NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ...‡ÃO Á FILOSOFIA E AO FILOSOFAR A. O termo...

28
NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS- CONSTRUÍNDO UM MUNDO NOVO. APOSTILA DE FILOSOFIA ENSINO MÈDIO

Transcript of NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ...‡ÃO Á FILOSOFIA E AO FILOSOFAR A. O termo...

NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS-

CONSTRUÍNDO UM MUNDO NOVO.

APOSTILA DE FILOSOFIA

ENSINO MÈDIO

INTRODUÇÃO Á FILOSOFIA E AO FILOSOFAR

A. O termo “filosofia”

-Etimologia do termo “filosofia”

- O termo “filosofia” é composto de dois termos gregos: “phílos”, que significa amigo do,

saber de, afeiçoado a sabedoria, que gosta de saber, que tem gosto em saber, , etc., e “sophía”, que

significa sabedoria, saber, ciência, conhecimento, etc.

.Assim pois, etimologicamente, o termo filosofia significa: amor à sabedoria, gosto pelo saber,

etc.

Origem do termo “filosofia” O termo “filosofia” nasceu no “círculo socrático”, quer dizer, no círculo de SÓCRATES e dos

discípulos dele, ou talvez antes ainda no “círculo pitagórico”, quer dizer, no círculo de

PITÁGORAS e dos seus discípulos.

Eram chamados de “filósofos” os homens que buscavam a “sabedoria suprema”, quer dizer, “a

sabedoria última e radical da vida e das coisas”, ou seja, o saber que busca a dimensão última e

radical da vida e das coisas.

TRÊS ACEPÇÕES DO TERMO “FILOSOFIA”

Filosofia como forma de vida

- O termo filosofia pode designar, antes de tudo, uma “forma de vida”: é a filosofia entendida

como vida filosófica, como viver filosoficamente; assim entendiam a filosofia- Esta acepção do

termo filosofia ainda ressoa na nossa linguagem quando dizemos que alguém “conduz a sua vida

com muita filosofia”; esta mesma acepção do termo filosofia é recolhida nas acepções do termo

“filósofo” no Dicionário AURÉLIO:

Filósofo é “aquele que procede sempre com sabedoria e reflexão, que segue uma filosofia de

vida”.

Filósofo é “aquele que vive tranqüilo e indiferente aos preconceitos e convenções sociais”.

-Filosofia como doutrina sobre a vida O termo filosofia pode designar também uma “doutrina sobre a vida”: é a filosofia entendida,

sobretudo, como resposta ao problema do sentido da vida e da existência humana.

É aquilo que no fim do século XIX e começo do século XX chamou-se de “filosofia da vida”

(Lebensphilosophie); o mesmo DILTHEY não é alheio a esta idéia da filosofia.

Filosofia como saber acerca das coisas O termo filosofia poder designar, finalmente, um “saber acerca das coisas”: é a filosofia entendida

como conhecimento intelectivo (no sentido mais amplo desses termos) acerca das coisas

(abrangendo entre as coisas o homem e a sua vida).

Esta terceira acepção do termo filosofia é a que nos interessa especialmente, ainda que não

unicamente; a ela aponta sobretudo, como temos dito, o termo filosofia na sua origem: a filosofia

entendida como saber que busca a dimensão última e radical da vida e das coisas.

- Pois bem, para poder dar uma definição mais estrita do que é a filosofia enquanto saber que

busca a dimensão última e radical da vida e das coisas, é necessário, antes de tudo, que digamos

em que consiste essa “dimensão última e radical das coisas” (incluindo nelas a vida mesma) que

busca esse saber, essa sabedoria, que chamamos de “filosofia”.

-A nossa definição de filosofia: a filosofia é o saber acerca da dimensão diáfana, transcendental,

metafísica, das coisas.

-As três dimensões das coisas: o óbvio, o ultra-óbvio e o diáfano das coisas, e os três tipos de

saber humano acerca das coisas: o saber comum, o saber científico-técnico e o saber filosófico ou

filosofia.

O óbvio das coisas e o saber comum acerca delas - Quando o homem se põe a caminho para saber acerca das coisas, há uma dimensão delas que

“sai-lhe ao encontro no caminho”; por exemplo, se um homem quer saber acerca desta garrafa,

“topa sem mais nem menos” com o seu tamanho, com a sua forma, com a sua cor, com o seu

brilho, com a sua temperatura, com o líquido que contém, com o fato de que está meio vazia, de

que está suja, etc.

-Pois bem, todos esses caracteres, partes, propriedades, etc., das coisas que saem ao encontro do

homem quando se dirige às coisas para saber acerca delas, constituem a dimensão do “óbvio” das

coisas; com efeito, sair ao encontro no caminho de alguém diz-se em latim “ob-viare”; diz a Carta

aos Hebreus, por exemplo, que, quando Abraão regressava de derrotar uns reis, Melquisedec, rei

de Salém, “saiu-lhe ao encontro no caminho” (obviavit ei): cfr. Hb 7,1; Gn 14,17-20.

- O óbvio das coisas não é primariamente a dimensão delas que se sabe facilmente, sem maiores

complicações; o óbvio das coisas é primariamente a dimensão delas que nos sai ao encontro no

caminho quando nos dirigimos às coisas para saber acerca delas, a dimensão das coisas que nos sai

ao encontro no nosso contato imediato com as coisas, a dimensão delas que “salta à vista”, por

assim dizer, e, que, por isso, conseqüentemente, sabe-se facilmente, sem maiores complicações.

- O óbvio das coisas é a dimensão delas que é objeto do assim chamado “saber comum ou

vulgar”.

- O ultra-óbvio das coisas e o saber científico-técnico acerca delas

-Há outra dimensão das coisas que não é obvia, quer dizer, que não sai ao encontro do homem

quando este se dirige às coisas para saber acerca delas; assim, por exemplo, os elétrons, nêutrons e

prótons que compõem a matéria dessa garrafa, a velocidade do movimento das suas moléculas, a

pessoa ou a fábrica que a fez, etc.; com efeito, nenhum elétron dessa garrafa, por exemplo, saiu

nem sairá jamais ao encontro do homem quando se dirige a essa garrafa para saber acerca dela…;

nenhum homem topou nem topará jamais com os elétrons duma garrafa; os elétrons da matéria das

coisas jamais saltaram nem saltarão à vista de ninguém, entre outras coisas, porque os elétrons,

como todas as partículas elementares, pela própria natureza deles, não são visualizáveis…

-Pois bem, todos esses caracteres, partes, propriedades, etc., das coisas que não saem ao

encontro do homem quando o homem se dirige às coisas para saber acerca delas, constituem a

dimensão do “ultra-óbvio” das coisas; com efeito, para achar todos esses elementos das coisas e

para saber algo acerca deles, o homem tem que ir “além” (“ultra”) da dimensão do óbvio das

coisas e buscá-los mais ou menos arduamente mediante a ciência e a técnica.

A FILOSOFIA NA FORMAÇÃO

As disciplinas filosóficas devem ser ensinadas de tal modo que os estudantes se sintam conduzidos

a adquirir sobretudo um conhecimento sólido e coerente do homem, do mundo e de Deus,

apoiados no patrimônio filosófico perenemente válido.

Para que os alunos conheçam de maneira exata a índole da época presente e se preparem

convenientemente para o diálogo com os homens do seu tempo, tenham-se em conta também as

pesquisas filosóficas dos tempos modernos, em especial as de maior influência na respectiva

nação, bem como o mais recente progresso das ciências.

A história da filosofia se transmita de tal modo aos alunos que, enquanto penetram os princípios

fundamentais mais decisivos dos vários sistemas, sejam capazes de reter aqueles que forem

demonstrados verdadeiros, de descobrir as raízes dos erros e de refutá-los.

No próprio método didático, inculque-se nos educandos o amor pela verdade rigorosamente

pesquisada, observada e demonstrada, juntamente com o reconhecimento honesto dos limites do

saber humano.

. Atenda-se diligentemente à relação da filosofia com os verdadeiros problemas da vida e

também com as questões que agitam a mente dos estudantes.

Sejam ajudados os estudantes a descobrir o nexo existente entre os argumentos filosóficos e os

mistérios da salvação, que são estudados na teologia à luz superior da fé.

Ao contrário do que acontecia em tempos passados, negar Deus ou a religião, ou abstrair de

ambos, não é mais algo insólito e individual; com efeito, tais atitudes apresentam-se hoje, não

raramente, como se fossem uma exigência do progresso científico ou de certo novo humanismo.

Todas essas coisas, em muitas regiões, não somente são expressadas nas máximas dos filósofos,

mas atingem amplamente também as letras, as artes, a interpretação das ciências humanas e da

história..., de tal modo que, em conseqüência, muitos ficam perturbados.

A Igreja, com efeito, desde o início de sua história, a fim de adaptar o Evangelho, enquanto

possível, à capacidade de todos e às exigências dos sábios, aprendeu a expressar a mensagem de

Cristo através dos conceitos e das linguagens dos diversos povos e, além disso, tentou ilustrá-la

com a sabedoria dos filósofos.

Esta maneira apropriada de proclamar a palavra revelada deve seguir sendo lei de toda a

evangelização.

Quando se aplica às múltiplas disciplinas da filosofia, da história, das ciências... e quando se

ocupa das artes, o homem pode contribuir em alta medida a que a família humana se eleve às

noções mais nobres do verdadeiro, do bom e do belo, e a um juízo de valor do Universo, de modo

que seja mais claramente iluminada pela Sabedoria admirável, que está junto de Deus desde toda a

eternidade, dispondo com Ele todas as coisas, brincando sobre o globo da terra e encontrando as

suas delícias junto aos filhos dos homens.

Os estudos e as descobertas mais recentes das ciências, da história e da filosofia despertam

problemas novos, que acarretam conseqüências também para a vida e que exigem dos teólogos

novas pesquisas.

Aqueles que se dedicam às disciplinas filosófico-teológicas nos Seminários e Universidades

procurem colaborar com os homens que sobressaem nas outras ciências, colocando em comum

suas energias e opiniões.

É preciso salientar, ademais, que todas as orientações pastorais, as escolhas pedagógicas, as

normas jurídicas, as reformas sociais e muitas decisões políticas, comportam pressupostos e

conseqüências de ordem filosófica que precisam ser esclarecidos e avaliados criticamente; sem a

menor dúvida, uma autêntica filosofia pode contribuir notavelmente à humanização do mundo e

da sua cultura, fornecendo uma justa hierarquia de valores tão necessária para uma ação frutuosa.

PARA QUE FILOSOFIA?

Para o senso-comum filosofia não serve para nada, e para este quando falamos em filosofia vem a

imagem de um individuo vagando distraído, como diz o ditado: "com a cabeça no mundo da lua",

e que depois pronuncia pensamentos complexos, que parecem sem sentido e sem utilidade. Mas

afinal para que serve a filosofia?

A discussão a respeito dessa pergunta se faz necessária de imediato, muito entendem que qualquer

estudo deve ter uma finalidade prática imediata e de fácil percepção.

Se analisarmos a ciência, temos uma relação direta com a prática, ou seja, os conhecimentos

obtidos através da ciência são usados para desenvolver tecnologia, ou por exemplo para avanços

na medicina.

Quando tratamos de arte, temos como utilidade o entretenimento, além da utilidade financeira de

venda e compra de obras, ou hoje em dia recebendo remunerações através da divulgação de

publicidade no meios onde está sendo publicada a arte.

O esporte por exemplo, além de ser um entretenimento por conta de seu suspense, tem como

utilidade o desenvolvimento saudável do corpo pra quem o pratica, o interessante é que filosofar

desenvolve o cérebro, a mente, não o corpo, mas a utilidade da filosofia está longe de ser isso.

A filosofia é a responsável por realizar todas as ligações entre todas as esferas da realidade, ou

seja, qual a relação entre o esporte e o ser humano, por instância, porque o ser humano tem o

prazer de assistir esportes? Poderia fazer a mesma pergunta em relação a arte.

Ou seja, a filosofia é a pedra angular de todas as construções do ser humano, é através desta que

conseguimos relacionar todos os pilares, vigas e lajes do que vem a ser um homo sapiens, além

disso, esta atinge esferas onde nenhuma outra ciência chega, como valores morais, éticos,

procurando estabelecer formas mais pacíficas de convivência entre os seres humanos.

E no fim das contas, prefiro terminar com outra pergunta: Qual o sentido de ter um grande

desenvolvimento tecnológico mas se o ser humano não consegue ser feliz e se relacionar entre os

seus próximos?

Quer ler mais sobre filosofia, ciência, economia e história? Acesse o maior portal de filosofia do

país, A Filosofia!

PENSAMENTO MITOLÓGICO

Historicamente, a filosofia, tal como a conhecemos, inicia com Tales de Mileto. Tales foi o

primeiro dos filósofos pré-socráticos, aqueles que buscavam explicar todas as coisas através de um

ou poucos princípios.

Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios para o comportamento da natureza, os

pré-socráticos chegam ao que pode ser considerado uma importante diferença em relação ao

pensamento mítico. Nas explicações míticas, o explicador é tão desconhecido quanto a coisa

explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira divina, explicar a doença pela ira divina

não nos ajuda muito a entender porque há doença. As explicações por princípios definidos e

observáveis por todos os que tem razão (e não apenas por sacerdotes, como ocorre no pensamento

mítico), tais como as apresentadas pelos pré-socráticos, permitem que apresentemos explicadores

que de fato aumentam a compreensão sobre aquilo que é explicado.

Talvez seja na diferença em relação ao pensamento mítico que vejamos como a filosofia de

origem Europeia, na sua meta de buscar explicadores menos misteriosos do que as coisas

explicadas, tenha levado ao desenvolvimento da ciência contemporânea. Desde o início, isto é,

desde os pré-socráticos vemos a semente da meta cartesiana de controlar a natureza.

A Necessidade do Estudo do Mito Para a Filosofia

Um longo período de tempo medeia entre o gradual aparecimento do homem na Terra e o gradual

aparecimento do homem utilizador da razão abstrata. Podemos dar por fixa a data de há 70 000

anos para o definitivo estabelecimento do Homo-Sapiens nas planícies Europeias. Também

podemos dar por fixa a data de há 3000 a 2800 anos para o estabelecimento definitivo, na

civilização grega clássica, do uso preferencial do discurso racional como instrumento de

conhecimento do homem sobre a realidade.

Entre estas duas datas, o homem aprendeu a modelar a pedra, o barro, a madeira, o ferro, levantou

diversíssimas casas em função dos materiais que tinha à mão, estabeleceu regras de casamento e

de linhagem familiar, distinguiu as plantas e os animais bons dos nefastos, descobriu o fogo, a

agricultura, a arte da pesca, da caça coletiva, etc.

No plano estritamente filosófico, interessa-nos, sobretudo, a descoberta (ou invenção) de um

instrumento que lhe iria permitir acelerar o desenvolvimento do processo de conhecimento da

realidade por via da conservação das descobertas transmitidas de geração em geração: a palavra, a

linguagem.

É pela palavra que se vai condensar a experiência que as mãos e os olhos vão adquirindo ao longo

de gerações. A palavra surge, assim, como dotada de uma força espiritual (sai de dentro do homem

como a respiração, não se toca, não se vê) que se conserva para além do ciclo da vida e da morte,

capaz de por si própria reevocar acontecimentos passados, que se estabelecem como modelos de

ação para o presente, e igualmente capaz de prefigurar o futuro, forçando-o a ser conforme aos

desejos humanos.

É assim em torno do uso majestático da palavra que o homem primitivo (de épocas remotas ou

atuais) vai desenvolver e sintetizar toda a sua capacidade de apreensão de conhecimentos da

realidade que o cerca. Ora, o que atualmente chamamos Mito Clássico (também existe o mito

moderno) é o repositório de narrativas, longas ou breves, que as sociedades antigas (anteriores à

Grécia clássica) ou as sociedades primitivas atuais nos deixaram, nelas condensando a sua secular

experiência de vida, o modo como encaravam a vida e a morte, os ciclos de renascimento da

natureza, o modo como analisavam e escolhia a flora e a fauna da sua região, como viam e

interpretavam os astros no céu, o processo cíclico do dia e da noite, os actos de nascimento, de

reprodução e de casamento, bem como tudo o que dizia respeito à sua vida quotidiana e às regras

por que se relacionavam entre si.

O QUE É FILOSOFIA?

À primeira vista, entendemos a filosofia como algo enigmático, profundamente abstrato e distante

da realidade. Essa visão da filosofia decorre dos complexos trabalhos de pensadores que, ao longo

da história, refletiram e buscaram diferentes respostas sobre questões que continuamente fazemos

ao longo de nossa existência. Indagações sobre o conhecimento, sobre os valores, sobre a

natureza, sobre a beleza, sobre o homem.

Essas inquietações decorrem da necessidade que todo ser humano tem de compreender o

significado do mundo e de si mesmo. Na busca dessa compreensão criamos novos significados,

questionando e tecendo uma teia de relações cada vez mais abrangentes que nos indiquem

respostas, mesmo que provisórias.

Desta forma, o primeiro passo para a filosofia é a inquietação que conduz ao questionamento. O

objeto da filosofia é a reflexão, o movimento do pensamento que nos permite recuar, nos

distanciarmos dos fatos aparentemente banais para buscarmos seus fundamentos.

Se é verdade que continuamente refletimos, nem sempre refletimos com radicalidade,

ultrapassando as fronteiras da superficialidade para buscarmos as raízes de nossa forma de pensar

e agir no mundo. A reflexão radical requer um caminho que nos garanta esse aprofundamento, ela

deve ser organizada, ciente dos princípios e dos objetivos que almeja. Radicalidade,

sistematização e abrangência são as marcas daFilosofia que nasce da experiência humana, da

tentativa do ser humano de compreender a si mesmo e tudo que o cerca, valendo-se da autonomia

da razão para criar e recriar conscientemente o mundo em que vivemos.

A complexidade da filosofia está na enigmática e surpreendente aventura de idéias que nos

identifica e nos diferencia de outros seres. Portanto, a filosofia está presente na ciência, na arte, no

mito, na religião, no cotidiano. Embora possamos afirmar que a filosofia esteja presente nas

diversas manifestações do humano, ela não se confunde com nenhuma dessas formas de

conhecimentos específicos, mas as fundamenta. Essa busca de fundamentos faz da história da

filosofia uma história sem fim, porque diz respeito a todos em todas as épocas. Por isso, nunca é

cedo ou tarde demais para iniciarmos essa aventura do filosofar.

O que é filosofia para crianças O contexto do mundo atual impõe um grande desafio aos educadores: a formação de pessoas com

as habilidades necessárias para transformar informação em conhecimento e conhecimento em

ações conseqüentes. A velocidade com que são produzidas e repassadas as informações exigem

uma forma mais elaborada de apreensão, possibilitando, assim, relacioná-las e delas extrair tudo

aquilo que está implícito. Além disso, os indivíduos desta sociedade em rápida transformação

terão êxito e serão atuantes na medida em que conseguirem interagir autonomamente com o meio

em que vivem.

Neste sentido, uma vez mais, a Educação tem papel de destaque na formação deste novo

indivíduo. A simples transmissão de informações produzidas ao longo da história já não basta.

Cabe à Educação, agora, dar os instrumentos necessários para que, a partir do que já foi

construído, as pessoas possam elaborar novos conhecimentos, desenvolver seu potencial criativo,

enfrentar novos desafios, relacionar as informações e tirar suas próprias conclusões.

Diante desse panorama, o Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças salienta a necessidade de se

aprender a pensar melhor e a pensar por si mesmo. Quando a Filosofia é ensinada através do

diálogo investigativo, como é proposto no Programa de Filosofia para Crianças e, especialmente,

quando os estudantes ainda são crianças, a tendência é que eles saiam de seus cursos mais críticos,

mais criativos e mais sensíveis ao contexto em que vivem.

A experiência tem nos mostrado que crianças e adolescentes que estão expostos à esse Programa

desenvolvem: maior autonomia de pensamento, uma percepção ética mais aguçada, autocorreção,

respeito por pensamentos diferentes do seu, respeito à opinião de outras pessoas, capacidade de

dar boas razões para seus argumentos, entre outras habilidades.

Principais objetivos O Programa Filosofia para Crianças - Educação para o Pensar é um programa educacional que

visa três objetivos intercomplementares:

iniciação filosófica de crianças e jovens;

educação para o pensar;

preparação para uma cidadania responsável.

Iniciação Filosófica:

Crianças, jovens e adultos colocam, para si próprios, questões que demandam não só um esforço

explicativo a respeito de aspectos relevantes da realidade, mas, também, um esforço de

constituição de sentidos desta realidade e de si mesmos nela.

Os sentidos, constituídos historicamente pelos seres humanos, alimentam suas vidas e os vão

constituindo como pessoas.

Essas referências significativas são uma necessidade: as pessoas podem participar do esforço da

sua constituição ou podem receber prontos os sentidos produzidos por alguns poucos que acabam

se tornando os donos das referências!...

Filosofia para Crianças pretende iniciar crianças e jovens na luta pela constituição autônoma e co-

participada dos sentidos. O objetivo é auxiliá-los a se tornarem cidadãos que sejam capazes de

oferecer contribuição pessoal enriquecedora na construção continuada das necessárias referências

orientadoras das vidas humanas.

Pensar, reflexiva e criticamente sobre as questões que dizem respeito à constituição dos sentidos, é

estar iniciando-se no próprio processo do filosofar, antes mesmo de ter acesso à produção daqueles

que são reconhecidos, pela qualidade de suas reflexões, como os grandes filósofos.

Educação para o Pensar: O pensar é recurso humano imprescindível, tanto para a produção de explicações, quanto para a

constituição dos sentidos. Exercitá-lo, no enfrentamento das questões envolvidas na busca da

construção de significados, pode resultar no seu próprio aprimoramento.

E tal aprimoramento ocorrerá se o exercício do pensar merecer atenção e cuidados especiais por

parte dos educadores e dos próprios educandos.

O Programa Filosofia para Crianças - Educação para o Pensar oferece indicações para tanto,

fundamentação teórica consistente, metodologia adequada e materiais de apoio para uso dos

educandos e dos educadores.

O aspecto central da metodologia do Programa é a realização do diálogo investigativo que

transforma os grupos de educandos em pequenas comunidades de investigação. Nelas, os

participantes expõem suas idéias, escutam-se uns aos outros, questionam-se mutuamente,

comparam seus pontos de vista, complementando-os e eventualmente, corrigindo-os. Trata-se de

um verdadeiro processo de cooperação intelectual, afetiva e criativa.

As interações sócio-linguísticas que aí ocorrem, devidamente observadas, cuidadas e orientadas

por educadores preparados, são promotoras do desenvolvimento das condições cognitivas: um

verdadeiro processo de Educação para o Pensar.

Preparação para uma cidadania responsável:

A participação produtiva numa pequena comunidade de investigação exige comportamentos e

atitudes de cooperação, respeito mútuo, interesse por objetivos comuns, avaliação crítica, que são,

dentre outros, elementos importantes para o exercício democrático na sociedade. A ocupação dos

espaços da cidadania requer das pessoas tais comportamentos e atitudes que podem decorrer ou

ser reforçados quando se aprende desde cedo:

-a respeitar os pontos de vista dos outros;

-que o próprio ponto de vista tem o mesmo valor e peso do dos outros;

-a respeitar a vez dos outros e a exigir respeito pela própria vez;

-a respeitar regras combinadas;

-que as regras podem ser discutidas e modificadas, mas que são necessárias para a vida em

comum;

-que todos somos iguais;

-que todos somos igualmente dignos de respeito.

Tais aprendizados são elementos éticos necessários às relações sociais e o domínio dos mesmos,

só é possível, no seu exercício prático acompanhado da atenção intelectual que o examina

cuidadosamente.

Tudo o que é feito é pensado e repensado crítica e criativamente possibilitando pesar (ponderar)

justificativas, motivos e possíveis conseqüências. Quando se pondera, res-ponde-se: torna-se

responsável.

Realizar este exercício, nas pequenas comunidades de investigação com crianças e jovens, pode

ensejar a sua continuação na vida adulta.

Filosofia para Crianças

No final da década de 60, o Professor norte-americano Dr. Matthew Lipman, preocupado com o

desempenho insuficiente de seus alunos, concebeu o Programa Filosofia para Crianças, visando

cultivar o desenvolvimento das habilidades cognitivas mediante discussões de temas filosóficos e

visando, com tais discussões, a iniciação filosófica de crianças e jovens. Há 34 anos, lançava,

assim, as bases do Programa de Filosofia para Crianças, inaugurando um novo paradigma

educacional que tem por meta o desenvolvimento do pensamento crítico, criativo e cuidadoso.

Em 1974, auxiliado pela Dra. Ann Margareth Sharp, fundou o Institute for the Advancementof

Philosophy for Children (IAPC), instituição vinculada à Universidade Estadual de Mont Clair,

New Jersey – EUA, com o objetivo de estruturar melhor o currículo de Filosofia para Crianças,

preparar educadores para o trabalho em sala de aula, realizar pesquisas acadêmicas sobre o

Programa e oferecer suporte e preparação para os Centros de Filosofia em outros países.

Já na década de 70, o Programa Filosofia para Crianças demonstrou ser uma abordagem

promissora para o aprimoramento das habilidades cognitivas e, a partir de 1976, espalhou-se pelo

mundo, sendo traduzido e trabalhado em vários países.

