My Cooprofar - fevereiro

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Fevereiro 2012 ANÁLISE DE MERCADO Baixa de preço dos medicamentos fez Indústria Farmacêutica perder 500 M€ ESPECIAL SAÚDE INFANTIL Maioria das crianças vai ao médico uma a três vezes por ano REPORT Gadget da Cooprofar com grande adesão

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Revista para setor farmacêutico

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ANÁLISE DE MERCADO

Baixa de preço dosmedicamentos fez Indústria

Farmacêutica perder 500 M€

ESPECIAL SAÚDE INFANTIL

Maioria das crianças vai ao médicouma a três vezes por ano

REPORT

Gadget da Cooprofarcom grande adesão

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EDITORIAL

Quem não inova desaparece...

Quem não inova desaparece. Quando as empresas seguem o rumo da inovação tecnológica,

assumem um compromisso com a competitividade. Esta é uma máxima a reter. Face à crescente

expressão das Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) na sociedade actual, as empresas

intensificam o recurso às TIC que imprimem de uma forma integrada na sua atividade e em cada

serviço prestado. Trata-se, pois, de uma relação, cada vez mais, umbilical entre inovação e suces-

so. Ciente desta equação, o Grupo Medlog investe permanentemente nesta área. Recentemente,

criámos um Gadget para as farmácias clientes, cujo carácter inovador foi instantaneamente reco-

nhecido, traduzindo-se no elevado número de adesão alcançado. Apostamos, assim, no reforço

dos canais de comunicação com o cliente, investimos em marcar a diferença, em criar valor, em

aproximar os clientes e em fidelizar. Isto é, inovar!

Análise de mercadoFármacosReportEspecial SaúdeBonificações TopNovosCosmética e Higiene CorporalDiagnósticoDispositivos MédicosÉticosGalénicosHigiene BebéHigiene OralIce PowerInterapothekMed. Não Suj. a Rec. MédicaNão ComercializadosNut. e Prod. à Base de PlantasNutrição InfantilParafarmáciaQuímicosVeterináriaBreves

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O Período de vigência das Bonificações decorre entre 25 de Janeiro e 24 de Fevereiro, inclusive. Os Preços indicados estão sujeitos a alterações de acordo e devido as condições de mercado.Os Valores indicados são vingentes, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.

FICHA TÉCNICA | Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Creative Blue

Distribuição:Gratuita

Índice

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Cooprofar

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

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Crescimento Mercado

Crescimento face ao período homólogo

Crescimento Mercado Dezembro 2011 vs. mês homólogo

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Evolução negativa do mercado farmacêutico prejudica acesso ao medicamentoDesde 2011 que a despesa do SNS com os medicamentos vendidos nas farmácias está em queda e, até outubro, desceu 21%, o que a coloca muito para lá do objetivo fixado pelo Memorando de Entendimento com a Troika. No setor hospitalar, as em-presas farmacêuticas têm feito um esfor-ço importante para acomodar a dívida do SNS, sem alterar o abastecimento regular de medicamentos às unidades de saúde. Desde dezembro de 2010, a dívida dos hos-pitais do SNS às empresas farmacêuticas cresceu 30%, atingindo em novembro os 1,3 mil milhões de euros, com um prazo de pagamento de 453 dias, o que é superior a mais de um ano de consumos hospitalares a custo zero para o Estado.

Baixa de preço dos medicamentos fezIndústria Farmacêutica perder 500 M€O presidente da Apifarma denunciou que a sistemática baixa de preços dos medica-mentos no último ano já levou a Indústria a perder 500 milhões de euros e a reduzir 2.500 postos de trabalho. A Apifarma an-tecipa ainda um agravamento da situação durante este ano, com uma previsão da redução de entre mil e 1.500 postos de tra-balho.

Indústria contra proposta de prescrição por DCI A indústria farmacêutica e a indústria dos genéricos apresentaram valores diferentes para a quota de mercado de genéricos em Portugal, mas ambos se mostraram contra a proposta de lei que obriga à prescrição por princípio ativo. Ouvido na Comissão de Saúde, o presidente da Apifarma começou por lembrar que a prescrição por denomi-nação comum internacional (DCI) existe em Portugal desde 2002 e que está per-feitamente introduzida, como demonstra a quota de mercado de genéricos, que no final de 2011 atingia os 27,4%. “A situação atual é equilibrada e tem permitido desen-volver o mercado dos genéricos, não há vantagem em modificar o que existe”, con-siderou João Almeida Lopes.

