NÃO É PECADO DEFENDER-SE CONTRA OS UNGIDOS DO SENHOR
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VOCÊ PODE SE DEFENDER CONTRA OS UNGIDOS DO SENHOR
É muito comum, ouvirmos no meio evangélico, a seguinte frase:
“Não toques no ungido do Senhor”. Tal frase encontra-se no
Salmo 105:15, que diz (na íntegra):
“Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus
profetas”.
(Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/105).
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“Não ouseis tocar nos que me são consagrados, nem maltratar
os meus profetas”.
(Versão Católica)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/105
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“Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus
profetas”.
(Almeida Revisada Imprensa Bíblica)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/aa/sl/105
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“Não toquem nos meus ungidos; não maltratem os meus
profetas”.
(Nova Versão Internacional)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/nvi/sl/105
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“Dizendo: Não toqueis os meus ungidos, nem maltrateis os
meus profetas”.
(Sociedade Bíblica Britânica)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/tb/sl/105
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“No toquéis, dijo, á mis ungidos, ni hagáis mal á mis profetas”.
(Reina Valera – Em espanhol)
Link: http://www.bibliaonline.com.br/rvr/sl/105
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“Ele disse: Não toquem nos servos que eu escolhi; não
maltratem os meus profetas!”.
(Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
Link: http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=71
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A versão hebraica deste versículo é:
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O sentido comumente dado a esta frase é a seguinte:
“Os líderes da igreja (pastores, bispos, reverendos, apóstolos,
presbíteros), que são os “ungidos do Senhor”, nunca devem ser
questionados, criticados ou repreendidos, pois tal atitude constituiria
rebelião”.
Será que esta é a interpretação correta do Salmo 105:15?
O que a Bíblia diz a este respeito?
Senão, vejamos:
Incialmente, leiamos as passagens de 1 Samuel 24:1-22 e 1
Samuel 26:1-25. Utilizarei ambas as passagens como texto base
em minha análise bíblica.
Na passagem de 1 Samuel 24:1-22, ocorreu o seguinte (de
forma resumida):
O rei Saul (que estava à procura de Davi, a fim de matá-lo) entrou
numa caverna para “aliviar o ventre”. Dentro dessa mesma caverna,
mais ao fundo, encontrava-se Davi. Neste momento, Davi teve a
oportunidade de matar a Saul, mas ele não o fez. Davi, tão somente
cortou um pedaço da capa de Saul, sem que o mesmo percebesse.
Quando o rei Saul se levantou e saiu da caverna, Davi saiu logo
atrás dele e gritou ao rei Saul, chamando-o pelo nome. Quando o
rei Saul se virou, Davi prostrou-se com o rosto em terra, em sinal de
respeito ao rei e disse a Saul que ele (Davi) havia cortado um
pedaço de sua capa (de Saul), demonstrando que ele poderia ter
matado a Saul, mas não o fez. Com tal atitude, Davi mostrou que
ele nunca intentou fazer mal algum a Saul. Ao reconhecer que era
Davi quem falava, o rei Saul chorou e entendeu que Davi estava
certo e ele errado. No final de tudo, o rei Saul foi para sua casa e
Davi voltou para sua fortaleza.
Já na passagem de 1 Samuel 26:1-25, ocorreu a seguinte
situação (de uma forma também resumida):
Davi entrou no acampamento do rei Saul, pegou o jarro de água e a
lança dele e saiu do acampamento, sem fazer mal nenhum a Saul.
Quando já estava a uma boa distância, Davi foi até o alto de um
monte e gritou para Abner e os soldados de Saul, e disse que ele
havia entrado no acampamento e pego o jarro de água e a lança de
Saul. Com isso, Davi demonstrou (mais uma vez) que ele não
queria fazer nada de mal contra o rei Saul, pois, ele teve
(novamente) a chance de matar ao rei Saul e mesmo assim, não o
fez. O rei Saul reconheceu que estava agindo errado e voltou para
casa.
Agora, analisemos cada uma das passagens de forma mais
pormenorizada.
No episódio de 1 Samuel 24:1-22, Davi não se utilizou de violência
física contra o rei Saul; no entanto, Davi não deixou de se
defender.
Explico: ele cortou um pedaço da capa de Saul (sem que o mesmo
percebesse), a fim de demonstrar ao rei Saul, que ele (Davi)
poderia ter matado ao rei, pois, existiu a chance para isso. Mas,
pelo fato de Davi nunca ter intentado fazer mal ao rei, então, ele
nada fez. Esta atitude demonstrou, em alto e bom som, que Davi
estava sendo injustamente perseguido pelo rei Saul. E tal exposição
do fato constituiu uma defesa por parte de Davi, que QUESTIONOU
(com sabedoria) a atitude de Saul, que o estava perseguindo. A
exposição do fato foi tão explícita, a ponto de Davi ter dito o
seguinte: “Que o Senhor julgue qual de nós dois está errado! E
que ele castigue o senhor pelo que fez contra mim, pois eu não
vou atacá-lo de jeito nenhum!” (1 Samuel 24:12 - Usei a Bíblia
NTLH para deixar mais claro o teor da frase dita por Davi).
No versículo 15, Davi também disse: “O Senhor Deus vai julgar e
decidir qual de nós dois está errado. Que ele me julgue, me
defenda e me livre do Senhor” (1 Samuel 24:15 – Bíblia NTLH).
Davi se defendeu, demonstrando que o rei Saul estava agindo
injustamente contra ele. O fato de Saul ser rei e um ungido do
Senhor, não impediu a Davi de se defender por meio da exposição
dos fatos. Logo, esta história de que uma pessoa cristã não pode
questionar e/ou se defender contra ações más de um “ungido do
Senhor” (líder eclesiástico), não condiz com as Escrituras e carece
de fundamentação bíblica.
