Mota, N ;Sepp, A ; Jesus, A ;Oliveira, RF e... · Dados demográficos como instituição e curso de...

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CONCLUSÃO Mota, N 1 ; Sepp, A 2 ; Jesus, A 3,4 ; Oliveira, RF 3,5 1 Estudante 4º ano de Licenciatura em Farmácia; 2 Tallinna Tervishoiu Kõrgkool (Tallinn Health Care College), Tallinn, Estonia; 3 Núcleo de Investigação em Farmácia, Centro de Investigação em Saúde e Ambiente (CISA), Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP), Instituto Politécnico do Porto (IPP) Vila Nova de Gaia, PORTUGAL. 4 Centro de Investigação em Educação (CIEd), Instituto de Educação, Universidade do Minho, Braga, Portugal; 5 Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. INTRODUÇÃO Globalmente, o vírus do papiloma humano (HPV) é a segunda causa mais comum de cancro associado a mortalidade e morbilidade entre as mulheres devido ao seu relacionamento com o cancro do colo do útero (CCU) e caracteriza-se também como uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais prevalentes. Entre 2000 e 2006, foram diagnosticados cerca de 1.401.400 casos de CCU e estima-se que seja responsável por cerca de 260.000 mortes anuais. Aproximadamente 80% destas mortes ocorrem nos países em desenvolvimento. 1-5 Um estudo Americano indicou que cerca de 30% a 40% das mulheres entre os 14 e 40 anos encontram/se infectadas pelo HPV e cerca de 75% foi infectada em alguma altura da sua vida. 6 Estudos mostram que este vírus é também responsável por um razoável numero de casos de cancro da vulva, vagina, ânus, pénis, orofaringeos e pulmonares. Com um número estimado de mais de 200 diferentes estirpes, este vírus é maioritariamente assintomático. Existem 13 a 18 tipos diferentes de HPV considerados de elevado risco oncogénico (HPV-ERO) responsáveis pela maioria dos casos de cancro. 7-11 As estirpes consideradas de baixo risco oncogénico (HPV-BRO) 5,12 estão intimamente relacionadas com riscos clínicos menores como lesões (e.g: verrugas) na mucosa oral, genital, anal e laríngea. Recentemente, o avançado conhecimento molecular da estrutura do HPV permitiu aos investigadores o desenvolvimento de medidas preventivas e de tratamento face ao vírus, incluindo a introdução de uma vacina no mercado aprovada pela FDA muito eficiente especialmente nas mulheres mais jovens. 1-4 OBJECTIVOS Este foi um estudo comparativo com o propósito de avaliar o conhecimento possuído pelos estudantes do Ensino Superior da área da Saúde da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP) e da Tallinna Tervishoiu Kõrgkool (TTK) sobre o HPV e suas consequências e, pretendíamos que este estudo contribuísse para uma profunda análise estatística comparativa relativa à transmissão do vírus e sua prevenção na população estudantil, ao mesmo tempo que explora uma possível relação entre as prévias variáveis e medidas governamentais de cada País. Desenho do estudo, amostra, e colheita de dados Este foi um estudo descritivo transversal conduzido desde Novembro 2010 até Abril 2011 entre estudantes da ESTSP, localizada em Gaia, Portugal, e do TTK, localizada em Tallinn, Estónia. O estudo foi conduzido através de um questionário online com um total de dezoito perguntas. O questionário incluiu questões do foro do conhecimento sobre o HPV e CCU, as suas consequências e meios de prevenção, perfil comportamental e dados demográficos como nacionalidade, sexo, idade, instituição de ensino, curso e ano académico frequentado. As questões eram simples e concisas. Foi concebido um estudo piloto ao questionário utilizando treze (13) alunos do primeiro ano de Optometria e modificado para assegurar o seu total preenchimento nomeadamente às respostas a analisar. Considerações éticas A permissão para a realização do estudo foi requerida à equipa ética da ESTSP e TTK. A participação foi voluntária e, um texto introdutório antes do questionário explicando o seu propósito e objectivos foi conduzido de modo a obter o consentimento informado dos participantes. A confidencialidade do questionários foi mantida em todas as fases do estudo. Foi disposta a oportunidade de receber um resumo dos resultados aos participantes que assim o desejassem. A questão 19 perguntava “Deseja receber o resumo dos resultados?” e, se “Sim”, o participante era directamente redireccionado à questão 20 “Por favor, digite o endereço de email onde deseja receber o resumo”. Este parâmetro não quebra a confidencialidade do questionário uma vez que não requer o endereço electrónico pessoal. Ferramenta teórica O questionário foi realizado através de uma forma adaptada de Ricardo Lopez and Shari McMahan (2007) 13 que segue o Health Belief Model(HBM) usado na previsão e explicação de comportamentos na saúde, e de um trabalho de estudantes da Faculdade de Medicina do Porto. 