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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO
EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO EM ATIVIDADES DE ACADEMIA
MARIA DE LURDES SALGADO GERALDES
Orientador: Prof. Doutor José Manuel Vilaça Maio ALves
VILA REAL, 2013
II
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO
EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
MARIA DE LURDES SALGADO GERALDES
Orientador: Prof. Doutor José Manuel Vilaça Maio ALves
UTAD Vila Real – 2013
III
FICHA CATALOGRÁFICA
Geraldes, Maria de Lurdes Salgado. Influência da pré-exaustão do grupo Bíceps brachii na execução do exercício de Puxada Alta Dorsal. Vila real: [s.n], 2013.
Orientador: Professor Doutor José Manuel Vilaça Maio Alves Dissertação (Mestrado) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. PALAVRAS-CHAVE: Pré-exaustão, puxada alta dorsal, número de repetições, tipo de pega.
IV
Dissertação de Mestrado realizada com
vista à obtenção do Grau de Mestre em
Ciências do Desporto, área de
Especialização em Atividades de
Academia, pela Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro
V
AGRADECIMENTOS
Do inicio ao fim do meu mestrado contei com o apoio, amizade e
confiança de algumas pessoas. De uma forma particular, agradeço, a todas
pela contribuição direta e indireta na elaboração deste trabalho, que passo a
citar:
Ao Professor Doutor José Manuel Vilaça Maio Alves, orientador da
dissertação, agradeço de coração todo o apoio prestado, a partilha do saber e
as valiosas contribuições para o trabalho. Obrigado por me continuar a
acompanhar nesta jornada e por estimular o meu interesse pelo conhecimento
e pela vida académica.
Ao Moove Healt Club em Vila Real, especialmente ao seu responsável
Filipe Madeira Pinto que autorizou a realização do estudo, o meu muitissímo
obrigado. Um agradecimento especial também ao grupo de utentes
frequentadores desta mesma empresa que colaboraram connosco tendo sido
muito prestimosos e pacientes, dispensando algum do seu tempo.
À Senhora Virgínia Pinheiro (funcionária da FADEUP) pela valiosa ajuda
em apoio bibliográfico que contribuiu para a realização desta dissertação. Grata
pela sua atenção e simpatia, foi incansável! Ficará sempre na minha memória a
sua bondade e prestação.
Ao meu amado esposo (Buno Esteves), que sempre me estimula a
crescer científica e pessoalmente, à minha filha (Lara) que apesar de tenra
idade, permitiu os meus estudos, minha acompanhante e eterna amiga. Amo-
vos muito! Obrigados pela compreensão de todos os sacrifícios a que
estiveram sujeitos por mim para que esta dissertaçao pudesse ser
concretizada, e a que atribulado trajeto me obrigou.
Sou muito grata a todos os meus familiares, nomeadamente, à minha
mãe (Mabilde Salgado) por todo o amor e carinho, incentivo e apoio
incondicional. Ao meu pai (Carlos Geraldes), que mesmo já não estando
presente entre nós estará sempre vivo no meu pensamento e no meu coração.
A vocês uma só única palavra, adoro-vos!
VI
O meu profundo e sentido agradecimento à minha cunhada Marília
Morais, que com muito carinho e apoio, não mediu esforços, acompanhando-
me sempre e presencialmente nesta etapa da minha vida contribuindo para a
minha chegada! Obrigada por toda a amizade e carinho.
Aos meus estimados sogros (Ilda e Amândio Esteves) pelo
encorajamento a fim de prosseguir com este trabalho.
Por último e não menos importante à minha sobrinha (Maria Esteves)
pelo apoio e disponibilidade demonstrado. Obrigada pela imensidão da tua
amizade e afeto.
Áqueles que não particularizei e que de várias formas contribuiram para
o sucesso deste trabalho, o meu muito obrigado!
VII
ÍNDICE GERAL
FICHA CATALOGRÁFICA ................................................................................. III
AGRADECIMENTOS ......................................................................................... V
ÍNDICE GERAL ................................................................................................ VII
ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... IX
ABREVIATURAS ................................................................................................ X
RESUMO ........................................................................................................... XI
ABSTRACT ...................................................................................................... XII
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
1.2.OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................................ 5
2.METODOLOGIA ............................................................................................... 6
2.1.AMOSTRA ..................................................................................................... 7
2.2.PROCEDIMENTOS ....................................................................................... 7
2.3.INSTRUMENTOS E MEDIÇÕES .................................................................. 8
2.3.1.ESTATURA .......................................................................................... 9
2.3.2.MASSA CORPORAL ........................................................................... 9
2.3.3.PERCENTAGEM DE GORDURA ESTIMADA ..................................... 9
2.3.4.AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE REPETIÇÕES ................................. 10
2.3.5.AVALIAÇÃO DA PERCEÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO .............. 10
2.3.6.MEDIÇÃO DE 1 RM ........................................................................... 12
2.4.TRATAMENTO ESTATÍSTICO ................................................................... 12
3.RESULTADOS ............................................................................................... 14
4.DISCUSSÃO .................................................................................................. 17
5.CONCLUSÕES .............................................................................................. 22
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 24
VIII
7.ANEXOS ......................................................................................................... 27
ANEXO I – PAR-Q TESTE
ANEXO II – ANAMENESE
ANEXO III – TERMO INDIVIDUAL DE CONSENTIMENTO
ANEXO IV – ESCALA OMNI DE PERCEÇÃO DE ESFORÇO PARA OS
EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA E TREINO AERÓBIO NUM
CICLOERGÓMETRO
IX
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Médias e respetivos desvios padrão das características
