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MOVIMENTOS EXPERIENCIADOS NOS ESPAÇOSTEMPOS CURRICULARES DE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES DA/NA/COM A JUVENTUDE Ricardo Figueiredo - FAESA Priscila dos Santos Moreira - IFES Resumo: O artigo propõe discutir os movimentos experienciados nos espaçostempos curriculares de produção de subjetividades a partir do envolvimento dos/as jovens estudantes no processo de sistematização do Projeto Político-pedagógico de uma escola pública, de Ensino Fundamental e Médio, pertencente à rede estadual de ensino, do Espírito Santo. A referida escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e, é considerada, em número de matrículas, a maior Unidade de Ensino de Educação Básica. Utilizamos como referência para a sistematização do artigo, a contribuição dos seguintes intercessores teóricos: Deleuze e Guattari (1997), Guattari e Rolnik (2011), Machado (2009), Spinoza (2013), Carvalho (2009; 2012), Corazza (2001) e Ferraço e Carvalho (2012), Pais (2006), nas discussões sobre os movimentos experienciados nos espaçostempos curriculares entrelaçados com a produção de subjetividades. Os dados foram produzidos no acompanhamento das redes de conversações que nos possibilitaram capturar diversas perspectivas, ideias, sentimentos, valores, singularidades, multiplicidades e representações dos diferentes sujeitos. Conversamos com jovens estudantes de gêneros e faixas etárias distintos que freqüentaram a escola em diversas séries, turnos e tempos, considerando a pluralidade de experiências viabilizadas nos diferentes turnos da instituição escolar, onde confluem encontros e desencontros de culturas subjetivadas por diferentes sujeitos que vivenciam seu cotidiano. Concluímos que a partir das contribuições das narrativas dos/as jovens estudantes, o território-escola é produzido histórica e socialmente, onde no seu interior convive uma multiplicidade de sujeitos com interesses e finalidades distintas, inclusive daquelas que são definidas socialmente. Ainda, considerando as possibilidades expressas advindas das diferentes proposições dos sujeitos envolvidos no processo, é possível ressaltar que, no movimento percorrido, há lacunas, silêncios e desejos (in)visibilizados que não nos permitiram equacionar em formulações prescritivas e dogmáticas, que nos aprisionam a modelos sedimentados, contemplando convicções e concepções lineares, possíveis de serem aplicadas em qualquer contexto escolar. Palavras-chave: Currículo. Juventude. Produção de subjetividades. O referido artigo propõe discutir os movimentos experienciados por jovens estudantes de uma escola pública de Ensino Fundamental e Médio na sistematização do Projeto Político-pedagógico (PPP) da instituição, constituindo-se em espaçostempos curriculares que produzem modos subjetivos de cohabitarem o território-escola. Como perspectiva de aproximação, discussão e análise da problematização apontada, iniciaremos a abordagem por meio de uma breve configuração do território escola - campo de investigação - que subsidiou a sistematização do artigo, o que, de certo modo, singulariza e a distingue de tantas outras instituições de ensino, conferindo à mesma sua singularidade como instituição escolar. Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola EdUECE- Livro 1 02824

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MOVIMENTOS EXPERIENCIADOS NOS ESPAÇOSTEMPOS CURRICULARES

DE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES DA/NA/COM A JUVENTUDE

Ricardo Figueiredo - FAESA

Priscila dos Santos Moreira - IFES

Resumo: O artigo propõe discutir os movimentos experienciados nos espaçostempos

curriculares de produção de subjetividades a partir do envolvimento dos/as jovens

estudantes no processo de sistematização do Projeto Político-pedagógico de uma escola

pública, de Ensino Fundamental e Médio, pertencente à rede estadual de ensino, do

Espírito Santo. A referida escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno e, é

considerada, em número de matrículas, a maior Unidade de Ensino de Educação Básica.

Utilizamos como referência para a sistematização do artigo, a contribuição dos seguintes

intercessores teóricos: Deleuze e Guattari (1997), Guattari e Rolnik (2011), Machado

(2009), Spinoza (2013), Carvalho (2009; 2012), Corazza (2001) e Ferraço e Carvalho

