Núcleo de Tecnologia Educacional: Por uma Introdução ao...
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Samambaia - DF
Novembro de 2010
Núcleo de Tecnologia Educacional:
Por uma Introdução ao uso das TICs
Wilson Geraldo de Oliveira
Cleonice Weber de Souza Oliveira
Wilson Geraldo de Oliveira
Núcleo de Tecnologia Educacional:
Por uma Introdução ao uso das TICs
Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação da PUC-Rio como
requisito parcial para obtenção do título de Especialização em Tecnologias em
Educação.
Samambaia - DF
Novembro - 2010
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do
trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.
Perfil do aluno
Wilson Geraldo de Oliveira Graduou-se em Antropologia (Bacharelado) e Ciências
Sociais (Licenciatura Plena), especializou-se em Bioética pela UnB (Universidade de Brasília);
Foi Servidor Tecnico Administrativo no Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares –
CEAM/UnB; Coordenador do Grupo de Estudos Ufológicos GEU-NEFP/CEAM/UnB;
Professor da rede pública de Ensino do Distrito Federal onde lecionou Sociologia em escolas da
Rede Pública em Planaltina - DF; Foi Coordenador pedagógico para a área de Humanidades no
CEM 02 de Planaltina - DF; Coordenador do Laboratório de Informática da Escola Classe
Frigorífico Industrial de Planaltina-DF; Coordenador de Laboratório de Informática, Telecentro
Comunitário e Ponto de Presença GESAC da Escola Classe Estância Planaltina. Atuou como
Professor Formador da Equipe do NTE Planaltina e como Professor Formador e Coordenador do
Núcleo de Tecnologia Educacional de Samambaia – DF. Desta última atuação, resultou este
estudo acerca do uso de tecnologias educacionais na Região Administrativa de Samambaia – DF.
Agradecimentos
Aos Criadores por ter me proporcionado a vida e a possibilidade de concretizar mais
um sonho pessoal nesta existência.
À minha esposa, filhos e amigos, que sempre me apoiaram.
Ao professor Delmo Mattos da Silva e a professora orientadora Cleonice Weber de
S. Oliveira que com dedicação, carinho e cuidado estiveram comigo, acompanhando,
incentivando e valorizando todos os meus trabalhos neste curso.
Aos colegas de Equipe do NTE Samambaia, CIED/GTEC, DRE- SAM/NMP, demais
NTEs do DF pela força e pelo apoio constante.
Aos colegas professores, gestores das escolas de Samambaia-DF pela valiosa
colaboração e receptividade aos instrumentos de pesquisa a eles apresentados.
Ao Ministério da Educação, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e
a PUC-RJ pela parceria que resultou neste curso de extrema relevância para a melhoria da
educação.
A todos vocês, obrigado!
Resumo
Contribui para a discussão acerca do processo de introdução ao uso das TIC nas escolas
e no ensino e aprendizagem. Destaca os objetivos do Proinfo de acordo com as orientações do
MEC, evidenciando as iniciativas dos Estados e Municípios, as contradições e limitações do
processo, no que respeita a parcerias, aos papeis e estrutura de apoio das várias esferas de governo
aos NTEs. Aponta a informalidade dos Núcleos no DF e as mudanças recentes em face da
formalização/institucionalização. Apresenta aspectos que demonstram a pouca valorização dos
NTEs no DF, com mínima estrutura de apoio em relação aos Estados. Verifica-se que o não
cumprimento de contrapartidas previstas para a execução do Proinfo repercute nas bases do
sistema de ensino. Constata que as escolas públicas da Diretoria de Ensino de Samambaia-DF
possuem equipamentos para fazer a introdução ao uso das TICs na educação, no entanto não o
fazem em razão da ausência de contrapartidas relacionadas a questões estruturais e conjunturais.
Em razão disso, pode-se dizer que no ensino e na aprendizagem as TICs disponíveis são muito
timidamente utilizadas. Apresenta a experiência recente do NTE Samambaia no processo de
desenvolvimento de ferramentas que auxilie, dinamize e torne mais eficiente a relação
escola/NTE/escola para uma contribuição ao processo de introdução ao uso das TIC em sala de
aula.
Palavras chaves
NTE, NTM, TIC, PROINFO, Informática na Educação.
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Sumário Núcleo de Tecnologia Educacional: Por uma Introdução ao uso das TICs Palavras chaves Sumário Introdução Capítulo I Orientações do MEC, a relação com Estados, Municípios e Distrito Federal 1.1 - NTE ou NTM? 1.2 - A composição dos laboratórios dos NTEs ou NTMs e escolas 1.3 - Tecnologias em Teste 1.3.2 - Projetor interativo -. Capítulo II 2.1 - Criação informal do NTE Planaltina 2.2 - Coordenadores são retirados dos Laboratórios de Informática 2.3 - Multiplicadores dos NTEs perdem a GARC 2.4 - Institucionalizações dos NTEs no DF Capítulo III 3.1 - Frentes de trabalho - topografia local 3.1.1 – Organograma interno 3.2 - Proposições do NTE Samambaia 3.2.1 - Alguns números 3.3 - Samambaia rumo à inclusão Conclusão Referência Bibliografica Ilustrações e Figuras ANEXO II ANEXO III Anexo IV ANEXO V Anexo VI Abreviaturas
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Introdução
Pretende-se mostrar a necessidade de uma educação comprometida com a
transformação da sociedade, comprometida com a formação do aluno cidadão, atualizada no
seu tempo e espaço. A introdução das TIC no ambiente educacional é parte desse
comprometimento e possibilita a interatividade necessária com os vários seguimentos da
comunidade escolar e com a sociedade em geral. Nesse processo, o universo social do aluno
estará dentro da escola, como parte do processo de ensino e de aprendizagem.
São objetivos específicos:
a) contribuir com a discussão, de como introduzir as TIC nas escolas em favor
do ensino e da aprendizagem em Samambaia - DF;
b) refletir acerca da estrutura de apoio aos Núcleos de Tecnologias e seus
objetivos – a relação entre esferas de governos e as estruturas de apoio ao proinfo;
c) apresentar como proposta algumas ações locais já em estudo, no sentido de
fazer avançar o processo;
Aponta elementos da estrutura de relações estabelecidas hoje por parte do Estado,
ditos em favor das TIC na educação, que não correspondem às expectativas nem daqueles
que compõe as equipes dos NTEs, nem dos beneficiários de suas ações. Isso parece ocorrer
tanto do ponto de vista pedagógico e administrativo, quanto tecnológico.
Conforme (Schenkel. 2000) é essencial que os aspectos ligados as tecnologias sejam
abordados pelos professores das escolas públicas, porque os alunos que as freqüentam, são
os mais penalizados por não terem acesso a essas tecnologias.
Não se pode negar ao educando o acesso e as condições de aprendizagem desse
mundo tecnológico que está transformando a vida social atual a algumas décadas, sob pena
de não conseguirmos reverter os prejuízos causados ao futuro da sociedade.
Nesse sentido, a escolha temática “Gestão das mídias: dimensão pedagógica,
administrativa e tecnológica”, para esse trabalho possibilitará o olhar necessário ao
cumprimento de nossos objetivos.
O Núcleo de Tecnologia Educacional está estruturalmente mais próximo da escola, mas a
relação escola/NTE/escola parece ainda ineficiente pela falta de elementos facilitadores
dessa relação. É preciso mais interatividade:
“...autores como Papert (1994) destacam que 'as tecnologias de informação, desde a
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televisão até os computadores e todas as suas combinações, abrem oportunidades sem
precedentes para ação a fim de melhorar a qualidade do ambiente de aprendizagem' (p.6
), e que 'o computador pode ser também utilizado para enriquecer ambientes de
aprendizagem e auxiliar no processo de construção do seu conhecimento' “ (Valente,
1999 , p.1).
Mais ainda, é fundamental que haja uma interação eficiente entre os seguimentos
da comunidade escolar: alunos, pais e professores, mas, dentre estes é o grupo gestor que
deve estar motivado para consolidar o diálogo permanente entre os seguimentos. O uso das
TICs não acontece sem a motivação para esse diálogo. O uso das TIC pode enriquecê-lo
sobremaneira.
“A sociedade atual, caracteriza-se entre outros aspectos, pelo aumento e velocidade na
circulação de informações e pelo avanço tecnológico (computadores, TV a cabo,
internet...).
A geração de jovens que está hoje diante de nós, é a geração do 'ciberespaço'- da
televisão, do vídeo clipe, dos jogos, do computador - uma geração com uma nova
identidade, que baseiam-se principalmente na fragmentação de informações.
Segundo Haraway essas tecnologias derrubaram as fronteiras entre as máquinas e a
subjetividade humana, criando as identidades 'cyborg' . (in Mclaren, 1997: 47)”
Apesar do avanço e da predominância destas novas identidades, lidamos ainda com
uma massa de excluídos dentro e fora da escola. O Núcleo de tecnologia tem uma função
muito importante na construção da relação Escola/NTE/Escola: qualificação dos ambientes
de aprendizagens com o uso de TIC; inclusão, construção e fortalecimento das relações entre
os seguimentos escolares; como indutor do processo de uso das TICs e construtor nesse
contexto, das redes de conhecimento, tal como diz Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida:
“Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia de
informação e comunicação (TIC), mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para
a busca e a seleção de informações que permitam a cada pessoa resolver os problemas
do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto. Assim,
o uso das TIC com vistas à criação de uma rede de conhecimentos, favorece a
democratização do acesso à informação, a troca de informações e experiências, a
compreensão crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e
educacional. Tudo isso poderá levar à criação de uma sociedade mais justa e
igualitária.”(ALMEIDA. 2005. p.71)
Como forma de evidenciar o contexto onde se cumprirão os objetivos desse
trabalho, enumera-se que é preciso, além da observação in loco, considerar as expectativas
dos envolvidos e as expectativas muitas vezes expressas em documentos oficiais, orientações
e propostas de programas voltados para o uso das TIC na educação, nas diversas esferas de
governo, ou outros documentos eventualmente existentes.
Embora não se trate aqui de um trabalho experimental, far-se-á uso de alguns dados
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decorrentes de levantamentos realizados em abril/2010 (Anexo II) e em junho/2010 (Anexo
III) e complementados em contatos com às escolas da DRE Samambaia em outubro/2010,
em ambos os casos com recolhimento de informações feito por questionário ao grupo gestor.
(Anexo IV).
Estes questionários/formulários contribuirão para um levantamento da situação das
unidades escolares em relação aos Laboratórios de Informática. No último questionário, as
informações são complementadas em relação ao uso das TIC de um modo geral (TV, DVD
Escola, computadores em sala de professores, administrativo da escola, Laboratório de
Informática, programas de formação,) - se possuem ou não - e se possuem, informa-se da
utilização destes pelos professores, em sua maioria do ensino fundamental. Somente 2
unidades de ensino são Centros de Ensino Médio.
As orientações formais, bem como as expectativas dos agentes envolvidos, serão
observadas no sentido de identificar o potencial e explicitar o papel do NTE – Núcleo de
tecnologia Educacional, como facilitador do processo de introdução ao uso das TICs.
O estudo investigativo (questionários/formulários) é norteado por duas hipóteses:
1) As Escolas Públicas da Diretoria Regional de Samambaia têm equipamentos
para a introdução das TIC na Educação;
2) No ensino-aprendizagem as TIC não são utilizadas pelos professores.
As hipóteses serão confirmadas ou não através dos dados obtidos na investigação.
