NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS- … · Já o estudo da História conta com um...
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NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS- CULTURA
POPULAR, CONSTRUÍNDO UM MUNDO NOVO.
APOSTILA DE HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL
PROFESSORAS:
IVONE VENDRUSCULO
SANDRA M. C. SCHERER
CONCEITO DE HISTÓRIA
História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo.
A História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender um
determinado período histórico, cultura ou civilização.
Objetivos
Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um
determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento.
Entender o passado também é importante para a compreensão do presente.
Fontes
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do
surgimento da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 a.C).
Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes materiais
(ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte
rupestre, esculturas, adornos). Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registro s orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc.
Ciências auxiliares da História
A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências
auxiliares, podemos citar: Antropologia (estuda o fator humano e suas relações),
Paleontologia (estudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e emblemas),
Numismática (estudo das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do comportamento
humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), Paleografia (estudo
das escritas antigas) entre outras.
Periodização da História
Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em períodos: - Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C. - Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (invasão do Império Romano) - Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla
pelos turcos otomanos).
- Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa). - Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.
Outras informações:
- O grego Heródoto, que viveu no século V a.C é considerado o “pai da História” e
primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado para obter o conhecido
histórico. - A historiografia é o estudo do registro da História. - O historiador é o profissional, com bacharelado em curso de História, que atua no
estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimentos históricos.
A PRÉ-HISTÓRIA
Talvez a tarefa mais complexa das ciências humanas, principalmente para a
história, arqueologia e antropologia, é definir onde começa o “humano”, isto é, como datar
a origem da humanidade? Dentro dos estudos escolares de história há um recurso para
ponderar esse impasse, adequando o que pode ser aprendido com aquilo que é pesquisado
por especialistas. Trata-se da divisão entre Pré-História e História. A “História”,
didaticamente falando, tem seu início com o aparecimento das primeiras civilizações, ou
seja, com o surgimento das primeiras cidades, os primeiros sistemas políticos e sistemas de
escrita. Já a Pré-História corresponderia ao período anterior às primeiras civilizações, mas
que apresenta elementos e aspectos que, de uma forma ou de outra, prepararam o terreno
para o advento desta.
Nesse sentido, a Pré-História é uma área do conhecimento partilhada entre várias
disciplinas, que, cada uma a seu modo, formam um mosaico de compreensão do passado
pré-civilizacional do homem. Além da arqueologia e da antropologia, a biologia
(especialmente a Paleontologia) também se insere no conjunto dessas disciplinas. É dela
que provém as nomenclaturas que classificam os hominídeos, isto é, os grupos de seres
pré-históricos que se assemelhavam ao Homem atual. Os gêneros de hominídeos variaram
em alguns seguimentos principais e sua temporalidade também variou de cinco milhões de
anos até, aproximadamente, 120 mil anos, como destacaremos abaixo.
Os hominídeos mais antigos são do gênero Ardipithecus e Australopitecos. O
Ardipithecus ramidus, por exemplo, tem sua presença na Terra, confirmada por
especialistas, variando entre 5 e 4 milhões de anos. Já a do Australopitecos afarensis varia
entre 3,9 e 3 milhões de anos. As feições e modos de comportamento desses hominídeos
eram bem menos versáteis que do gênero Homo que viria depois. A atuação do Homo
habilis, por exemplo, variou entre 2,4 a 1,5 milhões de anos. A do Homem erectus, entre
1,8 milhão a 300 mil de anos. Já a do sucessor desse último, Homo neandertalenses, variou
entre 230 e 30 mil anos. O Homo sapiens, que constitui o ser humano tal como o
conhecemos hoje, apareceu, provavelmente, há cerca de 120 mil anos, como uma variação
do Homo neandertalenses.
De forma geral, esses grupos de hominídeos são classificados como caçadores e
coletores, isto é, não possuíam fixidez de território. Eram, basicamente, praticantes do
nomadismo. A arqueologia e a história costumam, por meio de sistemas de datação, como
o do Carbono 14 e da termoluminescência, dividir a ação desses hominídeos nas seguintes
fases: o Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, e o Neolítico, ou Idade da Pedra Polid a.
Essas divisões ocorrem também por meio do grau de domínio da tecnologia rústica. O uso
de artefatos como pedra, madeira, pedaços de ossos e cerâmica é determinante para tal
classificação.
A última fase da Pré-História seria a Idade dos Metais, que corresponde ao período
em que o homem passou a ter um pleno domínio do fogo e começou a fazer a fusão de
metais, obtendo o bronze, por exemplo. Esse período data de 6 a 5 mil anos atrás e
coincide com o aparecimento das primeiras civilizações.
Outro ponto a destacar-se com relação à Pré-História e aos documentos estudados
por especialistas dessa área é a Arte Rupestre (ver imagem no topo da página), que
comporta os primeiros símbolos e registros da ação do Homem, possuindo assim um valor
inestimável.
EXERCÌCIOS
1- Dê um conceito de História?
2- Qual o Objetivo da História?
3- O que são fontes Históricas?
4- Cite as Ciências auxiliares da História:
5- Cite os períodos da História:
6-Quem é conhecido como Pai da História?
7-Como é dividida a Pré-história:
8- O que é Arte Rupestre?
POVOS PRÉ-COLOMBIANOS
Ao longo da Idade Média, a concepção de mundo do homem europeu o impelia ao isolamento e o
reforço do pensamento religioso. Influenciados pela estabilidade dos valores cristãos e a instabilidade
das invasões bárbaras da Alta Idade Média, os homens viviam reclusos no interior dos feudos. O
desconhecido e o inusitado seriam palavras que causariam o mal-estar de uma realidade sustentada
pela harmonia das ordens clerical, nobiliárquica e servil.
Com a ascensão da burguesia mercantil e as grandes navegações, muitos desses valores medievais
foram revistos e abandonados. No entanto, muitas narrativas míticas que falavam de terras paradisíacas
cercadas de um exotismo e da fartura construíram-se ao longo de muitos anos no ideário das
sociedades europeias. Além disso, vários relatos míticos também faziam menção sobre as bestas
selvagens habitantes dos mares e terras até então desconhecidas pelos povos europeus. Esse misto de fascínio e terror encontrado nas narrativas e representações
iconográficas fez com que o homem moderno ainda guardasse muito desses valores em seu imaginário.
Com o advento da descoberta da América, os colonizadores europeus depararam-se com um mundo onde
muitas daquelas situações imaginadas em nada traduziam a situação das chamadas civilizações pré-
colombianas. Ao mesmo tempo, essa preconcepção do outro acabou fazendo do nativo americano
algo a ser repudiado e civilizado pelo europeu.
No entanto, toda essa condição de estranhamento, admiração e repúdio deixou para trás toda uma
rica gama de valores culturais desenvolvidas pelos povos que aqui já existiam. No fim do século
XV, período que marca a chegada dos espanhóis ao continente, o continente contava com três grandes
civilizações: maias, astecas e incas.
Muitas das cidades criadas por essas civilizações faziam frente a qualquer centro urbano europeu
do século XVI. Mesmo contando com um amplo leque de características e conhecimento, o contato dos
nativos com os europeus marcou um dos maiores genocídios que se tem registro.Mesmo que diversos
traços dessa cultura fossem perdidos com o processo de colonização, vemos no estudo das
sociedades pré-colombianas um rico campo de reflexão sobre a questão da relatividade cultural.
Conhecendo um pouco mais desses povos podemos repensar o antigo valor que nos impõe a
Europa como o berço das mais complexas e avançadas civilizações da História.
PRINCIPAIS POVOS
Na região mesopotâmica viveram diferentes povos: sumérios, acádios, babilônios, assírios e caldeus,
entre outro. Ao longo da história, esses povos confrontaram-se em vários momentos. Grupos
nômades e seminômades, das montanhas ou do deserto, atacavam as populações sedentárias que viviam
nos vales e nas planícies, onde havia áreas fért eis para plantar e para criar rebanhos.
EGITO ANTIGO
A SOCIEDADE QUE CONTROLOU O NILO
O Egito antigo localizava-se no nordeste da África. O aproveitamento do rio Nilo favoreceu a
fixação de grupos humanos nessa região cercada por desertos. Para levar às águas do Nilo as regiões mais distantes de suas margens, os egípcios construíram
grandes canais de irrigação. Também ergueram diques e barragens para proteger vilas e casas das inundações mais violentas.
Com esse sistema de diques e canais, os egípcios dominaram, em grande medida, as águas do Nilo, conseguindo, assim, plantar e obter colheitas abundantes.
Os egípcios eram politeístas, ou seja, adoravam muitos deuses, que simbolizavam forças e fenômenos da natureza. Muitas divindades eram representadas em fo rma de animal. No
período das cheias, as águas do Nilo inundavam as terras de suas margens e depositavam Húmus (
substancia fertilizante que resulta da decomposição de restos vegetais e animais). Quando o rio
retornava ao nível normal, o solo que tinha sido inundado estava adequado para o cultivo agrícola.
SOCIEDADEUMA VISÃO DOS GRUPOS SOCIAIS
O faraó era o rei supremo do Egito, considerado um deus vivo, responsável pela proteção e
prosperidade de seu povo. No entanto, essa crença na “condição divina do rei “sofreu variações ao longo
da história egípcia, ora sendo reforçada, ora enfraquecida”.
Os egípcios acreditavam na vida após a morte no reino de Osíris. Imaginavam que os mortos seriam julgados por esse deus e poderiam retornar aos seus corpos se fossem absolvidos. Para
isso, seus corpos precisariam ser conservados. Desenvolveram, então, a técnica da mumificação.
FEUDALISMO
O feudalismo consiste em um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem econômica, social
e política. Entre os séculos V e X, a Europa Ocidental sofreu uma série de transformações que possibilitaram
o surgimento dessas novas maneiras de se pensar, agir e relacionar. De modo geral, a configuração do
mundo feudal está vinculada a duas experiências históricas concomitantes: a crise do Império Romano e as
Invasões Bárbaras.
A economia sofreu uma retração das atividades comerciais, as moedas perderam seu espaço de
circulação e a produção agrícola ganhara caráter subsistente. Nesse período, a crise do Império Romano
tinha favorecido um processo de ruralização das populações que não mais podiam empreender atividades
comerciais. Isso ocorreu em razão das constantes guerras promovidas pelas invasões bárbaras e a crise dos
centros urbanos constituídos durante o auge da civilização clássica.
A ruralização da economia também atingiu diretamente as classes sociais instituídas no interior de
Roma. A antes abrangente classe de escravos e plebeus veio a compor, junto com os povos germânicos, uma
classe campesina consolidada enquanto a principal força de trabalho dos feudos. Trabalhando em regime de
servidão, um camponês estaria atrelado à vida rural devido às ameaças dos conflitos da Alta Idade Média e a
relação pessoal instituída com a classe proprietária, ali representada pelo senhor feudal.
O senhor feudal representaria a classe nobiliárquica detentora de terras. Divididos por
diferentes títulos, um nobre poderia ser responsável desde a administração de um feudo até pela cobrança de
taxas ou a proteção militar de uma determinada propriedade. A autoridade exercida pelo senhor feudal, na
prática, era superior a dos reis, que não tinham poder de interferência direta sobre as regras e imposições de
um senhor feudal no interior de suas propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo
promotor de um poder político descentralizado.
Ao mesmo tempo em que a economia e as relações sociopolíticas se transformavam nesse
período, não podemos nos esquecer da importância do papel da Igreja nesse contexto. O clero entraria em
acordo com os reis e a nobreza com o intuito de expandir o ideário cristão. A conversão da classe
nobiliárquica deu margens para que os clérigos interferissem nas questões políticas. Muitas vezes um rei ou
um senhor feudal doava terras para a Igreja em sinal de sua devoção religiosa. Dessa forma, a Igreja também
se tornou uma grande “senhora feudal”.
No século X o feudalismo atingiu o seu auge tornando-se uma forma de organização vigente
em boa parte do continente europeu. A partir do século seguinte, o aprimoramento das técnicas de produção
agrícola e o crescimento populacional proporcionaram melhores condições para o reavivamento das
atividades comerciais. Os centros urbanos voltaram a florescer e as populações saíram da estrutura
hermética que marcou boa parte da Idade Média.
A IGREJA NA IDADE MÉDIA
No ano de 391, a religião cristã foi transformada em religião oficial do Império Romano. A partir
deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo
a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo.
A influência da Igreja:
Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder.
Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político),
interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a
sociedade (poder social).
Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus
dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram
perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no
século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e
mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja.
Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente importantes para a
preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se à copiar e guardar os conhecimentos das
civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo
retomada na época do Renascimento Cultural.
Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupavam-se com as questões
políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do
cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos
pobres.
A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e
livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma
forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos.
Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma
outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e
interessante: a música.
A Igreja Católica Hoje:
Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais
todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade
religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra
as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais
ricos, na luta contra a pobreza e a miséria.
RENASCIMENTO
Quando se estuda a transição da Idade Média, especificamente a Baixa Idade Média, para a Idade
Moderna, percebe-se que ainda vigora em muitos livros didáticos de história, revistas e blogs de educação
uma certa perspectiva reducionista que compreende o Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI
como um fenômeno de ruptura radical e definitiva com a Idade Média. Essa visão supõe ser a Idade Média
um período decadente e obscuro que nada ofereceu de significativo ao universo cultural que sobreveio com
o Renascimento.
Mas muito pelo contrário, no período compreendido como Renascimento confluíram vários
elementos da cultura cristã florescida na Idade Média, como elementos da cultura clássica (greco-latina), que
passou a ter uma dimensão maior na Europa Ocidental, sobretudo em regiões de intenso comércio marítimo,
como a Itália (ao sul) e a Holanda e os Países Baixos (ao norte), que também tiveram um intenso
desenvolvimento urbano ainda no período medieval.
Para o historiador Thomas Woods, o Renascimento, mais do que uma ruptura total com o passado
medieval, pode ser considerado o auge da Idade Média. Diz ele que “os medievais, tal como uma das figuras
exponenciais do Renascimento, tinham um profundo respeito pela herança da antiguidade clássica, ainda
que não a aceitassem de modo tão acrítico como o fizeram alguns humanistas: e é na Idade Média que
encontramos as origens das técnicas artísticas que viriam a ser aperfeiçoadas no período seguinte.”
(WOODS, Thomas. Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008.
p. 119)
A confluência entre a cultura clássica e a cultura cristã viu-se expressa na obra de vários autores do
Renascimento, desde artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci até escritores como Erasmo de
Rotterdan, Nicolau de Cusa e Thomas Morus. Uma característica que se tornou, sim, uma identidade
renascentista no âmbito dos estudos intelectuais foi a redescoberta dos textos clássicos originais, sobretudo
os gregos. Filósofos como Aristóteles e Platão eram lidos na Idade Média por meio de traduções latinas com
pouca precisão. Eruditos do Renascimento, como Leonardo Bruni – tradutor da Política e da Ética a
Nicômaco, de Aristóteles –, foram responsáveis por esse resgate das fontes primárias dos textos gregos e
pela feitura de traduções criteriosas e comentadas.
Além disso, outras características também contribuíram para compor uma identidade própria ao
Renascimento. A concepção antropocêntrica do mundo, que aos poucos se impôs, divergiu da perspectiva
teocêntrica medieval, ainda que vários elementos doutrinais tenham sido preservados. O humanismo, isto é,
a valorização das potencialidades humanas, da faculdade racional, da capacidade de criação artística, de
observação, registro e cálculo dos fenômenos naturais e de organização política, também contribuiu para
definir essa época que antecedeu o século XVII – século da Revolução Científica operada por Galileu
Galilei.
As grandes navegações e a descoberta do “novo mundo” (o continente americano) e das civilizações
e culturas que nele se desenvolveram também foram decisivas para configurar o Renascimento como uma
época de experiências novas e enriquecimento cultural. Somou-se a isso a teoria heliocêntrica de Nicolau
Copérnico, que também passou a ajustar-se ao antropocentrismo e à capacidade do homem de descobrir os
mistérios da “harmonia do mundo”, isto é, os mistérios cosmológicos.
No mais, foi no início do século XVI, já no auge do Renascimento, que ocorreram dois
acontecimentos decisivos no âmbito intelectual, religioso, moral e político da Europa:invenção da imprensa,
por Joannes Gutenberg, e a Reforma Protestante, desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois
acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação dos homens com o conhecimento intelectual
antes restrito ao domínio da língua latina. Matinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, enquanto a
invenção de Gutenberg facilitou a reprodução e a leitura de livros (como a Bíblia) pelo público leigo.
REFORMA PROTESTANTE
Reforma Protestante e Contra-Reforma.
As Reformas Religiosas, surgimento das religiões protestantes, luteranismo calvinismo,
anglicanismo, Contra-Reforma Católica, Tribunal da Inquisição, Concílio de Trento, resumo, causas.
Martinho Lutero: criador da religião Luterana.
Causas:
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas
reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento
renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e
preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam
desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam
rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois
os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo
emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com
a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos
comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem
renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com
mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na
ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja
Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina
católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do
luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados
em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.
Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo
imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade
da reforma da Igreja Católica.
A Reforma Calvinista
João Calvino: reforma na França.
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a
salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e
banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar
em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua
vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento
do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja
Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na
cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de
Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias;
- Criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de
ideias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas
ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e
protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de
calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
Você sabia?
- É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de
outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg
(Alemanha).
EXPANSÃO MARÍTIMA
No século XV, início da Idade Moderna, a Europa via sua economia cada vez mais comprometida
com a queda de consumo dos bens produzidos na zona rural e agrícola. O mercado interno europeu passava
por sérias complicações. Para abastecer o consumo, muitas vezes tinha que exportar produtos que vinham do
Oriente, como especiarias, objetos raros e pedras preciosas.
Entretanto, para comprar este material os europeus tinham que negociar com os mercadores árabes,
pois a única rota para fazer essa transação vinha pelo Mar Mediterrâneo, passando pelas cidades italianas de
Gênova e Veneza. Muitos mercadores envolvidos na exportação de produtos acabavam tornando-os mais
caros, o que acabou contribuindo para a crise econômica europeia.
Mapa da expansão marítima das nações europeias.
Para evitar gastos com impostos sobre mercadorias, os europeus procuraram rotas alternativas para
encontrar as Índias (de onde vinham os metais preciosos) e comprar os produtos de forma direta. Assim,
estariam livres dos altos impostos cobrados.
As Expansões Marítimas eram caras e nenhum comerciante rico era capaz de se embrenhar pelos
mares sem recursos do rei. A figura do monarca era essencial para este empreendimento, pois ele conseguia
captar recursos públicos de toda a nação para investir em embarcações mais resistentes. Foram criadas as
primeiras bússolas e astrolábios para que os embarcadores pudessem se orientar. Um importante avanço foi
o surgimento da primeira caravela, que tornava possível longas viagens marítimas.
A primeira nação europeia a realizar uma expansão marítima foi Portugal, graças a sua consolidação
como Estado bem organizado militarmente e independência das demais nações do continente. Com o poder
centralizado nas mãos do rei Dom João I, os portugueses começaram a enviar as primeiras embarcações
marítimas, na busca dos produtos das Índias. Nessas empreitadas, acabou descobrindo outros territórios e
novas possibilidades de atingir seus interesses.
Outro país que teve acentuada importância na Expansão Marítima foi a Espanha que, junto com
Portugal, investiu na colonização dessas novas terras exploradas.
Dentre os principais fatores ligados à Expansão Marítima está o descobrimento do Brasil e da
América, no final do século XV. Este novo continente foi crucial para que a economia da Europa se
estabilizasse novamente.
COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
Em 1492, ano da própria descoberta da América, foi estabelecida a primeira colônia
permanente na ilha de Hispaniola, por Cristóvão Colombo, o descobridor. Em poucas décadas muitas outras
colônias foram estabelecidas, se espalhando pelas ilhas do Caribe e ainda pela Flórida e pelo Peru. Pouco
depois Portugal estabeleceu colônia no Brasil, assim como a Inglaterra colonizou as Honduras Britânicas
(atual Belize) e a Jamaica. A ocupação holandesa se fez presente na Guiana e ainda em Curaçau, enquanto
os franceses tomaram posse do Haiti, de Guadalupe e da Martinica. A união do Novo e do Velho Mundo foi
responsável por uma mudança radical nos destinos da história de ambos. O potencial de recursos naturais
americanos alterou significativamente os quadros econômicos da Europa. As doenças físicas do Velho
Mundo foram um dos fatores responsáveis pela dizimação da população americana nativa. Por outro lado, os
conquistadores europeus tornaram-se os senhores das terras que outrora eram de posse dos povos Astecas,
dos Maias além de outros povos nativos.
Os espanhóis foram, sem dúvida, os colonizadores mais atuantes.
Ao final do século XVIII, eles haviam estabelecido colônias nas regiões onde atualmente estão as
cidades de San Francisco, Cidade do México e Los Angeles, além de Buenos Aires e Lima. Muitos metais
nobres foram enviados das terras americanas para a Espanha, extraídos das minas americanas. Ao contrário
das colônias britânicas, que eram governadas por poderes representativos locais desde o princípio, as
colônias espanholas eram governadas a partir de Madri. A Igreja Católica Romana desempenhou uma
importante influência na colonização da América. Havia muitas catedrais católicas que foram construídas
nas diversas regiões da América Latina. Tal fato auxiliou na criação de influências locais por parte da
instituição religiosa. Os objetivos da própria Companhia de Jesus, em sua criação, eram a expansão da fé (e
da ideologia) cristã através da catequização e doutrinação religiosa dos nativos. O cumprimento de tais
objetivos acarretava na expansão dos domínios da igreja pelas colônias, além de facilitar as relações de
dominação entre o povo católico colonizador e o povo “gentio” colonizado.
CIVILIZAÇÃO AMERICANA
As Primeiras Civilizações Da América
Muito antes da chegada de Cristóvão Colombo, a América já era ocupada por vários povos, que
viviam de variadas formas, as quais iam da organização tribal- como os povos que habitavam a região onde
hoje é o Brasil- até vastos impérios, como era o caso dos Incas, Maias e Astecas. Muitas dessas civilizações
desapareceram em conseqüência da colonização, que se iniciou no final do século XV, mas deixaram
heranças históricas que marcam o nosso continente até os dias de hoje.
A Civilização Maia
A Civilização Maia desenvolveu-se na península de Iucatã, na região que hoje corresponde aosul do
México, Guatemala e Belize. Na economia, a agricultura foi a atividade fundamental. Além do milho, que
era o principal produto, plantavam também o algodão, o tomate, o feijão, a batata e o cacau. A terra
pertencia ao Estado e era cultivada coletivamente. A caça e a pesca eram atividades econômicas
complementares e desconheciam a pecuária. No artesanato realizaram notáveis trabalhos: tecidos, objetos de
cerâmica, lapidação de pedras preciosas, etc. Desenvolveram um importante comércio com os povos
vizinhos.A sociedade estava dividida em quatro camadas sociais:
Nobres: eram os chefes guerreiros que lideravam a administração pública
Sacerdotes: tinham o controle da religião;
Povo: compunha a grande maioria da população e eram os trabalhadores que se dedicavam à
agricultura, às construções e ao artesanato;
Escravos: em pequeno número, geralmente prisioneiros de guerra ou condenados por algum delito
cometido. Na política, não chegaram a constituir um Estado centralizado. As cidades eram independentes,
governadas por um chefe, que dirigia a política e recebia impostos, assessorado por um conselho formado
por nobres e sacerdotes. Na religião, havia um grande número de divindades, que representavam a chuva, o
trovão, horário, a seca, a guerra, a tempestade, e para elas foram construídos grandes templos. Nas artes, os
Maias destacaram-se na arquitetura, com a construção de templos e palácios. Também desenvolveram a
pintura e a escultura. Nas ciências, desenvolveram a matemática e a astronomia.
A Civilização Inca
Os Incas formaram seu império dominando as várias civilizações que habitavam a região dos Andes,
na América do Sul. Compreendia os atuais territórios do Peru, Equador, parte da Colômbia, do Chile,da
Bolívia e da Argentina.
CONQUISTAS PORTUGUESAS
As Navegações Portuguesas foram pioneiras na era das Grandes Navegações
Portugal foi um país pioneiro em várias medidas entre a Idade Média e a Idade Moderna. Ainda
no século XIII, tornou-se o primeiro Estado formalizado na Europa, o que lhe favoreceu em vários aspectos.
Com uma unificação política garantida, a condição de primeiro país incentivou novos investimentos dentro
do panorama que se tinha no Velho Mundo. Naquela época, o comércio era muito fundamentado nas
negociações de produtos feitas no Mar Mediterrâneo. Entretanto, com a conquista dos turcos nessa rota,
houve a necessidade de se buscar novos caminhos para se obter as especiarias oriundas do Oriente, que tanto
agradava ao mercado europeu. Portugal reunia condições favoráveis para os negócios que marcavam o
momento, era um país já unificado, dispunha de uma condição geográfica favorável para se lançar ao mar e
contava com um grupo de investidores interessados nos negócios marítimos.
As Navegações Portuguesas para o comércio começaram muito cedo em relação aos outros países.
Buscando quebrar o domínio que havia sido estabelecido sobre o comércio de especiarias no Mar
Mediterrâneo, Portugal traçou uma nova e arriscada que consistia em contornar o continente africano para se
chegar ao Oriente. Uma viagem que ninguém havia feito antes ou mesmo conhecia suas possibilidades. Esse
trajeto que se seguiria ganharia o nome de Périplo Africano. Naturalmente, esse contorno do continente não
aconteceu em uma única viagem, pois tudo ainda era muito inovador e misterioso.
A estratégia dos portugueses foi contornar o continente africano fazendo entrepostos ao longo da
costa da África. Desta forma, Portugal evoluiu gradativamente pelo entorno do continente e conquistou
diversos territórios, tomando posse das terras todas as vezes que fazia paradas e estabelecendo novas regiões
para usufruir de seus produtos e negócios. Embora isso tenha retardado a chegada dos portugueses ao
Oriente, foi importante para estabelecer suas colônias. Uma das grandes conquistas de todas essas viagens
foi cruzar pela primeira vez o chamado Cabo das Tormentas, nomeado posteriormente de Cabo da Boa
Esperança.
Essas navegações pelos mares permitiram uma série de descobrimentos entre 1415 e 1543. O
resultado foi a grande expansão do império marítimo português e uma remodelação da real dimensão do
mundo. Buscando uma nova rota para comércio que superasse o monopólio estabelecido no Mar
Mediterrâneo, os portugueses foram responsáveis por grandes avanços tecnológicos para encarar as
condições de navegação no Oceano Atlântico e grandes avanços culturais. Após muito tempo de
investimento, os portugueses finalmente chegaram às Índias em 1498, firmando uma nova rota para
comércio de especiarias e conquistando uma grande remessa de lucros sobre os produtos que seriam
comercializados.
Dois anos depois, após indicações da existência de terras também a Oeste do continente africano, a
expedição de Pedro Álvares Cabral estendeu sua rota no Atlântico para alcançar e tomar posse dessas terras.
É o que se chama de descobrimento do Brasil, em 1500. Com o passar dos anos, esse novo território no novo
continente, que seria chamado de América, tornar-se-ia a mais importante colônia portuguesa. Entretanto,
mais dois marcos importantes ainda seriam estabelecidos, a chegada na China, em 1513, e ao Japão, em
1543. Este último é considerado, inclusive, como o marco final desse período de Navegações Portuguesas e
suas descobertas e colonização., região ao sul do continente africano que estabelece a entrada no Oceano
Índico.
EXERCÍCIOS
1- O que foi o feudalismo e quais as principais características?
2- Qual o papel da Igreja durante a Idade Média?
3- O que foi o Renascimento?
4- O que foi a Reforma Protestante?
5-Quais as principais causas da Reforma Protestante?
6- Qual a doutrina Básica do Luteranismo?
7- O que foi a Contra Reforma?
8-Qual foi a primeira Nação europeia a se lançar á Navegação?
9- Porque Portugal e demais países europeus sentiram necessidade de se lançar á Navegação?
10- Qual o Navegador conhecido como o “descobridor” da América? E em que ano?
11-Quais os povos conhecidos como pré-colombianos?
12-Quais os países Americanos habitados pelos povos Maias?
13- Em quais os países eram encontrados os povos Incas?
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
As grandes viagens marítimas dos séculos XV-XVI foram uma continuação natural do renascimento
do comércio na Europa, iniciado ainda na Idade Média. Esse renascimento deu origem ao capitalismo, cujo
elemento impulsionador é o lucro. Era natural então que, esgotadas as possibilidades de desenvolvimento
comercial na Europa, novas regiões passassem a ser exploradas, mesmo à custa de muito esforço e
sacrifício.
Entre os fatores que motivaram as grandes navegações marítimas, o principal foi sem dúvida a busca
de lucros pela burguesia comercial e financeira da Europa. Por isso, a burguesia europeia investia vultosos
recursos para armar esquadras, remunerar tripulações, para financiar, enfim, as expedições oceânicas. Neste
mesmo sentido, foi importante também o apoio de alguns monarcas, com os de Portugal e Espanha, que
partilhavam os lucros dos empreendimentos comerciais.
As navegações portuguesas
Como vimos, Portugal foi o primeiro país a empreender sistematicamente a navegação atlântica.
Mesmo antes do bloqueio do Mediterrâneo pelos turcos, os portugueses já haviam iniciado a exploração das
costas da África.
Sem dúvida, a posição geográfica de Portugal contribuiu para o seu pioneirismo. Com todo o litoral
voltado para o Atlântico, o país tinha nas atividades marítimas uma importante base econômica: a pesca
ocupava boa parte de sua população e seus portos serviam No entanto, esse não foi o principal fator do
pioneirismo português nas grandes navegações. O mais importante foi o fato de Portugal ter um governo
forte, centralizado na pessoa do rei, e cujo interesse fundamental eram as atividades comerciais. A partir da
Revolução de Avis, a vida política portuguesa passou a girar em torno do rei. E os reis da dinastia de Avis,
conduzida ao trono com o apoio dos comerciantes, empenharam-se principalmente em levar adiante
empreendimentos de natureza essencialmente comercial.de escala para os navios que faziam o percurso de
ida e volta entre o Mediterrâneo e o mar do Norte.
Também contribuíram para o êxito português os estudos desenvolvidos em Sagres, no sul de
Portugal. Ali, o Infante Dom Henrique, filho do Rei Dom João I, reuniu numerosos pilotos, cartógrafos e
astrônomos, cujos trabalhos favoreceram o avanço da arte de navegar e impulsionaram a expansão marítima
portuguesa.
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Portugal, o Rei Dom Manuel, o Venturoso, mandou
organizar uma esquadra com o objetivo de garantir a supremacia portuguesa na Índia. Outra finalidade da
expedição era difundir a religião cristã entre os pagãos.
A esquadra, a maior até então organizada em Portugal, era composta de treze navios e tinha uma
tripulação de aproximadamente 1200 homens. Para comandá-la, o rei escolheu Pedro Álvares Cabral,
fidalgo de uma das mais tradicionais famílias portuguesas.
Cabral partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Em 22 de abril de 1500, tendo-se afastado, para
oeste, da rotas estabelecida por Vasco da Gama, avistou terra. Não se sabe ao certo o que teria levado Cabral
a se afastar da rota estabelecida. Alguns autores admitem que ele teria instruções de Dom Manuel para
procurar terra no lado ocidental do Atlântico. O estabelecimento da linha de Tordesilhas -- recuada para
oeste, em relação à da bula Inter Coetera, por insistência de Portugal -- reforça essa hipótese, pois parece
indicar que os portugueses suspeitavam da existência de terras no Atlântico Sul. No entanto, a escassez de
documentos sobre o assunto impede que se afirme categoricamente a intencionalidade ou não do
descobrimento.
EXPLORAÇÃO DO LITORAL BRASILEIRO
A primeira exploração do litoral do território descoberto foi feita pela própria esquadra de Cabral,
que seguiu paralelamente à costa em direção norte, procurando um porto onde os navios ficassem abrigados.
O lugar escolhido recebeu o nome de Porto Seguro e hoje chama-se baía Cabrália, localizada no atual estado
da Bahia.
Durante uma semana os portugueses ficaram na região -- batizada de Ilha de Vera Cruz--- e
mantiveram alguns contatos com os habitantes. Para assinalar a posse da terra, Cabral mandou erguer uma
cruz com o brasão do rei de Portugal. O nome Ilha de Vera Cruz foi substituído por Terra de Santa Cruz,
mais tarde abandonado em favor do nome Brasil, que se tornou definitivo.
No dia 2 de maio, a esquadra retomou seu caminho para a Índia. Um dos navios, comandados por
Gaspar de Lemos, foi enviado de volta a Portugal. Levava a notícia dos acontecimentos e várias cartas, entre
elas a de Pero Vaz de Caminha, que relatava a viagem e o descobrimento da nova terra. Antes de realizar a
travessia do Atlântico, esse navio explorou parte do litoral ao norte de Porto Seguro.
A expedição de Martim Afonso de Souza
Em 1530, Dom João III enviou ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos principais
objetivos eram verificar a existência de metais preciosos, explorar e patrulhar o litoral e estabelecer os
fundamentos da colonização do Brasil. Martim Afonso tinha poderes para nomear autoridades e distribuir
terras às pessoas que quisessem permanecer aqui para desempenhar essa missão.
Martim Afonso percorreu quase todo o litoral brasileiro. De Pernambuco, enviou dois barcos para
explorar o litoral norte; organizou expedições rumo ao sertão, partindo de Cabo Frio e de Cananéia; chegou
até a foz do rio da Prata e depois retornou ao litoral paulista, onde fundou a vila de São Vicente (1532). Ali
se organizaram alguns povoados, iniciou-se o plantio da cana e foram construídos os primeiros engenhos da
colônia. Começava assim a colonização efetiva do Brasil, apoiada na produção de açúcar para o mercado
externo.
INÍCIO DA COLONIZAÇÃO NO BRASIL
Além da defesa do território, a colonização do Brasil teve outra finalidade: transformar a colônia
num empreendimento lucrativo para Portugal.
Durante o reinado de Dom João III (1521-1557), o comércio português na Índia entrou em crise, em
virtude da concorrência de outras nações europeias, principalmente da Holanda e da Inglaterra. Ao mesmo
tempo, as enormes despesas com a montagem e a manutenção do império português na África e na Ásia --
construção de navios, pagamento de tripulações, edificação de fortalezas etc. --- arruinaram as finanças do
país. Nessa situação, tornava-se urgente o aproveitamento do Brasil, até então pouco lucrativo. Por outro
lado, os portugueses esperavam encontrar metais preciosos, incentivados pelas notícias da descoberta de
grandes jazidas de ouro e prata na América espanhola.
INSTALAÇÕES PRODUTIVAS AÇUCAREIRAS
Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar da ilha da Madeira e instalou
o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533. Inaugurava-se, assim, a base econômica da
colonização portuguesa no Brasil.
Os engenhos multiplicaram-se rapidamente pela costa brasileira, chegando a 400 em 1610. A
importância econômica do açúcar como principal riqueza colonial evidencia-se no valor das exportações do
produto no período do apogeu da mineração (século XVIII): superior a 3000 milhões de libras esterlinas,
enquanto a mineração, na mesma época, gerou um lucro de cerca de 200 milhões.
A produção do açúcar voltava-se exclusivamente para a exportação e, por gerar elevados lucros
comandava a economia colonial. Outra lavouras desenvolveram-se na colônia, mas geralmente
apresentavam um caráter complementar e secundário. À produção canavieira destinavam-se as melhores
terras, grandes investimentos de capital e a maioria da mão-de-obra.
O responsável pela produção -- o senhor de engenho -- usufruía de enorme prestígio social. Sobre um
latifúndio monocultor, escravista e exportador, um padrão de exploração agrícola denominado plantation,
assentava-se a agricultura brasileira no início da colonização de nosso território.
A região Nordeste, destacadamente o litoral de Pernambuco e Bahia, concentrou a maior produção
de açúcar da colônia.
As unidades açucareiras agroexportadoras, conhecidas como engenhos, eram compostas de grandes
propriedades de terra, obtidas com as doações de sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa
(governadores-gerais) a quem se interessasse pelo empreendimento. A grande extensão dessas propriedades
impediu à formação de uma classe camponesa e o desenvolvimento significativo de atividades comerciais e
artesanais que pudessem dinamizar um mercado interno, como ocorria em algumas regiões coloniais da
América do Norte.
O engenho, que em alguns casos chegava a ter perto de 5 mil moradores, era constituído por extensas
áreas de florestas fornecedoras de madeira; plantações de cana; a casa-grande, residência do proprietário, sua
família e agregados e se da administração; a capela; e a senzala, alojamento dos escravos. A moenda, a casa
das caldeiras e a casa de purgar formavam a fábrica do açúcar, o engenho propriamente dito. O produto era
enviado para Portugal e depois para os Países Baixos, onde era refinado e comercializado.
ESCRAVOS NA SOCIEDADE AÇUCAREIRA
Diversos fatores determinaram a generalização do trabalho escravo africano no Brasil, a partir do
final do século XVI, ao mesmo tempo em que a mão-de-obra nativa deixava de ser opção viável. Epidemias
adquiridas em contato com os brancos, mortes pelo trabalho forçado, desarticulação de sua economia de
subsistência, fugas para o interior marcavam os povos indígenas.
Além disso, a luta dos jesuítas contra sua escravização levou os colonos a voltarem seus olhos cada
vez mais para os escravos africanos. Há longo tempo o trabalho já era explorado por companhias
particulares graças ao acerto, direito de explorar o tráfico negreiro cedido pelo rei, mediante pagamento.
Os negros eram capturados na África pelos portugueses que, não raramente, promoviam ou
estimulavam guerras entre as tribos africanas para poderem comprar, dos chefes vencedores, os negros
derrotados. Aos poucos, os sobas, chefes locais africanos, passaram a capturar seus conterrâneos e a
negociá-los com os traficantes, em troca de fumo, tecidos, cachaça, armas, jóias, vidros, etc.
Mesmo considerando a diversidade das cifras, entre os estudiosos, sobre o tráfico de escravos
capturados na África, alguns números finais certamente estão bem próximos do que já se chamou de
"holocausto negro". Os escravos chegavam ao Brasil amontoados nos porões de navios negreiros chamados
tumbeiros, sujeito a condições tão insalubres pela superlotação e a longa duração da viagem, que a média de
mortalidade era estimada em 20%.
Não seria exagero estimar que o número de vítimas envolvendo os escravos transportados e os que
morreram na luta contra as incursões brancas chegaria a algo próximo do dobro ou até do triplo dos
africanos deslocados para a América. Calcula-se que, até o século XIX, entre 10 e 15 milhões de africanos,
dos quais cerca de 40% vieram para o Brasil, foram capturados pelos brancos e deslocados para a América.
CULTURA AFRO NO BRASIL
Apresentar artistas afro-brasileiros pode ser um bom gancho para discutir outros temas das relações
étnico-raciais.
No passado e no presente, as manifestações culturais representam uma forma de resistência. Para os
escravizados, preservar a língua, as músicas, as histórias e a religião trazidas da África significava não
aceitar passivamente sua condição. Hoje, os movimentos negros utilizam a cultura também como uma
demarcação de sua identidade e, por consequência, de sua luta. Apesar disso, muitas de suas manifestações
não são conhecidas da maior parte da população. Por isso, é importante apresentá-las à turma.
A ideia do Brasil como um país miscigenado, que predominou durante boa parte do século 20, teve
consequências também na negação da participação negra no que se convencionou chamar cultura brasileira.
Diversas manifestações típicas dos descendentes de africanos, como o samba, foram incorporadas à
perspectiva nacional e não são reconhecidas mais como originadas em grupos específicos. “A partir da
década de 1930 no Brasil, houve um processo de clareamento de uma série de elementos culturais
identificados com o protagonismo negro. Assim, o batuque e a feijoada deixaram de ser coisas de escravos e
se tornaram símbolos nacionais, da mesma forma a capoeira, que não mais foi reprimida pela polícia, sendo
considerada modalidade esportiva nacional”, explica Juliano Custódio Sobrinho, professor da Universidade
Nove de Julho.
Até hoje, discute-se a existência ou não de uma cultura negra. “A cultura não tem cor, mas é
importante discutir quem produz e também o contexto em que ela é feita”, explica Martha Abreu, docente da
Universidade Federal Fluminense (UFF). Portanto, o material selecionado para trabalhar esse tema com as
turmas deve ser aquele produzido por artistas e intelectuais negros. (Veja exemplos de personalidades de
diversas áreas no quadro abaixo.)
EXERCÍCIOS
14- Quais os povos que trancaram o tradicional Porto do Mar Mediterrâneo (Constantinopla),
obrigando os Europeus a encontrar um novo caminho para chegar ás Índias?
15- Em que ano Vasco da Gama descobre o novo caminho para chegar ás Índias?
16- Em que ano os Portugueses chegaram ao Brasil?
17- Como era chamado o Tratado existente entre Portugal e Espanha, antes de saberem da existência das
terras Americanas?
18- Como era chamado o Tratado entre Portugal e Espanha, após Portugal descobrir sinais de terras
Americanas?
19-Logo após a chagada dos Portugueses ao território brasileiro, quais os nomes dados a nossa terra?
20- Quem trouxe os primeiros colonizadores para o Brasil, e onde fixaram a primeira vila?
21- Qual a primeira riqueza extraída do nosso território?
22- Qual a economia desenvolvida no Brasil, que favoreceu apenas o Nordeste?
23- Quais os Estados Nordestinos onde a cana de açúcar teve maior destaque?
24-Qual a mão de obra mais utilizada na produção de açúcar?
25- Quais as principais causas da escravidão ter se prolongado por tanto tempo na América?
26-Como os negros eram trazidos para o Brasil?
27-Cite algumas cultura africanas ainda cultivadas hoje no Brasil:
EXPANSÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA
A expansão territorial
No século XVII existiam limites territoriais que ainda não estavam bem estabelecidos, porque a
Espanha ainda não havia demarcado seu território ibérico. Mas durante toda a União Ibérica, o tratado de
Tordesilhas esteve anulado. A expansão do território brasileiro acontece a partir do descobrimento e vai até
o tratado de Madri em 1750.
Nessa época teve seu território aumentado em duas vezes. Esse aumento é decorrente do
desenvolvimento econômico e dos interesses políticos que giravam em torno da colonização.
Já no século XVI, o povoamento colonial foi avançado aos poucos, mas apenas em áreas do litoral do
nordeste e sudeste. Em meados do século XVII, houve um desenvolvimento das atividades produtivas da
colônia.
Acontece que na primeira metade do século XVII,os bandeirantes paulistas seguem para o sul, atrás
dos índios que eram protegidos pelos jesuítas, com passar do tempo, ele começam a ir em sentido contrário,
Para Goiás, Minas Gerais e Mato grosso, onde começam a procurar ouro.
O bandeirismo. Logo no principio do bandeirismo, o seu intuito era prender os índios e vendê-los em
terras que não se usavam negros como escravo, devido ao seu alto preço, assim vendiam os índios por um
custo bem mais barato e os escravizavam. A facilidade do negócio deve-se ao Tratado de Tordesilhas que
não estava em vigor devido à união Ibérica.
Esse movimento teve seu auge com a ocupação dos holandeses, com a interrupção do tráfico negreiro
a mão-de-obra escrava estava diminuindo, com isso o preço dos escravos aumentou ainda mais, lucrando o
bandeirismo com a venda dos índios escravos.
As razões do bandeirismo:
Uma das razões que motivou os bandeirantes foi à pobreza dos habitantes de São Paulo. No final do
século XVI, quando o mercado açucareiro começou a entrar em declínio. A crise teve uma proporção tão
grande, que os bandeirantes cultivavam alguns produtos, apenas para sua subsistência. Começou assim, ver
novas riquezas nos sertões, índios que poderiam ser escravizados e metais preciosos, que tanto desejavam os
portugueses.
Podemos dizer que os Bandeirantes foram homens corajosos, que os portugueses usaram para
combater contra os índios rebeldes e escravos fugitivos, tudo isso aconteceu no começo da colonização do
Brasil.
Podemos entender que o bandeirismo teve origem na obra dos Jesuítas com seu início em São Paulo,
saiam de São Vicente para o interior do país por entre as florestas e seguindo o caminho dos rios, partindo
assim rumo ao Rio grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Estas expedições tinham como objetivo predominante capturar os índios e procurar por pedras e
metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram historicamente conhecidos como os responsáveis pela
conquista de grande parte do território brasileiro. Alguns chegaram até fora do território brasileiro, em locais
como a Bolívia e o Uruguai.
Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura por ouro e pedras
preciosas. Então os bandeirantes Fernão dias Pais e seu genro Manuel Borba Gato se concentraram nestas
buscas desbravando Minas Gerais. Depois outros bandeirantes foram para além da linha do Tratado de
Tordesilhas e descobriram entre muitos metais preciosos, o ouro. Muitos aventureiros os seguiram, e, estes,
permaneceram em Goiás e Mato Grosso dando início a formações das primeiras cidades. Nessa ocasião
destacaram-se: Antônio Pedroso, Alvarenga e Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera.
Pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela expansão do território brasileiro,
desbravando os sertões além do Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, agiram de forma violenta na caça de
indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do sistema escravocrata que vigorava no
Brasil Colônia.
A CONQUISTA DO SERTÃO
A conquista do sertão
Universalizado pelas várias linguagens da arte, o espaço sertanejo, expressão da nossa identidade, é
patrimônio geográfico e cultural do Brasil
por Flávio Aguiar publicado , última modificação 06/01/2010 13:05
Quadro da série Retirantes, de Cândido Portinari, do acervo do Masp (Foto: Masp/Divulgação)
No ano que vem comemora-se o centenário do nascimento de João Guimarães Rosa, um dos maiores
escritores de todos os tempos e de todas as línguas. Sua obra mais famosa, Grande Sertão: Veredas,
publicada em 1956, está traduzida numa dezena ou mais de línguas e é conhecida nos cinco continentes. Ela
ajudou a consagrar o sertão – inclusive no Brasil – como algo “brasileiro” e como uma região geográfica
situada entre o norte de Minas Gerais e o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central,
onde fica Brasília, e a leste pela aproximação da orla litorânea da Bahia e dos estados do Nordeste. Mas nem
sempre foi assim.
Ao contrário do que se pensa, o sertão chegou de barco no (futuro) Brasil. Não havia sertão por aqui.
Os tupis e outros povos habitantes do litoral não conheciam esse conceito. Foram os portugueses que o
trouxeram, assim como trouxeram a casa, a cidade, a rua, a igreja, o galo e a galinha, os cachorros, o cavalo,
o céu, o inferno.
A primeira vez em que o sertão aportou no (futuro) Brasil foi na pena de Pero Vaz de Caminha, na
carta escrita ao rei dom Manuel dando conta de que as caravelas de Cabral tinham chegado a uma terra
desconhecida. Caminha escreveu que se olhando sertão adentro (apontando para o interior, a oeste) viam-se
terras e árvores a perder de vista. Pronto: assim como as quinas e padrões portugueses, que marcavam a
nova conquista, o sertão fora assentado nas terras que Portugal iria ocupar, para o bem e também para muito
mal, sobretudo das populações nativas e dos escravos trazidos da África.