(2012), Pais (2006), nas discussões sobre os movimentos experienciados nos

espaçostempos curriculares entrelaçados com a produção de subjetividades. Os dados

foram produzidos no acompanhamento das redes de conversações que nos possibilitaram

capturar diversas perspectivas, ideias, sentimentos, valores, singularidades, multiplicidades

e representações dos diferentes sujeitos. Conversamos com jovens estudantes de gêneros e

faixas etárias distintos que freqüentaram a escola em diversas séries, turnos e tempos,

considerando a pluralidade de experiências viabilizadas nos diferentes turnos da instituição

escolar, onde confluem encontros e desencontros de culturas subjetivadas por diferentes

sujeitos que vivenciam seu cotidiano. Concluímos que a partir das contribuições das

narrativas dos/as jovens estudantes, o território-escola é produzido histórica e socialmente,

onde no seu interior convive uma multiplicidade de sujeitos com interesses e finalidades

distintas, inclusive daquelas que são definidas socialmente. Ainda, considerando as

possibilidades expressas advindas das diferentes proposições dos sujeitos envolvidos no

processo, é possível ressaltar que, no movimento percorrido, há lacunas, silêncios e desejos

(in)visibilizados que não nos permitiram equacionar em formulações prescritivas e

dogmáticas, que nos aprisionam a modelos sedimentados, contemplando convicções e

concepções lineares, possíveis de serem aplicadas em qualquer contexto escolar.

Palavras-chave: Currículo. Juventude. Produção de subjetividades.

O referido artigo propõe discutir os movimentos experienciados por jovens

estudantes de uma escola pública de Ensino Fundamental e Médio na sistematização do

Projeto Político-pedagógico (PPP) da instituição, constituindo-se em espaçostempos

curriculares que produzem modos subjetivos de cohabitarem o território-escola.

Como perspectiva de aproximação, discussão e análise da problematização

apontada, iniciaremos a abordagem por meio de uma breve configuração do território

escola - campo de investigação - que subsidiou a sistematização do artigo, o que, de certo

modo, singulariza e a distingue de tantas outras instituições de ensino, conferindo à mesma

sua singularidade como instituição escolar.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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A Escola fica localizada no município de Serra/ES e foi fundada em 31 de março de

1977 e, desde a sua inauguração, é mantida pelo Poder Público Estadual, vinculada à

Secretaria de Estado da Educação (SEDU/ES) e, consequentemente, à rede estadual de

ensino. Atende inúmeros bairros de Serra e de outros municípios da Região Metropolitana

da Grande Vitória/ES e, é considerada, em número de matrículas, a maior unidade de

ensino de Educação Básica, de nível médio, da rede estadual. Atualmente, a escola atende

o/a (s): Ensino Médio Regular nos turnos matutino, vespertino e noturno; Cursos

Profissionalizantes: Técnico de Nível Médio - Administração, Habilitação em Transações

Imobiliárias e Marketing-; Educação de Jovens e Adultos - 1º Segmento (1ª a 4ª Série do

Ensino Fundamental) e Ensino Médio (1ª a 3ª Etapa).

Ainda, para prover o seu funcionamento, a escola possui, atualmente, 162

servidores que atuam nos diferentes setores da instituição. Com isso, destacamos que gerir

uma organização escolar pressupõe concebê-la como uma organização complexa e

multidimensional, pois essas configuram seu próprio trabalho, assim como, um espaço

plural, onde confluem encontros e desencontros de culturas subjetivadas por diferentes

sujeitos, circunscritos em modos diferenciados de vida, consubstanciados em necessidades,

desejos, frustrações, encantos e desencantos, enfim, em “fragmentos de vida” que pulsam

em cada um dos indivíduos singularmente e na coletividade, na medida em que a mesma se

constitui pelas singularidades dos diferentes sujeitos que, num ato relacional, compõem o

cotidiano escolar.

A construção do Projeto Político-pedagógico da instituição faz parte das ações do

Programa “Ensino Médio Inovador” no qual a referida escola foi inserida no ano de 2013.

O Programa sugere que as unidades de ensino reformulem sua proposta pedagógica, afim

de conceberem uma nova organização curricular capaz de instituir uma escola ativa e

criadora construída a partir de princípios educativos que possibilitem a formação humana

coletiva e o entrelaçamento entre trabalho, ciência e cultura (BRASIL, 2013).

Partimos do pressuposto de que tal problemática se coloca como um desafio, uma

vez que a sistematização do Projeto Político-pedagógico exige de imediato definir e

analisar os caminhos e percursos instituídos e instituintes para sua própria construção e

elaboração, associados e articulados às formas que estabelecemos e definimos,

coletivamente, e às finalidades educativas, no que diz respeito à função da escola pública

brasileira.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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Em relação ao planejamento da sistematização do Projeto Político-pedagógico da

Escola, foi constituída uma Comissão de Trabalho composta com representantes dos

diversos segmentos, inclusive com a participação de pais e alunos/as. A referida Comissão

estabeleceu como atribuição principal coordenar as diversas etapas de sistematização do

Projeto, a partir da elaboração de uma Proposta de Formação Continuada denominada

“Ciclo de Diálogos sobre o Projeto Político-pedagógico na Educação Básica e Técnica de

Nível Médio”.