Com a confirmação ou não das hipóteses é possível haver uma ampla discussão sobre, como
introduzir as TIC nas escolas e no processo ensino- aprendizagem e propor ações, no sentido
de fazer avançar o processo.
Além de representar uma avaliação, essa pesquisa constitui parte de um conjunto de
ações pedagógicas que podem ser desenvolvidas a partir do Núcleo de Tecnologia
Educacional. Mais especificamente, ela pode evidenciar o sentido da relação
Escola/NTE/Escola. Como relação interativa permanente.
No processo de identificação do potencial do Núcleo de Tecnologia, vislumbram-se
elementos importantes, que podem ser apresentados como proposições, no sentido de
contribuir para a gestão administrativa, pedagógica e tecnológica: de forma a dar suporte a
prática docente; a dar suporte á gestão escolar e aos Núcleos, ambos, partícipes de um
processo de introdução das TIC nas Instituições Educacionais.
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Capítulo I
O Proinfo
Orientações do MEC, a relação com Estados, Municípios e Distrito Federal1
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional - PROINFO, é um programa
educacional criado pela Portaria Nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o uso
pedagógico das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na rede pública de ensino.
Nos Estados quem coordena o Proinfo é a Secretaria de Estado de Educação,
atualmente em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais – UNDIME
através da Secretaria Municipal de Educação dos Municípios.
No Distrito Federal funcionou na informalidade até 18 de junho de 2009. A partir daí
formalizou-se o vínculo em conformidade com a Portaria 218, Art. 4º
- que diz: “Os Núcleos de Tecnologia Educacional ficarão subordinados
pedagogicamente a Subsecretaria de Gestão Pedagógica e Inclusão Educacional/Gerência de
Tecnologias Educacionais e administrativamente às Diretorias Regionais de Ensino.”
Para que cada município possa fazer parte do Proinfo, devem: a) Preencher, assinar
e encaminhar o Termo de Adesão ao MEC/PROINO; b) Efetuar o cadastro no Sistema de
Gestão da Tecnologia – SIGETEC; c) Selecionar as escolas a partir das cotas de laboratórios
disponibilizados pelo Proinfo.
Cabe ao MEC/Proinfo: A aquisição e distribuição dos equipamentos; a pré-seleção
das escolas a partir de critérios por ele definidos.
Os documentos abaixo sintetizam e subsidiam os procedimentos e orientações do
MEC aos Estados e Municípios:
Preenchimento do Plano Tecnológico Educacional
Termo de Adesão ao Programa Nacional de Informática na Educação –
Proinfo
Orientações quanto ao preenchimento e envio do Termo de Adesão ao
Proinfo
Orientações para criação de Núcleos de Tecnologia Educacional
Modelo de Plano de Criação de NTM.
Recomendações para a Montagem de Laboratórios de Informática nas
Escolas (ProInfo)
1 Os documentos citados neste capítulo serviram de base para a sua produção. Originados da orientação básica do MEC
(BRASIL. 2010) Seed/Mec. Proinfo - Portaria 522/MEC. Foram utilizados pelos estados do Paraná, Rio de Janeiro,
Tocantins e Goiás por exemplo, para produzirem orientações no âmbito dos respectivos estados
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Figura 1 – Estrutura básica predominante de NTE e/ou NTM nos Estados.2
Cabe aos Municípios, conforme DECRETO da Presidência da República Nº 6.300, DE 12
DE DEZEMBRO DE 2007, em síntese: a) A seleção das Escolas pré- selecionadas pelo Proinfo
no SIGETEC; b) A disponibilização de espaço físico adequado para a instalação do
laboratório; c) a infra-estrutura de Redes elétrica e lógica.
Cabe ainda aos Estados, Municípios, e ao Governo do Distrito Federal, através das
Secretarias de Estado de Educação, em conformidade com legislações específicas, que no
caso do DF é a portaria 218, citada anteriormente: a) Viabilizar e incentivar a Formação
Continuada de professores e outros agentes educacionais para utilização pedagógica das
tecnologias de informação e comunicação, de acordo com os seus Projetos Políticos
Pedagógicos; b) Assegurar recursos humanos e condições necessárias ao trabalho de equipes
de apoio para o desenvolvimento e acompanhamento das ações de Formação Continuada
nas escolas; c) Assegurar suporte técnico e manutenção dos equipamentos do ambiente
tecnológico, findo o prazo de garantia da empresa contratada.
Para atender a esta contrapartida no Estado é criado e implementado o Núcleo de
Tecnologia Educacional Estadual (NTE) e/ou Municipal (NTM); São selecionados
profissionais das Secretarias Municipais ou Escolas, para exercerem a função de
2 Ilustração extraída de apresentação eletrônica do Proinfo (RIO DE JANEIRO. 2010)
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multiplicadores no uso de Tecnologias; A manutenção do NTM é feita através de rubrica
própria aprovada e publicada em Diário Oficial; O NTM tanto quanto o NTE devem possuir
um PPP – Projeto Político Pedagógico e no quadro das respectivas Secretarias de Educação,
criada uma Estrutura de cargos e funções.
Os NTM são estruturas, dentro das Secretarias Municipais, que executam o processo
de Formação Continuada dos profissionais da educação das escolas, para uso dos
laboratórios de informática.
A coordenação está, nesse caso, sob a responsabilidade direta da Secretaria
Municipal de Educação e os profissionais que atuam neles são professores da rede municipal
de ensino ou contratados, selecionados pela Secretaria Municipal de Educação, que possuam
conhecimentos básicos de informática. Considerando que, o ideal é que tenham
especialização na área de informática educativa.
A infra-estrutura necessária para montar um NTE ou NTM é espaço físico adequado
para o desenvolvimento do trabalho dos professores formadores ou multiplicadores e
instalação dos equipamentos de informática (computadores e impressoras) disponibilizados
pelo Proinfo.
1.1 - NTE ou NTM?
O PROINFO/MEC vem desenvolvendo ações que incentivam a criação de mais
Núcleos de Tecnologia pelo país.
Sejam Núcleos Estaduais ou Municipais, a autonomia é respeitada para a definição
da estrutura de contrapartida. A forma de efetivação das mesmas, previstas na parceria de
Estados e Municípios com o Programa, obedece a ritmos diferenciados em função do
investimento, das opções quanto à forma de organização e estrutura disponível.
À primeira vista, as diferenças mais marcantes, parecem ser somente quanto à área
de abrangência e relações de parceria e subordinação dos Núcleos. Mas as especificidades
revelam outros aspectos interessantes.
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As diferenças de um para outro, seguem as linhas gerais sugeridas pelo MEC e a
legislação específica de cada esfera de governo. Há diferenças no que tange a investimento, forma
de organização (por Estado, Município ou Região), número de profissionais técnicos e
multiplicadores, estrutura física de instalações, transporte, recursos financeiros, entre outras.
Alguns municípios brasileiros, através, também, do incentivo da UNDIME (União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), aderiram a essa proposta, aumentando assim
a quantidade de Núcleos de Tecnologia Municipais.
Para diferenciar os núcleos municipais dos estaduais o MEC propôs a alteração no nome.
Assim, os NTEs passam a ser chamados Núcleos de Tecnologia Estaduais e os NTMs de Núcleos
de Tecnologias Municipais.
No DF tem sido adotada a nomenclatura de NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional.
Afinal, não existe a nomenclatura município nem a autonomia das Regiões Administrativas que
estão subordinadas diretamente ao Governo do Distrito Federal. Os NTE estão subordinados a
uma única Secretaria de Educação.
Pedagogicamente subordinam-se a Subsecretaria de Gestão Pedagógica e Inclusão
Educacional/Gerência de Tecnologias Educacionais e administrativamente às Diretorias
Regionais de Ensino.
1.2 - A composição dos laboratórios dos NTEs ou NTMs e escolas
Distribuição Proinfo Urbano 2009 1 servidor de rede; 15 terminais para o laboratório de informática: 2 terminais para área administrativa; Monitores LCD; 1 Roteador Wireless; 1 Impressora Laser; 1 Leitora do Smart Card; Sistema Linux Educacional; Garantia de 3 anos;
Não acompanha mobiliário. Dados complementares: Sala com segurança (grades nas
portas e janelas); Mobiliário para acomodar 18 terminais e 1 impressora; onze tomadas de pino
triplo, sendo dez para o laboratório e uma para a área administrativa.
Distribuição Proinfo Rural 2009
1 Servidor;
4 estações; Monitores LCD;
1 impressora jato de tinta;
Linux Educacional; Garantia de 3 anos;
Mobiliário (5 mesas para computador, 5 cadeiras e 1 mesa para impressora);
Dados complementares: Sala com segurança (grades nas portas e janelas); Uma tomada
de pino duplo para o laboratório (Kit Proinfo Rural).
Os equipamentos recebidos do Proinfo não podem ser instalados em outro local que não
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seja dentro da escola ou no Núcleo de Tecnologia, mesmo que seja em um telecentro ou na
própria Secretaria de Educação. O laboratório Proinfo deve ser utilizado prioritariamente, para o
atendimento dos alunos da escola a qual se destinam e aos profissionais do Núcleo de Tecnologia
para os processos formativos.
Uma vez montados, os laboratórios Proinfo podem atender à comunidade local, desde que
reservada a prioridade de uso para os alunos e agentes educacionais da Escola. O atendimento
comunitário deve ser feito, preferencialmente, em horários alternativos aos horários de aula da
escola, e nos finais de semana.
Outra questão interessante que ocorre nos Estados e não ocorre no Distrito Federal, diz
respeito a existência de um auxilio que é recebido através do FNDE no valor de R$5.000,00
(cinco mil reais). Esse valor pode ser requerido pela Secretaria Municipal de Educação, após o
envio do Plano de Criação do NTM e sua homologação. O recurso é requerido via Plano de
Trabalho Anual e somente pode ser utilizado em eventos de capacitação para uso de tecnologias,
não podendo ser utilizado para a criação de Núcleo de Tecnologia.
Quando as prefeituras assinam o Termo de Adesão ao Programa Nacional de Informática
na Educação – PROINFO, dentre os 12 compromissos assumidos, estão detalhados alguns que
certamente beneficiariam aos Núcleos de Tecnologias do DF e por alguma razão não acontecem
aqui. São eles:
a) disponibilizar meio de transporte/alimentação/hospedagem para os formadores
realizarem as capacitações nas escolas do município;
No DF, as Regiões Administrativas - RAs, nomenclatura equivalente a Municípios nos
Estados, não possuem as mesmas distâncias que encontramos entre uma escola e outra ou entre
Municípios nos Estados, não sendo portanto equivalentes as dimensões geográficas ou distâncias
percorridas pelos técnicos e multiplicadores em suas ações. Pode se admitir o tratamento
diferenciado no que respeita a hospedagem para as ações realizadas na própria Região
Administrativa, porém, transporte e alimentação são perfeitamente justificáveis, tanto para as
ações na própria RA, quanto em outra RA.
