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    O MOVIMENTO PENTECOSTAL

    PARTE I: ANLISE HISTRICA E DOUTRINRIA

    O surgimento do movimento pentecostal considerado o fenmeno maisimportante da histria da igreja no sculo 20. Exatamente agora este movimentoest completando um sculo, tendo surgido em Los Angeles, Estados Unidos, em1906. Por causa do enorme crescimento do pentecostalismo, e do impacto quetem causado nas igrejas e na sociedade, particularmente no Brasil, importanteconhecer a sua histria e as suas caractersticas.

    1. Antecedentes.

    Ao longo de toda a histria do cristianismo tm existido manifestaes deentusiasmo religioso e em especial movimentos chamados carismticos. O termo

    entusiasmo aponta para situaes em que as pessoas afirmam receberrevelaes diretas de Deus, muitas vezes acompanhadas de xtases msticos,vises e outros fenmenos associados a uma experincia religiosa de grandefervor e intensidade. O termo carismtico lembra os carismas ou dons espirituaismencionados no Novo Testamento, particularmente aqueles extraordinrios ouespetaculares tais como profecias, lnguas estranhas, curas e outros milagres.

    Exemplos dessas manifestaes podem ser vistos na igreja de Corinto nos diasapostlicos, no movimento montanista (2 sculo), em alguns grupos anabatistasda poca da Reforma Protestante (sculo 16), entre os quacres ingleses (sculo17) e no ministrio de Edward Irving (sculo 19), um pastor presbiteriano escocs

    que considerado o precursor do moderno movimento carismtico.

    2. Primrdios nos Estados Unidos.

    Aps a Guerra Civil, na segunda metade do sculo 19, surgiu nas igrejasmetodistas dos Estados Unidos um movimento que dava nfase especial plenasantificao como uma segunda bno ou segunda obra da graa, distinta daconverso. Essas igrejas ficaram conhecidas pelo nome holiness (santidade).Com o passar do tempo, algumas igrejas holiness passaram a falar no batismocom o Esprito Santo e com fogo como sendo uma terceira experincia na vidacrist.

    Em 1900, um pregador metodista, Charles Fox Parham, criou um instituto bblicona cidade de Topeka, no Kansas, na regio central dos Estados Unidos. H cercade dez anos ele vinha ensinando que a glossolalia falar em lnguasdesconhecidas ou estrangeiras devia acompanhar esse batismo no EspritoSanto. Por algum tempo, ele chegou a acreditar que os crentes receberiam oconhecimento sobrenatural de lnguas terrenas para que pudessem rapidamenteevangelizar o mundo antes da volta de Cristo.

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    J havia ocorrido a manifestao de lnguas em anos anteriores nos EUA, assimcomo em outros perodos da histria. A novidade na teologia de Parham que elefoi o primeiro a considerar o falar em lnguas como a evidncia inicial do batismono Esprito Santo. Foi essa caracterstica que se tornou a marca distintiva do

    movimento pentecostal.No dia 31 de dezembro de 1900, Parham e seus alunos realizaram um culto deviglia em seu instituto bblico para aguardar a chegada do novo sculo. Umaevangelista de 30 anos, Agnes Ozman, pediu que lhe impusessem as mos paraque ela recebesse o Esprito Santo a fim de ser missionria no exterior. Ela falouem lnguas, fenmeno que se repetiu nos dias seguintes com metade das pessoasda escola, inclusive Parham.

    Nos anos seguintes, Parham deu continuidade ao seu trabalho em vrias partesdos Estados Unidos, atraindo milhares de seguidores. Seu movimento recebeudiferentes nomes: f apostlica, pentecostal ou chuva tardia. Nessa poca,ocorreu um movimento semelhante na Inglaterra, que ficou conhecido como ogrande avivamento do Pas de Gales. Em 1905, Parham criou uma escola bblicaem Houston, no Texas. Um dos estudantes atrados pela escola foi um ex-garomnegro e pregador holiness, William J. Seymour.

    3. O Avivamento da Rua Azusa.

    Era o perodo da discriminao racial no sul dos Estados Unidos e Parhamsimpatizava com esse sistema. Seymour s podia ouvir as aulas sentando-se nocorredor do lado de fora da sala. Algumas semanas depois, ele recebeu o convitepara visitar um pequeno grupo batista em Los Angeles. Esse grupo, pastoreadopor uma mulher, Julia Hutchins, havia sido expulso de sua igreja por esposardoutrinas holiness.

    Seymour, ento com trinta anos, era filho de escravos, tinha pouca cultura,limitados dotes de oratria e era cego de um olho. Escolheu Atos 2.4 para o seuprimeiro sermo em Los Angeles, embora ele mesmo nunca tivesse falado emlnguas. A pastora no gostou do seu ensino, mas ele, acompanhado por boaparte do grupo, passou a fazer as reunies na casa onde estava hospedado.Quando esta se tornou pequena, foram para outra um pouco maior, na RuaBonnie Brae.

    Com o passar dos dias, vrias pessoas comearam a falar em lnguas, primeironegros, depois brancos, e finalmente o prprio Seymour teve essa to-sonhadaexperincia (12-04-1906). Nesse mesmo dia, a varanda da frente dessa residnciadesabou devido ao peso da multido. Com isso, os lderes alugaram um rsticoedifcio de madeira na rua Azusa, no centro de Los Angeles. Esse prdio haviaabrigado uma igreja metodista negra e posteriormente tinha sido usado comocortio e estbulo.

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    Imediatamente as reunies atraram a ateno da imprensa. O principal jornal dacidade mandou um reprter ao local e este escreveu ridicularizando os fenmenospresenciados. Esse artigo, intitulado Estranha babel de lnguas, foi publicado nomesmo dia em que um terremoto seguido de um incndio destruiu a cidade deSan Francisco (18-04-1906), no norte na Califrnia. O artigo funcionou como

    propaganda gratuita e logo em seguida ocorreu o avivamento da rua Azusa.As reunies eram eltricas, barulhentas. Comeavam s 10 da manh econtinuavam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando s 2 ou 3 damadrugada seguinte. No havia hinrios, liturgia ou ordem de culto. Os homensgritavam e saltavam atravs do salo; as mulheres danavam e cantavam.Algumas pessoas entravam em transe e caiam prostradas. At setembro, 13.000pessoas passaram pelo local e ouviram a nova mensagem. Muitos pastoresrespeitveis foram investigar o que estava acontecendo e muitos deles acabaramse rendendo ao que ocorria.

    Uma caracterstica marcante dessas primeiras reunies foi o seu carter multi-racial, com a participao de negros, brancos, hispanos, asiticos e imigranteseuropeus. A liderana era dividida entre negros e brancos, homens e mulheres.Um artigo do nmero de novembro de 1906 do jornal A F Apostlica, fundado porSeymour, dizia: Nenhum instrumento que Deus possa usar rejeitado por motivode cor, vesturio ou falta de cultura. Outro artigo informava que em um culto decomunho que durou toda a noite havia pessoas de mais de vinte nacionalidades.Uma frase comum dizia que a linha divisria da cor havia sido lavada pelosangue.

    Desde o incio houve tambm muitos problemas: mdiuns espritas tentavamrealizar sesses durante os cultos; enquanto muitas pessoas sentiam a presenade Deus, outras ficavam no fundo do salo discutindo e condenando; havia muitascrticas de jornais e de lderes de outras igrejas. Mas tambm houve crisesinternas: choques de personalidade, fanatismo, divergncias doutrinrias eseparao racial. Seymour e outros lderes negros acabaram assumindo ocontrole da misso, excluindo os brancos e os hispanos. O prprio Parham visitouo local em outubro de 1906 e ficou chocado com certas manifestaes.

