MULHER E NEGRA: RESISTÊNCIAS DE GÊNERO E RAÇA · diariamente. O País tem uma taxa de 4,8...

4
Prezados amigos e amigas, Inspirado no Lema 2016 da Novamerica - - este número do está dedicado a debater as relações entre gênero e raça, ou seja, um debate mais específico sobre as mulheres negras. Este é o convite do Boletim Cidadania em Rede. Inspirados em nosso compromisso de educar em e para os direitos humanos, nosso objetivo é, por um lado, refletir sobre a superação das desigualdades entre homens e mulheres, na perspectiva feminista. Por outro lado, queremos também refletir sobre a superação das desigualdades entre negros e brancos, na perspectiva dos estudos sobre relações raciais no Brasil. Assim, optamos em estudar as resistências de gênero e raça, como um enfoque nas lutas das mulheres negras. Através de notícias, atividades, entrevistas, textos e imagens, queremos entender os avanços e os limites que a luta pelos direitos das mulheres negras têm enfrentado ao longo da história. Boa leitura e bom trabalho! “Direito das Mulheres: compromisso de todos e todas” Boletim Cidadania em Rede em ede idadania e Ano XIII - Nº 2 / 2016 Apresentação MULHER E NEGRA: RESISTÊNCIAS DE GÊNERO E RAÇA Mulheres Negras na Luta: Como superar as Desigualdades de Gênero e de Raça? MULHERES E NEGRAS: LUTAS E RESISTÊNCIAS Com a Palavra... A Equipe. Viola Davis “A única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra mulher é oportunidade. Sem oportunidades, nenhuma mulher negra pode vencer. Se não escrevem histórias sobre mulheres negras não poderia atuar, e sem atuar não poderia concorrer, e sem concorrer não poderia receber este prêmio. As mulheres negras querem oportunidades, as mesmas que são dadas a todas as outras e nos são negadas.” Viola Davis Atriz. Ganhadora do Prêmio Emmy de Melhor Atriz 2015. 2 0 1 6 2 0 1 6

Transcript of MULHER E NEGRA: RESISTÊNCIAS DE GÊNERO E RAÇA · diariamente. O País tem uma taxa de 4,8...

Prezados amigos e amigas,Inspirado no Lema 2016 da Novamerica -

- este número doestá dedicado a debater as relações entre gênero eraça, ou seja, um debate mais específico sobre as

mulheres negras. Este é o convite do Boletim Cidadaniaem Rede.

Inspirados em nosso compromisso de educar eme para os direitos humanos, nosso objetivo é, por um

lado, refletir sobre a superação das desigualdadesentre homens e mulheres, na perspectiva feminista.Por outro lado, queremos também refletir sobre a

superação das desigualdades entre negros e brancos, naperspectiva dos estudos sobre relações raciais no Brasil.Assim, optamos em estudar as resistências de gênero eraça, como um enfoque nas lutas das mulheres negras.

Através de notícias, atividades, entrevistas,textos e imagens, queremos entender os avanços e oslimites que a luta pelos direitos das mulheres negras

têm enfrentado ao longo da história.

Boa leitura e bom trabalho!

“Direito das Mulheres: compromisso de todos etodas” Boletim Cidadania em Rede

em edeidadania eAno XIII - Nº 2 / 2016

Apresentação

MULHER E NEGRA:RESISTÊNCIAS DE GÊNERO E RAÇA

Mulheres Negras na Luta:Como superar as Desigualdades

de Gênero e de Raça?

MULHERES E NEGRAS:LUTAS E RESISTÊNCIAS

Com a Palavra...

A Equipe.

ViolaDavis

“A única coisa que separa asmulheres negras de qualqueroutra mulher é oportunidade.Sem oportunidades, nenhuma

mulher negra pode vencer. Se nãoescrevem histórias sobre mulheres negras não poderia atuar, esem atuar não poderia concorrer, e sem concorrer não poderia

receber este prêmio. As mulheres negras querem oportunidades,as mesmas que são dadas a todas as outras e nos são negadas.”