Em um caso, como em outro, as distâncias permitem que o técnico ou multiplicador, após
ter se deslocado para o local de formação ou de atendimento técnico, retorne para a sua região de
domicílio no mesmo dia ao final do atendimento e faça um novo deslocamento de retorno no dia
seguinte, caso haja necessidade, sem precisar de pernoite.
b) disponibilizar transporte para as visitas da coordenação municipal às escolas e
encontros de formação;
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Nesse item o argumento é o mesmo, considerando que no DF existe uma regularidade e
freqüência nos deslocamentos mensais para coordenação e encontros de formação no DF,
ocorrentes em RAs diferentes daquela onde reside o participante. Visitas técnicas e visitas
pedagógicas nas escolas da mesma RA também resultam em gastos com transporte e alimentação
que oneram os técnicos e multiplicadores.
c) providenciar as condições para a abertura, o funcionamento e a utilização dos
Laboratórios de Informática, gratuitamente, no contra turno escolar/finais de semana,
disponibilizando um monitor e possibilitando a utilização de seus equipamentos pela comunidade
local;
O maior problema nesse caso está relacionado à segurança do Patrimônio. Não é um
problema exclusivo do DF, certamente também de outros Estados. Alguns deles, com regiões,
cujo índice de violência e criminalidade é mais elevado que o nosso.
O autor vivenciou como Coordenador de Laboratório, junto a Escola Classe Estância de
Planaltina-DF entre 2005 e 2007, a possibilidade de abertura do laboratório para a comunidade
local. O laboratório era também um Telecentro Banco do Brasil e um Ponto GESAC. Mesmo
contando com características favoráveis: a) a obrigatoriedade do Programa GESAC de atender
à Comunidade; b) com parcerias locais com Associações e ONGs; c) parte do grupo gestor residia
na comunidade. Ainda assim, havia receio e isso gerava muitas discussões e preocupações.
Não houve nenhum incidente envolvendo roubo ou dano de qualquer natureza no
laboratório de informática naquela ocasião, durante os dois anos de trabalho à frente do
laboratório de informática. Mas, independente de qual seja o Estado, Município, Região ou
Escola que venha aceitar o desafio, não se pode deixar de reconhecer que é preciso muita
integração da escola com a comunidade, a fim de evitar eventuais danos.
Certamente, cada comunidade encontra o seu jeito de lidar com suas peculiaridades. Não
há receita pronta para estes casos, mas, diz a experiência que embora não se possa abrir mão da
vigilância, quanto mais parceria e interatividade local melhor.
1.3 - Tecnologias em Teste
Uma iniciativa valiosa do Governo Federal tem sido o desenvolvimento de novas
tecnologias. A título de exemplo cita-se a seguir 3 iniciativas que fazem a diferença na educação
do país e justificam a importância da união de órgãos governamentais como o MEC, MCT,
SERPRO, Presidência da República, Universidades, Centros de Pesquisa, entre outros, na busca
de soluções.
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Da mesma forma a união entre as esferas de governo torna-se fundamental para o sucesso
da implantação destas inovações. São tecnologias produzidas visando adaptadabilidade,
economicidade e o avanço do conhecimento técnico que melhoram a qualidade da vida.
O desenvolvimento das novas tecnologias, seja de hardware ou software exige muitas
discussões e estudos coletivos. No caso do PROUCA, por exemplo, para se chegar a um resultado
aproximado do ideal discutiu-se quais seriam os perfis de hardware e software mais adequados
para um projeto com fins pedagógicos. Como explica Luiz Cláudio Mesquita do SERPRO:
“Nessas fases, identificamos a necessidade de adotar um computador que fosse portátil, leve,
resistente. Já na parte de software, adotamos a plataforma aberta por acreditar que ela, além
de reduzir custos, permite uma apropriação tecnológica que facilita a criação e adaptação de
programas com fins educacionais”. Comunicação Social do Serpro - Fortaleza (2010)
1.3.1 - PROUCA – Em funcionamento desde 2007 o PROUCA teve sua oficialização
a partir da Medida Provisória nº 472, de 15 de Dezembro de 2009. Essa MP foi convertida na Lei
nº 12.249, de 2010 em seu capítulo II, que posteriormente foi regulamentada pela
RESOLUÇÃO/FNDE/CD/Nº 17 DE 10 DE JUNHO DE 2010 e seus anexos de I a V.
A legislação citada acima estabelece normas para que os Municípios, Estados e o Distrito
Federal se habilitem a participar do Programa Um Computador por Aluno - PROUCA, nos
exercícios de 2010 a 2011. O programa visa à aquisição de computadores portáteis novos, com
conteúdos pedagógicos, no âmbito das redes públicas da educação básica em todo o país.
A adesão é feita por meio de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES ou com recursos próprios (Municípios, Estados ou do Distrito
Federal) ou de outras fontes.
Nessa fase, seguirá um cronograma que aponta o percentual de atendimentos permitidos
em função do nº de alunos atendidos pelo município.
Com prioridade para os equipamentos que utilizem software livre, os atendimentos
graduais baseados nas especificações constam do anexo I da resolução. Existe a previsão de
isenção de IPI, PIS/Pasep, Cofins, Imposto de Importação e da Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (Cide) para o vencedor da licitação.
Um histórico mais detalhado do programa é apresentado no anexo V deste trabalho.
No dia 16 de setembro de 2010 o programa foi lançado oficialmente numa das cinco
escolas selecionadas no DF, a Escola Classe 102 do Recanto das Emas.
Nas escolas, acontece a fase de formação dos professores para o uso pedagógico da
ferramenta que mais encanta os alunos.
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Na fase de teste as escolas reportam os problemas encontrados para o aprimoramento do
programa: Em Planaltina CEF Pipiripau II, por exemplo constatou-se no mês de setembro/2010
que a velocidade da internet comprometia o bom andamento do programa e da formação dos
professores; Outro ponto observado na ocasião foi a freqüente oscilação da rede elétrica, seguida
de "picos" de luz... A escola recebeu grades e pontos elétricos em todas as salas. Ficando
pendentes ainda os armários para guardarem os laptops, conforme depoimento no blog do
programa daquela escola http://ucaplanaltinadf.blogspot.com/
Em cada escola vivem-se experiências comuns e também particularidades. Além das duas
escolas citadas fazem parte do programa no DF.: Escola Classe 10 de Ceilândia, Escola Classe
01 do Guará, Escola Classe 10 de Sobradinho e CEF 01 do Planalto.
1.3.2- Projetor interativo - O Projetor Proinfo é outra tecnologia em teste desde o ano
passado (2009 ) em várias Escolas. O CEM 414 de Samambaia vem testando um protótipo
do equipamento com grande sucesso. Eventualmente o NTE Samambaia também faz uso
do mesmo equipamento nos encontros de formação.
O pregão eletrônico de junho de 2010 para registro de preço do Projetor seleciona a
empresa que vai fabricá-lo. A quantidade estimada de compra é de até cem mil unidades. Mas o
Ministério da Educação (MEC) informa que, de imediato, serão adquiridas 20 mil unidades.
O projetor reúne, em um único kit tecnológico, as funções de projeção e computação com
acesso à internet. Possui acesso a internet via wireless ou cabo; entrada para pendrive, cd e dvd,
teclado e mouse óptico, caixa de som embutida e vem com Linux Educacional instalado. Utiliza
memória Flash e não salva os documentos nele próprio.
Durante esse tempo de uso no CEM 414 o equipamento teve seu sistema reinstalado por
duas vezes em razão de perda de configurações.
É um projeto do MEC que teve a colaboração da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O Projetor Proinfo foi desenvolvido
pela Fundação Centros de Referência e Tecnologias Inovadoras (Certi), como uma solução
portátil multimídia, que agrega funcionalidades de projetor e unidade de processamento de baixo
custo.
No Centro Educacional 02 do Guará (DF) um protótipo também está e teste,
“os professores garantem que ficou mais fácil conseguir a atenção dos alunos. „O aparelho é
utilizado até mesmo nas aulas de educação física‟, conta o professor de informática Antônio
Carlos de Oliveira Bello. ...“Eles assistem vídeos e material especial preparado pelos
professores para depois colocar em prática, na quadra, o que aprenderam na teoria‟, diz ele.
(A REDE, 2010)
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Uma vez feitos os ajustes iniciar-se-á a produção em escala.
1.3.3 - Multiterminais – Trata-se de uma tecnologia que propõe muita economia de
hardware. Os kits Proinfo rural que trabalham com 4 estações e um servidor utilizando apenas 1
gabinete e o Kit Proinfo Urbano que trabalha com 15 terminais para laboratório, 2 terminais para
o administrativo e um servidor de rede. Ao todo são 18 monitores e 09 gabinetes.
Apesar das vantagens de economia, o hardware dos multiterminais não atende ainda a
especificações de segurança: Foram identificados em algumas escolas alta incidência de dano e
o desaparecimento da esfera do Mouse analógico, desaparecimento do Mouse óptico, de antenas
wireless das placas de rede que são removíveis e até teclados. Sem mencionar, o roubo de todas
as máquinas dos laboratórios, apesar da segurança com grades em janelas e portas.
É preciso que se considere a relação entre a vulnerabilidade social das comunidades e a
vulnerabilidade do sistema de vigilância atual das escolas a fim de visualisar, além de um
aperfeiçoamento desse sistema, um aperfeiçoamento das relações comunitárias, de gestão, e
também as especificações de segurança do amodelo de multiterminal a exemplo do que vem
sendo desenvolvido pelo CERTI “uma plataforma de equipamentos interativos de múltiplos
usuários... voltado para a educação e o trabalho colaborativo.” Com um hardware que possa ser
adaptado tanto para sala de aula quanto para bibliotecas e espaços abertos da escola. Cujo acesso
não ponha em risco o próprio equipamento.
Além dos equipamentos citados que constituem inovações, o PROINFO apresenta
inovações na produção de ambientes virtuais como os portais do aluno e do professor, o novo
ambiente e-proinfo de EAD e o desenvolvimento de software e sistemas livres para a educação,
a exemplo do Linux Educacional e aplicativos educacionais.
19
Capítulo II
O NTE no DF - Da informalidade à institucionalização
Percebe-se conforme exposto no capítulo anterior que o MEC através do Proinfo e de
seus parceiros, pretende promover o uso pedagógico das TICs com a participação de Estados e
Municípios.
Para que isso aconteça o proinfo apresenta, dentre outros, um tripé de objetivos básicos
e fundamentais: a) Dotar de equipamentos tecnológicos (TIC) inclusive no que respeita a
inovações; b) Formação continuada para uso pedagógico das TIC; c) Produção de conteúdos
educacionais.
Percebe-se também que cada Estado ou Município e o Distrito Federal, têm as suas
contrapartidas a oferecer, na medida em que vai acontecendo a adesão ao programa. Fazem isso
sem uma definição de prazos, daí o fato de perceber-se ritmos diferenciados de um estado para
outro.
No Estado e/ou no Município o tripé de contrapartida se resume em:
a) Alocação ou contratação de pessoal técnico administrativo, técnicos de
informática e professores formadores ou multiplicadores;
b) Infra-estrutura para a instalação dos equipamentos: espaço físico, rede elétrica e
lógica;
c) Manutenção dos equipamentos após o período de garantia.
Nesse segundo capítulo serão analisadas algumas especificidades do Distrito Federal:
Propõe-se um breve olhar sobre a prática informal dos Núcleos de Tecnologia no DF a
importância e sentido de sua formalização ou institucionalização através da portaria 218,
observando sua estrutura e definição.
O Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE é assim definido pela Secretaria de Estado
de Educação do DF na portaria que o institui a partir de 2009.
“... estruturas descentralizadas de apoio permanente ao processo de introdução das tecnologias de
informação e comunicação nas instituições educacionais da Rede Pública do Distrito Federal,
sendo espaços também destinados a formação continuada de professores.” (BRASIL. 2009)
Durante mais de duas décadas os NTEs funcionaram informalmente no Distrito Federal.