14 Análise de dados O questionário foi elaborado através da ferramenta informática do Google Docs e enviado via electrónica aos estudantes. Os participantes possuíam o acesso a algumas questões mediante as suas respostas. Desta forma, asseguramos que a resposta a cada questão não era induzida pelas previamente colocadas. Os dados foram introduzidos directamente no Microsoft Excel 2007 e importados para o software IBM SPSS Statistic 19 versão Windows para a sua análise. O teste Qui- Quadrado foi conduzido na verificação de uma possível associação entre as variáveis. Todos os testes estatísticos foram analisados bilateralmente com um grau de significância de 0.05 correspondendo a um grau de confiança de 95% associados aos valores de P. Os valores de P com três casas decimais e menores que 0.001 foram descritos como <0.001. Este estudo mediu o grau de conhecimento sobre o HPV e CCU e suas consequências. Para a análise, as questões foram separadas e classificadas quatro diferentes grupos: Perspectivas dos estudantes acerca do seu conhecimento relativamente ao HPV e CCU; Conhecimento sobre e epidemiologia e diagnóstico do CCU; Conhecimento acerca do HPV, meios de transmissão e consequências; Vacinas preventivas e atitudes face à vacinação. Os resultados em percentagem foram todos arredondados salvo valores <0.5%. Dados demográficos como instituição e curso de Farmácia foram também analisados e comparados entre os dois Países (Portugal e Estónia). Foi antecipado que entre os participantes que não recorriam à vacinação justificassem a sua opção como “Preço da vacina”. À questão 11 “O HPV pode infectar:foi também esperado a resposta “Homens e mulheres” e à questão 12 “O HPV é sintomático:foi esperado que a maioria das respostas apontassem “Apenas nas mulheres”. RESULTADOS Um total de duzentos e cinquenta e três (n=253) alunos responderam ao questionário. Treze (n=13) eram do sexo masculino, duzentos e trinta e nove (n=239) eram do sexo feminino e um (n=1) não preencheu este campo. Deste grupo, cento e setenta (n=170) eram estudantes da ESTSP (8 do sexo masculino (4,7%); 162 sexo feminino (95,3%)) e oitenta e dois (n=82) estudantes do TTK (5 do sexo masculino (6.1%); 77 do sexo feminino (93,9%)). Destes, cento e setenta e um (n=171; 68%) eram Portugueses, sessenta e quatro (n=64; 25%) eram de nacionalidade Estoniana e dezoito (n=18; 7%) eram de origem Russa. -de ser causado por um vírus com diferença estatística (99% confiança; valor de P = 0.001) entre a ESTSP (94%) e o TTK (79%). Entre todos os estudantes que responderam correctamente à questão anterior, 99% reconheceu o HPV como possível causa para o CCU. Dos procedimentos no diagnóstico e rastreio do CCU, 91% dos estudantes identificou correctamente o teste Papanicolau e apenas 29% respondeu acertadamente “Exame pélvico” com diferença estatística entre as Instituições (95% confiança; ESTSP: 24%; TTK: 39%) e 71% respondeu que o rastreio do CCU deve ser efectuado anualmente com diferença estatística entre a ESTSP (79%) e TTK (55%) a 99% de confiança. O grupo relativo ao conhecimento sobre o HPV, meios de transmissão e consequências, 66% de todos os estudantes identificou o HPV como uma das mais comuns DSTs nas mulheres jovens. Menos de metade (42%) de todos os estudantes parecia saber que o HPV não causa herpes genital com diferença estatística (99% confiança) e apenas 16% respondeu correctamente (“Verdadeiro”) com diferença estatística (99% confiança) à questão “O HPV aumenta o risco de cancro da nasofaringe. Com um resultado estatisticamente diferente, 57% parecia saber que as verrugas genitais podem ser causadas pelo HPV (95% confiança). 