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NARA TALITA PORTO COMPORTAMENTO DE UNIVERSITÁRIOS EM RELAÇÃO AO CONSUMO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS: subsídios para ações promotoras de saúde. FRANCA 2013

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NARA TALITA PORTO

COMPORTAMENTO DE UNIVERSITÁRIOS EM RELAÇÃO AO CONSUMO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS: subsídios

para ações promotoras de saúde.

FRANCA 2013

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NARA TALITA PORTO

COMPORTAMENTO DE UNIVERSITÁRIOS EM RELAÇÃO AO CONSUMO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS: subsídios

para ações promotoras de saúde. Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Glória Lúcia Alves Figueiredo.

FRANCA

2013

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DEDICO este trabalho aos meus amados pais, por serem pessoas fundamentais em minha existência, apoiando-me, incentivando-me e por terem me ensinado o caminho da verdade e da perseverança nos meus sonhos e ao meu esposo querido pelos momentos bons que passamos juntos, pela paciência e compreensão nas minhas ausências, para me dedicar a este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre ter me conduzido, concedendo-me coragem, força

e fé em todos os momentos de minha vida, por minha evolução pessoal e

profissional, por me permitir concluir esta etapa.

Aos meus familiares e amigos, pelo apoio e incentivo e por suportarem

com paciência as minhas ausências, os meus desânimos.

A minha orientadora, Profa. Dra. Glória Lúcia Alves Figueiredo, que

sempre com muito respeito e paciência, soube esperar que das minhas incertezas

eu aprendesse a fazer escolhas, a tomar decisões, não mostrando o caminho todo

pronto, mas ajudando-me a construí-lo, pela compreensão, pelos conselhos, pelo

incentivo e principalmente por ter sido parte fundamental deste trabalho.

As professoras Dra. Branca Maria de Oliveira Santos, Dra. Carolina de

Meneses Gaya, Dra. Maria Aparecida Tedeschi Cano, Dra. Mônica de Andrade

Morraye e Dra. Rosalina Carvalho da Silva, pelos ensinamentos, pela grande

colaboração e ricas sugestões durante o processo de construção e qualificação

deste trabalho e a Prof. Dra. Fumie Eto pela disponibilidade e colaboração.

Aos professores do Programa de Mestrado em Promoção de Saúde,

pela dedicação, pelos momentos de grande aprendizado, por terem sido o

diferencial que influenciaram o meu aprendizado e caminhar neste curso e aos meus

colegas de curso pelos momentos felizes durante nossos encontros.

As minhas amigas Carolina, Larissa e Leonice pelo incentivo sempre

que quis fraquejar, pelos momentos divertidos que vivenciamos, pelas

demonstrações de carinho e sensibilidade.

As minhas amigas Danielle, Sharon e Telma, pela disponibilidade, nos

momentos em que precisei de amparo.

Aos alunos, pela participação e colaboração durante a coleta de dados

e a Instituição de Ensino, cenário deste estudo, pelo incentivo.

Enfim, a todos que colaboraram de alguma forma, para a realização

deste estudo.

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Aprendi que todas as formas de conhecimento são transitórias e que elas só têm real valor quando utilizadas em benefício dos seres e de tudo o que existe no campo universal. Todavia de nada vale todo o conhecimento do mundo se não houver Amor.

Alcione Leite da Silva

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RESUMO

PORTO, Nara Talita. Comportamento de universitários em relação ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas: subsídios para ações promotoras de saúde. 2013. 57f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca, São Paulo. O objetivo deste trabalho foi conhecer o comportamento de universitários em relação ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas, com vistas a subsidiar ações promotoras de saúde no ambiente universitário. Trata-se de um estudo descritivo, com 70 universitários de um município de Minas Gerais, no período de 2012/2013. Foram aplicados os Testes de Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool (AUDIT), de Triagem do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias (ASSIST) e a Classificação Econômica da ABEP. Os resultados indicaram predomínio de universitários entre 18 e 21 anos de idade (44,29%), sexo feminino (62,86%), e pertencente às classes B2 (30%) e C1 (25,7%). A amostra foi classificada como usuário de baixo risco para bebidas alcoólicas (62,9%), seguidos de usuários de risco (30%), sendo a bebida alcoólica a substância citada nos três níveis de risco do instrumento. Eles foram classificados como usuários de risco baixo e moderados para os derivados do tabaco; maconha e estimulantes. Mas para os hipnóticos/ sedativos, cocaína/crack eles foram classificados como usuários de risco moderado. Embora tenha predominado o baixo risco, pequeno número foi classificado de risco e até de uso nocivo, fato que merece atenção. Percebe-se a importância do desenvolvimento de programas educativos junto aos estudantes que os alertem a respeito dos limites de consumo e dos problemas associados. Os problemas relacionados ao uso de álcool, tabaco e outras drogas são complexos e multifatoriais, devendo ser considerados no contexto da vida social, suas representações e consequências para a qualidade de vida. Percebe-se a necessidade de mais estudos que associem a promoção da saúde, o ambiente universitário e a problemática do uso de álcool e outras drogas, compreendendo-se que dentro do ambiente universitário é possível instituir mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, estimulem o empoderamento e possibilitem novos modos de viver em coletividade. Palavras-chave: Estudantes; assunção de riscos; detecção do abuso de substância; promoção de saúde.

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ABSTRACT

PORTO, Nara Talita. Comportamento de universitários em relação ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas: subsídios para ações promotoras de saúde. 2013. 57f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca, São Paulo. The objective of this work was to understand the behavior of university students in relation to consumption of alcohol, tobacco and other drugs, with views to subsidise actions promoting health in the university environment. It is a descriptive study, with 70 university students from a municipality of Minas Gerais, in the period 2012/2013. Tests were used for the Identification of Problems Related to the Use of Alcohol (AUDIT), Sorting of Involvement with Alcohol, Tobacco and Other Substances (ASSIST) and the Economic Classification of the ABEP. The results indicated predominance of university between 18 and 21 years of age (44,29%), female (62.86%), and belonging to classes B2 (30 %) and C1 (25.7 % ). The sample was classified as user of low risk for alcoholic beverages (62.9%), followed by users of risk (30%), being the alcoholic drink the substance mentioned in three levels of risk of the instrument. They were classified as users of low risk and moderate for the tobacco derivatives; marijuana and stimulants. But for the hypnotics/ sedatives, cocaine/crack users they were classified as moderate risk. Although has predominated the low risk, small number was classified in risk and even harmful use, a fact that deserves attention. We realize the importance of the development of educational programs with the students that alert him to respect the limits of consumption and the associated problems. The problems related to the use of alcohol, tobacco and other drugs are complex and multifactorial, and should be considered in the context of social life, their representations and consequences for quality of life. We realize the need for more studies that involve the promotion of health, the university environment and the problem of the use of alcohol and other drugs, including that within the university environment it is possible to introduce mechanisms that reduce the situations of vulnerability, stimulate the empowerment and enable new ways of living in collectivity. Keywords: Students; installation of risks; detention of the substance abuse, health promotion

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos universitários segundo sexo e faixa etária. 30 Tabela 2 -

Distribuição dos universitários quanto à classificação econômica, segundo a ABEP.

31

Tabela 3 -

Distribuição dos universitários de acordo com o tipo de substância utilizada, segundo o ASSIST.

31

Tabela 4 -

Distribuição dos universitários de acordo com o tipo de substância utilizada nos três meses anteriores à pesquisa e nível de risco, segundo o ASSIST.

32

Tabela 5 -

Distribuição dos universitários de acordo com os padrões de uso de bebidas alcoólicas, segundo o AUDIT.

33

Tabela 6 -

Distribuição dos universitários de acordo com o nível de risco ao uso de bebidas alcoólicas, segundo o AUDIT.

34

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

ASSIST Alcohol, Smoking and Substance Involving Screening

AUDIT Alcohol Use Disorders Identification Test

CCEB Critério de Classificação Econômica Brasil

CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica

CEPE Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca

CEPPA Câmara Especial de Políticas Públicas sobre Álcool

CICAD Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas

CONAD Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas

EUA Estados Unidos da América

IES Instituição de Ensino Superior

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organizações das Nações Unidas

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

PNAD Política Nacional sobre Drogas

SISNAD Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Droga

SUS Sistema Único de Saúde

UPS Universidade Promotora de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11

OBJETIVOS ................................................................................................................. 16

OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 16

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 16

REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITUAL ................................................................ 17

A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO NORTEADORA DAS AÇÕES NO AMBIENTE

UNIVERSITÁRIO .......................................................................................................... 17

POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS USUÁRIOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS,

TABACO E OUTRAS DROGAS ................................................................................... 20

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 24

NATUREZA DA PESQUISA ......................................................................................... 24

LOCAL DO ESTUDO .................................................................................................... 24

SUJEITOS DA PESQUISA ........................................................................................... 25

ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................... 26

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................................... 27

PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................................ 28

TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................................... 29

RESULTADOS ............................................................................................................. 30

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 35

CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................... 43

REFERENCIAS ............................................................................................................ 44

APÊNDICES ................................................................................................................. 50

ANEXOS ...................................................................................................................... 52

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INTRODUÇÃO

Os problemas relacionados ao uso de drogas psicoativas representam

uma preocupação social e têm assumido formas e proporções preocupantes, haja

visto sua diversidade e interferência em diversos aspectos da vida do indivíduo.