Na carta de Caminha o sertão começava onde terminava a areia da praia. De lá para cá, o sertão pôs-
se a caminhar, indo cada vez mais para dentro da “nova” terra, cada vez mais longe do litoral, e também foi
se modificando. Ainda no século 16, quando o padre José de Anchieta se referia ao “sertón” (pois ele
escrevia mais em espanhol, guarani e latim do que em português), ele falava de uma terra bravia, dominada
pelos “gentios” (índios não cristianizados), que começava na fímbria das montanhas da Serra do Mar e se
perdia terra adentro, sempre para oeste.
Quando o padre Vieira, em seus sermões, se referia ao sertão, já nos anos 1600, falava de uma terra
bem distante, para os lados dos interiores da Bahia, do Maranhão, até da Amazônia. Entre esse século e o 18
o sertão passou por uma grande transformação. Era a terra do gentio, de “completamente estranho”, ou a
terra “por desbravar”, ainda “por conquistar”. Em 1711 o padre João Antônio Andreoni tentou publicar em
Portugal seu Cultura e Opulência do Brasil. Não conseguiu. O rei achou que o livro despertaria cobiça em
outros países. A obra só foi publicada no século 19. Andreoni, cujo pseudônimo era Antonil, assim descrevia
a vinda de boiadas do interior para o litoral, na Bahia: “Os que a trazem, são brancos, mulatos e pretos, e
também índios, que com esse trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para
serem desta sorte seguidos do gado, e outros vêm atrás das reses, tangendo-as, e tendo cuidado para que não
saiam do caminho e se amontoem”.
Quer dizer, o sertão estava se tornando um mundo próprio, sim, dono de uma cultura peculiar, de
uma produção econômica própria, e do que parecia aos olhos do padre (que era italiano) uma “gente
própria”, acaboclada, com “cantos próprios”, que falava até para os animais, atraindo-os para seu destino
(que não era dos melhores).
MISSÕES JESUÍTICAS
Os primeiros padres jesuítas que chegaram ao Brasil, juntamente com os primeiros colonizadores,
integravam o sistema de colonização europeu, que tinha como lema: “dilatar a fé e o império”.
Deste modo, junto com as expedições vinham também padres, especialmente os padres da
Companhia de Jesus, que tinha como vocação específica a catequese de povos não-cristãos.
Fazia parte do projeto jesuíta a construção de colégios que serviriam de base catequética para os
povos recém-dominados.
Assim, em 1549, desembarcam no Brasil os padres que vinham catequizar os povos indígenas. Eles
chegam junto com o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, e têm como superior o padre
Manuel da Nóbrega.
Destaca-se na atuação jesuíta no Brasil a fundação dos colégios, o primeiro na capital do Brasil,
Salvador, e após um no Rio de Janeiro, um em Pernambuco e outro na Bahia.
Deve-se também aos jesuítas a fundação de importantes vilas e cidades em torno das missões, tal
como a cidade de São Paulo, que se originou a partir do colégio e teve como principal responsável o Padre
Anchieta, que foi beatificado pela Igreja Católica.
O padre Anchieta compôs uma gramática da língua tupi para facilitar a comunicação entre os padres
e os indígenas, além de peças de teatro e poesias de cunho catequético.
No colégio, os jesuítas ensinavam também Teologia, Religião, Letras e Filosofia.
Um importante reduto jesuíta no Brasil era a colônia de Sete Povos das Missões, no Rio Grande do
Sul, na época dominado pela Espanha.
Os jesuítas foram expulsos do Brasil no século XVIII pelo primeiro-ministro português, Marquês de
Pombal, que retirou a Igreja Católica do domínio da educação de Portugal e suas colônias.
O OURO NO BRASIL
O século do ouro
Os Setecentos
A descoberta das lavras de ouro nas Minas Gerais, nos finais do século XVII e início do século
XVIII, seguidas dos achados em Jacobina e no Rio das Contas na Bahia, nos de Forquilha e Sutil no Mato
Grosso, e o que se extraiu no sertão de Guaiás em Goiás, foi o acontecimento mais espetacular da história
econômica do Brasil colônia enquanto provocou enorme repercussão, tanto para a própria metrópole como
para boa parte do mundo. Desde os primórdios da colonização, acreditava-se que o Brasil tinha ouro e outros
metais e pedras preciosas. Só que, passados já dois séculos de ocupação, não haviam sido encontrados em
volume significativo.
Lentamente, como vimos, a economia colonial abandonou sua predominância extrativista e coletora
dos primeiros tempos, do tráfico com pau-brasil e das drogas do sertão, para uma exploração mais racional e
estável, graças à implantação dos engenhos de açúcar e das lavouras de tabaco que se espalharam por todo o
litoral do Nordeste.
População: nossa população, ao redor do final do século XVII, era estimada em uns 300 mil
povoadores (calcula-se que havia ainda 1.500.000 de índios), grande parte deles concentrados no Nordeste.
Outro pequeno núcleo populacional encontrava-se no Planalto de Piratininga, na atual São Paulo, formado
pelos bandeirantes. Tipos mamelucos que se dedicavam a prear índios pelo sertão afora, indo inclusive
atacar as missões guaranis, organizadas pelos jesuítas desde os séculos 16 e 17, no Paraguai e no atual
Estado do Rio Grande do Sul.
Foi nesse quadro, de limitado progresso econômico (os portugueses começavam a enfrentar a
concorrência da produção colonial dos holandeses, franceses e ingleses, que implantaram engenhos
açucareiros nas Antilhas ), que a Coroa determinou a pressionar seus funcionários e demais habitantes no
sentido de estimulá-los, particularmente os paulistas, a que desbravassem o sertão em busca do precioso
ouro.
REVOLUÇÃO INGLESA
Contrária ao domínio de poder político da monarquia dos Stuarts, que eram soberanos ingleses
originados da Escócia, a Revolução Inglesa ocorreu no século XVII, no ano de 1640. De acordo com alguns
historiadores, esta insurreição é considerada a primeira revolução de caráter burguês realizada no ocidente.
A origem da Revolução Inglesa pode ser explicada por uma combinação de diversos fatores. Na
época da Dinastia Tudor, o país apresentava um desenvolvimento econômico próspero e de várias
conquistas. Enquanto Henrique VIII e Elisabeth I estavam no poder, ocorreu a adoção do anglicanismo, que
trouxe grandes mudanças e era um instrumento importante do Estado. Além disso, neste período, a
Inglaterra encontrava-se unificada e começou a disputar o descobrimento de novas colônias, fazendo frente
aos espanhóis.
Dentro deste contexto, havia incentivo à liberdade de comércio, além de medidas de proteção à
propriedade. Neste momento, de grande desenvolvimento econômico, surgem os monopólios comerciais, os
Mercadores Aventureiros, grupo que desejava superar os estrangeiros no comércio e a Companhia Britânica
das Índias Orientais, união de comerciantes de Londres que tinha o monopólio comercial com as “Índias
Orientais”.
Porém, estes adventos tiveram como resultado a divisão burguesa britânica. De um lado estavam os
comerciantes mais abastados, favorecidos pelos monopólios e, de outro, a pequena burguesia que clamava
pela livre concorrência. Junto a isso, a situação no campo gerava diversos problemas, pois as terras
começaram a ser valorizadas após a alta dos produtos da zona rural. Assim, os representantes da burguesia
poderosa, que tinham grandes propriedades, começam a expandir suas terras desapropriando terrenos de
caráter coletivo para torná-los particulares.
Isso fez com que diversos camponeses fossem expulsos da zona rural, dando espaço para a formação
de propriedades extensas que produziam lã, um dos produtos que, posteriormente, seria a base da Revolução
Industrial no país. Para atenuar um possível conflito entre a nobreza rural e os camponeses, o governo tomou
medidas para impedir os cercamentos, mas sofreu oposição da burguesia mercantil e dos grandes
proprietários de terras.
Em 1603 tem início a Dinastia do Stuarts, simbolizada por Jaime I, substituto de Elizabeth I,
considerada a última rainha da Dinastia dos Tudors. O novo soberano inglês, além de ser protestante, iniciou
um processo de aproximação com a Espanha, país católico, mostrando que era indiferente às instituições
inglesas estabelecidas no reinado dos Tudors. Isso foi um fator de extremo descontentamento da alta
burguesia, pois, até então, o equilíbrio entre os parlamentares e os monarcas era o que equilibrava a
economia inglesa. Foi durante este período que os ingleses discordantes iniciaram um processo de
emigração rumo à América do Norte.
Com a morte de Jaime I, quem assume o poder é seu filho Carlos I. No ano de 1628, dois anos após
Carlos I tomar o poder, é votada uma Petição de Direitos pelo Parlamento Inglês, que garantiu a burguesia
comerciante contra detenções ilegais e tributos. Em contrapartida, este parlamento foi dissolvido pelo rei,
que buscou apoio na Câmara Estrelada (tribunal que era formado por nobres da confiança da realeza). Além
disso, Carlos I faz uma tentativa de imposição do anglicanismo aos presbiterianos (calvinistas da Escócia),
mas não obteve apoio da burguesia e ainda viu grupos de escoceses invadirem a região norte da Inglaterra.
Sem sustentação, o rei abriu o parlamento novamente no ano de 1640 e em 1653. Porém, os parlamentares
demonstravam mais interesse em combater a tirania de Carlos I.
Entre os anos de 1641 e 1649, ocorreu uma guerra civil que foi um episódio de extrema importância
para a Revolução Inglesa. O conflito colocou frente a frente o exército da realeza (com apoio dos senhores
feudais) e os apoiadores do parlamento, denominados cabeças-redondas, que, em sua maioria, eram
puritanos burgueses liderados por Oliver Cromwell. No primeiro ano do conflito, o rei foi apoiado pelos
aristocratas das regiões norte e sul da Inglaterra, além da burguesia abastada.
No ano de 1645, após diversos embates, os cabeças-redondas, com seu exército chamado New
ModelArmy, vencem a cavalaria real na Batalha de Naseby e fazem Carlos I fugir para a Escócia, onde
tinham muitos inimigos. O rei acabou sendo capturado e vendido ao parlamento da Inglaterra, onde foi
executado.
Após ser instituída uma nova constituição, Cromwell ganha o título de Lorde Protetor da Escócia,
Irlanda e Inglaterra. Apoiado pela classe militar e burguesa, ele iniciou uma ditadura puritana. Seu governo
ficou conhecido pelas medidas de intolerância e rigidez contra os opositores. Após a morte de Cromwell, no
ano de 1658, seu filho assume o poder, mas é deposto um ano depois.
Com isso, é iniciada a Revolução Gloriosa, que coloca os Stuarts novamente no poder, representados
por Carlos II e, posteriormente, por Jaime II. No governo de Carlos II, devido a atitudes impensadas do
soberano, ocorreu uma rixa entre dois grupos do parlamento: os whigs e os tories. Os primeiros eram contra
as medidas reais e a favor de mudanças no cenário político. Já os segundos eram ligados à aristocracia
feudal e defensores de sua continuidade.
No governo de Jaime II, foram tomadas medidas absolutistas de punição contra opositores,
destituição do habeas corpus, além de prisões despóticas. Em 1689, o parlamento promulga a Declaração
dos Direitos (Bill ofRights), estabelecendo o parlamento como poder supremo e substituindo Jaime II por
sua filha Maria Stuart e Guilherme de Orange, seu genro.
REVOLUÇÃO FRANCESA
Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época,
além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade contemporânea.
a Revolução Francesa. Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários
movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.
Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos
comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).
Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º
estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).
Clero
Alto clero (bispos, abades e cônicos)
Baixo clero (sacerdotes pobres)
Nobreza Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)
Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)
Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e administrativos)
Povo Camponeses
Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
Média burguesia (profissionais liberais)
Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)
Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque não usavam
os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e
podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e
influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos
perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da
nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo,
porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo
com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência
com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como conseqüência, vários
trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados
elevados.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez
mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez
de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei
para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
OBS: A Assembleia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por integrantes dos
três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos,
isso sempre somava dois votos contra um do povo.
Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as
eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que
este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os
privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados
juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem)
queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero
não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados
Gerais.
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos
revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder
absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A
queda da Bastilha".
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o
povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os camponeses foi abolido e
os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
O respeito pela dignidade das pessoas
Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
Direito à propriedade individual
Direito de resistência à opressão política
Liberdade de pensamento e opinião
Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e
pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado
“Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.
Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
Sair da França
Lutar contra a revolução
Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da
França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.
Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembleia Constituinte.
Principais tópicos dessa constituição
Igualdade jurídica entre os indivíduos
Fim dos privilégios do clero e nobreza
Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
Proibição de greves
Liberdade de crença
Separação do estado da Igreja
Nacionalização dos bens do clero
Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso
contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O
objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a
monarquia absoluta (veja Absolutismo na França).
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido,
capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na
Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da
burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).
Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha
como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.
Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
Girondinos: alta burguesia
Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os
interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei
trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas
estrangeiras.
Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na
guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).
Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham
medo de perder suas cabeças.
Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava
equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais
próximas das aspirações das camadas populares.
Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército
francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.
Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
Direito ao voto
Direito de rebelião
Direito ao trabalho e a subsistência
Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o grupo da
planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.
Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os
interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra
constituição para a França.
A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo
Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e
afirmar o controle político da burguesia sobre o país.
Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando
a situação.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do
exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado.
Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.
EXERCÍCIOS
1-Qual o primeiro Tratado de divisão das terras Americanas?
2-Como o Território brasileiro foi sendo conquistado para chegar na extensão que possui hoje?
3-Quem trouxe a Expressão Sertão para o Brasil, e o que significa?
4-Qual o Lema trazido pelos Jesuítas ao Brasil?
5-Qual o verdadeiro motivo da vinda dos jesuítas ao Brasil?
6-Em que período se desenvolveu o ciclo do ouro no Brasil?
7-Quais as principais consequências do ciclo do ouro para os brasileiros?
8-Qual a principal consequência da Revolução Inglesa?
9- Como era dividida a população Francesa antes da Revolução?
10-Quais os ideais usadas pelo 3º estado ou estamento Frances, quando iniciaram a Revolução Francesa?
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos
XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo
assalariado e com o uso das máquinas.
Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que
consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.
Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra,
possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas
manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufatura.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles: possuir uma
rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a
localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.
Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a
trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e crianças também eram
obrigadas a trabalhar para sustentarem suas famílias.
Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de trabalho oferecidas, e
começaram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os quebradores de máquinas“. Outros
movimentos também surgiram nessa época com o objetivo de defender o trabalhador.
O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a técnica de fabricação
passando a executar apenas uma etapa.
A Primeira etapa da Revolução Industrial Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada,
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear
mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como
Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia
elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e
o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse período.
A Terceira Etapa da Revolução Industrial
Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da
Revolução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações
dessa época.
A ERA NAPOLEÔNICA
No desenrolar da Revolução Francesa nas duas últimas décadas do século XVIII, os jacobinos
assumiram o poder e instalaram a chamada “fase do terror” ou “Terror Revolucionário”. Nessa fase, que se
tornou crucial a partir do ano de 1793, uma série de crises começou a ocorrer na França, tanto de ordem
política quanto de ordem econômica e militar. Tais crises implicaram a insatisfação dos setores políticos
mais moderados, os quais passaram a articular o afastamento dos jacobinos do poder. Para tanto, tornava-se
necessário o estabelecimento de uma nova estrutura política que fosse gerenciada por um líder habilidoso e
com grande prestígio popular.
Napoleão Bonaparte, apesar de jovem, destacou-se como um dos mais respeitáveis generais do
exército francês durante a Revolução. Sua habilidade na guerra devia-se a variados fatores, mas
principalmente à verdadeira reforma que empreendeu com suas tropas, concedendo vantagens, motivação,
profissionalização e, sobretudo, a infusão de um espírito nacional nos soldados. O exército de Napoleão foi
o primeiro exército popular da história ligado à ideia de nação – a Nação Francesa –, ao contrário dos
exércitos tradicionais que eram eminentemente aristocráticos.
Napoleão assumiu o poder apoiado pelos setores da burguesia que queriam o fim do Diretório,
comandado pelos Jacobinos. Napoleão pôde, assim, reprimir tanto os revolucionários que estavam à
esquerda quanto os monarquistas que estavam à direita política da França à época. A manobra político-
militar que o colocou no poder ficou conhecida como golpe do 18 de brumário (nome que faz referência ao
dia e mês do calendário revolucionário) em 1799. No ano seguinte ao golpe, uma nova Constituição foi
promulgada, fortalecendo o Poder Executivo e dando a Napoleão o cargo de cônsul vitalício.
Napoleão passou de jovem general a Imperador da França, instituindo uma dinastia familiar
Entretanto, dado o enorme poder que passou a concentrar no cargo de cônsul, Napoleão coroou-se,
em 1804, na catedral de Notre-Dame, em Paris, tornando-se imperador dos franceses – esse fato tornou-se
símbolo da total independência que o novo imperador passou a ter em relação à Igreja, já que antes era o
Papa que coroava o Rei.
A partir de então, o imperador Napoleão passou a estabelecer uma série de mudanças na França,
desde a reabilitação da Igreja Católica, promovendo reformas no clero e, em certa medida, controlando-o,
até a instituição de um novo Código Civil, que veio a estruturar uma complexa legislação que até hoje tem
seu reflexo no Direito Constitucional e Internacional do mundo todo.
Além disso, Napoleão também procurou expandir seu império para várias regiões da Europa. Suas
campanhas contra a Prússia e a Rússia tornaram-se notórias. O exército nacional francês conseguiu vitórias
espetaculares contra os outros exércitos aristocráticos. Aos povos conquistados, Napoleão dava a
justificativa de que os “libertava” da estrutura do absolutismo, ou do Antigo Regime, que vigorava até então
em vários países da Europa.
O principal entrave aos projetos de Napoleão foi o Império Britânico. A Grã-Bretanha, por consistir
em um conjunto de ilhas, não ficou exposta aos ataques da infantaria napoleônica e, não obstante, detinha a
marinha mais poderosa do mundo na época. Napoleão procurou, então, estabelecer uma estratégia diferente
contra os britânicos: bloqueá-los economicamente. Essa estratégia ficou conhecida como “Bloqueio
Continental” e consistia em pressionar as nações europeias que estavam sob influência da França a não
estabelecerem vínculo comercial com a Inglaterra. Foi nesse contexto que o rei português, D. João VI, que
era apoiado pela Grã-Bretanha, fugiu com a sua corte para o Brasil – até então colônia – por não atender às
determinações de Napoleão.
De 1813 a 1815, Napoleão sofreu, gradativamente, desgastes em seu império, sobretudo pela grande
resistência que países como o Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia ofereciam ao seu domínio. A batalha
mais famosa que marcou o declínio de Napoleão foi a Batalha de Waterloo, de onde saiu derrotado. A
dinastia de Bourbon foi restaurada na França e ascendeu ao trono o rei Luís XVIII. Assim acabou o reinado
dinástico de Napoleão, que foi exilado na ilha de Santa Helena e lá morreu em 1821.
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de colonização
espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas dominadas. Os povos
americanos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados, perderam suas terras e tiveram que
seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos nativos também tiveram que trabalhar de forma
forçada para os colonizadores da Espanha.
A administração implantada pela Espanha nas colônias americanas era totalmente controlada pela
metrópole e tinha por objetivo principal a obtenção de riquezas. As leis e suas aplicações eram definidas
pela coroa espanhola e, portanto, serviam aos seus interesses políticos e econômicos.
No campo econômico o controle da metrópole sobre as colônias americanas era rígido. Os colonos só
podiam comprar e vender produtos da Espanha. Esta espécie de pacto colonial era altamente desfavorável
aos colonos americanos, pois acabam sempre vendendo a preços baixos e comprando a preços altos, gerando
grandes lucros aos espanhóis.
As lutas pela Independência da América Espanhola.
Diante da exploração e injustiças adotas pela Espanha na América, a partir do século XVIII começa a
brotar um movimento de resistência nas colônias, liderado pelos criollos. Estes eram filhos de espanhóis
nascidos na América. Além dos laços culturais que tinham com o continente americano, viam na
independência uma forma de obtenção de poder político. Muitos destes criollos eram comerciantes e, através
da independência poderiam obter liberdade para seus negócios, aumentando assim seus lucros. Vale lembrar
também que muitos criollos estudaram na Europa, onde tomaram contato com os ideais de liberdade
propagados pelos iluministas.
No século XVIII, várias revoltas emancipacionistas ocorreram em diversas colônias americanas,
lideradas em sua maioria pelos criollos. Porém, todas elas foram reprimidas com força e violência pela
Espanha.
O processo de independência e suas principais características:
O processo de independência ganhou força no começo do século XIX, aproveitando a fragilidade
política em que se encontrava a Espanha, após a invasão das tropas napoleônicas. As lutas pela
independência ocorreram entre os anos de 1810 e 1833.
Vale ressaltar que o grau de insatisfação e revolta da população americana com o domínio espanhol
havia atingido o ponto máximo no começo do século XIX. Foi nesta época também que os criollos
conseguiram organizar movimentos emancipacionistas em todos os vice-reinos.
Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o processo de independência das colônias espanholas foi
violento, pois houve resistência militar por parte da Espanha. As guerras de independência geraram milhares
de mortes de ambos os lados.
Os movimentos de independência, embora liderados pelos criollos, contou com a participação de
negros, mestiços, brancos das camadas mais pobres e até mesmo de indígenas.
As colônias estavam divididas administrativamente em quatro vice-reinos (Nova Granada, Nova
Espanha, Rio da Prata e Peru) e quatro capitanias-gerais (Chile, Venezuela, Guatemala e Cuba). Após o
processo de independência, estes vice-reinos foram divididos e tornaram-se países. O vice-reino do Rio da
Prata, por exemplo, transformou-se, após ser dividido, nos atuais: Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.
Enquanto o Brasil seguiu o sistema monárquico após sua independência em 1822, os países que se
formaram com a independência das colônias espanholas adoram a República.
Anos da independência dos principais países da América Espanhola:
- México: 1821
- Peru: 1821
- Argentina: 1816
- Paraguai: 1813
- Uruguai: 1815
- Venezuela: 1811
- Bolívia: 1825
- Colômbia: 1811
- Equador: 1811
- Chile: 1818
Principais líderes
Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola foram Simón
Bolivar e San Martín.
- Simón
Bolivar: militar e político venezuelano, foi de fundamental importância nos processos de
independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. Ganhou em 1813, na Venezuela,
o título honorífico de Libertador.
- José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência da Argentina,
Chile e Peru.
Consequências:
- Ascensão política dos criollos nas ex-colônias;
- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeiramente e politicamente a aristocracia;
- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência mercantil do século
XIX;
- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades e injustiças
sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como realidade para grande parte da
população;
- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se perpetuavam no poder.
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o
fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e
muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi
executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência
Mineira.
Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno
para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a
presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de
Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."
O processo de independência
Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois
preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte,
organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também
que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação.
Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade
que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar
uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a
Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São
Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato
ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D.
Pedro foi declarado imperador do Brasil.
Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.
Pós Independência:
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o
México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a
independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O
povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária
continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária,
que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
EXERCÍCIOS
11-Qual a fase da Primeira Revolução Industrial e qual o país pioneiro?
12- Qual a fase da Segunda Revolução Industrial, e quais os países atingidos?
13- Qual a fase da terceira revolução Industrial?
14-O que foi o Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte?
15-Quem eram conhecidos como povos nativos da América Espanhola?
16- Quem era os criollos na América Espanhola?
17- Entre quais os anos que os países da América Espanhola se libertaram da Espanha e se tornaram
independentes?
18- Quem era os principais líderes da Independência da América Espanhola?
PRIMEIRO REINADO
O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem
início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a
abdicação de D. Pedro I.
O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no
Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.
Reações ao processo de Independência
Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não
queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações
políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas
locais e oficiais.
Constituição de 1824
Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os
poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo
ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a
Assembleia. Alguns deputados foram presos.
D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi
outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de
definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do
imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.
A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só
poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser
candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e
800.000 réis para senador).
Guerra da Cisplatina
Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de
D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província
brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros
para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se
chamar República Oriental do Uruguai.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a
Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central.
A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e
fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.
Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou
guerra ao governo imperial.
O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos
revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém
a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.
Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado
Desgaste e crise do governo de D.Pedro I
Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado.
O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava
grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e
sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição
foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.
Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico
do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a
desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.
Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com
atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que
ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I
entraram em conflitos de rua com os opositores.
Abdicação
Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu
que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.
Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com
apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.
PERÍODO REGENCIAL
O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o
imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do trono D. Pedro de Alcântara tinha
apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do período determinava, neste caso, que o país deveria ser
governado por regentes, até o herdeiro atingir a maioridade (18 anos).
Regentes que governaram o Brasil no período:
- Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de
Caravelas.
- Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa Carvalho, João
Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.
- Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio Feijó.
- Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
- Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
Um período tumultuado
O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o período regencial.
Crise politica
A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do governo entre diversos grupos
políticos: Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder); Moderados (voto só para os ricos e
continuação da Monarquia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e
voto para todas as pessoas).
Revoltas
As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande parte da
população (mais pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem atendidas pelo governo.
Principais revoltas do período:
- Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas condições de vida em que vivia a grande
maioria dos moradores da província do Grão-Pará.
- Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Maranhão. A causa principal foi a exploração da
população mais pobre por parte dos grandes produtores rurais.
- Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bahia. Motivada pela insatisfação de militares e
camadas médias e ricas da população com o governo regencial.
Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial
Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a grave crise que o país
enfrentava era fruto, principalmente, da falta de um imperador forte e com poderes para enfrentar a situação.
Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo Senado Federal a
maioridade de D. Pedro II (antes de completar 14 anos) e declarado o fim das regências. Esse episódio ficou
conhecido como o Golpe da Maioridade. Foi uma forma encontrada pelos políticos brasileiros de dar poder e
autoridade ao jovem imperador para que as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem restaurada no Brasil.
SEGUNDO REINADO
O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de maioridade de Dom Pedro II, realizada no dia 23
de julho de 1840. Na época, o jovem imperador tinha apenas quatorze anos de idade e só conseguiu ocupar o
posto máximo do poder executivo nacional graças a um bem arquitetado golpe promovido pelos grupos
políticos liberais. Até então, os conservadores (favoráveis à centralização política) dominaram o cenário
político nacional.
Antes do novo regime monárquico, o período regencial foi caracterizado por uma política
conservadora e autoritária que fomentou diversas revoltas no Brasil. As disputas políticas do período e o
desfavor promovido em torno do autoritarismo vigente permitiram que a manobra em favor de Dom Pedro
de Alcântara tivesse sustentabilidade política. Nos quarenta e nove anos subsequentes o Brasil esteve na mão
de seu último e mais longevo monarca.
Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II contou com a criação de dispositivos capazes de
agraciar os dois grupos políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe
socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a figura do imperador
aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam
ministérios, o rei era blindado pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.
A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de relativa
estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a
autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom desempenho de uma
economia impulsionada pela ascensão das plantações de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu
com situações delicadas provindas de uma economia internacional em plena mudança.
O tráfico negreiro era sistematicamente combatido pelas grandes potências, tais como a Inglaterra,
que buscava ampliar seus mercados consumidores por aqui. A partir da segunda metade do século XIX,
movimentos abolicionistas e republicanos ensaiavam discursos e textos favoráveis a uma economia mais
dinâmica e um regime político moderno e inspirado pela onda republicana liberal.
Após o fim da desgastante e polêmica Guerra do Paraguai (1864 – 1870), foi possível observar as
primeiras medidas que indicaram o fim do regime monárquico. O anseio por mudanças parecia vir em
passos tímidos ainda controlados por uma elite desconfiada com transformações que pudessem ameaçar os
seus antigos privilégios. A estranha mistura entre o moderno e o conservador ditou o início de uma república
nascida de uma quartelada desprovida de qualquer apoio popular.
A CULTURA NEGRA NO BRASIL
A cultura negra chegou ao Brasil por meio dos escravos africanos, na época do Brasil Colônia. A
cultura europeia, tida como branca, predominava no país e não dava margem aos costumes africanos, que
era discriminado pela sociedade branca, na época, maioria. Então, observa-se que na sociedade não se tinha
as manifestações; porém, os negros tinham sociedades clandestinas, chamadas de quilombos.
Nessas comunidades, havia a liberdade para os negros se manifestarem, tudo de acordo com os
costumes de suas terras natais. Nos engenhos de açúcar, eles desenvolveram a capoeira: uma forma de
expressão dos negros, ainda que fosse uma luta com características de dança, era praticada para ser usada
contra os inimigos (senhores de engenho).Culinária. Outra característica marcante da cultura afro no Brasil é
a questão dos diferentes temperos dados à culinária brasileira. Eles tiveram a capacidade de mesclar coisas
da cozinha indígena com a europeia e transformar em comida brasileira. Ora, os escravos saíram de suas
terras para um local diferente, sem trazer nada consigo. São pratos mais famosos da culinária afro-
brasileira:Acarajé;
Vatapá;
Bobó;
Feijoada (a famosa feijoada é citada como sendo um prato servido nas senzalas).
Azeite de dendê (tempero comum na culinária baiana);
Frutas e especiarias: coco, banana, pimenta malagueta e o café são produtos oriundos das terras
africanas.
Expressões Culturais
Uma coisa que chama a atenção é a alegria do povo afro-brasileiro. Além da capoeira, que já é
comum em várias partes do Brasil, mas enfaticamente no estado da Bahia. Os negros trouxeram estilos
diferentes no quesito de moda e estilo. Sempre baseado nas culturas dos ancestrais, aderem penteados
interessantes, como os dreadlocks, da cultura rastafári; o cabelo blackpower; os trançados; com balangandãs,
dentre outros.
Música
Na música, predomina o samba, bem marcante na cultura brasileira, o que é uma herança dos afro-
brasileiros. O estilo musical nasceu em meados da década de 1920; no Rio de Janeiro, surgiu e permitiu a
criação de outros ritmos, tais como: o samba enredo, o samba de breque, o samba canção e a bossa nova.
Religião
O candomblé, religião afro-brasileira, assim como a umbanda, a macumba e o omoloko, foi deixado
pelos escravos que adotavam o sincretismo para preservação desse culto. Na época do trabalho escravo, para
que a adoração aos deuses africanos não cessassem, os negros usavam os santos da igreja católica, como
forma de despistar a mão de ferro portuguesa. Por isso, se vê a mistura do candomblé com o catolicismo.
A cultura negra é algo que influenciou, não só o Brasil, mas diversas nações que usufruem da
pluralidade do movimento negro. Nos Estados Unidos, o estilo dos negros é bem característico. O rap e hip
hop são elementos que fazem parte do cotidiano do povo negro.
Em meio às lutas, pode se dizer que os negros venceram e continuam nesse processo. Embora
existam ainda casos de racismo, esse quadro tem mudado.
Dia Nacional da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra lembra a resistência à escravidão e é comemorado no dia 20
de novembro, no Brasil, homenagem ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, ícone da cultura
negra. O projeto de lei que deu vida a esse dia foi o 10.639/2003, mas só foi sancionado e considerado
quando a presidenta Dilma Rouseff sancionou a Lei 12.519/2011.
A homenagem ao dia surgiu em 1978 através do Movimento Negro Unificado. O objetivo dessa data
é refletir sobre o preconceito, mostrar ao povo a cultura africana, comemorar e lutar pelos direitos e a
igualdade do povo negro.
Zumbi dos Palmares
O líder dos negros no quilombo dos palmares, Zumbi dos Palmares, foi responsável por lutar contra a
escravidão e morreu lutando pelos direitos do seu povo. O quilombo liderado por ele encontrava-se no
estado de Alagoas e resistiu por cerca de 100 anos, abrigando entre 25 mil a 30 mil negros, segundo os
dados da Fundação Cultural Palmares.
Foram através dos quilombos que os negros preservaram a sua cultura e também formaram a
resistência contra o sistema de escravidão no período colonial. O líder que inspirou e ainda inspira a muito
negros foi um herói contra o sistema que vigorava na época e representa um momento em que eles devem
lutar e repensar sobre a identidade dos negros na sociedade brasileira.
Zumbi foi morto pelas tropas coloniais de Jorge Velho e foi assassinado em 20 de novembro de
1695. Após a sua morte, a abolição da escravatura só chegou ao Brasil em 1888.
A data é considerada ponto facultativo e não um feriado obrigatório, portanto, cabe aos municípios e
estados aderirem a data como feriado.
Nesse dia e em todo o mês de novembro várias atividades culturais são realizadas em comemoração a
data como passeatas, oficinas, cursos, seminários, oficinas, etc. Além disso, entidades e instituições ligadas
aos movimentos negros estimulam a população na comemoração dessa data.
Eventos relacionados a Cultura Afro-brasileira
Feira Preta Week ou Feira Cultura Preta
É uma das maiores feiras de cultura negra da América, possui uma agenda cultural vasta com
atividades sobre moda, dança, literatura, gastronomia, música, turismo afro e muitos outros, bem como a
comercialização de produtos afro. O objetivo do evento é mostrar que a cultura negra também faz parte da
sociedade brasileira, bem como valorizando-a diante da sociedade.
Todos os anos, a feira é realizada desde 2002, em várias cidades do país. A feira é organizada pelo
Instituto Feira Preta que atua na promoção e no desenvolvimento da cultura negra na sociedade
Mostra Internacional do Cinema Negro
É uma mostra que acontece, geralmente, na semana da Consciência Negra, realizada para mostrar à
sociedade a imagem positiva dos afrodescendentes por meio do cinema, bem como incluí-los na sociedade.
Marcha da Consciência Negra
A marcha é realizada em alguns estados para celebrar o dia da consciência negra. Os manifestantes
vestem camisetas de protestos, levam cartazes, faixas contra o preconceito à população negra. Geralmente
participam pessoas de movimentos populares, sindicatos, organizações civis, estudantes e demais indivíduos
que desejarem aderir ao movimento.
Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB)
É considerado o primeiro museu federal da cultura negra, um projeto de renovação à política cultural
do Ministério da Cultura, responsável por reunir a história do povo afro-brasileiro. Sua sede encontra-se na
Bahia, em Salvador. Os organizadores propõe ações como intercâmbios entre os continentes de origem
africana como Angola, Guiné e Moçambique, mostras e exposições.
EXERCÍCIOS
19-Qual o fato considerado o mais importante do nosso país, pois marcou o fim do domínio Português e a
conquista da autonomia?
20- Em que dia comemoramos a Independência do Brasil?
21- Qual a fase do primeiro Reinado no Brasil?
22-Porque a Constituição Imperial foi chamada de Outorgada?
23-O que foi a Confederação do Equador?
24-O que foi o Período Regencial?
25-Quais as principais Revoltas do Período Regencial?
26-Com quantos anos D. Pedro II, assumiu o Governo Brasileiro?
27-Dentro da Cultura Negra no Brasil, temos diversos pratos típicos dessa cultura. Cite alguns:
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Industrialização: Uma revolução sócia econômica
É difícil imaginar como seriam as vidas cotidianas hoje sem automóveis, eletrodomésticos, telefones
etc. Entretanto, esse mundo de máquinas e tecnologia, tal como o conhecemos, começou a tomar forma com
a Revolução Industrial, que teve inicio na Inglaterra em meados do século XVIII e estendeu-se para outros
países a partir, do século XIX. Ante desse período, a maioria das pessoas vivia no Campo ou em vilarejos.
Trabalhavam em pequenos grupos e produziam, em pequena escala, aquilo de que precisavam _
alimentos, roupas e objetos. Havia grandes cidades, porém eram cidades comerciais e principalmente
cidades capitais, ou seja, centros do poder político dos reinos.
Expansão Da Revolução Industrial
Etapas:
Considerando os países envolvidos e as questões técnicas, a Revolução industrial pode ser dividida
em pelo menos três momentos importantes.
Primeira etapa
No primeiro momento (1760-1860), ficou limitada, basicamente, a Inglaterra. O maior destaque foi o
desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso, o
aperfeiçoamento das máquinas a vapor teve extrema importância para o progresso das fábricas.
Segunda etapa
No segundo momento (1860-1900), espalhou-se por algumas regiões da Europa Ocidental e Oriental,
atingindo países como Bélgica, França, Alemanha, Itália e Rússia, Alcançaram também outros continentes,
ganhando espaço nos Estados Unidos e no Japão. Nessa etapa, as principais inovações técnicas foram a
utilização do aço (superando o ferro), o aproveitamento da energia elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a
invenção do motor a explosão, das locomotivas e do barco a vapor e o desenvolvimento de produtos
químicos. Além disso, foram inventados meios de comunicação, como o telegrafo, o telefone, o rádio e o
cinema. O processo tecnológico foi de tal modo significativo que este momento costuma ser caracterizado
como Segunda Revolução Industrial.
Terceira etapa
A partir de meados do século XX, grandes avanços tecnológicos vêm repercutindo intensamente na
produção econômica e no trabalho no mundo como um todo. Alguns historiadores e analistas
contemporâneos denominaram essas transformações de Terceira Revolução Industrial, que se traduz no
impacto das novas tecnologias, como o microcomputador, a microeletrônica, a robótica, a engenharia
genética, a telemática (uso combinado dos computadores e meios de telecomunicações, como fax, celular,
internet, televisão). Um dos aspectos dessa "Terceira Revolução Industrial” é o aumento da produtividade
com a utilização de um número cada vez menor de trabalhadores, O resultado dessa equação é o aumento
generalizado do desemprego em todo o mundo.
O debate sobre a nova ordem econômica, e social
O rápido processo de industrialização logo repercutiu em vários aspectos da vida social.
Crescia o número de operários pobres que, por meio de suas organizações, reivindicavam
condições dignas de trabalho. Já a burguesia industrial estava empenhada, principalmente, em aumentar seus
lucros e enriquecer.
O debate decorrente desse conflito de interesses contribuiu para a elaboração de varias teorias
sociais. Algumas justificavam os rumos da nova sociedade industrial capitalista.
Outras, identificadas com os interesses dos operários, denunciavam a exploração do trabalho e
pregavam uma sociedade mais livre justa.
Exploração Do Trabalhador
Para desenvolver suas empresas, os industriais ingleses queriam liberdade econômica, ampliação
dos mercados consumidores e mão de obra barata para trabalhar nas fábricas.
Com o objetivo de aumentar os lucros, o empresário industrial pagava aos operários salários
muito baixos, enquanto explorava ao máximo sua capacidade de trabalho.
Os salários eram tão reduzidos que, para sobreviver, toda a família do operário, incluindo mulheres
e crianças era obrigada a trabalhar nas fábricas.
Em diversas indústrias, eles trabalhavam mais de 15 horas por dia. Vale ressaltar que na Inglaterra,
por volta de 1780, um operário vivia, em media, 55 anos e trabalhava 125 mil horas.
Impactos Do Avanço Industrial
A Revolução Industrial consolidou o capitalismo nas sociedades em que se instalou. Aos poucos, a
indústria passou a disputar com o comércio a condição de principal setor de acumulação de riquezas. Foram
muitas as consequências sociais e transformações ocorridas com o desenvolvimento das indústrias.
Resistência operária
A exploração do trabalho humano gerou conflitos entre operários e empresários não só na Inglaterra,
como em outras regiões da Europa onde se desenvolveu o sistema fabril.
Houve casos de grupos de operários que invadiram fábricas e destruíram suas máquinas, Para eles, as
máquinas representavam o desemprego, a miséria, os salários baixos e a opressão.
O Imperialismo
Quando o assunto é Imperialismo, alguns aspectos devem sempre ser analisados em conjunto. Os
principais são: Nacionalismo, Neocolonialismo e junção entre o Capitalismo financeiro e o Capitalismo
industrial. Esses aspectos resumem o panorama político, econômico e cultural de um período que vai desde a
década de 1870 até o ano de 1914, ano em que teve início a Primeira Guerra Mundial.
O termo “Imperialismo” sugere, obviamente, uma “Era de Impérios”; em grande parte trata-se disso
mesmo. Mas, conceitualmente falando, o Imperialismo do século XIX consistiu num tipo de política
expansionista das principais nações europeias, que tinha por objetivo a busca de mercado consumidor, de
mão de obra barata e de matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias.
Esse fenômeno de expansão dos países europeus teve início a partir do momento em que, após as
Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII e da formação das nações modernas na Europa (como
Alemanha, Itália e França), houve um intenso processo de industrialização desses países. A industrialização
gerou, por conseguinte, uma forte concorrência entre as nações, que passaram a disputar territórios e
estabelecer as suas fronteiras com exércitos modernizados e uma sofisticada diplomacia. Esse processo
acentuou gradualmente o caráter nacionalista dos países europeus.
Ao mesmo tempo, a industrialização também exigia uma integração econômica nunca antes vista. O
capital gerado pela indústria, isto é, toda a riqueza do processo de produção – desde maquinários até
produtos para consumo –, precisava de crédito e de sustentação financeira. Os setores do capital financeiro
(bancos e bolsas de valores) passaram a se integrar com o setor das indústrias, criando assim maneiras de
estruturar a complexidade da economia mundial integrada.
E, assim como nos séculos XV, XVI e XVII, nos quais nações europeias como Portugal e Espanha
promoveram a colonização do continente americano (e dessas colônias extraíram matérias-primas e nelas
desenvolveram sistemas de organização política e administrativa), as nações imperialistas industrializadas
do século XIX promoveram a colonização de regiões da África, da Ásia e da Oceania.
O processo de expansão para essas regiões foi marcado por várias tensões e guerras. A África, por
exemplo, teve seu território divido nesta época entre as nações europeias, num evento denominado
Conferência de Berlim, ocorrido em novembro de 1884. Essa divisão caracterizou-se pela completa
arbitrariedade, tribos africanas inteiras foram desagregadas com a divisão, enquanto que algumas se
mesclaram com outras que eram suas rivais históricas. A Inglaterra, nessa época, ficou conhecida como o
grande Império “onde o Sol não se põe”, exatamente por conta de sua vasta expansão, que integrava grandes
países, como a Índia e a Austrália.
O Imperialismo chegou ao seu ponto de saturação no início do século XX, quando as tensões
nacionalistas se tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é fruto direto dessa
saturação.
REPÚBLICA BRASILEIRA
A Primeira República corresponde ao período que marcou o fim do Império em 1889 até a
Revolução de 1930.
A história republicana brasileira pode ser dividida em algumas fases, tendo como marcos fatos
históricos que representaram mudanças na ordem institucional do Estado. A Primeira República, também
conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional e vai desde
a Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930. Pela liderança do poder de Estado,
alteraram-se confrontos e alianças entre a oligarquia rural e os militares das Forças Armadas.
Entre o fim do Império em 1889 e a posse da presidência por Prudente de Morais, em 1894, militares
ocuparam o cargo de líder na Primeira República. O primeiro foi Marechal Deodoro da Fonseca, presidente
interino desde a Proclamação da República e eleito após a aprovação da Constituição de 1891. Deodoro da
Fonseca renunciou em 1891, quando o vice-presidente Marechal Floriano Peixoto assumiu a presidência até
1894, encerrando o período conhecido como República da Espada.
A adoção do presidencialismo e do federalismo como forma organizativa do Estado foram as
principais características da Constituição de 1891, o que acarretou em uma política de alianças para a
ocupação da presidência e em uma liberdade política aos governadores dos estados da Federação. O período
foi marcado por conflitos militares, dentre eles, a Revolta Federalista, no Rio Grande do Sul, e a Revolta da
Armada, no Rio de Janeiro, ambas em 1893.
As revoltas foram contidas e a estrutura liberal do Estado foi consolidada, o que possibilitou a
transição para o poder civil. O presidente Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil, eleito em 1894,
dando início a alternância entre representantes das oligarquias rurais do sudeste brasileiro até 1930.
A política do Café com Leite, assim chamada em decorrência da aliança nas indicações para
presidentes entre São Paulo e Minas Gerais, principais produtores de café e leite, respectivamente, foi o auge
da ordem oligárquica. Para manter essa alternância, o presidente Campos Sales (1898-1902) realizou uma
costura política, a política dos governadores, que proporcionou apoio regional ao poder executivo federal e
fortaleceu os coronéis oligarcas regionais. É desta aliança que surgiu o coronelismo que marcou a prática
política no interior do Brasil até a segunda metade do século XX.
Na ordem econômica, o que se viu no período foi a tentativa de conter a crise do café e o auge da
produção da borracha. Também ocorreram conflitos sociais como a Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897, a
Revolta da Vacina, em 1904, a Revolta da Chibata, em 1910, e a Revolta do Contestado, entre 1913 e 1915.
A partir de 1914, a Primeira República entrou em declínio. Nem o surto de industrialização suportou
a crise pela qual passava a produção do café, que teve seu golpe final com a crise econômica mundial
capitalista de 1929. Por outro lado, novas classes sociais se fortaleceram, reclamando representação política.
Greves operárias foram realizadas e duramente reprimidas. A burguesia industrial entrava em conflito com a
política econômica voltada preferencialmente à agricultura. Até mesmo nos quadros médios das Forças
Armadas havia insatisfação com o controle político pelas oligarquias rurais.
O resultado foi uma instabilidade crescente dos acordos políticos que caracterizaram a Primeira
República, e a insatisfação no seio do exército proporcionou a aproximação de vários grupos estaduais que
se opunham à política do Governo Federal. As revoltas tenentistas no Rio Grande do Sul, em 1923, e em São
Paulo, em 1924, somadas à insatisfação das oligarquias com a eleição de Júlio Prestes, em 1930, levaram ao
impedimento do presidente eleito e, com um golpe militar, teve fim a Primeira República.
QUESTÃOES CRAVAGISTA
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos comerciantes portugueses, espanhóis e ingleses
que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e
cruel por toda a região da América.
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-do-mato que perseguiam os negros que
haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias
defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela
vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por
seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os
começos da História.
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais
pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos;
contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os
portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava
nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como
se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou
velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em
condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao
mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados
da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma
alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca
higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era
a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais
africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua
portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana
se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações
artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.
As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho
utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até
mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a
carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as
poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas
fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram
comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização
comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua
língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.
Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra.
Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei
Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e
aprisionarem navios de países que faziam esta prática.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o
tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos
filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários
que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua
abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
A vida dos negros após a abolição da escravidão.
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia,
condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade.
Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a
viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.
AS REVOLTAS DA PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA
Aconteceram por causa do governo elitista que oprimia o povo ao mesmo tempo que enchia os
coronéis de privilégios. As manifestações populares se espalharam pelo país, tantos nas cidades, quanto no
campo.
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o almirante Saldanha da Gama e o ministro da
marinha Custódio de Mello arquitetaram um movimento contra o presidente Floriano Peixoto, pois ele não
respeitou a Constituição brasileira que estabelecia uma nova eleição caso o candidato anterior desocupasse o
cargo antes de completar dois anos no poder. Em 13 de setembro de 1893, os navios sob o poder da revolta
abriram fogo contra a cidade do Rio de Janeiro que evitou o desembarque dos revoltosos até março do ano
seguinte. Alguns participantes da revolta abriram novas frentes de batalha na região sul junto a membros da
Revolução Federalista, mas o governo acabou sufocando os dois levantes com apoio das classes médias e
dos cafeicultores paulistas.