Leiam agora, com muita atenção, os dois versículos a seguir:
Em 1 Samuel 24:10, Davi disse: “O senhor pode ver por si
mesmo que hoje na caverna o Senhor Deus o entregou a
mim...” (Bíblia NTLH).
Em 1 Samuel 24:18, o rei Saul disse: “Hoje você mostrou o
quanto é bom para mim, pois não me matou, embora o Senhor
me tivesse entregado a você” (Bíblia NTLH).
Se a atitude de se defender contra as atitudes más de um ungido do
Senhor fosse errada, Deus não teria cooperado com Davi e
entregue Saul nas mãos dele (de Davi). Simples assim.
No episódio de 1 Samuel 26:1-25, Davi expôs novamente os fatos,
questionando (com sabedoria) a atitude do rei Saul, como podemos
ver em 1 Samuel 26:18, que diz: “Por que é que o Senhor
continua a perseguir este seu criado? O que foi que eu fiz?
Qual foi o crime que cometi?” (Bíblia NTLH).
Em 1 Samuel 26:23, Davi disse, novamente, que Deus havia
entregue (mais uma vez), o rei Saul em suas mãos, senão vejamos:
“O Senhor Deus recompensa aqueles que são fiéis e corretos.
Hoje ele colocou o senhor nas minhas mãos, mas eu não
levantei a mão para matar aquele que Deus escolheu como rei”
(Bíblia NTLH). Mais uma vez: Se a atitude de se defender contra as
atitudes más de um ungido do Senhor fosse errada, Deus não teria
cooperado com Davi e entregue Saul nas mãos dele (de Davi).
Com base em toda a exegese acima, fica explícita a seguinte
conclusão: não é errado nos defendermos contra um “ungido do
Senhor” que tenha agido de forma má e repreensível contra nós.
Pelo contrário: custamos o precioso sangue de Cristo e não
devemos permitir que sejamos maltratados, explorados ou coagidos
por meio de um (suposto) ungido Senhor.
Outro ponto que vale a pena salientar é o seguinte: todos os
cristãos e não somente os pastores, são ungidos do Senhor.
Prova número 1:
É muito comum ouvirmos no meio evangélico a seguinte afirmativa – Os pastores (e os demais líderes eclesiásticos) são ungidos do Senhor. De fato, eles são ungidos do Senhor... No entanto, eu faço as seguintes perguntas: Somente os pastores são os ungidos do Senhor? E os demais cristãos, são ungidos do Senhor? Vamos ver abaixo o que a Bíblia nos diz sobre este assunto. Antes de qualquer coisa, a palavra ungir significa “pôr azeite na cabeça de uma pessoa a fim de separá-la para algum serviço especial”.
No Antigo Testamento, aqueles que iriam exercer as funções de rei, profeta e sacerdote eram ungidos para o desempenho destas funções. Observem que o sacerdote também era um ungido do Senhor. No Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes do Senhor, conforme podemos ver nos versículos abaixo: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém” (Apocalipse 1:6). “E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10). Em outras palavras: 1. Todo cristão é um sacerdote do Senhor. 2. Todo sacerdote é um ungido do Senhor. Em virtude destas duas afirmativas, podemos concluir que na Nova Aliança (em que estamos), todos nós cristãos somos ungidos do Senhor, independente de sermos ou não um pastor. Logo, esta afirmação de que somente os pastores (e os demais líderes eclesiásticos) são os ungidos do Senhor, não está correta e carece de fundamentação bíblica. A fim de enriquecer ainda mais este estudo, irei acrescentar algumas informações sobre este assunto. A palavra Messias vem do hebraico Mashiach, que significa Ungido. De acordo com o Dicionário Hebraico – Português e Aramaico – Português, Editora Sinodal, Co-editora: Editora Vozes, 8ª edição,
1997, página 144, a palavra Mashiach significa: ungido (reis, sacerdotes, patriarcas); Messias (libertador escatológico, Sl 2:2). Como pudemos observar acima, até no dicionário hebraico – português, a palavra ungido está (também) relacionada com o ministério sacerdotal. Não há como negar que os sacerdotes são ungidos do Senhor, também. E devido à doutrina do sacerdócio universal (onde cada cristão é um sacerdote e tem acesso direto a Deus através de Jesus Cristo), concluímos que, como sacerdotes, somos também ungidos do Senhor. Então, afirmar que somente os pastores são os ungidos do Senhor é uma “heresia” e não condiz com as Escrituras Sagradas. Prova número 2: Temos também a passagem de 1 João 2:20, que diz: “E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo” (Bíblia Almeida
Revista e Corrigida).
Este versículo não se refere aos líderes eclesiásticos apenas, mas
a todos nós cristãos, filhos (as) do Deus Vivo, templos do Espírito
Santo. Todos nós somos ungidos por Deus, a fim de sermos úteis
na obra Dele.
Finalizando...
Neste estudo aprendemos que:
- Todos os cristãos são ungidos do Senhor e não somente os
líderes eclesiásticos.
- Os pastores, bispos, reverendos, apóstolos e presbíteros não
estão acima do bem e do mal, e também são passíveis de serem
questionados, criticados e até repreendidos, se necessário for.
- Defender-se contra más atitudes de um líder eclesiástico não
constitui rebelião e não fere as Escrituras Sagradas.
Espero que tenham gostado deste breve estudo e até a próxima
oportunidade, se Deus assim quiser...