O processo de formalização sempre foi uma necessidade sentida pelos 4 NTEs inicialmente
constituídos: NTE Brasília, Samambaia, Sobradinho e Taguatinga. Cada um deles responsável
20
por mais de uma Regional de Ensino.
2.1 - Criação informal do NTE Planaltina
Em 26 de junho de 2007, Planaltina foi contemplada com a criação ainda informal do
NTE Planaltina.
O NTE Sobradinho que era o responsável pelas Regionais: Sobradinho, Planaltina,
Paranoá e São Sebastião, sentiu-se bastante aliviado na sua carga de trabalho e responsabilidades,
em especial, em face da enorme extensão geográfica da RA VI (Planaltina) e pelo número
acentuado de escolas rurais daquela regional de ensino. O excesso de trabalho do NTE
Sobradinho fora, com essa medida, minimizado sensivelmente.
O NTE Planaltina já nasce comprometido com o ônus das locomoções de apoio técnico e
pedagógico sem ressarcimento algum.
Apesar disso, a experiência de Planaltina trouxe algo novo no cenário, representou de
certa forma um precedente importante para a concretização do anseio por descentralização dos
demais NTEs. Ou seja: a criação de Núcleos em cada uma das Diretorias Regionais de Ensino
existentes no Distrito Federal, num total de 14 DREs. Uma necessidade de mais 09 Núcleos.3
O Distrito Federal subdivide-se em 30 RAs(Anexo 1), e nem todas as RAs possuem
Diretorias Regionais de Ensino (DRE), com o ritmo acelerado de crescimento do DF, a Secretaria
de Educação do Distrito Federal terá essa demanda bem mais visível, necessitando constituir
DREs em cada RA.
Com a criação de núcleos em cada uma das 14 DREs, este atenderá a tantas RAs, quantas
forem da responsabilidade da DRE onde estará vinculado. Ou seja, depois da criação dos 09,
novos NTEs, temos 14 NTEs atendendo a 30 RAs.
2.2 - Coordenadores são retirados dos Laboratórios de Informática
Existiu até 2007, informalmente, uma figura importante para o processo de introdução
das tecnologias de informação e comunicação nas instituições educacionais da rede pública do
Distrito Federal, que era o Coordenador de Laboratório de Informática.
O fato de não existirem institucionalmente ou formalmente, tornou-se mais fácil para o
Secretário de Educação da época, na contramão das políticas federais de educação, programar a
sua política de “cortes de gastos”, eliminando dos laboratórios de informática o seu Coordenador.
3 Considerando uma situação ideal em que cada Região Administrativa (RA) do Distrito Federal, pudesse contar com o seu
NTE, o déficit seria não de 09, mas de 16 Núcleos.
21
Todos eles, com raríssimas exceções para os casos de Professores readaptados, foram chamados
a participar da modulação e assumir turmas a partir de 2008 em suas disciplinas de origem.
Isso agravou enormemente a situação para os NTEs que perderam o elo específico com
as escolas. Dificultou também da mesma maneira a relação dos professores com o ambiente
informatizado (laboratório de informática e seus recursos). O prejuízo é visível quando se
considera o tempo necessário para a formação de pessoal para desempenhar a função de
Coordenador de Laboratório e se considera a importância desse personagem no processo de
capacitação de professores in loco.
Além do seu importante papel junto à coordenação pedagógica da escola e do grupo
gestor, é fundamental na potencialização das ações dos NTEs, como divulgador, orientador,
sensibilizador da comunidade escolar para o uso das tecnologias.
A idéia de Coordenador Tecnológico nas escolas pode ser um substitutivo para a
recuperação do elo perdido, o coordenador de laboratório.
Em Portugal, (PORTUGAL. 2005) conforme despacho publicado no Diário da República
nº 247, as escolas de ensino básico e secundário passaram a conviver a partir de 2006, com o
Coordenador das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Designado dentre os professores que possuem competências adequadas à função, a
justificativa para a sua criação é de que nos anos precedentes verificou-se uma evolução
significativa nos meios tecnológicos à disposição das escolas.
Encontra-se no site do Ministério da Educação Português a informação de que de 2001 a
2005, mais do que duplicaram os recursos de informática nas escolas. Em 2001 a relação era de
um computador com acesso a internet para cada 39 alunos e em 2005 essa relação passou-se de
um computador para 15 alunos.
No Brasil, apesar de situações regionais ainda muito dispares em relação a adesão dos
Estados e Regiões ao processo de introdução ao uso das TIC, só podemos desejar que tenhamos
uma forma de tornar mais eficiente o uso dos recursos tecnológicos cada vez mais disponíveis às
escolas.
A necessidade de um Coordenador Tecnológico nas escolas do Distrito Federal já se faz
sentir.
É visível a importância e necessidade do cumprimento da contrapartida na esfera do
Estado (Distrito Federal) a fim de interromper o retrocesso, ou aquilo a que podemos chamar de
“andar na contramão” do processo, fruto das ações recentes do governo local.
22
2.3 - Multiplicadores dos NTEs perdem a GARC
Como se não bastasse a retirada dos coordenadores de laboratórios de informática, as
equipes dos NTEs sofreram também uma redução no número de professores multiplicadores e
professores que exerciam por necessidade institucional a função de técnicos. Com a retirada da
Gratificação por Atividade de Regência de Classe (GARC) instituída pela LEI 4075/07. Foram
obrigados a deixarem os NTEs e voltar para sala de aula ou para o exercício de funções que não
acarretaria perda salarial.
A informalidade continuou por mais 2 anos. A idéia de se trabalhar numa condição de
informalidade causa um sentimento de instabilidade no exercício da função. “Hoje eu estou aqui,
amanhã posso não estar!”. Gera ansiedade e insegurança no dia-a-dia e desmotivação para as
atividades de formação continuadas de médio e de longo prazo.
Uma das causas da retirada da função de coordenador dos laboratórios, foi o fato de não
apresentarem relatórios com resultados que justificassem os gastos com a sua permanência na
função. De fato, poucas escolas possuem um sistema de avaliação do impacto da tecnologia no
ensino e na aprendizagem. O fato de não se darem conta da importância de se adotar estes
mecanismos de avaliação e da importância de se investirem na função do mediador do uso das
TIC, nesse momento, mostrou a pouca importância atribuída ao uso das tecnologias.
Avaliações e relatórios de fato tomam muito tempo e decorrente da falta de hábito de
registrar eventos, fazer avaliações periódicas do processo de gestão, ou realizar avaliações com
foco na aprendizagem do aluno, possibilitou as ações do governo e quase nenhum
questionamento naquele momento, embora se tenha tido muitas insatisfações por parte das
escolas usuárias desse espaço. A importância do mediador pedagógico para o uso de tecnologias
na escola, está no fato de que nossos professores não foram capacitados e ainda não chegam das
universidades com a capacitação necessária4.
Nos Núcleos de Tecnologia e nos laboratórios de informática das escolas tem sido desde
sempre válido o ditado popular “casa de ferreiro, espeto de pau”. Tem tecnologia para
documentar, facilitar o registro automatizado dos eventos produzidos, mas não se registra ou
documenta e quando o faz não usa as potencialidades dos recursos disponíveis. Percebe-se falta
de profissionalismo ou ausência de capacitação dos profissionais de educação. Existe o desejo e
algumas iniciativas que poderão tornar mais eficientes tanto o planejamento pedagógico para uso
4 No que respeita a avaliação do impacto das TIC na aprendizagem do aluno, é algo ainda por construir.
23
das TIC, o processo de avaliação e registro das ações, quanto das comunicações e interações
mediadas, armazenamento e recuperação da informação.
Na ocasião, embora houvesse o testemunho de muito bons resultados com as ações
desenvolvidas nas escolas, nem todos os Coordenadores tinham como hábito o registro
documental das ações. Ao longo do tempo a história se perdera por falta de registros e
acompanhamento adequados.
A UNESCO está atualmente empenhada em construir indicadores de avaliação do uso das
TICs na Educação. Conforme apresentado na Conferencia Internacional ocorrido em
setembro/2010 aqui no DF, por Rogério de Paula Barbosa, Especialista em Avaliação da
UNESCO.
2.4 - Institucionalizações dos NTEs no DF
Em 2009 os NTEs foram formalizados através da portaria 218. Junto com o processo de
formalização, como foi dito anteriormente, foram criados mais 09 NTEs contemplando outras
regionais. Não é a situação ideal, face a uma série de ajustes necessários, mas já representou um
avanço no caminho da descentralização tão esperada.
No entanto, no processo de seleção dos membros dos novos NTEs verificaram-se algumas
dificuldades. Embora a área de abrangência dos Núcleos tenha sido reduzida, o que resulta em
atrativo, a retirada da GARC da folha de pagamento dos multiplicadores provocou o afastamento
de muitos professores que gostariam de atuar nos Núcleos de Tecnologias. Houve caso em que a
CIED/GTEC - responsável pelo processo de seleção - só conseguiu selecionar o Coordenador do
Núcleo.
A GARC foi mantida somente para a função de Coordenador de Núcleo. Para que isso
pudesse acontecer fora feita a vinculação administrativa do NTE ao NMP – Núcleo de
Monitoramento Pedagógico das Diretorias Regionais de Ensino, como mais uma das
coordenações intermediárias, assim o Coordenador voltou a receber a GARC – Gratificação de
Regência de Classe, que havia perdido. Mas, dos demais membros da equipe, ela foi subtraída.
A criação dos novos NTEs no Distrito Federal constituiu ainda que aparentemente um
avanço por descentralizar as ações relativas ao processo de introdução das TICs nas instituições
educacionais da Rede Pública do Distrito Federal.
A definição constante da Portaria 218 “ ...como estruturas descentralizadas de apoio
permanente ao processo de introdução das TIC nas instituições educacionais... “ não nos sugere
que devemos formar especialistas em uso das TIC, mas sugere, pelo seu caráter permanente, que
24
nos tornemos especialistas em introduzir o processo de uso.
Nesse sentido a formalização ou institucionalização vem beneficiar o processo. Mas, a
retirada do elo com a escola (coordenadores de laboratórios) e a retirada da GARC, representou
e representa um desestímulo ao processo, um retrocesso.
Como garantir que aqueles que hoje fazem parte das equipes, que estão recebendo
formação como multiplicadores, permaneçam amanhã dentro do processo de formação
continuada? Afinal, os NTEs foram definidos complementarmente como “...espaços também
destinados à formação continuada de professores.”(Portaria 218) É fundamental que sejam
garantidos que o investimento feito em formação seja parte de um planejamento de longo prazo.
Que se criem as possibilidades políticas e administrativas, para a recomposição e ampliação das
equipes dos NTEs no Distrito Federal.
25
Capítulo III
O impacto das mudanças no NTE Samambaia
Equipes reduzidas, excesso de demandas, contradições do processo, laboratórios fechados, ...
O NTE deve funcionar como instância indutora do processo de inclusão nas escolas.
Como uma das instâncias responsáveis, como diz Maria Luiza Belloni & Nilza Godoy Gomes,
pela eliminação do “fosso tecnológico que separa a escola da vida social”. É bem assim, uma vez
que são os NTEs que de forma indutiva, deve ampliar o processo de introdução das TICs nas
instituições de ensino. Juntamente com outras instâncias, em seus diversos, porém
complementares papéis.
Para além das expectativas apresentadas nos documentos oficiais os Núcleos precisam
gerenciar a diversidade de situações concretas encontradas em cada região ou grupo de escolas
sob sua responsabilidade. Precisam gerenciar, capacitar, reforçar e estimular iniciativas.