43% respondeu acertadamente (“Falso”) quando confrontados com a afirmação “Se o exame Papanicolau for normal, a mulher não se encontra infectada pelo HPV”, 43% disse apropriadamente, com diferença estatística, que as estirpes HPV16/18 são consideradas de alto risco e podem levar a cancro (95% confiança). Acerca da transmissão viral, 94% respondeu que se efectua por contacto sexual e apenas 14% considera que o contacto com a pele possui também um papel activo na transmissão. Este último resultado foi estatisticamente diferente entre as duas Instituições (99% confiança; valor de P = <0.001). Entre os factores que aumentam o risco de infecção por HPV, 91% (90% ESTSP; 94% TTK) respondeu “Múltiplos parceiros sexuais”, 86% (87% ESTSP; 84% TTK) “Não uso do preservativo”, 25% (19% ESTSP; 35% TTK) respondeu “Idade” (estatisticamente diferente; 95% confiança), e 52% (45% ESTSP; 66% TTK) respondeu “Imunodeficiências” (estatisticamente diferente; 95% confiança). Entre todas as respostas à questão “O HPV pode infectar” 63% (59% ESTSP; 72% TTK) escolheu a opção “Homens e mulheres” e à questão “O HPV é sintomático” 55% (55% ESTSP; 55% TTK) respondeu “Apenas nas mulheres” e apenas 35% (34% ESTSP; 37% TTK) respondeu correctamente “Homens e mulheres”. O grupo “Vacinas preventivas e atitudes face à vacinação” mostrou-nos que 85% (93% ESTSP; 67% TTK) parece ter conhecimento que a vacinação é uma medida preventiva contra o CCU com diferença estatística (99% confiança) entre as duas Instituições. Dos 214 alunos que responderam “Sim” à questão anterior, 36% (n=76) já administrara a vacina (47% (n=74) ESTSP; 4% (n=2 ) TTK), 35% (n=74) está a considerar administrar a vacina (29% (n=46) ESTSP; 51% (n=28) TTK), 24% (n=51) respondeu não estar predisposto a administrar a vacina (19% (n=30) ESTSP; 38% (n=21) TTK) e 6% não desejou responder. Dos participantes que pensam em não administrar a vacina, 71% (80% ESTSP; 57% TTK) justificou a sua resposta devido ao seu preço. DISCUSSÃO MATERIAIS E MÉTODOS Os nossos resultados indicam que cerca de 91% (94% ESTSP; 87% TTK) de todos os estudantes já ouviram informação relativa ao CCU e consideram saber o que é, apenas 4% nunca ouviu falar do HPV e 74% (78% ESTSP; 66% TTK) de todos os estudantes ouviram falar sobre o HPV e têm a percepção de saber o que é (resultado estatisticamente diferente a um intervalo de confiança de 95%). Dos prévios 91%, aproximadamente 81% reportou ter ouvido falar sobre o HPV e saber o que é. Relativamente ao conhecimento sobre a epidemiologia, diagnóstico e sua frequência do CCU, concluímos que 89% de todos os estudantes parecem ter noção que o CCU po- Este estudo foi conduzido em prol de avaliar o grau de conhecimento de alunos no ensino superior na área da saúde acerca de um dos vírus mais comuns sexualmente transmissíveis assim como do CCU entre dois estabelecimentos em diferentes países. Neste estudo concluímos que a maioria dos estudantes se encontra familiarizada com o conceito HPV e CCU e correlacionam as duas componentes como causa/efeito. Além desta correlação, os estudantes parecem não se encontrar suficientemente alertados acerca de outros riscos da infecção por HPV como cancro da nasofaringe ou verrugas genitais (16% e 57% das respostas de todos os alunos, respectivamente). Relativamente à transmissão do vírus, quase todos os estudantes identificaram correctamente “múltiplos parceiros sexuais” como factor de risco à infecção por HPV, mas apenas 14% assumiu “contacto com a pele” como possível via de transmissão. Cerca de 63% dos estudantes parece ter conhecimento que o HPV pode infectar homens e mulheres mas apenas pequena porção (35%) presume que o HPV é sintomático em ambos os sexos. De um ponto de vista geral, os estudantes do TTK obtiveram uma maior percentagem de respostas correctas em relação aos estudantes da ESTSP. No entanto, os estudantes da ESTSP parecem encontrar-se mais familiarizados em relação aos estudantes do TTK com a vacina profilática contra o HPV onde, apenas 2 (4%), administraram a vacina comparativamente a 74 (47%) dos estudantes da ESTSP. Provavelmente, este facto deve-se às medidas governamentais Portuguesas que comparticipa a vacina tetravalente Gardasil ® a mulheres até aos 18 anos de idade inclusive permitindo a sua administração gratuita. 16 A educação é uma das medidas básicas e simples que contribuirá para o diagnóstico prévio da doença e da qual a triagem se deve basear. É importante que programas educacionais sejam desenvolvidos para aumentar a cultura do País e desmistificar alguns parâmetros que prevaleçam em relação ao cancro, nomeadamente, ao HPV. Ao contrário do senso comum que relaciona este vírus apenas a casos problemáticos no sexo feminino, também o sexo oposto deverá ser alertado para as medidas preventivas e complicações que poderão advir da perseverança do vírus. As mulheres devem ser encorajadas a realizarem testes de rastreio pelo menos uma vez por ano e compreenderem que um teste negativo não significa necessariamente uma possível contracção viral no futuro e consequente infecção. Por outro lado, um teste