Na presença da Beleza - Jorge Armando Pereira
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Na presença da BelezaA mistagogia do espaço celebrativo
Autoria, Capa e Diagramação: Jorge Pereira
Fotos: Lilian e Malu Ornelas
Revisores de Português: Prof. José Celso Soares Vieira
Revisão Teológica: Pe. José Aparecido Hergesse
e Regina Mafra (Especialista em Tecnologia da Comunicação)
Créditos
Na presença da BelezaA mistagogia do espaço celebrativo
Jorge Armando Pereira2013
«O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive» Antônio Vieira
Dedicatória
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Dedico este singelo trabalho aos amigos Sr. Carlos Antônio de Rosa, conhecido por seu Carlos, da Livraria São Francisco (no ano de sua Páscoa) e o Ms. Pe. Nelson Maria Brechó, que sempre incentivaram o cultivo da le itura e pr incipalmente da a aplicação da arte no processo de evangelização.
APRESENTAÇÃO
O universo todo, com tudo que contem, é um espaço sagrado. O macrocosmo e o microcosmo são espaços sagrados. O planeta terra é um espaço sagrado. A história humana é um espaço sagrado. A família e o lar são espaços sagrados. A mente e o coração do ser humano são espaços sagrados. O espaço é sagrado não porque prenda, retenha a Deus; não porque nos dê capacidade de manipular a Deus. O espaço é sagrado porque é criação de Deus, é uma imensa e vasta obra de arte que traz a assinatura Dele. A principal obra de arte de Deus é a pessoa humana que, criada à sua imagem e semelhança, porta o próprio DNA de Deus. De todas as criaturas, somente o ser humano pode travar com Ele uma relação livre e consciente de amor. Em toda a criação, apenas a pessoa humana pode apreciar o “bom”, o “belo” e o “verdadeiro”. O espaço sagrado favorece a comunicação, a comunhão com Deus. A linguagem não verbal é muito mais ampla, profunda e poderosa do que a linguagem verbal. Não é muito diferente entre nós: os marcos históricos e os símbolos da Pátria nos ajudam na afirmação da identidade de brasileiros; uma simples rosa fala mais que mil palavras no momento de declarar amor à pessoa amada. Ritos e celebrações fazem parte integrante do convívio social. Celebrar, comemorar é não deixar morrer a história da vida pessoal, familiar e comunitária; é reconhecer e valorizar a própria origem; reafirmar e expandir a identidade; buscar o sentido da vida. Enfim, celebrar é viver e viver é fazer da vida uma grande celebração cujo sentido último se encontra em Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos amou até a morte e morte de cruz. A presente obra de nosso querido seminarista Jorge Armando Pereira contempla com bastante carinho toda a riqueza do espaço sagrado litúrgico da tradição cristã católica. Tenho plena certeza que sua leitura haverá de enriquecer intelectual e existencialmente o caro leitor.
+ Maurício Grotto de Camargo Dom Maurício Grotto de Camargo
Arcebispo Metropolitano de Botucatu
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Sumário
Introdução
Mistagogia do Espaço
Átrio ou Adro
Fonte Batismal
A Porta
A Nave
Cruzes de Consagração
Iconografia do Espaço
Prebistério ou Santuário
Altar
Ambão
Sede ou Cadeira da Presidência
Velas
A Cúpula
Schola Cantorum ou Coro
Capela do Santíssimo
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Cruz
Capela da Mãe de Deus
Capela da Reconciliação
Espaço do Padroeiro (a)
Campanário/ Torre e Sinos
Conclusão
Agradecimentos
ApreciaçõesApreciações
Sacristia
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Bibliografia 120
“A beleza será sempre a nossa aliada neste caminho que iremos percorrer”
INTRODUÇÃO
Inebriado pelo sutil aroma do mistério que paredes, vitrais, colunas, pisos e detalhes exalam, esta singela pesquisa pretende, em meio a uma sociedade materialista e individual, resgatar preciosos valores, significados e representações para proporcionar ao leitor um mergulhar sob um limiar em que o mistério, fé e uma profunda experiência com o Senhor se farão presentes. Ao atravessar as linhas destes escritos, muitos espaços, antes tidos como desnecessários, serão evidenciados sob seus valorosos significados e importância dentro do rito celebrado. Sem dúvida, esta será uma viagem frutuosa às raízes por meio da qual o leitor aprenderá a observar, sentir e ouvir tudo o que acontece dentro do mistério celebrado. A beleza será sempre a nossa aliada neste caminho que iremos percorrer, onde pretendemos como que abrir os olhos da cegueira material, para que possamos enxergar a grandiosidade d'Aquele que nos envolve e nos convida a estarmos em sua presença. Conhecer e dar o verdadeiro sabor, cor , cheiro e sentido às coisas possibilitarão que uma verdadeira experiência de fé aconteça dentro desse espaço onde o próprio Deus habita. O espaço passará, depois desta experiência mística, a nos acolher e inebriar com o precioso perfume da graça, da misericórdia e da esperança que deverá tornar‐se perceptível aos sentidos tão limitados de nossa condição humana e aprender a saborear desde já, todo o sabor da fé, da bondade e da beleza.
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A você, leitor(a), desejo uma frutuosa leitura, e que ela possa conduzi‐lo (a) a uma profunda experiência com o Senhor; cada vez que participar de uma Santa Missa, que você se sinta acolhido (a) pelo espaço onde o Senhor almeja nos encontrar, nos perdoar e nos ensinar. Sentir‐nos‐emos de fato, na casa do Pai, onde todas as distrações e preocupações se tornarão vãs. A calma, a tranquilidade e a paz de coração tornase‐ão presentes em cada um de nós. Espero que esta experiência que tive enquanto redigia estes escritos possa ser sentida e aproveitada em toda a sua p l e n i t u d e . N o d e s e j o d e p a r t i l h a r e s t e conhecimento, ainda que singelo, deixo‐lhe nestas próximas páginas toda a atenção, carinho e dedicação prestados nestes escritos. Tenha uma boa leitura!
Novembro/ 2013.Jorge Armando Pereira.
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MISTAGOGIA DO ESPAÇO
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Muitos são os atributos que podem nos conduzir
ao mistério, desde cores, texturas, aromas, luzes,
sombras, sons e ritos. De certa forma, todos
falam por si, transmitem mensagens sem mesmo
falarem, como que ecos de um silêncio, que
possuem o poder de nos transportar a cenas ou
ocasiões por eles convidadas. A beleza existente
neles incita‐nos a mergulharmos no mistério, ou
seja, no Cristo, a verdade. Por isso, um espaço é
considerado mistagógico quando sua criação
leva em conta uma estrutura teológica que
permita que cada peça, pedra e detalhes
o r i e n t e m o h o m e m a u m a v e r d a d e i r a
centralidade do cristianismo. Com isso, torna‐se
evidente que tudo falará por si próprio,
conduzindo‐nos ao mistério, pelo simples fato de
expressarem a essência de suas representações.
Dessa forma, explicações tornaram‐se
d e s n e c e s s á r i a s , p o i s o p r ó p r i o e s p a ç o
catequizará. Assim, essa concordância entre a
Palavra, a Liturgia e o Espaço estabelecerá uma
profunda harmonia que exalará, como um
perfume, a beleza existente em se celebrar.
Portanto, a presença do Senhor tornar‐se‐á cada
vez mais perceptível através da beleza refletida
no espaço e no culto que celebramos, pois tudo
assume o seu verdadeiro papel de nos conduzir
ao Mistério Pascal.
“A beleza do mundo é o único caminho para chegar a crer em Deus” (S.WEIL apud
BOROBIO, 2010, A Dimensão Estética da Liturgia – Arte Sagrada e Espaços para
Celebração, Paulus, São Paulo, p.11).
“Disso podemos deduzir que a beleza está relacionada com a verdade, com a bondade,
como o amor, com o esplendor; e que supõe a harmonia que suscita um sentimento de
agrado e de admiração que, percebido pelos sentidos, faz‐se remetimento ao inefável.
Por isso mesmo, é possibilidade e caminho para o divino.” (D, BOROBIO. A Dimensão
Estética da Liturgia – Arte Sagrada e Espaços para Celebração, Paulus ,São Paulo, 2010,
p.12).
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Dessa forma, explicações tornaram‐se
d e s n e c e s s á r i a s , p o i s o p r ó p r i o e s p a ç o
catequizará. Assim, essa concordância entre a
Palavra, a Liturgia e o Espaço estabelecerá uma
profunda harmonia que exalará, como um
perfume, a beleza existente em se celebrar.
Portanto, a presença do Senhor tornar‐se‐á cada
vez mais perceptível através da beleza refletida
no espaço e no culto que celebramos, pois tudo
assume o seu verdadeiro papel de nos conduzir
ao Mistério Pascal.
O mistério entrelaça‐se com os materiais
que compõem o ambiente, convergindo toda a
atenção ao verdadeiro centro, o Cristo. Tal
centralidade obtém referência quando tudo que
realizamos se torna compreendido pela
comunidade como um serviço a Deus, tendo em
vista a comunhão que devemos estabelecer.
Estar diante dessa presença salvífica evidencia a
grandiosidade em estar diante da presença da
beleza – o próprio Deus. Assim, ressalta‐se a
preciosidade que contém cada parte do espaço
sagrado, este que existe apenas para a finalidade
de proporcionar ao homem um espaço onde a
oração, o silêncio e a solidão em Deus possam
s e r v i v e n c i a d o s . Po r t a n t o , u m e s p a ç o
mistagógico deve ajudar‐nos a elevar‐nos a
Deus, rumo à Jerusalém Celeste.
«O mistério entrelaça-se aos materiais»
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ÁTRIO OU ADRO O lugar da acolhida, da passagem.