antropométricas e de uma repetição máxima (1RM) dos exercícios utilizados 15
Tabela 2 - Médias e respetivos desvios padrão do número de repetições e da
perceção subjetiva de esforço (OMNI) dos exercícios Puxada Alta Dorsal com
pega aberta (PADFPA) e com pega fechada (PADFPF), com e sem pré-
exaustão, dos sujeitos da Amostra .................................................................... 16
X
ABREVIATURAS
BB – Músculo Bíceps Brachii
CB – Curl de Bíceps
LD – Músculo latissimus Dorsi
MT – Músculo Médium Trapezius
PA – Pega Aberta
PAD – Puxada Alta Dorsal
PADF – Puxada Alta Dorsal à Frente
PADFPA – Puxada Alta Dorsal à Frente com Pega Aberta
PADFPF – Puxada Alta Dorsal à Frente com Pega Fechada
PF – Pega Fechada
RM – Repetição Máxima
RO – Músculos rhomboids
TF – Treino de Força
XI
RESUMO
O método de pré-exaustão consiste na indução de fadiga, através de um exercício mono articular, num músculo ou grupo muscular interveniente no exercício seguinte. Desta forma, procuramos verificar os efeitos da pré-exaustão do grupo muscular Bíceps Brachii (BB), através do exercício Curl Bíceps com barra (CB), no número de repetições no exercício de puxada alta dorsal à frente (PADF) com pega aberta (PA) ou fechada (PF). Desta forma, tentamos observar se: i) a distância entre mãos, na execução do exercício PADF influenciava o número de repetições e a perceção subjetiva de esforço; ii) se o sexo dos sujeitos da amostra influenciava as variáveis em estudo. O estudo foi constituído por 19 indivíduos, caucasianos, aparentemente saudáveis, divididos por sexo. GM, n=8, (27,13±2,85 anos de idade, 180,63±6,65 cm de estatura, 82,05±8,92 Kg de massa corporal e 14,67±6,09% de gordura estimada) e GF, n=11 (28,81±3,68 anos de idade, 162,91±6,51cm de estatura, 59,63±6,47Kg de massa corporal e 24,11±4,33% de gordura estimada). O exercício de PADF, quer com pega aberta e com pega fechada, com e sem pré-exaustão, e o exercício CB foram realizados com uma cadência de execução, na fase concêntrica e excêntrica do movimento, de 60 bat.min-1 e com uma carga de cerca 70% da 1RM. Foram efetuadas, igualmente, 3 séries de10 repetições, separadas entre si por 90 segundos de intervalo no exercício CB, para criar pré-exaustão. Foram realizadas 4 sessões, de forma aleatória, com um intervalo entre si de 72 horas. Foi observado no sexo feminino diferenças estatisticamente, significativas, no número de repetições, entre o tipo de pega utilizado (F=4,662; P=0,37; η=0,104) e a utilização ou não de pré-exaustão (F=20,626; P=0,000; η=0,340). No sexo masculino existiu, igualmente, uma diminuição na utilização ou não de pré-exaustão nas duas formas de pegas utilizadas (F=42,250; P=0,000; η=0,601). Observou-se, igualmente, uma diminuição do número de repetições executadas no sexo feminino, em relação ao sexo masculino, na execução dos exercícios PADFPF, sem pré-exaustão, e PADFPF com pré-exaustão (F=9,352; p=0,007; η=0,355). Em relação à perceção subjetiva de esforço medida através da escala de OMNI-RES (OMNI), pudemos observar que existe um aumento significativo na realização do exercício PADFPA (F=47,872; P=0,000; η=0,545 e F=38,877; P=0,000; η=0,581, sexo feminino e masculino, respetivamente), quer no sexo masculino quer no feminino, com pré-exaustão. Existiu, igualmente, um maior valor de PSE entre a execução do PADFPF em relação à execução do PAFPA, em ambos os sexos (F=13,617; P=0,001; η=0,254 e F=5,277; P=0,029; η=0,159, sexo feminino e masculino, respetivamente). Foi concluido, que a pré-exaustão parece levar a uma diminuição do número de repetições e a perceção subjetiva de esforço, quer no sexo masculino quer no sexo feminino. Contudo, parece somente existir influência no tipo de pega utilizada nos sujeitos do sexo feminino.
Palavras chave: pré-exaustão; puxada alta dorsal, número de repetições, tipo de pega
XII
ABSTRACT
The pre-exhaustion method is a strength training method to inducing fatigue, through monoarticulate exercise, into a muscle or muscle group that will participate in the following exercise. In this way, the aim of this study was to verify the effects of the pre-exhaustion of Biceps Brachii (BB), by the biceps Curl with barbell (CB) exercise, on the number of repetitions in the performance of the exercise Front Lat Pull Down (FLPD) with open (O) or closed (C) handle. In this way, we tried verify if: i) the distance between the hands, in the execution of the exercise FLPD had influence on the number of repetitions and on the subjective perception of effort (SPE); ii) if the sex had influence in the variables under study. The sample of this study consisted of 19 individuals, apparently healthy, Caucasian, divided by sex. Male group (MG), n=8, (27.13±2.85 years old; 180.63±6.65 cm height; 82.05±8.92 Kg weight; and 6.09±14.67% of estimated fat) and Female Group (FG), n=11 (28.81±3.68 years old; 162.91±6.51 cm height; 59.63±6.47 kg weight; and 4.33±24.11% of estimated fat). The movement of FLPD, with the open and closed handle and with and without pre-exhaustion, and CB were performed with a cadence of 60 bat.min-1, with a load of 70% of 1RM. Were performed 3 sets of 10 repetitions, with an interval between sets of 90 seconds, on the CB exercise, to promote a pre-exhaustion. The four testing sessions were performed with a 72 hours interval between them. On the female, differences were observed on the number of repetitions, between the open and closed handle (F=4,662; P=0,37; η=0,104), and the use of the pre-exhaustion (F=20,626; P=0,000; η=0,340). On the male, differences were observed too, and negative influence of the pre-exhaustion on the number of repetitions, when the FLPD was performed with close and open handle (F=42,250; P=0,000; η=0,601). The MG performed a higher number of repetitions than FG, on the FLPD, with the close handle, with and without pre-exhaustion (F=9,352; P=0,007; η=0,355). The SPE, assessed trough OMNI-RES scale (OMNI) was higher in all subjects when the FLPAD was performed with pre-exhaustion (F=47,872; P=0,000; η=0,545 and F=38,877; P=0,000; η=0,581, female and male, respectively). It was, also, observed a higher SPE when the FLPD was performed with the handle closed when compare with the same exercise performed with the handle open, in both sex (F=13,617; P=0,001; η=0,254 and F=5,277; P=0,029; η=0,159, female and male, respectively). In conclusion, pre-exhaustion can promote more fatigue and SPE, in both sex. However, the influence of handle used was only seeing on the female.
