara, seguindo as normas usuais

de biossegurança.

Tendo em vista os propósitos desta pesquisa, ênfase especial foi

concedida à avaliação do trespasse vertical entre os incisivos superiores e

inferiores. O diagnóstico da mordida aberta anterior foi estabelecido quando se

constatava trespasse vertical negativo na região anterior dos arcos dentários,

25

evidenciando-se ausência de sobreposição vertical envolvendo, no mínimo, os

quatro incisivos superiores e inferiores. Por meio de réguas plásticas

descartáveis (Morelli) foi mensurada a distância entre as bordas incisais dos

incisivos centrais superiores e inferiores. Torna-se importante salientar que a

relação de topo-a-topo foi considerada como uma característica vertical normal,

tendo em vista ser comumente encontrada na dentadura decídua.

4.2.3 Teste clínico auxiliar para a avaliação do padrão respiratório

Neste estudo foi realizado um teste clínico, o qual, juntamente com os

questionários respondidos pelas mães, auxiliaram na determinação de três

tipos básicos de padrão respiratório, ou seja, predominantemente nasal, misto

ou predominantemente bucal (Apêndice B).

Teste 1 (da água): foi solicitado às crianças que procurassem manter um

pouco de água na boca, sem deglutir, durante três minutos. Avaliando-se

conjuntamente a manutenção do selamento labial, foi observado se havia

algum tipo de esforço para manter a água na boca. As crianças incapazes de

permanecer com seus lábios fechados foram classificadas, por este teste,

como sendo respiradoras bucais (Apêndice B).

4.2.4 Avaliação clínica facial (Apêndice C)

Finalizando o processo de diagnóstico, foram avaliadas atentamente as

principais características faciais da criança, incluindo diversos aspectos, tais

26

como: padrão de crescimento facial, convexidade facial, aspecto dos olhos,

projeção maxilar e mandibular, altura facial anteroinferior, selamento labial,

tonicidade dos lábios, fissuras ou ressecamento nos lábios, entre outros.

4.2.5 Classificação do padrão respiratório

A avaliação conjunta das informações coletadas observando as

metodologias descritas nos itens anteriores, envolvendo questionários de

anamnese, exames odontológicos e ortodônticos, teste respiratório auxiliar e

avaliações clínicas faciais, possibilitou a determinação de um diagnóstico

clínico para o padrão respiratório preponderante, isto é, nasal, misto ou bucal.

4.2.4 Metodologia estatística

Os dados obtidos foram tabulados e submetidos a análises estatísticas,

utilizando o programa Statistica (v.5.1, StatSoft Inc., Tulsa, USA). O teste do

qui-quadrado de Pearson (p<0,05) foi utilizado para investigar se há

associação entre a prevalência da mordida aberta anterior em relação ao

padrão respiratório predominante e aos hábitos de sucção não nutritivos

(chupeta e dedos), assim como para analisar se existem diferenças entre os

gêneros masculino e feminino quanto à prevalência dos três aspectos

anteriores. Adicionalmente, foi determinada a razão de chances (or) com o

propósito de quantificar a força destas associações e os riscos relativos para o

desenvolvimento da mordida aberta anterior, em função do padrão respiratório

e também dos hábitos de sucção não nutritivos.

27

REFERÊNCIAS ____________________________________________________________________________

28

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35

ARTIGO CIENTÍFICO

referente à pesquisa realizada, formatado segundo as normas para submissão

ao periódico American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics

36

MORDIDA ABERTA ANTERIOR, PADRÃO RESPIRATÓRIO E HÁBITOS DE

SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS, EM CRIANÇAS BRASILEIRAS NA

DENTADURA DECÍDUA

Anterior open bite, breathing pattern and non-nutritive sucking habits, in

Brazilian children during deciduous dentition

Fabiana Queiroz Canevari,a Helio Scavone Jr,b

a DDS, MSc in Orthodontics, Research Fellow, Department of Pediatric

Dentistry and Orthodontics, University of São Paulo City, São Paulo, SP, Brazil.

b DDS, MSc in Orthodontics, PhD, Associate Professor, Department of Pediatric

Dentistry and Orthodontics, University of São Paulo City, São Paulo, SP,

Brazil.

_____________________________

1 Artigo formatado segundo as normas da Revista American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics

37

Corresponding author: Helio Scavone Jr

Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)

Pós-Graduação (Mestrado em Ortodontia)

Rua Cesário Galeno, 448 – Bloco A

03071-000- Tatuapé, São Paulo, Brasil

Phone/ Fax: + 55 11 2178-1310

E-mail: [email protected]

Declaration of Interest:

The authors report no commercial, proprietary, financial or associative interest

in the products or companies described in this article. There is no conflict of

interest in connection with manuscript.

38

Anterior open bite, breathing pattern and non-nutritive sucking habits, in

Brazilian children during deciduous dentition

Introduction: This randomized control case, cross-sectional epidemiological

study assessed the relationship between the prevalence of anterior open bite,

non-nutritive sucking habits and breathing patterns, in Brazilian children during

the deciduous dentition phase. Method: Clinical examinations were performed

on 471 Brazilian children (218 boys, 253 girls), between 2 and 6 years old,

enrolled in state preschools in the city of Petrópolis, in the state of Rio de

Janeiro, Brazil. Determination of the predominant respiratory pattern was based

exclusively on examinations and clinical tests, as well as on questionnaires

about the patient’s history that were answered by the childrens’ mothers. Thus,

the respiratory pattern of each child was classified into three basic types: nasal,

oral and mixed. The statistical analyses included Pearson’s chi-square test

(α=5%) and the Odds Ratio (or). Results: Out of the total sample, an anterior

open bite was observed in 25,3% of the children evaluated, with no evidence of

any statistically significant differences between the genders. Patient history on

sucking habits, showed that 53,9% of the children had used a pacifier, while

only 9,5% had sucked their thumbs. In both cases, no significant differences

between the genders were observed. An anterior open bite was observed in

40,3% of the children with non-nutritive sucking habits but only in 2,7% of those

that had no history of such habits. A predominantly nasal breathing pattern was

observed in 48,8% of the children, while mixed and oral breathing patterns were

observed, respectively, in 31,9% and 19,3% of the cases evaluated. Moreover,

an anterior open bite was observed in only 20.4% of the children with nasal

pattern breathing, while those with mixed or oral pattern breathing, showed an

39

incidence of 27,3% and 34,1% respectively. Conclusion: There was a

significant relationship between an anterior open bite and an oral breathing

pattern, with the anterior open bite occurring twice as frequently in this group,

as in the group of children with nasal pattern breathing. However, the influence

exerted by non-nutritive sucking habits on the development of this maloclusion,

is unquestionably much greater.

Key words: Open Bite, Mouth breathing, Non-nutritive sucking habits.

INTRODUÇÃO

Diversos estudos têm sido realizados objetivando analisar a atuação de

fatores ambientais sobre o crescimento e desenvolvimento do complexo

craniofacial e da dentição1-19. Os fatores etiológicos ambientais são influências

provenientes do meio ambiente ou do modo de vida, os quais, dependendo da

intensidade, da frequência e da duração (tríade de Graber), poderão gerar

maloclusões20. A respiração predominantemente bucal é considerada um

hábito deletério que rompe o equilíbrio entre dentes, bases apicais, língua e

musculatura peribucal, predispondo ao desenvolvimento de maloclusões1-

4,7,11,12,13,15,17,19. A respiração bucal provoca alterações morfofuncionais para

facilitar a passagem de ar pela boca. Dentre essas, incluem-se a presença de

lábios entreabertos, com a língua repousando mais inferior e anteriormente na

cavidade bucal e sem contato com a abóbada palatina, juntamente com um

deslocamento mandibular para baixo e para trás2,7,11,13,15,17. Essas alterações

posturais provocam o aumento da altura facial anteroinferior (AFAI),

favorecendo a instalação de uma mordida aberta anterior1-3,5,6,10,12-14,15,16,17.

