NECESSIDADE DE ELIMINAR 2010(4)

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NECESSIDADE DE ELIMINAR NECESSIDADE DO ORGANISMO EM REJEITAR AS SUBSTANCIAS INUTEIS E PREJUDICIAIS RESULTANTES DO METABOLISMO João Manuel Garcia do Nascimento Graveto, RN, MSc, PhD Escola Superior de Enfermagem de Coimbra 2010 “Eliminação é um tipo de função com as características específicas: movimento e evacuação de resíduos sob a forma de excreção.” (CIPE/ICNP, 2003, pág. 25) Rim Intestino Pele Pulmão Útero FACTORES QUE INFLUENCIAM A SATISFAÇÃO DA NECESSIDADE BIOLÓGICOS/FISÍCOS Alimentação; Exercício: Idade; Horário. PSICOLÓGICOS: Emoções/Ansiedade/Stress SÓCIOCULTURAIS E AMBIENTAIS - Normas Sociais e Culturais - Plano de saúde comunitária Focos da Prática de Enfermagem Autocuidado: “É um tipo de acção realizada pelo próprio com as características específicas: tomar conta do necessário para se manter, manter-se operacional e lidar com as necessidades individuais básicas e intimas e as actividades de vida.” (CIPE/ICNP, 2003, pág. 55) Autocuidado: Ir ao Sanitário “(...) é um tipo de autocuidado com as características específicas: levar a cabo as actividades de eliminação, fazendo a sua própria higiene íntima, limpar-se depois de urinar ou evacuar, deitar fora os produtos de eliminação, por exemplo puxar o autoclismo de maneira adequada, no sentido de manter o ambiente limpo e evitar a infecção.” (CIPE/ICNP, 2003, pág. 56) Focos da Prática de Enfermagem “Eliminação intestinal - é um tipo de eliminação com as características específicas: movimento e evacuação das fezes pela defecação, habitualmente uma vez por dia e em fezes moles e moldadas.”(CIPE/ICNP, 2003, pág. 25) “Eliminação vesical - é um tipo de eliminação com as características específicas: fluxo e excreção da urina por meio de micção, habitualmente 4/6 vezes durante o período diurno, com uma quantidade média excretada de aproximadamente 1000 a 2000 ml nas 24 horas em condições dietéticas normais.”(CIPE/ICNP, 2003, pág. 25) Eliminação R.N. Cr. Adulto Idoso Vesical Transparente/ Amarela clara Cor pH 4.5 a 7.5 ligeiramente ácida Densidade 1003 e 1030 (conc. solutos disssolvidos) Quantidade 30 a 300ml/dia 500 a 1200ml/dia 1200 a 1400ml/dia 1200 a 1400ml/dia Frequência Micção frequente 4 a 5 vezes/dia 5 a 6 vezes/dia 6 a 8 vezes/dia Intestinal Cor Mecónio/ amarela Castanha Consistência Moldáveis Frequência 1 a 2 vezes/dia 1 vez/dia ou em dois dias Sudorese Quantidade/odor Mínima. Varia segundo alimentação, clima, condições de higiene

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NECESSIDADE DE ELIMINAR

NECESSIDADE DO ORGANISMO EM REJEITAR AS SUBSTANCIAS INUTEISE PREJUDICIAIS RESULTANTES DO

METABOLISMO

João Manuel Garcia do Nascimento Graveto, RN, MSc, PhD

Escola Superior deEnfermagemde Coimbra

2010

“Eliminação é um tipo de função com as características específicas: movimento e evacuação de resíduos sob a forma de excreção.” (CIPE/ICNP, 2003, pág. 25)

Rim

Intestino

Pele

Pulmão

Útero

FACTORES QUE INFLUENCIAM A SATISFAÇÃO DA NECESSIDADE

BIOLÓGICOS/FISÍCOS– Alimentação;– Exercício:– Idade;– Horário.