Atualmente, mais de 50 países trabalham com esta proposta. Entre eles: Argentina, Armênia,

Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Chile, Costa Rica, Finlândia, Hungria, Islândia,

Israel, Itália, Quênia, Lituânia, Malta, México, Holanda, Canadá, Nova Zelândia, Nigéria,

Filipinas, Polônia, Portugal, China, Romênia, Rússia, Singapura, África do Sul, Coréia do Sul,

Espanha, Suécia, Turquia, Inglaterra, Uruguai.

Lipman acredita ser a filosofia a disciplina, por excelência, capaz de favorecer o desenvolvimento

da capacidade das crianças de fazer juízos logicamente corretos, estimular atitudes éticas e o

pensamento reflexivo.

Assim como os filósofos, as crianças se perguntam sobre os fundamentos dos valores e dos

conhecimentos humanos. Propiciar o processo de investigação filosófica de forma sistemática com

crianças é fornecer as ferramentas e um método eficiente para aperfeiçoar o pensamento, pois é na

filosofia que se edificam as questões sobre o significado da realidade e sobre o próprio processo

do pensar.

Em 1998, a UNESCO ofereceu ajuda para disseminação de Filosofia para Crianças através de sua

rede mundial

No Brasil, o Programa Filosofia para Crianças foi trazido pelas mãos da Professora Catherine

Young Silva, que fundou o Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças (CBFC), em janeiro de

1985.

Metodologia Neste paradigma educacional não cabe à escola ensinar o produto das investigações, mas ensinar o

procedimento investigativo. A meta é desenvolver as habilidades cognitivas dentro de um contexto

significativo e não de forma fragmentada e automatizada.

O diálogo cumpre um papel fundamental neste contexto. É o diálogo que, por um lado, motiva o

exercício de um pensar criterioso, criativo, auto corretivo, sensível ao contexto e, por outro, ensina

o exercício de cidadania enquanto respeito ao outro, às opiniões divergentes, à diversidade

cultural.

Ao colocar os temas filosóficos presentes em textos narrativos (novelas filosóficas), Matthew

Lipman não quer apenas aproximar as discussões filosóficas do cotidiano de crianças e jovens,

mas pretende aproximar o processo educacional do filosofar, o que implica em buscar meios para

transformar as salas de aula em pequenas comunidades de investigação. O conceito de

comunidade de investigação de Matthew Lipman envolve a necessidade de um espaço educacional

onde os envolvidos se sintam membros de uma comunidade, onde possam apossar-se de idéias

conjuntamente, construir sobre as idéias dos outros, pensar com autonomia explorando suas

pressuposições e possam trazer para suas vidas a percepção do que é descobrir, inventar, analisar e

criticar coletivamente.

Cidadania e Filosofia para Crianças

São inúmeros os sentidos atribuídos à palavra cidadania. O envolvimento e comprometimento com

ações coletivas fundadas na construção da identidade e na ampliação dos direitos básicos é um

desafio a ser alcançado. O acesso às manifestações da arte e da cultura, o acesso às inovações

tecnológicas, programas de profissionalização de crianças e adolescentes, programas de

saneamento e saúde preventiva têm alcançado resultados bastante significativos.

No entanto, é preciso considerar que as ações se fundamentam num exercício de reflexão capaz de

estabelecer relações entre o indivíduo e o mundo alicerçadas em raízes profundas dispersas na

multiplicidade de informações. O contato com essas raízes se faz pela filosofia e pelo pensar

consciente das relações que estabelece. É a trama do tecido que se esconde atrás de estampas que

permitirá a construção de novas teias do pensar e do agir.

A construção de uma cidadania responsável através da iniciação filosófica de crianças e jovens e

da proposta de uma educação para o pensar é um tema que contém os princípios norteadores do

Programa de Filosofia para Crianças - Educação para o Pensar.

O Programa de Filosofia para Crianças propõe o envolvimento de alunos, de forma reflexiva, com

temas comprovadamente formativos do substrato humanístico necessários a todas as pessoas,

particularmente enquanto cidadãs. Tais temas dizem respeito aos valores (especialmente os

morais), à convivência social racional, à importância do bem pensar e do pensar autônomo.

O Projeto de Filosofia para Crianças é uma das ações que torna viável a concretização de uma

proposta educacional voltada para a cidadania responsável. Numa postura filosófica, o conceito de

cidadania não se limita à reivindicação de direitos e cumprimento de deveres, mas entende-se o

cidadão como aquele que tem pensamento crítico, criterioso, ético e estético.

Neste sentido, a implantação do Programa de Filosofia para Crianças contempla o conceito de

cidadania em uma perspectiva mais ampla, uma vez que:

Permite a aproximação de crianças e jovens do pensamento reflexivo, global e sistemático,

próprios do filosofar, o que possibilita seu reconhecimento no mundo de valores e conhecimentos

da humanidade, a análise crítica dos mesmos e a busca de formas alternativas para propor

problemas e soluções. Em suma, a reflexão transforma-se em ação concreta na construção efetiva

da cidadania.

A metodologia específica do Programa de Filosofia para Crianças, fundamentada na investigação

dialógica, e o uso de um material estruturado permitem o uso de estratégias de intervenção

educativa intencionais visando o desenvolvimento das habilidades cognitivas, que são

instrumentos necessários do bem pensar. Tais habilidades, quando desenvolvidas, não apenas se

transferem ao desempenho escolar nas diversas áreas curriculares, mas contribuem na formação de

cidadãos capazes de equacionar problemas e encontrar soluções criativas e éticas, nos diferentes

contextos em que vivem.

O Programa de Filosofia para Crianças tem se configurado como um dos alicerces para uma

proposta educacional que atenda aos anseios de uma sociedade multiculturalista e com

transformações econômicas e sociais dinâmicas. Um dos grandes desafios pedagógicos atuais é a

conquista da autonomia intelectual, tanto pessoal quanto coletiva, de educadores e educandos. A

melhoria da qualidade de ensino indica a necessidade de formação global, não só de educandos,

mas também dos educadores. Neste sentido, o exercício do filosofar dá a oportunidade de

Educadores e Educandos, juntos, numa Comunidade de Investigação, pensarem autonomamente

em suas vidas e práticas, ampliando o universo cultural através do diálogo investigativo. O

respeito à diversidade cultural e intelectual no esforço de construção conjunta do conhecimento

impõe uma nova concepção do educar e provoca mudanças no próprio ambiente social

Desta forma, a implantação do Programa de Filosofia para Crianças, contempla aqui três

dimensões da cidadania:

A cidadania enquanto busca sistematizada dos significados e referências da comunidade, através

do processo do filosofar.

A cidadania enquanto esforço educativo que desenvolva um pensar crítico, criativo e sensível ao

contexto, através do desenvolvimento das condições cognitivas.

A cidadania enquanto construção de um paradigma de conhecimento alicerçado no diálogo e na

investigação, através da formação de uma Comunidade de Investigação que envolver Créditos:

CBFC - Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças e Jovens -

A VERDADE

A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos

ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos abrangiam o

sentido de fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade"

pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta

qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia

cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um consenso entre filósofos e acadêmicos,

várias teorias e visões a cerca da verdade existem e continuam sendo debatidas.

Filosofia

O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é verdadeira ou falsa, qual o

portador da verdade (em inglês truth-bearer). Depois há o problema de se explicar o que torna

verdadeiro ou falso o portador da verdade. Há teorias robustas que tratam a verdade como uma

propriedade. E há teorias deflacionárias, para as quais a verdade é apenas uma ferramenta

conveniente da nossa linguagem. Desenvolvimentos da lógica formal trazem alguma luz sobre o

modo como nos ocupamos da verdade nas linguagens naturais e em linguagens formais.

Para Nietzsche, por exemplo, a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição

da verdade, porque não se pode alcançar uma certeza sobre a definição do oposto da mentira. Daí

seu texto "como filosofar com o martelo”

Mas para a filosofia de René Descartes a certeza é o critério da verdade.

Quem concorda sinceramente com uma frase está se comprometendo com a verdade da frase. A

filosofia estuda a verdade de diversas maneiras. A metafísica se ocupa da natureza da verdade. A

lógica se ocupa da preservação da verdade. A epistemologia se ocupa do conhecimento da

verdade.

Há ainda o problema epistemológico do conhecimento da verdade. O modo como sabemos que

estamos com dor de dente é diferente do modo como sabemos que o livro está sobre a mesa. A dor

de dente é subjetiva, talvez determinada pela introspecção. O fato do livro estar sobre a mesa é

objetivo, determinado pela percepção, por observações que podem ser partilhadas com outras

pessoas, por raciocínios e cálculos. Há ainda a distinção entre verdades relativas à posição de

alguém e verdades absolutas.

Os filósofos analíticos apontam que a visão relativista é facilmente refutável.

A refutação do relativismo, segundo Tomás de Aquino, baseia-se no fato de que é difícil para

alguém declarar o relativismo sem se colocar fora ou acima da declaração. Isso acontece porque,

se uma pessoa declara que "todas as verdades são relativas", aparece a dúvida se essa afirmação é

ou não é relativa. Se a declaração não é relativa, então, ela se auto-refuta pois é uma verdade sobre

relativismo que não é relativa. Se a declaração não é relativa, conclui-se que a declaração "todas as

verdades são relativas" é uma declaração falsa.

Por outro lado, se todas as verdades são relativas, incluindo a afirmação de que "todas as verdades

são relativas", então, o interlocutor não é obrigado a crer na afirmação. Ele é livre para acreditar,

inclusive, que "todas as verdades são absolutas"

O portador da verdade[editar | editar código-fonte]

Alguns filósofos chamam muitas entidades, que de alguma forma podemos afirmar que ela é

verdadeira ou falsa, de portador da verdade. Assim, portadores da verdade podem ser pessoas,

coisas, sentenças assertivas, proposições ou crenças.

Tipos de verdade[editar | editar código-fonte]

A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por

outros seres humanos com cérebros normais e despidos de preconceitos (desejo de crer que algo

seja verdade), e confirmada por equações matemáticas e linguísticas formando um modelo capaz

de prever acontecimentos futuros diante das mesmas coordenadas.[carece de fontes.

Verdade material é a adequação entre o que é e o que é dito.

Verdade formal é a validade de uma conclusão à qual se chega seguindo as regras de inferência a

partir de postulados e axiomas aceitos.

É uma verdade analítica a frase na qual o predicado está contido no sujeito. Por exemplo: "Todos

os porcos são mamíferos.

É uma verdade sintética a frase na qual o predicado não está contido no sujeito.[4]

Sofisma é todo tipo de discurso que se baseia num antecedente falso tentando chegar a uma

conclusão lógica válida.

Ver artigo principal: Teorias da verdade

Verdade como correspondência ou adequação.

A teoria correspondentista da verdade é encontrada no aristotelismo (incluindo o tomismo). De

acordo com essa concepção, a verdade é a adequação entre aquilo que se dá na realidade e aquilo

que se dá na mente.

A verdade como correspondência foi definida por Aristóteles no tratado Da Interpretação, no qual

ele analisa a formação das frases suscetíveis de serem verdadeiras ou falsas. Uma frase é

verdadeira quando diz que o que é, é, ou que o que não é, não é. Uma frase é falsa quando diz que

o que é, não é, ou que o que não é, é.

O problema dessa concepção é entender o que significa correspondência. É um tipo de semelhança

entre o que é e o que é dito? Mas, que tipo de semelhança pode haver entre as palavras e as coisas?

O método científico, por exemplo, estabelece procedimentos para se realizar essa correspondência.

Nesse caso um juízo de verdade V é então legitimado, de forma tal que a comunidade de

cientisitas (que partilham entre si conhecimento e experiências) aceita/certifica como verdadeira a

proposição P, oriunda da correspondência realizada entre P(V) e a "realidade empírica", via

método científico.

EXERCÌCIOS

1- Qual o significada da Filosofia?

2- Quem eram os primeiros homens chamados de filósofos?

3- Como podemos usar a Filosofia como forma de vida?

4-Quais os três tipos de saberes humanos?

5- Qual o objetivo da Filosofia em relação ao ser humano?

6-Quem foi o primeiro Filosofo a dar início a este conhecimento?

7- Qual a Filosofia predominante na idade Média?

8- Como a Ciência Contemporânea explica as questões relacionadas aos seres humanos?

9- Qual a diferença entre Filosofia e Mito:

10-Para que serve a Filosofia para os indivíduos?

11- O que significa Filosofar?

12- Porque a Filosofia é muito importante para as crianças?

13- Como a Filosofia pode ajudar a formar indivíduos com posições críticas para ser um cidadão

completo?

CONSTRUÇÃO DO SUJEITO MORAL

Como forma de iniciar a nossa discussão proponho uma dinâmica: do cego e do guia. Para realizar

esta atividade, cumpra algumas regras: a) Escolha um colega pra ser o guia e outro para ser o cego

(ficar de olhos fechados) Os guias podem ver, mas não falar; os cegos podem falar à vontade;Cada

guia pega seu cego pelo braço e lhe proporciona um passeio criativo, indo por caminhos variados.