Viola DavisAtriz. Ganhadora do Prêmio Emmy de Melhor Atriz 2015.2 0 1 62 0 1 6

e

Ideias

Focoem

Diante dos dados apresentados e dosrecentes acontecimentos em torno daviolência contra a mulher que ocuparam asmídias sociais, revela-se um quadro muitodesafiador para a garantia do direito dasmulheres, especialmente das mulheresnegras. O nosso olhar para a intersecção(relação) de gênero e de raça pode relevarquestões específicas. Assim, a mulhernegra ainda é a mais atingida pelo racismoinstitucional. Por exemplo, os indicadoreseducacionais de acordo com os dados doRetrato das Desigualdades (IPEA)indicavam que as mulheres brancas em2009 com 16 anos ou mais tinham pelomenos 9 anos de estudos comparado asmulheres negras que atingia cerca de 7anos. A distorção idade-série no ensinomédio apontava para 38,2% das jovensnegras, contra 24,1% das brancas.

Vale ressaltar que a desvantagemeducacional tem grandes impactos noprocesso de inserção no mercadode trabalho. Não raro, toma-seconhecimento através de diversos meiosde divulgação, que as mulheres negrascompõem um índice de desemprego muitomaior em qualquer lugar do país. São elasas que se inserem mais cedo no mercadode trabalho e são as últimas a sair, ou seja,elas permanecem mais tempo no mercadode trabalho, porém ganhando menos quetodos os demais trabalhadores etrabalhadoras. Assim, outro fatorexistente diante desse contexto é aremuneração das mulheres negras,constituindo como os mais baixos, deacordo com as informações apresentadaspelo Ministério do Trabalho no ano de2012.

A estrutura da sociedade brasileira estáalicerçada em moldes classificatórios queescamoteiam a perversidade que oracismo se configura. A mulher negracontinua sendo “a carne mais barata domercado”. Alliche Mbembe, cientistapolítica, enfatiza que na ordem damodernidade, o negro é o único de todosos humanos cuja carne foi transformadaem coisa, em mercadoria.

Apesar do racismo estrutural brasileiroreforçar o abismo entre brancos e negros,nos últimos doze anos a situação dapopulação negra apresentou algunsavanços que reduziram a desigualdadeentre esses dois grupos, mas não foram osuficiente. Sendo assim, a existência emanutenção do racismo através dasrelações sociais estreitam cada vez maisos “gargalos”, apesar da população negravir desempenhando um esforço mediadopelas ações afirmativas a fim de mudaresses resultados. Há muita luta pelafrente, a fim de construir uma sociedademais justa e igualitária no que diz respeitoaos gêneros e às raças.

Mulheres Negras na Luta:Como superar as Desigualdades

de Gênero e de Raça?

Em 2015, aconteceu em Brasília a “

”. Esse lemalevou cerca de 50 mil mulheres de todo oBrasil a se reunirem pelo direito à vida. AMarcha incorporou na pauta algumasdemandas que imprimem as marcas dadesigualdade que efetiva a intersecção(relação) de raça e gênero. Entre asreivindicações, destacaram-se:

investigações de todos os casos deviolência doméstica e assassinatosde mulheres negras;

fim do racismo e do sexismoproduzidos nos veículos decomunicação promovendo aviolência simbólica e física;

fim dos critérios e práticas racistase sexistas no ambiente detrabalho;

garantia de atendimento e acessoà saúde de qualidade às mulheresnegras;

titulação e garantia das terrasquilombolas, especialmente emnome das mulheres negras.

Essas demandas fazem sentido, pois oMapa da Violência de 2015 revela que acada 1h50 uma mulher negra morre.Segundo os dados da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílio (PNAD/IBGE 2013),as mulheres compunham 103,5 milhõesd o c o n t i n g e n t e p o p u l a c i o n a l ,estatisticamente equivale a 51,4% dapopulação brasileira. A partir do recorteracial, as mulheres negras constituem44%.

Considerando a realidade brasileira, osdados apontam que a violência tem asmarcas do racismo, ou seja, as mulheresnegras são as maiores vítimas de violênciadoméstica no Brasil, representando 60%das agredidas. Outro dado relevante é queenquanto o número de mulheres negrasmortas aumentou em 54% em uma década,o número de assassinatos de mulheresbrancas caiu 9,8%.

