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JV – Quando você começou a pensar em fazer Medicina? Francini – Foi no fim do 3º ano. Minha avó ficou doente, passei uns dias com ela no hospital e pude ter um convívio mais próximo com as pessoas da área. Aí decidi que queria fazer Fisioterapia e logo mudei para Medicina. Até então, que carreira você pretendia seguir? Eu queria Relações Internacionais, mas no fim do 3º ano prestei para Direito. Só que eu não tinha preparo para o vestibular. Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Prestei seis vestibulares: Fuvest, Unicamp, Unesp, Unifesp, Famema e Federal do Triângulo Mineiro. Como você conheceu o Etapa e veio estudar aqui? Alguns amigos fizeram o colégio e o cursinho, e falaram muito bem daqui. Meu ex-namorado também fez Etapa e passou em 1º lugar na Pinheiros. Outro motivo para escolher o Etapa foi Matemática. Sempre tive uma base muito fraca e me falavam que aqui era o único cursinho em que você aprendia Matemática desde o comecinho e ia sair muito bem. E é verdade. Eu aprendi Matemática. Quais dificuldades você enfrentou na preparação? Em relação a matérias, foi Matemática, com certeza. Vi que era bem mais difícil do que eu achava que era e me esforcei muito mais em Matemática. Em quais matérias você tinha uma base mais forte? História e Português. Você conseguiu se organizar com relação a tempo de estudo e tempo de descanso? Eu estudava bastante e não descansava muito, não. Descansava sábado à noite e domingo de manhã. Estudava sábado de manhã, sábado à tarde, domingo à tarde, domingo à noite. Isso foi mais no fim do ano. No começo do ano eu não estudava tanto no domingo. Você conseguiu manter esse ritmo até o fim do ano? Consegui. Qual era seu método de estudo? Eu dava uma lida na apostila teórica e fazia a matéria do dia. Quase nunca dava, mas eu tentava. Em casa eu fazia principalmente os exercícios propostos pelos professores, isso é muito importante. A prova tem um padrão, os professores conhecem esse padrão. Eles sugerem exercícios que sejam importantes, que se encaixem nesse padrão. Como era sua rotina? Eu tinha uma rotina fixa para otimizar meu tempo. Sabia que tinha de dormir bem, me alimentar bem, tinha de estudar bastante e tinha de estar bem na aula. Acordava às 6 horas, vinha de carona com meu pai, assistia às aulas, almoçava, ficava para o MT e depois ia para casa. Jantava cedo e ficava estudando até umas 11 horas. Quanto tempo por dia você estudava, em média? No primeiro semestre, umas 4 horas por dia. No segundo semestre, 6, 7 horas. Que atividades você tinha para relaxar? Eu saía com meus amigos, mas tinha de ser coisa mais tranquila, porque no domingo de manhã eu tinha de estudar. Quando não saía, gostava de assistir a um filme. Você ia ao Plantão de Dúvidas? Não, eu acessava o Plantão Virtual. É bem legal essa iniciativa do Etapa, bem legal mesmo. Como você ficava nos simulados, em termos de classificação? Nos simulados normais era sempre A e B. No MT ficava em C mais e B. Nunca tirei A no MT. O que achou dos simulados? Simulado é importantíssimo. O Etapa tem bastante simulado, isso é ótimo, faz total diferença. Eu fiz a Fuvest como se fosse um simulado. Tinha feito tantos que já estava no automático. Deu segurança? Sim. Principalmente os simulados escritos. Fiz simulado escrito no MT praticamente todo mês. Você treinava redação? Eu treinava muito. Desde o começo do ano eu fazia duas redações por semana. Nunca tive muita dificuldade para escrever, mas tinha dificuldade para escrever no tempo estipulado. Então, desde o começo do ano eu cronometrava a redação. Escrevia com o relógio ao lado.

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JV – Quando você começou a pensar em

fazer Medicina?