    Aps cerca de trs anos de reunies dirias de alta intensidade, o avivamentoentrou em declnio. Aps a morte de Seymour em 1922 e de sua esposa em 1936,a misso fechou as portas e o edifcio foi demolido. Mas um novo captulo nahistria da igreja havia comeado.

    Portanto, o movimento pentecostal tem dois fundadores: Charles Parham eWilliam Seymour. Parham foi o primeiro a dizer que o falar em lnguas era aevidncia visvel, bblica do batismo com o Esprito Santo. A importncia deSeymour, o discpulo de Parham, reside no fato de que sob a sua liderana,atravs do Avivamento da Rua Azusa, o pentecostalismo se tornou um fenmenointernacional e mundial, a partir de 1906.

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    unicidade ou Jesus somente. Seus adeptos tiveram de desligar-se e formaram assuas prprias denominaes as Assemblias Pentecostais do Mundo e a IgrejaPentecostal Unida. Hoje esse grupo representa uma pequena frao dopentecostalismo mundial.

    (d) Pacifismo. A maior parte dos primeiros pentecostais eram firmes pacifistas,por duas razes: obedincia a preceitos bblicos (Amai os vossos inimigos, Nomatars) e crena pr-milenista no fim do mundo. A maioria das igrejas seposicionou contra o envolvimento na I Guerra Mundial e alguns lderes chegarama ser presos. Na poca da II Guerra Mundial, eles j haviam assumido umaposio cultural mais semelhante aos evanglicos, aprovando a legitimidade deenvolvimento americano na guerra. Na Guerra do Vietn muitos j haviam setornado antipacifistas.

    (e) Manipuladores de serpentes. Num domingo de 1910, um pregador doTennessee chamado George W. Hensley pregou sobre o texto de Marcos 16.17-18. Ao concluir, ele tirou uma grande cascavel de uma caixa e segurou-a com asmos por vrios minutos. A seguir, ordenou que a sua congregao fizesse omesmo. Sua fama se espalhou pela regio e ele foi ordenado na Igreja de Deus.Teve uma vida cheia de altos e baixos, inclusive com quatro casamentos, mascontinuou a manipular serpentes. Essa prtica foi proibida por lei eHensley e seus seguidores foram presos muitas vezes. Em 24 de julho de 1955,Hensley foi mordido mais uma vez. Como nas outras ocasies, recusou-se areceber tratamento mdico e na manh seguinte estava morto aos 75 anos. Hojecerca de 2.500 pentecostais praticam o manuseio de serpentes em igrejasautnomas muito conservadoras.

    (f) Os latinos. Os latinos, principalmente mexicanos e chicanos, estiverampresentes no Avivamento da Rua Azusa desde o incio. Por razes nointeiramente claras, Seymour os expulsou da misso em 1909. Esse conflito deuorigem ao movimento pentecostal latino, que se difundiu atravs dos EstadosUnidos, Mxico e Porto Rico. J em 1912, eles criaram suas prprias igrejasautnomas e independentes na Califrnia, Texas e Hava. At recentemente eleseram conhecidos como os pentecostais silenciosos, porque sua histriararamente era contada. Esse segmento tem desfeito o esteretipo de que serlatino o mesmo que ser catlico romano. Em 1998, cerca de um milho delatinos freqentavam 10.000 igrejas e grupos de orao em 40 tradiespentecostais e carismticas nos EUA e Porto Rico.

    5. Mulheres.

    As mulheres tiveram grande participao e visibilidade nos primrdios domovimento pentecostal. Dois exemplos notveis so Maria Beulah Woodworth-Etter e Aimee Semple McPherson.

    (a) Maria Woodworth-Etter (1844-1924) teve uma vida difcil at os 35 anos.Cinco de seus seis filhos morreram e o seu primeiro marido foi surpreendido em

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    adultrio. Em aflio, ela uniu-se aos quacres e tornou-se uma pregadoraavivalista. Nos seus cultos, as pessoas clamavam e choravam em alta voz; muitosparticipantes entravam em transe ou tinham vises que podiam durar vrias horas.Em 1912, aos 68 anos, ela abraou o movimento pentecostal mais amplo aopregar por seis meses em Dallas. Tornou-se uma das evangelistas pentecostais

    mais conhecidas do incio do sculo e o seu ministrio possibilitou o surgimentoposterior de outras mulheres pregadoras e ministradoras de curas.

    (b) Aimee Semple McPherson (1890-1944), originalmente Kennedy, nasceu emOntrio, no Canad. Seu pai era metodista e a me do Exrcito de Salvao.Quando adolescente, conheceu o pentecostalismo atravs das pregaes deRobert Semple, com quem se casou aos 17 anos. Ele morreu dois anos depois,em Hong Kong, quando o casal iniciava uma carreira missionria. Voltando paracasa, ela se casou com o homem de negcios Harold McPherson e eles setornaram evangelistas itinerantes (depois que ela quase morreu de apendicite em1913). Em 1917, Aimee passou a publicar a revista mensal The Bridal Call (Ochamado do noivo) e comeou a atrair a ateno da imprensa. Depois que omarido pediu divrcio, ela aceitou em 1918 um convite para pregar em LosAngeles. Dedicou as suas energias recuperao do cristianismo da Bblia,usando como tema Hebreus 13.8. Em 1919, iniciou uma srie de conferncias quea tornaram famosa. Dentro de um ano, os maiores auditrios dos EUA nocomportavam as multides que queriam ouvi-la. As oraes pelos enfermostornaram-se marcas de suas campanhas. Em rpida sucesso, ela foi Austrlia,a primeira de suas viagens ao exterior (1922), consagrou o Templo ngelus(1923), fundou uma estao de rdio (1924) e a sua escola bblica mudou-se parauma sede prpria (1925). Sister, como era chamada, tambm iniciou vriosprojetos na rea social em diversas cidades. Em maio de 1926 comearam osproblemas. Ela alegou que foi seqestrada e que teria conseguiu escapar, algoque nunca foi devidamente esclarecido. Enfrentou srios problemas de sade namaior parte da dcada de 1930. Um desastroso terceiro casamento durou menosde dois anos. Sua realizao pblica mais notvel nos anos 30 foi um programasocial no Templo ngelus que distribuiu alimentos, roupas e outros donativos amuitas famlias carentes. Durante a Depresso, o refeitrio ofereceu 80.000refeies s nos dois primeiros meses. Sua contribuio mais duradoura foi acriao da Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular (1927), cujo nomeaponta para Cristo como aquele que salva, cura, batiza como Esprito Santo e viroutra vez.

    6. Cronologia do pentecostalismo americano.

    Razes no movimento holiness1867 criada em Vineland, Nova Jersey, a Associao Nacional Holiness.1879 criada a Associao Holiness de Iowa, a maior dos Estados Unidos.1887 - A. B. Simpson funda a Aliana Crist e Missionria para promover o qudruplo

    evangelho holiness.1895 B. H. Irwin ensina um batismo de fogo como terceira bno, dividindo a

    Associao Holiness de Iowa e criando a Associao Holiness Batizada com Fogo.1896 Um avivamento Holiness Batizado com Fogo testemunha o dom de lnguas.

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    1897 Charles H. Mason e C. T. Jones criam a Igreja de Deus em Cristoem Lexington,Mississipi.