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«Somos aqui introduzidos ao mistério celebrado»
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Ao chegarmos à Casa do Senhor, somos recepcionados por um ambiente onde podemos nos
preparar para o encontro que nos permitimos realizar. Esse é o lugar onde nos preparamos para adentrar de
fato o Espaço Sagrado, a Casa do Senhor. Sendo ele um “lugar de passagem”, somos aqui introduzidos ao
mistério celebrado. É nesse espaço onde todo o caos encontra ordem, preparando‐se para nos introduzir
em outro mundo, onde a ordem e a harmonia é que imperam. Somos convidados ao profundo silêncio, que
não implica apenas a ausência de palavras, mas o silêncio espiritual, para que possamos adentrar onde o
próprio Deus habita. Preparamo‐nos para realizar esta “transição entre os dois mundos”, ou seja, nos
colocamos em um estado preparatório para o encontro com o Senhor, despojando‐nos de todas as
distrações possíveis, preocupações cotidianas, para que esse fiel amigo possa ser ouvido, sentido e
experimentado em plenitude. Assim, o silêncio, o respeito, o louvor e a adoração se tornam os principais
convites que esse ambiente nos proporciona. Ao entrar no átrio, somos impelidos a abrir nossos corações
para que o Senhor possa tocar‐nos no mais profundo do nosso ser, motivando‐nos a sermos novos homens
e mulheres no mundo.
Nesse espaço, deixamos tudo o que enfrentamos no dia a dia, confusões, discussões, desavenças,
obrigações, enfim, tudo aquilo que nos afligiu, para que esse encontro possa ser realizado a partir do
silêncio e da calma que tanto buscamos. Acalmar o nosso coração, o nosso corpo e a nossa mente, esse é o
sentido primordial desse espaço: que nos preparemos para essa experiência que pode transformar nossas
vidas. Aqui o mundo caótico e desfigurado pelo individualismo atual perde sua força e imperatividade.
Assim, a harmonia, a paz e a tranquilidade ganham novas dimensões, elevando‐nos a um estado de
calmaria que nos permitirá perceber as maravilhas que brotam desse ato de se reunir com os irmãos e irmãs
na Casa do Senhor.
“A entrada ou átrio tem a função de acolher, recepcionar, preparar, predispor, informar, fazer a transição” (GUIA LITÚRGICO PASTORAL, CNBB)
“A assembleia deve se preparar para se encontrar com seu Senhor, deve ser 'um povo bem disposto'. Essa preparação dos corações é obra comum do Espírito Santo e da assembleia, em
particular de seus ministros” (CIC, 2000, p.310).
Cf. C, PASTRO. O Guia do Espaço Sagrado. Loyola, São Paulo, 1999, p.71.
Cf. NÚCLEO DE CATEQUESE PAULINAS; C, PASTRO. Iniciação à Liturgia, Paulinas, São Paulo, 2012, p.164.
Cf. Ibid.“Aqui se entra para louvar o Senhor e se sai para amar os irmãos”.
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«O lugar da transição entre os dois mundos»
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FONTE BATISMAL (BATISTÉRIO)
O lugar da morte e do nascimento.
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Por meio dela é que nascemos para uma nova vida, onde somos purificados e fortalecidos. Sob esse
banho purificador, é que nossas vidas se tornam novas em Cristo. Essa é a fonte da salvação, a porta para a
vida do Espírito, o banho que nos torna puros. Por isso, esse espaço traz em si a graça de um dia sermos
admitidos como cidadãos da Jerusalém eterna. É também tida como o lugar da vida, pois, estando mortos
pelo pecado, somos renascidos pela água salvadora que nos serviu ao mesmo tempo de sepulcro e de mãe.
Tal fonte nos transborda a força santificadora que nos devolve a graça do Senhor, regenerando‐nos
através das águas e da ação do Espírito Santo, restituindo‐nos a luz e a força necessária para enfrentarmos
os obstáculos da vida, unindo‐nos a Cristo em sua plenitude vivificante. Essa fonte possui a propriedade de
jorrar a torrente cristalina que nos lava de nossos pecados fazendo germinar em nós as virtudes cristãs,
para saciar‐nos da sede de vida eterna, água essa que jorrou do lado aberto de Cristo na cruz.
Lavados pela água que nos purifica, pelo Espírito que nos santifica, nascemos para vida, deixamos
para trás o pecado original e iniciamos uma caminhada de fé, amor e caridade. Assumimos, nesse lugar, o
projeto da salvação do qual Cristo nos mostrou o caminho a partir de seus ensinamentos e testemunho.
Essa fonte jorra não somente a água da purificação, mas também nos convida a tornar‐nos filhos e filhas de
Deus. Por meio desse espaço de morte e de vida, começamos a participar de uma comunidade de irmãos e
irmãs que Deus tanto ama e conduz com carinho e misericórdia.
É nesse ambiente que o Espírito Santo de Deus nos é selado, elevando‐nos da condição de criatura à
condição de filhos. Assumimos a condição de sermos sacerdotes, profetas e reis, abrindo‐nos assim o
caminho da santidade e da filiação paternal de Deus para com seus filhos.
Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Bênção Batistério ou Nova Fonte Batismal, 848, Paulinas / Vozes, São Paulo. 1990, p. 310.
Cf. Bênção da Fonte Batismal.
Cf. Catequese de Jerusalém, Ofício das leituras, quinta‐feira da oitava da Páscoa.
Cf. Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Bênção da Nova Fonte, 853, p.311, Paulinas / Vozes, São Paulo. 1990.
Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Bênção de Batistério, 853, p.311, Paulinas / Vozes, São Paulo. 1990.
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«Lavados pela água que nos
purifica»
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«Esta é a fonte vida do Espírito»da salvação, a porta para a
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A PORTA
O lugar da entrada, o Cristo que nos acolhe.
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«Cristo o Novo Adão, abre-nos as portas do Paraíso»
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A porta é o próprio Cristo, também
reconhecido como Novo Adão, que nos abriu
as portas do Paraíso. Ao passar por ela, somos
impelidos a adentrar aos átrios do Senhor
como humildes filhos e filhas que poderão
gozar eternamente a bem‐aventurança
eterna. É Ele que nos acolhe e abre‐nos a
possibilidade de conhecermos as maravilhas
anunciadas dentro do templo. Ele é aquele
que sintetiza o princípio e o fim, abraçando
toda a criação, todo o cosmos. Adentrar na
Casa do Senhor significa ser acolhido,
abraçado pelo Cristo que nos convida
juntamente com Ele a descobrir a graça de
fazer da vontade do Senhor a nossa vontade.
Ele é o “meio” pelo qual conhecemos a
grandiosidade e a majestade do Pai, que
tanto nos amou enviando seu Filho para que o
Paraíso fosse aberto novamente. Por isso, a
Porta é o próprio convite a mergulhar nesse
mistério de amor que Deus tem para com a
humanidade. Abrindo o Paraíso, o Senhor nos
acolheu como filhos e filhas bem amados do
Pai, que nos ofereceu seu próprio Filho como
Pastor que conduz o único rebanho e, ao
atravessarmos essa porta, poderemos ter a
liberdade de ir e vir em busca da salvação que
vem de Deus.
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Atravessar a porta do templo significa muito mais do que atravessar um simples pórtico: representa
cruzar o limiar que distingue o mundo material do mundo espiritual, colocando‐nos em meio ao rebanho do
Senhor e da nação justa. Cruzar esse limiar entre os dois mundos representa ir além das coisas visíveis e
racionais com as quais estamos habituados. Passar por esse pórtico desperta‐nos abrir os olhos, não
apenas físicos, mas também os olhos da fé, para que o Cristo não apenas nos acolha na entrada de sua casa,
mas para que possamos adentrar o ambiente sagrado prontos, preparados para ouvir, ver e sentir todas as
maravilhas por Ele anunciadas.
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Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Conclusão do Rito 958, Paulinas / Vozes, São Paulo.
1990.
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim” (Ap 21,6).
“[...] usando esta porta, tenham acesso a vós, ó Pai, por Jesus Cristo, vosso Filho, num só Espírito; cresçam sempre na edificação
da Jerusalém celeste, frequentando esta nova igreja, em confiança e com fé em Cristo, perseverando na doutrina dos apóstolos,
na comunhão do pão eucarístico e nas orações” (SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Oração
de Bênção 956, Paulinas / Vozes, São Paulo. 1990).
Cristo é “[...] o Pastor e a porta daqueles que formam um só rebanho; por esta porta, quem entrar se salva, poderá ir e vir e
encontrar pastagem” (SAGRADA CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO, Ritual de Bênçãos, Oração de Bênção 956, Paulinas /
Vozes, São Paulo. 1990).
Cf. Is 26, 1‐9 “Abri as portas para que entre uma nação justa”; Jr 7, 1‐7 “Coloca‐se à porta do Senhor e anuncia ai”; Jo 10, 1‐10 “Eu sou a porta das ovelhas”; Sl 117 (118) “Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando”.
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A NAVE O lugar da reunião, da comunhão.
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Cf. NÚCLEO DE CATEQUESE PAULINAS; C, PASTRO. Iniciação à Liturgia, Paulinas, São Paulo, 2012, p.166.
Cf. Sl 105,3.
Cf. NÚCLEO DE CATEQUESE PAULINAS; C, PASTRO. Iniciação à Liturgia, Paulinas, São Paulo, 2012, p.167.
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É onde nos reunimos para peregrinar rumo ao Cristo,
onde de fato repousamos nossos corações depois de tantas
inquietações enfrentadas no dia a dia. Sentimo‐nos parte do
corpo místico de Cristo que é a cabeça. Colocamo‐nos diante
do Rei do Universo, do Santo dos Santos, em plena atenção à
Palavra, em alerta de nossas ações e em vigilância para que
coloquemos em prática tudo o que o Senhor nos ensinou.