Francini – Foi no fim do 3º ano. Minha avóficou doente, passei uns dias com ela nohospital e pude ter um convívio mais próximocom as pessoas da área. Aí decidi que queriafazer Fisioterapia e logo mudei para Medicina.

Até então, que carreira você pretendia seguir?

Eu queria Relações Internacionais, mas no fimdo 3º ano prestei para Direito. Só que eu nãotinha preparo para o vestibular.

Além da Fuvest, você prestou quais

vestibulares?

Prestei seis vestibulares: Fuvest, Unicamp, Unesp,Unifesp, Famema e Federal do Triângulo Mineiro.

Como você conheceu o Etapa e veio estudar

aqui?

Alguns amigos fizeram o colégio e o cursinho,e falaram muito bem daqui. Meu ex-namoradotambém fez Etapa e passou em 1º lugar naPinheiros. Outro motivo para escolher o Etapafoi Matemática. Sempre tive uma base muitofraca e me falavam que aqui era o únicocursinho em que você aprendia Matemáticadesde o comecinho e ia sair muito bem. E éverdade. Eu aprendi Matemática.

Quais dificuldades você enfrentou na

preparação?

Em relação a matérias, foi Matemática, comcerteza. Vi que era bem mais difícil do que euachava que era e me esforcei muito mais emMatemática.

Em quais matérias você tinha uma base mais

forte?

História e Português.

Você conseguiu se organizar com relação a

tempo de estudo e tempo de descanso?

Eu estudava bastante e não descansava muito,

não. Descansava sábado à noite e domingo demanhã. Estudava sábado de manhã, sábado àtarde, domingo à tarde, domingo à noite. Issofoi mais no fim do ano. No começo do ano eunão estudava tanto no domingo.

Você conseguiu manter esse ritmo até o fim

do ano?

Consegui.

Qual era seu método de estudo?

Eu dava uma lida na apostila teórica e fazia amatéria do dia. Quase nunca dava, mas eutentava. Em casa eu fazia principalmente osexercícios propostos pelos professores, isso émuito importante. A prova tem um padrão, osprofessores conhecem esse padrão. Elessugerem exercícios que sejam importantes, quese encaixem nesse padrão.

Como era sua rotina?

Eu tinha uma rotina fixa para otimizar meutempo. Sabia que tinha de dormir bem, mealimentar bem, tinha de estudar bastante etinha de estar bem na aula. Acordava às6 horas, vinha de carona com meu pai, assistiaàs aulas, almoçava, ficava para o MT e depoisia para casa. Jantava cedo e ficava estudandoaté umas 11 horas.

Quanto tempo por dia você estudava, em

média?

No primeiro semestre, umas 4 horas por dia.No segundo semestre, 6, 7 horas.

Que atividades você tinha para relaxar?

Eu saía com meus amigos, mas tinha de sercoisa mais tranquila, porque no domingo demanhã eu tinha de estudar. Quando não saía,gostava de assistir a um filme.

Você ia ao Plantão de Dúvidas?

Não, eu acessava o Plantão Virtual. É bem legalessa iniciativa do Etapa, bem legal mesmo.

Como você ficava nos simulados, em termos

de classificação?

Nos simulados normais era sempre A e B. NoMT ficava em C mais e B. Nunca tirei A no MT.

O que achou dos simulados?

Simulado é importantíssimo. O Etapa tembastante simulado, isso é ótimo, faz totaldiferença. Eu fiz a Fuvest como se fosse umsimulado. Tinha feito tantos que já estava noautomático.

Deu segurança?

Sim. Principalmente os simulados escritos. Fizsimulado escrito no MT praticamente todo mês.

Você treinava redação?

Eu treinava muito. Desde o começo do ano eufazia duas redações por semana. Nunca tivemuita dificuldade para escrever, mas tinhadificuldade para escrever no tempo estipulado.Então, desde o começo do ano eucronometrava a redação. Escrevia com orelógio ao lado.

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Você conseguiu manter esse ritmo de duas

redações por semana?