Depois faça a seguinte reflexão:

a) O que foi melhor: ser cego ou guia? Você se sentiu livre ou dependente do outro? Por quê?

b) Qual a sensação de ser dependente do outro?

c) Durante a atividade, você teve vontade de fazer alguma coisa que não pôde por causa do outro?

d) Em qual posição você teve mais autonomia?

e) O que você entende por liberdade? E por autonomia? Anote suas conclusões.

A dinâmica objetiva apresentar a relação de dependência e autonomia que o ser humano enfrenta

no convívio em sociedade. Isso nos reporta para a questão da liberdade.

O que significa ser livre?

O que é responsabilidade?

Pode-se assumir que, segundo Kant, o sujeito moral é o ser racional. Para seres humanos, o

sujeito moral pode ser qualificado como um ser racional sensível. O conceito de personalidade

adquire aqui importância crucial. Na Religião dentro dos limites da simples razão, podemos ler

que “a disposição para a personalidade é a suscetibilidade ao respeito para com a lei moral, como

um motivo para si suficiente do arbítrio.” Essa disposição diz respeito ao homem “como entre

racional e ao mesmo tempo responsável” Tal compreensão nos leva a pensar nos conceitos de

responsabilidade moral e liberdade. A fim de discutir tais conceitos, precisarei discorrer sobre a

compreensão kantiana de filosofia moral, os conceitos de boa vontade, dever, imperativo

categórico, vontade e arbítrio. Esses serão os pontos nucleares da sessão sob minha

responsabilidade no mini-curso “Tópicos sobre a questão da subjetividade” .

Ética

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento

vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de

"consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são

boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do

bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação

com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações

justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores

perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

O estudo da ética talvez tenha se iniciado com filósofos gregos há 25 séculos atrás. Hoje em

dia, seu campo de atuação ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores do

conhecimento dedicam-se ao seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros

profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética.

Ao iniciar um trabalho que envolve a ética como objeto de estudo, consideramos importante,

como ponto de partida, estudar o conceito de ética, estabelecendo seu campo de aplicação e

fazendo uma pequena abordagem das doutrinas éticas que consideramos mais importantes para o

nosso trabalho.

Política

O termo política é derivado do grego antigo e se refere a todos os procedimentos relativos à

pólis, ou a Cidade-estado. Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto sociedade, comunidade e

definições que se referem à vida humana.

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política "trata-se da convivência

entre diferentes", pois a política "baseia-se na pluralidade dos homens", assim se a pluralidade

implica na coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de

interesses, quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o

convívio dos homens na pólis de todas as outras formas de convívio humano bem conhecidas

pelos gregos".

Segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, política é a arte de conquistar, manter e exercer o

poder, o próprio governo.

Ainda existem algumas divergências sobre o tema, para alguma política é a ciência do poder e

para outros é a Ciência do Estado.

E como você entende a construção do sujeito moral?

A construção do sujeito moral ela exige limites , regras a serem seguidas .

Dentre essa construção temos a ética que é uma característica de todas as ações , existem as

ações certas e as erradas. O sujeito moral tem que ser racional e ao mesmo tempo responsável,

tendo ele tem que seguir uma lista de regras fundamentadas. Seguindo essas regras nos tornamos

bons cidadãos.

Indiara BassulZetumBezerra , estudante do Curso de Direito.

- Olá Indiara, como você entende a construção do sujeito moral?

Bom primeiro de tudo o mais importante para o ser humano em meu pensamento é a moral e a

ética, dois fundamentos da construção que faltam em muitos cidadãos. Outro caso que é

importante aborda é a Política que por si é linda, mas que por muitos políticos usam somente a

politicagem que é uma coisa muito ruim, que só nos prejudica. Se cada um de nós tivermos um

pouco de moral e um pouco de ética, pouco que seja, seremos uns bons cidadãos e teremos uns

bons políticos.

3º entrevistado: Pedro Henrique Marques Couto , estudante do Curso de Direito.

- Olá Pedro, como você entende construção do sujeito moral?

A ética e a moral deveriam ser características obrigatórias para um cidadão ser titular do poder de

administrar o bem público. Mas como essas qualidades não são aferíveis objetivamente, ou seja ,

essas virtudes são inerentes a ação humana, sendo, portanto, subjetivo, tem que haver

conscientização por parte da sociedade, para que na hora da eleição, o interesse público sobressaia

o interesse particular, elegendo pessoas verdadeiramente capazes de estar em um cargo de grande

responsabilidade e importância para o país .

ÉTICA E FILOSOFIA MORAL A Filosofia Moral distingue entre ética e moral. Ética tem a ver com o "bom": é o conjunto de

valores que apontam qual é a vida boa na concepção de um indivíduo ou de uma comunidade.

Moral tem a ver com o "justo": é o conjunto de regras que fixam condições eqüitativas de

convivência com respeito e liberdade. Éticas cada qual tem e vive de acordo com a sua; moral é o

que torna possível que as diversas éticas convivam entre si sem se violarem ou se sobreporem

umas às outras. Por isso mesmo, a moral prevalece sobre a ética.

No terreno da ética estão as noções de felicidade, de caráter e de virtudes. As decisões de qual

propósito dá sentido à minha vida, que tipo de pessoa eu sou e quero vir a ser e qual a melhor

maneira de confrontar situações de medo, de excassez, de solidão, de arrependimento etc. são

todas decisões éticas.

No terreno da moral estão as noções de justiça, ação, intenção, responsabilidade, respeito, limites,

dever e punição. A moral tem tudo a ver com a questão do exercício do direito de um até os

limites que não violem os direitos do outro.

As duas coisas, claro, são indispensáveis. Sem moral, a convivência é impossível. Sem ética, é

infeliz e lamentável. Diz-se que quem age moralmente (por exemplo, não mentindo, não

roubando, não matando etc.) faz o mínimo e não tem mérito, mas quem não age moralmente deixa

de fazer o mínimo e tem culpa (por isso pode ser punido). Por outro lado, quem age eticamente

(sendo generoso, corajoso, perseverante etc.) faz o máximo e tem mérito, mas quem não age

eticamente apenas faz menos que o máximo e deixa de ter mérito, mas sem ter culpa (por isso não

pode ser punido, mas, no máximo, lamentado).

- Origem dos termos "ética" e "moral"

Ética vem do grego "éthos" e moral, do latim "mos". Tanto "ethos" quanto "mos" significam a

mesma coisa: hábito, costume. Quando os filósofos gregos quiseram cunhar um nome para a parte

da filosofia que se ocupa com as ações cotidianas do indivíduo, criaram a expressão

"ethikéepistéme", que significava "ciência dos costumes" ou, como ficou conhecida, "ciência

ética", ou simplesmente "ética". Já quando os filósofos romanos, que eram atentos leitores dos

gregos, quiseram traduzir para o latim a expressão "ethikéepistéme", tentaram encontrar um

equivalente em sua língua e cunharam "scientiamoralis", que significava "ciência dos costumes"

ou, como ficou conhecida, "ciência moral", ou simplesmente "moral". Assim, qualquer diferença

que se possa encontrar entre "ética" e "moral" não advém do significado original dos dois termos,

pois estes, em sua origem, eram apenas a tradução um do outro.

Há também uma versão segundo a qual "ética" não teria sua origem no grego "éthos", escrito

"έθος", com "ε" (épsilon, letra grega que soa como um "e" curto e aberto), "costume", e sim no

grego "éthos" escrito "ήθος", com "η" (eta, letra grega que soa como um "e" longo e fechado),

"habitação". Para os que defendem essa versão, essa segunda forma de "éthos" ("ήθος", com "η")

designaria um modo de ser, um caráter habitual, um conjunto de traços e ações que constituem a

identidade de quem se é, nos quais se está à vontade, "em casa". Nesse caso, a "ethikéepistéme"

significaria não a ciência dos costumes, e sim a ciência do estar em casa, do ser si mesmo, do

encontrar-se em sua própria identidade, sem distanciar-se de si nem de seus valores. O fato de que

"ética" era escrita "ηθικά", com "η", nos tratados gregos parece corroborar essa versão. Nesse

caso, a tradução de "ηθικά" por "moralis" teria sido um erro dos filósofos romanos.

- Formas de distinção entre ética e moral Há duas tradições de distinção entre os dois termos. Uma delas é francesa e ganhou fama no

Período das Luzes, no qual a célebre "Enciclopédia" de D'Alembert e Diderrot atribuiu a "moral"

o sentido de conjunto de normas e valores em que os homens de certa época e lugar acreditam e

que realizam mediante suas ações, enquanto a ética seria o conjunto de teorias filosóficas,

racionais e reflexivas, sobre as normas e os valores em que os homens deveriam acreditar e que

eles deveriam realizar em suas ações. Nessa tradição, a moral tem a ver com as normas e valores

que já são seguidos na prática, os quais podem ser habituais, preconceituosos, supersticiosos,

cruéis e irracionais de várias maneiras. A ética, ao contrário, é coisa dos filósofos, está no plano da

teoria, da especulação, da reflexão e argumentação racional. Em suma: A moral seria aquilo que

os homens comuns aceitam e praticam como certo e errado; a ética seria aquilo que os filósofos

pensam e propõem como certo e errado. Outra forma de dizer a mesma coisa seria que a ética é

uma reflexão sobre a moral; ou ainda que a ética é a moral quando submetida à crítica da razão.

A segunda tradição é alemã e tem origem nas maneiras distintas como Kant e Hegel conceberam

(ou pelo menos nas maneiras distintas como geralmente se alega queeles conceberam) a reflexão

sobre o bem e o mal. Segundo geralmente se alega, Kant imaginou a moral como um conjunto de

normas ditadas pela razão, as quais seriam as mesmas para todos os homens, em todas as épocas e

lugares. Já Hegel, contrapondo-se a Kant, chamou o que este propunha de "moralidade" e disse

que ela era demasiadamente abstrata, vazia, inflexível e incapaz de motivar o ser humano. Em

lugar da "moralidade" kantiana, Hegel propôs-se falar de uma "eticidade", a qual seria, segundo se

alega, um conjunto de crenças, valores e ideais que os homens de certa época e certo lugar

carregam consigo, porque foram formados neles desde a infância e porque por meio deles se

entendem e convivem uns com os outros, formando sua identidade individual e coletiva. Assim,

"moralidade" e "eticidade" se tornam rótulos convenientes para duas abordagens da ética: Uma

com base em normas racionais válidas para todos (moralidade, Kant) e outra com base nas

convicções culturais de cada povo (eticidade, Hegel). Embora essas estejam longe de ser boas

caracterizações das concepções éticas de Kant e Hegel, é importante tê-las em vista para

compreender de que modo moral e ética vieram a significar duas diferentes abordagens das

questões do que se deve fazer.

-Objeto da ética e da moral A ética é uma teoria da vida boa para mim. Como assim? É uma teoria que procura responder: De

todas as coisas possíveis de serem feitas, vivenciadas e realizadas na vida, qual delas é a que vale

mais e realmente a pena? De que modo devo viver a minha vida? Que tipo de pessoa eu sou e que

tipo de pessoa eu quero ser? O que espero ter sido e feito na vida, quando estiver velho e olhar

para ela retrospectivamente? Todas essas são questões éticas. Responder a elas é traçar para si um

propósito, um fim, um "télos" na vida. É definir para onde se quer caminhar e como se pretende

chegar lá. Um homem de negócios, um filantropo, um artista, um sacerdote, todos eles são homens

que se fizeram as mesmas questões éticas acima, mas deram a elas diferentes respostas. O que

importa no fim das contas? Ter riqueza, sucesso e poder? Dedicar-se aos outros e aliviar as dores

do mundo? Viver o prazer, o amor e a beleza? Voltar-se para Deus e ter uma vida neste mundo

como preparação para uma vida noutro mundo? Essas são algumas das alternativas que se abrem

para todo aquele que se pergunta o que pretende fazer de sua vida.

A moral é uma teoria da convivência justa com os outros. Não tem a ver com o que quero para

mim, e sim com o respeito que devo aos outros. Não tem a ver com os meus fins, e sim com os

limites que todos temos que respeitar, quaisquer que sejam os fins que estejamos perseguindo. A

moral responde à seguinte questão: Quais são as condições de uma convivência pacífica,

respeitosa e solidária com os demais seres humanos? Ou, o que é o mesmo: Uma vez que todos

somos livres e iguais e todos temos direito a perseguir nossos fins éticos, mas sem prejudicar-nos

ou causarmos danos uns aos outros, quais são os atos que devo obrigatoriamente praticar e que

devo obrigatoriamente evitar? Quais são os deveres dos homens uns em relação aos outros,

quaisquer que sejam seus projetos éticos? Nesse caso, o homem de negócios pode querer riquezas,

mas não pode consegui-las à custa de apropriação indevida dos bens dos outros. O filantropo pode

querer fazer o bem a outrem, mas não pode fazê-lo à custa de eliminar a liberdade do outro de

escolher o que é melhor para si. O artista pode querer dedicar-se somente à beleza, mas não pode

simplesmente não contribuir para o sustento da prole que tenha ajudado a gerar. O sacerdote pode

querer dedicar-se a Deus, mas não pode fazê-lo de forma tal a desprezar ou perseguir os homens

que partilham de outras crenças ou que não aderem a crença alguma. Isso é assim porque há, ao

lado dos fins éticos, que variam de pessoa para pessoa, deveres morais, que se impõem a todos

indistintamente.