    1898 Surge a primeira congregao da Igreja Pentecostal Holinessem Goldsboro,Carolina do Norte.

    Surgimento do pentecostalismo

    1901 Agnes Ozman fala em lnguas em Topeka, Kansas. Charles Parham diz que aslnguas so a evidncia bblica do batismo no Esprito.1902 criada a primeira congregao da Igreja de Deusem Camp Creek, Carolina do

    Norte.1905 William Seymour aceita a doutrina pentecostal de Parham em Houston, Texas.1906 Primeira Assemblia Geral da Igreja de Deus(Cleveland, Tennessee).1906 Avivamento da Rua Azusa (at 1909); o pentecostalismo se torna internacional sob

    a liderana de Seymour.1907 T. B. Barrett inicia reunies pentecostais em Oslo, Noruega. Surgem movimentos

    pentecostais na Escandinvia, Inglaterra e Alemanha.1907 G. B. Cashwell difunde o pentecostalismo no Sul dos Estados Unidos.1908 John G. Lake funda a Misso da F Apostlica na frica do Sul.1908 A Igreja de Deus (Cleveland, Tenn.) aceita o pentecostalismo sob a influncia de A.

    J. Tomslinson.1909 Luigi Francescon e Giacomo Lombardi iniciam movimentos pentecostais nos EUA,Itlia, Argentina e Brasil.

    1909 Os evanglicos alemes condenam o pentecostalismo na Declarao de Berlim.1909 Florence Crawford funda a Igreja da F Apostlicaem Portland, Oregon.

    Consolidao do movimento1910 W. H. Durham inicia o movimento da obra consumada em Chicago.1912 Maria Woodworth-Etter torna-se uma popular pregadora pentecostal em Dallas.1914 As Assemblias de Deusso criadas em Hot Springs, Arkansas.1916 O Movimento da Unicidade divide as Assemblias de Deus.1919 Criao oficial das Assemblias Pentecostais do Mundo.1923 A. J. Tomlinson funda a Igreja de Deus da Profecia.

    1927 Aimee Semple McPherson funda a Igreja Internacional do EvangelhoQuadrangularem Los Angeles.1928 Mary Rumsey inicia as primeiras misses pentecostais na Coria e no Japo.1943 As igrejas pentecostais americanas so aceitas como membros da Associao

    Nacional de Evanglicos.1945 Vrias fuses produzem a Igreja Pentecostal Unida(Missouri).1948 Incio de cruzadas de cura divina com William Branham e Oral Roberts.

    7. O pentecostalismo no Brasil.

    O pentecostalismo entrou cedo na Amrica Latina (Chile, 1909; Brasil, 1910).Inicialmente cresceu pouco, mas a partir dos anos 50 o crescimento se

    intensificou, especialmente nesses dois pases. A partir dos anos 70, expandiu-sena Amrica Central (especialmente na Guatemala e El Salvador, onde representarespectivamente 30% e 20% da populao). No Chile, 75 a 80% dos protestantesso pentecostais. Nesse pas, o pentecostalismo marcou a nacionalizao doprotestantismo.

    O socilogo Paul Freston fala de trs ondas ou fases de implantao dopentecostalismo no Brasil. A primeira onda, ainda no incio do movimento

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    pentecostal americano, trouxe para o Brasil duas igrejas: a Congregao Crist noBrasil (1910) e as Assemblias de Deus (1911). Essas igrejas dominaram ocampo pentecostal durante quarenta anos. A AD foi a que mais se expandiunumrica e geograficamente. A CCB, aps um perodo em que ficou limitada comunidade italiana, sentiu a necessidade de assegurar a sua sobrevivncia por

    meio do trabalho entre os brasileiros.A segunda onda pentecostal ocorreu na dcada de 50 e incio dos anos 60,quando o campo pentecostal se fragmentou e surgiram, entre muitos outros, trsgrandes grupos ainda ligados ao pentecostalismo clssico: Igreja do EvangelhoQuadrangular (1951), Igreja Evanglica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) eIgreja Pentecostal Deus Amor (1962), todas voltadas de modo especial para acura divina. Essa segunda onda coincidiu com o aumento do processo deurbanizao do pas e o crescimento acelerado das grandes cidades. Frestonargumenta que o estopim foi a chegada da Igreja Quadrangular com seusmtodos arrojados, forjados no bero dos modernos meios de comunicao demassa, a Califrnia.

    A terceira onda histrica do pentecostalismo brasileiro comeou no final dos anos70 e ganhou fora na dcada de 80, com o surgimento das igrejas denominadasneopentecostais, com sua forte nfase na teologia da prosperidade. Suarepresentante mxima a Igreja Universal do Reino de Deus (1977), mas existemoutros grupos significativos como a Igreja Internacional da Graa de Deus (1980),Comunidades Evanglicas, Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Sara NossaTerra, Paz e Vida, etc. Assim como a nfase da primeira onda foi o batismo com oEsprito Santo e ao conseqente falar em lnguas; a da segunda onda foi a cura ea da terceira, o exorcismo.

    Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja de Nova Vida,fundada pelo canadense Robert McAllister, que rompeu com a Assemblia deDeus em 1960. Essa igreja foi pioneira de um pentecostalismo de classe mdia,menos legalista, e investiu muito na mdia. Foi tambm a primeira igrejapentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuio foi treinarfuturos lderes como Edir Macedo e seu cunhado Romildo R. Soares.

    Outros grupos pentecostais e neopentecostais brasileiros resultaram da chamadarenovao carismtica. Esse movimento surgiu nos Estados Unidos no incio dosanos 60, com a ocorrncia de fenmenos pentecostais nas igrejas protestanteshistricas e tambm na igreja catlica. No Brasil, a renovao produziu divisesem quase todas as denominaes tradicionais, com o surgimento de grupos comoa Igreja Batista Nacional, a Igreja Metodista Wesleyana e a Igreja PresbiterianaRenovada.

    Dados sobre as principais denominaes pentecostais:

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    (a) Congregao Crist no Brasil:Foi fundada pelo italiano Luigi Francescon (1866-1964), que havia ido como imigrante para osEstados Unidos. Converteu-se ao evangelho e foi um dos fundadores da Igreja PresbiterianaItaliana de Chicago. Nessa cidade, acabou sendo alcanado pelo nascente movimentopentecostal. Chegou ao Brasil em 1910 em resposta a uma profecia para que levasse a obrapentecostal aos seus patrcios. Iniciou as suas atividades entre imigrantes italianos residentes em

    So Paulo e em Santo Antnio da Platina (PR). Aps um rpido crescimento inicial, foiultrapassada pela Assemblia de Deus no final dos anos 40.

    (b) Assemblia de Deus:Resultou do trabalho de dois suecos de origem batista: Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Berg(1885-1963). Eles tambm foram como imigrantes para os Estados Unidos, sendo alcanados pelomovimento pentecostal em Chicago. Os dois obreiros fixaram-se em 1911 em Belm do Par, ondepassaram a freqentar a igreja batista, cujo pastor tambm era sueco. Alguns meses depois, amensagem pentecostal de Vingren e Berg produziu uma diviso na igreja, surgindo assim oprimeiro grupo da nova denominao.