positivo não se traduz seguramente em cancro mas necessitará de uma investigação aprofundada. A educação através dos meios de comunicação por si só não será 100% eficaz. Torna-se, por isso, fundamental que, simultaneamente aos testes de rastreio ou diagnóstico, os utentes sejam devidamente informados em relação às diversas componentes da patologia. A comunicação deverá ser proporcionada de forma interactiva e não apenas passiva. Medidas como retroinformação asseguram ao informador que o utente assimilou a mensagem transmitida. Os planos de vacinação deveriam ser alargados, ou mesmo implementados, relativamente à Estónia, de modo a aumentar o nível de saúde pública e prevenir os custos de tratamento. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública 17 anuncia que as doenças causadas pelo HPV representam um custo anual para o Serviço Nacional de Saúde de 45,8 milhões de euros e que apenas as estirpes 6, 11, 16 e 48 são responsáveis por um custo de 24,2 milhões de euros (52,9%). O estudo reporta ainda, que a administração da vacina poderá levar a uma poupança anual de 11,5 milhões de euros em diagnósticos e tratamentos e, em 30 anos, o Estado poderá economizar cerca de 114 milhões de euros. Valores obtidos que podem determinar acções e medidas Governamentais importantes no sistema da Economia e da Saúde. REFERÊNCIAS 1- Castellsagué X. Natural history and epidemiology of HPV infection and cervical cancer. s.l. : Gynecol Oncol, Setembro 2008, Vols. 110(3 Suppl 2):S4-7 2- Luis O Sanchez-Vargas, Cecilia Diaz-Hernandez, Alejandro Martinez-Martinez Detection of Human Papilloma Virus (HPV) in oral mucosa of women with cervical lesions and their relation to oral sex practices. s.l. : Infectious Agents and Cancer, 4 Dezembro 2010, Vols. 10.1186/1750-9378-5-25 3- . Chauhan SC, Jaggi M, Bell MC, Verma M, Kumar D. Epidemiology of Human Papilloma Virus (HPV) in Cervical Mucosa. s.l. : Methods Mol Biol, 2009, Vols. 471:439-56. 4- Trottier H, Franco EL. The epidemiology of genital human papillomavirus infection. s.l. : Vaccine, 30 Março 2006, Vols. Suppl 1:S1-15 5- World Health Organization. Cervical Cancer Screening in Developing Countries. [Online] 2002. [Cited: Dezembro 16, 2010.] <http://whqlibdoc.who.int/publications/2002/9241545720.pdf> 6- Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines. Genital Warts. [Online] 2006. [Cited: Janeiro 9, 2010.] <www.cdc.gov/std/treatment/2006/genital-warts.htm> 7- Hausen, Harald Zur. Infections causing human cancer. s.l. : WILEY-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA, 2006. 8- Marco Ferreira, Mateus Crespo, Luis Martins e Ana Félix. HPV DNA detection and genotyping in 21cases of primary invasive squamous cell carcinoma of the vagina. s.l. : Modern Pathology. USCAP, 2008, Vols. 21, 968972. 9- Kiyahu MT, Shibata D, Arnheim N. Detection of human papillomavirus in formalin-fixed, invasive squamous carcinomas using the polymerase chain reaction. s.l. : Am J Surg Pathol, 1989, Vols. 13:221224 10- Daling JR, Madeleine MM, Schwartz SM, et al. A population-based study of squamous cell vaginal cancer: HPV and cofactors. s.l. : Gynecol Oncol, 2002, Vols. 84: 263270 11- Koyamatsu Y, Yokoyama M, Nakao Y, et al. A comparative analysis of human papillomavirus types 16 and 18 and expression of p53 gene and Ki-67 in cervical, vaginal, and vulvar carcinomas. s.l. : Gynecol Oncol, 2003, Vols. 90:547551. 12- Tonia Buonomo, Laura Carraresi, Mara Rossini, Rosanna Martinelli. Involvement of Aryl Hydrocarbon receptor signaling in the development of Small Cell Lung Cancer induced by HPV E6/E7 oncoproteins. s.l. : BioMed. Journal of Translational Medicine, 2011, Vols. 9:2 doi:10.1186/1479-5876-9-2 13- Ricardo Lopez and Shari McMahan. College Women’s Perception and Knowledge of Human. Californian Journal of Health Promotion, 2007, Vols. Volume 5, Issue 3, 12-25. 14- Faculdade de Medicina do Porto. [Online] <http://medicina.med.up.pt/im/trabalhos07_08/www/t18/SITE/questionnaire.pdf>. 15- Direcção Geral de Saúde. Programa Nacional de Vacinação (PNV) Introdução da vacina contra infecções por Vírus do Papiloma Humano. Nº: 22/DSCS/DPCD. 17/10/08 16- Direcção Geral de Saúde. Programa Nacional de Vacinação (PNV) Introdução da vacina contra infecções por Vírus do Papiloma Humano. Nº: 22/DSCS/DPCD. 17/10/08 17- Portal do Cidadão com Deficiência. Cancro do colo do útero faz 270 mortes por ano em Portugal. A NOSSA VOZ. [Online] Maio 10, 2011. [Cited: Junho 5, 2011.] http://www.pcd.pt/noticias/ver.php?id=9498.

