Morte

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"Ó MORTE, ONDE ESTÁ A TUA VITÓRIA?"  (1Cor 15,55) Abril é o mês de Páscoa, da ressurreição de Jesus, vencedor da MORTE. Este acontecimento m arcou toda a história da humanidade, e a bom título. Para entendê-lo em profundidade, é interessante recorrer ao humanismo dos gregos antigos. Sófocles, por exemplo, em 4 41 a.C, redigiu em Atenas, cidade esplendorosa, o drama Antígona, em que descreve,  deslumbrado, a trágica grandeza do homem: "Numerosas são as maravilhas da natureza, mas de todas a maior maravilha é o homem. Através do mar... ele avança e passa sob as vagas volumosas que rugem em torno dele.  A divindade superior a todas as outras, a Gué (Terra) imortal, inesgotável, ele con segue cansá-la com seus arados que, ano após ano, vão e voltam por cima dela, revolven do-a com animais de raça eqüina. E, a tribo dos pássaros ligeiros, ele a apreende e ca ptura; as hordas de animais selvagens e os seres marinhos do oceano, o homem inv entivo apanha-os nas dobras das redes tecidas. Ele domina também, por meio de arma dilhas, o animal agreste montanhês; e, o cavalo de pescoço felpudo, o homem há de cond uzi-lo sob o jugo que o mantém preso dos dois lados, fazendo o mesmo com o incansáve l touro das montanhas... Somente diante de Hades (a MORTE) não encontrará meios de f ugir" (I vv. 333-375).  Para Sófocles, a MORTE é a grande e inevitável bofetada no homem, dominador da naturez a gigantesca. Nada a fazer contra ela!...  Na literatura hebraica encontra-se um texto paralelo ao de Sófocles: é o salmo 8, at ribuído ao rei Davi (século X a.C). Pois bem; Jesus Cristo veio dizer ao homem que a própria MORTE está vencida. Ele é "o Vivente; esteve morto, mas agora está vivo pelos séculos dos séculos e tem nas mãos as c haves da MORTE e da região dos Mortos (Hades)" (Ap 1,18). Assim dissipa-se a trist eza que obscurecia o quadro otimista de Sófocles. A ressurreição de Cristo é o penhor da  ressurreição de todos os homens.  Ora, certa vez no Areópago, praça central da Atenas de Sófocles, São Paulo anunciou aos gregos o ideal do homem novo, mais forte do que a MORTE. Escarneceram-no então, po is parecia tratar-se de uma fábula ou de uma utopia. Sim; eis o que se lê em At 17,3 0-33:  Paulo disse:  'Deus fixou um dia no qual julgará o mundo com justiça por meio do home m a quem designou, dando-lhe crédito diante de todos ao ressuscitá-lo dentre os mort os'. Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, alguns começaram a zombar, enquanto outros diziam: 'A respeito disso vamos ouvir-te outra vez'. Foi assim que Paulo se retirou do meio deles".  Após esta experiência, Paulo dizia que nada mais queria saber senão Jesus Cristo, e Je sus Cristo crucificado (cf. 1Cor 2,1s). A sabedoria meramente humana não atinge o desígnio transcendental de Deus. Este é belo e grande demais para que o homem por si  só creia que é verdade!  "Graças sejam tributadas a Deus por seu inefável dom!" (2Cor 9,15). E.B.

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7/17/2019 Morte

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"Ó MORTE, ONDE ESTÁ A TUA VITÓRIA?" (1Cor 15,55)Abril é o mês de Páscoa, da ressurreição de Jesus, vencedor da MORTE. Este acontecimentarcou toda a história da humanidade, e a bom título. Para entendê-lo em profundidade, éinteressante recorrer ao humanismo dos gregos antigos. Sófocles, por exemplo, em 441 a.C, redigiu em Atenas, cidade esplendorosa, o drama Antígona, em que descreve, deslumbrado, a trágica grandeza do homem:"Numerosas são as maravilhas da natureza, mas de todas a maior maravilha é o homem.Através do mar... ele avança e passa sob as vagas volumosas que rugem em torno dele. A divindade superior a todas as outras, a Gué (Terra) imortal, inesgotável, ele consegue cansá-la com seus arados que, ano após ano, vão e voltam por cima dela, revolvendo-a com animais de raça eqüina. E, a tribo dos pássaros ligeiros, ele a apreende e captura; as hordas de animais selvagens e os seres marinhos do oceano, o homem inventivo apanha-os nas dobras das redes tecidas. Ele domina também, por meio de armadilhas, o animal agreste montanhês; e, o cavalo de pescoço felpudo, o homem há de conduzi-lo sob o jugo que o mantém preso dos dois lados, fazendo o mesmo com o incansável touro das montanhas... Somente diante de Hades (a MORTE) não encontrará meios de fugir" (I vv. 333-375). Para Sófocles, a MORTE é a grande e inevitável bofetada no homem, dominador da natureza gigantesca. Nada a fazer contra ela!... Na literatura hebraica encontra-se um texto paralelo ao de Sófocles: é o salmo 8, at

ribuído ao rei Davi (século X a.C).Pois bem; Jesus Cristo veio dizer ao homem que a própria MORTE está vencida. Ele é "oVivente; esteve morto, mas agora está vivo pelos séculos dos séculos e tem nas mãos as haves da MORTE e da região dos Mortos (Hades)" (Ap 1,18). Assim dissipa-se a tristeza que obscurecia o quadro otimista de Sófocles. A ressurreição de Cristo é o penhor d ressurreição de todos os homens. Ora, certa vez no Areópago, praça central da Atenas de Sófocles, São Paulo anunciou aosgregos o ideal do homem novo, mais forte do que a MORTE. Escarneceram-no então, pois parecia tratar-se de uma fábula ou de uma utopia. Sim; eis o que se lê em At 17,30-33: Paulo disse:  'Deus fixou um dia no qual julgará o mundo com justiça por meio do home

m a quem designou, dando-lhe crédito diante de todos ao ressuscitá-lo dentre os mortos'. Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, alguns começaram a zombar, enquantooutros diziam: 'A respeito disso vamos ouvir-te outra vez'. Foi assim que Paulose retirou do meio deles". Após esta experiência, Paulo dizia que nada mais queria saber senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado (cf. 1Cor 2,1s). A sabedoria meramente humana não atinge odesígnio transcendental de Deus. Este é belo e grande demais para que o homem por si só creia que é verdade! "Graças sejam tributadas a Deus por seu inefável dom!" (2Cor 9,15).E.B.