A s s i n a l a d o s p e l o b a t i s m o , é o n d e n o s
comprometemos a sermos bons cristãos, fazendo da vontade
do Senhor a nossa própria vontade, alegrando o nosso coração
entristecido pelo pecado. Alegres por fazermos parte dessa
família universal, unimo‐nos para direcionar súplicas e
agradecimentos ao Deus que nos ama e nos perdoa.Tornamo‐
nos partícipes da ação litúrgica, onde em comunhão com a
Igreja oferecemos nossos anseios, esforços e orações como
primícias de nossas vidas, transformando tudo isso em doce
odor a Cristo.
Aqui a atenção, o alerta e a vigilância se fazem
necessários para que a Boa Nova possa suscitar nos corações a
conversão e o testemunho da fé. Estar nesse estado de
ouvinte permite‐nos que a grandiosidade que é Deus possa ser
sentida e assumida como motivação à mudança de vida. O
silêncio é como o abraço e a livre resposta que podemos
ofertar ao Senhor nesse momento especial quando a nossa
pequenez se encontra com o Supremo.
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Fazer parte da assembleia
reunida na nave não representa
apenas um conjunto de pessoas,
mas sim uma família reunida em
torno do altar para louvar,
agradecer e pedir.
É aqui que nos reunimos
para aprender a sermos mais
h u m a n o s , m a i s d ó c e i s a o s
desígnios do Pai, ensinando‐nos
a viver como homens e mulheres
de bem, que testemunham
aquilo que aqui aprendem, onde
estiverem. Assim, como família,
participamos desde já da liturgia
celeste, da qual participaremos
em plenitude um dia quando
adentramos a vida eterna. Pois,
temos aqui e agora um breve
deleite dessa grandiosa graça
que nos aguarda.
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«Nos reunimos humanos»
para aprender a sermos mais
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CRUZES DE CONSAGRAÇÃO
Sinal de vitória, dedicação, morte e vida.
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«Esse sinal reflete a sacralidade existente no local»
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A s c r u z e s d e c o n s a g r a ç ã o
r e p r e s e n t a m , e m s u m a , u m a
abrangência muito maior do que
imaginamos, pois a cruz, símbolo cristão,
interpela‐nos a refletir sobre o verdadeiro
amor que Cristo teve por todos nós. Trata‐
se de marcar o templo cristão como um
espaço sagrado destinado ao culto
divino, imprimindo‐lhe caráter de
s a g r a d o . Po r i s s o , a s c r u z e s d e
consagração de uma igreja representam,
quando incrustadas nas colunas de
sustentação, a firmeza e solidez dos
a p ó s t o l o s , q u e c o r a j o s a m e n t e
enfrentaram todas as adversidades para
que a fé pudesse ser difundida até os dias
atuais.
Com isso, a vela que ilumina cada
cruz representa a luz do anúncio que
vivifica a vida dos cristãos, iluminando‐os
por meio do testemunho daqueles que
foram e continuam sendo o fundamento
da Igreja e que seguem ao redor do
grande Sol central, o Cristo, o centro do
universo cristão para o qual convergem
todas as atenções. Isso demonstra que
orbitamos como os planetas ao redor do
sol, Aquele que nos ilumina e nos mantém
na ordem cósmica.
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«A cruz mundo»
abraça toda a extensão do
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O u t r a r e p r e s e n t a ç ã o
extremamente significativa são as
cruzes de consagração sobre o altar,
que nos remetem às chagas do
Ressuscitado, Aquele que nos traz a
certeza da vida eterna. Essas marcas
cravadas sob o altar nos remetem a
pensar no imenso amor que Deus tem
pela humanidade, mostrando‐nos
através desses sinais a grandiosidade
existente na livre aceitação que Jesus
teve ao ser crucificado quando estende
para nós uma prova de amor e
compaixão, revelando‐nos a beleza
que existe em viver e morrer.
Esse sinal reflete a sacralidade
existente no local que recebe esse
s í m b o l o , r e m e t e n d o ‐ n o s à
centralidade do sentimento e do
ensinamento que ele nos ensina. De
braços abertos, a cruz abraça toda a
extensão do mundo e, ao unir o céu e a
terra, nos traz a certeza de que Deus
c r i o u e a m a p r o f u n d a m e n t e a
humanidade, permitindo que seu Filho,
o Cristo, armasse sua tenda no meio de
nós. Ele vive e testemunha um amor
sem limites, tanto que morre numa
cruz para pagar os pecados de todos.
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Cf. C, PASTRO. Guia do Espaço Sagrado, Loyola, São Paulo, 1999, p.166.
“Podemos aceitar o sofrimento somente quando vemos nele um sentido. A cruz que
desemboca na ressurreição nos mostra que o sofrimento não quer nos despedaçar, mas
conduzir para um plano mais alto de vida” (A, GRUN. A Cruz a imagem do ser humano
redimido, Paulus, São Paulo, 2009, p.88).
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«Ele vive e testemunha um amor sem limites»
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ICONOGRAFIA DO ESPAÇO
O lugar da imagem.
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«O sagrado passa a permear as paredes»
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Corresponde não somente ao adornamento de paredes e espaços, mas também em uma catequese que
não se apoia sobre o exagero, mas sobre a essencialidade. O espaço sagrado é teofânico, ou seja, é o lugar
onde a manifestação do Senhor é a centralidade. Assim, a beleza das cores e das imagens conduz os fiéis ao
mistério celebrado. Por isso, por meio da iconografia, podemos orientar o olhar dos fiéis à centralidade do
culto, o Cristo. É assim que a magnitude do culto que celebramos nesse lugar, se torna uma extensão
daquilo que conhecemos e cremos. Essas imagens não são apenas elementos decorativos, mas sim
elementos que compõem a sacralidade presente no espaço. O sagrado passa a permear paredes, pisos,
vitrais, portas, peças sacramentais; enfim, a presença do Senhor torna‐se sensível e visível. A história da
salvação norteia seu corpo trazendo vida, esperança a todos que ali permanecem. Os traços, as cores e as
texturas carregam milênios de uma história salvífica, em que o amor de Deus transparece sutilmente entre
tantos atributos de beleza que acalentam e fazem com que nossos corações repousem na Palavra
traduzida em imagens, que nos encantam que nos convidam a celebrar a vitória de Cristo, nosso centro,
nosso sol, nossa vida.
As composições pictóricas ou até mesmo esculturais convergem todos os olhares à única atenção
que merece destaque, o Cristo. Tudo orienta para a centralidade do mistério, todos são impulsionados a
perceberem, através dos sentidos, a presença da beleza que ocupa todo o espaço. A beleza desemboca
como que um manancial de água viva que inunda todo o ambiente de graça, verdade, paz e esplendor.
Cf. CIC 1162.
“Afinal de contas, a materialidade da arte, percebida pelos sentidos, torna‐se uma extensão da 'encarnação' de Deus em Cristo, através das realidades criaturais e humanizadas” (D,
BOROBIO. A Dimensão Estética da Liturgia – Arte Sagrada e Espaços para Celebração, Paulus, São Paulo, 2010, p.37).
“[...] os ícones nos relatam em figuras o que os evangelhos nos contam em palavras. Esse ensinamento tem relação direta com a consolidação dos ícones como teologia visual e parte
integrante da liturgia” (São João Damasceno Apud Antunes, 2010, p.59).
“É quando, então, a beleza litúrgica resplandece com toda a sua força, e quando vem a ser, por si mesma, educativa e catequética e mistagógica, a partir de sua própria especificidade,
como linguagem que emite per ritus et preces, e une em uma mesma ação o mistério e sua representação, o rito e a vida, a palavra e os sinais. Trata‐se, portanto, de uma educação em
nível próprio, não comparável com a simples catequese, nem com o compromisso ativo, mesmo que os implique como exigência” (D, BORÓBIO, A Dimensão Estética na Liturgia – arte
sagrada e espaços para celebração, Paulus, São Paulo, 2010, p.28).
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«Tudo nos orienta para a centralidade do mistério»
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PRESBITÉRIO OU SANTUÁRIO
O lugar santo, onde o próprio Deus está.
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«É o lugar aonde o mistério se realiza»
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Cf. Núcleo de Catequese Paulinas & Claudio Pastro, Paulinas, São Paulo, 2012.27
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Também conhecido como o “lugar dos
anciões”, representa o lugar de onde a
sabedoria divina nos é transmitida. Sendo um
espaço santo, revela que esse é o lugar onde a
proximidade com o Senhor está localizada,
pois é a parte central do templo, onde o
mistério acontece. As peças que o compõem
revelam Aquilo que se realiza nele, e a
grandiosidade do que é celebrado torna‐se
evidente. Nossa presença nesse espaço é
atribuída como um convite a adentramos para
adoração, oração e reverência.
Estando no centro físico do templo,
apresenta‐se também como o centro
espiritual de onde emana como fonte de água
viva a inundar todo o templo de graça e vida. É
a partir dessa fonte de vida que o templo exala
c o m o q u e p r e c i o s o s p e r f u m e s : o s
sacramentos que Cristo deixou para que a
Igreja dispensasse sobre os homens. Uma
infinidade de graças paira sobre esse espaço
santo, onde o céu toca a terra, onde o divino
coloca‐se na presença do humano.
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«Este é o lugar aonde o céu toca a terra»
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A graça transborda, o amor inebria, a luz irradia, a vida se intensifica. Lugar de vida e de redenção, esse é o
centro do universo cristão, onde a misericórdia, a harmonia, a bênção, o testemunho incitam‐nos a
transmitir para a humanidade tamanha graça e amor. No presbitério, orbita uma constelação de pedidos,
preces, agradecimentos e súplicas que alcancem o ouvir atento e amoroso do Senhor.