Redução das margens: Farmácias commenos stocks e mais insolvências Com o diploma que regulamenta os pre-ços dos medicamentos em vigor, o Estado poupa dinheiro, mas muitas farmácias po-dem falir. A revisão das margens era uma das exigências da troika, com vista a uma poupança adicional de 50 milhões de eu-ros na dispensa comparticipada de medi-camentos em ambulatório. Depois de um ano em que o setor caiu 2,7% em embala-gens vendidas e 10,5% em valor (dados de novembro), o que representará uma pou-pança superior a 200 milhões de euros em encargos para o SNS.

Farmacêuticas europeias devem apostar em aquisições em biotecnologia em 2012As maiores companhias farmacêuticas da Europa devem apostar em aquisições de empresas de biotecnologia este ano, de-pois de gastar dinheiro em 2011 em recom-pras de ações e dividendos mais elevados, num esforço para acalmar os accionistas, relatou a BusinessWeek, citada pelo site FirstWord. Em 2011, as 10 maiores empre-sas farmacêuticas da Europa gastaram 2,1 mil milhões de dólares em aquisições, abaixo dos 42,7 mil milhões de dólares que tinham gasto no ano anterior, com as farmacêuticas a evitarem as grandes aqui-sições em que tinham apostado em anos anteriores. Ao mesmo tempo, as farma-cêuticas intensificaram os programas de recompra de ações, com a AstraZeneca a anunciar uma iniciativa de recompra de ações de 5 mil milhões de dólares, a Gla-xoSmithKline a lançar planos de recompra de ações no valor de 3,5 mil milhões de dólares e a Sanofi a gastar 1,4 mil milhões de dólares na recompra de ações. O ana-lista da Miller Tabak & Co. Les Funtleyder disse que, com as expirações de patentes a aproximar-se, o incentivo para adquirir empresas para ganhar novos produtos vai crescer. “A aproximação da concorrência dos genéricos tende a incentivar a fazer ne-gócios. Uma companhia nunca pode ter pi-peline a mais”, acrescentou. Enquanto isso, o analista da Bloomberg Industries Andrew Berens refere que na Europa os candidatos atraentes para aquisições incluem a Gen-mab e a Biotech Active. A AstraZeneca, por exemplo, é provável que retome em breve as aquisições, gastanto até 5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos para ga-nhar um acesso mais amplo a terapias de baixo custo em mercados emergentes fora da China e do México, de acordo com o analista da UBS Gbola Amusa. A porta-voz da AstraZeneca, Isabelle Jouin, referiu que “em termos de aquisições, sempre disse-mos que não estamos à procura de aquisi-ções em grande escala, mas considero de pequenas aquisições, desde que haja um bom ajuste estratégico”.

Análise de

Mercado

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Plano europeu para combater bactérias resistentes a medicamentos A Comissão Europeia anunciou um pla-no, dividido em 12 ações, contra bactérias resistentes a medicamentos, incluindo o desenvolvimento de novos agentes anti-microbianos ou alternativas de tratamento e o reforço da prevenção das infeções em meio hospitalar. O executivo comunitá-rio quer ainda, em coordenação com os estados-membros, reforçar o quadro regu-lamentar da União Europeia (UE) no domí-nio dos medicamentos veterinários e dos alimentos medicamentosos para animais e introduzir recomendações para a utiliza-ção prudente de agentes antimicrobianos na medicina veterinária, incluindo rela-tórios de acompanhamento. A Comissão Europeia quer também promover formas de colaboração sem precedentes para pro-porcionar aos doentes novos antibióticos. Segundo dados de Bruxelas, anualmente morrem cerca de 25 mil doentes em resul-tado de infeções causadas por bactérias re-sistentes aos medicamentos. A resistência das bactérias a medicamentos tem ainda custos associados superiores a 1,5 mil mi-lhões de euros em despesas com saúde e perdas de produtividade, o que torna a resistência antimicrobiana um problema de saúde cada vez mais grave na UE. Da-dos publicados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças sobre resistência aos antibióticos revelam que a resistência a antibióticos de última linha está a aumentar na Europa, nomeadamen-te em ambiente hospitalar.