Espero dessa maneira haver contribuído para esclarecer e aprofundar a compreensão da distinção

entre ética e moral que já havia abordado na postagem anterior.

Para terem um conhecimento introdutório sobre o campo da ética, os livros que recomendo

fortemente são os seguintes:

Sandel, Michael. Justiça: O que é fazer a coisa certa. Ed. Civilização Brasileira: Excelente curso,

ministrado em Harvard, para leigos e curiosos em geral, sobre as grandes questões da filosofia

moral, juntamente com o pensamento de alguns dos grandes filósofos morais na história. A

linguagem é muito acessível e os exemplos são muito didáticos e interessantes.

Rachels, James. Os Elementos da Filosofia Moral. Ed. Manole: Excelente manual para

compreender o campo da filosofia moral e as várias abordagens e escolas concorrentes, com seus

respectivos representantes e argumentos, pontos fortes e fracos. Leitura simples e de fácil

compreensão.

Singer, Peter. Ética Prática. Ed. Martins Editora: Ótimo livro para encontrar discussões éticas

contemporâneas, como meio-ambiente, aborto, eutanásia, pena de morte, mentira etc., com

argumentos provocativos e bem construídos para ambos os lados em cada controvérsia. Ideal para

fomentar debates, para ampliar a reflexão e para robustecer os argumentos.

Se quiserem ir além de leituras introdutórias e quiserem conhecer as obras clássicas do campo da

ética, uma lista mínima de clássicos teria que incluir os seguintes:

Aristóteles. Ética a Nicômaco (versão recomendada: Ed. EDIPRO): O clássico eterno da

disciplina. Aristóteles elabora uma concepção da vida humana como dirigida para a felicidade e da

felicidade como consistindo numa vida vivida de modo racional e virtuoso. Aborda virtudes como

a temperança, a coragem e a justiça. Fala do papel do prazer e da amizade na vida humana. Todas

as abordagens posteriores, inclusive as modernas, precisarão fazer referência a Aristóteles, seja

para concordar, seja para discordar. Uma leitura que vai fazer diferença na sua formação e na sua

vida.

Kant, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes (versão recomendada: Ed.

Almedina): Outro clássico indispensável. Kant elabora uma ética baseada na ideia de cumprimento

do dever motivado exclusivamente pelo dever, independentemente de considerações de felicidade

ou de consequências da ação. Fornece as três formulações do seu famosíssimo imperativo

categórico e defende uma concepção da liberdade do homem com base na consciência moral. De

leitura muito mais árida, mas com conteúdo indispensável. Ideal para ser lido após os livros

introdutórios já terem dado uma ideia sobre o pensamento ético de Kant.

Mill, John Stuart. Utilitarismo (versão recomendada: Ed. Martins Fontes): O terceiro nesta trinca

de clássicos incontornáveis. Mill desenvolve de forma mais convincente a ideia de Bentham de

uma ética baseada no cálculo das consequências positivas e negativas das ações sobre a vida das

pessoas. As ideias de responsabilidade, de virtude, de dever e de justiça recebem novas

abordagens a partir daquela ideia fundamental. De leitura simples, clara e prazerosa.

OS VALORES

Diz a sabedoria popular que: “quem tem um amigo tem um tesouro”. Um provérbio árabe ensina

que: “pode-se viver sem um irmão, mas não sem um amigo”.

Realmente a amizade é algo necessário em nossas vidas, uma das maiores manifestações de amor,

esvaziamento e doação que podemos oferecer às pessoas que amamos e que queremos bem.

Quando amamos sinceramente a um amigo, devemos fazê-lo sem nenhum sentimento de posse.

Nossa amizade deve ser sempre leal e desinteressada.

Normalmente, nosso amigo não é nosso parente, não tem nosso sangue e nem nosso nome, é

apenas aquela pessoa a quem muito queremos e nos afinamos.

Com ele, aprendemos amar, renunciando a todo desejo de posse. O verdadeiro amigo é aquele que

sempre está pronto a doar. O bom amigo se conhece na adversidade através da palavra de

conforto, do conselho e da mão amiga que sempre nos infunda confiança e segurança.

Como é bom sentir que o amigo nos aceita como somos, sem críticas nem censuras, e que, apesar

de nossos erros e defeitos, estão sempre prontos a nos compreender e a nos querer bem.

Doe sempre mais aos seus amigos demonstrando-lhes o valor da amizade, mas nunca espere ser

correspondido.

Lembre-se de Jesus que nos amou com fidelidade e sem limites, até mesmo diante da fraqueza de

Judas, relevou suas faltas e na hora do beijo supremo da traição, ainda o considerou amigo.

Releve também as faltas e os erros de seus amigos e cultive sempre a amizade, pois ela se

assemelha a uma plantinha que precisa ser irrigada, adubada e tratada com afeto e carinho.

O verdadeiro amigo é uma bênção divina, porque ele nos fortalece nas horas difíceis, nos estimula

e nos incentiva ao crescimento e ao progresso.

Cultivar, amizades sinceras é como amealhar, paz, alegria e progresso na senda espiritual que nos

aguarda

A transmissão de valores é uma das preocupações que todo pai tem ao educar. Como fazer isso no

dia-a-dia? Quais valores precisam ser passados? A escola pode ajudar? É natural que dúvidas

acabem surgindo: o assunto é sério. Sem transmitir os valores humanos universais, não há como

formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade. Apesar de não existir respostas

simples, é possível apontar caminhos a serem seguidos, com o objetivo de amenizar alguns

problemas de comportamento enfrentados atualmente.

Indisciplina, rebeldia, birra infantil, envolvimento dos jovens com álcool e drogas e os

insatisfatórios níveis de aprendizagem estão entre as reclamações mais comuns das famílias (e das

escolas). A pergunta que fica é "como chegamos a esse ponto?". Para o psicoterapeuta e consultor

organizacional José Ernesto Bologna, a realidade de hoje é conseqüência das transformações que

marcaram o século 20 - perda do papel da religião como fonte de moralidade, desestruturação da

família e, também, nascimento de um novo status para o jovem, que passou a ser reconhecido

como uma força social com vontade própria. "Ser jovem passou a ser um ideal para toda a

sociedade, mesmo para os idosos", afirma.

Muitos pais associam a Educação fincada na moral e nos valores com autoritarismo e acreditam

ser um retrocesso ao conservadorismo. Educar para os valores é convidar alguém a acreditar

naquilo que apreciamos, como, por exemplo, respeitar o próximo. Não há valor que se sustente

sem bons exemplos. Não adianta os pais defenderem que a criança não pode agir como se ela

fosse o centro do universo se eles próprios o fazem em seu dia-a-dia.

O que você precisa saber para transmitir seus valores sem medo? 10 respostas ajudam na formação

de crianças e adolescentes:

TIPOS DE VALORES

Para compreender melhor os valores, vamos dividi-los em quatro grupos:

- valores materiais;

-valores estéticos;

- valores morais;

-valores religiosos.

Valores Materiais

Os valores materiais são aqueles que satisfazem diretamente as necessidades de nosso corpo.

Alguns valores materiais são indispensáveis. Sem alimentos por exemplo ninguém vive. Outros

valores são úteis, mas dispensáveis, como uma bicicleta, por exemplo. Outros chegam a ser

supérfluos.

Valores Estéticos

Os valores estéticos referem-se ao nosso gosto em relação à beleza. São os valores de expressão.

Exemplo: harmonia, belo, feio, sublime.

Ao combinar as cores das roupas que vamos usar ou ao escolher a flor que achamos mais bonita,

estamos atribuindo valores estéticos.

É no campo das artes que o homem tem a melhor oportunidade de manifestar seus valores

estéticos. A literatura, a música, o teatro, a pintura, a escultura, a arquitetura, a dança, o cinema e a

fotografia, cada uma das artes é fonte de prazer e alegria, necessários à existência humana. Cada

indivíduo, cada geração, cada sociedade tem seu gosto artístico.

Valores Morais

Os valores morais referem-se às relações das pessoas em sociedade, às normas ou critérios de

conduta que afetam todas as áreas da nossa atividade. São exemplos de valores morais a verdade,

a honra, a liberdade, a responsabilidade, a justiça, a solidariedade, a honestidade. Os valores

morais são indispensáveis à convivência humana. Por exemplo: é muito difícil viver numa

sociedade em que não se praticam a justiça e a verdade.

Valores Religiosos

Os valores religiosos referem-se às relações de Deus com os homens. Deus é o valor supremo. É

fonte e modelo de tudo o que é bom, belo, verdadeiro e justo. Por isso, o homem precisa dele e dos

valores religiosos para ser feliz. A fé, a esperança e a caridade constituem os fundamentos dos

valores religiosos.

A LIBERDADE

Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade,

desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém.

Liberdade é também um conjunto de idéias liberais e dos direitos de cada cidadão.

Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano, o poder de ter

autonomia e espontaneidade.A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável se

realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou

não. Diversos pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade, como Sartre, Descartes, Kant,

Marx e outros.

No meio jurídico, existe a liberdade condicional, que é quando um indivíduo que foi condenado

por algo que cometeu, recebe o direito de cumprir toda, ou parte de sua pena em liberdade, ou

seja, com o direito de fazer o que tiver interesse, mas de acordo com as normas da justiça. Existe

também a liberdade provisória, que é atribuída a um indivíduo com cunho temporário. Pode ser

obrigatória, permitida (com ou sem fiança) e vedada (em certos casos como o alegado

envolvimento em crime organizado).

A liberdade de expressão é a garantia e a capacidade dada a um indivíduo, que lhe permite

expressar as suas opiniões e crenças sem ser censurado. Apesar disso, estão previstos alguns casos

em que se verifica a restrição legítima da liberdade de expressão, quando a opinião ou crença tem

o objetivo discriminar uma pessoa ou grupo específico através de declarações injuriosas e

difamatórias.

Com origem no termo em latim libertas, a palavra liberdade também pode ser usada em sentido

figurado, podendo ser sinônimo de ousadia, franqueza ou familiaridade. Ex: Como você chegou

tarde, eu tomei a liberdade de pedir o jantar para você.

A liberdade pode consistir na personificação de ideologias liberais. Faz parte do lema "Liberdade,

Igualdade e Fraternidade", criado em 1793 para expressar valores defendidos pela Revolução

Francesa, uma revolta que teve um impacto enorme nas sociedades contemporâneas e nos sistemas

políticos da atualidade.

No âmbito da música, várias obras foram dedicadas ou inspiradas pelo conceito de liberdade. Um

exemplo é o Hino da Proclamação da República do Brasil, escrito por Medeiros de Albuquerque:

"Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós!"

Liberdade e Ética

De acordo com a ética, a liberdade está relacionada com responsabilidade, uma vez que um

indivíduo tem todo o direito de ter liberdade, desde que essa atitude não desrespeite ninguém, não

passe por cima de princípios éticos e legais.

Liberdade na Filosofia

Segundo a filosofia, liberdade é o conjunto de direitos de cada indivíduo, seja ele considerado

isoladamente ou em grupo, perante o governo do país em que reside; é o poder qualquer cidadão

tem de exercer a sua vontade dentro dos limites da lei.

Diversos filósofos estudaram e publicaram suas obras sobre a liberdade, como Marx, Sartre,

Descartes, Kant, e outros. Para Descartes a liberdade é motivada pela decisão do próprio

indivíduo, mas muitas vezes essa vontade depende de outros fatores, como dinheiro ou bens

materiais.

Segundo Kant, liberdade está relacionado com autonomia, é o direito do indivíduo dar suas

próprias regras, que devem ser seguidas racionalmente. Essa liberdade só ocorre realmente,

através do conhecimento das leis morais e não apenas pela própria vontade da pessoa. Kant diz

que a liberdade é o livre arbítrio e não deve ser relacionado com as leis.

Para Sartre, a liberdade é a condição de vida do ser humano, o princípio do homem é ser livre. O

homem é livre por si mesmo, independente dos fatores do mundo, das coisas que ocorrem, ele é

livre para fazer o que tiver vontade.

Karl Marx diz que a liberdade humana é uma prática dos indivíduos, e ela está diretamente ligada

aos bens materiais. Os indivíduos manifestam sua liberdade em grupo, e criam seu próprio mundo,

com seus próprios interesses.

EXERCÍCIOS

1-O que significa ser livre?

2-O que é Responsabilidade?