    (c) Igreja do Evangelho Quadrangular:Fundada nos Estados Unidos em 1927 por Aimee Semple McPherson, chegou ao Brasil por meio

    do missionrio Harold Williams, um ex-ator de filmes de faroeste, que implantou a primeira igrejaem So Joo da Boa Vista (SP), em novembro de 1951. Em 1953 teve incio a Cruzada Nacionalde Evangelizao, sendo Raymond Boatright o principal evangelista. Desde ento essa igreja temcrescido constantemente, sendo uma de suas peculiaridades a forte nfase dada ao ministriofeminino.

    (d) Igreja O Brasil Para Cristo:Um dos primeiros pastores da Igreja Quadrangular brasileira foi Manoel de Mello, um ex-evangelista da Assemblia de Deus. Em 1955, ele separou-se da Cruzada Nacional deEvangelizao e organizou a campanha O Brasil Para Cristo, da qual finalmente surgiu a igrejado mesmo nome. Manoel de Mello surpreendeu o mundo evanglico em 1969 quando filiou a suaigreja ao Conselho Mundial de Igrejas, filiao essa que durou at 1986. Em 1979 a IgrejaEvanglica Pentecostal O Brasil Para Cristo inaugurou o seu gigantesco templo no bairro da gua

    Braa, em So Paulo, sendo orador oficial Philip Potter, secretrio-geral do CMI. Entre ospresentes estava D. Paulo Evaristo Arns, o cardeal arcebispo de So Paulo.

    (e) Igreja Deus Amor:Foi fundada por David Miranda, nascido em 1936, filho de um agricultor do Paran. Vindo para SoPaulo, converteu-se numa pequena igreja pentecostal e em 1962 iniciou a sua prpria igreja emVila Maria. Pouco depois a igreja transferiu-se para o centro da cidade e em 1979 foi adquirida asede mundial da Baixada do Glicrio, onde recentemente foi construdo um dos maiores templosevanglicos do Brasil. A Igreja Deus Amor at hoje no utiliza a televiso, mas proprietria deuma rede de emissoras de rdio e transmite os seus programas para toda a Amrica Latina. Suadireo continua firmemente nas mos do fundador.

    (f) Igreja Universal do Reino de Deus:Foi fundada por Edir Macedo, nascido em 1944, filho de um comerciante fluminense. Macedotrabalhou por dezesseis anos na Loteria do Estado do Rio de Janeiro, perodo em que subiu decontnuo at um cargo administrativo. De origem catlica, ingressou na Igreja de Nova Vida naadolescncia, deixando essa igreja para fundar a sua prpria, inicialmente denominada Igreja daBno. Em 1977, deixou o emprego pblico para dedicar-se integralmente ao trabalho religioso.Nesse mesmo ano surgiu o nome IURD e o primeiro programa de rdio. Macedo residiu nosEstados Unidos de 1986 a 1989. Quando voltou para o Brasil, transferiu a seda da igreja para SoPaulo e adquiriu a Rede Record. Em 1990, a IURD elegeu trs deputados federais. Macedo estevepreso por doze dias em 1992, sob a acusao de estelionato, charlatanismo e curandeirismo. Um

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    acontecimento que deu grande publicidade igreja foi o episdio do chute na santa, quando, emum programa de televiso transmitido em 12 de outubro de 1995, o bispo Srgio von Helde referiu-se de modo desairoso a Maria, dando alguns chutes numa imagem da mesma. A nfase principalda mensagem da IURD a teologia de prosperidade (sade, finanas, amor), como j fica claro emseu slogan Pare de sofrer; venha para a IURD. Tambm pratica o exorcismo de modo bastanteexplcito.

    (g) Igreja Renascer em Cristo:Foi fundada em 1985 pelo apstolo Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa SniaHernandes. Como outros lderes pentecostais, Estevam teve uma origem humilde como filho de um

    jardineiro de cemitrio e comeou a trabalhar aos 7 anos, fazendo carretos em feiras livres. Maistarde, desiludido com o catolicismo, filiou-se a uma igreja pentecostal, onde conheceu a futuraesposa. Sete anos depois, casaram-se e decidiram fundar a sua prpria igreja. semelhana dospastores da IURD, o casal Hernandes tem grande habilidade em conseguir contribuies dos fiis.Todavia, ao contrrio de Edir Macedo, ostentam com orgulho sinais de riqueza, como roupascaras, jias e automveis importados. O casal proprietrio da Rede Gospel de Comunicao epor algum tempo procurou assumir o controle da Rede Manchete de Televiso. A Igreja Renascerexemplifica um pentecostalismo de classe mdia e tem forte apelo junto juventude.

    8. Caractersticas do pentecostalismo:

    Essas caractersticas no esto presentes em todos os grupos da mesma maneiraou ento se aplicam a alguns grupos e no a outros. O movimento pentecostal muito diversificado e est em constante evoluo, o que torna difceis asgeneralizaes.

    (a) Teolgicas: Interesse pelo passado: busca de um retorno aos dias apostlicos, aos dias da igreja primitiva,

    experincia do Pentecostes. Ex: Misso F Apostlica. Interesse pelo futuro: fortes preocupaes escatolgicas e apocalpticas; nfase na volta

    iminente de Cristo; proximidade do tempo do fim. Ex: Evangelho Quadrangular. Atualidade da mensagem bblica: tudo o que a Bblia diz para hoje, mesmo certos eventos do

    Antigo Testamento. Interpretao bblica ora literalista, ora figurada, conforme a necessidade. A Bblia vista

    acima de tudo como um livro de promessas de Deus para os crentes. nfase em profecias e revelaes, o que pode relativizar as Escrituras. nfase na pessoa e obra do Esprito Santo, especialmente nos seus dons extraordinrios: falar

    em lnguas, curas, milagres. Preocupao com demnios, exorcismo, batalha espiritual. Batismo no Esprito Santo visto como experincia posterior converso.

    (b) Sociolgicas: Senso de coeso, valorizao e dignidade pessoal.

    nfase na experincia e nas emoes: a importncia de sentir. Fervor evangelstico e missionrio. Discurso prprio: poder, uno, libertao, direitos. Anti-intelectualismo: desprezo pelo estudo e cultivo do intelecto, visto como algo perigoso para

    a vida espiritual. Isso tem mudado nas ltimas dcadas. Tendncia para modismos: dente de ouro, G-12, confisso positiva, etc. Perigo de lideranas personalistas, culto personalidade. Pequena participao dos fiis na esfera decisria e na administrao financeira.

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    PARTE II : ASPECTOS DOUTRINRIOS

    A REVELAO

    Antes de tratar especificamente do tema Revelao luz da Igreja CristReformada e do Movimento Pentecostal, faz-se necessrio entender o termoCarismtico:

    Usualmente a palavra carismtico associada a algo que fica em evidncia. Notema que estamos estudando, a palavra CARISMTICO refere-se aos carismasou dons espirituais mencionados no Novo Testamento, particularmente aquelesextraordinrios ou espetaculares: profecias, lnguas estranhas, curas e outrosmilagres.

    Estas manifestaes sempre houveram na Igreja. Um exemplo o grupo

    denominado MONTANISTAS no segundo sculo de nossa era. Montanus, seulder, apregoava que os cristos estavam vivendo os ltimo dias, imediatamenteanteriores volta de Cristo. Sua doutrina chave se consistia em afirmar que elefalava por revelao direta de Deus atravs do Esprito Santo. As revelaes querecebiam eram suplementares quelas comunicadas por Cristo e pelos apstolosuma vez que seguiam a uma escala progressiva desde os profetas do AntigoTestamento at aquele tempo dos profetas e profetisas Montanistas. Nessapoca, j propunha a diviso dos crentes em dois grupos: os espirituais e oscarnais. O Conclio de Constantinopla (381) reafirmou a posio de uma parte daigreja que considerava o grupo herege. Props, aos que haviam abraado asidias de Montanus, o arrependimento e um estudo intenso das escrituras.

