N Respostas 20 - fevereiro/março 2012

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Comunicação: das cavernas às redes sociais Ano V • Nº 20 • fevereiro/março 2012 • R$ 8,90 soluções para o mundo empresarial Roberto Shinyashiki Cinco segredos para resolver problemas Mario Sergio Cortella Espiritualidade no trabalho? Paulo Storani Pedro Mandelli Pense na sua vida do final para o começo Entrevista exclusiva com O ex-capitão do BOPE que inspirou o filme “Tropa de elite”

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A revista N Respostas é uma publicação da N Produções, e objetiva oferecer soluções para o mundo empresarial. Editora-chefe: Renata Araujo, Arte: Leticia Marchini, Diretor Executivo: Jose Paulo Furtado

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1NRespostasfevereiro\ março 2012

Comunicação:das cavernas

às redes sociais

Ano V • Nº 20 • fevereiro/março 2012 • R$ 8,90

soluções para o mundo empresarial

Roberto ShinyashikiCinco segredos pararesolver problemas

Mario Sergio CortellaEspiritualidadeno trabalho?

PauloStorani

Pedro MandelliPense na sua vida do final para o começo

Entrevista exclusiva com

O ex-capitão do BOPE que inspirou o filme “Tropa de elite”

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Juntos eles vão mostrar para toda a sua equipeo caminho da excelência

Sonhe, prepare-se, motive-se,tenha metas, voe alto!

e Eduardo TevahDaniel Godri

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José Paulo FurtadoDiretor da Revista N Respostas

estamos começando mais um ano, espero que em 2012 você possa prosseguir no seu caminho rumo ao sucesso e realizações de seus sonhos.Venho reparando nas redes sociais Twitter e principalmente no Face-book uma repetitiva comemoração pela chegada da sexta-feira. Co-mecei a me questionar por que as pessoas ficam tão felizes pelo fato de ser sexta. Fui a campo, e descobri algo não muito saudável junto a esses torcedores fanáticos da sexta-feira. Descobri que, em primeiro lugar, eles não gostam dos chefes. Em segundo lugar, não gostam do que fazem. Por último, o óbvio, que é ficar feliz por estar livre 2 dias, descansar, e próximos das pessoas que amam, para mim, aí sim, o verdadeiro e válido motivo para tanta felicidade das sextas-feiras.As sextas-feiras, para alguns profissionais, são um alívio, parecem ser os únicos dias genuinamente possíveis de felicidade. Pergunto-me como devem ser os outros dias da semana para um profissional assim. Estou iniciando uma campanha: Uh-hu! Hoje é segunda-feira!Creio que nosso país espera por um exército de pro-fissionais com desejo de conquistar mercado, an-seio de crescer, de se desenvolver, gerar empregos, riqueza, e fazer a diferença no Brasil e no mundo.No Brasil dos feriados e dos enforcamentos de dias úteis de trabalho, sei que vou parecer um chato de plantão, mas está na hora de acordarmos para fazer-mos das empresas brasileiras referência no mundo.

Certo dia, ouvindo a palestra do Alexandre Garcia, ele comentou: “Hipótese - Vamos equivaler a população do Brasil à do Japão, cerca 190 milhões de habitantes. Geograficamente, mantemos Bra-sil como é, e o Japão como é, uma ilha com terremotos, maremotos e menor que o estado de Minas Gerais. Agora vamos colocar toda

a população do Japão no Brasil e transferir toda a população brasileira para o Japão. O que você acha que vai virar o Brasil em 10 anos? Não tenho dúvi-da nenhuma que em 10 anos o Brasil será a maior potência do mundo”. Belo exercício de visão, não acha? Será que chegaremos um dia onde queremos comemorando os dias que não trabalhamos?Caro leitor, chegou a nossa hora, somos 190 mi-lhões de brasileiros, temos que fazer do nosso país o melhor lugar do mundo, temos muitos desafios a superar, muito a prosperar, não é hora de feria-do nem de sexta-feira, é a hora de comemorar a chegada da segunda-feira. Mãos à obra, o sucesso é conquistado mantendo um grande trabalho to-dos os dias da semana e não apenas comemorando sexta-feira.

Boa segunda e muito sucesso!

twitter.com/[email protected]

Caro leitor,

Uh-hu, hoje é segunda-feira!

Carta ao LeitorN Palavras

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N Respostas é uma publicação da N Produções

Diretor-Executivo:José Paulo Furtado

Direção de Arte:Letícia [email protected]

Editoração / Capa:Letícia Marchini

Editora-ChefeRenata Araú[email protected]

Jornalista responsável:Cid Furtado Filho DRT DF 1297

Revisão:Denise Goulart

Fotografia:Telmo Ximenes / Stock Photos

Reportagem:Renata Araújo

Colaboradores desta edição:Pedro Mandelli • Stephen Kanitz • Homero Reis • Mario Sergio Cortella • Roberto Shinyashiki • Demetrius Borel Lucindo • Eduardo Ferraz • Rodrigo Cardoso • Roberto Guimarães • Christian Barbosa • Dr. Francisco de Assis L. Campos

Diretora Financeira:Ana Paula Abí[email protected]

Diretor Comercial:José Paulo [email protected]

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Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas:

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Como anunciar: 61 3272.1027 de 2.ª a 6.ª, das 9 às 18h [email protected]

A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados.

Tiragem: 20.000 exemplares.

Impressão: Gráfica Piloto - Goiânia

[email protected]

“Tenho acompanhado as suces-sivas edições da N Respostas. Cheguei a encaminhar uma pergunta que, inclusive, já foi respondida.

Gosto muito dos temas e assuntos discutidos, mas sinto falta de con-teúdo que atenda mais aos inte-resses do funcionalismo público.”

Leticia AzzolinServidora pú[email protected]

“Quero parabenizar a revista pela matéria sobre Steve Jobs,

capa da edição de final de ano.Li muita coisa sobre ele por ocasião de sua morte e a publi-cada por vocês foi a mais com-pleta, clara e objetiva.

Sou fã dessa grande persona-lidade e ler um texto tão bem escrito a seu respeito me trouxe grande satisfação.

Parabéns, Carlos Hilsdorf. Pa-rabéns, N Respostas.”

Adriana Velloso [email protected]

Leitor

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Capa

SeçõeS

CoLuniStaS

Índice

10. COMUNICAÇÃO: das cavernas às redes sociais por Renata Araújo

18. pedRO MANdellI Além da hierarquia

25. deMetRIUs BORel lUCINdO N Investimentos

26. ROBeRtO shINyAshIkI dicas de campeão

34. hOMeRO ReIs pergunte ao coach

38. MARIO seRgIO CORtellA Filosofando

3. N pAlAvRAs

7. eNtRevIstA paulo storani

20. N FlAshes Quem passa pelos eventos da N produções

22. OpINIÃO - stephen kanitz Iniciativa e acabativa

24. etC. entretenimento, trabalho, casa

28. eCO NOtíCIAs

Ano IV • Nº 18 • outubro / novembro 2011

14. ReCURsOs hUMANOs - eduardo Ferraz treinamentos dão resultado?

16. veNdAs - Rodrigo Cardoso A melhor maneira de combater objeções

30. gestÃO de teMpO - Christian Barbosa A vida acontece lá fora

32. COMpORtAMeNtO - Roberto guimarães socorro! tem um criativo no meu time

36. jURídICO - dr. Francisco de Assis l. Campos O advogado e seu ofício

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Entrevista

A que você atribui a enorme aceitação do seu discurso no mundo corporativo?À semelhança dos processos. O que faz uma tropa de elite, também cha-mada de equipe de alta performance ou de alto rendimento; aquela que está sempre se superando, batendo metas mais desafiadoras; aquele gru-po de pessoas que se reúne por um propósito e por esse propósito vai além, são processos básicos de sele-ção, capacitação, avaliação e contro-le. A seleção rígida das pessoas que vão compor esse grupo; a capacita-ção delas e, principalmente, a avalia-ção de desempenho. O controle do desempenho dessas pessoas. Eu en-tendo controle como uma forma de avaliação. Porque as pessoas, quan-do têm metas estabelecidas, têm uma capacidade maior de se cobrar. Quem não tem metas simplesmen-

te trabalha em cima de uma rotina. Quando você tem indicadores de re-sultados, você se comporta de uma maneira diferente. Psicologicamente se vê tentado a buscar se superar. Ou você está sendo cobrado ou você se cobra... Isso vem ao encontro do que as pessoas querem. Só que elas não tinham ideia de que o exemplo poderia vir de uma atividade tão di-ferente da delas, como a atividade policial de alto risco. Por conta do filme, elas tiveram esse conheci-mento. Esse talvez seja o segredo do sucesso.

e como se avalia desempenhos?No BOPE, por exemplo, o desem-penho é avaliado em três dimensões: a primeira é a conduta, o compor-tamento prescrito, aquilo que você espera que a pessoa faça. Normal-mente, é baseado nos nossos prin-

cípios, em nossa estrutura de valor. A segunda é a qualidade. Não tem como fazer mais ou menos. A nos-sa atividade não permite não fazer-mos o melhor, não permite fazer nada diferente do melhor. Não fazer o melhor significa fazer mal feito e significa aumentar o risco que já é natural da nossa atividade. O tercei-ro é o resultado. Missão dada é mis-são cumprida. Porque essa é a nossa natureza. Fomos constituídos para isso. Se você não tiver resultado, você descaracteriza a tropa de elite.

existem diferenças e semelhanças na condução dos treinamentos de uma tropa como o BOpe e de uma equipe corporativa de alto desempenho. O que você nos diz a esse respeito?No mundo corporativo existe a pressão pelo resultado, mas há um

paulo Roberto storani Botelho, ex-capitão do Batalhão de Operações especiais da polícia Militar do Rio de janeiro e um dos inspiradores do personagem Capitão Nascimento dos filmes Tropa de elite, propõe uma análise comparativa entre a realidade do BOpe e das empresas da iniciativa privada. Mestre em Antropologia, pós-graduado em Administração pública e em gestão de Recursos humanos, storani fala ao leitor da N Respostas: vá e vença!!