Revolução Federalista – Revolução da Degola (1893 - 1895)
(A Revolução da Degola)
Aconteceu no Rio Grande do Sul quando o presidente Floriano Peixoto começou a substituir os
políticos eleitos durante o governo de marechal Deodoro da Fonseca. Os gaúchos, que queriam maior
autonomia para os estados e por isso eram chamados de federalistas, foram liderados por Gaspar Silveira
Martins e Gumercindo Saraiva, assim pegaram em armas para exigir a anulação da posse de Júlio de
Castilhos como governador. O governo agiu rápido, obrigando os federalistas a recuarem para regiões do
Uruguai e da Argentina, mas logo depois eles avançaram por Paraná e Santa Catarina e receberam o apoio
da Revolta da Armada.
A revolta só terminou quando o federalista Saldanha da Gama lutou até a morte com os últimos
quatrocentos homens de sua tropa.
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o médico Oswaldo Cruz se tornou diretor de saúde
pública e começou a ordenar demolições de moradias pobres e autorizar invasões domiciliares para buscar
pragas. O estopim foi a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, quando o povo se rebelou por dez dias
causando alvoroço nas ruas até ser sufocado pela polícia com o apoio da Guarda Nacional, Bombeiros,
Exército, Marinha e algumas tropas de SP e MG. Para evitar novo confronto o governo revogou a vacinação.
Aconteceu no RJ quando o marinheiro Marcelino Menezes recebeu 250 chicotadas por ter levado
cachaça ao navio. Os marinheiros tomaram os barcos e apontaram os canhões para a capital exigindo o fim
dos maus tratos e melhor alimentação dentro da corporação além de anistia aos envolvidos. Conseguiram o
que pediram, mas duas semanas depois
começaram uma nova revolta, assim a maioria dos participantes foi morta, alguns foram degredados
no Acre ou A
Amazônia em serviços forçados, enquanto que o líder João Candido foi internado num hospício
como indigente sendo anistiado em 2008 pelo presidente Lula.
Aconteceu por causa das más condições de trabalho enfrentadas pelos brasileiros moradores das
cidades. Os trabalhadores se organizaram em sociedades beneficentes, sindicatos e tidos comunistas que
levaram a greves e espalharam jornais nas ruas dos estados industriais como SP e RJ.
Canudos (1893 – 1897)
(Representação da peregrinação de Antônio Conselheiro)
Antônio Mendes Maciel (o Conselheiro) peregrinou o interior de Pernambuco, Bahia e Sergipe
pregando, ajudando as pessoas e conseguindo seguidores, o que ameaçava a Igreja Católica. Em 1893
fundou Canudos, um povoado numa fazenda da Bahia que chegou há 10.000 moradores que seguiam suas
próprias leis sem obedecer à igreja nem aos coronéis. Três expedições com metralhadores e canhões não
conseguiram vencer a comunidade, somente a quarta com 14.000 soldados teve sucesso. Para garantir a
vitória prenderam poucos, amararam muitos, degolaram outros e destruíram tudo.
Contestado (1912 – 1916)
(Representação do movimento e seu líder)
Aconteceu em terras de SC e PR aonde os moradores foram expulsos para a construção de uma
estrada de ferro. Essas pessoas começaram a seguir José Maria combatendo o governo e os empresários que
ganhariam muito com a instalação desses trens. Foram derrotados com violência por uma tropa de 8.000
soldados que os mataram de sede e fome durante um cerco desonesto.
Cangaço (XIX – 1940)
(Exposição com os artefatos, armas e vestimentas dos cangaceiros junto das cabeças decapitados do grupo
de Lampião)
Aconteceu no sertão nordestino com a formação de grupos armados e violentos que eram sustentados por
um político para protegê-lo. Mais tarde esses bandos começaram a trabalhar para si próprios atacando
povoados e fazendas para roubar. Geralmente eram combatidos pelas volantes. Os lideres cangaceiros mais
famosos foram Virgulino (Lampião) e Courisco.
GUERRA DO PARAGUAI
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul no
século XIX. Rivalidades platinas e a formação de Estados nacionais deflagraram o confronto, que destruiu a
economia e a população paraguaias.
É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza) na Argentina e Uruguai
e de Guerra Grande, no Paraguai.
A Guerra do Paraguai durou seis anos. Teve seu início em dezembro de 1864 e só chegou ao fim no
ano de 1870, com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora.
Francisco Solano López, ditador do Paraguai.
Causas
Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados na
região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco
Solano López.
Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas,
invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de
Solano López. O ditador paraguaio se opôs à invasão brasileira do Uruguai, porque contrariava seus
interesses.
Como retaliação, o governo paraguaio aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês
de Olinda, e em seguida atacou a cidade de Dourados, em Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. Em maio
de 1865, o Paraguai também fez várias incursões armadas em território argentino, com objetivo de
conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o
Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança.
Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país
independente das nações europeias. Para a Inglaterra, um exemplo que não deveria ser seguido pelos demais
países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. Foi por isso, que os ingleses
ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era
interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América
Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de
desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.
INDUSTRIALIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO
Os processo de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os
avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na Europa que esse
continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao
mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, o que acarreta a produção de
mais mercadorias e o aumento do ritmo da atividade industrial.
A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço geográfico, pois interfere
nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da sociedade e promove a
instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas.
A atividade industrial, por definição, corresponde ao arranjo de práticas econômicas em que o trabalho e o
capital transformam matérias-primas ou produtos de base em bens de produção e consumo.
Com o avanço nos sistemas de comunicação e transporte – fatores que impulsionaram a globalização
–, praticamente todos os povos do mundo passaram a consumir produtos industrializados,
independentemente da distância entre o seu local de produção e o local de consumo. Estabelece-se, com
isso, uma rede de influências que atua em escalas que vão do local ao global.
Graças ao processo de industrialização e sua ampla difusão pelo mundo, incluindo boa parte dos países
subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também cresceu, a ponto de, segundo dados da ONU, o
mundo ter se tornado, pela primeira vez, majoritariamente urbano, isto é, com a maior parte da população
residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante.
Mas como a industrialização interfere na urbanização?
É errôneo pensar que a industrialização é o único fator que condiciona o processo de urbanização. Afinal, tal
fenômeno está relacionado também a outros eventos, que envolvem dinâmicas macroeconômicas, sociais e
culturais, além de fatores específicos do local. No entanto, a atividade industrial exerce uma influência quase
que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço
rural, que vê uma gradativa diminuição de seu contingente populacional em termos proporcionais.
No meio rural, o processo de industrialização interfere com a produção e inserção de modernos maquinários
no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras, semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão de
obra anteriormente empregada é substituída por máquinas e técnicos qualificados em operá-las. Como
consequência, boa parte dessa população passa a residir em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez
maiores e mais povoadas. Vale lembrar que a mecanização não é o único fator responsável pelo processo de
migração em massa do campo para a cidade, o que chamamos de êxodo rural, mas é um dos elementos mais
importantes nesse sentido.
A mecanização do campo contribui para o crescimento das cidades
Além disso, a industrialização das cidades faz com que elas se tornem mais atrativas em termos de
migrações internas, o que provoca o aumento de seus espaços graças à maior oferta de empregos, tanto na
produção fabril em si quanto no espaço da cidade, que demandará mais trabalho no setor comercial e
também na prestação de serviços.
Não por acaso, os primeiros países a industrializem-se foram também os primeiros a conhecer a
urbanização em sua versão moderna, tornando-se territórios verdadeiramente urbano-industriais.
Atualmente, esse processo vem ocorrendo em países emergentes e subdesenvolvidos, tal qual o Brasil, que
passou por isso ao longo de todo o século XX. Segundo a ONU, até 2030, todas as regiões do mundo terão
mais pessoas vivendo nas cidades do que no meio rural.
O grande gargalo desse modelo é o crescimento acelerado das cidades, que contribui para fomentar
amacrocefalia urbana, quando há o inchaço urbano, com problemas ambientais e sociais, além da ausência
de infraestruturas, crescimento da periferização e do trabalho informal, excesso de poluição, entre outros
problemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 900 milhões de pessoas estarão vivendo em favelas,
em condições precárias de moradia e habitação.
EXERCÍCIOS
1-O que foi a Revolução Industrial?2-Onde se desenvolveu a1ª Etapa da Revolução Industrial?
3-Quais os Países Atingidos pela 2ª Etapa da Revolução Industrial?
4-Qual a principal característica da 3ª Etapa da Revolução Industrial?
5-Qual o principal impacto da Revolução Industrial?
6-Em que ano foi Proclamada a República Brasileira?
7-Quem Proclamou a República Brasileira?
8-Como era chamada a 1ª fase da República Brasileira e porque?
9- Como e porque os Negros foram trazidos para o Brasil?
10-Cite as Principais Leis Abolicionistas?
11-Quais as Leis que proibiram o Tráfico de Negros?
12-Onde aconteceu a Revolução das Degolas?
13-Onde aconteceu a Guerra de Canudos, quem era o líder e qual a contravenção cometida por eles para
serem mortos pelas tropas do governo?
14- Qual a principal causa da Guerra do Paraguai? A quem interessava a destruição do Paraguai?
15-Como se deu a grande Urbanização Brasileira?
16-Quais as consequências da grande Urbanização Brasileira?
REVOLUÇÃO RUSSA
Revolução Russa de 1917
A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da
autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético
sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que
durou até 1991.
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura,
pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).
Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a
base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava
poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que
desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido
Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado
Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de
Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Situação conflituosa
As tensões europeias no inicio do século XX
No inicio do século XX, havia enorme tensão e rivalidade entre os governos das grandes potências
europeias, como Alemanha, Inglaterra e França. Essa tensão resultava de disputas territoriais e por
mercados, tanto na Europa quanto fora dela.
Os empresários buscavam novos mercados que consumissem seus produtos, o que levou os governos
dos países industrializados europeus a disputar colônias na África e na Ásia.
Ao mesmo tempo, o governo de cada país industrializado procurava dificultar a expansão econômica
dos demais fechando seus mercados aos produtos importados e tentando impedir a expansão do império
colonial dos concorrentes. Essa disputa econômica envolveu principalmente interesses ingleses e alemães.
Movimentos nacionalistas
Ligados a essas disputas econômicas e por colônias, havia os movimentos nacionalistas, que
pretendiam agrupar sob um mesmo Estado povos de matrizes culturais semelhantes, o que levava a um
desejo de expansão territorial. Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na
Europa no início do século XX, destacaram-se o pan-eslavismo e o pangermanismo. Os pan-eslavistas,
liderados em certa medida pelo governo russo, queriam unir todos os povos eslavos da Europa Oriental.
Os pangermanistas pretendiam anexar a Alemanha os territórios da Europa Central onde viviam
germânicos. Além disso, havia o revanchismo francês, movimento nacionalista pelo qual o governo francês
visava recuperar os territórios da Alsácia Lorena, região rica em minério de ferro e carvão que os franceses
foram obrigados a entregar aos alemães depois da derrota na Guerra Franco Prussiana, em 1870.
O clima de rivalidades deu origem a chamada paz armada: diante do risco de guerra, as potências
iniciaram uma corrida armamentista, fortaleceram seus exércitos e formaram alianças políticas.
POLÍTICA DE ALIANÇAS
O governo das grandes potência firmaram tratados de aliança entre si, com o objetivo de somar
forças para enfrentar os rivais.
Depois de muitas negociações e tratados bilaterais, a Europa, em 1907, ficou dividida em dois
grandes blocos:
- Tríplice Aliança - formada inicialmente por Alemanha, Áustria e Itália;
-Tríplice Entente - formada inicialmente por Inglaterra, França e Rússia.
As alianças originais sofreram alterações e, conforme seus interesses, algumas forças acabaram
mudando de lado. Exemplo disso foi o governo da Itália, que, em 1915, passou para o lado da Entente por
ter recebido a promessa de compensações territoriais.
As tensões entre os dois blocos foram aumentando, a ponto de qualquer incidente poder dar inicio a guerra.
O FIM DA GUERRA
O apoio financeiro e material dado pelo governo dos Estados Unidos ao entrar na guerra foi decisivo
para a vitoriada Entente de seus aliados. Os recursos da Entente eram muito superiores aos da Tríplice
Aliança. No inicio de 1918, as forças da Alemanha ficaram isoladas e sem condições de sustentar os
combates. Em 11 de novembro daquele ano, o governo alemão assinou o armistício (acordo de Paz) em
situação bastante desvantajosa. Aceitava, por exemplo, retirar suas tropas de todos os territórios ocupados
durante a guerra (Parte das tropas alemãs estavam, no momento, em território francês), devolver aos
adversários materiais de guerra pesados e submarinos apreendidos e pagar indenizações pelos territórios
ocupados.
Nos diversos locais onde foram travados combates, eram comuns as cenas de destruição de
plantações, Casas, edifícios, pontes e estradas. Uma grave crise sócio econômica atingiu os países já
abalados pelas perdas de bens materiais e pelos gastos de guerra. Além disso, foram imensos os sacrifícios
humanos: milhões de mortos, feridos e inválidos. Alguns historiadores estimam que essa guerra deixou um
saldo de aproximadamente 10 milhões de mortos e 30 milhões de feridos.
O sentimento de patriotismo eufórico que, em multos países, havia marcado o início da guerra
(Sempre estimulado pela propaganda governamental) transformou-se, em 1918, num clima geral de
profunda desolação e desesperança. Afinal, para que serviu tanta violência e brutalidade?
O PÓS- GUERRA
A paz dos vencedores
Após a rendição alemã, no período de 1919 a 1920, realizou-se no palácio de Versalhes, na França,
uma série de conferências com a participação de representantes de 27 nações vencedoras da guerra. Dessas
conferências, sob a liderança dos representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França, nasceu o
Tratado de Versalhes, que impôs duras condições aos alemães.
TRATADO DE VERSALHES
O Tratado de Versalhes estipulava, por exemplo, que a Alemanha deveria:
·Restituir a região da Alsácia Lorena a França;
·Ceder outras regiões a Bélgica, a Dinamarca e a Polônia;
·Entregar quase todos os seus navios mercantes a França, a Inglaterra e a Bélgica;
·Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos parses vencedores;
·Reduzir o poderio militar de seus exércitos, sendo proibida de constituir aviação militar.
O conjunto de decisões impostas aos alemães provocou, em pouco tempo, uma intensa reação das
forças políticas que se organizavam em seu país. Os alemães consideravam injustas, vingativas e
humilhantes as condições do Tratado de Versalhes. Anos mais tarde, o desejo de mudar essas condições
motivaria o ressurgimento do nacionalismo alemão.
Além do Tratado de Versalhes, foram assinados outros acordos entre os representantes dos países
envolvidos no conflito. Por meio desses tratados desmembrou-se o império Austro Húngaro, alguns países
ganharam territórios e outros perderam. Surgiram assim novos países, como Checoslováquia, Hungria,
Polônia, Iugoslávia, Áustria, Letônia, Lituânia e Estônia.
Desde o final do século XIX, a produção industrial norte-americana vinha se expandindo e
ampliando seu Campo de ação econômica em diferentes partes do mundo. A eclosão da Primeira Guerra
Mundial na Europa estimulou ainda mais o crescimento agrícola e industrial dos Estados Unidos.
Conservando-se, a princípio, numa posição de neutralidade, os norte-americanos forneciam seus
produtos aos países envolvidos no conflito. Além disso, enquanto as potências europeias concentravam seus
esforços na guerra, as indústrias norte-americanos aproveitavam para ocupar e suprir outros mercados na
Ásia e na América Latina.
Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros do
mundo, os bancos e o governo dos Estados Unidos saíram da Primeira Guerra como credores da Europa,
arrasada, projetando-se como grande potência mundial. O país viveu, durante quase toda década de 1920,
um período de euforia e prosperidade, que ficou conhecido como “anos felizes".
FASCISMO NA ITÁLIA
Após a Primeira Guerra mundial, a Itália teve de enfrentar o saldo doloroso do conflito: 700 mil
mortos, 500 mil feridos e dividas enormes contraídas junto aos bancos dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Além disso, a fome, a inflação e o desemprego afetavam os operários e os camponeses, provocando grande
agitação social.
Foi nesse clima de instabilidade que Benito Mussolini (1883-1945) fundou, em 1921, o Partido
Nacional Fascista. Mussolini e seus companheiros de partido apresentavam-se como solução para a crise
italiana. Afirmavam ser capazes de acabar com as greves operarias e com a agitação dos socialistas e de
encaminhar a economia do país ao crescimento. Muitos industriais acreditaram nessas propostas e
financiaram a ascensão fascista. Em 1922, Mussolini conquistou o poder na Itália.
O movimento fascista, segundo o próprio Mussolini, não tinha, em 1919, uma doutrina claramente
elaborada. Representava uma enérgica vontade de ação de cunho nacionalista dirigida contra o liberalismo e
o socialismo.
Sendo também ante proletário, atraiu as classes médias conservadoras e a alta burguesia.
Aos poucos, definiram-se as concepções fascistas sobre a sociedade- modelo a ser construída. Nessa
sociedade, o individuo deveria ser totalmente submisso as necessidades do estado, que se tornaria, então,
uma entidade poderosa, capaz de controlar a vida social. Como dizia Mussolini: “Tudo no estado, nada
contra o Estado, nada fora do Estado”.
NAZISMO NA ALEMANHA
Vencida na Primeira Guerra Mundial e humilhada pelas duras condições impostas pelo Tratado de
Versalhes, a sociedade alemã enfrentou os anos 1920 com imensas dificuldades econômicas e sociais.
Mesmo retomando o desenvolvimento industrial, a população do país ainda sofria com o elevado número de
desempregados e as altas taxas de inflação.
Entusiasmados com o exemplo da Revolução Russa, diversos setores do operariado protestavam
contra a exploração capitalista em greves organizadas pelo Partido Comunista Alemão (KPD) e pelo Partido
Social-democrata (SPD).
Temendo a expansão do socialismo, considerável parcela da elite política e econômica alemã passou
a apoiar o Partido Nazista -autoritário e antidemocrático -, liderado por Adolf Hitler.
A Grande Depressão da década de trinta do século XX fez com muitos países tivessem suas
economias arrasadas. As democracias liberais foram abaladas, favorecendo a expansão das ideias socialistas
e a instalação de regimes totalitários.
A indústria bélica foi a solução encontrada por vários governos para aumentar o nível de emprego em
seus países. Sem duvida, a Depressão foi um dos motivos que favoreceu a eclosão da Segunda Guerra
Mundial. Além desse, devem ser considerados: a ineficiência da Liga das Nações, os conflitos da década de
trinta do século XX, a busca do espaço vital e o expansionismo alemão.
Após promover a industrialização alemã, Hitler necessitava conseguir mercados consumidores. Para
concretizar seu projeto, de conquistar o espaço vital, desconsiderou as disposições do Tratado de Versalhes:
restabeleceu o serviço militar obrigatório, organizou a Marinha e a Aeronáutica, desenvolveu a indústria
bélica, reincorporou à Alemanha o território do Sarre e ocupou a Renânia.
A doutrina do espaço vital consistia, de um lado, na integração de populações alemãs que viviam na
Áustria, na região dos Sudetos (Checoslováquia) e em Dantzig, na Polônia, e, de outro, na conquista de
regiões férteis e ricas em recursos minerais, necessárias ao desenvolvimento do país.
Em 1938, com o apoio de grande parte da população austríaca, Hitler incorporou a Áustria a
Alemanha e, nesse mesmo ano, anexou a região dos Sudetos. Essa anexação foi reconhecida pela Inglaterra
e França, na conferência de Munique Em 1939, Hitler tomou toda a Tchecoslováquia.
Em seguida, planejou a invasão do Corredor Polonês, faixa de terra que dava à Polônia acesso ao
mar, pelo porto de Dantzig. Por meio da propaganda controlada, o Führer afirmava que o governo polonês
oprimia os alemães que moravam nessa região. Os poloneses prepararam seus exércitos e esperavam contar
com o apoio da Inglaterra e da França.
Como a Alemanha não queria enfrentar duas frentes de batalha, em agosto de 1939 assinou com a
URSS o Pacto de Não-Agressão.
O exército alemão, em 12 de setembro de 1939, invadiu a Polônia, provocando a reação da Inglaterra
e da França, que abandonaram a política de apaziguamento e declararam guerra a Alemanha. Estava
deflagrada a Segunda Guerra Mundial.
A CRISE DO CAPITALISMO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A partir da segunda metade do século XIX, com a segunda fase da Revolução Industrial e as suas
inovações técnicas e tecnológicas (produção do aço, produção da energia elétrica, invenção do telégrafo e do
telefone e fabricação dos automóveis), financiadas pelos capitalistas industriais, o mundo passou por
intensas transformações.
A concentração de capitais e a ascensão das grandes indústrias (dos monopólios) tornaram viável o
aumento da produção industrial e da industrialização pelo mundo. Porém, o enriquecimento de poucos
capitalistas industriais ocasionou o empobrecimento de grande parcela da classe trabalhadora.
Nos meios urbanos e nos meios rurais, nas fábricas e nos campos, as máquinas passaram a substituir
a mão de obra humana. Consequentemente, o número de desempregados cresceu acentuadamente; e os
salários dos trabalhadores diminuíram. Dessa maneira, grande parcela da população que ficou desempregada
e com baixos salários passou a consumir mercadorias industrializadas com menor frequência, retraindo o
mercado consumidor.
Nos campos, muitos camponeses empobrecidos passaram a migrar para as cidades em busca de
melhores condições de vida. De 1873 a 1896, o sistema capitalista viveu sua primeira grande crise, chamada
de Grande Depressão.
A Grande Depressão Capitalista, no século XIX, configurou-se como uma crise decorrente da
evolução do sistema capitalista. Essa crise gerou um descompasso entre a superprodução de mercadorias nas
indústrias e uma população de trabalhadores sem poder aquisitivo para consumir essas mercadorias
(decorrente do aumento do desemprego entre os trabalhadores e da redução dos seus salários).
Em virtude da Grande Depressão Capitalista no século XIX, ocorreram duas principais
consequências na economia dos países industrializados: a primeira foi a falência das pequenas e médias
empresas e a concentração do capital nas mãos de poucos capitalistas industriais. A segunda consequência
da depressão foi a busca de mercados consumidores externos, ou seja, fora da Europa, nos continentes ainda
não industrializados, como a Ásia e a África.
Esse fato deu início ao Neocolonialismo europeu, isto é, à partilha do continente asiático e africano
pelas grandes potências industriais no século XIX. Era o início da exploração capitalista, da espoliação dos
trabalhadores e dos recursos ambientais mundiais.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), ocorreram diversas frentes de luta que atingiram todos
os mares e Continentes.
As origens da guerra
A Grande Depressão da década de trinta do século XX fez com muitos países tivessem suas
economias arrasadas. As democracias liberais foram abaladas, favorecendo a expansão das ideias socialistas
e a instalação de regimes totalitários.
A indústria bélica foi a solução encontrada por vários governos para aumentar o nível de emprego em
seus países. Sem duvida, a Depressão foi um dos motivos que favoreceu a eclosão da Segunda Guerra
Mundial. Além desse, devem ser considerados: a ineficiência da Liga das Nações, os conflitos da década de
trinta do século XX, a busca do espaço vital e o expansionismo alemão.
Após promover a industrialização alemã, Hitler necessitava conseguir mercados consumidores. Para
concretizar seu projeto, de conquistar o espaço vital, desconsiderou as disposições do Tratado de Versalhes:
restabeleceu o serviço militar obrigatório, organizou a Marinha e a Aeronáutica, desenvolveu a indústria
bélica, reincorporou à Alemanha o território do Sarre e ocupou a Renânia.
A doutrina do espaço vital consistia, de um lado, na integração de populações alemãs que viviam na
Áustria, na região dos Sudetos (Checoslováquia) e em Dantzig, na Polônia, e, de outro, na conquista de
regiões férteis e ricas em recursos minerais, necessárias ao desenvolvimento do país.
Em 1938, com o apoio de grande parte da população austríaca, Hitler incorporou a Áustria a
Alemanha e, nesse mesmo ano, anexou a região dos Sudetos. Essa anexação foi reconhecida pela Inglaterra
e França, na conferência de Munique Em 1939, Hitler tomou toda a Tchecoslováquia.
Em seguida, planejou -a invasão do Corredor Polonês, faixa de terra que dava à Polônia acesso ao
mar, pelo porto de Dantzig. Por meio da propaganda controlada, o Führer afirmava que o governo polonês
oprimia os alemães que moravam nessa região. Os poloneses prepararam seus exércitos e esperavam contar
com o apoio da Inglaterra e da França.
Como a Alemanha não queria enfrentar duas frentes de batalha, em agosto de 1939 assinou com a
URSS o Pacto de Não-Agressão.
O exército alemão, em 12 de setembro de 1939, invadiu a Polônia, provocando a reação da Inglaterra
e da França, que abandonaram a política de apaziguamento e declararam guerra a Alemanha. Estava
deflagrada a Segunda Guerra Mundial.
O Equilíbrio Das Forças: 1942-1943
A partir de 1942, os aliados passaram a obter vitórias em várias frentes. Os norte-americanos
obrigaram os japoneses a recuar e, no norte da África, as tropas inglesas venceram as alemãs.
Na URSS, os alemães foram derrotados na Batalha de Stalingrado. Entre 1942 e 1943 os nazistas
passaram a usar métodos de extermínio em massa para eliminar o povo judeu. Em princípios de 1945 Hitler
já havia eliminado mais de 6 milhões de judeus.
Nos países ocupados pelos nazistas, começava a surgir diversos movimentos de resistência, que
atuavam através da sabotagem ou guerrilha.
De 1944 A 1945, OS ANOS DECISIVOS PARA OS ALIADOS
Em 1943, os aliados, Inglaterra, França, União Soviética e os Estados Unidos desembarcaram na
Sicília e o rei Vitor Emanuel III destituiu Mussolini do poder, que se refugiou no norte da Itália, onde
resistiu até 1945.
A 6 de junho de 1944, ocorreu o desembarque aliado na Normandia, que ficou conhecido como ”Dia
D", Ao mesmo tempo, os alemães foram obrigados a retroceder e a abandonar Paris. A França foi libertada
do domínio nazista.
Iniciava-se a decadência da Alemanha. Suas fábricas já não produziam armas suficientes e os
recursos se esgotavam. O país inteiro sofria as consequências dos bombardeios aliados.
Em 2 de maio de 1945, os aliados chegaram a Berlim. Dias antes, Hitler havia se suicidado, No dia 8,
a Alemanha se rendeu coma assinatura do armistício. A guerra na Europa havia terminado.
A guerra no Pacifico, entre os Estados Unidos e o Japão, durou até agosto, quando o presidente
Harry Truman tomou a decisão de largar bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
O Japão rendeu-se a 15 de agosto de 1945, terminando a Segunda Guerra Mundial.
EXERCÍCIOS
17-Em que ano aconteceu a Revolução Russa?
18-Como era chamado o Líder Russo?
19- Quem era o Czar Russo em 1917, e quais as medidas tomadas pelo mesmo em 1905?
20-O que eram os Movimentos Nacionalista, causadoras da 1ª Guerra Mundial?
21- Quais os dois principais grupos rivais que se formaram para a 1ª Guerra Mundial e qual o período da
Guerra?
22-Qual a principal consequência da 1ª Guerra Mundial?
23-O que foi o Tratado de Versalhes?
24-Quais os países onde se desenvolveu o Nazismo e o Fascismo?
25- O que foi a grande Depressão Capitalista ou Quebra da Bolsa de Valores de Nova Yorque?
26-Qual o período da Segunda Guerra Mundial?
27- Qual a principal causa da 2ª Guerra Mundial?
A ERA VARGAS
A Revolução de 30, originada dos conflitos internos das oligarquias, da crise da agricultura cafeeira e
das pressões políticas de setores da burguesia, da classe media e das classes populares, foi um movimento de
enorme importância para a História do Brasil contemporâneo. Rompeu o círculo vicioso dos governos
oligárquicos e abriu caminho para a ascensão e atuação de novas forças sociais. Deu inicio a importantes e
profundas reformas econômicas, políticas e institucionais que representaram o começo da modernização
brasileira nos anos 30 e 40.
Getúlio Vargas governou o Brasil por período de quinze anos:
De 193O até 1934, ficou como presidente provisório:
Em 1934, foi eleito pela Assembleia Constituinte para governar por mais quatro anos
Em 1937, através de um golpe de Estado, aumentou muito seu poder, permanecendo como presidente
da Republica até 1945.
O governo provisório (1930- 1934)
Durante o governo provisório, os principais problemas enfrentados pelo novo presidente foram:
Reorganizar a vida política do país;
Solucionar a crise econômica.
Getúlio Vargas nomeou imediatamente seus ministros, dissolveu o Congresso Nacional, as
Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais, e afastou os governadores de seus cargos. A
Constituição de 1891 também foi suspensa, e os partidos políticos foram proibidos.
Também foram postas em prática no Governo Provisório as medidas seguintes:
Nomeação de interventores para substituir os governadores estaduais;
Criação dos novos ministérios, como o da Educação e Saúde Publica, e do Trabalho, Indústria e
Comércio;
Convocação de uma Assembléia Constituinte para elaboração de uma nova constituição federal;
Centralização completa da política econômica financeira e da administração do comércio exterior.
Os tenentes, por sua vez, influenciaram bastante na escolha dos interventores. Assim, do Espírito
Santo para o norte, quem nomeou os interventores para os Estados foi o tenente Juarez Távora, apelidado,
por isso, de vice-rei do Norte,
No campo econômico, o maior problema estava ligado a crise do café. Para resolvê-la, Getúlio criou
o Conselho Nacional do Café, em 1931; em 1933 esse conselho foi transformado no Departamento Nacional
do Café, que era inteiramente controlado pelo governo federal.
A frente do governo Provisório; Getúlio Vargas justificava essas medidas pela necessidade de
“remover os obstáculos que impediam a ação do governo” e de ajustar a nova realidade político-institucional
aos “propósitos moralizadores” da revolução. Constituído por representantes das diversas forças que
participaram ou apoiaram a Revolução de 30, o Governo Provisório procurava, combinar o atendimento a
asses diferentes grupos sociais com as necessidades de sua própria atuação centralizadora. Começava, enfim,
na prática, a execução de uma estratégia política populista, que iria marcar toda a era Vargas, de 1 930 e
1945. Uma estratégia difícil e complicada com a qual Getúlio procuraria firmar o Estado no duplo papel de
árbitro dos conflitos sociais, econômicos, e políticos e de principal agentes da modernização geral do país.
A Era Vargas, que ocorreu entre os anos de 1930 e 1945, foi o período em que Getúlio Vargas esteve
no poder.
Na História do Brasil República, um dos períodos mais decisivos ficou conhecido sob o nome de Era
Vargas. Sabe-se que Vargas foi o político que, por mais tempo, exerceu o cargo de chefe do poder executivo
da República brasileira. Inicialmente, por 15 anos (de 1930 a 1945), e, depois, por mais 4 anos (de 1950 a
1954). A “Era Vargas” compreende a primeira fase apontada.
A Era Vargas, ou Período Getulista, como também ficou conhecida, teve início com a Revolução de
1930, que deu fim à República dos Oligarcas, afastando o então presidente Washington Luís e uma série de
governadores do poder. Essa era teve seu fim em 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial e
Vargas foi pressionado pelos militares a deixar o cargo e retirar-se para o Rio Grande do Sul, sua terra natal.
Esse arco temporal pode ser dividido em três fases: o Governo Provisório, o Governo Constitucional e o
Governo Ditatorial (ou Estado Novo).
Nas fases dos Governos Provisório e Constitucional, uma série de eventos decisivos ocorreu,
mudando radicalmente a estrutura do poder republicano, além de promover transformações econômicas de
grande lastro também. Tudo começou com a já mencionada Revolução de 1930, que empossou Vargas no
poder. As primeiras medidas tomadas tinham em vista o desmantelamento do “mandonismo” regional e da
polaridade política em estados como Minas Gerais e São Paulo. Uma dessas medidas consistia no envio de
interventores para certos estados, que ocuparam o lugar dos respectivos governadores.
Passados dois anos do exercício da política de intervenção, houve uma reação liderada por um dos
estados mais poderosos da nação, São Paulo. A reação tinha com motivo principal a não convocação de uma
constituinte para a elaboração de uma nova Carta Constitucional (a última era de 1891). O impasse resultou
em guerra e ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932.
Passada a guerra de 1932, finalmente, em 1934, uma Constituição foi elaborada e teve início o
período do Governo Constitucional, que durou até 1937. Nesse espaço de tempo, Vargas teve de enfrentar
outras formas de organização política, sobretudo o comunismo e o integralismo. A chamada Intentona
Comunista, inclusive, foi um dos eventos usados como justificativa para o golpe que foi dado em 1937, por
meio do qual foi instituído o Estado Novo.
Com o Estado Novo, Vargas limitou as liberdades individuais, poder que o exército lhe conferiu em
virtude de sua capacidade administrativa e de sua habilidade de condução populista da massa de
trabalhadores. A criação da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, foi um dos feitos desse período. A
estrutura simbólica da ditadura varguista emulava muitas características
do fascismo italiano e do nazismo alemão. Durante essa fase, Vargas, inclusive, esteve muito próximo a
esses dois. Além disso, do ponto de vista econômico, uma das medidas mais importantes foi o
desenvolvimento das indústrias de base, como a metalurgia, a siderurgia e a extração de petróleo.
MUNDO BIPOLAR E A GUERRA FRIA
A Guerra Fria começa a ser contada com o envio das bombas atômicas às cidades de Hiroshima e
Nagasaki e a consequente rendição japonesa na Segunda Guerra, o mundo parecia finalmente se encaminhar
para um cenário mais pacífico. Em meados de 1945, o conflito fora oficialmente finalizado através da
assinatura de acordos de paz que decretaram o triunfo dos Aliados e, portanto, a derrota das nações fascistas
do Eixo. Muitos foram aqueles que proclamavam, então, a vitória da “democracia” ante o autoritarismo da
“extrema-direita”.
No entanto, nesse mesmo cenário, iniciava-se outro conflito que, embora não declarado, viria a ser
travado nas mais diversas esferas sociais, impactando nos destinos de todos os países do mundo. Liderados
pelas duas grandes potências vitoriosas da 2ª Guerra, esse novo combate colocava em lados opostos dois
regimes político-econômicos antagônicos, o capitalismo e o socialismo, então conduzidos, respectivamente,
por Estados Unidos e União Soviética.
Após uma aliança momentânea no combate ao nazi fascismo, URSS e EUA passavam a se entender
como inimigos. Esta luta, porém, não viria a ser combatida numa guerra convencional. Como as duas
potências dominavam a tecnologia nuclear, o risco da “destruição mútua” limitava as ações militares de
ambos os lados, construindo um cenário marcado por uma espécie de “Equilíbrio pelo Terror”. É justamente
a partir de tais referências que podemos determinar o início da Guerra Fria.
EXPANSÃO CAPITALISTA
Conflito de abrangência internacional, a Guerra Fria serviu como palco de uma intensa e constante
disputa entre as potências envolvidas. Aos Estados Unidos, competia desenvolver estratégias com o intuito
de ampliar a área de influência da economia capitalista. Para tanto, mostrava-se fundamental estabelecer
alianças com o maior número possível de nações. É, neste sentido, que podemos localizar a formação da
“Doutrina Truman” e do “Plano Marshall”.
Baseada nas diretrizes estabelecidas pelo então presidente norte-americano Harry Truman, a
Doutrina Truman previa a intervenção dos EUA em áreas ameaçadas pelo comunismo. Tal ingerência
baseava-se no apoio militar e financeiro a essas regiões. Concomitantemente, o Plano Marshall
fundamentava-se no auxílio econômico aos países europeus destruídos pela Segunda Guerra. Buscava, com
isso, revitalizar a economia de mercado nessas localidades.
Com o mesmo intuito de bloquear a expansão vermelha, foram criadas ainda a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte) e a OEA (Organização dos Estados Americanos). Internamente, o governo
estadunidense realizou uma verdadeira “caça às bruxas”, com a perseguição de “simpatizantes comunistas”
presentes no território norte-americano. Liderado pelo senador Joseph McCarthy, tal “caçada” ficou
conhecida como Macarthismo.
URSS E O MURO DE BERLIM
Do outro lado da “Cortina de Ferro”, as diretrizes socialistas eram estabelecidas, em sua maioria,
pela União Soviética. Já nos primeiros momentos da Guerra Fria, o governo de Joseph Stalin liderou a
criação do “Comecon” (Conselho Econômico de Assistência Mútua), que buscava aumentar a interação
econômica entre as nações socialistas. Buscava-se, assim, fragilizar o mercado capitalista, notadamente no
Leste Europeu.
A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA
Imagem: Reprodução
O contexto do processo de descolonização da Ásia se dá quase que simultaneamente ao da Segunda
Guerra Mundial, um dos maiores conflitos armados da história. Ao fim da Segunda Guerra, quando se inicia
a Guerra Fria, o capitalismo, encabeçado pelos Estados Unidos e o socialismo, liderado pelos Soviéticos
tinham grandes pretensões de expandir seus domínios e disseminar suas ideologias e doutrinas para outros
territórios. Esses sistemas viram naquele momento uma oportunidade para atingir seus objetivos, e
prestaram apoio a várias colônias que queriam se tornar independentes.
As colônias asiáticas alcançaram sua independência em datas próximas, formando quase que uma
onda de libertação no continente asiático e quebrando o longo domínio europeu sobre seus territórios,
defendendo seus interesses e suas crenças.
Resumo sobre a descolonização da Ásia
A China deu início à revolução socialista em seu território, impedindo assim que forças inglesas,
alemãs e japonesas continuassem a comandar a região.
As Filipinas tornam-se independentes em 12 de junho de 1946 tendo sua República proclamada por
Manoel Roxas.
O Irã consegue a retirada das tropas do exército soviético em 15 de junho de 1947 tornando-se assim
independente.
O Paquistão e a Índia põem fim ao domínio britânico em seu território em 15 de agosto também de
1947.
Siri Lanka (antigo Ceilão) e Brimânia tornam-se independentes em 4 de janeiro de 1948.
O Camboja torna-se independente no ano de 1954, sendo já autônomo dentro da União Francesa
desde o ano de 1946. Insatisfeitos com a declaração do príncipe NorodonSihanuk, que declara-se neutro, a
extrema direita das forças armadas lançam um golpe de Estado e derrubam o príncipe em 13 de março de
1970, comandado pelo general LonNol que permite a entrada de tropas americanas no país com a finalidade
de combater o temido Khmer Vermelho, movimento de extrema que agia na clandestinidade.
O subcontinente da Índia era a parte central do império britânico no século XX, cujos territórios
formam hoje Paquistão e Bangladesh. Sua independência iniciou-se de sob o comando do advogado hindu
Mohandas Gandhi, que posteriormente passaria a ser conhecido como Mahatma (que significa “grande
alma”) Gandhi. Ele pregava resistência de forma pacífica e reformas socioeconômicas que dariam melhores
condições de vida aos 60 milhões de pessoas que tinham posição contra ao monopólio britânico.
No ano de 1947 Índia e Paquistão, lideradas por JauaharlalNehru e Liaqat Ali Cã (como primeiro
ministro) respectivamente tornam-se independentes, contudo, o alto custo dos conflitos entre hindus e
mulçumanos continuam a causar vítimas e os estados de Jammu e Cachemira, mesmo o cessar fogo
decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas) não dá resultado. Assim no ano de 1957 a Índia tem
anexado ao seu território sua parte ocupada do estado da Cachemira, contrariando a Assembleia Geral.
Apesar das dificuldades o continente asiático conseguiu se sobrepor a dominação Européia e fazer-se
independente, com apoio de capitalistas e socialistas, várias colônias se libertaram e puderam seguir com
suas próprias culturas e sistemas de sociedade.
A DITADURA NA AMÉRICA
O processo de independência das nações latino-americanas, ao longo do século XIX, deu origem a
uma série de Estados independentes em sua maioria influenciados pelo ideário iluminista. No entanto, a
obtenção dessa soberania política não foi capaz de dar fim à dependência econômica que submetia tais
países aos interesses das grandes potências econômicas da época. Ao mesmo tempo, a consolidação da
democracia ainda era prejudicada pela ação de governos tomados por uma elite conservadora e entreguista.
No século XX, a desigualdade social e a exclusão econômica ainda eram questões que permaneciam
pendentes nas várias nações latino-americanas. Contudo, a ascensão de forças reformistas e nacionalistas
passou a se contrapor à arcaica hegemonia caudilhista das elites. A insistência em manter as classes
populares excluídas do jogo político e, ao mesmo tempo, preservar a economia nacional atrelada aos
interesses dos grandes centros capitalistas começou a sofrer seus primeiros abalos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a instalação da ordem bipolar e o sucesso do processo
revolucionário cubano inspiraram diversos movimentos de transformação política no continente americano.
Em contrapartida, os Estados Unidos – nação que tomava a dianteira do bloco capitalista – preocupava-se
com a deflagração de novas agitações políticas que viessem a abalar a hegemonia política, econômica e
ideológica historicamente reforçada nos combalidos Estados latino-americanos.
Nesse contexto, ao longo das décadas de 1960 e 1970, os diversos movimentos de transformação que
surgiram em nações americanas foram atacados pelo interesse das elites nacionais. Para tanto, buscavam o
respaldo norte-americano para que pudessem dar fim aos movimentos revolucionários que ameaçavam os
interesses da burguesia industrial responsável por liderar essas ações golpistas. Com isso, a ingerência
política dos EUA se tornou agente fundamental nesse terrível capítulo da história americana.
A perseguição política, a tortura e a censura às liberdades individuais foram integralmente
incorporadas a esses governos autoritários que se estabeleceram pelo uso da força. Dessa forma, os clamores
por justiça social que ganhavam espaço no continente foram brutalmente abafados nessa nova conjuntura.
Ainda hoje, as desigualdades sociais, o atraso econômico e a corrupção política integram a realidade de
muitos desses países que sofreram com a ditadura.
A DITADURA NO BRASIL
Ditadura Militar no Brasil - 1964 – 1985.
O Regime militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país. Essa época
ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos Institucionais que colocavam em
prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e
a repressão àqueles que eram contrários ao regime militar.
A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando
no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco.
Este golpe de estado, caracterizado por personagens afinados como uma revolução instituiu no país uma
ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o
golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.
Golpe Militar de 1964
O Golpe Militar de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e
que culminaram em um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do
presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito vice-
presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o
mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular mandatos legislativos,
interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar
compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a
probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.
Durante o regime militar, ocorreu um fortalecimento do poder central, sobretudo do poder Executivo,
caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos
outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a
controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso
Nacional.
A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos,
agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram
interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela
censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes transformações na economia do
Brasil,de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital
estrangeiro e do endividamento externo.
Governo Castello Branco (1964-1967)
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em 15
de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém ao começar seu governo,
assume uma posição autoritária.
Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos polít icos. Vários
parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos
e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar.
Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estavam autorizados o funcionamento de dois
partidos: Movimento Democrático Brasileiro ( MDB ) e a Aliança Renovadora Nacional ( ARENA ).
Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares.
O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada neste
mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.
A DEMOCRACIA NO BRASIL
A história da democracia no Brasil é conturbada e difícil. Vencida a Monarquia semi-autocrática e
escravista, e após a fase democratizante mas turbulenta da República da Espada de 1889-1894, a República
Velha conhece relativa estabilidade. É, porém, a estabilidade oligárquica dos coronéis e eleições a bico de
pena, que após 22 entra em crise. Com frequência sofre o trauma dos estados de sitio, ante movimentos
armados contestatórios ou disputas intra-oligárquicas que fogem ao controle, para não falar da repressão a
movimentos populares.
• A Revolução de 30 não efetiva sua plataforma de liberalização e moralização política. Vargas fica
15 anos à frente do Executivo, sem eleição. A ordem constitucional tardiamente instaurada com a
Assembleia de 34 dura apenas 3 anos. Segue-se em 37-45 a ditadura do Estado Novo, com Parlamento
fechado, partidos banidos, uma Constituição outorgada e ainda assim desobedecida, censura, cárceres
cheios, tortura.
• A democratização de 45 sofre o impulso externo da derrota do nazismo. Internamente não enfrenta
maior resistência, até porque o antigo ditador adere a ela, decreta a anistia, convoca eleições gerais, legaliza
os partidos. A seguir, o golpe de 29/10/45 e o empenho conservador do gen. Dutra impõem-lhe limites. O
regime instituído pela Constituinte de 46 é uma democracia formal. As elites governantes da ditadura estado
novista reciclam-se, aglutinam-se no PSD e conservam sua hegemonia. O gov. Dutra é autoritário: intervém
em sindicatos, devolve o PC à ilegalidade, atira a policia contra manifestações.
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• A instabilidade é a outra marca da democracia pós-45
Após o golpe militar de 29/10/45, vêm os ensaios de ago/54, nov/55, ago./61 e outros menores. A
UDN contesta as posses de Getúlio, JK e Goulart com apelos à intervenção das Forças Armadas.
Confirmasse a imagem, criada na Constituinte pelo udenista João Mangabeira, que compara a democracia a
"uma planta tenra, que exige todo cuidado para medrar e crescer".
• O golpe de 64 trunca a fase democrática ao derrubar pela torça o pres. Goulart. Pela 1a vez no
Brasil, as Forças Armadas não se limitam a uma intervenção pontual; assumem o poder político enquanto
instituição, dando início a 2 décadas de ditadura.
• A ditadura militar de 64-85 é a mais longa e tenebrosa fase de privação das liberdades e direitos em
um século de República. Caracteriza-se pelo monopólio do Executivo pêlos generais, o arbítrio, a sujeição
do Legislativo e do Judiciário, as cassações, a censura, a repressão militar-policial, a prisão, tortura,
assassinato e "desaparecimento" de opositores. Sua 1a fase, até 68, conserva resquícios de ordem
constitucional e impõe certos limites à ação repressiva; a 2a, de 68-78, à sombra do Al-5, leva ao extremo o
arbítrio e a repressão; a 3a, crepuscular, é de paulatino recuo, sob os golpes de uma oposição que passa da
resistência à contrao fensiva.
• A consciência democrática surgida na resistência à ditadura introduz um elemento novo na vida
política. Pela 1a vez transborda de setores urbanos minoritários para as grandes massas, enraíza-se nos
movimentos de trabalhadores das cidades e do campo, estudantes, moradores, intelectuais e artistas, ação
pastoral da Igreja, órgãos de imprensa e outras áreas de uma sociedade civil que se organiza. Cria um
vinculo em grande parte inédito entre direitos políticos e direitos econômico-sociais, um patamar novo de
cidadania, mais abrangente e exigente. Sua expressão mais visível é a Campanha das Diretas-84. Depois
dela, a ditadura negocia apenas as condições e prazos do seu desaparecimento.
• A democratização de 85 é conduzida pelos moderados do PMDB e a dissidência do oficialismo que
forma o PFL. Após a derrota da Campanha das Diretas, adota a via de vencer o regime dentro do Colégio
Eleitoral que ele próprio criou. Negociada com expoentes do Sistema de 64, traz o selo da conciliação, típico
das elites brasileiras desde 1822. Mas traz também a marca da ebulição político-social de massas que na
mesma época rompe os diques erguidos desde 64. O resultado, expresso na Constituição de 88, é uma
democracia mais ousada e socialmente incisiva, se comparada à de 45, embora sua regulamentação e
aplicação permaneçam sempre aquém do texto constitucional.
