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MORTALIDADE POR CAUSAS VIOLENTAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, BRASIL. l MORTES VIOLENTAS NO TEMPO * Maria Helena P. de Mello Jorge** RSPUB9/514 MELLO JORGE, M. H. P. de Mortalidade por causas violentas no município de São Paulo. Brasil, l — Mortes violentas no tempo. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 14:343-57, 1980. RESUMO: Por meio das informações que acompanham os laudos de autópsias do Instituto Médico Legal, foram estudados casos de mortes violentas (acidentes de todos os tipos, homicídios e suicídios) ocorridos no município de São Paulo, nos anos de 1960, 1965, 1970 e 1975, destacando-se os de pessoas nele residentes. O objetivo foi caracterizar essa mortalidade segundo as reais causas básicas da morte, relacionando-as com variáveis consideradas importantes do ponto de vista epidemiológico, nos anos referidos. Os resultados encontrados mostram elevação do risco de mortes por causas violentas, distinguindo-se os coeficientes de mortalidade por acidentes de trânsito de veículos a motor e por homicídios, cujos valores aumentaram sensivelmente do inicio para o fim do período analisado. Os resultados permitem colocar a mortalidade por acidentes e violências, em São Paulo, como importante problema de saúde pública. UNITERMOS: Morte por causas violentas, S. Paulo, Brasil. Homicídio . Aci- dentes de trânsito. * Parte da tese "Mortalidade por causas violentas no município de São Paulo" apresentada à Faculdade de Saúde Pública da USP para a obtenção do título de Doutor, 1979. ** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo, 715 01255 — São Paulo, SP — Brasil. INTRODUÇÃO A Saúde Pública, tem tentado, por inter- médio de estudos e pesquisas, conhecer as causas de morte e as doenças que assolam a humanidade para, assim, combatê-las e prevení-las. Seu enfoque tem sido, sempre, entretanto, a análise de doenças e mortes naturais. As mortes devidas a causas ex- ternas, embora existam em número não desprezível desde tempos imemoriais, não tem merecido, senão recentemente, a atenção desses estudiosos. Os acidentes existem desde a época em que o homem enfrentava os graves perigos de um ambiente hostil. Naturalmente, para sobreviver a inundações, tempestades, in- cêndios e ataques de animais expunha-se, ele, sempre, ao grave risco de morrer. A violência existia também em relação ao seu próprio semelhante: o homem lutava contra o homem para defender a propriedade, a honra, para atingir o poder. O primeiro homicídio da história é já referido na pró-

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MORTALIDADE POR CAUSAS VIOLENTAS NO MUNICÍPIODE SÃO PAULO, BRASIL.

l — MORTES VIOLENTAS NO TEMPO *

Maria Helena P. de Mello Jorge**

RSPUB9/514

MELLO JORGE, M. H. P. de Mortalidade por causas violentas no município de SãoPaulo. Brasil, l — Mortes violentas no tempo. Rev. Saúde públ., S. Paulo,14:343-57, 1980.

RESUMO: Por meio das informações que acompanham os laudos de autópsiasdo Instituto Médico Legal, foram estudados casos de mortes violentas (acidentesde todos os tipos, homicídios e suicídios) ocorridos no município de São Paulo,nos anos de 1960, 1965, 1970 e 1975, destacando-se os de pessoas nele residentes.O objetivo foi caracterizar essa mortalidade segundo as reais causas básicasda morte, relacionando-as com variáveis consideradas importantes do ponto devista epidemiológico, nos anos referidos. Os resultados encontrados mostramelevação do risco de mortes por causas violentas, distinguindo-se os coeficientesde mortalidade por acidentes de trânsito de veículos a motor e por homicídios,cujos valores aumentaram sensivelmente do inicio para o fim do período analisado.Os resultados permitem colocar a mortalidade por acidentes e violências, em SãoPaulo, como importante problema de saúde pública.

UNITERMOS: Morte por causas violentas, S. Paulo, Brasil. Homicídio . Aci-dentes de trânsito.

* Parte da tese "Mortalidade por causas violentas no município de São Paulo" apresentada àFaculdade de Saúde Pública da USP para a obtenção do título de Doutor, 1979.

** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Arnaldo,715 — 01255 — São Paulo, SP — Brasil.

INTRODUÇÃO

A Saúde Pública, tem tentado, por inter-médio de estudos e pesquisas, conhecer ascausas de morte e as doenças que assolama humanidade para, assim, combatê-las eprevení-las. Seu enfoque tem sido, sempre,entretanto, a análise de doenças e mortesnaturais. As mortes devidas a causas ex-ternas, embora existam em número nãodesprezível desde tempos imemoriais, nãotem merecido, senão recentemente, a atençãodesses estudiosos.

Os acidentes existem desde a época emque o homem enfrentava os graves perigosde um ambiente hostil. Naturalmente, parasobreviver a inundações, tempestades, in-cêndios e ataques de animais expunha-se,ele, sempre, ao grave risco de morrer. Aviolência existia também em relação ao seupróprio semelhante: o homem lutava contrao homem para defender a propriedade, ahonra, para atingir o poder. O primeirohomicídio da história é já referido na pró-

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pria Bíblia, que conta, no Gênesis, a mortede Abel, por Caim, seu irmão. Encontram-se aí, ainda, numerosos outros exemplos demorte voluntária de um pessoa por outrem.

O suicídio tem também história tão antigaquanto a da humanidade. Ainda a Bíbliacita inúmeros casos de morte voluntária desi mesmo, através de meios diversos. NaGrécia e Roma antiga eram também nume-rosos os suicídios: conta-se que aos temposda decadência, os indivíduos, esgotados pelacorrupção e excesso de prazeres, acabavambuscando, na morte, remédio contra o tédioda vida. Escolas filosóficas contra a vidafloresceram em todo o mundo; os suicídiospor imitação, por amor, por vingança multi-plicaram-se na vida real e inspiraram aliteratura e as artes. Shakespeare, Goethe,Dante mostram, em suas obras, heróissuicidas. Mais tarde, são os próprios es-critores que se matam: Anthero de Quental,Camilo, Hemingway e, entre nós, RaulPompéia.

A última década do século XIX marca,na Alemanha, a fabricação de um automó-vel acionado a petróleo e já em 1896 duasmortes devidas à circulação de veículos amotor eram registradas na Grã-Bretanha 11.Três anos mais tarde, essa nova criaçãodo homem fazia, nos Estados Unidos, asua primeira vítima; em 1951, nesse mesmopaís, ocorria a milionésima morte por aci-dente de trânsito 11. No Brasil, os registroshistóricos revelam que, cronologicamente, oprimeiro acidente de automóvel foi ocasio-nado por Olavo Bilac, em 1897, na estradavelha da Tijuca, ao dirigir o carro de Josédo Patrocínio.

Com o passar do tempo, o desenvolvi-mento, a mecanização, a complexidade cres-cente dos processos industriais, bem comoa urbanização, têm levado o homem a umamaior exposição ao risco de acidentes emcasa, no trabalho, no transporte e na re-creação. Os perigos oferecidos pela natu-reza foram, na sua maior parte, substituídospor aqueles criados pelo próprio homem,devido ao desenvolvimento tecnológico. Os

fatores sociais e econômicos decorrentesdesse desenvolvimento e dessa industriali-zação têm sido apontados como responsá-veis por conduzir o homem a problemas denatureza interior que, associados muitasvezes ao uso do álcool ou outros tóxicos,levam o indivíduo a condutas anti-sociais.O suicídio e o homicídio, como manifesta-ções dessas condutas, apresentam-se, então,em linha ascencional. O trabalho da mulher,afastando-a do ambiente doméstico, faz comque, em muitos casos, crianças sejam dei-xadas sós, expondo-se, devido à sua inex-periência, a riscos de acidentar-se e morrer.

Assim, a importância das mortes violentasem geral, aquelas causadas por acidentesde todos os tipos — de veículos (a motor,férreos, aéreos), por água, envenenamentosacidentais, quedas, acidentes pelo fogo,acidentes devidos a fatores naturais e am-bientais — os homicídios e os suicídios,vêm crescendo a cada dia. Seja nos paísesque já venceram a fase das moléstias infec-ciosas, seja mesmo naqueles em que estasfiguram como uma das principais causas deóbito, a magnitude do problema das mortesviolentas assume destaque cada vezmaior19.