Em relação à dimensão teoricometodológica para sistematização do Projeto

Político-pedagógico, a mesma apoiou-se na perspectiva de que:

[...] falar sobre o cotidiano escolar [...] implica acompanhar movimentos que

transformam a cultura da escola, fortalecendo a criação coletiva e

individual, ou seja, para o questionamento dos “possíveis” do coletivo escolar

constituir-se nas dimensões pessoal, profissional e coletiva de forma

processual e relacional.

Desse modo, [...] (o) espaço-tempo do cotidiano escolar, potencializa a

inteligência coletiva, o trabalho material e imaterial, a aprendizagem de alunos e

a formação contínua de professores, pois incide sobre os “múltiplos contextos

cotidianos” [...] em que vivenciamos as práticas discursivas em sua tensão

permanente entre saberes, poderes e os “cuidados de si” e dos outros (grifos

nosso) (CARVALHO, 2009, p.199-200).

Desse modo, a Comissão de Trabalho na/da Escola, desenvolveu diversas ações e

atividades, utilizando como estratégia a pesquisa em fontes documentais da Escola, a

aplicação de questionários para diferentes sujeitos, os movimentos de conversas,

envolvendo a participação de alunos/as e pais/responsáveis, a organização de dados

produzidos no decorrer do processo e a coordenação dos Seminários de Formação de

professores/as, alunos/as, pais, mães e/ou responsáveis e demais servidores. Cada um dos

Seminários realizados iniciava-se com a apresentação e aprofundamento de um tema por

um palestrante convidado e culminava com a discussão e apresentação das questões

disparadoras dos debates em grupo.

As questões foram discutidas e problematizadas em diferentes grupos de trabalho e

os Seminários foram registrados, utilizando-se recursos da fotografia, filmagem, gravação

e transcrição do conteúdo.

Movimentos experienciados nos espaçostempos curriculares

As contribuições indicadas pelos diversos segmentos da escola, provenientes dos

debates e das discussões dos diferentes grupos, nos Seminários de Formação, foram

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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sintetizadas por cada grupo e, apresentadas em plenário, ao final de cada temática

discutida.

Essa estratégia de viabilização dos Seminários oportunizou a garantia de que

todos/as, ao mesmo tempo, discutissem as questões nos grupos, apresentassem e

debatessem nas plenárias, e também pudessem conhecer, não só as proposições e sugestões

indicadas por cada grupo, as similaridades, as contradições e os equívocos, indicados por

cada um dos segmentos, como também aquilo que, necessariamente, precisava ser

assumido pelo coletivo da instituição e/ou como demanda propositiva de viabilização e

continuidade de um processo de formação continuada, envolvendo os diversos segmentos

da escola. Com isso queremos destacar que

[...] não podemos ter projetos nem para nem pelos outros, mas com os outros.

Essa é uma dimensão fundamental de ser assegurada, sobretudo na educação. Por

mais bem-intencionados que os burocratas dos sistemas e mesmos os educadores

que estão nas escolas possam ser, não há como propor projetos à revelia dos

sujeitos que estarão, direta ou indiretamente, envolvidos nesses projetos. Assim,

como não podemos viver pelo outro, também não podemos projetar por ele.

Decorre dessa dimensão dos projetos a necessidade de ouvir o outro em suas

necessidades, interesses, desejos e expectativas de vida (FERRAÇO;

CARVALHO, 2012, p. 151- 152).

Cabe aqui considerar que, mesmo, que a escola tenha utilizado diferentes

estratégias e ações que envolveram diversos segmentos na busca de elementos e

referências significativos que fundamentaram a sistematização do Projeto Político-

pedagógico da Escola, não percebemos, no percurso realizado, a supremacia da

participação, da proposição e sugestão e/ou contribuição de um segmento em relação ao

outro, cuja manifestação evidenciaria relações de poder que caracterizam processos de

exclusão, hierarquização e controle social de um segmento sobre os demais, consistindo

em marginalização de natureza econômica, cultural, educacional e política, inclusive no

aparato institucional escolar.

O que preponderou, nesse sentido, foi a capacidade de reflexão, diálogo e escuta; o

engajamento e o compromisso individual e coletivo com os processos vividospraticados na

instituição escolar; o empenho e a dedicação na viabilização das ações e proposições

estabelecidas pelo coletivo da instituição e assumidos pelos sujeitos individuais e coletivos

que compõem o cotidiano escolar; a capacidade de reconhecer-se como gênero humano,

capazes de errar, acertar, não conhecer, afetar e ser afetado, imersos em redes de

subjetividades e tantas outras questões, mas ativo e reativo, procurando exercer a nossa

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capacidade de produção, criação e invenção como potência que caracteriza a nossa

condição de humano, possuidores de “poder” que afeta nós mesmos e os/as outros/as.

