Neuroeducação e o Processamento Auditivo (Central) na ... · PDF file-...
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Neuroeducação e o
Processamento Auditivo
(Central) na Aprendizagem
POSSÍVEIS CAUSAS
- Dificuldades durante a gestação e o nascimento
- Febre alta durante a primeira infância
- Icterícia neonatal (Bellis, 1996)
- Otite média recorrente (principalmente nos primeiros 18 meses)
- Hereditariedade
- Falhas genéticas ou lesões sub-clínicas durante os primeiros anos
- Experiências auditivas insuficientes durante a primeira infância
- Alterações neurológicas
- Sexo (DeFries e cols, 1990)
- Lateralidade (Geschwind e Behan, 1982)
- Meningite, encefalite, crises convulsivas
- Pais usuários de drogas
- Padrão sócio-econômico (Menyuk, 1986)
MANIFESTAÇÕES EM CRIANÇAS PEQUENAS
- Respostas exarcebadas
- Dificuldade de localização com acuidade normal
- Aumento da latência de resposta
- Ausência de habituação a estímulos repetidos
- Reflexo cócleo palpebral ausente com acuidade auditiva normal
MANIFESTAÇÕES
- Comportamento desatento e distraído
- Dificuldade escolar
- Trocas de letras na fala e/ou escrita de caráter auditivo
pedagógico
- Desatenção auditiva
- Dificuldade na percepção da entonação da fala
- Comportamento desorganizado
PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL) – DEFINIÇÃO
“Processamento auditivo é aquilo que fazemos com que ouvimos”
Envolve não somente a percepção dos sons, mas, mais importante doque isso, envolve como nós identificamos, localizamos, temos atenção,analisamos, memorizamos e recuperamos a informação.
(Katz, 1994)
Transtorno do processamento auditivo (c) – déficit no processamentodos sinais acústicos não atribuídos a comprometimento de perdaauditivaperiférica ou prejuízo intelectual.
(Jerger & Musiek, 2000)
Como é feita a Avaliação?
• É feito na cabina audiológica.
• Usa-se material gravado e padronizado para a população brasileira.
• É considerado a idade do indivíduo para classificar perante a normalidade.
- Localização e lateralização sonora
- Discriminação auditiva
- Reconhecimento de padrões auditivos
(ASHA, 2005, p.2)
PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL) –
Habilidades
- Aspectos temporais da audição:
- integração temporal
- resolução temporal (discriminação)
- ordenação temporal
- mascaramento temporal
- Desempenho auditivo com sinais acústicos competitivos
(ASHA, 2005, p.2)
PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL) –
Habilidades
- Núcleo Coclear
- Complexo Olivar Superior
- Leminisco Lateral
- Colículo Inferior
- Corpo Geniculado Medial
- Formação Reticular
- Ínsula
ESTRUTURAS ENVOLVIDAS – PA(C)
Núcleos Cocleares
- iniciam a análise sensorial complexa e diminuem os sinais de ruído de fundo
Complexo Olivar Superior
- respondem às diferenças de intensidade e tempo interaural
- codificação de um som no espaço
Colículo Inferior
- importante papel nos reflexos auditivos, como por exemplo o “Startle”
- mantém atenção ao estímulo sonoro
- localização sonora mais refinada (multidimensional)
FUNÇÃO DAS VIAS AUDITIVAS
Corpo Geniculado Medial
- é a única especificamente auditiva
- todas as áreas corticais auditivas recebem fibras do corpo geniculado medial
Córtex
- primário
- secundário
Formação Reticular
- sistema de alerta e atenção
Ínsula
- localizada entre o tálamo e o córtex auditivo primário
- responsável pelo registro da representação fonológica de curto e longo prazo
- imagem articulatória
- armazena informações sensoriais
FUNÇÃO DAS VIAS AUDITIVAS
ÁREA PRIMÁRIA
Prolonga e estabiliza a informação acústica, tornando-a de caráter
mais constante e suscetível de controle. As fibras mantém, nesta
região a organização somatotópica da cóclea. (B.A.T.A.T.A)
ÁREA SECUNDÁRIA
Especialmente adaptada para análise e síntese dos sons da fala,
ou seja, para a audição da fala qualificada. Essa zona é ligada por
numerosas conecções a outros sistemas cerebrais, envolvidos na
produção da fala e da linguagem. (BATATA)
LOBO TEMPORAL
Existem diferenças anatômicas e funcionais entre o hemisfério direito
e hemisfério esquerdo.