3- O que é Ética?

4- Quais seriam os pontos fundamentais do Política?

5-O que é a Moral de um Indivíduo?

6- Diferencia Ética de Moral:

7- O que é Justiça?

8-Dento dos Valores Humanos, o que seria na verdade um amigo?

9- Quais os principais tipos de valores?

10-O que são Valores Materiais?

11-O que são Valores Estéticos?

12-O que são Valores Morais?

13-O que são Valores Religiosos?

RELAÇÕES DE PODER E DEMOCRACIA

Conceito de Política

A política é uma atividade orientada ideologicamente para a tomada de decisões de um grupo para

alcançar determinados objetivos. Também pode ser definida como sendo o exercício do poder para

a resolução de um conflito de interesses. A utilização do termo passou a ser popular no século V

a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente “Política”.

A ciência política é a disciplina que estuda estas atividades. Os profissionais desta ciência recebem

o título de “picaretas”, ao passo que as pessoas que ocupam cargos profissionais a cargo do Estado

ou aspiram a estes são designadas políticos.

Considera-se que os inícios da política remontam ao neolítico, época em que a sociedade começa a

organizar-se num sistema hierárquico e em que certos indivíduos adquirem poder sobre os

restantes. Antigamente, o poder simplesmente residia no mais forte ou no mais sábio de um grupo.

Os sistemas políticos da antiguidade eram geralmente absolutistas, já que todo o poder era

ocupado por uma única pessoa. Na Grécia, também existiam algumas pólis (“polis” no singular)

onde era praticada uma democracia parcial e existiam assembleias.

O esquema político sofreu uma transformação importante na sequência da Revolução Francesa e

da constituição dos Estados Unidos, depois das quais foram instaurados regimes com

características democráticas, em que a tomada de decisões responde à vontade geral.

Existem múltiplas vertentes das teorias e ideologias políticas, as quais se podem resumir em dois

grandes grupos: as políticas de Esquerda (como o socialismo e o comunismo), relacionadas

principalmente com a igualdade social, e as políticas de Direita (como o liberalismo e o

conservadorismo), que defendem o direito à propriedade privada e ao mercado livre.

Importância da Política

A política tem um papel fundamental no dia-a-dia em nossas vidas, pois queiramos ou não ,

gostamos ou não , a política é um "elemento" que está intríncico em todo nosso meio social.

Ex: vivemos num país onde nós cidadãos comuns - estamos deploravelmente decepcionados com

os POLÍTICOS CORRUTPOS que não excitam em praticar o peculato, prevaricação e corrupção.

Pois sabedores, que gozam de um foro-privilegiado (coisas de Brasil) , sabem que dificilmente

irão responder pelos seus delitos contra o ESTADO.

E pergunto , quem é o ESTADO??? oras o ESTADO somos nós cidadãos brasileiros , que vemos

nossos verdadeiros direitos sendo sequestrados por grande parte dos políticos que fazem DA

COISA PÚBLICA(dinheiro nosso arrecadado através da segunda taxa tributária mais alta do

MUNDO CIVILIZADO) , algo como se fosse seu fundo de quintal, queimam e torram a revelia,

pois o nós o povo NADA é quem bancamos toda essa orgia.

A política então , está presente em nosso cotidiano - porém infelizmente grande parte da massa

brasileira , não se interessam em lugar pelos seus VERDADEIROS DIREITOS - assegurados na

carta mágna (CONSTITUIÇÃO) , e dizem amém a qualquer programa paternalista e não menos

assistencialista.

A política exercida aqui em nosso país, é A CAUSA maior QUE GERA A VIOLENCIA, a falta

DE MORADIA, DE HABITAÇÃO, FALTA DE ESTRADAS, FALTA DE FERROVIAS ,

FALTA DE PORTOS, e principalmente a falta de ÉTICA E MORAL, que a cada dia é corroída

justamente por aqueles , que OCUPAM CARGOS PÚBLICOS , na incumbência de defender e

bem representar aqueles (nós) que os elegeram.

Pois são muito bem pagos para exercer o cargo eletivo, mas na ganância e na mente doentia e

fescenina, USURPAM e denigrem nossas vidas.

O poder com relação de respeito

Uma relação entre a autoridade e o poder

Uma das coisas que mais nos incomoda e na verdade nos aterroriza é a relação que temos com o

poder e a autoridade de uma pessoa, ou seja, quando nos é delegado algum destes dois, ou

simplesmente estando subordinado a eles.

Tenho por mim, (minha opinião), longe de ser o dono da verdade, que uma definição de um modo

geral, uma autoridade significa criar e produzir algo nos outros e ao redor de onde vivemos.

Autoridade que nasce do respeito, sinceridade, honestidade e do compromisso de ser sempre fiel a

verdade e as atitudes responsáveis, fazendo que com estas atitudes se crie uma liberdade de

expressão entre a autoridade e seu subalterno.

Em compensação o que podemos ver em relação ao poder, é que na falta de todos os atributos

relacionados acima, ele aparece através da pressão, do medo e da imposição da vontade de quem o

exerce, fazendo que, com esta atitude haja uma redução da liberdade de expressão entre as

pessoas.

Quem tem o poder, e quem por ele se deixa dominar, perde o respeito, o valor pelas coisas que não

lhe são importantes, menospreza as pessoas sob suas ordens. Sua vontade se torna soberana, pouco

importando o que os outros achem. Ele se torna o dono da verdade, somente ele é capaz, sem ele

nada funciona.

Na verdade, o dito poder, corrompe mina, joga por terra muitas qualidades que a pessoa tem e que

perde com este poder lhe dado. Afloram-se os mais escondidos sentimentos e atitudes nesta

pessoa. Partindo dai as mais impensadas atitudes com seus subordinados. Para esta pessoa, tudo é

normal quando ela quer e tem um objetivo, não importando com nenhum argumento proposto por

outras pessoas, mesmo que elas estejam completamente certas.

Vemos que em muitos casos, o detentor de um cargo que tenha certo poder, costuma confundir

este poder com autoridade, fazendo o uso de que, se tem autoridade, esta mesma autoridade lhe dá

o poder de fazer e acontecer.

Conhece alguém assim?

Identifica em seu ambiente de trabalho algum superior que tenha estas atribuições?

Eu convivo com vários! Tem cada peça rara que dá vontade de esganar.

Tenho por mim que, quando se aplica a autoridade que tem em determinados cargos, ela se baseia

no exercício de aplicar o respeito, a confiança, e a competência em favor de todos, não

depreciando e nem maltratando uma pessoa que esta abaixo de você em um ambiente de trabalho.

Tornando com isso, o ambiente mais ameno e melhor para trabalhar com atenção e produzir mais.

Respeitando e tratando a todos com atenção e lisura.

Podemos ver também que, muitas vezes a pessoa que exerce poder tem medo de se ver

questionada, confrontada, ver suas atitudes serem colocadas em discussão, imaginando que se for

colocado em dúvida seu poder de decisão se tornará frágil diante daqueles que são submetidos.

Partindo deste princípio, ela tem tanto medo de perder o seu posto ou cargo, que se aferra com

unhas e dentes a este cargo usando de todas as ferramentas para mantê-lo, mediante qualquer tipo

de atitude.

O que exerce poder muitas vezes tem medo daqueles a quem submete. A atitude firme, decidida,

ciente de seus direitos e competente em suas funções lhe trazem incômodo, que simplesmente ele

não consegue enfrentar numa conversa franca, na realidade o olhar desta pessoa o enfraquece. Por

isso, não pode olhar para ele verdadeiramente. E ai pode constatar que, a partir desta situação, este

chefe, mesmo com seu poder tem medo da própria fragilidade e na sua cabeça a única coisa a se

fazer é eliminar o outro de seu caminho.

Já que não consegue valer todo seu poder (ou o que ele pensa que tem), trata de armar situações e

artimanhas para se livrar desta pessoa que tanto o incomoda.

Diante de sua insegurança, o que tem este poder passa a querer eliminar toda possibilidade de

questionamento por parte daqueles que estão sob sua responsabilidade. Eliminando qualquer

possibilidade de ser contestado.

Tratando os outros como se fossem simples animais no cabresto, entendendo que esta pessoa

simplesmente tem que obedecer e não questionar.

Esta é uma realidade que é indigna e indignante, exercido assim, o poder deixa a pessoa que o

exerce cada vez mais só: o que submete o outro está só. O poder não respeita nem se respeita, pois

não reconhece nem se reconhece a si mesmo.

Podemos dai ver que o respeito pelo outro e por sua liberdade é a marca da autoridade. Mesmo

esclarecendo que não se trata de um respeito passivo, que se afasta para não intervir, mas um

respeito que se compromete, ativamente, com a liberdade do outro, um respeito que não tira a

liberdade do outro. Nisso é que deve consistir à força de sua autoridade. Comprometer-se com a

liberdade do outro e de si mesmo.

Pergunto a você!

É possível uma autoridade em um cargo que tenha poder, se comprometer a desenvolver uma

autoridade verdadeira, com atitudes de respeito aos outros e não impor seu poder por pressão,

mentira, medo?

Conhece-se alguma autoridade que age assim? faça uma análise sobre seu comportamento e tire

suas próprias conclusões.

Consciência Política Parte fundamental do exercício da cidadania refere-se à Consciência Política. Esta deve ser

moldada no indivíduo desde sua infância, propiciando uma boa formação de caráter no seio

familiar e que será desenvolvida ao longo da vida para ser multiplicada com a sociedade. Ou seja,

educação e cidadania são interdependentes e a Consciência Política é fruto dessa relação.

Infelizmente, nem toda sociedade desfruta de educação mínima e adequada. Como acontece no

Brasil, há muitas debilidades no sistema educacional que causam prejuízos de longa duração, pois

afetam várias gerações. Para que ocorra uma educação cidadã é preciso existir um projeto político

efetivamente democrático que valorize a participação dos cidadãos nas decisões e no cumprimento

das leis impostas à determinada sociedade. Além disso, o simples repasse de conhecimento e

informação não é suficiente para uma educação cidadã. É preciso despertar o envolvimento

cognitivo e afetivo do indivíduo, fazendo-o sentir que a educação o propicia consciência para

entender e modificar as realidades de seu meio. O desenvolvimento da visão crítica nos jovens é

fundamental para a incorporação de valores democráticos e para a participação política

significativa. Não é nenhum mistério que o nível de desigualdade e de problemas de um país está

associado ao nível de educação e cultura de seu povo.

Para a solidificação da consciência política de um país é preciso que seus indivíduos sejam

cidadãos conscientes de seus direitos civis e políticos e em sua implicância para um futuro melhor.

Normalmente atribui-se ao voto o poder de transformação, porém sua repercussão é muito

pequena e muito demorada. Para que haja uma sociedade mais igualitária, é preciso haver

envolvimento com as questões políticas e sociais não apenas em época de eleições. Eis a razão de

uma educação de qualidade, que faça o jovem crescer consciente de sua função social.

O caso brasileiro, em específico, nos alerta para a imediata necessidade de um novo plano de

futuro para o país. Frente ao quadro de estagnação política e social que nos encontramos, muito

em função de um sistema público educacional extremamente debilitado, faz-se urgente a revisão

de conceitos como cidadania e voto. Este só se apresenta a cada dois anos e não é suficiente para

atender as demandas do país. Já a cidadania está abalada pela péssima qualidade da educação e

pela fraca Consciência Política. Para além desses problemas apontados, ainda seria possível

apontar muitos outros que comprometem igualmente o futuro do país.

A consciência política é, ao mesmo tempo, alvo e razão de uma sociedade mais justa e igualitária e

que anseia dias melhores para sua população.

A Importância da Participação Política

Conforme o contexto histórico, social e político, a expressão "participação política" se presta a

inúmeras interpretações. Se considerarmos apenas as sociedades ocidentais que consolidaram

regimes democráticos, por si só, o conceito pode ser extremamente abrangente.

A participação política designa uma grande variedade de atividades, como votar, se candidatar a

algum cargo eletivo, apoiar um candidato ou agremiação política, contribuir financeiramente para

um partido político, participar de reuniões, manifestações ou comícios públicos, proceder à

discussão de assuntos políticos etc.

Níveis de participação política O conceito de participação política tem seu significado fortemente vinculado à conquista dos

direitos de cidadania. Em particular, à extensão dos direitos políticos aos cidadãos adultos. Sob

essa perspectiva os estudos de Giacomo Sani (citado em Bobbio - "Dicionário de Política")

definem três níveis básicos de participação política.

O primeiro nível de participação pode ser denominado de presença. Trata-se da forma menos

intensa de participação, pois engloba comportamentos tipicamente passivos, como, por exemplo, a

participação em reuniões, ou meramente receptivos, como a exposição a mensagens e propagandas

políticas.

O segundo nível de participação pode ser designado de ativação. Está relacionada com atividades

voluntárias que os indivíduos desenvolvem dentro ou fora de uma organização política, podendo

abranger participação em campanhas eleitorais, propaganda e militância partidária, além de

participação em manifestações públicas.

