MUSICA Relatório do Primeiro Semestre de 2004 · Duas faces da mesma moeda. Duas formas que só...

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MUSICA Começamos o ano nos preparando pa- ra o bloco da escola. As aulas viraram ani- mados ensaios para o nosso carnaval, onde as crianças tocaram instrumentos de percussão e cantaram. O tempo foi curto, mas deu para falar um pouco sobre os instrumentos que compõem a bateria das escolas de samba. No retorno à aulas, iniciamos um trabalho de prática de conjunto, formando uma “bandinha” com instrumentos de percussão. Priorizando o ritmo “marcha” fomos encon- trar na obra de Lamartine Babo, que está completando seu centenário este ano e é mestre no gênero de marchinhas, a música eleita pelas crianças para ser trabalhada. Até chegarmos a uma escolha, ouvimos um pouco da sua obra e, após uma votação, decidimos pela canção “A.E.I.O.U”. Cada criança escolheu qual instrumento queria tocar depois de alguma experimenta- ção. E passamos a contar com tambor, pan- deiro, tamborim, agogô, reco-reco e clave. Depois de aprender a letra e a melodia de “AEIOU”, iniciamos o arranjo. Pudemos trabalhar vários conceitos da linguagem musical, a começar pela noção de pulso e andamento. A música tem uma determina- da velocidade que deve ser constante, sendo necessária a concentração para não atrasar ou adiantar. Pudemos introduzir a noção de dinâmi- ca – possibilidade de variarmos a intensi- dade do volume dos instrumentos, a no- ção de forma – quantas partes tem a mú- Projeto: Tânia Maria Velozo Matemática: Flávia Renata F. L. Coelho Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física : Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Anselmo Carvalho Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção : Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecília J. A. Moura sica, quantas vezes repete e a noção de textura – mudança de densidade de acor- do com a quantidade de instrumentos que está sendo tocada. As crianças passaram, também, pelo desafio de concentração e coordenação apresentado pela necessidade de cantar simultaneamente com o tocar, atentando para a “trama sonora” formada pelo som de cada instrumento, onde ouvir o colega é fundamental para a unidade do arranjo. Depois de muitos ensaios, a “bandinha” se apresentou na festa pedagógica. Depois disso, iniciamos uma nova ativ i- dade onde o som entra como elemento inspirador de imagens e histórias. Esse trabalho continuará sendo desenvolvido no segundo semestre. Primeira Série Tarde Alice Balleste Lemme / Bernardo Mello Queiroz / Carolina Venancio Magalhaes / Cecília Campos Figueiredo / C lara Gitahy Falcão Faria / Fernanda Thomaz Rodrigues / Flora Schneider Mendes Alcure Pereira / Gabriel Capella Cosenza / Gabriel Capobianco Villa Nova Diniz / Isabela Canellas da Motta / Joana de Medina Barbalho / Joao Manuel Tui Tavares Piedrafita / Lara da Silva Tremouroux / Luca Nicolo Dobal Cucco / Lucca Attademo Liberal / Maira Kalume Barbosa Cirne / Manuela Carpenter Mode / Nina Castro Adeodato Barronin e Mello / Rafaella Saioro Bezerra Batista / Rodrigo Castilho Barros /Sofia Dantas Seda / Thiago Marques Accioli de Vasconcelos Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO Escutar e ouvir. Duas faces da mesma moeda. Duas formas que só existem juntas. Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita em quem fala. E aí começa a complicação. A fala tem se proliferado além dos ouvidos. Tem pairado como um ruído de fundo. Po- de ou não ser verdadeira. Pode ou não ter Começamos a tribo buscando o ouvir. Primeiro uma música quase inaudível, de- pois o silêncio, depois os outros. Os me- nores, primeira e segundas séries, se deli- ciam com a existência de um espaço onde possam reclamar, trazer suas insatisfa- ções, suas inseguranças, seus protestos. Os maiores já se preocupam mais em es- tabelecer suas opiniões, dar sugestões. veracidade. Pode ou não ter a fé de quem a profere. Aos políticos já foi dado o direito de dizer o que quiserem quando em campa- nha. Aos pais o direito de falar e acreditar que não vão ser ouvidos. Aos professores o de solicitar sem a certeza de que vão ser atendidos. É nesse ambiente que reclama- mos que as crianças não ouvem. Mas não será a fala que está vazia?