Keywords: Pre-exhaustion; Front Lat Pull Down; repetitions number; handle type
1
1.INTRODUÇÃO
1 Introdução
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
1.INTRODUÇÃO
2
1.INTRODUÇÃO
A correta manipulação das variáveis do Treino de Força (TF) assume um
papel determinante no resultado pretendido (Fleck & Kraemer, 2006). Várias
são as variáveis do TF, tais como: número de séries; repetições dos exercícios;
tempo de descanso entre série; exercícios e dias de treino; percentagem de
carga utilizada; tipo de contração muscular; cadência de execução do
exercício; escolha dos exercícios e ordem de execução dos exercícios (Fleck &
Kraemer, 2006).
Dentro das variáveis anteriormente referidas, a ordem dos exercícios e a
sua influência na capacidade de produzir trabalho tem sido estudada (Sforzo &
Touey, 1996; Spreuwenberg et al, 2006; Simão et al., 2005). Com base nos
resultados dos estudos anteriormente referidos, podemos afirmar que se
consegue executar um trabalho superior nos exercícios de TF que são
executados no início da sessão de treino, quer nos exercícios que envolvem os
membros superiores (Simão et al., 2005), quer os que envolvem os membros
inferiores (Spreuwenberg et al, 2006; Simão et al., 2005) .
A pré-exaustão é um método de TF que manipula a ordem de execução
de dois exercícios de TF e consiste na realização de um exercício
monoarticular seguido de um exercício pluriarticular, em que em ambos
intervêm pelo menos um músculo, ou grupo muscular, como agonista de
ambos os exercícios. Este método de TF pretende, primeiramente, causar
fadiga de um determinado músculo, ou grupo muscular, que intervêm como
agonista nos dois exercícios utilizados. Desta forma, proporcionando uma
maior solicitação do músculo, ou grupo muscular que se pretende enfatizar no
exercício pluriarticular e uma menor solicitação do músculo, ou grupo muscular,
alvo da pré-exaustão. Este fato é demonstrado no estudo elaborado por
Augustsson et al., (2003), em que é avaliada a capacidade de produzir
trabalho, no exercício de agachamento (exercício pluriarticular) quando
antecedido do exercício de extensão de pernas (exercício monoarticular).
Observou-se, no estudo anteriormente referido, uma diminuição da capacidade
de produzir trabalho no exercício de Agachamento, podendo este resultado ser
1.INTRODUÇÃO
3
devido ao grupo muscular quadriceps femoris, importante agonista nos dois
exercícios, ter sido pré fatigado.
Tendo como base o estudo anterior, levanta-se a questão: quando
pretendemos enfatizar o trabalho de determinado grupo muscular ou músculo,
através de um exercício pluriarticular, podemos auxiliarmo-nos de um exercício
monoarticular, que proporcione uma pré-exaustão de outro músculo ou grupo
muscular, que igualmente intervenha como agonista do movimento do exercício
pluriarticular. Proporcionando, assim, uma menor ativação do grupo muscular
ou músculo que sofreu a pré-exaustão e hipoteticamente aumentar a
solicitação dos restantes grupos musculares solicitados no exercício pluri
articular?
Um dos exercícios mais usados, no TF, é o exercício de puxada alta
dorsal (PAD). Neste exercício intervêm os seguintes grupos musculares:
latissimus dorsi (LD), os rhomboids (RO), médium trapezius (MT) e bíceps
brachii (BB).
A forma de execução do exercício PAD possui várias variantes. Essas
variantes tem haver: com a direção da barra, que poderá ser levada a parte
superior do peito ou à parte posterior do pescoço; com a amplitude entre mãos
ao segurar a barra, mais ampla ou menos ampla; e com o agarre das mãos na
barra, em pronação ou supinação.
Vários autores têm-se debruçado sobre o efeito da utilização das
variáveis anteriormente referidas na solicitação dos diferentes grupos
musculares intervenientes neste exercício (Sperandei et al 2009; Lusk et al,
2010). No caso de Sperandei et al., (2009), foi estudado o efeito de diferentes
formas de execução do exercício PAD (à frente, a trás do pescoço e com uma
barra V), foi concluído que a forma mais segura para a articulação do ombro
era a puxada alta à frente e em V em relação à puxada alta dorsal a trás do
pescoço. No estudo de Lusk et al., (2010), foi observado que existia uma
melhor ativação do músculo latissimus dorsi, na execução do PAD à frente do
tronco com as mãos em pronação, independentemente da amplitude utilizada
das mãos. Este estudo utilizou eletromiografia de superfície e foi demonstrado
que com a variação da amplitude das mãos outros grupos musculares,
1.INTRODUÇÃO
4
intervenientes no exercício, eram mais solicitados consoante a alteração da
amplitude das mãos e da utilização das mãos em pronação ou em supinação.
Sendo o grupo muscular BB, no exercício PAD à frente do tronco com as mãos
em pronação, o mais solicitado com uma amplitude de pega à largura dos
ombros, torna-se pertinente estudar-se com a pré-exaustão deste grupo
muscular, através de um exercício de TF monoarticular, influencia o número de
repetições no exercício PADF com pega fechada (PADFPF).
Em relação ao sexo dos indivíduos, os estudos apontam para que em
termos absolutos os do sexo masculino apresentavam valores
significativamente superiores aos do sexo feminino, nos níveis de força
muscular, especialmente nos grupos musculares da parte superior do corpo e
uma maior percentagem de massa isenta de gordura (Hubal, et al, 2005;
Staron, 1994). Contudo, num estudo realizado por Rhea (2004), observou uma
resposta idêntica, em relação aos níveis de força muscular, entre sexos,
quando relativizados a percentagem de massa isenta de gordura corporal.
Segundo Lemmer et al., (2007), existem alterações regionais, que afetam a
capacidade de produzir força maxima, entre sexos. Apresentando os indivíduos
do sexo feminino, em termos relativos, uma capacidade ligeiramente superior
de produzir força nos membros inferiores em relação aos do sexo masculino.
Por sua vez Kell, (2011), observou uma maior resposta por parte dos indivíduos
do sexo feminino, em relação aos do sexo masculino, a um TF periodizado
para melhoria da resistência muscular localizada. Contudo, quando é
observada a amostra, os sujeitos do sexo masculino eram já treinados e os do
sexo feminino eram praticantes recreativas. Este facto, pode ter influenciado o
resultado, pois as adaptações ao treino são mais acentuadas em indivíduos
menos treinados quando comparados com treinados. Noutro estudo de
Salvadora et al., (2009), foi observado uma diminuição, significativa, do indice
de fadiga nos sujeitos do sexo feminino em relação aos sujeitos do sexo
masculino. De realçar que no estudo de Salvadora et al., (2009), os sujeitos
eram ambos destreinados, pelo menos nos últimos 6 meses, contrariamente ao
estudo de Kell, (2011).