Hemisfério Direito mais abstrato
análise melódica
(prosódia, tonicidade, elementos musicais)
visuo espacial
Hemisfério Esquerdo mais concreto
aspectos cognitivos
representações matemáticas
analisa o significado da palavra.
ESPECIALIZAÇÃO HEMISFÉRICA
UNIDADES FUNCIONAIS DE LÚRIA
Unidade 1 – atenção e alerta
Unidade 2 – recepção sensorial
Unidade 3 – organização de resposta
UNIDADES FUNCIONAIS DE LÚRIA
Unidade 1 – atenção e alerta (Tronco encefálico e lobo temporal)
Segundo Luria, esta área assume um papel fundamental na motivação e na aprendizagem, estando esta em atividade desde a gestação.
- localização sonora
- filtro de ruído
- resolução temporal
- alerta
- atenção seletiva (controle - eferente – HE)
UNIDADES FUNCIONAIS DE LÚRIA
Unidade 2 – recepção sensorial (Lobo occipital, temporal,
parietal)Segundo Luria, esta área entra em funcionamento somente
após o nascimento, tendo papel muito importante nas
relações entre o indivíduo e o meio.
- recepção da informação
- armazenamento sensorial
- identificação
- discriminação
- classificação e integração
UNIDADES FUNCIONAIS DE LÚRIA
Unidade 3 – organização de resposta (Lobo frontal,
parietal)Esta unidade funcional depende do bom funcionamento
das outras duas unidades, logo, esta é a ultima a ser
formada.
- integração
- memória operativa
- memória de longo prazo
- resgate verbal
- atenção sustentada
PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL)
Neuroaudiologia – ciência que estuda a neuropsicologiado processamento auditivo e suas relações com alinguagem
Aprendizagem= ensação+percepção+atenção+memória
ATENÇÃO
- automática
Atenção
- voluntária - atenção seletiva (FR)
- sustentada (FR + córtex frontal)
- alternada
- dividida
MEMÓRIA
Memória - Curto prazo/trabalho
- Longo Prazo
Modulado por fatores psíquicos - consciência
- atenção
- interesse
- emoção
- repetição
- associação
AVALIAÇÃO DO PA(C)
ATENÇÃO - seletiva (figura fundo)
- dividida (integração binaural)
MEMÓRIA - operacional
- auditiva de armazenamento e resgate
- evocativa
Redundância Extrínseca
• Ex: falar alto, baixo, rápido, lento.
Dependente de fatores como intensidade, freqüência e duração.
• Ex: As meninas são bonitas.
A própria linguagem já é redundante.
Redundância Intrínseca
Eficiência do próprio sistema nervoso auditivo central (SNAC) bilateralmente.
A cada estágio da via auditiva ele faz análises cada vez mais refinadas.
A via auditiva é única por que:
• Possui maior número de núcleos de associação do tronco encefálico;
• Possui mais vias paralelas do que os outros sistemas;
• Possui grande número de fibras homolaterais. Assim, cada área auditiva do córtex recebe impulsos originados na cóclea de seu próprio lado e na do lado oposto, sendo impossível a perda da audição por lesão de uma só área auditiva.
Webster (1995)
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
- Figura fundo auditiva - PSI ou SSI (MCI)
- Interação Binaural - MLD
- Separação Binaural - PSI ou SSI (MCC) Dicótico Consoante-Vogal (atenção dirigida)
- Integração Binaural -dicótico de digitosSSW
- Resolução Temporal - RGDT e GIN
- Padronização Temporal - PPS e DPS
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
FIGURA FUNDO AUDITIVA
Capacidade de separar figura do fundo, ou seja,
informação (estímulo alvo) e ruído (estímulo
competitivo)
INTERAÇÃO BINAURAL
Localização e lateralização do estímulo sonoro
FECHAMENTO AUDITIVO – habilidade em utilizar redundância intrínseca
e extrínseca para completar porções perdidas ou distorcidas do sinal auditivo e,
então, conseguir compreender toda a mensagem.