PSICOLÓGICOS: Emoções/Ansiedade/Stress

SÓCIOCULTURAIS E AMBIENTAIS- Normas Sociais e Culturais - Plano de saúde comunitária

Focos da Prática de Enfermagem

Autocuidado: “É um tipo de acção realizada pelo próprio com as características específicas: tomar conta do necessário para se manter, manter-se operacional e lidar com as necessidades individuais básicas e intimas e as actividades de vida.” (CIPE/ICNP, 2003, pág. 55)

Autocuidado: Ir ao Sanitário

“(...) é um tipo de autocuidado com as características específicas: levar a cabo as actividades de eliminação, fazendo a sua própria higiene íntima, limpar-se depois de urinar ou evacuar, deitar fora os produtos de eliminação, por exemplo puxar o autoclismo de maneira adequada, no sentido de manter o ambiente limpo e evitar a infecção.”(CIPE/ICNP, 2003, pág. 56)

Focos da Prática de Enfermagem

“Eliminação intestinal - é um tipo de eliminação com as características específicas: movimento e evacuação das fezes pela defecação, habitualmente uma vez por dia e em fezes moles e moldadas.”(CIPE/ICNP, 2003, pág. 25)

“Eliminação vesical - é um tipo de eliminação com as características específicas: fluxo e excreção da urina por meio de micção, habitualmente 4/6 vezes durante o período diurno, com uma quantidade média excretada de aproximadamente 1000 a 2000 ml nas 24 horas em condições dietéticas normais.”(CIPE/ICNP, 2003, pág. 25)

Eliminação R.N. Cr. Adulto Idoso

VesicalTransparente/ Amarela claraCor

pH 4.5 a 7.5 ligeiramente ácida

Densidade 1003 e 1030 (conc. solutos disssolvidos)

Quantidade 30 a 300ml/dia 500 a 1200ml/dia 1200 a 1400ml/dia 1200 a 1400ml/dia

Frequência Micção frequente 4 a 5 vezes/dia 5 a 6 vezes/dia 6 a 8 vezes/dia

IntestinalCor Mecónio/ amarela Castanha

Consistência Moldáveis

Frequência 1 a 2 vezes/dia 1 vez/dia ou em dois dias

SudoreseQuantidade/odor Mínima. Varia segundo alimentação, clima, condições de higiene

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Características da urina (Cont.)

Urina• Principais constituintes: água, ureia e eletrólitos (Na, Cl, etc.)• 50/70 ml/hora de urina 1200 ml a 1400 ml/24horasVolume• Oligúria diminuição da produção urina (<400ml/24 horas)• Anúria ausência de formação de urina (< 100 ml/24 horas)• Micção normal 250-500 mlCor• Normal Amarelo pálido/claro• Hemática presença de sangue, vermelho escuro ou fumada• Amarelo escuro concentrada ou presença bilirrubina• Amarelo vivo ingestão caroteno• Piúria presença de pús

Características da urina

Aspecto• Transparente• Turva em contacto com o ar• Se a urina fresca se apresenta turva bactérias, líquido prostático ou

esperma

Cheiro• Urina fresca cheiro característico• Cheiro amoniacal contacto ar• Se infectada cheiro desagradável• Cheiro adocicado presença acetona ou corpos cetónicos

pH 4,5-7,5; densidade 1003 e 1030 (conc. solutos disssolvidos)

TERMINOLOGIA DE INDEPENDÊNCIA

Defecação: Evacuação de matéria fecal;

Diurese: Quantidade de urina eliminada/dia;

Micção: Emissão de urina;

Fezes: Matéria fecal eliminada pelo intestino;

Suor: Produto de secreção das glândulas sudoríparas;

Urina: Líquido claro, transparente evacuado pela uretra.

IntervenIntervençções de Enfermagem ões de Enfermagem para manter a Independênciapara manter a Independência

Explorar os hábitos de eliminação do cliente; Planear horários de eliminação; Ensinar sobre a importância de:

Eliminação regular; Técnicas de relaxamento e privacidade; Identificar factores que podem influenciar/modificar a

eliminação (medicamentos, bactérias, ...); Higiene adequada; Exercício físico; Posicionamento; Alimentos que favorecem a eliminação/Dieta.