40

Contudo, a maioria das pesquisas nesta área envolveu grupos amostrais de

jovens na dentadura mista1,2,5,7,10,13, observando-se um menor número

direcionado às crianças na fase da dentição decídua6,15,16. Tendo em vista a

grande relevância deste tema para a melhor compreensão da gênese das

maloclusões, assim como sua importância para o planejamento de políticas

públicas de caráter preventivo, esta pesquisa foi realizada com o objetivo de

investigar o impacto do padrão respiratório, bem como dos hábitos bucais de

sucção não nutritivos, sobre a prevalência da mordida aberta anterior, em

crianças brasileiras na dentadura decídua.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo transversal foi desenvolvido obedecendo aos critérios

internacionalmente recomendados para pesquisas em seres humanos, obtendo

aprovação prévia do Comitê Brasileiro de Ética em Pesquisa.

A amostra selecionada englobou 471 crianças brasileiras (218 do gênero

masculino e 253 do feminino), com 2 a 6 anos de idade (média=4,65, dp=0,9),

matriculadas em escolas públicas de educação infantil da cidade de Petrópolis,

no Estado do Rio de Janeiro. Destas crianças, 248 eram brancas, 132 pardas e

91 negras.

Para inclusão na amostra, os seguintes critérios foram adotados:

concordância por escrito dos pais e/ou responsáveis para a participação da

criança no estudo, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido; dentadura decídua completa, sem perdas dentárias e/ou lesões

cariosas extensas que pudessem comprometer as avaliações oclusais; nunca

submetidas a tratamentos ortodônticos e/ou fonoaudiológicos prévios; ausência

41

de síndromes e/ou malformações craniofaciais, bem como alterações

psíquicas, neurológicas e/ou motoras que pudessem interferir nas funções

bucais e/ou respiratórias; sem histórico de traumatismos e/ou cirurgias

envolvendo o complexo craniofacial; ausência de gripes ou resfriados durante a

etapa de realização dos exames clínicos selecionados para esta pesquisa; que

não estivessem utilizando anti-histamínicos, corticosteróides e/ou

broncodilatadores e, finalmente, com questionários adequadamente

respondidos pelas mães sobre as condições gerais de saúde das crianças e

suas características respiratórias, bem como os aspectos pertinentes aos

hábitos bucais de sucção não nutritivos.

O exame clínico da relação interarcos dentários consistiu numa inspeção

visual com a criança ocluindo em máxima intercuspidação habitual (MIH) e foi

realizado por uma especialista em Ortodontia, previamente calibrada por um

pesquisador com larga experiência na área. Tendo em vista os propósitos

desta pesquisa, ênfase especial foi concedida à avaliação do trespasse vertical

entre os incisivos superiores e inferiores. O diagnóstico da mordida aberta

anterior foi estabelecido quando se observava trespasse vertical negativo na

região anterior dos arcos dentários, ou seja, com ausência de sobreposição

vertical envolvendo os quatro incisivos superiores e inferiores, no mínimo. Por

outro lado, a relação de topo-a-topo foi considerada como uma característica

vertical normal.21

A determinação do padrão respiratório predominante alicerçou-se

exclusivamente em exames e testes clínicos, bem como em questionários de

anamnese.

42

Os exames clínicos respiratórios incluíram três itens fundamentais, quais

sejam:

1) análise do selamento labial em repouso, classificando-o em três

categorias: ausente, presente sem esforço muscular e presente mas

com nítidas contrações da musculatura peribucal;

2) avaliação por oroscopia das tonsilas palatinas e classificação quanto

ao grau de obstrução do espaço entre elas, de acordo com a

metodologia proposta por Brodsky22: Grau 1 – no máximo 25%; Grau

2 – 26% a 50%, Grau 3 – 51% a 75% e Grau 4 – de 76% a 100%

(Figura 1);

3) determinação da permeabilidade nasal por meio de um teste

referente à mensuração do tempo, em minutos, que a criança

conseguia manter água na boca, sem degluti-la. Foram considerados

muito bons os tempos superiores a três minutos,13 regulares entre

dois e três minutos e insatisfatórios quando inferiores a um minuto.

Figura 1- Grau de obstrução do espaço da orofaringe pelas tonsilas palatinas,

segundo classificação proposta por Brodsky22.

Adicionalmente aos exames clínicos anteriores, a determinação do

padrão respiratório também foi fundamentada em questionários de anamnese

respondidos pelas mães das crianças, abordando diversos aspectos sobre as

Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

43

condições passadas e presentes referentes a múltiplos aspectos de interesse

para a classificação das funções respiratórias. Os principais itens questionados

referiram-se:

1) aos relatos de patologias, presentes ou passadas, afetando as vias

aéreas superiores e/ou inferiores (obstruções nasais, rinite, sinusite,

bronquite, asma, inflamações das tonsilas palatinas, hipertrofia da

tonsila faríngea);

2) aos relatos de sinais e/ou sintomas de problemas respiratórios, tais

como coriza, espirros, gripes e resfriados frequentes;

3) à descrição do período do sono das crianças, envolvendo relatos

quanto à presença de boca aberta e agitação ao dormir, ronco e

baba no travesseiro.

Com base no conjunto das informações colhidas durante o exame clínico

e pelo questionário de anamnese, o padrão respiratório predominante de cada

criança foi classificado em três tipos básicos: nasal, misto e bucal. Os

diagnósticos foram emitidos independentemente por dois especialistas em

Ortodontia. Nos casos com divergência quanto a essa classificação, um

terceiro pesquisador também emitia seu diagnóstico e, em seguida, os três

profissionais se reuniam para discutir o caso e estabelecer a classificação final.

Posteriormente, os dados obtidos foram tabulados e submetidos a

análises estatísticas, utilizando o programa Statistica (v.5.1, StatSoft Inc.,

Tulsa, USA). O teste do qui-quadrado de Pearson (α = 5%) foi utilizado para

investigar se há associação entre a prevalência da mordida aberta anterior em

44

relação ao padrão respiratório predominante e aos hábitos de sucção não

nutritivos (chupeta e dedos), assim como para analisar se existem diferenças

entre os gêneros masculino e feminino quanto à prevalência dos três aspectos

anteriores. Adicionalmente, foi determinada a razão de chances (or) com o

propósito de quantificar a força destas associações e os riscos relativos para o

desenvolvimento da mordida aberta anterior, em função do padrão respiratório

e também dos hábitos de sucção não nutritivos.

RESULTADOS

A mordida aberta anterior (trespasse vertical interincisivos negativo) foi

observada com bastante frequência, acometendo 25,3% das crianças

avaliadas, sem diferenças significantes entre os gêneros. Por outro lado, os

trespasses considerados normais para a dentição decídua (normal e topo-a-

topo) foram diagnosticados, ao todo, em 57,3% da amostra avaliada. Além

disso, o relacionamento topo-a-topo foi observado com frequência

significantemente maior (p=0,016) no gênero masculino (Tabela I).

Quanto ao padrão respiratório, o nasal preponderou, ocorrendo com

maior frequência nas meninas (55%) do que nos meninos (41,7%), sendo esta

diferença estatisticamente significante (p=0,004). Ao contrário, a prevalência

do padrão de respiração bucal foi significantemente (p=0,001) maior nos

meninos (25,7%) em relação às meninas (13,8%). Finalmente, o padrão misto

não apresentou diferenças significantes entre os gêneros masculino (32,6%) e

feminino (31,2%).

45

Prosseguindo na análise da prevalência dos distintos padrões

respiratórios, a amostra foi subdividida quanto ao histórico positivo ou negativo

de HSNN, verificando-se que os valores constatados não revelaram diferenças

estatisticamente significantes entre estes dois subgrupos.