por Renata Araújo

PauloStorani

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antagonismo entre essa questão e o respeito ao timing individual. Quando a gente fala em competi-ção, em agressividade de mercado, fala em concorrência, o timing não é o timing das pessoas, é o timing que se estabelece para o sucesso. Aí, vejo um posicionamento, que muito res-peito, dentro de uma linha mais hu-manista; uma linha de respeito aos limites das pessoas. Causar traumas, transtornos e preocupação faz mal à saúde? Faz! Mas tem pessoas que es-tão preparadas para isso, têm perfil para isso. O problema é quando as pessoas não estão preparadas e que-rem entrar nesse mundo. Então, o camarada muito bem formado, mas que não tem condição de suportar a pressão naquela busca de resultado, acaba perdendo o emprego. Ele tem conhecimento, mas não tem a ati-tude necessária. Aí, como é que se faz? Ele se adapta? Se submete? Ele se revê. Eu acho que isso é possível fazer. Agora, tem gente que entra para o mundo competitivo e não quer ser pressionado pelo resultado. Vê-se aviltado em seus valores, na sua condição, nas suas limitações. Há um desrespeito a isso e surgem os problemas trabalhistas de todas as ordens. Então, no meu discurso, mostro às pessoas que na situação de busca por grandes resultados você tem que ter perfil para isso. Onde você percebe a maior dificuldade para obtenção do alto desempenho?Uma coisa que eu tenho observado é que no Brasil o sistema educa-cional não prepara as pessoas para liderar. Nós não formamos líderes. Nós acabamos deixando que o dia a dia das pessoas, sua vivência fa-miliar, sua vivência na juventude vá moldando o tipo de perfil que no momento certo aflora. As pesso-

as competitivas inspiram as demais e sabem usar o tom certo. Essas são habilidades que a vida propor-cionou. Eu vejo isso. Então, a difi-culdade está em fazer com que as pessoas busquem se superar. Tem pessoas que partem do princípio que não vão alcançar o resultado. Pen-sam que somente aqueles que são os campeões de venda, são os melhores produtores de resultado, ganham os prêmios. Então já ficam certos de que não vão conseguir. Aí, formam--se dois grupos: os que são sempre os melhores e os que desistem antes de começar a luta. e o que deve ser feito em relação a isso?É preciso mobilizar essas pessoas. Aí vem a minha estratégia. Que moti-vos são capazes de nos mobilizar para buscar o resultado? Essa é a grande questão. Parece-me que a falta de motivação pode ocorrer simples-mente por ela não ter refletido sobre sua importância dentro do sistema. Ver o que você representa enquanto trabalhador. As pessoas acham que primeiro elas têm que ser valoriza-

das para depois mostrarem resulta-do. Isso não vai acontecer! O máxi-mo que vai acontecer é alguém lhe dar oportunidade, através de uma meta a ser batida, de você mostrar suas qualidades e a partir daí, sim, você passa a ser valorizado. Aqui no Brasil isso é muito comum. Nós te-mos uma tendência natural, cultural do povo brasileiro de alguém ter que nos dar atenção para que possamos produzir. Enquanto ninguém dá atenção para a gente, achamos que somos excluídos, despossuídos, que não somos valorizados. Quem é va-lorizado? Quem dá resultado, não tem outro jeito. Os demais vão sim-plesmente compor o time. Então, existem aqueles que vão dar resulta-do e vão puxar a curva para cima, e aqueles que ficam fazendo número. O problema para mim está naqueles que estão fazendo número. O que está acontecendo com eles? e o que fazer com essas pessoas?Temos que fazer com que essas pes-soas achem seus motivos. Essa é a grande questão. Despertar interna-

mente seus motivos. Eu vejo gran-des campanhas feitas em busca de resultados: premiação de viagem, e principalmente, o grande dife-rencial hoje no meio corporativo, a remuneração variável em cima dos seus resultados. Participação nos lucros, essa é uma grande fer-ramenta, não tenha dúvida disso. Esse é o grande elemento moti-vador das pessoas. A meritocracia está em você receber a sua base, mas todo o seu mérito vai render para você como benefício. Rende para você, rende para sua família que vai ser beneficiada com isso. Eu tenho visto que nós estamos muito passivos dentro da questão de metas a serem batidas.

“As pessoas acham que primeiro

elas têm que ser valorizadas para

depois mostrarem resultado. Isso não vai

acontecer!”

[Entrevista]

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O maior obstáculo para que as equipes se tornem uma tropa de elite diz respeito a como motivar essas pessoas?Essa é uma delas, a outra é a falta de disciplina na execução dos planos. No Brasil hoje nós já conseguimos definir nossos objetivos, já conse-guimos fazer um planejamento de médio, curto e longo prazo, mas há grande dificuldade em fazer as pes-soas executarem o plano. Define-se uma estratégia diferente, uma abor-dagem diferente, uma forma dife-rente de apresentar o seu produto, e você acaba não cumprindo. Mui-tas vezes consultorias contratadas acabam sem resultados porque os planos são mal executados devido à falta de disciplina. Deve-se cumprir um plano e fazer o que está deter-minado, mas fazer com qualidade. Fazer o melhor.em suas palestras, para quem você fala? A quem você se dirige: líderes ou liderados?Eu falo para os líderes. Esse é o ponto. No mundo corporativo, eles chamam de liderança as pessoas que têm cargo de chefia. Tudo bem, mas muitas vezes as pessoas estão em cargo de chefia por produto merito-crático. Essa é a liderança como as pessoas estão acostumadas no mun-do corporativo. Para mim, liderança é a capacidade de qualquer um, in-dependente da sua posição dentro da estrutura hierárquica, de influenciar os demais. Basta fazer o melhor. O BOPE é chamado de tropa de elite porque ali só tem chefe? Não! É de elite porque cada um, naquilo que faz, faz o melhor. O modelo é esse: nós somos o epicentro de um vortex de energia que se expande a partir do seu fazer, que mobiliza as outras pes-soas, nas suas funções para fazerem a mesma coisa. É assim que a gente vê

a liderança. Porque quando se tem isso, se tem a famosa sinergia. Todo mundo une a sua energia rumo ao objetivo comum. Então, quando eu digo que falo para líderes, digo que falo para qualquer um que, fazendo o seu melhor, influencia o outro. Aí você tem todo mundo motiva-do, com aquela pegada que faz a diferença em qualquer trabalho. Missão dada é missão cumprida!Quem você considera mais exigente, o cidadão ou o cliente?O cliente é muito mais exigente que o cidadão. As pessoas deveriam transferir a sua exigência pela qua-lidade de produtos e serviços que contrata para a administração públi-ca. A administração pública tem que se profissionalizar, no sentido de co-piar esses modelos que nós estamos encontrando no mundo corporativo. Nós teríamos um Brasil diferente se nossos presidentes da República, governadores e prefeitos tivessem indicadores de meta. Se tivéssemos indicadores de resultados que não estivessem sendo cumpridos, nós deveríamos ter o poder de tirá-los dessa posição, assim como qualquer CEO é retirado de uma empresa quando ele não vai bem. Quando nós fizermos isso, vamos ter uma administração pública totalmente diferente do que nós temos no Bra-sil hoje. Aonde eu fui e apliquei isso eu tive resultados. Meu sucesso no mundo da administração pública foi por conta desse modelo.em relação à sua experiência de trabalhar num filme, orientar e ser mote de um personagem que se tornou um ícone. você imaginava que esse personagem fosse mobilizar tanto assim o público?Nós não tínhamos ideia do que ia acontecer. A repercussão do

Capitão Nascimento no primeiro filme foi forte, acho que por conta do antagonismo entre o trabalho dele e o efeito que seu trabalho vinha produzindo na sua casa. Isso humanizou o personagem, serviu para a humanização da figura do policial, que tem os seus valores, mas que acaba cometendo até desvios de conduta. Mas, na verdade, nós não tínhamos a dimensão do que ia acontecer, principalmente com o mundo corporativo. Não tínhamos ideia de que as pessoas se veriam identificadas com aquele cara que se dedicava tanto ao trabalho e queria ir além; tinha uma equipe que treinava forte e buscava formar aquele que o iria substituir querendo que ele fosse melhor do que ele próprio, porque o processo de sucessão deve ser entendido como natural. Você não está formando alguém para ser seu competidor, você está formando alguém para ser seu substituto, porque você não vai permanecer na sua função eternamente. Em algum momento você vai sair dali para entrar num outro nível. Eu acho que esse foi o motivo da grande mobilização do público. Mas a transformação do personagem nesse herói é que foi uma coisa inesperada para todo mundo.

“Qualquer CeO é retirado de uma

empresa quando ele não vai bem.”

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Capa

por Renata Araújo

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O premiado filme “A Guerra do Fogo” (La Guerre du Feu), produção franco-canadense de 1981, nos ilus-tra a clara supremacia dos grupos de hominídeos que haviam desenvolvido maior complexidade na forma e melhor domínio dos meios de se comunicar. As dife-renças entre a comunicação pré-histórica e contem-porânea são bem menores do que podem parecer à primeira vista, uma vez que o princípio básico da co-municação continua o mesmo: intercâmbio de infor-mações em que se busca a mínima distorção dos dados transmitidos. Francis Bacon, pensador do século XVI, dizia que “saber é poder” e essa verdade impera des-de o surgimento dos homo sapiens sapiens. Sucessivas transformações na forma de se comunicar, como as invenções do telégrafo, do rádio e da televisão aca-baram reduzindo o mundo a uma imensa “aldeia global”. Mas o que consolidou defini-tivamente a ideia de globali-zação foi o progresso tecno-lógico advindo do fácil acesso à internet, dos computadores pessoais e dos gadgets. Ainda no início da evolução dos meios de comunicação

de massa, as atenções estavam voltadas para o cinema. Uma tela enorme reunia pessoas em locais públicos para compartilhar experiências e emoções. Com o tempo, a televisão ganhou lugar de destaque e sua tela, instalada no ambiente privado das residências, conec-tava todos da casa com os acontecimentos do mundo. Com passar do tempo, a tela do computador transfor-mou a rotina de todos. Trabalhar, aprender, se divertir e interagir passou a ser uma experiência individual na qual o real e o virtual se misturam. De repente, sur-ge a tela que mudaria em definitivo todo o processo

da comunicação, a “tela de bolso” disponível em smartphones e ta-blets. É a evolução dos aparelhos de telefone celular e dos com-putadores portáteis. A partir de então, a comunicação tornou-se sem fronteiras. A conexão com o

mundo é constante. A qualquer hora, em qual-quer lugar e sem nenhuma espécie de filtro ou freio, informações vão e vêm, interligando instantaneamente povos, culturas e nações (The fourth screen - http://www.youtube.com/watch?v=5V-2qQS3NY0). Não existe mais privacidade, sendo ou não conhecida do

“As diferenças entre a comunicação pré-histórica e contemporânea são bem menores do que podem parecer à primeira vista.”