Wheatley,criador do "Comitê de Preven-ção de Acidentes", em 1950, nos EstadosUnidos, durante a realização do VII I Con-gresso Internacional de Pediatria, 19561,chamou a atenção para o fato de que, paracada acidente mortal, ocorriam cerca de200 casos que poderiam provocar invalidezem graus variáveis. San Martin16 ressaltaa importância do estudo dos acidentes, poiseles constituem, não só causa de morte, mastambém fato gerador de incapacidade físicaprecoce, devido às seqüelas remanescentes.

Em 1961, a Organização Mundial daSaúde selecionou como tema do ano"Acidentes e sua Prevenção", cujo objetivoera "chamar a atenção dos governos e daspopulações para o número crescente deacidentes — e sua gravidade — em todaparte, a insuficiência de medidas preventivasatuais e a necessidade de uma ação pronta

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de combate a esse flagelo dos nossostempos"12.

Nos Estados Unidos, em estatística rea-lizada em 1965 referente às principaiscausas de morte em crianças de l a 14anos, os acidentes apareceram em primeirolugar, tanto para o grupo de l a 4 anos(31,8%), como para o grupo de 5 a 14anos (18,7%)15. Na Inglaterra, ainda em1965, os acidentes ocuparam também lugarde destaque entre os óbitos: foram a pri-meira causa do grupo de l a 24 anos, aterceira no grupo de 25 a 44 anos e aquinta no grupo de 45 anos e mais15.Especificamente, com relação ao grupo etá-rio adulto — de 15 a 74 anos de idade —as causas externas deram lugar a 15,2%de todas as mortes, no sexo masculino, e5,8%, no sexo feminino, em pesquisa rea-lizada em doze cidades americanas noperíodo de 1962/1964l3. Nas idades maisjovens essas causas foram, proporcional-mente, as mais importantes. Em São Fran-cisco, Cal i fórnia , 86,7% das mortes dehomens de 15 a 24 anos foram devidas aessas causas e a mesma pesquisa mostrouque, em apenas duas, do conjunto de cida-des estudadas, a proporção foi menor que50% — Ribeirão Preto e Lima l 3 .

Em anos próximos a 1970, na Finlândia,Hungria, Estados Unidos e Dinamarca, arepresentação do grupo de acidentes deveículos a motor e outros acidentes (princi-palmente do trabalho e domésticos) foi bas-tante grande, chegando a valores aproxima-damente iguais a 55 por dez mil habitantes2.A Tabela l mostra para vários países oscoeficientes de mortalidade por causasviolentas distribuídos em seus principaisagrupamentos: os acidentes de veículos amotor, as demais mortes acidentais, os sui-cídios e os homicídios,

No Brasil, o problema não é menor. Onúmero de óbitos, pelas causas violentas,como um todo, é alto, devido à elevadaocorrência de acidentes de veículos a motore do grupo representado pelos homicídios.A posição de São Paulo dentre as capitaisbrasileiras revela uma situação precária e

o problema se agrava ao se comparar comos dados mundiais apresentados. Estudandoseparadamente os coeficientes específicospara os sexos masculino e feminino nota-seque o risco de morrer por essas causas émaior entre os homens19.

Com relação às idades, vários trabalhostêm mostrado que as mortes violentas inci-dem principalmente sobre o adulto jovem,Estudo levado a efeito em São Paulo6

mostrou que, para 1970, caso os acidentes,envenenamentos e violências não tivessematuado como fator de risco de morte, ha-veria, para os residentes no município, umganho de 2,36 anos (3,93% a mais) e 0,77anos (1,15% a mais) na esperança de vidaao nascer dos sexos masculino e feminino,respectivamente.

Os dados oficiais para o Município reve-lam que as mortes violentas como um todovêm apresentando valores em ascenção, cor-respondendo a percentual elevado da mor-talidade geral, conforme se vê na Tabela 2.

