Portugal sem indiretamente pela utilização de qualquer ... · enviadas a um freelancer e nómada...

85

Transcript of Portugal sem indiretamente pela utilização de qualquer ... · enviadas a um freelancer e nómada...

© Autoria, edição e design de Krystel Leal para Nomadismo Digital Portugal

Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida livremente seja de que forma for, sem o consentimento prévio do Nomadismo Digital Portugal.

O Nomadismo Digital Portugal não se responsabiliza direta ou indiretamente pela utilização de qualquer informação contida neste livro.

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 301.

PERGUNTAS & RESPOSTAS 502.

COMO É UM FREELANCER 803.

VANTAGENS E DESVANTAGENS 1104.

O MOMENTO PARA COMEÇAR 1305.

ENCONTRAR A ATIVIDADE PROFISSIONAL 20

06.

PERSONAL BRANDING: A ARTE DE SER UMA MARCA

28

07.

CRIAR UM PORTFÓLIO DO ZERO 43

08.

COMEÇAR A TRABALHAR: PREÇOS E PAGAMENTOS

50

09.

COMEÇAR A TRABALHAR: ENCONTRAR CLIENTES

60

10.

FINANÇAS E IMPOSTOS EM PORTUGAL 71

11.

COMO ORGANIZAR AS FINANÇAS 77

12.

ORGANIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE 79

CONCLUSÃO 83

INTRODUÇÃO

QUANDO PENSAS NO TRABALHO DE UM FREELANCER, PENSAS EM QUE PROFISSÕES?

Escritores? Fotógrafos? Designers? Informáticos? Jornalistas? Pouco mais?

Felizmente hoje em dia o mercado do trabalho dos freelancers expande-se a quase todas as áreas. Qualquer trabalho no qual a pessoa passe a maior parte do seu tempo à frente de um computador, é uma área adequada ao trabalho enquanto freelancer.

As profissões criativas foram as primeiras a adaptarem-se a este modelo de trabalho, mas hoje é possível encontrar advogados, nutricionistas, contabilistas, gestores financeiros, professores ou administradores em regime de freelance.

Se eles conseguem, tu também consegues.

Em 2012 comecei a fazer alguns trabalhos online para ganhar algum dinheiro. Percebi que isso me dava uma liberdade e uma flexibilidade de horários única. Pus mãos à obra para perceber como é que podia começar a trabalhar única e exclusivamente de forma remota. Demorei mais de um ano a conseguir criar uma atividade enquanto freelancer estável (e que pudesse denominar de emprego). Tive que encontrar sozinha a minha atividade e serviços, lendo conteúdos dispersos em sites americanos e brasileiros. Tive que aprender a ser produtiva e a trabalhar a partir de casa. Quando consegui chegar aos serviços certos e a trabalhar de forma regular, tive que passar sozinha pela experiência de perceber como é que funcionam as finanças e os impostos em Portugal para alguém que trabalha remotamente para vários clientes.

Este ebook é a minha ajuda para não fiques sozinho a passar por isso tudo. Vamos perceber juntos como é que podes começar uma atividade profissional remota do zero. Vais perceber o que é que não gostas no teu trabalho atual, o que é que precisas realmente

para ser feliz profissionalmente e como é que isso se pode materializar num trabalho rentável e estável. Vais ficar a saber que caminhos podes seguir para seres um freelancer remoto de sucesso e que tem, claro, as finanças em ordem. Quero que percebas sobretudo que tens alternativas ao modelo de trabalho atual e dito “tradicional”. É possível trabalhar remotamente em coisas que nos apaixonam e nos motivem.

Nada do que está neste ebook é lei. São apenas um conjunto de informações que funcionaram comigo enquanto freelancer e com outras pessoas que colaboraram com informação e conteúdo que fui recolhendo para escrever este conteúdo. Lê, testa e adapta tudo o que leres a ti e ao teu trabalho. Tudo é uma aprendizagem e as aprendizagens são feitas de testes, de tentativas e de erros. Mas ter informações reais, credíveis e alguém que te pode dar conselhos, é uma ajuda preciosa para tentar evitar ao máximo esses erros. Usa todo o material e ajuda deste ebook para testares tudo o que podes testar.

Se tanta gente conseguiu, tu também podes conseguir.

Eu acredito em ti. Só faltas tu.

4

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O1.Existem algumas perguntas que são comuns quando se fala de trabalho remoto e trabalho freelancer. Estas foram as que provavelmente mais ouvi e me fizeram. Fica a saber as respostas a algumas das perguntas mais frequentes enviadas a um freelancer e nómada digital.

“ Não estou satisfeito com o meu trabalho atual: posso mudar de profissão?

Começar a trabalhar como freelancer pode ser uma oportunidade para mudar de profissão. Neste ebook poderás descobrir como é que podes aproveitar os teus hobbies, as tuas competências e até as tuas paixões para dar origem a um trabalho remoto e remunerado. Ouvimos, desde pequenos, que devemos ir para a escola para aprender a ler e a escrever, que devemos ter sempre boas notas para conseguirmos entrar numa boa faculdade, onde acabamos por tirar um curso de três ou de cinco anos que nos formata para uma determinada profissão, que deve ser a nossa profissão até à reforma. Mas este modelo de “vida” já não é atual. Hoje em dia, com ou sem curso superior, é possível ter várias profissões e trabalhos que se posicionam em diferentes setores de atividade. A formatação pela qual muitos de nós passámos, não tem que ser vista como um fim, mas como uma ferramenta que pode ser utilizada para fazer diferentes coisas que nos fazem felizes.

“ Não tenho conhecimentos de informática e não percebo nada de internet: posso ser freelancer?

Claro que sim! Como em tudo na vida, o que é preciso é aprender. As ferramentas utilizadas pelos freelancers para encontrar clientes, trabalhar e conversar com os clientes são de simples utilização. Se o teu trabalho não tiver nenhum serviço mais técnico, as ferramentas que precisas de utilizar para trabalhar remotamente são, muitas vezes, as mesmas que já usas enquanto utilizador normal de um computador e internet.

“ Posso trabalhar quando quiser e onde quiser: é o trabalho dos meus sonhos!

O “trabalhar quando se quer e onde se quer” tem muito que se lhe diga. Sim, se a tua atividade de freelancer for remota podes realmente trabalhar de onde quiseres...mas não é por isso que deixas de ter horários. Se tiveres num projeto no qual precises de estar em contacto com o teu cliente, irás precisar de estar disponível e contactável nos horários de trabalho do teu cliente. Os projetos têm data (e muitas vezes hora) de entrega marcada: podes trabalhar quando queres, mas se essa data limite não for cumprida, colocas em risco a tua atividade enquanto freelancer. Ser freelancer é ter horários mais flexíveis, mas não se deixa de ter horários, obrigações e rotinas.

“ Trabalho remoto e trabalho freelance é a mesma coisa?

São dois termos que se juntam em muitos discursos, mesmo que não sejam a mesma coisa. Um freelancer não é obrigatoriamente uma pessoa que trabalha à distância. Apesar de este ebook se destinar às pessoas que querem ter uma atividade de freelancer remoto, a verdade é que existem muitos freelancers que trabalha em escritórios e locais fixos. Isso acontece muitas vezes em agências de comunicação ou de publicidade, por exemplo com os designers ou os copywriters. Eles trabalham num projeto ou em um cliente preciso, mas têm que estar presentes no escritório. Ser freelancer é, no fundo, ser pago ao projeto e/ou à tarefa.

“ O trabalho de freelancer é uma atividade instável: tenho contas para pagar ao fim do mês, não posso arriscar!

Todo o trabalho atualmente é instável. Existem empresas a fechar todos os dias e muitas pessoas ficam no desemprego de um dia

6

para o outro. Um freelancer não tem chefe, portanto todos os clientes que arranja dependem dele, do seu trabalho e do seu compromisso e profissionalismo. Não depende de mais ninguém. Uma estratégia utilizada por muitos freelancers para conseguir manter contratos a longo prazo, é oferecer serviços necessários o ano inteiro. Um designer pode ser contratado para fazer o site de uma empresa, mas se oferecer também serviços de edição de imagem e estrutura visual de documentação, consegue manter esse cliente fixo, garantindo assim um fluxo de trabalho regular. Com uma boa estratégia e planeamento, a atividade de um freelancer torna-se uma atividade estável e lucrativa, visto que se trabalha não para uma pessoa, mas para várias.

7

COMO É UM FREELANCER

O2.A atividade de freelancer pode ser adaptada a quase todas as áreas, mas pode não ser indicada para todas as pessoas. Existem algumas características que se deve ter (ou desenvolver) para se ser um bom freelancer.

Se não preencheres algumas das características abaixo listadas, tem calma: tudo se desenvolve! Trabalhar como freelancer remoto pode não ser para toda a gente, mas se tomaste a iniciativa de ter este ebook é porque estás motivado...e esse é o maior passo que podes dar em direção ao sucesso!

Esforço

Sem esforço pouco ou nada se consegue, mas para teres sucesso a trabalhar como freelancer, o esforço é ainda mais importante. Como freelancer, só vais poder contar contigo próprio: cabe-te a ti esforçares-te para desenvolveres a tua marca pessoal, esforçares-te para passares horas e horas à procura dos primeiros clientes, esforçares-te para entregares o melhor trabalho de sempre até tal hora e data, esforçares-te para fidelizar os clientes...cabe-te a ti esforçares-te para que tudo corra bem.

Autodidatismo

Passamos a nossa vida a aprender com os outros, com o que nos dizem e com o que nos mostram. Aprendemos o que nos dizem para aprender, aprendemos aquilo que nos dizem que vai sair num teste ou num exame, aprendemos aquilo que precisamos de saber para uma reunião ou apresentação...mas quando somos freelancers, temos que descobrir o que aprender. Cabe-nos a nós descobrir que competências, que técnicas e que métodos de trabalho precisamos de aprender para conseguir aquele cliente ou para desenvolver o nosso próprio currículo. Ninguém nos vai dizer para onde ir: temos que descobrir sozinhos o caminho e mergulhar a sós num mar de conhecimento no qual temos, mais uma vez sozinhos, de conseguir sair vencedores.

Responsabilidade e disciplina

Quando somos freelancers, temos que ser ainda mais responsáveis com o trabalho, com o nosso dinheiro e com a nossa vida do que quando temos um emprego “tradicional”. Temos que aprender a organizar o nosso tempo para que, nem a vida profissional, nem a vida pessoal, fiquem prejudicadas. Temos que saber gerir o nosso dinheiro bem o suficiente para que se um cliente deixar de precisar dos nossos serviços de um dia para o outro, podermos continuar com este estilo de vida. Essa responsabilidade é para alguns um dos maiores contras do trabalho como freelancer; para outros é um desafio que sabe bem enfrentar.

Desenvoltura

É preciso ser-se desenvolto para se ser um bom freelancer. Ninguém vai estar atrás de ti a dizer o que deves fazer e como o deves fazer. E tu também, como profissional, não podes estar sempre a pedir ajuda. Saber pedir ajuda é uma das coisas que um qualquer bom profissional precisa de saber fazer, mas saber tentar aprender sozinho e encontrar uma solução por ti mesmo também é essencial. Saber procurar no Google, saber experimentar, tentar e errar até encontrar a solução, tentar de tudo antes de pedir ajuda é importante para que consigas desenvolver competências e seres mais independente.

Organização

É um dos aspetos mais importantes na vida de um freelancer. Ter que gerir o trabalho, os clientes, a quantidade de tarefas por vezes tão diferentes, a vida pessoal e ainda as finanças, não é fácil! É necessário uma grande organização para que tudo corra bem. Existem diversas ferramentas que têm sido criadas nos últimos anos para ajudar os freelancers a organizar diversos aspetos das

9

suas vidas e algumas delas são hoje vistas, para muitos, como algo essencial. No entanto, a organização começa em nós próprios. Se não tivermos as nossas ideias, objetivos e metas a atingir bem definidas e organizadas na nossa cabeça, não haverá ferramenta ou tecnologia que ajude.

Sensibilidade e atenção

Ser freelancer faz com que sejamos os nossos próprios relações-públicas. Temos que ser nós a comunicar com o cliente, a saber vender a nossa marca, a saber vender o nosso trabalho e a saber fidelizar o cliente. Ser sensível com as pessoas, saber ouvi-las e encontrar nas entrelinhas do que elas dizem, as suas maiores necessidades, é algo que se vai desenvolvendo com a prática.

10

VANTAGENS E DESVANTAGENS

O3.Trabalhar como freelancer envolve tantas vantagens, como desvantagens. É importante conheceres as desvantagens: nenhum estilo de vida envolve só coisas boas!

Será que consegues fazer compensar as vantagens?

És tu que estás no centro

Toda a qualidade do trabalho depende de ti . Ao seres tu a criar e a controlar todo o trabalho que vais entregar ao teu cliente, faz com que a fidelização do cliente dependa igualmente de ti. Se fizeres um excelente trabalho, tornar-te-ás uma peça vital para o cliente e ele não irá prescindir do teu trabalho. Tudo depende de ti!

És o teu próprio chefe...para o bem e para o mal

Quando somos freelancers, somos nós que estipulamos o preço do serviço, os prazos, as condições, as horas de atendimento...somos nós os nossos próprios chefes. No entanto, existe sempre alguém a quem temos que responder: o nosso cliente. Apesar de sermos nós a fixar todos os limites e todas as caraterísticas do trabalho, temos também que saber nos adaptar e negociar com o nosso cliente para que este fique totalmente satisfeito.

Mais trabalho = mais dinheiro

Contrariamente a um trabalho tradicional, em que o teu salário é fixo ao final do mês, quando és freelancer ganhas ao projeto ou cliente. Cabe-te a ti acumular projetos e clientes para que conseguias ganhar mais dinheiro. És tu quem decide a quantidade de trabalho de acordo com as tuas necessidades e expetativas financeiras.

Horários flexíveis

Um freelancer não trabalha menos que um trabalhador tradicional. Esta é uma ideia falsa e que ouvimos muitas vezes! A grande vantagem de ser freelancer é de poder trabalhar quando se é mais produtivo, podendo escolher o melhor horário para trabalhar. Por exemplo, se produzes melhor à noite, podes trabalhar durante a noite.

Diversidade

É possível trabalhar com e em diferentes tipos de tarefas dentro da área de atuação que escolheste. Usando competências mais pessoais ou hobbies, podemos encontrar serviços diferentes ligados à área de atuação na qual queremos trabalhar, multiplicando assim as hipóteses de conseguir mais clientes e mais trabalhos!

12

Clica e lê: “Trabalho remoto: as experiências

e desafios de oito portugueses”

O MOMENTO PARA COMEÇAR

O4.Não existe o momento certo para começar. Esta é um dos clichés que mais ouvimos mas é também uma verdade quando estamos a falar do trabalho de um freelancer. No entanto, mesmo que todos aqueles que já se lançaram no freelance concordem com esta

máxima, existem diferentes opiniões sobre o que se deve fazer para começar a trabalhar e investir no trabalho remoto.

Algumas pessoas defendem que para começar a trabalhar remotamente é preciso dedicar todo o tempo que se tem a esse trabalho e aprendizagem. Outros defendem que é preciso ir preparando o terreno, enquanto se continua com uma atividade profissional paralela.

Eu não vou defender nenhum dos posicionamentos, mas sim falar de ambos. Não consigo dizer qual é o certo, porque isso depende de cada um e sobretudo dos objetivos pessoais. Se durante o processo de construção da tua atividade enquanto freelancer não quiseres abdicar do teu estilo de vida atual (com jantares, saídas, compras, viagens, etc.), aconselho-te a manter uma atividade profissional que te permita continuar a ter uma entrada de dinheiro. Se pelo contrário, queres ter satisfação imediata e consegues poupar o máximo de dinheiro até conseguires ter uma entrada regular de dinheiro, então podes talvez ponderar deixar o teu trabalho atual que te faz infeliz, para assim apostar a 100% no teu trabalho enquanto freelancer.

Algo importante, qualquer que seja o método que escolhas para começar o teu trabalho enquanto freelancer, é a estratégia e a validação de ideias. O próximo capítulo deste ebook irá dar-te todas as dicas para saberes que trabalho podes fazer e validar a tua atividade. E isso sim, é a primeira etapa essencial que define o momento certo para começares a ser freelancer.

Começar uma carreira de freelancer deve ser algo pessoal

Começar uma carreira de freelancer é algo que tem de vir de ti, como uma motivação e desejo pessoal. Não pode ser uma decisão

que tomas por arrasto de opiniões de outras pessoas, pois é algo que se não for pessoal, não vai resultar.

Ter uma carreira de freelancer envolve muito trabalho, muitas horas de suor e de desespero, muitos convites de lazer recusados e muitas horas a aprender novos conteúdos e competências. Não é uma decisão que deva ser tomada de ânimo leve, pois se assim for, pode estar destinada ao fracasso.