Desta forma, seria pertinente observar se existe diferenças significativas,
no número de repetições e na perceção subjetiva de força (PSE), na realização
1.INTRODUÇÃO
5
do exercício PADFPA com a posição das mãos em supinação e PADFPF com
a posição das mãos em pronação, com e sem pré-exaustão entre os sexos.
1.2.OBJETIVOS DO ESTUDO
Os objetivos do presente estudo são: i) observar se existe uma
diferença, significativa, no número de repetições na realização dos exercícios
puxada dorsal à frente, com pega aberta e pega fechada, com e sem pré-
exaustão; ii) observar se existe diferenças, significativas, no número de
repetições e na perceção subjetiva de esforço, com a utilização no exercício de
puxada alta dorsal à frente, com pega aberta e pega fechada, com e sem pré-
exaustão, entre sexos.
6
2.METODOLOGIA
2 Metodologia
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
2.METODOLOGIA
7
2.METODOLOGIA
2.1.AMOSTRA
O presente estudo foi constituído por uma amostra de 19 indivíduos,
caucasianos, aparentemente saudáveis, divididos por sexo (masculino e
feminino) formando dois grupos: GM, n=8 (27,13±2,85 anos de idade,
180,63±6,65cm de estatura, 82,05±8,92Kg de massa corporal e 14,67±6,09%
de gordura estimada) e GF, n=11 (28,81±3,68 anos de idade, 162,91±6,51cm
de estatura, 59,63±6,47Kg de massa corporal e 24,11±4,33% de gordura
estimada). Foram utilizados como critérios para inclusão no estudo: praticarem
à pelo menos 6 meses o Treino de Força como método de treino, com uma
frequência semanal mínima de 3 vezes, ausência de histórico de lesões
articulares e músculo esqueléticas e não tomarem nenhum tipo de
medicamento ou suplementação nutricional ergogénica capaz de influênciar a
variável estudada.
2.2.PROCEDIMENTOS
Foi efetuado, na primeira sessão de estudo, uma exposição e
esclarecimento de todos os procedimentos inerentes ao mesmo, bem como
aos possíveis desconfortos que este poderia causar. Foi posteriormente lido e
entregue um termo de consentimento, elaborado segundo a declaração de
Helsinki, que foi assinado por cada participante. Após este procedimento foram
entregues dois questionários: O ParQ-test (ACSM, 2006) e uma anamenese
(ver Anexos). Após o preenchimento, por parte dos sujeitos, destes
questionários e verificado que nenhum critério de inclusão foi violado, foi
efetuada a inclusão dos sujeitos na amostra e foi efetuada a avaliação
antropométrica dos sujeitos e a primeira medição da 1RM nos exercícios:
puxada alta dorsal à frente com pega aberta (PADFPA) com a posição das
mãos em supinação, puxada alta dorsal à frente com pega fechada (PADFPF),
com a posição das mãos em pronação e curl bíceps (CB) com barra com a
posição das mãos em supinação. Na segunda sessão, após 72 horas da
primeira, foi efetuado um re-teste da medição da 1RM dos mesmos exercícios
2.METODOLOGIA
8
avaliados na primeira sessão. Na terceira sessão de estudo foram
quantificadas o número de repetições realizadas nos exercícios PADFPA com
a posição das mãos em supinação e PADFPF com a posição das mãos em
pronação, sendo a escolha do exercício a ser avaliado efetuada por sorteio. Na
quarta sessão foi igualmente quantificado o número de repetições realizadas
no exercício não realizado na sessão anterior. Na quinta sessão foi efetuado a
quantificação do número de repetições realizadas do exercício avaliado na
terceira sessão, mas nesta sessão esse exercício é precedido de uma pré-
exaustão do músculo bíceps brachii. Na sexta e última sessão foi efetuado o
mesmo procedimento que na sessão anterior, somente diferindo no exercício a
realizar, que foi o mesmo da quarta sessão. Foram realizadas na terceira,
quarta, quinta e sexta sessões, uma série dos exercícios de PADFPF e
PADFPA com uma cadência de execução da fase concêntrica e excêntrica do
movimento de 60 bat.min-1, com uma carga de cerca 70% da 1RM. No
exercício CB, realizado na quinta e sexta sessões executar e antecedendo os
exercícios PADFPA e PADFPF, foram efectuadas 3 séries de10 repetições,
separas entre si por 90 segundos de intervalo, com uma cadência de execução
da fase concêntrica e excêntrica do movimento de 60 bat.min-1, com uma carga
de cerca 70% da 1RM. O controlo da cadência de execução de todos os
exercícios realizados em todas as sessões foi efetuado através de um
metrónomo (marca Korg TM-40). Todas as sessões tiveram um intervalo entre
si de 72 horas. Foi pedido para os sujeitos da amostra não efetuarem atividade
física vigorosa durante a realização de todo o estudo.
2.3.INSTRUMENTOS E MEDIÇÕES
Foram medidas a estatura, a massa corporal e a percentagem de
gordura estimada de todos os sujeitos da amostra. Igualmente, foi determinada
a 1 RM nos exercícios de CB, PADFPA e PADFPF e o trabalho realizado
nestes dois últimos exercícios. Os procedimentos das medições, anteriormente
referidas, seguiram os protocolos de seguida expostos.
2.METODOLOGIA
9
2.3.1.ESTATURA
Foi medida a estatura do sujeito da amostra na posição de pé e
descalço, numa superfície lisa perpendicular ao antropómetro. Os calcanhares
estavam unidos e as pontas dos pés afastadas cerca de 60 graus, os braços ao
longo do corpo, com as palmas das mãos orientadas para as coxas. A cabeça
esteve orientada segundo plano de Frankfurt ou horizontal. O sujeito inspirou
profundamente enquanto se procedeu à medição. A estatura foi determinada
com um Estadiómetro (Physical Nutri, Araraquara, SP, Brasil) com uma
precisão de medida arredondada até ao milímetro (0,1cm).