Dentre eles se destacam a diminuição nos anos potenciais de vida, as

incapacidades instaladas individuais e coletivas e o impacto negativo na família e na

sociedade, que, por sua vez, ameaçam os valores políticos, econômicos, sociais,

bem como contribuem para o crescimento dos gastos com tratamento médico e

internação hospitalar (1).

Num contexto de rápidas transições socioeconômicas que vêm

ocorrendo em diversos países, o problema das drogas tem-se revelado importante

nas últimas décadas, quando se evidencia o aumento do uso destas substâncias em

países em desenvolvimento, e o álcool como a mais consumida e a predominância

deste uso entre jovens. Ademais, o problema global das drogas é claramente

influenciado por uma gama de fatores sociodemográficos, socioeconômicos e

socioculturais, dentre eles, o surgimento de uma cultura juvenil relativamente

uniforme em vários países (1,2).

O uso de drogas é um fenômeno dinâmico. Além do uso de

determinada substância, os usuários adotam diferentes combinações de drogas e

formas de consumo. Esse uso simultâneo vem aumentando em diversos países, o

que torna os usuários/dependentes muito mais suscetíveis a complicações

consequentes (3).

No relatório oficial das Nações Unidas Contra o Crime e as Drogas, a

prevalência mundial do uso de maconha foi estimada entre 2,6 e 5% (entre 119 e

224 milhões de usuários) da população, sendo esta considerada a droga ilícita mais

utilizada, seguida dos estimulantes do tipo anfetamina (excluído o ecstasy), com

uma prevalência estimada em 0,3 e 1,2% (entre 14,3 e 52,5 milhões de usuários).

Sobre as demais drogas, a prevalência global de uso de opióides foi estimada em

0,6 a 0,8% (entre 26,4 e 36 milhões de usuários), dos quais metade destes usou,

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particularmente, a heroína. O uso mundial da cocaína permaneceu estável em 0,3 e

0,4% (entre 13,2 e 19,5 milhões de usuários) da população. O uso de ecstasy foi

estimado em 0,2 e 0,6% (10,5 a 28 milhões de usuários) da população (3).

No Informe Sub-Regional sobre Uso de Drogas, das Nações Unidas,

em parceria com a Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas –

CICAD (4), sobre a problemática de drogas com jovens em países da América do

Sul (Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru e Uruguai), foi verificado uma

associação significativa entre o uso de drogas lícitas (álcool e tabaco) e as drogas

ilícitas. O álcool apareceu como a droga mais consumida em todos os países e,

também, responsável por grande parte de doenças, acidentes e tratamentos em

clínicas especializadas.

Estudos epidemiológicos no Brasil também buscam dimensionar a

extensão do problema e os desafios relacionados ao uso de drogas.

O II Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas no Brasil,

realizado em 2005, apontou que 22,8% (população estimada de 11.603.000

pessoas) já haviam usado algum tipo de droga. Observou-se também um aumento

de uso, para as drogas como maconha, benzodiazepínicos, estimulantes, solventes

e cocaína e redução do uso na vida para orexígenos e xaropes à base de codeína.

Observou-se também que, 74,6% dos entrevistados haviam feito uso de álcool e

44% de tabaco na vida. Esses índices são inferiores quando comparados

respectivamente a outros países, como Chile (86,5% e 72%) e EUA (82,4% e

67,3%) (5).

Dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na

População Brasileira, em 2008, verificou que, 36,7% dos indivíduos entre 15 e 64

anos bebiam na época, 23,9% se reportaram ao uso do tabaco e aproximadamente

4% dos indivíduos declararam o uso de pelo menos uma droga ilícita alguma vez na

vida e 15,6% declarou usar maconha, crack ou cocaína inalada/injetável. Esta

pesquisa, também apontou os grandes centros urbanos como cenário do uso de

droga, com notoriedade para o consumo e uso mais frequente entre jovens (6).

O VI Levantamento Brasileiro, sobre o consumo de drogas psicoativas

envolvendo 27 capitais brasileiras, realizado em 2006, ressaltou que os estudantes

brasileiros, se comparados aos dos países da América do Sul, Europa e América do

Norte, apresentam índices baixos de consumo de tabaco, crack e maconha. Este

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mesmo levantamento, ainda refere que o álcool e o tabaco são as drogas de maior

prevalência de uso na vida, seguido dos inalantes (7).

Vários estudos têm constatado que o uso de drogas ilícitas predomina

entre adolescentes e jovens adultos, compreendendo uma importante parcela de

jovens universitários, com um consumo intenso e mais frequente do que outros

segmentos da população geral (1,3,8).

Em relação ao álcool, os estudos vêm demonstrando que a prevalência

de seu uso também é uma tendência crescente no Brasil. Por ser a droga mais

consumida e deter significativo potencial de danos diretos e indiretos à saúde da

população, seu uso demanda um olhar diferenciado dos profissionais de saúde,

quanto às práticas de assistência (9).

Frente a este cenário brasileiro, as questões relacionadas às drogas

têm-se configurado como uma situação que ultrapassa a categoria de problema de

saúde, visto sua magnitude, vulnerabilidade e transcendência. Este último termo é

aqui aplicado como o custo pessoal e social dos agravos à população, em que tudo

que se relaciona ao processo saúde-doença-intervenção interfere diretamente nas

relações sociais, econômicas, profissionais e culturais (8,10).

De fato, o uso de drogas é um complexo problema de saúde que afeta

o contexto social e deveria ser objeto de ações estruturadas em diversas vertentes,

uma vez que, está associado de diferentes formas ao conceito de vulnerabilidade

(6).

Especificamente aplicado à saúde, o conceito de vulnerabilidade

designa a suscetibilidade das pessoas a problemas e danos à saúde. Este conceito

envolve a avaliação articulada de três eixos interligados. O componente individual,

que se relaciona ao grau e à qualidade da informação que os indivíduos dispõem

sobre um problema; o componente social, que considera o indivíduo inserido num

contexto e seu acesso aos serviços; e o componente programático, que se refere às

ações dos serviços e às políticas voltadas para fornecer condições a esses

indivíduos (11,12).

Considerando a entrada na universidade, como uma oportunidade para

os estudantes realizarem novas experiências, adquirirem identidade e a vivenciarem

novas descobertas de uma maneira mais autônoma, poderia expor os jovens a

situações de maior ou menor risco, alinhando-se o conceito de vulnerabilidade ao

ambiente universitário (8).

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O consumo de bebidas alcoólicas tem-se configurado como uma

preocupação no que se refere à saúde e ao comportamento dos universitários, visto

que alguns deles deixam a casa dos pais e vão morar sozinhos ou com amigos, e o

novo ambiente é capaz de proporcionar certa independência para vivenciar novas

experiências, que exigem novas formas de agir, de se posicionar, criar e respeitar os

próprios limites, bem como podem, contribuir para o comportamento de risco

(13,14,15).

Outro fator relevante seria as influências socioambientais, que parecem

favorecer o consumo excessivo de álcool entre os universitários. De forma direta,

acontece em bares, onde o preço cobrado é baixo e a oferta de bebidas facilitada, e

indiretamente, por influência, imitação ou reforço da personalidade em decorrência

do ato de beber. O fator social merece destaque, pois parece aumentar o risco, uma

vez que o uso de álcool é bem aceito nas festas e diversões universitárias e também

existe uma pressão exercida pelos colegas para o consumo (13,16).

Por outro lado, as universidades também constituem espaços sociais

estratégicos para a promoção de saúde de grupos populacionais específicos, com

consequente impacto sobre a população geral. Essa promoção da saúde no âmbito

acadêmico implicaria proporcionar aos estudantes condições necessárias para

melhorar e exercer o controle sobre sua saúde (17).

Neste contexto de promoção, o movimento das Universidades

Promotoras de Saúde (UPS) vem se fortalecendo na América Latina, ao incorporar a

promoção da saúde em seu projeto educativo e de trabalho, tendo a finalidade de

propiciar o desenvolvimento humano e a melhoria da qualidade de vida dos que ali

estudam e/ou trabalham (18).

O movimento das UPSs teve seu marco no ano de 2003, em Santiago,

onde aconteceu a Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção das

Universidades Saudáveis, que tinha como tema “Construindo Universidades

Saudáveis”. Esse evento contou com a participação de 31 universidades dos países

das Américas e Espanha, o que possibilitou a socialização do movimento da

Promoção das Universidades Saudáveis (19,20).

Nesta trajetória, outras conferências aconteceram, diversas funções

foram definidas, experiências partilhadas, e esse movimento vem encontrando apoio

a partir de políticas próprias institucionais para fomento e permanência de ações de

promoção de saúde (19,20).

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As Escolas Promotoras de Saúde constituem uma importante

estratégia de promoção da saúde no âmbito escolar e um mecanismo articulado de

esforços e recursos multissetoriais, orientados para o melhoramento das condições

de saúde e bem-estar, de modo que se ampliam as oportunidades para um

aprendizado de qualidade e o desenvolvimento humano sustentável para todos os

integrantes das comunidades educativas (21).

Ao reconhecer que as universidades se caracterizam como um

ambiente propício ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades e

independência, a promoção da saúde se apresentaria como uma estratégia de

produção de saúde, ao possibilitar um novo modo de repensar e atuar em saúde

(22).