O estereótipo diante da construçãohistórica da imagem da mulher negraassociada à hiper-sexualização não foisuperada no imaginário social. Sendoassim, tornam-se o grupo mais vulnerável,tendo mais chances de serem vítimas daviolência, de acordo com a pesquisadivulgada pelo Instituto de SegurançaPública (ISP). O primeiro estudo empíriconacional publicou, em 2014, em umaversão preliminar, a radiografia sobre oscrimes de estupro no Brasil. Buscou-seanalisar o fenômeno a partir dosmicrodados do Sistema de Informação deAgravos de Notificação (Sinan), onde serevelou que em 51% dos casos de estuprorelatados as vítimas eram mulheresnegras.

Marchadas Mulheres Negras contra o racismo e aviolência e pelo bem viver

·

·

·

·

·

Ouvir as vozes das mulheresna sociedade brasileira é um

exercício de entender umahistória marcada por narrativas

mui tas vezes s i lenc iosas ,anônimas e subalternizadas. Porém,

outras vezes, essas vozes são verdadeirosgritos de guerreiras. Cada qual utiliza umestilo próprio e apresenta agendasespecíficas. Cada uma se enuncia de umponto de vista distinto. Mas, aos poucos,vamos passando do silêncio para a vozfirme que se expressa sem medo.

Historicamente, o papel das mulheres foiassumindo diferentes espaços nasociedade e reconfigurou a ordem social apartir das suas exigências pelo direito aovoto, à participação política, à educaçãoformal, ao trabalho, ao controle do corpoe outras dimensões. Essas questõestrouxeram à tona discussões sobre o papelsocial ocupado pelas mulheres e asua recorrente invis ibi l ização esilenciamento. Com essas agendas de maisvozes e mais visibilidade, o movimentofeminista contribuiu para transformar asexperiências de vida de muitas mulheres,principalmente, de mulheres brancas eheterossexuais.

Quanto às mulheres negras, suasreivindicações específicas levaram muitomais tempo para serem colocadas empauta, pelo menos duas décadas depoisdaquelas defendidas pela maioria demulheres brancas. Este atraso na luta dasmulheres negras é devido ao fato de queelas, na sua maioria, não tinham acesso àeducação de nível superior, cenário noqual o movimento feminista mais avançouno Brasil a partir dos anos de 1970.

Apesar do avanço nas últimas décadas, aluta das mulheres negras por melhorescondições de vida e redução dasdesigualdades continua compondo suaspautas, tendo em vista que a construçãohierárquica do gênero e da raça, no Brasil,tendem a empurrar as mulheres negraspara um local de subalternização emrelação ao homem branco, à mulherbranca e ao homem negro. Assim, sermulher e ser negra significa, muitas vezes,estar na situação de maior subalternidadenas hierarquias sociais brasileiras. Porisso, é necessária uma luta específica, quearticule igualdade de gênero e igualdadede raça. É a mulher negra a protagonistadesta articulação.

A III Conferência Mundial contra oRacismo, Discriminação Racial, Xenofobiae Intolerâncias Correlatas (Durban, Áfricado Sul, 2011) constitui-se num marco doprotagonismo das mulheres negras. Elascompuseram a maioria da delegaçãobrasileira e contribuiram para a aprovaçãodos textos relativos à problemáticaespecífica a qual vivem as mulheresafrodescendentes, como saúde, mercadode trabalho, educação, segurança.

Sandra Marcelino (PUC-Rio)

1º momento:

2º momento:

SENSIBILIZAÇÃO

APROFUNDAMENTO

O/a animador/a apresenta opara introduzir o tema e pede que os

participantes comentem livremente as imagens e asfrases.

Em seguida, o/a animador/a pede que osparticipantes escolham uma frase do Jornal Mural paraser analisada. O animador pode lançar a seguintequestão:

O/a animador/a distribui a todos os participantes umacópia do texto , de SandraMarcelino (Seção , do BoletimCidadania em Rede).

O/a animador/a pode também ler a entrevista deNilma Lino Gomes (SeçãoAPalavra é Sua).

Após as leituras, o/a animador/a pode guiar o debatecom as seguintes questões:

“Jornal Mural Imagens ePalavras”

Como você relaciona as frases e asimagens do Jornal Mural?