A invenção da escrita, da roda, a capacidade de confeccionar fer-ramentas e o surgimento da prensa mecânica para a impressão de textos são adventos que comprovam que a história da humanidade se confunde com a história do conhecimento (Cortella, 2010). Con-tudo, a instantaneidade com que a comunicação e a divulgação das

mais diversas formas de livre expressão de pensamento se dá no mundo atual imprime às sociedades contemporâneas ritmo de desenvolvimento bastante di-ferente dos apresentados na humanidade desde seu início.

A necessidade de saber o que ocorre além de suas experiências diretas é consi-derada, pelos antropólogos, uma característica intrínseca ao ser humano e sua existência é observada desde os povos mais primitivos. Atendendo a este instin-to, o instinto de conscientização (o Awareness Instinct, de kovach e Rosenstiel, 2001) existe desde os primórdios da humanidade: a comunicação.

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grande público, qualquer um pode ser fotografado e filmado a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer lugar, e ter sua intimidade espalhada pelos quatro cantos do mundo.O processo de digitalização facilita o contato entre os membros de grupos

sociais e tem sido de tal forma importante que chega a provocar confusão semântica. Redes sociais são es-truturas que unem indivíduos no compartilhamento de valores e objetivos e existem desde o início da hu-manidade. Facebook, Linkedin, Orkut, Twitter nada mais são do que plataformas e veículos que facilitam o contato e a aproximação interativa desses grupos.Com o advento da internet banda larga e com o ba-rateamento do seu acesso, os mundos on e off-line se misturam e brigam por relevância diante do usuário, é o cibridismo. A pesquisadora Giselle Beiguelman considera que a experiência de estar entre redes já ca-racteriza o século XXI como cíbrido e que aparelhos de telefone celular estão nos transformando em cibor-gues, uma vez que se tornaram quase que uma exten-são do nosso corpo e, graças à alta tecnologia mobile, expandem nossa experiência cotidiana ao possibilitar o acesso à realidade mista, fusão dos ambientes real e virtual. A sociedade da terceira onda, ou da Revolução Tec-nológica, é caracterizada pela mudança no enfoque do massificado para o individualizado. A busca pelo pon-tual, pelo individualizado e customizado, substituiu as grandes escalas e a produção em série da Revolução Industrial. A ilimitada capacidade de armazenamento de dados da web permite que o fenômeno conhecido como “cauda longa” seja explorado e pequenos nichos

de mercado sejam atendidos. So-mando-se a isso, o avanço das tecno-logias digitais retirou o consumidor da posição passiva de público-alvo, o colocou como figura determinante no processo de produção de riquezas e concedeu ao cidadão comum pode-res até então inimagináveis.

Desde então, vivemos tempos em que o conhecimento não é mais apenas um meio adicional de produção de riqueza, ele é seu meio dominante, conforme Al-vin Toffler preconizou, em 1970. Nessa Era, a Era da Comunicação Digital, a im-portância e o valor de uma empresa estão dentro da cabeça das pessoas que lá traba-lham. O patrimônio das organizações não é mais medido pelo seu inventário tangível e mensurável. Até mesmo os arquivos que armazenam as informações e o conheci-mento da empresa já não ocupam espaço

físico. Tais dados são armazenados de forma abstrata, sem ocupar espaço nem mesmo em discos rígidos, desde o surgimento da nuvem de computação, a cloud computing. Comunicar-se de forma interativa e veloz é fator de-terminante no usufruto pleno da vida na sociedade contemporânea. Tem mais poder aquele que melhor domina as ferramentas tecnológicas e quem transita com maior desenvoltura no ciberespaço. O desenvol-vimento e o aumento na quantidade de plataformas digitais com interfaces cada vez mais acessíveis trans-formaram sobremaneira o comportamento das redes sociais e constituíram uma forma sociocultural que advém de uma relação íntima de troca entre a socie-dade, a cultura e as novas tecnologias (Wi-kipédia). É a Cibercultura, assim deno-minada por Pierre Lévy, filósofo que se dedica a analise das interações entre a sociedade e a internet. Para ele, a tec-nologia, no campo da comunicação, liberta os indivíduos das limitações de espaço e tempo, permitindo conhecer lugares, assuntos que não poderiam ser conhecidos por inúmeras pessoas se não estivessem disponíveis nas infovias. A facilidade de acesso à informação, a liberdade de escolha dos conteúdos e o

Capa “A tecnologia,

no campo da comunicação,

liberta os indivíduos das limitações de

espaço e tempo.”

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consequente aumento do poder das pessoas enquanto consumidoras de produtos e de mídias foram alavan-cados a partir da internet comercial, em meados da década de 1990; contudo, não foram iniciados por ela. Esse processo teve início com a invenção do controle remoto para TVs (nos anos 1970), possibilitando ao usuário/consumidor a edição da mídia à sua maneira. É o que diz Martha Gabriel, em seu livro Marketing na Era Digital: Conceitos, Plataformas e Estratégias (Novatec, 2010). À medida que as tecnologias digitais têm presença mais constante nas atividades humanas, o marketing passa a influenciar ainda mais o ambiente digital. Para a especialista, com o acesso à informação começando na palma das mãos das pessoas, elas pas-sam a ter presença ativa em meio às marcas e frente aos demais consumidores. Poder buscar informações sobre empresas, marcas e produ-tos, quando e onde desejar, significa também poder trocar dicas, elogios e queixas com seus pares a qualquer instante e em velocidade suficiente para provocar sucesso imediato ou enorme prejuízo a qualquer marca ou negócio. Essa realidade induz ações de marke-ting direcionadas a segmentos espe-cíficos da sociedade, em oposição às ações tradicionais do marketing de massa, e muda completamente a relação marca/consumidor. O comportamento do usuário é o que alavanca a evolução das plataformas. A web 1.0, inicialmente utilizada apenas para consultas e captação de informações, passou a possibilitar também a inser-ção e troca de conteúdos pelos usuários (web 2.0). O desenvolvimento da web semântica, a 3.0, na qual ha-verá interpretação e contextualização dos dados, vem atender à demanda natural dos que incorporaram essa plataforma como principal fonte de informação e meio de interação. O uso refinado das ferramentas de tec-nologia digital confere a quem o faz o poder de selecio-nar pontualmente seus interesses e merece ser respei-tado nesse direito. Para Seth Godin, Vice-presidente de Marketing de Permissão do Yahoo!, a maneira mais eficaz de atingir esse público é conquistando sua per-missão para se apresentar. Assim, ele recrimina o uso de banners, pop-ups e demais práticas do marketing interruptivo, característicos da TV e do rádio.Também no ambiente organizacional a comunicação

digital transformou comportamentos. Não importa o campo de atuação nem o tamanho da empresa, é ine-vitável a utilização de computadores e/ou algum dis-positivo digital. Sistemas integrados de gestão, portais corporativos e intranet, plataformas de mídias digitais e de redes sociais ou mesmo a simples troca de emails imprimem novo ritmo e intermediam novas formas de relação da empresa, quer seja com seu público exter-no, quer com o interno. Neste contexto, o apresentador, blogueiro, twittei-ro e multimídia Marcelo Tas alerta: “quem acha que vai resolver a vida da empresa com equipamentos e novidades tecnológicas está embarcando numa canoa furada. Primeiro tem que resolver a rede de seres

humanos. Depois é que podemos virtualizá-la sem prejuízo da perda de qualidade”. Além disso, é preciso caute-la para não se colocar a temática da digitalização como sendo a única alterna-tiva de sucesso. Esse conselho, do filósofo e educador Mario Sérgio Cortella, baseia-se na ideia de que a so-ciedade do imediato nos atinge. “Vivemos a era da in-formação instantânea e altamente acelerada na dispo-nibilidade de dados. É a geração miojo. Relação miojo, namoro miojo, sexo miojo... Começamos a procurar o que é prático, ao invés de procurarmos o que é cer-to. Seria tolo não usar a tecnologia à nossa disposição para fazermos melhor o que fazemos. Então, não é que ela deva ser descartada, ela apenas não pode nos submeter.”

“vivemos a era da informação instantânea e altamente acelerada na disponibilidade de dados.”

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Responde:

Eduardo Ferrazwww.eduardoferraz.com.br

Sem treinamentos adequados as pessoas atuam no padrão “tentativa e erro”. Cada um faz do seu jeito e os desempenhos aca-bam sendo pouco consistentes. Atletas de

sucesso, além de possuírem um enorme talento, treinam muito. Mesmo um pianista excelente precisa de muitas horas de práti-ca e exercícios intensivos para in-terpretar uma partitura de forma impecável. Profissionais de alto nível nos esportes e artes geral-mente gastam 98% de seu tempo treinando ou estudando, e, no máximo, 2% do tempo se apre-sentando em público.Mas, nas empresas, acontece o contrário: investe-se 2% do tem-po em treinamento e 98% na exe-cução de tarefas. É claro que, com

essa proporção, haverá dificuldades para se alcançar resultados excelentes. Não há milagres. Já pensou o que aconteceria se um cantor de ópera resolvesse diminuir pela metade seu tempo de preparação e ensaios? E se um atleta interrompesse seus treinos um mês antes de uma competição importante? Você consegue imaginar as consequências? Quando os resultados começam a piorar ou a concorrência ocupa mais espaços, as empresas tendem a se proteger toman-do as medidas imediatistas, como demitir funcionários ou concluir que “falta moti-vação”. Então, usam discursos repetitivos e medidas meramente paliativas. O efeito dura pouco, já que não se treinou ninguém para valer. É como enxugar gelo!Neste cenário, são poucos os que têm a co-ragem de admitir que muitos funcionários

“Profissionais de alto nível

nos esportes e artes

geralmente gastam 98%

de seu tempo treinando ou

estudando, e, no máximo,

2% do tempo se

apresentando em público.”

