Mundiverso: Literatura do mundo · Booker Prize (2008), Actualmente é jornalista freelancer e vive...

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Mundiverso: Literatura do mundo Ficha de catalogação e análise de obras literárias 2 2 0 0 1 1 1 1 / / 2 2 0 0 1 1 2 2 Curso: 3º ASE Nome do estudante: Sofia da Fonseca Gaspar Saraiva Santos (2009567) Titulo O Tigre Branco Autor Aravind Adiga Referência bibliográfica completa Adiga, Aravind (2008). O Tigre Branco. Lisboa: Editorial Presença. Cota na ESEC D 5751 Ano de publicação do original 2008 Editora (Portugal) Editorial Presença País Índia Cultura de referência Indiana

Transcript of Mundiverso: Literatura do mundo · Booker Prize (2008), Actualmente é jornalista freelancer e vive...

Mundiverso: Literatura do mundo

Ficha de catalogação e análise de obras literárias

222000111111///222000111222

Curso: 3º ASE

Nome do estudante: Sofia da Fonseca Gaspar Saraiva Santos (2009567)

Titulo O Tigre Branco

Autor Aravind Adiga

Referência

bibliográfica

completa

Adiga, Aravind (2008). O Tigre Branco. Lisboa: Editorial Presença.

Cota na

ESEC D 5751

Ano de

publicação

do original

2008

Editora

(Portugal) Editorial Presença

País Índia

Cultura de

referência Indiana

Breve nota

biográfica e

obra do

autor

Aravind Adiga nasceu em Madras (actual Chennai) em 1974. Cresceu

em Mangalore, no Sul da Índia. Viveu parte da sua vida na Austrália e

nos Estados Unidos, onde frequentou as universidades de Columbia e

Oxford. O seu primeiro romance, O Tigre Branco, foi distinguido com o

Booker Prize (2008), Actualmente é jornalista freelancer e vive em

Mumbai, na Índia.

Referência: < http://www.wook.pt/ficha/o-tigre-branco/a/id/1459859>

Man Booker Prize 2008:

O Prémio Man Booker é um prémio literário criado em 1968, é um dos

mais importantes atribuídos anualmente. Apenas podem concorrer obras

de romance e ficção redigidas em língua inglesa por autores vivos que

sejam cidadãos de um país membro da Commonwealth ou da República

da Irlanda, Paquistão ou África do Sul.

Referência:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9mio_Man_Booker>

Obras Publicadas em Portugal

Adiga, Aravind (2011). O Último homem na torre. Lisboa: Editorial

Presença.

Adiga, Aravind (2010). Entre os Assassinatos. Lisboa: Editorial

Presença.

Sinopse do

livro

“Premiado com o Man Booker Prize 2008, O Tigre Branco é um

romance de estreia auspicioso que, sem cair no cliché do romantismo

exótico e superficial, nos revela uma índia ainda muito pouco explorada

pela ficção, a índia negra, violenta e exuberante das desigualdades

socioculturais endémicas. Aravind Adiga oferece-nos um retrato cru e

muito pouco glamoroso da desumana realidade de vida das classes mais

pobres pela voz espirituosa e mordaz do narrador, Balram Halwai, um

jovem que cresce no interior miserável da Índia e se tora um empresário

de sucesso em Bangalore. E é através do seu percurso moralmente

ambíguo que conhecemos as discrepâncias chocantes entre o luxo

extravagante da elite rica dos boulevards e a luta desesperada pela

sobrevivência dos que nada têm. Uma comédia negra irreverente que

denuncia o lastro de corrupção e vício que subjaz ao milagre económico

indiano e desmistifica a Índia lírica e nostálgica que tantas vezes

idealizamos.”