Alto consumo de ansiolíticos representa perigo nas estradas portuguesasUm estudo feito no âmbito do projeto eu-ropeu DRUID (Driving under the Influence of Drugs, Alcohol and Medicines) coloca Portugal em primeiro lugar, entre 13 paí-ses, em relação à quantidade de pessoas (2,73%) que conduz sob o efeito de ben-zodiazepinas, ou seja, de ansiolíticos. Este não é o principal problema do país, onde perto de 9% dos jovens condutores conso-mem álcool, mas deverá dar origem a no-vas orientações nas políticas de prevenção de acidentes rodoviários. O estudo, desen-volvido pela Comissão Europeia, visa obter uma avaliação estatística fundamentada da prevalência do consumo de álcool, dro-ga e fármacos nos diversos países da União Europeia e é considerado determinante para a definição de políticas de prevenção.

“Bulas” dos medicamentos escritas com novo acordo ortográficoO texto com a informação que acompa-nha os medicamentos terá de ser escrito com a grafia do acordo ortográfico da lín-gua portuguesa a partir do próximo do-mingo, segundo a autoridade que regula o setor, avança a agência Lusa. Uma circu-lar informativa do Infarmed esclarece que os titulares de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) têm de implementar o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa na informação dos medicamentos, como o Resumo das Caraterísticas do Medica-mento (RCM), o folheto informativo e a rotulagem. Esta medida tem de ser apli-cada a partir de domingo, conforme es-tabeleceu a Resolução n.º 8/2011 da Pre-sidência do Conselho de Ministros, de 25 de Janeiro de 2011. Esta lei define que, a partir de 01 de Janeiro de 2012, “se aplica a grafia do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa a todos os documentos de or-ganismos com superintendência e tutela do Governo”.

APIFARMA atualiza códigos de “ética”A 1 de Janeiro de 2012, entram em vigor versões atualizadas do Código Deonto-lógico para as Práticas Promocionais da Indústria Farmacêutica e Interações com os Profissionais de Saúde e do Código de Conduta para as Relações entre a Indústria Farmacêutica e as Associações de Doentes da APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, avança a associa-ção, em comunicado. A atualização destes dois códigos de ética visa salvaguardar a independência e transparência na ati-vidade das empresas farmacêuticas, no respeito pela saúde e vida dos doentes e pela integridade dos profissionais de saú-de. Os novos códigos refletem as últimas adequações normativas feitas pela Fede-ração Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA), da qual a APIFARMA é membro, explica a associação, no comunicado. Ao longo dos anos, o Código Deontológico da APIFARMA tem acompanhado a evo-lução legislativa nacional e comunitária e, na sua nova versão, destaca-se a fixação do limite máximo de amostras gratuitas de medicamentos fornecidas anualmen-te a profissionais de saúde habilitados a prescrever, que passa a ser de quatro.

DGS emitiu 60 novas regras para pres-crição de medicamentos e meios com-plementares de diagnóstico A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu, em 2011, 60 regras para prescrição de me-dicamentos e meios complementares de diagnóstico que visam obter “ganhos em eficiência” e “assegurar a qualidade” das prestações de cuidados de saúde. A emis-são de normas foi estabelecida pelo me-morando de entendimento, firmado entre o Governo e a troika, disse o diretor-geral da Saúde, Francisco George, adiantando que esta medida tinha como meta o final de dezembro de 2011. “Antes do final do ano foram emitidas 60 normas das quais 28 incidiram sobre medicamentos (25 pres-critos em ambulatório e três em ambiente hospitalar) e 32 sobre prescrição de meios complementares de diagnóstico, tendo sido atingidas as metas previamente fi-xadas”, acrescentou. Segundo um relató-rio da DGS, a que a “Lusa” teve acesso, as normas relativas à prescrição de fármacos incidiram sobre 78% do total de encargos do Serviço Nacional da Saúde (SNS) com medicamentos prescritos em ambulatório. Relativamente à prescrição de meios com-plementares de diagnóstico e terapêutica, as regras incidiram sobre 82% do total de encargos do SNS com o setor convenciona-do. Uma vez que esta prescrição é feita por médicos e médicos dentistas, a Direção--Geral da Saúde celebrou um protocolo de colaboração com a Ordem dos Médicos e um acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, passando as normas a ser adota-das, também, por estas instituições.