?

!

Pergunta:Jane Santos

gerente Comercial

Recu

rsos

Hum

anos

Treinamentosdão resultados?

Como posso saber se os treinamentos que contrato realmente estão dando resultado?

15NRespostasfevereiro\ março 2012

(inclusive alguns chefes) não dominam suficientemente as operações ou não sabem exe-cutar tecnicamente as tarefas mais importantes. É mais fácil culpar a falta de motivação. Convenções, discursos e pales-tras (eu também dou palestras) são práticas louváveis, desde que acompanhadas de treina-mentos técnicos intensivos. E se eu treinar bastante minha equipe, ganho o jogo?

Ainda não. É preciso avaliar a qualidade e os re-sultados dos treinamentos. Se a empresa quiser bancar um curso sobre liderança para um fun-cionário, é fundamental mensurar os resulta-dos. Avalie o desempenho prático. Questione o que está sendo usado e se está dando resultados.

Analise também os instrutores ou consultores. Compare o que foi prometido com o que está sendo entregue. Invista tempo e dinheiro no que real-mente gere resultados mensu-ráveis. Quando fizer um curso de ven-das para sua equipe comercial, por exemplo, avalie os resulta-dos numéricos antes e depois do treinamento. Funcionou? Então continue investindo. Só

assim você saberá se contratou o treinamento certo.

Eduardo Ferraz é consultor em gestão de pessoas e especialista em treinamentos e consultorias “in company”, com aplicações práticas da Neurociência comportamental, possuindo mais de 30.000 horas de ex-periência prática. É pós-graduado em direção de empresas, especiali-zado em Coordenação e dinâmica de grupos e autor do livro “por que a gente é do jeito que a gente é?”, da editora gente. para mais informações, acesse www.eduardoferraz.com.br.

“são poucos os que têm a coragem de

admitir que muitos funcionários

(inclusive alguns chefes) não dominam

suficientemente as operações ou não sabem executar

tecnicamente as tarefas mais importantes.”

www.homeroreis.com(61) 3034-7414

A Vida é uma jornada de aprendizagem e autoconhecimento. Ser capaz de se colocar como aprendiz é essencial para viver com qualidade, profundidade e ética.

Pensando nisso, a Homero Reis e Consultores preparou o curso “Maestria Pessoal” para resgatar o prazer e a conexão com sua própria aprendizagem e auto-descoberta constante, para que você possa ser tudo de melhor que pode ser.

Venha conhecer a melhor parte do seu caminho!

www.nrespostas.com.br16 NRespostas

Responde:

Rodrigo Cardosowww.rodrigocardoso.com.br

?

!

Pergunta:Roberto dos Santos

vendedor

Alguma vez você já ouviu um “NÃO” no pro-cesso de vender um produto ou serviço, ou mesmo em uma negociação? Imagino que sua resposta seja um sonoro:- É claro que sim!Geralmente, é nesse momento que um profis-sional de vendas ou um negociador entra em desespero, sonhando com o fabuloso dia em que fará uma negociação e tudo sairá do jeitinho que ele quer, com o seu cliente dizendo “SIM” o tempo todo, para tudo o que ele expuser.A questão é que esse fabuloso dia simplesmente

nunca chegará! Precisamos urgen-temente aprender a conviver com as objeções e, principalmente, pas-sarmos a gostar delas, porque são preciosas oportunidades de apren-dizado. E você certamente dirá:- Mas, Rodrigo, gostar das obje-ções?! Que ideia maluca é essa?Isso mesmo! Acredite, não pode-ria haver nada pior do que ouvir

“SIM” durante toda sua explanação e, ao final, quando fizesse a pergunta mais importante – “Então, o senhor está interessado em adquirir nosso produto (ou serviço)? – ele simplesmen-te lhe dissesse um sonoro e lacônico “NÃO, OBRIGADO!”.Porque aí sim, iludido pela recorrente aceitação e concordância de seu cliente, você ficaria com-pletamente sem argumentos. As objeções cons-piram a nosso favor, indicam o caminho para a conclusão da venda. São elas que nos revelam o que falta para fechar um bom negócio. Portan-to, aprenda a tirar proveito delas e torne-se um vendedor e negociador exemplar.O grande problema é que os profissionais de vendas, sem treinamento adequado, querem combater as objeções no momento em que elas aparecem. É como chutar para o gol em cima dos zagueiros. O que sugiro, neste artigo, é que você primeiro drible os zagueiros e até o golei-ro, para somente depois chutar e fazer o gol!Aqui vão as dicas de como fazer:

objeções

“precisamos urgentemente

aprender a conviver com

as objeções e, principalmente, passar a gostar

delas.”

Vend

as

de combater

estou iniciando a carreira de vendedor e quero muito ser bem-sucedido nessa área. existe um “passo a passo” que eu possa seguir?

A melhor maneira

17NRespostasfevereiro\ março 2012

• Primeiro passoVocê deve descobrir quais são as objeções do seu cliente para a con-clusão positiva do negócio que de-seja realizar. Na analogia que estou fazendo, é o mesmo que descobrir quais são os zagueiros e onde estão posicionados, antes de chutar para o gol, ou seja, significa argumentar as objeções e concretizar a venda.Para descobrir onde estão os zaguei-ros, ou melhor, as objeções, use per-guntas como “O que lhe impede de adquirir nosso produto ou serviço agora?”. Provavelmente, as respostas dele serão as costumeiras, do tipo “Não tenho dinheiro, acabei de re-formar a casa, estou sem tempo, não posso tomar decisões sem minha es-posa etc.” Esses são os zagueiros!Geralmente, um vendedor sem treinamento começa a combater as objeções nesse exato momento. Er-rado! Embora ele já tenha identifica-do as razões que podem impedir o cliente de comprar, ainda não é hora de argumentar, ou seja, não é hora de chutar a bola para o gol. O mais prudente e inteligente, neste mo-mento, seria driblá-los para chutar somente quando o gol estiver livre.• Segundo passoFaça as objeções serem as últimas, ou seja, cerque-as antes de combatê--las!É simples: com tranquilidade, ten-tando ajudar o cliente a tomar a decisão, faça perguntas repetindo exatamente a mesma palavra que ele usou. Atenção! Eu digo exatamente porque na mente dele “caro” é dife-rente de “alto custo”, que é diferente de “preço acima das minhas possibi-lidades”. Para você, pode ser a mes-ma coisa, mas não corra o risco de criar sinônimos. Em vendas, isso é

muito perigoso.Pois bem, usando a mesma objeção do cliente, você deve cercá-la perguntan-do:- Essa é a única coi-sa que lhe impede? Quero dizer, além de o senhor achar “caro”, existe mais alguma coisa que lhe impede de ad-quirir o produto hoje?”Se ele responder que sim, basta voltar ao primeiro passo e repetir o processo, ANTES de começar a combater a objeção. Vá obtendo sin-tonia com ele. Pergunte: - Além de caro, além de o senhor não tomar decisão sem sua esposa, de não ter tempo, ainda tem mais alguma coisa que o impede?Verifique as expressões faciais e cor-porais, isso é muito importante. O que você está fazendo aqui é cercan-do e driblando os zagueiros. Apenas depois de esgotar todas as objeções é que você deve seguir em frente.• Terceiro passoUse o acordo condicional. Antes de começar a usar todos os seus habitu-ais argumentos, tais como diferentes formas de pagamento, modelos mais acessíveis e todos os outros que você já usa tão bem, ouça um “SIM” do cliente para seguir em frente. Para isso, ofereço a você agora um pre-sente, ou seja, a pergunta que vai fa-zer você ganhar o seu cliente porque só permite uma resposta verdadeira. E esta resposta é “SIM!”.“Caro cliente, se nós dois juntos en-contrarmos uma solução para essas objeções, que O SENHOR CON-CORDE, é claro, estaria disposto a falar a respeito da aquisição deste

produto (ou serviço)?”Atenção, leitor, essa é a sua hora de chutar para o gol! Coloque ênfase no tom de voz ao falar “... QUE O SENHOR CONCORDE...”, pois são exatamente essas palavras que garantem o “SIM” como resposta. Você está partindo do

pressuposto que venderá apenas se ele concordar com as soluções.Apenas após responder SIM é que você deve começar a argumentação de cada objeção. Infelizmente, não dá para sugerir argumentações para cada objeção do seu cliente neste artigo porque isso varia de produto para produto e de serviço para servi-ço, além do mais, você já deve saber argumentar muito bem. O que ensi-nei agora foi como chutar para o gol no momento certo! Com esses três passos, que também ensino nos meus treinamentos para vendedores, tenho obtido depoi-mentos de pessoas que aumentaram em até dez vezes o seu faturamento mensal, empresas que superaram suas metas de vendas por seis me-ses consecutivos com crescimento constante e muitos outros que você pode conferir no meu site, na seção de depoimentos.Meu desejo é que você pratique muito. Utilize o acordo condicional, memorize-o, torne-o natural, faça--o com suas palavras. Aproveite as técnicas e bons negócios!