Referência: Contra capa do Livro

Sites

<http://www.youtube.com/watch?v=JKBMExWn59U&feature=player_

embedded#!>

< http://www.aravindadiga.com/>

< http://www.themanbookerprize.com/news/stories/1146>

Galerias de

imagens

Imagem 1: Capa do Livro

Imagem 2: Sr. Primeiro-ministro da China Wen Jiabao

Imagem 3: Riquexós (trabalho do pai dele)

Imagem 4: Laxmangarh (Onde ele viveu na infância)

Imagem 5: Dhanbad (O segundo sítio para onde ele foi viver – Como

motorista)

Imagem 6: Nova Dile (O terceiro sítio para onde ele foi viver – Com os

Chefes)

Imagem 7: Bangalore (O Quarto sítio para onde ele foi viver – Como

empresário)

Impacto e

história do

livro

“Para o gabinete do primeiro-ministro” está é a frase que dá início ao

livro e acho que seria interessante começar a história do livro com está

frase. Isto porque a obra é uma longa carta divida em sete partes, estas

sete partes são as noites e manhãs que o autor da carta (que se apresenta

como tigre branco) escreve ao Primeiro-Ministro chinês que em breve

vai visitar a Índia.

O livre tem um grande impacto em quem o lê, isto porque transmite a

verdade nua e crua da Índia onde existe a Índia da Luz e a da Escuridão

e explica o que se passa em cada uma delas.

Ao mesmo tempo para ele conseguir fazer uma boa explicação acerca da

Índia ele conta a sua história de vida desde pequeno ate conseguir ser

empresário. O grande impacto desta história é ele ter assassinado o chefe

para deixar de ser criado e passar a ser ele o chefe “Direi que falou a

pena só para saber, nem que fosse por um dia, nem que fosse por um

minuto, o que significa não ser criado.” (pág. 239)

Críticas

“A voz sedutora e sarcástica de Balram e a observação cirúrgica da

ordem social são ambas perturbantes e geniais.”

New Yorker

“Uma estreia brilhante e extraordinária.”

The Sunday Times

“É, ao mesmo tempo, um policial empolgante e existencialista e uma

denúncia da desigualdade social.”

Time Out New York

“Este livro acutilante, alegre e zangado é o antídoto perfeito para

aqueles clichés paternalistas acerca do exotismo oriental.”

Metro

“O Tigre Branco é uma leitura compulsiva e despretensiosa.”

New York Sun

“O Tigre Branco harmoniza inteligentemente a fábula com a observação

pura. Daí, o seu êxito.”

San Francisco Chronicle

“O antídoto perfeito para a Índia lírica.”

Publisher’s Weekly

Referência: <http://www.wook.pt/ficha/o-tigre-branco/a/id/1459859>

Filmes e

guiões

adaptados

da obra

Não existe

Recensão

crítica

(Análise

literária,

cultural e

Intercultura

l)

Para fazer uma boa reflexão crítica deste livro, acho muito importante

vós indo contando a história, prometo não me alongar muito mas estaria

a cometer um enorme erro se não vos fosse cotando o porque desta

história toda que no fundo é uma carta e que me permitiu ao longo da

leitura ir tomando notas e reflectir sobre as diferenças culturais.

Vão perceber ao longo da minha explicação que a construção deste livro

é 5*, porque nos permite retirar frases que identificam a Índia os

Indianos, as diferenças e semelhanças interculturais os costumes entre

muitas outras coisas resumidamente a cultura deles.

Uma grande diferença com que me deparei na parte da escrita é que os

chefes e como cá chefes mas lá são criados e cá somos empregados,

acho que a palavra, criado é uma palavra demasiado forte e dá mesmo

aquela ideia de escravatura.

O principal que têm que saber acerca deste livro é que não é um livro

mas sim uma carta, desde o inicio ate ao fim é uma carta, está carta é

dirigida ao Sr. Primeiro-ministro da China Wen Jiabao que em breve irá

visitar a Índia, o Tigre Branco (personagem principal) ao longo de

várias noites e várias manhãs conta a sua história e a história da Índia

através da carta.

Primeira noite:

Neste “1º capítulo” o Tigre Branco fala sobre a sua aldeia, sobre a sua

família, sobre a escola, explica como a mão morreu, como é que o seu

nome surgiu e o porque de ter ficado conhecido como o Tigre Branco e

os motivos da ida do primeiro-ministro chinês a Índia. Neste “capítulo”

o Tigre Branco faz a sua caracterização através de um cartaz que anda

espalhado nas ruas da Índia (em relação a este assunto eu não vou

esticar me muito, vou deixar a curiosidade no ar para vocês lerem).