Os Núcleos se quiserem ser eficientes, não poderão adotar um modelo padrão de
abordagem, exceto em linhas gerais, mesmo porque cada região possui as suas especificidades.
E estas variam inclusive de escola para escola. José Manoel Morin faz uma leitura da situação
das escolas que de certa forma nos ajuda a avaliar situações locais e pensar em formas específicas
de planejamento das ações:
“Hoje, temos um número significativo de professores desenvolvendo projetos e atividades
mediados por tecnologias. Mas a grande maioria das escolas e professores ainda está tateando
sobre como utilizá-las adequadamente. A apropriação das tecnologias pelas escolas passa por
três etapas, até o momento. Na primeira, as tecnologias são utilizadas para melhorar o que já
se vinha fazendo, como o desempenho, a gestão, para automatizar processos e diminuir
custos. Na segunda etapa, a escola insere parcialmente as tecnologias no projeto educacional.
Cria uma página na internet com algumas ferramentas de pesquisa e comunicação, divulga
textos e endereços interessantes, etc. Na terceira, que começa atualmente, com o
amadurecimento da sua implantação e o avanço da integração das tecnologias, as
universidades e escolas repensam o seu projeto pedagógico e introduzem mudanças
significativas como a flexibilização parcial do currículo, com atividades a distância
combinadas as presenciais.”(Morin. 2010)
Uma forma de avançar no processo de introdução das TIC nas escolas é criar uma agenda
de capacitação por escola. Sem deixar é claro, as capacitações anuais decorrentes da parceria com
o Proinfo e outros parceiros que mantém um atendimento por demanda livre. Ou seja, as
inscrições para estas formações estão abertas para todos os professores e gestores da rede pública
de ensino.
Recompor e ampliar as equipes e dotá-las de infraestrutura para a produção de ambientes
26
virtuais de aprendizagem, objetos de aprendizagem e sistema de gestão entre outros mecanismos
e ferramentas de ação é fundamental para um processo eficiente de gestão de TICs no DF.
Assim a criação de uma agenda de oficinas por escola torna-se possível. Possibilita-se
conhecer as especificidades locais da região e internas da escola. Identifica-se melhor o perfil do
grupo e suas demandas. Promove-se assim, um atendimento por demanda induzida. Ou, dito de
outra forma, diagnostica-se para propor, dá-se assim um caráter mais propositivo às ações do
NTE.
Um atendimento por escola possibilita o contato com as limitações e potencialidades
técnicas e pedagógicas do NTE no contexto escolar em um determinado período. A solução dos
problemas técnicos serão identificados previamente e serão condição para que aconteça um
atendimento pedagógico. E um atendimento pedagógico com capacitações locais, bem
direcionadas vai potencializar ações e criar uma agenda de uso das TIC.
Os NTEs têm em seu documento de criação a portaria 218, Art. 1º, § 1º, assim definido o
seu Objetivo:
“O objetivo geral dos Núcleos de Tecnologia Educacional é contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino, por meio da implementação do uso das tecnologias da informação e
comunicação (TIC) nas instituições de ensino como auxílio à operacionalização do Currículo
de Educação Básica.”
Observar cada contexto e planejar ações de curto, médio e longo prazo. Identificar a
situação real e as expectativas dos diversos seguimentos, avaliando a própria estrutura nos seus
diversos níveis e momentos.
No Distrito Federal hoje, temos que fazer a seguinte pergunta: Como promover a
implementação do uso das TICs com a estrutura de apoio de que dispomos?
A estrutura de apoio não está preparada para corresponder às expectativas em todos os
níveis: Todos os NTEs, com poucos multiplicadores para executar a agenda de capacitação
necessária. Com a retirada da GARC promoveu- se um julgamento de desvalorização da função
de multiplicador. Além disso, o reduzido nível de capacitação das equipes atuais, face a recente
institucionalização; a falta de profissionais desenvolvedores, de especialistas em Sistemas
Livres, Especialistas em EAD e o reduzido número de Especialistas em Tecnologias
Educacionais; No caso das Escolas a falta de pessoal efetivo de apoio nos laboratórios inviabiliza
as ações dos usuários professores regentes.
Do ponto de vista pedagógico, os professores regentes, em sua maioria sem experiência
ou com pouco conhecimento das tecnologias. Uma pequena parte deles possui formação
introdutória adquirida seja através de oficinas, seja através da formação oferecida pelo Proinfo
27
Integrado/MEC no NTE.
Os professores sofrem as conseqüências das condições citadas no parágrafo anterior
acerca da estrutura de apoio dos Núcleos. Sofrem com equipes gestoras incompreensíveis, que
não viabilizam a agenda da escola para permitir a formação docente. Incapazes de perceber o
valor do investimento em capacitação de sua equipe. Sofrem também com o excesso de alunos
em sala de aula e o excesso de turmas.
O excesso de zelo de algumas equipes gestoras ou a sua dificuldade de lidar com o
patrimônio levam-os a decisões equivocadas. Muitas vezes dificultam o seu uso a fim de evitar
dano ao equipamento ou prejuízo financeiro para si mesmo.
Em levantamento realizado pelo NTE Samambaia em junho/2010(Anexo III)
constatou-se que das 36 escolas com laboratório de informática ou que haviam recebido máquinas
do Proinfo, 19 delas não estavam em funcionamento por diversas razões5.
Sem os laboratórios de informática das escolas, qualquer ação em favor da introdução
ao uso das TICs, ou qualquer capacitação, tem seus efeitos praticamente nulos ou bastante
reduzidos. É muito importante a prática para os recém formados seja através de oficinas ou de
cursos do Proinfo integrado, como forma de consolidação do aprendizado.
Em muitos casos o fechamento dos laboratórios reflete um posicionamento do grupo
gestor. Em certas localidades e circunstâncias “é mais seguro manter as máquinas nas caixas.” O
receio de que sejam roubados (em alguns casos, “novamente”); as dificuldades financeiras ou de
ordem técnica para uso dos recursos financeiros; dificuldades de gerenciamento dos recursos
técnicos e pedagógicos que chegam à escola; não entendimento dos programas e o não
cumprimento de contrapartidas.
Freire aponta para a necessidade de uma compreensão crítica, da tecnologia no contexto
atual, a fim de que não seja vista como uma ameaça diabólica para os seres humanos. Neste
sentido, esta formação técnica, deve ultrapassar o mero treinamento, pois “no fundo, a educação
de adultos hoje como a educação em geral não podem prescindir do exercício de pensar
criticamente a própria técnica” (Freire, 2000, p.102).
A introdução ao uso das TICs auxilia na operacionalização do Currículo de Educação
Básica, fazendo cumprir assim os objetivos do NTE. Entende-se tratar de um desafio “homérico”
em face da estrutura disponível hoje, mas existe a esperança, “as mudanças, embora lentas, não
são impossíveis”.
5 Os motivos alegados pelas direções para o fechamento dos laboratórios foram: aguardamos a instalação dos equipamentos;
falta de alguma infra-estrutura e esperamos o recurso do FNDE para complementação; falta de pessoal para fazer funcionar o
laboratório.
28
A análise de alguns elementos da estrutura específica poderá apontar ou validar caminhos.
3.1 - Frentes de trabalho - topografia local
O NTE Samambaia teve o seu tempo áureo em termos de pessoal e de ações. Uma equipe
técnica e pedagógica com um número maior de pessoas em atividade (uma composição de até 9
pessoas).
Seria interessante fazer o inventário dos acontecimentos no tempo e no espaço de sua
existência. Seria um trabalho etnográfico de grande valor.
No entanto, fica-se somente com o caminho das pedras por onde passaram técnicos e
multiplicadores. O pouco registro e em formato simples e não sistematizado, não permitirá que
fale por eles.
Percebe-se em seus registros uma diversidade de ações: oficinas, cursos de pequena
duração, apoio aos programas de governo, eventos.
Quanto ao número de escolas, pode-se falar sem nenhuma saudade. Quando a demanda
de atendimento era proveniente de 4 DREs para atendimento de 1 NTE (Gama, Samambaia, Santa
Maria e Recanto das Emas).
Hoje, embora o número de escolas com laboratórios tenha aumentado sensivelmente em
cada uma das DREs, o Núcleo de Samambaia está dedicado exclusivamente à DRE Samambaia
com 39 escolas, sendo 36 com laboratórios de informática.
3.1.1 – Organograma interno
Pode ser classificado em três áreas:
Área Administrativa: constitui-se de ambiente físico com mesas, cadeiras, armários,
computadores, telefone, fax, a partir da qual se gerencia as demandas técnicas e pedagógicas.
Cada técnico, multiplicador ou bolsista, utiliza- se de uma mesa com cadeira e um computador.
É nesse ambiente que se faz o planejamento das atividades, técnicas e pedagógicas e se executa
muitas das atividades de desenvolvimento, administrativas e de apoio.
Área Técnica: Compõe-se de um ambiente específico que pode ou não ser separado do
ambiente administrativo. No caso do NTE Samambaia usa-se uma pequena sala que é a sala dos
técnicos. Trabalham ali com a mesma estrutura citada para a área administrativa, mesa, cadeira,
computador e armários para acondicionamento de peças usadas ou de reposição e algumas
ferramentas de uso técnico.
A área técnica no NTE tem como atribuições mínimas: o apoio para resolução de
problemas técnicos decorrentes do uso do computador nas escolas; o acompanhamento e
29
avaliação local do processo de informatização das escolas; o apoio ao processo de planejamento
tecnológico das instituições de ensino para aderirem aos projetos de informática na educação;
Em Recursos Humanos compõe-se de um Técnico com formação superior na área de
informática e um bolsista de estágio temporário, estudante de graduação da área de informática.
Área Pedagógica: Em termos de estrutura conta com o ambiente administrativo citado
anteriormente e uma área de formação (Laboratório de Informática) nos moldes dos laboratórios
de informática existentes nas escolas. Funciona como ambiente de reuniões de equipe e
Capacitação de Professores.
As capacitações ocorridas e programadas para este ano de 2010 nesse ambiente são:
Português e Matemática em Foco, Visual Class, Introdução ao Linux Educacional, Curso Proinfo
Integrado (Introdução à Educação Digital, Elaboração de Projetos e Tecnologia de Informação e
Comunicação), Oficinas para Bolsistas e Servidores em Laboratórios de Informática.
Eventualmente o espaço é utilizado também para que professores do Ensino Médio do
CEM 414, realizem com seus alunos inscrições no PAS – Programa de Avaliação Seriada e apoio
a alunos do Curso Aluno Integrado (CEM 414 e CEM 304), oficinas e ações experimentais do
NTE.
A equipe pedagógica é composta de dois professores multiplicadores em tempo integral,
provenientes das áreas de matemática e sociologia, ambos com dupla formação para a área de
informática e tecnologias e dois bolsistas estagiários, 20 horas semanais, também estudantes
jogos eletrônicos e ciência da computação.
3.2 - Proposições do NTE Samambaia
No NTE Samambaia o planejamento para o trabalho em equipe vai além da rotina do
atendimento da demanda espontânea, a produção de ferramentas e instrumentos pedagógicos e
de gestão: objetos de aprendizagem, desenvolvimento do sistema de gestão e site com AVA. Essa
empreitada, iniciada já quase na metade do ano, possibilitou alguns resultados interessantes.