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
SEPARAÇÃO BINAURAL
Processar uma mensagem em uma orelha e ignorar outra mensagem que
esteja simultaneamente na outra orelha
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
INTEGRAÇÃO BINAURAL
Processar duas informações diferentes que são apresentadas
simultaneamente nas duas orelhas
HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS
RESOLUÇÃO TEMPORAL
Resolução ou discriminação temporal se refere a um menor domínio de
tempo na qual o indivíduo pode discriminar entre dois sinais acústicos.
Fundamental para compreensão da fala e para a habilidade de leitura
PADRONIZAÇÃO TEMPORAL
Análise e nomeação de padrões não verbais
Percepção dos aspectos supra segmentais da fala (entonação, ritmo,
melodia – surpresa, alegria, ira, tristeza)
TESTES – PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO
Testes Monoaurais PSI/SSI – MCI
Testes Dicóticos PSI/SSI - MCC
Dicótico de Digítos
Dicótico Consoante Vogal
SSW
Testes Binaurais Masking Level Difference – MLD
Randon Gap Detection Test – RGDT
Gap In Noise – GIN
Padrão de Frequência – PPS
Padrão de Duração – DPS
PSI/SSI - MCC
PSI/SSI - Mensagem Competitiva Ipsilateral (MCI)
Faixa etária a partir de 4/8 anos
Intensidade 40 dBNS
Monótico, relação s/r -15 dB
Habilidade auditiva: figura-fundo
Sensíveis: a disfunção/lesão de T.E.
Referência: mínimo de 60% de acertos
TESTES PSI / SSI
MASKING LEVEL DIFFERENCE - MLD
Nível de intensidade 45 dBNS
Faixa etária a partir de 5 anos
Binaural
Interação binaural
Sensível a disfunção/lesão de tronco encefálico (COS)
Referência: > 9 dB S/N
RANDON GAP DETECTION TEST - RGDT
Nível de intensidade 55 dBNS
Faixa etária a partir de 5 anos
Binaural
Resolução temporal
Sensível a disfunção/lesão em córtex auditivo primário
Referência: 5/6 anos = ou < 15 ms7+ anos = ou < 10 ms
GAP IN NOISE - GIN
. Nível de intensidade 50 dBNS
. Faixa etária a partir de 5 anos
. Binaural
. Resolução temporal
. Sensível a disfunção/lesão em córtex auditivo primário
. Referência: < 8 ms
TESTES DICÓTICOS
Habilidades auditivas de separação e integração binaural, atenção dividida,
discriminação, associação, memória operativa e organização.
(Alvarez, 1998)
Sensíveis a disfunções/lesões de conexões inter hemisférica e intra hemisféricas
de hemisfério direito e esquerdo.