Para a produção dos dados referenciados no artigo, acompanhamos as redes de

conversações que

[...] buscam os possíveis da sua constituição fundado na dimensão da

conversação para a recriação de saberes, fazeres e afetos da/na escola [...] como

uma tática da discursividade local, acompanhando os fluxos das conversações

tecidas em redes de subjetividades compartilhadas (Carvalho, 2009, p. 188-189),

e ainda, combina e articula “[...] duas dimensões: a poética da participação e a

sociabilidade, articulando vozes, assuntos, de modo que tornem possível a multiplicidade

partilhada” (CARVALHO, 2009, p. 189). Ou seja, a noção de redes de conversações

interage com o entendimento de que a conversação não acontece sem ser criada e

sustentada pela participação ativa.

Nesse direcionamento, as conversações são referenciadas entre ações complexas

(noção de rede) porque é tecida em um complexo enredamento de acontecimentos, de

acasos, ações emaranhadas, interações e retroações, traçando-se, assim, redes de

subjetividades compartilhadas e tornando a potência dessas conversações muito mais

relacionada ao enredamento produzido – envolvendo formas e forças de agenciamento –

do que à vontade dos interlocutores (CARVALHO, 2009). Assim, as conversas que

envolveram alunos/as de diferentes séries e faixas etárias, que freqüentavam a escola em

turnos e tempos diversos foram gravadas e transcritas, contemplando as “falas” e

proposições dos/as alunos/as e dos pais.

Diante de tal consideração, reconhecemos que a iniciativa de sistematização do

Projeto Político-pedagógico da escola, contemplando a captura dos movimentos

experienciados nos espaçostempos curriculares de produção de subjetividades,

especificamente, das/nas/com a juventude pressupõe estabelecer estratégias de

acompanhamento dos “movimentos” que efetivamente expressem “identidades juvenis” e a

partir delas, consequentemente, apontar os princípios e referências das teoriaspráticas

políticas e pedagógicas viabilizadas na escola.

Em relação aos modos de subjetivação produzidos nos espaçostempos curriculares,

Corazza nos adverte que:

Conceber o currículo como modo de subjetivação implica analisar seus

conhecimentos, linguagens, formas de raciocínio, ciências, tipos de experiência,

técnicas normativas, enquanto vinculados às relações de saber e de poder que

atravessam os corpos para gravar-se nas consciências. Investigar o currículo

como prática subjetivadora exige isolar e reconceptualizar uma dimensão

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específica, derivada desses poderes e saberes, mas que não depende deles nem a

eles se reduz: a dimensão da subjetividade (CORAZZA, 2001, p. 57-58).

Ainda, considerando os “movimentos curriculares” que constituem

praticaspolíticas cotidianas que cohabitam os espaçostempos escolares, Carvalho destaca

que:

[...] os Currículos envolvem além dos documentos emanados dos órgãos

planejadores e gestores da educação, os documentos das escolas, os projetos, os

planos, os livros didáticos, ou seja, tudo que atravessa as práticasteorias

escolares, compreende-se que os Currículos se constituem por tudo aquilo que é

vivido, sentido, praticado no âmbito escolar e para além dele, colocado na forma

de documentos escritos, conversações, sentimentos e ações concretas

vividas/realizadas pelos praticantes do cotidiano. Cabe destacar que o Currículo

formal, o operacional e o efetivamente praticado são dimensões ou diferentes

faces do mesmo fenômeno – os Currículos em sua relação com a realidade

sociopolítica, econômica e cultural mais ampla (2012, p. 190).

A partir da perspectiva apontada anteriormente, em relação à produção de

subjetividade, Guattari e Rolnik (2011) destacam que a mesma não é centralizada no

indivíduo e não pode ser totalizada, pois a subjetividade não é uma posse, mas uma

produção que acontece com os encontros que vivemos com o outro (e esse outro pode ser

um outro social, a natureza, os acontecimentos, as invenções, entre outros múltiplos

componentes, que produzem efeitos nos corpos). Assim, a produção de subjetividade é

provisória e aberta, pois, ao mesmo tempo em que o sujeito recebe os componentes de

subjetivação em circulação, também emite outros, experienciando trocas em dinâmicas

mutantes a partir de uma construção coletiva. Dessa maneira, “[...] não existe uma

subjetividade do tipo “recipiente” onde se colocariam coisas essencialmente exteriores,

que seriam „interiorizadas‟” (p.43).