•O impeachment de Collor põe à prova as instituições da Nova República. Estas passam no teste sem
quebra da ordem constitucional democrática, graças a intensa mobilização da opinião pública e a despeito do
apego do presidente a seu cargo. Porém a emenda constitucional que institui a reeleição (28/1/97) e várias
outras cogitadas pelo bloco de apoio ao gov. FHC (volta do voto distrital, fidelidade obrigatória, restrições à
liberdade partidária) indicam que o regime político está longe de estabilizar-se.
• O sistema de governo, presidencial ou parlamentarista. é submetido a plebiscito em 21/4/93, por
determinação da Carta de 88. Embora as elites se apresentem às urnas divididas, o eleitorado reafirma o
presidencialismo em todos os estados e por expressiva maioria (mais de 2/3). motivado em especial pela
defesa da eleição direta para presidente.
•O Brasil pós-30, visto em perspectiva, alterna longos períodos de ditadura e instabilidade e
momentos, bem mais curtos e não menos conturbados, de certo revigoramento democrático (30-35, jan-
out/45, 56-64). Em 7 décadas. apenas um presidente (Juscelino) consegue a proeza de eleger-se pelo voto,
cumprir o mandato e empossar um sucessor também eleito, A democratização pós-85 ainda é apenas uma
promessa de superação desse ciclo histórico.
• As Forças Armadas intervêm pela violência na vida política da República, com frequência e
desenvoltura crescentes, até estabelecerem seu monopólio sobre o poder com o regime de 64.0 jacobinismo
republicano florianista desdobra-se no tenentismo dos anos 20 e desagua na Revolução de 30, já cindido em
2 vertentes opostas. Uma, nacionalista e com sua ala esquerda, engaja-se na campanha do Petróleo é Nosso,
garante a posse de JK em 55 e Goulart em 61, forma o dispositivo militar do gov. Jango. Outra cria estreito
vinculo com os EUA após a Campanha da Itália, assume a ideologia da Guerra Fria, empenha-se nos
pronunciamentos militares de 45-61, protagoniza a conspiração anti-Jango e o golpe de 64. Entre outras
coisas, 64 representa um ajuste de contas entre as 2 tendências, com a derrota estratégica embora não
definitiva da 1a.
• O regime militar degrada seriamente a imagem das Forças Armadas. Afora o desgaste inerente ao
exercício de uma função alheia à sua natureza, o estamento militar arca com os revezes econômico sociais e,
sobretudo, com o ónus da repressão, das torturas e assassinatos. Embora a maioria dos oficiais e praças não
se envolva diretamente na ação repressiva, toda a corporação acaba afetada pela conduta dos órgãos de
segurança e seu comando, que se confundem com ó regime.
• A volta aos quartéis inicia longa e muda purgação. Porta-vozes militares opinam durante a
Constituinte sobre o papel das Forças Armadas; mais tarde propõem o esquecimento do passado repressivo
nos anos de chumbo; mas em geral silenciam, mesmo no delicado episódio do impeachment. Entretanto, o
fim da Guerra Fria e a globalização sob a égide dos EUA reabrem o debate sobre Forças Armadas e
soberania nacional em países como o Brasil, ao proporem, por exemplo, a internacionalização do combate
ao narcotráfico, da preservação ambiental e em especial da Amazónia. Os militares brasileiros enfrentam, ao
lado do peso do passado, do corte de verbas e da rebaixa dos soldos, o desafio de formular um pensamento
estratégico pós-Guerra Fria.
• Uma humilhante derrota macula os 1" passos do parlamento brasileiro: a 12/11/1823 d. Pedro l
dissolve pela força a 1a Assembleia Constituinte aberta 6 meses antes; o dep. António Carlos de Andrada, ao
deixar o prédio cercado pela tropa, tira o chapéu com ironia para "Sua majestade, o canhão". Cria-se ai um
padrão: a submissão do legislador ao canhão.
• O parlamento é débil desde o Império, onde o monarca nomeia os senadores e dissolve a Câmara
quando lhe convém. Vinda a República, o pres. Deodoro decreta em 3/11/1891 o fechamento do Congresso,
não efetivado porque o governo cai em seguida. A República Velha mantém o legislativo aberto, mas
degrada-o com as degolas que manipulam sua composição. Após a Revolução de 30 o Brasil fica 3 anos sem
Congresso [3.2], volta a tê-lo por outros 4 e passa mais 8 sem ele. A República de 45 em certa medida
fortalece o legislativo. Mas o regime de 64 submete-o aos piores vexames, do simulacro de eleição de
Castelo ao Pacote de Abril, passando pelo Al-5.
• Os partidos políticos refletem essa debilidade, a vida democrática precária, intermitente ou
inexistente, e certo pragmatismo da elite governante, avesso a engajamentos ideológicos ou programáticos.
O sistema partidário brasileiro é frágil e instável inclusive em confronto com outros países latino-
americanos.
•Os 1° partidos assim chamados, das vésperas do Grito do Ipiranga ao início das Regências, não são
organizações. nem sequer agremiações, mas correntes de pensamento, fluidas e imprecisas. Só no debate do
Ato Adicional de 1834 formam-se o Partido Liberal e o Conservador, a 1a geração de partidos propriamente
ditos.
•A República varre com as agremiações da Monarquia e produz a 2a geração partidária. Sua
característica é a fragmentação em legendas estaduais, acompanhando o federalismo centrífugo da época.
Predominam os Partidos Republicanos, alguns formados antes de 1889 (o de SP é de 1873), todos (exceto,
em parte, o do RS) com precária nitidez programática e estruturas fluidas, descentralizadas, assemelhadas a
confederações de coronéis.
• O Partido Comunista foge a esta e outras regras. Fundado em 22. como seção da 3a Internacional,
com bases no movimento operário, tem caráter nacional e perfil programático e ideológico incisivo
(revolucionário, marxista). Mesmo proibido, clandestino, perseguido, às vezes selvagemente (35-42, 64-79).
mesmo assim atravessa as sucessivas gerações partidárias da República.
• Os revolucionários de 30 não conseguem estruturar um partido próprio, permanecendo no estágio
mais rudimentar dos clubes (Legião Revolucionária, Clube 3 de Outubro). As siglas criadas em 31-37
chegam a centenas, mais uma vez com abrangência estadual (a Ação Integralista é a exceção mais notável).
O golpe do Estado Novo dissolve a todas, sem maior resistência, e assume o discurso de que os partidos são
uma ameaça à unidade nacional.
•A democratização de 45 introduz novidades. Os partidos da 4a geração ]têm, na maioria, caráter
nacional, um mínimo de consistência programática e identidade própria. No entanto, as tensões políticas que
se agravam levam ao seu esgarçamento, acelerado nos anos 60. As principais legendas se dividem em
questões decisivas, cristalizando alas que atuam e votam à revelia das deliberações partidárias. A vida
política e polarizada por coligações e frentes informais, que não coincidem com as siglas existentes, que
João Mangabeira considera "mais partidas e partilhas do que propriamente partidos". Uma reestruturação de
vulto parece iminente quando sobrevêm o golpe de 64, preparado e desfechado à margem dos partidos; no
ano seguinte, o Al-2 encerra a experiência pluripartidária.
•O bipartidarismo imposto pelo Al-2 (27/10/65) realiza um antigo sonho conservador ao unificar na
Arena o PSD e a UDN, sob a batuta do regime militar e com a tarefa de dar-lhe sustentação politico-
parlamentar e eleitoral. No PMDB ficam os que se opuseram ao golpe, depurados pelas cassações. Seus
defensores invocam o modelo dos EUA, e/ou a instabilidade derivada de um número excessivo (13) de
siglas. Mas a experiência bipartidária acaba voltando-se contra seus autores, tendendo progressivamente a
transformar cada eleição em um julgamento plebiscitário do regime de 64. A Arena, criada para ser governo,
reflui, enquanto avança o MDB, a começar pelos grandes centros urbanos. Antes de confrontar-se com uma
derrota eleitoral decisiva que parece inelutável, o regime muda novamente as regras do jogo: encerra a 5a
geração partidária, impõe a extinção compulsória da Arena e do MDB e a volta do pluripartidarismo.
• O quadro partidário atual forma-se a partir da reforma de 22/11/79, em um quadro de acesso dos
movimentos político-sociais de massas, fim do Al-5, anistia e retorno de certas franquias democráticas; o
regime militar resiste, mas já em seu crepúsculo. Nesta 6a geração o corte não é tão abrupto: o PMDB é em
essência continuação do MDB; o PDS-PPR-PPB dá sequência à Arena: o PDT recupera em parte a herança,
o perfil e os quadros do PTB pré-65. O novo leque partidário sobrevive à democratização de 85, mas sofre
deslocamentos de vulto: o PMDB, após as dissidências originadas pela reforma de 79. sofre em 88 outro
cisma, que dá origem ao PSDB; o PSD divide-se na crise de 84, quando surge o PFL; em 85 o n° de siglas
sobe bruscamente, para mais de 40, mas em geral sem maior expressão: os comunistas alcançam afinal uma
legalidade relativamente estável; em 97 o PT, PDT e PCdoB formalizam na Câmara um bloco oposicionista.
•As gerações partidárias brasileiras, em resumo, são; a fase preliminar dos partidos inorgânicos,
somando 14 anos (1820-1834); a 1a geração, do Império, com 55 anos (1834-1889); a 2a, da República
Velha, 41 anos (1889-1930); a 3a, pós-30, 7 anos (30-37); superado o interregno estado novista, vem a 4a
geração, com 20 anos (45-65); a 5a.pós-AI-2, dura 14 anos (65-79); e há a 6a, a partir da reforma de 79,
ainda em curso.
•O Congresso dos anos 90 funciona sem interrupções desde 15/4/77, um recorde não atingido desde
30. Forma o núcleo do Colégio Eleitoral que encerra em 15/1/85 o ciclo de 64. Atendendo a forte pressão da
opinião pública, decide o impeachment de Collor (29/9-30/12/92). Entretanto, vive problemas estruturais e
de imagem que permitem falar em uma crise do Legislativo.
•A distorção nas bancadas estaduais na Câmara, acentuada pela ditadura e mantida pela Constituinte,
dá ao eleitor de RR peso 18 vezes superior ao do de SP. Os estados menores são super-representados em
detrimento dos maiores, também os mais urbanizados, com sociedade civil mais organizada e reivindicativa:
SP conta 70 deps. federais (o teto permitido) quando a proporcionalidade indicaria uma bancada de 110.
•A relação com o Executivo, vencida a coação ditatorial. não evolui para a independência e
harmonia, O Executivo, na falta dos Decretos-Leis aprovados por decurso de prazo sob a ditadura, substitui-
os pelas medidas provisórias, editadas e reeditadas com crescente sem cerimônia pelos presidentes da Nova
República. Estes garantem maiorias parlamentares governistas em um balcão de negócios que vai do
fisiologismo aético ao suborno ilegal; a gestão Sarney vale-se da outorga de 1.091 concessões de rádio e TV;
em 16/4/97 vem à luz a denúncia, abafada mas não desmentida, da compra de votos de deputados do AC
para votarem a emenda constitucional que permite a reeleição de FHC. A imagem do parlamento e dos
parlamentares (malgrado as exceções) se degrada, associada à inoperância, oportunismo e corrupção, mas o
descrédito, paradoxalmente, apenas reforça o status-quo.
A NOVA ORDEM MUNDIAL
Nova Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano geopolítico
internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o
mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se
estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se
consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava
na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano
político.
A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a uni polaridade,
uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de
qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito.
A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio
militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um
Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os
EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento,
sobretudo a partir do final da década de 2000.
Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a uni multipolaridade. Tal expressão é
utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e
política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de poder econômico.
Mudanças na hierarquia internacional
Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da
reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em
1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo
(países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada.
A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul
(subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul
cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo.
Mapa com a divisão norte-sul e a área de influência dos principais centros de poder
É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão
estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são
econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do
Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do
hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas,
encontram-se nos países do Norte.
No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores
econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além
da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do
mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.
A “Guerra ao terror”
Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica
do mundo. Apesar de a Rússia ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país
mergulhou em uma profunda crise ao longo dos anos 1990 e início dos anos 2000, o que não permitiu que o
país mantivesse a conservação de seu arsenal, pois isso custa muito dinheiro.
Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos
investimentos em armamentos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os
atentados de 11 de Setembro, atribuídos à organização terrorista Al-Qaeda.
A tragédia de 11 de Setembro vitimou centenas de pessoas, mas motivou os EUA a gastarem ainda
mais com armas. ¹
A tragédia de 11 de Setembro vitimou centenas de pessoas, mas motivou os EUA a gastarem ainda
mais com armas. ¹
Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma
frenética Guerra ao Terror, em que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se
direcionaram à invasão do Afeganistão, em 2001, sob a alegação de que o regime Talibã que governava o
país daria suporte para a Al-Qaeda. Em segundo, com a perseguição dos líderes dessa organização terrorista,
com destaque para Osama Bin Laden, que foi encontrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.
O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a
estabelecer uma guerra contra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de
combater, uma vez que armas de destruição em massa não podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam
e se escondem em meio à população civil de inúmeros países.
O FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA
A queda do governo de Stálin trouxe à tona uma série de transformações que abriu portas para o fim
da centralização política promovida pelo stalinismo. No governo de Nikita Kruchev, várias das práticas
corruptas e criminosas do regime stalinista foram denunciadas. Depois de seu governo, Leonid Brjnev
firmou-se frente a URSS de 1964 a 1982. Depois desse período, Andropov e Constantin Tchernenko
assumiram o governo russo.
Nesse período, os problemas gerados pela burocratização do governo soviético foram piorando a
situação social, política e econômica do país. O fechamento do país para as nações não-socialistas forçou a
União Soviética a sofrer um processo de atraso econômico que deixou a indústria soviética em situação de
atraso. Além disso, os gastos gerados pela corrida armamentista da Guerra Fria impediam que a União
Soviética fosse capaz de fazer frente às potências capitalistas.
A população que tinha acesso ao ensino superior acabou percebendo que o projeto socialista
começava a ruir. As promessas de prosperidade e igualdade, propagandeadas pelos veículos de comunicação
estatais, fazia contraste com os privilégios a uma classe que vivia à custa da riqueza controlada pelo
governo. Esse grupo privilegiado, chamado de nomenclatura, defendia a manutenção do sistema
unipartidário e a centralização dos poderes políticos.
No ano de 1985, o estadista Mikhail Gorbatchev assumiu o controle do Partido Comunista Soviético
com idéias inovadoras. Entre suas maiores metas governamentais, Gorbatchev empreendeu duas medidas: a
perestroika ( reestruturação) e a glasnost (transparência). A primeira visava modernizar a economia russa
com a adoção de medidas que diminuía a participação do Estado na economia. A glasnost tinha como
objetivo abrandar o poder de intromissão do governo nas questões civis.
Em esfera internacional, a União Soviética buscou dar sinais para o fim da Guerra Fria. As tropas
russas que ocupavam o Afeganistão se retiraram do país e novos acordos econômicos foram firmados junto
aos Estados Unidos. Logo em seguida, as autoridades soviéticas pediram auxílio para que outras nações
capitalistas fornecessem apoio financeiro para que a nação soviética superasse suas dificuldades internas.
A ação renovadora de Mikhail Gorbatchev criou uma cisão política no interior da União Soviética.
Alas ligadas à burocracia estatal e militar faziam forte oposição à abertura política e econômica do Estado
soviético. Em contrapartida, um grupo de liberais liderados por Boris Ieltsin defendia o aprofundamento das
mudanças com a promoção da economia de mercado e a privatização do setor industrial russo. Em agosto de
1991, um grupo de militares tentou dar um golpe político sitiando com tanques a cidade de Moscou.
O insucesso do golpe militar abriu portas para que os liberais tomassem o poder. No dia 29 de agosto
de 1991, o Partido Comunista Soviético foi colocado na ilegalidade. Temendo maiores agitações políticas na
Rússia, as nações que compunham a União Soviética começaram a exigir a autonomia política de seus
territórios. Letônia, Estônia e Lituânia foram os primeiros países a declararem sua independência. No final
daquele mesmo ano, a União Soviética somente contava com a integração do Cazaquistão e do
Turcomenistão.
No ano de 1992, o governo foi passado para as mãos de Boris Ieltsin. Mesmo implementando
diversas medidas modernizantes, o governo Ieltsin foi marcado por crises inflacionárias que colocavam o
futuro da Rússia em questão. No ano de 1998, a crise econômica russa atingiu patamares alarmantes. Sem
condições de governar o governo, doente e sofrendo com o alcoolismo, Boris Ieltsin renunciou ao governo.
Somente a partir de 1999, com a valorização do petróleo no governo de Vladimir Putin, a Rússia deu sinais
de recuperação.
O PODERIO DOS ESTADOS UNIDOS
As duas guerras contra o Iraque, conduzidas pelos Estados Unidos, demonstram sua força na nova
ordem mundial.
Com o fim da União Soviética, os Estados Unidos se converteram na única super potência do
planeta. O domínio norte-americano baseia-se em sua força econômica, militar, cultural e científico-
tecnológica.
Poderio econômico: O dólar é a moeda-padrão nas transações comerciais. As empresas
transnacionais norte-americanas lideram boa parte do comércio mundial. O Produto Internacional Bruto
(PIB) do país, de 13,8 trilhões de dólares (2007), é maior que o da França, o do Japão e o da Alemanha
somados.
Poderio militar: Os Estados Unidos são donos de um exército poderoso e do maior artesanal nuclear
e espacial do mundo. O orçamento militar norte-americano para o ano de 2007, de 600 bilhões de dólares, é
um exemplo da força bélica desse país.
Poderio cultural e científico-tecnológico: O inglês é a língua internacional, e os filmes de Hollywood
fazem sucesso em quase todo o mundo. Outra fonte de poder dos Estados Unidos são a engenharia e a
ciência. Apesar da crise econômica, suas universidades seguem liderando grandes inovações tecnológicas.
A força norte-americana ficou evidente em 2008. A quebra de instituições bancárias importantes nos
Estados Unidos provocou quedas generalizadas nas bolsas de todo o mundo e uma crise econômica global.
AS GUERRAS CONTRA O IRAQUE
O primeiro conflito entre Estados Unidos e Iraque aconteceu em 1991, durante o governo de George
Bush, o pai. As tropas iraquianas, lideradas pelo ditador Saddam Hussein, invadiram o vizinho Kuwait. Uma
coligação de trinta países, liderada pelos Estados Unidos e apoiada pela ONU, atacou o Iraque e forçou
Saddam Hussein a retirar as tropas do Kuwait.
O segundo conflito começou em 2003. O governo de George W. Bush acusava o Iraque de participar
dos atentados contra o World Trade Center, em 2001, e de possuir armas químicas de destruição em massa.
Representantes da ONU inspecionaram os depósitos de armas iraquianos e nada encontraram, condenando o
ataque. Mesmo assim, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha atacaram o país e depuseram Saddan Hussein.
Em 2009, as tropas norte-americanas ainda ocupavam o Iraque. O novo governo, constituído por uma
coalizão xiita, encontrava forte oposição dos sunitas (grupo ao qual pertencia Saddan Hussein). As várias
manifestações populares, nos Estados Unidos e em todo mundo, que pediam a saída das tropas norte-
americanas, e os frequentes ataques terroristas contra soldados norte-americanos e seus aliados no governo
do Iraque foram fatores decisivos no desgaste do governo de George W. Bush e na eleição do democrata
Barack Obama.
A GLOBALIZAÇÃO
A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura
do sistema capitalista e sua consolidação no mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração
entre as diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada pelos sistemas de
comunicação e transporte.
Mas o que é globalização exatamente?
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em
Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma
tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade
das relações sócio espaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do
globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou
acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato
de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é cada
vez maior ao longo do tempo.
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes do planeta até
existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser
considerada menos eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas
próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada dia mais globalizado.
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo avanço e
consolidação da globalização atual, propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que tornou comum
a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão
próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio técnico-informacional
tornou o planeta metaforicamente menor.
A origem da Globalização
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo em si só
veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e
o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização tenha se iniciado a
partir da expansão marítimo-comercial europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no
qual o sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo
incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções
industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução
Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que ainda se encontra em fase
de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de
informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior
evolução nos meios de transporte.
Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-se há cerca de cinco
séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos
50 anos, a partir da segunda metade do século XX em diante.
Características da globalização / aspectos positivos e negativos
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos campos que
sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde
e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados
Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as
sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.
Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora
existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o
principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em
que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a
questão às contradições do capitalismo.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os
diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos
obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia
em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior influência sobre as regiões
economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços proporcionados pela evolução
dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para
uma doença grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social e
econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da globalização é a
maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos outros fatores.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização depende da
abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo,
portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para a
sociedade e para o planeta.
Efeitos da Globalização
Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no
mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em
redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais
especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e pelos
fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de
transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente,
expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado consumidor,
de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e
matérias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberaram no avanço
da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos
blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à
globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental
no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar ações
conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação
do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração mundial, o
sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas econômicas
nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia.
A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e características. Sua
manifestação não pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender da região
onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e características. Podemos dizer, assim, que o mundo vive
uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.
EXERCÍCIOS
28-Em que ano Vargas tomou o Poder no Brasil?
29-Qual o Período do Governo de Vargas conhecido como Provisório?
30- Qual o período de Vargas conhecido como Constitucional?
31- Em que ano Vargas instituiu a Ditadura do Estado Novo?
32- A CLT, foi instituída por qual governo no Brasil?
33-O que foi a Guerra Fria ou Mundo Bipolar?
34-Qual o Período da Ditadura Militar Brasileira?
35- Como os Militares tomaram o Poder em 1964?
36- Quais os dois Partidos políticos que permaneceram durante a Ditadura Militar no Brasil?
37- Durante a Ditadura Militar foram instituídos vários Ais, o que eram e qual o mais violento?
38- Durante a Guerra Fria o Mundo era Bipolar, e hoje como estão as forças no mundo?
39-O que é Globalização?
CONFLITOS NO MUNDO ATUAL
Se o século XX deu origem à era da guerra total, como afirmou o historiador inglês Eric Hobsbawm,
o século XXI inaugura a era da insegurança e da eminência mundial de uma nova onda de guerras. Esse
receio diante da possibilidade de novos conflitos tem início com a simbólica data de 11 de Setembro de
2001, com o atentado terrorista de Osama Bin laden às torres gêmeas do World Trade Center. Dessa forma,
o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade
na defesa da paz mundial.
As relações entre os Estados tornaram-se mais complexas a partir do atentado nos Estados Unidos, e
a tensão militar adquiriu força nos últimos anos. Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por
exemplo, na política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de seguranças investe pesado na produção
de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será exclusivamente utilizada para fins
pacíficos. Todavia, existe uma insegurança entre vários países, principalmente do Ocidente, de que essa
narrativa iraniana seja coberta de interesses para uma suposta guerra nuclear.
Nessa era da insegurança, destaca-se recentemente o atentado à capital da Noruega, Oslo, realizado
por um empresário nacionalista que motivado por ideologias xenofóbicas causou a morte de pelo menos 76
pessoas. Anders Behring Breivik, autor dessa violência, adotou um discurso fundamentalista em seu
julgamento, apoiando-se em ideias que vão contra a diversidade cultural e religiosa em seu país,
principalmente em relação aos cidadãos muçulmanos.
Outras tensões vêm acontecendo na atualidade, como os conflitos entre os países árabes que
representam historicamente as divergências políticas e religiosas. A divisão do mundo islâmico em duas
perspectivas – sunitas e xiitas – pode ser entendida como uma dessas divergências que contribui para o
distanciamento entre governo e população. Um exemplo dessas diferenças de cunho religioso são as
manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, que, sendo ele um membro xiita, realiza
perseguições contra os muçulmanos sunitas.
Conflitos civis no Norte da África também ganharam força nos últimos anos. A história nos mostra
que grande parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das práticas
coloniais que impediram o crescimento da região. O resultado dessa herança colonial é caótico para a
população civil que, através de reivindicações, tenta suprimir a ausência de liberdade e democracia, como a
resistência civil na Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, no poder desde 1969.
Portanto, para compreender mais sobre os conflitos e tensões ocorridos no mundo atual, acompanhe
os textos destacados por esta seção e obtenha informações necessárias para uma análise criteriosa dessas
complexas relações políticas.
BLOCOS ECONÔMICOS
Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos.
Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou
isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais.
Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico aumenta e gera
crescimento econômico para os países. Geralmente estes blocos são formados por países vizinhos ou que
possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio
entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um bloco econômico é viver
isolado do mundo comercial.
Veremos abaixo uma relação dos principais blocos econômicos da atualidade e suas características.
UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia ( UE ) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de Maastricht. Este
bloco é formado pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca,
Romênia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e bancário
comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da União Europeia e, portanto, podem
circular e estabelecer residência livremente pelos países da União Europeia.
A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de
imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos : Comissão Europeia, Parlamento Europeu e
Conselho de Ministros.
NAFTA
Fazem parte do NAFTA ( Tratado Norte-Americano de Livre Comércio ) os seguintes países:
Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países membros
vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras
comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio,
porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil produtos.
MERCOSUL
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi oficialmente estabelecido em março de 1991. É formado
pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela. Futuramente,
estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do Mercosul é
eliminar as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles. Outro objetivo é
estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo, uma moeda única.
PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES
Outro bloco econômico da América do Sul é formado por: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Foi
criado no ano de 1969 para integrar economicamente os países membros. As relações comerciais entre os
países membros chegam a valores importantes, embora os Estados Unidos sejam o principal parceiro
econômico do bloco.
APEC
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em 1993 na Conferência de
Seattle (Estados Unidos da América). Integram este bloco econômicos os seguintes países: Estados Unidos
da América, Japão, China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul, Hong Kong (região
administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália,
Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções
industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno
funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo.
ASEAN
A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foi criada em 8 de agosto de 1967. É
composta por dez países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei,
Vietnã, Mianmar, Laos, Camboja).
SADC A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) foi criada em 17 de outubro de
1992 e é formada por 15 países da região sul do continente africano.
MCCA
Criado em 1960, o MCCA (Mercado Comum Centro-Americano) é o bloco econômico da região da
América Central, cujo principal objetivo é a integração econômica entre os países-membros (Nicarágua,
Guatemala, El Salvador, Honduras e Costa Rica).
Aliança do Pacífico
Criado em junho de 2012, este bloco econômico latino-americano é composto por México,
Colômbia, Peru e Chile.
BENELUX
Considerado o embrião da União Europeia, este bloco econômico envolve a Bélgica, Holanda e
Luxemburgo. O BENELUX foi criado em 1958 e entrou em operação em 1 de novembro de 1960.
UEAA
União Euroasiática Bloco de integração política e econômica composto por Rússia, Belarus e
Cazaquistão. Tem como fundamento principal a união aduaneira entre estes três países, estabelecendo a livre
circulação de serviços, produtos e pessoas. O mais novo bloco econômico entrou em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2015.
SITUAÇÃO POLÌTICA, ECONÔMICA E SOCIAL DA AMÉRICA
Apoiado no tema “América Latina: revendo a arte, política e os movimentos sociais”, o professor de
Teoria da Comunicação e Realidade Sociopolítica Brasileira da ECA-USP, Waldenyr Caldas, ministra um
curso no Anexo dos Congressistas, do dia 21 de agosto a 27 de novembro, no Memorial da América Latina.
Ao todo serão 14 aulas, realizadas às terças-feiras, das 19h às 22h. O custo para adesão é de R$200.
O curso é voltado para os estudantes de ciências humanas, políticas e sociais, historiadores,
acadêmicos e a todos que têm interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre a realidade político-
econômica e social da América Latina, tanto no plano interno, quanto internacional. Certificados serão
concedidos aos alunos com presença igual ou superior a 75% da carga horária total (42 horas-aula).
As aulas serão sustentadas pela apresentação de documentários, fotos, filmes, depoimentos de
personagens que fizeram e fazem parte da história recente da América Latina (intelectuais, políticos e
artistas), citação de bibliografia e canções pertinentes ao tema.Devido à crise econômica que assola a União
Europeia e os EUA, está em ascendência uma nova ordem mundial. O Brasil, em companhia dos outros
países que compõem o BRICS (Índia, Rússia, China e África do Sul) aparece como uma potência emergente
nesse novo panorama mundial, como afirma Waldenyr.
“A partir de 94, com a estabilização da moeda, queda da inflação e declínio econômico da Argentina,
o Brasil se fortaleceu muito, assumindo um papel de liderança econômica e política não só na América
Latina, mas mundialmente, devido a uma política internacional muito bem feita. Hoje, a renda per capita é
muito maior do que era há 15 anos e o país está muito menos pobre”, contou o especialista.As inscrições
para o curso podem ser realizadas de segunda a sexta, das 10h às 18h, no Anexo dos Congressistas/CBEAL
– Memorial da América Latina. O curso tem vagas limitadas e depende de um número mínimo de adeptos
para que seja realizado. Caso esse número não seja atingido, o evento pode ser cancelado, sendo a taxa de
adesão (R$200) devolvida integralmente.
BRASIL ATUAL
Quando falamos de Brasil Atual, geralmente nos referimos a temas que dizem respeito aos últimos
trinta anos de nossa história, isto é, desde o fim dos Governo Militares até os dias de hoje. Nesse sentido,
comentaremos temas relativos a esse período, que vai desde a abertura democrática, começada com a Lei de
Anistia (de 1979), até as manifestações populares que ocorreram nos anos de 2013 e 2015.
Nesse arco temporal, diversos temas interpõem-se. O Movimento pelas Diretas Já é um dos
primeiros e mais significativos. Com a abertura política articulada entre civis e militares, entre os anos de
1979 e 1985, a população vislumbrou a possibilidade de voltar a exercer o direito ao voto direto na eleição
de seus representantes. Entretanto, o primeiro presidente civil, após o longo período militar, foi eleito
indiretamente em 1985. Seu nome era Tancredo Neves, que faleceu antes de tomar posse. José Sarney, eleito
vice, assumiu o cargo, exercendo-o até 1989.
O governo Sarney foi um dos mais conturbados da chamada “Nova República”, sobretudo pelos
transtornos econômicos pelos quais o país passou. Todavia, foi durante o governo Sarney que foi reunida a
constituinte para a elaboração da nova Constituição Federal. O processo de elaboração da carta
constitucional foi encabeçado por Ulisses Guimarães, um dos líderes do novo partido herdeiro do MDB, o
PMDB. A versão oficial da Constituição ficou pronta em 1988. Nela havia o restabelecimento da ordem
civil democrática e das liberdades individuais, bem como a garantia das eleições diretas.
Em 1989, as primeiras eleições diretas ocorreram e foi eleito como presidente Fernando Collor de
Melo. Collor também desenvolveu um governo com forte instabilidade econômica, porém permeado
também com grandes escândalos políticos, que desencadearam contra ele um processo de impeachment,
diante do qual preferiu renunciar ao cargo de presidente. O vice de Collor, Itamar Franco, continuou no
poder até o término do mandato, na passagem de 1993 para 1994. Nesse período, um importante dispositivo
financeiro foi criado para resolver o problema das sucessivas crises econômicas: o Plano Real, elaborado e
efetivado por nomes como Gustavo Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Esse último, parlamentar e sociólogo por formação, candidatou-se à presidência, vencendo o pleito e
ocupando esse cargo de 1994 a 1998. Depois, foi reeleito e governou até 2002. Nas eleições de 2002, um
dos partidos que haviam nascido no período da abertura democrática, o PT – Partido dos Trabalhadores,
conseguiu eleger seu candidato: Luís Inácio Lula da Silva, que, a exemplo de Fernando Henrique, governou
o país por oito anos, de 2002 a 2010. De 2010 até o momento presente (2015), a sucessora de Lula, a
também filiada ao PT, Dilma Rousseff, vem governando o país.
PRIMEIRO GOVERNO DE DILMA
A presidente eleita e seu vice-presidente, Michel Temer, foram diplomados pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em solenidade realizada no dia 17 de dezembro de 2010, às 17 horas, na sede do TSE, em
Brasília, com a presença de 250 convidados, entre parentes e políticos. Dilma disse que iria "honrar as
mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar para todos". Os diplomas foram confeccionados na Casa da
Moeda do Brasil.
Este é o teor da diplomação:
Pela vontade do povo brasileiro, expressa nas urnas em 31 de outubro de 2010, a candidata pela
coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Vana Rousseff, foi eleita presidente da República
Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justiça Eleitoral expediu o presente diploma, que a
habilita à investidura do cargo perante o Congresso Nacional no dia 1º de janeiro de 2011, nos termos da
Constituição.
— Texto do diploma conferido a Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral
Ver artigo principal: Posse de Dilma Rousseff em 2011
Dilma Rousseff discursa no Congresso Nacional do Brasil como presidente.
Dilma Rousseff tomou posse como Presidente do Brasil em 1 de janeiro de 2011. O evento - que foi
organizado pela sua equipe de transição, pelos Ministérios das Relações Exteriores e Defesa e pela
Presidência da República - foi aguardado com alguma expectativa, visto que ela se tornou a primeira mulher
a presidir o país. Figuras femininas importantes na história do Brasil foram homenageadas com painéis
espalhados por todo o Eixo Monumental. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, em torno de
30 mil pessoas compareceram ao evento.
Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 1 de janeiro de 2011.
Até 21 de dezembro de 2010, a editora do Senado tinha impresso 1 229 convites para a posse de
Dilma Rousseff.[11] O Congresso Nacional recebeu um total de 2 mil convidados para a cerimônia.
Conforme relatado pela imprensa, entre 14 e 17 chefes de Estado e de governo confirmaram a sua
presença.[12] [13] Entre eles estavam José Sócrates, Juan Manuel Santos, Mauricio Funes, Alan García,
José Mujica, Hugo Chávez, Álvaro Colom, Alpha Condé, Sebastián Piñera, Evo Morales[12] (mas não pôde
comparecer devido a protestos de última hora em seu país) e Boyko Borisov. O Presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, enviou a Secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, para representá-lo. O ex-
primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, também participou da cerimônia.
Além da cerimônia formal, a posse de Dilma Rousseff também contou com apresentações de cinco
cantoras brasileiras: Elba Ramalho, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Mart'nália e Gaby Amarantos. O
Ministério da Cultura organizou a parte cultural do evento, com um orçamento estimado em 1,5 milhão de
reais. Os concertos começaram às 10h00 e terminaram às 2:00 horas, com o início da cerimônia oficial. As
apresentações continuaram entre 6:00-21:00. Rousseff não participou, já que ela realizou uma recepção no
Palácio do Itamaraty para as autoridades estrangeiras que participaram da cerimônia de posse. Cada
autoridade estrangeira teve a oportunidade de falar com ela por 30 segundos.
EXERCÍCIOS
40- Qual o principal Objetivo da criação dos Blocos Econômicos no Mundo?
41-Qual o Bloco Econômico que representa os países Europeus?
42- O Bloco NAFTA representa quais países?
43- Qual o Bloco Econômico que representa os países da América do Sul?
44- Qual o período conhecido como Brasil Atual?
45- Quem foi eleito Presidente e Vice em 2011 e que foram reeleitos em 2014?
PALESTINA
A região da Palestina, onde viviam os hebreus, corresponde hoje ao Estado de Israel.
Patriarcado
O patriarca possuía autoridade máxima sobre o povo.
Patriarcas:
Abraão: conduziu o povo de Ur, na Caldéia, para Canaã (Palestina), a Terra
Prometida.
Isaac: sucessor de Abraão.Jacó (Israel): conduziu o povo hebreu para o Egito, onde vivia seu filho
José. Êxodo: saída dos hebreus de Egito, liderados por Moises, por volta de 1250, a.c.
As Tábuas da Lei: mandamentos para nortear a vida do povo em relação a Javé, segundo a
bíblia, recebidos por Moises no monte Sinai.
Os hebreus vagaram 40 anos pelo deserto. Moises morreu antes de chegar a
Palestina
O juizado
Governo exercido por lideres militares e políticos.
Samuel, o Ultimo juiz, instituiu a monarquia. A monarquia
Rei com poder centralizado.
Rei Davi: expandiu o território, unificou as tribos e estabeleceu a capital em
Jerusalém.
Rei Salomão: durante o seu reinado houve o desenvolvimento do comercio e do
artesanato, a construção de festas religiosas:
Sabá: comemoração do sétimo dia da criação. Páscoa: comemoração do Êxodo. Pentecostes: comemoração do recebimento das Tabuas da Lei.
Tabernáculos: comemoração da permanência no deserto.
Cimma: ocorrido após a morte de Salomão. Separação das tribos hebraicas em dois
Religião: monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus.
O salvacionismo, a crença na vinda de um messias ou salvador para libertar opovo hebreu. Fenícios: comércio era sua principal atividade econômica. Desenvolveram a maior simplificação
da escrita (22 consoantes). Mais tarde os Gregos acrescentaram as vogais e difundiram o alfabeto que usamos hoje.
PERSAS: Foi no campo religioso que se deu a contribuição mais original dos Persas. Zoroastro (incessante luta entre o deus do bem e deus do mal) valorizava o livre arbítrio do homem
GRECIA: No mais diversos dos setores do saber humano, os gregos deixaram valiosa herança de realizações culturais. Herança que representa uma das estruturas fundamentais da civilização ocidental. Já houve quem afirmasse que “ nada existe movendo-se em nosso mundo, que não seja grego em sua origem” vejamos alguns aspectos dessa cultura:
Filosofia e Cultura: formularam as primeiras explicações racionais para a realidade do mundo Literatura: Prosa, poesia, novelas, romance, teatro.
Arquitetura e esculturas: Destaque para estatuas humanas Religião e Mitologia: series de Deuses Religião: Politeísmo (vários Deuses) Império romano; Desde 753ª. C., data da fundação de Roma ate o século VI a. c
Roma já possuía cerca de 100 mi habitantes. Desde então a evolução polít ica de Roma dividiu-se três períodos: Monarquia, República e império.
Ao atingir o ponto máximo de sua expansão territorial, o Império Romano também encontrou o seu ponto culminante de suas contradições, que iriam, ocasionar o processo de decadência. São muitas as causas que podem ser apontadas para explicar sua decadência. Entre elas destacamos a crise econômica, crise social. ( desigualdade social, o comércio das cidades entro em decadência, tensões, rebeliões, etc).
POVOS ROMANOS
A Civilização Romana:
Civilização histórica que formou um dos maiores impériosque o Mundo já viu. Segundo a lenda, Roma teria sido fundada pelos irmãos Rômulo e Remo que
fundaram a cidade em homenagem a loba que os amamentou quando ainda eram crianças. A História da Civilização Romana teve início na Península Itálica. Por volta de
2000 a.C. esta região foi invadida pelos italiotas (sabinos, latinos e volscos). Eles misturaram-se com os povos primitivos locais e passaram a povoar o centro da região dando origem aos romanos.símbolo romano
Divisão da História de Roma Monarquia Romana (753 a.C - 509 a.C)
No início da monarquia, Roma foi governada por reis de origem etruscas. Neste período os
gregos tiveram grande influência sobre a realeza. Na monarquia a sociedade estava dividida em: Patrícios - os grandes proprietários de terras e de gado. Somente eles poderiam ocupar os cargos
politico, militar e religioso. Plebeus - homens livres mas sem direitos políticos. Eram maioria em Roma. Clientes - plebeus que prestavam serviços a um patrício em troca de dinheiro ou deerra.
Escravos - pessoas escravizadas por dívidas ou oriundas dos povos conquistadoselos romanos
Os reis de Roma eram escolhidos pela Assembleia Curial, grupo de patrícios encarregados de escolher o rei de Roma e de criar leis.
O Senado Romano, também conhecido como Conselho dos Anciãos, eram composto também por patrícios idosos. Eles tinham a tarefa de aprovar ou não as leis sancionadas pelos reis.
Em 509 a.C., um choque de interesses entre o Rei e a Aristocracia deu fim a Monarquia. Tarquínio, último monarca de Roma, foi deposto pelo Senado.
A República Romana (509 a.C - 27 a.C)
A República Romana foi marcada por agitações sociais. Ao mesmo tempo em que
Roma crescia, aumentava as diferenças sociais entre patrícios e plebeus. O Senado Romano deu um golpe de Estado e criou uma República Oligárquica que
atendia somente aos desejos dos patrícios. Os plebeus descontentes com a situação social em que viviam, rebelaram-se e exigiram reformas políticas.
Conscientes de sua importância na sociedade, os plebeus passaram a exigir os seus direitos políticos. Como os patrícios dependiam dos plebeus nas atividades econômicas e militares, tiveram que atender aos pedidos. Foram criadas leis e instituições que atendiam os desejos dos plebeus. Dentre estas instituições destaca-se:
Tribunos da Plebe - Conselho formado por plebeus que tinham o trabalho de vetar as decisões do Senado que se mostrassem ameaçadoras aos interesses da Plebe.
Lei das Doze Tábuas - leis escritas que valiam tanto para os plebeus quanto para os patrícios. Os plebeus também conquistaram o direito de se candidatarem aos cargos de Magistrados, antes formado apenas por patrícios. O Direito Romano foi a maior contribuição que Roma deixou de herança para o mundo ocidental. Na República, o poder passou a ser exercido pelos magistrados que exerciam
diversos cargos.Os principais eram: Cônsules - Magistrados encarregados de comandar o Exército Romano. Pretores - Magistrados encarregados de fazer a justiça. Censores - Responsáveis pelo censo populacional. Questores - Encarregados pela administração das finanças. Edil - Responsável pela ordem pública e abastecimento das cidades. Senador - Magistrado pertencente ao Senado Romano. Os Senadores eram responsáveis por um grande número de decisões políticas. Dentre as
mais importantes destaca-se a nomeação dos Cônsules. Foi no período republicano que Roma lançou-se em guerras de conquistas. A mais difícil delas
foi a guerra contra Cartago e suas províncias, as chamadas Guerras Púnicas.
Com a conquista do Mediterrâneo, antes controlado pelos fenícios de Cartago, os romanos continuaram a lutar com outros povos. Valendo-se de exércitos poderosos, os romanos conquistaram terras que antes pertenciam aos gregos, egípcios, mesopotâmios e persas.
Os Generais Romanos, maiores liderança do Exército, passaram a interferir nas decisões politicas da República. Em 60 a.C., o poder foi divido entre os cônsules Pompeu, Crasso e Júlio César. A divisão do poder entre os 3 generais ficou conhec ida como o Primeiro Triunvirato.
Com a morte de Crasso, Pompeu e Júlio César passaram a disputar o cargo de Cônsul único. Na disputa pelo poder, César saiu vitorioso, mas anos depois foi assassinado por uma conspiração formada por senadores.
Em 43 a.C., novamente o poder é divido entre 3 Cônsules. Formou-se o Segundo Triunvirato composto por Marco Antônio, Lépido e Otávio. Após afastar Lépido e derrotar Marco Antônio, Otávio tornasse líder supremo de Roma, iniciando assim a fase imperial de Roma.
O Império Romano (27 a.C - 476 d.C) Otávio recebeu o título de Augusto a passou a ter total controle sobre as decisões
políticas de Roma. A partir do governo do Imperador Otávio Augusto, Roma viria expandir seu controle sobre o mundo antigo.
O Senado que antes da formação do Império decidia os rumo da política, agora exercia o simples papel de conselho imperial para o Imperadores de Roma. Com a morte de Otávio Augusto em 14 d.C, sucederam-se 4 dinastias de Imperadores que são: Dinastia
Julius Cláudia (14 - 69) Desta família vieram os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. No reinado desta Dinastia
houve conflitos entre o Senado e os Imperadores. Dinastia dos Flávio (69 a 96) Família que colocou no poder Vespasiano, Tito e Dominicano. Com o apoio do
Exército, a Dinastia Flaviana conseguiu controlar o Senado. Dinastia dos Antoninos ( 96 a 192) Nerva, Trajano, Adriano, Antonino, Pio, Marco Aurélio e Cômodo foram os imperadores desta
dinastia. Os Antoninos buscaram a reconciliação do Senado com a figura Imperial. Nesta dinastia Roma
chegou ao seu apogeu com uma expansão territorial nunca antes alcançada por qualquer outra civilização.
Dinastia dos severos (193 - 235) Teve como imperadores Sétimo Severo, Caracala, Heliogabalo e Severo Alexandre. A Dinastia
Severa marca o início do baixo Império Romano onde o império foi afetado por uma crise econômica e pelas invasões de povos bárbaros.
A Religião Romana
No início da Civilização Romana, as crenças etruscas deu início a pratica religiosa em Roma. Os
romanos faziam culto aos seus antepassados. Com o tempo passaram a adorar as divindades gregas que foram rebatizadas como nomes latinos. No período imperial, no reinado Otávio Augusto, nasceu Jesus Cristo, Fundador do Cristianismo. Com o passar dos séculos a Religião Cristã foi sendo difundida e aceita por todo o território romano. Em 391 o Cristianismo passou a ser a Religião oficial do Império Romano.
A Arte Romana
A produção artística de Roma inicia-se com a arte etrusca do arco e a abóbada. Com a
expansão territorial, Roma assimilou em muito a cultura grega e posteriormente a cultura helenística. O Declínio do Império Romano Em 284 d.C. o Imperador Diocleciano procurando melhor defender o império das Invasões
Barbaras criou a Tetrarquia. O território romano foi divido em 4 partes, cada uma com governo próprio. Os Hunos, povo guerreiro vindos do Oriente, eram os mais temidos de todos os povos bárbaros
Em 395 d.C. Teodósio dividiu o Império em duas partes: O Império Romano do Ocidente com capital em Roma e o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla.
A parte ocidental do império seria destruído em 476 d.C. pelos povos germânicos. Odoacro, líder dos Hérulos, depôs Rômulo Augusto, último Imperador de Roma e tornou- se rei da Itália. No Ocidente foram formados um grande número de reinos bárbaros.
O Império Romano do Oriente que passou a ser chamado de Império Bizantino, durou ate 1453, ano em que os muçulmanos liderados por Maomé II conquistaram a Cidade de Constantinopla.
O POVO GREGO
Os gregos (ou helenos) viveram na extremidade meridional da península balcânica e sua
civilização se desenvolveu a partir da mistura das diversas populações que lá se estabeleceram nos últimos 8000 anos, no entanto, as mais antigas características culturais que se pode chamar de “gregas” apareceram somente depois de 2000 a.C.
A Grécia Antiga abrangia os povos que habitavam a bacia do mar Egeu e as ilhas ao redor, e durou desde o surgimento da civilização minoana, na Idade do Bronze, até a sua tomada pelos romanos, em 146 a.C.
A partir de 500 a.C. a cultura grega influenciou de tal forma o mundo mediterrâneo que, sem exagero, acabou por constituir um dos mais sólidos fundamentos de toda a Civilização Ocidental.
As primeiras populações que falavam grego ocuparam, por volta de 2000 a.C., várias regiões da península balcânica, território de topografia irregular localizado no sudeste da Europa. Posteriormente, em sucessivas fases de expansão marítima, os gregos se estabeleceram em outros locais, notadamente nas ilhas do Egeu e nas margens do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.
Grécia Antiga Na Antiguidade, as mais importantes comunidades gregas se concentravam na própria
península balcânica, nas ilhas do Mar Egeu, na costa ocidental da península acatólica (Ásia Menor), no sul da península italiana e nas grandes ilhas da Sicília, a oeste, e de Creta, ao sul.
