Multiculturalismo Educação Escolar na Aldeia Indígena M’Biguaçu – WHERÁ TUPÃ POTY DJÁ...

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Multiculturalismo Educação Escolar na Aldeia Indígena M’Biguaçu – WHERÁ TUPÃ POTY DJÁ Curso de Pedagogia – Turma: 0073 Polo: Fadesc-Palhoça Prática Educativa – Módulo II Prof. Tutor – Externo: Ana Lúcia S. Farias Alunas: Rosângela Ferreira Kunz Márcia Regina da Silva Machado Sonia M.S. Lima de Souza Neuza Maria Durante

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MulticulturalismoEducação Escolar na Aldeia Indígena M’Biguaçu –

WHERÁ TUPÃ POTY DJÁ    

Curso de Pedagogia – Turma: 0073 Polo: Fadesc-PalhoçaPrática Educativa – Módulo IIProf. Tutor – Externo: Ana Lúcia S. Farias

Alunas:

Rosângela Ferreira KunzMárcia Regina da Silva Machado

Sonia M.S. Lima de SouzaNeuza Maria Durante

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Questão Norteadora do Projeto:A Constituição Federal de 1988, assegura as comunidades Indígenas a utilização de sua língua materna e o processo próprio de aprendizagem. Na realidade atual, as ações escolares Indígenas estão incorporadas no sistema oficial?

Objetivo GeralAnalisar se os processos de ensino aprendizagem da Escola de Ensino fundamental WHERÁ TUPÃ POTY DJÁ, localizada na aldeia Indígena M’Biguaçu dos Índios Mbya, estão de acordo com a Constituição Federal de 1988, com a LDB 9.394/96 e com as Diretrizes Curriculares da Educação Indígena?

Objetivos específicos:- Descrever o olhar histórico-cultural sobre os indígenas e a educação escolar na aldeia.- Identificar o jeito guarani, as estratégias pedagógicas e conteúdos propostos nas aulas.- Descrever as contribuições culturais e potencializar os rituais, cerimônias, artesanato, agricultura no contexto educacional da aldeia.- Caracterizar os papéis fundamentais da escola na aldeia Indígena M’Biguaçu Dos índios Guarani Mbya, na prática pedagógica da realidade guarani e da sociedade não indígena.

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Justificativa:A proposta de uma escola indígena diferenciada e de qualidade representa uma grande novidade no sistema educacional do país, exige das instituições e órgãos responsáveis a definição de novas dinâmicas, concepções e mecanismos para que estas escolas sejam de fato incorporadas e beneficiadas por sua inclusão no sistema oficial. Buscamos com nossa pesquisa, entender se a escola indígena atualmente está embasada no reconhecimento da diversidade cultural, pelo menos nos discursos e legislação aparecem, constituindo um grande desafio para os educadores e comunidade indígena a permanente construção dessa escola baseada nos princípios de diferença, interculturalidade, diversidade e bilingüismo.

O projeto se insere em um campo de pesquisa qualitativa, etnográfica, cujas técnicas utilizadas foram: visita de campo, observação, entrevistas.

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Entrevista com o Diretor da Escola

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A escola na aldeia surgiu a partir das discussões dos movimentos nacionais, fortalecido das lutas travadas pelos indígenas na busca dos seus direitos. Os Guarani, num primeiro momento, não queriam escola nas suas aldeias, muito menos encaminhar os filhos para a escola dos não-indígenas. O processo para execução dessa escola foi um pouco diferente, algumas crianças frequentavam a escola da rede estadual, que oferecia apenas o ensino fundamental de 1ª a 4ª série, localizada próxima à aldeia. Na medida em que a população foi aumentando, os Guarani da Aldeia M’Biguaçu, em 1996, foram em busca desse direito, solicitando à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) a construção da escola. Então foi fundada em 30 de agosto de 2004, a Escola de Ensino Fundamental WHERÁ TUPÃ POTY DJÁ, no município de Biguaçu, uns vinte quilômetros de Florianópolis, Santa Catarina.

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Organização Pedagógica e Administrativa da Escola

1 - Administração pedagógica:A escola observada possui três salas de aulas, distribuídos num total de cinquenta e três alunos, com 10 professores, além disso a escola tem sala de informática, sala de vídeo, laboratório, refeitório, cozinha, banheiros e casa de reza dos alunos.Para os professores que não são indígenas torna-se necessário o magistério guarani para ter conhecimento mínimo da cultura desse povo e ter pleno controle sobre o planejamento das aulas.As salas de alfabetização contam com dois professores, sendo um bilíngue, onde desenvolvem os conteúdos de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Artes e Diversidade Cultural.