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CONCLUSÃO

Mota, N 1; Sepp, A 2; Jesus, A 3,4; Oliveira, RF 3,5

1 Estudante 4º ano de Licenciatura em Farmácia; 2 Tallinna Tervishoiu Kõrgkool (Tallinn Health Care College), Tallinn, Estonia; 3 Núcleo de Investigação em Farmácia, Centro deInvestigação em Saúde e Ambiente (CISA), Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP), Instituto Politécnico do Porto (IPP) Vila Nova de Gaia, PORTUGAL. 4Centro deInvestigação em Educação (CIEd), Instituto de Educação, Universidade do Minho, Braga, Portugal; 5Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal.

INTRODUÇÃOGlobalmente, o vírus do papiloma humano (HPV) é a segunda causa mais comum de cancro associado a mortalidade e

morbilidade entre as mulheres devido ao seu relacionamento com o cancro do colo do útero (CCU) e caracteriza-se

também como uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais prevalentes. Entre 2000 e 2006, foram

diagnosticados cerca de 1.401.400 casos de CCU e estima-se que seja responsável por cerca de 260.000 mortes anuais.

Aproximadamente 80% destas mortes ocorrem nos países em desenvolvimento. 1-5

Um estudo Americano indicou que cerca de 30% a 40% das mulheres entre os 14 e 40 anos encontram/se infectadas pelo

HPV e cerca de 75% foi infectada em alguma altura da sua vida. 6 Estudos mostram que este vírus é também responsável

por um razoável numero de casos de cancro da vulva, vagina, ânus, pénis, orofaringeos e pulmonares.

Com um número estimado de mais de 200 diferentes estirpes, este vírus é maioritariamente assintomático. Existem 13 a

18 tipos diferentes de HPV considerados de elevado risco oncogénico (HPV-ERO) responsáveis pela maioria dos casos de

cancro. 7-11 As estirpes consideradas de baixo risco oncogénico (HPV-BRO) 5,12 estão intimamente relacionadas com riscos

clínicos menores como lesões (e.g: verrugas) na mucosa oral, genital, anal e laríngea.

Recentemente, o avançado conhecimento molecular da estrutura do HPV permitiu aos investigadores o desenvolvimento

de medidas preventivas e de tratamento face ao vírus, incluindo a introdução de uma vacina no mercado aprovada pela FDA

muito eficiente especialmente nas mulheres mais jovens. 1-4

OBJECTIVOSEste foi um estudo comparativo com o propósito de avaliar o conhecimento possuído pelos estudantes do Ensino Superior

da área da Saúde da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP) e da Tallinna Tervishoiu Kõrgkool (TTK)

sobre o HPV e suas consequências e, pretendíamos que este estudo contribuísse para uma profunda análise estatística

comparativa relativa à transmissão do vírus e sua prevenção na população estudantil, ao mesmo tempo que explora uma

possível relação entre as prévias variáveis e medidas governamentais de cada País.

Desenho do estudo, amostra, e colheita de dados

Este foi um estudo descritivo transversal conduzido desde Novembro 2010 até Abril 2011 entre estudantes da ESTSP,

localizada em Gaia, Portugal, e do TTK, localizada em Tallinn, Estónia. O estudo foi conduzido através de um

questionário online com um total de dezoito perguntas. O questionário incluiu questões do foro do conhecimento sobre o

HPV e CCU, as suas consequências e meios de prevenção, perfil comportamental e dados demográficos como

nacionalidade, sexo, idade, instituição de ensino, curso e ano académico frequentado. As questões eram simples e

concisas. Foi concebido um estudo piloto ao questionário utilizando treze (13) alunos do primeiro ano de Optometria e

modificado para assegurar o seu total preenchimento nomeadamente às respostas a analisar.