Ser freelancer é muito mais do que ter uma profissão: é um estilo de vida. Isso faz com que quando decidires mergulhar neste estilo mais flexível e livre de trabalho, tenhas que:

• aprender como te podes organizar

• quais são as leis e regras de trabalho de um trabalhadorindependente

• aprender novos softwares e ferramentas

• e muito mais!

Começar a trabalhar para seres freelancer implica que tenhas de aprender a mudar. A sociedade formata-nos para determinadas coisas que, quando começamos a trabalhar de forma remota e independente, acabam por cair por terra.

Afasta-te dos padrões fixos pela sociedade

É comum crescermos com a ideia de que se estudarmos, se fizermos um (ou vários) curso superior e formos bons trabalhadores, vamos acabar por ter a sorte de ter um emprego “para a vida”. Hoje em dia, um emprego para a vida é cada vez mais raro e esses padrões são cada vez mais desfasados da realidade atual. Ainda estamos numa fase de mudança de mentalidades, na qual dizer

14

que trabalhamos remotamente numa atividade por nós construída, ainda é visto de forma estranha. Mais do que teres que superar os comentários e opiniões de terceiros, tens que, tu próprio, afastar-te dos padrões impostos pela sociedade. Não é fácil, porque são ideias e preconceitos ouvidos desde sempre, mas ser freelancer é tanto ou mais vantajoso do que um emprego tradicional:

• és o teu próprio chefe e dependes só de ti

• controlas o teu próprio fluxo de trabalho, projetos e clientes

• és dono dos teus horários

• podes organizar o teu tempo e trabalhar nos horários nos quais tesentes mais produtivo

• trabalhas para ti e para os teus sonhos

Define o teu porquê

Todos temos um porquê: algo que nos motiva, mais do que qualquer outra coisa, a levantar da cama, que nos põe um sorriso nos lábios mal começamos a pensar e a sonhar com isso. Perceberes o teu “porquê” e aquilo que te faz realmente feliz, é essencial para escolheres um caminho profissional que respeite a tua essência e valores.

Por exemplo: alguém que tenha filhos e que, no seu trabalho atual, não passa muito tempo com a família e que vê isso como algo que

o faz infeliz, o aspeto “tempo para a família” tem que fazer parteintegrante da equação da procura de um trabalho com propósito.

Para te ajudar a perceber quais são as tuas maiores motivações e prioridades pessoais, podes ver esta Ted Talk do Simon Sinek, “How great leaders inspire action”.

15

“Controla o teu destino ou alguém o controlará”

– Jack Welch, CEO da General Electric Company

No workbook que acompanha este ebook, vais encontrar

exercícios práticos que te vão ajudar a descobrir o teu

“porquê”. Faz o exercício da Mandala das Prioridades e fica

a conhecer-te melhor!

Muitos dos meus clientes chegam até mim com o desejo de mudarem as suas vidas profissionais. Uma grande parte deles chega com algum desespero, pretendendo uma mudança algo radical. E eu percebo, a sério que percebo!

Enquanto trabalhava como Fisioterapeuta no meu antigo trabalho e ao longo dos meus oito anos daquela profissão, eu desejei muitas vezes, em silêncio, simplesmente demitir-me. Sem pensar

demasiado nas consequências, sem ter um segundo plano... simplesmente sair.

Pelas mais diversas razões eu não o fiz e felizmente! Isto porque na altura eu tinha pouca clareza em relação àquilo que era, de fato, importante para mim ou seja, os meus valores.

16

Escrito por Sofia de Assunção. Coach PNL & Facilitadora de Processos de Des-Coberta, apoia pessoas a desenharem as suas vidas profissionais de forma alinhada e coerente com quem elas são e com o estilo de vida que querem viver.

COMO SABER O MOMENTO PARA SAIR DO TRABALHO ATUAL

Tem clareza em relação aos teus valores (eles são a morada que vais introduzir no teu GPS)

“Valor” é a importância que se atribui a algo ou alguém. Do ponto de vista ético, “valor” é um princípio moral passível de orientar a acção humana.

Basicamente, os nossos valores são como o destino que introduzimos no nosso GPS. Se não tivermos clareza em relação a esse destino, como é que o GPS nos poderá guiar? Como escreveu Lauro Trevisan em “O poder infinito da sua mente”, se apanharmos um táxi e não dissermos ao motorista onde desejamos ir, ele não poderá levar-nos a lugar nenhum!

Assim, eu inicio com esses clientes uma reflexão profunda sobre os seus valores relativos ao trabalho (costumo dizer que os ajudo a relembrarem-se dos seus valores porque acredito que nós sempre saibamos que valores são esses, apenas estamos desconectados, esquecidos. O objetivo é, em primeiro lugar, evitar qualquer mudança radical que, embora muito desejada, possa ser infrutífera e colocar o meu cliente numa situação futura pouco ou nada ecológica para ele. Em segundo lugar, este trabalho profundo sobre os valores permite ao cliente relembrar aquilo que é importante para que ele se sinta feliz e realizado num trabalho. Assim, com maior clareza, ele verá as suas escolhas mais facilitadas e/ou saberá melhor que tipo de trabalho quererá construir para si.

Reflete sobre os teus trabalhos anteriores (o que mais gostavas, o que gostavas menos e porque deixas-te esse trabalho)!

Existem diversos exercícios que faço com os meus clientes afim de relembrarmos os seus valores. Um dos exercícios mais reveladores

é o de analisar cada um dos trabalhos que tiveram no passado e identificar três coisas que apreciavam nesse trabalho, três coisas que não gostavam assim tanto e o motivo pelo qual deixaram esse mesmo trabalho.

Tive clientes que, através deste exercício, perceberam por exemplo que, ainda que gostassem muito do trabalho que faziam, não se sentiam realizados se não tivessem presente a componente do desafio. Outros clientes perceberam que não conseguiam trabalhar num meio que não correspondesse ao valor que tinham de honestidade. Outros perceberam ainda que precisavam de sentir que contribuíam para a vida dos outros de uma forma que eles consideravam valiosa.

Como relembrar os teus valores te vai ajudar a abandonares o teu trabalho (e a construir o teu novo propósito)!

No meu próprio processo, percebi que o que mais contribua para a minha insatisfação no meu antigo trabalho era a falta de liberdade. A liberdade revelou-se o meu valor número um (e aqui é importante perceber que o que liberdade significa para mim, pode muito bem ser diferente do conceito de liberdade para outra pessoa qualquer).

Para mim, a minha liberdade era restringida sempre que me via “obrigada” a desempenhar tarefas quando na realidade me apetecia fazer outra coisa totalmente diferente, quando era obrigada a cumprir horários que não respeitavam as minhas necessidades naturais, quando não tinha espaço para poder exprimir a minha criatividade ou exercer os meus maiores talentos ou quando não sentia que estava de fato a ter um verdadeiro impacto na vida dos outros. Sentia também que a minha liberdade era afetada na medida em que aquele trabalho não me permitia

17

viver o estilo de vida que eu queria viver, um estilo de vida mais calmo, em harmonia com o meu próprio ritmo.

Percebi também que o valor da estabilidade financeira aparecia no fim da minha lista de valores ou seja, sendo algo importante, não era de todo das coisas que eu mais precisava para me sentir feliz e realizada no meu trabalho.

Relembrar tudo isto foi importante para mim por diferentes razões:

• Percebi finalmente o porquê de me sentir insatisfeita com o meu trabalho naquela altura. Foi uma forma de legitimar a minha insatisfação pois percebi que não se tratava de mero capricho meu. De repente deixei de me auto-intitular de “eterna insatisfeita” pois percebi que nunca me poderia sentir feliz vivendo em desalinho com os meus valores.

• Percebi que o meu futuro trabalho passaria muito provavelmente por um caminho independente de empreendedor pois só dessa forma o meu valor de liberdade poderia ser correspondido.– O fato de o valor da estabilidade financeira aparecer no final da minha lista de valores apoiava a ideia de que a ausência de um salário fixo inerente a um trabalho independente era algo com o qual eu viveria bem e que não afectaria a minha satisfação profissional.

O fato de ter agora mais clareza em relação ao destino que queria introduzir no meu GPS, permitiu-me permanecer naquele meu trabalho de Fisioterapeuta por mais alguns anos, evitando assim um despedimento radical que me teria colocado numa situação insustentável. Eu tinha agora um plano paralelo que me dava a motivação necessária para aguentar, por um determinado período de tempo, o meu antigo trabalho.

Comecei assim a preparar o meu futuro trabalho de Coach, um trabalho que me proporcionaria a liberdade que eu tanto almejava e que me permitiria viver alinhada com uma série de outros valores importantes para a minha felicidade (como o valor da variedade isto é, poder dedicar- me a tarefas totalmente diferentes ao longo do dia como dar aulas de dança, realizar sessões de coaching, escrever, criar vídeos...).

Hoje, trabalho a partir de casa, o que foi durante tantos anos o meu sonho. Os meus horários são definidos por mim (já não me levanto estressada para tomar o pequeno-almoço rápido e ir apanhar os transportes públicos para ir para o trabalho), assim como sou eu quem determinada as tarefas que desempenho e quando as desempenho (os meus dias são hoje passados a fazer maioritariamente coisas que amo e que sei que terão um impacto positivo na vida dos outros). Este meu novo estilo de vida permite-me aliar de forma mais harmoniosa a minha vida pessoal com a minha vida profissional e agora, enquanto mãe, esse valor é ainda mais importante para a minha felicidade!

Se também tu te questionas em relação ao teu atual trabalho ou se tens um projeto que gostarias de trazer para a realidade mas tens

18

Clica e lê: “Como funciona o Coaching, o que é e porque é que

eu preciso?”

algumas dúvidas se te trará satisfação e realização profissional, relembrares os teus valores é um trabalho indispensável. Só assim obterás a clareza de que precisas para tomares uma decisão e operar uma mudança efetiva na tua vida.

19

ENCONTRAR A ATIVIDADE PROFISSIONAL

O5.Não estás feliz no teu trabalho atual. Queres trabalhar de forma flexível e à distância. Queres fazer coisas interessantes e que te motivem a sair da cama de manhã...ótimo! O primeiro passo já está dado: perceber que algo está errado.

Quando percebes que uma das principais causas para a tua insatisfação é o teu trabalho, a vontade de mudares de atividade profissional começa a crescer a cada dia que passa. Antes de te lançares no mundo do trabalho enquanto freelancer, existem alguns passos essenciais a seguir para que a esta tua nova atividade não dure apenas alguns meses. Não queres ser obrigado daqui a uns tempos a voltar a trabalhar no teu antigo emprego, pois não?

Faz um brainstorm

O brainstorming é uma técnica que, estimulando a reflexão através da procura de soluções para um problema concreto, faz aparecer diferentes ideias e soluções. O objetivo de fazer um brainstorm é produzir o máximo de ideias e soluções. Esta técnica pode ser muito útil na nossa vida quotidiana. Quando decidimos mudar de estilo de vida, de trabalho ou empreender, é importante avaliar essa decisão tendo em conta um problema e avaliando diferentes tipos de soluções.

Como é o teu trabalho atual?

Começa por perceber os teus objetivos. Não estás satisfeito com o teu trabalho atual: porquê? Podes não estar satisfeito com o teu trabalho porque não gostas do que fazes, porque não gostas da equipa na qual estás integrado, porque não gostas dos horários que tens, porque não gostas do teu chefe, porque não gostas da localização da empresa, porque não gostas da política interna...existem vários fatores que podem provocar um desânimo em um trabalho.

Faz uma lista com duas colunas, uma dedicada a coisas que gostas e a outra a coisas que não gostas no teu trabalho atual. Gostas de trabalhar em equipa mas não gostas de ter horários

fixos? Gostas do teu chefe mas não gostas da localização do teu escritório? Gostas das viagens de negócios mas não gostas da falta de liberdade para marcar férias?

Faz uma avaliação de como vês e sentes o teu trabalho atual. Quando achares que acabaste este exercício (a conclusão pode

demorar dias ou semanas - não apresses este exercício), tenta organizar por categorias cada ponto que indicaste. Por exemplo, se indicaste que não gostas da localização do teu escritório por este estar no centro da cidade e também indicaste que não gostas de estar fechado num escritório físico, isso indica que precisas de espaço. Se indicaste que não gostas de trabalhar todo o dia à frente do computador e que gostas de conversar com clientes, isso mostra que precisas de sociabilidade.

Este exercício pretende, com um justo equilíbrio entre os pontos que gostas e aqueles que gostas menos no teu trabalho atual, perceber o que é que procuras na tua atividade de freelancer.

O que fazer profissionalmente?

Quando já tiveres várias categorias de aspetos essenciais que procuras num trabalho, é altura de perceberes como é que podes encontrar numa atividade profissional esses pontos que indicaste anteriormente. Mais do que responder às características que procuras num trabalho, é importante também intercalares essa procura com as tuas competências e gostos pessoais. Os teus gostos pessoais são tão importantes como as tuas competências.

21

No teu workbook, vais encontrar exercícios para te

ajudar a fazer este brainstorm de ideias e avaliação

Abandonares o teu atual trabalho para algo no qual não te sintas à vontade e que não gostes, não vale a pena. Trabalhar como freelancer em algo que não gostamos só vai provocar um regresso ao modelo de trabalho tradicional e um desânimo ainda maior do que aquele que possas estar a sentir atualmente.

Se sabes e gostas de tocar guitarra, isso pode servir para dares aulas de música por Skype. Avalia se esse trabalho respeita os teus gostos pessoas, mas também os aspetos que indicaste no exercício anterior, que consideras essenciais no teu trabalho. Faz uma lista de todas as atividades profissionais que te lembres: não te prives de nenhuma! Gostas de cozinhar? Podes criar vídeos de receitas e ensinar as pessoas a fazer pratos em direto. Gostas de conduzir? Podes dar conselhos de condução ou fazer reviews de carros. Gostas de escrever? Podes vender conteúdos para agências de comunicação e publicações online.

Quando tiveres esta lista finalizada, chega o momento de distanciamento, no qual precisas de organizar todas as ideias que tiveste. Nesta fase, vais ter que analisar e perceber quais são as ideias que podem ter sucesso ou não. Para isso, organiza todas as ideias que colocaste como um “trabalho possível” em duas colunas de Sim ou Não. Nesta etapa avalia cada trabalho que anotaste. Pensa em todas as competências que esse trabalho necessita (se for preciso procura serviços ou pessoas que já ofereçam esse trabalho para tentares perceber que tipo de competências elas têm) e avalia se consegues responder às necessidades desse trabalho. Se houver uma competência que não tenhas, não descartes logo esse trabalho! Tenta perceber se não podes desenvolver e aprender essa competência remotamente. Por exemplo, se preenches todas as competências de um gestor de comunidades e

redes online (sabes como funcionam as redes sociais, sabes que tipo de comportamento devemos ter em cada rede social que existe atualmente...), mas falta-te saber técnicas de SEO, não descartes esse trabalho: essa técnica aprende-se com muita leitura e prática, é possível tornares-te um especialista em SEO remotamente! Não descartes também trabalhos por insegurança ou por falta de experiência. Se adoras escrever, tens um excelente português, não dás erros ortográficos ou gramaticais e se és uma pessoa criativa, não descartes a ideia de te tornares escritor ou blogger só porque nunca publicaste nada!

Quando chegares à conclusão de quais os tipos de trabalho que podes realmente fazer, volta a pegar nas características que encontraste quando avaliaste a tua atividade profissional atual e percebe quais são os trabalhos que respondem àquilo que procuras num trabalho. Nesta fase, já deves conseguir ter “em cima da mesa” algumas ideias de trabalhos que gostarias de fazer. Não precisas aqui restringir essa lista a uma ou duas opções: a vantagem de ser freelancer é que poderás fazer em diferentes momentos, diferentes trabalhos e pôr em prática diferentes competências ou gostos que tenhas!

22

Quando já tiveres algumas ideias concretas de trabalhos e atividades profissionais, chegou a altura de estudares o mercado. Esta parte pode parecer bastante aborrecida e interminável, mas é muito provavelmente uma das fases mais importantes, que ajudará a determinar o teu sucesso (ou não).

Muitos são aqueles que têm a ideia bem estruturada e planeada e que ficam surpreendidos, meses depois de terem começado a desenvolver uma atividade de freelancer, que não têm o sucesso que esperavam. Estudar o mercado, perceber quem são e como são os nossos potenciais concorrentes e acima de tudo, perceber as necessidades reais dos nossos futuros clientes, é uma etapa que

não deves saltar neste planeamento inicial.

Faz este estudo para todos os trabalhos que tenhas na tua lista. Não pares num trabalho só porque te parece que vais ter sucesso.

Para estudares o mercado, é preciso procurares pessoas que já façam esse

trabalho, perceber como é que elas trabalham, quem são os seus

23

ESTUDAR O MERCADO E VALIDAR IDEIAS

No teu workbook, vais encontrar uma checklist

que te vai ajudar a seguir os passos importantes

para fazeres este estudo e validação de ideias

clientes e se essa atividade permite ter uma vida financeira confortável.