Manutenção Padrão normal do Sist. Urinário

• Ingerir 1000/1500ml líquidos aumento de produção de urina diminuição do risco de produção de cálculos e infecção urinária

• Exercício físico tonicidade músculos abdominais• Atenção à privacidade relaxamento• Aliviar o desconforto (dor aumenta a tensão muscular, reduz

a concentração para o relaxamento)• Atenção ao posicionamento decúbito dorsal dificulta micção

» Efeito de gravidade, redução da pressão abdominal• Atenção ao efeito de sugestão (som da água a correr,

mergulhar mãos)• Ensino sobre a eliminação

– (funcionamento sist. Urinário, factores influenciam micção, sinais e sintomas relacionados problemas micção, métodos para prevenir/resolver problemas, actividades auto-cuidado na manutenção de um padrão normal de eliminação)

TERMINOLOGIA DE DEPENDÊNCIAObstipação: Ou prisão de ventre - fezes sólidas, pequenas, pouco frequentes ou difíceis de serem expelidas, com a sensação de evacuação incompleta.

Diarreia: Evacuação de fezes líquidas e frequentes

Fecaloma: Acumulação de matéria fecal por diminuição de líquido;

Flatulência: Presença de gases no estômago e/ou intestino;

Meteorismo: Dilatação abdominal resultante dos gases contidos no intestino;

Cólicas: Dores provocadas por movi/s peristálticos exagerados;

Incontinência: Emissão involuntária de fezes, urina ou ambas;

Tenesmo: Sensação de defecar sem resultado;

Amenorreia: Ausência de menstruação;

Dismenorreia: Menstruação dolorosa;

Menorragia: Hemorragia uterina excessiva em quantidade e duração;

Metrorragia: Hemorragia fora do período menstrual;

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TERMINOLOGIA DE DEPENDÊNCIA (cont.)Retenção Urinária: Acumulação de urina na bexiga; Globo vesícal: Distensão vesical causada por retenção urinária;

Enurese: Emissão involuntária/inconsciente de urina durante a noite;

Nictúria: Emissão de urina de noite;

Anúria: Ausência de urina na bexiga por défice de produção de urina nos rins;

Disúria: Emissão de urina difícil e dolorosa;

Polaquiúria: Necessidade frequente de urinar;

Oligúria: Diminuição da quantidade de urina em 24 horas (diminuição da formação de urina);

Poliúria: Emissão de urina em quantidade superior ao normal;

Albuminúria: Presença de albumina na urina;

Glicosúria: Presença de glicose na urina;

Hematúria: Presença de sangue na urina.

Eliminação Vesical

Sistema Urinário

Volume H2O Equilíbrio hidro-eletrolítico H2O, Na, K

Eliminação Vesical Sistema Urinário

Sistema Urinário•Dois rins,

•Dois ureteres,

•Uma bexiga,

•Uma uretra

•Dos cerca de 5 litros de sangue bombeados pelo coração a cada minuto, aproximadamente 1.200 ml, pouco mais de 20% deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos nossos rins.

Eliminação Vesical• Cada rim é composto por 1 milhão nefrónios (unidade funcional

rim)

• É no nefrónio que o sangue é filtrado e os eletrólitos, H2o e outras subst. são segregadas, excretadas ou absorvidas

• 1200 ml de sangue passam pelo rim /minuto

• O glomérulo constituído pelo novelo de capilares envolvido pela cápsula de Bowman e o sist. de túbulos filtram 125/130 ml/minuto

• 98% do filtrado glomerular é reabsorvido (H2O, NaCl, creatinina, glicose, aminoácidos, lactato e vit. C)

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Eliminação Vesical Eliminação Vesical

Eliminação Vesical Eliminação Vesical

• A produção de urina é 1 a 2 ml/minuto

• O aumento da pressão interior bexiga 150 a 300 ml

• Distensões repetidas>=1000 ml risco perda tonicidade

Eliminação Vesical

Reflexo de micção (aspectos que influenciam…)