(Musiek & Chermak, 1997)
TESTE DICÓTICO DE DÍGITOS
Faixa etária a partir de 5 anos
Intensidade 50 dBNS
Dicótico
Integração binaural, atenção dividida, memória operativa
Córtex auditivo (hemisfério esquerdo) e corpo caloso
5/6 anos OD: 81% OE: 74%
7/8 anos OD: 85% OE: 82%
9/10 anos OD: 90% OE: 90%
>11 anos OD: 95% OE: 95%
TESTE DICÓTICO DE DÍGITOS
SSW - STAGGERED SPONDAIC WORDS
Nível de intensidade 50 dB
Faixa etária a partir de 6 anos
Dicótico
Integração binaural, ordenação temporal, memória operativa,
função executiva
Sensível a disfunção/lesão inter e intra hemisférica (HD e HE)
Análise qualitativa - tendência de erros
Inversões
Efeito de ordem baixo/alto e alto/baixo
Efeito auditivo baixo/alto e alto/baixo
Tipo A
(Katz, 1999)
SSW - STAGGERED SPONDAIC WORDS
SSW
Inversões
Comprometimento do lobo temporal anterior, área sensório-
motora e da região frontal adjacente
Indícios de alteração da função de organização
Problemas de memória auditiva e organização sequencial
Desorganização, dificuldade em soletração, inversões visuais (p/b)
(Katz, 1999)
SSW - STAGGERED SPONDAIC WORDS
Efeito de Ordem Alto/Baixo e Efeito Auditivo Baixo/Alto
Maior número de erros nas duas primeiras colunas ou maior número de erros
quando o teste começa na orelha esquerda
Perda gradual de memória
Lobo temporal anterior e frontal
Linguagem expressiva, figura-fundo, memória
Desatenção, “hiperatividade”, disgrafia, dificuldades de expressão oral, escrita
e de compreensão de leitura
(Katz, 1999)
SSW - STAGGERED SPONDAIC WORDS
Efeito de Ordem Baixo/Alto e Efeito Auditivo Alto/Baixo
Maior número de erros nas duas últimas colunas ou maior número de erros
quando o teste começa na orelha direita
Alteração da função auditiva de decodificação fonêmica
Lobo temporal posterior (giro de Heschl e córtex auditivo)
Linguagem receptiva
Habilidade fonética pobre (leitura e soletração), dificuldades
articulatórias.
(Katz, 1999)
SSW - STAGGERED SPONDAIC WORDS
TESTE DICÓTICO CONSOANTE-VOGAL
Faixa etária a partir de 8 anos
Intensidade 55 dBNS
Dicótico
Dominância hemisférica para linguagem, separação binaural,
assimetria perceptual (função executiva inibitória)
Etapas - atenção livre e atenção direcionada
TESTE DICÓTICO CONSOANTE-VOGAL
TESTES PPS E DPS
. Nível de intensidade 50 dB
. PPS – a partir de 6 anos - Auditec
a partir de 7 anos - Musiek
. DPS - adulto
. Binaural
. Padronização/ordenação temporal - reconhecimento e
nomeação de padrões temporais
. Memória evocativa
. Sensíveis a disfunções em áreas de HD, HE, e Corpo
Caloso
Decodificação auditiva
Integração auditiva
Prosódia / não verbal
(Associação/Organização de saída)
SUBTIPOS TPAC
DECODIFICAÇÃO
Definição: dificuldade na habilidade para discriminar diferenças acústicasmínimas da fala, caracterizado por baixa discriminação auditiva
Topodiagnóstico: tronco encefálico/ córtex auditivo primário
Funções comprometidas figura-fundointeração binauralresolução temporalintegração binaural
Manifestações
Processamento lento e impreciso
Problemas na fala (r/l) e/ou escrita
Habilidade auditiva de fechamento reduzida
Dificuldade de utilização da informação fonêmica
Alcança sobrecarga auditiva mais rapidamente
Redução do vocabulário, dificuldade em sintaxe, semântica
Dificuldade na discriminação de fonemas, escrita, soletração
DECODIFICAÇÃO
INTEGRAÇÃO AUDITIVA
Definição déficit na habilidade em realizar tarefas que requeiram comunicaçãointer sensorial ou inter hemisférica
Topodiagnóstico comunicação inter-hemisférica (corpo caloso)
Achados no teste de PA(C)
maior número de erros na OE nos testes dicóticosPPS/DPS nomeando - alterado
murmurando - normal
SSW trocas cometidas tendem a ser semanticamenterelacionadas ao estímulo dado
Funções Comprometidasnomeação de padrões temporaisintegração binaural
INTEGRAÇÃO
Manifestações
dificuldade em compreender ordens, início de tarefas complexas, completar tarefas em um prazo determinado
requisição contínua de parâmetros
dificuldade no reconhecimento da leitura, soletração, ortografia e
tarefas de integração sensorial.