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Page 1: MUSICA Relatório do Primeiro Semestre de 2004 · Duas faces da mesma moeda. Duas formas que só existem juntas. Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita ... Começamos o semestre

MUSICA Começamos o ano nos preparando pa-

ra o bloco da escola. As aulas viraram ani-mados ensaios para o nosso carnaval, onde as crianças tocaram instrumentos de percussão e cantaram. O tempo foi curto, mas deu para falar um pouco sobre os instrumentos que compõem a bateria das escolas de samba.

No retorno à aulas, iniciamos um trabalho de prática de conjunto, formando uma “bandinha” com instrumentos de percussão. Priorizando o ritmo “marcha” fomos encon-trar na obra de Lamartine Babo, que está completando seu centenário este ano e é mestre no gênero de marchinhas, a música eleita pelas crianças para ser trabalhada. Até chegarmos a uma escolha, ouvimos um

pouco da sua obra e, após uma votação, decidimos pela canção “A.E.I.O.U”.

Cada criança escolheu qual instrumento queria tocar depois de alguma experimenta-ção. E passamos a contar com tambor, pan-deiro, tamborim, agogô, reco-reco e clave.

Depois de aprender a letra e a melodia de “AEIOU”, iniciamos o arranjo. Pudemos trabalhar vários conceitos da linguagem musical, a começar pela noção de pulso e andamento. A música tem uma determina-da velocidade que deve ser constante, sendo necessária a concentração para não atrasar ou adiantar.

Pudemos introduzir a noção de dinâmi-ca – possibilidade de variarmos a intensi-dade do volume dos instrumentos, a no-ção de forma – quantas partes tem a mú-

Projeto: Tânia Maria Velozo Matemática: Flávia Renata F. L. Coelho Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Anselmo Carvalho

Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção : Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecíl ia J. A. Moura

sica, quantas vezes repete e a noção de textura – mudança de densidade de acor-do com a quantidade de instrumentos que está sendo tocada.

As crianças passaram, também, pelo desafio de concentração e coordenação apresentado pela necessidade de cantar simultaneamente com o tocar, atentando para a “trama sonora” formada pelo som de cada instrumento, onde ouvir o colega é fundamental para a unidade do arranjo. Depois de muitos ensaios, a “bandinha” se apresentou na festa pedagógica.

Depois disso, iniciamos uma nova ativi-dade onde o som entra como elemento inspirador de imagens e histórias. Esse trabalho continuará sendo desenvolvido no segundo semestre.

Primeira Série Tarde Alice Balleste Lemme / Bernardo Mello Queiroz / Carolina Venancio Magalhaes / Cecília Campos Figueiredo / Clara Gitahy Falcão Faria / Fernanda Thomaz Rodrigues / Flora Schneider Mendes Alcure Pereira / Gabriel Capella Cosenza / Gabriel Capobianco Villa Nova Diniz /

Isabela Canellas da Motta / Joana de Medina Barbalho / Joao Manuel Tui Tavares Piedrafita / Lara da Silva Tremouroux / Luca Nicolo Dobal Cucco / Lucca Attademo Liberal / Maira Kalume Barbosa Cirne / Manuela Carpenter Mode / Nina Castro Adeodato Barronin e Mello /

Rafaella Saioro Bezerra Batista / Rodrigo Castilho Barros /Sofia Dantas Seda / Thiago Marques Accioli de Vasconcelos

Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO Escutar e ouvir. Duas faces da mesma

moeda. Duas formas que só existem juntas. Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita

em quem fala. E aí começa a complicação. A fala tem se proliferado além dos ouvidos. Tem pairado como um ruído de fundo. Po-de ou não ser verdadeira. Pode ou não ter

