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Quando se fala no grau de angústia que a procura do primeiro emprego suscita, é preciso ter em conta que varia bastante consoante a área de formação d@ candidat@. Para quem tirou Enge-nharia Informática, por exemplo, as esperanças costumam ser mais risonhas do que para quem tirou Antropologia. Aliás, ainda há tendência para dizer que a Helena é da área de Ciências e que o Pedro se formou em Humanidades - como se não estivéssemos a falar de ciências nos dois casos! Na realidade, a não assunção de que as Humani-dades são tão Ciências como as Engenharias ou as Medicinas traça imediatamente uma visão estereotipada: no topo ficam as Ciências, área em que é preciso saber de Matemática e estudar bastante, por baixo ficam as Humanidades, cursos

mais fáceis onde basta filosofar um bocadinho. É com estereótipos e com muita concorrência num mercado em crise que @s candidat@s ao primeiro emprego devem contar. Sem encarar a realidade, não há como preparar uma estratégia para singrar. Este guia é para guardar como se de uma bíblia se tratasse. Está cá tudo. Da construção do CV, à sua visibilidade em redes sociais estratégicas; de como e onde procurar emprego até à hora de encarar a entrevista; e da desmistificação da fuga de cérebros do País até às profissões de futuro.Está aqui tudo. Estude a lição e boa sorte!

Raquel Louçã Silva * Directora rsilva@mundouniversitario.pt

[EDitoRiaL]

Não há como o pRimEiRo EmpREgo

4 - ESCREVER O CURRÍCULO

6 - PROCURAR EMPREGO

8 - BOLSAEMPREGO.UNIVERSIA.PT

9 - INOVART-INOVCONTACTO

10 - REGRAS DO JOGO

12 - OPORTUNIDADES Lá fORA

14 - EMPREGOS DE fUTURO

18 - REGRAS DE SOBREVIVÊNCIA

20 - PODER À PALAVRA

22 - COMO ENRIQUECER O CV

ficHa TécNica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Andreia Arenga, Laura Alves, Raquel Alexandra Ramos | Revisão: Catarina Poderoso | Paginação: Pedro Castro | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rego (Directora Comercial); Francisco Sou-sa Coutinho (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 34 000 | Distribuição: Gratuita

ÍNDicE

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O][EscrEvEr o currículo]

Eu! Escolha-mE a mim!Na corrida ao primeiro e a qualquer emprego, há uma fase inicial a que ninguém escapa: a apresentação de um curriculum vitae. o que lá está escrito e como está escrito podem garantir-lhe a oportunidade de uma entrevista ou eliminá-lo logo na primeira ronda.

raquel alexandra ramosinfo@mundouniversitario.pt

Curriculum Vitae é, sem mistérios, o significado de CV, mas a sigla bem podia indicar Cartão-

-de-Visita. É que este é um documento essen-cial para as empresas na primeira triagem das candidaturas recebidas. A diversidade de modelos pode ser tão confusa quanto útil. Aliás, um dos erros mais comuns

é achar que basta escolher um deles. O site Net-empregos.com, portal de emprego e base de currículos, escreve nas suas Dicas para um bom CV: «Os empregadores apercebem-se logo se um CV foi feito tipo “linha de montagem” e despachado aos “caixotes” por correio. Faça--os sentir que conhece a empresa e que está verdadeiramente interessado.»O desafio é sempre captar a atenção do director de recursos humanos, coisa que alguns modelos facilitam mais do que outros. O Europass, por exemplo, criado em 2004 para toda a União Eu-ropeia, é um formato que, por consistir apenas em campos para preencher, se torna menos criativo. Por outro lado, é amplamente aceite pelos profissionais de recursos humanos por ajudar na comparação entre os candidatos. No extremo oposto, há quem opte por “inventar” uma estrutura. Em 2007, um jovem turco, Ozgur Alaz, inovou ao distribuir as várias catego-rias do seu CV (como contactos, experiência ou educação) por várias localizações geográficas no Google Earth.

Quando o CV não ChegaNem sempre o currículo é o único interveniente na primeira avaliação dos candidatos. Cartas de apresentação ou de motivação e portfolios são outros “anexos” que o podem acompanhar. Ao terminar a licenciatura em Ciências da Arqui-tectura na Universidade Lusíada, Tiago Alvar pre-parou, além do CV, um portfolio com os trabalhos do último ano do curso. «Na minha área, um bom portfolio pode pesar na decisão», esclarece. «O portfolio importa porque o arquitecto pode ver qual a nossa desenvoltura nas várias áreas: maquetes, desenho de pormenor, 3D...»