Quanto aos hábitos de sucção não nutritivos (HSNN), o de chupeta foi o

mais comum, tanto nos meninos (50,9%) como nas meninas (56,5%). Todavia,

o histórico positivo para o hábito de sucção digital foi muito reduzido, tendo sido

relatado para 8,7% dos meninos e 10,3% das meninas. Finalmente, as crianças

que nunca apresentaram nenhum dos dois hábitos anteriores representaram

42,7% dos meninos e 37,5% das meninas. É importante ressaltar que não

foram constatadas diferenças significantes quanto à prevalência destes hábitos

entre os meninos e as meninas.

Na Tabela II, considerando-se a amostra total sem distinção quanto ao

gênero, observa-se que a mordida aberta anterior acometeu 20,4% das

crianças com padrão respiratório predominantemente nasal, enquanto que nos

padrões respiratórios misto e bucal a ocorrência desta maloclusão foi ainda

maior, com prevalências de 27,3% e 34,1%, respectivamente. Todavia,

diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) foram observadas apenas na

comparação entre os padrões nasal e bucal (Tabela III), verificando-se uma

razão de chances duas vezes maior para o desenvolvimento da mordida aberta

anterior nas crianças com padrão respiratório eminentemente bucal (p=0,01).

Ao analisar os gêneros separadamente, verifica-se que o feminino não

exibiu diferenças estatisticamente significantes quanto à prevalência da

mordida aberta anterior nos padrões respiratórios nasal, misto e bucal.

Contudo, nos meninos, averiguou-se uma razão de chances 2,81 vezes maior

46

(p=0,008) para o desenvolvimento desta maloclusão nas crianças portadoras

de padrão bucal, quando comparadas àquelas com padrão nasal.

Para o grupo de crianças em que todas apresentavam histórico positivo

para os hábitos de sucção não nutritivos (chupeta e/ou dedo), nota-se um

aumento gradativo na prevalência da MAA à medida que o padrão respiratório

vai se deteriorando, ou seja, quando a criança deixou de ter uma respiração

predominantemente nasal, passando a utilizar a respiração predominantemente

bucal como uma via alternativa. Muito embora os testes estatísticos que

avaliaram a relação entre o tipo de respiração e a ocorrência de mordida aberta

anterior não tenham alcançado significância para p<0,05, é importante destacar

que o valor de p aproximou-se muito desse limite, pois se situou em 0,051 na

comparação entre os padrões bucal e nasal (Tabela III). De fato, a prevalência

da MAA atingiu 49,2% nas crianças com respiração predominantemente bucal,

mas acometeu somente 34,4% das respiradoras nasais (Tabela II).

Todavia, é imprescindível reconhecer que o histórico positivo para os

hábitos de sucção não nutritivos (chupeta e/ou dedo) exerceu o fator

preponderante para o desenvolvimento da mordida aberta anterior. A análise

do grupo de crianças que nunca apresentou esses HSNN (Tabela II) permite

reconhecer que a prevalência da MAA foi muito pequena nos três padrões

respiratórios considerados, variando de 1,8% a 3,3% e sem diferenças

significantes entre eles (Tabela III). Quanto às análises específicas para os

gêneros masculino e feminino, nos grupos com e sem HSNN, as análises

estatísticas não detectaram diferenças estatisticamente significantes para a

prevalência desta maloclusão.

47

Tabela I. Distribuição da amostra quanto aos principais parâmetros avaliados

na pesquisa (trespasse vertical interincisivos, padrão respiratório, sucção de

chupeta, sucção digital e histórico de hábitos de sucção não nutritivos).

Parâmetros avaliados Masculino Feminino Geral

n % N % n %

Trespasse

vertical

interincisivos

Normal 106 48,6 131 51,8 237 50,3

Topo a topo 24 11,0 a 9 3,5 a 33 7,0

Negativo 50 23,0 69 27,3 119 25,3

Aumentado 38 17,4 44 17,4 82 17,4

Padrão

respiratório

(amostra total)

Nasal 91 41,7 b 139 55,0 b 230 48,8

Misto 71 32,6 79 31,2 150 31,9

Bucal 56 25,7 c 35 13,8 c 91 19,3

Padrão

respiratório

(grupo com

HSNN)

Nasal 44 35,2 84 53,2 128 45,2

Misto 44 35,2 50 31,6 94 33,2

Bucal 37 29,6 24 15,2 61 21,6

Padrão

respiratório

(grupo sem

HSNN)

Nasal 47 50,6 55 57,9 102 54,3

Misto 27 29,0 29 30,5 56 29,8

Bucal 19 20,4 11 11,6 30 16,0

Hábito de

sucção de

chupeta

Nunca teve 107 49,1 110 43,5 217 46,1

Já parou 61 28,0 76 30,0 137 29,1

Tem 50 22,9 67 26,5 117 24,8

Hábito de

sucção digital

Nunca teve 199 91,3 227 89,7 426 90,5

Já parou 8 3,7 11 4,4 19 4,0

Tem 11 5,0 15 5,9 26 5,5

Histórico de

HSNN

Positivo 125 57,3 158 62,5 283 60,1

Negativo 93 42,7 95 37,5 188 39,9

Diferenças estatisticamente significantes: a (p=0,016), b (p=0,004), c (p=0,001)

48

Tabela II. Prevalência da mordida aberta anterior (MAA) em relação aos

padrões respiratórios, nos gêneros masculino e feminino, assim como na

amostra total, nos grupos de crianças com e sem hábitos de sucção não

nutritivos (HSNN) e também no grupo geral.

Gênero Padrão

Respiratório

Mordida aberta anterior presente

Grupo com HSNN Grupo sem HSNN Grupo geral

n % n % n %

Masculino

Nasal 15 34,1 0 0 15 16,5

Misto 15 34,1 0 0 15 21,1

Bucal 19 51,4 1 5,3 20 35,7

Todos 49 39,2 1 1,1 50 22,9

Feminino

Nasal 29 34,5 3 5,5 32 23,0

Misto 25 50,0 1 3,5 26 32,9

Bucal 11 45,8 0 0 11 31,4

Todos 65 41,1 4 4,2 69 27,3

Amostra

total

Nasal 44 34,4 3 2,9 47 20,4

Misto 40 42,6 1 1,8 41 27,3

Bucal 30 49,2 1 3,3 31 34,1

Todos 114 40,3 5 2,7 119 25,3

49

Tabela III. Análises estatísticas comparativas pareadas entre os três padrões

respiratórios considerados, em relação à prevalência das mordidas abertas

anteriores, nos gêneros masculino e feminino, assim como na amostra total,

nos grupos de crianças com e sem hábitos de sucção não nutritivos (HSNN) e

também no grupo geral.

Gênero

Comparações

pareadas

entre os

padrões

respiratórios

Mordida aberta anterior presente

Grupo com HSNN Grupo sem HSNN Grupo geral

p or p or p or

Masculino

Bucal/Nasal 0,117 2,04 0,113 - 0,008 * 2,81

Bucal/Misto 0,117 2,04 0,228 - 0,068 2,07

Misto/Nasal 1,00 1,00 1,00 - 0,450 1,36

Feminino

Bucal/Nasal 0,312 1,60 0,428 0 0,303 1,53

Bucal/Misto 0,737 0,85 0,533 0 0,876 0,93

Misto/Nasal 0,077 1,90 0,681 0,62 0,112 1,64

Amostra

total

Bucal/Nasal 0,051 1,85 0,912 1,14 0,010 * 2,01

Bucal/Misto 0,418 1,31 0,650 1,90 0,268 1,37

Misto/Nasal 0,214 1,41 0,658 0,60 0,119 1,46

* estatisticamente significante (p<0,05)

- não é possível calcular OR, pois o denominador é igual a zero

50

DISCUSSÃO

As pesquisas relacionadas à avaliação da respiração e suas

repercussões tem sido alicerçadas em diversas metodologias, tais como:

rinomanometria acústica e computadorizada para determinação da resistência

das vias áreas10,23,24, nasolaringofaringofibroscopia25, telerradiografias do

complexo craniofacial2,4,6,7,9,17, tomografias computadorizadas da face26,

rinoscopia e oroscopia5,10,15,16, testes clínicos e histórico de problemas

otorrinolaringológicos1,6,12,13,15,16, dentre outras. Obviamente, essa grande

variedade de metodologias dificulta sobremaneira a comparação dos

resultados dos diversos estudos.