Rodrigo Cardoso é palestrante corporativo, au-tor do livro “A resposta do sucesso está em suas mãos” e coautor do best seller internacional “ga-nhando mais”, com Ian Brooks. www.rodrigocardoso.com.br

“você deve descobrir quais são as objeções do seu cliente para a conclusão positiva do negócio que deseja realizar.”

www.nrespostas.com.br18 NRespostas

Em geral, as pessoas que reclamam de baixa qualidade de vida estão fa-lando, na verdade, da pouca quanti-dade de ócio. A pessoa não gosta do

que faz, não sabe aonde vai, não tem perspec-tiva e debita à empresa sua falta de horizonte. Às 7 horas da noite, não aguenta mais. Quan-

do chega em casa, a esposa diz: “Coitado!”. Deve ser mesmo um coitado: passou o dia in-teiro aborrecido com a falta de sentido do trabalho. Não gos-ta muito do que faz, não gosta muito da profissão, não sabe o que está fazendo com ela e, no início da noite, não aguenta mais: isso acontece com quem

trabalha somente com as estruturas de dever e acha que terá prazer no ócio.

AVALIE SUA SITUAÇÃOEm vez de pensar quantidade de ócio, refli-ta sobre sua qualidade de vida futura! Prepare uma lista das coisas que você faz diariamente e atribua a cada item o percentual de tempo dedi-cado. Normalmente, as pessoas atribuem 80% para trabalho e 20% para diversão e pronto. Dessa lista, entretanto, podem constar muitas outras coisas: trabalhar, estudar, planejar, so-breviver, crescer, cuidar da network, investir, divertir-se, entre tantas outras. Note como es-sas áreas acabam correspondendo às funções de qualquer empresa: produção, marketing, finan-ças, engenharia, manutenção, planejamento e por aí vai...Tendo em mente quanto você vale e quanto quer valer dentro de três anos, pegue item por item da lista e defina: vou destinar tantos por cento do meu tempo para trabalhar, tantos para estudar e assim por diante. Ao fazer isso – e tendo em mente o que quer ser e valer –, você se projeta no futuro. Quando voltar para o pre-sente, pode ser que sinta necessidade de fazer alguns ajustes. Quem sabe cortar um pouco do divertimento e aumentar o estudo. Se não fizer isso, estará comprometendo o que quer ser lá na frente.

“em vez de pen-sar quantidade de ócio, reflita sobre sua qualidade de

vida futura!”

Além da hierarquiape

dro

Man

delli

na sua vidaPense

Parte I

do finalpara o começo

19NRespostasfevereiro\ março 2012

Pense no seguinte: antigamente, as empresas pegavam pessoas passivas e investiam na formação delas. Hoje, ou buscam profissionais que já passaram por essa fase de investimento em outras organizações ou contratam

pessoas que investem em si mesmas. O autoempresa-riamento e o autoempreendimento são fundamentais. Quantas pessoas você conhece que realmente fizeram a diferença se autoempreendendo neste último ano? Poucas!

Pedro Mandelli é consultor na área de mudança organizacional, sócio-diretor da Mandelli Consultores Associados, é professor da Fundação dom Cabral e autor do livro “Muito além da hierarquia”.

Leia mais sobre o assunto em:

Muito além da hierarquiapedro Mandellieditora gente - 2001

Em um cenário cada vez mais diversificado, o gestor precisa ter em sua equipe pessoas que sejam autônomas. e façam aconte-cer. para isso, é preciso que cada gestor faça um autodiagnóstico gerencial e transforme-se em um profissional além da hierarquia. esse conceito, criado pelo renomado professor e consultor pedro Mandelli, vai ajudá-lo a assu-mir o perfil de um gestor que valoriza as pessoas e os processos de desenvolvi-mento próprio e de seus subordinados, tendo como objetivo capacitar a equipe para que todos cresçam profissionalmente e entreguem os resultados. Nesta edição, revista e ampliada, além de pontos-chave da gestão de pessoas, como o entendimento da relação líder-liderado e o respeito ao alinhamento de compor-tamento em um time, o autor aborda, em um novo capítulo, todos os aspectos da criação de um ambiente de alta performance para toda a organização. Com a aplicação desses conceitos, sem dúvida você tem tudo para se tornar um líder muito além da hierarquia.

Prepare-se, portanto, para ter res-postas claras e rápidas para estas perguntas:

• Quanto pegou de seu caixa para ampliar suas principais competências neste ano?

• Quantos convites recebeu para realizar outros tra-balhos além de sua atividade principal?

• Fez alguma palestra, deu aulas?

• Participou de algum grupo interempresarial dis-cutindo temas de interesse?

• Participou de congressos em sua área?

• Esteve fora do país em alguma visita de negócios?

• Com quantas empresas de outro estado ou país teve contato neste último ano?

• Em sua rede de relacionamentos, quantas pesso-as estão envolvidas em operações internacionais?

www.nrespostas.com.br20 NRespostas

4

5

1

2

3

1. Mais de 900 pessoas compareceram à abertura do top 10 empresarial em 2012.

2. equipe da Wizard.

3. Adroaldo lamaison deu um show de como fazer um bom atendimento utilizando o violão.

4. 2000 presenciaram o fechamento do top 10 2011 com joão dória e a entrega do prêmio Mpe Brasil.

5. ganhadores do Mpe Brasil 2011.

6. da direita para esquerda: Antonio valdir Oliveira Filho - diretor-superintendente do sebrae no dF, luiz Barretto – diretor-presidente do sebrae Nacional, joão dória júnior – palestrante e apresentador, e o senador Rodrigo Rollemberg.

7. equipe da petrobras.

8. Carlos Hilsdorf faz dinâmica com cartas para os finalis-tas.

9. equipe da Cacau show.

10. joão dória jr. mostra como a atuação dos líderes fazem diferença na gestão.

N Flashes

21NRespostasfevereiro\ março 2012

6

8 10

9

Cláudio DiogoConsultor - Tekoare

“Há quase seis anos fui procurado por um empreendedor brasiliense que me convenceu a participar de

um sonho: ajudar empresas e pessoas na busca de resultados positivos atra-vés de eventos surpreendentes. Hoje,

como conferencista, consultor ou empresário, fico muito feliz em saber

que faço parte da história da mais bem-sucedida empresa do ramo.”

Vanessa Aires de Sousa RosaFranqueada da Wizard

“As palestras da N Produções inspi-raram-me em inúmeros momentos

da minha vida e me ajudaram a tomar decisões em vários setores

dela. Hoje sinto-me muito realizada e feliz, mas tenho ainda grandes so-

nhos e desafios futuros a alcançar. Nas palestras encontro inspiração, recebo novas ideias e respostas aos

meus projetos futuros.”

Wendell CastroGerente Comercial - Gráfica Gravo Papers

“Os ‘conhecimentos’ são acumula-dos, alguns esquecidos e outros ultra-passados... As ‘mudanças’ nos fazem

descobrir o que somos e o que vamos ser... O ‘crescimento’ é o reflexo do conhecimento e da mudança. Essas três palavras fazem parte da N Pro-

duções e participando desses eventos podemos nos capacitar para nossa

vida pessoal e profissional.”

O que eles dizem da N produções:

Fotos: telmo Ximenes

7

www.nrespostas.com.br22 NRespostas

Isto é um teste de personalidade que poderá al-terar a sua vida. Portanto, preste muita atenção.Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas ideias. Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.Acabativa é um neologismo que significa a ca-pacidade que algumas pessoas possuem de ter-minar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma ideia e levá-la até o fim.Os seres humanos po-dem ser divididos em três grupos, dependen-do do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciati-vos e os acabativos - sem contar os burocratas.• Empreendedores são aque-les que têm iniciativa e acabati-va. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na ideia e vai

a campo implantá-la.• Iniciativos são criativos, têm mil ideias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, in-telectuais e a maioria dos economistas. São fa-mosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.• Acabativos são aqueles que gostam de im-

plantar projetos. Sua aten-ção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia a dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da im-plantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, em-

presários, administradores e engenheiros.Essa singela classificação expli-ca muitas das contradições do mundo moderno.Empresários descobrem rapi-damente que ficar implantando

Stephen Kanitz

Opinião

Iniciativae acabativa

“Uma ideia somente no papel

é letra morta, inútil para a

sociedade como um todo.”

23NRespostasfevereiro\ março 2012

suas próprias ideias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes ideias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que em-presários ficam ricos e intelectuais, profes-sores – entre os quais me incluo – morrem pobres.Se Bill Gates tivesse se restringido a implan-tar suas próprias ideias teria parado no Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as ideias dos outros – dizem as más línguas que até copiou algumas.Essa classificação explica por que intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma ideia, e não para quem a teve. Uma ideia somente no papel é letra morta, inútil para a socie-dade como um todo.Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predomi-nância, em cargos de ministé-rios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pou-ca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasi-leiros com a capacidade de implantar nossas ideias. Tendemos a encarar o acabativo, o ad-ministrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realida-de eles são parte da solução.Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não têm estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, diga-mos, bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.Por isso, a esquerda intelectual e a direita

neoliberal conviverão às turras, quando deveriam unir-se.Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabati-vo. Há um ditado chinês – “Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe” – muito apropriado para os dias de hoje.Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um

curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.

Stephen Kanitz é conhecido pelas inúmeras previsões corretas que tem feito sobre a economia brasileira, algo raro neste país.Articulista de sucesso, seus artigos podem ser acessados pelo www.kanitz.com.br, e no twitter @stephenkanitz.Consultor de empresas e autor “O Brasil que dá certo”.Formado pela harvard Business school.Criador da edição de Melhores e Maiores da Revista exame e do Prêmio Bem Eficiente para entidades sem fins lucrativos.

“Um dos problemas do Brasil é justamente

a eterna predominância, em cargos de

ministérios, de professores brilhantes e

com iniciativa, mas com pouca

ou nenhuma acabativa.”

www.nrespostas.com.br24 NRespostas

Etc por Renata Araújo[Entretenimento, trabalho, casa]

Carro do futuro. A Chevrolet está desenvolvendo tecnologia para criar um carro que estaciona sozi-nho, comandado via smartphone. A tecnologia po-derá chegar às ruas a bordo do EN-V.

Ipad com assinatura. Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Dolce & Gabbana e outras grandes grifes emprestam sua elegân-cia para vestir os ipads das suas Mark lovers.

Estantes originais. Para quem adora ler, estas podem ser ótimas peças para mobiliar sua sala.