2.3.2.MASSA CORPORAL
A massa corporal foi medida com uma balança de leitura digital (Seca,
Cirencester, Reino Unido). A massa corporal foi expressa em quilogramas (kg)
e a estatura em metros (m). A medição foi feita sem calçado e com a menor
roupa possível.
2.3.3.PERCENTAGEM DE GORDURA ESTIMADA
O sujeito esteve na posição ereta mas relaxado, sobretudo nos ombros e
nos braços. O local foi previamente marcado. Posteriormente, foi pinçada uma
dobra de pele acerca de 1 cm acima do local de marcação de forma a gordura
subcutânea se separe do músculo. Todas as medidas foram feitas do lado
direito. O avaliador pegou a dobra com o polegar e o indicador da mão
esquerda. O adipómetro foi pegado com a mão direita, sendo aplicado na
dobra perpendicularmente, e a 1 cm a baixo dos dedos (isto é no local
marcado), dependendo da direção da prega, com uma profundidade de 1cm. O
adipómetro exerceu uma pressão durante 2 segundos e só depois se fez a
medição (a dobra foi pegada durante todo o processo de medida). Durante os
procedimentos anteriormente referidos, a escala do adipómetro esteve sempre
voltada para o avaliador. Todas as pregas são medidas três vezes com pelo
menos 2 minutos de intervalo para permitir a reposição da forma normal
alterada pela compressão, o valor intermédio é o valor aceite. As medidas não
devem afastar-se mais de 0,5 mm. O adipómetro utilizado foi de marca Sanny
(AD1010, American Medical do Brasil, Ltda, São Paulo, Brasil).
2.METODOLOGIA
10
Foi utilizado para calcular a % de gordura estimada o protocolo de
Guedes, de 3 pregas cutâneas (ACSM, 2006). As pregas medidas foram, no
caso dos sujeitos do sexo masculino, a tricipital, a supra ilíaca e a abdominal, e
no caso dos sujeitos do sexo feminino a sub escapular, a supra-ilíaca e a da
coxa. Foram usadas as seguintes fórmulas para o cálculo da densidade
corporal: no sexo masculino, Densidade=1,17136-0,06706 log (prega tricipital +
prega supra-ilíaca + prega abdominal); e no sexo feminino, Densidade=1,1665-
0,07063 log (prega suprailíaca + prega subescapular + prega da coxa). Para o
cálculo da percentagem de gordura estimada será utilizada a fórmula de Siri,
que é: % de gordura estimada=((4,95/densidade)-4,50)x100.
2.3.4.AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE REPETIÇÕES
Foram contadas o número de repetições realizadas nos exercícios de
PADFPA e PADFPF com e sem pré-exaustão, a uma cadência de 60bat.min-1.
Foi dada como terminada a contagem das repetições quando o sujeito não
conseguiu realizá-lo, dentro da cadência e corretamente duas vezes.
2.3.5.AVALIAÇÃO DA PERCEÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO
A avaliação da perceção subjetiva de esforço (PSE) foi efetuada através
da escala subjetiva de esforço OMNI-RES, validada por Lagally & Robertson,
(2006). Foi efetuada uma sessão de familiarização e conhecimento dos
procedimentos, em relação a esta escala, antes da execução da primeira
medição da 1RM e antes do re-teste da mesma medição.
As instruções fornecidas foram as seguintes:
- Nós gostaríamos de usar estas figuras para descrever como você se
sente durante os exercícios de treino de força (mostrar a escala de OMNI, ver
Anexo IV, ao sujeito da amostra);
- Você irá realizar exercícios de treino de força usando os seus membros
superiores. Por favor, olhe para a pessoa que se encontra desenhada na
escala que está a realizar uma repetição do exercício com uma carga leve. Se
você se sente como essa pessoa quando está a executar o seu exercício o seu
2.METODOLOGIA
11
nível de esforço é EXTREMAMENTE FÁCIL. Neste caso você deve assinalar o
número zero na escala;
- Agora, olhe para a pessoa que se encontra ilustrada no topo da escala
que está a executar uma repetição do exercício com dificuldade e usando uma
carga muito pesada. Se você se sente como ele a executar o seu exercício, o
seu nível de esforço é EXTREMAMENTE DIFICIL. Neste caso, você deve
apontar o número dez da escala. Se você se sente entre o Extremamente Fácil
(0) e Extremamente Difícil (10), então aponte um número entre 0 e 10;
- Nós vamos pedir para nos apontar na escala um número que descreva
como os seus músculos ativos se sentem. Lembre-se, não existem números
certos ou errados. O número pode mudar consoante se sente ao realizar os
exercícios. Use as figuras e as palavras escritas na escala para selecionar os
números que vai apontar na escala. Use qualquer dos números, que se
encontram na escala, para descrever como se sente quando está a realizar os
exercícios.
Foi igualmente estabelecida uma perceção visual cognitiva de esforço
leve e alta. Este processo instruiu o sujeito a estabelecer, de forma cognitiva,
uma perceção da intensidade do esforço realizado consoante o que está
representado pelo levantador que se encontra na parte inferior da escala de
OMNI-RES (nível 0) e o levantador que se encontra representada no topo
superior da escala (nível 10). Os sujeitos foram instruídos para estabelecer
uma relação visual cognitiva entre o esforço realizado ao executar, durante a
sessão de instrução dos procedimentos dos estudos, o levantando uma carga
extremamente fácil e uma carga extremamente difícil e o nível inferior e
superior representado pelas figuras da escala inclinada OMNI-RES. Os sujeitos
foram instruídos para usar a memória do menor e do maior esforço que tenham
realizado no levantamento de pesos para estabelecer um ligação visual
cognitiva. A escala de OMNI-RES esteve sempre num local onde fosse vista
durante toda a execução do protocolo de estudo.
Foi pedido aos sujeitos da amostra durante a execução dos exercícios
PADPA e PADPF, até à exaustão, para que indicassem, na escala de OMNI-
RES, em que grau de esforço se encontravam: durante a fase concêntrica da
2.METODOLOGIA
12
ultima repetição, onde será perguntado qual a perceção de esforço nos
membros superiores do tronco.