Compreendendo a proposta das UPSs como espaço para o

desenvolvimento de ações em promoção de saúde e que o ambiente universitário

poderia propiciar situações que contribuíssem para o consumo de bebidas

alcoólicas, tabaco e outras drogas, esse estudo se justifica por ampliar o

conhecimento relativo ao comportamento de universitários frente aos padrões de

consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

Tendo em vista a complexidade e tendência crescente do uso de

bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas, o estudo parte do pressuposto de que o

conhecimento relativo a esse comportamento seja relevante para subsidiar ações

que promovam a adoção de práticas de vida saudáveis e de caráter emancipatório

entre os universitários.

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Conhecer o comportamento de universitários em relação ao consumo

de álcool, tabaco e outras drogas, com vistas a subsidiar ações promotoras de

saúde no ambiente universitário.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar a população estudada segundo a Classificação

Econômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP).

Identificar os padrões de uso e risco ao uso de bebidas alcoólicas e

outras substâncias entre universitários, segundo os escores do Teste de Triagem do

Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias (ASSIST).

Identificar os padrões de uso e risco ao uso de bebidas alcoólicas entre

universitários, de acordo com o Teste de Identificação de Problemas Relacionados

ao Uso de Álcool (AUDIT).

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17

REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITUAL

A PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO NORTEADORA DAS AÇÕES NO AMBIENTE

UNIVERSITÁRIO

Considerando a Promoção da Saúde como marco teórico deste

trabalho, cabe aqui discutir os documentos que embasam este movimento, com

destaque para a Carta de Ottawa, que é o termo de direcionamento para a

promoção da saúde e define, dentre suas estratégias, a criação de ambientes

favoráveis à saúde e o desenvolvimento de habilidades pessoais, ambos

importantes para o contexto de jovens e universidades, temas deste estudo.

Como marco na discussão da promoção da saúde, o Relatório Lalonde

foi o primeiro documento governamental a reconhecer que a saúde precisa ser

contemplada para além da doença, vislumbrando-a sobre quatro determinantes: a

biologia humana, o ambiente, o estilo de vida e a organização da atenção à saúde.

As discussões que aconteceram no período de elaboração desse

relatório (1974) e outros movimentos em prol da saúde como, por exemplo, as

missões promovidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para observação

do cuidado à saúde, sob a perspectiva da China, impulsionaram importantes

conferências internacionais sobre o tema promoção de saúde, que foram as

responsáveis por estabelecer as bases conceituais e políticas contemporâneas da

promoção de saúde: Alma-Ata (1978), Ottawa (1986), Adelaide (1988), Sundsval

(1991), Jacarta (1997) e México (2000).

A declaração de Alma-Ata enfatizou a saúde como “direito

fundamental” e abordou a “promoção da saúde como essencial para se continuar o

desenvolvimento econômico e social” exortando os governos, a OMS e demais

entidades a estabelecerem a promoção em saúde como prioridade (23).

Em 1986, aconteceu a Conferência de Ottawa (Canadá), que teve

como principal produto a Carta de Ottawa, que passou a ser o termo de referência

básica e fundamental em promoção à saúde. Nessa conferência também se

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18

conceituou a promoção como “processo de capacitação da comunidade para atuar

na melhoria de sua qualidade de vida e saúde” e que a saúde “enfatiza os recursos

sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas” (23).

Foram, também, delimitados os campos centrais de ação da promoção

de saúde, dentre eles a elaboração e o estabelecimento de políticas públicas

saudáveis, a criação de ambientes favoráveis à saúde, o reforço da ação

comunitária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação dos

serviços de saúde (24).

A aquisição de habilidades e atitudes pessoais, tendo a universidade

como ambiente saudável, aumentam as opções para o desenvolvimento de ações

de promoção de saúde, uma vez que as populações podem exercer maior controle

sobre sua própria saúde e sobre o meio ambiente, bem como fazer escolhas que

conduzam a uma saúde melhor (23).

A Declaração de Adelaide foi elaborada na II Conferência Internacional

sobre Promoção da Saúde, na Austrália, em 1988, que elegeu como foco de sua

discussão as Políticas Públicas Saudáveis e o conceito de intersetorialidade.

Ressaltou-se a responsabilidade do setor público pelas políticas sociais e

econômicas e, também, pelo impacto que estas ocasionam na saúde e no sistema

de saúde (23).

Em Sundsvall, na Suécia, 1991, aconteceu a III Conferência

Internacional sobre Promoção da Saúde, que abordou a interdependência entre

saúde e ambiente e ressaltou a necessidade de desenvolver novos mecanismos

para melhorá-los. O ambiente, no cenário da saúde, extrapolou as dimensões do

físico e incorporou as dimensões socioeconômicas, políticas e culturais. A criação de

ambientes é permeada pela forma de viver e se relacionar das pessoas, como são

seus espaços de trabalho e lazer, os recursos disponíveis e as oportunidades que

possibilitariam uma tomada de decisão autônoma e empoderada (23,24).

Ao pensar em criação de ambientes favoráveis, toma-se aqui a reflexão

da interdependência entre saúde e ambiente. Esta interdependência envolve a

conservação dos recursos naturais, o acompanhamento do impacto que as

mudanças do ambiente produzem e a conquista de ambientes que facilitem e

favoreçam a saúde, de forma que venham a fazer parte da Agenda do MS. Trata-se

de uma ampliação de olhares, tanto para a complexidade que envolve a sociedade

quanto para as relações interdependentes entre os setores (24).

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19

A Declaração de Jacarta foi o documento elaborado na IV Conferência

Internacional sobre Promoção da Saúde, na Indonésia, em 1997, e abordou o

reforço da ação comunitária, uma das cinco estratégias da carta de Ottawa. Essa

conferência permitiu a reflexão sobre o que se havia avançado em promoção da

saúde e a identificação das direções e das estratégias necessárias para enfrentar os

desafios da promoção no século XXI (23).

A V Conferência aconteceu na cidade do México, em 2000. Esta definiu

a promoção da saúde como prioridade para a elaboração de políticas em qualquer

esfera gestora, a necessidade de incluir e fortalecer a participação social na

efetivação das ações de promoção da saúde, o fortalecimento das redes nacionais e

internacionais que promovem saúde, entre outros (23).

A Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS (21) ressaltou que é

cada vez mais visível a importância do ambiente escolar na saúde integral e no

aprendizado dos estudantes. E, que a promoção da saúde tem sido fortalecida pelas

transformações que vêm acontecendo na área da saúde e da educação nas

Américas, de modo que se facilita a criação de novas oportunidades e espaços

institucionais para ações de saúde escolar com enfoque integral.

Portanto, parece imprescindível trabalhar a educação para a saúde,

com respeito às individualidades e busca por mecanismos, ações que estimulem

estes jovens a reconhecer suas habilidades e competências pessoais e as que ainda

precisam ser trabalhadas, a fim de diminuírem os riscos e vulnerabilidades de

comportamentos que venham a trazer prejuízos á sua saúde (11,24).

O desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais é o resgate da

dimensão da educação em saúde, bem como do “empowerment” (processo de

capacitação) por parte de indivíduos e da comunidade (24).

Ainda que outras conferências de caráter sub-regional tenham

acontecido, como a que proporcionou a declaração de Santa Fé de Bogotá, em

1992, estas foram as que alimentaram a base conceitual da promoção da saúde.

Desta forma, este estudo intenta somar aos esforços realizados pela

comunidade científica ao buscar elementos para subsidiar ações promotoras de

saúde no ambiente universitário.

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POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS USUÁRIOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS,

TABACO E OUTRAS DROGAS

O consumo de drogas é tão antigo quanto a humanidade e está

associado à cultura em cada contexto histórico e social (25).

Para enfrentamento da problemática relacionada ao uso de

substâncias ou drogas psicoativas, o Brasil conta com um arcabouço legal. Neste

contexto, a partir de uma síntese dos marcos da história voltada à atenção à saúde

para usuários de álcool e outras drogas, até 1998 não existia no País uma política

nacional específica sobre a redução da demanda e da oferta de drogas (9).

As primeiras intervenções aconteceram no século XX, com a

elaboração de leis e decretos que tinham como objetivo controlar o uso e a

comercialização das drogas e preservar a segurança pública. Essas intervenções

contemplavam os usuários apenas no foco legal e, pautadas neste aparato jurídico,

proibiam e criminalizavam o uso e o comércio de drogas, utilizando-se de penas que

determinavam a exclusão dos usuários do convívio social, com proposição para sua

permanência em prisões sanitárias e em hospitais psiquiátricos (26).

Em 1998 aconteceu o 1º Fórum Nacional Antidrogas, que contou com a

presença dos segmentos organizados que atuavam na área. Dentre eles,

profissionais vinculados a comunidades terapêuticas, policiais, comunidade científica

e outros que estavam ligados a projetos que propunham a redução de danos. Foi

instituído, assim, pelo decreto nº 4345, de 26 de agosto de 2002, a Política Nacional

Antidrogas (PNAD) que, no entanto, não contemplava a articulação com o setor

público de saúde (26).

No ano de 2003, apontou-se a necessidade da construção de uma

nova Agenda Nacional para a redução da demanda de drogas no País que viesse a

favorecer a integração das políticas públicas setoriais com a Política Nacional

Antidrogas e a descentralização das ações, de maneira a possibilitar autonomia aos

municípios para atuar de acordo com sua realidade e estreitamento das relações

com a sociedade e a comunidade científica (9).

Desta forma, o MS, reconhecendo o atraso em assumir a

responsabilidade para o enfrentamento da problemática do álcool e outras drogas e

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21

o compromisso de prevenir, tratar e reabilitar os usuários dessas substâncias

elaborou em 2003 o documento intitulado “A Política do Ministério da Saúde para a

Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas” (27).