Começa por procurar no Google

Escreve no Google o “trabalho em questão + freelancer”. Abre todos os links sobre pessoas que realizam esse trabalho em freelancer. Analisa quem são essas pessoas, que competências têm, em que mercado preciso atuam e quem são os seus clientes. Podes fazer este exercício procurando o trabalho em várias línguas. Por vezes é difícil encontrar freelancers portugueses ou de língua portuguesa a fazer esse trabalho, mas no estrangeiro já existe um mercado muito maior de trabalho remoto.

Procura em plataformas de trabalho remoto, em pequenos anúncios ou em sites de emprego

Mais à frente neste ebook, vamos abordar a questão das plataformas de trabalho remoto para encontrar clientes. No entanto, ainda antes de criares o teu perfil, podes utilizar essa plataforma para perceber se existe procura no mercado pelo serviço que queres oferecer.

Procura no Upwork ou no Workana ou em outros sites de trabalho remoto, por ofertas de trabalho na área na qual estás interessado em trabalhar. Os sites clássicos de emprego, como o Net Empregos ou o Carga de Trabalhos também são locais onde deves procurar: mesmo que não sejam específicos para o trabalho remoto, se existir muita procura nessa área, tens mais hipóteses de conseguir trabalho até propondo ao empregador em questão, um modelo de freelance ou home-office.

Analisa os perfis e as competências da tua concorrência

Ao encontrares pessoas que oferecem o mesmo serviço que tu queres começar a oferecer, não hesites em visitar os seus perfis para perceberes que tipo de competências elas destacam e com que clientes trabalham. O LinkedIn é a rede social mais útil para estudos de concorrência, então não hesites em procurar lá a tua concorrência.

A maioria dos freelancers tem também blogs ou sites profissionais. Os sites e blogs profissionais são muito úteis para perceberes as particularidades do mercado de trabalho em questão e perceberes como é que os atuais profissionais se posicionam no mercado, em termos de imagem pessoal, comunicação e conteúdo.

No final desta etapa, já deves saber em que setor te queres posicionar. Não te esqueças que apesar de teres que definir um setor principal para a tua atividade de freelancer, podes ser levado a realizar diferentes tarefas. Um escritor pode escrever livros, mas também pode ter o trabalho de escrita de posts, de artigos ou de documentos empresariais e administrativos. A tua atividade de freelancer tem que ser clara em termos de setor, mas pode ser variada em termos de tarefas e serviços.

24

Muitas são as pessoas que me pedem dicas de cursos, de livros ou de blogs para seguir porque querem aprender mais. Querem aprender muita coisa sobre muitas coisas.

Pode parecer exagero, mas a verdade é que cada área ou serviço que encontres, envolve dezenas de outras áreas e serviços que envolvem, elas mesmas, competências diferentes a desenvolver.

A pergunta é: como saber o que é que é preciso realmente aprender? Com o que é que precisas de realmente investir tempo e dinheiro e no que é que não vale a pena tentar ser um expert na matéria?

Um dos erros que eu cometi mais quando estava a começar a trabalhar como freelancer, foi querer ler tudo. Saber tudo. Aprender tudo. Absorver tudo. Isso fez com que mais de metade do meu dia fosse passado a ler, e não efetivamente a fazer alguma coisa.

Saber sem fazer não é saber, então perderes demasiado tempo a ler tudo o que encontras sobre a área na qual queres trabalhar enquanto freelancer, pode não ser um caminho produtivo e que te leve ao sucesso. Não estou a desvalorizar a importância do conhecimento (muito pelo contrário), mas estou a tentar dizer que é preciso saber no que é que investes o teu tempo. Sobretudo no

25

QUE COMPETÊNCIAS É PRECISO TER

início, as 24 horas do dia parecem poucas para trabalhar numa nova atividade.

Pirâmide das competências

Para perceberes em que assuntos é que te deves realmente focar e que competências precisas de desenvolver, usa o método da p i râmide das competências.

Esta pirâmide divide-se em três níveis: primário, secundário e terciário. Cada

um desses níveis corresponde à importância que lhes deves dar: expertise, aprender/desenvolver e sub-contratar.

É essencial que percebas que enquanto freelancer não podes ser um expert em todas as competências e em tudo o que envolve a tua atividade. Para seres um freelancer de sucesso, tens que escolher especializar-te em algumas caraterísticas próprias da tua área e focares-te nelas como sendo as mais importantes.

O método da pirâmide das competências ajuda-te a:

• perceber qual deve ser o foco principal do teu trabalho, no que é que te deves especializar e que competências é que essa especialização envolve;

• perceber qual é que deve ser o foco secundário do teu trabalho e que competências é que tens que procurar saber mais e ir desenvolvendo;

• saber qual deve ser o foco terciário do teu trabalho e que competências tens que conhecer, mas que podes subcontratar outras pessoas para realizá-las.

Para construíres essa pirâmide de competências, precisas de perceber quais são esses três focos principais da tua atividade e quais são as competências em cada um deles.

Foco Principal (Primário)

O foco principal ou primário é, no fundo, a tua atividade principal. Tradutor, revisor, contabilista, advogado, coach, nutricionista, escritor, programador, designer, fotógrafo…isto são exemplos de algumas atividades de um freelancer.

Foco Secundário

Pensa em duas atividades que podem servir de suporte para o teu foco principal. Devem ser atividades nas quais sejas competente o suficiente para as exerceres em caso de necessidade. Pensa no teu foco secundário como um cantor secundário numa banda: pode não ser o cantor principal da banda, mas se tiver que cantar uma música é excelente nessa tarefa!

Foco Terciário

Pensa em três atividades que podem complementar as anteriores e nas quais tens alguns conhecimentos, não sendo nenhum expert. São atividades sobre as quais tens conhecimentos básicos e que são importantes para a tua atividade, mas que sabes que não as poderias exercer sozinho com todo o profissionalismo como as que indicaste nos níveis anteriores.

Que competências desenvolver?

26

No teu workbook, vais encontrar uma pirâmide para preencheres que te

vai ajudar neste exercício

Com esta pirâmide consegues perceber que as competências sobre as quais tens mesmo que investir e estar a par de todas as novidades e updates, são as que correspondem ao teu foco principal. As competências envolvidas no teu foco secundário são aquelas que deves procurar investir e ler sempre que tiveres tempo, pois são um suporte importante para o sucesso do teu trabalho. As que envolvem o foco terciário são, claro, importantes, mas não deves perder tempo vital com elas.

Para descobrires que competências podem estar envolvidas em cada atividade profissional, tens duas hipóteses:

• senso comum: algumas atividades envolvem competências óbvias. Um escritor precisa de saber gramática e ortografia; um designer precisa de saber Photoshop; e um psicólogo precisa de saber comunicar.

• investiga: procura no Google pela atividade que indicaste e tenta ler em blogs, em em posts ou perfis de LinkedIn de quem exerce essa atividade, que competências estão associadas.

27

PERSONAL BRANDING: A ARTE DE SER UMA MARCA

O6.Pensar em nós enquanto marca pode parecer estranho para muitas pessoas. O conceito de personal brand ou, em português, marca pessoal, é um conceito de marketing mas

que deve ser conhecido e aplicado por todos aqueles que têm presença online. Com as redes sociais, blogs e sites, a exposição pessoal ganhou um destaque diferente na nossa sociedade. Contudo, não é só com a internet que esta exposição pessoal existe. Somos todos, desde muito cedo, uma marca pessoal e esta é construída a cada momento da nossa vida. Como nos vestimos, como falamos, com quem nos relacionamos, os nossos hobbies, como nos apresentamos e interagimos em público, as nossas atitudes...tudo isso influencia a nossa imagem pessoal. Uma marca pessoal é precisamente isso: a nossa imagem pessoal, aquilo que transmitimos aos outros e aquilo que os outros interpretam.

Falar de personal branding é falar das técnicas de marketing adaptadas à nossa imagem pessoal. É saber vender, da melhor forma possível, a nossa imagem e aquilo que somos.

Como todas as técnicas de marketing, é necessário conhecer alguns princípios básicos para pôr em prática uma estratégia eficaz e que permita alcançar os objetivos pretendidos.

Nem toda a presença online é necessária

Se é importante estar presente na internet e em redes sociais, é um erro pensar que é necessário estar presente em todas as redes sociais e em todos os canais de comunicação. Percebe quais são as redes sociais importantes para o teu mercado de atuação.

Se atuas na área de design, pode ser importante estares presente no Behance; mas se és tradutor, não tem nenhuma relevância teres uma conta vazia nessa plataforma. Sempre que estiveres numa rede social, concentra todos os teus esforços para publicar conteúdo relevante, em vez de estares constantemente a publicar coisas irrelevantes.

Personal Branding não é publicidade

Personal branding é sinónimo de criar uma estratégia de marca pessoal. Isso inclui perceber qual o tipo de linguagem que deves usar na internet, que tipo de fotografias deves publicar nas redes sociais pessoais, que informações deves colocar nas tuas redes sociais, em que redes sociais é relevante teres uma

conta, que tipo de conteúdo publicas nas tuas redes sociais...tudo o que interfere diretamente com a tua marca pessoal e com a imagem que as outras pessoas podem ter de ti, ainda antes de te conhecerem. Não deves ocupar toda a tua presença na internet com a publicitação dos teus serviços: é preciso criares uma marca pessoal forte, para que as pessoas confiem no profissional que tens em ti.

Tipo de linguagem

O tipo de linguagem que utilizas nas redes sociais pessoais e em todas as plataformas em que participas em nome próprio, é muito importante para a construção da tua marca pessoal. Se o tipo de cliente que procuras é um cliente mais jovem, podes adotar um comportamento e linguagem mais casual, divertido e solto. No entanto, se o tipo de cliente no qual o teu trabalho se vai focar é mais adulto e integrado no meio empresarial, tenta ter um comportamento mais profissional e maduro. Pensar que o teu futuro cliente não te vai procurar nas redes sociais mais pessoais como o Facebook ou o Instagram e não vai analisar o teu comportamento, é

29

No teu workbook, vais encontrar as questões às quais

precisas de responder para criar uma excelente estratégia

de marketing pessoal

ingenuidade. Como te comportas enquanto pessoa e indivíduo, influencia a imagem que o cliente tem de ti como profissional.

Tipo de fotografias

Eis um dos tópicos mais importantes do marketing pessoal online e que tanta gente não dá a devida importância: as fotografias pessoais. Eu sei que gostas de mostrar as tuas fotografias de fato de banho durante as tuas férias na Tailândia ou mostrar uma foto tirada com um grupo de amigos durante uma festa numa discoteca...mas o teu cliente não precisa de ver esse tipo de fotografias. É um erro colocar fotografias íntimas ou que invocam algumas atividades ditas “menos próprias”, como beber álcool ou fumar, nas tuas fotografias de perfil. Privilegia colocar fotografias de perfil e de capa neutras: a tua fotografia de perfil tem que mostrar sempre claramente a tua identidade. Fotografias mais íntimas ou pessoais podem ser publicadas em redes sociais, para que possas partilhar com os teus amigos e conhecidos os teus momentos de felicidade...mas tem a devida atenção que estas serão mostradas unicamente à tua rede de amigos, e em nenhum momento de forma pública. Publicar fotografias demasiado pessoais ou íntimas mostra por refletir falta de cuidado com a tua imagem pessoal e falta de preocupação com a opinião externa...tudo características negativas que o teu futuro cliente vai ter em conta para te avaliar enquanto profissional.

Tipo de conteúdo

Muitas vezes achamos que na nossa conta de Facebook ou de Instagram, por serem nossas, podemos publicar o que quisermos. Abrir uma conta numa rede social como nome individual dá-nos realmente o poder de publicar a nossa opinião, os nossos gostos, o

nosso dia-a-dia e todo o tipo de coisas que queremos partilhar com aqueles que nos seguem. Mas quando somos freelancers e quando representamos, em nome individual, uma marca, temos que ter em atenção o tipo de conteúdo que publicamos. Conteúdo que evoca posições políticas ou opiniões sociais ou culturais que podem levantar polémica, deve ser evitado, sobretudo de forma pública. Não sabemos quais são as opiniões dos nossos futuros clientes e se são facilmente irritáveis com opiniões contrárias às deles.

A tua identidade

Antes de criares uma estratégia de personal branding, é necessário que faças um brainstorm sobre ti mesmo. Começa por identificar as tuas paixões e gostos. Ao fazeres essa identificação, tenta perceber que tipo de conteúdo podes partilhar e falar sobre esses assuntos. Esse conteúdo, mais do que falar sobre ti, deve também trazer algum valor acrescido à tua marca. Exemplo: gostas de futebol e queres ser designer freelancer. Alguns exemplos de conteúdos que podem ser interessantes partilhares nas tuas redes sociais são: notícias sobre novos equipamentos de equipas de futebol ou campanhas publicitárias nas quais entram jogadores de futebol. Ou seja, com estes conteúdos mostras os teus gostos pessoais e refletes-te enquanto pessoa, tudo mantendo o teu posicionamento profissional enquanto designer.

Ao considerares-te como marca terás que aprender como te podes vender. Vender um produto implica que o diferencies do resto do segmento no qual te posicionas. A tua marca, para ser diferente, precisa ter alguns elementos pessoais e criativos que a torne única no mercado. Todos nós temos talentos e caraterísticas pessoais e são esses elementos únicos que tens que conseguir identificar e desenvolver nas tuas redes sociais. Outro exemplo: és fotógrafo

30

freelancer mas também gostas muito de desenhar, apesar de não ser isso que queres vender como serviço e trabalho. Para te diferenciares de todos os outros fotógrafos do mercado, podes publicar fotografias baseadas em desenhos que tenhas realizado, mostrando assim o teu talento e paixão para o desenho mas enfatizando a tua criatividade e trabalho enquanto fotógrafo.

Tipo de linguagem

Escolhe o tipo de linguagem que vai identificar a tua marca e mantêm-te fiel. Todo o conteúdo que publicares nas redes sociais, blogs ou sites deve seguir esse tipo de linguagem, incluindo a comunicação que terás com os teus futuros clientes. Podes, claro, usar outro tipo de linguagem quando comunicares diretamente com os teus amigos ou família, mas se assim for, tenta manter essas comunicações privadas, para não que isso não entre em conflito com a tua marca.

31

Clica e lê: “Marketing Pessoal:

como criar uma marca e presença digital”

Quando criamos uma atividade profissional de raiz, temos tendência em querer falar de tudo o que fizemos, para tentar mostrar aos nossos futuros clientes que somos pessoas ativas. Mas, como nos Curriculum Vitae tradicionais, nem sempre é saudável mostrar tudo o que se fez no passado para sustentar a nossa nova atividade profissional.

Qualidade acima de quantidade

Ao criarmos uma atividade profissional como freelancer, temos que ter em atenção como apresentar as experiências ligadas a competências essenciais para essa mesma atividade. Mesmo que

tenhas orgulho em ter participado como voluntária em dez associações não-governamentais, não precisas de listar todas essas participações no teu perfil profissional.

Pequenos trabalhos e empregos sazonais também têm que ser filtrados: apresenta aqueles que te ensinaram determinadas competências importantes.

Competências experiências e conhecimentos acima de diplomas

Numa atividade de freelancer, o que interessa acima de tudo é a qualidade do trabalho que irás oferecer ao teu cliente. As tuas

32

DIPLOMAS E CERTIFICAÇÕES

competências técnicas, experiências práticas e conhecimentos ligados diretamente à tua atividade é que te irão levar à realização do melhor trabalho final.

Os diplomas académicos, mesmo que importantes, têm que ser sustentados com boas competências práticas e casos de sucesso. Esses casos de sucesso podem ser projetos que tenhas realizado para ti próprio ou para amigos: o importante é apresentares algo concreto ao teu cliente. Os cases, como são chamados os projetos práticos ou protótipos, são o aspeto mais importante do teu portfólio como freelancer, bem à frente de um bom diploma académico.

Os conhecimentos práticos, a curiosidade, a aprendizagem constante e ser-se autodidata são as características que fazem de uma pessoa um bom freelancer, e são essas características que tens que destacar no teu perfil.

Uma pessoa com um diploma académico, proveniente da melhor universidade do país, não se destaca se não mostrar competências técnicas e práticas. Um cliente procura num freelancer alguém que seja independente, curioso, autodidata e autónomo, e isso são competências desenvolvidas e melhoradas fora do meio académico.

Estuda o máximo que conseguires

Com a generalização do ensino online, já não tens desculpa para não aprender. Quando começamos uma carreira de freelancer, é preciso ter consciência que estamos um passo atrás dos nossos concorrentes. Por mais diplomas universitários ou formações profissionais que tenhamos, trabalhar como freelancer envolve conhecimentos e competências que só quando estamos mergulhados neste estilo de trabalho, é que conseguimos aprender.