Os gregos antigos constituíram a primeira civilização duradoura da Europa, que foi a base da cultura ocidental de tempos posteriores. Deram importantes contribuições nos campos das artes, literatura, filosofia e ciência, apesar de nunca terem conseguido a unificação política. Enfim, as maisvastas experiências sociais ocorreram na Grécia, berço de filósofos, sábios e literatos famosos. História da Civilização Grega A cerca de 2600 a.C., povos da Anatólia, que sabiam trabalhar o ferro e aperfeiçoaram a navegação e a agricultura, invadiram o território grego. A partir de 2000 a.C., a região foi novamente invadida, desta vez por povos indo-europeus (aqueus, eólios, dórios e jônios), que destruíram a civilização existente, absorvendo seus hábitos e cultura.
Civilização na Grécia Antiga
Primeiro os aqueus invadiram (2000 a.C.). destruíram o Império de Creta, assimilaram sua
cultura e estabeleceram seu reino no Peloponeso, construíram as cidades de MicenasTirino. Período Arcaico séc. VIII a.C. a VI a.C.
Durante esse período, o território grego se expandiu de maneira surpreendente, principalmente devido ao aumento desenfreado da população das cidades-estados já existentes e do surgimento da propriedade privada o que estimulou muitas pessoas a migrarem em buscas de novas terras. Das mais de cem cidades-estados gregas, várias se mantiveram oligárquicas, e muitas outras desfrutaram de uma democracia.
Na história Grega este período foi o mais longo e é dividido em três partes. A primeira fase se tem notícia através dos poemas de Homero, a Ilíada e a Odisséia. É conhecida
como Tempos Heróicos ou Tempos Homéricos. Foi a fase anterior a ao século VIII a.C. O domínio do Império Alexandrino pelos soldados de Roma, no século II a.C.,
ficando a Grécia submissa aos romanos.
Além do estabelecimento de um dos mais duradouros padrões de beleza artística, os atenienses nos deram a tragédia, a comédia, a filosofia de Sócrates, a historiografia de Heródoto e Tucídides e um sistema político original, a democracia (literalmente, “o poder do povo”), talvez a maior de todas as contribuições.
Período Helenístico 323 a 30 a.C. Os povos Macedônicos (Felipe II e Alexandre) conquistaram o povo grego e misturaram sua
cultura com a cultura dos povos do Oriente, sendo que Alexandre, amante da cultura grega, queria formar um Império Universal onde a cultura grega fosse o ponto unificador dos povos conquistados, formando assim uma nova cultura, o Helenismo.
Do ponto de vista político o continente grego afastou-se do centro dos acontecimentos. Com o
estabelecimento do Império Romano em 27 a.C., a Macedônia e os territórios da Grécia Continental tornaram-se simples províncias romanas.
As antigas pólis, agora meros centros municipais, beneficiaram-se da Pax Romana e cessaram
suas eternas disputas armadas. Os jogos continuaram sendo disputados e os festivais celebrados; muitas instituições políticas tradicionais conservaram os nomes e a influência local. Atenas manteve o status de cidade universitária
A cultura grega foi adotada pela elite romana e a cidade de Roma se tornou o mais novo e mais
importante centro de cultura helênica. Na cidade, a medicina e o ensino da filosofia e da retórica, tão prezada pelos romanos, estava na mão de gregos (às vezes simples escravos); escultores de origem grega trabalhavam para patronos romanos; e os intelectuais romanos liam, falavam e escreviam fluentemente em grego.
Cidades-Estado
As Cidades-Estados eram cidades que progrediam e ficavam mais independentes. As principais cidades-estados foram: Esparta e Corinto, no Peloponeso; Atenas, na Ática; Tebas, na Beócia; Delfos, no Monte Parnaso;
Mileto, Esmira e Éfeso, na Ásia Menor. Durante o século V a.C. o poder político se polarizou entre atenienses e espartanos. Atenas agregou diversas pólis a uma poderosa aliança política e econômica conhecida por Liga de
Delos; os espartanos, por sua vez, organizaram a igualmente poderosa Liga do Peloponeso.
Esparta
Esparta era a capital da Lacônia e se distinguiu pelo seu espírito guerreiro. Foi conquistada pelos aqueus, mas progrediu mesmo com a chegada dos dórios.
Sua organização social era dividida em três classes: Espartanos: formada pelos descendentes dos dórios, era a classe dominante; Periecos: formada por camponeses que apoiaram a dominação dórica, tinham alguns
privilégios, mas não podiam ocupar cargos políticos por serem considerados como estrangeiros. Ilotas: eram os escravos por no passado terem se revoltado contra os dórios, não podiam se afastar das terras em que produziam. Organização em Esparta Esparta era governada por dois reis, em caso de guerra um ia para o combate enquanto o outro
ficava na cidade. Mas os monarcas eram limitados por órgãos oficiais: Gerúsia: câmara formada por pessoas com mais de sessenta anos, que legislavam para todo o povo, eram vinte e oito membros eleitos pelo povo.Apela: Assembleia do Povo, formada por cidadãos com mais de trinta anos, eles aprovavam ou não as leis da Grecia
Conselho dos Éforos: formado por cinco magistrados eleitos pelo povo. Podia
fiscalizar os monarcas e expulsar estrangeiros, podia convocar a Gerúsia e a Apela, atuar junto aos militares e administrar justiça.
Educação em Esparta Os espartanos eram preparados acima de mais nada para a guerra, crianças que
nascessem com problemas físicos eram jogadas no desfiladeiro. As que nasciam bem, ficavam com os pais até os sete anos, a partir daí o Estado tratava de educá-los.
As meninas eram ensinadas na arte domésticas e aos vinte anos eram obrigadas a casarem-se, embora os homens só pudessem casar depois dos trinta anos.
Os meninos logo cedo faziam exercícios físicos, leitura e canto. Cuidavam rigorosamente da perfeição do corpo. Entravam para o exército aos vinte e um anos, de onde saiam aos sessenta.
Esparta representava o poder absoluto, ditatorial, onde os filhos eram educados dentro de leis rígidas, que por severas demais, terminava por favorecer a corrupção.
Atenas
A vida civil de Atenas foi muito diferente do viver militar dos espartanos. Cidade formada por jônios, com sua localização próxima ao mar exerceu grande
influencia na sua formação, contato com outros povos de civilizações adiantadas aprenderam e desenvolveram os elementos de uma vida espiritual e materialmente superior, votada para ciências e artes.
Tinha sua população dividida em três classes: Cidadãos: eram os filhos de atenienses. Metecos: eram estrangeiros que se dedicavam ao comércio e a indústria. Não tinham direitos públicos, eram livres e bem tratados. Escravos: classe menos numerosa, recebiam tratamento humano e podiam conquistar a liberdade. Organização em AtenasNo inicio Atena era governada por aristocratas que mais tarde escolheram governantes que receberam o nome de Arcondes, eram magistrados, sendo uns vitalícios, outros não. Depois, ao invés de 3 eles escolheram 9 magistrados, o arcontado, que governavam por um ano. Escolheram também membros da assembléia chamada A erópago, semelhante a Gerúsia de Esparta. Como tinha pouca participação do povo nesse governo, os atenienses, em maioria
comerciante e artesões, clamavam por leis escritas com melhores condições de vida e como queriam atuar no governo, formaram uma nova classe social.
Atenas serviu de modelo a muitas cidades gregas e foi a grande exceção no mundo
antigo,quanto a forma de governo Foi considerada o berço da democracia, onde o povo amava a liberdade e se dedicavam à cultura, às artes, à beleza. Foi desta cidade que saíram grandes legisladores, filósofos e poetas.
As Leis Com a pressão do povo, no século VII a.C., surgiram leis formando o Código atribuído a
Drácon. Que por serem leis muito severas, acabaram por descontentar o povo e os aristocratas
Em 594 a.C. os atenienses elegeram Sólon, um dos sete sábios gregos, para a Arcontado, que realizou por sua vez, importantes reformas na democracia, favorecendo os direitos de todos:
1º. Liberou, em parte, os devedores que por isso eram, anteriormente, escravizados. 2º. Deu garantia a liberdade individual. 3º. Estabeleceu o trabalho como dever, assim o pai tinha que ensinar um oficio ao filho.
4º. Dividiu o povo em quatro classes de acordo com seu rendimento. Conservou oAerópago e o Arcontado, criou o Bule, que era formado por cidadãos escolhidos entre os membros das três primeiras classes sociais, e criou ainda a Eclésia que era composta por vinte mil cidadãos, havendo entre eles pessoas sem posses.
Educação em Atenas. Diferente de Esparta, as crianças ficavam em casa até os seis anos, e depois os
meninos iam à escola para aprender leitura, cálculo, escrita, poesia, canto e ginástica. Cultivavam o amor a pátria, às letras e às artes.
Os rapazes, aos dezoito anos entrava no exercito. Freqüentavam o liceu ou a academia. Tornavam-se cidadãos.
As meninas ficavam no lar, onde aprendiam a tecer, fiar, e bordar. Só poderiam freqüentar festas religiosas e não poderiam comer à mesa na presença de pessoas estranhas.
As Guerras As Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas A primeira guerra começou quando Dario I mandou emissários render as cidades gregas
pacificamente. Várias cidades gregas cederam, menos Esparta e Atenas, que mataram os emissários persas.
EXERCÍCIOS
9- Quem eram os principais povos Pré- colombianos?
10-Qual o povo que conforme a lenda fundaram sua cidade em homenagem a loba que amamentou os gêmeos Romulo e Remo?
11- Como era dividida a sociedade Romana?
12-O que eram as Leis das Doze Tábuas?13- Qual o maior legado deixado pelos Gregos para os povos atuais?
14- Quais as principais cidades-estados Gregas?
15-Em qual das cidades Gregas nasceu a Democracia?
HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL Capitanias Hereditárias
– Resumo
As Capitanias Hereditárias, resumo, criação, objetivos, donatários, administração colonial As Capitanias Hereditárias e a Administração colonial As Capitanias hereditárias foi um sistema de administração territorial criado pelo rei de Portugal, D. João III, em 1534. Este sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para particulares (principalmente nobres com relações com a Coroa Portuguesa). Este sistema foi criado pelo rei de Portugal com o objetivo de colonizar o Brasil, evitando assim invasões estrangeiras. Ganharam o nome de Capitanias Hereditárias, pois eram transmitidas de pai para filho (de forma hereditária).
Estas pessoas que recebiam a concessão de uma capitania eram conhecidas como donatários. Tinham como missão colonizar, proteger e administrar o território. Por outro lado, tinham o direito de explorar os recursos naturais (madeira, animais, minérios).
O sistema não funcionou muito bem. Apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco deram certo. Podemos citar como motivos do fracasso: a grande extensão territorial para administrar (e suas obrigações), falta de recursos econômicos e os constantes ataques indígenas.
O sistema de Capitanias Hereditárias vigorou até o ano de 1759, quando foi extinto pelo Marquês de Pombal. Capitanias Hereditárias criadas no século XVI:
Capitania do Maranhão Capitania do Ceará Capitania do Rio Grande Capitania de Itamaracá Capitania de Pernambuco Capitania da Baía de Todos os Santos Capitania de Ilhéus Capitania de Porto Seguro Capitania do Espírito Santo Capitania de São Tomé Capitania de São Vicente Capitania de Santo Amaro Capitania de Santana
OS GOVERNOS GERAIS NO BRASIL
Respondendo ao fracasso do sistema das capitanias hereditárias, o governo português realizou a centralização da administração colonial com a criação do governo - geral, em 1548. Entre as justificativas mais comuns para que esse primeiro sistema viesse a entrar em colapso, podemos destacar o isolamento entre as capitanias, a falta de interesseou experiência administrativa e a própria resistência contra a ocupação territorial oferecida pelos índios.
Em vias gerais, o governador-geral deveria viabilizar a criação de novos engenhos, a integração
dos indígenas com os centros de colonização, o combate do comércio ilegal, construir embarcações, defender os colonos e realizar a busca por metais preciosos. Mesmo que centralizadora, essa experiência não determinou que o governador cumprisse todas essas tarefas por si só. De tal modo, o governo-geral trouxe a criação de novos cargos administrativos.
O ouvidor-mor era o funcionário responsável pela resolução de todos os problemas de natureza judiciária e o cumprimento das leis vigentes. O chamado provedor-mor estabelecia os seus trabalhos na organização dos gastos administrativos e na arrecadação dos impostos cobrados. Além destas duas autoridades, o capitão-mor desenvolvia ações militares de defesa que estavam, principalmente, ligadas ao combate dos invasores estrangeiros e ao ataque dos nativos.
Na maioria dos casos, as ações a serem desenvolvidas pelo governo-geral estavam subordinadas a um tipo de documento oficial da Coroa Portuguesa, conhecido como regimento. A metrópole expedia ordens comprometidas com o aprimoramento das atividades fiscais e o estímulo da economia colonial. Mesmo com a forte preocupação com o lucro e o desenvolvimento, a Coroa foi alvo de ações ilegais em que funcionários da administração subvertiam as leis em benefício próprio.
Entre os anos de 1572 e 1578, o rei D. Sebastião buscou aprimorar o sistema de Governo Geral realizando a divisão do mesmo em duas partes. Um ao norte, co m capital na cidade de Salvador, e outro ao sul, com uma sede no Rio de Janeiro. Nesse tempo, os resultados pouco satisfatórios acabaram promovendo a reunificação administrativa com o retorno da sede a Salvador. No ano de 1621, um novo tipo de divisão foi organizado com a criação do Estado do Brasil e do Estado do Maranhão.
Ao contrário do que se possa imaginar, o sistema de capitanias hereditárias não foi prontamente descartado com a organização do governo-geral. No ano de 1759, a capitania de São Vicente foi a última a ser destituída pela ação oficial do governo português. Com isso, observamos que essas formas de organização administrativa conviveram durante um bom tempo na colônia.
ESCRAVIDÃO INDÍGENA E NEGRA
No século XVI, assim que os portugueses iniciaram a produção açucareira no Brasil, se inicia
um debate sobre qual força de trabalho poderia ser empregado nesse tipo de negócio. Afinal de contas, para que o açúcar desse lucro em pouco tempo, era necessário uma produção em larga escala sustentada por um grande número de trabalhadores. Desse modo, os colonizadores se dispuseram a promover a escravidão dos índios que ocupavam as terras ou dos africanos disponíveis do outro lado do oceano.
Mesmo sendo mais acessível, a escravização dos indígenas mostrava-se problemática por uma série de fatores conjunturais. Primeiramente, devemos destacar que os índios não eram acostumados a uma rotina de trabalho extensa, tendo em vista que privilegiavam uma economia de subsistência. Por outro lado, muitos deles morriam ao contrair as doenças trazidas pelo europeu, e aqueles que eram escravizados articulavam facilmente a sua fuga mediante o conhecimento do território.
Não bastando tais explicações, devemos salientar que a Igreja também teve enorme peso para que a escravidão indígena não ganhasse força no espaço colonial. Tal influência explica-se pelo fato de a Igreja ter o claro interesse em converter os índios à crença católica. Naturalmente, se esses índios fossem submetidos à escravidão, logo demonstrariam uma resistência maior em aceitar a religião do colonizador. Por fim, vemos que o próprio governo de Portugal expediu várias leis proibindo o apresamento indígena. Por outro lado, a escravidão africana mostrava-se como uma alternativa mais viável, tendo em vista que os portugueses já tinham fixado, desde o século XV, vários entrepostos do litoral africano. Ao mesmo tempo em que já dominavam essas rotas, o governo português logo percebeu que o tráfico de escravos para a América seria interessante, já que essa atividade também poderia gerar divisas para os cofres do Estado.
Para os colonizadores, principalmente os senhores de engenho, o escravo africano apresentava um melhor desempenho no trabalho com a lavoura, e o investimento em sua aquisição mostrava-se bastante rentável. Não bastando essas explicações de cunho econômico, a própria Igreja considerava que a escravidão africana seria um “castigo de Deus” contra os vários povos daquele continente, tomado pelas crenças politeístas e a própria religião islâmica.
Dessa forma, vemos que a escravidão africana se tornou predominante no espaço
colonial brasileiro. Contudo, em certas regiões de menor desempenho econômico, vemos que a escravidão indígena se tornou em uma alternativa bastante comum. Geralmente, um escravo índio custava metade de um escravo vindo da África. Com isso, percebemos que os dois tipos de escravidão acabaram se mantendo ao longo de nossa história.
MISCIGENAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
A população brasileira é bastante miscigenada. Isso ocorreu em razão da mistura de diversos
grupos humanos que aconteceu no país. São inúmeras as raças que favoreceram a formação do povo brasileiro. Os principais grupos foram os povos indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos.
Povos indígenas: antes do descobrimento do Brasil, o território já era habitado por povos nativos, nesse caso, os índios. Existem diversos grupos indígenas no país, entre os principais estão: Karajá, Bororo, Kaigang e Yanomani. No passado, a população desses índios era de quase 2 milhões de pessoas.
Povos africanos: grupo humano que sofreu uma migração involuntária, pois foram capturados e trazidos para o Brasil, especialmente entre os séculos XVI e XIX. Nesse período, desembarcaram no Brasil milhões de negros africanos, que vieram para o trabalho escravo. Os escravos trabalharam especialmente no cultivo da cana-de-açúcar e do café.
Imigrantes europeus e asiáticos: os primeiros europeus a chegarem ao Brasil foram os portugueses. Mais tarde, por volta do século XIX, o governo brasileiro promoveu a entrada de um grande número de imigrantes europeus e também asiáticos. Na primeira metade do século XX, pelo menos quatro milhões de imigrantes desembarcaram no Brasil. Dentre os principais grupos humanos europeus, destacam-se: portugueses, espanhóis, italianos e alemães. Em relação aos povos asiáticos, podemos destacar japoneses, sírios e libaneses.
Tendo em vista essa diversidade de raças, culturas e etnias, o resultado só poderia ser uma miscigenação, a qual promoveu uma grande riqueza cultural. Por esse motivo, encontramos inúmeras manifestações culturais, costumes, pratos típicos, entre outros aspectos.
EXERCÍCIOS
16- Porque a escravidão indígena não deu bons resultados, conforma a descrição
Portuguesa?
17- Por que os Portugueses optaram pela busca de negros na África?
18- Cite algumas manifestações culturais africanas em nosso país:
19- O que eram as Capitanias Hereditárias- Em quantas Capitanias o Brasil foi dividido?
20- Com o fracasso das Capitanias, qual o outro sistema de governo implantado no Brasil?
FEUDALISMO
O feudalismo consiste em um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem econômica, social
e política. Entre os séculos V e X, a Europa Ocidental sofreu uma série de transformações que possibilitaram
o surgimento dessas novas maneiras de se pensar, agir e relacionar. De modo geral, a configuração do
mundo feudal está vinculada a duas experiências históricas concomitantes: a crise do Império Romano e as
Invasões Bárbaras.
A economia sofreu uma retração das atividades comerciais, as moedas perderam seu espaço de
circulação e a produção agrícola ganhara caráter subsistente. Nesse período, a crise do Império Romano
tinha favorecido um processo de ruralização das populações que não mais podiam empreender atividades
comerciais. Isso ocorreu em razão das constantes guerras promovidas pelas invasões bárbaras e a crise dos
centros urbanos constituídos durante o auge da civilização clássica.
A ruralização da economia também atingiu diretamente as classes sociais instituídas no interior de
Roma. A antes abrangente classe de escravos e plebeus veio a compor, junto com os povos germânicos, uma
classe campesina consolidada enquanto a principal força de trabalho dos feudos. Trabalhando em regime de
servidão, um camponês estaria atrelado à vida rural devido às ameaças dos conflitos da Alta Idade Média e a
relação pessoal instituída com a classe proprietária, ali representada pelo senhor feudal.
O senhor feudal representaria a classe nobiliárquica detentora de terras. Divididos por
diferentes títulos, um nobre poderia ser responsável desde a administração de um feudo até pela cobrança de
taxas ou a proteção militar de uma determinada propriedade. A autoridade exercida pelo senhor feudal, na
prática, era superior a dos reis, que não tinham poder de interferência direta sobre as regras e imposições de
um senhor feudal no interior de suas propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo
promotor de um poder político descentralizado.
Ao mesmo tempo em que a economia e as relações sociopolíticas se transformavam nesse
período, não podemos nos esquecer da importância do papel da Igreja nesse contexto. O clero entraria em
acordo com os reis e a nobreza com o intuito de expandir o ideário cristão. A conversão da classe
nobiliárquica deu margens para que os clérigos interferissem nas questões políticas. Muitas vezes um rei ou
um senhor feudal doava terras para a Igreja em sinal de sua devoção religiosa. Dessa forma, a Igreja também
se tornou uma grande “senhora feudal”.
No século X o feudalismo atingiu o seu auge tornando-se uma forma de organização vigente
em boa parte do continente europeu. A partir do século seguinte, o aprimoramento das técnicas de produção
agrícola e o crescimento populacional proporcionaram melhores condições para o reavivamento das
atividades comerciais. Os centros urbanos voltaram a florescer e as populações saíram da estrutura
hermética que marcou boa parte da Idade Média.
A IGREJA NA IDADE MÉDIA
No ano de 391, a religião cristã foi transformada em religião oficial do Império Romano. A partir
deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo
a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo.
A influência da Igreja:
Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder.
Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político),
interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a
sociedade (poder social).
Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus
dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram
perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no
século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e
mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja.
Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente importantes para a
preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se à copiar e guardar os conhecimentos das
civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo
retomada na época do Renascimento Cultural.
Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupavam-se com as questões
políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do
cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos
pobres.
A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e
livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma
forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos.
Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma
outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e
interessante: a música.
A Igreja Católica Hoje:
Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais
todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade
religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra
as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais
ricos, na luta contra a pobreza e a miséria.
RENASCIMENTO
Quando se estuda a transição da Idade Média, especificamente a Baixa Idade Média, para a Idade
Moderna, percebe-se que ainda vigora em muitos livros didáticos de história, revistas e blogs de educação
uma certa perspectiva reducionista que compreende o Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI
como um fenômeno de ruptura radical e definitiva com a Idade Média. Essa visão supõe ser a Idade Média
um período decadente e obscuro que nada ofereceu de significativo ao universo cultural que sobreveio com
o Renascimento.
Mas muito pelo contrário, no período compreendido como Renascimento confluíram vários
elementos da cultura cristã florescida na Idade Média, como elementos da cultura clássica (greco-latina), que
passou a ter uma dimensão maior na Europa Ocidental, sobretudo em regiões de intenso comércio marítimo,
como a Itália (ao sul) e a Holanda e os Países Baixos (ao norte), que também tiveram um intenso
desenvolvimento urbano ainda no período medieval.
Para o historiador Thomas Woods, o Renascimento, mais do que uma ruptura total com o passado
medieval, pode ser considerado o auge da Idade Média. Diz ele que “os medievais, tal como uma das figuras
exponenciais do Renascimento, tinham um profundo respeito pela herança da antiguidade clássica, ainda
que não a aceitassem de modo tão acrítico como o fizeram alguns humanistas: e é na Idade Média que
encontramos as origens das técnicas artísticas que viriam a ser aperfeiçoadas no período seguinte.”
(WOODS, Thomas. Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008.
p. 119)
A confluência entre a cultura clássica e a cultura cristã viu-se expressa na obra de vários autores do
Renascimento, desde artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci até escritores como Erasmo de
Rotterdan, Nicolau de Cusa e Thomas Morus. Uma característica que se tornou, sim, uma identidade
renascentista no âmbito dos estudos intelectuais foi a redescoberta dos textos clássicos originais, sobretudo
os gregos. Filósofos como Aristóteles e Platão eram lidos na Idade Média por meio de traduções latinas com
pouca precisão. Eruditos do Renascimento, como Leonardo Bruni – tradutor da Política e da Ética a
Nicômaco, de Aristóteles –, foram responsáveis por esse resgate das fontes primárias dos textos gregos e
pela feitura de traduções criteriosas e comentadas.
Além disso, outras características também contribuíram para compor uma identidade própria ao
Renascimento. A concepção antropocêntrica do mundo, que aos poucos se impôs, divergiu da perspectiva
teocêntrica medieval, ainda que vários elementos doutrinais tenham sido preservados. O humanismo, isto é,
a valorização das potencialidades humanas, da faculdade racional, da capacidade de criação artística, de
observação, registro e cálculo dos fenômenos naturais e de organização política, também contribuiu para
definir essa época que antecedeu o século XVII – século da Revolução Científica operada por Galileu
Galilei.
As grandes navegações e a descoberta do “novo mundo” (o continente americano) e das civilizações
e culturas que nele se desenvolveram também foram decisivas para configurar o Renascimento como uma
época de experiências novas e enriquecimento cultural. Somou-se a isso a teoria heliocêntrica de Nicolau
Copérnico, que também passou a ajustar-se ao antropocentrismo e à capacidade do homem de descobrir os
mistérios da “harmonia do mundo”, isto é, os mistérios cosmológicos.
No mais, foi no início do século XVI, já no auge do Renascimento, que ocorreram dois
acontecimentos decisivos no âmbito intelectual, religioso, moral e político da Europa:invenção da imprensa,
por Joannes Gutenberg, e a Reforma Protestante, desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois
acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação dos homens com o conhecimento intelectual
antes restrito ao domínio da língua latina. Matinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, enquanto a
invenção de Gutenberg facilitou a reprodução e a leitura de livros (como a Bíblia) pelo público leigo.
REFORMA PROTESTANTE
Reforma Protestante e Contra-Reforma.
As Reformas Religiosas, surgimento das religiões protestantes, luteranismo calvinismo,
anglicanismo, Contra-Reforma Católica, Tribunal da Inquisição, Concílio de Trento, resumo, causas.
Martinho Lutero: criador da religião Luterana.
Causas:
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas
reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento
renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e
preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam
desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam
rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois
os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo
emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com
a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos
comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem
renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com
mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na
ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja
Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina
católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do
luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados
em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.
Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo
imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade
da reforma da Igreja Católica.
A Reforma Calvinista
João Calvino: reforma na França.
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a
salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e
banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar
em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua
vida definida).
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento
do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja
Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na
cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de
Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias;
- Criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de
ideias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas
ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e
protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de
calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
Você sabia?
- É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de
outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg
(Alemanha).
EXPANSÃO MARÍTIMA
No século XV, início da Idade Moderna, a Europa via sua economia cada vez mais comprometida
com a queda de consumo dos bens produzidos na zona rural e agrícola. O mercado interno europeu passava
por sérias complicações. Para abastecer o consumo, muitas vezes tinha que exportar produtos que vinham do
Oriente, como especiarias, objetos raros e pedras preciosas.
Entretanto, para comprar este material os europeus tinham que negociar com os mercadores árabes,
pois a única rota para fazer essa transação vinha pelo Mar Mediterrâneo, passando pelas cidades italianas de
Gênova e Veneza. Muitos mercadores envolvidos na exportação de produtos acabavam tornando-os mais
caros, o que acabou contribuindo para a crise econômica europeia.
Mapa da expansão marítima das nações europeias.
Para evitar gastos com impostos sobre mercadorias, os europeus procuraram rotas alternativas para
encontrar as Índias (de onde vinham os metais preciosos) e comprar os produtos de forma direta. Assim,
estariam livres dos altos impostos cobrados.
As Expansões Marítimas eram caras e nenhum comerciante rico era capaz de se embrenhar pelos
mares sem recursos do rei. A figura do monarca era essencial para este empreendimento, pois ele conseguia
captar recursos públicos de toda a nação para investir em embarcações mais resistentes. Foram criadas as
primeiras bússolas e astrolábios para que os embarcadores pudessem se orientar. Um importante avanço foi
o surgimento da primeira caravela, que tornava possível longas viagens marítimas.
A primeira nação europeia a realizar uma expansão marítima foi Portugal, graças a sua consolidação
como Estado bem organizado militarmente e independência das demais nações do continente. Com o poder
centralizado nas mãos do rei Dom João I, os portugueses começaram a enviar as primeiras embarcações
marítimas, na busca dos produtos das Índias. Nessas empreitadas, acabou descobrindo outros territórios e
novas possibilidades de atingir seus interesses.
Outro país que teve acentuada importância na Expansão Marítima foi a Espanha que, junto com
Portugal, investiu na colonização dessas novas terras exploradas.
Dentre os principais fatores ligados à Expansão Marítima está o descobrimento do Brasil e da
América, no final do século XV. Este novo continente foi crucial para que a economia da Europa se
estabilizasse novamente.
COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
Em 1492, ano da própria descoberta da América, foi estabelecida a primeira colônia
permanente na ilha de Hispaniola, por Cristóvão Colombo, o descobridor. Em poucas décadas muitas outras
colônias foram estabelecidas, se espalhando pelas ilhas do Caribe e ainda pela Flórida e pelo Peru. Pouco
depois Portugal estabeleceu colônia no Brasil, assim como a Inglaterra colonizou as Honduras Britânicas
(atual Belize) e a Jamaica. A ocupação holandesa se fez presente na Guiana e ainda em Curaçau, enquanto
os franceses tomaram posse do Haiti, de Guadalupe e da Martinica. A união do Novo e do Velho Mundo foi
responsável por uma mudança radical nos destinos da história de ambos. O potencial de recursos naturais
americanos alterou significativamente os quadros econômicos da Europa. As doenças físicas do Velho
Mundo foram um dos fatores responsáveis pela dizimação da população americana nativa. Por outro lado, os
conquistadores europeus tornaram-se os senhores das terras que outrora eram de posse dos povos Astecas,
dos Maias além de outros povos nativos.
Os espanhóis foram, sem dúvida, os colonizadores mais atuantes.
Ao final do século XVIII, eles haviam estabelecido colônias nas regiões onde atualmente estão as
cidades de San Francisco, Cidade do México e Los Angeles, além de Buenos Aires e Lima. Muitos metais
nobres foram enviados das terras americanas para a Espanha, extraídos das minas americanas. Ao contrário
das colônias britânicas, que eram governadas por poderes representativos locais desde o princípio, as
colônias espanholas eram governadas a partir de Madri. A Igreja Católica Romana desempenhou uma
importante influência na colonização da América. Havia muitas catedrais católicas que foram construídas
nas diversas regiões da América Latina. Tal fato auxiliou na criação de influências locais por parte da
instituição religiosa. Os objetivos da própria Companhia de Jesus, em sua criação, eram a expansão da fé (e
da ideologia) cristã através da catequização e doutrinação religiosa dos nativos. O cumprimento de tais
objetivos acarretava na expansão dos domínios da igreja pelas colônias, além de facilitar as relações de
dominação entre o povo católico colonizador e o povo “gentio” colonizado.
CIVILIZAÇÃO AMERICANA
As Primeiras Civilizações Da América
Muito antes da chegada de Cristóvão Colombo, a América já era ocupada por vários povos, que
viviam de variadas formas, as quais iam da organização tribal- como os povos que habitavam a região onde
hoje é o Brasil- até vastos impérios, como era o caso dos Incas, Maias e Astecas. Muitas dessas civilizações
desapareceram em conseqüência da colonização, que se iniciou no final do século XV, mas deixaram
heranças históricas que marcam o nosso continente até os dias de hoje.
A Civilização Maia
A Civilização Maia desenvolveu-se na península de Iucatã, na região que hoje corresponde aosul do
México, Guatemala e Belize. Na economia, a agricultura foi a atividade fundamental. Além do milho, que
era o principal produto, plantavam também o algodão, o tomate, o feijão, a batata e o cacau. A terra
pertencia ao Estado e era cultivada coletivamente. A caça e a pesca eram atividades econômicas
complementares e desconheciam a pecuária. No artesanato realizaram notáveis trabalhos: tecidos, objetos de
cerâmica, lapidação de pedras preciosas, etc. Desenvolveram um importante comércio com os povos
vizinhos.A sociedade estava dividida em quatro camadas sociais:
Nobres: eram os chefes guerreiros que lideravam a administração pública
Sacerdotes: tinham o controle da religião;
Povo: compunha a grande maioria da população e eram os trabalhadores que se dedicavam à
agricultura, às construções e ao artesanato;
Escravos: em pequeno número, geralmente prisioneiros de guerra ou condenados por algum delito
cometido. Na política, não chegaram a constituir um Estado centralizado. As cidades eram independentes,
governadas por um chefe, que dirigia a política e recebia impostos, assessorado por um conselho formado
por nobres e sacerdotes. Na religião, havia um grande número de divindades, que representavam a chuva, o
trovão, horário, a seca, a guerra, a tempestade, e para elas foram construídos grandes templos. Nas artes, os
Maias destacaram-se na arquitetura, com a construção de templos e palácios.Também desenvolveram a
pintura e a escultura. Nas ciências, desenvolveram a matemática e a astronomia.
A Civilização Inca
Os Incas formaram seu império dominando as várias civilizações que habitavam a região dos Andes,
na América do Sul. Compreendia os atuais territórios do Peru, Equador, parte da Colômbia, do Chile,da
Bolívia e da Argentina.
CONQUISTAS PORTUGUESAS
As Navegações Portuguesas foram pioneiras na era das Grandes Navegações
Portugal foi um país pioneiro em várias medidas entre a Idade Média e a Idade Moderna. Ainda
no século XIII, tornou-se o primeiro Estado formalizado na Europa, o que lhe favoreceu em vários aspectos.
Com uma unificação política garantida, a condição de primeiro país incentivou novos investimentos dentro
do panorama que se tinha no Velho Mundo. Naquela época, o comércio era muito fundamentado nas
negociações de produtos feitas no Mar Mediterrâneo. Entretanto, com a conquista dos turcos nessa rota,
houve a necessidade de se buscar novos caminhos para se obter as especiarias oriundas do Oriente, que tanto
agradava ao mercado europeu. Portugal reunia condições favoráveis para os negócios que marcavam o
momento, era um país já unificado, dispunha de uma condição geográfica favorável para se lançar ao mar e
contava com um grupo de investidores interessados nos negócios marítimos.
As Navegações Portuguesas para o comércio começaram muito cedo em relação aos outros países.
Buscando quebrar o domínio que havia sido estabelecido sobre o comércio de especiarias no Mar
Mediterrâneo, Portugal traçou uma nova e arriscada que consistia em contornar o continente africano para se
chegar ao Oriente. Uma viagem que ninguém havia feito antes ou mesmo conhecia suas possibilidades. Esse
trajeto que se seguiria ganharia o nome de Périplo Africano. Naturalmente, esse contorno do continente não
aconteceu em uma única viagem, pois tudo ainda era muito inovador e misterioso.
A estratégia dos portugueses foi contornar o continente africano fazendo entrepostos ao longo da
costa da África. Desta forma, Portugal evoluiu gradativamente pelo entorno do continente e conquistou
diversos territórios, tomando posse das terras todas as vezes que fazia paradas e estabelecendo novas regiões
para usufruir de seus produtos e negócios. Embora isso tenha retardado a chegada dos portugueses ao
Oriente, foi importante para estabelecer suas colônias. Uma das grandes conquistas de todas essas viagens
foi cruzar pela primeira vez o chamado Cabo das Tormentas, nomeado posteriormente de Cabo da Boa
Esperança.
Essas navegações pelos mares permitiram uma série de descobrimentos entre 1415 e 1543. O
resultado foi a grande expansão do império marítimo português e uma remodelação da real dimensão do
mundo. Buscando uma nova rota para comércio que superasse o monopólio estabelecido no Mar
Mediterrâneo, os portugueses foram responsáveis por grandes avanços tecnológicos para encarar as
condições de navegação no Oceano Atlântico e grandes avanços culturais. Após muito tempo de
investimento, os portugueses finalmente chegaram às Índias em 1498, firmando uma nova rota para
comércio de especiarias e conquistando uma grande remessa de lucros sobre os produtos que seriam
comercializados.
Dois anos depois, após indicações da existência de terras também a Oeste do continente africano, a
expedição de Pedro Álvares Cabral estendeu sua rota no Atlântico para alcançar e tomar posse dessas terras.
É o que se chama de descobrimento do Brasil, em 1500. Com o passar dos anos, esse novo território no novo
continente, que seria chamado de América, tornar-se-ia a mais importante colônia portuguesa. Entretanto,
mais dois marcos importantes ainda seriam estabelecidos, a chegada na China, em 1513, e ao Japão, em
1543. Este último é considerado, inclusive, como o marco final desse período de Navegações Portuguesas e
suas descobertas e colonização., região ao sul do continente africano que estabelece a entrada no Oceano
Índico.
EXERCÍCIOS
1- O que foi o feudalismo e quais as principais características?
2- Qual o papel da Igreja durante a Idade Média?
3- O que foi o Renascimento?
4- O que foi a Reforma Protestante?
5-Quais as principais causas da Reforma Protestante?
6- Qual a doutrina Básica do Luteranismo?
7- O que foi a Contra Reforma?
8-Qual foi a primeira Nação europeia a se lançar á Navegação?
9- Porque Portugal e demais países europeus sentiram necessidade de se lançar á Navegação?
10- Qual o Navegador conhecido como o “descobridor” da América? E em que ano?
11-Quais os povos conhecidos como pré-colombianos?
12-Quais os países Americanos habitados pelos povos Maias?
13- Em quais os países eram encontrados os povos Incas?
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
As grandes viagens marítimas dos séculos XV-XVI foram uma continuação natural do renascimento
do comércio na Europa, iniciado ainda na Idade Média. Esse renascimento deu origem ao capitalismo, cujo
elemento impulsionador é o lucro. Era natural então que, esgotadas as possibilidades de desenvolvimento
comercial na Europa, novas regiões passassem a ser exploradas, mesmo à custa de muito esforço e
sacrifício.
Entre os fatores que motivaram as grandes navegações marítimas, o principal foi sem dúvida a busca
de lucros pela burguesia comercial e financeira da Europa. Por isso, a burguesia europeia investia vultosos
recursos para armar esquadras, remunerar tripulações, para financiar, enfim, as expedições oceânicas. Neste
mesmo sentido, foi importante também o apoio de alguns monarcas, com os de Portugal e Espanha, que
partilhavam os lucros dos empreendimentos comerciais.
As navegações portuguesas
Como vimos, Portugal foi o primeiro país a empreender sistematicamente a navegação atlântica.
Mesmo antes do bloqueio do Mediterrâneo pelos turcos, os portugueses já haviam iniciado a exploração das
costas da África.
Sem dúvida, a posição geográfica de Portugal contribuiu para o seu pioneirismo. Com todo o litoral
voltado para o Atlântico, o país tinha nas atividades marítimas uma importante base econômica: a pesca
ocupava boa parte de sua população e seus portos serviam No entanto, esse não foi o principal fator do
pioneirismo português nas grandes navegações. O mais importante foi o fato de Portugal ter um governo
forte, centralizado na pessoa do rei, e cujo interesse fundamental eram as atividades comerciais. A partir da
Revolução de Avis, a vida política portuguesa passou a girar em torno do rei. E os reis da dinastia de Avis,
conduzida ao trono com o apoio dos comerciantes, empenharam-se principalmente em levar adiante
empreendimentos de natureza essencialmente comercial.de escala para os navios que faziam o percurso de
ida e volta entre o Mediterrâneo e o mar do Norte.
Também contribuíram para o êxito português os estudos desenvolvidos em Sagres, no sul de
Portugal. Ali, o Infante Dom Henrique, filho do Rei Dom João I, reuniu numerosos pilotos, cartógrafos e
astrônomos, cujos trabalhos favoreceram o avanço da arte de navegar e impulsionaram a expansão marítima
portuguesa.
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Portugal, o Rei Dom Manuel, o Venturoso, mandou
organizar uma esquadra com o objetivo de garantir a supremacia portuguesa na Índia. Outra finalidade da
expedição era difundir a religião cristã entre os pagãos.
A esquadra, a maior até então organizada em Portugal, era composta de treze navios e tinha uma
tripulação de aproximadamente 1200 homens. Para comandá-la, o rei escolheu Pedro Álvares Cabral,
fidalgo de uma das mais tradicionais famílias portuguesas.
Cabral partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Em 22 de abril de 1500, tendo-se afastado, para
oeste, da rotas estabelecida por Vasco da Gama, avistou terra. Não se sabe ao certo o que teria levado Cabral
a se afastar da rota estabelecida. Alguns autores admitem que ele teria instruções de Dom Manuel para
procurar terra no lado ocidental do Atlântico. O estabelecimento da linha de Tordesilhas -- recuada para
oeste, em relação à da bula Inter Coetera, por insistência de Portugal -- reforça essa hipótese, pois parece
indicar que os portugueses suspeitavam da existência de terras no Atlântico Sul. No entanto, a escassez de
documentos sobre o assunto impede que se afirme categoricamente a intencionalidade ou não do
descobrimento.
EXPLORAÇÃO DO LITORAL BRASILEIRO
A primeira exploração do litoral do território descoberto foi feita pela própria esquadra de Cabral,
que seguiu paralelamente à costa em direção norte, procurando um porto onde os navios ficassem abrigados.
O lugar escolhido recebeu o nome de Porto Seguro e hoje chama-se baía Cabrália, localizada no atual estado
da Bahia.
Durante uma semana os portugueses ficaram na região -- batizada de Ilha de Vera Cruz--- e
mantiveram alguns contatos com os habitantes. Para assinalar a posse da terra, Cabral mandou erguer uma
cruz com o brasão do rei de Portugal. O nome Ilha de Vera Cruz foi substituído por Terra de Santa Cruz,
mais tarde abandonado em favor do nome Brasil, que se tornou definitivo.
No dia 2 de maio, a esquadra retomou seu caminho para a Índia. Um dos navios, comandados por
Gaspar de Lemos, foi enviado de volta a Portugal. Levava a notícia dos acontecimentos e várias cartas, entre
elas a de Pero Vaz de Caminha, que relatava a viagem e o descobrimento da nova terra. Antes de realizar a
travessia do Atlântico, esse navio explorou parte do litoral ao norte de Porto Seguro.
A expedição de Martim Afonso de Souza
Em 1530, Dom João III enviou ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos principais
objetivos eram verificar a existência de metais preciosos, explorar e patrulhar o litoral e estabelecer os
fundamentos da colonização do Brasil. Martim Afonso tinha poderes para nomear autoridades e distribuir
terras às pessoas que quisessem permanecer aqui para desempenhar essa missão.
Martim Afonso percorreu quase todo o litoral brasileiro. De Pernambuco, enviou dois barcos para
explorar o litoral norte; organizou expedições rumo ao sertão, partindo de Cabo Frio e de Cananéia; chegou
até a foz do rio da Prata e depois retornou ao litoral paulista, onde fundou a vila de São Vicente (1532). Ali
se organizaram alguns povoados, iniciou-se o plantio da cana e foram construídos os primeiros engenhos da
colônia. Começava assim a colonização efetiva do Brasil, apoiada na produção de açúcar para o mercado
externo.
INÍCIO DA COLONIZAÇÃO NO BRASIL
Além da defesa do território, a colonização do Brasil teve outra finalidade: transformar a colônia
num empreendimento lucrativo para Portugal.
Durante o reinado de Dom João III (1521-1557), o comércio português na Índia entrou em crise, em
virtude da concorrência de outras nações europeias, principalmente da Holanda e da Inglaterra. Ao mesmo
tempo, as enormes despesas com a montagem e a manutenção do império português na África e na Ásia --
construção de navios, pagamento de tripulações, edificação de fortalezas etc. --- arruinaram as finanças do
país. Nessa situação, tornava-se urgente o aproveitamento do Brasil, até então pouco lucrativo. Por outro
lado, os portugueses esperavam encontrar metais preciosos, incentivados pelas notícias da descoberta de
grandes jazidas de ouro e prata na América espanhola.
INSTALAÇÕES PRODUTIVAS AÇUCAREIRAS
Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar da ilha da Madeira e instalou
o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533. Inaugurava-se, assim, a base econômica da
colonização portuguesa no Brasil.
Os engenhos multiplicaram-se rapidamente pela costa brasileira, chegando a 400 em 1610. A
importância econômica do açúcar como principal riqueza colonial evidencia-se no valor das exportações do
produto no período do apogeu da mineração (século XVIII): superior a 3000 milhões de libras esterlinas,
enquanto a mineração, na mesma época, gerou um lucro de cerca de 200 milhões.
A produção do açúcar voltava-se exclusivamente para a exportação e, por gerar elevados lucros
comandava a economia colonial. Outra lavouras desenvolveram-se na colônia, mas geralmente
apresentavam um caráter complementar e secundário. À produção canavieira destinavam-se as melhores
terras, grandes investimentos de capital e a maioria da mão-de-obra.
O responsável pela produção -- o senhor de engenho -- usufruía de enorme prestígio social. Sobre um
latifúndio monocultor, escravista e exportador, um padrão de exploração agrícola denominado plantation,
assentava-se a agricultura brasileira no início da colonização de nosso território.
A região Nordeste, destacadamente o litoral de Pernambuco e Bahia, concentrou a maior produção
de açúcar da colônia.
As unidades açucareiras agroexportadoras, conhecidas como engenhos, eram compostas de grandes
propriedades de terra, obtidas com as doações de sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa
(governadores-gerais) a quem se interessasse pelo empreendimento. A grande extensão dessas propriedades
impediu à formação de uma classe camponesa e o desenvolvimento significativo de atividades comerciais e
artesanais que pudessem dinamizar um mercado interno, como ocorria em algumas regiões coloniais da
América do Norte.
O engenho, que em alguns casos chegava a ter perto de 5 mil moradores, era constituído por extensas
áreas de florestas fornecedoras de madeira; plantações de cana; a casa-grande, residência do proprietário, sua
família e agregados e se da administração; a capela; e a senzala, alojamento dos escravos. A moenda, a casa
das caldeiras e a casa de purgar formavam a fábrica do açúcar, o engenho propriamente dito. O produto era
enviado para Portugal e depois para os Países Baixos, onde era refinado e comercializado.
ESCRAVOS NA SOCIEDADE AÇUCAREIRA
Diversos fatores determinaram a generalização do trabalho escravo africano no Brasil, a partir do
final do século XVI, ao mesmo tempo em que a mão-de-obra nativa deixava de ser opção viável. Epidemias
adquiridas em contato com os brancos, mortes pelo trabalho forçado, desarticulação de sua economia de
subsistência, fugas para o interior marcavam os povos indígenas.
Além disso, a luta dos jesuítas contra sua escravização levou os colonos a voltarem seus olhos cada
vez mais para os escravos africanos. Há longo tempo o trabalho já era explorado por companhias
particulares graças ao acerto, direito de explorar o tráfico negreiro cedido pelo rei, mediante pagamento.
Os negros eram capturados na África pelos portugueses que, não raramente, promoviam ou
estimulavam guerras entre as tribos africanas para poderem comprar, dos chefes vencedores, os negros
derrotados. Aos poucos, os sobas, chefes locais africanos, passaram a capturar seus conterrâneos e a
negociá-los com os traficantes, em troca de fumo, tecidos, cachaça, armas, jóias, vidros, etc.
Mesmo considerando a diversidade das cifras, entre os estudiosos, sobre o tráfico de escravos
capturados na África, alguns números finais certamente estão bem próximos do que já se chamou de
"holocausto negro". Os escravos chegavam ao Brasil amontoados nos porões de navios negreiros chamados
tumbeiros, sujeito a condições tão insalubres pela superlotação e a longa duração da viagem, que a média de
mortalidade era estimada em 20%.