Se é certo que o portfolio é importante em áreas mais artísticas, a carta de apresentação é mais generalista e pode ajudar a colmatar as falhas de um CV mais factual do que apelativo.

os noVos CV 2.0A apresentação dos currículos não é alheia ao desenvolvimento das aplicações digitais. Já em 2006, o The Wall Street Journal contava a história de Baker Tee, que, através de uma empresa de recrutamento, gravara um vídeo com a resposta a cinco questões sobre as suas competências. Nascia o Vídeo CV.As plataformas para este novo tipo de currículo, em que a chave é a partilha de dados entre os utilizadores (incluam vídeo ou não), são so-bretudo as redes sociais e a sua presença nos motores de busca. «À medida que damos mais atenção e tempo ao Facebook, maior será a sua importância nos resultados dos motores de busca», explica António Dias. «Existirão mais utilizadores de algumas áreas em determinadas redes: por exemplo quadros de empresas no Linkedin, jornalistas no Twitter», calcula o autor do blog marketingdebusca.com.

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modelos de CV e Cartas de apresentação

europass http://europass.cedefop.europa.eu/europass

modelo CronolÓgICo e modelo FunCIonal www.cv-resume.org/curriculum-vitaewww.emprego.universia.pt

VÍdeo CV www.emprego.universia.pt/videocv

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O][PROCURAR EMPREGO]

EnCOntRE O EMPREGO dOs sEUs sOnhOsOs bons tempos da faculdade estão a chegar ao fim e é preciso começar a pensar no primeiro emprego, como e onde procurá-lo. Enfrentar o mundo real e o mercado de trabalho não é fácil, por isso, damos-lhe algumas dicas que podem tornar tudo mais fácil.

Andreia Arengaaarenga@mundouniversitario.pt

COLOCAR O CV OnLInEA Internet pode ser uma ferramenta útil na procura de emprego. Pode registar-se em sites de empresas de recrutamento, incluir o seu CV e seleccionar o ramo de actividade no qual pretende trabalhar. As grandes empresas normalmente também dispõem de uma ficha de candidatura online.

OFERTAS NO E-MAILOutra alternativa é subscrever a newsletter de sites de emprego e passar a receber as ofertas directamente no e-mail, de acordo com o seu perfil.

sItEs dE PROCURACarga de Trabalhos, Expresso Emprego, Net-Empregos, Empregos Online, Portal Emprego e Sapo Emprego são alguns sites de

referência. Para cargos na Função Pública, pode consultar a Bolsa de Emprego Público ou o ‘Diário da República’.

dICAs dE CARREIRAAlguns destes sites de emprego têm dicas preciosas. Como criar um bom CV, o que é uma candidatura espontânea ou como enfrentar uma entrevista são apenas alguns conselhos úteis disponíveis nestes portais.

REdEs sOCIAIs Hoje em dia, estar ligado a redes sociais pode ser uma vantagem na procura de emprego. Através do Linkedin, uma rede social direc-cionada para os contactos profissionais, pode incluir uma fotografia, informações sobre a sua formação académica e experiência profissional, tal como num CV. Se estiver ligado a áreas mais criativas, crie uma montra para o seu trabalho através de um blog com as suas imagens, vídeos e documentos.

RESPOSTA A ANÚNCIOSExistem jornais que publicam semanalmente anúncios em diversas áreas. O Expresso e o Correio da Manhã têm suplementos especiais de emprego que vale a pena consultar.

FEIRAS DE EMPREGOSe preferir um contacto mais personalizado, recorra às feiras de emprego. A Futurália é uma delas, mas existem outras: Feira de Emprego e

Formação de Lisboa e do Porto, Bolsa Virtual de Emprego Universia, Invista – Feira de Emprego, Formação e Empreendedorismo, por exemplo. Grande parte realizam-se entre Março e Maio em diversos pontos do País e põem em con-tacto os candidatos e as empresas. Para além destas, os Gabinetes de Estágio e Saídas Profis- sionais das universidades também organizam encontros ou acções de empregabilidade. Procure na sua faculdade.