No entanto, para que a equipe se estruturasse minimamente e pudesse chegar a esse
momento relativamente produtivo houve algumas etapas importantes de serem mencionadas.
A equipe do NTE no início do ano contava apenas com 2 pessoas: um técnico e um
multiplicador.
Com uma equipe de apenas 2 pessoas, um técnico e um multiplicador, mal podiam com
as rotinas mais elementares do Núcleo. Apesar das condições de trabalho nada atraentes alguns
nomes eram sugeridos para compor a equipe. O dilema entre continuarem sós e sobrecarregados
30
ou aceitar alguém sem o perfil adequado a função, deixava a reduzida equipe apreensiva.
No pouco tempo de que dispunham discussões e decisões difíceis. Conforme a resolução
218 que institucionalizara os NTEs, havia a previsão de acréscimo de pelo menos um técnico e
um multiplicador, 40 horas, para compor a equipe mínima.
Contatos com colegas de outras escolas, com a Regional de Ensino, com os colegas do
NMP, foram aos poucos apontando nomes, cujo perfil se adequava mais ao desejado naquele
momento.
Uma primeira solicitação à Coordenação do Programa Escola Integral, e a pretexto de
facilitar o uso de laboratórios de informática pelo programa no contra turno das aulas, facultou a
equipe, um bolsista com 20 horas de trabalho. Da área de informática, mais afeto à área técnica
e não eliminara a vaga de 40 horas prevista legalmente.
Contatos na DRE já haviam sido feitos com alguma possibilidade de sucesso no
remanejamento de servidores para compor a equipe. A depender muito mais da boa vontade da
pessoa convidada do que da instituição. Não tardou muito para que um professor de matemática
e estudante de informática, portanto com o perfil esperado se juntasse a equipe como
multiplicador.
Em negociações posteriores, e sempre com a expectativa de atender o melhor possível as
escolas e seus programas, em especial ao Programa Educação Integral, a coordenação daquele
programa facultou mais um bolsista estudante de jogos eletrônicos. Justificou-se com o objetivo
de produzir objetos de aprendizagem para uso nos laboratórios de informática.
A relação de parceria do NTE com a escola onde é sediado, o CEM 414, possibilitou a
identificação de um bolsista estudante de graduação em ciência da informação com habilidade
intermediária em linguagens de programação e participante do Programa Educação Integral.
O referido bolsista havia produzido um pequeno sistema de agendamento de usuários para
o laboratório do CEM 414 onde atua. Mais uma vez, a sensibilidade da Direção da Escola e o
empenho do NTE em iniciar o desenvolvimento de um sistema de Gestão para o NTE
encontraram o apoio necessário.
A partir daí, a área técnica, embora ainda não completamente atendida, já podia resolver
alguns problemas técnicos difíceis de solucionar com apenas uma pessoa.
A área pedagógica passa-se a uma composição multidisciplinar, com dois bolsistas
estagiários dos cursos de Ciência da informação e Jogos eletrônicos; dois
professores/multiplicadores da área de matemática e sociologia, os quais, respectivamente,
cursam Ciência da Computação e Especialização em Tecnologias Educacionais. São todos
31
aprendentes, como diz Joaquim de Azevedo:
“Criem-se redes de conhecimento, interligando empresas, escolas, universidades, agências
de desenvolvimento, recorrendo às mais sofisticadas tecnologias de suporte à divulgação, de
modo a facilitar o intercâmbio de competência institucional. Dê-se tempo ao tempo
necessário à tessitura dos novos mapas das cidades educadoras, a partir dos fios que já
existem. Criem-se também múltiplas comunidades de aprendentes (com recurso aos meios
electrónicos) e animem-se todos estes processos com a comunicação de boas práticas.”
(AZEVEDO. 2001)
O trabalho em equipe, é algo já experimentado pelos professores em outros contextos,
seja em sala de aula ou em laboratórios de informática da rede pública do Distrito Federal. No
Núcleo de Tecnologia de Samambaia, neste momento representa uma experiência impar, levados
pelo interesse individual voltado para as suas áreas de formação em curso e pelo interesse
coletivo, pela necessidade de introduzir um processo de uso das TICs em instituições
educacionais, objetivo do NTE.
Procurou-se, a partir destes interesses, aglutinarem forças mínimas e competências
multidisciplinares, criando uma rede de cooperação interna para alimentar uma rede de escolas
no processo de introdução ao uso das TIC.
Nesse contexto, a equipe definiu e vem cumprindo, como metas no NTE Samambaia,
produzir algumas ferramentas significativas: Construção de sistema de gestão; produção de
objetos de aprendizagem e construção de site com domínio próprio, a serem utilizados pelas
escolas e pelos professores nos laboratórios de informática.
Estas ferramentas estão em processo de construção, alguns objetos de aprendizagem
finalizados e em teste, um site com layout já definido e sendo alimentado com os conteúdos
propostos. Um sistema também em teste e com previsão de implantação para o início do ano de
2011.
O exíguo tempo para a conclusão deste TCC pode não permitir apresentar relatórios mais
objetivos da produção, porém, pode-se dizer que elas representam uma necessidade sentida em
anos de prática de sala de aula, de coordenação de laboratório de informática e de atuação em
NTE para muitos profissionais da educação.
O que se entende como experiência interessante e muito produtiva é que as ferramentas
propostas são construídas por uma equipe de NTE formada por alunos, coincidentemente todos
universitários, (graduandos, graduado e pós- graduado) que une na equipe, exatas e humanas,
para atender a necessidades da educação básica na rede pública de ensino.
Trata-se de ferramentas propostas por pessoas que pensam conjuntamente essa instância,
que é o Núcleo de Tecnologia. O que leva a uma complementaridade saudável do processo de
32
construção e dos resultados alcançados para um processo de gestão. Como diz Flávia Santoro
em Aprendizagem cooperativa:
“As pesquisas sobre técnicas, teorias e sistemas inovadores sobre melhorias no processo de
aprendizagem têm como objetivo este processo, qualquer que seja o contexto em que ele se
aplique. Os estudos recentes tentam provar a competência das técnicas cooperativas para
aprimorar tal processo. Eles mostram que o trabalho cooperativo produz bons resultados em
termos de forma e de qualidade daquilo que se aprende, e existe um ganho adicional, à
medida que os indivíduos também desenvolvem habilidades para o próprio trabalho em
equipe, que é uma condição importante em termos profissionais nos dias
atuais.”(SANTORO.2010)
Assim todos estão aprendendo com a sua produção e sua produção em equipe vai subsidiar
a aprendizagem no processo de introdução ao uso das TICs nas instituições de ensino. Da mesma
forma, essa experiência vem referendar o que encontramos nas formulações teóricas apresentadas
nos cursos de capacitação Proinfo Integrado.
As orientações enfatizam o uso das TICs em sala de aula utilizando uma metodologia
cooperativa e colaborativa no processo de ensino aprendizagem. O que significa que
pedagogicamente a experiência, em especial para os multiplicadores tem duplo sentido. São
partícipes do paradigma construcionista (PAPERT, 1980, in SALGADO. 2008, p. 143)
A experiência de trabalho efetivo e a observação das práticas em laboratórios de
informática assim como em Núcleos de Tecnologias apontam alguns caminhos fundamentais
para o cumprimento dos objetivos do NTE.
Percebe-se que o processo de capacitação da forma como é disponibilizado através do
proinfo é lento e não atinge a todos os professores. A formação/capacitação ofertada para atender
a demanda espontânea não tem sido suficiente. Ou seja, as inscrições são limitadas a um número
pequeno e o atendimento da procura fica bem pulverizado. O número de multiplicadores nos
NTEs e a metodologia de ensino presencial utilizada são insuficientes para atendimento tanto
para uma demanda livre, como é hoje, como por demanda induzida.
Sem capacitar os docentes dificilmente serão atingidos os objetivos no processo de
introdução ao uso das Tecnologias. Capacitando no ritmo atual levará um tempo enorme e uma
vez que 90% das escolas estão informatizadas, pressupõe-se que o processo de introdução ao uso
das TICs deve ser acelerado ao máximo.
As ferramentas citadas acima, e em desenvolvimento no NTE Samambaia, seja o
ambiente virtual (site com AVA), o sistema de gestão com abertura de chamado técnico e
pedagógico, objetos de aprendizagem, entre outros, representam ferramentas de superação de
muitas das limitações apresentadas. Fazendo-se acompanhar de um bom relacionamento com as
33
comunidades escolares em seus diversos seguimentos e em especial entre gestores e professores.
Não vamos aqui detalhar cada uma das ferramentas citadas em razão das limitações
próprias de um TCC.
No entanto, é importante considerar que recursos como os citados, vêm mostrando
resultados em várias instituições de ensino públicas e privadas.
O próprio MEC através da SEED vem cumprindo os objetivos do PROINFO no que
respeita a produção de ambientes com conteúdo, como o Portal do Professor e o Portal do Aluno.
Ao fazer isso não isentam as demais instituições dessa tarefa, mas sugere o uso das ferramentas,
viabiliza um meio de divulgação de outras produções e apresenta-se como exemplo a ser seguido.
Em ambos os portais serão disponibilizados recursos pedagógicos diversos: OAs, aulas,
projetos, ferramentas interativas como: chat, fórum, grupos, comunidades sociais, os quais
poderão atender a muitas instituições de ensino.
Trata-se de projetos abrangentes que pretende atender em âmbito nacional, porém, não
dará conta das muitas especificidades locais e regionais. Estas deverão ser contempladas por
iniciativas locais, como a proposta pelo NTE Samambaia.
Através destas metas, pretende-se disponibilizar conteúdos que valorizem a cultura local;
disponibilizar links de portais educativos; ser um link nos grandes portais produzidos pelo MEC;
permitir a implantação de sistema próprio de gestão online que facilitarão e fortalecerão a relação
Escola/NTE/Escola.
3.2.1 - Alguns números
No sentido de fundamentar um pouco mais algumas afirmações fez-se um levantamento
de dados complementares que oferecem também subsídios para a proposta de apoio a introdução
ao uso das TIC nas escolas de Samambaia DF. Encontraram-se os seguintes números:
TV e DVD estão em 100% das escolas e estas fazem uso desse recurso muito
frequentemente, chegando a usar várias vezes por semana. Pode-se dizer que na maioria das
escolas esse é o recurso mais utilizado. 50% informaram que possuem pelo menos uma caixa de
DVD Escola e usam semanalmente. Já a TV Escola, somente 25% informaram que possuem, mas
muito raramente usam.
Quanto aos computadores das salas de professores o número de máquinas variam entre 0
a 4 sendo que a maior parte possuem 1 ou 2 computadores e utilizam esse recurso muito
frequentemente.
No DF uma dificuldade se fez sentir, quando o programa que dota as escolas de
computadores nas salas de professores chegou com software proprietário, enquanto nos
34
laboratórios chegaram com software livre.
A dificuldade foi sentida tanto na formação quanto no uso do aplicativo Visual Class que
viera para ser instalado e licenciado para o sistema proprietário, sem que houvesse no curso de
formação uma ênfase a geração de objetos multiplataforma.
O curso de formação muito rápido enfatizara a produção de objetos executáveis, os quais
não podiam rodar diretamente, com a facilidade esperada em sistema livre. Assim muitos
professores, dentre os poucos que procuraram o curso, ficaram decepcionados. Em poucos casos,
o NTE interviu no sentido de oferecer formação complementar.
A situação dos laboratórios de informática ainda não é das melhores, apesar do avanço.