Aumento da pressão intravesical

Estímulo dos receptores do detrusor

Espinal medula

Revolução de impulsos

Relaxamento

Micção

Eliminação Vesical

Atenção tamanho da uretra (do colo vesical ao meato)• Homem 20 cm• Mulher 3-5 cm

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Eliminação Vesical Eliminação Vesical

Eliminação Vesical Alterações do Sist. Urinário

• Alterações estrutura e funcionamento S.U.– A partir dos 70 anos redução 1/3 a ½ nefrónios

redução 30% peso rim degeneração nefrónios

• A taxa de filtração renal decresce 6%/década• Perda tonicidade muscular e redução capacidade• Esvaziamento incompleto/aumento Vol. Residual

infecção urinária• Hipertrofia prostática obstrução urinária e insuficiência

renal

Pesquisa na Urina

Glicose e corpos cetónicos• Glicosúria e cetonúria por glicémia

elevada/falta de insulina/metabolização das gorduras

Sangue• Hematúria macroscópica ou microscópica

Nitritos e leucócitos• Infecção urinária

Colheita de UrinaAnálise à urina•• SumSumááriaria primeira micção (+

conc.)•• UroculturaUrocultura

– Colheita do jacto médio– Punção na S.V. em doentes

algaliados;(M) Higiene perineal de frente

para trás (H) Higiene glande Técnica asséptica para não

contaminar a urinaFazer ensino

•Frasco esterilizado•Retracção prepúcio•Afastamento dos grandes lábios

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Retenção urináriaA produção de urina é normal mas é retida por razões:• Mecânicas

– Cálculos

– Traumatismos

– Inflamações

– Estenoses uretrais

• Funcionais

– Ansiedade

– Bexiga neurogénica

– Tensão muscular, medicamentos anestésicos, sedativos e narcóticos

– Atrofia do detrusor

Retenção urináriaO que procurar?O que procurar?• Padrão urinário

• Queixas de dor/ardor à micção

• Frequência, volume da micção

• Cor e aspecto da urina

SinaisSinais:• Sinal cardinal ausência de urina

• Emissão frequente pequenas quantidade urina

• Distensão da bexiga, palpação, elevação acima da sínfise púbica

• À percussão assemelha-se ao som emitido por um tambor

Intervenção:• Promoção relaxamento, posicionamento e sugestão

• Algaliação

AlgaliaçãoAlgaliação

CATETERISMO VESICALConsiste na introduConsiste na introduçção de uma sonda ou cateter ão de uma sonda ou cateter atravatravéés do s do meatomeato urinurináário atrio atéé àà bexiga, para diversos bexiga, para diversos fins. fins.

Este procedimento pode ser considerado:Este procedimento pode ser considerado:••Curta duraCurta duraçção quando dura entre 7ão quando dura entre 7--10 dias;10 dias;••MMéédia duradia duraçção quando dura cerca de 28ão quando dura cerca de 28--30 dias; 30 dias; ••Longa duraLonga duraçção quando dura mais de 28ão quando dura mais de 28--30 dias.30 dias.

(Baptista, 2002)

Requer tRequer téécnica asscnica assééptica cirptica cirúúrgica, rgica, exceptuandoexceptuando--se a autose a auto--algaliaalgaliaçção intermitenteão intermitente

Medidas que podemMedidas que podemutilizarutilizar--se de forma a estimular a se de forma a estimular a micmicçção ão (sem se recorrer ao (sem se recorrer ao cateterismocateterismo vesicalvesical))

1. Auxiliar o doente a assumir uma posição natural de micção;

2. Assegurar privacidade ao doente;3. Abrir uma torneira de modo a tornar

audível o ruído da água;4. Aplicar um saco de água morna na região

suprapúbica (atender à situação clínica do doente);

5. Aliviar a dor.

(Baptista, 2002)

Sempre que possível, devem ser avaliados mméétodos alternativos ao todos alternativos ao cateterismocateterismo

(de acordo com a situação clínica do doente):

1. Absorventes para incontinentes;2. Preservativo urinário (Pen-rose ou

similar - Figura 1);3. Cateterização suprapúbica;4. Drenagem vesical intermitente ou outras.