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[bolsaemprego.universia.pt]

emprego à distância de um cliquea bolsa de emprego virtual universia é especialmente direccionada para quem procura o primeiro emprego.

andreia arengaaarenga@mundouniversitario.pt

Com cinco edições já realizadas, a Bolsa de Emprego Virtual Universia é o primeiro portal em Portugal especializado no primeiro emprego. Um salão com stands de empresas que dão a conhecer as suas ofertas com todas as características de uma feira tradicional e as vantagens da Internet: pode ser visitado 24 horas por dia e o tratamento é personalizado. Com periodicidade semestral, cada edição é subordinada a um tema especial. Este ano, a feira será reactivada de 4 a 17 de Maio e vai ser especialmente dedicada ao Empreendedorismo. Para visitar a feira basta registar-se em http://bolsaemprego.universia.pt/

selecção onlineNesta plataforma, pode assistir a chat-coló-quios sobre temas relacionados com o emprego, deixar o seu currículo nos expositores que mais lhe interessem e realizar provas de selecção online e testes de orientação profissional, de uma forma dinâmica, simples e adaptada ao seu perfil.

mais de 200 ofertasNa última edição, em Dezembro de 2009, a Bolsa Virtual de Emprego Universia reuniu mais de 35 empresas e associações, entre elas a ANJE, JASON ASSOCIATES, ERA, EASY BUS e SANTANDER TOTTA. Ao todo, estiveram em exposição quase 300 ofertas de emprego, de acordo com dados da organização.

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Andreia Arengaaarenga@mundouniversitario.pt

Onde, durante quanto tempo e em que área fez o seu estágio?Estava na área das artes visuais, em curadoria, num sítio fabuloso em São Francisco, na Califór-nia que se chama Yerba Buena Centre of The Arts (YBCA), um centro de arte contemporânea multidisciplinar, durante cerca de 8/9 meses.Foi óptimo!

Alguém coordenava o estágio? Sim, a minha coordenadora era a directora de Artes Visuais. Criámos logo uma empatia muito forte desde o início. Comecei por dar apoio nos projectos de pesquisa para as instituições. Entretanto, organizámos uma exposição de arte contemporânea brasileira e aí pude ser super útil e acabei por fazer mesmo produção à séria.

O que está a fazer neste momento?Antes de ir estava a trabalhar na Galeria 3+1 Arte Contemporânea e continuo a colaborar com eles. Tenho um projecto curadorial que vai inaugurar dia 24 de Abril em Torres Vedras que já tinha ini-ciado em São Francisco. Decidi que os próximos seis meses vão ser de uma procura de coisas que me satisfaçam. Depois desta experiência não podia voltar a fazer o mesmo. Preciso de mais.

[InOvArt – InOvCOntACtO]

ArrIsCAr numA experIênCIA InternACIOnAlA rita candidatou-se a um estágio internacional no InovArt, um programa no âmbito do InovContacto aplicado às áreas criativas. O estágio de oito meses levou-a até são Francisco, na Califórnia, para trabalhar no departamento de Artes visuais de um Centro de Artes.

BInome: Rita SobreiroIdade: 29 anoslicenciatura: Artes Visuais na Faculdade de Belas Artes da Universidade de LisboaExperiência Profissional: Antes do Inov – Galeria 3+1 Arte ContemporâneaDepois do Inov – continua a colaborar com a Galeria 3+1 e quer cada vez mais desenvolver projectos próprios

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O][RegRas do jogo]

o dia da entRevistao seu currículo foi seleccionado e agora foi chamado para uma entrevista de emprego? Óptimo, parabéns. Mas o trabalho ainda não acabou. Respire fundo, vamos dar-lhe algumas dicas para que tudo corra lindamente.

Raquel alexandra Ramosinfo@mundouniversitario.pt

É possível que as personalidades mais con- fiantes encarem as entrevistas de emprego

como simples conversas. Para o comum dos mortais, porém, essa sensação só se ganha com a prática. Afinal de contas, aqueles minutos com o director de recursos humanos podem deter-minar o início da sua carreira.

Para Rute Correia, tudo começou com uma candidatura espontânea. «Entreguei o meu currículo algures em Outubro ou Novembro e chamaram-me para a entrevista na semana do Natal. Confesso que na altura já não es-tava muito à espera de ficar», recorda. Actual-mente a estagiar numa estação de rádio de um prestigiado grupo nacional, Rute já conhecia o formato dos programas e a empresa, pelo que não fez «uma preparação de fundo» antes da entrevista. Quando assim não é, no entanto, este é um cuidado a ter. «Todos os candidatos devem perceber bem a indústria e as funções a que se propõem. Mostrar conhecimento su-ficiente convence o entrevistador de que não demorará muito até que o candidato se torne produtivo», escreve o autor americano e fun-dador da People Options, Alan Nierenberg, em Ganhar o Jogo da Entrevista.