25NRespostasfevereiro\ março 2012

Para ter uma vida financeira equilibrada é neces-sário gastar menos do que se ganha (superávit).Definir qual é o nível ideal é uma questão pesso-al. O que deve ser primordial é poupar a maior parcela possível sem abrir mão de desfrutar o presente com qualidade de vida. Evidente que evitar os excessos do hoje significa recompensas maiores no amanhã.Diversão, viagens e férias podem ser programadas e terem os custos bem reduzidos, lembre-se que uma cer-vejinha com farofa de frango pode ser mais divertido que caviar com uísque, afinal, o que faz o ambiente agradável e divertido são as pessoas.Agora, se você acha que carro é investimento – CUIDADO –, seu caso é grave. Carro e afins são bens de consumo, e se forem financiados em diversas parcelas é LOUCURA FINANCEIRA. Vale a pena usar um mais velhinho no presente e no futuro comprar os mais modernos e bonitos à vista.Não cometa o erro da grande maioria de NÃO POUPAR NADA; envelhecemos e o futuro é incerto, e antes disso, na idade mediana, você

estará frustrado, revoltado, estressado e infeliz, achando que o mundo não foi justo com você. Tão pouco faça uma poupança eterna e torne-se um “MÃO DE VACA”; a vida é breve. O prin-cipal objetivo de se poupar quando é mais novo é exatamente usufruir das vantagens que isso irá

proporcionar à sua vida. Cheques especiais, talões de financeiras e prestações com juros abusivos se-rão do seu total desconhecimento.A N INVESTIMENTOS Gestão de Recursos Financeiros nasce com o propósito de ajudar você a encontrar esse equilíbrio. Em breve teremos à disposição do nosso estimado público o progra-ma de educação financeira com a qualidade e padrão do Grupo N.

Mande suas dúvidas para o nosso consultório financeiro.

Demetrius Borel Lucindo é economista e Administrador Financeiro, pro-fissional de mercado desde 1986, quando começou sua carreira profissio-nal, destacando-se em várias instituições financeiras.

Poupança

N InvestimentosD

emetrius Borel Lucindo

“diversão, viagens e férias

podem ser programadas

e terem os custos bem reduzidos.”

www.nrespostas.com.br26 NRespostas

Resolver problemas exige um método. Ali-ás, ter um método é fundamental para tudo o que se quer fazer bem na vida. Em espe-cial, quando a questão é resolver problemas, os procedimentos devem ser cuidadosamen-te elaborados.Quando alguém lhe trouxer um problema, sugiro que você use estes cinco importantes passos para resolvê-lo. Você vai notar a dife-rença nos resultados:

Passo 1: Esteja presenteGrande parte do suces-so de uma pessoa aconte-ce simplesmente pelo fato de ela estar presente no local em que as coisas acontecem. É preciso estar no lugar em que as coisas

acontecem, ir à “cena do crime”, como di-zem os investigadores. Você precisa fazer questão de conversar com as pessoas para conhecer suas dificuldades, insatisfações e angústias. Se você ficar em seu escritório trabalhando com base apenas em relatórios, corre o risco de se alienar do que está acontecendo e, de repente, tomar um susto com qualquer catástrofe que surgir.“você precisa

fazer questão de conversar

com as pessoas para

conhecer suas dificuldades,

insatisfações e angústias.”

Cincosegredos

problemaspara resolver

“O sucesso vai surgir para muitos e um deles pode ser você. É preciso se acostumar a resolver os problemas dos seus clientes”

Dicas de campeãoRo

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27NRespostasfevereiro\ março 2012

Passo 2: Escute com atençãoAs pessoas precisam ter espaço para contar sua história, principalmente no caso de já terem feito algum esfor-ço que não foi suficiente para resol-ver suas dificuldades. Ouvir a pessoa com atenção vai fazer com que ela se sinta valorizada e diminuirá o estres-se causado pelo problema. Com uma atitude positiva, deixe a pessoa que traz o problema desabafar e resista à ten-tação de justificar a ocorrência do problema. Tentar negar que ela tem uma dificuldade é pior ainda. E culpar o outro pelo problema é o começo de uma catástrofe.

Passo 3: Defina e deixe claro qual é a solução que você pode oferecer Defina o que você, sua empresa ou seu negócio podem dar como solução para algum problema do cliente. Fale como você vai resolver o problema da pessoa... Mas mostre a ela também que você tem limites, ou seja, que há coisas que você pode fazer e há outras que não pode para resolver o caso. Seja atencioso, mas realista. Não gere falsas expec-tativas.

Passo 4: Desculpe-se de maneira adequadaUm pedido de desculpas verdadeiro e bem feito já resolve metade do problema, além de abrir os cami-nhos para que você resolva a outra metade.A melhor maneira de começar a resolver um pro-blema de seu cliente que tenha sido ocasionado por uma falha sua ou de sua empresa é assumindo o erro e pedindo desculpas. Lembre-se: saber se desculpar quando erra apenas engrandece a pessoa, além de servir de excelente exemplo para que outros aprendam a seguir pelo mesmo caminho. É uma ótima maneira de começar a resolver um problema.Mas cuide para que seu pedido de desculpas seja le-gítimo e tenha a intenção verdadeira de resolver a situação e desfazer a má impressão causada.

Passo 5: Comprometa-se com a soluçãoEntão, se você quer ter sucesso a partir da resolução

de problemas, é preciso identificar o problema, encontrar uma solução e depois comprometer-se com ela, até que seja implementada comple-tamente. Profissionais de sucesso não deixam nada pela metade. Eles consideram que a situação está encerrada so-mente quanto tudo o que havia para fazer já tiver sido feito. Durante

todo o processo, eles estão presentes e acompanham o andamento das coisas. Implementar a solução pode ser algo executado por outra pessoa ou por você mesmo. Se você for o executor, deverá ir até o final do processo, até que tenha efetivamente resolvido o problema. Porém, se você apenas definiu a solução, mas não vai im-plementá-la pessoalmente, como profissional sensa-cional, você deverá monitorar todo o processo para garantir que o que foi combinado aconteça de fato.

Seguindo esses cinco passos, você estará preparado não apenas para definir o problema de forma mais efetiva, mas também estará assumindo o seu com-promisso com a solução.

Um abraço,

Roberto Shinyashiki

“É preciso identificar o problema,

encontrar uma solução e depois comprometer-

se com ela, até que seja

implementada completamente.”

Roberto Shinyashiki é doutor em Administração de empresas pela Faculda-de de economia, Administração e Contabilidade da Universidade de são paulo (FeA/Usp). www.shinyashiki.com.br

Leia mais sobre o assunto em:

problemas? Oba! Roberto shinyashikieditora gente

para ter sucesso atualmente, a lição mais importante é entender que os problemas que as pessoas nos trazem podem ser os melhores presentes que acontecem em nossas vidas.eu sei que isso pode parecer estranho, pois as pessoas em geral pensam que quando alguém nos traz uma difi-culdade está trazendo mais trabalho, preocupação e estresse. Mas o que eu quero que você entenda é que um problema é uma grande oportu-nidade de crescer, tanto pessoal quanto profissionalmente. Resolver um problema que aparece é aproveitar a chance de mostrar sua com-petência no trabalho, seu valor como profissional e também de ganhar mais dinheiro.por isso, quando trazem problemas para a gente resolver, temos que comemo-rar... problemas? Oba!

www.nrespostas.com.br28 NRespostas

Eco por Renata Araújo[notícias]

Frases de quemsabe o que diz

“Cada dia a natureza produz o sufi-ciente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessá-rio, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.”

Mahatma Gandhi

“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”

Victor Hugo

“A natureza criou o tapete sem fim que re-cobre a superfície da terra. Dentro da pela-gem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, ne-nhum o rói, exceto o homem.”

Monteiro Lobato

“Se você tem metas para um ano, plante arroz.Se você tem metas para 10 anos, plante uma árvore.Se você tem metas para 100 anos, então edu-que uma criança.Se você tem metas para 1000 anos, então preser-ve o meio ambiente.” Confúcio

“A natureza pode su-prir todas as necessida-des do homem, menos a sua ganância.”

Gandhi

“Se soubesse que o mun-do se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore.”

Martin Luther King

“No começo pensei que estivesse lutan-do para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade.”

Chico Mendes

“Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja.”

Chico Xavier

www.nrespostas.com.br30 NRespostas

Qual foi a última vez que você saiu do trabalho com energia total, disposição e vontade de estudar, fa-zer um exercício, ler um livro, brincar com seus filhos ou algo diferente para você? Muitas pessoas não lembram da última vez que conseguiram sair do trabalho com disposição para literalmente faze-rem algo por suas vidas.As empresas viciadas nas urgências, a má gestão do seu tempo e da equipe, a falta de prioridades claras, o excesso de reuniões e o volume desnecessário de e-mails criaram uma “matrix corporativa”, exata-mente como no filme “Matrix”. Vivemos dentro desse mundo vi-ciante, que nos envolve por com-pleto, suga nossa energia, nos dá a impressão de que o tempo está cor-rendo mais rápido, e no final, fica aquela sensação de que algo não foi feito. Já se sentiu assim alguma vez?

Esse “algo que não foi feito” é, literalmente, você, que está sempre sobrevivendo nesse am-biente, mas nunca sai da “matrix” para viver de verdade. É para isso que serve a administração de tempo, a produtividade e tudo isso sobre o que vivo falando. Para tirar você da “matrix”!Nosso trabalho é ilimitado, vamos sempre achar coisas para fazer, nunca acaba. Agora, o seu tem-po é limitado. Isso significa que se você não co-locar um limite para sua vida profissional, a vida pessoal não vai existir. Tudo pode ser negociado ou priorizado para outro momento, e quando

não tiver jeito, deve ser a exceção e nunca a regra.A chave para tornar isso uma reali-dade é trabalhar melhor, de forma mais inteligente, utilizando melhor seu tempo no dia a dia. Você deve descobrir aquilo que mais conso-

Responde:

Christian Barbosawww.christianbarbosa.com.br

?

!

Pergunta:Rafael Lima

desenvolver Web

trabalho muito. Corro o dia inteiro mas sempre tenho a sensação de que não fiz tudo o que deveria. Sempre falta algo... O que estou fazendo de errado?