Não seria exagero estimar que o número de vítimas envolvendo os escravos transportados e os que
morreram na luta contra as incursões brancas chegaria a algo próximo do dobro ou até do triplo dos
africanos deslocados para a América. Calcula-se que, até o século XIX, entre 10 e 15 milhões de africanos,
dos quais cerca de 40% vieram para o Brasil, foram capturados pelos brancos e deslocados para a América.
CULTURA AFRO NO BRASIL
Apresentar artistas afro-brasileiros pode ser um bom gancho para discutir outros temas das relações
étnico-raciais.
No passado e no presente, as manifestações culturais representam uma forma de resistência. Para os
escravizados, preservar a língua, as músicas, as histórias e a religião trazidas da África significava não
aceitar passivamente sua condição. Hoje, os movimentos negros utilizam a cultura também como uma
demarcação de sua identidade e, por consequência, de sua luta. Apesar disso, muitas de suas manifestações
não são conhecidas da maior parte da população. Por isso, é importante apresentá-las à turma.
A ideia do Brasil como um país miscigenado, que predominou durante boa parte do século 20, teve
consequências também na negação da participação negra no que se convencionou chamar cultura brasileira.
Diversas manifestações típicas dos descendentes de africanos, como o samba, foram incorporadas à
perspectiva nacional e não são reconhecidas mais como originadas em grupos específicos. “A partir da
década de 1930 no Brasil, houve um processo de clareamento de uma série de elementos culturais
identificados com o protagonismo negro. Assim, o batuque e a feijoada deixaram de ser coisas de escravos e
se tornaram símbolos nacionais, da mesma forma a capoeira, que não mais foi reprimida pela polícia, sendo
considerada modalidade esportiva nacional”, explica Juliano Custódio Sobrinho, professor da Universidade
Nove de Julho.
Até hoje, discute-se a existência ou não de uma cultura negra. “A cultura não tem cor, mas é
importante discutir quem produz e também o contexto em que ela é feita”, explica Martha Abreu, docente da
Universidade Federal Fluminense (UFF). Portanto, o material selecionado para trabalhar esse tema com as
turmas deve ser aquele produzido por artistas e intelectuais negros. (Veja exemplos de personalidades de
diversas áreas no quadro abaixo.)
EXERCÍCIOS
14- Quais os povos que trancaram o tradicional Porto do Mar Mediterrâneo (Constantinopla),
obrigando os Europeus a encontrar um novo caminho para chegar ás Índias?
15- Em que ano Vasco da Gama descobre o novo caminho para chegar ás Índias?
16- Em que ano os Portugueses chegaram ao Brasil?
17- Como era chamado o Tratado existente entre Portugal e Espanha, antes de saberem da existência das
terras Americanas?
18- Como era chamado o Tratado entre Portugal e Espanha, após Portugal descobrir sinais de terras
Americanas?
19-Logo após a chagada dos Portugueses ao território brasileiro, quais os nomes dados a nossa terra?
20- Quem trouxe os primeiros colonizadores para o Brasil, e onde fixaram a primeira vila?
21- Qual a primeira riqueza extraída do nosso território?
22- Qual a economia desenvolvida no Brasil, que favoreceu apenas o Nordeste?
23- Quais os Estados Nordestinos onde a cana de açúcar teve maior destaque?
24-Qual a mão de obra mais utilizada na produção de açúcar?
25- Quais as principais causas da escravidão ter se prolongado por tanto tempo na América?
26-Como os negros eram trazidos para o Brasil?
27-Cite algumas cultura africanas ainda cultivadas hoje no Brasil:
EXPANSÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA
A expansão territorial
No século XVII existiam limites territoriais que ainda não estavam bem estabelecidos, porque a
Espanha ainda não havia demarcado seu território ibérico. Mas durante toda a União Ibérica, o tratado de
Tordesilhas esteve anulado. A expansão do território brasileiro acontece a partir do descobrimento e vai até
o tratado de Madri em 1750.
Nessa época teve seu território aumentado em duas vezes. Esse aumento é decorrente do
desenvolvimento econômico e dosinteresses políticos que giravam em torno da colonização.
Já no século XVI, o povoamento colonial foi avançado aos poucos, mas apenas em áreas do litoral do
nordeste e sudeste. Em meados do século XVII, houve umdesenvolvimento das atividades produtivas da
colônia.
Acontece que na primeira metade do século XVII,os bandeirantes paulistas seguem para o sul, atrás
dos índios que eram protegidos pelos jesuítas, com passar do tempo, ele começam a ir em sentido contrário,
Para Goiás, Minas Gerais e Mato grosso, onde começam a procurar ouro.
O bandeirismo. Logo no principio do bandeirismo, o seu intuito era prender os índios e vendê-los em
terras que não se usavam negros como escravo, devido ao seu alto preço, assim vendiam os índios por um
custo bem mais barato e os escravizavam. A facilidade do negócio deve-se ao Tratado de Tordesilhas que
não estava em vigor devido à união Ibérica.
Esse movimento teve seu auge com a ocupação dos holandeses, com a interrupção do tráfico negreiro
a mão-de-obra escrava estava diminuindo, com isso o preço dos escravos aumentou ainda mais, lucrando o
bandeirismo com a venda dos índios escravos.
As razões do bandeirismo:
Uma das razões que motivou os bandeirantes foi à pobreza dos habitantes de São Paulo. No final do
século XVI, quando o mercado açucareiro começou a entrar em declínio. A crise teve uma proporção tão
grande, que os bandeirantes cultivavam alguns produtos, apenas para sua subsistência. Começou assim, ver
novas riquezas nos sertões, índios que poderiam ser escravizados e metais preciosos, que tanto desejavam os
portugueses.
Podemos dizer que os Bandeirantes foram homens corajosos, que os portugueses usaram para
combater contra os índios rebeldes e escravos fugitivos, tudo isso aconteceu no começo da colonização do
Brasil.
Podemos entender que o bandeirismo teve origem na obra dos Jesuítas com seu início em São Paulo,
saiam de São Vicente para o interior do país por entre as florestas e seguindo o caminho dos rios, partindo
assim rumo ao Rio grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Estas expedições tinham como objetivo predominante capturar os índios e procurar por pedras e
metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram historicamente conhecidos como os responsáveis pela
conquista de grande parte do território brasileiro. Alguns chegaram até fora do território brasileiro, em locais
como a Bolívia e o Uruguai.
Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura por ouro e pedras
preciosas. Então os bandeirantes Fernão dias Pais e seu genro Manuel Borba Gato se concentraram nestas
buscas desbravando Minas Gerais. Depois outros bandeirantes foram para além da linha do Tratado de
Tordesilhas e descobriram entre muitos metais preciosos, o ouro. Muitos aventureiros os seguiram, e, estes,
permaneceram em Goiás e Mato Grosso dando início a formações das primeiras cidades. Nessa ocasião
destacaram-se: Antônio Pedroso, Alvarenga e Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera.
Pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela expansão do território brasileiro,
desbravando os sertões além do Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, agiram de forma violenta na caça de
indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do sistema escravocrata que vigorava no
Brasil Colônia.
A CONQUISTA DO SERTÃO
A conquista do sertão
Universalizado pelas várias linguagens da arte, o espaço sertanejo, expressão da nossa identidade, é
patrimônio geográfico e cultural do Brasil
por Flávio Aguiar publicado , última modificação 06/01/2010 13:05
Quadro da série Retirantes, de Cândido Portinari, do acervo do Masp (Foto: Masp/Divulgação)
No ano que vem comemora-se o centenário do nascimento de João Guimarães Rosa, um dos maiores
escritores de todos os tempos e de todas as línguas. Sua obra mais famosa, Grande Sertão: Veredas,
publicada em 1956, está traduzida numa dezena ou mais de línguas e é conhecida nos cinco continentes. Ela
ajudou a consagrar o sertão – inclusive no Brasil – como algo “brasileiro” e como uma região geográfica
situada entre o norte de Minas Gerais e o sul do Piauí e do Maranhão, ladeada, a oeste, pelo Planalto Central,
onde fica Brasília, e a leste pela aproximação da orla litorânea da Bahia e dos estados do Nordeste. Mas nem
sempre foi assim.
Ao contrário do que se pensa, o sertão chegou de barco no (futuro) Brasil. Não havia sertão por aqui.
Os tupis e outros povos habitantes do litoral não conheciam esse conceito. Foram os portugueses que o
trouxeram, assim como trouxeram a casa, a cidade, a rua, a igreja, o galo e a galinha, os cachorros, o cavalo,
o céu, o inferno.
A primeira vez em que o sertão aportou no (futuro) Brasil foi na pena de Pero Vaz de Caminha, na
carta escrita ao rei dom Manuel dando conta de que as caravelas de Cabral tinham chegado a uma terra
desconhecida. Caminha escreveu que se olhando sertão adentro (apontando para o interior, a oeste) viam-se
terras e árvores a perder de vista. Pronto: assim como as quinas e padrões portugueses, que marcavam a
nova conquista, o sertão fora assentado nas terras que Portugal iria ocupar, para o bem e também para muito
mal, sobretudo das populações nativas e dos escravos trazidos da África.
Na carta de Caminha o sertão começava onde terminava a areia da praia. De lá para cá, o sertão pôs-
se a caminhar, indo cada vez mais para dentro da “nova” terra, cada vez mais longe do litoral, e também foi
se modificando. Ainda no século 16, quando o padre José de Anchieta se referia ao “sertón” (pois ele
escrevia mais em espanhol, guarani e latim do que em português), ele falava de uma terra bravia, dominada
pelos “gentios” (índios não cristianizados), que começava na fímbria das montanhas da Serra do Mar e se
perdia terra adentro, sempre para oeste.
Quando o padre Vieira, em seus sermões, se referia ao sertão, já nos anos 1600, falava de uma terra
bem distante, para os lados dos interiores da Bahia, do Maranhão, até da Amazônia. Entre esse século e o 18
o sertão passou por uma grande transformação. Era a terra do gentio, de “completamente estranho”, ou a
terra “por desbravar”, ainda “por conquistar”. Em 1711 o padre João Antônio Andreoni tentou publicar em
Portugal seu Cultura e Opulência do Brasil. Não conseguiu. O rei achou que o livro despertaria cobiça em
outros países. A obra só foi publicada no século 19. Andreoni, cujo pseudônimo era Antonil, assim descrevia
a vinda de boiadas do interior para o litoral, na Bahia: “Os que a trazem, são brancos, mulatos e pretos, e
também índios, que com esse trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para
serem desta sorte seguidos do gado, e outros vêm atrás das reses, tangendo-as, e tendo cuidado para que não
saiam do caminho e se amontoem”.
Quer dizer, o sertão estava se tornando um mundo próprio, sim, dono de uma cultura peculiar, de
uma produção econômica própria, e do que parecia aos olhos do padre (que era italiano) uma “gente
própria”, acaboclada, com “cantos próprios”, que falava até para os animais, atraindo-os para seu destino
(que não era dos melhores).
MISSÕES JESUÍTICAS
Os primeiros padres jesuítas que chegaram ao Brasil, juntamente com os primeiros colonizadores,
integravam o sistema de colonização europeu, que tinha como lema: “dilatar a fé e o império”.
Deste modo, junto com as expedições vinham também padres, especialmente os padres da
Companhia de Jesus, que tinha como vocação específica a catequese de povos não-cristãos.
Fazia parte do projeto jesuíta a construção de colégios que serviriam de base catequética para os
povos recém-dominados.
Assim, em 1549, desembarcam no Brasil os padres que vinham catequizar os povos indígenas. Eles
chegam junto com o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, e têm como superior o padre
Manuel da Nóbrega.
Destaca-se na atuação jesuíta no Brasil a fundação dos colégios, o primeiro na capital do Brasil,
Salvador, e após um no Rio de Janeiro, um em Pernambuco e outro na Bahia.
Deve-se também aos jesuítas a fundação de importantes vilas e cidades em torno das missões, tal
como a cidade de São Paulo, que se originou a partir do colégio e teve como principal responsável o Padre
Anchieta, que foi beatificado pela Igreja Católica.
O padre Anchieta compôs uma gramática da língua tupi para facilitar a comunicação entre os padres
e os indígenas, além de peças de teatro e poesias de cunho catequético.
No colégio, os jesuítas ensinavam também Teologia, Religião, Letras e Filosofia.
Um importante reduto jesuíta no Brasil era a colônia de Sete Povos das Missões, no Rio Grande do
Sul, na época dominado pela Espanha.
Os jesuítas foram expulsos do Brasil no século XVIII pelo primeiro-ministro português, Marquês de
Pombal, que retirou a Igreja Católica do domínio da educação de Portugal e suas colônias.
O OURO NO BRASIL
O século do ouro
Os Setecentos
A descoberta das lavras de ouro nas Minas Gerais, nos finais do século XVII e início do século
XVIII, seguidas dos achados em Jacobina e no Rio das Contas na Bahia, nos de Forquilha e Sutil no Mato
Grosso, e o que se extraiu no sertão de Guaiás em Goiás, foi o acontecimento mais espetacular da história
econômica do Brasil colônia enquanto provocou enorme repercussão, tanto para a própria metrópole como
para boa parte do mundo. Desde os primórdios da colonização, acreditava-se que o Brasil tinha ouro e outros
metais e pedras preciosas. Só que, passados já dois séculos de ocupação, não haviam sido encontrados em
volume significativo.
Lentamente, como vimos, a economia colonial abandonou sua predominância extrativista e coletora
dos primeiros tempos, do tráfico com pau-brasil e das drogas do sertão, para uma exploração mais racional e
estável, graças à implantação dos engenhos de açúcar e das lavouras de tabaco que se espalharam por todo o
litoral do Nordeste.
População: nossa população, ao redor do final do século XVII, era estimada em uns 300 mil
povoadores (calcula-se que havia ainda 1.500.000 de índios), grande parte deles concentrados no Nordeste.
Outro pequeno núcleo populacional encontrava-se no Planalto de Piratininga, na atual São Paulo, formado
pelos bandeirantes. Tipos mamelucos que se dedicavam a prear índios pelo sertão afora, indo inclusive
atacar as missões guaranis, organizadas pelos jesuítas desde os séculos 16 e 17, no Paraguai e no atual
Estado do Rio Grande do Sul.
Foi nesse quadro, de limitado progresso econômico (os portugueses começavam a enfrentar a
concorrência da produção colonial dos holandeses, franceses e ingleses, que implantaram engenhos
açucareiros nas Antilhas ), que a Coroa determinou a pressionar seus funcionários e demais habitantes no
sentido de estimula-los, particularmente os paulistas, a que desbravassem o sertão em busca do precioso
ouro.
REVOLUÇÃO INGLESA
Contrária ao domínio de poder político da monarquia dos Stuarts, que eram soberanos ingleses
originados da Escócia, a Revolução Inglesa ocorreu no século XVII, no ano de 1640. De acordo com alguns
historiadores, esta insurreição é considerada a primeira revolução de caráter burguês realizada no ocidente.
A origem da Revolução Inglesa pode ser explicada por uma combinação de diversos fatores. Na
época da Dinastia Tudor, o país apresentava um desenvolvimento econômico próspero e de várias
conquistas. Enquanto Henrique VIII e Elisabeth I estavam no poder, ocorreu a adoção do anglicanismo, que
trouxe grandes mudanças e era um instrumento importante do Estado. Além disso, neste período, a
Inglaterra encontrava-se unificada e começou a disputar o descobrimento de novas colônias, fazendo frente
aos espanhóis.
Dentro deste contexto, havia incentivo à liberdade de comércio, além de medidas de proteção à
propriedade. Neste momento, de grande desenvolvimento econômico, surgem os monopólios comerciais, os
Mercadores Aventureiros, grupo que desejava superar os estrangeiros no comércio e a Companhia Britânica
das Índias Orientais, união de comerciantes de Londres que tinha o monopólio comercial com as “Índias
Orientais”.
Porém, estes adventos tiveram como resultado a divisão burguesa britânica. De um lado estavam os
comerciantes mais abastados, favorecidos pelos monopólios e, de outro, a pequena burguesia que clamava
pela livre concorrência. Junto a isso, a situação no campo gerava diversos problemas, pois as terras
começaram a ser valorizadas após a alta dos produtos da zona rural. Assim, os representantes da burguesia
poderosa, que tinham grandes propriedades, começam a expandir suas terras desapropriando terrenos de
caráter coletivo para torná-los particulares.
Isso fez com que diversos camponeses fossem expulsos da zona rural, dando espaço para a formação
de propriedades extensas que produziam lã, um dos produtos que, posteriormente, seria a base da Revolução
Industrial no país. Para atenuar um possível conflito entre a nobreza rural e os camponeses, o governo tomou
medidas para impedir os cercamentos, mas sofreu oposição da burguesia mercantil e dos grandes
proprietários de terras.
Em 1603 tem início a Dinastia do Stuarts, simbolizada por Jaime I, substituto de Elizabeth I,
considerada a última rainha da Dinastia dos Tudors. O novo soberano inglês, além de ser protestante, iniciou
um processo de aproximação com a Espanha, país católico, mostrando que era indiferente às instituições
inglesas estabelecidas no reinado dos Tudors. Isso foi um fator de extremo descontentamento da alta
burguesia, pois, até então, o equilíbrio entre os parlamentares e os monarcas era o que equilibrava a
economia inglesa. Foi durante este período que os ingleses discordantes iniciaram um processo de
emigração rumo à América do Norte.
Com a morte de Jaime I, quem assume o poder é seu filho Carlos I. No ano de 1628, dois anos após
Carlos I tomar o poder, é votada uma Petição de Direitos pelo Parlamento Inglês, que garantiu a burguesia
comerciante contra detenções ilegais e tributos. Em contrapartida, este parlamento foi dissolvido pelo rei,
que buscou apoio na Câmara Estrelada (tribunal que era formado por nobres da confiança da realeza). Além
disso, Carlos I faz uma tentativa de imposição do anglicanismo aos presbiterianos (calvinistas da Escócia),
mas não obteve apoio da burguesia e ainda viu grupos de escoceses invadirem a região norte da Inglaterra.
Sem sustentação, o rei abriu o parlamento novamente no ano de 1640 e em 1653. Porém, os parlamentares
demonstravam mais interesse em combater a tirania de Carlos I.
Entre os anos de 1641 e 1649, ocorreu uma guerra civil que foi um episódio de extrema importância
para a Revolução Inglesa. O conflito colocou frente a frente o exército da realeza (com apoio dos senhores
feudais) e os apoiadores do parlamento, denominados cabeças-redondas, que, em sua maioria, eram
puritanos burgueses liderados por Oliver Cromwell. No primeiro ano do conflito, o rei foi apoiado pelos
aristocratas das regiões norte e sul da Inglaterra, além da burguesia abastada.
No ano de 1645, após diversos embates, os cabeças-redondas, com seu exército chamado New
ModelArmy, vencem a cavalaria real na Batalha de Naseby e fazem Carlos I fugir para a Escócia, onde
tinham muitos inimigos. O rei acabou sendo capturado e vendido ao parlamento da Inglaterra, onde foi
executado.
Após ser instituída uma nova constituição, Cromwell ganha o título de Lorde Protetor da Escócia,
Irlanda e Inglaterra. Apoiado pela classe militar e burguesa, ele iniciou uma ditadura puritana. Seu governo
ficou conhecido pelas medidas de intolerância e rigidez contra os opositores. Após a morte de Cromwell, no
ano de 1658, seu filho assume o poder, mas é deposto um ano depois.
Com isso, é iniciada a Revolução Gloriosa, que coloca os Stuarts novamente no poder, representados
por Carlos II e, posteriormente, por Jaime II. No governo de Carlos II, devido a atitudes impensadas do
soberano, ocorreu uma rixa entre dois grupos do parlamento: os whigs e os tories. Os primeiros eram contra
as medidas reais e a favor de mudanças no cenário político. Já os segundos eram ligados à aristocracia
feudal e defensores de sua continuidade.
No governo de Jaime II, foram tomadas medidas absolutistas de punição contra opositores,
destituição do habeas corpus, além de prisões despóticas. Em 1689, o parlamento promulga a Declaração
dos Direitos (Bill ofRights), estabelecendo o parlamento como poder supremo e substituindo Jaime II por
sua filha Maria Stuart e Guilherme de Orange, seu genro.
REVOLUÇÃO FRANCESA
Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época,
além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade contemporânea.
a Revolução Francesa. Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários
movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.
Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos
comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).
Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º
estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).
Clero
Alto clero (bispos, abades e cônicos)
Baixo clero (sacerdotes pobres)
Nobreza Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)
Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)
Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e administrativos)
Povo Camponeses
Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
Média burguesia (profissionais liberais)
Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)
Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque não usavam
os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e
podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e
influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos
perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da
nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo,
porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo
com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência
com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como conseqüência, vários
trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados
elevados.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez
mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez
de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei
para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
OBS: A Assembleia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por integrantes dos
três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos,
isso sempre somava dois votos contra um do povo.
Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as
eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que
este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os
privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados
juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem)
queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero
não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados
Gerais.
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembleia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos
revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder
absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A
queda da Bastilha".
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o
povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os camponeses foi abolido e
os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
O respeito pela dignidade das pessoas
Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
Direito à propriedade individual
Direito de resistência à opressão política
Liberdade de pensamento e opinião
Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e
pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado
“Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.
Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
Sair da França
Lutar contra a revolução
Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da
França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.
Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembleia Constituinte.
Principais tópicos dessa constituição
Igualdade jurídica entre os indivíduos
Fim dos privilégios do clero e nobreza
Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
Proibição de greves
Liberdade de crença
Separação do estado da Igreja
Nacionalização dos bens do clero
Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso
contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O
objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a
monarquia absoluta (veja Absolutismo na França).
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido,
capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na
Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da
burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).
Com a proclamação, a Assembleia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha
como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.
Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
Girondinos: alta burguesia
Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os
interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei
trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas
estrangeiras.
Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na
guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).
Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham
medo de perder suas cabeças.
Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava
equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais
próximas das aspirações das camadas populares.
Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército
francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.
Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
Direito ao voto
Direito de rebelião
Direito ao trabalho e a subsistência
Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o grupo da
planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.
Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os
interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra
constituição para a França.
A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo
Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e
afirmar o controle político da burguesia sobre o país.
Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando
a situação.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do
exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado.
Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.
EXERCÍCIOS
1-Qual o primeiro Tratado de divisão das terras Americanas?
2-Como o Território brasileiro foi sendo conquistado para chegar na extensão que possui hoje?
3-Quem trouxe a Expressão Sertão para o Brasil, e o que significa?
4-Qual o Lema trazido pelos Jesuítas ao Brasil?
5-Qual o verdadeiro motivo da vinda dos jesuítas ao Brasil?
6-Em que período se desenvolveu o ciclo do ouro no Brasil?
7-Quais as principais consequências do ciclo do ouro para os brasileiros?
8-Qual a principal consequência da Revolução Inglesa?
9- Como era dividida a população Francesa antes da Revolução?
10-Quais os ideais usadas pelo 3º estado ou estamento Frances, quando iniciaram a Revolução Francesa?
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos
XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo
assalariado e com o uso das máquinas.
Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que
consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.
Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra,
possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas
manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufatura.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles: possuir uma
rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a
localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.
Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a
trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e crianças também eram
obrigadas a trabalhar para sustentarem suas famílias.
Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de trabalho oferecidas, e
começaram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os quebradores de máquinas“. Outros
movimentos também surgiram nessa época com o objetivo de defender o trabalhador.
O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a técnica de fabricação
passando a executar apenas uma etapa.
A Primeira etapa da Revolução Industrial Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada,
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear
mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como
Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia
elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e
o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse período.
A Terceira Etapa da Revolução Industrial
Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da
Revolução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações
dessa época.
A ERA NAPOLEÔNICA
No desenrolar da Revolução Francesa nas duas últimas décadas do século XVIII, os jacobinos
assumiram o poder e instalaram a chamada “fase do terror” ou “Terror Revolucionário”. Nessa fase, que se
tornou crucial a partir do ano de 1793, uma série de crises começou a ocorrer na França, tanto de ordem
política quanto de ordem econômica e militar. Tais crises implicaram a insatisfação dos setores políticos
mais moderados, os quais passaram a articular o afastamento dos jacobinos do poder. Para tanto, tornava-se
necessário o estabelecimento de uma nova estrutura política que fosse gerenciada por um líder habilidoso e
com grande prestígio popular.
Napoleão Bonaparte, apesar de jovem, destacou-se como um dos mais respeitáveis generais do
exército francês durante a Revolução. Sua habilidade na guerra devia-se a variados fatores, mas
principalmente à verdadeira reforma que empreendeu com suas tropas, concedendo vantagens, motivação,
profissionalização e, sobretudo, a infusão de um espírito nacional nos soldados. O exército de Napoleão foi
o primeiro exército popular da história ligado à ideia de nação – a Nação Francesa –, ao contrário dos
exércitos tradicionais que eram eminentemente aristocráticos.
Napoleão assumiu o poder apoiado pelos setores da burguesia que queriam o fim do Diretório,
comandado pelos Jacobinos. Napoleão pôde, assim, reprimir tanto os revolucionários que estavam à
esquerda quanto os monarquistas que estavam à direita política da França à época. A manobra político-
militar que o colocou no poder ficou conhecida como golpe do 18 de brumário (nome que faz referência ao
dia e mês do calendário revolucionário) em 1799. No ano seguinte ao golpe, uma nova Constituição foi
promulgada, fortalecendo o Poder Executivo e dando a Napoleão o cargo de cônsul vitalício.
Napoleão passou de jovem general a Imperador da França, instituindo uma dinastia familiar
Entretanto, dado o enorme poder que passou a concentrar no cargo de cônsul, Napoleão coroou-se,
em 1804, na catedral de Notre-Dame, em Paris, tornando-se imperador dos franceses – esse fato tornou-se
símbolo da total independência que o novo imperador passou a ter em relação à Igreja, já que antes era o
Papa que coroava o Rei.
A partir de então, o imperador Napoleão passou a estabelecer uma série de mudanças na França,
desde a reabilitação da Igreja Católica, promovendo reformas no clero e, em certa medida, controlando-o,
até a instituição de um novo Código Civil, que veio a estruturar uma complexa legislação que até hoje tem
seu reflexo no Direito Constitucional e Internacional do mundo todo.
Além disso, Napoleão também procurou expandir seu império para várias regiões da Europa. Suas
campanhas contra a Prússia e a Rússia tornaram-se notórias. O exército nacional francês conseguiu vitórias
espetaculares contra os outros exércitos aristocráticos. Aos povos conquistados, Napoleão dava a
justificativa de que os “libertava” da estrutura do absolutismo, ou do Antigo Regime, que vigorava até então
em vários países da Europa.
O principal entrave aos projetos de Napoleão foi o Império Britânico. A Grã-Bretanha, por consistir
em um conjunto de ilhas, não ficou exposta aos ataques da infantaria napoleônica e, não obstante, detinha a
marinha mais poderosa do mundo na época. Napoleão procurou, então, estabelecer uma estratégia diferente
contra os britânicos: bloqueá-los economicamente. Essa estratégia ficou conhecida como “Bloqueio
Continental” e consistia em pressionar as nações europeias que estavam sob influência da França a não
estabelecerem vínculo comercial com a Inglaterra. Foi nesse contexto que o rei português, D. João VI, que
era apoiado pela Grã-Bretanha, fugiu com a sua corte para o Brasil – até então colônia – por não atender às
determinações de Napoleão.
De 1813 a 1815, Napoleão sofreu, gradativamente, desgastes em seu império, sobretudo pela grande
resistência que países como o Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia ofereciam ao seu domínio. A batalha
mais famosa que marcou o declínio de Napoleão foi a Batalha de Waterloo, de onde saiu derrotado. A
dinastia de Bourbon foi restaurada na França e ascendeu ao trono o rei Luís XVIII. Assim acabou o reinado
dinástico de Napoleão, que foi exilado na ilha de Santa Helena e lá morreu em 1821.
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de colonização
espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas dominadas. Os povos
americanos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados, perderam suas terras e tiveram que
seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos nativos também tiveram que trabalhar de forma
forçada para os colonizadores da Espanha.
A administração implantada pela Espanha nas colônias americanas era totalmente controlada pela
metrópole e tinha por objetivo principal a obtenção de riquezas. As leis e suas aplicações eram definidas
pela coroa espanhola e, portanto, serviam aos seus interesses políticos e econômicos.
No campo econômico o controle da metrópole sobre as colônias americanas era rígido. Os colonos só
podiam comprar e vender produtos da Espanha. Esta espécie de pacto colonial era altamente desfavorável
aos colonos americanos, pois acabam sempre vendendo a preços baixos e comprando a preços altos, gerando
grandes lucros aos espanhóis.
As lutas pela Independência da América Espanhola.
Diante da exploração e injustiças adotas pela Espanha na América, a partir do século XVIII começa a
brotar um movimento de resistência nas colônias, liderado pelos criollos. Estes eram filhos de espanhóis
nascidos na América. Além dos laços culturais que tinham com o continente americano, viam na
independência uma forma de obtenção de poder político. Muitos destes criollos eram comerciantes e, através
da independência poderiam obter liberdade para seus negócios, aumentando assim seus lucros. Vale lembrar
também que muitos criollos estudaram na Europa, onde tomaram contato com os ideais de liberdade
propagados pelos iluministas.
No século XVIII, várias revoltas emancipacionistas ocorreram em diversas colônias americanas,
lideradas em sua maioria pelos criollos. Porém, todas elas foram reprimidas com força e violência pela
Espanha.
O processo de independência e suas principais características:
O processo de independência ganhou força no começo do século XIX, aproveitando a fragilidade
política em que se encontrava a Espanha, após a invasão das tropas napoleônicas. As lutas pela
independência ocorreram entre os anos de 1810 e 1833.
Vale ressaltar que o grau de insatisfação e revolta da população americana com o domínio espanhol
havia atingido o ponto máximo no começo do século XIX. Foi nesta época também que os criollos
conseguiram organizar movimentos emancipacionistas em todos os vice-reinos.
Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o processo de independência das colônias espanholas foi
violento, pois houve resistência militar por parte da Espanha. As guerras de independência geraram milhares
de mortes de ambos os lados.
Os movimentos de independência, embora liderados pelos criollos, contou com a participação de
negros, mestiços, brancos das camadas mais pobres e até mesmo de indígenas.
As colônias estavam divididas administrativamente em quatro vice-reinos (Nova Granada, Nova
Espanha, Rio da Prata e Peru) e quatro capitanias-gerais (Chile, Venezuela, Guatemala e Cuba). Após o
processo de independência, estes vice-reinos foram divididos e tornaram-se países. O vice-reino do Rio da
Prata, por exemplo, transformou-se, após ser dividido, nos atuais: Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.
Enquanto o Brasil seguiu o sistema monárquico após sua independência em 1822, os países que se
formaram com a independência das colônias espanholas adoram a República.
Anos da independência dos principais países da América Espanhola:
- México: 1821
- Peru: 1821
- Argentina: 1816
- Paraguai: 1813
- Uruguai: 1815
- Venezuela: 1811
- Bolívia: 1825
- Colômbia: 1811
- Equador: 1811
- Chile: 1818
Principais líderes
Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola foram
SimónBolivar e San Martín.
- Simón Bolivar: militar e politico venezuelano, foi de fundamental importância nos processos de
independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. Ganhou em 1813, na Venezuela,
o título honorífico de Libertador.
- José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência da Argentina,
Chile e Peru.
Consequências:
- Ascensão política dos criollos nas ex-colônias;
- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeiramente e politicamente a aristocracia;
- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência mercantil do século
XIX;
- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades e injustiças
sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como realidade para grande parte da
população;
- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se perpetuavam no poder.
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o
fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e
muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi
executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência
Mineira.
Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno
para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a
presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de
Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."
O processo de independência
Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois
preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte,
organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também
que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação.
Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade
que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar
uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a
Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São
Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato
ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D.
Pedro foi declarado imperador do Brasil.
Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.
Pós Independência:
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o
México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a
independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O
povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária
continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária,
que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
EXERCÍCIOS
11-Qual a fase da Primeira Revolução Industrial e qual o país pioneiro?
12- Qual a fase da Segunda Revolução Industrial, e quais os países atingidos?
13- Qual a fase da terceira revolução Industrial?
14-O que foi o Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte?
15-Quem eram conhecidos como povos nativos da América Espanhola?
16- Quem era os criollos na América Espanhola?
17- Entre quaisos anos que os países da América Espanhola se libertaram da Espanha e se tornaram
independentes?
18- Quem era os principais líderes da Independência da América Espanhola?
PRIMEIRO REINADO
O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem
início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a
abdicação de D. Pedro I.
O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no
Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.
Reações ao processo de Independência
Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não
queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações
políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas
locais e oficiais.
Constituição de 1824
Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os
poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo
ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a
Assembleia. Alguns deputados foram presos.
D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi
outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de
definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do
imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.
A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só
poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser
candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e
800.000 réis para senador).
Guerra da Cisplatina
Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de
D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província
brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros
para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se
chamar República Oriental do Uruguai.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a
Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central.
A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e
fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.
Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou
guerra ao governo imperial.
O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos
revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém
a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.
Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado
Desgaste e crise do governo de D.Pedro I
Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado.
O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava
grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e
sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição
foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.
Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico
do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a
desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.
Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com
atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que
ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I
entraram em conflitos de rua com os opositores.
Abdicação
Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu
que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.
Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com
apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.
PERÍODO REGENCIAL
O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o
imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do trono D. Pedro de Alcântara tinha
apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do período determinava, neste caso, que o país deveria ser
governado por regentes, até o herdeiro atingir a maioridade (18 anos).
Regentes que governaram o Brasil no período:
- Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de
Caravelas.
- Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa Carvalho, João
Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.
- Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio Feijó.
- Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
- Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
Um período tumultuado
O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o período regencial.
Crise politica
A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do governo entre diversos grupos
políticos: Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder); Moderados (voto só para os ricos e
continuação da Monarquia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e
voto para todas as pessoas).
Revoltas
As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande parte da
população (mais pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem atendidas pelo governo.
Principais revoltas do período:
- Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas condições de vida em que vivia a grande
maioria dos moradores da província do Grão-Pará.
- Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Maranhão. A causa principal foi a exploração da
população mais pobre por parte dos grandes produtores rurais.
- Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bahia. Motivada pela insatisfação de militares e
camadas médias e ricas da população com o governo regencial.
Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial
Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a grave crise que o país
enfrentava era fruto, principalmente, da falta de um imperador forte e com poderes para enfrentar a situação.
Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo Senado Federal a
maioridade de D. Pedro II (antes de completar 14 anos) e declarado o fim das regências. Esse episódio ficou
conhecido como o Golpe da Maioridade. Foi uma forma encontrada pelos políticos brasileiros de dar poder e
autoridade ao jovem imperador para que as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem restaurada no Brasil.
SEGUNDO REINADO
O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de maioridade de Dom Pedro II, realizada no dia 23
de julho de 1840. Na época, o jovem imperador tinha apenas quatorze anos de idade e só conseguiu ocupar o
posto máximo do poder executivo nacional graças a um bem arquitetado golpe promovido pelos grupos
políticos liberais. Até então, os conservadores (favoráveis à centralização política) dominaram o cenário
político nacional.
Antes do novo regime monárquico, o período regencial foi caracterizado por uma política
conservadora e autoritária que fomentou diversas revoltas no Brasil. As disputas políticas do período e o
desfavor promovido em torno do autoritarismo vigente permitiram que a manobra em favor de Dom Pedro
de Alcântara tivesse sustentabilidade política. Nos quarenta e nove anos subsequentes o Brasil esteve na mão
de seu último e mais longevo monarca.
Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II contou com a criação de dispositivos capazes de
agraciar os dois grupos políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe
socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a figura do imperador
aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam
ministérios, o rei era blindado pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.
A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de relativa
estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a
autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom desempenho de uma
economia impulsionada pela ascensão das plantações de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu
com situações delicadas provindas de uma economia internacional em plena mudança.
O tráfico negreiro era sistematicamente combatido pelas grandes potências, tais como a Inglaterra,
que buscava ampliar seus mercados consumidores por aqui. A partir da segunda metade do século XIX,
movimentos abolicionistas e republicanos ensaiavam discursos e textos favoráveis a uma economia mais
dinâmica e um regime político moderno e inspirado pela onda republicana liberal.
Após o fim da desgastante e polêmica Guerra do Paraguai (1864 – 1870), foi possível observar as
primeiras medidas que indicaram o fim do regime monárquico. O anseio por mudanças parecia vir em
passos tímidos ainda controlados por uma elite desconfiada com transformações que pudessem ameaçar os
seus antigos privilégios. A estranha mistura entre o moderno e o conservador ditou o início de uma república
nascida de uma quartelada desprovida de qualquer apoio popular.
A CULTURA NEGRA NO BRASIL
A cultura negra chegou ao Brasil por meio dos escravos africanos, na época do Brasil Colônia. A
cultura europeia, tida como branca, predominava no país e não dava margem aos costumes africanos, que
era discriminado pela sociedade branca, na época, maioria. Então, observa-se que na sociedade não se tinha
as manifestações; porém, os negros tinham sociedades clandestinas, chamadas de quilombos.
Nessas comunidades, havia a liberdade para os negros se manifestarem, tudo de acordo com os
costumes de suas terras natais. Nos engenhos de açúcar, eles desenvolveram a capoeira: uma forma de
expressão dos negros, ainda que fosse uma luta com características de dança, era praticada para ser usada
contra os inimigos (senhores de engenho).Culinária. Outra característica marcante da cultura afro no Brasil é
a questão dos diferentes temperos dados à culinária brasileira. Eles tiveram a capacidade de mesclar coisas
da cozinha indígena com a europeia e transformar em comida brasileira. Ora, os escravos saíram de suas
terras para um local diferente, sem trazer nada consigo. São pratos mais famosos da culinária afro-
brasileira:Acarajé;
Vatapá;
Bobó;
Feijoada (a famosa feijoada é citada como sendo um prato servido nas senzalas).
Azeite de dendê (tempero comum na culinária baiana);
Frutas e especiarias: coco, banana, pimenta malagueta e o café são produtos oriundos das terras
africanas.
Expressões Culturais
Uma coisa que chama a atenção é a alegria do povo afro-brasileiro. Além da capoeira, que já é
comum em várias partes do Brasil, mas enfaticamente no estado da Bahia. Os negros trouxeram estilos
diferentes no quesito de moda e estilo. Sempre baseado nas culturas dos ancestrais, aderem penteados
interessantes, como os dreadlocks, da cultura rastafári; o cabelo blackpower; os trançados; com balangandãs,
dentre outros.
Música
Na música, predomina o samba, bem marcante na cultura brasileira, o que é uma herança dos afro-
brasileiros. O estilo musical nasceu em meados da década de 1920; no Rio de Janeiro, surgiu e permitiu a
criação de outros ritmos, tais como: o samba enredo, o samba de breque, o samba canção e a bossa nova.
Religião
O candomblé, religião afro-brasileira, assim como a umbanda, a macumba e o omoloko, foi deixado
pelos escravos que adotavam o sincretismo para preservação desse culto. Na época do trabalho escravo, para
que a adoração aos deuses africanos não cessassem, os negros usavam os santos da igreja católica, como
forma de despistar a mão de ferro portuguesa. Por isso, se vê a mistura do candomblé com o catolicismo.
A cultura negra é algo que influenciou, não só o Brasil, mas diversas nações que usufruem da
pluralidade do movimento negro. Nos Estados Unidos, o estilo dos negros é bem característico. O rap e hip
hop são elementos que fazem parte do cotidiano do povo negro.
Em meio às lutas, pode se dizer que os negros venceram e continuam nesse processo. Embora
existam ainda casos de racismo, esse quadro tem mudado.
Dia Nacional da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra lembra a resistência à escravidão e é comemorado no dia 20
de novembro, no Brasil, homenagem ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, ícone da cultura
negra. O projeto de lei que deu vida a esse dia foi o 10.639/2003, mas só foi sancionado e considerado
quando a presidenta Dilma Rouseff sancionou a Lei 12.519/2011.
A homenagem ao dia surgiu em 1978 através do Movimento Negro Unificado. O objetivo dessa data
é refletir sobre o preconceito, mostrar ao povo a cultura africana, comemorar e lutar pelos direitos e a
igualdade do povo negro.
Zumbi dos Palmares
O líder dos negros no quilombo dos palmares, Zumbi dos Palmares, foi responsável por lutar contra a
escravidão e morreu lutando pelos direitos do seu povo. O quilombo liderado por ele encontrava-se no
estado de Alagoas e resistiu por cerca de 100 anos, abrigando entre 25 mil a 30 mil negros, segundo os
dados da Fundação Cultural Palmares.
Foram através dos quilombos que os negros preservaram a sua cultura e também formaram a
resistência contra o sistema de escravidão no período colonial. O líder que inspirou e ainda inspira a muito
negros foi um herói contra o sistema que vigorava na época e representa um momento em que eles devem
lutar e repensar sobre a identidade dos negros na sociedade brasileira.
Zumbi foi morto pelas tropas coloniais de Jorge Velho e foi assassinado em 20 de novembro de
1695. Após a sua morte, a abolição da escravatura só chegou ao Brasil em 1888.
A data é considerada ponto facultativo e não um feriado obrigatório, portanto, cabe aos municípios e
estados aderirem a data como feriado.
Nesse dia e em todo o mês de novembro várias atividades culturais são realizadas em comemoração a
data como passeatas, oficinas, cursos, seminários, oficinas, etc. Além disso, entidades e instituições ligadas
aos movimentos negros estimulam a população na comemoração dessa data.
Eventos relacionados a Cultura Afro-brasileira
Feira Preta Week ou Feira Cultura Preta
É uma das maiores feiras de cultura negra da América, possui uma agenda cultural vasta com
atividades sobre moda, dança, literatura, gastronomia, música, turismo afro e muitos outros, bem como a
comercialização de produtos afro. O objetivo do evento é mostrar que a cultura negra também faz parte da
sociedade brasileira, bem como valorizando-a diante da sociedade.
Todos os anos, a feira é realizada desde 2002, em várias cidades do país. A feira é organizada pelo
Instituto Feira Preta que atua na promoção e no desenvolvimento da cultura negra na sociedade
Mostra Internacional do Cinema Negro
É uma mostra que acontece, geralmente, na semana da Consciência Negra, realizada para mostrar à
sociedade a imagem positiva dos afrodescendentes por meio do cinema, bem como incluí-los na sociedade.
Marcha da Consciência Negra
A marcha é realizada em alguns estados para celebrar o dia da consciência negra. Os manifestantes
vestem camisetas de protestos, levam cartazes, faixas contra o preconceito à população negra. Geralmente
participam pessoas de movimentos populares, sindicatos, organizações civis, estudantes e demais indivíduos
que desejarem aderir ao movimento.
Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (MUNCAB)
É considerado o primeiro museu federal da cultura negra, um projeto de renovação à política cultural
do Ministério da Cultura, responsável por reunir a história do povo afro-brasileiro. Sua sede encontra-se na
Bahia, em Salvador. Os organizadores propõe ações como intercâmbios entre os continentes de origem
africana como Angola, Guiné e Moçambique, mostras e exposições.
EXERCÍCIOS
19-Qual o fato considerado o mais importante do nosso país, pois marcou o fim do domínio Português e a
conquista da autonomia?
20- Em que dia comemoramos a Independência do Brasil?
21- Qual a fase do primeiro Reinado no Brasil?
22-Porque a Constituição Imperial foi chamada de Outorgada?
23-O que foi a Confederação do Equador?
24-O que foi o Período Regencial?
25-Quais as principais Revoltas do Período Regencial?
26-Com quantos anos D. Pedro II, assumiu o Governo Brasileiro?
27-Dentro da Cultura Negra no Brasil, temos diversos pratos típicos dessa cultura. Cite alguns:
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Industrialização: Uma revolução sócia econômica
É difícil imaginar como seriam as vidas cotidianas hoje sem automóveis, eletrodomésticos, telefones
etc. Entretanto, esse mundo de máquinas e tecnologia, tal como o conhecemos, começou a tomar forma com
a Revolução Industrial, que teve inicio na Inglaterra em meados do século XVIII e estendeu-se para outros
países a partir, do século XIX. Ante desse período, a maioria das pessoas vivia no Campo ou em vilarejos.
Trabalhavam em pequenos grupos e produziam, em pequena escala, aquilo de que precisavam _
alimentos, roupas e objetos. Havia grandes cidades, porém eram cidades comerciais e principalmente
cidades capitais, ou seja, centros do poder político dos reinos.
Expansão Da Revolução Industrial
Etapas:
Considerando os países envolvidos e as questões técnicas, a Revolução industrial pode ser dividida
em pelo menos três momentos importantes.
Primeira etapa
No primeiro momento (1760-1860), ficou limitada, basicamente, a Inglaterra. O maior destaque foi o
desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso, o
aperfeiçoamento das máquinas a vapor teve extrema importância para o progresso das fábricas.
Segunda etapa
No segundo momento (1860-1900), espalhou-se por algumas regiões da Europa Ocidental e Oriental,
atingindo países como Bélgica, França, Alemanha, Itália e Rússia, Alcançaram também outros continentes,
ganhando espaço nos Estados Unidos e no Japão. Nessa etapa, as principais inovações técnicas foram a
utilização do aço (superando o ferro), o aproveitamento da energia elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a
invenção do motor a explosão, das locomotivas e do barco a vapor e o desenvolvimento de produtos
químicos. Além disso, foram inventados meios de comunicação, como o telegrafo, o telefone, o rádio e o
cinema. O processo tecnológico foi de tal modo significativo que este momento costuma ser caracterizado
como Segunda Revolução Industrial.
Terceira etapa
A partir de meados do século XX, grandes avanços tecnológicos vêm repercutindo intensamente na
produção econômica e no trabalho no mundo como um todo. Alguns historiadores e analistas
contemporâneos denominaram essas transformações de Terceira Revolução Industrial, que se traduz no
impacto das novas tecnologias, como o microcomputador, a microeletrônica, a robótica, a engenharia
genética, a telemática (uso combinado dos computadores e meios de telecomunicações, como fax, celular,
internet, televisão). Um dos aspectos dessa "Terceira Revolução Industrial” é o aumento da produtividade
com a utilização de um número cada vez menor de trabalhadores, O resultado dessa equação é o aumento
generalizado do desemprego em todo o mundo.
O debate sobre a nova ordem econômica, e social
O rápido processo de industrialização logo repercutiu em vários aspectos da vida social.
Crescia o número de operários pobres que, por meio de suas organizações, reivindicavam
condições dignas de trabalho. Já a burguesia industrial estava empenhada, principalmente, em aumentar seus
lucros e enriquecer.
O debate decorrente desse conflito de interesses contribuiu para a elaboração de varias teorias
sociais. Algumas justificavam os rumos da nova sociedade industrial capitalista.
Outras, identificadas com os interesses dos operários, denunciavam a exploração do trabalho e
pregavam uma sociedade mais livre justa.
Exploração Do Trabalhador
Para desenvolver suas empresas, os industriais ingleses queriam liberdade econômica, ampliação
dos mercados consumidores e mão de obra barata para trabalhar nas fábricas.