Nesta pesquisa, tendo em vista a sua realização em um grande número

de crianças em idade pré-escolar que deveriam ser avaliadas aleatoriamente e

sem a necessidade da existência de relatos prévios de problemas respiratórios

merecedores de tratamento, optamos pela utilização de métodos de avaliação

simples, não invasivos e totalmente isentos de riscos para as crianças. Desta

forma, a determinação do padrão respiratório predominante estruturou-se

exclusivamente em exames clínicos e em minuciosos questionários de

anamnese, ambos alicerçados em resultados de pesquisas publicadas

anteriormente. No que tange às avaliações clínicas, a ausência de selamento

labial3,13,15,17 e o grau de obstrução da orofaringe pelo aumento das tonsilas

palatinas3,15 podem ser, em muitos casos, indicativos de obstrução das vias

aéreas superiores. Além disso, como método auxiliar de diagnóstico do padrão

respiratório, durante o exame clínico empregamos também o teste descrito por

Menezes et al.13, que avaliou a permeabilidade nasal por meio da mensuração

do tempo, em minutos, no qual a criança consegue manter a água na boca,

51

sem degluti-la. Complementando a classificação do padrão respiratório foram

avaliadas as respostas fornecidas pelas mães sobre fatores sugestivos de

problemas respiratórios diurnos e noturnos em seus filhos. Os principais

hábitos noturnos incluíram os relatos de dormir com a boca aberta, roncar,

babar no travesseiro e apresentar sono agitado. Em certos casos, verificava-se

que a criança apresentava um padrão respiratório diurno predominantemente

nasal, porém no período noturno passava para o padrão eminentemente bucal.

Nestas circunstâncias, a criança era classificada como portadora de padrão

respiratório misto.

Outro aspecto que merece destaque refere-se ao modo de classificação

do padrão respiratório, tendo em vista que a maioria dos pesquisadores tem

optado pela polarização, ao subdividi-lo em apenas duas categorias, ou seja,

respiração predominantemente nasal ou bucal.2,6,13 Como exemplo, Behlfelt et

al.2, ao avaliarem crianças com média de idade de 10 anos, excluíram o padrão

misto, pois preferiram classificar como respiradoras bucais aquelas crianças

que respiravam pela boca e pelo nariz alternadamente. De modo similar,

Menezes et al13 também pesquisaram crianças na dentadura mista e

consideraram em sua metodologia apenas os padrões nasal e bucal, aspecto

este que pode estar relacionado com a alta prevalência de respiração bucal

observada em seus resultados (53,3%). Por outro lado, a inclusão de um

terceiro padrão respiratório, denominado misto, foi observada, após ampla

revisão de literatura, apenas na pesquisa desenvolvida por Valera et al15, na

qual avaliaram crianças na dentição decídua, com três a seis anos de idade.

De acordo com Ellingsen et al27 e Vig28, um padrão respiratório exclusivamente

bucal raramente é detectado, sendo comumente observada a alternância dos

52

padrões bucal e nasal, ou seja, uma respiração mista, em decorrência de uma

parcial ou moderada obstrução nasal. No presente estudo optamos pela

classificação do padrão respiratório em três categorias (nasal, misto e bucal),

pois consideramos que ela conduz a um retrato mais fidedigno e abrangente

das características respiratórias dos distintos pacientes.

Adicionalmente aos tópicos abordados anteriormente, deve ser

enfatizada a notória escassez de pesquisas específicas para a análise da inter-

relação entre problemas respiratórios com a mordida aberta anterior, na fase

da dentição decídua.6,16 Na investigação desenvolvida por Góis et al.6 foram

avaliadas 600 crianças com 3 a 6 anos de idade, enquanto que no trabalho de

Vásquez-Nava et al16 foi estudada uma amostra composta por 1.160 casos

avaliados longitudinalmente. Todas as demais pesquisas2,5,10,12,13,14,29

abordando a inter-relação entre o padrão respiratório e a prevalência da

mordida aberta anterior foram direcionados para as dentaduras mista e

permanente, tornando inviável comparações diretas com os resultados da

presente pesquisa.

. De acordo com a Tabela I, o padrão respiratório predominantemente

nasal foi constatado em 48,8% das crianças, enquanto que o misto e o bucal

ocorreram em 31,9% e 19,3% dos casos avaliados. Ovsenik et al.14, analisando

longitudinalmente crianças dos 3 aos 12 anos, observaram que a prevalência

da respiração predominantemente bucal manteve-se constante ao longo do

tempo, sendo diagnosticada em 28% das crianças examinadas. Além disso,

nossos resultados divergem daqueles relatados por Gois et al6, pois relataram

uma prevalência de 37% de crianças com respiração predominantemente

bucal, na fase da dentição decídua. Essa diferença pode ser explicada, ao

53

menos em parte, pela não inclusão do padrão misto em sua metodologia. Em

contrapartida, pesquisas que avaliaram crianças nas dentadura mista e

permanente relataram prevalências para o padrão bucal altamente

discrepantes, variando de 5,5 % a 53,3%. 12,13

Nesta pesquisa, verificou-se que 25,3% das crianças avaliadas

apresentaram mordida aberta anterior (MAA), valor este bastante semelhante à

frequência detectada em três pesquisas brasileiras, que também avaliaram

crianças na dentição decídua. Góis et al.6, Vasconcelos et al.30 e Katz et al.8,

em estudos transversais, observaram prevalências para a MAA de 29%, 32% e

36,4% respectivamente . Por outro lado, a prevalência verificada na presente

pesquisa diferiu bastante do resultado relatado no estudo longitudinal

desenvolvido por Vasquez-Nava et al.16, no qual, ao avaliarem crianças

mexicanas na dentição decídua, apontaram uma prevalência de 51,03% para

essa maloclusão.

Para a amostra total, sem distinção quanto ao gênero, ao efetuarmos as

análises estatísticas comparativas pareadas entre os três padrões respiratórios

considerados, em relação à prevalência da mordida aberta anterior,

detectamos uma diferença estatisticamente significante para a prevalência da

MAA entre as crianças com padrão bucal (34,1%) ou nasal (20,4%), com uma

razão de chances duas vezes maior para o desenvolvimento desta maloclusão

no grupo de respiradores bucais. No que tange à dentição decídua, somente

dois trabalhos apontaram essa relação entre o aumento na prevalência da MAA

em função da deterioração do padrão respiratório nasal. Vasquez-Nava et al16

descreveram resultados similares, pois constataram um aumento significativo

na razão de chances para o desenvolvimento da mordida aberta anterior nas

54

crianças que apresentavam rinite alérgica isoladamente (or=2,87). Góis et al.6

postularam que crianças com respiração predominantemente bucal apresentam

dez vezes maior probabilidade para a ocorrência de algumas maloclusões

(mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior e sobressaliência maior

que 3mm), quando comparadas às respiradoras nasais (p<0,01).