Do ponto de vista da Saúde Pública énecessária uma análise do problema visandoa conhecer suas características, seu alcance,sua distribuição. O estudo desses aconte-cimentos vai indicar as causas ou fatoresque favorecem sua produção e somente esseconhecimento vai possibilitar a formulaçãode programas visando à sua prevenção.

Tendo em vista os dados existentes quemostram uma importância crescente dasmortes violentas dentro da mortalidade gerale o fato de essas mortes constituírem umaperda desnecessária de vidas, surgiu a idéiadeste trabalho: levantamento e análise damortalidade por causas violentas. A pesquisajustifica-se por si mesma, posto que vai es-tudar o comportamento da mortalidade poressas causas, analisando sua tendência nomunicípio de São Paulo, visando a fornecersubsídios a programas de prevenção quevenham a ser realizados no setor.

O objetivo desta primeira apresentaçãoé estudar a mortalidade por causas violen-tas do município de São Paulo, nos anosde 1960, 1965, 1970 e 1975, caracterizando-asegundo as reais causas básicas de morte.

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MATERIAL E MÉTODOS

Os atestados de óbitos constituem a prin-cipal fonte de todas as estatísticas de mor-talidade. É sabido, entretranto, que apesardessa importância, básica e fundamental,como instrumento de primeira linha paraavaliação de níveis de saúde, conhecimentode prioridades e conseqüente proposição,execução e avaliação de programas, os ates-tados de óbito apresentam-se, muitas vezes,falhos devido ao seu ma preenchimento porparte dos médicos 4 , 8 , 1 0 . Levantamentosmais completos e que melhores subsídiosfornecem às estatísticas de saúde — e con-seqüentes planejamentos no setor — sãoos que partem de pesquisas junto às famí-lias e aos médicos e/ou hospitais que tra-taram de cada paciente que veio a fale-cer 7,13,14. Tal tipo de investigação, entre-tanto, é de execução bastante difícil, prin-cipalmente tendo em vista o elevado custoem que importa sua realização. No casodas mortes violentas, as informações forne-cidas pelos registros feitos junto aos laudosde autópsia — embora não substitutivasdas anteriores — são mais completas efidedignas do que, simplesmente, os atesta-dos de óbito.

O material de estudo referiu-se à tota-lidade dos óbitos por causas não naturaisocorridos em 1960, 1965, 1970 e 1975, noMunicípio de São Paulo, cujas necrópsiasforam feitas no Instituto Médico Legal daSecretaria de Segurança Pública do Estadode São Paulo (IML).

Para sua análise, considerou-se, de umlado, o fato de ter o evento ocorrido nomunicípio de São Paulo e de outro, o daresidência do falecido se localizar nessaárea geográfica. Os critérios de local deresidência e local de ocorrência obedece-ram ao traçado geográfico do município deSão Paulo no ano de 1975, em distritos esubdistritos fazendo-se, para os anos ante-riores, as correções devidas. Foi o caso,por exemplo, de Osasco que, em 1960, per-tencia ao município de São Paulo e em1965 já se constituía em município indivi-

dualizado 3. Por essa razão, os óbitos aiocorridos ou de pessoas aí residentes nãofizeram parte do material deste trabalho.

Foram escolhidos os anos de 1960, 1965,1970 e 1975 porque, objetivando-se estudarsérie histórica e não sendo factível, porcondições várias, o estudo ano a ano, sele-cionaram-se quatro pontos, dos quais doisrepresentavam anos censitários, para osquais se poderia ter o número real dehabitantes distribuído segundo sexo e idade.

Óbitos

Os óbitos, buscando sua completa carac-terização, foram estudados em um duploaspecto:

l°) Causa externa da lesão: procurandodeterminar os eventos ambientais, cir-cunstâncias e condições consideradascomo causa da lesão, foi codificada acausa básica da morte que tem sidodefinida como a "doença ou lesão queiniciou a cadeia de acontecimentos pa-tológicos que conduziram diretamenteà morte ou as circunstâncias do aci-dente ou violência que produziram alesão fatal" 9. Para tanto foi utilizadaa Classificação Suplementar de CausasExternas, Lesões e Envenenamentos,código E da Classificação Internacionalde Doenças, 9a Revisão - CID 99.