“O senhor primeiro-ministro tem a esperança de aprender como criar

um quando empresários chineses, é este o motivo da sua visita” (pág.

12). Está frase explica o porque da ida do senhor primeiro-ministro a

Índia. Ao mesmo tempo podemos encontrar aqui uma interculturalidade

que é ir buscar lá fora novas ideias.

“Os ingleses tentaram fazer de vocês criados, mas vocês nunca os

deixaram. Ora aqui está uma coisa que eu admiro, senhor primeiro-

ministro” (pág. 13). O Tigre Branco em tempos foi criado e o grande

objectivo dele foi deixar de ser criado para passar a ser patrão, vão

perceber isso mais a frente.

“O meu país é do género em que fazer jogo duplo compensa: o

empresário indiano tem de ser simultâneo honesto e trapaceiro, trocista

e ingénuo, matreiro e sincero” (pág. 15). O mesmo acontece em todo o

mundo se virmos os as nossas empresas de Portugal o mesmo advém.

“Eu e milhares de outros indianos como eu somos mal-amanhados

porque nunca tivemos oportunidade de concluir a nossa instrução” (pág.

17). A partir desta frase podemos ficar a conhecer o nível de

escolaridade que maior parte dos Indianos têm. Aqui encontramos uma

grande diferença cultural porque o mesmo não acontece cá em Portugal.

“Munna?”, “Significa simplesmente rapaz” (pág. 18). Coloquei aqui

estas duas referências porque este foi o primeiro nome que o Tigre

Branco teve, devido a ele vir de uma família pobre nunca ninguém lhe

colocou um nome, então o professora na escola, perguntou como é que

ele se chamava e ele respondeu “Munna” então o professor teve a tarefa

de lhe colocar um nome e baptizou de “Balram” (o porque de ele lhe ter

colocado este nome? Vou deixar a dúvida no ar).

“Sabe, é que agora estou na luz, mas fui nado (nasci) e criado na

escuridão” (pág. 20). Nesta frase podemos logo perceber que existem

dois sítios diferentes na Índia. O Tigre Branco explica que a “Índia é

formada por dois Países num só: uma Índia da Luz, e uma Índia da

Escuridão” (pág. 20). A Índia da Luz é aquela que aparece nos filmes e

para onde os turistas vão, a Índia da Escuridão é onde um terço da

população vive, população está que é pobre e que não tem condições.

“Sr. Vikram Halwai, condutor de riquexó” (pág. 26). O Pai do Tigre

Branco como podemos perceber era conduto de riquexó uma meio de

transporte típico de Índia da Escuridão, isto porque “Os riquexós não

estão autorizados a entrar nas zonas sofisticadas de Deli, onde os

estrangeiros poderiam vê-los e não acreditar no que viam” (pág. 29).

“Em qualquer sela, qual é o animal mais raro... a criatura que só aparece

uma única vez em cada geração” (pág. 35) está pergunta foi inspector

que quando foi a escola do Tigre Branco lhe fez e ele respondeu “O

Tigre Branco”, o inspector disse “E é isso mesmo que tu és, nesta

selva”. Aqui fica um “cheirinho” do porque de ele passar a ser o Tigre

Branco.

“A Reena, minha prima em primeiro grau, ficou comprometida com um

rapaz da aldeia vizinha. Visto que éramos nós a família da rapariga,

ficamos entaladas. Tivemos de oferecer ao rapaz uma bicicleta nova,

dinheiro, e uma pulseira e de organizar um grande casamento.” (pág.

36) “Nós, indianos apreciamos os casamentos”. Fica aqui uma pequena

curiosidade a cerca da cultura deles em relação aos casamentos.

“Trabalhar na casa de chá. Partir carvão. Limpar mesas” (pág. 37),

como a prima do Tigre Branco ia se casar ele foi obrigado a ir trabalhar

para a casa de chá para poder pagar o empréstimo para os arranjos do

casamento. Na nossa cultura o mesmo não acontece, um primo meu

pode se casar mas eu não vou deixar a escola para ir trabalhar para ele

ter um bom casamento.

