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MUITO ALÉM DA SALA DE AULA NOVA COORDENADORIA DA FGV/EAESP INCENTIVA ALUNOS A DESENVOLVEREM E SE ENGAJAREM EM AÇÕES VOLTADAS À CULTURA E À DIVERSIDADE. | POR ALINE LILIAN DOS SANTOS GVEXECUTIVO • V 15 • N 1 • JAN/JUN 2016 63 | | PARCEIROS P

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MUITO ALÉM DA SALA DE AULA

NOVA COORDENADORIA DA FGV/EAESP INCENTIVA ALUNOS A DESENVOLVEREM E SE ENGAJAREM EM AÇÕES VOLTADAS À CULTURA E À DIVERSIDADE.

| POR ALINE LILIAN DOS SANTOS

GVEXECUTIVO • V 15 • N 1 • JAN/JUN 2016 63 |

| PARCEIROSP

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A importância do conteúdo ministrado nas ins-tituições de ensino é incontestável. No entan-to, as universidades podem ir além e propor-cionar aprendizados mais profundos do que os adquiridos em sala de aula.

Assim, a FGV/EAESP criou a Coordenadoria de Cultura e Diversidade, que busca apoiar e fomentar ini-ciativas nessas frentes. “Os alunos têm se mostrado cada vez mais engajados, por meio da criação de grupos e coletivos que promovem atividades culturais e discussões sobre te-mas importantes como preconceito, racismo, homofobia, etc. Por isso, a intenção é dar suporte, incentivar e ampliar esses projetos, além de explorar temáticas relevantes que ainda não foram abordadas. Queremos debater e propor valores que nos aproximem da sociedade que gostaríamos de ter”, diz Samy Dana, que conduz a Coordenadoria ao lado da professora Inês Pereira.

NOVAS EXPERIÊNCIAS Nas iniciativas relacionadas à cultura, a ideia é que os

participantes tenham contato com diferentes universos, criem bagagem e aprendam com as experiências, sendo que podem tanto participar das atividades quanto produzi-las. Otávio Barros, ex-aluno de graduação em Administração de Empresas e criador do GV Cult – núcleo que organi-za as ações –, fala da importância disso na formação dos alunos: “A aquisição de conhecimento, especialmente em arte e cultura, é muito importante para estimular a criati-vidade e aumentar a capacidade de inovação. Além disso, amplia horizontes e influencia na definição de gostos e as-pirações, refletindo nas questões pessoais e profissionais dos estudantes”.

Assim, dentre as atividades culturais disponibilizadas estão: eventos (como a Semana de Arte e o Fest GV, fes-tival no qual os participantes realizam apresentações com suas bandas); cursos, workshops e oficinas (fotografia, dança, escultura, grafite, teatro); exposições; círculos de leitura; debates; palestras; corais; grupos de estudos; se-ções de cinema; entre outras.

COMPREENSÃO DAS DIFERENÇASJá as ações ligadas à diversidade permitem que as

pessoas entendam e convivam com as diferenças. Segundo Samy, isso é primordial não só para a forma-ção pessoal dos alunos, mas para que se tornem bons líderes: “Sua visão de mundo fica muito limitada se você convive apenas com quem possui um perfil se-melhante ao seu. É muito enriquecedor quando pessoas

com diferentes trajetórias de vida – sejam de países, classes sociais, cores ou religiões distintas – trocam experiências. Isso é fundamental para formar os futu-ros líderes das empresas, do governo ou de qualquer outra instância. Afinal, os alunos não vão liderar ape-nas pessoas iguais a eles”.

Grupos com as mais diversas preocupações compõem as atividades dessa frente, como o GV Delta (que defen-de as causas LGBT), o Coletivo Feminista Candances (que luta pelos direitos e respeito às mulheres), o Coletivo Negro (que requer igualdade racial), o Grupo de bolsistas e o Cursinho FGV (que concentram alunos de menor ren-da), e o Espelho, espelho meu (que lida com questões de distúrbios alimentares e padrões corporais). “Trazer esse debate aos estudantes é essencial para criar um ambiente de respeito, tolerância e sem preconceitos”, ressalta Daniel Gelmo, representante do GV Delta.

Vale lembrar que as atividades referentes à cultura e à diversidade também se estendem a professores e funcio-nários da FGV.

ALUNOS À FRENTEApesar de participarem da Coordenadoria por meio de

ações em conjunto com a Escola, a atuação dos grupos e coletivos – que são liderados pelos estudantes – é inde-pendente e vem exercendo papel fundamental na refle-xão de questões extremamente relevantes. “Os alunos são muito abertos e engajados. Essa geração tem uma visão diferente, age e geralmente apoia ou encabeça alguma causa social, o que é muito bom para a evolução da socie-dade”, opina Samy. “Vivemos em um país extremamen-te desigual. É preciso desenvolver uma cultura de com-partilhamento de conhecimento e experiências de vida que permita aos estudantes serem verdadeiros agentes da transformação social”, completa Amanda Sadalla, repre-sentante do Coletivo Feminista Candaces e do Espelho, espelho meu.

Amanda também comenta como é o trabalho dos gru-pos em defesa de suas causas: “Nós do Coletivo Feminista Candaces, por exemplo, buscamos mais igualdade e res-peito, lutando contra comentários e atitudes que inferio-rizem as mulheres na FGV. Já tivemos conquistas signi-ficativas, como equiparar o preço dos ingressos nas festas da instituição. Agora, nosso maior objetivo é formar um departamento para denúncias de assédio e abuso sexual na EAESP”.

ALINE LILIAN DOS SANTOS > Jornalista da GV-executivo > [email protected]

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