33

No momento em que decidires começar a construir a tua carreira de freelancer e já souberes que tipo de atividade queres praticar e que serviços queres oferecer, começa imediatamente à procura de tudo o que estiver disponível sobre o teu mercado de atividade. Blogs, newsletters, canais do youtube ou contas twitter são excelentes fontes de conhecimento. Concentra a tua pesquisa e leituras não só em trabalhadores freelancers, mas também em empreendedores digitais de sucesso. Procura livros de empreendedorismo digital, marketing digital e de economia colaborativa para aprenderes mais sobre como é que a internet pode realmente tornar-te um profissional de sucesso.

Se precisares de aprender ou melhorar competências técnicas ligadas diretamente à tua atividade, procura cursos online com os quais possas aprender mais (e até receber certificações e diplomas, algo que enriquece qualquer portfólio de freelancer). Sites como o Udemy, o Coursera, o EdX ou o FutureLearn são alguns dos mais conhecidos, mas podes procurar os cursos que te interessam diretamente no site mooc-list.com que te apresenta todos os cursos online disponíveis atualmente.

Clica e lê: “Cursos gratuitos que te ajudam

a trabalhar remotamente”

As contas de redes sociais são os primeiros resultados a aparecer numa pesquisa no Google. Assim sendo, é importante cuidar de tudo o que publicamos de forma pública nesses canais, visto que os nossos potenciais clientes têm acesso a todas essas informações.

Nas redes sociais, as pessoas preferem comunicar com outras pessoas. A comunicação tem que ser real, personalizada e direta. Sempre que algum cliente comunicar contigo através de uma rede social, evita ao máximo o uso de mensagens pré-definidas ou automáticas. As redes sociais são locais de pessoas, não de robôs.

Cada rede social é diferente. Apesar de sermos hoje confrontados com diferentes redes sociais, não podemos publicar o mesmo conteúdo em todas. O facto de existirem tantas redes sociais é uma vantagem: graças a essa diversidade, podemos hoje posicionar o nosso conteúdo de forma mais precisa e eficaz, podendo conquistar público e clientes diferentes!

Mas também não é por existirem várias redes sociais, que precisamos de estar em todas elas. Existem redes sociais mais pertinentes do que outras dependendo do mercado e segmento profissional que escolhemos.

34

PRESENÇA NAS REDES SOCIAIS

Twitter

O Twitter é uma rede social que se concentra na ideia de que o teu estado ou comunicação pode ser feita em 140 caracteres. Esta publicação pode ser feita por texto, por imagens, por links, por vídeos ou até gifs. É uma rede social usada sobretudo para publicação e discussão de notícias e eventos. Permite-te interagir de forma muito simples e rápida com pessoas influentes, pois podemos seguir quem quisermos sem para isso precisarmos de sermos seguidos pelas mesmas.

Para quem: o Twitter é uma das redes sociais que se deve explorar enquanto profissional. Qualquer que seja o teu segmento, poderás aí encontrar profissionais e pessoas da tua área e ter acesso a conteúdo valioso, enriquecendo os teus conhecimentos e competências. Permite-te também estar a par de tendências que de outra forma nem terias conhecimento!

O quê: o twitter, tendo em conta a limitação de caracteres, é muito usado para publicar notícias, partilhar links de conteúdos úteis e imagens interessantes. Todo o conteúdo deve ter uma ligação com o teu segmento, porque só com um perfil consistente, interessante epertinente fará outras pessoas seguir-te. Elas precisam deperceber, através do teu conteúdo, quais são as tuas paixões einteresses.

Facebook

O Facebook já dispensa apresentações. Sendo a rede social mais famosa do mundo, tem em si várias possibilidades para as marcas – pessoais ou não. No Facebook, podes criar uma página empresarial/comercial, dando a possibilidade a qualquer pessoa fazer “like” e seguir o teu conteúdo. No entanto, muitos freelancers

em nome próprio preferem investir nas suas páginas pessoais, podendo assim ter um controlo entre os conteúdos pessoais (privados) ou públicos. Cada uma destas escolhas tem em si vantagens e desvantagens, cabe-te a ti analisar cada um desses caminhos e perceber qual é o melhor para a tua marca pessoal.

Para quem: para todos! O Facebook é a maior rede social da internet e é cada vez usado como motor de busca. Quer gostemos ou não desta rede social, a verdade é que é uma rede social que está presente em todo o lado e permite atingir um público vasto e variado.

O quê: no Facebook podes publicar todo o tipo de conteúdo, desde conteúdo visual como vídeos ou imagens até conteúdo textual como artigos ou posts (integrados nas páginas ou partilhando links externos). Se tiveres uma página empresarial/comercial, terás acesso a ferramentas de análise de público, o que te permitirá ter noção de que tipo de pessoas tens presentes na tua página, podendo assim otimizar todo o conteúdo que publicas.

LinkedIn

A maior rede social profissional do mundo é algo cada vez mais indispensável e conta hoje com ferramentas que te permitem conquistar e interagir com potenciais clientes. O LinkedIn permite que te conectes com a tua rede profissional, constituída não só por colegas de trabalho ou do meio académico, mas também com pessoas da tua área que aprecies e que te inspirem.

Para além desse lado mais social, esta rede social permite que tenhas um CV online, pois o teu perfil aqui é precisamente isso: uma apresentação profissional! Nele podes publicar todas as experiências profissionais relevantes, os teus certificados e

35

formações, as tuas competências e outras informações profissionais e pessoais relevantes. Hoje, mais de 45% dos empregadores procuram no LinkedIn os seus futuros colaboradores: não deixes passar a oportunidade do teu próximo cliente te encontrar e ficar a saber mais sobre ti!

Para quem: novamente, para todos! O LinkedIn permite que te apresentes como profissional à comunidade online. Se não quiseres apostar num site profissional online, teres um perfil LinkedIn é ainda mais necessário, visto que é aqui que o teu potencial cliente te pode conhecer enquanto profissional, tendo acesso às tuas experiências profissionais e formações.

O quê: no teu perfil, publica informações e experiências que acrescentem valor direto à tua atividade atual. Não tentes encher o teu perfil de informações só porque sim: o intuito de um bom perfil no LinkedIn é ser consistente e convencer o teu futuro cliente que és um profissional com as competências que ele procura. Vende as tuas competências a cada experiência adicionada.

Para além de um perfil profissional online, podes também agora publicar posts diretamente no LinkedIn. Aproveita esta nova

funcionalidade para escreveres conteúdo rico que mostre à tua rede de contatos a tua atividade e competência.

Instagram

O Instagram foi uma das redes sociais que mais cresceu nos últimos anos, sobretudo desde que foi adquirida pelo Facebook. Nela podemos publicar fotografias ou pequenos vídeos e seguir pessoas, sejam elas nossos seguidores ou não.

No entanto, no Instagram, muito por causa da sua facilidade de utilização, é muito fácil cair no erro de publicar todo o tipo de conteúdo. Ter uma conta na qual publicamos comidas, paisagens, fotografias pessoais, citações e fotografias de animais, não é saudável para divulgar uma marca pessoal...a menos que a nossa conta esteja privada. Se a nossa conta for pública, é preciso publicar fotografias e vídeos que respeitem o posicionamento que escolhemos para a nossa marca.

Para quem: enquanto perfil público, o Instagram pode ser perfeito para mostrar o teu lado mais humano enquanto profissional. Também é uma excelente rede social para ser usada por profissionais que trabalhem no meio artístico, como designers ou fotógrafos.

O quê: todo o conteúdo publicado deve trazer um valor para a nossa marca. Não se deve publicar demasiado conteúdo pessoal nem aspetos da vida pessoal – a menos que tal esteja alinhado com os valores e objetivos da marca pessoal.

Pinterest

O Pinterest é das redes sociais que tem tido um enorme crescimento nos últimos anos e que tem funcionado como um

36

Clica e lê: “Como promover o teu trabalho

de freelancer no LinkedIn”

aliado de peso para vários negócios de vários segmentos. Os bloggers têm sido dos profissionais que mais têm beneficiado deste crescimento do Pinterest, aproveitando para usar esta plataforma para divulgar posts e aumentar a audiência. Sendo recente, o Pinterest esconde em si vários truques e utilidades que podem ser úteis para diversos segmentos.

Para quem: esta rede social é sobretudo para profissionais que tenham um blog e que escrevam com regularidade conteúdo útil ou evergreen (duradouro, que não está relacionado com um momento ou acontecimento). Profissionais ligados às áreas visuais, como designers ou fotógrafos, podem também fazer do Pinterest uma ferramenta de divulgação dos seus trabalhos.

O quê: evita colocar no perfil fotografias pouco pertinentes para a área profissional na qual te queres focar. Podes aproveitar para criar diversos “quadros” no Pinterest dedicados a cada hobbie ou interesse que tenhas, mas posiciona nas primeiras posições os quadros ligados diretamente à tua área profissional. Para coisas mais pessoais, podes sempre criar álbuns privados aos quais só tu (e quem adicionadas) é que tem acesso.

Snapchat

O Snapchat é visto por muitos como uma rede social para jovens e adolescentes. No entanto, é cada vez mais comum ouvir falar desta rede social em vários segmentos dedicados, muitas vezes, a negócios para pessoas mais adultas. No Snapchat já é possível encontrar marcas e celebridades que comunicam de forma mais próxima e pessoal com o seu público, aumentando assim a fidelidade dos seus seguidores e fãs. O Snapchat permite não só enviar mensagens diretas e privadas para uma ou várias pessoas,

mas também permite deixar disponível durante 24 horas uma série de mensagens num “perfil público”. E é a esse perfil público que qualquer pessoa que tenha o nickname tem acesso.

Para quem: ideal para marcas (empresariais e pessoais) com uma certa audiência, com a qual precisam de comunicar de forma regular e mais próxima. O Snapchat é uma ótima ferramenta para freelancers que tenham já um leque de clientes e de popularidade vasto ou para freelancers posicionados em segmentos precisos, como viagens. Freelancers que trabalhem num segmento mais “tradicional” e conservador como administração ou negócios, é aconselhável manter todo o conteúdo do Snapchat privado!

O quê: o tipo de comunicação é mais direta e íntima; no Snapchat falamos diretamente com o nosso público, utilizando uma linguagem casual e impessoal. Um freelancer que trabalhe num mercado ligado a viagens, pode publicar snaps (nome que se dá ao conteúdo publicado no Snapchat) de locais que visita.

Estes foram alguns exemplos de utilização de algumas das redes sociais mais conhecidas. O importante é que todo o conteúdo publicado de forma pública seja publicado tendo alguma atenção: não publiques nada que não queiras revelar a um potencial cliente. Lembra-te, que na internet, por mais que as definições das redes sociais nos tentem mostrar o contrário, nada é 100% privado!

37

Publicar conteúdo é muito mais do que publicar um estado no Facebook ou uma fotografia no Instagram. Hoje o conteúdo está associado a uma das técnicas e estratégias de marketing mais poderosas, o chamado marketing de conteúdo.

Tudo é pesquisado no Google e quem aparece nos resultados de destaque é visto como melhor e de maior confiança. Publicar conteúdo é o que permite que essas posições sejam alcançadas e sejas mais facilmente encontrado na internet.

Ter um blog é provavelmente a forma mais simples e eficaz de escrever e publicar conteúdo online. Qualquer pessoa pode hoje

criar um blog em apenas alguns minutos mas, como todos os espaços na in te r ne t , es te também deve ser gerido com atenção.

Tal como as redes sociais, um blog pode ser encontrado muito facilmente por um potencial cliente. E isso é uma vantagem! Com uma boa estratégia, um blog pode ser uma das maiores

38

IMPORTÂNCIA DE ESCREVER E PUBLICAR CONTEÚDO

No teu workbook, vais encontrar uma lista que

resume o que precisas para criar um blog facilmente, onde

é que podes encontrar inspiração para os teus

conteúdo e onde é que podes divulgar os teus artigos!

armas de sucesso de um freelancer.

Atrai o cliente ideal

Num blog, só irá entrar e ficar quem realmente se interessa pelo conteúdo publicado. Se tiveres um blog e publicares conteúdo relacionado com o teu segmento profissional, isso fará com que as pessoas que entrem e fiquem no teu blog sejam potenciais clientes.

Converte leitores fiéis em fãs e amigos

Mesmo que os teus leitores não se tornem clientes, vão tornar-se seguidores. Isso faz com que sempre que existir uma necessidade, seja da parte deles ou de alguém que eles conhecem, eles irão lembrar-se de ti como referência e recomendar o teu trabalho.

Mostra o teu conhecimento

Ao escreveres regularmente sobre determinado assunto mostra não só que te interessas por esses temas, mas também mostra que essa curiosidade te leva a aprender, a descobrir e a partilhar conhecimento com o resto das pessoas. Um blog rico em conteúdo é uma das maiores formas de te apresentares a um cliente.

Constrói confiança

Um blog é algo público que pode ser encontrado por qualquer pessoa. Ao escreveres num blog, isso mostra que não tens vergonha em posicionares-te em relação a alguma opinião ou assunto. Um cliente que encontra o teu blog, vê imediatamente a tua determinação em relação ao mercado e abertura ao mundo. Confiança e determinação são duas das características mais procuradas num freelancer!

O conteúdo é teu

Manter um blog é como manter uma espécie de portfólio: todo o conteúdo que aí publicares, o tráfego que o blog gera e toda a comunicação e interação que ele proporciona, é teu. Podes mostrar o teu blog como prova do teu trabalho.

Ter um blog permite-te juntar todo o conteúdo que tens espalhado na internet: nele podes colocar os links para todas as redes sociais nas quais estás registado, podes colocar trabalhos que realizaste no passado, feedbacks de clientes e tudo o que pode ajudar a sustentar a qualidade do teu conteúdo e aumentar a tua reputação no setor no qual escolheste trabalhar!

Cria, oferece e ajuda

Começa por criar conteúdo que reflita o teu conhecimento e especialidade. Esse conteúdo pode ser:

• posts,

• ebooks ou white papers ou, até mais simples,

• participar em fóruns de discussão.

39

Clica e lê: “Como criar um blog”

O importante com o teu conteúdo, é que ajudes pessoas com conteúdo útil e ofereças respostas aos maiores dilemas e problemas do teu público. Criar conteúdo e oferecê-lo de graça segue um pouco a ideia de trabalhares pro bono. Mas a criação de conteúdo gratuito tem muito mais vantagens e até é algo em que deves apostar em toda a tua carreira, não só no início.

Criar material que ajude uma pessoa a resolver problemas faz com que essa pessoa se lembre de ti se precisar de contratar um profissional da área. Seres ativo na tua área, criando conteúdo ou participando em discussões, faz com que seja mais fácil os teus potenciais clientes encontrarem-te.

No final de cada post (no caso de teres um blog), no teu perfil pessoal em fóruns ou redes sociais ou mesmo em comentários que publicares em outros blogs ou sites, não deixes de colocar um link para o teu site profissional ou o teu contacto com a indicação de que és freelancer. Se a tua ajuda for realmente valiosa para alguém, essa pessoa irá ter-te em consideração mais facilmente na altura de contratar alguém!

Mostra-te

Mais do que criar conteúdo e responder a comentários ou perguntas, é importante que sejas visto enquanto profissional dessa área. Aparecer e mostrar-te implica que sejas ativo em grupos e páginas e ligado a pessoas influentes da tua área. Um bom local para fazer networking (criar uma rede de contactos úteis) são as redes sociais. Existem várias formas de te integrares em círculos profissionais da tua área, potencializando assim a tua imagem de marca.

• Facebook: procura por grupos de discussão relacionados com a tua área ou nos quais os teus potenciais clientes podem estar. Grupos relacionados com o trabalho freelance ou remoto também podem ser um excelente sítio para encontrares futuros clientes ou participares em discussões relevantes.

• Twitter: aproveita o potencial das hashtags não só utilizando-as, mas também para procurar clientes e participar em discussões. Não hesites em visitar a página que reagrupa todos os tweets ligados a uma determinada hashtag para procurares conversas nas quais te possas integrar ou pessoas que procurem especificamente por um profissional da tua área.

Transparência acima de tudo

Não tentes vender conhecimentos que não tenhas. Lembra-te que ao utilizares o marketing de conteúdo como teu aliado para divulgares a tua atividade e aumentares o interesse de potenciais clientes, tens que ter a transparência como guia. Se o teu conteúdo for falso, se tiver falhas ou se for demasiado superficial querendo mais vender do que ajudar, o teu cliente irá ficar com a mesma imagem da tua atividade e serviços.

Qualidade na ajuda = serviço excecional!

Quando estás perante um pedido de ajuda relacionado com a tua área, não te prendas à ideia que estás a ajudar “de graça”, pois se o fizeres a tua ajuda acabará por ser superficial e rápida. Se a tua ajuda não for mesmo útil, a pessoa a quem estás a responder, não se irá lembrar de ti se precisar de um profissional da tua área.