Com o objetivo de aumentar os lucros, o empresário industrial pagava aos operários salários
muito baixos, enquanto explorava ao máximo sua capacidade de trabalho.
Os salários eram tão reduzidos que, para sobreviver, toda a família do operário, incluindo mulheres
e crianças era obrigada a trabalhar nas fábricas.
Em diversas indústrias, eles trabalhavam mais de 15 horas por dia. Vale ressaltar que na Inglaterra,
por volta de 1780, um operário vivia, em media, 55 anos e trabalhava 125 mil horas.
Impactos Do Avanço Industrial
A Revolução Industrial consolidou o capitalismo nas sociedades em que se instalou. Aos poucos, a
indústria passou a disputar com o comércio a condição de principal setor de acumulação de riquezas. Foram
muitas as consequências sociais e transformações ocorridas com o desenvolvimento das indústrias.
Resistência operária
A exploração do trabalho humano gerou conflitos entre operários e empresários não só na Inglaterra,
como em outras regiões da Europa onde se desenvolveu o sistema fabril.
Houve casos de grupos de operários que invadiram fábricas e destruíram suas máquinas, Para eles, as
máquinas representavam o desemprego, a miséria, os salários baixos e a opressão.
O Imperialismo
Quando o assunto é Imperialismo, alguns aspectos devem sempre ser analisados em conjunto. Os
principais são: Nacionalismo, Neocolonialismo e junção entre o Capitalismo financeiro e o Capitalismo
industrial. Esses aspectos resumem o panorama político, econômico e cultural de um período que vai desde a
década de 1870 até o ano de 1914, ano em que teve início a Primeira Guerra Mundial.
O termo “Imperialismo” sugere, obviamente, uma “Era de Impérios”; em grande parte trata-se disso
mesmo. Mas, conceitualmente falando, o Imperialismo do século XIX consistiu num tipo de política
expansionista das principais nações europeias, que tinha por objetivo a busca de mercado consumidor, de
mão de obra barata e de matérias-primas para o desenvolvimento das indústrias.
Esse fenômeno de expansão dos países europeus teve início a partir do momento em que, após as
Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII e da formação das nações modernas na Europa (como
Alemanha, Itália e França), houve um intenso processo de industrialização desses países. A industrialização
gerou, por conseguinte, uma forte concorrência entre as nações, que passaram a disputar territórios e
estabelecer as suas fronteiras com exércitos modernizados e uma sofisticada diplomacia. Esse processo
acentuou gradualmente o caráter nacionalista dos países europeus.
Ao mesmo tempo, a industrialização também exigia uma integração econômica nunca antes vista. O
capital gerado pela indústria, isto é, toda a riqueza do processo de produção – desde maquinários até
produtos para consumo –, precisava de crédito e de sustentação financeira. Os setores do capital financeiro
(bancos e bolsas de valores) passaram a se integrar com o setor das indústrias, criando assim maneiras de
estruturar a complexidade da economia mundial integrada.
E, assim como nos séculos XV, XVI e XVII, nos quais nações europeias como Portugal e Espanha
promoveram a colonização do continente americano (e dessas colônias extraíram matérias-primas e nelas
desenvolveram sistemas de organização política e administrativa), as nações imperialistas industrializadas
do século XIX promoveram a colonização de regiões da África, da Ásia e da Oceania.
O processo de expansão para essas regiões foi marcado por várias tensões e guerras. A África, por
exemplo, teve seu território divido nesta época entre as nações europeias, num evento denominado
Conferência de Berlim, ocorrido em novembro de 1884. Essa divisão caracterizou-se pela completa
arbitrariedade, tribos africanas inteiras foram desagregadas com a divisão, enquanto que algumas se
mesclaram com outras que eram suas rivais históricas. A Inglaterra, nessa época, ficou conhecida como o
grande Império “onde o Sol não se põe”, exatamente por conta de sua vasta expansão, que integrava grandes
países, como a Índia e a Austrália.
O Imperialismo chegou ao seu ponto de saturação no início do século XX, quando as tensões
nacionalistas se tornaram mais veementes. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é fruto direto dessa
saturação.
REPÚBLICA BRASILEIRA
A Primeira República corresponde ao período que marcou o fim do Império em 1889 até a
Revolução de 1930.
A história republicana brasileira pode ser dividida em algumas fases, tendo como marcos fatos
históricos que representaram mudanças na ordem institucional do Estado. A Primeira República, também
conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional e vai desde
a Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930. Pela liderança do poder de Estado,
alteraram-se confrontos e alianças entre a oligarquia rural e os militares das Forças Armadas.
Entre o fim do Império em 1889 e a posse da presidência por Prudente de Morais, em 1894, militares
ocuparam o cargo de líder na Primeira República. O primeiro foi Marechal Deodoro da Fonseca, presidente
interino desde a Proclamação da República e eleito após a aprovação da Constituição de 1891. Deodoro da
Fonseca renunciou em 1891, quando o vice-presidente Marechal Floriano Peixoto assumiu a presidência até
1894, encerrando o período conhecido como República da Espada.
A adoção do presidencialismo e do federalismo como forma organizativa do Estado foram as
principais características da Constituição de 1891, o que acarretou em uma política de alianças para a
ocupação da presidência e em uma liberdade política aos governadores dos estados da Federação. O período
foi marcado por conflitos militares, dentre eles, a Revolta Federalista, no Rio Grande do Sul, e a Revolta da
Armada, no Rio de Janeiro, ambas em 1893.
As revoltas foram contidas e a estrutura liberal do Estado foi consolidada, o que possibilitou a
transição para o poder civil. O presidente Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil, eleito em 1894,
dando início a alternância entre representantes das oligarquias rurais do sudeste brasileiro até 1930.
A política do Café com Leite, assim chamada em decorrência da aliança nas indicações para
presidentes entre São Paulo e Minas Gerais, principais produtores de café e leite, respectivamente, foi o auge
da ordem oligárquica. Para manter essa alternância, o presidente Campos Sales (1898-1902) realizou uma
costura política, a política dos governadores, que proporcionou apoio regional ao poder executivo federal e
fortaleceu os coronéis oligarcas regionais. É desta aliança que surgiu o coronelismo que marcou a prática
política no interior do Brasil até a segunda metade do século XX.
Na ordem econômica, o que se viu no período foi a tentativa de conter a crise do café e o auge da
produção da borracha. Também ocorreram conflitos sociais como a Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897, a
Revolta da Vacina, em 1904, a Revolta da Chibata, em 1910, e a Revolta do Contestado, entre 1913 e 1915.
A partir de 1914, a Primeira República entrou em declínio. Nem o surto de industrialização suportou
a crise pela qual passava a produção do café, que teve seu golpe final com a crise econômica mundial
capitalista de 1929. Por outro lado, novas classes sociais se fortaleceram, reclamando representação política.
Greves operárias foram realizadas e duramente reprimidas. A burguesia industrial entrava em conflito com a
política econômica voltada preferencialmente à agricultura. Até mesmo nos quadros médios das Forças
Armadas havia insatisfação com o controle político pelas oligarquias rurais.
O resultado foi uma instabilidade crescente dos acordos políticos que caracterizaram a Primeira
República, e a insatisfação no seio do exército proporcionou a aproximação de vários grupos estaduais que
se opunham à política do Governo Federal. As revoltas tenentistas no Rio Grande do Sul, em 1923, e em São
Paulo, em 1924, somadas à insatisfação das oligarquias com a eleição de Júlio Prestes, em 1930, levaram ao
impedimento do presidente eleito e, com um golpe militar, teve fim a Primeira República.
QUESTÃOES CRAVAGISTA
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos comerciantes portugueses, espanhóis e ingleses
que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e
cruel por toda a região da América.
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-do-mato que perseguiam os negros que
haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias
defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela
vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por
seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os
começos da História.
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais
pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos;
contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os
portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava
nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como
se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou
velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em
condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao
mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados
da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma
alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca
higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era
a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais
africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua
portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana
se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações
artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.
As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho
utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até
mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a
carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as
poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas
fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram
comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização
comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua
língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.
Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra.
Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei
Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e
aprisionarem navios de países que faziam esta prática.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o
tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos
filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários
que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua
abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
A vida dos negros após a abolição da escravidão.
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia,
condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade.
Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a
viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.
AS REVOLTAS DA PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA
Aconteceram por causa do governo elitista que oprimia o povo ao mesmo tempo que enchia os
coronéis de privilégios. As manifestações populares se espalharam pelo país, tantos nas cidades, quanto no
campo.
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o almirante Saldanha da Gama e o ministro da
marinha Custódio de Mello arquitetaram um movimento contra o presidente Floriano Peixoto, pois ele não
respeitou a Constituição brasileira que estabelecia uma nova eleição caso o candidato anterior desocupasse o
cargo antes de completar dois anos no poder. Em 13 de setembro de 1893, os navios sob o poder da revolta
abriram fogo contra a cidade do Rio de Janeiro que evitou o desembarque dos revoltosos até março do ano
seguinte. Alguns participantes da revolta abriram novas frentes de batalha na região sul junto a membros da
Revolução Federalista, mas o governo acabou sufocando os dois levantes com apoio das classes médias e
dos cafeicultores paulistas.
Revolução Federalista – Revolução da Degola (1893 - 1895)
(A Revolução da Degola)
Aconteceu no Rio Grande do Sul quando o presidente Floriano Peixoto começou a substituir os
políticos eleitos durante o governo de marechal Deodoro da Fonseca. Os gaúchos, que queriam maior
autonomia para os estados e por isso eram chamados de federalistas, foram liderados por Gaspar Silveira
Martins e Gumercindo Saraiva, assim pegaram em armas para exigir a anulação da posse de Júlio de
Castilhos como governador. O governo agiu rápido, obrigando os federalistas a recuarem para regiões do
Uruguai e da Argentina, mas logo depois eles avançaram por Paraná e Santa Catarina e receberam o apoio
da Revolta da Armada.
A revolta só terminou quando o federalista Saldanha da Gama lutou até a morte com os últimos
quatrocentos homens de sua tropa.
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o médico Oswaldo Cruz se tornou diretor de saúde
pública e começou a ordenar demolições de moradias pobres e autorizar invasões domiciliares para buscar
pragas. O estopim foi a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, quando o povo se rebelou por dez dias
causando alvoroço nas ruas até ser sufocado pela polícia com o apoio da Guarda Nacional, Bombeiros,
Exército, Marinha e algumas tropas de SP e MG. Para evitar novo confronto o governo revogou a vacinação.
Aconteceu no RJ quando o marinheiro Marcelino Menezes recebeu 250 chicotadas por ter levado
cachaça ao navio. Os marinheiros tomaram os barcos e apontaram os canhões para a capital exigindo o fim
dos maus tratos e melhor alimentação dentro da corporação além de anistia aos envolvidos. Conseguiram o
que pediram, mas duas semanas depois começaram uma nova revolta, assim a maioria dos participantes foi
morta, alguns foram degredados no Acre ou Amazônia em serviços forçados, enquanto que o líder João
Candido foi internado num hospício como indigente sendo anistiado em 2008 pelo presidente Lula.
Aconteceu por causa das más condições de trabalho enfrentadas pelos brasileiros moradores das
cidades. Os trabalhadores se organizaram em sociedades beneficentes, sindicatos e tidos comunistasque
levaram a greves e espalharam jornais nas ruas dos estados industriais como SP e RJ.
Canudos (1893 – 1897)
(Representação da peregrinação de Antônio Conselheiro)
Antônio Mendes Maciel (o Conselheiro) peregrinou o interior de Pernambuco, Bahia e Sergipe
pregando, ajudando as pessoas e conseguindo seguidores, o que ameaçava a Igreja Católica. Em 1893
fundou Canudos, um povoado numa fazenda da Bahia que chegou há 10.000 moradores que seguiam suas
próprias leis sem obedecer à igreja nem aos coronéis. Três expedições com metralhadores e canhões não
conseguiram vencer a comunidade, somente a quarta com 14.000 soldados teve sucesso. Para garantir a
vitória prenderam poucos, mataram muitos, degolaram outros e destruíram tudo.
Contestado (1912 – 1916)
(Representação do movimento e seu líder)
Aconteceu em terras de SC e PR aonde os moradores foram expulsos para a construção de uma
estrada de ferro. Essas pessoas começaram a seguir José Maria combatendo o governo e os empresários que
ganhariam muito com a instalação desses trens. Foram derrotados com violência por uma tropa de 8.000
soldados que os mataram de sede e fome durante um cerco desonesto.
Cangaço (XIX – 1940)
(Exposição com os artefatos, armas e vestimentas dos cangaceiros junto das cabeças decapitados do grupo
de Lampião)
Aconteceu no sertão nordestino com a formação de grupos armados e violentos que eram sustentados por
um político para protegê-lo. Mais tarde esses bandos começaram a trabalhar para si próprios atacando
povoados e fazendas para roubar. Geralmente eram combatidos pelas volantes. Os lideres cangaceiros mais
famosos foram Virgulino (Lampião) e Courisco.
A GUERRA DO PARAGUAI
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul no
século XIX. Rivalidades platinas e a formação de Estados nacionais deflagraram o confronto, que destruiu a
economia e a população paraguaias.
É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza) na Argentina e Uruguai
e de Guerra Grande, no Paraguai.
A Guerra do Paraguai durou seis anos. Teve seu início em dezembro de 1864 e só chegou ao fim no
ano de 1870, com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora.
Francisco Solano López, ditador do Paraguai.
Causas
Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados na
região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco
Solano López.
Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas,
invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de
Solano López. O ditador paraguaio se opôs à invasão brasileira do Uruguai, porque contrariava seus
interesses.
Como retaliação, o governo paraguaio aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês
de Olinda, e em seguida atacou a cidade de Dourados, em Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. Em maio
de 1865, o Paraguai também fez várias incursões armadas em território argentino, com objetivo de
conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o
Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança.
Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país
independente das nações europeias. Para a Inglaterra, um exemplo que não deveria ser seguido pelos demais
países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. Foi por isso, que os ingleses
ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era
interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América
Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de
desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.
INDUSTRIALIZAÇÃO E CRESCIMENTO URBANO
Os processo de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os
avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na Europa que esse
continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao
mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, o que acarreta a produção de
mais mercadorias e o aumento do ritmo da atividade industrial.
A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço geográfico, pois interfere
nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da sociedade e promove a
instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas.
A atividade industrial, por definição, corresponde ao arranjo de práticas econômicas em que o trabalho e o
capital transformam matérias-primas ou produtos de base em bens de produção e consumo.
Com o avanço nos sistemas de comunicação e transporte – fatores que impulsionaram a globalização
–, praticamente todos os povos do mundo passaram a consumir produtos industrializados,
independentemente da distância entre o seu local de produção e o local de consumo. Estabelece-se, com
isso, uma rede de influências que atua em escalas que vão do local ao global.
Graças ao processo de industrialização e sua ampla difusão pelo mundo, incluindo boa parte dos países
subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também cresceu, a ponto de, segundo dados da ONU, o
mundo ter se tornado, pela primeira vez, majoritariamente urbano, isto é, com a maior parte da população
residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante.
Mas como a industrialização interfere na urbanização?
É errôneo pensar que a industrialização é o único fator que condiciona o processo de urbanização. Afinal, tal
fenômeno está relacionado também a outros eventos, que envolvem dinâmicas macroeconômicas, sociais e
culturais, além de fatores específicos do local. No entanto, a atividade industrial exerce uma influência quase
que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço
rural, que vê uma gradativa diminuição de seu contingente populacional em termos proporcionais.
No meio rural, o processo de industrialização interfere com a produção e inserção de modernos maquinários
no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras, semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão de
obra anteriormente empregada é substituída por máquinas e técnicos qualificados em operá-las. Como
consequência, boa parte dessa população passa a residir em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez
maiores e mais povoadas. Vale lembrar que a mecanização não é o único fator responsável pelo processo de
migração em massa do campo para a cidade, o que chamamos de êxodo rural, mas é um dos elementos mais
importantes nesse sentido.
A mecanização do campo contribui para o crescimento das cidades
Além disso, a industrialização das cidades faz com que elas se tornem mais atrativas em termos de
migrações internas, o que provoca o aumento de seus espaços graças à maior oferta de empregos, tanto na
produção fabril em si quanto no espaço da cidade, que demandará mais trabalho no setor comercial e
também na prestação de serviços.
Não por acaso, os primeiros países a industrializem-se foram também os primeiros a conhecer a
urbanização em sua versão moderna, tornando-se territórios verdadeiramente urbano-industriais.
Atualmente, esse processo vem ocorrendo em países emergentes e subdesenvolvidos, tal qual o Brasil, que
passou por isso ao longo de todo o século XX. Segundo a ONU, até 2030, todas as regiões do mundo terão
mais pessoas vivendo nas cidades do que no meio rural.
O grande gargalo desse modelo é o crescimento acelerado das cidades, que contribui para fomentar
amacrocefalia urbana, quando há o inchaço urbano, com problemas ambientais e sociais, além da ausência
de infraestruturas, crescimento da periferização e do trabalho informal, excesso de poluição, entre outros
problemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 900 milhões de pessoas estarão vivendo em favelas,
em condições precárias de moradia e habitação.
EXERCÍCIOS
1-O que foi a Revolução Industrial?
2-Onde se desenvolveu a1ª Etapa da Revolução Industrial?
3-Quais os Países Atingidos pela 2ª Etapa da Revolução Industrial?
4-Qual a principal característica da 3ª Etapa da Revolução Industrial?
5-Qual o principal impacto da Revolução Industrial?
6-Em que ano foi Proclamada a República Brasileira?
7-Quem Proclamou a República Brasileira?
8-Como era chamada a 1ª fase da República Brasileira e porque?
9- Como e porque os Negros foram trazidos para o Brasil?
10-Cite as Principais Leis Abolicionistas?
11-Quais as Leis que proibiram o Tráficode Negros?
12-Onde aconteceu a Revolução das Degolas?
13-Onde aconteceu a Guerra de Canudos, quem era o líder e qual a contravenção cometida por eles para
serem mortos pelas tropas do governo?
14- Qual a principal causa da Guerra do Paraguai? A quem interessava a destruição do Paraguai?
15-Como se deu a grande Urbanização Brasileira?
16-Quais as consequências da grande Urbanização Brasileira?
REVOLUÇÃO RUSSA
Revolução Russa de 1917
A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da
autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético
sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que
durou até 1991.
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura,
pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).
Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a
base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava
poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que
desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido
Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado
Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de
Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Situação conflituosa
As tensões europeias no inicio do século XX
No inicio do século XX, havia enorme tensão e rivalidade entre os governos das grandes potências
europeias, como Alemanha, Inglaterra e França. Essa tensão resultava de disputas territoriais e por
mercados, tanto na Europa quanto fora dela.
Os empresários buscavam novos mercados que consumissem seus produtos, o que levou os governos
dos países industrializados europeus a disputar colônias na África e na Ásia.
Ao mesmo tempo, o governo de cada país industrializado procurava dificultar a expansão econômica
dos demais fechando seus mercados aos produtos importados e tentando impedir a expansão do império
colonial dos concorrentes. Essa disputa econômica envolveu principalmente interesses ingleses e alemães.
Movimentos nacionalistas
Ligados a essas disputas econômicas e por colônias, havia os movimentos nacionalistas, que
pretendiam agrupar sob um mesmo Estado povos de matrizes culturais semelhantes, o que levava a um
desejo de expansão territorial. Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na
Europa no início do século XX, destacaram-se o pan-eslavismo e o pangermanismo. Os pan-eslavistas,
liderados em certa medida pelo governo russo, queriam unir todos os povos eslavos da Europa Oriental.
Os pangermanistas pretendiam anexar a Alemanha os territórios da Europa Central onde viviam
germânicos. Além disso, havia o revanchismo francês, movimento nacionalista pelo qual o governo francês
visava recuperar os territórios da Alsácia Lorena, região rica em minério de ferro e carvão que os franceses
foram obrigados a entregar aos alemães depois da derrota na Guerra Franco Prussiana, em 1870.
O clima de rivalidades deu origem a chamada paz armada: diante do risco de guerra, as potências
iniciaram uma corrida armamentista, fortaleceram seus exércitos e formaram alianças políticas.
POLÍTICA DE ALIANÇAS
O governo das grandes potência firmaram tratados de aliança entre si, com o objetivo de somar
forças para enfrentar os rivais.
Depois de muitas negociações e tratados bilaterais, a Europa, em 1907, ficou dividida em dois
grandes blocos:
- Tríplice Aliança - formada inicialmente por Alemanha, Áustria e Itália;
-Tríplice Entente - formada inicialmente por Inglaterra, França e Rússia.
As alianças originais sofreram alterações e, conforme seus interesses, algumas forças acabaram
mudando de lado. Exemplo disso foi o governo da Itália, que, em 1915, passou para o lado da Entente por
ter recebido a promessa de compensações territoriais.
As tensões entre os dois blocos foram aumentando, a ponto de qualquer incidente poder dar inicio a guerra.
O FIM DA GUERRA
O apoio financeiro e material dado pelo governo dos Estados Unidos ao entrar na guerra foi decisivo
para a vitoriada Entente de seus aliados. Os recursos da Entente eram muito superiores aos da Tríplice
Aliança. No inicio de 1918, as forças da Alemanha ficaram isoladas e sem condições de sustentar os
combates. Em 11 de novembro daquele ano, o governo alemão assinou o armistício (acordo de Paz) em
situação bastante desvantajosa. Aceitava, por exemplo, retirar suas tropas de todos os territórios ocupados
durante a guerra (Parte das tropas alemãs estavam, no momento, em território francês), devolver aos
adversários materiais de guerra pesados e submarinos apreendidos e pagar indenizações pelos territórios
ocupados.
Nos diversos locais onde foram travados combates, eram comuns as cenas de destruição de
plantações, Casas, edifícios, pontes e estradas. Uma grave crise sócio econômica atingiu os países já
abalados pelas perdas de bens materiais e pelos gastos de guerra. Além disso, foram imensos os sacrifícios
humanos: milhões de mortos, feridos e inválidos. Alguns historiadores estimam que essa guerra deixou um
saldo de aproximadamente 10 milhões de mortos e 30 milhões de feridos.
O sentimento de patriotismo eufórico que, em mutos países, havia marcado o início da guerra
(Sempre estimulado pela propaganda governamental) transformou-se, em 1918, num clima geral de
profunda desolação e desesperança. Afinal, para que serviu tanta violência e brutalidade?
O PÓS- GUERRA
A paz dos vencedores
Após a rendição alemã, no período de 1919 a 1920, realizou-se no palácio de Versalhes, na França,
uma série de conferências com a participação de representantes de 27 nações vencedoras da guerra. Dessas
conferências, sob a liderança dos representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França, nasceu o
Tratado de Versalhes, que impôs duras condições aos alemães.
TRATADO DE VERSALHES
O Tratado de Versalhes estipulava, por exemplo, que a Alemanha deveria: ·Restituir a região da Alsácia Lorena a França;
·Ceder outras regiões a Bélgica, a Dinamarca e a Polônia; ·Entregar quase todos os seus navios mercantes a França, a Inglaterra e a Bélgica;
·Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos parses vencedores;
·Reduzir o poderio militar de seus exércitos, sendo proibida de constituir aviação militar.
O conjunto de decisões impostas aos alemães provocou, em pouco tempo, uma intensa reação das
forças políticas que se organizavam em seu país. Os alemães consideravam injustas, vingativas e
humilhantes as condições do Tratado de Versalhes. Anos mais tarde, o desejo de mudar essas condições
motivaria o ressurgimento do nacionalismo alemão.
Além do Tratado de Versalhes, foram assinados outros acordos entre os representantes dos países
envolvidos no conflito. Por meio desses tratados desmembrou-se o império Austro Húngaro, alguns países
ganharam territórios e outros perderam. Surgiram assim novos países, como Checoslováquia, Hungria,
Polônia, Iugoslávia, Áustria, Letônia, Lituânia e Estônia.
Desde o final do século XIX, a produção industrial norte-americana vinha se expandindo e
ampliando seu Campo de ação econômica em diferentes partes do mundo. A eclosão da Primeira Guerra
Mundial na Europa estimulou ainda mais o crescimento agrícola e industrial dos Estados Unidos.
Conservando-se, a princípio, numa posição de neutralidade, os norte-americanos forneciam seus
produtos aos países envolvidos no conflito. Além disso, enquanto as potências europeias concentravam seus
esforços na guerra, as indústrias norte-americanos aproveitavam para ocupar e suprir outros mercados na
Ásia e na América Latina.
Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros do
mundo, os bancos e o governo dos Estados Unidos saíram da Primeira Guerra como credores da Europa,
arrasada, projetando-se como grande potência mundial. O país viveu, durante quase toda década de 1920,
um período de euforia e prosperidade, que ficou conhecido como “anos felizes".
FASCISMO NA ITÁLIA
Após a Primeira Guerra mundial, a Itália teve de enfrentar o saldo doloroso do conflito: 700 mil
mortos, 500 mil feridos e dividas enormes contraídas junto aos bancos dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Além disso, a fome, a inflação e o desemprego afetavam os operários e os camponeses, provocando grande
agitação social.
Foi nesse clima de instabilidade que Benito Mussolini (1883-1945) fundou, em 1921, o Partido
Nacional Fascista. Mussolini e seus companheiros de partido apresentavam-se como solução para a crise
italiana. Afirmavam ser capazes de acabar com as greves operarias e com a agitação dos socialistas e de
encaminhar a economia do país ao crescimento. Muitos industriais acreditaram nessas propostas e
financiaram a ascensão fascista. Em 1922, Mussolini conquistou o poder na Itália.
O movimento fascista, segundo o próprio Mussolini, não tinha, em 1919, uma doutrina claramente
elaborada. Representava uma enérgica vontade de ação de cunho nacionalista dirigida contra o liberalismo e
o socialismo.
Sendo também ante proletário, atraiu as classes médias conservadoras e a alta burguesia.
Aos poucos, definiram-se as concepções fascistas sobre a sociedade- modelo a ser construída. Nessa
sociedade, o individuo deveria ser totalmente submisso as necessidades do estado, que se tornaria, então,
uma entidade poderosa, capaz de controlar a vida social. Como dizia Mussolini: “Tudo no estado, nada
contra o Estado, nada fora do Estado”.
NAZISMO NA ALEMANHA
Vencida na Primeira Guerra Mundial e humilhada pelas duras condições impostas pelo Tratado de
Versalhes, a sociedade alemã enfrentou os anos 1920 com imensas dificuldades econômicas e sociais.
Mesmo retomando o desenvolvimento industrial, a população do país ainda sofria com o elevado número de
desempregados e as altas taxas de inflação.
Entusiasmados com o exemplo da Revolução Russa, diversos setores do operariado protestavam
contra a exploração capitalista em greves organizadas pelo Partido Comunista Alemão (KPD) e pelo Partido
Social-democrata (SPD).
Temendo a expansão do socialismo, considerável parcela da elite política e econômica alemã passou
a apoiar o Partido Nazista -autoritário e antidemocrático -, liderado por Adolf Hitler.
A Grande Depressão da década de trinta do século XX fez com muitos países tivessem suas
economias arrasadas. As democracias liberais foram abaladas, favorecendo a expansão das ideias socialistas
e a instalação de regimes totalitários.
A indústria bélica foi a solução encontrada por vários governos para aumentar o nível de emprego em
seus países. Sem duvida, a Depressão foi um dos motivos que favoreceu a eclosão da Segunda Guerra
Mundial. Além desse, devem ser considerados: a ineficiência da Liga das Nações, os conflitos da década de
trinta do século XX, a busca do espaço vital e o expansionismo alemão.
Após promover a industrialização alemã, Hitler necessitava conseguir mercados consumidores. Para
concretizar seu projeto, de conquistar o espaço vital, desconsiderou as disposições do Tratado de Versalhes:
restabeleceu o serviço militar obrigatório, organizou a Marinha e a Aeronáutica, desenvolveu a indústria
bélica, reincorporou à Alemanha o território do Sarre e ocupou a Renânia.
A doutrina do espaço vital consistia, de um lado, na integração de populações alemãs que viviam na
Áustria, na região dos Sudetos (Checoslováquia) e em Dantzig, na Polônia, e, de outro, na conquista de
regiões férteis e ricas em recursos minerais, necessárias ao desenvolvimento do país.
Em 1938, com o apoio de grande parte da população austríaca, Hitler incorporou a Áustria a
Alemanha e, nesse mesmo ano, anexou a região dos Sudetos. Essa anexação foi reconhecida pela Inglaterra
e França, na conferência de Munique Em 1939, Hitler tomou toda a Tchecoslováquia.
Em seguida, planejou a invasão do Corredor Polonês, faixa de terra que dava à Polônia acesso ao
mar, pelo porto de Dantzig. Por meio da propaganda controlada, o Führer afirmava que o governo polonês
oprimia os alemães que moravam nessa região. Os poloneses prepararam seus exércitos e esperavam contar
com o apoio da Inglaterra e da França.
Como a Alemanha não queria enfrentar duas frentes de batalha, em agosto de 1939 assinou com a
URSS o Pacto de Não-Agressão.
O exército alemão, em 12 de setembro de 1939, invadiu a Polônia, provocando a reação da Inglaterra
e da França, que abandonaram a política de apaziguamento e declararam guerra a Alemanha. Estava
deflagrada a Segunda Guerra Mundial.
A CRISE DO CAPITALISMO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A partir da segunda metade do século XIX, com a segunda fase da Revolução Industrial e as suas
inovações técnicas e tecnológicas (produção do aço, produção da energia elétrica, invenção do telégrafo e do
telefone e fabricação dos automóveis), financiadas pelos capitalistas industriais, o mundo passou por
intensas transformações.
A concentração de capitais e a ascensão das grandes indústrias (dos monopólios) tornaram viável o
aumento da produção industrial e da industrialização pelo mundo. Porém, o enriquecimento de poucos
capitalistas industriais ocasionou o empobrecimento de grande parcela da classe trabalhadora.
Nos meios urbanos e nos meios rurais, nas fábricas e nos campos, as máquinas passaram a substituir
a mão de obra humana. Consequentemente, o número de desempregados cresceu acentuadamente; e os
salários dos trabalhadores diminuíram. Dessa maneira, grande parcela da população que ficou desempregada
e com baixos salários passou a consumir mercadorias industrializadas com menor frequência, retraindo o
mercado consumidor.
Nos campos, muitos camponeses empobrecidos passaram a migrar para as cidades em busca de
melhores condições de vida. De 1873 a 1896, o sistema capitalista viveu sua primeira grande crise, chamada
de Grande Depressão.
A Grande Depressão Capitalista, no século XIX, configurou-se como uma crise decorrente da
evolução do sistema capitalista. Essa crise gerou um descompasso entre a superprodução de mercadorias nas
indústrias e uma população de trabalhadores sem poder aquisitivo para consumir essas mercadorias
(decorrente do aumento do desemprego entre os trabalhadores e da redução dos seus salários).
Em virtude da Grande Depressão Capitalista no século XIX, ocorreram duas principais
consequências na economia dos países industrializados: a primeira foi a falência das pequenas e médias
empresas e a concentração do capital nas mãos de poucos capitalistas industriais. A segunda consequência
da depressão foi a busca de mercados consumidores externos, ou seja, fora da Europa, nos continentes ainda
não industrializados, como a Ásia e a África.
Esse fato deu início ao Neocolonialismo europeu, isto é, à partilha do continente asiático e africano
pelas grandes potências industriais no século XIX. Era o início da exploração capitalista, da espoliação dos
trabalhadores e dos recursos ambientais mundiais.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), ocorreram diversas frentes de luta que atingiram todos
os mares e Continentes.
As origens da guerra
A Grande Depressão da década de trinta do século XX fez com muitos países tivessem suas
economias arrasadas. As democracias liberais foram abaladas, favorecendo a expansão das ideias socialistas
e a instalação de regimes totalitários.
A indústria bélica foi a solução encontrada por vários governos para aumentar o nível de emprego em
seus países. Sem duvida, a Depressão foi um dos motivos que favoreceu a eclosão da Segunda Guerra
Mundial. Além desse, devem ser considerados: a ineficiência da Liga das Nações, os conflitos da década de
trinta do século XX, a busca do espaço vital e o expansionismo alemão.
Após promover a industrialização alemã, Hitler necessitava conseguir mercados consumidores. Para
concretizar seu projeto, de conquistar o espaço vital, desconsiderou as disposições do Tratado de Versalhes:
restabeleceu o serviço militar obrigatório, organizou a Marinha e a Aeronáutica, desenvolveu a indústria
bélica, reincorporou à Alemanha o território do Sarre e ocupou a Renânia.
A doutrina do espaço vital consistia, de um lado, na integração de populações alemãs que viviam na
Áustria, na região dos Sudetos (Checoslováquia) e em Dantzig, na Polônia, e, de outro, na conquista de
regiões férteis e ricas em recursos minerais, necessárias ao desenvolvimento do país.
Em 1938, com o apoio de grande parte da população austríaca, Hitler incorporou a Áustria a
Alemanha e, nesse mesmo ano, anexou a região dos Sudetos. Essa anexação foi reconhecida pela Inglaterra
e França, na conferência de Munique Em 1939, Hitler tomou toda a Tchecoslováquia.
Em seguida, planejou -a invasão do Corredor Polonês, faixa de terra que dava à Polônia acesso ao
mar, pelo porto de Dantzig. Por meio da propaganda controlada, o Führer afirmava que o governo polonês
oprimia os alemães que moravam nessa região. Os poloneses prepararam seus exércitos e esperavam contar
com o apoio da Inglaterra e da França.
Como a Alemanha não queria enfrentar duas frentes de batalha, em agosto de 1939 assinou com a
URSS o Pacto de Não-Agressão.
O exército alemão, em 12 de setembro de 1939, invadiu a Polônia, provocando a reação da Inglaterra
e da França, que abandonaram a política de apaziguamento e declararam guerra a Alemanha. Estava
deflagrada a Segunda Guerra Mundial.
O Equilíbrio Das Forças: 1942-1943
A partir de 1942, os aliados passaram a obter vitórias em várias frentes. Os norte-americanos
obrigaram os japoneses a recuar e, no norte da África, as tropas inglesas venceram as alemãs.
Na URSS, os alemães foram derrotados na Batalha de Stalingrado. Entre 1942 e 1943 os nazistas
passaram a usar métodos de extermínio em massa para eliminar o povo judeu. Em princípios de 1945 Hitler
já havia eliminado mais de 6 milhões de judeus.
Nos países ocupados pelos nazistas, começava a surgir diversos movimentos de resistência, que
atuavam através da sabotagem ou guerrilha.
De 1944 A 1945, OS ANOS DECISIVOS PARA OS ALIADOS
Em 1943, os aliados, Inglaterra, França, União Soviética e os Estados Unidos desembarcaram na
Sicília e o rei Vitor Emanuel III destituiu Mussolini do poder, que se refugiou no norte da Itália, onde
resistiu até 1945.
A 6 de junho de 1944, ocorreu o desembarque aliado na Normandia, que ficou conhecido como ”Dia
D", Ao mesmo tempo, os alemães foram obrigados a retroceder e a abandonar Paris. A França foi libertada
do domínio nazista.
Iniciava-se a decadência da Alemanha. Suas fábricas já não produziam armas suficientes e os
recursos se esgotavam. O país inteiro sofria as consequências dos bombardeios aliados.
Em 2 de maio de 1945, os aliados chegaram a Berlim. Dias antes, Hitler havia se suicidado, No dia 8,
a Alemanha se rendeu coma assinatura do armistício. A guerra na Europa havia terminado.
A guerra no Pacifico, entre os Estados Unidos e o Japão, durou até agosto, quando o presidente
Harry Truman tomou a decisão de largar bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
O Japão rendeu-se a 15 de agosto de 1945, terminando a Segunda Guerra Mundial.
EXERCÍCIOS
17-Em que ano aconteceu a Revolução Russa?
18-Como era chamado o Líder Russo?
19- Quem era o Czar Russo em 1917, e quais as medidas tomadas pelo mesmo em 1905?
20-O que eram os Movimentos Nacionalista, causadoras da 1ª Guerra Mundial?
21- Quais os dois principais grupos rivais que se formaram para a 1ª Guerra Mundial e qual o período da
Guerra?
22-Qual a principal consequência da 1ª Guerra Mundial?
23-O que foi o Tratado de Versalhes?
24-Quais os países onde se desenvolveu o Nazismo e o Fascismo?
25- O que foi a grande Depressão Capitalista ou Quebra da Bolsa de Valores de Nova Yorque?
26-Qual o período da Segunda Guerra Mundial?
27- Qual a principal causa da 2ª Guerra Mundial?
A ERA VARGAS
A Revolução de 30, originada dos conflitos internos das oligarquias, da crise da agricultura cafeeira e
das pressões políticas de setores da burguesia, da classe media e das classes populares, foi um movimento de
enorme importância para a História do Brasil contemporâneo. Rompeu o círculo vicioso dos governos
oligárquicos e abriu caminho para a ascensão e atuação de novas forças sociais. Deu inicio a importantes e
profundas reformas econômicas, políticas e institucionais que representaram o começo da modernização
brasileira nos anos 30 e 40.
Getúlio Vargas governou o Brasil por período de quinze anos:
De 193O até 1934, ficou como presidente provisório:
Em 1934, foi eleito pela Assembleia Constituinte para governar por mais quatro anos
Em 1937, através de um golpe de Estado, aumentou muito seu poder, permanecendo como presidente
da Republica até 1945.
O governo provisório (1930- 1934)
Durante o governo provisório, os principais problemas enfrentados pelo novo presidente foram:
Reorganizar a vida política do país;
Solucionar a crise econômica.
Getúlio Vargas nomeou imediatamente seus ministros, dissolveu o Congresso Nacional, as
Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais, e afastou os governadores de seus cargos. A
Constituição de 1891 também foi suspensa, e os partidos políticos foram proibidos.
Também foram postas em prática no Governo Provisório as medidas seguintes:
Nomeação de interventores para substituir os governadores estaduais;
Criação dos novos ministérios, como o da Educação e Saúde Publica, e do Trabalho, Indústria e
Comércio;
Convocação de uma Assembléia Constituinte para elaboração de uma nova constituição federal;
Centralização completa da política econômica financeira e da administração do comércio exterior.
Os tenentes, por sua vez, influenciaram bastante na escolha dos interventores. Assim, do Espírito
Santo para o norte, quem nomeou os interventores para os Estados foi o tenente Juarez Távora, apelidado,
por isso, de vice-rei do Norte,
No campo econômico, o maior problema estava ligado a crise do café. Para resolvê-la, Getúlio criou
o Conselho Nacional do Café, em 1931; em 1933 esse conselho foi transformado no Departamento Nacional
do Café, que era inteiramente controlado pelo governo federal.
A frente do governo Provisório; Getúlio Vargas justificava essas medidas pela necessidade de
“remover os obstáculos que impediam a ação do governo” e de ajustar a nova realidade político-institucional
aos “propósitos moralizadores” da revolução. Constituído por representantes das diversas forças que
participaram ou apoiaram a Revolução de 30, o Governo Provisório procurava, combinar o atendimento a
asses diferentes grupos sociais com as necessidades de sua própria atuação centralizadora. Começava, enfim,
na prática, a execução de uma estratégia política populista, que iria marcar toda a era Vargas, de 1 930 e
1945. Uma estratégia difícil e complicada com a qual Getúlio procuraria firmar o Estado no duplo papel de
árbitro dos conflitos sociais, econômicos, e políticos e de principal agentes da modernização geral do país.
A Era Vargas, que ocorreu entre os anos de 1930 e 1945, foi o período em que Getúlio Vargas esteve
no poder.
Na História do Brasil República, um dos períodos mais decisivos ficou conhecido sob o nome de Era
Vargas. Sabe-se que Vargas foi o político que, por mais tempo, exerceu o cargo de chefe do poder executivo
da República brasileira. Inicialmente, por 15 anos (de 1930 a 1945), e, depois, por mais 4 anos (de 1950 a
1954). A “Era Vargas” compreende a primeira fase apontada.
A Era Vargas, ou Período Getulista, como também ficou conhecida, teve início com a Revolução de
1930, que deu fim à República dos Oligarcas, afastando o então presidente Washington Luís e uma série de
governadores do poder. Essa era teve seu fim em 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial e
Vargas foi pressionado pelos militares a deixar o cargo e retirar-se para o Rio Grande do Sul, sua terra natal.
Esse arco temporal pode ser dividido em três fases: o Governo Provisório, o Governo Constitucional e o
Governo Ditatorial (ou Estado Novo).
Nas fases dos Governos Provisório e Constitucional, uma série de eventos decisivos ocorreu,
mudando radicalmente a estrutura do poder republicano, além de promover transformações econômicas de
grande lastro também. Tudo começou com a já mencionada Revolução de 1930, que empossou Vargas no
poder. As primeiras medidas tomadas tinham em vista o desmantelamento do “mandonismo” regional e da
polaridade política em estados como Minas Gerais e São Paulo. Uma dessas medidas consistia no envio de
interventores para certos estados, que ocuparam o lugar dos respectivos governadores.
Passados dois anos do exercício da política de intervenção, houve uma reação liderada por um dos
estados mais poderosos da nação, São Paulo. A reação tinha com motivo principal a não convocação de uma
constituinte para a elaboração de uma nova Carta Constitucional (a última era de 1891). O impasse resultou
em guerra e ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932.
Passada a guerra de 1932, finalmente, em 1934, uma Constituição foi elaborada e teve início o
período do Governo Constitucional, que durou até 1937. Nesse espaço de tempo, Vargas teve de enfrentar
outras formas de organização política, sobretudo o comunismo e o integralismo. A chamada Intentona
Comunista, inclusive, foi um dos eventos usados como justificativa para o golpe que foi dado em 1937, por
meio do qual foi instituído o Estado Novo.
Com o Estado Novo, Vargas limitou as liberdades individuais, poder que o exército lhe conferiu em
virtude de sua capacidade administrativa e de sua habilidade de condução populista da massa de
trabalhadores. A criação da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, foi um dos feitos desse período. A
estrutura simbólica da ditadura varguista emulava muitas características
do fascismo italiano e do nazismo alemão. Durante essa fase, Vargas, inclusive, esteve muito próximo a
esses dois. Além disso, do ponto de vista econômico, uma das medidas mais importantes foi o
desenvolvimento das indústrias de base, como a metalurgia, a siderurgia e a extração de petróleo.
MUNDO BIPOLAR E A GUERRA FRIA
A Guerra Fria começa a ser contada com o envio das bombas atômicas às cidades de Hiroshima e
Nagasaki e a consequente rendição japonesa na Segunda Guerra, o mundo parecia finalmente se encaminhar
para um cenário mais pacífico. Em meados de 1945, o conflito fora oficialmente finalizado através da
assinatura de acordos de paz que decretaram o triunfo dos Aliados e, portanto, a derrota das nações fascistas
do Eixo. Muitos foram aqueles que proclamavam, então, a vitória da “democracia” ante o autoritarismo da
“extrema-direita”.
No entanto, nesse mesmo cenário, iniciava-se outro conflito que, embora não declarado, viria a ser
travado nas mais diversas esferas sociais, impactando nos destinos de todos os países do mundo. Liderados
pelas duas grandes potências vitoriosas da 2ª Guerra, esse novo combate colocava em lados opostos dois
regimes político-econômicos antagônicos, o capitalismo e o socialismo, então conduzidos, respectivamente,
por Estados Unidos e União Soviética.
Após uma aliança momentânea no combate ao nazi fascismo, URSS e EUA passavam a se entender
como inimigos. Esta luta, porém, não viria a ser combatida numa guerra convencional. Como as duas
potências dominavam a tecnologia nuclear, o risco da “destruição mútua” limitava as ações militares de
ambos os lados, construindo um cenário marcado por uma espécie de “Equilíbrio pelo Terror”. É justamente
a partir de tais referências que podemos determinar o início da Guerra Fria.
EXPANSÃO CAPITALISTA
Conflito de abrangência internacional, a Guerra Fria serviu como palco de uma intensa e constante
disputa entre as potências envolvidas. Aos Estados Unidos, competia desenvolver estratégias com o intuito
de ampliar a área de influência da economia capitalista. Para tanto, mostrava-se fundamental estabelecer
alianças com o maior número possível de nações. É, neste sentido, que podemos localizar a formação da
“Doutrina Truman” e do “Plano Marshall”.
Baseada nas diretrizes estabelecidas pelo então presidente norte-americano Harry Truman, a
Doutrina Truman previa a intervenção dos EUA em áreas ameaçadas pelo comunismo. Tal ingerência
baseava-se no apoio militar e financeiro a essas regiões. Concomitantemente, o Plano Marshall
fundamentava-se no auxílio econômico aos países europeus destruídos pela Segunda Guerra. Buscava, com
isso, revitalizar a economia de mercado nessas localidades.
Com o mesmo intuito de bloquear a expansão vermelha, foram criadas ainda a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte) e a OEA (Organização dos Estados Americanos). Internamente, o governo
estadunidense realizou uma verdadeira “caça às bruxas”, com a perseguição de “simpatizantes comunistas”
presentes no território norte-americano. Liderado pelo senador Joseph McCarthy, tal “caçada” ficou
conhecida como Macarthismo.
URSS E O MURO DE BERLIM
Do outro lado da “Cortina de Ferro”, as diretrizes socialistas eram estabelecidas, em sua maioria,
pela União Soviética. Já nos primeiros momentos da Guerra Fria, o governo de Joseph Stalin liderou a
criação do “Comecon” (Conselho Econômico de Assistência Mútua), que buscava aumentar a interação
econômica entre as nações socialistas. Buscava-se, assim, fragilizar o mercado capitalista, notadamente no
Leste Europeu.
A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA
Imagem: Reprodução
O contexto do processo de descolonização da Ásia se dá quase que simultaneamente ao da Segunda
Guerra Mundial, um dos maiores conflitos armados da história. Ao fim da Segunda Guerra, quando se inicia
a Guerra Fria, o capitalismo, encabeçado pelos Estados Unidos e o socialismo, liderado pelos Soviéticos
tinham grandes pretensões de expandir seus domínios e disseminar suas ideologias e doutrinas para outros
territórios. Esses sistemas viram naquele momento uma oportunidade para atingir seus objetivos, e
prestaram apoio a várias colônias que queriam se tornar independentes.
As colônias asiáticas alcançaram sua independência em datas próximas, formando quase que uma
onda de libertação no continente asiático e quebrando o longo domínio europeu sobre seus territórios,
defendendo seus interesses e suas crenças.
Resumo sobre a descolonização da Ásia
A China deu início à revolução socialista em seu território, impedindo assim que forças inglesas,
alemãs e japonesas continuassem a comandar a região.
As Filipinas tornam-se independentes em 12 de junho de 1946 tendo sua República proclamada por
Manoel Roxas.
O Irã consegue a retirada das tropas do exército soviético em 15 de junho de 1947 tornando-se assim
independente.
O Paquistão e a Índia põem fim ao domínio britânico em seu território em 15 de agosto também de
1947.
Siri Lanka (antigo Ceilão) e Brimânia tornam-se independentes em 4 de janeiro de 1948.