2.3.6.MEDIÇÃO DE 1 RM
As determinações da 1RM foram efetuadas seguindo os procedimentos
apresentados por Kraemer & Fry (1995): ativação geral com cinco a dez
repetições com uma carga entre 40 a 60% do máximo percetível; depois de um
minuto de descanso, executaram três a cinco repetições com uma carga de 60
a 80% do máximo percetível; após dois minutos de repouso, foi colocado, de
uma forma conservadora, uma carga próxima da máxima percetível e tentou-se
realizar uma repetição máxima; após esta carga ter sido ou não vencida, foi
permitido um descanso de 5 minutos aumentando ou diminuindo,
respetivamente, o valor da carga. A carga máxima foi aquela em que os
sujeitos da amostra foram capazes de executar uma única repetição. Os
sujeitos da amostra foram sempre acompanhados por um profissional com
experiência no Treino de Força. Foi, igualmente, efetuado um re-teste e foi
escolhido, para determinação da 1RM, a maior carga conseguida nos dois
testes.
2.4.TRATAMENTO ESTATÍSTICO
A análise de todos os dados foi efetuada utilizando o software de
tratamento e análise estatística “Statistical Package for the Social Sciences,
SPSS Science, Chicago, USA” versão 19,0. Foi feita uma análise exploratória
de todos os dados para caracterizar os valores das diferentes variáveis em
termos de tendência central e dispersão. Dessa forma, todas as variáveis foram
sujeitas a uma observação gráfica com o objetivo de detetar a existência de
outliers e possíveis introduções incorretas dos dados. Foram, calculadas, na
análise estatística descritiva, as médias e os respetivos desvios padrão de
cada variável em estudo e em todos os contextos de análise planeados.
Foi usado o Coeficiente de Correlação Intraclasse para testar a
fiabilidade da medição da 1RM nos exercícios PADPA, PADPF e CB. Do
mesmo modo, foi verificada a distribuição da normalidade através do teste de
Shapiro-Wilk e igualmente assegurado e testado a homogeneidade das
2.METODOLOGIA
13
variâncias e covariâncias através do teste de Levene. Com o objetivo de
realizar a análise estatística inferencial, efetuamos uma análise da variância
ANOVA a um factor onde foram analisadas a existência ou não de diferenças
entre de pegas utilizadas, a utilização ou não de pré-exaustão e o sexo dos
sujeitos. O nível de significância foi estabelecido em 5%.
14
3.RESULTADOS
3 Resultados
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
3.RESULTADOS
15
3.RESULTADOS
Foi observado uma fiabilidade de 99% nos testes de medição da 1RM
em todos os exercícios.
A amostra teve as características antropométricas e de repetição
máxima nos exercícios PADFPA, PADFPF e CB, que podem ser observadas
na tabela 1.
Tabela 1 - Médias e respetivos desvios padrão das características antropométricas e de uma repetição máxima (1RM) dos exercícios utilizados
Masculino Feminino
Idade (anos) 27,13±2,85 28,82±3,68
Estatura (cm) 180,63±6,65 162,91±6,52
Massa Corporal (Kg) 82,05±8,92 59,63±6,47
Gordura Estimada (%) 14,67±6,09 24,11±4,33
1RM PADFPA (Kg) 81,25±18,40 44,36±6,00
1RM PADFPF (Kg) 85,13±21,66 49,27±5,76
1RM CB (Kg) 38,50±7,76 18,36±3,32
PADFPA – exercício de puxada alta dorsal à frente com pega aberta; PADFPF - exercício de puxada alta dorsal à frente com pega fechada; CB – exercício de curl de biceps
No sexo feminino observou-se diferenças estatisticamente significativas,
no número de repetições, entre o tipo de pega utilizado,
(F=4,662,P=0,37,η=0,104) assim como a posição das mãos (supinação e/ ou
pronação) e a utilização ou não de pré-exaustão (F=20,626,P=0,000,η=0,340),
no sexo masculino existe, igualmente, uma diminuição na utilização ou não de
pré-exaustão nas duas formas de pegas utilizadas,
(F=42,250,P=0,000,η=0,601) assim como a posição das mãos (supinação e/ ou
pronação). Observa-se, igualmente, uma diminuição do número de repetições
executadas no sexo feminino em relação ao sexo masculino na execução dos
exercícios PADFPF com a posição das mãos em pronação, sem pré-exaustão
e PADFPF com pré-exaustão (F=9,352;p=0,007; η=0,355).
3.RESULTADOS
16
Em relação à perceção subjetiva de esforço medida através da escala
de OMNI-RES (OMNI), podemos observar que existe um aumento significativo
entre a realização do exercício PADFPA com a posição das mãos em
supinação (F=47,872,P=0,000,η=0,545 e F=38,877,P=0,000,η=0,581, sexo
feminino e masculino, respetivamente) com pré-exaustão. Existe, igualmente,
uma diferença significativa entre o exercício PADFPA e a PADFPF, com e sem
pré-exaustão, em ambos os sexos (F=13,617,P=0,001,η=0,254 e
F=5,277,P=0,029,η=0,159, sexo feminino e masculino, respetivamente).
Tabela 2 - Médias e respetivos desvios padrão do número de repetições e da perceção subjetiva de esforço (OMNI) dos exercícios Puxada Alta Dorsal com pega aberta (PADFPA) e com pega fechada (PADFPF), com e sem pré-exaustão, dos sujeitos da Amostra
Masculino Feminino
Sem Pré-Exaustão
Com Pré-Exaustão
Sem Pré-Exaustão
Com Pré-Exaustão
PADFPA (repetições)
13,75±1,58 10,75±2,05* 12,18±1,78 9,91±1,70*
PADFPF (repetições)
14,25±0,71 10,75±0,88* 11,36±2,62 ¥ 8,09±1,86* β ¥
OMNI PADFPA 7,88±0,35 8,75±0,46* 7,64±0,67 8,55±0,52*
OMNI PADFPF 9,50±0,54† 9,75±0,46† 9,18±0,41† 9,73±0,91†
*p<0,05 no número de repetições e na ONMI nos exercícios PADFPA e PADFPF entre a utilização e não de pré-exaustão; ¥ p<0,05 no número de repetições entre sexos no exercício de PADFPF sem e com pré-exaustão; β p<0,05 no número de repetições entre os exercícios PADFPA E PADFPF com pré-exaustão no sexo feminino; † p<0,05 na OMNI entre os exercícios PADFPA E PADFPF com pré-exaustão em ambos os sexos
17
4.DISCUSSÃO
4 Discussão
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
4.DISCUSSÃO
18
4.DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivos: i) observar se existe uma
diferença, significativa, no número de repetições e na perceção subjetiva de
esforço na realização dos exercícios puxada dorsal à frente (PADF), com pega
aberta e pega fechada, com e sem pré-exaustão; ii) observar se existe
diferenças, significativas, no número de repetições e na perceção subjetiva de
esforço, com a utilização no exercício PADF com pega aberta e pega fechada,
com e sem pré-exaustão, entre sexos.