Sob esse lugar santo, a Igreja, corpo místico do Senhor, se une num só coração, numa só alma, para
encontrar‐se com Aquele que nos salvou do pesado fardo de nossos pecados, devolvendo‐nos a vida, e vida
eterna. Somos convidados a perdoar nossos irmãos e irmãs e prosseguirmos rumo ao banquete que Cristo
nos oferece. Alimenta‐nos não apenas materialmente, mas espiritualmente, a fim de que um dia possamos
estar com Ele na glória eterna. Aqui o ensinamento, o testemunho, a refeição, a redenção acontecem. A
humanidade encontra‐se com o Ser Criador, a fragilidade encontra misericórdia, o erro encontra o acerto, a
morte encontra a vida. Com isso, desvela‐nos a simplicidade e, ao mesmo tempo, a beleza e a sutileza
presentes nesse espaço onde o próprio Deus vem nos encontrar.
«A humanidade encontra-se com o Ser Criador»
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O ALTAR
O sinal de Cristo.
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ALTAR
O sinal de Cristo.
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«Entregou-se para dar vida ao mundo»
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Desde a antiguidade do cristianismo, mais precisamente entre os séculos II e VII, a Igreja teve, como
uma preciosidade, os santos padres, ou seja, os pais da Igreja, que firmaram a fé e combateram as heresias
latentes em sua época. Foram eles que edificaram a tradição da Igreja que hoje possuímos, um tesouro para
o auxílio de nossa vivência enquanto cristãos. Eles já afirmavam ser o Cristo a vítima, o sacerdote e o altar do
sacrifício, sinal esse que se torna evidente aos olhos do corpo e da alma, remetendo‐nos ao mistério de
Cristo, que em um ato de amor e caridade se entregou para dar vida ao mundo.
É nele que celebramos o sacrifício bem como o banquete, em que o Cristo se fez alimento da alma,
entregando‐se aos discípulos e convidando‐os a realizarem aquele gesto de partilha e amor em sua
memória. Por isso, o altar é onde o sacrifício da cruz continua perpetuando‐se até que Cristo volte
gloriosamente. Sua dedicação se deve unicamente a Deus, já que o sacrifício que se realiza sobre ele é
ofertado ao Pai.
“O único altar, o único Salvador nosso, Jesus Cristo, e a única Eucaristia da Igreja”, é o centro das
celebrações cristãs, o altar é de fato a mesa do sacrifício, onde o Mistério Pascal é atualizado em meio à
comunidade. Ele é o 'próprio símbolo de Cristo”, ou seja, representa Aquele que salvou o homem por meio
do sacrifício cruento, derramando sangue e água na cruz, para que a vitória sobre o pecado e a morte
pudesse ser experimentada. Tido também como mesa, ele viabiliza a ligação entre o céu e a terra,
interligando o divino com o humano sob essa peça sagrada, que também representa o trono de Cristo, onde
de fato, houve o triunfo d'Ele como Rei, humilde e misericordioso, entregando sua vida por livre e
espontânea vontade.
O altar é a mesa festiva, onde os fiéis podem tomar parte do banquete, oferecendo suas alegrias,
manifestando seus desejos, elevando suas preces e revigorando suas forças para prosseguirem em sua
caminhada rumo à Jerusalém celeste. Dessa forma, o altar é observado, em comum, como o “eixo do
mundo”, que convida o homem a voltar seu olhar para contemplar o momento em que o divino toca a terra
sob essa rocha sólida e ungida para que esse mistério da fé possa se manifestar nos dando partilhar o
alimento, o Corpo e Sangue de Cristo. Sob essa simples e singela superfície, Deus, que é simples, amoroso e
misericordioso, toca docemente a humanidade, oferecendo‐nos o pão da vida, vindo dos céus. É nesse
lugar que a totalidade e a santidade se fazem presentes, no milagre da transubstanciação, pela qual pão e
vinho tornam‐se corpo e sangue de Cristo, ou seja, é nesse lugar que ao olhar da fé nos conduz à experiência
do Mistério Pascal, que vivifica o homem, devolvendo‐lhe a unidade.
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Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Pon�fical
Romano. São Paulo: Paulus, 2008, p.498.
Cf.Ibid., p.481.
Cf. Ibid.,p.483.
Cf.Ibid., p.482.
Cf. COMPÊNDIO do Catecismo da Igreja Católica, São Paulo,
Loyola, 2005, p.96.
Cf. SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Pon�fical
Romano. São Paulo: Paulus, 2008, p.495-497.
Cf. LURKER, MANFRED. Dicionário de figuras e símbolos bíblicos,
São Paulo, Paulus, 1994.
A partir dessa mística amorosa, torna‐se evidente como deve ser a atitude do cristão em cultivar o amor e o profundo respeito pelo altar, ou melhor, pelo Cristo, no qual, sobre Ele, celebra‐se continuamente a partilha, a comunhão que faz da assembleia uma só comunidade, regida por um só pastor, Jesus Cristo. É por isso que devida reverência e respeito sempre sejam manifestadas por essa peça sagrada que simboliza, liturgicamente, Aquele que vive e reina no meio de nós até os fins dos tempos.
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«Deus, que é simples, toca docemente a humanidade»
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AMBÃO
O lugar do anúncio da Boa‐Nova.
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«O Verbo “arma a sua tenda” no meio de nós»
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O termo ambão vem do grego ambon, que quer dizer elevação, lugar que nos exorta o sentido da
ascensão, bem como a nobreza. É sobre ele que a Palavra de Deus é proclamada, fazendo ecoar a Boa‐
Nova que o ungido do Pai nos revelou e continua nos anunciando, “na verdade, Deus continua falando
hoje” por meio dos evangelhos que são partilhados com a comunidade. Cristo, o ungido, encontra‐se,
em sua totalidade, presente no anúncio, na partilha e na comunhão da Palavra. Presença real que se
personifica. Segundo o evangelista João, o Verbo “arma a sua tenda” no meio de nós, para nos ensinar,
fortalecer, conduzir e alimentar os nossos corações.
Sob o ambão, o anúncio testemunha a vivacidade e o poder da Palavra, revelando‐nos como o
Salvador vivifica os homens com autoridade, “jovem, eu te ordeno, levanta‐te!. E o morto sentou‐se e
começou a falar”. É com esse mesmo poder que a Palavra nos revigora e nos anima a enfrentarmos os
obstáculos da vida. O lugar do anúncio também pode ser comparado à pedra do sepulcro em que, após a
ressurreição, Cristo realiza seu primeiro anúncio, trazendo‐nos palavras de esperança e de vida eterna.
Palavras que nos levam a aprofundar a fé cristã, unificando os corações, resgatando as almas e
testemunhando o amor. Atitudes que são apresentadas a partir desse lugar que ilumina, pois é nele que
“Cristo, que é a luz dos povos,” nos envolve docemente com dignidade e humildade que seus
ensinamentos exalam, como um perfume que penetra na doce brisa que nos toca.
Como a sutileza de uma brisa, como o ardor da chama que devora, a Palavra de Deus evoca no
homem o desejo de buscar cada vez mais conhecer a verdade, essa que se apresenta na simplicidade do
reunir‐se para partilhar desse alimento substancial que a Sagrada Escritura nos proporciona, sendo ela o
verdadeiro pão da vida. O ato de nos reunirmos convida‐nos a fazer memória dos gestos de Jesus,
revivendo curas, fatos e ensinamentos que Ele realizou e continua realizando na humanidade,
revelando o amor incondicional que o Pai tem por nós. Incita‐nos a vivermos alegres, aprendendo, a
partir da Palavra, a transformar morte em vida, sofrimento em alegria e trevas em luz.
Cf. HEINZ‐MOHR, Gerd. Dicionário dos símbolos: imagens e sinais da arte cristã. São Paulo: Paulus, 1994, p.17.
Cf. BUYST, I. A palavra de Deus na liturgia, São Paulo, Paulinas, 2009, p.08.
Cf. Lc 7, 14‐15.
Cf. GUIA LITÚRGICO PASTORAL. IX EspaçoCelebrativo, n.4, O lugar da Palavra, p.93.
Cf. Lumen Gentium, p.101.
Cf. Dei Verbum 21, p.363.
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«Esta peça alta que anuncia e testemunha o Cristo»
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Transformar ódio em amor, pois “se
alguém me ama, guardará a minha palavra”. É
com esse espírito de luz que o cristão deve
permanecer diante da Palavra, pois somente
assim é que encontramos tudo o que nos é
necessário para a nossa pobre alma, que necessita
c o n t i n u a m e n t e d e n o v o s s e n t i d o s p a r a
permanecer na fé. Com efeito, o ambão é de fato a
peça sobre a qual a condução da vida nos é
apresentada, desvelando‐nos os véus da
ignorância, do pecado e da injustiça, ensinando‐
nos que é possível viver a alegria, o amor e a
fraternidade entre os irmãos, unindo‐nos uns aos
outros, formando “um só coração e uma só alma”,
por meio da Palavra que nos une e liberta de todo
mal.
Portanto, “esta peça alta que anuncia e
testemunha o Cristo” revela‐nos a fonte de amor e
vida que transborda desse manancial que
transforma, que aprofunda, que ilumina os
corações, devolvendo‐lhes a união e a totalidade
que o mundo os rouba. Por isso, nas leituras, nos
salmos e no evangelho, Cristo se torna presente,
anunciando a salvação que tanto buscamos.
Cf. Jo 14, 23.
Cf. CIC 127, Palavras de Sta. Teresinha do Menino Jesus.
Cf. At 4, 32‐33.
Cf. PASTRO,C. O Deus da beleza, São Paulo, Paulinas, 2008, p.108.
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«O Cristo se torna presente, anunciando a salvação»
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SEDE OU CADEIRA DA PRESIDÊNCIA
O lugar da exortação.