Figura 1 - Pen-rose

(Baptista, 2002)

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Dificuldades da Eliminação Vesical

• Infecção urinária (rim, ureteres, bexiga ou uretra)

ardor, urgência e polaquiúrica

• Derivação urinária (hipóspadias)

• Litíase urinária (precipitação subst. Critalinas de ác. úrico, oxalato, cistina)

– Urolitíase (cálculos sist. urinário)

– Nefrolitíase/litíase renal (cálc. no rim)

• Retenção urinária (Produção urina normal mas a urina é retida por razões mecânicas ou funcionais)

ProblemasProblemas da da EliminaEliminaççãoão VesicalVesical

Alterações no Padrão normal do Sist. Urinário

• Incontinência

• Enurese

• Distúrbios motores e sensoriais (tetraplegia, paraplegia, esclerose múltipla)

• Alterações hormonais – período pré-menstrual retenção de líquidos

– período menstrual aumento na produção de urina

– Diminuição estrogénos pós menopausa vaginite, polaquiúria, incontin.

• Alteração do tónus incorrecto esvaziamento vesical

• Estado de hidratação

• Algaliação contínua

Alterações no Padrão normal do Sist. Urinário

• Hábitos ingestão de café, chá e beb. alcoólicas efeito diurético

cafeína, álcool e adoçantes irritante bexiga

• Factores psicossocias (sugestão e ansiedade)

• Factores culturais falta de privacidade

• Medicamentos

– Diuréticos aumentam débito urinário, urgência e incontinência

– Anticolinérgicos inibem contracções vesicais, atenção retenção e refluxo

– Hipnóticos e sedativos diminuem sensação urinar, atenção incontinência

Mecanismos decontaminação

• Microorganismos perineais• Mãos dos doentes e profissionais• Migração retrogada pelo sonda• Soluções e instrumentos contaminados

Intervenções Enfermagem

InfecInfecçção urinão urinááriaria (Dor perianal, vesical ou renal, urina turva, com sedimento e febre– Estimular ingestão líquidos– Estimular a urinar quando com vontade– Baixar pH, dieta, medicamentos– Banho duche ao de imersão– Comunicar os sintomas de IU– Ensino sobre a toma medicação– Ensino sobre aumento diurese e polaquiúria– Ensino sobre higiene perianal (frente/atrás)– Cuecas de algodão ao invés sintéticas (+ humidade)– Evitar calças apertadas, banhos espuma– Urinar antes e após relações sexuais e lubrificar epitélio

vaginal– Se uso de diafragma acidificar urina para evitar infecção U.

Intervenções Enfermagem

Incontinência urinIncontinência urinááriaria– Treino de hábitos (horário de micções entre 2-4 horas)– Treino vesical/readaptação vesical ensino de supressão

da vontade sentar sanita a horas certas– Treino de relaxamento (inspirações lentas e profundas)– Hidratação 1500 ml/dia– Limitar ingestão anoitecer– Evitar/controlar obstipação fecalomas são causa

incontinência– Acessibilidade no idoso– Cuidados à pele (hidratação), pois a humidade constante

irritação e dor– Uso de fraldas

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Intervenções Enfermagem

• Incontinência urinária– Estimular exercícios para a musculatura

pélvica exercícios de Kegel

Indicadores de Risco

• Sistemas de drenagem abertos:– 50% bactiúria nas 1ª 24 horas e 100% aos 4

dias• Sistemas de drenagem fechados:

– 3 a 10% ao dia– 50% aos 10 dias

Exercícios de KegelPara comePara começçar a fazer os exercar a fazer os exercíícios de cios de KegelKegel, , éé importante importante

descobrir os mdescobrir os múúsculos certos. Identifique quais são os sculos certos. Identifique quais são os mmúúsculos correctos utilizando um dos seguintes três msculos correctos utilizando um dos seguintes três méétodos:todos:

• 1. Tente interromper o fluxo de urina quando estiver sentada na sanita. Se o conseguir fazer…significa que está a utilizar os músculos correctos.

