Musicas da tafona

14
01 - NAVEGADOR Letra. Amaro Radox Melodia Amaro Radox/Eduardo Freda e Rogers Lemes Intérprete: Eduardo Freda Cruzei a Lagoa dos Patos rumo as águas do litoral bons ventos conduzem meu barco saindo da praia do Laranjal. Passei pela ilha da Feitoria Saragonha da ponta e do meio Ilha Grande alegria Viajei sem receio Naveguei, naveguei na onda sonora musical ancorei, ancorei na cultura afro-regonal Trazendo tambor de sopapo pra encontrar tambor maçambiqueiro pra gente sambatucar um som afro-gaúcho brasileiro Na marejada me fiz poeta cantador e rimador pela arte popular vim expressar o meu amor Naveguei, naveguei na onda sonora musical ancorei, ancorei na cultura afro-regional De volta na minha praia na minha casa de pau a pique danço samba de raiz samba de roda e maçambique

Transcript of Musicas da tafona

Page 1: Musicas da tafona

01 - NAVEGADOR Letra. Amaro Radox

Melodia Amaro Radox/Eduardo Freda e Rogers Lemes Intérprete: Eduardo Freda

Cruzei a Lagoa dos Patos rumo as águas do litoral bons ventos conduzem meu barcosaindo da praia do Laranjal.

Passei pela ilha da FeitoriaSaragonha da ponta e do meio Ilha Grande alegria Viajei sem receio

Naveguei, naveguei na onda sonora musical ancorei, ancorei na cultura afro-regonal

Trazendo tambor de sopapo pra encontrar tambor maçambiqueiro pra gente sambatucar um som afro-gaúcho brasileiro

Na marejada me fiz poeta cantador e rimador pela arte popular vim expressar o meu amor

Naveguei, naveguei na onda sonora musical ancorei, ancorei na cultura afro-regional

De volta na minha praia na minha casa de pau a pique danço samba de raiz samba de roda e maçambique

Page 2: Musicas da tafona

02 - RANCHEIRA VÉIA Letra: Eron Carvalho Melodia: Sérgio Rosa

Intérprete: Juliano Javoski Rancheira véia de saltar cavaco De ajuntar os cacos com alguma xirua Pra amanhecer num rancho barreado Bem apaixonado contemplando a lua.

Rancheira véia flor de macanuda Que não se desgruda do meu sapucay Fazendo história no chão missioneiro Nos ranchos costeiros beirando o Uruguai.

Rancheira véia sem eira nem beira Que se faz grongueira quando a alma canta Por onde passa espalha alegria Lembra o Tio Bilia animando as bailantas.

Rancheira véia loca de buenacha Que salta da caixa sem muito floreio Vai retossando pela madrugada Convidando a indiada para o sapateio.

Rancheira véia num trancão cuiudo Vem quebrando tudo numa três ilheiras Faz ferver a sala num bailão de estouro De arranjar namoro para a vida Inteira.

Page 3: Musicas da tafona

03 - SIÁ ANASTÁCIA BENZEDEIRA Letra: Wilson Tubino

Melodia: Mário TressoldiIntérprete: Loma

Hum!.. Hum!.. Hum!.. Dão!... Darão!... Dandão!... Copo d’água, ramo verde, brasa acesa. Pra todos males sempre tinha uma oração

Siá Anastácia preta “véia” benzedeira Curandeira de renome no rincão Pra tirar o mau “oiado” até bicheira Sempre tinha na memória a falação,

Aprendera com a avó essa ciência Feiticeira de um enorme coração. Pelas preces não cobrava um só centavoPelas curas não cobrou nenhum tostão. Hum!.. Hum!.. Hum!.. Dão!... Darão!... Dandão!... Copo d’água, ramo verde, brasa acesa. Herdeira, viva, dessa antiga tradição.

Domingos e dias santos não benziaCom sol posto não fazia as “oração”.Foi assim que ela aprendeu, desde menina,E seguia, sempre atenta, a vocação.

Bendizia pra inveja e pro quebranto,Dessa gente nem sabia a procedência.Siá Anastácia era forte de ternuraSua vida dedicou pr’esta ciência.

Hum!.. Hum!.. Hum!.. Dão!... Darão!... Dandão!... Copo d’água, ramo verde, brasa acesa. Pelas curas não cobrou nenhum tostão!

Page 4: Musicas da tafona

04 - SÓ TÔ LEVANDO NOS DEDOS Letra: Silvestre Araújo e Amigo Souza

Melodia: Amigo Souza Intérprete: Amigo Souza e Grupo Missões

Tenho o dom de fazer rimas Isso nunca foi segredo Mas nesse mundo veiaco Só to levando nos dedo! Pois toda a letra que faço Sempre tem um fala mansa Que leva a fama por mim Que sou o pai da criança!