Ajuda de forma honesta, transparente e completa. Só essas ajudas é que são vistas como úteis. Quanto mais completa e útil for a tua

40

resposta ou conteúdo, maior é a noção de que os teus serviços são completos. Apostar em criação e partilha de conteúdo permite melhorar a tua imagem de marca e a expetativa que o cliente tem de ti, ainda antes de te contratar!

O que deves reter como truque para venderes o teu trabalho como profissional é que precisas de te mostrar ao público e precisas de ser visto como especialista na tua área. Ajudar não é trabalhar de graça: é sim investir em atrair clientes de qualidade. Só criando conteúdo que ajude de forma imediata, é que consegues criar uma necessidade de ter um produto ainda mais especializado e completo, produto esse que só um profissional (como tu!) pode oferecer e criar.

Os nichos de mercado

Ouve-se e lê-se muito sobre nichos de mercado. Esta é uma noção muito importante quando se fala de empreendedorismo digital e de de trabalho remoto.

Um nicho de mercado é um segmento ou particularidade de um mercado que está a ser pouco explorado. Dentro de cada mercado, existem necessidades que o público tem e que são menos exploradas. Um exemplo de nicho de mercado pode ser o “boom” da nutrição saudável e biológica dos últimos anos. Durante anos e anos, o mercado alimentar foi explorado com sucesso por inúmeras marcas e empresas, mas poucas eram aquelas que exploravam a alimentação saudável e biológica. Este segmento era, portanto, um nicho do mercado alimentar.

Saberes qual é o teu trabalho e atividade profissional foi o primeiro passo que, graças a um trabalhoso brainstorm, conseguiste alcançar. Quando chegares à conclusão do tipo de trabalho que

queres fazer, antes ainda de começares a construir a tua atividade, tenta perceber quais são as maiores necessidades do teu público-alvo e quais é que, de entre essas necessidades, são pouco exploradas pelos teus concorrentes.

Para encontrares esses nichos precisas de fazer uma análise aprofundada do mercado no qual te queres integrar. Se encontrares alguma necessidade ou segmento pouco explorado no qual podes trabalhar, faz as seguintes perguntas, para perceberes a viabilidade (ou não) do mesmo:

• o que podes fazer para melhorar a vida do teu público?

• que conhecimentos precisas de ter e de aprender?

• explorar esta necessidade irá acrescentar valor ao mercado?

• que tipo de produtos ou serviços podes oferecer para tornar esse nicho rentável?

• quais são os pontos fracos dos teus concorrentes que podes explorar?

• e, o mais importante: explorar esse nicho é realmente aquilo que queres e te faz feliz?

Pensa no teu cliente, e não em ti

Ao começares a construir a tua atividade, concentra-te na análise das necessidades e expetativas do teu cliente. A tua atividade de freelancer tem que te corresponder, tem que te dar gozo e paixão e tem que te fazer feliz, mas não podes trabalhar como se tu fosses o cliente ou consumidor final.

41

Aquilo que pode ser excelente para ti, pode não o ser para os outros e, no final, quem te paga é o teu cliente. Em qualquer fase da tua carreira de freelancer, seja durante a criação do plano de negócios inicial, seja já durante o trabalho propriamente dito, coloca o teu cariz e assinatura pessoal em tudo o que fazes, mas lembra-te sempre dos critérios pessoais do teu cliente. É nele que tens que pensar durante todo o processo de criação!

42

CRIAR UM PORTFÓLIO DO ZERO

O7.Como freelancer, o teu portfólio vale mais do que o teu curriculum. Os teus clientes vão te contratar pelo trabalho que fazes e pelos resultados que apresentas, não tanto pela quantidade de empregos ou experiências académicas que tens.

Ter um bom portfólio é uma das coisas mais importantes para se ser um freelancer de sucesso. Apresentar resultados do que pretendes vender é o truque para que a tua atividade profissional não pare de crescer.

Mas como é que se constrói um portfólio quando acabámos de decidir que queremos ser freelancers e quando ainda não temos resultados práticos nesse mercado de trabalho?

Não procures trabalho, oferece soluções

A relação de um freelancer com os seus clientes é completamente diferente da relação de um empregado com um patrão. Um freelancer oferece soluções e faz aumentar o valor do produto e serviço oferecido pelo cliente.

Tens que ter esta ideia bem presente na tua atitude desde o início da tua carreira de freelancer. Não estás à procura de trabalho, estás à procura de empresas e clientes que precisam de soluções que tu podes oferecer.

Esta atitude é muito importante na altura de procurar os primeiros clientes, sobretudo aqueles que te vão permitir começar a construir o teu portfólio. Não podes passar a sensação que estás desesperado à procura de alguém que entre na tua lista de contactos e clientes; tens sim que passar a mensagem de que tens as soluções para os problemas das empresas e clientes nos quais te estás a focar.

Cria as tuas oportunidades

Mais do que procurares anúncios em sites e plataformas de trabalho freelancer, cria as tuas próprias oportunidades. Nos sites de anúncios serão as pessoas com portfólio que serão as

escolhidas, então preocupa-te, no início, em encontrar potenciais clientes que não estão propriamente à procura de um freelancer mas que precisam dos teus serviços. Para além de procurares clientes, constrói e cria projetos que te permitam apresentar as competências que queres vender como profissional.

Oferecer serviços a baixo preço ou gratuitamente para construir portfólio

É um dos métodos mais usados para começar a construir um portfólio: oferecer serviços a preços baixos ou até gratuitamente. Este método tem muitas vantagens:

• permite-te encontrar clientes facilmente

• permite-te trabalhar com empresas e serviços que gostas

• clientes que pagam pouco (ou nada) por um serviço de qualidade estão sempre mais dispostos para deixar depoimentos positivos e para partilhar o teu contacto com outras pessoas

Claro que a grande desvantagem é a de ganhares pouco ou nada com esse trabalho, mas pensa nisso como um investimento para o teu sucesso.

Para encontrares este tipo de clientes e contactos, tens várias opções:

• candidatares-te a trabalhos em plataformas de trabalho remoto como o Upwork, oferecendo preços baixos. Isto permite não só comeces a construir o teu portfólio, mas também que fiques a conhecer a plataforma e a ter feedbacks e referências no teu perfil

44

• escolhe projetos que vão realmente valorizar o teu portfólio. Por mais importante que seja começar, não entres em projetos que têm pouca qualidade e que não estão alinhados com o tipo de clientes e projetos que queres ter no futuro

• visita sites de trabalho gratuito e voluntário como o Catch a Fire e procura projetos que estejam alinhados com o que queres fazer

• contacta pequenas empresas, associações de voluntariado ou organizações não governamentais, com as quais te sintas próximo e oferece os teus serviços de forma gratuita

Atenção: quando ofereces serviços a preços inferiores àqueles que queres praticar ou mesmo de forma gratuita, não te envolvas em projetos demasiado grandes. Quando alguém encontra um freelancer que oferece serviços grátis ou baratos, existe muitas vezes a tendência de querer relações a longo prazo ou envolvimento em projetos grandes. Cabe-te a ti colocar, de forma profissional, limites no tipo de serviço que queres oferecer.

Criar e construir os teus próprios projetos

Se tens ideias e és criativo, construíres os teus próprios projetos para começares a criar um portfólio como freelancer, pode ser uma excelente solução. No entanto, esta técnica, muito usada sobretudo em áreas criativas como o design ou na criação de conteúdos, tem alguns pontos negativos:

• os projetos pessoais não têm o mesmo peso do que projetos declientes. Mesmo se criares projetos que sejam, na prática, umaréplica do serviço exato que queres oferecer a futuros clientes, averdade é que ao fazeres isso para ti mesmo, acaba por ter umcunho diferente do que quando trabalhas com outras pessoas

• o teu portfólio torna-se demasiado pessoal. Se criares muitosprojetos pessoais para o teu portfólio isso irá fazer com que o teuportfólio não seja diversificado, estando assim demasiado “preso”ao teu estilo pessoal.

Um truque para evitar caíres nestes pontos negativos é imaginares diferentes clientes. Antes de começares a criar um projeto, constrói a imagem de um potencial cliente, desde a sua profissão, a sua empresa, o seu produto, o seu problema e até a sua personalidade. Isso fará com que a tua atitude seja diferente a cada trabalho que faças, criando assim um leque de trabalhos mais diversificados, evitando que sigas unicamente o teu gosto pessoal.

45

No teu workbook, vais encontrar uma checklist que resume as diferentes formas de encontrares trabalhos e conteúdos a colocar no

teu portfólio

O teu portfólio é mais do que o sítio onde agregas todo o teu trabalho. É também um dos elementos mais importantes da tua carreira de freelancer, sendo o teu verdadeiro “cartão-de-visita”. Seja em forma de website, blog ou galeria virtual, o teu portfólio tem que ter alguns elementos essenciais para estar completo e com aspeto profissional.

Sobre

Coloca uma pequena descrição sobre ti, como pessoa, na qual falas não só do teu percurso profissional e académico, mas sobre a tua personalidade e objetivos pessoais e profissionais. Os clientes

gostam de lidar com pessoas, estão fartos de pessoas tipo robôs e mecânicas! Uma fotografia, apesar de não ser um aspeto obrigatório, adiciona um lado humano e real ao teu portfólio.

Testemunhos e opiniões

Quando estamos a começar, dificilmente é possível ter esta secção, mas desde o teu primeiro cliente, ganha o hábito de pedir a opinião sobre o teu trabalho e profissionalismo! Adiciona alguns depoimentos e opiniões de clientes ao teu portfólio e aumenta a confiança do teu potencial futuro cliente!

46

O QUE É QUE O PORTFÓLIO PRECISA DE TER

Dica: se tens um perfil LinkedIn podes pedir recomendações através daquela rede social.

Áreas de trabalho e serviços

Coloca no teu portfólio a descrição clara e precisa dos teus serviços. Apresentares-te como um designer, um marketeer, um tradutor ou um nutricionista é bastante vago. Hoje as áreas de trabalho são muito vastas e implicam muitas coisas, competências e tarefas. Coloca o tipo de serviço que praticas, a tua especialidade ou nicho. O teu cliente saberá assim se o tipo de serviço que procura pode vir a ser realizado por ti.

Contacto

A página/secção “contacto” é inevitável! Depois de te conhecer melhor, ver os teus trabalhos anteriores e os teus serviços, o teu cliente quer contactar-te e tem que saber de forma clara como é que o pode fazer. Deixa o teu endereço e-mail, número de telemóvel (opcional) e links de redes sociais.

47

No teu workbook, vais encontrar uma checklist que resume tudo o que precisas de colocar no teu portfólio, para que não te esqueças

de nada!

Software gratuito como Word, PowerPoint, Pages ou Keynote

Podes criar o teu portfólio diretamente num editor de texto e exportar o documento final para o formato PDF. O formato PDF deve ser o formato padrão para as apresentações e documentos que enviares aos teus clientes, pois são muito fáceis de consultar, visualizar e refletem profissionalismo.

Carbonmade

Perfeito para trabalhos visuais, neste site podes criar facilmente um portfólio online com um link direto. Muito fácil de utilizar, o Carbonmade existe desde 2005 e é um dos sites mais utilizados

para portfólios online. Clica aqui para veres alguns exemplos de portfólios criados no Carbonmade.

Com o plano gratuito podes criar um portfólio com 5 projetos e 35 imagens. Os planos pagos começam nos $6/mês.

Behance

O Behance tornou-se com o tempo uma rede social para designers, desenvolvedores de programas e apps e curiosos pelas artes e design. No Behance podes apresentar no teu portfólio todo o tipo de conteúdo, desde imagens, texto, vídeo e até audio.

48

ONDE CRIAR O PORTFÓLIO

A plataforma é totalmente gratuita e permite também ter acesso a ofertas de trabalho exclusivas para a Behance Network.

PhotoShelter

Se és fotógrafo, o PhotoShelter é um site que tens que conhecer. Aqui não só podes criar o teu portfólio online, como também podes vender as tuas fotografias! Ou seja, nesta plataforma não só te podes apresentar como podes encontrar formas de monetizar logo desde o início o teu trabalho.

Os planos de subscrição do PhotoShelter começam nos $10/mês.

Dribbble

Tal como o Behance, este site também é mais dedicado e focado no web design e design gráfico. O Dribbble permite a criação de um perfil pessoal com fotografias, ícones, logotipos, imagens...tudo o que quiseres divulgar de forma pública.

Para além desta funcionalidade, no Dribble também podes ter acesso a podcasts, blog posts, meetups e até empregos.

About.me

Este site permite-te ter um link direto para uma página na qual te apresentas. Na tua página no about.me podes inserir a tua fotografia, criar uma descrição de ti e do teu trabalho e inserir todos teus contactos. É uma espécie de cartão de visita virtual e isso tudo, de forma totalmente gratuita!

Flavors

O Flavors é um site totalmente gratuito e tem agora uma versão em português.

No Flavors podes criar uma página com o teu nome no qual adicionas todo o tipo de conteúdos que quiseres: vídeos, clipes, imagens e até atualizações das tuas redes sociais! Reagrupa toda a tua presença online neste portfólio.

Portfolio Box

Esta plataforma permite-te criar um portfólio online com um aspeto profissional e adaptado à tua imagem. O interessante do Portfolio Box é que te permite não só de criar um portfólio com trabalhos visuais, como também de manteres o teu blog no mesmo espaço!

Com um plano gratuito, o Portfolio Box é uma excelente opção que deves ter em conta na altura de criares o teu portfólio online.

49

COMEÇAR A TRABALHAR: PREÇOS E PAGAMENTOS

O8.Para começares a tua atividade de freelancer, precisas de um plano de negócio. Por mais chato ou aborrecida te possa

parecer esta ideia, o teu trabalho enquanto freelancer só vai correr bem se olhares para ele como um verdadeiro negócio. Quando se fala num plano de negócios numa carreira de freelancer, não é tanto como um plano sério e burocrático empresarial. Um plano de negócios enquanto freelancer é nada mais, nada menos, do que

uma estratégia. Esta estratégia inicial irá ajudar-te a organizares melhor a tua atividade. Um plano de negócio ou estratégia vai a j u d a r- t e a m o n t a r a t u a abordagem inicial, a ter soluções e a ter planos b’s e c’s, caso te vejas perante algum problema. No

fundo, um plano de negócios minimiza o falhanço que pode acontecer perante imprevistos.

Para construíres esse plano, basta, ainda antes de assinares e fechares os primeiros projetos e clientes, parares e analisares com atenção os teus serviços e responderes (escrevendo, fazendo esquemas, contas e desenhos se for preciso) às seguintes perguntas:

• Qual é o objetivo do meu produto/serviço?

• O que tenho que fazer para me destacar dos meus concorrentes?

• Qual será o meu público-alvo?

• Que tipo de material/software/ferramentas preciso para trabalhar?

• Que tipo de parcerias ou projetos a longo-prazo posso realizar? E com que objetivos?

• Precisarei de contratar pessoas ou contratar, nem que seja de forma pontual, outros freelancers?

• Qual será o meu investimento inicial?

• Quantos clientes/projetos preciso para fazer face às minhas despesas mensais?

• Quanto tempo precisarei para recuperar o meu investimento inicial?

Diferenças entre promoção e publicidade

Publicitar serviços, empresas e trabalhos é um dos temas mais debatidos na Internet. Se existem aquelas pessoas que dizem que se o produto é bom não precisa de divulgação, outros defendem que para começar e para se tornar uma referência, qualquer produto e/ou serviço precisa realmente de publicidade.

No caso da construção de uma carreira de freelancer, é preciso sobretudo divulgar a existência dos teus serviços. Para tal, tens várias formas de o fazer, seja seguindo a “publicidade” no seu sentido mais literal ou seguindo técnicas de promoção e divulgação “mais discretas”.

Publicidade

Durante a construção de uma marca online, no qual se tem um canal de comunicação como um blog, um canal no YouTube ou um site profissional, pode-se apostar na compra de publicidade paga. Comprar um espaço publicitário em sites de anúncios ou ainda investir no Google Adwords é uma possibilidade, mas tal só te irá compensar se o teu conteúdo interno valer realmente a pena.

Promoção51

No teu workbook, vais encontrar a lista de todas as perguntas nas quais deves

pensar e responder para criar a tua estratégia de freelancer

Quando já tens os teus serviços definidos e atividade estruturada, para encontrares os teus primeiros clientes e promoveres os teus serviços, podes seguir várias técnicas:

• participar em eventos como meetups ou encontros de pessoas da tua área: aumentar o teu leque de conhecidos (o chamado network) faz com que outras pessoas saibam que tipo de trabalhos e serviços realizas. Os eventos permitem que o teu nome apareça ligado à área na qual queres fazer parte, fazendo com que sejas encontrado com mais facilidade pelos teus clientes. Um excelente site no qual podes ter acesso a eventos e encontros profissionais é o meetup.com

• podes (e deves) participar em grupos de conversa em redes sociais e divulgar aí os teus serviços

• realizar parcerias é uma excelente forma de divulgares o teu trabalho. Procura pessoas ou freelancers com os quais te identificas e tenta oferecer o teu serviço em troca de divulgação da parte delas. Esta técnica de parcerias é muito utilizada na área da criação de conteúdo, como blogs ou sites, mas pode ser utilizada em qualquer nicho de mercado.