2°) a natureza da lesão, ou causa médicada morte, para o que foi usado o capí-tulo XVII — Lesões e Envenenamentosda CID-9.

Por uma razão fundamental, a 9a Revi-são foi escolhida para classificar os tipos demorte, apesar de não ser a classificaçãoem vigor, em nenhum dos anos trabalhados(em 1960 e 1965 vigia a 7a Revisão e em1970 e 1975 vigorava a 8a Revisão). É que,com relação aos acidentes e violências, a9a Revisão, aprovada em 1975 e entrada emvigor em 1979, apresentou-se bastante maispormenorizada que as anteriores, o que,

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para os fins deste trabalho, oferecia nu-merosas vantagens.

As causas externas foram classificadassegundo a lista detalhada de 4 algarismos— Código E — da Classificação Suple-mentar, citada, abrangendo as caterogiasE800 e E999 o que permitiu o estudo decada tipo de causa "de per si", ou segundogrupos julgados convenientes. Esses gruposforam formados, com maior ou menor espe-cificidade, em função da profundidade doestudo de cada tipo de causa.

Como regra geral, foram estudados:

— "acidentes de trânsito de veículos amotor (E 810 a E 819) — grupo cha-mado simplesmente, "acidentes detrânsito";

— "demais acidentes" (E 800 a E 809 eE 820 a E 949);

— "suicídios" (E 950 a E 959);

— "homicídios e intervenções legais"(E 960 a E 969 e E 970 a E 979),grupo chamado, simplesmente, "homi-cídios" e

— "mortes violentas em que se ignorase as lesões foram acidental ou inten-cionalmente infligidas" (E 980 aE 999), grupo denominado, simples-mente, "ignorado".

Visando a uma sistematização do traba-lho, por considerar que, para alguns obje-tivos específicos deste estudo apenas o"local de ocorrência" não era satisfatório,mas se necessitava do conhecimento da re-sidência do falecido, foram formados, como material referido, os seguintes grupos:

— mortes violentas ocorridas no municípiode São Paulo, não importando onde selocalizasse a residência do falecido(Grupo 1)

— mortes violentas ocorridas no municípiode São Paulo de pessoas residentes nes-sa área (Grupo 2)

— mortes violentas ocorridas no municípiode São Paulo, de pessoas para as quaisnão foi possível conhecer o subdistritoou distrito de moradia (pelo fato de ainformação não constar da ficha IMLou porque, apesar de estar anotado oendereço, a sua localização não ter sidoencontrada em quaisquer dos guias con-sultados) (Grupo 3)

— mortes violentas ocorridas no municípiode São Paulo, de pessoas não residen-tes nessa área (Grupo 4)

O Grupo l, chamado "ocorrência", foiutilizado neste trabalho sempre que se obje-tivou uma caracterização das mortes vio-lentas, sem a preocupação do cálculo decoeficientes. Constituiu-se de todo o mate-rial levantado no IML, obedecidos os cri-térios de pertinência a este trabalho; repre-senta a soma dos grupos 2, 3 e 4.

O Grupo 2, chamado "residentes", cons-tituiu-se das mortes de pessoas que resi-diam no Município e para as quais pôde,portanto, ser calculado o risco de morrerpor causas violentas, neste trabalho chama-do coeficiente mínimo de mortalidade.

O Grupo 3, chamado "residência ignora-da", representou um grupo móvel, possívelde ser ou não anexado ao anterior; se seadmitisse que todas as pessoas, cuja resi-dência não foi localizada, morassem em SãoPaulo, suas mortes seriam acrescentadas aoGrupo 2 - "residentes" (e com o total,calculado um novo coeficiente de mortali-dade por essas causas, de agora em diantechamado coeficiente máximo de mortalida-de); contrariamente, se se considerasse quenenhuma dessas pessoas residisse na áreade estudo (caso em que os óbitos de resi-dentes seriam apenas os computados noGrupo 2), o coeficiente anterior se manteriainalterado: coeficiente mínimo de mortali-dade por causas violentas.