Adicionalmente, diversas pesquisas não específicas para a dentição

decídua abordaram essa relação entre a maior prevalência da MAA associada

ao padrão respiratório bucal2,3,5,10,12,29. Melsen et al.12, analisando

adolescentes com idades entre 13 e 14 anos, relataram que a MAA acometeu

apenas 10% dos respiradores bucais e 2% dos nasais. Em contrapartida,

Menezes et al, após avaliarem crianças entre 8 e 10 anos de idade, apontaram

prevalências de 60% e 30% para a MAA nas crianças com padrões

respiratórios bucais e nasais, respectivamente. Lopatienė e Babarskas10,

estudando indivíduos com idades entre 7 e 15 anos, revelaram uma associação

significante entre a média da resistência nasal (0,54/Pa/ml/s) e a presença de

mordida aberta anterior (p=0,033), ou seja, concluíram que quanto maior a

obstrução da via aérea superior, maior a resistência nasal e,

consequentemente, mais vulnerável torna-se o indivíduo para ser acometido

pela MAA. Pirilã-Parkkinen et al29, ao pesquisarem jovens com idade média de

7,2 anos, concluíram que a presença de MAA foi significantemente maior no

grupo que apresentava distúrbios respiratórios noturnos, quando comparado

com o grupo controle sem obstrução respiratória (p = 0,016).

Além do exposto, três trabalhos não foram tão específicos em relação à

MAA, porém demonstraram claramente que indivíduos com obstrução das vias

aéreas superiores tendem a apresentar uma diminuição da sobremordida e

55

aumento da chance de apresentar maloclusão. Cheng et al.5 (média de idade

de 11,1 anos) demonstraram que quanto maior a altura facial anterior, tanto

menor é o trespasse vertical. Além disso, observaram que indivíduos com

padrão respiratório comprometido apresentam tendência a um overbite

diminuído quando comparado ao grupo controle (p = 0,000). Behlfelt et al.2, em

sua análise de regressão, verificaram que crianças com idade média de 10,1

anos e que apresentavam resfriados frequentes (seis vezes ou mais por ano),

também tendeiam a apresentar uma diminuição do trespasse vertical.

Finalizando, Berjis et al.3, após avaliarem crianças com idades entre 6 e 12

anos, relataram uma sobremordida diminuída em 48,18% (p<0,001) nas

crianças que faziam parte do grupo que apresentava hipertrofia da tonsila

faríngea, e ainda complementaram que, neste grupo, 91,7% dos jovens

apresentavam um padrão respiratório predominantemente bucal.

Alicerçados em estudos que atestam a marcante influência que os

HSNN exercem sobre a prevalência da MAA na dentadura decídua6,8,18,31,32 , e

com o objetivo de isolar essa variável sobre a prevalência desta maloclusão,

torna-se justificável a divisão da casuística em duas subamostras, quais sejam,

um grupo no qual todas as crianças apresentavam HSNN e um segundo em

que todas exibiam histórico negativo para os HSNN. No grupo em que todas

apresentavam HSNN (chupeta e/ou dedo), a prevalência da MAA atingiu 49,2%

nas crianças com respiração predominantemente bucal, e somente 34,4% nas

respiradoras nasais, valores estes que fortalecem as evidências da influência

do padrão respiratório no desenvolvimento desta maloclusão, mesmo diante de

um valor de p=0,051. Vasquez-Nava et al.16 confirmaram que crianças

acometidas por rinite alérgica associada a HSNN revelavam uma razão de

56

chances 3,31 vezes maior para o desenvolvimento da MAA. Em contrapartida,

a análise do grupo de crianças que nunca apresentaram histórico desses

hábitos (Tabela II) permite reconhecer que a prevalência da MAA foi muito

pequena para os três padrões respiratórios considerados, variando de 1,8% a

3,3% e sem diferenças significantes entre eles (Tabela III), demonstrando

também que a ocorrência da MAA sempre apresentou íntima relação com o

histórico positivo para os HSNN, os quais, por sua vez, predispõem

acentuadamente ao desenvolvimento desta maloclusão.

CONCLUSÕES

A mordida aberta anterior foi observada com bastante frequência,

acometendo 25,3% das crianças avaliadas, sem diferenças significantes entre

os gêneros. O padrão respiratório nasal preponderou, sendo constatado em

48,8% das crianças, enquanto que o misto e o bucal ocorreram em 31,9% e

19,3% dos casos avaliados. Verificou-se uma razão de chances duas vezes

maior para o desenvolvimento da mordida aberta anterior nas crianças com

padrão respiratório predominantemente bucal em relação àquelas com padrão

nasal. Portanto, os resultados da presente pesquisa fortalecem as evidências

sobre a influência do padrão respiratório no desenvolvimento desta maloclusão.

Não obstante, é inquestionável a superioridade da influência exercida pelo

HSNN sobre o desenvolvimento da MAA.

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62

APÊNDICES

____________________________________________________________________________

63

Número de Identificação da criança:_________

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA A PESQUISA DO

HISTÓRICO DE SAÚDE GERAL E BUCAL DAS CRIANÇAS

IDENTIFICAÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A FAMÍLIA

1. Nome completo do(a) filho(a): _________________________________

2. Sexo ( ) M ( ) F

3. Quem está respondendo a este questionário?

( ) A mãe ( ) O pai ( ) Outro responsável (grau de parentesco)______

4. Seu filho(a) é adotivo(a)? ( ) Sim ( ) Não

5. Idade: ________

6. Data de nascimento: ___/___/______

7. Cor da pele segundo a declaração da mãe:

( ) branca ( ) parda ( ) morena ( ) negra ( )amarela: orientais

( ) outra. Qual?___________________

8. Escola: ______________________________________________________

( ) particular ( ) municipal ( ) estadual

9. Professora: __________________________________________________

10. Sala: _________________________ Telefone da escola: ____________

11. Período: ( ) Matutino ( ) Intermediário ( ) Vespertino

12. Nome do pai: ________________________________________________

Grau de escolaridade do pai____________________________________

13. Nome da mãe: _______________________________________________

Grau de escolaridade da mãe___________________________________

64

14. Endereço residencial: ________________________________________

Cidade:____________Estado:______Bairro:______________CEP:_________

Telefone: (___)_____________ Telefone para recados: ( ) ______________

15. Número de filhos: _______

16. Ordem de nascimento da criança:

( )primogênito ( )segundo ( )terceiro ( )quarto ( )quinto ( )outro___

17. Origem familiar da criança:

Preencha no quadro abaixo o país, a cidade e o estado em que cada um

dos principais familiares da criança nasceu, incluindo pais e avós.

País de nascimento Cidade e Estado

Pai ________________________ _____________________

Mãe ________________________ _____________________

Avó paterna ________________________ ____________________

Avô paterno ________________________ _____________________

Avó materna ________________________ _____________________

Avô materno ________________________ _____________________

18. Somando os salários de todas as pessoas que trabalham e ajudam

nas despesas de casa, a renda familiar total é:

( ) Menor que R$ 550,00 por mês

( ) De R$ 550,00 a R$ 1.100,00 por mês

( ) De R$ 1.200,00 a R$ 2.400,00 por mês

( ) De R$ 2.5000,00 a R$ 3.600,00 por mês

( ) Maior que R$ 3.600,00 por mês

65

INFORMAÇÕES SOBRE A

SAÚDE DA CRIANÇA E PRESENÇA DE HÁBITOS

1. Seu filho está com algum problema de saúde no momento?

( ) Sim.

Qual(is)?______________________________________________________

( ) Não, mas já teve anteriormente.

Qual(is)?____________________________________

( ) Não, nunca teve nenhum problema.

2. Seu(sua) filho(a) está em tratamento médico, atualmente?

( ) Sim. Qual o motivo? _________________________________( ) Não.

3. Caso seu filho não esteja em tratamento médico agora, ele já realizou

algum tratamento médico anteriormente?