52

Antes de fechares os teus primeiros contratos, é preciso que tenhas uma ideia de quanto é que podes vir a cobrar. Muitos freelancers ficam perdidos nesta fase: devo alinhar o meu preço com o resto do mercado ou devo fazer um preço que me pareça justo tendo em conta as despesas que tenho? Devo começar a cobrar pouco e depois ir subindo o preço ou começar logo com um preço que não me faça ter saldo negativo ao fim do mês? Como saber quanto é que devo cobrar?

Quanto vale uma hora do meu tempo

Saber quanto cobrar a um cliente ou por um serviço é uma das perguntas mais recorrentes de quem está a começar a trabalhar como freelancer. Se cobras demasiado, corres o risco de perder essa oportunidade de

trabalho. Cobrar demasiado pouco leva ao problema contrário, que é a desvalorização do teu trabalho e valor profissional.

Antes de te perguntares quanto é que deves cobrar, pergunta-te antes quanto é que precisas de ganhar. Para chegares a esse valor

53

QUANTO COBRAR POR UM TRABALHO

No teu workbook, vais encontrar todas as fórmulas e

tabelas para que consigas chegar ao melhor preço a cobrar pelo teu trabalho

que servirá de base para os teus orçamentos, segue os seguintes pontos:

1. Calcula quanto é que necessitas por mês para viver confortavelmente: faz uma lista de todos os custos e despesas que tens por mês. Alimentação, alojamento, transportes, internet, telecomunicações e lazer, mas também despesas como compra de equipamento necessário para exerceres o teu trabalho. Se tiveres que comprar um computador específico ou uma impressora ou ainda um tablet, considera esse montante também nas tuas despesas. Estas despesas pontuais devem entrar no teu cálculo e devem ser divididas por exemplo pelo ano inteiro. Exemplo: se tiveste que comprar um computador de €2000, divide esse montante por 12 (meses). O resultado será o valor desse equipamento enquanto despesa mensal. Mesmo que a despesa tenha sido realizada uma só vez, é algo necessário para a tua atividade profissional, então considera esses equipamentos no teu cálculo

2. Calcula quantas horas é que podes e queres trabalhar por dia. Se trabalhas 8 horas por dia, cinco dias por semana, trabalhas horas por 40 horas por semana e 160 horas por mês

3. Divide o montante final que precisas para “viver” por mês pelo número de horas de trabalho mensal

4. O resultado final é o valor base da tua hora de trabalho

No fundo, esta fórmula resume-se da seguinte forma:

Custos + despesas / X horas de trabalho mensais

• Os custos são os investimentos que precisas para fazer com que a tua atividade profissional corra bem (domínio do teu site,

alguma aplicação que precises de subscrever, os equipamentos que tiveste que comprar...)

• As despesas é o que precisas de gastar para conseguir viver e ter condições para trabalhar

Quanto devo cobrar?

O valor que a fórmula anterior te dá é aquilo que precisas, no mínimo, de cobrar para fazer face às tuas despesas fixas mensais. No entanto, isso não significa que esse seja o valor que cobres aos teus clientes e pelos teus serviços. A esse valor, precisas de adicionar algumas coisas importantes:

• impostos

• férias e tempo de descanso

• seguros

• tempo de trabalho não faturado

• valor do serviço ou de referência do mercado

Impostos

Neste ebook vais encontrar todo um capítulo dedicado aos impostos e finanças em Portugal. Enquanto trabalhador independente ou prestador de serviços, precisas, como qualquer outro cidadão, de pagar impostos. Os valores e taxas variam consoante o ramo de atividade no qual te registaste e o teu escalão familiar.

54

É importante que tenhas noção de quanto vais ser obrigado a descontar em média todos os meses, para que possas ajustar o preço que praticas.

Férias e tempo de descanso

Um freelancer ou trabalhador independente não tem acesso a um subsidio de férias fixo. Como qualquer outro trabalhador, é importante que o freelancer desligue alguns dias por mês para descansar. Para conseguires economizar e criar o teu próprio subsidio de férias, podes adicionar uma pequena percentagem ao teu preço (entre 5% a 10%) para que consigas fazer uma poupança regular para aproveitares alguns dias de férias. O truque é retirares automaticamente essa percentagem a cada pagamento que receberes e colocares uma conta destinada às tuas férias e viagens.

Seguros

Tal como na questão do subsídio, enquanto freelancer e trabalhador independente não tens acesso a um plano de seguro de saúde (como acontece em muitas empresas e trabalhos “tradicionais”). Em Portugal, qualquer cidadão tem acesso ao Sistema Nacional de Saúde, mas é importante que avalies a necessidade (ou não) de subscrição de um plano de saúde adicional. Se for o caso, deves incluir a mensalidade que pagas por esse plano ao teu preço enquanto freelancer, pois é um serviço que te beneficia enquanto profissional.

Tempo de trabalho não faturado

Quando estás a trabalhar enquanto freelancer vais reparar que acabas por fazer mais tarefas do que aquelas que colocas no

orçamento. A própria procura do cliente e investimento em comunicar com ele é trabalho! Isso é um investimento que deves ponderar incluir no valor do teu trabalho.

Valor do serviço ou de referência do mercado

Uma das coisas que deves fazer logo no início da tua carreira de freelancer, é analisar o mercado e os teus concorrentes. Procura no Google ou em redes sociais se existem profissionais no teu país (ou a exercer na mesma língua que tu) que têm serviços próximos dos teus. Tenta perceber através do site ou blog profissional o tipo de preço que praticam ou se não encontrares essa informação discriminada, entra em contacto a pedir um orçamento de um trabalho fictício. Esta informação vai permitir que fiques com a ideia de quanto é que as pessoas estão dispostas a pagar pelos teus serviços.

Lembra-te que se não tens muita experiência, não podes praticar os mesmos preços do que alguém que já tem um portfólio de clientes. Numa primeira fase, enquanto constróis uma certa reputação na tua área, tens que praticar preços com pouca margem de lucro. Quando começares a ter um maior número de clientes, aí sim, podes aumentar os preços para estarem alinhados com os outros profissionais do mercado, aumentando assim a tua margem de lucro.

55

Existem dois modelos tipos de cobrança que podes utilizar no teu serviços. Ambos têm vantagens e desvantagens, não havendo um perfeito e ideal.

Preço por hora

Neste modelo, o freelancer cobra um preço por hora pelos seus serviços. Basicamente, quantas mais horas trabalhares, mais ganhas. Normalmente, este tipo de serviço é muito utilizado quando se está a trabalhar num projeto no qual se está a desenvolver algo (programação, design, suporte comercial, assistente virtual).

Principais vantagens deste modelo:

• maior segurança: este modelo de trabalho permite que todo o teu tempo de trabalho esteja protegido

• cada hora de trabalho é sinónimo de receita

Principais desvantagens deste modelo:

• o teu potencial de lucro é limitado pelas horas que estás a trabalhar

• cobrar à hora não faz trabalhar mais rápido nem a ser mais eficiente

56

COMO COBRAR POR UM TRABALHO

• sendo que o resultado final nem sempre é tangível depois de uma hora de trabalho, pode levar a alguma incompreensão e problemas com clientes que não percebem como é que cobras esse valor por “isso”

Preço fixo

O modelo de preço fixo é quando fixas um preço por um determinado projeto, serviço ou trabalho.

Principais vantagens deste modelo:

• tanto o teu cliente como tu são recompensados pela tua eficiência. Se cobrares €400 por um trabalho e demorares 5 horas, ganhas €80 por hora e o teu cliente tem o projeto mais rapidamente. Se cobrares €80 por hora a esse cliente por esse projeto, talvez ele não te contrate!

• sabes exatamente quanto dinheiro vais ganhar com esse projeto

• o cliente sabe exatamente quanto é que tem que pagar e investir

• podes facilmente escalar o teu rendimento, visto que não estás a trocar horas por dinheiro

Principais desvantagens deste modelo:

• podes ficar a perder dinheiro se não fores eficiente ou se o teu cliente fizer demasiados pedidos legítimos durante o trabalho, com os quais não estavas a contar

• podes estimar erradamente o tempo que achas que demoras a fazer esse projeto

57

Para receberes os pagamentos pelos teus trabalhos enquanto freelancer, existem várias opções.

Transferência bancária

Este método muito prático para clientes portugueses e da zona euro. Para receberes através deste método, basta enviares o teu IBAN ao teu cliente.

Pede sempre um comprovativo de transferência do pagamento e confirma sempre os teus dados bancários antes de os enviares ao cliente.

PayPal

Com o PayPal podes receber rapidamente dinheiro em qualquer moeda e até podes criar faturas e enviar pedidos e lembretes aos clientes. Existem algumas taxas envolvidas nos pagamentos recebidos por serviços e prestações (desde 1,9% + 0,35€ por cada transação), que deves ter em conta se recebes através deste método.

Payoneer

Um método ainda pouco utilizado em Portugal, mas muito popular em vários países da Europa e também no Brasil. O Payoneer é um

58

RECEBER DINHEIRO NA INTERNET

sistema de pagamento que te permite receber pagamentos através de uma conta bancária virtual. Os pagamentos são recebidos instantaneamente e podes também solicitar um cartão mastercard, com o qual podes movimentar o dinheiro que tens na tua conta Payoneer!

59

COMEÇAR A TRABALHAR: ENCONTRAR CLIENTES

O9.Enquanto freelancer, cabe-te a ti encontrar clientes e trabalhar para seres encontrado. É certo que podes usar as

plataformas de trabalho remoto como o Upwork ou o Workana e também os sites de anúncios de trabalho, mas acredita que a magia de ser freelancer, é que existem muitas outras formas de conseguires bons clientes! Esperar de braços cruzados por novos clientes é ficares dependente do mercado e do número de ofertas. É por causa dessa atitude que muitos freelancers acabam por não conseguir fazer deste modelo de trabalho um modelo a tempo inteiro, provocando a ideia na sociedade de que este modelo de trabalho é instável.

Para poderes pôr as mãos à obra e encontrares novos clientes por ti mesmo, garante que tens com:

• um portfólio

• uma presença online bem cuidada

• informações sobre a tua atividade. Cria documentos pré-preenchidos como tabelas de preços dos teus serviços, informações de pagamento para os teus clientes saberem como trabalhas, etc.

Teres estes dados organizados ainda antes de começares à procura de clientes faz com que, quando abordares ou fores abordado por um potencial cliente, tenhas tudo para responderes da forma mais rápida possível.

Mas onde procurar?

Aproveita a análise de mercado e pesquisa que fizeste no teu brainstorm inicial e procura empresas, projetos e marcas ligadas à tua área para tentares perceber em que é que te poderiam vir a contratar.

O truque, enquanto freelancer, não é de enviar um e-mail padrão de candidatura espontânea com o teu portfólio ou CV anexado. Isso pode funcionar nos modelos de trabalho “tradicionais”, mas não enquanto freelancer! O truque é agregares valor à tua candidatura. Isto quer dizer que, antes de enviares o que quer que seja, tens que perceber quais são os problemas ou fragilidades da empresa, projeto ou marca que queres contactar. Escreve um e-mail no qual explicas o porquê de achares que a empresa/projeto/marca tem potencial para fazer muito mais e alcançar mais resultados do que os alcançados atualmente. No final, apresentas os teus serviços e o teu portfólio.

Este tipo de contacto faz com que a pessoa que esteja a ler se sinta alerta e curiosa. Ter um projeto no qual são encontradas falhas ativa logo um “sinal de alerta”, ainda mais se a pessoa que detetou essas fragilidades for também uma pessoa que as pode resolver!

A tua rede de amigos e de conhecidos

Na tua rede de amigos, de conhecidos e de contactos podem existir vários potenciais clientes. Começa a procura dos teus clientes entre as pessoas que conheces. Mesmo que ninguém que conheças diretamente precise do tipo de serviços que estás a oferecer, não hesites em apresentar-te enquanto profissional freelancer a todas as pessoas que conheces. Muitas vezes, é o “amigo do teu amigo” que acaba por ser um excelente cliente!

Aborda pequenas empresas e pequenos negócios

Dependendo do tipo de serviço que estás a oferecer, podes procurar potenciais clientes em pequenos negócios e empresas. Quanto mais pequeno for o negócio, mais necessidade e ajuda precisa. Começa por pensar em empresas, estabelecimentos e

61

comércios que tu próprio já frequentas e que nos quais achas que os teus serviços podem agregar valor. Sem vergonha ou pudor, apresenta-te (enquanto pessoa e marca) e faz o proprietário perceber que o teu trabalho pode ser um aliado do negócio em questão. Outra forma é abordando startups ou projetos que estão no seu início.

Anúncios online

Sites como o Carga de Trabalhos ou o Net Empregos têm, por vezes, anúncios de trabalho remoto. Estares atento aos anúncios online pode ser uma boa forma de conseguires alguns trabalhos em Portugal. Uma forma de receberes os anúncios que te interessem, é gravando uma pesquisa padrão, com palavras chave como “freelancer” ou “remoto”. Subscreve aos alertas e recebe diretamente no teu e-mail os anúncios que correspondem e tenham essas palavras chave.

Networking

Cada vez mais existem eventos temáticos. O site meetup.com é uma excelente forma de encontrar eventos na tua zona de residência e sobre temas que te interessam. Estes eventos são uma excelente forma de conheceres não só outros profissionais, mas pessoas que se interessam pela tua área…e que podem ser potenciais clientes ou parceiros de trabalho!

Eventos da tua área

Experimenta ir a meetups e eventos relacionados com a tua área profissional. Isso permite-te conhecer potenciais colegas e parceiros de trabalho, ficares a saber novidades sobre o teu nicho, conheceres novas ferramentas e diferentes formas de trabalhar.

62

Eventos aos quais os teus potenciais clientes podem ir

Tenta colocar-te na pele do teu cliente-tipo: que hobbies é que ele tem? Que coisas é que ele gosta de fazer? Quais são os maiores problemas dele? Sobre o que é que ele quer aprender mais?

Cria um perfil tipo (uma persona) para o teu cliente. Quando concluires esse perfil, tenta procurar eventos aos quais ele poderá ir e estar presente. Ires a eventos nos quais em conversa tens oportunidade de apresentar os teus serviços e onde a probabilidade de haver interessados é maior, é uma excelente forma de encontrar novos clientes.

Sites e plataformas online

Existem dezenas de sites e plataformas online dedicadas a conectar clientes e freelancers. O Upwork é o mais conhecido, mas existem muitos outros sites, em diferentes nichos e áreas. Estes sites são uma das melhores formas de encontrares clientes, pois são dedicados a cem por cento à contratação de profissionais remotos.

Clica e lê: “Sites para começar a trabalhar

como freelancer”

Para te apresentares a qualquer cliente, seja numa carta de apresentação no Upwork ou numa candidatura direta, experimenta utilizar o método AIDA.

O método AIDA é uma técnica de marketing muito utilizada para escrever conteúdos e comunicar online. Consiste em quatro passos:

Atenção + Interesse + Desejo + Ação

Para usar o método AIDA na tua primeira abordagem ao teu potencial cliente, faz o seguinte:

• Ganha a atenção da pessoa: aborda a pessoa de forma amigável e personalizada

• Capta o seu interesse: faz uma curta apresentação do teu trabalho e dos teus serviços

• Fá-lo desejar o teu serviço: diz-lhe que problemas já resolveste anteriormente e qual é a solução que podes oferecer para o seu problema

• Provoca a ação: dá-lhe um cartão de visita, faz o teu melhor para que consigas agendar uma reunião via Skype ou uma troca de e-mails.

63

PRIMEIRA ABORDAGEM COM O CLIENTE

Depois de perceberes que tipo de necessidades o cliente precisa, chegou a hora de enviares a tua proposta. A tua proposta pode ser feita num editor de texto normal como o Word, mas precisa de estar completa e profissional. Neste documento tens que:

• fazer uma apresentação tua

• mostrar que percebes o problema do cliente

• mostrar que tens a solução que ele precisa.

Quem és tu

Faz uma curta apresentação tua, na qual falas dos teus objetivos enquanto trabalhador freelancer. Humaniza esta apresentação, cativando o teu cliente com a tua pessoa. Podes contar algum episódio pessoal ou experiência divertida: essa apresentação não pode ser muito extensa, mas tem que conseguir mostrar que és, acima de profissional, uma pessoa que estará sempre do outro lado, pronta para ouvir o cliente.

64

PROPOSTA E CONTRATO OFICIAL

No teu workbook, vais encontrar a lista de todos os pontos que deves desenvolver para a tua proposta e contrato

Experiência

Não coles aqui o teu CV. O objetivo de falares da tua experiência na tua proposta é conseguires sustentar a solução que vais apresentar mais à frente. Fala aqui de dois ou de três projetos e trabalhos que fizeste no passado, descrevendo em duas linhas o que é que aprendeste e ganhaste mais com eles.