Começamos a tribo buscando o ouvir. Primeiro uma música quase inaudível, de-pois o silêncio, depois os outros. Os me-nores, primeira e segundas séries, se del i-ciam com a existência de um espaço onde possam reclamar, trazer suas insatisfa-ções, suas inseguranças, seus protestos. Os maiores já se preocupam mais em es-tabelecer suas opiniões, dar sugestões.

veracidade. Pode ou não ter a fé de quem a profere. Aos políticos já foi dado o direito de dizer o que quiserem quando em campa-nha. Aos pais o direito de falar e acreditar que não vão ser ouvidos. Aos professores o de solicitar sem a certeza de que vão ser atendidos. É nesse ambiente que reclama-mos que as crianças não ouvem. Mas não será a fala que está vazia?

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Mas a verdade é que ouvir é muito difícil. Provavelmente porque estamos prenhes de discursos vazios e sem sentido. Essa meia hora que mescla a meditação e o diálogo completamente desprendido de qualquer objetivo que não o diálogo, mas organizado é, às vezes, um tempo curtís-simo, às vezes enorme. Pode-se cons e-guir falar e ouvir muito e muitas vezes não se falou nem ouviu nada. É um exercício sem fim.

Se dá algum resultado, o tempo tem dito. Mas poderíamos cuidar de filtrar mais a nossa fala. Dizer só aquilo em que acre-ditamos verdadeiramente. Precisaríamos tentar não proibir o que não podemos ga-rantir que ficará proibido. Não dizer nãos que virarão sim pela, às vezes simples, às

PROJETO Foi com o coração batendo acelerado e

com os olhinhos brilhando que esses me-ninos e meninas chegaram à primeira-série. As mochilas pesadas! Livros, cader-nos, lápis de cor, expectativas, sonhos... muitos sonhos. Com muita conversa, gar-galhadas e abraços, aos pouquinhos fo-ram matando a saudade dos amigos.

Para muitos, o primeiro momento foi um emocionante reencontro, pois não faz mui-to tempo, pequeninos ainda, estavam sen-do acalentados por nós, aconchegados em nosso colo. Para outros, o gostoso friozinho na barriga e o entusiasmo com tantas novidades.

O tempo foi passando e, com tranqüilida-de, todos foram adaptando-se à nova rotina.

vezes insuportável, insistência, que pode virar especialidade nas nossas crianças.

Precisamos, adultos que se propõem a coloborar na sua educação, sermos par-ceiros em uma fé verdadeira na verdade de cada um, única condição para que fa-lando sejamos escutados, e ouvindo seja-mos acolhedores.

O tom deste texto pode parecer estra-nho aos que estão acostumados com nos-sos relatórios. Mas carrega um pouco das preocupações que temos compartilhado com nossas crianças e entre a equipe pe-dagógica. Preocupações que têm tomado algum espaço no que temos pensado so-bre o como educá-las e orientá-las para a vida, tarefas em que somos parceiros, fa-mílias e escola.

didas em grupos, criaram cenas resolven-do facilmente o problema proposto. Na frente do retroprojetor, puderam fazer o contorno da silhueta interpretada. O passo seguinte foi o desenho dos detalhes das figuras (rosto, roupa, adereços), para final-mente fazerem a pintura do fundo.

Uma outra atividade mobilizadora foi a apreciação dos vasos gregos com várias cenas representadas. Em tiras de papel cartão, como uma ‘planificação’ dos va-sos, as crianças, em duplas, desenharam narrativas da mitologia grega em três par-tes. Mais uma vez utilizando apenas o preto, a turma foi aos poucos, explorando o espaço do suporte e desenvolvendo o gosto pelo trabalho monocromático.

Finalizamos o semestre atendendo a um desejo das crianças: a modelagem em argila dos deuses e heróis de maior ident i-ficação. Para isso, apreciamos algumas esculturas de barro de figura humana para observar o recurso que o material oferece.