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Gadget da Cooprofar com grande adesão O Gadget criado pela Cooprofar para reforçar a comunicação com os seus clientes, tem vindo a registar um elevado grau de adesão. As farmácias reconhecem o carácter inovador, prático e eficaz da ferramenta, bem como, as vantagens associadas à sua utilização. São mais de 300 farmácias clientes que já usufruem da nova aplicação que foi desenhada para permitir o rápido acesso a informa-ção relativa a Gestão de Encomendas, Rotas e Produtos e, ainda, utilizar o Carrinho de Compras. De uma forma cómoda e segura, os clientes da Cooprofar podem executar diversas tarefas através da mini-aplicação que é instalada no seus computadores. Acompanhar permanente as encomendas, consultar existência de produtos, fazer encomendas à medida, planear a entrega da encomenda e, fundamentalmente, fazer uma gestão na maior comodidade e rapidez, são as potencialidades do Gadget. Desenvolvida no âmbito da política de inovação da empresa, esta nova ferramenta traduz-se num canal privilegiado de aproximação com as farmácias, cujos resultados apontam para potenciar os níveis de fidelização.

Formação Cooprofar aposta num reforço vitamínico para as Farmácias2012 perspetiva-se mais um ano marcado pela austeridade. Aumentar competências, criar valor e dinamizar são palavras de ordem fundamentais para competir e contornar a crise. Com o objetivo de ajudar a ultrapassar esta fase, a (tirar este “a”) Formação Cooprofar preparou um reforço vitamínico para as Farmácias. No 1º semestre do ano, para além de promover ações na área da Saúde, a aposta está direcionada para a saúde da própria Farmácia. Aumentar as vendas, motivar a equipa, fidelizar clientes são coordenadas essenciais para uma gestão de sucesso. Desta forma, a Cooprofar desafia a equipa da farmácia para uma aprendizagem multivitamínica, indicada para trabalhar competências a vários níveis. Além de transmitir conhecimentos técnico-científicos, a Cooprofar assume o compromisso de transmitir conteúdos que permitam suportar a mudança, reinventar processos, aumentar a rentabilidade e a acrescentar dinamismo. Compromisso, rigor e qualidade continuam a ser a oferta da Cooprofar, por isso, elege os melhores parceiros para a formação. Entre vá-rias parcerias com a Indústria Farmacêutica, entidades credenciadas em formação de alto nível (Cruz Vermelha Portuguesa) e docentes especializados nas mais diversas áreas, destaca-se a continuidade da colaboração com a EGP-UPBS, instituição de ensino que foi eleita como uma das melhores escolas a nível mundial para a formação de executivos. É esta experiência e excelência que a FormaçãoCooprofar tem vindo a transmitir aos formandos  e que  pretende, uma vez mais, partilhar com todos interessados em marcar a diferença e em fazer Mais e Melhor.

Report

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Análise de

Mercado

ESPECIAL

SAÚDE

De acordo com os resultados de um questionário encomen-dado pela Comissão Europeia, a maioria das crianças europeias é vista por um médico uma a três vezes por ano. O questio-nário foi feito a mais de 2.200 crianças de 22 países, incluindo Portugal. As respostas foram dadas por crianças até aos 18 anos, sendo que a maioria tinha entre 13 e 15 anos. À questão sobre quantas vezes num ano foram vistas por um determinado profissional de saúde, os resultados indicam que a maioria das crianças aponta a frequência mais baixa apresentada como hipótese de resposta.Assim, 62,1% das crianças tinham visto um médico uma a três vezes e um número muito menor foi ao médico mais de três vezes. No questionário ficou ainda claro que as crianças consi-deram que deviam ter acesso a mais informação no âmbito dos cuidados que lhe são prestados.No âmbito da Saúde Infantil, um outro estudo da Direção-Geral de Saúde (DGS), através dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelou que a mortalidade infantil apre-sentou uma diminuição de 3,6 para 2,6 óbitos por cada 1.000 nados vivos, o que significa menos 106 mortes infantis em 2010. Perante estes dados, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, refere que Portugal está entre os países que melho-res resultados apresentam nesta área. Ainda segundo o INE, a taxa de natalidade voltou a crescer no nosso país em 2010, registando-se mais 1.931 nascimentos em comparação com o ano anterior.

Cuidados de saúde na infânciaEntre os 2 e os 6 anos:No seu segundo ano de vida, as crianças crescem mais lenta-mente. Não há aqui qualquer motivo para alarme, é natural que isso aconteça. No entanto, é a partir desta idade que as crianças começam a contrair doenças, talvez por estarem em maior con-tato com o exterior, mais expostas a poeiras, bactérias e vírus.