Este documento pode ser considerado um marco político por

considerar a complexidade das drogas psicoativas na sociedade. Ampliou-se a

concepção sobre esse fenômeno, compreendendo a necessidade da

intersetorialidade, da integralidade das intervenções e da participação social (28).

Frente a este cenário, em 2004 houve um realinhamento e atualização

da PNAD, que passou a se chamar Política Nacional Sobre Drogas e estabeleceu os

fundamentos, as diretrizes e as estratégias indispensáveis para a realização de

intervenções frente às questões do álcool e outras drogas (9).

Esta política acompanhou a lógica da Reforma Psiquiátrica instituída no

Brasil e ancorou sua intervenção na lógica da redução de danos, compreendendo o

indivíduo sob visão holística, de modo que o resultado final de uma intervenção não

seja somente a cura, mas a possibilidade de estratégias preventivas que reduzam o

dano, respeitando-se a diversidade e a autonomia dos usuários (29).

A política do MS para atenção integral a usuário de álcool e outras

drogas é um marco teórico-político, pois sua reformulação propiciou o rompimento

das abordagens reducionistas e o reconhecimento do complexo fenômeno que

envolve as drogas, ao reconhecer que os setores precisariam estar articulados,

intersetorializados e não mais ser objeto de intervenção de uma única área ou de

outra (26).

No ano de 2006, o Brasil foi destaque internacional ao sancionar a Lei

11.343/2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

(SISNAD) seguindo uma tendência mundial, o mesmo reorientou ações e passou a

diferenciar o traficante e o usuário/dependente, entendendo que eles necessitavam

de intervenções diferentes. Assim, as intervenções dirigidas aos usuários e

dependentes buscam levá-los à reflexão sobre seu consumo e sobre quais fatores

os tornam suscetíveis ao uso de droga (9).

Desta forma, no contexto atual da lei, o porte de drogas continua sendo

caracterizado como crime, no entanto aos usuários e dependentes cabem as

medidas socioeducativas deferidas pelos juizados especiais criminais, e não mais a

reclusão (30).

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22

Em 2004, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas – CONAD

objetivou incluir a participação social na discussão sobre os graves problemas

relacionados ao uso arriscado de álcool. Instalou-se, assim, a Câmara Especial de

Políticas Públicas sobre Álcool – CEPPA, e em maio de 2007, por meio de um

Decreto Presidencial (nº 6.117/07), foi apresentada a Política Nacional sobre o

Álcool, fruto de uma discussão coletiva (30).

Esta política incorporou os princípios de intersetorialidade e

integralidade do SUS a suas ações de redução de danos sociais, e seu objetivo

principal é estabelecer princípios que orientam a elaboração de estratégias efetivas

e eficazes para o enfretamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de

álcool. Ressalta-se ainda que:

(...) dentre as medidas estratégicas para minimizar os impactos adversos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, as ações ligadas à associação de álcool e trânsito ultrapassaram a questão de populações vulneráveis para o consumo, pois estão diretamente associadas à morbidade e mortalidade da população geral (9).

No ambiente universitário a população jovem é predominante, e para

eles foi sancionado em 2013 o Estatuto da Juventude. A lei estabelece os direitos

dos brasileiros entre 15 anos e 29 anos de idade. Como política pública, o jovem tem

direito à saúde e à qualidade de vida, considerando suas especificidades na

dimensão da prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde de forma

integral. O desafio, agora, aponta para o desenvolvimento de ações articuladas entre

os serviços de saúde, os estabelecimentos de ensino, a sociedade e a família. No

Estatuto destaca-se a inclusão de temas relativos ao consumo de álcool, tabaco e

outras drogas; à saúde sexual e reprodutiva, com enfoque de gênero e dos direitos

sexuais, nos diversos níveis de ensino garantindo o debate entre os jovens e a

capacitação profissional (31).

Frente a essas iniciativas, percebe-se que o poder público está

mobilizado a encontrar respostas. Todo este aparato legal busca contribuir para o

fortalecimento de uma rede de atenção que seja inclusiva, articulada, intersetorial,

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23

acolhedora e humanizada relacionada ao consumo de álcool e outras drogas como

um problema de saúde pública.

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24

MATERIAL E MÉTODOS

NATUREZA DA PESQUISA

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa.

Sobre as pesquisas descritivas, estas se caracterizam frequentemente

como estudos que buscam determinar status, opiniões ou projeções futuras nas

respostas obtidas e são valorizadas por possuírem a premissa de que os problemas

podem ser resolvidos e as práticas podem ser melhoradas a partir de descrição e

análise de observações objetivas e diretas. Nestas pesquisas estão inseridas as do

tipo levantamento – survey (32).

LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado em um município de Minas Gerais, localizado na

região sudeste do estado, que conta, atualmente, com 95.988 mil habitantes (33). A

rede de saúde do município contém 05 (cinco) unidades básicas de saúde, 13

(treze) núcleos de saúde da família, 01 (um) pronto atendimento e 03 (três) hospitais

conveniados com o Sistema Único de Saúde – SUS. Os estabelecimentos públicos

realizam cuidados na atenção primária e secundária em ambiente ambulatorial,

hospitalar, atendimento de urgência, emergência e apoio diagnóstico. Há também o

serviço de vigilância em saúde, com equipes da vigilância epidemiológica, sanitária e

serviço de zoonoses (34).

Sobre os indicadores de saúde, o Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal é de 0,799. A taxa de mortalidade infantil em 2008 foi de 5,6 mortes/mil

nascidos vivos (35). Os principais agravos de saúde que afetaram a população do

município em 2010, levando a morbidade hospitalar, concentraram-se em 4 grupos

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25

do CID 10: doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho respiratório,

doenças do aparelho digestivo, gravidez, parto e puerpério (36).

Em relação à educação, em 2009 o município contava com 83.613

pessoas alfabetizadas, e a estrutura de ensino atendeu no mesmo ano um total de

26.194 alunos (35). Quanto à rede de ensino superior, o município conta com 01

(um) Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET e 03 (três) instituições de

ensino superior.

O município foi escolhido como cenário da pesquisa por possuir uma

IES que abrange pessoas de 20 (vinte) municípios da região, aproximadamente,

fundada em 1973 como Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras que, em 2002,

adquiriu o reconhecimento como Centro Universitário. Tem como missão

institucional promover a educação cidadã para a empregabilidade, a

sustentabilidade e o cruzamento de fronteiras. A visão de futuro é ser uma instituição

de referência, reconhecida pela coerência de suas ações e resultados (37).

Atualmente, a IES é constituída por 03 (três) institutos: o Instituto de

Ciências Exatas e Humanas (ICHE), o Instituto Superior de Educação/Tecnológico

(ISE/T) e o Instituto de Ciências da Saúde (ICS). São oferecidos 12 (doze) cursos de

graduação nas áreas de exatas, humanas e biológicas, 03 (três) cursos tecnológicos

e 2 (dois) cursos de licenciatura em educação física e pedagogia.

SUJEITOS DA PESQUISA

O estudo foi realizado com os estudantes dos cursos de graduação e

tecnológicos. Como critério de inclusão, foram aceitos alunos de ambos os sexos, de

todas as idades, que tivessem endereço eletrônico e aceitassem participar da

pesquisa. Foram excluídos da pesquisa os alunos dos cursos de pós-graduação, os

sem endereço eletrônico no banco de dados da instituição, os que não preencheram

todo o instrumento da pesquisa e os que não aceitaram participar do estudo.

A amostragem foi delimitada por conveniência, a partir do convite feito

por via eletrônica aos alunos para participarem da pesquisa, utilizando-se o critério

de aceitação espontânea.

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26

Assim, da população composta por 1488 universitários, a amostra

deste estudo foi constituída por 70 (setenta) universitários.

ASPECTOS ÉTICOS

A respeito dos aspectos éticos, este estudo observou normas

internacionais e nacionais pautadas na resolução 466/12, regulamentadora da

pesquisa que envolve seres humanos, tomando-se como referência os princípios da

bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça.

O relatório final da pesquisa foi submetido e deliberado pela Comissão

de Ética em Pesquisa (CEPE) da Universidade de Franca-SP (registrado no

Ministério da Saúde sob o nº 128118/2005), pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade de Franca – CEPE/UNIFRAN (ANEXOS D).

Foram solicitados à Secretaria Acadêmica da IES os endereços de e-

mails dos estudantes para ser enviada uma carta convite com o link de acesso para

a pesquisa.

Os participantes foram informados sobre a realização da pesquisa

(seus possíveis usos e finalidade), sobre o caráter não obrigatório de sua

participação, do sigilo das informações e da sua participação com a devida utilização

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE A).

Por ser tratar de uma pesquisa on-line, o termo de consentimento fez

parte do instrumento, de forma que para o aluno responder o questionário precisava

ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, interessando-se em ter o

arquivo impresso, foi disponibilizado o link do site em que o termo foi hospedado

para download.

A plataforma Survey Monkey, em sua configuração, permite ao

pesquisador tornar as respostas dos questionários anônimas ao utilizar a opção

coletar pelo Link da web ativando-se a opção não coletar os endereços de IP, o que

garante ao pesquisado sua não identificação e, automaticamente, sua privacidade.