“Já em miúdo eu era capaz de ver a beleza do mundo: estava destinado a

não ficar escravo” (pág. 39). Não a muito a dizer desta frase podemos

perceber que ele desde pequeno que sempre quis mudar de vida e não

ficar escravo para sempre. Nem todos os Indianos pensam assim “Eles

permanecem escravos porque não são capazes de ver a beleza deste

mundo”.

Segunda noite:

Neste “2º capítulo” basicamente ele abordar três assuntos, explica que o

pai morreu e o porque dessa morte, volta a falar da aldeia onde ele vive

(Laxmangarh) e para onde vai viver (Dhanbad). E por fim explica como

conseguiu arranjar emprego como motorista (aqui podemo-nos

aperceber de uma evolução a nível de vida e de emprego).

É importante explicar que ele arranjou emprego numa casa onde têm

três chefes, o Cegonha (pai) o Mukesh Sir (filho do cegonha) e o Ashok

(outro filho de cegonha) que vai ser o chefe principal do Tigre Branco e

que esteve uns tempos nos Estados Unidos onde se casou com a

Madame Pinky. Na casa trabalham mais dois criados o Ram Bahadur

(porteiro) e Ram Persad (motorista nº1).

“O tempo que passei na casa de chá de Laxmangarh para expiar cada

cliente em cada mesa e a ouvir à socapa todas as conversas” (pág. 46),

“Enquanto eu limpava uma mesa e me debruçava para entreouvir uma

conversa, que a minha vida mudou” (pág. 47), uma das conversas era

“Hoje em dia, anda toda a gente a comprar carro… E sabes quanto é que

pagam aos motoristas? Mil e setecentas rupias por mês” foi assim que

ele começou por tirar a carta e depois procurar emprego como

motorista.

“Para arranjar emprego, era preciso conhecer alguém de família. Não

era a bater aos portões e a pedir” (pág. 52) podemos perceber que ate na

Índia as cunhas são precisas o mesmo acontece em Portugal para

arranjar mos um emprego por norma os nossos pais falam com amigos e

assim conseguimos um lugar na empresa. Mas ele foi persistente e

depois de tanto bater consegui (agora onde e como não vou dizer e vou

deixar a curiosidade no ar).

“Explicar meia dúzia de coisas a respeito das castas” (pág.54), eu não

conhecia a palavra “castas” mas o Tigre Branco fez o favor de explicar

através do exemplo dele. “Halwai, o meu apelido, significa fabricante de

doces” (pág. 54), “É esta a minha casta o meu destino. Qualquer pessoa

da Escuridão que ouça este nome fica de imediato a saber tudo a meu

respeito”. “Resumindo nos bons e velhos tempos, havia mil castas e

destinos na Índia. Hoje em dia, existem apenas duas castas: Homens de

Barriga Grande e Homens de Barriga pequena. E apenas dois destinos:

comer ou ser comido” (pág. 55).

“As mulheres cobriam a cabeça com um véu e baixavam os olhos para o

chão quando falavam com um estranho” (pág. 55). Uma “regra” da

cultura indiana.

“O senhor é como um pai e uma mãe para mim, e como teria coragem

de exigir dinheiro aos meus próprios pais?” (pág. 56) ele nesta frese

refere-se ao chefe (agora se ele aceitou ou não o dinheiro fica aqui a

curiosidade).

“Na Índia, porém ou pelo, menos, na Escuridão os ricos não têm

motoristas, cozinheiros, barbeiros, e alfaiates. Têm simplesmente

criados”. Aqui podemos perceber que pode ser característico da cultura,

porque por exemplo nos temos empregadas domesticas que por norma

arrumam nos a casa e fazem nos, a comida. Acho que aqui depende de

cultura por cultura.

“Senti uma pancada violente na cabeça (pág. 61) ” está frase foi retirada

numa parte em que o Tigre Branco estava a fazer uma massagem ao

chefe e como estava a fazer correctamente o chefe bateu-lhe”. Na nossa

cultura por norma isso não acontece porque nos cá temos o tribunal de

trabalho coisa que eles lá não devem ter porque é normal um chefe dar

pancadas no criado. “Eles esperam isto de nós Ashok! Não te esqueças

disto… Assim é a maneira que nos têm de respeitar” (pág. 61).

“O álcool indiano era para rapazes de aldeia como eu”, “O álcool inglês

como não podia deixar de ser era para os ricos” (pág. 62). Uma

curiosidade de como é que eles lá fazem a distinção do álcool.