A maioria das crianças europeia é vista por um médico uma a três vezes por ano. Em Portugal, os números revelam que a mortali-dade infantil diminuiu, resultado que coloca o nosso país entre os melhores nesta área. Os cuidados de saúde a ter com as crianças são essenciais para um crescimento e desenvolvimento saudável. Nesta edição, vamos falar de SAÚDE INFANTIL…

Maioria das crianças vaiao médico uma a trêsvezes por ano

SAÚDE INFANTIL

“Dos 2 aos 6 anos são motivo frequente de consulta os atra-sos de linguagem. Aos 2 anos, a criança já deve ser entendida quer por familiares quer por estranhos, deve conseguir cons-truir frases. Outros problemas são os que se prendem com os comportamen tos difíceis”, adverte a pediatra Helena Porfírio. “Nesta fase a criança está já muito autónoma, começa a afirmar--se, tem birras, comportamentos de oposi ção que exigem dos pais e educadores grande capacidade de interação, disponibi-lidade psicológica e exercício de autoridade. É profundamente errado fazer todas as vontades às crianças nesta idade, ceder a todas as suas exigências ou birras. É preciso que os pais e edu-cadores saibam dizer não na altura certa e adequadamente”, sublinha.Nesta fase, a criança deve ir regularmente ao médico. É impor-tante que seja observada por um especialista aos 15 e aos 18 meses e depois aos 2, 3, 4, e 5-6 anos: Aos 15 meses, a criança-deve ser vacinado contra o sarampo, a papeira e a rubéola e com outras vacinas que o médico recomende. Entre os 18 e os 24 meses, deve-se fazer o primeiro reforço da vacina contra a tosse convulsa, difteria e tétano e outras vacinas recomendadas pelo médico. Por volta dos 2 anos, altura em que por norma já se controlam os esfíncteres urinários diurnos, os pais devem levar a criança à Ortopedia pediátrica, e aos 3 anos de idade deverão também fazer uma consulta de Oftalmologia pediátrica. “A higiene oral também é muito importante e, por isso, uma ida ao higienista e/ou ao esto matologista deverá fazer-se por volta dos 4 anos”, aconselha Marinela Teixeira. “Depois dos 4 anos, começam a diminuir as doenças respiratórias, salvo as amigdalites que começam a aparecer com maior frequência”, explica Mário Cordeiro.“Na idade escolar, há uma ou outra situação de doença episó-dica, mas rara, dado que se trata do grupo etário mais saudável e que pouco adoece”, concluiu.

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Uma em cada três crianças em Portugal tem alergiasUma em cada três crianças portuguesas sofre ou já sofreu de doença alérgica, patologia que é mais prevalente na idade pe-diátrica e que geralmente se torna uma companhia ao longo da vida. O panorama foi traçado por Libério Ribeiro, presiden-te da nova Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica, estrutura criada com o objetivo de fazer parcerias com outras entidades, estando em pé de igualdade com as sociedades congéneres. Segundo Libério Ribeiro, cerca de 80% das doen-

A partir dos 2 anos, a criança já pode ter o regime alimentar da família e deverá ingerir diariamente cerca de meio litro de leite ou derivados.

ESPECIAL

SAÚDE

Infeções respiratórias na infânciaA bronquiolite é uma infeção respiratória viral, sendo 50 a 90 por cento dos casos provocados pelo Vírus Sincicial Respira-tório (VSR). É uma doença contagiosa, transmitindo-se o vírus diretamente por secreções contaminadas (tosse, espirro) e in-diretamente pelas mãos ou utensílios contaminados. As epi-demias ocorrem sobretudo entre os meses de outubro e mar-ço, atingindo as crianças com menos de dois anos de idade. A bronquiolite representa um problema de Saúde Pública, sendo a sua prevenção fundamental, onde os fisioterapeutas têm um papel preponderante ao nível do ensino dos pais e educadores, indo de encontro ao objetivo principal do Programa Nacional de Saúde Escolar da Direção Geral de Saúde, promover e pro-teger a saúde e prevenir a doença na comunidade educativa. O ensino e informação aos pais, sobre o risco que a criança cor-re de contrair uma infeção das vias respiratórias, sobretudo se nasceu numa época de epidemia, se frequenta ou tem irmãos que frequentam creches, é de primordial importância na pre-venção deste tipo de infeção. A promoção de regras de higie-ne e cuidados básicos dirigidas aos pais e educadores deverá diminuir a incidência da bronquiolite. A prevenção tem dois objetivos principais, designadamente reduzir a incidência da bronquiolite e retardar a idade da primeira infeção.