O recebimento de computadores atinge 90% das escolas. No primeiro semestre haviam mais de
50% dos laboratórios fechados, e agora, próximo do final do segundo semestre ainda existem
30% das escolas, que não utilizam o laboratório em razão de diversas pendências, desde a espera
da montagem, falta de internet, infra-estrutura em andamento a falta de pessoal de apoio.
Foi perguntado ao gestor qual profissional ou profissionais de apoio ao uso das TIC seria
necessário e suficiente na Escola hoje, 50% entende que a situação ideal é que haja um
coordenador de TIC, um coordenador de laboratório de informática e pelo menos um bolsista de
apoio em cada turno. 30% entendem que a situação se resolve com um coordenador de laboratório
e um bolsista de apoio em cada turno e 10% entendem que um profissional com dedicação
exclusiva no laboratório pode dar conta da atividade, outros 10% não responderam.
Admitindo a hipótese de dificuldade dos gestores de impulsionar o uso das TIC, em
especial do Computador por falta de familiaridade mínima com a tecnologia; Considerações
feitas principalmente depois de um primeiro levantamento, onde se encontrou mais de 50% de
laboratórios fechados; Decidiu- se por inserir neste levantamento a informação acerca do perfil
de uso do computador para o grupo gestor das escolas.
Surpreendentemente encontrou-se o seguinte resultado: a) 95% das direções têm
facilidade de comunicação via email. Na pior das hipóteses fazem essa comunicação de casa; b)
80% do grupo gestor têm facilidade de uso do computador, sendo que em 20% essa facilidade
está restrita ao diretor e ao vice.
O quadro não é ruim e demonstra familiaridade do grupo gestor com a tecnologia, não
refletindo esse comportamento em causa para um não incentivo ao uso dos laboratórios de
informática.
Coerente com a proposta do NTE Samambaia, de planejamento para implantação dos
recursos interativos escola/NTE/escola no próximo ano, propôs- se uma sondagem para
35
identificar, quem na visão do grupo poderia ser o contato mais direto do NTE na escola:
O Supervisor Pedagógico obteve a maior número de indicação dentre os membros das
equipes gestoras para representar a escola nessa relação com o NTE; em segundo lugar o
Coordenador Pedagógico; em terceiro o Vice Diretor; em quarto o Supervisor Administrativo e
em quinto o Diretor.
Um resultado coerente com a importância pedagógica da função, embora ela tenha
também o seu caráter técnico administrativo no que respeita a gestão das tecnologias na escola.
O índice de professores participantes das capacitações não foi muito significativo e aponta
para as causas de muitas dificuldades sentidas pelos professores quanto ao uso do laboratório de
informática na escola: 70% das escolas tiveram professores participando de formação na área de
TIC, nos últimos dois anos, o número de professores por escola, no entanto, é muito pequeno, na
maioria das escolas um ou dois professores e em outras poucas com no máximo seis professores,
insuficiente para promover uma mudança de comportamento no ritmo necessário.
3.3 - Samambaia rumo à inclusão
Os parâmetros Curriculares Nacionais PCNs desde o início do século XXI (2002) já
sugerem o uso das TIC de forma contextualizada. Observando, portanto o ambiente social no
qual está inserida a escola. Encarando desafios voltados à produção intelectual, onde o aluno
passa a ser produtor de conhecimento e a ação docente passa a ser uma ação dialógica, onde
professores e alunos aprendem a aprender. Tanto práticas pedagógicas quanto TIC são práticas
sociais de comunicação, portanto, devem estar conectadas às políticas educacionais coerentes
com as transformações da sociedade.
[...] a opção por integrar os campos aos processos tecnológicos próprios de cada área, resulta
da importância que ela adquire na educação geral – e não mais apenas na profissional. A
tecnologia é o tema por excelência que permite contextualizar os conhecimentos de todas as
áreas e disciplinas no mundo do trabalho. [...] não se trata apenas de dar significado ao uso
da tecnologia, mas de conectar os inúmeros conhecimentos com suas aplicações tecnológicas
[PCN- MEC-CENTEC- 2002].
Às vezes, no entanto, nos percebemos rumo à exclusão em vez de o contrário. Como
apontam as autoras Maria Luiza Belloni & Nilza Godoy Gomes no texto: Infância, Mídias e
Aprendizagem: Autodidaxia e Colaboração:
“[...] duas características marcantes da sociedade brasileira: a desigualdade e a exclusão.
Consideramos este fenômeno determinante para a compreensão da situação social da infância
brasileira: a exclusão de uma grande parte das crianças e adolescentes dos benefícios sociais
mais fundamentais, inclusive aqueles legalmente garantidos na Constituição e no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA): proteção, provisão, acesso à educação e à comunicação de
qualidade (o que, teoricamente, asseguraria o terceiro “p”, de participação).“
36
Tal situação gera mecanismos de desigualdade que se acumulam se auto-reproduzem e
se reforçam, à medida que os sujeitos infantis e juvenis avançam em seus processos de
socialização.
Assim, quando a criança muito pobre chega à escola, aos seis ou sete anos, ela já traz
consigo as marcas de sua condição social de desigualdade e exclusão do universo letrado ao qual
pertence a escola.
Ao privar o aluno do uso da tecnologia de que dispõe a sociedade, seja por qual for o
motivo, se está contribuindo para distanciá-lo ainda mais dos seus direitos e deveres e de sua
formação como cidadão responsável.
Em uma comunidade, ou sociedade diferenciada, onde uns possuem acesso aos meios
que os incluem e outros por não possuírem são excluídos.
“Estamos formando os “excluídos por dentro”(Bourdieu, 1993), muitas vezes ignorados
pelos professores, que não sabem como lidar com estes alunos. Sua presença é às vezes
percebida pelos professores como signo do fracasso da escola e, pelos colegas, como
diferente, incongruente, pois destas crianças não se exige o mesmo que para todas as outras.
(...)
Os alunos percebem que não sabem e isso bloqueia novas aprendizagens. Têm baixa auto-
estima, se sentem inferiorizados. Se auto-rotulam como incapazes de fazer... Outros não estão
“nem aí”, não se “ligam” que precisam aprender alguma coisa; a participação em sala de aula
é quase nula; a escola pouco pode fazer, precisariam de ajuda especializada.(...)
E finalmente sugerem as autoras que houvesse
“... novos modos de aprender com as TIC. A escola poderia e deveria funcionar no sentido
de compensar tais desigualdades, oferecendo a crianças e jovens desfavorecidos os meios de
ingressar no mundo do letramento e da “cultura digital”.
“Deveria também aperfeiçoar métodos, técnicas e conteúdos para estar mais em
sintonia com “os mundos sociais e culturais da infância”, criados por crianças e adolescentes,
especialmente os das classes sociais favorecidas, já perfeitamente incluídos na “cultura
digital” e capazes de perceber, às vezes com uma clareza surpreendente, o fosso tecnológico
que separa a escola da vida social. Para isso, é necessário não apenas investir em
equipamentos e formação de professores, mas antes de tudo re-inventar a pedagogia com
base em estudos e pesquisas que ajudem a compreender como as crianças aprendem hoje.”
Essa perspectiva representa o caminho sugerido pelo processo de introdução ao uso das
TIC, do qual todos os NTEs, de uma forma ou de outra fazem parte.
Pode ser que com uma melhor estrutura e com as novas ferramentas propostas
anteriormente, tenha o NTE a possibilidade de criar oportunidades para iniciar mais um passo e
descobrir novos caminhos para a reinvenção permanente da pedagogia.
37
Conclusão
Pode-se afirmar que as escolas públicas da Diretoria Regional de Ensino de Samambaia
possuem equipamentos para a introdução ao uso das TIC na educação.
No entanto, verificou-se que uma série de fatores contribui para que esse processo não
aconteça em muitas escolas ou aconteça de forma muito tímida. Sejam fatores estruturais
decorrente da relação entre esferas de governo no cumprimento das contrapartidas do programa
proinfo, sejam conjunturais de âmbito local, onde cada escola tem suas especificidades.
Assim, no ensino-aprendizagem, as TIC disponíveis são timidamente utilizadas pelos
professores.
O fato de o NTE Samambaia ter se surpreendido em dado momento, com mais da
metade dos laboratórios fechados mostrara que algo não estava bem.
É comum que o atendimento das escolas pelo NTE seja um atendimento por demanda
espontânea. No entanto, face aos resultados de levantamentos e as razões encontradas para o
fechamento dos laboratórios, foi adotado um planejamento para o desenvolvimento das
ferramentas citadas com vistas a uma prática de acompanhamento mais interventivo e preventivo.
Constatou-se a necessidade de adotar uma postura indutora do processo de introdução
ao uso das TICs no momento em que se promoveu uma série de visitações. Percebeu-se que em
muitas escolas as bases para o seu uso ainda não foram construídas. Sequer motivação para a
implantação dos laboratórios recebidos fora perceptível.
Um ambiente de desenvolvimento no NTE Samambaia foi a estratégia encontrada para
a busca de solução a médio e longo prazo. Propõe-se a partir dele: Produzir objetos de
aprendizagem; Site com AVA para auxiliar as oficinas e tornar pequenos cursos presenciais, em
semipresenciais; Facilitar a interação com as escolas; Organizar links importantes; Implantar um
sistema de gestão com abertura de chamado técnico e pedagógico.
Instrumentos coerentes com a tecnologia disponível; com a política adotada pelo
Proinfo; com os objetivos previstos para os NTEs no DF.
São grandes as possibilidades e enormes as necessidades, a depender de algum esforço
no sentido de cumprir o tripé de contrapartida do Estado em relação ao Proinfo.
38
Referência Bibliografica
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REPERCUSSÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA,
Relatório de Pesquisa 195-TC-C2, MARIA DAS GRAÇAS MONTEIRO BARBOSA.
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http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro/2sf.pdf. Arquivo capturado em 12 de outubro de
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n. 60, 01 jun. 2010. Mensal. Disponível em:
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Ministério Da Educação. RESOLUÇÃO/FNDE/CD/Nº 17 DE 10 DE JUNHO DE
2010: PROUCA. e anexos de I a V. Disponível em:
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Coordenação Estadual do Proinfo - Seeduc - Rj. Orientações para criação do NTM - Proinfo:
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SCHENKEL, Maria Herminia Benincá. A integração das tecnologias educativas no ensino
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VALENTE, José Armando (org.). O computador na sociedade do conhecimento.
Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 1999.
