Na Cama Com Madame Bovary Slide[1]

5/9/2018 Na Cama Com Madame Bovary Slide[1] - slidepdf.com

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Na cama com MadameBovary: da psicose à

perversão

Prof. Esp. Alexandre Almeida Floriano



Na cama com Emma Bovary

Mergulhar no universo da ficção nãoé tarefa fácil, para todos aqueles quegostam de literatura a ponto de levá-

la para a cama, pelo menos duashoras antes de dormir como um bomamante. Sendo assim, é valido pegar um dos principais romances da

literatura francesa, intitulado de³Madame Bovary´, do grandemonsieur Gustave Flaubert (1821-

1888).



Uma obra que transita desde o sádicoao cômico, fazendo com que fique

difícil traçar todas as sensações queela provoca até hoje em muitaspessoas, pois nos remete a uma

França provinciana em pleno séculoXIX, onde as mulheres ainda estavamproibidas de expressar sentimentos edesejos. E as pessoas levavam uma

vida falsificada e mesmo dentro deuma sociedade aristocrata sempre háaqueles que lutam por uma

independência na maior parte das



vezes. Uma mulher independente,mas temendo estar só, anula a

imagem na qual se reconhece, buscao modelo de perfeição em voga. E épor isso que vemos Emma, não como

vítima de si mesmo, mas sim de umambiente medíocre, hipócrita e hostil.Mesmo tendo passado 154 anos dolançamento dessa obra, ainda sim

vemos que Madame Bovary, nãomorreu completamente, seusresquícios ainda se encontra por ai.

É só dizer: C¶est vouis, C¶est moi.



Influência do Livro



A primeira reação que temos ao ler

Madame Bovary é achar que apersonagem é uma ³biscate safada´ .Na história, magnificamente narradapor Gustave Flaubert, somos

apresentados a Emma Bovary. Umamoça criada no interior da França,educada em um convento e uma

amante da literatura. Emma quer mais da vida, quer viver aquelasmesmas aventuras amorosas que lê



em seus livros, uma vida depríncipes, bailes e grandes salões,mas sem grandes possibilidades deascenção. É ao conhecer CharlesBovary, médico que em cuida de seu

pai no início da história, que aprotagonista acredita ter chance derealizar seus sonhos. E é nesseponto que notamos umademonstração da realidade vivida por muitas moças da época realista.



Emma casa-se com Charles e semuda para Tostes, uma cidadepequena onde Charles é o únicomédico do lugar. A rotina de esposa,a estagnação e passividade de

Charles logo entendiam a bela Emmaque entra em paranóia ao ver que ocasamento nada mais foi do que acondenação de uma vida semgrandes perspectivas. Um crítica deque nem só de amor vivem oshomens.



O romance que marca o início doRealismo é rico em detalhes, e pode

não interessar aos mais apressados,pois o autor demora-se em suasdescrições, buscando sempre a

palavra exata, no momento certo.Mas não se engane, cada frase estáno local certo e só nos mostra agrandiosidade de Flaubert. O livro,lançado em 1857, foi duramenterecebido pela crítica que o achoupolêmico demais e que incentivaria o

adultério.



As vestes de mediocridade deCharles Bovary



É nesse foco a mediocridade que anarrativa de Flaubert vai nos

enredando, apresentando as crisesde Emma, sua volatilidade einconformismo com sua situação de

mulher, vivendo em pleno século XIX.Emma Bovary pode ser consideradauma pioneira no feminismoliterário. Com essa personagemFlaubert mostrou a sociedade daépoca um pouco mais da almafeminina.



No Realismo vimos váriascaracterísticas, mas uma comum focomarcante que é o perfil psicológico. As traições de Emma, podem ser explicadas. Traição é um meio de

realizar os sonhos que não é capazde alcançar independentemente. EmMadame Bovary vemos o início deum perfil de mulher insatisfeita que sóiria conseguir ser ouvida um séculodepois.



Bovarismo



Viver o real ou o verossímil ?

BOVARISMO

Termo cunhado em 1892 por Jules de

Gaultier a partir do romance deGustave Flaubert, M adame

Bovary, cuja heroína, saturada deleituras romanescas, mede a sua

própria, vida pelos parâmetrosprovenientes da sua experiência deleitora.



C¶est vouis , C¶est moi.

Obovarismo consiste, assim,numa insatisfação romanesca com a

realidade, numa inversão do olhar, edemonstra a incapacidade de assumir

uma posição crítica em relação àficção. O abismo que se abre entre asduas experiências, a da realidade e a

do imaginário, confere uma dimensãoao mesmo tempo trágica e irônica aobovarismo.



Perfil de Emma Bovary



Emma Bovary. Nasci na França noséculo XVIII. Casei-me jovem e tiveuma filha, Berta. Meu marido é ummédico, um homem bom.

Sou romântica, sonhadora. Vivo aprocurar a felicidade. Tenhoambições, desejos, mas a busca

destes podem me ser muitoperigosos...



Não é fácil conviver numa sociedadetão cheia de regras e costumes,tenho uma visão além do quepadrões estipulados pelo homem.Mas, quem sou eu? Uma pobre

mulher sem voz e fraca, apenas umadorno. Não sei o que farei commeus sonhos, nem se um dia vourealizá-los, nem se encontrarei umdia minha felicidade... Se é que elaexiste. Sou a complexa e singelaEmma. Emma Bovary, a sonhadora.



Em defesa de Emma



³E E mma procurava saber o que se

entendia exatamente, na vida, pelas palavras felicidade, paixão,

embriaguês, que lhe haviam parecido

tão belas nos livros.´ Gustave Flaubert - M adame Bovary, pág. 51, Abril



À frente de seu tempo

Que Madame Bovary foicompletamente imoral para o seutempo, todo mundo sabe.

Mas meu olhar, talvez modernodemais, veja Emma Bovary apenascomo uma mulher à frente de seu

tempo. Ela era apenas uma mulher insatisfeita, mas no decorrer do livromete os pés pelas mãos.



A Emma que está dentro de cadaum de nós

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