O JOgO da EntrEvistaDurante a entrevista, há algumas perguntas-tipo que são de esperar: sobre o percurso profis-sional e académico, sobre defeitos e qualidades

e também, a mais temida, que salário gostaria de receber. De acordo com Nieremberg, esta é uma pergunta a que não se deve responder ou, não tendo escolha, que se deve responder demons-trando flexibilidade. «Em negociações de salário, a primeira pessoa a mencionar um número fica, normalmente, em desvantagem.» Nem todas as entrevistas se tornam tensas, po-dendo mesmo assumir um tom pessoal, caso que se passou com Rute. «Devo dizer que falei muito pouco sobre o meu currículo, o entrevistador queria saber a pessoa que eu era para lá daque-las duas folhas.» O tom familiar trouxe também um momento surpresa: «A pergunta mais ines-perada que me fez foi se era romântica.»

«Eu achava quE Já nãO ia ficar»O resultado de uma entrevista pode demorar semanas, às vezes até meses. «Saí de lá com a sensação de que tinha corrido bem, mas eram três pessoas para dois lugares, por isso tentei não ficar demasiado confiante», lembra Rute. Duas semanas passadas, achava que «já não ia ficar». Começou no seu dia de anos.

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Estudar a empresa, o ramo e as funções a que se está a candidatar antes da entrevista;

Estabelecer algum grau de empatia com o entrevistador;

Ter em atenção a linguagem não verbal: postura, contacto visual e expressões faciais.

+ -«Sim» e «Não». Algumas des-tas respostas podem ser mais desenvolvidas, demonstrando o seu conhecimento, competência e paixão pela área;

Usar roupa casual . Mesmo que os funcionários da empresa tenham um ar descontraído, as entrevistas pedem um estilo mais formal.

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O][oportunidades lá fora]

fuga de talentos: verdade ou mentira?Com o ambiente de crise que se vive em portugal e com os números alarmantes de desemprego, alguns jovens procuram oportunidades de carreira no estrangeiro. mas será que isto é uma regra ou apenas alguns optam por dar esse passo?

andreia arengaaarenga@mundouniversitario.pt

mariano gagoministro da Ciência tecnolo-gia e ensino superior(durante a reunião dos ministros europeus da Competitividade que decorreu a 8 fevereiro de 2010, em espanha)A época das grandes infra-estruturas estritamente nacionais acabou. O objectivo é permitir desenvolver carreiras científicas em vários países ao longo de uma carreira. É bom que haja portugueses noutros países, desde que haja cientistas estrangeiros a vir para Por-tugal. Nos últimos dois anos nos concursos públicos para jovens investigadores doutorados lançados à escala nacional, 40% dos recrutados não eram por-tugueses.

Belén de Vicentedirectora executiva do lis-bon MBA católica|nova|Mit(durante a apresentação de resultados do programa que decorreu a 24 de Março, em lisboa)De acordo com os dados mais recentes [Março de 2009], a reposta é não. Dos 25% de alunos que mu-daram de localização geográfica após concluírem o programa, apenas dois são portugueses (um foi para o Brasil e o outro para Espanha). Aliás, o número de estu-dantes estrangeiros inscritos no Lisbon MBA é superior ao número de estudantes portugueses. Penso que isso tem a ver com o facto de os portugueses terem medo de arriscar.

BoAVenturA de SouSA SAntoSSociólogo e director do centro de estudos Sociais da universidade de coimbra(em entrevista ao Mu)Somos uma economia de desenvol- vimento intermédio com pouca capacidade para absor-ver a potencialidade científica instalada e é, por isso mesmo, que a internacionalização é para nós mais ur-gente e também mais difícil. Daí o erro em centrar todo o ensino universitário na sua necessidade de responder às supostas necessidades do mercado. Se investirmos numa sociedade verdadeiramente de conhecimento e não numa economia de conhecimento, as oportunidades para os jovens surgirão.