    Pode-se dizer que at a dcada de 1950 manifestaes carismticas ficavam maisrestritas s denominaes pentecostais (no Brasil: Assemblias de Deus,Congregao Crist no Brasil e Igreja do Evangelho Quadrangular). A partir dadcada de 1950, algumas denominaes como Episcopal, Metodista,Presbiteriana, Batista e Luterana, passam a sofrer a influncia de carismticos,dando fora ao que ento passa a ser considerado mesmo como umMOVIMENTO, que veremos, bastante diversificado, no apresentando umaconfigurao nica, sofrendo modificaes ao longo do tempo.

    O que REVELAO?

    O Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, define: 1. Ato ou efeito derevelar-se; 2. Entre os cristos, ao divina que comunica aos homens osdesgnios de Deus e a verdade que estes envolvem, sobretudo atravs da palavraconsignada atravs dos livros sagrados. (grifo meu); 3. A doutrina religiosarevelada, por oposio quela a que se chega pela razo apenas; 4. Descobertareveladora de uma fato que produz sensao, ou de uma qualidade ou vocaonuma pessoa; 5. O fato ou a pessoa assim descoberta; 6. Divulgao de coisa

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    ignorada ou secreta; 7. Processo em que se torna visvel a imagem latente de umachapa fotogrfica impressionada.

    interessante observarmos que o prprio dicionrio, um livro secular, no deixade relacionar REVELAO como algo provindo de Deus.

    Numa definio eminentemente teolgica, REVELAO a ao de Deus sedando a conhecer ao Homem. Pode-se afirmar que este aspecto aceito portodos os cristos e talvez por tantas outras religies.

    H dois tipos de REVELAO: 1. Natural consiste-se nas obras da criao e 2.Especial cujo objetivo levar o pecador de volta ao Criador. Aponta para o planoda salvao.

    no campo da Revelao Especial que h divergncias entre cristosREFORMADOS e CARISMTICOS (catlicos romanos, pentecostais e

    neopetencostais).

    Vejamos apenas duas referncias bblicas para ilustrar como a Bblia aborda oaspecto da REVELAO. A primeira est no Antigo Testamento Sl 119.30 e asegunda no Novo Testamento - um trecho de Glatas 1. 11-13

    SALMOS 119.130 A Revelao das tuas palavras esclarece e d entendimentoaos simples. A quem o Salmista est se referindo? Palavras de quem?Anteriormente, no mesmo captulo, o Versculo 126, esclarece: o Senhor.

    GLATAS 1.11-13 Fao-vos, porm saber, irmos, que o evangelho por mim

    anunciado no segundo o homem, porque eu no o recebi, nem o aprendi dehomem algum, mas mediante revelao de Jesus Cristo. Porque ouvistes qual foio meu proceder outrora no Judasmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja,de Deus e a devastava.

    Ento, tanto no Antigo como no Novo Testamento verificamos que o conceito deREVELAO est relacionado como algo que dito sempre proveniente de Deusseja na pessoa do PAI como no ex. de Salmos, do FILHO ou na pessoa doESPRITO SANTO como no ex. de Glatas. Tambm percebemos que em ambosos casos a REVELAO PROVINDA DE DEUS, sempre tem efeitos positivos, nohomem traz conhecimento, valoriza as pessoas simples, produz mudanas

    profundamente positivas no comportamento (recupera assassinos como no casode Paulo...)

    Onde residem as divergncias no entendimento da revelao especial entreREFORMADOS e CARISMTICOS?

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    Os Cristos ainda esto recebendo por Inspirao do Esprito Santo, revelaesdiretas de Deus? Quando algum compe um hino, faz uma pregao estestabelecendo uma conexo direta com Deus?

    PONTO DE VISTA CARISMTICO - Para os carismticos a Bblia no o ponto

    final de revelao. Os cristos hoje e os do futuro podero continuar somandooutras idias e experincias s Escrituras. A ttulo de ilustrao, algumas idias dotelogo carismtico J. Rodman Williams: A Bblia tem se tornado verdadeiramentetestemunha junto atividade presente de Deus... se hoje algum tem talvez (grifomeu, como afirmar que tal viso mesmo Deus?...) uma viso de Deus, de Cristo, bom saber que isto j aconteceu antes; se algum recebe uma revelao deDeus, saiba que para cristos primitivos a revelao tambm acontecia nacomunidade; se algum diz Assim diz o Senhor e ousa se dirigir aos irmos naprimeira pessoa mesmo indo alm das palavras da Escritura isso j aconteciah muito tempo atrs.

    H ainda o ponto de vista da INSPIRAO CONTNUA. Outra afirmao deJ.Rodman Williams: Pois, no Esprito, a comunho atual a arena da presenavital de Deus tanto quanto qualquer coisa no relato bblico. Sem dvida, a luz doque podemos aprender deste testemunho passado, e apropriar para nossocorao, podemos esperar que ocorram coisas novas em nossos dias e nos diasvindouros.

    Este proceder chamado pelos CARISMTICOS de Dom da profecia qualquerum pode receber mensagens diretas de Deus e transmiti-las aos demais.Este mesmo autor admite que pode haver riscos com este proceder e apregoa quedeve haver considerao sria e cautelosa e discernimento espiritual paraidentificar o que verdadeiro do que falso, perigoso. S no explica como fazerisso...

    PONTO DE VISTA REFORMADO - Na Igreja Reformada no existe o dom daprofecia? Ser que o Senhor Deus s concede este dom aos carismticos?? Adiferena est no que se entende como profecia. Para os reformados aproclamao daquilo que est contido nas Escrituras, sempre haver a mediaoda Escritura, ou seja, a letra do hino ser totalmente fundamentada biblicamente,a pregao tambm. A Bblia vista como a fonte final e suficiente da revelaode Deus, quando algum diz algo, a postura reformada tentar entender ondeaquilo pode estar embasado na escritura. Caso no encontre, no d crdito mensagem pois o cnone est completo, apoiando-se em ref. bblica Judas versos 3-4 (destaque para a expresso PELA F QUE UMA VEZ POR TODASFOI ENTREGUE AOS SANTOS).

    A Confisso de F em seu Captulo I, Seo VI, afirma:Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessrias para a glriadele e para a salvao, f e vida do homem, ou expressamente declarado naEscritura ou pode ser lgica e deduzido dela. Escritura nada se acrescentar em

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    tempo algum, nem por novas revelaes do Esprito, nem por tradies doshomens; reconhecemos, entretanto, ser necessria a ntima iluminao do Espritode Deus para a salvadora compreenso das coisas reveladas na Palavra, e queh algumas circunstncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja,comuns s aes e sociedades humanas, as quais tm de ser ordenadas pela luz

    da natureza e pela prudncia crist, segundo as regras da Palavra, que sempredevem ser observadas.

    Como mensagem final, faamos uma pequena anlise de Joo 14.7-10:

    Filipe precisava que Jesus lhe desse um sinal a fim de que visse o Pai. Jesusrespondeu que j o tinha visto atravs dele. Parece que Filipe queria umarevelao a mais... Jesus o repreendeu por isto. E ns, como estamos??