Gest

ão d

e te

mpo

aconteceA vida

“se você não colocar um limite para

sua vida profissional, a vida pessoal

não vai existir.”

lá fora

31NRespostasfevereiro\ março 2012

me seu tempo e trabalhar na redu-ção desse item, aprender a priorizar com base em critérios de resultado para conseguir planejar e ter maior flexibilidade. Existem várias formas de fazer isso. Uma delas é criar uma meta pessoal de redução do seu horá-rio de trabalho. Por exemplo, vamos supor que você trabalhe 12 horas/dia, você poderia colocar uma meta de reduzir para 11 horas/dia nos primeiros 60 dias. Isso é realista, vá aos poucos.Crie um compromisso repetido na sua agenda que tenha horário de início para a hora que deseja sair, com o seguinte título: “A vida acontece lá fora”. Ache algo de que você goste muito para fazer e coloque para depois do seu expediente, e sempre que possível, varie essas atividades.Quem tem um motivo forte, uma boa razão para “viver fora da matrix”, vai conseguir. Isso é limitar seu tempo, aprender a usar bem as horas dentro do expediente e evitar uma sobrecarga de horas extras.Eu já fiz isso diversas vezes com executivos que

querem viver seu tempo com mais sabedoria, dá resultado, claro que não da noite para o dia, demora, mas acontece. Se achar que não vai dar certo, faça uma experiência: imagi-ne-se no futuro, com uns 90 anos de idade, e conversando com seu EU de 90 anos, perguntando o que ele faria

hoje! Pergunte se ele gostaria de ter passado mais tempo no escritório ou vivendo fora da “matrix”! Faça o seu EU 90 ter orgulho do seu EU NOW, ele com certeza será seu melhor conselheiro.

Quem quer faz, quem não quer sempre vai encon-trar uma desculpa.

A vida acontece lá fora!

Christian Barbosa é conferencista, empreendedor e sócio da triad Consul-ting – empresa global de treinamento, consultoria e produtos especializada em produtividade e Master practitioner em programação Neurolinguística. www.christianbarbosa.com.br

“você deve descobrir aquilo que

mais consome seu tempo e trabalhar na

redução desse item.”

www.nrespostas.com.br32 NRespostas

Responde:

Roberto Guimarã[email protected]

Gerenciar mentes privilegiadas pode se tor-nar um suplício para qualquer gestor. Prin-cipalmente quando essa empresa tem ar-raigada cultura organizacional voltada para qualidade, 5S, hierarquia rígida, baixo nível de participação nas decisões, pouco investi-mento em treinamento, valorização extrema da disciplina. Pessoas criativas são normal-mente avessas a esse tipo de valores.Os criativos são desorganizados, enrolados, impacientes, cheios de energia, estão sempre em busca de algo novo e estimulante, e es-tão sempre envolvidos em muitos projetos ao

mesmo tempo, mas os abandonam no meio do caminho. Apresentam al-tos e baixos repentinos, são pessoas impulsivas, esquecem compromis-sos importantes, perdem objetos constantemente, falam o que lhes vier à cabeça, não costumam parar muito tempo no mesmo emprego, e

trocam muito de relacionamento afetivo ou amoroso. Mas são exatamente dessas pessoas que pre-cisamos quando queremos realmente “dar o pulo do gato” e conseguir desenvolver algo novo, estimulante, que faça a diferença no futuro da nossa empresa. O talento essen-cial do ser humano é o seu potencial criativo. A vontade de realizar algo novo é o maior dos desafios, e um bom gerente deve saber lidar com esse tipo de pessoa. Haverá conflito en-tre pessoas assim e aquelas outras, mais orga-nizadas, metódicas, obje-tivas, racionais. Então, se você está gerenciando um grupo multifocal, multifa-cetado, prepare-se: é uma grande aventura, mas, no final, podem vir à tona verdadeiros tesouros es-condidos.

?

!

Pergunta:Carlos de AraújoDesigner Gráfico

Como gerenciar pessoas criativas para que inovem nas empresas?

Tem um criativo no meu time

“O talento essencial

do ser humano é o seu

potencial criativo.”

Com

port

amen

to

Socorro!

33NRespostasfevereiro\ março 2012

1. Criar um ambiente livre, com espaço físico e psicológico descon-traído, com elementos diferentes, propícios para livre manifestação.

2. Determinar os perfis de cada par-ticipante através dos perfis caracte-rísticos do processo criativo: artista, pesquisador, avaliador/julgador, es-trategista e fazedor.

3. Jamais monte um grupo de pesso-as com o mesmo perfil. Elas irão brigar e haverá perda de energia criativa.

4. Não abandone as pes-soas, oriente, mostre o foco, não force.

5. Criativos perdem o foco, ok. Você não, você

é o gerente. Não o perca, nem quei-ra que alguém o assuma por você.

6. Não se preocupe com produtivi-dade, horário, disciplina, anotações, controle. Essas pessoas não gostam de limites, respeite isso.

7. Essa equipe não é movida por di-nheiro, portanto, dê o que eles pre-cisarem e pedirem: música, comida, cores, objetos, visuais, beleza, tem-

po. Vai sair barato.

8. Oriente-se com um especialista em inova-ção, ele vai ajudar a or-ganizar as fases do pro-cesso criativo, vai dar dicas, vai ajudar a fazer acontecer. Esta abordagem foge do

convenc iona l, dos formatos técnicos, acadê-micos ou cientí-ficos. Faça assim com a sua equi-pe. Seja simples e desafie, isso é fundamental. Esses “patinhos--feios” vão se tornar belos cis-nes. E a sua empresa também.

Roberto Guimarães é palestrante, especializado em criatividade e inovação. este arquiteto urbanis-ta também é consultor empresarial especializado em gestão, manutenção e redesenho de processos, tendo fundado a BRAsIlIdeA, uma Consultoria que é Centro de excelência em INOvAÇÃO e um centro de eventos e palestras em vários temas.

“Não abandone as pessoas, oriente, mostre o foco, não force.”

Para gerenciar pessoas com perfil criativo, você precisa:

www.nrespostas.com.br34 NRespostas

Pergunte ao coachH

omer

o Re

is

Cá estou eu, novamente, com minhas recorda-ções de fábulas ouvidas na infância. Foi assim: recentemente, uma aluna me presenteou com um livro das fábulas de Esopo, que continha, dentre outras, a da Raposa e as Uvas. Relê-la foi uma experiência prazerosa. Existem, na

verdade, muitas edições deste con-to, com pequenas variações, mas o enredo é sempre o mesmo. Basi-camente, narra o episódio no qual uma raposa tenta, sem sucesso, co-mer um cacho de convidativas uvas penduradas em uma alta vinha. Não conseguindo, afasta-se, dizen-do que as uvas estariam verdes.Em sua moral conclusiva, a fábula refere-se à negação de um desejo a partir da dificuldade que temos em enfrentar algum aparente em-pecilho. Na língua portuguesa esse conto levou à criação do provérbio “quem desdenha quer comprar”. A psicologia chama este mecanismo de “dissonância cognitiva”.

Do lado bom da coisa, a teoria da dissonân-cia cognitiva explica que as contradições têm a função de estimular a mente para que obte-nha, produza ou modifique crenças, de forma a reduzir o nível de conflito. Do lado negativo, revela que uma das formas de se reduzir o con-flito é transferir a responsabilidade pelo fra-casso. Isso chega a ser intenso, porque a mente humana é capaz de produzir, para se proteger, falsas memórias, distorcer percepções, ignorar evidências e contrariar o básico da lógica. Aí, temos que ter cuidado.Quando não atingimos uma meta, é fácil tender a depreciá-la, para diminuir o peso do insuces-so; é fácil desprezar ou desqualificar o que não se pode alcançar. Muitas vezes, por comodismo ou por falta de foco e determinação, criamos desculpas e justificativas para nosso fracasso. Por outro lado, a construção de uma carreira de sucesso e uma vida relacional significativa parte do princípio de que se admite essa ten-dência e de que se lute contra ela.Por exemplo: é fácil dizer que não passamos no concurso porque a concorrência estava muito

“A mente humana é capaz de

produzir, para se proteger,

falsas memórias,

distorcer percepções,

ignorar evidências

e contrariar o básico da

lógica. Aí, temos que ter

cuidado.”

Envie sua pergunta para o coach Homero Reis. participe pelo e-mail: [email protected]

Quando quero atingir uma meta e me deparo com um desafio muito grande, acabo me desinteressando e reformulando meus objetivos e alterando minhas rotas. será que isso só acontece comigo?

A raposa,as uvas

e o coach

35NRespostasfevereiro\ março 2012

acirrada; nosso ca-samento está ruim, mas todo casamento é assim mesmo; o tra-balho é um mal ne-

cessário; não conheço um chefe que seja legal etc. Chamo isso de “respostas apaziguadoras”; ou seja, são juízos que construo sobre as coi-sas, que, de certa forma, amenizam o fato de não ter sido aprovado, viver mal com minha companheira, não gostar do trabalho, minha relação com o meu chefe não ser das melhores etc. É o que a raposa fez ao declarar que as uvas estavam verdes.Do ponto de vista do coach, essa é uma limita-ção que se sustenta na imaturidade emocional de se assumir como sujeito construtor da re-alidade. Parte-se do pressuposto que as coisas nos devam ser dadas e que as merecemos por algum predicado especial que julgamos ter. É uma emocionalidade fundada no ressentimen-to. Julgamos ter merecimentos que os outros ignoram e, por isso, os culpamos por nossos insucessos. Não é a raposa que não tem as ha-bilidades necessárias para alcançar as uvas, são as uvas que estão verdes.O desafio não está, apenas, em reconhecer esse mecanismo, mas em superar esse mo-delo mental por uma honesta capacidade de nos observar. Se não passei no concurso, com que determinação estudei para tal? Se meu relacionamento afetivo está ruim, qual minha parcela de culpa nisso? Se julgo o trabalho

como um mal necessário, o que posso fazer para aprender a trabalhar com o que gosto? Esta é uma nova atitude que ensina a enfren-tar dificuldades na perspectiva da aprendiza-gem superativa e entende que assumir res-ponsabilidades pelas escolhas feitas é sinal de amadurecimento.Se desejo as uvas e elas estão altas demais, este é um desafio que exige o desenvolvi-mento de novas habilidades e competências para superar o obstáculo da altura. A raposa que assim entender sua relação com as difi-culdades será diferenciada das demais, cujo modelo mental se satisfaz em enganar-se di-zendo que estão verdes. Esta regra vale para todos os domínios da vida humana e restaura, de modo veemente, o conceito de integrida-de (atitudes, valores e crenças coerentemente relacionadas). Vale, inclusive para discernir que podemos muito, mas não podemos tudo. Escolher com consciência e responsabilidade, ter foco e determinação e aprender sempre, em todas as circunstân-cias, parecem ser base das atitudes vencedoras.A moral afirmada no final da fábula é algo como: é fácil desprezar o que não se consegue obter. No entanto, na moral do coach, a ideia é outra: não transfira res-ponsabilidades, aprenda com as dificuldades e su-pere suas limitações.