O Grupo 4, "não residentes", foi uti-lizado, de preferência, quando a meta foiconhecer se o comportamento da sua mor-talidade, pelas causas citadas, diferia da-quele verificado no grupo de "residentes".

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No decorrer deste trabalho serão utili-zados ora um, ora outro grupo, que pode-rão, entretanto, ser identificados da seguintemaneira:

"ocorrência" sempre que se trabalhar comGrupo 1.

"residentes" quando o estudo fizer refe-rência ao Grupo 2.

"residência ignorada" quando se traba-lhar com o Grupo 3.

"não-residentes" quando se estudar oGrupo 4.

Populações

Visando ao cálculo dos coeficientes demortalidade pelas causas citadas, foi neces-sário estimar o número de habitantes resi-dentes no município de São Paulo, segundo

sexo e idade, para l° de julho dos anosconsiderados, o que foi possível graças aalguns ajustes, a partir dos dados forne-cidos pela Secretaria de Economia e Plane-jamento 5,18.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados dizem respeitoà situação da mortalidade por causas vio-lentas como um todo e em grupos especiaisnos anos de 1960, 1965, 1970 e 1975, nomunicípio de São Paulo, de acordo com osvalores apresentados na Tabela 3, estu-dando sua ocorrência e especificamente asmortes de residentes. A análise será feita,fundamentalmente com base no estudo damortalidade proporcional e dos coeficientesde mortalidade por essas causas.

Ocorrência

Quando se estudou a mortalidade porcausas violentas no município de São Paulo,sem se importar com a localização da resi-dência do falecido, mas somente com o fatode ter o acidente ocorrido nessa área geo-gráfica, obtiveram-se, para os quatro anosestudados, dados que mostram ter se veri-ficado um aumento na mortalidade por essascausas.

Em 1960, o total de óbitos por acidentese violências foi de 1.866, como se viu na

Tabela 3 e cinco anos mais tarde esse totalcrescera para 2.514, o que representou umaumento de 34,73% em relação ao inícioda década. Em 1970, com 4.367 óbitos pelascausas violentas, em geral, o aumento veri-ficado foi da ordem de 73/71% e em 1975,com 5.422 óbitos, o aumento correspondeua 24,00% do total verificado em 1970.

Analisando a distribuição das mortes vio-lentas segundo tipo e sexo — dado o ca-ráter diferencial da mortalidade nos homense nas mulheres — obtiveram-se os dadosda Tabela 4.

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Chama a atenção o fato de, em 1960, osóbitos por causas violentas serem represen-tados em sua maioria pelo grupo dos "de-mais acidentes" responsáveis por 34,14%dessas mortes. Aparecem em segundo lugaros suicídios com 24,97% para ambos ossexos e, em seguida, os acidentes de trân-sito, com 22,88. Homicídios apareceram noquarto posto, com 11,52% do total de óbi-tos e, com 6,49%, as mortes nas quaisse ignorava se as leseõs haviam sido aci-dental ou intencionalmente infligidas (Ta-bela 4).

Em 1965, os acidentes de trânsito já ha-viam assumido o primeiro lugar nos óbitospor causas violentas (30,51%), deixandopara o segundo posto o grupo dos "demaisacidentes", com 28,64%. Os grupos dossuicídios e homicídios, respectivamente com17,38% e 14,48%, ocupavam 3° e 4° luga-res, subindo para 8,99% as mortes violentasnas quais se ignorava se as lesões haviamsido acidentais ou intencionais.

O ano de 1970 representou novo aumentopara óbitos por acidentes de trânsito —(totalizaram 42,36%), subindo também oshomicídios, que assumiram o terceiro lu-gar — 15,25%. Os "demais acidentes"(23,24%) e "suicídios" 10,88% — com per-centuais bem menores que em 1965 — esti-veram em segundo e quarto, respectiva-mente.