TEATRO Começamos o semestre aprendendo

vários jogos de regras, necessários para o entendimento da cena. Os jogos visam es-timular atitude, solidariedade, respeito, en-tre outros aspectos. São eles: João e Joa-na, Gato e Rato, Congela, Máscara, Jogo do Passo... Jogos que já nos ajudaram e vêm nos auxiliando, cada vez mais, a estar em cena demonstrando desembaraço e maior possibilidade de comunicação.

Em seguida, através dos povos e paí-ses presentes na música composta para o carnaval “Tem Grego, tem Japonês, India-no, Árabe, Índio, Africano, Egípcio, Celta, Chinês”, demos início aos jogos dramáti-cos, que envolveram a escolha de um lu-gar, um personagem e uma situação para serem vivenciadas em um esquete.

A partir do momento em que instalamos a cena, introduzimos o exercício de Cria-ção de Histórias, com o tema vinculado ao projeto desfrutando de uma autoria colet i-va. Conquistamos, aí, uma passagem ao mundo das histórias fantásticas, com toda a sorte de acontecimentos. Grandes aven-turas e emoções, sempre com muita ima-ginação.

Para entrarmos nesse mundo fantástico

utilizamos como conto estímulo a lenda de “São Jorge e o Dragão” do “Livro das Vir-tudes” organizado por William J. Bennedit-ti, um herói bastante popular que é síntese do sincretismo da cultura brasileira. O conto criado durante a aula-ensaio foi “João e Joana na Lua”.

Estando bastante afinados com o uni-verso da história, abraçamos uma propos-ta, muito bem vinda, onde a integração com Projeto e Dança foi carinhosamente compartilhada e cuidada pelas professo-ras e auxiliares. Encenamos, então, os mitos de Prometeu e Pandora, já que falá-vamos de criação, surgimento e origem da humanidade.

Como o trabalho de teatro nunca encer-ra após a apresentação, estamos dando continuidade à encenação dos Mitos de Prometeu e Pandora, fazendo circular en-tre os alunos os diversos personagens com suas falas, para que todos possam vivenciar outros papéis.

EXPRESSÃO CORPORAL A turma, com muito entusiasmo, apro-

veitou intensamente as aulas do semes-tre. No início do ano, os aquecimentos feitos em roda serviram, não só para pre-parar, alongar e tomar consciência do cor-po, mas para as conversas sobre o que podemos fazer nas aulas de Expressão Corporal, sobre os cuidados necessários com o espaço e com os colegas. Traba-lhamos de diferentes formas, sempre fa-vorecendo as experiências corporais atra-vés da ludicidade e proporcionando uma vivência integradora para as crianças.

No carnaval, gestos inventados para re-presentar a letra do samba ajudaram a de-corá-lo. Cantando e dançando, nos inspira-mos para o animado Bloco da Sá Pereira.

Depois, iniciamos um trabalho integrando a ação à respiração. Trabalhamos a coorde-nação motora, tentando realizar a expiração quando nos movimentávamos e a inspiração com o corpo em repouso. Foi bem divertido e desafiador fazer esse exercício e evoluir nas possibilidades de realizá-lo em duplas, sincronizando a expiração de um amigo com a inspiração de outro.

Falando em heróis, utilizamos a música

“Estampas Eucalol”, de Hélio Contreiras que conta as facetas de vários persona-gens da mitologia grega. Improvisamos movimentos que foram escolhidos e os coreografamos coletivamente para a apre-sentação na Festa Pedagógica.

Durante o semestre tivemos oportuni-dade de utilizar os diversos materiais dis-poníveis para o trabalho corporal. As cri-anças ousaram e ampliaram suas possibi-lidades motoras nos panos suspensos, em rolamentos nos colchonetes, no bolão e com as pernas de pau. Exercitaram o cor-po em equilíbrio nas suspensões, vivenci-ando e entendendo a força e a leveza ne-cessárias para cada manobra realizada.