• 2. Imagine que está a tentar impedir a saída de gases. Contraia os músculos que utilizaria numa situação dessas. Se sentir uma sensação de "puxar", significa que esses são os músculos correctos para os exercícios pélvicos.

• 3. Deite-se e coloque o dedo dentro da vagina. Contraia-se como se estivesse a tentar interromper a saída de urina. Se sentir o seu dedo apertado, significa que está a contrair o músculo pélvico correcto.

AlgaliaçãoCateterismo Vesical

• É necessário ser-se muito criterioso, pois a algaliação pode levar a:– Alterações crónicas da mucosa– Isquémia tecidular– Infecção nosocomial– Traumatismos– Perda de tonicidade da bexiga– Espasmos, abcessos, fístulas,

inflamações– Infecção urinária

Indicações de Algaliação(podem incluir, mas não se limitam a…)

• Obstrução urinária;• Drenagem de urina no doente com disfunção neurológica da

bexiga com retenção urinária;• Retenção urinária;• Cirurgia urológica e outras cirurgias das estruturas contígua

(ex. para repouso da uretra…);• Medição rigorosa do fluxo ou da eliminação;• Medição do volume urinário residual pós micção;• Realização de exames complementares de diagnóstico

(exames laboratoriais, uretrocistografias, estudos urodinâmicos);

• Administração de medicamentos directamente na bexiga ou irrigação vesical.

• Alterações do estado de consciência• Lesões dos tecidos na região perineal• Politraumatizados graves• Avaliação da pressão intra-abdominal(Baptista,

2002)

O O cateterismocateterismo vesical vesical éé o principal o principal responsresponsáável pelo desenvolvimento de vel pelo desenvolvimento de infecinfecçções nosocomiaisões nosocomiais, uma vez que , uma vez que ééuma manobra invasiva, potencialmente uma manobra invasiva, potencialmente traumtraumáática, não isenta de riscos e que tica, não isenta de riscos e que

representa uma agressão ao trato representa uma agressão ao trato urinurináário inferior: 60% a 80% dos rio inferior: 60% a 80% dos

doentes algaliados contraem infecdoentes algaliados contraem infecçção ão urinurináária (CARDOSO, 1995: 15).ria (CARDOSO, 1995: 15).

(Baptista, 2002)

Page 9: NECESSIDADE DE ELIMINAR 2010(4)

PrevenPrevençção da infecão da infecçção urinão urináária em ria em doentes algaliadosdoentes algaliados

• Avaliação da necessidade de algaliação (com base na avaliação do risco individual do doente – Quadro 1);

• Selecção do tipo de cateter (de acordo com a duração prevista da algaliação);

• Inserção e manutenção asséptica do cateter e sistema;

• Remoção correcta do cateter.

(Baptista, 2002)

Quadro 1 Quadro 1 -- Factores de risco de aquisiFactores de risco de aquisiçção de ITU ão de ITU no doente algaliadono doente algaliado

- Qualidade de cuidados na inserção- Duração da algaliação- Manutenção do circuito fechado de drenagem- Despejo dos sacos de drenagem- Tempo de internamento

- Idade avançada- Género (diferenças anatómicas)- Diabetes- Imunodepressão- Desnutrição- Insuficiência renal

FACTORES DE RISCO EXTRÍNSECOS

FACTORES DE RISCO INTRÍNSECOS

Adaptado de: PORTUGAL. Ministério da Saúde – Recomendações para a prevenção da Infecção do Trato Urinário: algaliação de curta duração. Lisboa: Instituto Ricardo Jorge, 2004. 20p.

CLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS ÃO DOS CATETERES VESICAISCATETERES VESICAIS

Os cateteres vesicais são classificados mediante:a sua composição (material), 1.1. Diâmetro, Diâmetro, 2.2. Comprimento, Comprimento, 3.3. Volume do balão, Volume do balão, 4.4. Forma, Forma, 5.5. NNúúmero de mero de llúúmensmens6.6. DuraDuraçção da permanênciaão da permanência

(Baptista, 2002)

Algaliação

Algálias Cateteres urinários mais usados

• O calibre (nº) é medido na escala Francesa (French – F- nºs das S.V.):– 8-10 crianças– 14-16 Mulheres (…autores 12-

14)– 18-20 homens (…autores 14-

16)

Cateteres que possuem válvula para encher o balão, esta, tem uma cor* representativa como código para cada tamanho: 12F = branco, 14F = verde, 16F = laranja, 18F = vermelho, 20F = amarelo, 22F = violeta e 24F = azul.