“Mulheres Negras na Luta”“Idéias em Foco”

Apresentamos trechos de uma entrevista de , professora daFaculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que

pesquisa as relações raciais no campo educacional. Nilma Lino Gomes foi Reitorada UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira)e Ministra dos Direitos Humanos (2014-2016). A entrevistada foi publicada no site

da CONTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).

Nilma Lino Gomes

A Lei Maria da Penha completa, em 2016, 10 anos. É uma décadapara se comemorar?

E em relação às mulheres negras?

O racismo, o machismo, a pobreza e as desigualdades social eeconômica ainda prejudicama vida de milhões de mulheres no País.

No caso das mulheres negras, essa situação se agrava?

O Mapa da Violência 2015 (Homicídio de Mulheres no Brasil) aponta umaumento de 21% de mulheres vítimas de violência em uma década. Isso

quer dizer que em 2013 cerca de 13 mulheres foram assassinadasdiariamente. O País tem uma taxa de 4,8 homicídios por 100 milmulheres, a quinta maior do mundo, conforme dados da OMS.

O número de homicídios de mulheres negras foi o que mais cresceu: 54%em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Asituação das mulheres negras, comparada à situação de mulheres

brancas, é de maior desigualdade, pois elas são as mais invisíveis e asmais vulneráveis. No mesmo período, a quantidade anual de homicídiosde mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em

2013. Os dados fornecidos pelo Mapa nos impulsionam no sentido deampliarmos, cada vez mais, as ações de enfrentamento à violência

contra as mulheres.

Os dados do Mapa da Violência 2015 atestam que as denúncias domovimento negro e das mulheres negras são, de fato, uma realidade.Quando avaliamos gênero e raça conjuntamente, os dados revelam a

perversidade das estruturas desiguais em nossa sociedade.

Como isso é perceptível?

A questão racial extrapolou o âmbito dos movimentosnegros?

Antes, essa dimensão ficava muito restrita a movimentossociais, mas agora começa a nos desafiar por mais políticaspúblicas, de Estado, que contribuam para a mudança dessequadro de desigualdade. Exemplo disso são os avanços já

conquistados, como a Lei Maria da Penha, a Lei doFeminicídio e as Casas da Mulher Brasileira, que vêm sendoimplementadas em todo o país. Dados da Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE-2014) tambémregistram que entre 2013 e 2014, 18,1% das pessoas negras

superaram a extrema pobreza e outros 10,7% saíram dapobreza, o que reforça a importância das políticas públicas

para a superação da extrema pobreza entre a populaçãonegra.

A luta contra o racismo e pela igualdade racial estáavançando e é hoje uma preocupação de toda a sociedade e

não mais apenas do movimento negro. Um dos primeirosavanços que vejo é uma discussão maior e mais densa no

Brasil sobre os efeitos nefastos do racismo na vida debrasileiros e brasileiras. A questão racial aos poucos começa

a ser incorporada pela sociedade brasileira como umaquestão nossa, enquanto sociedade, e não como uma

questão unicamente dos negros e negras.

O que mais chamou atenção na leitura dotexto e da entrevista?

Quais as principais características daluta das mulheres negras?

Qual seria nosso papel hoje em prolda luta das mulheres negras?

Como promover no Brasil hoje maiorigualdade entre negros e brancos e entremulheres e homens?

COMPROMISSO

O/a animador/a inicia este momento lendopausadamente as palavras de Viola Davis (Seção

) e os itens da Seção .

Após estas leituras, propõe a seguinte tarefa para ogrupo:

Após um breve debate, o/aanimador/a pode convidar osparticipantes a registrarem ocompromisso assumido num cartaz,sintetizando a conversa do grupo.

“Coma Palavra” “Você Sabia?”

3º momento:

Marcelo Andrade

MULHERES E NEGRAS: LUTAS E RESISTÊNCIAS

Faça Acontecer!

ee

e e=

Esta seção está aberta para sua opinião.Comunique-se conosco!

ee

NotíciasNOTÍCIASNotícias

Notícia

Notícias NOTÍCIASNOTÍCIAS

NOTÍCIASNOTÍCIAS

NotíciasNOTÍCIAS

Ecos da CidadaniaVocê sabia?