“E para que é que nós precisamos dum motorista? Porque que não podes

ir tu a conduzir, como era dantes?” “Pinky, isso era em Nova Iorque… é

impossível conduzir na Índia, basta olhares para o trânsito” (pág. 68),

aqui podemos encontrar nitidamente um sentimento de um emigrante,

ela lá estava habituada a conduzir e não percebi porque que aqui

também não podiam conduzir sem terem que ter motorista”.

“Já te arranjámos uma noiva… uma bela rapariga, bem roliça” (pág.

71), podemos perceber que a cultura indiana é daquelas que ainda fazem

arranjos de casamentos.

“Ao ritmo que as coisas têm vindo a evoluir a Índia, daqui a dez anos,

este país estará igual à América”, “Aqui temos pessoas que se ocupam

do nosso bem-estar… Temos os nossos motoristas, os nossos guardas,

os nossos mensageiros. Onde, em Nova Iorque é que tu vais arranjar

alguém que te leve chá e biscoitos a cama…” (pág. 73) não a muito a

dizer a não ser que a globalização ainda não chegou a todos os sítios e

nem todos temos ainda os mesmos costumes com as vezes parece.

Quarta Manhã:

Neste “3º capítulo” o Tigre Branco fala um pouco de como é que são as

eleições na Índia, a mudança para Nova Deli com os chefes e de como é

que passou de 2º motorista para 1º motorista.

“Eles vão para Nova Deli para a semana. O Sr. Ashok e a Madame

Pinky. Vão estar três meses ausentes”, “Só vão levar um motorista com

eles. E esse motorista irá receber três mil rupias por mês… é quanto lhes

pagam em Nova Deli” (pág. 84). Nesta altura ele ainda não sabia que ia

ser o primeiro motorista mas também não baixou os braços e por isso

mesmo estudou o concorrente. Isto acontece em qualquer cultura, todos

tentamos chegar ao melhor lugar.

“Mas que vida tão miserável que ele tem tido, ser obrigado a esconder a

religião, o nome, só para conseguir um emprego como motorista” (pág.

87) está situação era a do outro motorista, o Tigre Branco acabou por

descobrir a verdade sobre ele. Está situação em Portugal não acontece,

pelo contrário uma pessoa não tem que esconder a sua religião para

conseguir arranjar trabalho.

“Uma vez que Ram Persad abandonou o emprego sem qualquer

justificação, seria eu a levar o Sr. Ashok a Madame Pinky e Mukesh Sir

para Nova Deli (pág. 87). O outro motorista abandonou o emprego sem

dar justificação porque não tinha coragem de dizer aos chefes que lhes

tinha mentido e sabia que não podia ficar lá porque o Tigre Branco tinha

descoberto o seu segredo. Foi assim que o Tigre Branco conseguiu ficar

com o 1º lugar como motorista.

Quarta Noite:

Neste “4º capítulo” ele conta talvez a parte da sua vida que o abateu

mais, isto porque conta como foi a sua chega a nova Deli um sítio que

não conhecia, os comentários desagradáveis dos outros motoristas ser

gozado pelos chefes e por fim ter atropelado uma criança.

“Outra vez perdido? Achas que, pelo menos desta vez, serás capaz de

encontrar o caminho para casa sem te perderes uma dúzia de vezes?”

(pág. 93). O Tigre Branco andava perdido pela nova cidade acabou por

ter que “ouvir” do patrão Mukesh Sir. Isto pode acontecer a qualquer

pessoas de qualquer cultura, se virmos quando vamos pela primeira vez

a uma cidade por exemplo ao porto também somos capaz de nos perder.

“Ah! Não me mintas, meu grande filho-da-mãe. Sabes perfeitamente

que andas completamente às aranhas aqui. Deves odiar esta cidade!”

(pág. 94), “Nós cerca duma dúzia de motoristas aguardávamos que os

nossos patrões terminassem as compras” (pág. 95). Isto foi um motorista

que o Tigre Branco encontrou enquanto estava a espera dos chefes.