A dança do Mineiro Pau, apresentada na festa caipira, empolgou as crianças, que de-monstraram muito empenho nos ensaios para aprender a manusear os bastões com habilidade, ritmo e coordenação.

EDUCAÇÃO FÍSICA Começamos o semestre resgatando as

regras de convivência. Trabalhamos com alguns jogos e es-

portes já conhecidos pelas crianças como pique-bandeira, queimado, câmbio, fute-bol, handebol, basquetebol e as competi-ções por equipes (contestes), sempre bus-cando uma maior integração e socializa-ção entre as crianças, modificando regras como agente motivador, ora facilitando, ora aumentando a complexidade do jogo, dependendo do desempenho e competên-cia do grupo.

As crianças mostraram-se muito ansio-sas pelo grande torneio, que realizamos no ano passado, que teve várias modali-dades de jogos, torcida, grito de guerra, questões para serem respondidas. Tudo isso foi realizado em dois dias de mobil i-zação total de toda a escola e engajamen-to das crianças. Para atender aos anseios de nossos alunos, já estamos nos organi-zando para a grande Olimpíada Sá Perei-ra, no segundo semestre. Aproveitamos o fato de ser o ano das Olimpíadas e, por-tanto um momento significativo para a-prender mais e, dessa forma, estabelecer novos links com o assunto, contribuindo cada vez mais para a generalização desse conhecimento.

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o seu contexto cultural. Iniciamos o ano estudando sobre a ori-

gem dos nomes dos dias da semana em inglês. Os nomes de quatro dias da sema-na foram dados em homenagem a alguns deuses da mitologia nórdica: Tuesday (Tyr’s day), Wednesday (Wooden’s ou Oden’s day), Thursday (Thor’s day) e Fri-day (Freyja’s day). Ouvimos histórias so-bre cada um desses deuses e seus ani-mais, vimos ilustrações e os desenhamos.

Também descobrimos, no Atlas, onde ficam a Noruega, a Dinamarca e a Sué-cia – países que ocupam a região onde os vikings se concentravam. Assistimos a um video sobre a vida e a história dos vikings da série “O Homem” e ouvimos a Caval-gada das Valquírias, de Wagner.

Buscando uma ponte com as aulas de projeto e o que as crianças estavam viven-ciando, aprendemos, em inglês, as virtudes dadas por Zeus à sua multidão de estátuas e à Pandora: Loyalty (lealdade/fidelidade), strength (força), cleverness (esperteza);

avidity (avidez); wisdom (sabedoria), beauty (beleza), language (linguagem), smooth-ness (suavidade), courage (coragem). Para vivenciar essas palavras em inglês brinca-mos de mímica, desenhamos seus signifi-cados, brincamos de “embaralhar e desem-baralhar” as palavras, jogamos forca e de “how do you say.... in English?” (como se diz .... em inglês?).

Ao saber que as crianç as iriam estudar, em Projeto, sobre os Heróis dos mitos e lendas, pensamos que seria interessante aproveitar as nossas aulas para fazer um desdobramento desse tema, estudando sobre os super heróis, heróis criados pelo homem contemporâneo. As crianças fica-ram entusiasmadas por essa oportunidade e escolheram os super heróis que gostari-am de estudar – Spiderman (Homem-aranha), Batgirl, Wonder Woman (mulher-maravilha), The Flash, Superman (Super Homem), Hulk e Batman – e definiram o que poderíamos aprender em inglês com a ajuda deles, o significado dos nomes; as

características físicas, as habilidades e poderes, onde vivem, as roupas que u-sam, o que comem e sobre suas famílias.