Considerações éticas

A permissão para a realização do estudo foi requerida à equipa ética da ESTSP e TTK. A participação foi voluntária e, um

texto introdutório antes do questionário explicando o seu propósito e objectivos foi conduzido de modo a obter o

consentimento informado dos participantes. A confidencialidade do questionários foi mantida em todas as fases do

estudo. Foi disposta a oportunidade de receber um resumo dos resultados aos participantes que assim o desejassem. A

questão 19 perguntava “Deseja receber o resumo dos resultados?” e, se “Sim”, o participante era directamente

redireccionado à questão 20 “Por favor, digite o endereço de email onde deseja receber o resumo”. Este parâmetro não

quebra a confidencialidade do questionário uma vez que não requer o endereço electrónico pessoal.

Ferramenta teórica

O questionário foi realizado através de uma forma adaptada de Ricardo Lopez and Shari McMahan (2007) 13 que segue o

“Health Belief Model” (HBM) usado na previsão e explicação de comportamentos na saúde, e de um trabalho de

estudantes da Faculdade de Medicina do Porto. 14

Análise de dados

O questionário foi elaborado através da ferramenta informática do Google Docs e enviado via electrónica aos estudantes.

Os participantes possuíam o acesso a algumas questões mediante as suas respostas. Desta forma, asseguramos que a

resposta a cada questão não era induzida pelas previamente colocadas. Os dados foram introduzidos directamente no

Microsoft Excel 2007 e importados para o software IBM SPSS Statistic 19 versão Windows para a sua análise. O teste Qui-

Quadrado foi conduzido na verificação de uma possível associação entre as variáveis. Todos os testes estatísticos foram

analisados bilateralmente com um grau de significância de 0.05 correspondendo a um grau de confiança de 95%

associados aos valores de P. Os valores de P com três casas decimais e menores que 0.001 foram descritos como <0.001.

Este estudo mediu o grau de conhecimento sobre o HPV e CCU e suas consequências. Para a análise, as questões foram

separadas e classificadas quatro diferentes grupos: Perspectivas dos estudantes acerca do seu conhecimento

relativamente ao HPV e CCU; Conhecimento sobre e epidemiologia e diagnóstico do CCU; Conhecimento acerca do HPV,

meios de transmissão e consequências; Vacinas preventivas e atitudes face à vacinação. Os resultados em percentagem

foram todos arredondados salvo valores <0.5%.

Dados demográficos como instituição e curso de Farmácia foram também analisados e comparados entre os dois Países

(Portugal e Estónia).

Foi antecipado que entre os participantes que não recorriam à vacinação justificassem a sua opção como “Preço da

vacina”. À questão 11 “O HPV pode infectar:” foi também esperado a resposta “Homens e mulheres” e à questão 12 “O

HPV é sintomático:” foi esperado que a maioria das respostas apontassem “Apenas nas mulheres”.

RESULTADOSUm total de duzentos e cinquenta e três (n=253) alunos responderam ao questionário. Treze (n=13) eram do sexo

masculino, duzentos e trinta e nove (n=239) eram do sexo feminino e um (n=1) não preencheu este campo. Deste grupo,

cento e setenta (n=170) eram estudantes da ESTSP (8 do sexo masculino (4,7%); 162 sexo feminino (95,3%)) e oitenta e

dois (n=82) estudantes do TTK (5 do sexo masculino (6.1%); 77 do sexo feminino (93,9%)). Destes, cento e setenta e um

(n=171; 68%) eram Portugueses, sessenta e quatro (n=64; 25%) eram de nacionalidade Estoniana e dezoito (n=18; 7%) eram

de origem Russa.

-de ser causado por um vírus com diferença estatística (99% confiança; valor de P = 0.001) entre a ESTSP (94%) e o TTK

(79%). Entre todos os estudantes que responderam correctamente à questão anterior, 99% reconheceu o HPV como

possível causa para o CCU. Dos procedimentos no diagnóstico e rastreio do CCU, 91% dos estudantes identificou

correctamente o teste Papanicolau e apenas 29% respondeu acertadamente “Exame pélvico” com diferença estatística

entre as Instituições (95% confiança; ESTSP: 24%; TTK: 39%) e 71% respondeu que o rastreio do CCU deve ser efectuado

anualmente com diferença estatística entre a ESTSP (79%) e TTK (55%) a 99% de confiança.