PROSÓDIA / NÃO VERBAL
Definição deficência na habilidade de processar as características
supra-segmentais envolvidas na percepção da fala
Topodiagnóstico hemisfério direito
Achados no teste de PA(C)
PPS / DPS nomeando/murmurando alterado
Funções Comprometidas
análise e nomeação de padrões temporais
Manifestações
dificuldade em identificar e utilizar aspectos prosódicos de
enunciados relacionados a pistas não verbais, expressões faciais,
corporais e gestos
dificuldade na percepção da entonação
dificuldade na compreensão de texto
PROSÓDIA / NÃO VERBAL
ORGANIZAÇÃO DE SAÍDA
Definiçãodeficiência para organizar, sequenciar, planejar e/ou evocar respostas apropriadas
Topodiagnóstico vias temporo frontaissistema eferente
Achados nos testesinversões dos estímulos apresentadosefeito de ordem alto/baixo no teste SSW
Funções comprometidasresgate de inf. recentemente recebidasresgate de inf. previamente estocadasfunção executiva
Manifestações
comportamento desorganizado, impulsivo, planejamento inadequado
habilidades motoras frequentemente afetadas
dificuldade na linguagem expressiva, articulação, sintaxe, soletração,
síntese sonora
dificuldade em seguir instruções, tomar notas ou lembrar atribuições
ORGANIZAÇÃO DE SAÍDA
Definição inabilidade básica em aplicar as regras de linguagem ao sinal acústico de entrada
Topodiagnóstico regiões corticais associativas (HE)
Achados em testes de PA(C)
resultados rebaixados bilateralmente nos testes de dicóticos
PPS/DPS murmurando normal / nomeando alterado
reconhecimento de palavras pode estar alterado
Habilidade alterada integração binauralseparação binauralnomeação de padrões temporais
ASSOCIAÇÃO
Manifestações
dificuldade na compreensão da leitura
déficit em vocabulário, nomeação de palavras, semântica, sintaxe,
matemática
expressão verbal e/ou escrita
aquisição de língua estrangeira
solicitação de esclarecimento da mensagem verbal
ASSOCIAÇÃO
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
- Identificar as funções auditivas comprometidas figura fundo auditiva
interação binaural
resolução temporal
integração binaural
análise dos padrões temporais
nomeação dos padrões temporais
- Observação comportamental latência de respostas
responder antes de terminar apresentação
subvocalização
tipos de erros no decorrer dos testes – análise qualitativa
comportamento durante a avaliação: fadiga, motivação
- Relacionar os resultados encontrados com a queixa apresentada
Assim o ouvinte deve ser capaz de:
Dar significado ao fluxo de sinais acústicos através do uso dos contextos lingüístico e não lingüístico.
Segmentar e decodificar usando o conhecimento fonológico, sintático e pragmático;
Armazenar e resgatar informações; restabelecer, organizar e usar informação resgatada;
Filtrar, selecionar e combinar informações no nível perceptual e conceitual apropriado;
Transformar e transmitir continuamente informações através do SNAP e SNAC;
Atender, discriminar e identificar sinais acústicos;
Processamento Auditivo
Linguagem Oral Escrita
Audição e linguagem: funções correlacionadas, interdependentes
• Estabelecem o contato como meio ambiente• Promovem a integração intelectual e social• Comunicação• Aprendizado• Elaboração e Simbolização do pensamento humano
C O M P R E E N S Ã O D E F A L A:
Efeito do comprometimento periférico
O sistema auditivo periférico deficitário capta parte do estímulo acústico e envia, via nervo auditivo ao sistema auditivo central
Quando a informação que o cérebro recebe do sistema auditivo periférico não é clara, é indefinida, distorcida, ou incompleta, o sistema cognitivo tem esforço e controle adicional para tentar compreender a MENSAGEM
• Indivíduos com perda auditiva tem que “monitorar” por mais tempo os fonemas antes de identificá-los
• Se a identificação básica usa mais recursos superiores, restam menos recursos cognitivos para outras atividades de processamento que culminam com dificuldade na compreensão da MENSAGEM
COMPROMETIMENTO PERIFÉRICO
Crianças no processo de construção de linguagem não têm a mesma experiência linguística dos adultos
Adultos recorrem à sua experiência com linguagem (conhecimento prévio do tópico, vocabulário, estruturas gramaticais) para preencher os gaps na escuta.