O conteúdo de língua inglesa que foi selecionado a partir do livro adotado – Smile – para este primeiro semestre foi o alfabeto, saudações e cumprimentos (Hi, hello, Goodbye, bye), a perguntar e a di-zer o seu nome em inglês (What’s your name? – My name’s..; I’m....), a perguntar e a responder o que é alguma coisa (What is it? It’s a....) e as cores como adjetivo (It’s a red book, it’s a yellow pen, etc.). ARTES

Inspirados no tema Catando os Sonhos no Velho e no Novo Mundo, o projeto de turma Entre Deuses e Heróis nos fez pen-sar em São Jorge, um mito cristão, não reconhecido pela Igreja católica, mas de muita popularidade e devoção, incorpora-do por outras religiões afro-brasileiras a-través do sincretismo. As crianças estive-ram bastante envolvidas com as cores na reinterpretação do mito, encontrado em “O Livro das Virtudes para Crianças” organi-zado por William J. Benett, “Posso fazer a princesa?” “Posso fazer o dragão?”. Nos-so objetivo era pensar em como represen-tar plasticamente a figura e o fundo, util i-zando lápis de cor para o desenho da figu-ra e aguada de anilina para o fundo.

Com a apreciação das reproduções São Jorge e o Dragão, de Paolo Uccello e Rafa-el, destacamos na composição da imagem figurativa os elementos estéticos que a compõe: “O fundo está atrás, é menor e mais claro!” A observação deu margem à ampliação do repertório visual e ao rec o-nhecimento da autoria: “Eu pensava que a princesa fosse mais bonita...” Essa ativida-de foi acrescida da apreciação dos traba-lhos das crianças e diversos comentários.

Em um segundo momento, o envolv i-mento das crianças com diferentes histó-rias de deuses e heróis gregos viabilizou o trabalho com as silhuetas. Partimos da apreciação da cerâmica grega, explorando o conteúdo das obras e a relação dos ele-mentos que as constituem. Através do contraste os artistas articulam tensões espaciais determinando o conteúdo dra-mático das narrativas gregas. Movidas por esse caráter expressivo, as crianças, divi-

Formam um grupo bastante falante, in-teressado e curioso. Fogosos e cheios de si gostam de passear pela sala para trocar idéias aqui e acolá. São pequenos corpos acesos que com sede de aprender tentam conectar-se com tudo à sua volta.

E é assim, com toda essa energia e pra-zer, que estamos escrevendo a nossa his-tória, trilhando um caminho de muitos estu-dos e pesquisas, de encantamento e de aventuras. Um pouco dela vamos deixar aqui registrado.

“... Nas grandes histórias, você sabe quem vive, quem morre, quem encontra o amor e quem não encontra. E, mesmo assim, você quer ouvir de novo. Esse é seu mistério e sua magia.”

Arundhatai Roy No ritmo quente do carnaval começa-

ram as discussões sobre o Projeto Institu-cional: “Catando os sonhos no velho e no-vo mundo”. A letra do samba embalou nossas tardes e nos convidou para um passeio pela Grécia Antiga, por seus mi-tos, suas histórias, seus personagens fan-tásticos e encantadores. Afinal, quem re-sistiria a esse convite: “... A verdade é o que a gente acredita / Tanta coisa já dita / Tanta a se revelar / Me encanta / Me con-ta uma história bonita / Pois nem tudo na vida / Dá pra se explicar ...”

E lá fomos nós. Entre deuses e heróis, abrimos uma janela para a Grécia.

Inauguramos nossos estudos confec-cionando um colorido mural com imagens de deuses e seres fantásticos da mitologia grega, estreitando uma parceria entre os dois turnos e nos sensibilizando para os estudos que aconteceriam a partir daí. E, completamente envolvidos e sedentos por aprender mais e mais, começamos. Os materiais não paravam de chegar. Sempre alguém tinha algo para contar, uma histó-ria, uma informação, curiosidades. Rec o-lhemos tudo e classificamos o material para não nos perdermos com tantas pos-sibilidades de estudo.

Adotamos o livro, “Divinas Aventuras”, de Heloisa Prieto, e com ele começamos a saber mais sobre os deuses que, ao lon-go da leitura, foram se apresentando e contando um pouco do seu jeito, do seu gosto, da sua vida no Olimpo e sobre suas relações com os mortais.