Nesse sentido, a(s) subjetividade(s) é (são) produzida(s) e produtora(s), em um

fluxo contínuo de modos de existir no entrecruzamento das instâncias sociais,

institucionais e individuais. Dessa forma, “[...] a subjetividade é produzida por

agenciamentos de enunciação, e os processos de subjetivação não são centrados em

agentes individuais, nem em agentes grupais. Esses processos são duplamente

descentrados” (GUATTARI E ROLNIK, 2011, p.39).

“Movimentos curriculares” e produção de subjetividade da/na/com a juventude

Deleuze, a partir de Bergson – segundo Machado (2009) – destaca o movimento

enquanto corte móvel da duração/do todo. Assim, a duração é a mudança e o movimento

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remete a uma vibração, a uma mudança que ocorre ao mesmo tempo em que os elementos

se movem (sendo o todo aberto, mutável, incorrendo constantemente no surgimento do

novo). Considerando tal afirmação, há dois aspectos do movimento: o que se passa entre os

objetos/partes (movimento como translação); o que exprime a duração ou o todo

(movimento como mutação). A partir dessa teoria de Bergson, Deleuze enfatiza os três

tipos de imagens-movimento (imagem-percepção, imagem-ação, imagem-afecção).

A imagem-percepção recebe o movimento de uma face, a imagem-ação executa o

movimento na outra e a imagem-afecção ocupa o intervalo (intercala os estímulos

recebidos e os movimentos executados). Na afecção o movimento deixa de ser

“translação” e passa a ser “expressão” (MACHADO, 2009).

Cabe-nos destacar que os diferentes tipos de imagens coexistem, simultaneamente,

nos diversos espaçostempos escolares, consistindo em movimentos de naturezas distintas

que cohabitam o mesmo território. Assim, o movimento é presente. O movimento é ato de

percorrer, é o que se faz, o que está se fazendo. Uma coisa é movimento efetuado, e outra,

o movimento efetuando-se. O espaço é divisível enquanto o movimento (ato de percorrer)

é indivisível ou só se divide, tornando-se outro movimento.

Retomando Machado (2009), a imagem-afecção ocupa o intervalo (intercala os

estímulos recebidos e os movimentos executados). Na afecção, o movimento deixa de ser

“translação” e passa a ser “expressão” e, nesse direcionamento, as expressões juvenis

ocupam um “entre”, sendo possível pesquisar com os jovens a partir das prescrições

estabelecidas para esses enquanto espaço estriado revelador da ordem, do controle, com

trajetos que aparecem confinados às características do espaço que os determinam -

conforme Pais (2006) - e do contraste com o espaço liso que se abre ao caos, ao

devircurrículo, currículoafecção (um espaço de produção de novas sensibilidades e

subjetividades).

De acordo com Deleuze e Guattari (1997, p. 184) o espaço estriado

[...] entrecruza fixos e variáveis, ordena e faz sucederem-se formas distintas,

organiza as linhas melódicas horizontais e os planos harmônicos verticais. O liso

é a variação contínua, é o desenvolvimento contínuo da forma, é a fusão da

harmonia e da melodia em favor de um desprendimento de valores propriamente

rítmicos, o puro traçado de uma diagonal através da vertical e horizontal.

No entanto, esses dois espaços coexistem nos movimentos de querer escapar e

querer deter. Assim, um engendra o outro e é engendrado em danças de cooptação de

alisar-se e estriar-se, de maneira que pensar e pesquisar com a juventude sugere ações

dentro de um deslocamento e de fixações que se processam entre as cartografias juvenis

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em meio aos encontros e afetos dos corpos. De acordo com Spinoza (2013), o corpo é

definido por uma multidão de outros corpos que podem ser afetados de diferentes maneiras

por uma multiplicidade de corpos. Assim, os corpos são o que os seus afetos indicam,

produzindo, nas vivências dos jovens, “bons” e “maus” encontros.

A expressividade dos/as jovens estudantes pode ser referenciada, a partir da

contribuição deles em relação à percepção do território-escola, onde as respostas transitam

entre eles/as, da seguinte forma:

“Não é permitido a entrada de alunos com calças coloridas”; “Escola muito

desorganizada”;“Falta informação”; “Mudança excessiva do horário escolar”;

“Insegurança na escola”; “Excesso de aulas vagas”; “Necessidade de professores

substitutos”; “Pouco acesso à gestão financeira da escola”; “Na secretaria, o

atendimento é precário; “Biblioteca com pouco acervo”; “Não temos

laboratório”; “Comunicação insuficiente”.