Em 1975, os óbitos por "acidentes detrânsito" continuavam em primeiro lugar,representando, agora, 43,73% do total demortes violentas, o que correspondeu a umaumento de 28,16%. O grupo dos "demaisacidentes" também foi maior, passando de23% para quase 26%, mantendo-se os "ho-micídios" no terceiro posto (14,66%) e os"suicídios" no quarto lugar, embora comrepresentação bem menor (7,97%). As mor-tes em que não se pôde determinar se aslesões haviam sido acidentais ou intencio-nais estiveram também em menor número(7,65%).

A Fig. l retrata a situação dos óbitosocorridos no município de São Paulo, se-

gundo o tipo de morte violenta, para cadaum dos quatro anos considerados.

Residentes

Os óbitos do grupo "residentes" repre-sentaram, nos quatro anos, aproximadamen-te 80% do total de mortes por causasviolentas oocrridas no município, conformese viu na Tabela 3. Admitindo que todasas mortes do grupo "residência ignorada"tivessem sido de pessoas também residentesna área de estudo, poder-se-ia concluir queaproximadamente 95% das mortes ocorridasem São Paulo corresponderam a pessoasresidentes no Município.

Com relação aos "residentes", as mortespor causas violentas, como um todo, nosanos estudados, apresentaram-se em ascen-são. Em números absolutos, passaram de1.524, em 1960, para 2.029 em 1965, depois3.477 em 1970 e 4.374 em 1975, o que re-presentou aumentos respectivos de 33,14%,de 1960 para 1965, 71,37% de 1965 para1970 e de 25,80% dessa data a 1975.

Analisando os coeficientes de mortalidadepor causas violentas, nesse período, pôde-severificar que o risco de morrer por essascausas variou de 44,11 a 59,20 por cemmil habitantes, nos dois pontos extremos1960 e 1975 (coeficientes mínimos). Acres-centando ao grupo de "residentes" o de"residência ignorada", puderam ser calcula-dos os coeficientes máximos de mortalidadepor causas violentas: 49,99; declínio para48,96, ascensão para 69,32 e nova quedapara 66,17 por cem mil habitantes, respec-tivamente para 1960, 1965, 1970 e 1975(Tabela 5).

Os valores asumidos pelas proporções epelos coeficientes aproximam o municípiode São Paulo de países como Canadá, Israel,Holanda e Suécia que são locais onde amortalidade por essas causas, como umtodo, é bastante elevada2.

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É importante notar, entretanto, que. paratodos os tipos de acidentes e violênciasexiste uma mortalidade diferencial segundosexo, razão pela qual , em quase todas asetapas deste trabalho deverá ser estuda-do, em separado, cada um dos sexos. Va-riação semelhante ocorreu também quantoaos "tipos" ou "espécies" de mortes vio-lentas, em função do que, sua análise de-talhada também se impôs. A Tabela 6 mos-tra, em números absolutos, as mortes vio-lentas segundo tipo, sexo para "residentes"no município de São Paulo e "residênciaignorada", para cada um dos anos estu-dados.

O conhecimento do número de mortes deresidentes no município de São Paulo se-gundo tipos permi t iu calcular os coeficien-tes específicos de mortalidade por essascausas e sua análise, juntamente com aque-la relativa à mortalidade proporcional se-gundo cada tipo de morte violenta (cal-culada sobre o total de mortes violentas),possibilitou uma visão da situação, paracada um dos anos estudados.

Na Tabela 7 estão expostos us resultadospara cada ano, dentro de cada sexo, apre-sentando os valores, especialmente para ogrupo de "residentes" (mortalidade propor-cional sem inclusão e coeficente mínimo demortalidade) e para os grupos "residentes"e "residência ignorada", em conjunto (mor-

talidade proporcional com inclusão e coe-f ic iente máximo de mortal idade).

Relativamente à mortalidade proporcionalde cada tipo de morte violenta, pode sernotado, pela Fig. 2, o aumento sempre cres-cente dos acidentes de trânsito, aumentoesse ocorrido tanto no sexo masculino quan-to no feminino (Tabela 7). Os "demaisacidentes" apresentavam uma queda de 1960para 1965, para, em seguida, manterem-sepraticamente nos mesmos níveis. Os suicí-dios declinaram acentuadamente, enquantoque os homicídios, que representavam cercade 11% do total de mortes violentas em1960, passaram para 15,80% em 1975.