*de fabricante para fabricante a cor e tamanho

podem diferir substancialmente.

Figura 2 - Diferentes tipos de cateteres com diferentes lúmens

Page 10: NECESSIDADE DE ELIMINAR 2010(4)

Forma da S.V. (difere essencialmente na extremidade dos cateteres)

Estes podem ser rectosrectos ou curvoscurvos.•• Os de ponta Os de ponta bequillebequille (curvos): passagem

perante uma obstrução parcial da uretra (ex: hipertrofia prostática) e são menos traumáticos.

•• Os de ponta arredondadaOs de ponta arredondada são usados em pessoas sem anomalias ou obstruções anatómicas.

Tipo de sondas• Latéx, silicone• Uma via, dupla via, tripla via• Flexível, rígida e semirígida• Com/sem mecanismos de fixação (balão)• Tipo bequille• Ponta em forma de azeitona, cónica,

redonda

Os cateteres Os cateteres vesicaisvesicais podem ter um, dois podem ter um, dois ou três ou três llúúmensmens consoante o fim a que seconsoante o fim a que sedestinam:destinam:

UUm lm lúúmenmen são adequados a drenagem de conteúdo sólido ou denso (coágulos) mas têm o inconveniente de não terembalão;

Dois Dois llúúmensmens (tipo (tipo foleyfoley)) são os mais usados e possuem umcanal para drenagem de urina e outro para insuflar o balão.

Três Três llúúmensmens -- são iguais aos anteriores mas têm um canal adicional para irrigação vesical em situações de hematúriasmacroscópicas intensas.

(Baptista, 2002)

Tipo de Algálias

Sonda de Tiemann: ponta curva olivar e a presença de balão

Gouverneur (para lavagens vesicais, vários orificios)

Sonda de Foley de Silicone (superior) e Sonda de Béquille(inferior)

Tipo de Algálias•• Diferem no formato da extremidade e nDiferem no formato da extremidade e núúmero de mero de llúúmensmens

–– AlgAlgáálias rectas de um slias rectas de um sóó llúúmenmen

Sonda Hematúrica de três vias (ponta em bisel, para maior facilidade na aspiração de coágulos)

Page 11: NECESSIDADE DE ELIMINAR 2010(4)

Tipo de Algálias (S.V.)

Látex revestido a Hidrogel e Prata

Silicone revestido a Hidrogel

Látex revestido a Silicone

Látex revestido a Hidrogel

Poliuretano ou “Teflon”

Látex ou plástico Até 14 dias

COMPOSIÇÃO DO CATETER

Longa Duração (até 12 semanas)

Longa Duração (até 12 semanas)

Longa Duração (até 12 semanas)

Longa Duração (até 12 semanas)

Curta/Média Duração (até 28 dias)

Curta/Média Duração (até 14 dias)

TEMPO DE USO(Baptista, 2002)

CUIDADOS AO DOENTE COM CATETER VESICAL

1. Descontaminar as mãos e usar luvas limpas antes da manipulação do cateter e/ou sistema de drenagem e lavar as mãos após a remoção das luvas;

2. A higiene do meato deve ser efectuada com soro fisiológico diariamente ou em intervalos apropriados de modo a mantê-lo livre de incrustações e contaminação, após uma cuidada higiene com água e sabão;*

3. Os sacos de drenagem devem obedecer a requisitos mínimos: encerramento seguro e fácil de posicionar, com válvula anti-refluxo, com torneira de despejo, com tubagem resistente, com sistema de medição fiável da urina;

*Não é necessário usar anti-sépticos na higiene diária do meato urinário como forma de prevenir a ITU.

(Baptista, 2002)

CUIDADOS AO DOENTE COM CATETER VESICAL (Cont.)