O Camboja torna-se independente no ano de 1954, sendo já autônomo dentro da União Francesa
desde o ano de 1946. Insatisfeitos com a declaração do príncipe NorodonSihanuk, que declara-se neutro, a
extrema direita das forças armadas lançam um golpe de Estado e derrubam o príncipe em 13 de março de
1970, comandado pelo general LonNol que permite a entrada de tropas americanas no país com a finalidade
de combater o temido Khmer Vermelho, movimento de extrema que agia na clandestinidade.
O subcontinente da Índia era a parte central do império britânico no século XX, cujos territórios
formam hoje Paquistão e Bangladesh. Sua independência iniciou-se de sob o comando do advogado hindu
Mohandas Gandhi, que posteriormente passaria a ser conhecido como Mahatma (que significa “grande
alma”) Gandhi. Ele pregava resistência de forma pacífica e reformas socioeconômicas que dariam melhores
condições de vida aos 60 milhões de pessoas que tinham posição contra ao monopólio britânico.
No ano de 1947 Índia e Paquistão, lideradas por JauaharlalNehru e Liaqat Ali Cã (como primeiro
ministro) respectivamente tornam-se independentes, contudo, o alto custo dos conflitos entre hindus e
mulçumanos continuam a causar vítimas e os estados de Jammu e Cachemira, mesmo o cessar fogo
decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas) não dá resultado. Assim no ano de 1957 a Índia tem
anexado ao seu território sua parte ocupada do estado da Cachemira, contrariando a Assembleia Geral.
Apesar das dificuldades o continente asiático conseguiu se sobrepor a dominação Européia e fazer-se
independente, com apoio de capitalistas e socialistas, várias colônias se libertaram e puderam seguir com
suas próprias culturas e sistemas de sociedade.
A DITADURA NA AMÉRICA
O processo de independência das nações latino-americanas, ao longo do século XIX, deu origem a
uma série de Estados independentes em sua maioria influenciados pelo ideário iluminista. No entanto, a
obtenção dessa soberania política não foi capaz de dar fim à dependência econômica que submetia tais
países aos interesses das grandes potências econômicas da época. Ao mesmo tempo, a consolidação da
democracia ainda era prejudicada pela ação de governos tomados por uma elite conservadora e entreguista.
No século XX, a desigualdade social e a exclusão econômica ainda eram questões que permaneciam
pendentes nas várias nações latino-americanas. Contudo, a ascensão de forças reformistas e nacionalistas
passou a se contrapor à arcaica hegemonia caudilhista das elites. A insistência em manter as classes
populares excluídas do jogo político e, ao mesmo tempo, preservar a economia nacional atrelada aos
interesses dos grandes centros capitalistas começou a sofrer seus primeiros abalos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a instalação da ordem bipolar e o sucesso do processo
revolucionário cubano inspiraram diversos movimentos de transformação política no continente americano.
Em contrapartida, os Estados Unidos – nação que tomava a dianteira do bloco capitalista – preocupava-se
com a deflagração de novas agitações políticas que viessem a abalar a hegemonia política, econômica e
ideológica historicamente reforçada nos combalidos Estados latino-americanos.
Nesse contexto, ao longo das décadas de 1960 e 1970, os diversos movimentos de transformação que
surgiram em nações americanas foram atacados pelo interesse das elites nacionais. Para tanto, buscavam o
respaldo norte-americano para que pudessem dar fim aos movimentos revolucionários que ameaçavam os
interesses da burguesia industrial responsável por liderar essas ações golpistas. Com isso, a ingerência
política dos EUA se tornou agente fundamental nesse terrível capítulo da história americana.
A perseguição política, a tortura e a censura às liberdades individuais foram integralmente
incorporadas a esses governos autoritários que se estabeleceram pelo uso da força. Dessa forma, os clamores
por justiça social que ganhavam espaço no continente foram brutalmente abafados nessa nova conjuntura.
Ainda hoje, as desigualdades sociais, o atraso econômico e a corrupção política integram a realidade de
muitos desses países que sofreram com a ditadura.
A DITADURA NO BRASIL
Ditadura Militar no Brasil - 1964 – 1985.
O Regime militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país. Essa época
ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos Institucionais que colocavam em
prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e
a repressão àqueles que eram contrários ao regime militar.
A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando
no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco.
Este golpe de estado, caracterizado por personagens afinados como uma revolução instituiu no país uma
ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o
golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.
Golpe Militar de 1964
O Golpe Militar de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e
que culminaram em um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do
presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito vice-
presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o
mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular mandatos legislativos,
interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar
compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a
probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.
Durante o regime militar, ocorreu um fortalecimento do poder central, sobretudo do poder Executivo,
caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos
outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a
controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso
Nacional.
A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos,
agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram
interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela
censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes transformações na economia do
Brasil,de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital
estrangeiro e do endividamento externo.
Governo Castello Branco (1964-1967)
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em 15
de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém ao começar seu governo,
assume uma posição autoritária.
Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos políticos. Vários
parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos
e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar.
Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estavam autorizados o funcionamento de dois
partidos: Movimento Democrático Brasileiro ( MDB ) e a Aliança Renovadora Nacional ( ARENA ).
Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares.
O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada neste
mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.
A DEMOCRACIA NO BRASIL
A história da democracia no Brasil é conturbada e difícil. Vencida a Monarquia semi-autocrática e
escravista, e após a fase democratizante mas turbulenta da República da Espada de 1889-1894, a República
Velha conhece relativa estabilidade. É, porém, a estabilidade oligárquica dos coronéis e eleições a bico de
pena, que após 22 entra em crise. Com frequência sofre o trauma dos estados de sitio, ante movimentos
armados contestatórios ou disputas intra-oligárquicas que fogem ao controle, para não falar da repressão a
movimentos populares.
• A Revolução de 30 não efetiva sua plataforma de liberalização e moralização política. Vargas fica
15 anos à frente do Executivo, sem eleição. A ordem constitucional tardiamente instaurada com a
Assembleia de 34 dura apenas 3 anos. Segue-se em 37-45 a ditadura do Estado Novo, com Parlamento
fechado, partidos banidos, uma Constituição outorgada e ainda assim desobedecida, censura, cárceres
cheios, tortura.
• A democratização de 45 sofre o impulso externo da derrota do nazismo. Internamente não enfrenta
maior resistência, até porque o antigo ditador adere a ela, decreta a anistia, convoca eleições gerais, legaliza
os partidos. A seguir, o golpe de 29/10/45 e o empenho conservador do gen. Dutra impõem-lhe limites. O
regime instituído pela Constituinte de 46 é uma democracia formal. As elites governantes da ditadura estado
novista reciclam-se, aglutinam-se no PSD e conservam sua hegemonia. O gov. Dutra é autoritário: intervém
em sindicatos, devolve o PC à ilegalidade, atira a policia contra manifestações.
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• A instabilidade é a outra marca da democracia pós-45
Após o golpe militar de 29/10/45, vêm os ensaios de ago/54, nov/55, ago./61 e outros menores. A
UDN contesta as posses de Getúlio, JK e Goulart com apelos à intervenção das Forças Armadas.
Confirmasse a imagem, criada na Constituinte pelo udenista João Mangabeira, que compara a democracia a
"uma planta tenra, que exige todo cuidado para medrar e crescer".
• O golpe de 64 trunca a fase democrática ao derrubar pela torça o pres. Goulart. Pela 1a vez no
Brasil, as Forças Armadas não se limitam a uma intervenção pontual; assumem o poder político enquanto
instituição, dando início a 2 décadas de ditadura.
• A ditadura militar de 64-85 é a mais longa e tenebrosa fase de privação das liberdades e direitos em
um século de República. Caracteriza-se pelo monopólio do Executivo pêlos generais, o arbítrio, a sujeição
do Legislativo e do Judiciário, as cassações, a censura, a repressão militar-policial, a prisão, tortura,
assassinato e "desaparecimento" de opositores. Sua 1a fase, até 68, conserva resquícios de ordem
constitucional e impõe certos limites à ação repressiva; a 2a, de 68-78, à sombra do Al-5, leva ao extremo o
arbítrio e a repressão; a 3a, crepuscular, é de paulatino recuo, sob os golpes de uma oposição que passa da
resistência à contraofensiva.
• A consciência democrática surgida na resistência à ditadura introduz um elemento novo na vida
política. Pela 1a vez transborda de setores urbanos minoritários para as grandes massas, enraíza-se nos
movimentos de trabalhadores das cidades e do campo, estudantes, moradores, intelectuais e artistas, ação
pastoral da Igreja, órgãos de imprensa e outras áreas de uma sociedade civil que se organiza. Cria um
vinculo em grande parte inédito entre direitos políticos e direitos econômico-sociais, um patamar novo de
cidadania, mais abrangente e exigente. Sua expressão mais visível é a Campanha das Diretas-84. Depois
dela, a ditadura negocia apenas as condições e prazos do seu desaparecimento.
• A democratização de 85 é conduzida pelos moderados do PMDB e a dissidência do oficialismo que
forma o PFL. Após a derrota da Campanha das Diretas, adota a via de vencer o regime dentro do Colégio
Eleitoral que ele próprio criou. Negociada com expoentes do Sistema de 64, traz o selo da conciliação, típico
das elites brasileiras desde 1822. Mas traz também a marca da ebulição político-social de massas que na
mesma época rompe os diques erguidos desde 64. O resultado, expresso na Constituição de 88, é uma
democracia mais ousada e socialmente incisiva, se comparada à de 45, embora sua regulamentação e
aplicação permaneçam sempre aquém do texto constitucional.
•O impeachment de Collor põe à prova as instituições da Nova República. Estas passam no teste sem
quebra da ordem constitucional democrática, graças a intensa mobilização da opinião pública e a despeito do
apego do presidente a seu cargo. Porém a emenda constitucional que institui a reeleição (28/1/97) e várias
outras cogitadas pelo bloco de apoio ao gov. FHC (volta do voto distrital, fidelidade obrigatória, restrições à
liberdade partidária) indicam que o regime político está longe de estabilizar-se.
• O sistema de governo, presidencial ou parlamentarista. é submetido a plebiscito em 21/4/93, por
determinação da Carta de 88. Embora as elites se apresentem às urnas divididas, o eleitorado reafirma o
presidencialismo em todos os estados e por expressiva maioria (mais de 2/3). motivado em especial pela
defesa da eleição direta para presidente.
•O Brasil pós-30, visto em perspectiva, alterna longos períodos de ditadura e instabilidade e
momentos, bem mais curtos e não menos conturbados, de certo revigoramento democrático (30-35, jan-
out/45, 56-64). Em 7 décadas. apenas um presidente (Juscelino) consegue a proeza de eleger-se pelo voto,
cumprir o mandato e empossar um sucessor também eleito, A democratização pós-85 ainda é apenas uma
promessa de superação desse ciclo histórico.
• As Forças Armadas intervêm pela violência na vida política da República, com frequência e
desenvoltura crescentes, até estabelecerem seu monopólio sobre o poder com o regime de 64.0 jacobinismo
republicano florianista desdobra-se no tenentismo dos anos 20 e desagua na Revolução de 30, já cindido em
2 vertentes opostas. Uma, nacionalista e com sua ala esquerda, engaja-se na campanha do Petróleo é Nosso,
garante a posse de JK em 55 e Goulart em 61, forma o dispositivo militar do gov. Jango. Outra cria estreito
vinculo com os EUA após a Campanha da Itália, assume a ideologia da Guerra Fria, empenha-se nos
pronunciamentos militares de 45-61, protagoniza a conspiração anti-Jango e o golpe de 64. Entre outras
coisas, 64 representa um ajuste de contas entre as 2 tendências, com a derrota estratégica embora não
definitiva da 1a.
• O regime militar degrada seriamente a imagem das Forças Armadas. Afora o desgaste inerente ao
exercício de uma função alheia à sua natureza, o estamento militar arca com os revezes econômicosociais e,
sobretudo, com o ónus da repressão, das torturas e assassinatos. Embora a maioria dos oficiais e praças não
se envolva diretamente na ação repressiva, toda a corporação acaba afetada pela conduta dos órgãos de
segurança e seu comando, que se confundem com ó regime.
• A volta aos quartéis inicia longa e muda purgação. Porta-vozes militares opinam durante a
Constituinte sobre o papel das Forças Armadas; mais tarde propõem o esquecimento do passado repressivo
nos anos de chumbo; mas em geral silenciam, mesmo no delicado episódio do impeachment. Entretanto, o
fim da Guerra Fria e a globalização sob a égide dos EUA reabrem o debate sobre Forças Armadas e
soberania nacional em países como o Brasil, ao proporem, por exemplo, a internacionalização do combate
ao narcotráfico, da preservação ambiental e em especial da Amazónia. Os militares brasileiros enfrentam, ao
lado do peso do passado, do corte de verbas e da rebaixa dos soldos, o desafio de formular um pensamento
estratégico pós-Guerra Fria.
• Uma humilhante derrota macula os 1" passos do parlamento brasileiro: a 12/11/1823 d. Pedro l
dissolve pela força a 1a Assembleia Constituinte aberta 6 meses antes; o dep. António Carlos de Andrada, ao
deixar o prédio cercado pela tropa, tira o chapéu com ironia para "Sua majestade, o canhão". Cria-se ai um
padrão: a submissão do legislador ao canhão.
• O parlamento é débil desde o Império, onde o monarca nomeia os senadores e dissolve a Câmara
quando lhe convém. Vinda a República, o pres. Deodoro decreta em 3/11/1891 o fechamento do Congresso,
não efetivado porque o governo cai em seguida. A República Velha mantém o legislativo aberto, mas
degrada-o com as degolas que manipulam sua composição. Após a Revolução de 30 o Brasil fica 3 anos sem
Congresso [3.2], volta a tê-lo por outros 4 e passa mais 8 sem ele. A República de 45 em certa medida
fortalece o legislativo. Mas o regime de 64 submete-o aos piores vexames, do simulacro de eleição de
Castelo ao Pacote de Abril, passando pelo Al-5.
• Os partidos políticos refletem essa debilidade, a vida democrática precária, intermitente ou
inexistente, e certo pragmatismo da elite governante, avesso a engajamentos ideológicos ou programáticos.
O sistema partidário brasileiro é frágil e instável inclusive em confronto com outros países latino-
americanos.
•Os 1° partidos assim chamados, das vésperas do Grito do Ipiranga ao início das Regências, não são
organizações. nem sequer agremiações, mas correntes de pensamento, fluidas e imprecisas. Só no debate do
Ato Adicional de 1834 formam-se o Partido Liberal e o Conservador, a 1a geração de partidos propriamente
ditos.
•A República varre com as agremiações da Monarquia e produz a 2a geração partidária. Sua
característica é a fragmentação em legendas estaduais, acompanhando o federalismo centrífugo da época.
Predominam os Partidos Republicanos, alguns formados antes de 1889 (o de SP é de 1873), todos (exceto,
em parte, o do RS) com precária nitidez programática e estruturas fluidas, descentralizadas, assemelhadas a
confederações de coronéis.
• O Partido Comunista foge a esta e outras regras. Fundado em 22. como seção da 3a Internacional,
com bases no movimento operário, tem caráter nacional e perfil programático e ideológico incisivo
(revolucionário, marxista). Mesmo proibido, clandestino, perseguido, às vezes selvagemente (35-42, 64-79).
mesmo assim atravessa as sucessivas gerações partidárias da República.
• Os revolucionários de 30 não conseguem estruturar um partido próprio, permanecendo no estágio
mais rudimentar dos clubes (Legião Revolucionária, Clube 3 de Outubro). As siglas criadas em 31-37
chegam a centenas, mais uma vez com abrangência estadual (a Ação Integralista é a exceção mais notável).
O golpe do Estado Novo dissolve a todas, sem maior resistência, e assume o discurso de que os partidos são
uma ameaça à unidade nacional.
•A democratização de 45 introduz novidades. Os partidos da 4a geração ]têm, na maioria, caráter
nacional, um mínimo de consistência programática e identidade própria. No entanto, as tensões políticas que
se agravam levam ao seu esgarçamento, acelerado nos anos 60. As principais legendas se dividem em
questões decisivas, cristalizando alas que atuam e votam à revelia das deliberações partidárias. A vida
política e polarizada por coligações e frentes informais, que não coincidem com as siglas existentes, que
João Mangabeira considera "mais partidas e partilhas do que propriamente partidos". Uma reestruturação de
vulto parece iminente quando sobrevêm o golpe de 64, preparado e desfechado à margem dos partidos; no
ano seguinte, o Al-2 encerra a experiência pluripartidária.
•O bipartidarismo imposto pelo Al-2 (27/10/65) realiza um antigo sonho conservador ao unificar na
Arena o PSD e a UDN, sob a batuta do regime militar e com a tarefa de dar-lhe sustentação politico-
parlamentar e eleitoral. No PMDB ficam os que se opuseram ao golpe, depurados pelas cassações. Seus
defensores invocam o modelo dos EUA, e/ou a instabilidade derivada de um número excessivo (13) de
siglas. Mas a experiência bipartidária acaba voltando-se contra seus autores, tendendo progressivamente a
transformar cada eleição em um julgamento plebiscitário do regime de 64. A Arena, criada para ser governo,
reflui, enquanto avança o MDB, a começar pelos grandes centros urbanos. Antes de confrontar-se com uma
derrota eleitoral decisiva que parece inelutável, o regime muda novamente as regras do jogo: encerra a 5a
geração partidária, impõe a extinção compulsória da Arena e do MDB e a volta do pluripartidarismo.
• O quadro partidário atual forma-se a partir da reforma de 22/11/79, em um quadro deacesso dos
movimentos político-sociais de massas, fim do Al-5, anistia e retorno de certas franquias democráticas; o
regime militar resiste, mas já em seu crepúsculo. Nesta 6a geração o corte não é tão abrupto: o PMDB é em
essência continuação do MDB; o PDS-PPR-PPB dá sequência à Arena: o PDT recupera em parte a herança,
o perfil e os quadros do PTB pré-65. O novo leque partidário sobrevive à democratização de 85, mas sofre
deslocamentos de vulto: o PMDB, após as dissidências originadas pela reforma de 79. sofre em 88 outro
cisma, que dá origem ao PSDB; o PSD divide-se na crise de 84, quando surge o PFL; em 85 o n° de siglas
sobe bruscamente, para mais de 40, mas em geral sem maior expressão: os comunistas alcançam afinal uma
legalidade relativamente estável; em 97 o PT, PDT e PCdoB formalizam na Câmara um bloco oposicionista.
•As gerações partidárias brasileiras, em resumo, são; a fase preliminar dos partidos inorgânicos,
somando 14 anos (1820-1834); a 1a geração, do Império, com 55 anos (1834-1889); a 2a, da República
Velha, 41 anos (1889-1930); a 3a, pós-30, 7 anos (30-37); superado o interregno estadonovista, vem a 4a
geração, com 20 anos (45-65); a 5a.pós-AI-2, dura 14 anos (65-79); e há a 6a, a partir da reforma de 79,
ainda em curso.
•O Congresso dos anos 90 funciona sem interrupções desde 15/4/77, um recorde não atingido desde
30. Forma o núcleo do Colégio Eleitoral que encerra em 15/1/85 o ciclo de 64. Atendendo a forte pressão da
opinião pública, decide o impeachment de Collor (29/9-30/12/92). Entretanto, vive problemas estruturais e
de imagem que permitem falar em uma crise do Legislativo.
•A distorção nas bancadas estaduais na Câmara, acentuada pela ditadura e mantida pela Constituinte,
dá ao eleitor de RR peso 18 vezes superior ao do de SP. Os estados menores são super-representados em
detrimento dos maiores, também os mais urbanizados, com sociedade civil mais organizada e reivindicativa:
SP conta 70 deps. federais (o teto permitido) quando a proporcionalidade indicaria uma bancada de 110.
•A relação com o Executivo, vencida a coação ditatorial. não evolui para a independência e
harmonia, O Executivo, na falta dos Decretos-Leis aprovados por decurso de prazo sob a ditadura, substitui-
os pelas medidas provisórias, editadas e reeditadas com crescente semcerimônia pelos presidentes da Nova
República. Estes garantem maiorias parlamentares governistas em um balcão de negócios que vai do
fisiologismo aético ao suborno ilegal; a gestão Sarney vale-se da outorga de 1.091 concessões de rádio e TV;
em 16/4/97 vem à luz a denúncia, abafada mas não desmentida, da compra de votos de deputados do AC
para votarem a emenda constitucional que permite a reeleição de FHC. A imagem do parlamento e dos
parlamentares (malgrado as exceções) se degrada, associada à inoperância, oportunismo e corrupção, mas o
descrédito, paradoxalmente, apenas reforça o status-quo.
A NOVA ORDEM MUNDIAL
Nova Ordem Mundial – ou Nova Ordem Geopolítica Mundial – significa o plano geopolítico
internacional das correlações de poder e força entre os Estados Nacionais após o final da Guerra Fria.
Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o esfacelamento da União Soviética, em 1991, o
mundo se viu diante de uma nova configuração política. A soberania dos Estados Unidos e do capitalismo se
estendeu por praticamente todo o mundo e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se
consolidou como o maior e mais poderoso tratado militar internacional. O planeta, que antes se encontrava
na denominada “Ordem Bipolar” da Guerra Fria, passou a buscar um novo termo para designar o novo plano
político.
A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a uni polaridade,
uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos diante da impossibilidade de
qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse quesito.
A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o poderio
militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a potencialidade global de um
Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano, novas frentes emergiram para rivalizar com os
EUA, a saber: o Japão e a União Europeia, em um primeiro momento, e a China em um segundo momento,
sobretudo a partir do final da década de 2000.
Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a uni multipolaridade. Tal expressão é
utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a supremacia militar e
política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de poder econômico.
Mudanças na hierarquia internacional
Outra mudança acarretada pela emergência da Nova Ordem Mundial foi a necessidade da
reclassificação da hierarquia entre os Estados nacionais. Antigamente, costumava-se classificar os países em
1º mundo (países capitalistas desenvolvidos), 2º mundo (países socialistas desenvolvidos) e 3º mundo
(países subdesenvolvidos e emergentes). Com o fim do segundo mundo, uma nova divisão foi elaborada.
A partir de então, divide-se o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul
(subdesenvolvidos), estabelecendo uma linha imaginária que não obedece inteiramente à divisão norte-sul
cartográfica, conforme podemos observar na figura abaixo.
Mapa com a divisão norte-sul e a área de influência dos principais centros de poder
É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à divisão
estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados para essa divisão são
econômicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do hemisfério norte (como os Estados do
Oriente Médio, a Índia, o México e a China) encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do
hemisfério sul (como Austrália e Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas,
encontram-se nos países do Norte.
No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais atores
econômicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode se estender para além
da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas vezes, atua nas mais diversas áreas do
mundo, com destaque para algumas regiões do Oriente Médio.
A “Guerra ao terror”
Como vimos, após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos se viram isolados na supremacia bélica
do mundo. Apesar de a Rússia ter herdado a maior parte do arsenal nuclear da União Soviética, o país
mergulhou em uma profunda crise ao longo dos anos 1990 e início dos anos 2000, o que não permitiu que o
país mantivesse a conservação de seu arsenal, pois isso custa muito dinheiro.
Em face disso, os Estados Unidos precisavam de um novo inimigo para justificar os seus estrondosos
investimentos em armamentos e tecnologia bélica. Em 2001, entretanto, um novo inimigo surgiu com os
atentados de 11 de Setembro, atribuídos à organização terrorista Al-Qaeda.
A tragédia de 11 de Setembro vitimou centenas de pessoas, mas motivou os EUA a gastarem ainda
mais com armas. ¹
A tragédia de 11 de Setembro vitimou centenas de pessoas, mas motivou os EUA a gastarem ainda
mais com armas. ¹
Com isso, sob o comando do então presidente George W. Bush, os Estados Unidos iniciaram uma
frenética Guerra ao Terror, em que foram gastos centenas de bilhões de dólares. Primeiramente os gastos se
direcionaram à invasão do Afeganistão, em 2001, sob a alegação de que o regime Talibã que governava o
país daria suporte para a Al-Qaeda. Em segundo, com a perseguição dos líderes dessa organização terrorista,
com destaque para Osama Bin Laden, que foi encontrado e morto em maio de 2011, no Paquistão.
O que se pode observar é que não existe, ao menos por enquanto, nenhuma nação que se atreva a
estabelecer uma guerra contra o poderio norte-americano. O “inimigo” agora é muito mais difícil de
combater, uma vez que armas de destruição em massa não podem ser utilizadas, pois são grupos que atacam
e se escondem em meio à população civil de inúmeros países.
O FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA
A queda do governo de Stálin trouxe à tona uma série de transformações que abriu portas para o fim
da centralização política promovida pelo stalinismo. No governo de Nikita Kruchev, várias das práticas
corruptas e criminosas do regime stalinista foram denunciadas. Depois de seu governo, Leonid Brjnev
firmou-se frente a URSS de 1964 a 1982. Depois desse período, Andropov e Constantin Tchernenko
assumiram o governo russo.
Nesse período, os problemas gerados pela burocratização do governo soviético foram piorando a
situação social, política e econômica do país. O fechamento do país para as nações não-socialistas forçou a
União Soviética a sofrer um processo de atraso econômico que deixou a indústria soviética em situação de
atraso. Além disso, os gastos gerados pela corrida armamentista da Guerra Fria impediam que a União
Soviética fosse capaz de fazer frente às potências capitalistas.
A população que tinha acesso ao ensino superior acabou percebendo que o projeto socialista
começava a ruir. As promessas de prosperidade e igualdade, propagandeadas pelos veículos de comunicação
estatais, fazia contraste com os privilégios a uma classe que vivia à custa da riqueza controlada pelo
governo. Esse grupo privilegiado, chamado de nomenclatura, defendia a manutenção do sistema
unipartidário e a centralização dos poderes políticos.
No ano de 1985, o estadista Mikhail Gorbatchev assumiu o controle do Partido Comunista Soviético
com idéias inovadoras. Entre suas maiores metas governamentais, Gorbatchev empreendeu duas medidas: a
perestroika ( reestruturação) e a glasnost (transparência). A primeira visava modernizar a economia russa
com a adoção de medidas que diminuía a participação do Estado na economia. A glasnost tinha como
objetivo abrandar o poder de intromissão do governo nas questões civis.
Em esfera internacional, a União Soviética buscou dar sinais para o fim da Guerra Fria. As tropas
russas que ocupavam o Afeganistão se retiraram do país e novos acordos econômicos foram firmados junto
aos Estados Unidos. Logo em seguida, as autoridades soviéticas pediram auxílio para que outras nações
capitalistas fornecessem apoio financeiro para que a nação soviética superasse suas dificuldades internas.
A ação renovadora de Mikhail Gorbatchev criou uma cisão política no interior da União Soviética.
Alas ligadas à burocracia estatal e militar faziam forte oposição à abertura política e econômica do Estado
soviético. Em contrapartida, um grupo de liberais liderados por Boris Ieltsin defendia o aprofundamento das
mudanças com a promoção da economia de mercado e a privatização do setor industrial russo. Em agosto de
1991, um grupo de militares tentou dar um golpe político sitiando com tanques a cidade de Moscou.
O insucesso do golpe militar abriu portas para que os liberais tomassem o poder. No dia 29 de agosto
de 1991, o Partido Comunista Soviético foi colocado na ilegalidade. Temendo maiores agitações políticas na
Rússia, as nações que compunham a União Soviética começaram a exigir a autonomia política de seus
territórios. Letônia, Estônia e Lituânia foram os primeiros países a declararem sua independência. No final
daquele mesmo ano, a União Soviética somente contava com a integração do Cazaquistão e do
Turcomenistão.
No ano de 1992, o governo foi passado para as mãos de Boris Ieltsin. Mesmo implementando
diversas medidas modernizantes, o governo Ieltsin foi marcado por crises inflacionárias que colocavam o
futuro da Rússia em questão. No ano de 1998, a crise econômica russa atingiu patamares alarmantes. Sem
condições de governar o governo, doente e sofrendo com o alcoolismo, Boris Ieltsin renunciou ao governo.
Somente a partir de 1999, com a valorização do petróleo no governo de Vladimir Putin, a Rússia deu sinais
de recuperação.
O PODERIO DOS ESTADOS UNIDOS
As duas guerras contra o Iraque, conduzidas pelos Estados Unidos, demonstram sua força na nova
ordem mundial.
Com o fim da União Soviética, os Estados Unidos se converteram na única super potência do
planeta. O domínio norte-americano baseia-se em sua força econômica, militar, cultural e científico-
tecnológica.
Poderio econômico: O dólar é a moeda-padrão nas transações comerciais. As empresas
transnacionais norte-americanas lideram boa parte do comércio mundial. O Produto Internacional Bruto
(PIB) do país, de 13,8 trilhões de dólares (2007), é maior que o da França, o do Japão e o da
Alemanhasomados.
Poderio militar: Os Estados Unidos são donos de um exército poderoso e do maior artesanal nuclear
e espacial do mundo. O orçamento militar norte-americano para o ano de 2007, de 600 bilhões de dólares, é
um exemplo da força bélica desse país.
Poderio cultural e científico-tecnológico: O inglês é a língua internacional, e os filmes de Hollywood
fazem sucesso em quase todo o mundo. Outra fonte de poder dos Estados Unidos são a engenharia e a
ciência. Apesar da crise econômica, suas universidades seguem liderando grandes inovações tecnológicas.
A força norte-americana ficou evidente em 2008. A quebra de instituições bancárias importantes nos
Estados Unidos provocou quedas generalizadas nas bolsas de todo o mundo e uma crise econômica global.
AS GUERRAS CONTRA O IRAQUE
O primeiro conflito entre Estados Unidos e Iraque aconteceu em 1991, durante o governo de George
Bush, o pai. As tropas iraquianas, lideradas pelo ditador Saddam Hussein, invadiram o vizinho Kuwait. Uma
coligação de trinta países, liderada pelos Estados Unidos e apoiada pela ONU, atacou o Iraque e forçou
Saddam Hussein a retirar as tropas do Kuwait.
O segundo conflito começou em 2003. O governo de George W. Bush acusava o Iraque de participar
dos atentados contra o World Trade Center, em 2001, e de possuir armas químicas de destruição em massa.
Representantes da ONU inspecionaram os depósitos de armas iraquianos e nada encontraram, condenando o
ataque. Mesmo assim, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha atacaram o país e depuseram Saddan Hussein.
Em 2009, as tropas norte-americanas ainda ocupavam o Iraque. O novo governo, constituído por uma
coalizão xiita, encontrava forte oposição dos sunitas (grupo ao qual pertencia Saddan Hussein). As várias
manifestações populares, nos Estados Unidos e em todo mundo, que pediam a saída das tropas norte-
americanas, e os frequentes ataques terroristas contra soldados norte-americanos e seus aliados no governo
do Iraque foram fatores decisivos no desgaste do governo de George W. Bush e na eleição do democrata
Barack Obama.
A GLOBALIZAÇÃO
A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura
do sistema capitalista e sua consolidação no mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração
entre as diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada pelos sistemas de
comunicação e transporte.
Mas o que é globalização exatamente?
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em
Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma
tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade
das relações sócio espaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do
globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou
acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato
de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é cada
vez maior ao longo do tempo.
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes do planeta até
existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser
considerada menos eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas
próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada dia mais globalizado.
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo avanço e
consolidação da globalização atual, propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que tornou comum
a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão
próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio técnico-informacional
tornou o planeta metaforicamente menor.
A origem da Globalização
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo em si só
veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e
o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização tenha se iniciado a
partir da expansão marítimo-comercial europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no
qual o sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo
incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções
industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução
Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que ainda se encontra em fase
de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de
informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior
evolução nos meios de transporte.
Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-se há cerca de cinco
séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos
50 anos, a partir da segunda metade do século XX em diante.
Características da globalização / aspectos positivos e negativos
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos campos que
sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde
e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados
Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as
sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.
Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora
existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o
principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em
que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a
questão às contradições do capitalismo.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os
diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos
obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia
em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior influência sobre as regiões
economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços proporcionados pela evolução
dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para
uma doença grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social e
econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da globalização é a
maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos outros fatores.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização depende da
abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo,
portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para a
sociedade e para o planeta.
Efeitos da Globalização
Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no
mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em
redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais
especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e pelos
fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de
transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente,
expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado consumidor,
de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e
matérias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberaram no avanço
da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos
blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à
globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental
no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar ações
conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação
do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração mundial, o
sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas econômicas
nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia.
A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e características. Sua
manifestação não pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender da região
onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e características. Podemos dizer, assim, que o mundo vive
uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.
EXERCÍCIOS
28-Em que ano Vargas tomou o Poder no Brasil?
29-Qual o Período do Governo de Vargas conhecido como Provisório?
30- Qual o período de Vargas conhecido como Constitucional?
31- Em que ano Vargas instituiu a Ditadura do Estado Novo?
32- A CLT, foi instituída por qual governo no Brasil?
33-O que foi a Guerra Fria ou Mundo Bipolar?
34-Qual o Período da Ditadura Militar Brasileira?
35- Como os Militares tomaram o Poder em 1964?
36- Quais os dois Partidos políticos que permaneceram durante a Ditadura Militar no Brasil?
37- Durante a Ditadura Militar foram instituídos vários Ais, o que eram e qual o mais violento?
38- Durante a Guerra Fria o Mundo era Bipolar, e hoje como estão as forças no mundo?
39-O que é Globalização?
CONFLITOS NO MUNDO ATUAL
Se o século XX deu origem à era da guerra total, como afirmou o historiador inglês Eric Hobsbawm,
o século XXI inaugura a era da insegurança e da eminência mundial de uma nova onda de guerras. Esse
receio diante da possibilidade de novos conflitos tem início com a simbólica data de 11 de Setembro de
2001, com o atentado terrorista de Osama Bin laden às torres gêmeas do World Trade Center. Dessa forma,
o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade
na defesa da paz mundial.
As relações entre os Estados tornaram-se mais complexas a partir do atentado nos Estados Unidos, e
a tensão militar adquiriu força nos últimos anos. Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por
exemplo, na política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de seguranças investe pesado na produção
de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será exclusivamente utilizada para fins
pacíficos. Todavia, existe uma insegurança entre vários países, principalmente do Ocidente, de que essa
narrativa iraniana seja coberta de interesses para uma suposta guerra nuclear.
Nessa era da insegurança, destaca-se recentemente o atentado à capital da Noruega, Oslo, realizado
por um empresário nacionalista que motivado por ideologias xenofóbicas causou a morte de pelo menos 76
pessoas. Anders Behring Breivik, autor dessa violência, adotou um discurso fundamentalista em seu
julgamento, apoiando-se em ideias que vão contra a diversidade cultural e religiosa em seu país,
principalmente em relação aos cidadãos muçulmanos.
Outras tensões vêm acontecendo na atualidade, como os conflitos entre os países árabes que
representam historicamente as divergências políticas e religiosas. A divisão do mundo islâmico em duas
perspectivas – sunitas e xiitas – pode ser entendida como uma dessas divergências que contribui para o
distanciamento entre governo e população. Um exemplo dessas diferenças de cunho religioso são as
manifestações na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, que, sendo ele um membro xiita, realiza
perseguições contra os muçulmanos sunitas.
Conflitos civis no Norte da África também ganharam força nos últimos anos. A história nos mostra
que grande parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das práticas
coloniais que impediram o crescimento da região. O resultado dessa herança colonial é caótico para a
população civil que, através de reivindicações, tenta suprimir a ausência de liberdade e democracia, como a
resistência civil na Líbia, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, no poder desde 1969.
Portanto, para compreender mais sobre os conflitos e tensões ocorridos no mundo atual, acompanhe
os textos destacados por esta seção e obtenha informações necessárias para uma análise criteriosa dessas
complexas relações políticas.
BLOCOS ECONÔMICOS
Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos.
Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou
isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais.
Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico aumenta e gera
crescimento econômico para os países. Geralmente estes blocos são formados por países vizinhos ou que
possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio
entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um bloco econômico é viver
isolado do mundo comercial.
Veremos abaixo uma relação dos principais blocos econômicos da atualidade e suas características.
UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia ( UE ) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de Maastricht. Este
bloco é formado pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca,
Romênia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e bancário
comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da União Europeia e, portanto, podem
circular e estabelecer residência livremente pelos países da União Europeia.
A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de
imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos : Comissão Europeia, Parlamento Europeu e
Conselho de Ministros.
NAFTA
Fazem parte do NAFTA ( Tratado Norte-Americano de Livre Comércio ) os seguintes países:
Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países membros
vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras
comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio,
porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil produtos.
MERCOSUL
O MERCOSUL, (Mercado Comum do Sul) foi oficialmente estabelecido em março de 1991. É
formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela.
Futuramente, estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do
MERCOSUL, é eliminar as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles. Outro
objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo, uma moeda única.
PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES
Outro bloco econômico da América do Sul é formado por: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Foi
criado no ano de 1969 para integrar economicamente os países membros. As relações comerciais entre os
países membros chegam a valores importantes, embora os Estados Unidos sejam o principal parceiro
econômico do bloco.
APEC
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em 1993 na Conferência de
Seattle (Estados Unidos da América). Integram este bloco econômicos os seguintes países: Estados Unidos
da América, Japão, China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul, Hong Kong (região
administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália,
Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções
industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno
funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo.
ASEAN
A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foi criada em 8 de agosto de 1967. É
composta por dez países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei,
Vietnã, Mianmar, Laos, Camboja).
SADC
A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) foi criada em 17 de outubro de
1992 e é formada por 15 países da região sul do continente africano.
MCCA
Criado em 1960, o MCCA (Mercado Comum Centro-Americano) é o bloco econômico da região da
América Central, cujo principal objetivo é a integração econômica entre os países-membros (Nicarágua,
Guatemala, El Salvador, Honduras e Costa Rica).
Aliança do Pacífico
Criado em junho de 2012, este bloco econômico latino-americano é composto por México,
Colômbia, Peru e Chile.
BENELUX
Considerado o embrião da União Europeia, este bloco econômico envolve a Bélgica, Holanda e
Luxemburgo. O BENELUX foi criado em 1958 e entrou em operação em 1 de novembro de 1960.
UEAA
União Euroasiática Bloco de integração política e econômica composto por Rússia, Belarus e
Cazaquistão. Tem como fundamento principal a união aduaneira entre estes três países, estabelecendo a livre
circulação de serviços, produtos e pessoas. O mais novo bloco econômico entrou em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2015.
SITUAÇÃO POLÌTICA, ECONÔMICA E SOCIAL DA AMÉRICA
Apoiado no tema “América Latina: revendo a arte, política e os movimentos sociais”, o professor de
Teoria da Comunicação e Realidade Sociopolítica Brasileira da ECA-USP, Waldenyr Caldas, ministra um
curso no Anexo dos Congressistas, do dia 21 de agosto a 27 de novembro, no Memorial da América Latina.
Ao todo serão 14 aulas, realizadas às terças-feiras, das 19h às 22h. O custo para adesão é de R$200.
O curso é voltado para os estudantes de ciências humanas, políticas e sociais, historiadores,
acadêmicos e a todos que têm interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre a realidade político-
econômica e social da América Latina, tanto no plano interno, quanto internacional. Certificados serão
concedidos aos alunos com presença igual ou superior a 75% da carga horária total (42 horas-aula).
As aulas serão sustentadas pela apresentação de documentários, fotos, filmes, depoimentos de
personagens que fizeram e fazem parte da história recente da América Latina (intelectuais, políticos e
artistas), citação de bibliografia e canções pertinentes ao tema.Devido à crise econômica que assola a União
Europeia e os EUA, está em ascendência uma nova ordem mundial. O Brasil, em companhia dos outros
países que compõem o BRICS (Índia, Rússia, China e África do Sul) aparece como uma potência emergente
nesse novo panorama mundial, como afirma Waldenyr.
“A partir de 94, com a estabilização da moeda, queda da inflação e declínio econômico da Argentina,
o Brasil se fortaleceu muito, assumindo um papel de liderança econômica e política não só na América
Latina, mas mundialmente, devido a uma política internacional muito bem feita. Hoje, a renda per capita é
muito maior do que era há 15 anos e o país está muito menos pobre”, contou o especialista.As inscrições
para o curso podem ser realizadas de segunda a sexta, das 10h às 18h, no Anexo dos Congressistas/CBEAL
– Memorial da América Latina. O curso tem vagas limitadas e depende de um número mínimo de adeptos
para que seja realizado. Caso esse número não seja atingido, o evento pode ser cancelado, sendo a taxa de
adesão (R$200) devolvida integralmente.
BRASIL ATUAL
Quando falamos de Brasil Atual, geralmente nos referimos a temas que dizem respeito aos últimos
trinta anos de nossa história, isto é, desde o fim dos Governo Militares até os dias de hoje. Nesse sentido,
comentaremos temas relativos a esse período, que vai desde a abertura democrática, começada com a Lei de
Anistia (de 1979), até as manifestações populares que ocorreram nos anos de 2013 e 2015.
Nesse arco temporal, diversos temas interpõem-se. O Movimento pelas Diretas Já é um dos
primeiros e mais significativos. Com a abertura política articulada entre civis e militares, entre os anos de
1979 e 1985, a população vislumbrou a possibilidade de voltar a exercer o direito ao voto direto na eleição
de seus representantes. Entretanto, o primeiro presidente civil, após o longo período militar, foi eleito
indiretamente em 1985. Seu nome era Tancredo Neves, que faleceu antes de tomar posse. José Sarney, eleito
vice, assumiu o cargo, exercendo-o até 1989.
O governo Sarney foi um dos mais conturbados da chamada “Nova República”, sobretudo pelos
transtornos econômicos pelos quais o país passou. Todavia, foi durante o governo Sarney que foi reunida a
constituinte para a elaboração da nova Constituição Federal. O processo de elaboração da carta
constitucional foi encabeçado por Ulisses Guimarães, um dos líderes do novo partido herdeiro do MDB, o
PMDB. A versão oficial da Constituição ficou pronta em 1988. Nela havia o restabelecimento da ordem
civil democrática e das liberdades individuais, bem como a garantia das eleições diretas.
Em 1989, as primeiras eleições diretas ocorreram e foi eleito como presidente Fernando Collor de
Melo. Collor também desenvolveu um governo com forte instabilidade econômica, porém permeado
também com grandes escândalos políticos, que desencadearam contra ele um processo de impeachment,
diante do qual preferiu renunciar ao cargo de presidente. O vice de Collor, Itamar Franco, continuou no
poder até o término do mandato, na passagem de 1993 para 1994. Nesse período, um importante dispositivo
financeiro foi criado para resolver o problema das sucessivas crises econômicas: o Plano Real, elaborado e
efetivado por nomes como Gustavo Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Esse último, parlamentar e sociólogo por formação, candidatou-se à presidência, vencendo o pleito e
ocupando esse cargo de 1994 a 1998. Depois, foi reeleito e governou até 2002. Nas eleições de 2002, um
dos partidos que haviam nascido no período da abertura democrática, o PT – Partido dos Trabalhadores,
conseguiu eleger seu candidato: Luís Inácio Lula da Silva, que, a exemplo de Fernando Henrique, governou
o país por oito anos, de 2002 a 2010. De 2010 até o momento presente (2015), a sucessora de Lula, a
também filiada ao PT, Dilma Rousseff, vem governando o país.
PRIMEIRO GOVERNO DE DILMA
A presidente eleita e seu vice-presidente, Michel Temer, foram diplomados pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em solenidade realizada no dia 17 de dezembro de 2010, às 17 horas, na sede do TSE, em
Brasília, com a presença de 250 convidados, entre parentes e políticos. Dilma disse que iria "honrar as
mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar para todos". Os diplomas foram confeccionados na Casa da
Moeda do Brasil.
Este é o teor da diplomação:
Pela vontade do povo brasileiro, expressa nas urnas em 31 de outubro de 2010, a candidata pela
coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Vana Rousseff, foi eleita presidente da República
Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justiça Eleitoral expediu o presente diploma, que a
habilita à investidura do cargo perante o Congresso Nacional no dia 1º de janeiro de 2011, nos termos da
Constituição.
— Texto do diploma conferido a Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral
Ver artigo principal: Posse de Dilma Rousseff em 2011
Dilma Rousseff discursa no Congresso Nacional do Brasil como presidente.
Dilma Rousseff tomou posse como Presidente do Brasil em 1 de janeiro de 2011. O evento - que foi
organizado pela sua equipe de transição, pelos Ministérios das Relações Exteriores e Defesa e pela
Presidência da República - foi aguardado com alguma expectativa, visto que ela se tornou a primeira mulher
a presidir o país. Figuras femininas importantes na história do Brasil foram homenageadas com painéis
espalhados por todo o Eixo Monumental. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, em torno de
30 mil pessoas compareceram ao evento.
Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 1 de janeiro de 2011.
Até 21 de dezembro de 2010, a editora do Senado tinha impresso 1 229 convites para a posse de
Dilma Rousseff.[11] O Congresso Nacional recebeu um total de 2 mil convidados para a cerimônia.
Conforme relatado pela imprensa, entre 14 e 17 chefes de Estado e de governo confirmaram a sua
presença.[12] [13] Entre eles estavam José Sócrates, Juan Manuel Santos, Mauricio Funes, Alan García,
José Mujica, Hugo Chávez, Álvaro Colom, Alpha Condé, Sebastián Piñera, Evo Morales[12] (mas não pôde
comparecer devido a protestos de última hora em seu país) e Boyko Borisov. O Presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, enviou a Secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, para representá-lo. O ex-
primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, também participou da cerimônia.
Além da cerimônia formal, a posse de Dilma Rousseff também contou com apresentações de cinco
cantoras brasileiras: Elba Ramalho, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Mart'nália e Gaby Amarantos. O
Ministério da Cultura organizou a parte cultural do evento, com um orçamento estimado em 1,5 milhão de
reais. Os concertos começaram às 10h00 e terminaram às 2:00 horas, com o início da cerimônia oficial. As
apresentações continuaram entre 6:00-21:00. Rousseff não participou, já que ela realizou uma recepção no
Palácio do Itamaraty para as autoridades estrangeiras que participaram da cerimônia de posse. Cada
autoridade estrangeira teve a oportunidade de falar com ela por 30 segundos.
EXERCÍCIOS
40- Qual o principal Objetivo da criação dos Blocos Econômicos no Mundo?
41-Qual o Bloco Econômico que representa os países Europeus?
42- O Bloco NAFTA representa quais países?
43- Qual o Bloco Econômico que representa os países da América do Sul?
44- Qual o período conhecido como Brasil Atual?
45- Quem foi eleito Presidente e Vice em 2011 e que foram reeleitos em 2014?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFA
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CORTI, ANA PAULA, VIVER, APRENDER, INTERDISCIPLINAR, 1ª EDIÇÃO, EDITORA GLOBAL,
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Educação de jovens e adultos/Neide Aparecida de Almeida. -1ªed. São Paulo: Global, 2013.
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MELHEM, Adas. História. 3º edição. São Paulo: Moderna, 1988.
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MORINA, Lúcia: RIGOLIN, Tércio. Geografia. 1ºEdição. São Paulo: Ática,2002.
NOVO Dicionário Aurélio (Aurélio Buarque de Holanda)
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William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. -7ed. Reformada. -São Paulo: Saraiva 2010