( ) Sim. Qual(is) o(s) motivo(s)? __________________________________

( ) Não.

4. Seu filho já passou por alguma internação hospitalar?

( ) Sim. Motivo(s): _____________________________________________

Quando?______________________________________________________

( ) Não, nunca.

5. Seu filho está tomando algum medicamento no momento?

( ) Sim. Qual(is)?______________________________________________________

Motivo:_______________________________________________________

( ) Não no momento, mas já tomou.

Qual(is)____________________________________

Motivo:_______________________________ Quando?________________

( ) Não, nunca tomou medicamentos.

66

6. Seu filho tem alergias?

( ) Sim. Quais os fatores que desencadeiam a alergia?

( )poeira ( )alimentos ( )medicamentos ( )pêlos de animais

( )outros. Quais ______________________________________________

( ) Não ( ) Não sei responder.

7. Seu(sua) filho(a) está em tratamento fonoaudiológico?

( ) Sim. Por que? _____________________________________________

( ) Não, nunca esteve.

( ) Não neste momento , mas já esteve em tratamento. Quando?________

8. Seu(sua) filho(a) está em tratamento ortodôntico?

( ) Sim. Por que? _____________________________________________

( ) Não, nunca esteve.

( ) Não neste momento, mas já esteve. Quando?_____________________

Porquê?______________________________________________________

9. Assinale com um X o(s) problema(s) que seu(sua) filho(a) apresenta:

( ) Deficiência visual

( ) Deficiência auditiva

( ) Deficiência mental

( ) Fissura labial ou lábio-palatina

( ) Uma síndrome. Qual? _______________________________________

( ) Não apresenta estes problemas.

10. Ao desenhar ou escrever, seu(sua) filho(a) utiliza mais qual das

mãos?

( ) direita ( ) esquerda ( ) não sei responder

67

11. Seu(sua) filho(a) já sofreu algum acidente ou traumatismo na

região da boca ou da face?

( ) Sim. Quando? _____________________________________________

Houve alguma consequência? ____________________________________

( ) Não

12. Qual foi o tipo de parto no nascimento de seu filho?

( ) Normal

( ) Cesariana programada

( ) Cesariana após trabalho de parto inicial

( ) Vaginal a fórceps

( ) Outro tipo. Qual?___________________________________________

13. Caso tenha sido parto do tipo cesariana, foi o primeiro parto desse

tipo?

( ) Sim.

( ) Não. Foi a segunda cesariana.

( ) Não. Foi a terceira cesariana.

( ) Não. Já fiz mais de três cesarianas.

14. Caso tenha sido parto do tipo cesariana, porque motivo foi

realizado desse tipo?__________________________________________

_____________________________________________________________

15. Você foi orientada sobre qual tipo de parto realizar?_____________

16. Quem lhe forneceu estas orientações?________________________

17. Que tipo de parto seu médico recomendou na época?____________

68

18. O parto foi feito por meio de:

( ) SUS

( ) Convênio médico pessoal

( ) Convênio médico empresarial

( ) Particular

19. Qual o período de gestação?

( ) 6 meses

( ) 7 meses

( ) 8 meses

( ) 9 meses

( ) outro__________________________________

20. Caso se lembre, com quantas semanas seu filho(a) nasceu?

( ) Não me lembro

( ) Menos que 34 semanas

( ) 35 semanas

( ) 36 semanas

( ) 37 semanas

( ) 38 semanas

( ) 39 semanas

( ) 40 semanas

( ) 41 semanas ou mais

21. Você se recorda do peso do seu(sua) filho(a) ao nascimento?

( ) Sim. Qual?__________________________

( ) Não

69

22. Você se recorda qual foi o tamanho do seu(sua) filho(a) ao

nascimento?

( ) Sim. Qual?__________________________

( ) Não.

23. Durante a gestação, a mãe, por acaso, fez uso de:

( ) Bebidas alcoólicas

( ) Fumo

( ) Drogas. Quais?_____________________________________________

( ) Medicamentos. Quais?_______________________________________

24. Logo após o parto, em que momento você, mãe, retornou às suas

atividades profissionais fora de casa?

( ) Nunca trabalhei fora de casa.

( ) Desde o nascimento de meu filho.

( ) Com menos de 6 meses após o parto.

( ) Entre 6 e 12 meses após o parto.

( ) Entre 12 e 24 meses após o parto.

( ) Com mais de 2 anos após o parto.

25. A mãe da criança ou alguém fuma em sua casa?

( ) Não. Nunca ninguém fumou.

( ) Não, mas já houve fumantes em casa. Quem?____________________

( ) Sim.Quem?________________________________________________

Quantos cigarros por dia?_____________________________________

26. A mãe da criança fumou durante os primeiros 12 meses de vida de

seu filho?

( ) Sim. ( ) Não.

70

27. A mãe da criança está com algum problema de saúde crônico?

( ) Não.

( ) Sim. Qual(is)?

( )diabetes ( )pressão alta ( )problemas do coração

( )outros:________________________________________

Quando você descobriu o problema?___________________

28. A mãe da criança apresentou algum problema de saúde durante a

gravidez?

( ) Sim. Qual(is)?_____________________________________________

( ) Não.

29. A mãe da criança teve uma gravidez normal ou uma gravidez de

risco?

( ) Normal. Sem nenhum problema.

( ) De risco. Qual(is) problema(s)?________________________________

30. Seu(sua) filho(a) foi amamentado(a) no peito?

( ) Sim ( ) Não

31. Se seu(sua) filho(a) mamou no peito, com quantos meses de idade

ele(a) desmamou?

( ) Com menos de 3 meses

( ) Ele(a) tinha entre 3 e 6 meses

( ) Ele(a) tinha entre 6 e 9 meses

( ) Ele(a) tinha entre 9 e 12 meses (entre 9 meses e 1 ano)

( ) Com mais de 12 meses (com mais de 1 ano)

( ) Não me lembro.

( ) Ele(a) ainda mama no peito

71

32. Qual foi o motivo pelo qual seu filho parou de mamar no peito?

______________________________________________________

33. Se a criança mamou no peito, a alimentação foi complementada

com alguma outra coisa?

( ) Mamadeiras. A partir de quantos meses?_________________________

Com o que?( ) água ( ) chá ( ) sucos ( ) leite

( )fórmulas industrializadas. Qual(is)?________________

____________________________________________

( ) Sopas ou comidas caseiras. A partir de quantos meses? ____________

( ) Papas prontas. A partir de quantos meses? ______________________

( ) Não necessitou de alimentação complementar.

34. Seu(sua) filho(a) foi ou ainda é amamentado(a) somente com

mamadeira?

( ) Sim

( ) Não, nunca usou mamadeira.

35. Se a criança usa ou usou mamadeira, responda:

Com quantos meses começou a usar? ______Quando parou de usar? ____

Quantas mamadeiras por dia até 1 ano de idade? ______

Quantas mamadeiras por dia até os 2 anos de idade? ______

Quantas mamadeiras por dia até os 3 anos de idade? ______

Quantas mamadeiras por dia até os 4 anos de idade? ______

Quantas mamadeiras por dia até os 5 anos de idade? ______

Quantas mamadeiras por dia até os 6 anos de idade? ______

72

36. Seu(sua) filho(a) chupa chupeta?

( ) Sim, ainda chupa chupeta.Com quantos meses começou a chupar

chupeta?____________________

( ) Não, nunca chupou chupeta.

( ) Não. Já chupou chupeta, mas parou. Com que idade parou? ________.