Foi observado no presente estudo, em ambos os sexos, uma diminuição
do número de repetições, significativa, entre a realização dos exercícios
PADFPF com as mãos em pronação e PADFPA com a mãos em supinação
com e sem pré-exaustão (14,25±0,71 para 10,75±0,88; 13,75±1,58 para
10,75±2,05; 11,36±2,62 para 8,09±1,86; 12,18±1,78 para 9,91±1,70, PADFPF,
PADFPA e sexo masculino e feminino, respetivamente). Estes dados
correboram com o estudo de Augustsson et al. (2003), que observaram uma
diminuição no número de repetições (9,3±2,3 para 7,9±1,4), na realização do
exercício de prensa de pernas, após uma pré-exaustão efetuada através do
exercício de extensão de pernas, quando comparada com o mesmo exercício
sem pré-exaustão. Estes autores observaram, igualmente, na realização do
exercício anteriormente referido, uma diminuição do sinal eletromiográfico dos
músculos rectus femoris e vastus lateralis, demonstrando que o grupos
musculares mais solicitados no exercício que promoveu a pré-exaustão,
(extensão de pernas), diminuiram a sua capacidade de gerar tensão. Igual
efeito foi observado por Gentil et al., (2007) e Brennecke et al. (2009), que o
método de pré-exaustão provocou uma diminuição do sinal eletromiográfico no
grupo muscular pré-exaustado. Nomeadamente, o grupo muscular pectoralis
major, na execução do exercício press de peito horizontal, quando pré-
exaustado com o exercício peck-deck.
Em relação à pega utilizada, não foi observado no presente estudo uma
diminuição do número de repetições, significativa, entre a realização do exercío
PADF, com pega aberta ou pega fechada, quer tenha sido efetuada uma pré-
exaustão ou não. Este facto pode ser explicado pelos dados observados por
4.DISCUSSÃO
19
Lusk et al., (2010), onde não foram identificadas alterações, significativas, no
sinal eletromiografico dos músculos latissimus dorsi, médium trapezius e biceps
brachii, com a utilização de pega fechada ou afastada. Contudo, Signorile et al.,
(2002), observaram, igualmente, através de sinal eletromiográfico, uma maior
ativação do músculo latissimus dorsi quando o exercício de PADF era
executado com pega aberta. A diferença entre os estudos de Lusk et al., (2010)
e de Signorile et al., (2002), pode residir no facto de no estudo de Signorile et
al., (2002) o exercício PADF, executado com a pega aberta, ter sido
comparado com a realização do mesmo exercício mas com uma pega muito
fechada, (pega junto aos bordos externos da estrutura óssea “externo”),
contrariamente ao de Lusk et al., (2010), que foi à largura dos ombros. Noutro
estudo, realizado por Handa et al., (2005), foi observado, através de
eletromiografia de superfície, uma menor ativação do músculo biceps brachii,
com a utilização de uma pega aberta no exercício de PADF. Devido a este
facto, seria espectável uma diferença, significativa, no número de repetições no
exercício PADF, executado com uma pega fechada, e sujeito a uma pré-
exaustão, quando comparado com o mesmo exercício, sujeito igualmente a
uma pré-exaustão, executado com a pega aberta. Pois, como o exercício
usado neste estudo foi o curl de biceps, em que o músculo motor primário é o
biceps brachii, seria suposto que houvesse uma menor capacidade de realizar
repetições quando o exercício PADF fosse executado com a pega fechada. A
não ocorrência, do facto anteriormente referido, pode dever-se a uma maior
ativação de outros grupos musculares intervenientes no movimento de PADF e
que não interviam no exercício usado como pré-exaustão, tal como verificado
por Lusk et al., (2010). Assim, e segundo os autores anteriormente referidos, os
músculos não sujeitos a pré-exaustão iriam compensar o músculo sujeito a
esta permitindo, assim, a realização do mesmo número de repetições.
Igualmente, foi observado diferenças, estatisticamente significativas,
entre sexos, no múmero de repetições na execução do PADFPF (14,25±0,71
versus 11,36±2,62 e 10,75±0,88 versus 8,09±1,86; masculino versus feminino;
sem pré-exaustão e com pré-exaustão, respetivamente; F=9,352;p=0,007;
η=0,355). No estudo de Johnson et al., (2009), foi observado não existir
diferenças no exercício de PADF, entre sexos. De referir, que no estudo de
4.DISCUSSÃO
20
Johnson et al. (2009), o exercício de PADF foi executado com pega aberta,
correborando, assim, com os dados do presente estudo. O facto de se ter
observado uma diferença, significativa, no presente estudo, entre sexos, no
exercício de PADFPF, pode estar na intervenção superior do músculo biceps
brachii neste exercício com a pega fechada. Este grupo muscular, e em geral
nos grupos musculares dos membros superiores, têm uma menor capacidade
de alteração da capacidade de produzir força máxima nos indivíduos do sexo
feminino em relação aos dos sexo masculino (Lemmer et al., 2007). Embora
numa população idosa, Wiacek & Zubrzycki, (2010), observaram uma
capacidade, significativamente inferior, de produzir força, nos grupos
musculares dos membros superiores, nos idosos do sexo feminino em relação
aos do sexo masculino. Contudo, no estudo de Kell, (2011), quando sujeitos a
um programa de treino de força, os sujeitos do sexo femino apresentaram um
aumento de força resistente superior aos do sexo masculino. Mas, tal como
referimos anteriormente no capítulo de introdução deste estudo, os sujeitos do
sexo feminino do estudo de Kell, (2011), eram sujeitos destreinados e os do
sexo masculino treinados. Desta forma, este facto pode ter influenciado os
resultados do estudo de Kell, (2011), pois o potencial de progressão de um
treino é maior em indíviduos treinados em relação aos não treinados. Contudo,
o estudo de Salvadora et al. (2009), encontrou em sujeitos não treinados um
indice de fadiga menor nos sujeitos do sexo feminino em relação aos sujeitos
do sexo masculino, após 8 semanas de treino. Embora, é importante referir,
que quer os estudos de Kell, (2011), e de Salvadora et al. (2009), eram estudos
em que foi observado o efeito de diferentes treinos de força. No presente
estudo somente procuramos observar o efeito da pega (supinada e pronada) e
da pré-exaustão no número de repetições e na PSE, em ambos os sexos na
execução do exercíco PADF. Todos os sujeitos da amostra, eram praticantes
de treino de força há pelo menos 6 meses e não foi aplicada nenhuma
intervenção de treino durante o periodo experimental. Estas diferenças
metodológicas e de objetivos, podem ser a causa das observações dispares
entre o presente estudo e os estudos anteriormente referidos.