Em termos de risco de morrer é interes-sante notar os coeficientes sempre maioresno sexo masculino que no feminino, quais-quer que fossem o tipo de morte e o anoconsiderados. Em 1960 os coeficientes maiselevados foram representados pelo grupodos "demais acidentes" no sexo masculinoe "suicídios" entre as mulheres. Em 1965os "acidentes de trânsito de veículos amotor" já haviam assumido a liderança,nos dois sexos, situação que se mantevenos anos seguintes. Considerando os coe-ficientes mínimos, os acidentes de trânsitoaumentaram de 167% do início ao fim doperíodo analisado. Com risco de morrertambém em ascenção, aparecem os homicí-dios, cujos coeficientes passaram de 5,18

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para 6,42 depois 9,14 e 9,35 por cem milhabitantes, respectivamente em cada um dosanos considerados (valores mínimos). O au-mento de 1960 para 1975 foi de 88% parao sexo masculino e 42% para o feminino,sendo importante verificar que, quando seexamina a relação coeficiente masculino/coeficiente feminino, os mais altos valoresapareceram em 1975, significando que, nes-se ano, o risco de morrer por homicídio nosexo masculino foi igual a 7 vezes o repre-sentado pelo feminino.

Os coeficientes relativos aos "demais aci-dentes " apresentaram-se com pequeno de-clínio em 1965, subindo, novamente, aosmesmos níveis, nos anos seguintes. O sui-cídio foi o único tipo de morte violentaque mostrou menor risco com o passar dotempo. No sexo masculino caiu de 17,01para 7,11 por cem mil homens, enquantoque no feminino de 6,97 para 3,51 paracem mil mulheres (va lo res mínimos).

O grupo das mortes violentas em quese ignora se foram acidental ou intencio-nalmente infl igidas tiveram seus coeficien-tes aumentados de 1,82 para 3,18 por cemmil habitantes, considerado somente os re-sidentes e 3,39 para 4,62 quando a essegrupo se agregou o de "residência igno-rada".

5. CONCLUSÕES

As mortes violentas representando apro-ximadamente 8% da mortalidade geral, sig-nifica que, em cada doze mortes, uma sedá por causa externa.

Estudando cada tipo de morte violentaverificou-se que a maior proporção, repre-sentada pelos "demais acidentes" em 1960,mostrou, já em 1965, predominância dosacidentes de trânsito.

Das mortes violentas ocorridas no muni-cípio de São Paulo, aproximadamente 80%correspondem a de pessoas aí residentes.Acrescendo-se o grupo de "residência igno-rada" esse valor atinge a, praticamente,95%.

O risco de morrer por essas causas, noperíodo de 1960 a 1975, cresceu de 44,11para 59,20 por cem mil habitantes, o querepresentou um aumento global de 34,21%(valores mínimos). Tal elevação se deuprincipalmente às custas dos acidentes detrânsito e dos homicídios, já que as demaismortes acidentais mantiveram-se em equi-líbrio e as referentes ao suicídio declina-ram.

A mortalidade por causas violentas nosexo masculino é sempre maior que nofeminino, numa relação aproximadamente de3:1, sendo que nos homicídios alcançou 7:1.

RSPUB9/514

MELLO JORGE, M. H. P. de [Causes of violent death in the municipal region ofS. Paulo, Brazil. 1 — Cronological analysis]. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 14:343-57, 1980.

ABSTRACT: The underlying causes of violent deaths among residents of thegreat municipal area of the city of S. Paulo, Brazil in 1960, 1965, 1970 and1975 were studied. The informations on the autopsies were provided by theInstituto Médico Legal (Institute of Forensic Medicine), the legal entity in chargeof autopsies of these deaths. Analysis was carried out using important epide-miological variables. Results show that risk of death from violent causes incre-ased from 1960 to 1975. The fact that homicide and traffic accidents are themain causes proves that they are important problems to public health.

UNITERMS: Death, vident causes, S. Paulo. Brazil. Homicide. Accidents,traffic.

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Recebido para publicação em 21/02/1980Aprovado para publicação em 23/06/1980