Que idade ele(a) tinha quando começou a chupar chupeta?_____________

37. Quanto tempo seu(sua) filho(a) chupa ou chupava a chupeta?

( ) O dia todo

( ) Às vezes. Quando? _________________________

( ) Só para dormir

38. Ele(a) dorme ou dormia a noite inteira chupando a chupeta?

( ) Sim ( ) Não

39. Se seu(sua) filho(a) chupa ou chupou chupeta, qual o tipo?

( ) Chupeta comum

( ) Chupeta ortodôntica

( ) Chupetas comum e ortodôntica

40. Seu(sua) filho(a) chupa dedo?

( ) Sim, ele ainda chupa dedo.

Com quantos meses começou a chupar dedo?________

( ) Não, nunca chupou dedo.

( ) Não. Já chupou dedo, mas parou.

Com que idade parou? ________. Que idade ele(a) tinha quando

começou a chupar dedo? __________________________________

73

41. Quanto tempo seu(sua) filho(a) chupa ou chupava o(s) dedo(s)?

( ) O dia todo

( ) Às vezes. Quando? ____________________________________

( ) Só para dormir

Ele(a) dorme ou dormia a noite inteira chupando o(s) dedo(s)?

( ) Sim ( ) Não

42. Seu(sua) filho(a) tem o hábito de apoiar uma das mãos sobre o rosto

ao ver televisão ou durante a leitura e o estudo?

( ) Não, nunca teve.

( ) Não tem agora, mas já teve anteriormente.

Neste caso, o hábito iniciou-se com que idade? __________

E com que idade foi interrompido? __________

Qual mão era utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda

( ) Sim, apresenta o hábito atualmente.

Neste caso, com que idade iniciou o hábito? __________

Qual mão é utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda

43. Seu(sua) filho(a) dorme com uma das mãos debaixo do rosto?

( ) Não

( ) Não, mas dormia assim anteriormente.

Neste caso, o hábito iniciou-se com que idade? __________

E com que idade foi interrompido? __________

Qual mão era utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda

( ) Sim

Neste caso, com que idade iniciou o hábito? __________

Qual mão é utilizada para apoiar? ( ) direita ( ) esquerda

74

44. Seu(sua) filho(a) respira pela boca?

( ) Sim, quase que o dia todo.

( ) Sim, mas somente à noite.

( ) Sim, mas somente quando está gripado / resfriado ou muito cansado.

( ) Não, respira somente pelo nariz.

( ) Não sei responder.

45. A criança já teve problema de respiração pela boca com muita

frequência?

( ) Sim. Até que idade? _______. Qual o motivo? ____________________

( ) Não, nunca teve esse problema.

( ) Não sei.

46. A criança dorme de boca aberta?

( ) Não

( ) Sim. Sabe dizer o motivo?_______________________________

( ) Sim, mas somente quando está resfriado ou gripado

( ) Às vezes. Quando?_________________________________________

( ) Não sei

47. Seu filho baba no travesseiro à noite, enquanto dorme?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

48. A criança ronca?

( ) Sim, com um barulho bem evidente

( ) Sim, mas apenas com um suave ressonar

( ) Não

( ) Não sei responder

75

49. A criança tem sono agitado com frequência?

( ) Não

( ) Sim. Sabe dizer qual o motivo?_______________________________

( ) Não sei

50. Seu(sua) filho(a) tem gripes ou resfriados frequentes?

( ) Não. Uma a duas vezes por ano, no máximo.

( ) Sim. Três a quatro vezes por ano

( ) Sim. Mais de quatro vezes por ano.

51. Seu filho apresenta o nariz escorrendo com frequência?

( ) Sim, durante mais da metade do ano.

Qual o motivo?____________________________________________

( ) Sim, durante menos da metade do ano.

Qual o motivo?____________________________________________

( ) Não, somente durante a ocorrência de gripes ou resfriados.

( ) Não sei responder.

52. Seu filho espirra com frequência?

( ) Sim, várias vezes ao dia. Qual o motivo?_________________________

( ) Sim, mas não todos os dias. Qual o motivo?______________________

( ) Não, raramente.

( ) Não sei responder.

53. Seu(sua) filho(a) tem rinite alérgica?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei o que é isso.

76

54. Seu filho tem sinusite?

( ) Sim, tem no momento.

( ) Não, nunca teve.

( ) Não tem agora, mas já teve. Quando?___________________________

( ) Não sei responder.

55. Seu(sua) filho(a) teve ou tem amigdalite (garganta inflamada) com

frequência?

( ) Sim. Já teve, mas agora está curado.

( ) Sim. Está com este problema há mais de um ano.

( ) Não

( ) Não sei responder

56. Seu(sua) filho(a) já retirou as amígdalas?

( ) Sim. Com que idade?___________________

( ) Não

( ) Não sei responder.

57. Seu(sua) filho(a) tem ou teve problema de adenóides?

( ) Sim, e ainda não foi operado

( ) Já teve, mas foi operado(a). Com que idade?___________________

( ) Não, nunca teve

( ) Não sei responder

58. Seu filho tem problemas de infecção ou inflamação nos ouvidos

(otite)?

( ) Já teve uma ou duas vezes no passado, mas o problema foi curado.

( ) Sim, tem o problema mais de duas vezes por ano

( ) Não, nunca teve estes problemas

( ) Não sei responder

77

59. Seu(sua) filho(a) tem bronquite ou asma?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei.

60. Você já levou a criança a um médico otorrinolaringologista?

( ) Sim. Por que motivo? ____________________________________

Quando?__________________________________________

( ) Não.

61. Seu(sua) filho(a) tem dores de cabeça frequentes?

( ) Não

( ) Apenas ocasionalmente

( ) Ao levantar

( ) À noite

( ) Durante as refeições

( ) Durante o dia

62. Seu(sua) filho(a) range os dentes?

( ) Somente durante a noite

( ) Somente durante o dia

( ) Não

( ) Não sei responder

63. Os pais têm ou tiveram problemas respiratórios?

( ) Não.

( ) Sim. Qual(is)?

Pai:_______________________________________________________

Mãe:______________________________________________________

78

64. A partir de que idade seu filho começou a frequentar creches ou

escolas infantis?

( ) Com menos de 6 meses.

( ) Entre 6 e 12 meses.

( ) Entre 12 e 24 meses.

( ) Entre 24 e 36 meses.

( ) Com mais de 3 anos.

TODA A EQUIPE DA DISCIPLINA DE ORTODONTIA

DA UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

AGRADECE SUA VALIOSA COLABORAÇÃO!

79

Número de identificação da criança:___________

APÊNDICE B

EXAMES CLÍNICOS ODONTOLÓGICOS E ORTODÔNTICOS

Nome do examinador: Fabiana Queiroz Canevari

Curso: ( X ) Mestrado

Data de realização do exame: ___/___/____

Nome da criança:______________________________________________

Escola: ______________________________________________________

Cidade:____________________________ Estado:___________________

Sexo: ( ) M ( ) F

Data de nascimento ___/___/___ Idade: __________

Cor da pele segundo a percepção do avaliador: ( ) branca

( ) parda (morena)

( ) negra

( ) amarela (oriental)

Caso não tenha sido possível realizar os exames odontológicos,

especifique o motivo:

( ) Não comparecimento da criança

( ) Resistência da criança

( ) Problemas de saúde. Quais?__________________________

( ) Outros motivos. Quais?_______________________________

80

1. ODONTOGRAMA

► Instruções:

Se houver lesões de cárie que comprometam a oclusão e/ou a largura

coronária mesiodistal, desenhe um retângulo no(s) dente(s) correspondente(s);

X Assinale com um “X” o(s) dente(s) decíduo(s) ausente(s);

2. SOBRESSALIÊNCIA (Overjet)

( ) Mordida cruzada anterior. Quais dentes?___________________________

( ) Normal

( ) Moderadamente aumentada. Quantos milímetros? ___________________

( ) Acentuadamente aumentada. Quantos milímetros? __________________

3. SOBREMORDIDA (Overbite)

( ) Normal ( os incisivos superiores cobrem de 1/3 a 1/2 dos inferiores)

( ) Mordida aberta anterior = - _______mm

( ) Topo a topo

( ) Aumentada (os incisivos superiores cobrem mais da 1/2 dos inferiores)

81

4. RELAÇÃO DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS

► Instruções:

Durante a avaliação, considere o lado do arco e a posição de, pelo menos, 1/2 da largura da cúspide distovestibular do segundo molar superior.