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O][EmprEgos dE Futuro]

EspElho mEu, EspElho mEu, quE EmprEgo no Futuro tErEi Eu?responder a esta pergunta não é fácil. num mundo em permanente evolução, as profissões mais requisitadas pelo mercado vão, também, mudando conforme a conjuntura. Ainda assim, há quem arrisque a fazer previsões sobre as áreas em que, daqui a alguns anos, vão ser necessários mais profis-sionais. A saúde e as tecnologias continuam em alta, tal como as energias renováveis e as engenharias. para as ciências sociais as notícias continuam a ser relativamente más. pistas para o futuro, já a seguir.

laura Alvesinfo@mundouniversitario.pt

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Saúde

A área dos cuidados de saúde irá sempre pre-cisar de novos profissionais e irá absorvê-los à medida que se formam. Cursos de Enfermagem e de Medicina continuam a ter saída, bem como novas áreas de especialização como a Geron-tologia. O envelhecimento da população é uma evidência, e serão necessários profissionais ligados à prestação de cuidados e bem-estar. As instituições de solidariedade, as universidades da terceira idade ou o turismo sénior são algu-mas das oportunidades de mercado em cresci-mento.Da mesma forma, a progressiva abertura de novas unidades de saúde e a privatização de algumas redes hospitalares leva a que estes profissionais sejam permanentemente requisitados. Outro dos ramos da saúde com um grande potencial de crescimento é a área da genética.

TecnologiaS

Os empregos na área das tecnologias e comu-nicações são dos que mais procura têm, pelo que continuam a ser uma boa aposta na hora

de escolher uma carreira. Novas profissões surgem todos os dias e a Internet é um dos principais focos de crescimento. Profissões como gestor de redes sociais podem parecer estranhas, mas a verdade é que as empresas começam a apostar neste grau de especializa-ção.No campo da realidade virtual e do 3D, o futuro aponta para o crescimento de profissões como os arquitectos digitais e os consultores de segurança digital.

RelaTóRio inglêS faz pReviSõeS aTé 2030Em Janeiro deste ano, o organismo inglês que regula os negócios, a inovação e as qualifica-ções – Department for Business, Innovation and Skills – publicou o relatório ‘The Shape of Jobs to Come’. O trabalho, encomendado à empresa de pesquisa de mercado Fast Future, antecipa as tendências no que toca a profissões que ainda não existem e as que, existindo, estarão na ordem do dia no período entre 2010 e 2030.De acordo com este relatório, os empregos do futuro derivam dos maiores investimentos em áreas como a agricultura biológica, a ma-nipulação genética de colheitas e preservação do ambiente. Também os gestores de marca, especialmente no que diz respeito à gestão de marca em redes sociais, serão profissionais mais requisitados. Ainda no campo das tecnolo-gias, os gestores de dados terão cada vez mais importância. Pode espreitar este relatório em http://fastfuture.com.

Ambiente e energiAs renováveis

Os “empregos verdes” são uma das tendências para o futuro, tanto no que respeita à diminuição do impacto humano sobre o ambiente, como no que toca à produção de alimentos biológicos. Profissões na área das energias renováveis terão uma procura crescente, dado o inves-timento cada vez maior que os países fazem na energia solar e eólica, entre outras.

indústriA, robóticA e inteligênciA ArtificiAl

Cada vez mais serão necessários profissionais especializados em determinados sectores da indústria e dos transportes. Nos campos da robótica e engenharia artificial, os progressos da investigação levarão a que profissionais de engenharia formados nestas áreas tenham uma grande procura. Para os licenciados em cursos de engenharia, enveredar por uma es-pecialização numa área inovadora pode ser uma boa estratégia de gestão de carreira - a mecatrónica é uma área emergente tal como a

engenharia mecânica, a engenharia electrónica, a engenharia de computadores e a engenharia de materiais.

educAção

Apesar da crise de emprego que se arrasta há anos, e que atirou para o desemprego muitos professores dado o excesso de profissionais, é provável que nos próximos anos a tendência se reverta. De facto, este excesso de oferta levou a que muitas pessoas tenham fugido aos cursos de Educação, pelo que em breve pode começar a assistir-se a uma escassez de professores. Ainda assim, a Educação é uma área que não se esgota no ensino em escolas e universidades: o ensino não-formal, a certificação de competências nos novos programas de aprendizagem ao longo da vida e a educação online (e-learning) são sectores alternativos para construir uma carreira.