Consegui. Depois, na 1ª fase, passei a fazertrês, porque eu sabia que Redação era umdiferencial para quem estava prestandoMedicina. Sabia que o pessoal estourava emFísica, Química e Biologia. Em Redação opessoal costumava não ir tão bem.

Como você foi em Redação nos simulados?

Em nota, na verdade, tirava 6, 6,5, no máximo.

Você leu as obras indicadas pela Fuvest e

Unicamp? Assistiu às palestras sobre elas?

Li todas. Só a Antologia poética eu não liinteira. E perdi só uma palestra. Mas euacompanhava pelo livro-resumo. É muito bome tem exercícios também; fazia os exercícios.

Qual a diferença entre só ler a obra e ler e

assistir à palestra?

É superdiferente. Quando você assiste àpalestra, capta coisas que na obra você nãopercebe de cara. Por exemplo, a intenção doautor. Tem algumas metáforas que você nãopercebe, principalmente em Iracema. EmSagarana também. Eu amei esse livro.

E os poemas de Vinicius, que não leu todos?

Eu achei a Antologia poética muito difícil e apalestra foi muito importante. Na prova caíramuns poemas que os professores tinhamcomentado na palestra, então foi tranquilo.

O que você fez nas férias?

Estudei uma semana e viajei na outra. Naprimeira semana eu estudei de verdade, pracaramba. Estudei muito. Não coloquei tudo emdia, mas grande parte das coisas ficou sobcontrole. Depois fui viajar e fiz questão de nãotocar em livro, de não falar em vestibular. Medesliguei completamente.

Que atividades você teve de interromper

para se preparar bem para o vestibular?

Eu não praticava esporte, mas gostava muito deacompanhar meu irmão, que é jogador debasquete. Parei de acompanhá-lo. Tambémparei inglês, parei de sair com os amigos. Foicomplicado, porque você fica um poucoisolada. Eu abri mão de muita coisa no meuano de cursinho, mas faria tudo de novo,porque vale muito a pena.

Você retomou as atividades normalmente?

Hoje eu pratico basquete e pretendo retomaringlês, que é importantíssimo para minhacarreira. Os livros, desde o 1º ano, são eminglês. O de Fisiologia, por exemplo, o únicoque o professor recomenda, é em inglês.

Como você foi na 1ª fase da Fuvest?

Fiz 79 pontos. O corte foi 74. Não fiquei muitoacima do corte, mas isso me motivou a estudarmais para a 2ª fase.

Da 1ª para a 2ª fase mudou alguma coisa em

seu método de estudo?

Eu vim a todas as aulas e o legal é que osprofessores focaram no que ia cair. Vestibular éum pouco de maturidade, de você entender opadrão. E quem sabe o padrão são osprofessores. Vir à aula é superimportante. Elesvão indicar o que pode cair realmente. Outracoisa: depois que passei na 1ª fase, comeceia estudar pelas provas antigas. Estavaacostumada com o padrão antigo da 2ª faseda Fuvest.

Quais foram suas notas na 2ª fase?

Na primeira prova, de Português, fiz 76,88pontos, de 100. No segundo dia a dificuldadefoi um pouco acima do que eu esperava. Fiz78,75 em 100. A prova foi uma surpresamesmo, muito abrangente, e o tempo era bemrestrito. Não era conhecimento básico, mas euestava preparada. Matemática fez muitadiferença. No terceiro dia a complexidade foibem abaixo do que eu esperava. Fiz 88,54pontos. Esperava que fosse muito difícil oterceiro dia.

Alguma surpresa em suas notas?

Não, elas refletiram o quanto eu me dediquei.Não esperava nada muito diferente.

Na escala de 0 a 1 000, qual foi sua

pontuação?

813,9.

E sua classificação na carreira?

75º lugar.

Como você foi nos outros vestibulares?

Na Unesp eu fiquei em 13º lugar; na Unicamp,em 70º ; na Famema, 92º, mas parece que são80 vagas, fui chamada na lista de espera; naFederal do Triângulo Mineiro, fiquei em 13º,igual à minha classificação na Unesp.

E na Unifesp?