4a - Plano terminal reto:

( ) direito ( ) esquerdo

4b - Degrau mesial:

( ) direito ( ) esquerdo

4c - Degrau distal:

( ) direito ( ) esquerdo

5. RELAÇÃO DOS CANINOS DECÍDUOS

Classe 1

( ) direito ( ) esquerdo

Classe 2

( ) direito ( ) esquerdo

82

Classe 3

( ) direito ( ) esquerdo

Topo a topo: ( ) direito ( ) esquerdo

6. LINHA MÉDIA (arco superior/arco inferior)

( ) Centralizada ( ) Desviada

7. MORDIDA CRUZADA POSTERIOR

( ) Ausente

( ) Bilateral

( ) Unilateral verdadeira:

( ) lado direito ( ) lado esquerdo

( ) Unilateral com desvio funcional da mandíbula:

( ) para a direita ( ) para a esquerda

Quais os dentes superiores envolvidos na mordida cruzada? _____________

8. DIASTEMAS

No arco superior: ( ) Ausentes

( ) Somente os espaços primatas

( ) Generalizados

No arco inferior: ( ) Ausentes

( ) Somente os espaços primatas

( ) Generalizados

9. APINHAMENTO NA REGIÃO ANTERIOR

( ) Apenas no arco superior

( ) Apenas no arco inferior

( ) Nos dois arcos

( ) Inexistente

83

10. SELAMENTO LABIAL EM REPOUSO

( ) Normal

( ) Existente, porém com contração da musculatura peribucal e mentoniana

( ) Deficiente

11. DESGASTES DENTÁRIOS

( ) Incisivos

( ) Caninos

( ) Molares

( ) Ausente

12. INFRA-OCLUSÃO DE MOLAR DECÍDUO

( ) Sim. Qual(quais)? _______________________________________

( ) Não

13. ASPECTO GENGIVAL

( ) hiperplasia gengival e/ou gengivite concentrada principalmente na

região dos incisivos superiores

( ) gengivite generalizada

( ) tecidos gengivas saudáveis

14. CONFORMAÇÃO DO PALATO

( ) Palato ogival (estreito e profundo)

( ) Palato normal

15. POSTURA LINGUAL AO FALAR

(utilize algumas palavras como teste, tais como: seis, sessenta, sapo, sopa,

sapato, faca, farofa, fofo, etc...)

( ) com interposição lingual anterior

( ) sem interposição lingual anterior

84

16. ANÁLISE DA MUSCULATURA PERIBUCAL E MENTONIANA

DURANTE A DEGLUTIÇÃO

( ) presença de selamento labial sem esforço

( ) selamento labial presente, porém com nítidas contrações musculares

17. ASPECTO DAS TONSILAS PALATINAS (AMÍGDALAS)

( ) normais

( ) inflamadas (hiperemiadas)

( ) com aumento de volume (hipertrofiadas)

( ) inflamadas e hipertrofiadas

18. GRAU DE OBSTRUÇÃO DO ESPAÇO ENTRE AS TONSILAS

PALATINAS (Amígdalas)

( ) Tonsilas palatinas Grau 1 – Obstrução até 25%

( ) Tonsilas palatinas Grau 2 – Obstrução de 26% a 50 %

( ) Tonsilas palatinas Grau 3 – Obstrução de 51% a 75%

( ) Tonsilas palatinas Grau 4 – Obstrução de 76% a 100%

TESTES RESPIRATÓRIOS AUXILIARES

1. DURAÇÃO DO TEMPO COM ÁGUA NA BOCA, SEM DEGLUTIR

(tempo ideal>3minutos)

( ) Menor que 3 minutos. Quanto?...................................

( ) Maior ou igual a 3 minutos. Quanto?...........................

85

2. AVALIAÇÃO DA RESPIRAÇÃO COM ESPELHO DE DUPLA FACE

(Posicione um espelho de dupla face logo abaixo das narinas do paciente e

peça que ele respire naturalmente, sem esforço e, se possível, apenas pelo

nariz. Após um minuto, avalie em que face(s) do espelho ocorreu condensação

de vapor)

( ) condensação de vapor de modo similar nas duas faces

( ) condensação de vapor predominantemente na face labial

( ) condensação de vapor predominantemente na face nasal

( ) de modo similar entre as duas narinas

( ) mais intensamente pela narina direita

( ) mais intensamente pela narina esquerda

86

Número de identificação da criança:_______

APÊNDICE C

AVALIAÇÃO CLÍNICA FACIAL

Nome da criança:_______________________________________________

Data de realização do exame: ___/___/____

*Caso não tenha sido possível realizar as avaliações clínicas, especifique os motivos:

( ) Criança não compareceu.

( ) Criança resfriada ou gripada

( ) Criança não permitiu a realização do exame

( ) Outros motivos. Quais?_____________________________________

1. Padrão facial ( ) braquifacial

( ) mesofacial

( ) dolicofacial

2. Largura facial

( ) face larga

( ) face estreita

( ) aspecto equilibrado

87

3. Simetria facial

( ) Normal

( ) Alterada. Em que região? _________________________________

4. Convexidade do perfil facial tegumentar

( ) côncavo

( ) reto

( ) moderadamente convexo

( ) acentuadamente convexo

5. Ângulo nasolabial

( ) reduzido

( ) aumentado

( ) normal

6. Projeção malar

( ) aumentada

( ) deficiente

( ) normal

7. Aspecto do relacionamento maxilomandibular

( ) Protrusão maxilar

( ) Retrusão maxilar

( ) Prognatismo mandibular

( ) Retrognatismo mandibular

88

8. Comprimento da linha mento-pescoço

( ) encurtada

( ) alongada

( ) normal

9. Direção de crescimento mandibular

( ) com rotação em sentido horário

( ) com rotação em sentido anti-horário

( ) equilibrada

10. Análise das alturas faciais

( ) Face alongada

( ) Face curta

( ) Aumento da AFAI

( ) Redução da AFAI

( ) Alturas faciais normais

11. Análise das proporções faciais verticais

( ) Aspecto equilibrado

( ) Desequilíbrio nas proporções entre os terços faciais verticais.

Em que local (is) observam-se as desarmonias?_________________

12. Análise da região dos olhos

( ) aparência de olhar caído

( ) presença de olheiras

( ) aspecto normal

89

13. Análise das narinas

( ) aberturas nasais estreitas (aspecto atrésico)

( ) aberturas nasais amplas

( ) desvio no dorso nasal e/ou septo nasal

( ) aspecto normal

14. Análise da posição anteroposterior dos lábios

Lábio superior ( ) protruído ( ) retruído ( ) normal

Lábio inferior ( ) protruído ( ) retruído ( ) normal

15. Análise estrutural dos lábios

( ) Lábios ressecados

( ) Lábios com fissuras

( ) Lábio superior estreito (fino)

( ) Lábio inferior evertido

( ) Lábios com aspecto normal

16. Análise do selamento labial

( ) ausente

( ) presente, mas com contrações da musculatura peribucal e mentoniana

( ) presente e sem esforços

17. Análise da tonicidade dos lábios

Lábio superior ( ) hipertônico ( ) hipotônico ( ) normal

Lábio inferior ( ) hipertônico ( ) hipotônico ( ) normal

90

ANEXO ____________________________________________________________________________

91

ANEXO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA UNICID

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