    Procurar revelaes extras muitas vezes pode ser sintoma de enfraquecimentona f. A f a certeza das coisas que no se vem. Muitas vezes queremos ver,precisamos de tudo to concreto, como nas fase iniciais do desenvolvimentoemocional da criana... somos imaturos... Este enfraquecimento no privilgiodos CARISMTICOS mas prprio de nossa natureza humana, extremamentecarente da misericrdia de Deus. Lembremo-nos disso para que no caiamos emtentao de tratar os carismticos com arrogncia e falta de amor!!

    Fontes: A Confisso de F de Westminster. Da Escritura Sagrada, Cap. I. , S VI. So Paulo. Editora Cultura Crist, 2003. MacArthur, Jonh F Jr. Os Carismticos, um panorama doutrinrio. Caps 2 e 3. Editora Fiel. Chantry, Walter J. Sinais dos Apstolos. Observaes sobre o pentecostalismo antigo e moderno. Editora PES,

    Publicaes Evanglicas Selecionadas, 1996.

    O BATISMO COM O ESPRITO SANTO

    1. A pessoa do Esprito Santo

    A terceira pessoa da Trindade (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13) Trindade imanente e econmica As funes do Esprito Santo: aplicar a obra da redeno, santificar,

    capacitar para o testemunho e o servio cristo

    2. O ministrio do Esprito Santo e Jesus

    Sua atuao no nascimento de Jesus: Lc 1.35,41-43,67; 2.25-27 Sua atuao no ministrio de Jesus: Lc 3.16,22; 4.1,14,18 Paralelo entre Jesus-Deus Pai e Esprito-Jesus: Jo 14.16s,26; 15.26s;

    16.7-14

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    3. O batismo com o Esprito Santo

    Posio pentecostal: segunda bno, posterior converso Posio reformada: ddiva do Esprito Santo aos que crem em Cristo,

    coincide com a converso parte do ministrio do Esprito Santo em relao igreja e aos cristos

    individuais

    4. Sete referncias no Novo Testamento

    Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33; At 1.5; 11.16; 1 Co 12.13

    Quatro aspectos: O sujeito (quem batiza) O objeto (quem batizado) O elemento (com que se batiza) O propsito (para que se batiza)

    5. Situaes especiais em Atos dos Apstolos

    Lembrar que Atos texto narrativo, e no didtico (no visa ensinardoutrinas).

    O Pentecoste At 2.1-4 (ver 1.5,8) Os samaritanos At 8.14-17 A casa de Cornlio At 10.44-48 Os discpulos de feso At 19.1-7

    6. O entendimento reformado da questo

    O batismo com ou no Esprito Santo um dos eventos associados com aconverso, regenerao, novo nascimento.

    O que ocorre aps a converso, geralmente de modo progressivo (noinstantneo), a santificao e o preenchimento do Esprito (Ef 5.18).

    Os puritanos falavam de uma experincia especial na vida crist que aplena certeza de salvao (Lloyd-Jones: o selo ou testemunho interno doEsprito).

    Confisso de F de Westminster: 7.3; 8.8; 10.1,2; 14.1

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    DONS ESPIRITUAIS: LNGUAS

    Falar em lnguas (glossolalia) - marca registrada do movimento pentecostal;considerada a evidncia do batismo com o Esprito Santo.Os movimentos pentecostal e carismtico do glossolalia uma dimenso muito

    maior do que ela tem no NT.- Evangelhos s uma referncia em Marcos 16.17 (sinais tambm v. 20).

    - Atos trs referncias: Cap. 2.4, 6, 8, 11 (Pentecoste, lnguas humanas, louvor,nfase maior na pregao); Cap. 10.46 (casa de Cornlio, louvor); Cap. 19.6(discpulos em feso, associadas com profecias). Nestes dois ltimos casospodiam no ser lnguas humanas. Propsito: sinalizar que o Esprito Santo (e asalvao) foi concedido tambm aos gentios.

    - Epstolas somente 1 Corntios, caps. 12-14. Ocorre em duas listas de dons

    espirituais: v. 8-10 e 28 (variedade de lnguas), acompanhada do dom correlatoda interpretao ou traduo. No ocorre em outra lista de dons: Rm 12.6-8 (e Ef4.11).

    Princpios ensinados por Paulo:1. Os dons em geral e o dom de lnguas em particular visam edificao do

    corpo de Cristo, a igreja, e no ao proveito individual (ver Rm 12.5 e contexto;1 Co 12.7,12, 25-27; 13.1-13).

    2. 2. Os dons so distribudos soberanamente pelo Esprito entre os crentes;ningum tem todos os dons (1Co 12.11). Paulo no associa esse dom com umrevestimento especial do Esprito Santo. um dom entre outros, concedido

    pelo Esprito a uns e a outros, no.3. Paulo instrui os corntios a buscarem os melhores dons (12.31; 14.1) e deixa

    claro que o falar em lnguas no um dos melhores dons. O dom da profecia superior a ele (14.5).

    4. O dom de lnguas no tinha valor para a edificao da igreja (14.2, 4), aocontrrio do dom da profecia (14.3,19).

    5. O dom de lnguas s deveria ser exercido na igreja (no culto 14.23, 26) sehouvesse interpretao ou traduo (v. 5, 13).

    6. O apstolo admitiu a validade das lnguas para a edificao pessoal (v. 4), masisso deixava de cumprir o principal propsito dos dons espirituais.

    7. As lnguas no eram atividades racionais, intelectuais, e deixavam a menteinfrutfera (v.14).

    Sintetizando:

    Paulo reconheceu a legitimidade desse dom, mas se preocupou com as suasdistores. Devia ser utilizado na igreja sob condies muito especiais. Os

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    princpios paulinos no so observados na maior parte das igrejas pentecostais ecarismticas.

    Muitos reformados acreditam que os dons extraordinrios (os de 1 Corntios 12,no os de Romanos 12) cessaram com o fim da era apostlica. Paulo deixou claro

    que as lnguas haveriam de cessar (1Co 13.8). As condies daquela pocanunca mais se repetiram. Foi um tempo singular e nico na histria da redeno.Agora temos a Escritura pronta e acabada em mos; a revelao est encerrada econtm tudo o que precisamos.

    Diz a CFW, 1.1: Ainda que a luz da natureza e as obras da criao e daprovidncia de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus,que os homens ficam inescusveis, contudo no so suficientes para dar aqueleconhecimento de Deus e da sua vontade necessrio para a salvao; por isso foio Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservao e propagaoda verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra acorrupo da carne e malcia de Satans e do mundo, foi igualmente servido faz-la escrever toda. Isto torna indispensvel a Escritura Sagrada, tendo cessadoaqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

    Observaes de John F. MacArthur (Os Carismticos):

    1. Existem manifestaes de lnguas em muitas religies (africanas, islamismo,budismo).

    2. As lnguas podem ser um comportamento aprendido: geralmente tm o mesmo

    padro e sons.3. Podem ser um fenmeno psicolgico: palavras de Joseph Smith4. Por que so to populares: fome espiritual, desejo de auto-expresso, reao

    sociedade secularizada, mecnica e indiferente; necessidade de aceitao esegurana; reao contra o cristianismo frio e morto de muitas igrejas.

    MILAGRES: ONTEM E HOJE

    A Bblia contm o registro de milagres?

    Milagres acontecem somente em contos de fadas, e por conseguinte, noexistem?

    E quanto ao relato bblico: compe-se de muitas fbulas? A histria de Jonas, porexemplo, uma mera fbula?

    Os milagres continuam acontecendo ou se limitaram aos relatos bblicos?