Em relação à PSE, no PADFPA, e em ambos os sexos, existe uma
diferença, significativa, entre a utilização, ou não, da pré-exaustão, indo de
4.DISCUSSÃO
21
encontro e refletindo os resultados das repetições. Facto, este, que não é
observado no exercício de PADFPF.
É observado uma diferença, significativa, na PSE, entre os exercícios
PADFPA e PADFPF, com e sem pré- exaustão, e em ambos os sexos. Este
facto pode estar relacionado com uma intervenção superior na pega fechada
de grupos musculares menores, tal como o biceps brachii, e
consequentemente mais facilmente fatigáveis, tornando assim a PSE mais
elevada.
22
5.CONCLUSÕES
5 Conclusões
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
5.CONCLUSÕES
23
5.CONCLUSÕES
Podemos concluir, com base nos dados do presente estudo e nesta
amostra, que:
I. Não existe influência do tipo de pega no número de repetições
efetuadas no exercício de puxada alta dorsal à frente (PADF),
com e sem pré-exaustão, com exceção no sexo feminino, em que
existe uma menor capacidade de efetuar repetições, com pega
fechada e com pré-exaustão; a pré-exaustão diminui
significativamente o número de repetições executadas no PADF;
e a PSE, independentemente da utilização ou não de pré-
exaustão, é superior no PADFPF e aumenta com a pré-exaustão.
II. Existem diferenças significativas no número de repetições no
exercício de PADFPF, sem e com pré-exaustão, entre o sexo
masculino e feminino. Apresentando o sexo feminino uma menor
capacidade de executar repetições neste exercício; não existe
uma PSE diferente, entre sexos, independentemente da pega e
na utilização, ou não, de uma pré-exaustão.
24
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
6 Referências Bibliográficas
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Res. 21(3):73I- 737. 2007
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order on the number of repetitions performed and perceived exertion
during resistance exercises. J. Strength Cond. Res. 19:152–156. 2005.
27
7.ANEXOS
7 Anexos
INFLUÊNCIA DA PRÉ-EXAUSTÃO DO GRUPO MUSCULAR BÍCEPS BRACHII NA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO DE PUXADA ALTA DORSAL
7.ANEXOS
ANEXO I – PAR-Q TESTE
O Par – Q test (ACSM, 2006) é composto por 7 perguntas e é individual.
Cada indivíduo tem duas opções de resposta (Sim e Não). Se o indivíduo
responder afirmativamente a uma das questões não poderá ser incluído no
estudo. As questões são as seguintes:
1- Alguma vez, algum médico o informou que tem um problema cardíaco
e que só poderia efetuar alguma atividade física após recomendação médica?
2- Sente alguma dor no peito quando está a fazer alguma atividade
física?
3- No mês passado, teve alguma dor no peito quando não estava a fazer
atividade física?
4- Alguma vez perdeu o equilíbrio por causa de uma tontura ou alguma
vez ficou inconsciente?
5- Tem algum problema ósseo ou articular que pode piorar com a
alteração do tipo da sua atividade física?
6- Frequentemente o seu médico receita-lhe medicamentos para a
pressão arterial ou para problemas cardíacos?
7- Você sabe de mais alguma razão pela qual não deva realizar
atividade física?
7.ANEXOS
ANEXO II – ANAMENESE
Nome_____________________________________________________________________
Data de nascimento -__________________
Massa Corporal: ______________ Estatura :__________ % Gordura corporal: ___________
1) Qual a cor da pele dos: Pai:________ Mãe:________ Avô Paterno:________ Avó
Paterna:________ Avô Materno:_________ Avó Materna:________ Bisavô Paterno:_______
Bisavó Paterna:________ Bisavô Materno:_________ Bisavó Materna:_________
2) Houve alterações de peso corporal significativas nos últimos 6 meses? Sim □ Não □
3) Se houve de quanto?_______
4) Usa medicamentos usualmente ou suplementação ergógénica? Sim □ Não □
5) Quais os tipos de medicamentos ou de suplementação ergógénica?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6) Realiza atividade Física? Sim □ Não □
7) Se respondeu afirmativamente à questão anterior, responda qual é a(s) actividade(s) física(s)
praticadas, a frequência semanal que a(s) pratica e à quanto tempo pratica essa(s) actividade?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8) Bebe café? Sim □ Não □
Vila Real,___________________________________
Assinatura do Participante Assinatura do Examinador
7.ANEXOS
ANEXO III – TERMO INDIVIDUAL DE CONSENTIMENTO
TERMO DE RESPONSABILIDADE
Eu,_____________________________________________________________
______, portador do B.I. nº _____________, do Arq. de Identificação de
_________________, emitido em ___/___/________, declaro que fui
suficientemente informado das finalidades, benefícios esperados e riscos
associados com a realização dos testes ou das atividades. Foi-me dada a
oportunidade de formular questões e colocar dúvidas e estou na posse de
informação suficiente para poder assinar o termo de consentimento.
Assumo a responsabilidade de eventuais lesões ou situações de risco de
saúde que possam resultar do facto de não apresentar declaração médica que
autorize a prática de atividade física. Assumo ainda a responsabilidade da
ocorrência das situações nefastas para a minha saúde, que resultem do não
cumprimento das indicações técnicas da UTAD.
É da minha inteira responsabilidade o não cumprimento do programa de
exercícios e/ou de recomendações fornecidas pelos técnicos da UTAD.
Vila Real, UTAD _____de _____________de 2011
Assinatura
___________________________________________
7.ANEXOS
ANEXO IV – ESCALA OMNI DE PERCEÇÃO DE ESFORÇO PARA OS EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA E TREINO AERÓBIO NUM CICLOERGÓMETRO