Apesar de serem respostas objetivas e curtas, elas expressam não somente a

maneira como os/as jovens estudantes experienciam esse espaço, como também apontam:

“Frequentar a escola com qualquer tipo de calça”; “Aulas dinâmicas”;

“Disponibilizar papel higiênico nos banheiros”; “Colocar mais frutas no

refeitório”; “Mais aulas de campo”; “Disponibilizar bebedouros em todos os

andares”; “Dedetizar os espaços da escola”; “Mais tempo para a troca de aula”;

“Aumentar o tempo limite para a entrada na primeira aula”; “Estabelecer limite

de tempo para os professores entrarem na sala de aula”; “Organizar a Rádio

Escola”; “Colocar música no recreio”; “Desenvolver atividades extra-

curriculares esportivas”; “Aulas de Arte mais práticas”; “Definir calendário de

semanas de provas”; “Disponibilizar mais bancos no pátio”; “Realizar festa de

fim de ano para a comunidade escolar”; “Organizar a mobilidade nos corredores

e escadas”; “Mudar o formato do uniforme”; “Permitir a entrada de veículos de

estudantes dentro da escola”; “Confeccionar gratuitamente a Carteirinha

Estudantil”; “Realizar a recuperação trimestral com nota máxima de 60% do

total do trimestre”; “Manter aprovações por área de conhecimento”; “Preparar

para entrar em uma faculdade e ter um futuro melhor”; “ Conceber a escola como

uma segunda casa, onde obtenho conhecimento e aprendo a viver”;“ Promover

uma educação melhor; um ambiente de estudo onde seja prazeroso estar nas

aulas e os professores ensinem por gostar de ensinar e não apenas passem a

matéria e finjam que ensinaram”; “Ensinar os conteúdos, não julgando todos por

causa de um grupo desinteressado”; “Promover maior participação na gestão

financeira da escola”; “Organização da equipe pedagógica em relação à

divulgação dos resultados da recuperação”; „Repensar o tempo da recuperação

trimestral”; “Promover momentos formativos e informativos”; “Desenvolver

estratégias que promovam a interação professor/a-aluno/a como possibilidade de

aproximação entre as famílias e a escola”.

Ainda, na tentativa de buscar saber como os/as jovens estudantes percebem os

outros (adultos) com os quais convivem na escola, indagamos sobre o que eles/as

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EdUECE- Livro 102831

imaginavam que os/as professores/as, além dos/as servidores/as em geral “esperavam”

deles/as. Em relação a essa proposição, os/as jovens responderam:

“Que eu aprenda a matéria”; “Respeito profissional e dedicação aos estudos”;

“Depende dos professores: alguns esperam coisas boas de nós, outros esperam só

coisas ruins”; “Colaboração e comportamento disciplinado”; “Que eu passe de

ano e tenha um bom futuro profissional”; “Notas altas”; “Participação nas aulas”;

“Que eu faça a diferença entre meus colegas de classe”; “Sinceridade e

objetividade”; “Com educação e vontade de aprender”; “Deve respeitar as

normas da escola”; “Deve respeitar o próximo”; “Deve querer aprender, ouvir os

professores e não atrapalhar a aula”; “Do mesmo modo que se comporta no

trabalho e em casa, de modo exemplar”; “Como um ser humano”; “Participar das

aulas”; “Civilizadamente”; “Do jeito que ele quiser, estamos em um país livre”.

A partir das respostas emitidas pelos/as jovens estudantes, percebemos que os

discursos fluem e transitam entre diferentes pontos de vista, consubstanciando em espaços

estriados e modos de subjetivação, abrindo-se também a outros possíveis provocativos

como a última fala que desliza, acentuando: “Do jeito que ele quiser, estamos em um país

livre”. Ainda, assim, consideramos que as posições e contribuições dos/as jovens são

originárias de um processo não dissociado das vivências produzidas nas redes coletivas de

subjetividade, experimentadas por eles/as em diversos territórios produtores de diferentes

modos de subjetivação.

Em uma das propostas de trabalho em relação à construção do Projeto Político-

pedagógico, discutimos “O currículo que queremos”, com o grupo de jovens estudantes

que participaram do Seminário. Durante a discussão sobre o que eles/as pensam sobre a

prática do/a professor/a, responderam: “Aulas fragmentadas e descontextualizadas”;

“Conteúdos ministrados não considerando a realidade do/a aluno/a”; “Há desinteresse

nas relações em detrimento de um saber dominante”. A partir das respostas evidenciadas,

devolvemos a questão para o grupo, no sentido de dialogarem sobre o que apontariam,

então, sobre as práticas docentes:

“Aulas dinâmicas”; “Debates”; “Conteúdos conectados com a realidade”;

“Realização de provas orais”; “Mais empenho e dedicação dos/as professores/as

pelo processo de ensinar”; “Maior aproximação entre professor/a e aluno/a”.