Reflitam em paz!

Homero Reis

Homero Reis é bacharel em Administração de empresas, mestre em educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico em-presarial e membro da International Coaching Federation. www.homeroreis.com

“Não é a raposa que não tem as habilidades necessárias

para alcançar as uvas,

são as uvas que estão

verdes.”

“escolher com consciência e responsabilidade, ter foco e determinação e aprender sempre, em todas as circunstâncias, parecem ser base das atitudes vencedoras.”

www.nrespostas.com.br36 NRespostas

Responde:

Dr. Francisco de Assis L. Campossócio da Nélio Machado Advogados

?

!

Pergunta:Júlio César de Oliveira

Advogado

Certamente, o maior expoente em nosso país foi o baiano Rui Barbosa, que enalteceu e honrou, como poucos, nossa árdua, porém sublime, profissão. Dono de grande inteligência, além de destemido, sagaz e eloquente, dominava a língua portuguesa e se manifestava, com profundidade, em outros idiomas.Outro grande e inesquecível advogado – ofício que fazia questão de reafirmar –, também de bravura sem igual, foi Heráclito Fontoura Sobral Pinto. In-transigente na defesa da liberdade e dos ideais de-mocráticos, chegou certa vez a invocar a aplicação da Lei de Proteção aos Animais em defesa de um constituinte, ninguém menos do que Luis Carlos Prestes, marxista e ateu, com posições político--ideológicas inteiramente opostas às suas.

Incondicional defensor dos direitos humanos, Sobral Pinto iniciou sua carreira como advogado na área do Direito Privado e acabou se notabi-lizando um brilhante criminalista quando, apesar de católico fervoro-so, aceitou defender o líder comunis-

ta, preso após o que se convencionou chamar de “intentona”, em 1935.Em reconhecimento à sua irrepreensível atuação profissional, foi convidado pelo então Presiden-te Juscelino Kubitschek, de quem foi advogado, a ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Recusou a honraria em respeito à ética, conduta que foi característica em sua longa vida.A correção do velho Sobral ainda se mostraria num outro episódio, revelado pelo notável Técio Lins e Silva, exemplo vivo de advogado e de homem pú-blico, que acumulou, entre os anos de 1987 e 1990, os cargos de Secretário de Estado de Justiça e de Procurador-Geral da Defensoria Pública.À época, Sobral passava necessidades, pois não sabia nem queria cobrar pelo trabalho que desen-volvia. Já estava idoso e com a capacidade de tra-balho e clientela muito reduzidas. Técio, com sua inigualável sensibilidade e em justa gratidão a tudo quanto aquele velho advogado havia feito ao longo de sua vida, imaginou então conceder-lhe, por Lei Estadual, o honroso título de Defensor Público Honorário, com os proventos da carreira que esta-

Jurí

dico

e seu ofício

Que exemplos devo seguir para que um dia me torne um brilhante advogado?

O advogado

“Fundamental é a vocação, uma vez que

não basta ser brilhante na faculdade.”

37NRespostasfevereiro\ março 2012

va sendo implantada, após a emenda constitucional que transformou a Defensoria Pública em Secretaria de Estado, com vida e chefia próprias.Quando Sobral foi informado do projeto ficou indignado. Afirmou que não aceitaria a honraria nem receberia dinheiro dos cofres públi-cos por... não merecer o benefício. Morreu pobre.No tempo da ditadura militar, ofi-ciou junto aos Juízos e Tribunais um verdadeiro “escrete” de causídi-cos, como costumava dizer o Pro-fessor Heleno Cláudio Fragoso, com quem tivemos o prazer e a honra de trabalhar.Os tempos mudaram, contudo. Nos dias atuais, além de enfrentarem a incompreensão de alguns, que não alcançam a grandeza da dimensão da atividade, os advogados são vistos como espécie de “estorvo” por al-guns juízes e representantes do Mi-

nistério Público. Tais profissionais, em especial os mais inexperientes, não enxergam nos advogados o res-peito que merecem.No dia a dia, audiências são marca-das de cambulhada, o que leva ao inevitável atraso, desrespeitando-se, consequentemente, os compromis-sos profissionais dos advogados e de seus constituintes, os quais, muitas vezes, aguardam por horas nos cor-redores do fórum o início das assen-tadas.Infelizmente, hoje em dia, parece existir uma separação entre os pro-fissionais do direito, esquecendo-se alguns que são todos auxiliares na administração da Justiça, por ex-pressa dicção constitucional.No específico caso dos advogados, a formação dos profissionais se abastardou, com a descontrolada multiplicação das faculdades, que produzem bacharéis sem a mínima

condição de in-gressar no merca-do de trabalho. Mas, apesar dos exames de or-dem, fundamen-tal é a vocação, uma vez que não basta ser brilhan-te na faculdade, com boas notas, mas sem o coração e a alma voltados à causa da Justiça, principalmen-te aos que pretendem se dedicar à advocacia criminal, que lida com a liberdade, bem maior de qualquer pessoa. Além de preparo técnico, nos parece fundamental que o advo-gado seja um humanista.

Dr. Francisco de Assis Leite Campos é advogado, formado pela Faculdade de direito Cândido Mendes - Centro e sócio de Nélio Machado Advogados

“Além de preparo técnico, nos parece fundamental que o advogado seja um humanista.”

www.nrespostas.com.br38 NRespostas

FilosofandoM

ario

Ser

gio

Cort

ella

Ultimamente tem se falado em empresa espiritualizada, líder espiritualizado. A crescente frequência com que esses ter-mos têm adentrado no universo corpo-

rativo pode ser interpretada como um indício de que uma busca por um novo modo de vida e convivência está em curso?É um sinal, que às vezes é positivo, outras vezes não, porque se pode cair numa dimensão esotérica, que é perigosa. Mas a espiritualidade no mundo do traba-lho é necessária. O que é a espiritualidade? É a sua capacidade de olhar que as coisas não são um fim em si mesmas, é a sua capacidade de olhar que existem razões mais importantes do que o imediato, que aqui-lo que você faz, por exemplo, tem um sentido, um significado, que a ideia de humanidade é uma coisa mais coletiva, na qual se tem a ideia de pertencimento e que, portanto, o líder espiritualizado – não é ape-nas aquele que fica fazendo meditações e orações – é aquele que é capaz de olhar o outro como o outro, que é capaz de inspirar, que é capaz de elevar a obra, em vez de simplesmente rebaixar as pessoas. Então,

essa espiritualidade é a capacida-de de respeitar o outro como o outro e não como um estranho e edificar, em conjunto, um senti-do (como significado e direção) que honre nossa vida.O líder espiritualizado, com alguma frequência e especial-mente em alguns livros, apare-ce como alguém próximo a um

místico. Isso é muito negativo, porque a mística, vez ou outra, deriva para o campo do fanatismo e deixa de ser radical (isto é, de ir até as raízes, saindo da su-perfície) e passa a ser sectária, desagregadora, o que é uma coisa deletéria. O desejo por espiritualidade é um sinal de descon-tentamento muito grande com o rumo que muitas situações estão tomando e, por isso, é uma grande queixa; ela vem à tona quando você precisa refletir sobre si mesmo. Aliás, a espiritualidade é precedida pela angústia e esta é a resposta a um desejo forte de a vida ter senti-do, de ela não se esgotar nem naquele momento, nem naquele trabalho.

Espiritualidade

Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor, com Mestrado e Doutora-do em educação, professor-titular da pUC-sp (na qual atuou por 35 anos, 1977/2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em educação: Cur-rículo (1997/2012) e no departamento de teologia e Ciências da Religião (1977/2007); é professor-convidado da Fundação dom Cabral (desde 1997) e ensinou no gvpec da Fgv-sp (1998/2010). Foi secretário Municipal de edu-cação de são paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de “A escola e o conhecimento” (Cortez), “Nos labirintos da moral”, com yves de la taille (pa-pirus), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “Não nas-cemos prontos!” (vozes), “sobre a esperança: diálogo, com Frei Betto” (papi-rus), “liderança em foco”, com eugênio Mussak (papirus), “viver em paz para morrer em paz: paixão, sentido e felicidade” (versar/saraiva), “política: para não ser idiota”, com Renato janine Ribeiro (papirus), “vida e carreira: um equilíbrio possível?”, com pedro Mandelli (papirus), “educação e esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio” (PoliSaber).

Leia mais sobre o assunto em:Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre Ética, liderança e gestãoMario sergio Cortellasão paulo: vozes, 2007.

“A ideia de trabalho como castigo precisa ser substi-tuída pelo conceito de realizar uma obra... enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade do mundo do trabalho”. depois do sucesso de “Não nascemos prontos” e “Não espere pelo epitáfio”, Mário Sergio Cortella publica, também pela Editora Vozes, um texto envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo. Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e define o líder espiritu-alizado como aquele que reconhece a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessantemente o significado das coisas.”

“essa espiritualidade é a capacidade de respeitar o outro

como o outro e não como um estranho

e edificar, em conjunto, um sentido

(como significado e direção) que honre

nossa vida.”

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