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27

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para esse estudo, utilizaram-se 03 (três) instrumentos validados, sendo

incluídas as variáveis: sexo e faixa etária. Como coleta do material empírico, foram

aplicados os seguintes instrumentos:

a) O Critério Padrão de Classe Econômica Brasil – CCEB, vigente

no ano de 2012 (ANEXO A). Essa escala tem a função de estimar o poder de

compra das pessoas e famílias, abandonando-se a pretensão de classificar a

população em termos de “classes sociais”. A estimativa da classe econômica pauta-

se na posse de 9 (nove) bens: televisão em cores, rádio, banheiro, automóvel,

empregada mensalista, máquina de lavar, videocassete e/ou DVD, geladeira e

freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex) e nos 05 (cinco)

possíveis graus de escolaridade do chefe da família: Analfabeto/ Até 3ª série

Fundamental/ Até 3ª série 1º. Grau, Até 4ª série Fundamental / Até 4ª série 1º. Grau,

Fundamental completo/ 1º. Grau completo, Médio completo/ 2º. Grau completo,

Superior completo.

Para cada bem possuído e grau de instrução existe uma pontuação

determinada, de tal forma que a soma final enquadra o indivíduo em uma de sete

categorias: A1 (possuem uma renda familiar de 12.926 reais), A2 (possuem uma

renda de 8.418 reais), B1(possuem uma renda de 4.418 reais), B2 (possuem uma

renda de 2.565 reais), C1 (possuem uma renda de 1.541reais), C2 (possuem uma

renda de 1.204 reais), D (possuem uma renda de 714 reais) e E (possuem uma

renda de 477 reais) (38).

b) O AUDIT - Alcohol Use Disorders Identification Test (ANEXO B)

foi desenvolvido pela OMS em 1982 como uma maneira simples de identificar as

pessoas com problemas relacionados ao consumo do álcool e se concentra em

identificar os sinais preliminares de consumo de risco e dependência (39). Este teste

é composto por 10 (dez) questões fechadas de múltipla escolha e de autorrelato.

Para se obter a pontuação, devem-se somar as 10 questões, atribuindo-se o valor

mínimo de 0 (zero) e máximo de 04 (quatro) para cada resposta. O escore final varia

de 0 (zero) a 40 (quarenta) pontos, sendo classificado em 04 (quatro) níveis e

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28

padrão de uso do álcool: nível I – uso de baixo risco ou abstêmios (0-7); nível II –

uso de risco (8-15); nível III - uso nocivo (16-19); diagnóstico de dependência (20-40

pontos) (40).

c) O ASSIST - Alcohol, Smoking and Substance Involving

Screening Test (ANEXO C) foi desenvolvido para detecção do uso de substâncias

psicoativas; coordenado pela OMS, foi traduzido em vários idiomas e contou com a

participação de pesquisadores para testar sua confiabilidade e factibilidade (41). O

instrumento tem sido utilizado em estudos nacionais e internacionais.

O ASSIST passou por testes significativos em três fases sequenciais (I,

II e III) para garantir sua validade, confiabilidade, flexibiliade, abrangência e cultural

relevância para pesquisas com essa temática (42). Este instrumento contém 8

questões sobre o uso de 9 classes de substâncias psicoativas (tabaco, álcool,

maconha, cocaína, estimulantes, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos). O

escore é calculado pela soma das questões 2 a 7, para todas as classes de drogas,

com exclusão do tabaco, que tem seu escore calculado pela soma das questões 2,

3, 4, 6 e 7, atribuindo-se o valor mínimo de 0 e máximo de 8 para cada resposta. O

escore final varia de 0 a 39 pontos, com exceção do tabaco, cujo escore máximo é

31. Após o resultado dos escores, cada indivíduo deve ser classificado em um de 3

níveis de envolvimento com substâncias específicas: de baixo risco (0 a 10 para

álcool e 0 a 3 para outras substâncias), de risco moderado (11 a 26 para álcool e 4 a

26 para outras substâncias) ou de alto risco (27 ou mais para álcool e outras

sustâncias) (40).

PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Os e-mails com o convite foram enviados aos estudantes no período de

novembro de 2012 a fevereiro de 2013. No entanto, 309 e-mails retornaram. Foi

realizada uma segunda tentativa de envio dos convites a esses destinatários,

entretanto os mesmos e-mails retornaram. Ao final, 70 universitários responderam

completamente aos três instrumentos de coleta de dados.

O tempo estimado para responder todos os questionários on-line foi de

10 a 15 minutos.

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29

TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta, os dados foram organizados e processados utilizando-

se o programa Microsoft Office Excel®. As variáveis de caracterização da população

foram tabuladas utilizando-se uma análise descritiva dos dados por meio de

frequências absolutas (n) e relativas (f), e os resultados foram expressos em tabelas.

Para estimativa da Classe Econômica, foi utilizado o critério de

Classificação Econômica Brasil (CCEB), com base na posse de bens e seus

respectivos escores do ano de 2012.

Para análise dos testes AUDIT e ASSIST foi utilizado o critério de

classificação do MS, que indica os escores e níveis de risco. No AUDIT, avaliaram-se o

risco individual para álcool e a intervenção necessária. Para o ASSIST, avaliou-se o

envolvimento com substâncias específicas.

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30

RESULTADOS

Os resultados desse estudo baseiam-se nas respostas obtidas a partir

da aplicação de instrumentos online. Realizou-se a caracterização da amostra

quanto às variáveis sexo e faixa etária, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1. Distribuição dos universitários segundo sexo e faixa etária

Sexo

Variável Feminino Masculino Total

Faixa etária N % n % N %

18 a 21 anos 24 34,29 7 10,00 31 44,29

22 a 25 anos 9 12,86 6 8,57 15 21,43

26 a 29 anos 6 8,57 4 5,71 10 14,28

30 anos ou mais 5 7,14 9 12,86 14 20,00

Observa-se que, quanto ao sexo, 44 (62,86%) eram mulheres e 26

(37,14%) eram homens. Em relação à faixa etária, predominaram-se os

entrevistados com idade entre 18 e 21 anos, representado por 31 (44,29%) dos

entrevistados; seguindo-se os com faixa etária entre 22 e 25 anos, representado por

15 (21,43%) dos entrevistados; os com 30 anos ou mais, por 14 (20%) dos

entrevistados; e entre 26 e 29 anos, representada por 10 (14,28%) dos

entrevistados.

Para distribuir os entrevistados segundo a classe econômica, utilizou-

se o Critério de Classificação Econômico Brasileiro vigente no ano de 2012,

conforme apresentado na Tabela 2.

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31

Tabela 2. Distribuição dos universitários quanto à classificação econômica, segundo a ABEP

Classe Econômica n %

Classe A1 2 2,9

Classe A2 9 12,9

Classe B1 9 12,9

Classe B2 21 30,0

Classe C1 18 25,7

Classe C2 6 8,6

Classe D 5 7,1

Classe E -- --

Observa-se que 21 (30%) dos entrevistados encontravam-se na classe

B2, seguidos de 18 (25,7%) pertencentes à classe C1; 9 (12,9%) dos entrevistados

encontravam-se nas classes A2 e B1; 6 (8,6%) dos entrevistados eram pertencentes

à classe C2; 5 (7,1%) pertenciam à classe D; e 2 (2,9%), à classe econômica A1.

Não houve representatividade referente à classe E

A Tabela 3 apresenta os tipos de substâncias utilizadas pelos

universitários do estudo.

Tabela 3. Distribuição dos universitários de acordo com o tipo de substância utilizada, segundo o ASSIST.

Tipos de Substâncias n %

Bebidas alcoólicas 68 97,1

Derivados do tabaco 27 38,6

Maconha 11 15,7

Cocaína, crack 6 8,6

Alucinógenos 5 7,1

Inalantes 5 7,1

Estimulantes como anfetaminas 4 5,7

Hipnóticos, sedativos 3 4,3

Opiáceos -- --

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32

A maior frequência foi o uso de bebidas alcoólicas, sendo 68 (97,1%)

dos entrevistados, seguidos de 27 (38,6%) que relataram o uso de derivados de

tabaco; 11 (15,7%) referiram ter feito uso de maconha; 6 (8,6%), usaram cocaína

e/ou crack; 5 (7,1%) referiram uso de alucinógenos; 5 (7,1%) o uso de inalantes; 4

(5,7%) fizeram uso de estimulantes do tipo anfetaminas; e 3 (4,3%) o uso de

hipnóticos e/ou sedativos. Não houve respondente que fizesse uso de opiáceos.

A Tabela 4 apresenta a distribuição dos entrevistados que tinham feito

uso de álcool e outras substâncias nos 3 meses anteriores a pesquisa e o nível de

risco em relação a esse uso, segundo o ASSIST.

Tabela 4. Distribuição dos universitários de acordo com o tipo de substância utilizada nos três meses anteriores à pesquisa e nível de risco, segundo o ASSIST

Tipos de Substâncias

NÍVEL DE RISCO

Baixo

n %

Moderado

n %

Alto

n %

Bebidas alcoólicas 50 71,4 16 22,8 1 1,4

Derivados do tabaco 4 5,7 9 12,8 -- --

Maconha 3 4,3 7 10,0 -- --

Cocaína, crack -- -- 3 4,3 -- --

Estimulantes (tipo anfetaminas) 2 2,8 1 1,4 -- --

Hipnóticos/Sedativos -- -- 1 1,4 -- --

Inalantes -- -- -- -- -- --

Alucinógenos -- -- -- -- -- --

Opiáceos -- -- -- -- -- --

* Dois dos entrevistados não constam no quadro acima, pois não fizeram uso de substâncias nos últimos 3 meses.