Dos 4 aos 5-6 anosPrepare o seu filho para a entrada na escola. É natural que se sinta inseguro e receoso nesta fase. Afinal de contas, a entrada no ensino primário é uma grande responsabilidade. Também aqui os pais têm um papel muito importante: devem tentar acalmá-lo antes da entrada na escola, motivá--lo para a leitura e para o estudo, estar a par das suas dificul-dades e ajudá-lo a ultrapassá-las.

Entre os 18 e os 23 meses até aos três anos, tente retirar-lhe, aos poucos e com calma, a chupeta e o biberão (caso ainda os utilize).

A partir dos 2 anos, pode começar a utilizar pasta dentífrica (a quantidade será o equivalente à unha do dedo mindinho da criança).

A entrada na escola

Entre os 3 e os 4 anosSe o seu filho for para uma creche ou um jardim infantil, visite o local e fale com os educadores antes de o inscrever. Informe-se acerca das condições de segurança e das ativida-des pedagógicas. Nesta fase é importante acompanhar o seu filho, participando nas atividades escolares e incentivando-o à descoberta e ao raciocínio lógico.

Alimentação

COMO PREVENIR A BRONQUIOLITE

1. Lavagem das mãos com água e sabão: A simples lavagem das mãos com água e sabão é a primeira medida indispensá-vel a uma proteção eficaz, principalmente antes do contato com a criança. Os anti-sépticos podem ser uma alternativa.

2. Lavagem do nariz com soro fisiológico: O ensino da lava-gem do nariz com soro fisiológico durante as rinofaringites também é muito importante.

3. Esterilização dos biberões: Regra de higiene simples que deve ser ensinada e à qual se deve dar atenção.

4. Lavagem frequente dos objetos e superfícies: A lavagem frequente dos brinquedos, das chuchas (que não devem ser partilhadas), dos objetos e das superfícies é de extrema im-portância. Quer em casa, quer na escola, os objetos em con-tato com as crianças devem ser diariamente desinfetados.

5. Evitar a exposição de crianças a ambientes de fumo: Existe uma correlação positiva entre a gravidade da bronquiolite e a existência de um fumador em casa. As crianças filhas de fumadoras apresentam uma maior incidência de infeções respiratórias e otites crónicas.

6. Evitar o contato da criança com familiares e amigos cons-tipados: Esta regra torna-se mais importante ainda quando a criança é mais pequena. Se a própria mãe ou cuidador está constipado, deverá usar máscara que lhe cubra a boca e o nariz durante os cuidados dispensados à criança, caso não haja uma pessoa disponível para o substituir. É também re-comendado que lugares com grande concentração de pes-soas, como transportes públicos e supermercados sejam evi-tados, principalmente com crianças de risco.

7. Manter um bom nível nutricional: O aleitamento materno é de extrema importância, uma vez que o colostro e o leite humano contêm anticorpos contra bactérias e vírus impor-tantes na defesa das crianças contra infeções, designada-mente a bronquiolite.

8. Retardar a admissão da criança na creche pelo menos até aos 6 meses: Todas as crianças que frequentam creches ou que têm irmãos que as frequentam têm uma probabilidade maior de contrair a doença, posto isto, é importante dimi-nuir o risco, sendo recomendável, em período de epidemia, retardar a admissão da criança na creche pelo menos até aos 6 meses.

CUIDADOS ADICIONAIS

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ças alérgicas começam nos primeiros anos de idade e são em grande parte hereditárias. Nos primeiros meses de vida, a aler-gia mais frequente é a de origem alimentar. A partir dos dois ou três anos começam a aparecer as alergias por via respiratória ou inalatória. No fundo, o que se nota na criança é uma evolução do tipo de alergia ao longo do crescimento, num movimento que o especialista designa como marcha alérgica. Primeiro, ma-nifestações de alergia alimentar, depois eczema e alergia respi-ratória. Estas doenças vão acompanhar as crianças até à idade adulta, porque há sempre uma base alérgica, mas o especialista lembra que “uma alergia bem controlada corresponde a uma alergia curada”, alertando para o “mito” - que disse ser “total-mente errado” - de que a asma passa com a idade. “Quando se é alérgico é-se até ao fim da vida”, explicou. O presidente da Sociedade de Alergologia Pediátrica lamenta, contudo, que haja uma subvalorização destas doenças que começa logo nos próprios pais e que se estende muitas vezes a alguns médicos. Para Libério Ribeiro, as doenças alérgicas são das mais subvalo-rizadas, subdiagnosticadas e subtratadas.