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«É o lugar que nos remete à comunicação da graça»
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A Igreja é um só corpo, constituída de Cristo, que é a cabeça, e os fiéis que correspondem aos
membros desse corpo místico. Sob essa visão, é tecida a significação que nos conduz ao mistério que
celebramos em cada missa. Reconhecendo Cristo como o pressuposto fundamental de toda ação litúrgica,
somos impelidos a observar o simbolismo que envolve o lugar da presidência, ou seja, o espaço que orienta
e conduz os membros desse corpo a adentrarem a verdadeira essência da vivência da Palavra de Deus. É
desse lugar que a comunidade é ensinada a respeito dos testemunhos evangélicos que o presidente
partilha, tendo em vista a catequese sobre as coisas de Deus. O termo presidir já nos introduz a sua função,
bem como a necessidade desse lugar que nos remete à comunicação da graça, presidida e dirigida como
oração, ou seja, diálogo com o Pai, que nos convoca e realiza a mediação que tanto almejamos. Com efeito,
sua representação se acentua sobre a figura do próprio Cristo, que, por inúmeras vezes, sentou‐se junto da
comunidade para com eles partilhar seus ensinamentos. Esse lugar não apenas simboliza a imagem
d'Aquele que nos ensina, mas também nos revela a presença do Cristo que nos conduz ao mistério pascal.
A sede nos evidencia o Cristo Mestre, aquele que, a partir de sua pregação, doutrina aqueles que
ouvem a sua Palavra. Sua presença também nos converge à unidade, ao “presidente invisível da
assembleia”, que nos acolhe, instrui, educa e apascenta, com palavras de carinho, amor e misericórdia.
Pois, as Sagradas Escrituras nos revelam que, na maioria das ocasiões, Jesus assentou‐se para instruir os
discípulos, transmitindo‐lhes seus ensinamentos, que os fortaleceriam na fé, animando‐os em sua
caminhada rumo à Jerusalém celeste.
1Cor 12, 12‐14,27. “Porque, como o corpo é um todo com muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formar um só corpo, assim também é Cristo. Em um só
Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim, o corpo não consiste em um
só membro, mas em muitos. Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos membros”.
MACHADO, R. O espaço da celebração: mesa, ambão e outras peças, São Paulo, Paulinas, 2008. p.16.
BUYST, I. Presidir a celebração do dia do Senhor, São Paulo, Paulinas, 2010. p.11. “A palavra 'presidir' vem do latim 'praesidere' e significa, literalmente, sentar (sedere) à frente (prae)”.
Cf. CIC 1084; CIC 1184.
BUYST, I. Presidir a celebração do dia do Senhor, São Paulo, Paulinas, 2010. p.13.
CNBB. Guia Litúrgico Pastoral, Brasília, Edições CNBB. p. 103.
BOROBIO, D. A Dimensão estética da Liturgia ‐ Arte Sagrada e Espaços para Celebração, São Paulo, Paulus, 2010. p.69.
Cf. Jo 4, 6‐42; Jo 6, 3‐15; Jo 8, 1‐11.
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«Sua presença também nos
converge à unidade»
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A CRUZ
O lugar do amor e da redenção.
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«Ela nos orienta e nos conduz ao Mistério Pascal»
Sinal da nossa redenção, revela‐nos a maior
prova de amor que Cristo nos demonstrou,
fazendo da cruz instrumento de salvação
para abraçar a humanidade por meio de seus
braços estendidos, unir‐nos da terra ao céu
por meio de seu madeiro fincado na terra e
apontar para o Pai, que tanto nos amou com
o envio seu Filho amado. A cruz sintetiza
todo o projeto de salvação que Cristo
realizou. Sua presença nos desvela Aquele
que por nós morreu, ressuscitou e vive
eternamente. Sua imagem traz não somente
uma aparência de sofrimento, mas também
de vitória, de amor e, acima de tudo, de
obediência à vontade do Pai. Diante de nós,
ela nos orienta e nos conduz ao Mistério
Pascal que Cristo fez questão de apresentar‐
nos. A cruz revela‐nos o Senhor dos
senhores, Aquele em que tudo se encontra
debaixo de seus pés, não pela opressão, mas
pela entrega total ao plano da salvação.
Amou‐nos tanto que deu sua própria vida
para que tivéssemos direito à vida eterna;
deu‐nos seu corpo para que fosse pregado,
ultrajado pelos homens afim de que tudo se
cumprisse. Assim, a cruz remete‐nos a um
profundo mergulhar no amor de Deus, que é
de fato sem medidas, sem limites, um amor
sem recompensas, apenas amor.
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«Um amor sem recompensas,
apenas amor»
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O lugar da luz.
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«Cristo é a Luz que ilumina
todos os povos»
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Cristo é a Luz que ilumina todos os
povos, que espanta o medo e as trevas. A
luz, por si só já nos diz muito: ilumina,
aquece, abrilhanta, desvenda as trevas. A
vela indica‐nos que Cristo é a luz do
mundo, por isso sua presença ilumina e
devolve a vida a tudo aquilo que estava
frio, triste e escuro. Essa luz traz consigo
o poder de afugentar a tristeza e o
desamor, irradiando alegria e vida a tudo
que antes se encontrava morto. Sua luz
nos garante a certeza da ressurreição e da
vida eterna, pois Cristo é Aquele que,
passando pela escuridão da morte,
ressurge como luz para expressar a
plenitude da redenção e da vitória sobre o
pecado. Essa luz é a alegria que invade o
nosso ser, iluminando cada espaço que se
encontra obscuro pelo pecado e pela
maldade. Por isso, essa presença ilumina
nossas vidas, para que caminhemos na
esperança, na fé e no amor sem que
caiamos em meio à escuridão do pecado.
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não caminha nas trevas, mas
terá a luz que conduz à vida” (Cf. Jo 8, 12).
“Essa luz significa energia, vontade de viver, desejo de plenitude, salto
de comunhão, superação de toda imobilidade ou frieza” (DONGHI,
2009, p.103).
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«Sua luz nos garante a certeza da ressurreição»
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A CÚPULA
O lugar do universo.
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«Olhar para o céu do Criador»
nos faz lembrar de que somos dependentes
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«Só o esplendor da beleza poderia tudo
ter criado»
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A cúpula nos remete à visão do universo, dos
luzeiros que iluminam o mundo para dar luz e
vida à sutileza da escuridão da noite. Estando
abaixo das estrelas, sentimo‐nos como que
abraçados pela natureza, pela criação de
Deus, que nos olha e cuida‐nos com um olhar
misericordioso. Olhar para o céu nos faz
lembrar de que somos dependentes do
Criador, e que a sua graça transborda os
limites da razão humana. Estar abaixo dela é
como se estivéssemos subjugados ao
universo, onde constelações, galáxias,
estrelas e nebulosas, enfim, toda a criação
estelar nos abraça‐se carinhosamente diante
de Deus.
Por isso, esse espaço é como se fosse a
janela para a eternidade onde o Senhor nos
preparou uma morada. Sobre nós, os luzeiros
do céu nos remetem à promessa que o Senhor
fez de um dia alcançarmos a vida eterna onde
esse novo céu e essa nova terra poderão ser
contemplados em plenitude. Contudo, esse
céu nos abraça e nos convida dentro da criação
divina a perceber o amor e a aliança que o
Senhor fez e continua a realizar com toda a
humanidade. Por isso, olhar para alto e ver as
estrelas, os santos e os anjos estampados na
cúpula, faz‐nos perceber que só o esplendor da
beleza poderia tudo ter criado.
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SCHOLA CANTORUM OU CORO
O lugar da música, dos sons e vozes.
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«A música divino»
eleva nossas almas a tocar o
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É nesse espaço destinado ao canto
que o coro, antes mesmo de expressar sua
adoração ao Senhor em vozes e sons,
entrega a Deus e aos irmãos e irmãs o dom
que lhes foi confiado de transformar orações
em cantos destinados ao sagrado. O coro é
de fato um lugar onde o manusear dos
instrumentos, o ensaiar dos cânticos, o
louvor a Deus são realizados tendo em vista
que os fieis sintam‐se tocados docemente
pela música que eleva nossas almas a tocar o
divino. As sensações, os sentimentos, a fé
são enaltecidos e embalados entre acordes,
melodias e canções que nos colocam diante
do Senhor. Esse lugar é onde a expressão do
Mistério de Deus acontece por meio da
música que, transformada em oração,
transporta‐nos para a Jerusalém Celeste. A
música quer ir além dos ouvidos, quer
perpassar os limites da razão e atingir o
limiar da fé e do amor. Assim, a música
c o l o c a ‐ n o s m a i s p r ó x i m o s d e u m a
experiência de oração com o Senhor, na qual
vozes e sons se entrelaçam elevando um
louvor a Deus.
“A música deve expressar o mistério de Deus e a nossa oração”.
BECKHAUSER.
“A música é assim: não quer ser só ouvida. Quer possuir os corpos,
transformar‐se em vida, tornar‐se carne”. RUBENS ALVES
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«Os sons se entrelaçam elevando um louvor a Deus»
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CAPELA DO SANTÍSSIMO
O lugar do Senhor.
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«O Senhor quer nos encontrar, quer nos receber, quer nos conhecer»
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O lugar do silêncio, onde o Senhor quer nos
encontrar, quer nos receber, quer nos
conhecer. É o local onde estamos diante do
Senhor, diante d'Aquele que nos salvou do
pecado, da morte e da ignorância. Estando
na presença do Senhor, todas as palavras se
t o r n a m v ã s , t o d o s o s g e s t o s
desnecessários, apenas contemplá‐lo se faz
definitivamente preciso. Assim, esse lugar
torna‐se um ambiente de contemplação,
adoração, agradecimentos e pedidos. O
Senhor nos conhece e nos acolhe nesse
espaço onde o sagrado se faz presente. A
presença do Senhor está fisicamente nesse
lugar, é o espaço onde as reservas
eucarísticas se encontram depositadas. O
Senhor se faz presente sempre nesse lugar,
a esperar por nossas visitas. Escondido em
um pequeno pedaço de pão, onde o
esplendor de amor, de beleza e caridade se
encontram presentes para que o Senhor
possa ser contemplado e adorado. Esse
silencioso ambiente nos convida à oração,
ao diálogo com o Senhor. Tido também
como o lugar da visitação, essa capela nos
interpela a cultivar carinhosamente essa
experiência de um Deus que quer estar no
meio de nós. Deseja que estejamos sempre
mais próximos d'Ele, pois tanto nos ama.