Salienta-se, que as bebidas alcoólicas foi a substância que apresentou

usuários em todos os níveis de risco do instrumento. O risco baixo representado por

50 (71,4%) dos universitários, o risco moderado por 16 (22,8%) dos universitários e

o risco alto por 1 (1,4%) dos universitários.

As substâncias derivadas do tabaco, maconha e estimulantes (do tipo

anfetaminas) apresentaram usuários com uso de risco em 02 (dois) níveis do

instrumento o baixo e o moderado. O nível de risco baixo para derivados do tabaco,

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33

maconha e estimulantes esteve representado respectivamente por 4 (5,7%), 3(4,3%)

e 2 (2,8%) dos entrevistados. O nível de risco moderado, para essas substâncias

foram representadas por 9 (12,8%), 7 (10,0%) e 1 (1,4%) dos entrevistados.

Em relação às substâncias cocaína/crack e hipnóticos/sedativos, os

entrevistados apresentaram nível de risco moderado, representado respectivamente

por 3 (4,3%) e 1 (1,4%).

A Tabela 5 apresenta a distribuição dos entrevistados de acordo com

os padrões de uso de bebidas alcoólicas, segundo o AUDIT.

Tabela 5. Distribuição dos universitários de acordo com os padrões de uso de bebidas alcoólicas, segundo o AUDIT

Padrões de uso de bebidas alcoólicas N %

Frequência com que toma bebidas alcoólicas

Nunca

1 vez por mês ou menos

2 a 4 x por mês

2 a 3 x por semana

4 x ou mais por semana

-

29

24

16

1

-

41,4

34,3

22,9

1,4

Quantidade de doses que toma em um dia típico

1 a 2 doses

3 a 4 doses

5 a 6 doses

7 a 9 doses

10 ou mais

24

21

11

5

9

34,3

30,0

15,7

7,1

12,9

Frequência com que toma 6 ou mais doses em uma ocasião

Nunca

1 vez por mês ou menos

2 a 4 x por mês

2 a 3 x por semana

4 x ou mais por semana

29

17

19

4

1

41,4

24,3

27,1

5,7

1,4

Quanto a frequência com que fazem uso de bebidas alcoólicas,

observou-se que 29 (41,4%) dos entrevistados relataram fazer uso uma vez ou

menos por mês, seguidos de 24 (34,3%), que fazem uso de duas a quatro vezes por

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34

mês, 16 (22,9%) consomem bebidas de duas a três vezes por semana e 1 (1,4%)

que referiu fazer uso quase todos os dias.

Em relação à quantidade de doses ingeridas em um dia típico,

observou-se que 24 (34,3%) dos entrevistados relataram ingerir uma a duas doses,

seguidos de 21 (30,0%) que tomam de três a quatro doses; 11 (15,7%) referiram

tomar de 5 a 6 doses tipicamente; 9 (12,9%) referiram que tomam 10 doses ou mais;

e 5 (7,1%) disseram que tomam 7 a 9 doses tipicamente.

Quanto à frequência com que tomam mais de seis doses em uma única

ocasião, observou-se que 29 (41,4%) dos entrevistados relataram não fazer uso de

mais de seis doses em uma única ocasião; 19 (27,1%) não fazem esse tipo de uso

mensalmente; 17 (22,9%) universitários referiram fazer esse uso uma vez ou menos

por mês; 4 (5,7%) fazem uso de mais de seis doses em uma ocasião semanalmente;

e 1 (1,4%) referiu fazer esse tipo de uso quase todos os dias.

A Tabela 6 apresenta a distribuição dos entrevistados de acordo com o

nível de risco em relação ao uso de álcool, segundo o AUDIT.

Tabela 6. Distribuição dos universitários de acordo com o nível de risco ao uso de bebidas alcoólicas, segundo o AUDIT.

Nível de Risco n %

Uso de baixo risco 44 62,9

Usuários de risco 21 30,0

Uso nocivo 5 7,1

Diagnóstico de dependência 0 0,0

Os resultados demonstram que, 44 (62,9%) dos entrevistados

apresentaram baixo risco para o uso de álcool; 21 (30%) foram considerados

usuários de risco; 5 (7,1%) foram classificados como de uso nocivo do álcool; e não

houve representatividade para diagnóstico de dependência.

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35

DISCUSSÃO

Nesse estudo, a amostra foi composta predominantemente por jovens

entre 18 e 21 anos, principalmente mulheres e pertencentes às classes econômicas

B2 e C1 com renda entre 2.565 e 1.541 reais.

No II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no

Brasil, em 2005, e no I Levantamento Nacional entre universitários sobre uso de

álcool, tabaco e outras drogas de 2010, que envolveu 108 cidades brasileiras e 27

capitais, respectivamente, foram encontrados dados semelhantes aos nossos (5,15).

Em um estudo sobre a prevalência e os fatores de riscos relacionados

ao uso indevido de drogas entre estudantes de uma escola pública de primeiro e

segundo graus, observou-se que a classe econômica A foi associada a um risco

duas vezes maior do uso de álcool do que a classe C, D, E, bem como um consumo

mais alto do uso de drogas ilegais na classe B. Para os autores, tal situação poderia

estar associada aos determinantes econômicos e culturais, que estariam

relacionados às “festas das cervejas”, ao preço das bebidas alcoólicas e ao poder de

consumo de outras substâncias (43).

Corroborando com os achados, outra pesquisa, denominada a

Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira de 15 a 64

anos, realizada em 2008, relatou que o uso de drogas psicoativas por classe

econômica, o uso de álcool foi mais prevalente entre indivíduos das classes A e B, e

que, quanto maior a classe econômica, maior à proporção de indivíduos que já

haviam usado maconha e cocaína na vida, embora não tenha ocorrido diferença

estatisticamente significativa quanto ao uso atual dessas drogas. Em contrapartida,

o uso de cigarro foi mais frequente entre os indivíduos que se encontravam nas

classes menos favorecidas economicamente (6).

No dossiê de 2012/2013 sobre Problemas Comportamentais Ligados

ao Uso de Álcool, com a população em geral, os autores referiram que no Brasil, a

maior parte das pessoas que bebem, poderiam ser consideradas abstêmias ou

consumidoras de álcool de forma leve a moderada (uma a duas doses de bebidas

alcoólicas por dia). Entretanto, quando se analisa apenas o grupo que faz uso de

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36

bebidas alcoólicas, os dados revelam que uma em cada três pessoas, o fazem de

maneira intensa, consumindo quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma

única ocasião, sendo que o uso do álcool nesse padrão poderia gerar prejuízos,

inclusive dependência alcoólica (44).

O consumo precoce de bebidas alcoólicas pode-se perpetuar na vida

adulta. Vale ressaltar que o consumo abusivo de álcool está associado a várias

consequências negativas, sendo apontado em alguns levantamentos como

importante causa de morbidade e mortalidade entre universitários (44).

Um estudo que teve como objetivo explorar medidas não deliberativas

da vontade de uso de álcool considerou que a maioria das decisões para um

comportamento arriscado é frequentemente tomada por impulso, em situações em

que, pela pressão social exercida, os jovens se sentem obrigados a seguir a maioria.

Por outro lado, esse mesmo jovem, na tomada de suas decisões poderia evitar um

comportamento de risco, se o ambiente lhe fosse favorável (45).

Para alguns pesquisadores, as relações interpessoais entre os jovens

oportunizam o contato com as drogas. Nestes envolvimentos, os jovens podem ser

incitados ou postos à prova pelos colegas. Ao se ajustar às normas e exigências do

grupo, chegam a experimentar a droga para se sentirem inseridos na turma. Neste

aspecto, o uso de drogas entre os jovens passa a ser um problema social e deveria

ser investigado, buscando-se conhecer as variáveis que expliquem a origem e a

manutenção desse uso (45,46).

Neste contexto, vale ressaltar as universidades como locais oportunos

para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, visto que existe evidência

de experiências com drogas lícitas e ilícitas dentro do campus universitário (8).

Portanto, acredita-se que o conhecimento do comportamento dos

universitários e suas especificidades possibilitem o planejamento de ações

intersetoriais mais efetivas no campo da promoção da saúde.

Em um estudo desenvolvido nos Estados Unidos, foi verificado que o

uso de substâncias ilícitas isoladas ou em combinação com álcool representa a

principal causa de morte e ferimentos entre estudantes com idade entre 18 e 25

anos, e que o consumo de outras substâncias - incluindo-se tabaco, maconha e

cocaína - também é significativo entre os universitários (8).

Neste estudo foram investigados quais seriam as substâncias utilizadas

pelos universitários. Entretanto, a listagem não foi aberta, optou-se pela listagem de

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37

substâncias relacionadas no teste ASSIST. Observou-se que o uso de bebidas

alcoólicas, pelo menos uma vez na vida, foi predominante entre os universitários. E,

em ordem decrescente de uso estão os derivados do tabaco, a maconha, cocaína,

crack, estimulantes, inalantes, hipnóticos, sedativos e alucinógenos. Os opiáceos

não foram citados.

De acordo com informações da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes

e Práticas na População Brasileira, realizada em 2008, a bebida alcoólica também

foi citada como a substância de uso na vida já consumida pela maioria dos

entrevistados com idade entre 15 e 64 anos, seguida do tabaco e da maconha. O

uso de crack e cocaína também foram citados por 3% e 7% dos indivíduos,

respectivamente (6).