Diagnóstico médico mais frequente na infância
Inflamação na orelha média que causa perda auditiva flutuante entre 21-40dB
Não é diagnosticada 50% das vezes
PERDA AUDITIVA CONDUTIVA
Otite Média
Efeitos na Aprendizagem
• Impacto negativo no desempenho de linguagemoral, leitura, escrita e acadêmico
• Qualquer tipo e grau de perda pode representar uma barreira para a aprendizagem incidental
90% do conhecimento adquirido por crianças pequenas é aprendido incidentalmente;
A perda auditiva é uma barreira para a aprendizagem resultante dos estímulos incidentais do ambiente;
Perdem pistas sociais;
Perdem pelo menos 10% das instruções dadas em sala de aula
As perdas acadêmicas ocorrem desde o início da vida escolar
Costumam ser mais evidentes a partir do 3º ano
Aumento da demanda linguística
Diminuição gradativa do direcionamento do professor
As perdas auditivas leves costumavam ser ignoradas, atualmente são frequentemente confundidas com Distúrbio do Processamento Auditivo ou Déficit de Atenção
O sistema auditivo periférico capta o estímulo acústico e envia, via nervo auditivo, ao sistema auditivo central
• Ao longo das vias auditivas do tronco encefálico ao córtex podem ocorrer déficits que comprometam as funções auditivas de figura fundo, interação binaural, resolução temporal, padronização temporal, integração e separação binaural que dependerá do sistema cognitivo para tentar compreender aMENSAGEM
C O M P R E E N S Ã O D E F A L AEfeito do comprometimento auditivo central
Nas situações de escuta difícil as dificuldades ficarão
mais evidentes
• Se a análise, decodificação e integração usam mais
recursos superiores, restam menos recursos cognitivos
para outras atividades de processamento que
culminam com dificuldade na compreensão da
MENSAGEM
O sistema auditivo periférico capta o estímulo acústico
e envia, via nervo auditivo ao sistema auditivo central
A análise, decodificação e integração ocorrem sem
comprometimento
As áreas associativas são deficitárias e comprometem
a compreensão da MENSAGEM
C O M P R E E N S Ã O D E F A L A
Efeito do comprometimento das funções superiores
Sistema auditivo periférico, sistema auditivo central,
linguagem funcionando bem
Dificuldade para focar e/ou memorizar compromete a
compreensão da MENSAGEM
Atenção sustentada: papel importante na
compreensão da mensagem
Distração: perda de partes da mensagem -
diminuição da redundância extrínseca, dificultando
a compreensão da mensagem
Processamento Auditivo refere-se a como o sistema
auditivo central utiliza a informação auditiva.
• Distúrbio de Processamento Auditivo é um déficit
auditivo que não se deve a outros comprometimento
cognitivos – atenção, memória - e/ou de linguagem
Há muitos transtornos que podem interferir na
habilidade de um indivíduo de entender a
informação auditiva
• TDAH
• Transtorno de linguagem
• Asperger, Autismo,…
A S U S P E I T A
O professor atento é a primeira pessoa
a notar os sintomas
• Dificuldade em manter a atenção e em lembrar
informações apresentadas oralmente;
• Dificuldade em realizar tarefas que envolvem
direções múltiplas;
• Habilidades de escuta pobres;
Crianças com TPA têm:
Lentidão para realizar determinadas tarefas;
Lentidão para compreender as informações;
Necessidade de repetições ou explicações extras
– parecem não ouvir
Desempenho acadêmico pobre;
Problemas comportamentais; ? ? ?
C O M P O R T A M E N T O
O que vocês esperam de crianças saudáveis que
não conseguem entender o que acontece ao redor,
que não compreendem o que as pessoas dizem,
mas que são capazes de perceber que todos os
outros sabem o que está acontecendo e o que está
sendo dito ?