Então,aprenda mais,amplie seus conhecimentos

sobre o tema discutido.

NOTÍCIA

Seminário 'Mulheres Negras no Foco'G1 Bahia | 06/07/2016

ISSN 1677 - 4167 Rua Dezenove de Fevereiro, 160 - Botafogo - CEP : 22280 - 030 -Rio de Janeiro - R.J. - BRASILTel/fax: 2542 6244 - 2295 8033 - E-mail: [email protected] - http://www.novamerica.org.br

NOVAMERICA

Editora: Coordenação:Composição Gráfica:

Susana SacavinoCompañia Visual Manteca

Marcelo Andrade

Programa Direitos Humanos Educação e Cidadania

NOVAMERICA

Realização:

Evento será realizado nos dias 7 e 8 de julho, na Biblioteca

dos Barris. Direito das mulheres negras à comunicação será

um dos temas debatidos.

A Biblioteca Pública dos Barris, em Salvador, vai sediar nosdias 7 e 8 de julho o “ :

. O evento, realizado peloInstituto da Mulher Negra - Odara, vai abrir a programação da4ª edição do Julho das Pretas na capital baiana.

Entre os temas que serão debatidos estão o direito dasmulheres negras à comunicação, a representação política edesafios, a construção dos discursos e narrativas de luta dasmulheres negras na construção do acesso aos direitos. Alémdisso, também estará em pauta as estratégias e desafios paraassegurar o registro e memória da história da populaçãonegra com foco na construção da imagem contra hegemônicasobre as mulheres negras nas diferentes linguagens decomunicação. O seminário ainda pretende discutir políticaspúblicas no setor da comunicação que permitam arepresentação positiva das mulheres negras.

Nomes expressivos do movimento de mulheres negras, damídia, da pesquisa e do cinema, vão participar do seminário.Entre eles estão a colunista da Carta Capital e do BlogBoitempo, e secretária Adjunta de Direitos Humanos de SãoPaulo, Djamila Ribeiro; a jornalista, repórter do grupoATardee criadora da Tia Má, Maíra Azevedo, a cineasta carioca,realizadora do filme Kabela e diretora e fundadora doAfroflix, Yasmin Thayná; as cineastas baianas, VivianeFerreira, diretora do filme O Dia de Jeruza, indicado aoFestival de Cannes e Larissa Fulana de Tal diretora e roteiristade Cinza (2015), Lápis de Cor (2014); e a CoordenadoraExecutiva do Odara - Instituto da Mulher Negra, ValdecirNascimento.

O Julho das Pretas é uma agenda comum de intervençãocriada pelo Odara - Instituto da Mulher Negra, em 2013, naBahia. Além de discutir o planejamento de atividades demulheres negras para o mês de julho, quando se comemora o25 de julho - Dia Internacional da Mulher Afro- Latino-Americana e Afro-Caribenha e o Dia Nacional de Tereza deBenguela e da Mulher Negra, o evento propõe debateramplamente o perfil, as problemáticas e prioridades dasintervenções no estado.

Seminário Mulheres Negras No Focomídia, representação e memória”

eNão!

· Que 25 de Julho é Dia Internacionalda Mulher Negra?

Mas, para que um dia específico paraa Mulher Negra? Vamos ver algunsdados?

Você sabia que as mulheres negrassão o grupo social que apresenta omenor nível de escolaridade?

Você sabia que as mulheres negrassão o grupo social que apresenta osmenores salários com a maior cargahorária de trabalho entre todos osgrupos de trabalhadores?

Você sabia que as poucas mulheresnegras que conseguem romper asbarreiras do preconceito e dadiscriminação racial e ascendersoc i a lmente nece s s i t am seempenhar mais e abdicar de outrosaspectos de suas vidas, como lazer,relacionamento, maternidade?

Você sabia que poucas mulheresocupam lugar de comando na políticae, entre elas, as mulheres negras sãoainda em menor número?

Você acha mesmo que nãoprecisamos de um dia para marcar aespecificidade das lutas dasmulheres negras?

·

·

·

·

·

·