Outro estudo que investigou os fatores associados ao consumo de

drogas entre estudantes universitários, o álcool foi a substância mais utilizada nos

12 meses anteriores pelos estudantes pesquisados, seguido pelo tabaco, maconha

e inalantes (47).

Os dados desse estudo encontrados através do teste ASSIST, quanto

ao uso de substâncias alguma vez na vida, as mais citadas pelos universitários

foram as bebidas alcoólicas, seguidas pelos derivados de tabaco e de maconha. As

substâncias cocaína e/ou crack também foram citadas.

Os achados desta pesquisa corroboram com um levantamento

domiciliar realizado nas 108 maiores cidades do Brasil, em 2005, em que se

verificou que, sobre o uso de qualquer droga na vida, o álcool foi citado como a

substância mais utilizada, seguida do tabaco, da maconha, e da cocaína (7).

Neste estudo, também foi utilizado o teste do ASSIST como

instrumento de coleta. Quanto ao uso de álcool, apresentaram consumo de baixo

risco, seguido de risco moderado e apenas um classificado como de alto risco.

Ressalta-se que essa substância foi a única a apresentar dados em todos os níveis

de risco. Relativo ao uso de derivados do tabaco, os universitários foram

classificados como de risco moderado, seguidos de risco baixo. Em relação às

outras substâncias nenhum universitário foi classificado como de alto risco,

entretanto, reuniram mais critérios para o risco moderado do que para o baixo risco,

Entre as substâncias utilizadas foi citada, a maconha, cocaína, crack estimulantes

(tipo anfetaminas), hipnóticos e sedativos.

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Aplicando a definição do MS a esta população, pode-se inferir que os

usuários considerados de baixo risco, embora usem as substâncias mencionadas,

possivelmente ainda não apresentam problemas relacionados a este uso. Já quanto

aos usuários considerados de risco moderado, pode-se inferir que seu hábito é

nocivo ou problemático em relação ao uso das substâncias mencionadas. E o alto

risco encontrado pode ser um indicativo de que o usuário tenha desenvolvido

dependência à substância investigada (40).

Comparando esses achados com a literatura, observou-se que, em um

levantamento nacional, realizado com universitários em 2010, que utilizou o ASSIST

como instrumento de coleta, os entrevistados apresentaram consumo de álcool de

baixo risco, seguido de uso de risco moderado e de alto risco. Em relação aos

derivados de tabaco, os universitários respondentes foram classificados com risco

de moderado a alto; sobre as outras substâncias psicoativas, uma parcela muito

pequena dos universitários preencheu os critérios para um uso de alto risco. As

substâncias mais associadas a um uso de risco foram: maconha, anfetamínicos e

tranquilizantes. Num patamar um pouco abaixo, encontraram-se cloridrato de

cocaína, ecstasy, alucinógenos e inalantes (8).

O início precoce do uso de substâncias prevê uma série de

comportamentos de risco individual e múltiplo, bem como a continuidade do uso na

vida adulta, o que acarreta um prejuízo social e econômico que encerra no aumento

de violência e criminalidade, acidentes, problemas de saúde mental e perda de

oportunidades educacionais (48).

Registros epidemiológicos apontam que os jovens e adultos, em sua

maioria, adotam múltiplos e simultâneos comportamentos de risco. Os estudantes

universitários, em especial, estão expostos a uma série de riscos à saúde que

podem aumentar suas chances de desenvolver no futuro, doenças crônicas, lesões,

assim como problemas sociais significativos (47,49).

Segundo dados nacionais de uma pesquisa que envolveu

universitários, em 2010, um em cada quatro universitários brasileiros referiram pelo

menos em uma ocasião, ingerir grande quantidade de bebidas alcoólicas nos 30

dias anteriores à entrevista. Esse padrão foi denominado binge drinking. É

preocupante, pois, no que diz respeito às consequências agudas, estudantes com

este tipo de consumo estão frequentemente expostos a riscos, especialmente

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acidentes de trânsito, intoxicação, atos de violência, abuso sexual, sexo

desprotegido, problemas acadêmicos e problemas legais (8).

Relativo à quantidade de consumo de bebidas alcoólicas em um dia

típico revelado na Tabela 5 desse estudo, e considerando a frequência desses

episódios, atingiu-se o padrão de consumo conhecido como binge drinking.

De acordo com pesquisas realizadas, esse tipo de comportamento é

muito encontrado entre os estudantes universitários, que toda semana são

bombardeados com cartazes e panfletos de festas em que ocorre o open bar;

quanto mais o estudante frequenta festas, maior é o risco para o consumo de bebida

alcoólica e, consequentemente, maior é a pontuação no teste do AUDIT (13).

Além disso, o padrão binge drinking e a ocorrência repetida desses

episódios estão vinculados à maior frequência de comportamentos de risco; perda

de memória para eventos que tenham ocorrido durante a ocasião de intoxicação

alcoólica; risco de desenvolver dependência desta substância; prejuízos psicológicos

e neurológicos (16).

Nesse estudo, o resultado entre a frequência e quantidade de doses

ingeridas por dia, associadas ao nível de risco do teste AUDIT, também

demonstraram predomínio de usuários de baixo risco. A frequência mínima

verificada foi de uma vez por mês ou menos, até o uso diário de bebidas alcoólicas;

e a quantidade ingerida predominante foi de uma a quatro doses. Embora seja a

minoria, foram encontrados universitários que consomem seis ou mais doses de

bebidas alcoólicas em um dia típico, fato que merece atenção.

A identificação do consumo por meio do AUDIT buscou contribuir para

uma melhor compreensão dos padrões de consumo de álcool entre os universitários.

No Brasil, um estudo de 2006, que investigou as Expectativas e o

beber problemático entre universitários, encontrou resultados superiores ao desta

pesquisa. Os universitários participantes foram caracterizados predominantemente

como consumidores de risco, e, sobre a frequência do consumo de álcool, 45,5%

dos universitários referiram beber de duas a quatro vezes por mês e 17% deles

bebiam de duas a três vezes por semana (16).

De acordo com a interpretação do Ministério da Saúde, o nível de risco

identificado pelo AUDIT possibilita a identificação da intervenção adequada para os

indivíduos avaliados. Desta forma, as intervenções necessárias para a amostra

estudada seriam a prevenção primária, para manutenção desse uso baixo de álcool

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entre os entrevistados de baixo risco, e a intervenção de orientação básica, para os

usuários de risco, sobre os possíveis problemas orgânicos, psicológicos e/ou sociais

que se podem apresentar caso seja mantido esse padrão de uso e sobre a

importância de se tornarem usuários de baixo risco (40).

Este estudo utilizou questionários padronizados e validados; entretanto,

seria importante interpretar com cautela os dados aqui encontrados. É possível que

alguns entrevistados não tenham revelado seu real consumo de drogas psicoativas

por diversos fatores. Ao contrário do álcool e do tabaco, que possuem aceitação

cultural, o uso de substâncias psicoativas possui uma imagem negativa,

inapropriada e criminal em nosso país. Outra limitação da pesquisa seria a

dificuldade em generalizar os achados para a população geral, devido ao tamanho

da amostra.

Embasados na literatura científica, observa-se que o foco principal dos

estudos levantados é o consumo de álcool e outras drogas na população jovem,

dada às suas condições de vulnerabilidade quando relacionada a comportamentos

de risco.

O reconhecimento dos jovens por parte das políticas públicas decorre

do entendimento de que a juventude é uma etapa do ciclo da vida e não uma mera

fase de transição. Marcada pela superação da condição anterior de dependência e

proteção familiar exigida pela infância e adolescência, é na juventude que o

indivíduo processa de maneira mais intensa a conformação de sua trajetória,

valores, e a busca de sua plena inserção na vida social (50).

Compreender os diferentes modos de viver seria uma estratégia para

se encontrar subsídios de intervenções preventivas mais sensíveis à realidade e aos

diferentes estratos da sociedade. Entendendo que as intervenções nem sempre

possam ser aplicadas de forma universal, já que podem ser inapropriadas em casos

específicos das populações vulneráveis (51).

Percebe-se a importância do desenvolvimento de programas

educativos junto aos estudantes que alertem a respeito dos limites de consumo de

baixo risco e dos problemas que podem ser causados pelo abuso. Há necessidade

do desenvolvimento de políticas que regulamentem a venda de bebidas em eventos

universitários e a promoção de festas com open-bar, bem como que incentivem

atividades e eventos em que a bebida alcoólica não esteja incluída (13).

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Entretanto para que as ações e intervenções tenham seu efeito

potencializado, as estratégias de gestão de risco para grupos vulneráveis deveriam

contar com intervenções de abordagens mais realistas, que considerassem a

realidade dos grupos aos quais se destinam, principalmente aos daqueles que estão

em programas de tratamento de toxicodependência (52).

O ideal seria promover intervenções que contemplassem a combinação

de metodologias educacionais participativas com maior envolvimento e que

levassem em conta o contexto social dos indivíduos. Os programas de prevenção

deveriam conter um componente dirigido ao fortalecimento da identidade, da

autoestima e do apoio social (53,54).

Uma intervenção efetiva deveria provocar mudanças sistêmicas locais

e regionais que pudessem estruturar uma saúde pública abrangente, reorganização

dos serviços e programas de saúde, e que envolvessem diversos segmentos e

instituições da sociedade, inclusive as famílias. Evitando, assim, a fragmentação das

iniciativas e as ações pontuais com diretriz única, a correção do problema ou do

comportamento individual (55).