O grupo relativo ao conhecimento sobre o HPV,

meios de transmissão e consequências, 66% de todos

os estudantes identificou o HPV como uma das mais

comuns DSTs nas mulheres jovens. Menos de metade

(42%) de todos os estudantes parecia saber que o

HPV não causa herpes genital com diferença

estatística (99% confiança) e apenas 16% respondeu

correctamente (“Verdadeiro”) com diferença

estatística (99% confiança) à questão “O HPV

aumenta o risco de cancro da nasofaringe. Com um

resultado estatisticamente diferente, 57% parecia

saber que as verrugas genitais podem ser causadas

pelo HPV (95% confiança). 43% respondeu

acertadamente (“Falso”) quando confrontados com

a afirmação “Se o exame Papanicolau for normal, a

mulher não se encontra infectada pelo HPV”, 43%

disse apropriadamente, com diferença estatística,

que as estirpes HPV16/18 são consideradas de altorisco e podem levar a cancro (95% confiança).

Acerca da transmissão viral, 94% respondeu que se efectua por contacto sexual e apenas 14% considera que o contacto com

a pele possui também um papel activo na transmissão. Este último resultado foi estatisticamente diferente entre as duas

Instituições (99% confiança; valor de P = <0.001). Entre os factores que aumentam o risco de infecção por HPV, 91% (90%

ESTSP; 94% TTK) respondeu “Múltiplos parceiros sexuais”, 86% (87% ESTSP; 84% TTK) “Não uso do preservativo”, 25% (19%

ESTSP; 35% TTK) respondeu “Idade” (estatisticamente diferente; 95% confiança), e 52% (45% ESTSP; 66% TTK) respondeu

“Imunodeficiências” (estatisticamente diferente; 95% confiança). Entre todas as respostas à questão “O HPV pode infectar”

63% (59% ESTSP; 72% TTK) escolheu a opção “Homens

e mulheres” e à questão “O HPV é sintomático” 55%

(55% ESTSP; 55% TTK) respondeu “Apenas nas

mulheres” e apenas 35% (34% ESTSP; 37% TTK)

respondeu correctamente “Homens e mulheres”.

O grupo “Vacinas preventivas e atitudes face à

vacinação” mostrou-nos que 85% (93% ESTSP; 67%

TTK) parece ter conhecimento que a vacinação é

uma medida preventiva contra o CCU com diferença

estatística (99% confiança) entre as duas

Instituições. Dos 214 alunos que responderam “Sim”

à questão anterior, 36% (n=76) já administrara a

vacina (47% (n=74) ESTSP; 4% (n=2 ) TTK), 35% (n=74)

está a considerar administrar a vacina (29% (n=46)

ESTSP;51% (n=28) TTK), 24% (n=51) respondeu não estar predisposto a administrar a vacina (19% (n=30) ESTSP; 38% (n=21) TTK) e

6% não desejou responder. Dos participantes que pensam em não administrar a vacina, 71% (80% ESTSP; 57% TTK) justificou a

sua resposta devido ao seu preço.

DISCUSSÃO

MATERIAIS E MÉTODOS

Os nossos resultados indicam que cerca de

91% (94% ESTSP; 87% TTK) de todos os

estudantes já ouviram informação relativa ao

CCU e consideram saber o que é, apenas 4%

nunca ouviu falar do HPV e 74% (78% ESTSP;

66% TTK) de todos os estudantes ouviram

falar sobre o HPV e têm a percepção de

saber o que é (resultado estatisticamente

diferente a um intervalo de confiança de

95%). Dos prévios 91%, aproximadamente 81%

reportou ter ouvido falar sobre o HPV e

saber o que é. Relativamente ao

conhecimento sobre a epidemiologia,

diagnóstico e sua frequência do CCU,

concluímos que 89% de todos os estudantes

parecem ter noção que o CCU po-

Este estudo foi conduzido em prol de avaliar o grau de conhecimento de alunos no ensino superior na área da saúde

acerca de um dos vírus mais comuns sexualmente transmissíveis assim como do CCU entre dois estabelecimentos em

diferentes países.