Na ocasião em que conversamos sobre o que os/as jovens pensam que a escola

deveria ensinar, apontaram as seguintes proposições:

“Todo conhecimento necessário para o crescimento pessoal e profissional”;

“Falar mais sobre sexualidade”; “Não sei responder, pois tudo o que a escola

ensina já faz parte de nosso dia-a-dia”; “Ensinar a pensar no futuro e alcançar

objetivos”; “Segurança, drogas e política, mas sem defender partidos e sim para

estimular os/as alunos/as a refletirem antes de votar”; “Aulas de violão e

espanhol”; “Sobre a criminalidade, de modo que os jovens não entrem no

“mundo marginal”; “Esporte e inglês”; “Já é suficiente o que ela ensina”;

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EdUECE- Livro 102832

“Transmitir informações e formar para a vida”; “Para mim, não falta nada”;

“Atualidades”; “Nos ensinar a dar valor às coisas que temos”; “Educação e bom

comportamento”; “Conhecimento para tirar nota alta no ENEM”.

E sobre a iniciativa de práticas curriculares que utilizassem projetos de trabalho na

escola, os/as jovens estudantes propuseram que deveriam enfatizar e/ou abordar:

“Música”; “Esportes, tecnologia e inglês”; “Mais oportunidades para a EJA,

como inglês e intercâmbio”; “Escola Aberta”; “Escola contra as drogas,

educação versus violência, gravidez na adolescência, e o que seria um mundo

melhor”; “Desenvolver projetos com os alunos para ajudar alguns colegas que

vivem nas ruas”; “Projetos culturais e mais aulas práticas”; “Algo relativo ao

mercado de trabalho”; “MENOS tempo na escola”; “Mais cursos

profissionalizantes”; “Algo dinâmico que desperte o interesse dos alunos e

professores”; “Projetos de preparo para o primeiro emprego”; “Algo que envolva

alunos e comunidade”; “Um projeto de estágios”; “Teatro”.

Ainda, a partir das cartografias juvenis, os/as jovens estudantes comentaram sobre

como eles/as gostariam que fosse o relacionamento entre eles/as e os/as professores/as:

“Amigável”; “Deveriam ser como amigos, pois os professores estão trabalhando

para nos ajudar”; “Ótimo, pois nesse mundo precisamos dialogar”; “Respeitoso”;

“Bom, pois precisamos deles”; “Os professores deveriam ser mais engraçados”;

“Deveria ser mais próximo, pois alguns alunos têm vergonha/medo de pedir

ajuda ao professor”; “De muita educação, professor não está aqui para ouvir

gracinhas e desaforos”.

Quando indagados sobre o que seria um “bom/boa” professor/a, os/as jovens

estudantes indicaram:

“Aquele que tem vontade de ensinar”; “Paciência para ensinar e bondade para

ajudar”; “Dialogar com o aluno, brincar quando é preciso e ser amigo”; “Ser

dedicado, atencioso, prestativo e paciente”; “Ensinar bem e respeitar”;

“Humildade, disciplina e educação”; “Diversificar sempre em suas aulas”;

“Saber explicar”; “Não ser ignorante e tratar os alunos com gentileza”; “Saber se

expressar e ser comunicativo”; “Fazer os alunos aprenderem de forma prazerosa

e divertida”; “Ser carismático”; “Ser rígido, mas legal”; “Privilegiar o conteúdo”;

“Gostar do que faz”; “Se preocupar com os alunos que têm dificuldades”; “Bom-

humor, estar disposto a ajudar sempre”.

Continuamos a conversa persistindo sobre o que eles/as pensam sobre o que é ser

um/a bom/boa aluno/a, a partir das vivências na escola. Os/as jovens estudantes relataram:

“Desejo de aprender e força de vontade”; “Vir para escola estudar, não

badernar”; “Ser prestativo, comunicativo”; “Ser atencioso, educado, gostar de

aprender e querer aprender, estudar para aprender e não para passar de ano”; “Ser

educado, prestar atenção às aulas e manter as tarefas em dia”; “Ser esforçado e

aplicado”; “Ser comprometido”; “Respeitar os mais velhos”.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

EdUECE- Livro 102833

Concluindo o diálogo, os/as jovens estudantes relataram que (não) se consideravam

bons/boas alunos/as, justificando que:

“Às vezes falto e não sou muito interessada”; “Não tenho tempo para me

dedicar”; “Passeio um pouquinho pela escola no horário de aula”; “Tenho notas

baixas e não me dedico o suficiente”; “Mediano, pois participo das aulas, mas

também converso e falto”.