O terceiro nível de participação política será representado pelo termo decisão. Trata-se da situação

em que o indivíduo contribui direta ou indiretamente para uma decisão política, elegendo um

representante político (delegação de poderes) ou se candidatando a um cargo governamental

(legislativo ou executivo).

Ideal democrático Tomando por base sociedades contemporâneas que consolidaram regimes democráticos

representativos (países da Europa Ocidental, América do Norte e Japão), o ideal democrático que

emergiu nessas sociedades supõe cidadãos tendentes a uma participação política cada vez maior.

Contudo, numerosas pesquisas sociológicas na área apontam que não há correlação entre os três

níveis de participação política considerados acima. Ademais, a participação política envolve

apenas uma parcela mínima dos cidadãos.

A forma mais comum e abrangente de participação política está relacionada à participação

eleitoral. É um engano, no entanto, supor que haja, com o passar dos anos, um crescimento ou

elevação dos índices desse tipo de participação.

Mesmo em países de longa tradição democrática, o ato de abstenção (isto é, quando o cidadão

deixa de votar) às vezes atinge índices elevados (os Estados Unidos são um bom exemplo). Em

outros casos, porém, quando a participação nos processos eleitorais chega a alcançar altos índices

de participação, isso não se traduz em aumento de outras formas de participação política (o caso

da Itália é um bom exemplo).

A Importânciada Ética na Política

Uma das definições de ÉTICA (in Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa)

Conjunto de regras e de preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo

social ou de uma sociedade.

Disse José Sócrates

“O dia de hoje [a propósito da proclamação da Carta dos Direitos Fundamentais] é por isso um

marco de enorme relevo.

Os Direitos Fundamentais passam - formalmente e de forma irreversível - a fazer parte do

patrimônio comum da União. Um patrimônio ético e político. Um patrimônio de cidadania. Um

patrimônio de civilização.

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou (…) que se recandidata a primeiro-ministro nas

próximas eleições legislativas em nome de valores éticos e da decência na vida democrática em

Portugal.

“Não podemos deixar que vençam aqueles que fazem política com base na calúnia e nos ataques

pessoais”

"Pacheco Pereira não pode pretender dotar-se de qualquer autoridade ético-político para julgar os

comportamentos que ele próprio atribui aos outros".

“Sem ética a política não é democrática, transforma-se num permanente abuso de poder. Por isso

a declaração [de Paulo Rangel - não se deve confundir a política e a ética] é tão grave. Ela

significa o elogio do vale tudo, a ausência de princípios na ação política, o mais absoluto

discricionaríssimo”.

Estou convicto (e é apenas a opinião do signatário, como é natural) que todos os autarcas do

Partido Socialista se associam às preocupações enunciadas por muitos outros socialistas, alguns

deles com responsabilidades na governação, de que só uma conduta ética (ou o que é o mesmo,

com valores e moral) pode estabelecer os limites do que se pode (ou não pode) dizer (obviando à

maledicência, à intriga, aos ataques pessoais, à destruição do bom nome) pois não é admissível,

em regimes democráticos, estabelecer outro tipo de limites à liberdade de expressão.

Alienação Política

Alienação Política - incapacidade de um povo em se orientar politicamente conforme seus

próprios interesses. Crença na operosidade de instrumentos inoperantes, de um lado; desinteresse

total pelos fatos políticos, de outro. E, em sua forma mais grave - recusa em decidir o próprio

destino, de raciocinar, de traçar seu próprio projeto; criação do mito do Chefe, do Messias, do Pai,

do Salvador da Pátria. Compreender o significado destes fenômenos, ver neles o sentido que

possam ter, tal é a grande tarefa de quem se preocupa com o problema político do Brasil de hoje.

Ninguém duvida, hoje em dia, que as decisões políticas do eleitorado brasileiro são quase

imprevisíveis a longo prazo, influenciadas por uma série de fatores onde o que menos conta é a

efetiva identificação entre os eleitos e as massas, e o que mais vale são os recursos de propaganda,

do dinheiro e da capacidade demagógica dos lideres políticos. Um exemplo é a forma de liderança

do atual Presidente. Independentemente da opinião que dele façamos, não podemos ignorar a

feição personalista e mesmo demagógica de sua ação pública; são seus próprios admiradores mais

entusiastas que ressaltam a importância dos recursos populistas dc que lança mão para o sucesso

eleitoral que sempre obteve. Não que apenas a isto se deva o apoio que obteve, nem que isso

esgote o sentido político que possui.

Mas, por sua simples forma externa, esta é uma situação anômala, que vem se repetindo com

grande generalidade, e cujas conseqüências são quase imprevisíveis. Rompendo os quadros

partidários tradicionais, as formas já tornadas clássicas de luta eleitoral, o povo apóia com

entusiasmo candidatos que se declaram enfaticamente descompromissados com qualquer

instituição popular organizada, partidos, grupos e organizações, e cuja única plataforma são suas

qualidades pessoais; lança-se assim ao arbítrio desta única pessoa, em cujas mãos coloca seu

destino. Não é este o sentido da democracia, cujo ideal é a participação direta d o povo no

comando político, ou pelo menos no controle contínuo de seus representantes. Não é este o sentido

da existência de organizações partidárias, instrumentos que visam a realizar mais diretamente este

controle dos grupos e classes sobre os chefes políticos, e não apenas realizar a política destes

chefes. Esquecido do sentido da democracia, em liquidação as organizações partidárias, o país se

paralisa à espera dos atos onipotentes daquele a quem entregou seu futuro.

Não pretendemos o retrocesso do sistema político que se desfaz. A situação atual, naquilo que tem

de absurda, possui não obstante sua razão de ser, e seu aspecto positivo. É um momento de

transição no desenvolvimento político do povo brasileiro, e significa uma etapa sem dúvida

perigosa, mas que pode se desenvolver no melhor sentido. Suas origens e causas, suas

características principais e suas perspectivas, eis o que pretenderemos mostrar a seguir.

. Dissociação do Humano Formalmente, o Brasil é um país de organização política democrática, em que o povo decide

soberanamente seus destinos; e com raras exceções, afora o período do Estado Novo, desde a

Independência tivemos esta democracia vigorando, de uma forma ou de outra. Seu fundamento é a

instituição do sufrágio universal, que é disputado livremente pelos partidos políticos em igualdade

de condições.

Mas o aspecto legal de nosso regime político mal encobre um conjunto de procedimentos e

técnicas políticas que correspondem a uma estrutura social que é ignorada pelo legislador, e que é

quem vai determinar, em última análise, o sentido e a destinação dos acontecimentos políticos. É

esta realidade mais profunda que nos interessa.

O regime político brasileiro é, na sua forma legal, baseado no que surge na Europa com a

revolução burguesa, onde corresponde a um período em que as regulamentações tradicionais e

costumeiras da vida econômica, social e política se tornam prejudiciais à ascensão da burguesia.

Na sociedade feudal, a vida política se identifica com a vida privada, e a detenção do poder

político, pela nobreza, se identifica com a detenção do poder econômico e social. A burguesia dá

nascimento ao estado "político", liberal, que, ao eliminar o poder da nobreza, realiza a separação

entre da esfera política e as demais esferas, econômica e social, declarando estas últimas como não

políticas. Assim fazendo, deixa que estas esferas atuem a seu modo, livres de qualquer

regulamentação que não seja a do livre jogo de interesses. É proclamada a igualdade política

universal, ainda que esta igualdade se apóie em desigualdades sociais e econômicas de fato. Mas,

uma vez proclamado, o ideal da igualdade não se detém em seu aspecto formal, buscando cada vez

mais sua realização efetiva. O destino do estado político é de transformar-se, de "exterior" à vida

social e econômica, como é apresentado no regime liberal, em instrumento efetivo para a

realização do bem comum.

Mas o Estado Brasileiro criado nos moldes liberais, não correspondeu a um sistema capitalista, a

uma classe burguesa em ascensão, como na Europa. Se por um lado o país se ligava, na ocasião da

independência, ao sistema econômico europeu, através do comércio, por outro mantinha

internamente as formas semi-feudais de organização social. Dentro das fazendas manda o "senhor

de engenho", o fazendeiro, o "coronel," que é cercado de "compadres", "agregados", afilhados; os

lavradores raramente são empregados, mas "meeiros", "alugados", etc., recebendo em espécie,

quase nunca vendo dinheiro: as relações estritamente econômicas quase não existem, a estrutura é

tipicamente semi-feudal. Externamente os chefes locais votam, são eleitos, chegam inclusive a

constituir uma "democracia" restrita apenas a eles, onde os votos da grande população, quando

exigidos pela legislação liberal, obedecem religiosamente à sua orientação.

VIOLÊNCIA

Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer

algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico.

A violência se manifesta de diversas maneiras, em guerras, torturas, conflitos étnico-religiosos,

preconceito, assassinato, fome, etc. Pode ser identificada como violência contra a mulher, a

criança e o idoso, violência sexual, violência urbana, etc. Existe também a violência verbal, que

causa danos morais, que muitas vezes são mais difíceis de esquecer do que os danos físicos.

A palavra violência deriva do Latim “violentia”, que significa “veemência, impetuosidade”. Mas

na sua origem está relacionada com o termo “violação” (violare).

Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de violação dos direitos:

civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança,

habitação); econômicos (emprego e salário); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos

(participação política, voto).

Violência doméstica

A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre em um contexto familiar, ou seja, entre

parentes. Poderá ser entre o pai e a mãe, entre os pais e os filhos, etc. Abusos sexuais a crianças e

maus tratos a idosos também constituem violência doméstica. Existem cinco tipos de violência

doméstica: a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Diariamente, cerca de 2 mil pessoas

apresenta queixas na polícia, alegando ter sofrido violência doméstica.

A violência doméstica, é o tipo de violência que se pratica no lar, no seio de uma família.

Qualquer comportamento que carregue algum grau de agressividade que se dá entre parentes que

dividem o mesmo teto, pode ser entendido como violência doméstica.

Assim, como violência doméstica podemos classificar o abuso sexual contra crianças, violência

contra idosos, maridos que batem em esposas, pais que batem nos filhos e etc.

A sociedade e as autoridades tem se engajado, buscando alternativas para deter a violência

doméstica, contudo essa grave violação dos direitos civis continua a infligir de maneira

preocupante um grande número de lares no Brasil

Violência Urbana

A violência urbana também consiste em um tipo de violação da lei penal. Consiste na prática de

crimes diversos contra pessoas (assassinatos, roubos e sequestros), e contra o patrimônio público,

influenciando de forma negativa o convívio entre as pessoas e a qualidade de vida. Esse tipo de

violência manifesta-se particularmente nas grandes cidades.

Um dos principais fatores que gera a violência urbana é o crescimento acelerado e desordenado

das cidades. Como consequência surgem graves problemas sociais como fome, miséria,

desemprego e marginalização, que associados à ineficiência das políticas de segurança pública

contribuem para o aumento dos atos de violência.

Além da preocupação com a violência doméstica, a violência urbana é outra grande preocupação

dos brasileiros. Assaltos, assassinatos, brigas e violência sexual tem feito parte da rotina do país,

dominando as manchetes dos jornais.

Problema grave que consiste em uma violação do direito de ir e vir do cidadão que se sente acuado

e com medo, refém de uma situação que não parece ter solução a curto prazo e que impinge assim

as pessoas de bem uma violência psicológica também, que prejudica em muito a vida a

convivência social.

Causas da Violência

Os levantamentos de opinião pública são unânimes: a violência é uma das maiores preocupações

da sociedade brasileira contemporânea. Assistimos a cenas de agressividade a todo momento,

todos os dias, nas principais metrópoles do país. Ficamos perplexos com a extensão do problema e

mais ainda com a constatação de que não sabemos como sair dele. A que se deve essa situação tão

grave, que ceifa tantas vidas e fere tantas pessoas, física, emocional e moralmente?

A ciência se debruça sobre essa questão, e revela um cisma de abordagem e de interpretação entre

os pesquisadores que atribuem a maior parte da “culpa” ao ambiente e aqueles que

responsabilizam a constituição biológica dos indivíduos.

No primeiro grupo estão os que atribuem a causa dessa crise de violência às condições de

organização da sociedade: o abismo entre ricos e pobres, a falta de oportunidades e de emprego

para os jovens, as deficiências do sistema educacional. A opinião pública tende a concordar com

esse ponto de vista, reconhecendo a inadequação vergonhosa de nossa sociedade partida. Mas há

indícios de que talvez não sejam esses os únicos fatores que desencadeiam a violência entre as

pessoas.

Detalhe do cartaz do filme Laranja Mecânica, do norte-americano Stanley Kubrick (1928-1999),

adaptação do romance homônimo escrito pelo britânico Anthony Burgess (1917-1993). Na trama,

a gangue do protagonista Alex comete atos violentos gratuitos por prazer.