Eu não sei, só vi que não tinha passado, estavajá na Pinheiros.

Como ficou sabendo de sua aprovação na

Fuvest?

Pela internet. Quando vi meu nome, fiqueimeio boba: “Será que sou eu?” Comemorei,falei para minha mãe, liguei para meu pai.Depois pensei: “Nossa, será que não é na SantaCasa que passei?” Nisso meus amigoscomeçaram a ligar: “Pinheiros, Pinheiros.” Vimcorrendo para cá. Aqui, fui recebida pelosmeus veteranos. Foi um momento mágico. Elesfazem uma festa aqui com os calouros. É lindo.No ano que vem eu também virei fazer festaaqui também.

O que você sentiu ao ver seu nome na lista

de aprovados da Pinheiros?

Você fica meio boba. Fiquei muito tonta. Aficha só foi cair muito depois da matrícula.Muito depois. Quando as aulas começaram, euainda não entendia onde estava. Depois, noprimeiro mês de aula, é que assentou: “Nossa,passei no vestibular.”

Do que conheceu até agora na Pinheiros, do

que você mais gostou?

A parte física é sensacional, o complexo doHC. A parte humana é bem legal, você é muitobem recebida pelos veteranos. A recepção édemais. Você tem uma semana de recepção,passa uma semana só conhecendo o HC, aCidade Universitária. Tem várias festas. Depoisdessa semana, você já se sente parte dafaculdade. Você fica completamente integrada.Isso é demais. Então, tanto a parte humanaquanto a parte física me surpreenderambastante.

Quais matérias você tem neste segundo

semestre?

Neuroanatomia, Neurofisiologia, AnatomiaCardiovascular, Fisiologia Cardiovascular,Medicina e Humanidades, Atenção Primária àSaúde. O segundo semestre é melhor que oprimeiro. O primeiro semestre é bem técnico,

bem básico, e um pouco decepcionante, porquea gente já pretende um contato com a profissãoe não tem.

De qual matéria você está gostando mais?

Difícil dizer. Anatomia é bem legal. Mas achoque prefiro Neuroanatomia.

E qual matéria é mais puxada?

No primeiro semestre, acho queNeuroanatomia. Eu estou gostando, mas tem deestudar bastante.

Você já sabe em que área da Medicina

pretende atuar ou é muito cedo ainda?

Não faço ideia. No primeiro semestre temuma disciplina que se chama Prática Médica;nela você tem contato com algunsprofissionais e é muito bem recebida emalgumas partes do hospital. Então, você tem aimpressão de que vai escolher uma área, ou outra.Mas ainda é cedo.

O que você acha que é fundamental para

entrar na Pinheiros?

Acho que é maturidade, entender o padrão dasprovas, entender o que eles querem de umaluno, entender o que cai, como cai. Isso vocêsó vai ter com ajuda dos professores.

Como fica marcado para você o ano

passado?

Foi muito esforço. O vestibular é a primeira vezem que você é colocada à prova e depende sóde você. Não interessa quem é seu pai, nãointeressa nada. Vale o seu esforço. Então, euvejo que o ano de cursinho foi o ano em queeu plantei algumas coisas, sofri algumasrestrições, mas valeu muito a pena.

O que você tira de lição desse tempo de

preparação?

Que quando a gente quer bastante uma coisatem de se esforçar integralmente para isso.

Você queria dizer mais alguma coisa para

nossos alunos?

Procurem entender o padrão da prova. Sequerem passar na Pinheiros, peguem as provasanteriores da Fuvest para resolver e prestematenção nas dicas que os professores apontam,porque aquilo é que vai cair realmente.Quando estiverem fazendo a prova, vocês vãolembrar: “Fulano falou disso realmente.” Efoquem na faculdade em que querem entrar.Também quero ressaltar a importância dosmeus pais, avós, irmão e amigas no processode estudo. O apoio deles foi essencial naquelesmomentos, mesmo breves, em que a gentepensa que não está preparada o suficiente, quenão vai conseguir.