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«Um Deus que quer estar no meio de nós»
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ESPAÇO DO PADROEIRO (A)
O lugar dos santos.
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«Deixaram como exemplo a sua vida de fé»
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É em honra ao padroeiro (a) que uma
igreja ou capela é erguida e dedicada a Deus,
como casa de oração. Por isso, a imagem do
padroeiro(a) deve representar a verdadeira
conduta que o Senhor espera de nós como filhos
e filhas muito amados. Sua presença enaltece a
fé e a devoção que motiva a comunidade a
prosseguir nos ensinamentos da Palavra de
Deus. Por isso, a figura de devoção auxilia na
congregação dos fiéis, na vivência dos preceitos
cristãos e, acima de tudo, comprova que os
santos foram pessoas como nós, que decidiram
viver a vontade Deus aqui na Terra e deixaram
como exemplo a sua vida de fé, obediência e
perseverança. Por isso, esse espaço deve exortar
na comunidade o fervor da fé, da esperança, da
caridade e, principalmente, do amor. Sob o olhar
da representação dos santos, somos convidados
a viver e agir retamente, amando o próximo,
dando de comer aos famintos, cuidando dos
doentes, visitando os presos, vestindo os que se
encontram nus. A presença dos santos nos
impulsiona a realizar uma experiência de fé, mais
significativa, por meio de ardor, coragem e
perseverança. Assim, a figura do padroeiro(a) é
de extrema importância na edificação da fé e na
vida da comunidade cristã.
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«Sua presença edifica a fé e a vida da comunidade cristã»
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CAPELA DA MÃE DE DEUS
O lugar da Mãe
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«Seu testemunho demonstra-nos como é bom ser de Deus»
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O lugar destinado á presença materna de Maria é, sem dúvida, essencial em uma igreja, pois nos lembra
d'Aquela que entregou sua vida, suas vontades e decisões para que a humanidade hoje pudesse conhecer e
receber a salvação que seu Filho Jesus Cristo nos trouxe. Assim, a figura de Mãe de Deus e da Igreja ensina‐
nos a sermos mais dóceis à vontade do Pai, mais atenciosos à Palavra que ela mesma carregou o “verbo”
em seu ventre. Seu testemunho demonstra‐nos como é bom ser de Deus, fazer sua vontade e viver
segundo sua Palavra. O lugar da entrada do Verbo ao mundo é onde reconhecemos a grandeza e ao
mesmo tempo a humildade que o Senhor teve em, por meio de um ventre humano, visitar a humanidade.
Por meio do seio de Maria, a salvação veio ao nosso encontro. Esse espaço é muito mais que um mero
ambiente de oração, é o lugar onde somos colocados sobre o colo maternal de Maria, que nos ouve e
interpela ao Pai e ao Filho por nossos pedidos. Somos acolhidos, temos nossas lágrimas enxugadas, temos
nossas súplicas ouvidas, somos acalentados pela presença materna de Maria que nos convida, a partir de
sua doação total, a sermos servos e servas da vinha do Senhor.
«Somos acolhidos, temos nossas lágrimas enxugadas»
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CAPELA DA RECONCILIAÇÃO
O lugar do perdão.
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«Esse é o espaço onde o Cristo nos acolhe»
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Reconciliar‐se com Deus, esse é o espaço
onde Cristo nos acolhe, nos ouve, nos
absolve de todos os erros de que
arrependidos estamos. Somos lavados de
todas as imundícies que nos atrapalham e
não nos deixam viver a vida segundo a
vontade do Pai. É nesse lugar que
deixamos nossas angústias, sofrimentos,
desolações, rancores e mágoas. Somos
penetrados pela luz de Cristo, limpeza de
coração e de alma que recebemos com a
confissão. Tornamo‐nos limpos, brancos
como a neve, leves como o algodão, puros
como a água. Deus nos presenteia com
uma segunda chance de continuar nesta
caminhada rumo à Jerusalém Celeste.
Esse é o lugar onde o Pai nos recebe
depois de tantos erros cometidos. Ee não
nos olha com um olhar de punição, mas
com misericórdia. É nesse espaço onde,
“na sua doçura, a voz é o toque e toque é a
voz”, onde a misericórdia se faz presente
no perdão de nossos pecados. É o lugar
onde retornamos para casa, ou seja, é o
lugar onde nos encontramos diante do
Senhor. Retornamos para nós mesmos
depois de tanto termos nos afastado do
Pai.
Cf. 1Rs 19,11-13.
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«Retornamos para nós mesmos depois de tanto termos nos afastado do
Pai»
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SACRISTIA
O lugar da preparação.
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«Lugar de oração, preparação e
silêncio»
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O lugar da preparação para o encontro
c o m o S e n h o r. É o n d e o s a c e r d o t e s e
paramenta, ou seja, se reveste simbolicamente
para celebrar o Mistério Pascal. Assim, a
sacristia é um lugar de oração, preparação e
silêncio. Tudo o que é necessário para que o rito
aconteça encontra‐se nela, tornando‐a um
espaço de acomodação de utensílios sagrados,
auxílio e serviço à celebração. Muito mais que
apoio, ela é um espaço que prepara o celebrante
e seus auxiliares para o rito que irão celebrar.
Tido também como espaço do silêncio, permite
aos auxiliares do sacerdote que preparem seus
corações para a realização das funções que logo
mais irão realizar, ofertando seu serviço em
benefício dos demais irmãos. Estar em silêncio
não quer dizer que estejamos vazios, mas
significa reconhecer‐se como criatura carente
da presença divina, que pode ser ouvida e
sentida quando todas as distrações se
encontram distantes de nós. Estar em
comunhão com o Altíssimo significa também
colocar‐se à escuta do Espírito.
“O silêncio é abertura fecunda para o infinito por parte do
coração humano, é o desabamento de toda defesa diante
da manifestação de Deus, é satisfação pela divina
liberdade no espírito humano, é alegria de dar
hospitalidade ao Doador de todo bem”. (DONGHI, 2009,
p.40).
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«É o lugar de colocar-se à escuta do Espírito»
CAMPANÁRIO / TORRE E SINOS
O lugar da recordação do chamado de Deus.
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«Aponta-nos para o céu»
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Sinal da presença do Senhor em meio ao povo,
quanto mais visível e imponente, ela transmite que
aquele lugar é um espaço de oração. Sua imponência
revela a grandiosidade existente nesse espaço, onde o
próprio Deus habita. Assim, sua figura expressa
fortaleza, solidez e senhorio d'Aquele a quem
direcionamos nossas súplicas e orações. Sua altura
muitas vezes parece quase tocar as nuvens, ou seja,
aponta‐nos para o céu onde o Senhor quer que um dia
façamos morada. E, apontando para o céu, a torre
mostra‐nos qual é o caminho espiritual que o cristão
deve percorrer durante toda a sua vida, encaminhando‐
se para Deus. Sua presença junto à igreja é não só para
nos lembrar de que Deus quer que aprendamos com a
caminhada em comunidade, como também para elevar
nosso espírito às alturas aonde o Pai quer que nos
encaminhemos todos, ou seja, para a eternidade.
Os sinos são os anunciadores de momentos
alegres e tristes. Suas badaladas embalam tempos de
festas, comemorações litúrgicas e também funerais,
luto, convite aos fiéis para a santa missa dominical. E,
para cada situação a ele confiada, uma badalada
diferente que nos motiva a reconhecermos que estamos
sendo chamados à Casa do Pai, para rezar, pedir,
agradecer, louvar, confortar etc. Por isso, os sinos são
aqueles que embalam muitas ocasiões que a Igreja
celebra, ajudam a conduzir e orientar o povo de Deus
para se direcionar rumo à oração, à alegria ou ao
conforto.
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Anunciadores, assim são
denominados aqueles que
embalam as grandes festas
cristãs, chamando a atenção de
todos para a grandeza daquilo
que se celebra. Sua presença
evoca a alegria, o anúncio, o
c h a m a d o , a t r i s t e z a , a
esperança. Grandes símbolos
sonoros, sons que estremecem
corações, suscitam consolo,
ressaltam noticias, embalam
c e l e b r a ç õ e s , i n u n d a m d e
emoções ritos. Assim, os sinos
e n c o n t r a m p r e s e n ç a ,
significado, representação e
s i m b o l i s m o d i a n t e d a
caminhada de fé dos cristãos.
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“A própria torre como os sinos, a que se atribuíram
diversas funções: remeter à transcendência e recordar
o chamado de Deus; convidar à oração; regular o
tempo social; cessação do trabalho ou chamada ao
trabalho; convocar a assembleia para a celebração;
indicar o tempo litúrgico; ressaltar os momentos
festivos e gozosos: marcar o ritmo da vida; indicar as
diversas situações e momentos da vida: nascimento,
morte; organizar a vida social e comercial: momento
de reunião, do mercado” (BOROBIO, D. A Dimensão
estética da Liturgia – Arte Sagrada e Espaços para
Celebração, São Paulo, Paulus, 2010. p.50).