As histórias de amor também ganharam um lugar de destaque em nossas rodas de leitura na Biblioteca. A cada semana era uma emoção diferente, um personagem novo chegava e tomava conta de nosso coração e de nossos pensamentos. Inspi-rados nesses contos, em duplas de traba-lho, escreveram as suas histórias de amor e as ilustraram com bonitas imagens. A-proveitamos a oportunidade e realizamos nosso primeiro passeio. No Jardim Botâni-co pudemos apreciar a belíssima paisa-gem e conhecer as famosas estátuas de

As crianças, aos poucos, foram tam-bém mostrando suas preferências por es-se ou aquele deus, por esse ou aquele conto. Lemos o mito de Criação do mun-do, a História de Prometeu e a Caixa de Pandora. E, como ficaram muito envolvi-dos com esses dois mitos, resolvemos recontá-los, em parceria com o Rodrigo, na aula de Teatro. O resultado pôde ser visto na Festa Pedagógica. E todos fica-mos tomados pela emoção ao ver nossos pequenos atuando com tanta vontade e graça.

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Eco e Narciso, aproximadas pelo escritor Antônio Calado, numa homenagem ao antigo e extinto Chafariz das Marrecas, obra do Mestre Valentim. Guardamos para esse momento a leitura de um dos mais belos mitos de amor: Eros e Psiquê. Toda a turma garantiu que valeu a pena o sus-pense.

O clima de romance foi chegando ao fim, mas os pedidos por mais histórias con-tinuavam. E assim, os heróis chegaram. Em livros, vídeos, de diferentes formas, fomos conhecendo alguns desses bravos homens. Perseu, Hércules, Jasão, Teseu, Aquiles, Ulisses... estiveram junto com a gente, causando suspiros e medos, cora-gem e fascínio.

“... Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os he-róis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde temía-

mos encontrar algo abominável, encontra-remos um deus... Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência. E lá, onde pen-sávamos estar sós, estaremos na compa-nhia do mundo todo.”

“O poder do Mito” Joseph Campbell

Em meio a tantas falas, como curiosi-dade, as crianças ainda trouxeram o fato de alguns planetas do nosso sistema solar terem o nome romano de deuses. Pronto! Isso já bastou para que eles demonstras-sem interesse em saber mais sobre os astros, as constelações, o Universo. Mais pesquisas aconteceram e novamente mostraram o quanto de conhecimento já têm sobre o assunto. Visitamos o Plane-tário e assistimos ao filme “Projeto Cientí-fico”. Encantados por cada instante, apro-veitaram as incríveis imagens, as curiosas informações e, ainda, a conversa que tive-mos com um astrônomo.

“Sei que a arte é irmã da ciência. Ambas filhas de um deus fugaz Que faz um momento E no mesmo instante desfaz.”

Gilberto Gil Terminamos o semestre empenhados

em saber mais informações sobre o plane-ta em que vivemos. Este nosso planeta azul, cheio de água, terra, fogo, ar e muita vida!

Como podemos notar, vivenciamos um tempo de muito estudo e foi essa turmi-nha, cheia de disposição, que ditou o ri t-mo intenso de trabalho.

É assim que acontece a relação entre as diferentes áreas de conhecimento, dando significado aos aprendizados das crianças.

As produções de textos ganharam um lugar de destaque ao longo desse tempo. Estão se apropriando da língua escrita, de sua estrutura, deparando-se com as difi-culdades. Gostar do que se escreve, ler

para o amigo, compartilhar suas idéias, organizá-las no papel, foram os nossos mais importantes objetivos.

Procuramos oferecer situações didáti-cas onde a leitura e a escrita estiveram presentes naturalmente, fazendo parte da nossa vida, do nosso dia-a-dia. Só assim será possível formar leitores e escritores, não apenas autônomos, mas também su-jeitos criativos, preparados para formular e realizar seus projetos de vida.

Todos avançam, cada um a seu tempo, construindo inúmeros conhecimentos. Crescem também enquanto grupo de ami-gos que iniciam sua trajetória de estudan-tes na Sá Pereira.