Neste estudo concluímos que a maioria dos estudantes se encontra familiarizada com o conceito HPV e CCU e

correlacionam as duas componentes como causa/efeito. Além desta correlação, os estudantes parecem não se encontrar

suficientemente alertados acerca de outros riscos da infecção por HPV como cancro da nasofaringe ou verrugas genitais

(16% e 57% das respostas de todos os alunos, respectivamente). Relativamente à transmissão do vírus, quase todos os

estudantes identificaram correctamente “múltiplos parceiros sexuais” como factor de risco à infecção por HPV, mas

apenas 14% assumiu “contacto com a pele” como possível via de transmissão. Cerca de 63% dos estudantes parece ter

conhecimento que o HPV pode infectar homens e mulheres mas apenas pequena porção (35%) presume que o HPV é

sintomático em ambos os sexos. De um ponto de vista geral, os estudantes do TTK obtiveram uma maior percentagem de

respostas correctas em relação aos estudantes da ESTSP. No entanto, os estudantes da ESTSP parecem encontrar-se mais

familiarizados em relação aos estudantes do TTK com a vacina profilática contra o HPV onde, apenas 2 (4%),

administraram a vacina comparativamente a 74 (47%) dos estudantes da ESTSP. Provavelmente, este facto deve-se às

medidas governamentais Portuguesas que comparticipa a vacina tetravalente Gardasil ® a mulheres até aos 18 anos de

idade inclusive permitindo a sua administração gratuita. 16

A educação é uma das medidas básicas e simples que contribuirá para o diagnóstico prévio da doença e da qual a triagem

se deve basear. É importante que programas educacionais sejam desenvolvidos para aumentar a cultura do País e

desmistificar alguns parâmetros que prevaleçam em relação ao cancro, nomeadamente, ao HPV. Ao contrário do senso

comum que relaciona este vírus apenas a casos problemáticos no sexo feminino, também o sexo oposto deverá ser

alertado para as medidas preventivas e complicações que poderão advir da perseverança do vírus. As mulheres devem ser

encorajadas a realizarem testes de rastreio pelo menos uma vez por ano e compreenderem que um teste negativo não

significa necessariamente uma possível contracção viral no futuro e consequente infecção. Por outro lado, um teste

positivo não se traduz seguramente em cancro mas necessitará de uma investigação aprofundada.

A educação através dos meios de comunicação por si só não será 100% eficaz. Torna-se, por isso, fundamental que,

simultaneamente aos testes de rastreio ou diagnóstico, os utentes sejam devidamente informados em relação às diversas

componentes da patologia. A comunicação deverá ser proporcionada de forma interactiva e não apenas passiva. Medidas

como retroinformação asseguram ao informador que o utente assimilou a mensagem transmitida.

Os planos de vacinação deveriam ser alargados, ou mesmo implementados, relativamente à Estónia, de modo a aumentar

o nível de saúde pública e prevenir os custos de tratamento. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública17 anuncia que

as doenças causadas pelo HPV representam um custo anual para o Serviço Nacional de Saúde de 45,8 milhões de euros e

que apenas as estirpes 6, 11, 16 e 48 são responsáveis por um custo de 24,2 milhões de euros (52,9%). O estudo reporta

ainda, que a administração da vacina poderá levar a uma poupança anual de 11,5 milhões de euros em diagnósticos e

tratamentos e, em 30 anos, o Estado poderá economizar cerca de 114 milhões de euros. Valores obtidos que podem

determinar acções e medidas Governamentais importantes no sistema da Economia e da Saúde.

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2- Luis O Sanchez-Vargas, Cecilia Diaz-Hernandez, Alejandro Martinez-Martinez Detection of Human Papilloma Virus (HPV) in oral mucosa of women with cervical lesions and their relation to oral sex

practices. s.l. : Infectious Agents and Cancer, 4 Dezembro 2010, Vols. 10.1186/1750-9378-5-25

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4- Trottier H, Franco EL. The epidemiology of genital human papillomavirus infection. s.l. : Vaccine, 30 Março 2006, Vols. Suppl 1:S1-15

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11- Koyamatsu Y, Yokoyama M, Nakao Y, et al. A comparative analysis of human papillomavirus types 16 and 18 and expression of p53 gene and Ki-67 in cervical, vaginal, and vulvar carcinomas. s.l. :

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12- Tonia Buonomo, Laura Carraresi, Mara Rossini, Rosanna Martinelli. Involvement of Aryl Hydrocarbon receptor signaling in the development of Small Cell Lung Cancer induced by HPV E6/E7

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15- Direcção Geral de Saúde. Programa Nacional de Vacinação (PNV) Introdução da vacina contra infecções por Vírus do Papiloma Humano. Nº: 22/DSCS/DPCD. 17/10/08

16- Direcção Geral de Saúde. Programa Nacional de Vacinação (PNV) Introdução da vacina contra infecções por Vírus do Papiloma Humano. Nº: 22/DSCS/DPCD. 17/10/08

17- Portal do Cidadão com Deficiência. Cancro do colo do útero faz 270 mortes por ano em Portugal. A NOSSA VOZ. [Online] Maio 10, 2011. [Cited: Junho 5, 2011.] http://www.pcd.pt/noticias/ver.php?id=9498.