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CONCLUSÃO
Te n d o p e r c o r r i d o t o d o e s t e c a m i n h o mistagógico do espaço celebrativo, evidenciaram‐se detalhes que, por muitas vezes, foram tidos como despercebidos e até desnecessários. Suas significações trouxeram à vida de fé, um sabor todo especial em que, desde a luz que ilumina, às imagens que ensinam sobre a fé, receberam explicações pautadas sob pesquisas realizadas por renomados estudiosos e principalmente sobre as Sagradas Escrituras. Todo esse processo pode proporcionar ao leitor(a) uma nova experiência de reconhecer‐se como parte desse espaço sagrado, onde o ensinamento e a conversão se fazem presentes. A postura, a oração, o respeito pelo espaço se tornaram primordiais enquanto diretrizes para se viver um profundo relacionamento de filho e Pai, no qual o espaço tornar‐se‐á um ambiente que proporcionará esse momento. Tudo agora no espaço celebrativo nos traz significados, simbolismos e representações que nos ajudarão a celebrar os Santos Mistérios, diferentemente de antes, quando não sabíamos que tudo o que nos circunda não está por acaso ali, mas que deve nos ajudar a orar. O ambiente agora possibilita nos sentirmos unidos ao rito, pois conhecemos os porquês que nos acercam. Sabendo sobre seus significados, tudo se torna mais claro e objetivo e n q u a n t o o r a m o s . R e z a r t o r n o u ‐ s e m a i s aconchegante, mais caseiro, mais familiar. Estamos em casa, na casa onde o Pai quer nos encontrar, quer no ensinar, desde as simples pedras que sustentam o espaço, até o teto que nos abraça e nos protege de todos os perigos. Circundados por esse espaço, somos acolhidos como que num abraço paterno que nos quer aconchegar carinhosamente e nos ensinar a sermos homens e mulheres de bem.
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Portanto, estes escritos um dia se tornarão desnecessários como Henri Nowen disse em um de seus livros, pois, quando as pessoas conhecerem o verdadeiro valor que envolve o espaço sagrado, elas perceberão a grandiosidade para a qual todos nós somos convidados a participar. E estes escritos tornar‐se‐ão meras linhas que um dia serviram apenas como seta para que homens e mulheres aprendessem a ser, estar e orar na casa do Senhor.
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Agradeço cordialmente.
Ao Sr. Arcebispo Metropolitano de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo pelo apoio e contribuição para o custeio do registro deste livro no índice de livros da Biblioteca Nacional.
Ao Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora das Dores de Avaré‐SP, que gentilmente contribuiu para os custeios do registro de permanência deste livro no site referido.
Aos Padres: Pe. Tarcisío C. Oliveira Pinto e ao Pe. Fernando G. Maróstica (Pároco e Vigário paroquial do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora das Dores de Avaré‐SP) e ao Pe. Ademar Domingos Ramos (Pároco da Paróquia São Benedito de Avaré‐SP)* que prontamente permitiram que as igrejas em questão pudessem servir de base para este livro. * Capela Santa Rita de Avaré‐SP.
A Família Ornelas na pessoa da renomada fotógrafa Malu Ornelas, que prontamente abraçou este projeto, abrilhantando‐nos com suas belas fotos, que traduzem os escritos em imagens, proporcionando ao leitor uma viagem visual a espiritualidade deste texto.
Ao Professor Emérito do Seminário Arquidiocesano São José de Botucatu, Profº Celso Soares Vieira e a Srª Regina Mafra, especialista em tecnologia da comunicação que gentilmente realizaram a revisão do português.
Ao Pe. José Aparecido Hergesse que realizou uma breve revisão teológica destes escritos, possibilitando‐nos a certeza de estarmos no caminho certo.
Á todos os amigos que contribuíram com sua valorosa apreciação, permitindo‐nos sentir de perto e experiência que este singelo escrito pode realizar com cada um de nós.
Deus os abençoe.
Jorge Armando Pereira
«Os puros de coraçãohaverão de ver a Deus»
Mateus 5,3
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Agradecimentos108
Anunciai dia após dia a salvação do Senhor”: é com essas palavras do salmo 96 que eu gostaria de agradecer a Deus e a todos os familiares, amigos, paroquianos de origem e de estágios pastorais, professores, formadores, seminaristas, diáconos, padres e bispos que participaram e conviveram comigo nestes três anos onde esta pesquisa se desenvolveu. A todos tenho que agradecer imensamente pela atenção e colaboração as quais foram de extrema relevância neste projeto. Sem a colaboração de todos, este projeto não teria saído sequer do papel. Se hoje ele se tornou realidade, é porque cada um sonhou um pouquinho junto comigo. Palavras se tornariam vãs para agradecer tantas pessoas, tantas conversas, tantos bate‐papos, tantas correções, tantos livros que eu não pude comprar e amigos providenciaram de uma forma ou de outra. Mas tudo valeu a pena, pois, com suas singelas e verdadeiras ajudas, tudo se concretizou. Agora o conhecimento pode ganhar seu verdadeiro lugar. A partilha, a vivência e principalmente uma possibilidade de que muitas pessoas ao lerem estes escritos possam sentir‐se cada vez mais acolhidas na casa do Pai. Portanto, eu gostaria de finalizar este agradecimento com uma frase que tenho certeza resume todo o meu trabalho com a arte e principalmente com a Igreja e o Povo de Deus: “Criar como um deus, ordenar como um rei, trabalhar como um escravo” (CONSTANTIN BRANCUSI).
Obrigado, Deus os abençoe.Jorge Armando Pereira.
«Agora o conhecimento pode ganhar seu verdadeiro lugar»
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Apreciações
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Dirceu Montovani Padre, Psicólogo e Reitor do Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus – Marília\SP.
(Setembro de 2013)
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«Redescobrir o valor do espaço celebrativo como espaço simbólico e ritual, é redescobrir o lugar da contemplação, da beleza, do sentir‐se Igreja, filho de Deus em sua dignidade batismal e sacramental. Quando deparamos com um espaço belo, bem planejado, orientado para o mistério de Cristo e sua Igreja, entramos em espírito de oração. A linguagem simbólica do espaço celebrativo bem arquitetado e simples nos leva a concluir que cada celebração ali realizada é uma visita de Deus na vida da comunidade que marca indelevelmente a sua passagem imprimindo o selo de sua misericórdia pela ação do Espírito profundamente derramado sobre toda a assembleia."
Fernando Lima Seminarista da Arquidiocese de Belo Horizonte\MG.
(Setembro de 2013)
«Com nobre simplicidade, Jorge Pereira nos coloca na Presença da Beleza fazendo‐nos adentrar nos
lugares que compõe o espaço sagrado e despertando em nós uma profunda comunhão com o Mistério.»
Luiz Gustavo Tenan BenziPadre da Arquidiocese de Ribeirão Preto\SP.
(Outubro de 2013)
«A ler seu livro, senti‐me tomado pela mão e percorrendo cada espaço do templo, recebendo uma
verdadeira e profunda catequese sobre suas estruturas e significados. Com uma linguagem simples e
inteligível, você concede a todos e todas a possibilidade de conhecer muito mais do que os olhos possam
simplesmente ver. Tenho certeza que sua obra será de grande valia para nós, sacerdotes, na formação de
nosso povo, tornando‐o mais sensível aos sinais que, através do espaço sagrado, somos convidados a
experimentar.»
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Dr. Pe. Maurílio Alves Rodrigues Diretor da Faculdade João Paulo II.
(Outubro de 2013)
Alessandra Faria RossiLeiga e Psicóloga de Marília\SP.
(Outubro de 2013)
«Este livro, de forma muito frutuosa, nos convida a uma leitura agradável, de fato, nos ampliando a
visão, levando‐nos a conhecer e introduzir‐se aos mistérios sagrados. Nos revela o caminho pela qual
devemos percorrer para experimentar o transcendente, despertar a alma. Assim, materializando a
esplêndida frase de JUNG “Não acredito em Deus, eu o conheço».
«O trabalho do graduando Jorge Armando Pereira sinaliza em duas direções que se complementam a modo de cruz. Verticalmente, insere o leitor numa relação com o divino, descortinando, com a experiência de fé do autor, as buscas profundas ou as experiências já vividas pelas pessoas iniciadas no catolicismo. Com os sentidos do corpo e do espírito colhemos nos tópicos abordados um fio de ouro que concatena as riquezas de nossa tradição litúrgica. Horizontalmente, partilha suas contínuas buscas pelo conhecimento do patrimônio mistagógico da Igreja, haurido em muitas leituras, diálogos com especialistas, participação em congressos, oficinas, e outros meios acessíveis a jovens idealistas.Não importa a arquitetura religiosa que ambienta nossa vivência litúrgica quotidiana, tampouco o nível de nossos estudos nesta área específica. Estas páginas farão muito bem a todos; elas nos convidam a transcender os espaços mais ou menos evocativos de nossos locais de culto rumo a um itinerário de fé que aguça a sede de um Deus que não se confunde com os modismos e reducionismos de cada época. Falam de uma rica tradição que perpassa os diferentes estilos artísticos sem se deixar possuir totalmente por nenhum deles.»
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Rafael Antonio PaixãoSeminarista da Arquidiocese de Botucatu\SP
(Outubro de 2013)
Anderson CunhaSeminarista da Diocese de Assis\SP
(Outubro de 2013)
«A beleza fala. Deus também fala através da beleza. E em que outro lugar melhor poderíamos ouvir a voz de Deus, traduzido na linguagem do belo, senão no Espaço Sagrado? Essa preocupação está presente em toda a história da arquitetura e da arte religiosas: o ambiente de culto deve dar voz ao Sagrado e, neste caso, a beleza é a sua linguagem. Acredito que meu amigo Jorge foi capaz de apresentar muito bem, no desafio da sinteticidade, as principais noções sobre o Espaço Litúrgico e sua simbologia enfatizando principalmente a sua dimensão mistógica. Quem tem acesso a essa reflexão certamente terá um novo olhar para o espaço em que reza, para o lugar onde ouve a voz do Senhor, beleza suprema»
Vera Sílvia Camerano Leiga e Arquiteta da Diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda\RJ
(Outubro de 2013)
«Uma nova experiência de reconhecer‐se como parte do Espaço Sagrado. De forma simples e carinhosa, o autor nos ajuda a perceber o significado, às vezes tão sutil, de cada espaço / forma / objeto, presentes no ambiente celebrativo. Com esta experiência, podemos nos sentir cada vez mais acolhidos / envolvidos pelo Mistério do Amor do Pai.»