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    Walter J. Chantry afirma que para a mente santificada no difcil ver o poder deDeus em toda parte pois a criao, por exemplo, incessantemente provdemonstraes impressionantes do poder do Criador.

    Isto faz com que os cristos muitas vezes usem a palavra milagre como sinnimode sobrenatural. Ex. Milagre do nascimento, milagre da primavera, milagre dacolheita, como expresso de contemplao da grandiosidade do poder de Deus.At o alcance da graa de Deus sobre a alma chamado de milagre do novonascimento. Na verdade, nesses casos, o que ocorre o uso de linguagempotica que acaba misturando os conceitos de MILAGRE e PROVIDNCIA.

    O caso de uma gestao, por exemplo, um ser inexistente trazido vida emvirtude do poder divino na concepo e no nascimento, trata-se de umasurpreendente ao divina, mas para a qual encontram-se explicaessecundrias (neste exemplo, na Biologia). Consiste-se na ao habitual de Deus,tratando-se ento de sua PROVIDNCIA.

    Vejamos uma correta definio do termo MILAGRE: operao de Deus que ocorreno plano fsico, fenmeno incomum para a experincia humana e inexplicvel emtermos de agentes fsicos secundrios. Um MILAGRE marca uma interrupo nopadro normal da operao divina mediante Sua ao extraordinria. Isto produza ateno maravilhada dos homens. Ex. abertura do Mar Vermelho por meio deMoiss, ao estender a vara sobre as guas.

    No h razo bblica para limitar a Deus realizao de milagres em certaspocas somente. Afinal, o poder de Deus no se esvaiu. Todavia, mudou a formacomo se manifesta, lembrando sempre que atualmente temos o cnon completoque contm a revelao suficiente de Deus, no sendo mais necessrio queprocuremos sinais ou experincias adicionais fora da Escritura. No passadoDeus concedeu a certos homens o poder de realizar milagres sob Sua autoridade.Ex. Pedro (sob sua sombra curava enfermos). Deve ser feita uma distino entreas afirmaes DEUS CONTINUA A OPERAR MILAGRES e ATUALMENTE HHOMENS REALIZANDO MILAGRES SOB A AUTORIDADE DE DEUS.

    CONTEXTUALIZAO BBLICA

    A Bblica relata a ocorrncia de milagres em determinadas pocas e com funesespecficas:

    Antigo Testamento

    Jos do Egito tinha dons extraordinrios (interpretao de sonhos, predio deeventos futuros). Funo: proclamar a verdade divinamente inspirada. (Gnesis

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    40).

    Moiss primeiro homem operador de milagres. Funo: dificuldade inicial em serreconhecido como profeta credenciais dadas por Deus, mediao entre Deus e opovo e a introduo dos 10 Mandamentos, nova nao de Israel, o tabernculo, o

    sacrifcio e o sacerdcio. (Algumas ref: xodo 14.15-18 e 15.22-26).Josu sucessor de Moiss na conduo do Povo de Israel Terra Prometida(Js 1.1-5): posse da terra herdada e propagao da Lei, j apontando para aPALAVRA. (Js 10.12-14)

    Profetas Elias e Eliseu foram escolhidos por Deus por ocasio da diviso doreino: Israel (norte) e Jud (sul) a fim de reavivarem o ofcio proftico(proclamao). poca caracterizada por grande deteriorao do Reino de Israeldurante o reinado de Acabe: idolatria, corrupo...Elias e Eliseu fizeram muitos milagres o que serviu para testificarem, haver sidoenviados por Deus. (Ref. I Rs 17-8-24; I Rs. 18; II Rs 2.19-22)

    Novo Testamento Anos 33 at 96

    1) Jesus anncio de que o Messias. (ref. Jo 10.24-25 / At.2:22). Milagres:curas, expulso de demnios, ressurreio de Lzaro.

    2) Apstolos escolhidos por Jesus, autenticados como mensageiros eportadores da Revelao, mensagem de salvao para judeus e gentios. (Ref. At.5.12-16).

    3) Comissionados homens intimamente associados aos apstolos que foramcomissionados por estes e receberam poder miraculoso como mensageiros dapalavra de Deus. Ex. Estevo e Filipe (Atos 6).

    Tal poder nunca ia alm destes casos. Depois que a igreja nasceu emPentecostes, nenhum milagre aconteceu no Novo Testamento a no ser napresena de um apstolo ou de algum diretamente comissionado por umapstolo.

    Em todas as pocas da Histria, os milagres tm uma funo COLETIVA deanunciar a natureza salvadora de Deus, proclamando verdades divinas.

    O MOVIMENTO PENTESCOSTAL E A BUSCA POR MILAGRES

    O Novo Testamento no um relato do que aconteceu em uma gerao, mas ummodelo do que deve acontecer em toda gerao at a volta de Jesus ( DavidDuPlessis lder carismtico).

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    Na afirmao anterior est implcita a crena de que nos dias atuais, possvel aocorrncia de milagres mediante a ao humana (poderes semelhantes aos dadosaos apstolos Pedro, Paulo... ref. At 2:22). Todavia NADA nas Escrituras indicaque as coisas que aconteceram na era apostlica deveriam ocorrer em erassubsequentes. A Bblia no exorta o crente a buscar manifestaes miraculosas

    do Esprito Santo. Nas epstolas encontram-se cinco ordens relacionadas aoscrentes e ao Esprito Santo:

    No apagueis o Esprito (I Tes. 5:18)No entristeais o Esprito (Ef. 4:30)Andai no Esprito (Gl 5:25)Orai no Esprito (Jd 20)Enchei-vos do Esprito (Ef. 5.18)

    Outro aspecto enfatizado pelo movimento pentecostal a busca por milagres deordem individual; Deus tem um milagre s para voc. Lembremo-nos que Jesuscurava a fim de sarar os males das pessoas e aliviar seu sofrimento, mas esteseram benefcios secundrios pois o propsito primordial era autenticar que Eleera o Messias (Jo 20.30-31).

    Ser que s aps alcanar um milagre pessoal que se pode testificar da graade Deus? A mensagem da redeno, no suficiente? Deus soberano e poderealizar milagres na vida daqueles a quem, em sua SOBERANIA, tiver comopropsito.

    O MOVIMENTO PENTECOSTAL E A AUTO-PROCLAMAO DEAPSTOLOS

    Os apstolos escolhidos por Jesus foram munidos da capacidade de operaremmuitos milagres. Se admitirmos que nos dias atuais ainda possvel a existnciade apstolos, tal qual na igreja primitiva, ento se pode aceitar a idia de que asmos humanas so capazes de operar milagres.

    Ao contrrio desta possibilidade, as ESCRITURAS apresentam seis razes pelasquais no se tem apstolos nos dias de hoje:

    A igreja foi fundamentada sobre os apstolos, ou seja, foram designados comofundamento da igreja. Ao se construir um prdio, faz-se o alicerce uma vez; no sefaz novos alicerces.

    Os apstolos tinham que ser testemunhas oculares da ressurreio. Jesusressurreto apareceu a vrios grupos de pessoas at sua ascenso. Exceo:Paulo viu a Cristo no caminho de Damasco, mas outros que o acompanhavamviram a grande luz e sabiam que ele havia ficado cego. Outras duas ocasies emque Cristo apareceu a Paulo: Atos 18.9 e 23.11).

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    Um apstolo era escolhido pessoalmente por Jesus Cristo (Mt 10.1-4). Com atraio de Judas, os apstolos escolheram Matias. Paulo foi escolhido por Cristono caminho de Damasco.