Até me chamam de artista E a discordar não me atrevo Pois correm atrás de mim Mas prá cobrar o que devo Não tenho e nem quero nada Nem a “muié” tá em meu nome Senão já tinham levado, “Corvada”, “lôca” de fome!

Pega a dita, bota o nome E acalca nos festivais Leva o dinheiro e a fama E não me procura mais. Se fazem é de leitão, Eu sendo o dono da cria Matando cachorro a grito tapado de judiaria!

Pra ver se a coisa melhora Escrevo que nem um louco E quanto mais me desdobro, Cada vez ganho mais pouco Nem abaixo de empurrão Eu consigo ir pra frente Não adianta, eu sou teimoso Sou pior que dor de dente!

Pra cada santo uma vela Eu sei que devo, não nego Se precisar de um vintém Não faço cantar um cego! Mas sigo escrevendo versos, No meio de tanta cobra Se alguém pensar que eu to morto, Talento tenho de sobra!

Page 5: Musicas da tafona

05 - POR BAILADO E CHACARERA Letra: Rogério VillagranMelodia: André Teixeira

Intérprete: Juliana Spanevello

Retumbo de sons legueiros,E um repicar de guitarras,Com algo de chacareiro,No Contraponto da farra...

Pela vida, vida à dentroBaila, Baila, corpo e alma,Anseios do mesmo centro,Junto ao compasso das palmas...

Sona uma copla baguala,Bordando o mundo de festa,Que harmoniosamente embala,O que o tempo nos empresta.

Tenho ganas de "escaramuça"Canto, dança e polvadeiraMeu coração quando pulsa,Tem pulsos de chacarera.

Hay um sorriso de estampa,Na face da lua cheia,Que acha que um moço pampa,Só por ela sapateia,

Hay uma moça bonita,Mais bonita quando passa,Rodando a saia de chita,Floreando um lenço por graça.

Por fora ser um bailado,Ter por dentro, liberdade,Sentir-se descompassado,Num repique re ansiedade,

Tenho ganas de "escaramuça"Canto, dança e polvadeiraMeu coração quando pulsa,Tem pulsos de chacarera.

Page 6: Musicas da tafona

06 - NAVEGANDO Letra: Rodrigo Bauer Melodia: Tuny Brum

Intérprete: Analise Severo

Vou navegando a vida, Buscando um novo cais... Os ventos da partida Não retornarão jamais!

Os sonhos vão na proa, Na praia eu vou deixar Uma lembrança boa Na areia pra maré levar... Escrito sobre a tez da areia, Que tempo poderá ficar O enigma do meu segredo pra se revelar?

Por que nunca arriar as velas? Por que jamais querer parar? Por que seguir buscando o nada em nenhum lugar?

Um dia eu escrevi na praia essa razão Mas não me lembro do que fiz... Somente o mar conhece o texto, mas nunca me diz!

Um dia quero retornar da solidão...O mar não volta bem assim...Então só resta navegar me procurando em mim!

Page 7: Musicas da tafona

07 - BENDITA ESSA GURIZADA Letra: Jaime Brum Carlos

Melodia: Sabani Felipe de Souza Intérprete: Dartagnan Portela e Ita Cunha

Bendita essa gurizada que se pilcha e vai pra rua. Galitos trocando as penas recém apontando as puas. Mateiam pelas esquinase avenidas das cidadese enchem de telurismo os bancos das faculdades.

O seu galpão é a varanda de um prédio no condomínio e os muros, cercas de pedra que não prendem seus fascínios pelas metáforas “gauchas” das milongas e payadas que escutam nos fins de tarde nos piquetes das calçadas.

Meu verso canta e se encanta Com estes jovens povoeiros Que amam o nosso campo Mesmo não sendo campeiros

Não se prendem a convenções de pilchas pré-concebidas, pois seu amor pelo pago não tem cores nem medidas. Trazem a xucra rebeldia em repúdio aos preconceitos, mas ante o Hino Riograndene se perfilam, por respeito.

Seus olhos vislumbram campos nas nuanças do pensamento pendurados nas paredes da sala do apartamento, pois têm no subconsciente raízes intemporais e pulsando nas entranhas a seiva dos ancestrais.