4. A posição e integridade do sistema devem ser mantidas de modo a serem compatíveis com o conforto e mobilidade do doente;

5. O saco colector deve ser mantido sempre abaixo do nível da bexiga para manter o fluxo urinário e colocado num suporte que previna o contacto com o chão e a contaminação da válvula de despejo;

6. As lavagens/irrigações/instilações da bexiga não previnem a ITU pelo que devem ser efectuadas apenas por razões clínicas específicas e não como prática de rotina;

7. Incentivar o doente a uma ingestão hídrica de 3 litros por dia (dependente do doente);

CUIDADOS AO DOENTE COM CATETER VESICAL (Cont.)

8. Incentivar a ingestão de alimentos acidificantes da urina;9. Evitar a tracção do cateter;10. O circuito de drenagem vesical deve ser fechado para evitar

infecções;11. Os fabricantes recomendam habitualmente que os sacos de

drenagem sejam substituídos com intervalos de 5-7 dias. A sua substituição prematura deve ser baseada na acumulação de sedimento, presença de coágulos, cheiro ou fugas de conteúdo ou desconexão acidental do saco, caso contrário só se substitui aquando a substituição do cateter;

12. Os sacos devem ser despejados e não substituídos;13. Sempre que ocorrer quebra de técnica asséptica ou

desconexão acidental do sistema de drenagem, o mesmo deve ser substituído, usando técnica asséptica após desinfecção da junção cateter-saco com álcool.

COMPLICAÇÕES• ITU;• Traumatismos;• Respostas inflamatórias;• Dor;• Bloqueio do trato urinário;• Hemorragia;• Remoção do cateter com balão em carga (pelo

doente);• Falsos trajectos.

(Baptista, 2002)

Page 12: NECESSIDADE DE ELIMINAR 2010(4)

RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS

• O enfermeiro deve assegurar-se de que o doente está bem informado e compreendeu o porquê do procedimento;

• Ter sempre em conta que os doentes podem reagir aos materiais de modo diferente e a decisão de substituir/remover um cateter deve sempre ter em conta a situação clínica de cada doente;

• A substituição do cateter deve ser fundamentada nas necessidades clínicas de cada doente, tendo em conta as recomendações do fabricante. Não deve ser feita por períodos fixos ou arbitrários ou estabelecidos por rotina do serviço.

• A separação espacial dos doentes algaliados infectados e não infectados pode minimizar o risco de ITU cruzada, pelo que estes doentes não devem ser colocados em camas adjacentes;

(Baptista, 2002)

RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS

• O sistema de drenagem deve funcionar em circuito fechado que só deve ser quebrado por motivos específicos, limitados e claramente definidos;

• O banho de chuveiro está indicado para a manutenção da higiene pessoal e limpeza do doente, se a situação clínica o permitir. O saco deve ser despejado e a torneira fechada antes do banho;

• O sistema de drenagem deve ter preferencialmente um local referenciado que permita a colheita asséptica de urina;

• O enfermeiro deve informar os doentes dos benefícios do cateterismo intermitente e da possibilidade de auto-cateterismo.

Despejo do saco de drenagem:Acto da responsabilidade dos Auxiliares de Acção Médica sempre com

supervisão do Enfermeiro.

• O saco de drenagem deve ser controlado com regularidade e esvaziado quando estiver a meio da sua capacidade, após medição e registo feito pelo enfermeiro;

• Em cada despejo, deve ser usado um recipiente limpo e individualizado, evitando o contacto entre a torneira do saco de drenagem e o recipiente;

• Deve ser evitada a contaminação do sistema e fuga de urina durante o esvaziamento;

• Devem ser usadas luvas limpas e substituídas entre doentes;

• A torneira deve ser limpa com celulose, toalhete ou compressa, após o despejo para evitar o gotejamento para o chão, da urina residual.

(Baptista, 2002)

Manuseamento

• Manter o sistema de drenagem fechado• Não colocar o saco colector por cima da

bexiga• Vigiar torções da sonda e/ou saco colector• Valorizar o risco de infecção urinária ou

uretral

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