Reações alérgicas da pele atingem 30% das criançasCom uma taxa de prevalência que duplicou nas últimas três décadas, o eczema atópico, uma inflamação cutânea também designada por dermatite ou dermite, surge, frequentemente, entre os primeiros quatro e seis meses de vida. Em Portugal, esta patologia da pele afeta cerca de 75% dos bebés, durante os primeiros seis meses de vida. Em 60% dos bebés, a doen-ça desaparece mas estima-se que a sua evolução já atinja uma percentagem de 30% de crianças.Ficam 5 conselhos para prevenir e tratar esta patologia:

1. Evitar roupa áspera e apertada2. Cortar sempre as unhas para evitar a tendência de coçar3. Duche deve ser diário4. Hidratar a pele constantemente5. Evitar chocolates, leite, ovos, citrinos e frutos secos

Obesidade infantil: mais de 90% das crianças portuguesas come “fast-food”Segundo a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da Europa com maior número de crianças com excesso de peso: 32% das crianças entre os 6 e os 8 anos têm excesso de peso e 14% são obesas. O sexo feminino apresenta valores superiores às do sexo masculino. O último estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre obesidade infan-til revela, também, que mais de 90% das crianças portugue-sas come “fast-food”, doces e bebe refrigerantes, pelo menos quatro vezes por semana, menos de um por cento das crianças bebe água todos os dias e só dois por cento consome fruta fres-ca diariamente.

Sono das crianças é mais importante do que se pensaEstudos do National Center on Sleep Disordrs Research (NCS-DR) revelam que as crianças privadas de sono estão mais su-jeitas a ter acidentes, são mais fracas e apresentam baixo ren-dimento escolar. Muitas delas parecem hiperativas, podendo transformar-se em adultos obesos e com problemas respirató-rios e coronários. Investigações paralelas, levadas a cabo em Itália, corroboram a mesma ideia: aquelas que entre os três e os cinco anos, durmam menos de dez horas por dia, têm mais 86 por cento de probabilidades de sofrer acidentes. Um outro estudo realizado por investigadores da University of Colorado, nos EUA, constatou que, as crianças que não fazem sestas diá-rias estão em maior risco de desenvolver problemas de humor com a idade. O estudo comprovou que as crianças entre os dois e os três anos que falhavam apenas uma única sesta apresenta-vam uma maior ansiedade, menos diversão e interesse e uma menor capacidade de resolver os problemas. “Muitas crianças não dormem o suficiente, as sestas diárias são uma forma de assegurar a quantidade de sono necessária”, revelou a líder do estudo, Monique LeBourgeois.

Autismo afeta cinco em cada dez mil crianças Estima-se que, em todo o mundo, cerca de cinco em cada dez mil crianças sofre de autismo, patologia que se traduz no défice cognitivo e perturbações comportamentais, de sociabilização e linguagem, com reflexo no seu comportamento. Especialistas afirmam que resulta de uma perturbação do desenvolvimen-to do sistema nervoso que afeta o funcionamento cerebral a vários níveis e que ocorre ainda antes do nascimento. A diver-sidade de diagnóstico, tanto pelas áreas Definitivamente aban-donada está a ideia de que o autismo resulta da falta de carinho materno. Apesar de afetar o comportamento, a sua origem não está nas emoções, sublinham o especialista, “não há nenhuma ligação definida entre aspetos emocionais na gravidez e o apa-recimento do autismo. É o resultado de uma disfunção cere-bral. Nasce-se autista.”

Cefaleia é a dor mais frequente nas criançasA queixa de dor de cabeça (cefaleia) numa criança provoca perturbação e ansiedade nos pais e familiares e, até mesmo na própria criança. Estima-se que 20% da população pediátrica tem cefaleias crónicas, sendo as causas mais frequentes a enxa-queca e cefaleias de tensão. Na maioria dos casos, o questioná-rio das caraterísticas das cefaleias, a observação cuidadosa da criança e um exame neurológico completo são suficientes para o médico fazer o diagnóstico correto. Este diagnóstico preciso é fundamental para o aconselhamento, caso a caso, da medica-ção necessária. O primeiro passo do tratamento é evitar os fa-tores que desencadeiam a crise. O uso de analgésicos comuns é muitas vezes eficaz nas crianças e, por vezes, constitui mesmo o único tratamento necessário para reduzir as enxaquecas. Nas cefaleias de tensão o mais importante é a prevenção, aliviando a pressão e procurando uma actividade lúdica regular.