Logo aqui podemos perceber que a recepção de um novo colega não foi

das melhores, se virmos isto acontece em qualquer cultura podemos

encontrar colegas de trabalhos que nos recebem bem mas também

podemos encontrar aqueles que nos recebem mal.

“O principal a saber sobre Deli é que as estradas são boas mas as

pessoas são más” (pág. 95), logo aqui podemos ver a impressão como

que o Tigre Branco ficou em relação as pessoas de Deli.

“Não sei como é que os edifícios são concebidos no seu país, mas, na

índia, todos os edifícios de apartamentos, todas as casas, todos os hotéis,

são construídos com aposentos para a criadagem.” (pág. 99). É uma

tradição deles, nós cá não temos esta tradição nem parecida porque por

norma as empregas eternas têm um quarto mas no mesmo apartamento,

casa... dos chefes.

“Quando ia a sair o Sr. Ashok disse-me: Estaremos de volta daqui a

meia hora”, “Isso deixou-me confuso, em Dhanbad, nunca me avisaram

de quando voltaraim” (pág. 103). Isto é manias é como a diferença de

Coimbra para Lisboa as pessoas em Lisboa tem muito mais manias do

que as de Coimbra. Por isso acho que acontece em todas as culturas

quando se muda para um sítio mais “chique” ficam com manias. “Duas

horas volvidas os irmãos regressaram ao carro” (pág. 103) está frase

vem comprovar a minha teoria das manias porque eles só diziam aquilo

por dizer porque nem sequer cumpriam com o que diziam.

“Sabes aquelas estátuas de Gandhi e Nehru que se vêem por toda a

parte? A polícia instalou-lhes câmaras de filmar dentro dos olhos para

vigiar os carros.” (pág. 108), uma curiosidade que achei importante

referir agora para mais tarde poder explicar melhor o acontecimento do

atropelamento.

“Nessa noite comprei a minha primeira pasta de dentes” (pág. 115). A

mim está frase chocou me, porque a nossa cultura está habituada a ter

pasta de dentes quer sejam riçou ou pobres, mas a cultura dele só tem os

ricos.

“Os dois desataram a gargalhada”, “Não é pija. É Pizza” (pág. 118). A

falta de compreensão por parte dos chefes e passar logo para a parte do

gozo. Isto existe em qualquer cultura, os chefes que se acham muito

bens acabam por achar que podem gozar com os empregados.

“A tresandar a álcool inglês ela inclinou-se na minha direcção” (pág.

122), “Balram sai, Vamos deixar-te passar a noite com o teu buda” (pág.

123), depois ela explica que era uma brincadeira e vai o buscar, “Sentei-

me no assento traseiro” (pág. 124). “Quando uma pequena criatura preta

se atravessou no nosso caminho e nós batemos contra ela, e deitámos ao

chão e lhe passámos com o automóvel por cima” (pág. 124), “sem

trocarmos uma única palavra, eu e o Sr. Ashok actuámos em equipa. Ele

agarrou nela, tapou-lhe a boca com uma mão e puxou-a do assento do

condutor, eu sai apressadamente do meu lugar” (pág. 125). Aqui eu

coloquei várias frases porque não consigo imaginar a sensação de se

atropelar uma criança. Foi o que aconteceu, mas sem dúvida o que mais

me chocou é que a cultura deles ser tão fria, deixarem lá a criança sem

lhe darem qualquer tipo de apoio. Devido a muitas pessoas andarem a

beira de estrada na Índia, acontece muitas serem atropeladas e

abandonadas. “As prisões de Deli estão cheias de motoristas que foram

para atrás das grades por assacarem com as culpas dos respectivos

patrões honesto e íntegros da classe média.” (pág. 129). Neste caso ele

assumiu a culpa, mas conseguiu não ir para a prisão porque os chefes

arranjaram-lhe um advogado e ele assinou uma folha em que uma das

frases era”Que então entrei em pânico e me recusei a cumprir as minhas

obrigações para com a parte ou partes, lesadas levando-as as urgências

mais próximas” (pág. 128), foi assim que ele conseguiu não ir preso por

um crime que não cometeu.

Quinta Noite:

Neste “5º capítulo” basicamente ele explica que a mulher do Sr. Ashok

o deixou, devido a não se conseguir habituar a vida na Índia, relembro

que ela era emigrante, vinha de Nova Iorque e também de uma carta que

avó lhe mandou a pedir dinheiro.