Desta forma, para se pensar em organização e elaboração de

estratégias de promoção da saúde mais adequadas fazem-se necessárias ações

que considerem as especificidades da população, vise o potencial de saúde,

autonomia, emancipação e bem-estar dos jovens, visto que diversos fatores

determinam a saúde dos jovens, dentre eles, os ambientes social e familiar e o apoio

social, como trabalho, estudo e organização dos serviços de saúde (54).

Para que as Instituições de Ensino Superior integrem a promoção da

saúde a suas políticas e práticas universitárias, sugere-se que se usem algumas

abordagens, como: desenvolvimento de políticas saudáveis e planejamento

sustentável na universidade; criação de ambientes saudáveis de trabalho; oferta de

ambientes de suporte social e cuidados primários em saúde; incentivo do

desenvolvimento pessoal e social; estímulo à ampliação do interesse acadêmico por

promoção da saúde; e desenvolvimento de parcerias com a comunidade (17).

O ambiente da universidade precisaria ser considerado um espaço

onde se promova a saúde, a melhoria da qualidade de vida, a equidade, a redução

das desigualdades, de forma que este ambiente proporcione a autonomia, estimule

o aprendizado, a valorização do indivíduo como único em sua essência e a

consciência da responsabilidade pelo bem coletivo.

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As universidades deveriam constituir espaços de aprendizagem que

possibilitassem o desenvolvimento de ações de promoção da saúde que

estimulassem os alunos à criatividade, inovação, independência e ao

desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento tanto da problemática sobre

álcool e drogas como para outras situações adversas na vida.

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CONCLUSÃO

Partindo de questionamentos a respeito do enfrentamento contra as

drogas no campo da Promoção da Saúde, este estudo teve como finalidade

conhecer o comportamento de universitários em relação ao consumo de álcool,

tabaco e outras drogas, com vistas a subsidiar ações promotoras de saúde no

ambiente universitário.

Os problemas relacionados ao uso de álcool, tabaco e outras drogas

são complexos e multifatoriais, devendo-se considerar uso dessas substâncias no

contexto da vida social, suas representações e consequências para a qualidade de

vida daqueles que se tornam dependentes das mesmas.

Compreender o problema na dimensão da promoção da saúde implica

no desenvolvimento de ações intersetoriais, articulando os serviços de saúde, a

sociedade e a família.

A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de

Álcool e Outras Drogas chama atenção para a intersetorialidade entre as

universidades, pesquisadores e segmentos de saúde, de educação e sociais, de

forma que, articulados e integrados, sejam capazes de produzir conhecimento a

respeito e intervir nos problemas derivados do uso do uso de drogas.

Espera-se que os resultados apresentados neste estudo possam

contribuir para o desenvolvimento de ações e estratégias de promoção e prevenção,

condicionadas à realidade dos universitários, desenvolvidas num ambiente promotor

de práticas saudáveis e composto por ações que busquem identificar e minimizar os

problemas decorrentes do uso do álcool e outras drogas, na perspectiva de melhoria

da qualidade de vida desses universitários.

Entretanto, percebe-se a necessidade de mais estudos que associem a

promoção da saúde, o ambiente universitário e a problemática do uso de álcool e

outras drogas, compreendendo-se que dentro do ambiente universitário seria

possível instituir mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade,

estimulem o empoderamento e possibilitem novos modos de viver em coletividade.

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(48) Hale DR, Viner RM. Policy responses to multiple risk behaviours in adolescents. J Public Health (Oxf) [periódico na Internet]. 2012 [acesso em 13 abr 2013];34(1):i11-9. Disponível em: http://jpubhealth.oxfordjournals.org/content/34/suppl_1/i11.full. pdf+ html. (49) Werch CE, Moore MJ, Bian H, DiClemente CC, Ames SC, Weiler RM et al. Efficacy of a brief image-based multiple-behavior intervention for college students. Ann Behav Med. [periódico na Internet]. 2008 [acesso em 13 abr 2013];36(2):149-57. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2907163/pdf/nihms-2148 64.pdf. (50) (BRASIL. Ministério da Saúde. Cartilha das Políticas Públicas da Juventude. Secretaria Nacional de Juventude. Jan 2013.). (51) Bastos FI, Cunha CB, Bertoni N. Uso de substâncias psicoativas e métodos contraceptivos pela população urbana brasileira, 2005. Rev Saúde Pública [periódico na Internet]. 2008 [acesso em 13 abr 2013];42(1):118-126. Disponível em: http:// www.scielo.br/ pdf/rsp/v42s1/14.pdf.

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49

(52) McIntosh J, O'Brien T, McKeganey N. Drug driving and the management of risk: the perspectives and practices of a sample of problem drug users. Int J Drug Policy. [periódico na Internet]. 2006 [acesso em 13 abr 2013];19(3)248-54. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18502377. (53) Belgrave FZ. Relational theory and cultural enhancement interventions for African American adolescent girls. Public Health Rep. [periódico na Internet]. 2002 [acesso em 13 abr 2013];117(1):S76-81. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih. gov/pmc/articles/PMC1913708/pdf/pubhealthrep00207-0081.pdf. (54) Hernán GM, Ramos MM, Fernandez AA. Revisión de los trabajos publicados sobre promoción de la salud en jóvenes españoles. Rev. Esp Salud Publica. [periódico na Internet]. 2001 [acesso em 13 abr 2013];75(6):491-504. Disponível em: http://scielo.isciii.es/pdf/resp/v75n6/a02v75n6.pdf. (55) Frankford ER. Changing service systems for high-risk youth using state-level strategies. Am J Public Health. [periódico na Internet]. 2007 [acesso em 13 abr 2013];97(4)594-9. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC18 29344/pdf/0970594.pdf.

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50

APÊNDICES

APENDICES A

1. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Esta pesquisa tem a finalidade de levantar conhecimentos, atitudes, crenças e

práticas que constituem os estilos de vida de jovens universitários, chegando-se

assim ao conhecimento dos fatores protetores e fatores de risco para a saúde dos

alunos quanto a hábitos alimentares, horas de sono, saúde sexual, saúde mental,

uso de drogas lícitas e ilícitas, satisfação com a vida e bem estar subjetivo com o

intuito de contribuir para a construção de uma Universidade mais saudável; apoiar o

processo de construção de estilos de vida e ambientes saudáveis, fomentando a

corresponsabilidade em saúde e promovendo redes de colaboração dentro e fora da

Universidade. Este termo de consentimento está relacionado à pesquisa intitulada

"COMPORTAMENTOS, PERCEPÇÕES E ATITUDES DE JOVENS

UNIVERSITÁRIOS EM RELAÇÃO AO CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS".

Ao decidir aceitar participar deste estudo, tomei conhecimento de que:

a) Responderei a questões online que deverá durar mais ou menos 15 minutos.

b) Sei que as informações que fornecerei poderão, mais tarde, ser utilizadas para

trabalhos científicos e que minha identificação será mantida sob sigilo, isto é, não

haverá chance de ser identificado meu nome, assegurando meu completo

anonimato.

c) Devido ao seu caráter confidencial, essas informações serão utilizadas apenas

para os objetivos desse estudo, as únicas pessoas que terão acesso a este material

serão as pesquisadoras Nara Talita Porto e a orientadora desse trabalho a

professora Dra. Rosalina Carvalho da Silva e os demais pesquisadores do Programa

de PG da Promoção de Saúde.

d) Não há nenhum risco significativo em participar desse estudo.

e) Estou livre para desistir da participação em qualquer momento.

f) Minha participação é inteiramente voluntária e depende exclusivamente de minha

vontade de colaborar com a pesquisa.

g) Terei o direito de me dirigir, a qualquer momento, ao(s) pesquisador(es) e ao

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca, para os esclarecimentos

sobre dúvidas que surgirem durante a pesquisa, tendo portanto o direito à

informação;

h) Por fim, poderei imprimir uma cópia deste documento com os nomes e telefones

de contato do pesquisador e do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de

Franca.

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Nome do Pesquisador Responsável: Nara Talita Porto

Tel para contato: (34) 8822­2559

E­mail: [email protected]

Orientadora: Dra. Rosalina Carvalho da Silva

E­mail: [email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Franca: (16) 3711 ­8904.

E­mail: [email protected].

Endereço: Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201 CEP: 14404­600, Pq. Universitário,

Franca, São Paulo

IMPORTANTE:

* Se deseja a cópia do Termo de Consentimento, antes de clicar para iniciar a

pesquisa, copie o endereço http://promocaodesaude.webnode.com/download/ em

uma nova janela ou aba de seu navegador.

* Declaro que tenho 18 anos ou mais, e que concordo LIVREMENTE em participar

desta pesquisa, pois fui totalmente esclarecido (a) pelo pesquisador e entendi os

objetivos, riscos e benefícios de minha participação neste estudo.

*Se você leu tudo e CONCORDA em participar CLIQUE em "Li e aceito participar da

pesquisa".

*Se você leu tudo e NÃO CONCORDA em participar CLIQUE em "Li e não aceito

participar da pesquisa". Você automaticamente será redirecionado para o fim da

pesquisa, não podendo retornar.

O Li e aceito participar da pesquisa

O Li e não aceito participar da pesquisa

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ANEXOS

ANEXOS A

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ANEXO B

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ANEXO C

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ANEXO D