Feedbacks e testemunhos

A prova social é muito importante. Se conseguires, recolhe alguns feedbacks de clientes anteriores ou mesmo de chefes ou de colegas de trabalho que tiveste. Podes usar a ferramenta de recomendações do LinkedIn para pedir esses feedbacks de forma mais rápida e visual.

Projeto do teu cliente

Apresenta em algumas linhas o projeto do cliente, por palavras tuas e como é que o percebeste e interpretaste.

O que é que ele precisa?

Mostra que percebeste qual é o real problema do teu cliente. Este problema é o que a tua solução (leia-se, trabalho) pretende resolver.

Qual é a solução

Apresenta os serviços que vão resolver o problema do teu cliente. Detalha de forma clara cada serviço (evita termos demasiado técnicos). O objetivo é que o cliente perceba exatamente aquilo a que te propões.

Tempo de realização

Se for possível, apresenta datas de realização (mesmo que aproximadas) e como é que vai ser o teu processo de organização temporal.

Preço e formas de pagamento

Dependendo da forma que vais cobrar o teu cliente (por hora ou por preço), tens que lhe dizer como se procede o pagamento. Se for um projeto grande, pensa em dividir o pagamento. Pede um avanço entre 20% a 50% do valor final do projeto. O restante é pago quando o projeto fica concluído. Isso permite assegurar que não estás a trabalhar “em vão” e garante também ao teu cliente que a totalidade do pagamento só é mesmo realizada quando o projeto estiver finalizado e aprovado.

Termos e condições

É importante que tenhas regras e limites no teu trabalho enquanto freelancer. Escreve na tua proposta os termos e condições do teu trabalho. Alguns exemplos destes pontos podem ser: qual é o prazo máximo de conclusão do projeto, que tipo de informações irás precisas de ter da parte do cliente, como é que se procede os direitos de autor do trabalho que irás produzir, o que pode levar ao cancelamento do projeto, etc.

Assinatura

Não te esqueças de adicionar um campo para que o cliente possa assinar a tua proposta. Esta assinatura e aspeto mais formal é importante para que tenhas algum documento oficial do teu trabalho com a pessoa. Assinada, a proposta comprova o teu vínculo com esse cliente.

65

Para a assinatura, podes pedir ao cliente para imprimir, assinar e digitalizar o documento, mas também podes pedir para assinar digitalmente o documento! Graças a programas como o Adobe Reader, já é possível introduzir assinaturas digitais.

Para além do Adobe Reader, podes também usar sites e aplicações como o DocuSign.com (pago, com um período experimental gratuito) ou o HelloSign.com (com planos gratuitos e pagos).

66

Ires comunicando com os teus clientes é essencial. Comunicar pode não ser uma tarefa fácil, pois o trabalho remoto implica que não haja presença física e por vezes, a falta de sinais e reações físicas pode interferir na interpretação das mensagens. Ao seres trabalhador remoto, vais ter que aprender a comunicar por escrito de forma clara para que a tua mensagem seja bem interpretada e sem problemas. E-mails curtos, sem grandes adjetivos ou floreados, permitem que a tua mensagem seja passada sem problemas.

Garante que o teu cliente está a par do andamento do projeto

Sempre que houver uma evolução, informa-o com um e-mail ou uma mensagem. Para facilitar essas atualizações, podes utilizar ficheiros partilhados como o Evernote ou o Google Docs: estas duas ferramentas permitem que escrevas notas e que a cada atualização do ficheiro o teu cliente seja avisado também.

Integra o teu cliente no progresso do projeto

Mesmo que o teu projeto ou serviço seja algo mais imediato e rápido, é importante que o teu cliente sinta que o que estão a fazer é um trabalho de equipa. Envia-lhe perguntas, comentários ou pequenas mensagens mais instantâneas sobre o vosso trabalho.

67

COMUNICAR COM O CLIENTE

Mantendo sempre uma relação profissional, podem usar ferramentas como o Google Hangouts ou o Whatsapp.

Sê direto cordial e profissional

Não entres em rodeios para dizer algo que tem que ser interpretado de uma só forma. Ser direto não precisa de ser significado de falta de profissionalismo, muito pelo contrário. Ter “os pontos nos i’s” permite ao teu cliente ficar com a certeza de que pagou a um profissional organizado. E isso é uma ótima caraterística à qual não deves evitar ser associado!

Sabe para quem falas

Todos os clientes são diferentes e não os deves abordar com mensagens pré-feitas ou automáticas. Um cliente que já sabe alguma coisa sobre o teu serviço e que já contratou profissionais antes e um cliente que é novo no mercado, não devem ser abordados da mesma forma. Podes arriscar em conteúdos mais técnicos se souberes que o teu cliente consegue acompanhar o teu vocabulário técnico, mas tens que ter em atenção em ser mais preciso e detalhado com novos clientes. Não deixes o teu cliente perdido e com duvidas depois de ler um email teu!

Como lidar com problemas com clientes

Vai acontecer. Como em todos os trabalhos, presenciais ou remotos, vão existir momentos de tensão e clientes com os quais vais ter alguns problemas. Mas com uma boa comunicação e organização, normalmente, tudo se resolve. O primeiro passo antes de assinares com um cliente, é teres a certeza que o teu orçamento tem realmente tudo o que precisa de ter para ser claro. Antes de começares a trabalhar, o teu cliente precisa de:

• saber o que vai receber mediante o pagamento que realiza;

• saber os prazos de realização do trabalho.

O maior medo de um freelancer iniciante é de não ser pago pelo trabalho que realiza. Isto é um risco, tal como num trabalho presencial e tradicional! Quantas histórias não ouvimos de pessoas que estão há vários meses sem receber? A vantagem de seres freelancer é que cabe-te a ti de evitar isso e podes seguir vários conselhos para evitar trabalhar de graça sem quereres.

Pedir um adiantamento faz com que o teu trabalho esteja “assegurado” É aconselhado pedir-se um adiantamento entre 20% a 50% do montante do projeto. Muitos são os clientes que não se sentem seguros em pagar adiantando, mas é preferível veres o teu orçamento rejeitado do que ficares a trabalhar para no final não receberes ou o teu cliente desistir. Um pagamento adiantado faz com que o teu cliente queira mesmo levar o projeto até ao fim e tu ficas mais seguro pois já tens parte do teu investimento de tempo pago.

Se tens um cliente que não te paga, podes sempre cobrar juros no montante devido ou deixar de trabalhar. A segunda técnica é a mais utilizada e mais justa: sem pagamento, não há trabalho. Mesmo que já tenhas perdido tempo a realizar tarefas que não foram pagas, não terás assim, mais tempo despendido num projeto não pago. Se o projeto envolve grandes quantias de dinheiro, podes semprerecorrer a uma queixa judicial por não-pagamento. Para tal, tem acerteza que tens todas as provas de acordo entre ti e o teu cliente:contratos (se te for possível, podes até criar um contrato no qualobrigas o teu cliente a assinar e enviar-te por e-mail), e-mailstrocados, transferências já realizadas anteriormente e tudo o que

68

diz respeito ao acordo que fizeram inicialmente. Recorrer à justiça deve ser o último recurso e tal só deve ser feito se a soma for elevada, pois uma queixa envolve muito investimento financeiro e tempo perdido.

Como lidar com clientes insatisfeitos

Como em todos os trabalhos, poderás vir a ter que lidar com clientes insatisfeitos ou que, mesmo perante os melhores trabalhos do mundo, vão continuar a apontar defeitos e problemas ao que fizeste. Às vezes não é por maldade, mas como freelancer vais ter que começar a ter paciência, saber ouvir e conseguir analisar de forma imparcial as queixas dos teus clientes. A comunicação com um cliente insatisfeito não é fácil, mas podes seguir algumas dicas para fazer com que seja facilitada, e para que, acima de tudo, não fiques com uma má reputação para esse cliente.

Ouve

A primeira reação perante alguma crítica, que achamos injusta, é argumentar e “contra-atacar”. Como freelancer, não podes agir de cabeça quente! Tens que conseguir ouvir com atenção o teu cliente e aponta todas as críticas e insatisfações que ele tenha. Não lhe respondas logo: perde algum tempo a fazer uma análise distanciada da situação e tenta perceber o que se passa. Saber ouvir, ter calma e perder algum tempo para analisar a situação faz com que o teu cliente olhe para ti como uma pessoa que lhe dá atenção.

Analisa

Analisa com precisão a situação. Tenta perceber o que é que se passou e o que podia ter sido feito (tanto por ti, como pelo teu

cliente) para evitar esta insatisfação. Formula uma resposta ao teu cliente na qual saibas explicar com clareza todo o problema. No fundo, de pouco adianta estares realmente a ouvir com atenção o teu cliente para depois não saberes explicar o porquê do vosso desentendimento. Nunca…:

• sejas agressivo;

• dês razão (ou não) ao teu cliente sem analisares a situação;

• o cliente nem sempre razão: analisa a situação e tenta perceber o problema;

• tenta perceber o teu cliente e coloca-te na posição dele;

• tem mente aberta para negociares uma forma de o compensar.

Se o teu cliente tiver razão

Se, depois de analisares a situação, chegares à conclusão de que o teu cliente tem realmente razão para estar insatisfeito, apresenta imediatamente as tuas desculpas e admite que erraste. Pedir só desculpas não resolve nada e não é disso que o teu cliente está à espera. Admitir o erro de forma clara e direta mostra que és uma pessoa profissional e que põe a integridade do teu trabalho acima de tudo. Não te tentes desculpar perante o teu erro ou lapso, mas sim tenta corrigir imediatamente o problema para tentares deixar o teu cliente satisfeito. Não te desmanches em desculpas: tenta sim compensar o teu cliente! Não é do teu interesse perder este cliente, então, perante o teu erro, garante que o compensas e o fazes sentir especial e desejado! Tenta compensá-lo oferecendo-lhe algo que ele queira, como um serviço premium ou um extra que lhe possas ter sugerido anteriormente.

69

Mesmo depois de teres “fechado” o problema, não percas o contacto com o teu cliente: continua a acompanhá-lo, enviando-lhe com alguma regularidade mensagens e e-mails a oferecer ajuda e conselhos.

Se o teu cliente não tiver razão

Estar perante um cliente insatisfeito e que não tem razão é uma das situações mais complicadas de se lidar enquanto freelancer. Se quando o cliente tem razão basta tratá-lo como um “rei” e compensá-lo do nosso erro, quando este não tem razão...isso não é de todo suficiente! Não dês razão ao teu cliente só porque ele é teu cliente. Esquece o dito popular de que o “cliente tem sempre razão”, porque não tem. A melhor forma de lidar com um cliente insatisfeito e sem razão é explicar-lhe o problema e fazê-lo perceber que ele não tem razão, sem ter que o dizer por palavras.

Uma das técnicas de comunicação mais utilizadas nestas situações é a técnica do sandwich. Esta técnica comunicacional consiste em começar por dizer o bom para depois dizer o mau, acabando igualmente com elogios. O mau fica assim no meio de conteúdo positivo, fazendo com que seja mais facilmente “digerido”. Mais do que elogiares sem sentido o teu cliente, tenta falar de pontos positivos de forma natural e pouco forçada. Ao passares pela análise do problema, levantaste certamente aspetos do vosso trabalho conjunto mais positivos que outros: utiliza-os como uma arma! Tira dúvidas e explica o porquê de teres razão. Não utilizes, no entanto, em nenhuma altura, palavras que mostrem isso de forma clara (“eu tenho razão” ou “você não tem razão). Os teus argumentos e explicações devem mostrar esta posição por si mesmos. Acaba por oferecer ao teu cliente uma alternativa de serviço ou produto que o possa satisfazer mais do que aquela que

o deixou insatisfeito. Se o trabalho ou serviço que o teu cliente espera de ti não preenche os teus critérios profissionais ou artísticos, não tenhas medo ou problema de o remeter para outro freelancer do teu círculo.

70

FINANÇAS E IMPOSTOS EM PORTUGAL

10.Quando começares a ter clientes e a desenvolver uma atividade de freelancer vais ter que começar a pagar impostos. É um assunto chato, que muitas pessoas tentam

evitar ao máximo, mas a verdade é que acaba por ser um assunto que irás ter que enfrentar mais tarde ou mais cedo. É importante que todo o dinheiro que ganhes como freelancer seja declarado e que trabalhes dentro da lei, não só para evitares problemas com as finanças mas também para ofereceres segurança ao teu cliente. Um profissional que trabalha dentro da lei, fornecendo dados fiscais, faturas e número de contribuinte inspira muito mais confiança! Trabalhar como freelancer envolve seguir algumas regras diferentes do trabalho tradicional. Como já percebeste, a menos que contrates um contabilista para te tratar das finanças, vais ter que ser tu a tratar de tudo. Seguem algumas dicas de como podes trabalhar como freelancer respeitando a lei portuguesa. Para outras leis ou para finanças mais complexas, que possam envolver outros trabalhos, imóveis ou heranças, não hesites em contactar um contabilista ou profissional de contabilidade.

Abrir atividade nas finanças

Para poderes fornecer uma fatura com número de contribuinte e fazeres todas as deduções necessárias às finanças, precisas de abrir atividade como freelancer (ou trabalhador independente, pois o termo freelancer não existe associado ao sistema de finanças em Portugal). A abertura de atividade é bastante simples, podendo ser feita através de alguns cliques no Portal das Finanças Online!

Quando abrires pela primeira vez a tua atividade nas finanças, não precisas de te preocupar com a segurança social. Graças ao cruzamento das informações entre as finanças e a segurança social, ao abrires atividade como trabalhador por conta própria não precisas de comunicar a tua nova situação à segurança social. Se for a primeira vez que trabalhas por conta própria, o teu

enquadramento será efetuado quando o teu rendimento for superior a 2.515,32€ e/ou após 12 meses de atividade.

Impostos (Segurança Social)

Se for a primeira vez que trabalhas por conta própria, no primeiro ano estás isento de descontos para a segurança social e o que terás a pagar às finanças (unicamente a partir do teu segundo ano de atividade ou se ultrapassares os 10.000€ de rendimentos) irá depender dos teus rendimentos auferidos no primeiro ano. O valor das contribuições de um freelancer em Portugal à Segurança Social é calculado tendo como referência uma base de incidência de 29,6%.

Para chegares ao valor aproximado do que terás que pagar à segurança social, deves saber em que escalão de rendimento te posicionas. Para perceberes isso, deves calcular o total que recebeste em um ano de trabalho, multiplicar esse valor por 70% e dividir o resultado por 12 (meses de trabalho). Com o resultado, deves consultar a tabela de referência dos escalões de rendimentos. É possível pedir para descer de um escalão. Esse pedido deve ser feito através do site da Segurança Social Direta.

Retenção na fonte

A retenção na fonte é um mecanismo que permite facilitar o pagamento do IRS, sendo uma espécie de “pagamento adiantado” do IRS. Este foi o conceito encontrado para evitar que, chegado o momento de pagar o IRS, as pessoas já não tenham o dinheiro necessário para o fazer. Em vez de se pagar o IRS de uma só vez em abril/maio, vai-se pagando esse imposto como que “às prestações” durante o ano.

72

Se és freelancer em Portugal, precisas de conhecer este conceito que pode significar “pagamentos” importantes todos os meses. Se no ano anterior tiveres recebido menos de 10 mil euros, não precisas de fazer a retenção na fonte sendo que o IRS será acertado quando fizeres a tua declaração anual. No entanto, se tiveres recebido mais de 10 mil euros, és obrigado a fazer retenção na fonte todos os meses. Isso significa que 25% do valor que faturares por um trabalho ficam “retidos” pelo teu cliente – se este tiver em regime de contabilidade organizada – que irá entregar esse valor às finanças em teu nome para efeitos fiscais. Ou seja, o teu imposto por esse trabalho que realizaste fica já pago às finanças.

Cobrança do IVA

Um freelancer em Portugal pode estar, no que diz respeito ao IVA, enquadrado em uma de duas situações: o regime normal e o regime de isenção.

Estás isento da obrigação da cobrança de IVA se registares no ano anterior um montante igual ou inferior a 10.000€. Podes ler sobre esta isenção no artigo n°53 do código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA): “beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, nem praticando operações de importação, exportação ou atividades conexas, nem exercendo atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E do presente código, não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a (euro) 10.000”. Se no ano corrente em que estás isento ultrapassares esse valor, continuarás a estar

isento até ao mês de janeiro do ano seguinte e só a partir daí é que começas a cobrar o IVA.

Se ultrapassares o valor de 10.000€ de rendimento anual e tiveres que cobrar IVA aos teus clientes, ficas obrigado também a enviar trimestralmente uma declaração periódica de IVA às finanças. Isso pode ser feito online, no Portal das Finanças. Essa declaração deve ser feita até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao trimestre correspondente. Ou seja, a declaração dos meses de janeiro, fevereiro e março deve ser entregue até ao dia 15 de maio desse mesmo ano.