“Quando ela saiu do carro, enfiou um envelope castanho pela minha

janela, ao que bateu a porta com força e se foi embora” (pág. 137), peço

que não se esqueçam desta frase porque mais a frente vão perceber o

que é que ele fez com este dinheiro.

“Não te importas de pedir ao teu patrão que te dê algum dinheiro para a

tua família? E não te esqueças de enviar o dinheiro para casa”

(pág.144), avó escreve-lhe uma carta e esta era uma das frases que vinha

lá, isto porque ele quando tirou a carta foi avó que pagou, mas disse que

em contra partida ele quando arranja-se emprego tinha que mandar

dinheiro para casa, coisa que ele não fez, “Ela estava a chantagear-me,

percebi perfeitamente por que é que enviara aquele carta por intermédio

do Mangusto (chefe)” (pág. 145). Em Portugal as vezes o mesmo

acontece, aquele que vão trabalhar para as petrolíferas e deixam cá a

família a mulher fica a tomar conta dos filhos e ele vai mandando

dinheiro. Apesar de a situação dele ser um pouco diferente ele manda

dinheiro para a família avó, primos e tias.

Sexta Manhã:

Neste “6º capítulo” fala sobre a depressão que o chefe apanhou após a

mulher o deixar e do seu envolvimento com outras mulheres para a

esquecer.

“O gordo mostrou-se surpreendido, Toda a gente em Deli tem uísque no

carro, Ashok, não sabias?” (pág. 160). Uma tradição dele lá que nós cá

não temos.

“Fazendo-se acompanhar pela mulher loura, o indivíduo gordo dirigiu-

se à recepção do hotel, onde o gerente o cumprimentou calorosamente.

O Sr. Ashok seguiu atrás deles, constantemente a olhar de um lado para

o outro, com um miúdo com a consciência pesada por ir fazer qualquer

aneira muito má” (pág. 164/165.), o começo de envolvimentos do chefe

com outras mulheres.

Sexta Noite:

Neste “7º capítulo” ele explica como é que um motorista consegue

enganar um patrão, a sua primeira noite num hotel com uma prostituta, a

ida dele e do chefe a um restaurante típico dos pobres, a chegada de um

sobrinho dele e por fim o momento em que ele vai matar o chefe.

“Quanto é que me irá custar?”, “De alta ou baixa categoria? Virgem ou

sem ser virgem? Tudo depende?” (pág. 170), está frase foi retirada de

um diálogo que ele tinha com outro motorista a pedir-lhe uma rapariga.

Ele pagou a prostituía com o dinheiro que a ex patroa lhe tinha deixado.

“Quantas maneiras é que há de um motorista enganar o patrão?” (pág.

170), fica aqui a curiosidade de irem ler quais são.

“Pede por nós dois, Pede a comida que a gente do povo come” (pág.

178), isto acontece quando os dois vão a um restaurante de pobres, por

norma na cultura deles isto não acontece um chefe se misturar com

criado, aqui é normal por vezes o empregado e o chefe irem almoçar

para tratar de negócios.

“E quem diabo és tu?”, “Sou Dharam, respondeu-me ele. Sou o quatro

filho da sua tia Latutu” (pág. 195). É a chega de um suposto primo mas

que trata o primeiro dragão como tio. Penso que seja tipo da cultura

deles. Este primo trouxe uma carta da avó, “tens de nos mandar dinheiro

outra vez. Se não mandares, fazemos queixa ao teu patrão” (pág. 196),

de novo o pedido de dinheiro por parte da família.

“A primeira paragem foi na cidade, num dos bancos do costume. Ele

pegou na pasta vermelha e entrou no banco” (pág. 209). Devido ao

chefe ter muito dinheiro naquela mala era altura certa de o matar, para

isso ele pede ajuda ao chefe para lhe ajudar a trocar um pneu, “empurrei

a garrafa para baixo com toda a força. O vidro enterrou-se-lhe no crânio.