No acompanhamento das redes de conversações, relacionamo-nos com a recepção e

a execução de imagens, mas nos movemos especialmente entre as vibrações e as

expressões juvenis (imagens-afecção) nos movimentos curriculares que entrecruzaram,

constantemente, espaços estriados – como território enrijecido pelo controle, com modos

de subjetivação estabelecidos e propagados nos discursos dos estudantes – e espaços lisos

(com aberturas e deslizes para o currículoafecção como possibilidade de produção de

outras subjetividades nas danças curriculares).

Assim, partindo do pressuposto que o movimento e as experiências coletivas

vividas pela Escola, constituindo modos diversos de subjetivação por meio das diferentes

práticas curriculares viabilizadas no seu cotidiano, sobretudo aquelas que envolvem

diretamente os/as jovens estudantes seja de extrema relevância, cabe-nos problematizar:

Há espaçostempos no território-escola que empoderem e potencializem processos

formativos dos/as profissionais da educação que contemplem temáticas que

transversalizem aprofundamentos sobre juventudes, espaçostempos plurais e culturas

juvenis? É possível os sujeitos praticantes dos cotidianos escolares, revisitarem paradigmas

éticos e estéticos que sustentam visões equivocadas e preconceituosas diante de

estereótipos socialmente construídos sobre os/as jovens e as culturas juvenis? Nos

espaçostemposreflexão constituídos no território-escola - planejamentos e formação

continuada e conselhos de classe e conversas informais e salas de professores/as e outras

conversações afins – dialoga-se sobre a relação entre as praticaspolíticas engendradas

na/da escola com os processos de exclusão e marginalização social, política e cultural

retratados nos índices de reprovação, repetência e evasão escolar? Entre tantas outras

inquietações provocadoras, advindas das redes de conversações desse cotidiano, é possível

[...] destacar que o currículo se enreda com uma cultura visto que uma cultura é

uma rede de conversações (subjetivadas) que define um modo de viver, um modo

de estar orientado no existir tanto no âmbito humano, quanto no não humano, e

envolve um modo de atuar, um modo de emocionar e um modo de crescer no

atuar e no emocionar, assim como sistemas sociais são sistemas de convivência

constituídos sob a emoção do amor, que é a emoção que constitui o espaço de

ações, de aceitação do outro na convivência (CARVALHO, 2009, p. 206).

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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Contudo, mesmo considerando as possibilidades expressas advindas das diferentes

proposições dos sujeitos envolvidos no processo de sistematização do Projeto Político-

pedagógico da Escola, é possível ressaltar que, no movimento percorrido, há lacunas,

silêncios e desejos (in)visibilizados que não nos permitiram equacionar formulações

prescritivas e dogmáticas, que nos aprisiona a modelos sedimentados, contemplando

convicções e concepções lineares, possíveis de serem aplicadas em qualquer contexto

escolar.

Conclu (indo...),

Consideramos que nos

[...] tempos que correm, os jovens vivem uma condição social em que as setas do

tempo linear se cruzam com o enroscamento do tempo cíclico. Temporalidades

ziguezagueantes e velozes, próprias de uma sociedade dromo...crática, na qual os

tempos fortes se cruzam com os fracos e, em ambos, se vivem os chamados

contratempos. São muitos destes contratempos que caracterizam a condição

juvenil contemporânea (PAIS, 2006, p. 9).

Ainda, a partir do movimento percorrido na escola, destacando a participação dos

jovens estudantes, no acompanhamento das redes de conversações, no que diz respeito à

promoção de “bons encontros”, apontamos que os mesmos constituíram-se em

experiências que afirmam a produção de um ethos coletivo e uma atmosfera que evidencie

modos de subjetivação permeados por processos coletivos de participação dos diversos

segmentos da escola na definição de seus rumos.

Desse modo... não temos aqui, a pretensão de esgotar e concluir todas as

possibilidades de evidenciar os movimentos experienciados nos espaçostempos

curriculares de produção de subjetividades da/na/com a juventude, pois reconhecemos que

o tempo e o espaço de sua construção foram marcados com muitas conversas, diálogos

intensos e tensos que afetam as nossas relações profissionais e expectativas em viabilizar

meios para que as nossas práticas educacionais se revertam em praticaspolíticas que

qualifiquem as vivências e experiências humanas. No entanto inferimos a necessidade de

incluir cada vez mais, amplamente, os/as jovens estudantes nos processos que esses

constituem e pelos quais são constituídos.

Referências

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/ SEB. 2013.

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