73

Um dos temas que suscita maiores dúvidas para quem trabalha no Upwork em Portugal, é a questão das finanças e dos impostos. Existem vários termos importantes que deves conhecer quando trabalhas no Upwork. É também muito importante perceber que todos os trabalhos que realizares no Upwork devem ser declarados às finanças portuguesas, para não teres problemas legais.

Formulário W-8BEN

O Upwork é uma empresa americana que serve de intermediário entre o freelancer e o cliente. Sendo uma empresa que paga impostos e que está baseada nos Estados Unidos, o Upwork

precisa de saber em que país é que estás, para conseguir gerir os impostos que paga enquanto empresa. É, por isso, obrigatório que, quando te inscreves no Upwork, digas em que país estás a viver. Se não fores residente nos Estados Unidos, és obrigado pelo Upwork a preencher o chamado Formulário W-8BEN.

Este formulário é usado para confirmar que não és um contribuinte americano e que o Upwork não é obrigado a reter impostos sobre aquilo que tu ganhas. Este formulário é um dos passos indispensáveis para que possas aceder ao dinheiro que ganhares pelos teus trabalhos realizados no Upwork.

74

COMO DECLARAR OS TRABALHOS FEITOS NO UPWORK

VAT Number

VAT significa Value Added Tax, que é basicamente o nosso IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado). Não gostamos muito deste imposto, mas é algo indispensável a ter em conta quando se trabalha no Upwork. O Upwork é obrigado a cobrar este imposto aos freelancers (e clientes) pertencentes a países da União Europeia…a menos que estes forneçam um número de identificação fiscal (NIF) válido.

É aqui que entra o interesse ou não em abrires uma atividade profissional nas finanças em Portugal. Se realizares muitos trabalhos pelo Upwork e trabalhares de forma regular na plataforma, compensa-te abrir uma atividade profissional nas finanças, pois evitas assim de ver o valor do IVA a ser-te descontado do teu pagamento no Upwork…mas ficas assim obrigado a declarar esse rendimento às finanças portuguesas, pois és considerado pela plataforma como profissional independente.

Quando fores abrir a tua atividade nas finanças, não te esqueças de indicar que efetuas prestações de serviços intracomunitários. Só assim poderás depois emitir recibos pelos pagamentos que receberes de clientes estrangeiros. Se te esqueceres, essa informação pode ser introduzida a qualquer momento através do teu Portal das Finanças ou ligando diretamente para uma repartição de finanças.

Se não tiveres atividade profissional aberta nas finanças e se não associares o teu NIF ao Upwork, o valor do IVA português (que é onde estás localizado), será aplicado a todos os pagamentos que receberes e realizares no Upwork. A taxa de 23% (IVA atual em Portugal) será assim adicionada à taxa de serviço da plataforma.

O IVA será cobrado diretamente pelo Upwork e remetido ao governo e finanças portuguesas, a menos que forneças um NIF profissional válido. O valor do IVA não te será cobrado pelo Upwork se associares à tua conta um NIF válido no formato europeu (no caso de Portugal é PT999999999). Para confirmares se o teu NIF está válido para ser associado ao Upwork, faz o teste clicando aqui. Preenche os dois primeiros campos (“estado-membro” e “número de IVA”) e clica em “Verificar”. Se não vires a mensagem “Sim, número de IVA válido” e os teus dados fiscais a aparecer, contacta as finanças para mais informações, pois sem essa validação o Upwork não poderá aceitar o teu NIF.

Impostos do Upwork em Portugal

Se tens atividade aberta nas finanças e o teu NIF associado à tua conta do Upwork, és obrigado por lei a declarar todos os teus rendimentos às finanças. Quando um contrato ou uma milestone forem concluídos no Upwork, irás ter uma invoice (fatura) criada automaticamente pelo Upwork, onde constam os teus dados e os dados do teu cliente para quem realizaste o trabalho. Todas as tuas faturas, podem ser consultadas em Settings > Get Paid > View Payments.

Com esses dados, deves emite um recibo eletrónico no teu Portal das Finanças, com esses dados e valores. Outro aspeto importante quando falamos das finanças portuguesas e do Upwork em Portugal, é a isenção de IVA. O Upwork nunca te vai cobrar o IVA (estejas tu ou não inseto do pagamento do mesmo), desde que forneças corretamente o teu NIF.

Se não tiveres em regime de isenção de IVA, ao introduzires a tua fatura-recibo no Portal das Finanças com esse rendimento, se o

75

cliente for estrangeiro (fora de Portugal), deves colocar no campo de Regime de IVA “Regras de Localização – art. 6º (regras específicas)”. O IVA será então calculado à taxa em vigor no país do cliente e pago ao país do teu cliente. Se o teu cliente for português, és obrigado, se estiveres já em período de cobrança de IVA, de colocar o regime de IVA. Ou seja, para além da despesa da taxa fixa de serviço de 20% cobrada pelo Upwork, deves pensar nesse imposto que poderá afetar-te se aceitares trabalhos de portugueses através dos Upwork. Os teus preços praticados na plataforma devem ser ajustados tendo esses valores em mente.

Todos os teus rendimentos auferidos no Upwork devem assim ser declarados às finanças portuguesas, para que fiques em ordem e com a tua atividade de freelancer dentro da legalidade.

76

Clica e lê: “Como conseguir clientes e

trabalhos no Upwork”

COMO ORGANIZAR AS FINANÇAS

11.A menos que contrates um contabilista, terás que enfrentar, mais cedo ou mais tarde, a gestão das tuas finanças. Se por vezes, com um salário fixo a entrar na nossa conta bancária

todos os meses a um dia certo se torna complicado fazer a gestão do dinheiro, imagina quando o fluxo de entrada é instável! Ser freelancer implica pagamentos a dias incertos (consoante os projetos e clientes que se vai tendo) e despesas por vezes diferentes de quando somos um trabalhador tradicional.

Poupança

Com os teus primeiros trabalhos como freelancer, tenta construir uma poupança que te permita no futuro, poder recusar trabalhos desinteressantes ou enfrentar com mais tranquilidade um período de instabilidade profissional. É certo que nos primeiros trabalhos podes não ganhar o suficiente para construir uma poupança enorme, mas é importante tentares colocar parte dos teus rendimentos de lado para o caso de uma eventualidade. Ter algumas poupanças de lado evita que enfrentemos com stress ou ansiedade períodos mais complicados que possas ter que enfrentar e sobretudo evita que tenhas que voltar a trabalhar num emprego tradicional que não te dá prazer.

Controla as tuas despesas

Controlar as despesas é não só evitar gastos demasiado supérfluos e fúteis mas também significa teres noção para onde é que o teu dinheiro está ir e onde é que está a ser gasto. Teres um orçamento controlado permite teres uma noção do que é que podes cortar se precisares, de um momento para o outro, de fazer poupanças adicionais e permite também analisar os teus gastos para que todos os teus objetivos sejam alcançados.

Uma excelente aplicação que te pode ajudar nesta tarefa é o Boonzi. O Boonzi é uma aplicação portuguesa que te permite agregar num só sítio todos os teus gastos, tenham sido eles online

ou não. Podes organizar as tuas despesas por categorias, permitindo que tenhas uma visão global e organizada por gráficos e tabelas, de todas as tuas despesas, ao longo do mês. Se tiveres objetivos concretos a médio ou longo prazo, o Boonzi também te pode ajudar a organizares as tuas finanças para os alcançares. Constrói um plano financeiro concreto e garante que consegues realizar os teus sonhos!

Clica aqui para começares a utilizar o Boonzi gratuitamente

Toda esta organização permite que tenhas noção clara da evolução do teu trabalho e se a tua atividade atual é suficiente para fazer face às tuas despesas essenciais do quotidiano.

78

ORGANIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE

12.Ser freelancer implica gerir projetos e clientes diferentes ao mesmo tempo, com prazos de entrega diferentes entre eles e conseguir respeitar todos os prazos sem confundir tudo ou sem perder informação pelo caminho. Não é fácil e são muitos aqueles que ficam perdidos e perdem bastante em produtividade por falta de uso de técnicas e ferramentas que permitem a organização de tudo isso.

Organizar o meu computador

O computador é a tua ferramenta de trabalho e precisas de o ter organizado para otimizares o teu tempo de trabalho e produtividade. Com a quantidade de clientes e de projetos diferentes, pode ser bastante confuso e difícil organizar todos os ficheiros que vais utilizando e criando para cada um deles. Graças à criação de pastas, é possível organizares facilmente os teus clientes e ficheiros. Fica uma uma ideia de organização de pastas:

• Arquivos: coloca os trabalhos realizados e finalizados. Organizaos teus arquivos por Nome do Cliente - Nome do Projeto, pois sevoltares a trabalhar no futuro com esse cliente, irás encontrar commais facilidade o trabalho realizado anteriormente. Dentro decada pasta, podes colocar uma pasta com documentos queforam importantes durante o projeto e outra pasta com o trabalhofinalizado e realizado;

• Geral: uma das pastas mais importantes desta organização. Aquipodes criar uma pasta intitulada Clientes na qual colocas osdados importantes relativamente a cada cliente, como passwordsde acesso a plataformas que necessites acessar, contactos,orçamentos aprovados, em espera e recusados. Noutra pasta,intitulada Documentos Importantes podes colocar os teusdocumentos financeiros (a pasta do Boonzi por exemplo) ououtros documentos importantes. Tem também uma pasta na qualarquivas todas as faturas que emites;

• Trabalhos Atuais: nesta pasta organiza os teus trabalhos emcurso organizados por clientes e projetos. Guarda todos osdocumentos e ficheiros que utilizas durante cada projeto, poispodem ser úteis no futuro;

• Úteis: na pasta Úteis podes guardar tudo o que possa ser útilpara a tua atividade de freelancer... este ebook por exemplo!

Guarda sempre tudo o que realizas para cada cliente, mesmo que o projeto esteja finalizado. No futuro, o teu cliente poderá contactar-te para pedir antigos ficheiros ou se ele te voltar a contratar é bom teres sempre o teu trabalho realizado anteriormente com ele.

O teu local de trabalho

Não é por trabalhares em casa (ou de qualquer lugar do mundo) que não precisas de te preocupar com o local físico de trabalho. Acreditar que é possível ser um freelancer de sucesso apenas com um computador portátil é ser um bocado sonhador. Tal é possível claro, porque no fundo a Internet é a única coisa que precisamos. No entanto, existem sempre outras ferramentas e materiais que precisarás certamente para trabalhar de forma mais produtiva.

É importante escolheres um local de trabalho no qual te consigas concentrar e no qual tenhas acesso a tudo o que precisas para trabalhar. Espaços de cowork são uma excelente escolha se achares que não te consegues concentrar em casa. Se, pelo contrário, gostas da ideia de trabalhar em casa, escolhe uma divisão da casa na qual tenhas boa luminosidade e na qual não tenhas distrações como comida, televisão ou barulho.

Software e ferramentas

Hoje em dia há cada vez mais ferramentas e software que permitem facilitar e agilizar o trabalho remoto. Nas tuas pesquisas e aprendizagens, irás encontrar referências a muitas delas. Antes de comprares e adquirires todas, faz uma pesquisa das melhores e

80

escolhe aquelas que têm realmente potencial para aumentar a tua produtividade.

Existem diversas ferramentas criadas especialmente para trabalhadores remotos. Se muitos são aqueles que ainda se organizam com o clássico papel-caneta, a verdade é que, sendo o trabalho de freelancer passar muito pelo formato digital, pode ser útil utilizares ferramentas que te permitem sincronizar de forma fácil o teu trabalho todo.

Ferramentas como o Trello ou o Evernote podem ser preciosas para poderes organizar as tuas tarefas por clientes e projetos.

O Trello pode ser a solução para organizares projetos com várias fases, pois podes organizá-los por quadros e cartões tipo post-its e movê-los de forma muito fácil.

O Evernote é um bloco de notas digital, que te permite escrever notas, organizando-as por cadernos aos quais podes dar nome. Podes anexar a todas as tuas notas imagens, fotografias, vídeos ou links. Esta ferramenta permiti-te organizar as notas de todos os teus trabalhos, organizando-as por clientes e ou projetos e partilhar de forma simples com os teus clientes: podes dar acesso de leitura e ou edição das tuas notas.

Organizar o teu tempo

Saber organizar bem o tempo é um dos passos essenciais para que sejas feliz com a tua carreira de freelancer. Muitos são aqueles que olham para a atividade de freelancer como um estilo de trabalho no qual podes acordar às horas que quiseres, trabalhar quando quiseres e da forma e onde quiseres. Isto é verdade, mas não é tão linear quanto parece.

Conseguir continuar produtivo quando trabalhos nos nossos horários não é uma tarefa simples. É até uma das maiores dificuldades deste estilo de trabalho, e uma das principais causas do fracasso de muitos freelancers iniciantes.

Hábitos de produtividade enquanto somos trabalhadores remotos e independentes não se adaptam de um dia para o outro, mas tens que estar consciente, desde o primeiro dia, que precisas desses hábitos. Esses hábitos resumem-se a: organização, rotina e equilíbrio.

Organização

Organização é a palavra de ordem de qualquer carreira de sucesso, e ainda mais numa carreira de freelancer. Tens que aprender a organizar-te no trabalho e no teu dia-a-dia para que te seja possível criares rotinas.

Começa por organizar a tua agenda semanalmente ou mensalmente (se te for possível). Prioritiza trabalho e organiza os projetos nos quais estás envolvido por “tarefas” que possas dividir

81

Clica e lê: “Como aumentar a minha

produtividade com o Productivity Planner”

pelos diferentes dias. Tal organização pode ser feita de forma simples no Trello ou utilizando uma agenda tradicional.

Antes de te deitares, confirma as tuas tarefas para o dia seguinte e realiza alguma modificação de última hora. Organizares o teu dia na noite anterior permite-te dormir melhor, sem estares a pensar em trabalho…uma noite bem descansada é essencial para começares o teu dia de trabalho com toda a energia!

Rotina

Se é verdade que ser freelancer nos permite organizar os nossos horários consoante as horas de maior produtividade, outra verdade é que é muito difícil ser produtivo sem uma rotina. Quer sejas uma pessoa que trabalha melhor à noite ou de dia, estipula uma hora para acordares e para te deitares. Esta rotina permite-te fazer noites ma is ce r tas , descansar o mesmo número de ho ras aproximadamente por noite e cria, na tua cabeça, um hábito de trabalho.

Equilíbrio

Não te tornes escravo do trabalho. Graças a uma organização e a uma rotina diária, poderás encontrar tempo para ti, para os teus hobbies e para a tua vida social. Estes aspetos são essenciais para o sucesso da tua carreira freelancer.

Por mais trabalho e clientes que tenhas, não ponhas em deterioramento a tua vida social; cria um equilíbrio entre a tua vida pessoal e profissional, sem pôr em causa nenhuma delas. Com uma organização, esse equilíbrio é possível!

82

CONCLUSÃO

PRONTO PARA SER FRELANCER REMOTO E TRABALHAR A PARTIR DE QUALQUER LUGAR DO MUNDO?

Chegaste ao fim da leitura deste ebook Como ser Freelancer. Ser freelancer não é para toda a gente, mas se demonstraste interesse por este estilo de trabalho e se, sobretudo, chegaste ao fim deste livro com uma vontade gigante de pôr mãos à obra, é porque muito provavelmente tens aqui um estilo de vida e de trabalho que te pode corresponder. Ser freelancer não é só maravilhas, como ficaste a saber. Mas como todas as mudanças, temos que estar conscientes também dos pontos negativos para analisarmos os positivos. Começar uma carreira de freelancer a partir do zero pode ser muito desgastante, exige muito esforço, muito trabalho, muitas horas de aprendizagem e algumas lágrimas de incerteza no início. Mas quando consegues o teu primeiro cliente, quando consegues fechar o teu primeiro grande projeto e quando consegues começar a amealhar graças tua atividade de freelancer tudo compensa.

O Nomadismo Digital Portugal foi criado para isso. Para apoiar todos os sonhadores e ambiciosos a este estilo de vida e de trabalho e provar que qualquer um que queira, que não tenha medo de arregaçar as mangas e de dizer “eu vou conseguir!”, consegue mesmo. Ser freelancer não precisa de ser significado de atividade instável. Ser freelancer não precisa de ser significado de maluco. Pode ser significado de sonhador, de ambicioso, de pessoa que procura a felicidade acima de tudo, de louco. Mas como dizia Jack Kerouac, “as únicas pessoas que me agradam são as que estão loucas: loucas por viver, loucas por falar, loucas por se salvarem”. Salvemo-nos então do tédio e da infelicidade, salvemo-nos desta corrida dos ratos da qual a sociedade nos empurra cada vez mais, salvemo-nos disso e sejamos felizes.

Ser feliz com o trabalho ainda é possível .

E tu vais ser mais uma prova disso.

84