Bati-lhe três vezes com a garrafa no cocuruto, penetrando-lhe no

cérebro” (pág. 212/213). A partir dá ai o Tigre Branco passou a ser um

homem livre, não tinha chefes e tinha dinheiro. Aqui podemos aplicar

aquele ditado que utilizamos cá em Portugal, não olhar a meios para

atingir os fins.

Sétima Noite:

Neste “8º capítulo” é o final da história, ele conta como chegou a

Bangalore e se tornou um empresário.

“Precisei de quatro semanas em Bangalore até conseguir acalmar os

nervos” (pág. 219), através desta frase podemos perceber que ele se

mudou para um novo sítio mas que ainda estava perturbado por ter

matado o chefe.

“Sabe o senhor, em Bangalore, os homens e as mulheres vivem como os

animais da floresta, Dormem durante o dia e depois trabalham toda a

noite, até as duas, três, quatro ou cinco da madrugada, dependendo,

porque os seus patrões se encontram do outro lado do Mundo, na

América” (pág. 221). Isto acontece em todas as culturas onde trabalham

de dia e outros de noite. Aqui já encontramos a globalização, os patrões

estão na América e os empregados na Índia.

“E os seus motoristas têm todos licença?”, “Com certeza, minha

senhora. Basta que telefone para a confirmar” (pág. 224) através desta

duas frases eu consigo explicar resumidamente o final da história,

primeiro ele criou um empresa de táxis, isto é ele tinha vários motoristas

a trabalhar para ele, depois ele conseguiu “amigos” na polícia, dava

dinheiro aos polícias e ele lá nunca tinha problemas, os empregados dele

não tinha licenças mas ele sabia que os polícias o encobriam o mesmo

aconteceu quando um empregado dele atropelou uma crianças, apesar

da atitude dele nessa altura ser diferente da do ex chefe dele, primeiro

foi ele que assumiu as culpas pelo empregado e foi entregar uma quantia

de dinheiro a família. Concluindo o dinheiro é solução para tudo, o

mesmo acontece nas outras culturas não é só na Índia, muitas pessoas

deixam-se ser compradas.

“Tudo o que eu queria era a oportunidade de ser um homem e, para isso

um homicídio bastou-me” (pág. 237).

“Direi que valeu apensa só para saber, nem que fosse por um dia, nem

que fosse por uma hora, nem que fosse por um minuto, o que significa

não ser criado” (pág. 239).

Classificação

(*, **, ***,

****, *****)

*****

Observações

É um livro que têm que ser lido de seguida, com poucas interrupções,

porque tem muitos pormenores que são importantes para a compreensão

da história.

Comentários

do leitor

sobre a obra

Em termos emocionais é um livro que choca bastante, porque a maioria

de nós está habituado a viver num nível médio de vida, o mesmo não

acontece com a personagem principal do livro muito pelo contrário, ele

transmite-nos os sentimentos de revolta das pessoas pobres e o que eles

sentem.

Ao mesmo tempo também podemos ver o “ódio” que as pessoas pobres

sentem pelas ricas e as pessoas ricas sentem pelas pobres.

Através da leitura do livro também ficámos a conhecer os costumes /

hábitos / tradições que os Indianos têm, principalmente os da classe

baixa.

Este livro permite-nos estudar a interculturalidade como já referi em

cima, neste livro podemos conhecer os costumes / hábitos / tradições

que os Indianos têm e podemos explorar as diferenças e as parecenças

que existe entre ele e nós.

Simpatizei muito com o livro, o autor conseguiu proporcionou me

momentos de imaginação em que por uns instantes pude viajar ate a

Índia e sentir-me uma criada ou uma chefe.

O melhor do livro é que no final permite-nos fazer uma reflexão/debate

e ficamos a pensar na história. A minha pergunta era: Será que eu

estando no lugar do Tigre Branco teria feito o mesmo que ele? Por um

lado sim, porque assim poderia subir nada vida, mas por outro não

posso estar a roubar a vida a uma pessoa para conseguir o que sempre

sonhei, apesar de no meio disto tudo ter que ter consideração pela

cultura deles. Não avanço muito mais para deixar aqui a curiosidade de

lerem o livro e de terem a oportunidade de poderem também

reflectir/debater acerca da pergunta que vos deixo aqui. Se tivessem na

mesma situação do Tigre Branco faziam o que ele fez?