A mídia tem noticiado episódios de crueldade e agressão efetuados por jovens de classe média ou

alta, que vivem em condomínios elegantes. Em sociedades afluentes do hemisfério Norte, que em

grande medida resolveram os dilemas sociais acima mencionados, ocorrem também episódios de

extrema violência individual ou coletiva: atiradores suicidas, manifestantes violentos em confronto

com policiais idem, torcedores enlouquecidos com a derrota de seu time. Essas manifestações de

violência fazem supor que poderia haver determinantes biológicos para a agressividade humana.

Será verdade?

De fato, essa é a opinião de um segundo grupo de cientistas, que têm acumulado numerosas

evidências em animais e sujeitos humanos, mostrando que estão no próprio indivíduo os

mecanismos básicos que determinam o comportamento violento.

O dilema não é novo, e tudo indica que a verdade está no meio do caminho. A natureza oferece as

bases do comportamento, que, no entanto, é modulado pelo ambiente em constante variação.

Talvez você, leitor, seja uma pessoa predisposta a comportamentos agressivos, quem sabe um

impulsivo. Mas caso seu ambiente familiar e social seja equilibrado e pacífico, essa predisposição

talvez permaneça silenciosa, controlada, ou não passe da emissão de algumas palavras fortes em

situações mais tensas.

Biologia, cérebro e agressividade

A agressão entre indivíduos é um comportamento social complexo que evoluiu entre os animais

no contexto da defesa e da obtenção de recursos para a sobrevivência e a reprodução. Até os

invertebrados, como as moscas-das-frutas tão estudadas pelos geneticistas, exibem

comportamentos de luta que servem para estabelecer uma hierarquia social entre os machos. Nos

vertebrados, nem se fala: a simples entrada de um intruso na gaiola de um casal de camundongos

dispara em segundos um ataque arrasador do macho residente.

Existe uma determinação genética para esse tipo de comportamento agressivo, chamado “reativo-

explosivo”: é o que concluiu o grupo liderado pela pesquisadora Emilie Rissman, da Escola de

Medicina da Universidade da Virgínia, nos EUA. Rissman e seu grupo analisaram a agressividade

dos camundongos machos, em contraste com a das fêmeas, usando animais geneticamente

manipulados. Puderam concluir que a agressividade dos machos depende de pelo menos um gene

situado no cromossomo Y (chamado Sry), e a das fêmeas, de um outro gene.

Até aí morreu Neves, como diriam os antigos. E o cérebro com isso? Importa saber se os genes

ativam mecanismos no cérebro, capazes de determinar comportamentos agressivos. A resposta é

afirmativa. Diferentes mecanismos moleculares estão envolvidos e geralmente atuam na

transmissão de informação entre neurônios, que emprega moléculas neurotransmissoras, em

particular aquela conhecida como serotonina.

A serotonina é fabricada por neurônios situados em regiões mais baixas do cérebro, próximas ao

pescoço, cujas fibras ascendem às regiões superiores, inclusive o córtex cerebral, formando

circuitos cuja função é “controlar o gatilho” dos comportamentos. No córtex e em outras regiões, a

serotonina é reconhecida por proteínas receptoras específicas posicionadas na superfície dos

demais neurônios. Quando isso ocorre, o córtex bloqueia os comportamentos agressivos que

seriam disparados pelas regiões mais baixas. A razão contém a emoção. Aprendemos a refrear

nossos impulsos agressivos, em nome da boa educação, do diálogo e da compreensão entre os

seres humanos.

A molécula da serotonina, envolvida na modulação dos mecanismos cerebrais que determinam o

comportamento agressivo.

Só que nem sempre é assim. Em camundongos, por exemplo, os mais agressivos apresentam

baixas concentrações de serotonina no cérebro. Faz sentido: com pouca serotonina, o córtex não

consegue refrear o ataque. Além disso, sempre que são tratados com drogas que interferem na

síntese, transporte ou eliminação da serotonina, ocorrem alterações no comportamento agressivo:

ficam mais plácidos ou mais agressivos, dependendo do tratamento que receberam. As proteínas

receptoras que reconhecem a serotonina foram identificadas com a participação de um grupo

brasileiro liderado pela neurocientista Rosa de Almeida, da Universidade do Vale do Rio dos

Sinos, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.

O envolvimento da serotonina com a agressividade dos camundongos tem uma contrapartida

humana. Pessoas violentas apresentam baixos teores de serotonina no cérebro, nas mesmas regiões

associadas à agressividade dos animais. Além disso, há muito os psiquiatras tratam os psicopatas e

as pessoas muito agressivas com medicamentos análogos da serotonina, e outros que aumentam a

sua presença nas sinapses.

O ambiente social entra em cena

Portanto, há algo de biológico e cerebral na determinação do comportamento agressivo dos

animais e dos seres humanos. Mas falta definir um elo fundamental para incorporar à análise das

causas da violência humana: o papel modulador do ambiente. Será possível mostrar que as

condições do meio influenciam a agressividade das pessoas através da modulação dos mecanismos

cerebrais?

Algumas equipes de neurocientistas se debruçaram sobre esse aspecto, mas os resultados ainda são

contraditórios. Uma primeira tentativa foi relatada em 2002 por um grupo de pesquisadores de

diversos países, liderado por Avshalom Caspi, do Instituto de Psiquiatria do King’sCollege, em

Londres. O grupo analisou a presença de genes que produzem certas proteínas (enzimas)

desativadoras de neurotransmissores cerebrais, em um grande número de indivíduos que sofreram

maus tratos quando crianças, em comparação com outros com experiências menos sofridas. Além

disso, correlacionaram os dados com o perfil de personalidade e a história de vida de cada um,

identificando aqueles que haviam cometido transgressões com violência.

Os pesquisadores verificaram que os indivíduos transgressores eram justamente os que haviam

sofrido maus tratos quando crianças e, além disso, tinham uma configuração genética que produzia

baixas taxas das enzimas cerebrais. O resultado não foi confirmado por outros pesquisadores, mas

é sugestivo de que o caminho pode ser esse. Mais recentemente, outro grupo verificou que a

exposição a filmes violentos na TV influi negativamente sobre a ativação do lobo frontal, região

cerebral que atua em comportamentos agressivos.

Pode-se concluir que um ambiente social violento e transgressor influencia fortemente aqueles

indivíduos cujo perfil genético os torna suscetíveis a desenvolver comportamentos agressivos

inapropriados, resultando em alterações cerebrais nas regiões que normalmente regulam esses

comportamentos. Dirão os céticos: e daí? O que importa é reformular a sociedade, pois é essa a

ação mais eficaz para beneficiar a maioria, evitando a expressão dos comportamentos agressivos.

Certo. Mas há muito mais água embaixo da ponte. Os juristas, por exemplo, buscam diferenciar os

comportamentos agressivos evitáveis daqueles inevitáveis. A atribuição de culpa criminal depende

da diferenciação precisa entre a agressividade “normal” e a agressividade patológica.

A realidade não é simples, e o conhecimento científico de seus meandros é que permite lidar com

cada caso da maneira mais justa: condenação ou tratamento? Prisão ou hospitalização? Nesse

campo da violência, qualquer deslize pode causar uma violência ainda maior.

Conceito de Violência Física

Qualquer atitude ou ação que cause algum prejuízo físico ou moral à uma pessoa ou ser vivo,

chamamos de violência. Violência também pode ser entendida como o ato que agride ou pretende

agredir. Violência, quando uma atitude intencional, é sempre um tipo de ataque.

Entretanto, como dito, a violência nem sempre é um ato intencional. Em um acidente, morte ou

trauma psicológico, podemos encontrar indícios de violência sem um propósito de agressão. Num

acidente de automóvel, por exemplo, pode haver muita violência, mas sem que haja ali

necessariamente uma intenção.

A violência é um dos grandes problemas da nossa sociedade e provoca indignação na opinião

pública especialmente quando praticada para com pessoas ou seres que não tem como se defender

do ataque, como é o caso da violência doméstica e na maioria dos casos de violência urbana em

geral.

Violência cotidiana A violência urbana, diária, é, portanto, um grande problema social, mas ao mesmo tempo é a

manifestação de uma característica sempre presente no comportamento humano ao longo da

História.

Pois, se de um lado a violência provoca medo e destrói vidas ou famílias, há dentro da nossa

sociedade toda uma cultura da violência.

Ou seja, ao mesmo tempo que nos defrontamos com violências as mais diversas em situações

diversas, como violência escolar (bullying), violência no namoro, brigas de transito, enfim,

também procuramos e nos atraímos pela violência em jogos de vídeo game, filmes e esportes que

tem como características a violência física, como o MMA, o Boxe e mesmo o futebol.

Violência pode ser então uma violação, agressão, ataque; pode provocar lesão, ferimento, trauma e

até a morte, assim como também que pode transformar-se numa atividade cultural, lúdica, num

entretenimento, num prazer, em algo que pode ser explorado de forma altamente lucrativa.

A Relação Violência e Paz

Com origem no termo latim pax, a paz pode ser definida num sentido positivo e num sentido

negativo. No seu sentido positivo, a paz é um estado de tranquilidade e de quietude; já, em sentido

negativo, a paz é a ausência de guerra ou violência.

A nível político e para o direito internacional, a paz é a situação e relação mútua vivida por

aqueles que não estejam em clima de guerra. Trata-se, nestes casos, de uma paz social, onde são

mantidas boas relações entre comunidades de indivíduos.

Ao longo da história, a paz social nem sempre foi considerada como algo bom. Alguns povos,

como os vikings, baseavam o seu desenvolvimento nas pilhagens das comunidades vizinhas, pelo

que exaltavam os ânimos dos guerreiros e as suas virtudes.

O vocábulo paz também se pode referir ao tratado ou acordo que é estabelecido entre governantes

para acabar com um conflito bélico.

Quando a paz diz respeito ao plano individual, em geral, faz referência a um estado interior

despojado de sentimentos negativos como o ódio ou a fúria. Por sujeito em paz entende-se

qualquer pessoa que esteja tranquila (ou de bem) consigo mesma e, por conseguinte, com os

outros.

Para a religião, a paz é também uma forma de saudação, uma vez que é um valor que se deseja

para si mesmo e para o próximo, daí ouvir-se a expressão “Que a paz esteja convosco” e, em

algumas missas, chega-se mesmo a dar um beijo no rosto da pessoa que estiver ao lado.

Por fim, podemos dizer que a Pax romana (paz romana) é um conceito que diz respeito a um

governo que exerce o poder unilateral, de forma desmedida (sem controlo) e sem qualquer respeito

pelos direitos dos cidadãos.

EXERCÌCIOS

1- O que é a atividade Política?

2-Onde surgiram as Pólis e para que serviam?

3-Porque a Política é fundamental em nossa vida?

4- Como deveria ser o verdadeiro Líder ou Dono do Poder?

5- O que é Consciência Política?

6- Como podemos participar da Política?

7- O que é um Ideal Democrático?

8- O que é Ética na Política?

9- Como funciona a Política sem Ética?

10- Como funciona a Alienação Política?

11- Defina Violência:

12- Caracterize Violência Política:

13- Caracterize Violência Urbana:

14-Cite a principal causa da Violência Urbana:

15- Comente Violência Física?

BIBLIOGRAFIA

http://www.cbfc.org.br/a educadores e educandos.

SÁTIRO, Angélica e WUENSCH, Ana M. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. - São Paulo:

Saraiva, 1997.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Ed. Ática, 1997.

Silvio Gallo - Walter Omar Kohan : Filosofia No Ensino Medio, V.6

Silvio Wonsovicz, Programa Educar para o pensar: Filosofia com crianças, adolescentes e jovens.

3º volume.

IUB, Mônica. Filosofia Clínica e Educação. Editora Wak.

BÜTTNER, Peter. Mutação no Educar: uma questão de sobrevivência e da vida plena - o óbvio

não compreendido. Cuiabá. EdUFMT, 1999.

BRUNER, Jerome S. Child?s Talk, Nova Iorque: Norton, 1983.

FELTRIN, Antônio Efro. Inclusão Social na Escola: Quando a pedagogia se encontra com a

diferença. São Paulo: Paulinas, 2004.

FERNANDES, Raquel Martins. Comunidade de investigação Filosófica no Ensino Superior -

teoria e prática. / Orientador Dr Peter Büttner Cuiabá: UFMT/I E, 2003.

GARDNER, Susan. Investigação não é uma mera conversa. In: A Filosofia e o Incentivo à

Investigação Filosófica. Coleção Pensar - vol. IV - São Paulo: Centro Brasileiro de Filosofia para

Crianças, 1997.

GAZZARD, Ann. A Filosofia para crianças e a disciplina de filosofia. In: A Filosofia e o

Incentivo à Investigação Filosófica. Coleção Pensar - vol. IV - São Paulo: Centro Brasileiro de

Filosofia para Crianças, 1997.