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2 - Campo de trabalho da educação escolar• Os educandos na foto da direita, assistiam um vídeo em Língua

Portuguesa, português, porém a professora traduzia para o guarani Mbya. Essa experiência nos chamou a atenção, pelo desconhecimento do fato. A professora fazia o papel de intérprete, fazendo a interação entre as línguas, facilitando a compreensão e a aprendizagem.

• Na foto da esquerda, percebemos em outro momento, os alunos que se encontravam em um trabalho de campo, carregavam em seus ombros a matéria-prima retirada da natureza para a construção de uma casa para os rituais religiosos.

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3 - Professores

• Apesar da baixa renumeração, encontramos professores devidamente qualificados e outros a caminho de um aperfeiçoamento, para saciar a

necessidade daquela aldeia.• Existe hoje dois professores em sala de aula, um para a disciplina e outro

para língua materna, isso ocorre somente nas séries iniciais, pois um aluno de quinta série já domina bem a Língua Portuguesa, então não se faz necessário um segundo professor.

4 - Autoridades

Embora o governo esteja ciente das necessidades que ocorre nessa cultura, o que é repassado para esse povo deixa muito a desejar.

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COMUNICAÇÃO

LÍNGUA MATERNA•A base de tudo é o guarani Mbya, que é a ‘língua pura’, pois é ela que os acompanha em toda sua vida, o português foi uma necessidade de se comunicar com o “Branco” e entender o que eles falavam. A escola teria esse papel de valorizar e ressignificar à cultura e a tradição de seu povo reafirmando sua identidade.•A alfabetização na língua materna acontece ao longo de dois anos ou mais. Chama-se de professor bilíngue, o professor guarani que domina sua língua e também o português, tanto na oralidade como na escrita, atua juntamente com o professor não-índio na sala, numa relação intercultural. Em alguns momentos, um professor toma a frente à atividade, enquanto outro acompanha. E algumas vezes ele auxilia na interpretação e tradução da língua portuguesa para o guarani mediando com o professor não indígena as ações pedagógicas.

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REPROVAÇÃO E EVASÃO

É possível perceber durante nossos questionamentos que a rotatividade dos alunos guaranis é muito grande. Pois e muito comum a separação dos casais, mas logo se casam novamente e muitas vezes com índios de outras tribos, então normalmente os filhos acompanham a mãe, deixando seus estudos para trás. Na aprendizagem da criança essa constante mudança de escola/aldeia só acarreta ainda mais as constantes reprovações e evasão e a não apropriação do Jdruá (português).

Infelizmente, para muitos alunos a educação fica em segundo plano, entretanto Weliton diz: “Esse povo precisa estudar”. A educação deve estar em primeiro plano sempre para qualquer pessoa, até para os guaranis, mas para eles existem outras coisas que vem em primeiro lugar como vender seu artesanato, frutas, entre outros, sendo esta uma forma de renda familiar. Também é uma distração a cachoeira que está localizada na aldeia, pois os alunos deixam de comparecer na escola principalmente no verão para ir até a cachoeira.

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Considerações Finais

Analisando tudo que observamos e ouvimos concluímos que organização da escola não atende em grande parte aos anseios dos indígenas por motivos diversos, dentre eles, a falta de clareza de como deve ser essa escola, a falta de legislação que a regulamente, as mudanças de pessoas que atuam na área por conta das trocas de governo e a falta de vontade política. É um processo em construção que necessita de debates, reflexões e muita luta para ultrapassar os preconceitos, as dificuldades e quebrar conceitos já arraigados, especialmente a concepção de escola da sociedade não-indígena.

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REFERÊNCIAS •BOGDAN, Robert C. BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação: Uma Introdução à teoria e métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994. •SPRADLEY, J. P. The Ethnographic Interview. Belmont, CA: Wadsworth Group/Thomson Learning,1979.

•MINAYO, M.C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

•WEBER, Ingrid. Escola Kaxi. História, cultura e aprendizado escolar entre os kaxinawá do rio Humaitá (Acre). Dissertação de mestrado, UFRJ. Rio de Janeiro. 2004. •Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_ind%C3%ADgena"•Categoria oculta: !Artigos parciais

•Constituição Federal 1988, artigo 210 § 2°