As férias chegam em boa hora. Logo estaremos de volta, mais descansados e cheios de saudade, prontos para começar tudo de novo. MATEMÁTICA

O ingresso na primeira série é marcado por uma significativa mudança na rotina. Agora são vários professores, um volume maior de materiais e de tarefas.

Inicialmente, nosso objetivo é ampliar as relações com o universo da Matemáti-ca trazendo uma diversidade de propostas que possam garantir a reflexão acerca da leitura e escrita dos numerais, a identifica-ção dos símbolos matemáticos, o contato com as representações gráficas, com as unidades de medidas e a construção do significado das operações. Entendemos que todos esses conteúdos devam ser trazidos através de um contexto significat i-vo. Assim, o trabalho com a resolução de problemas tem lugar de destaque em nos-sa ação pedagógica.

O livro “Os Problemas da Família Gor-gonzola,” de Eva Furnari, da Global Edito-ra, foi o primeiro convite para que as cri-anças começassem a elaborar e registrar suas estratégias de cálculos pessoais. Os textos bem humorados, numa linguagem irreverente, com uma grande variedade de desafios em um campo numérico variado, entusiasmava as crianças e as deixava à vontade para expressarem a sua forma particular de calcular. No início, as conta-gens de um em um e a representação de toda a história aparecem como recurso para se chegar a resolução mas, pouco a

pouco, os desenhos são substituídos por numerais. Nessa etapa, para que possam operar com mais segurança, as decompo-sições aparecem com freqüência, o que contribui, de forma significativa, para a compreensão das regras do nosso siste-ma de numeração. A análise e a discus-são sobre as estratégias usadas é um mo-mento importante para a construção de um acervo de procedimentos de cálculos eficientes para cada tipo de situação.

Os jogos também tiveram lugar de desta-que em nossas aulas. Os jogos “Bomba”, “Memória do Dez”, “Cerque o Número”, en-tre outros, foram propostos com o objetivo de favorecer a observação das regularida-des das seqüências numéricas e elaboração de estratégias de cálculo mental para so-mar, subtrair e dividir. A apropriação das combinações possíveis para se formar dez é um importante recurso para se operar em um campo numérico mais amplo. Muitas crianças já concluem que:

– Se 3+2 são 5, então 30+20=50! Finalzinho do semestre, muito trabalho

realizado, mas a tarefa de montar o Mer-cado de Sá Pereira era urgente, principal-mente para as crianças que já haviam par-ticipado dessa atividade enquanto “clientes”, no ano passado. Recolhemos embalagens, pesquisamos os preços das mercadorias e classificamos os produtos em seções, depois de uma visita para ob-servação cuidadosa em um supermercado de verdade. Preparamos até um encarte! No dia e hora marcados, o pátio da escola

foi arrumado para receber o T6 para as compras. Muitos cálculos para não “errar” no momento de calcular o troco e uma gostosa atividade traduzida no olhar ale-gre das crianças.

Para o segundo semestre o contato com uma antiga máquina de calcular, o ábaco, nos servirá de recurso para uma aproximação maior com as características do sistema de numeração decimal. INGLÊS

Baseada num grande respeito por to-das as línguas e formas de cultura, esta abordagem de ensino coloca o estudante no centro dos procedimentos didáticos, fazendo-o mobilizar diversos conhecimen-tos e capacidades, além de despertar a curiosidade e o prazer de descobrir – não só novos dados lingüísticos – mas aspec-tos históricos e culturais dos usuários de outras línguas.

Com esse enfoque começamos o ano buscando estratégias que abordassem aspectos culturais, históricos e também lingüísticos da língua inglesa e dos povos que se expressam através desse idioma.

Como temos duas aulas por semana, em uma delas trabalhamos os conteúdos específicos da língua inglesa para essa faixa etária e na seguinte buscamos inter-conexões com o projeto institucional da escola. Dessa forma as crianças podem adquirir algumas habilidades e competên-cias na utilização do Inglês como língua estrangeira e podem aprender sobre ela e