Análise de

Mercado

ESPECIAL

SAÚDE

Fontes: Sapo Saúde;  www.alert.pt <http://www.alert.pt> ; www.rcmpharma.com

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Brevesobesidade infantil

programa para incentivar consumo de fruta arrancou nas escolas A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil inicia nas escolas um programa educativo para incentivar o consumo de fruta no lanche escolar nos jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo.

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4 toneladas medicamentos enviados pelo Governo para o Rio de JaneiroO Ministério da Saúde enviou quatro toneladas de medicamentos para o Estado do Rio de Janeiro, que sofre com as cheias provocadas pelas chuvas. O envio inclui medicamentos como antibióticos, anti-infla-matórios, analgésicos, anti-parasitários, anti-térmicos, além de mate-rial para curativos e acessórios médicos descartáveis. A estimativa é de que o material seja suficiente para atender a cerca de 30 mil pes-soas num mês.

cirurgia olhos castanhos em azuisMudar a cor dos olhos pode vir a ser o novo boom das cirurgias esté-ticas. Um investigador da Califórnia garante conseguir transformar olhos castanhos em olhos azuis numa cirurgia que demora cerca de 20 segundos.

docesgostar adoça-nos a personalidade? Foi descoberta uma relação entre as preferências alimentares e a per-sonalidade. Se adora doces, talvez a sua personalidade seja mais doce. O estudo foi publicado “Journal of Personality e Social Psychology”.

antipsicóticosportugueses desenvolvem potenciais fármacos Uma equipa de investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho está a desenvolver potenciais fármacos para o tratamento de doenças psiquiátricas.

carne vermelhaconsumo pode estar associado ao desenvolvimento de cancro do rimA região Norte é a que apresenta maior taxa de cobertura de vacinação contra a gripe sazonal, com cerca de 40% da população de risco já vaci-nada, revelam os dados mais recentes do Vacinómetro.

leucemiaesperança para doentes de leucemia espera investidores Empresa do ramo da biotecnologia pretende lançar no mercado uma terapia celular que soluciona a rejeição de transplantes. Falta o finan-ciamento. Ainda é uma start-up à procura de investidores, mas, por trás, tem quatro sócios com uma investigação certificada na área e um plano de negócios promissor.

acupuncturaestimula fertilidade em mulheresDe acordo com estudo divulgado pela Cornell University e Meridian Medical, em Nova Iorque, as mulheres que tentam engravidar podem ser beneficiadas pela acupunctura. Segundo os investigadores, os benefícios da técnica para a fertilidade feminina revelou que esta pode ajudar a reduzir o stress, aumentar o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos e ajudar a normalizar a ovulação, fatores necessários para o sucesso da concepção.

sonomá qualidade aumenta problemas de saúde nos jovens diabéticos Os jovens diabéticos podem ter dificuldades em ter um bom sono noturno, o que pode resultar num pior controlo da glicemia, pior ren-dimento escolar e má conduta, sugere um estudo publicado na revista “Sleep”. “

saúde mentalmelhora com vitaminas e ácidos gordos ómega-3 A adoção de uma dieta rica em vitaminas e ácidos gordos ómega-3 pelos idosos pode ajudar a evitar o atrofiamento do cérebro asso-ciado à doença de Alzheimer, sugere um estudo publicado na revista “Neurology”.

cancro do pâncreasIdentificado um gene associado Investigadores americanos identificaram um gene, o ATM, que está associado ao maior risco de desenvolvimento do cancro do pâncreas, dá conta um estudo publicado na revista “Cancer Discovery”.

mãessão mais felizes e saudáveis quando trabalhamAs mães que trabalham tendem a ser mais saudáveis e felizes do que aquelas que ficam em casa durante a infância dos seus filhos, de acordo com um novo estudo publicado no “Journal of Family Psychology”.

emagrecercomer devagar ajuda A velocidade com que ingerimos os alimentos tem influência no peso corporal e comer devagar tem resultados equiparáveis aos de uma cirurgia bariátrica, revela um estudo realizado por uma investigadora portuguesa que ganhou um prémio internacional.

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