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«Esta obra tem a vantagem de em simples, porém profundas palavras, nos introduzir no limiar do mistério, fazendo uma profunda experiência de encontro com o Senhor. Como o autor conclui, após percorrer “todo este caminho mistagógico do espaço celebrativo”, passamos a valorizar detalhes que antes, pouco ou nenhuma importância tinham. Assim, esta obra será “como uma seta para que homens e mulheres aprendessem a ser, estar e orar na casa do Senhor”, nos tirando do caos do mundo e nos introduzindo na ordem, para assim experimentar o Sagrado que a nós se revela.»
“O livro 'Na Presença da Beleza', constitui um passo fundamental para o iniciante nos estudos de espaço litúrgico e arte sacra. Com singela clareza e poesia, o autor Jorge Armando Pereira, nos guia através dos mistérios do sagrado, sempre de forma objetiva e esclarecedora, tornando assim a leitura prazerosa e instigante. Aos interessados pelo tema, é uma opção reveladora”.
Paulo José Horácio de Souza Leigo, Engenheiro e faz parte da Comissão de Arte Sacra da Diocese de Volta Redonda \RJ.
(Outubro de 2013)
«O Espaço Celebrativo distingue‐se de toda e qualquer forma arquitetônica e artística pela infinitude de sua grandeza, sua sacralidade. Toda beleza proporcionada no espaço Sagrado auxilia diretamente no encontro pessoal com Deus. Quando adentramos 'Na presença da Beleza' inspirada por Deus, temos a grande oportunidade de sairmos da superficialidade de nós mesmos. Este livro tem a missão de nos levar a conhecer um pouco mais da belíssima mística revelada na Igreja Católica, pois só amamos aquilo que profundamente conhecemos."
Daniela Lanznaster Rodrigues Vieira
Leiga, Arquiteta e Urbanista de Brusque pertencente à Arquidiocese de Florianópolis/SC.
(Outubro de 2013)
«Vejo que muitos irmãos e irmãs manifestam o desejo de conhecer a nossa liturgia e os porquês dos
lugares sagrados. Este livro feito pelo nosso seminarista Jorge Armando Pereira é um material prático e de
ordem pastoral que acredito, tenha o objetivo de ajudar sacerdotes, seminaristas e diversos irmãos nas
mais diversas pastorais (Mece, Palavra, acólitos, coroinhas, etc.) para uma excelente formação litúrgica do
espaço celebrativo. O conteúdo do livro parte da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II que nos convida a
refazer o caminho de como somos transformados pelo mistério que celebramos."
Adauto José MartinsPadre e Coordenador Arquidiocesano de Catequese pertencente à Arquidiocese de Botucatu\SP.
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“Cristo se manifesta em nossas vidas de muitas maneiras, a beleza é uma delas. Certamente sua experiência com Deus através da beleza foi o estímulo que nosso amigo Jorge encontrou para partilhar conosco de forma simples, mas profunda, catequética e encantadora, seu mergulho no Mistério da Beleza, que esta obra seja para os leitores o que foi pra mim, testemunho de quem ama e contempla Deus na
D. Emanuel Meloca OSBMonge Beneditino da Abadia da Ressurreição pertencente à Diocese de Ponta Grossa\PR.
(Outubro de 2013)
“Deus criou a Luz em primeiro lugar, para que pudéssemos ver e estar na presença da beleza de sua criação. Este livro nos remete a contemplar as maravilhas de Deus. Como desenhar uma árvore sem antes admirar e observar atentamente sua forma de ser? Tronco,galhos, folhas,flores, frutos, texturas. Sombras que se movimentam à medida que o sol muda de posição? Para que isto aconteça é necessário que haja luz. E a luz foi a primeira criação do grande Artista divino, para que pudéssemos posteriormente ver toda beleza de suas obras em formas, cores, perfumes e sabores. Quando contemplamos, vamos ao encontro de nossas raízes e a partir daí podemos compreender o significado de nossa vida. Jorge Armando nos mostra neste livro a importância do conhecimento sobre a beleza do espaço sagrado, nos auxiliando a entender cada detalhe, para que não passem despercebidos, deixando de exercer um grande benefício para os fiéis. Ele esclarece a católicos e não católicos os enigmas que nos cercam e impedem que saboreemos seu verdadeiro sentido . Seus ícones, signos são importantíssimos, pois sendo compreendidos e absorvidos seus valores, a graça acontece com maior profundidade no coração de cada pessoa. A beleza da Igreja Católica se expressa a partir da própria criação . Se Deus fez belas todas as coisas, temos o dever de trazer essa beleza para o templo através de representações ,e assim, envolvidos num clima de paz e serenidade, sentiremos a Sua suave presença. Após a leitura deste livro, não mais adentraremos a um templo com o conceito anterior, pois os esclarecimentos nos levam a uma nova realidade de experiência divina. Nesse mesmo espaço físico e espiritual, certamente sairemos da celebração com um novo olhar para a vida, mais preparados para exercer a missão de ser luz em nosso
Iraci Coneglian OliverosLeiga e Artista Plástica pertencente à Diocese de Marília\SP.
(Outubro de 2013)
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«A ética e a estética são duas faces de uma mesma realidade. O belo e o bom suscitam admiração e amor. Quando não se valoriza a beleza se perde o sentido do verdadeiro e do bem e o ser humano fica prisioneiro de sua realidade complexa, dramática e desesperadora. A teologia precisa propor novamente o cristianismo como fonte de uma cultura de beleza, que está para além da realidade e suscita o indizível, o mistério, o inefável. Que essa beleza desinteressada que nos envolve no espaço celebrativo, exposta de modo fascinante pelo nosso autor, nos aproxime da pessoa e do mistério de Cristo e gere a comunhão na Igreja.»
Luciano PontesPadre e Diretor Espiritual do Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus pertencente à Diocese de Marília\SP. (Outubro
de 2013)
«A leitura 'Na presença da beleza' - orientada para a celebração dos Mistérios da vida Cristo, conduz a experiência da fé para além dos níveis rubricistas, empíricos e jurídicos, que abrindo suas sombras diante do fato litúrgico o pre-conceitualiza refém de uma esfera funcional. O presente trabalho rompe de modo decisivo com o predomínio desse danoso atentado contra a auten�cidade hermenêu�ca sobre o evento Celebrar. A Liturgia cristã - Celebração dos Mistérios da vida de Cristo - é um "lugar" que devemos entrar, um "estado" que devemos viver, com o nosso inteiro corpo e suas inclinações salutares, a esté�ca, o bem-estar, a beleza, o encanto, a música, a arte e a poesia. Dados de nossa realidade antropológica primária que nos abre a experiência do Transcendente, raiz ontológica humana, um descor�nar-se do espírito onde o homem é elevado a glória de Deus. Este fato real é eliminado pelas formas "patologicamente" excessivas do racionalismo jurídico cultual. Este contributo do estudante Jorge Pereira se rebela abertamente e com elegância dis�nta desta tendência e nos propõe um encontro com a genuína forma da natureza Celebrar "repletos do Espírito Santo, sejamos em Cristo, um só corpo e um só Espírito». ( Or. Euc. III; Missal de Paulo VI).
Manoel PachecoProfessor e Doutor em Teologia Litúrgica pelo Pontifício Ateneo de Santo Anselmo de Roma e Diácono pertencente à Diocese
de Lins/SP.
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«Por verdes pastagens Ele me leva a descansar, conduz‐me às águas tranquilas, refazendo, assim, as minhas forças" (cf. Sl 23). Com este trabalho, poderemos conduzir nossas comunidades e a nós mesmos à profundidade do Espaço Celebrativo, deixando‐nos, deste modo, entregues ao mysterium tremendum, ao próprio Deus‐Trindade, centralidade de nossa fé.»
Athila José TintinoSeminarista pertencente à Arquidiocese de Botucatu\SP.
(Novembro de 2013)
«Há uma pequena frase de Santo Agostinho que nos diz: “Tarde te amei, beleza antiga e sempre nova, Tarde te amei”. Esta obra faz‐nos sair de nós e entrarmos em contato com a beleza que é a expressão visível do bem, e o sumo bem por excelência criador de todas as coisas é Deus. Ao nos depararmos com a beleza do espaço sagrado e sabermos seu real significado teológico, mistagógico e espiritual, somos envolvidos pela Verdade, verdade que não é uma pessoa qualquer, mas, Aquele que tem o poder de fazer novas todas às coisas. Que através desta obra percebamos e sintamos o apelo do transcendente que nos chama já a conversão para chegarmos a Salvação que é a Nova Jerusalém Celeste onde Cristo será tudo em todos!
Edélcio Augusto SoaresSeminarista pertencente à Arquidiocese de Botucatu\SP.
(Novembro de 2013)
«O livro Na presença da beleza do seminarista Jorge nos introduz ao mistério litúrgico com uma linguagem simples e clara. Cada leitor (a) experimentará o thaumazein, espanto, com o belo presente no espaço litúrgico. O ato de espantar‐se permite uma nova forma de ver, sentir e saborear a natureza e, consequentemente, o divino.»
Nelson Maria Brechó da SilvaPadre, Professor e Mestre em Filosofia e Teologia pertencente à Arquidiocese de Botucatu/SP.
(Outubro de 2013)
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trabalhar como um escravo” CONSTANTIN BRANCUSI
“Criar como um deus
ordenar como um rei,
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