    Distino importante na Bblia: apstolos (os doze), no so os mesmos que

    apstolos da igreja (II Cor 8:23) termo genrico para designar colaboradoresdiversos.

    Os apstolos eram autenticados por sinais de milagres. Ref. Atos 3.3-11 / At 5.15-16 / At 9.36-42 / At 28. 1-6

    Os apstolos tinham autoridade absoluta. Eram agentes reveladores de Deus(Judas 17). No tinham sucessores.

    Os apstolos possuem um lugar eterno e nico de honra. Ap 21.14 diz que osnomes dos doze apstolos esto selados para sempre no muro da NovaJerusalm no cu.

    Mesmo ainda nos dias dos apstolos, aps fundamentada a igreja, os milagres(via mos humanas) cessaram. Exemplos:Paulo no pode ser curado de seu prprio espinho (II Co 12.7-10)Paulo orienta a Timteo que tomasse um pouco de vinho para tratar do estmago(I Tm 5.23).Paulo deixou um doente amado em Mileto (2 Tm. 4.20).

    CONCLUSO

    ESTUDAR E OBEDECER A PALAVRA DE DEUS, TORNA O CRISTO SBIO EMADURO. O CRISTO DEVE VIVER PELA F (CERTEZA DAS COISAS QUENO SE VEM), NO PELO QUE V.

    Bibliografia:

    MacArthur, Jonh F Jr. Os Carismticos, um panorama doutrinrio. Caps 7. Editora Fiel, 2002.Chantry, Walter J. Sinais dos Apstolos. Observaes sobre o pentecostalismo antigo e moderno. Caps. 2,3. Editora PES, Publicaes Evanglicas Selecionadas, 1996.

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    CURAS E EXORCISMO

    CURA

    Para desenvolvermos este assunto, tomaremos como base texto de Isaas 53.1-7.

    Pontos importantes para reflexo:

    CARISMTICOS REFORMADOS1) Deus cura?2) Deus SEMPRE cura?3) E se por acaso, Deus nocurar?4) Para que serve a cura?

    Prembulo: o dom de cura era exercido de forma muito intensa no perodoapostlico, assim como j se falou quanto aos milagres. A cura, na verdade, aexpresso de uma forma de milagre. Vejamos como se dava esta prtica noministrio de Jesus:

    1. Jesus curava por uma palavra ou um toque (sem demonstraes teatrais) Mt8.5-8

    2. A cura se dava instantaneamente Mt. 8.1-33. Jesus curava totalmente Lucas 4

    4. Jesus curava a todos (sem horrio marcado...) e a cura se dava condicionada f (o que gera muita confuso nos dias de hoje). Naquela poca eranecessrio que a divindade de Cristo ficasse muito mais em evidncia).

    5. Jesus curava doenas orgnicas paralisias, cegueiras ..... MILAGRES6. Jesus ressuscitou Mortos.

    Quanto aos apstolos, foram revestidos de grande poder e agiam de formasemelhante. Lembrar que apstolos so somente os 12 escolhidos pelo prprioJesus inicialmente. Posteriormente mais 70 foram escolhidos por Jesus (Lc 10.1-9) : mesmo assim a nfase recai muito mais na pregao do que na cura. A cura muito mais como uma autenticao. Relembrar a atuao de Barnab, Felipe e

    Estevo. (Atos).

    Pontos importantssimos para reflexo:

    A doena passou a existir a partir da queda (Gnesis 3)

    Deus permite a doena; ele SOBERANO.

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    Algumas doenas tm origem satnica Lc 13.11-13 (interessante que Lucasquem diz e ele era mdico...)Pode ser castigo pelo pecado vindo da parte de Deus (para corrigir) ou comoconsequncia do pecado (cirrose por alcoolismo, aids por promiscuidade,tuberculose por noitadas, fanatismo por trabalho........)

    Fechamento: a cura pode vir diretamente pela ao do Senhor ou por abenoar ahumanidade dando sabedoria aos homens e usando-os como instrumentos(profissionais de sade). H permisso bblica para isso. Isaas 38.21. NO PECADO FAZER TRATAMENTO MDICO E PSICOLGICO (ainda bem..!)

    EXORCISMO

    Expulso de demnios. Em Atos tem-se esta atividade relatada quanto pertinncia no ministrio de Jesus e dos Apstolos.

    Ler Lucas 4.31-37Atos 15.16-18

    A questo da Batalha Espiritual :Percebe-se 2 caractersticas bem fortes hoje no movimento Neopetencostal(principalmente): Teologia da Prosperidade e Luta da igreja contra Satans e seusdemnios.

    A ao de Satans no mundo muito mais entendida como algo sobrenatural doque pela ao de meios secundrios, como por exemplo, excessiva discrdia nasfamlias, idolatrias diversas (dinheiro, prestgio, esportes, msicas, etc). Noentanto, as prprias Escrituras nos advertem que Satans age no mundo destamaneira sutil. Ex. bblico . Mt. 4 A tentao de Jesus se d em seu contextonatural e Satans para lhe tentar o aborda trazendo-lhe propostas de seucotidiano. Provavelmente ele tambm no estava caricaturado de capeta. Pelocontrrio, a bblia o aponta como algum capaz de se travestir em anjo de luz.

    A grande preocupao que a luta contra a atividade satnica tem se tornado ocentro das atenes de determinadas igrejas. O estudo bblico torna-se aosecundria. As consequncias disto so propagaes de que a obra redentora deCristo no mais suficiente. Nega-se que Satans tenha sido derrotado na cruz epassa-se a viver uma neurose fbica. Atribui-se qualquer simples infortnio aSatans. Se o leite derramou, foi Satans... Se eu fui multada, o guarda estavaendemoniado (e no eu com o p pesado...). Muitas vezes Satans visto comoportador autnomo, independente, como se fosse o maior governador dessemundo, o que no verdade.

    Os problemas de toda e qualquer ordem, passam a ser atribudos a Satans. Issopode trazer desdobramentos como: fobias, enfraquecimento espiritual das

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    pessoas e igrejas, falta de arrependimento e confronto com o prprio pecado,vidas atormentadas...........

    Ref. Bblica Satans no pode atacar os filhos de Deus sem a permisso DELE.J 1.6-12.

    Somente a Escritura pode fielmente traar dados acerca de Satans. Afirmaesacerca deste assunto que no provm da Bblia no passam de especulaes,crendices, experincias e at delrios criados por pessoas com perturbaesmentais.

    Muitos livros escritos por carismticos sobre demnios, no esto embasados naBblia mas sim em fontes como a UMBANDA e a MACUMBA!!

    Obsesso em achar que tudo ao de Satans pode desencadear sofrimentosexcessivos e at SURTOS PSICTICOS em pessoas cuja estrutura depersonalidade seja mais fragilizada.

    Outro ponto que Rituais de Purificao no so apregoados nas Escrituras.ISSO NO BBLICO.

    Surgem mais uma vez os super-heris que vencem os demnios e o SENHOR retirado de seu trono. No h relato bblico de crentes endemoniados. Jesusexpulsava o demnio e a pessoa se convertia (Maria Madalena Lc. 8.2).

    Os crentes tm o privilgio de no serem morada de Satans. Ef. 1-21 e 22 e Jo.14.30 . Se algum est em Cristo nova criatura. Portanto, sua vida buscar serCristocntrica, bem como, assim deve ser a Igreja e o Culto prestado ao Senhor.