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Profissões que nunca Passam de moda

escritores – É bem verdade que o jornalismo já viu melhores dias, contudo, nunca se es-creveu tanto como hoje. O mercado da escrita – da literatura aos livros técnicos, dos guiões aos livros de auto-ajuda – é uma alternativa profissional a considerar.

artistas – Pode não ser a actividade mais estável do mundo, mas a arte – nas suas mais diversas vertentes – nunca passa de moda. Pelo contrário: todos os dias se reinventa e cria novos cruzamentos com outras lingua-gens, como a tecnologia, por exemplo.

advogados – Apesar de os números indicarem um forte desemprego entre os licenciados em Direito, os advogados são uma classe que

continuará a ser necessária, em especial nas áreas emergentes como o registo de patentes e propriedade intelectual. Com a tendência para a privatização de alguns sectores da Justiça, surgem novas oportunidades de car-reira. A mediação de conflitos e a arbitragem são algumas das áreas emergentes.

Professores – Apesar do que se diz acerca do excesso de professores, a verdade é que estes profissionais serão sempre necessários. Actualmente começa a haver escassez de do-centes em disciplinas como Geografia e Físico--Química. Por outro lado, em algumas áreas, a oferta de professores é pouca para as ne-cessidades: caso de disciplinas como o Inglês e a Informática.

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O][RegRas de sobRevivência]

como enfRentaR o meRcado de tRabalho

fazer o que se gosta é o sonho de qualquer pessoa. mas conseguir um emprego satisfatório, tanto a nível pessoal como financeiro, nem sempre é fácil. nos dias de hoje arriscamo-nos mesmo a dizer que não é para todos. Porém, com calma e dedicação, dizemos-lhe que é possível.

laura alvesinfo@mundouniversitario.pt

Vamos lá começar pelo princípio… Ter um em-prego que só traga sorrisos e dias bons, e ainda um chorudo ordenado ao fim do mês, só acon-tece em filmes ou a meia dúzia de iluminados no mundo inteiro. A grande maioria das pessoas tem de se esforçar realmente para trabalhar na área para a qual estudou e investiu, e a troco, muitas vezes, de um ordenado abaixo das expectativas. Mas neste cenário nem sempre animador, tam- bém existem casos de sucesso. Eis algumas dicas para que a sua entrada no mercado de trabalho corra sem grandes percalços.

evite ceRtezas absolutas Já deve ter reparado que o mercado de tra-balho está em constante evolução. Cada vez mais, os profissionais têm de ser polivalentes e multifacetados. Assim, pensar que tem, obriga-

toriamente, de seguir o seu sonho de criança, é uma atitude a evitar.

abeRtuRa à mudançaAo longo da vida vai adquirir novos interesses, que até se podem conjugar com a actividade profissional. Se calhar, aquele workshop que fez por piada pode tornar-se algo mais sério e dar início a um novo percurso profissional.

mais foRmação, semPReApostar em pequenos cursos, seminários e workshops só lhe podem fazer bem. E não se esqueça que desta forma há sempre a possibili-dade de fazer novos e bons contactos.

dizeR a veRdadeNinguém gosta de um mentiroso e as empre-sas não são excepção. O seu currículo é a sua cara e percurso de vida, pelo que enriquecer esse documento com informação não significa, necessariamente, inventar factos ou mentir

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sobre determinados aspectos. Por vezes, a honestidade é a melhor forma de im-pressionar os empregadores, sendo preferível admitir que não é es-pecialista numa determinada ferramenta, idioma ou téc-nica, mas enfatizando que é flexível e interessado em aprender.

O mundO é uma casca de nOz Num mundo em que toda a gente está, de alguma forma, ligada a toda a gente, falar mal publicamente de um antigo em-pregador ou colega de trabalho não é uma boa estratégia. Mesmo que a sua experiência tenha sido negativa, nunca se sabe se não voltará a cru-zar-se profissionalmente com essa pessoa. Mais vale não arriscar e partilhar as suas experiências com alguma moderação.

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[PODER À PALAVRA]

O quE As EmPREsAs quEREmmuitas vezes, quando preparamos os nossos currículos ou nos candidatamos a um lugar numa empresa, nem sempre é fácil perceber o que os empregadores esperam de nós. Falámos com os directores de Recursos Humanos de três grandes empresas em Portugal que nos disseram o que procuram num candidato.