Page 8: Musicas da tafona

08 - PRAIEIRO Letra: Caio Martinez

Melodia: Adriano Sperandir Intérprete: Adriana Sperandir e Caio Martinez

O litoral tem magia Poção de uma feiticeira Que rouba o amor da gente Num gole de marisqueira

E a alma vai se entregando Paixão para a vida inteira Na qual toda onda bate Como se fosse a primeira

De onde vem a doçura No meio de tanto sal Da formosura da praia Beleza tão natural

Pra quem nasceu na areia Parece ser tão normal Olhar para o paraíso Viver num cartão postal

Praieiro tem maresia Em vez de ar no pulmão Praieiro sente a onda Batendo no coração

Praieiro é como o ventoQue leva a embarcaçãoPraieiro é o braço forteNo cio da rebentação

Page 9: Musicas da tafona

09 - CIDADE DOS VENTOS Letra: Cláudio Reinke/Mário Tressoldi e Chico Saga

Melodia: Jean Kirchof e Ita Cunha Intérprete: Lú Schiavo, Jean Kirchoff e Grupo Chão de Areia

A linda lagoa espelha uma raça, do afro-açoriano nasceu tradição; o mate amigo, o riso na praça, na luz do Divino uma procissão...

O velho que conta histórias de outrora, o vento de agora, é luz, litoral... O tambor que festeja a Nossa Senhora, rosário de preces lá da catedral;

Na beira do morro tem terno e congada, começa uma estrada pra todo país... Na Estância da serra fiz minha morada, seresta pra amada, eu canto feliz!

Caminhos se encontram na frente da igreja, o largo que almeja a luz do saber... O povo que laça, que canta e festeja, que vive um rodeio pra nunca esquecer;

Dezembro é luz, é festa tão bela, pra fé, tão singela, lembrar Conceição; trazer Deus menino, abrir a janela e as portas da casa do meu coração!

Minha cidade dos ventos, meu cantar tem endereço, é tudo que eu preciso, muito mais que mereço...

É meu ponto de partida, o meu fim e recomeço, minha cidade dos ventos, meu cantar tem endereço!

Page 10: Musicas da tafona

10 - MILONGA FEITIÇO NEGRO Letra: Diego Muller e João Sampaio Melodia: Marco Aurélio Vasconcelos Intérprete: Marco Aurélio Vasconcelos

Este ponteado de milonga que em Mi menor se guasqueia não é só da alma terrunha que se forjou na peleia... milonga é cura e feitiço do outro lado do oceano... palavra afro trazida pelo escravo africano!

Milonga é o grito do povo... milonga é força racial... milonga é o orvalho da almacontra a injustiça social!... milonga é cura e feitiço abençoando de novo a causa da raça negra e a luta do nosso povo!!! Milonga... índia negreira... de taba e senzala vem... - Eu me derramo em milongas: Sou índio e negro também! Meu coração é um tambor que pelos mares ressonga... ...vento índio de mensagem que se transforma em milonga!!!

Alma... Terra... Tempo e vida das senzalas para o mundo das tabas às pátrias hermanas foste o poço mais profundo... negros e índios unidos milongueiam na planura que não tem credo, nem cores é onde o ódio não perdura!

Cura pros males do mundo... Feitiço para o cantor... - Milonga bugra negreira junta a guitarra e o tambor!... Se a milonga vem da pampa mostrando o que a pampa tem eu sigo a tocar milongas pois sou da pampa também!!!

Page 11: Musicas da tafona

11 - CHAMAMECERA Letra: Jaime Brum Carlos

Melodia: Sérgio Rosa Intérprete: Taine Schettert e os Quatro Ventos

Sou da fronteira, Chamamecera, flor de campeira, vida de alla. Sou missioneira, pele trigueira, bem brasileira. O que é que há?...

Eu tenho sangue De castelhana, Meio cigana, E Guarany. Uso bombacha, Chapéu e faixa Gaúcha e gaucha Cunhatay.

Canto e não grito E tenho dito. Não acredito Em assombração. Entre os meus braços Sobra espaço Para um abraço De coração.

Na primavera Meu corpo espera. Garras de fera, Fogo e paixão. Na pele nua A luz da lua. Sou toda tua. Me dá a mão.

Em Ias mañanas Eu sou chalana, Alma ermana Do Uruguai. A voz dolente Num de repente Rompe as correntes Num sapucay.

Page 12: Musicas da tafona

12 - UM CHAMAMÉ...Y NADA MÁS..I Letra: Diego Muller

Melodia: Marcelo de Araújo Nunes Intérprete: Juliano Moreno

Espejo de che pueblero, De mi gente misionera, Que canto por otros pagos Em mi copla guaranicera: La bataraza bombacha... Poncho de trama campera... Y um passo antiguo em el cuerpo Pa ‘una noche chamamecera...

Brazo pa ’um tírón de potro, AI salir de Ia tranquera... Mañas de espuela, de horqueta Y Del serviçio de frontera... ...Cada uno com su estrada, Llevando pátria y bandera: Ello com sul lazo fuerte Y yo com mi verdulera!

Entonces, a mi viejo padre - Medio criollo, médio avá - Solo, em regalo, Le traigo Um chamamé... y nada más