44
Ilustrações e Figuras
Figura 1 – Estrutura básica predominante de NTE e/ou NTM nos Estados. (RIO
DE JANEIRO. 2010)
ANEXO I
O Distrito Federal subdivide-se em 30 Regiões Administrativas (RA):
Nº da Região Administrativa
Nome da Região Administrativa
Nº da Região Administrativa
Nome da Região Administrativa
RA I Brasília RA XVI Lago Sul
RA II Gama RA XVII Riacho Fundo
RA III Taguatinga RA XVIII Lago Norte
RA IV Brazlândia RA XIX Candangolândia
RA V Sobradinho RA XX Águas Claras
RA VI Planaltina RA XXI Riacho Fundo II
RA VII Paranoá RA XXII Sudoeste/Octogonal
RA VIII Núcleo Bandeirante RA XXIII Varjão
RA IX Ceilândia RA XXIV Park Way
RA X Guará RA XXV SCIA - Setor Complementar de
Indústria e Abastecimento RA XI Cruzeiro RA XXVI Sobradinho II
RA XII Samambaia RA XXVII Jardim Botânico
RA XIII Santa Maria RA XXVIII Itapoã
RA XIV São Sebastião RA XXIX SIA
RA XV Recanto das Emas RA XXX Vicente Pires
45
ANEXO II
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO GERÊNCIA DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL DE SAMAMBAIA
LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE SITUAÇÃO DE LABORATÓRIOS PROINFO – MEC DAS ESCOLAS DE SAMAMBAIA
NTE/SAMAMBAIA / março/2010
------------------------------------------ ------------------------------------------------------------------------
Escola Laboratório ( )sim ( ) não
Quant. Maq Rede lógica Rede elétrica Internet Observação
1. CEE 01
2. CEF 01 (ME)
3. CAIC AS
4. CAIC HR
5. CEF 120
6. CED 123
7. CEF 312
8. CEF 411
9. CEF 427
10. CEF 504
11. EC 121
12. EC 108
13. CEF 507
14. CEF 519
15. EC 111
16. EC 303
17. CEM 304
18. CEI 307 ANTIGA EC 307
19. EC 317
20. EC 318
21. EC 325
22. EC 403
23. CEM 414
24. CEF 619
25. EC 415
26. EC 412
27. EC 604
28. EC 511
29. CEF 404
30. EC 410
31. EC 407
32. EC 425
33. EC 419
34. EC 512
35. EC 510
36. EC 501
37. EC 431
38. EC 614
39. EC 831
46
ANEXO III
INFORMAÇÕES GERAIS Sobre Situação do LAB. INFO e Programas Educação Integral e PMF
NOME DA ESCOLA
POSSUI EDUCAÇÃO INTEGRAL ( )SIM ( )NÃO
POSSUI LABORATÓRIO DE
INFORMÁTICA?
( )SIM ( )NÃO
O LABORATÓRIO ESTÁ FUNCIONANDO? ( )SIM ( )NÃO
SE A RESPOTA ANTERIOR FOR NÃO:
PORQUE?
POSSUI O PROGRAMA PORTUGUES E
MATEMÁTICA EM FOCO?
( )SIM ( )NÃO
INFORMAÇÕES SOBRE OS BOLSISTAS DA ESCOLA NOME FORMAÇÃO ATUA EM
LABORATÓRIO?
CONHECIMENTO
EM INFORMÁTICA
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( ) INTERMEDIÁRIO ( )
AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( ) AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( ) INTERMEDIÁRIO ( )
AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( ) AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( ) BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( )
AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( ) AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( ) BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( )
AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( )
BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( ) AVANÇADO ( )
( )SIM ( )NAO NENHUM ( ) BÁSICO ( )
INTERMEDIÁRIO ( )
AVANÇADO ( )
Junho - 2010
47
Anexo IV
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA SOBRE USO DAS TIC NAS ESCOLAS
- oubutro/2010 Escola: _____________________
Questões a serem respondidas pelas escolas (direção e professores)
1 - Quais recursos de TIC a escola possui?
( )TV ( ) DVD ( ) Cx DVD Escola ( ) TV Escola ( ) Computadores na sala dos professores
Quantos computadores na sala dos professores? ( )
( )Laboratório de Informática ( ) Quantos terminais no laboratório
Quantas caixas de DVD Escola (0) (1) (2) (3)
2 - Com que frequência são utilizados?
TV
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
DVD
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
DVD Escola
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
TV Escola
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
Computadores na sala dos professores ( )
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
Laboratório de Informática
( ) Nunca ( ) muito raramente ( ) mensal ( ) 1 vez por semana ( ) mais de uma vez por semana
3 – Sobre o profissional de apoio ao uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na IE será
necessário: (Marque uma ou mais alternativas)
A) ( ) Um profissional com atuação exclusiva no laboratório de informática?
B) ( ) Um coordenador de TIC?
C) ( ) Dois bolsistas estagiários, atuando um em cada turno no laboratório de informática?
D) ( ) Outras alternativas:_______________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
6 - No seu entendimento qual a importância dos computadores, no administrativo e no pedagógico da
sua escola hoje?
Administrativo: - ( ) muito importante ( ) importante ( ) nenhuma importância
Pedagógico: - ( ) muito importante ( ) importante ( ) nenhuma importância
7 - A direção tem facilidade de uso do e-mail para comunicação?
( ) Sim ( ) não
8 - No grupo gestor quem tem facilidade de uso do computador? (Marque uma ou mais alternativas)
( ) Diretor(a) ( )Vice Diretor(a) ( ) Sup. Pedagógico(a) ( ) Sup. Administrativo(a) ( ) Coordenador(a)
Pedagógico(a) ( ) outro: __________________________________________________________________
9 - O NTE está desenvolvendo um sistema de abertura de chamado técnico e pedagógico que pretende
contribuir para melhorar a interação NTE / Escola. Quem você indicaria para representar a escola
nessa interação? (Marque uma ou mais alternativas)
( ) Diretor(a) ( )Vice Diretor(a) ( ) Sup. Pedagógico(a) ( ) Sup. Administrativo(a) ( ) Coordenador(a)
Pedagógico(a) ( ) outro: ___________________________________________________________________
Outro: ________________________________________________________________________________
10 – A escola tem ou teve professores participando de formação na área de TICs?
( ) Proinfo Integrado ( ) Português e Matemática em Foco ( ) Visual Class ( ) Outra formação
Qual?____________________________________ Total de professores participantes: ________________
11 – Na escola tem professores que desenvolvem atividades pedagógicas com edição de vídeo ( )sim ( )não
48
ANEXO V
A Secretaria Municipal de Educação de Terezina – PI (BRASIL-PIAUI,
2010) apresenta um histórico do programa muito ilustrativo que não poderíamos
deixar de citar aqui:
“Janeiro de 2005
Reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. O professor Nicholas
Negroponte, do MIT, apresenta aos participantes a idéia inovadora de fabricar um
“laptop de 100 dólares”. Naquele mesmo ano, Negroponte e sua equipe
fundariam a organização OLPC (One Laptop Per Child).
Junho de 2005
Negroponte e o educador Seymour Papert apresentam, em Brasília, a idéia do
laptop educacional ao presidente Lula, que decide criar um grupo de trabalho para
avaliar a solução.
Julho de 2005
Formação de um grupo técnico formado por três institutos de pesquisa (CERTI,
USP e CenPRA) para avaliar, do ponto de vista pedagógico e tecnológico, a
solução proposta pelo MIT.
Julho de 2005
Missão técnica formada por representantes ministeriais e membros dos institutos
de pesquisa discute, na sede do MIT em Boston/EUA, detalhes do projeto OLPC.
Julho de 2005 a Julho de 2006
Conclusão dos trabalhos do grupo técnico apontam para a necessidade de
realização de experimentos em escolas, além do amadurecimento da solução da
OLPC e da entrada de novos fornecedores.
Fevereiro de 2007
Formalização do projeto Um Computador por Aluno por meio de documento
denominado Projeto Base do UCA.
Março de 2007
Criação de um grupo de trabalho formado por professores para definir as
diretrizes pedagógicas do UCA.
Março de 2007 a Agosto de 2007
Três fabricantes de equipamentos (Intel, OLPC-Quanta e Encore) fazem doações
de máquinas para a realização de experimentos de uso de laptops pelos alunos.
Março de 2007 a Agosto de 2007
Início dos experimentos nas cinco escolas escolhidas para participar da fase 1 do
projeto.
Novembro de 2007
Lançamento do primeiro edital para compra dos laptops.
Dezembro de 2007
Primeiro pregão para a compra dos laptops. Devido ao alto valor das ofertas, o
governo decide suspender o processo licitatório e negociar preços mais baixos.
Janeiro de 2008 a Dezembro de 2008
Reuniões mensais do GTUCA para consolidação dos planos de formação,
avaliação e monitoramento do Projeto UCA.
Novembro de 2008
Encontro nacional dos experimentos, realizado em São Paulo. Participação de
alunos, professores e gestores das cinco escolas participantes.
Dezembro de 2008
Segundo pregão para a compra dos equipamentos.
Janeiro a Dezembro de 2009
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Em 2009 foram iniciados os trabalhos de avaliação e consolidação dos cinco
experimentos iniciais, inaugurados em 2007. Mediante o projeto Preparando para
expansão: Lições da experiência piloto brasileira na modalidade um para um,
financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pesquisadores
das cinco escolas produziram relatórios que cobrem os principais aspectos do
UCA, e que servirão de insumos para a replicação das experiências na fase de
ampliação.
Ao todo, cada experimento produziu três relatórios com os seguintes temas:
Descrição e contexto da escola;
Relatório de Infra-estrutura e questões técnicas;
Problemas e soluções relacionados à gestão da escola.
Além dos relatórios, também estão sendo finalizados relatos das experiências
educativas relacionadas ao uso dos equipamentos.
Janeiro de 2010
O ano de 2010 se inicia com a conclusão do processo de licitação para a compra
dos equipamentos, iniciado em dezembro de 2008. A vencedora do pregão foi a
CCE, que aceitou oferecer os laptops a um custo unitário de cerca de R$ 550,00.
O equipamento possui as seguintes características:
Tela de cristal líquido de sete polegadas;
Capacidade de armazenamento de 4 gigabytes;
512 megabytes de memória;
Bateria com autonomia mínima de três horas;
Peso de 1,5 kg.
Formação e pesquisa
Para receber os computadores, as escolas devem passar por uma adequação na
infra-estrutura e, o mais importante, pela formação dos professores. Para isso, o
GTUCA elaborou um plano de formação que contará com o apoio das
Instituições de Ensino Superior e dos Núcleos de Tecnologia Educacional dos
Estados, (Distrito Federal)6 e Municípios (NTE/NTM). As IES também serão
responsáveis pela pesquisa relacionada ao uso dos equipamentos durante a fase
piloto.
Medida Provisória oficializa a criação do UCA.
Medida Provisória 472/09, de 15 de dezembro de 2009, trata, entre outros
assuntos, da criação do programa Um Computador por Aluno, bem como da
instituição de um regime especial para a compra de computadores voltados ao uso
educacional, o RECOMPE.” (BRASIL, 2010)
6 Inserção nossa. (Distrito Federal) – no Distrito Federal NTE = Núcleo de Tecnologia Educacional
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Anexo VI
Abreviaturas
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem
CEF – Centro de Ensino Fundamental
CEM – Centro de Ensino Médio
CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras
CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CIED – Coordenação de Informática na Educação
DRE – Diretoria Regional de Ensino
DREs – Diretorias Regionais de Ensino
EAD – Ensino A Distância
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
GARC – Gratificação de Atividade de Regência de Classe
GESAC – Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão
GTUCA – Grupo de Trabalho do Programa UCA
IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados
LIEs – Laboratórios de Informática das Escolas
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
MEC – Ministério da Educação
MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts
NMP – Núcleo de Monitoramento Pedagógico
NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional (no DF)
NTE – Núcleo de Tecnologia Estadual (nos demais Estados)
NTM – Núcleo de Tecnologia Municipal
OAs – Objetos de Aprendizagem
OLPC – One Laptop Per Child (Um Computador Por Aluno)
ONGs – Organizações Não Governamentais
PIS/PASEP – Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público
PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação
PROUCA – Programa Um Computador Por Aluno
RA – Região Administrativa
RAs – Regiões Administrativas
SEED – Secretaria de Estado de Educação
SEED – Secretaria de Educação a Distância
SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados
SIGETEC - Sistema de Gestão Tecnológica
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação
UCA – Um Computador por Aluno