Andreia Arengaaarenga@mundouniversitario.pt

O que é que a Everis procura num candidato e quais as competências que mais valoriza?Hoje em dia temos um critério de selecção bastante abrangente e isto tem a ver com o tipo de serviços que prestamos que vão desde a consultoria de negócio até à consultoria de implementa-ção de sistemas de informação. Acima de tudo, procuramos pes-soas que tenham uma óptima capacidade de trabalho em equipa, com capacidades de bom relacionamento interpessoal, com conhecimen-to de idiomas, capacidade de escrever bem e fazer apresen-tações. A maior parte das nossas funções num projecto implicam o relacionamento com o cliente e estas são características indispensáveis. Outra característica importante para nós é a iniciativa, a pró-actividade, pessoas que queiram não só especializar-se, mas também adquirirem novas competências e alar-gar os seus panoramas.

RICARDO sANTOs, manager EVERIs

O que é que a Microsoft procura num candidato e quais as competências que mais valoriza?Fazemos uma pesquisa de candidaturas com fontes de sourcing diversas e depois avaliamos as melhores para as nossas necessidades enquanto empresa e para a função em apreço. Através de um processo de recru-tamento que avalia competências técnicas e competências designadas por soft skills, que têm a ver com a forma como trabalhamos com os outros, comunicamos, como nos posicionamos. O mais importante é o alinhamento com os valores e com a cultura da empresa.

TERESA NASCIMENTO Directora Recursos Humanos MICROSOFT

O que é que o Santander Totta procura num candidato e quais são as competências que mais valoriza num processo de recrutamento?Valorizamos candidatos que tragam uma formação sólida das universidades, uma postura comercial forte e uma atitude de aprendizagem, de participação e de compromisso relevantes. Como nós costumamos dizer, queremos ‘pessoas boas’ (que quer dizer que tenham feito um percurso de aprendizagem importante na Universidade e saibam já muitas coisas) e ‘boas pessoas’ (que mostrem a atitude certa para contribuírem, com energia e entusiasmo, para o nosso projecto no Santander Totta). A atitude comercial é importante em qualquer das funções no nosso Banco. Quer seja num dos nossos balcões, no contacto directo com os clientes, quer seja nas áreas de apoio, onde o foco no cliente não deixa de ser a razão máxima da nossa existência. Na selecção de jovens, porque o seu percurso profissional ou técnico é ainda reduzido, procuramos candidatos com skills numéri-cos, financeiros ou de matemática, domínio de línguas (em especial o inglês e o castelhano), boas competências de comunicação e uma relevante capacidade de aprendizagem. Saber trabalhar em equipa (que quer dizer contribuir com eficiência para o resultado comum e integrar aos contributos dos outros) é também muito valori-zado por nós. Não somos um banco de estrelas, somos um banco em que o contributo de todos conta. E apesar de admitirmos sobretudo candidatos de Gestão e Economia, temos tido muito boas experiências de integrar jovens com outras formações.

ISABEL VIEGAS, Directora de Recursos Humanos SANTANDER TOTTA

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O][Como enriqueCer o CV]

e para além dos estudos?o que o ocupa fora da sala de aulas também pode ser a chave para conseguir o emprego desejado. do desporto ao voluntariado, vamos traduzir as suas actividades extracurriculares para a língua dos rH.

raquel alexandra ramosinfo@mundouniversitario.pt

Se até aqui achava que os seus interesses e hobbies faziam parte de uma dimensão diferente da vida profissional, está na hora de repensar a situação. Dormir a sesta pode ser muito agradável, mas, tirando casos em que “ser sonhador” seja uma mais-valia para o cargo, não vai enriquecer o seu currículo. Não é por acaso que os “passatempos” e “outras actividades” aparecem nos CV. Nesta secção cabem as competências mais óbvias, como é o caso dos cursos de línguas, mas cabem também outras actividades aparentemente mais distantes do currículo em si. «Na candidatura a um primeiro emprego, o envolvimento em actividades de for-mação extracurricular pode ser particularmente valorizado, já que enriquece um currículo despojado de experiência profissional», lê-se na página dedi-cada à formação extracurricular no site do Instituto Superior Técnico.No fundo, as experiências extracurriculares demonstram que possui algumas qualidades úteis no ambiente laboral, tais como o bom relaciona-mento com o trabalho em equipa ou a capacidade de liderança e de comunicação.

algumas aCtiVidades que Valorizam o CV

- Desporto- Redes socias- Movimentos sociais (Couchsurfing, Freecycle, Quercus...)- Voluntariado- Música- Teatro- Dança