Desinteresse
Liderança Negativa
Bagunça
Briga
Baixa Auto Estima
Isolamento (meninas)
Dificuldade de linguagem (confundem sequências silábicas,
vocabulário pobre, falta de compreensão da mensagem); e
Dificuldade com compreensão de leitura, ortografia e
vocabulário
Maior facilidade em tarefas que dependem menos da
audição
Capacidade de realizar as tarefas desde que saibamo que
deve ser feito
INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE
TPA EM CRIANÇAS
- a 3 anos
• Não respondem prontamente a vozes ou Parecem hiper
sensíveis ao sons
• Falam menos que os pares
• Pais mostram dúvidas sobre a audição da
criança
3 a 4 anos
• Dificuldade na aprendizagem das letras das músicas
• Dificuldade para ficarem sentados na “hora da estória”
• Necessitam de repetição de instruções
3 a 4 anos
• Se “desligam” com frequência e começam a ser
considerados como “sonhadores” e ouvintes “seletivos”
• Preferem atividades visuais a auditivas
• Podem ser hipersensíveis a sons mais altos, situações
mais barulhentas
4 a 5 anos
• Dificuldades nas tarefas de consciência fonológica
• Começam a ter desempenho acadêmico pior que
o dos colegas
6 a 10 anos
• Dificuldade em conversas telefônicas, em
compreender enunciados ditos por alto falantes,
compreender comunicação gravada – distorção
eletrônica + ausência de pista visual
• Podem ser mais lentos no processo de alfabetização
• Entendem errado instruções orais
• Dificuldade com associação fonema/grafema
6 a 10 anos
• Fica mais forte a sensação de que ouvem quando
querem; de que ouvem tudo, menos o que deveriam ouvir
• Tem mais dificuldade de ouvir quando estão cansados,
estressados, excitados, em movimento, ou quando há
mudança de assunto
6 a 10 anos
• Vão bem em Matemática até que sejam introduzidos
os problemas
• Quanto mais a demanda por autonomia aumenta, mais
evidentes ficam as dificuldades de escuta da criança
que já tem uma dificuldade de comunicação oral e
gráfica
Por que existe tanta variação no desempenho auditivo
dessas crianças?
Flutuação no ruído ambiental da sala de aula
Mudança da intensidade da voz do professor que pode
variar de +20 dB a -20 dB em relação ao ruído competitivo
Mudança da distância entre o professor e a criança
Mudança no ângulo de incidência entre a voz do
professor e da fonte de ruído
Mudança no tom e na velocidade de fala do professor
Estado da própria criança – cansaço, agitação…
Sobrecarga auditiva
E N C A M I N H A M E N T O
ORL ?
NEUROLOGISTA?
FONOAUDIÓLOGA ?
AV DO PROCESSAMENTO AUDITIVO ?
D I A G N Ó S T I C O
• AVALIAÇÃO AUDITIVA PERIFÉRICA
• AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES AUDITIVAS CENTRAIS
• AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM
• AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGIVA
• AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
• …
• Detectar a presença de TPA
• Determinar o tipo de déficit auditivo apresentado
• Montar programas de habilitação individualizados
focando as áreas específicas de dificuldade
H A B I L I T A Ç Ã O
Tratamento altamente individualizado e déficit específico
A chave para chegar ao tratamento ideal é um
diagnóstico cuidadoso e acurado
Áreas de atuação
• Mudanças no ambiente de aprendizagem e de
comunicação
• Uso de habilidades de ordem superior para
Compensação
• Tratamento do défcit auditivo propriamente dito
• Modificações ambientais: melhora do acesso à
informação acústica
• Estratégias compensatórias: fortalecimento de
linguagem, resolução de problemas, memória, atenção,
escuta ativa
• Tratamento direto: variadas atividades direcionadas aos
déficits auditivos propriamente ditos
• No início do tratamento a escola e a casa devem se
tornar ambientes o mais redundantes possível
• O grau de exigência escolar deve ser adaptado à
competência da criança
• No decorrer do tratamento as condições ambientais e o
grau de exigência serão reimplantados
ACESSO À INFORMAÇÃO
INTERVENÇÃO AMBIENTAL
Fatores acústicos
Ruído de fundo: A associação brasileira de normas
técnicas recomenda que o barulho na classe seja de até
45dB; e a relação sinal-ruído deve ser pelo menos +15dB
Redução de ruído e reverberação
• Fechar janelas
• Emborrachar o chão ou os pés de mesas e cadeiras
• Revestimento anti-ruído de paredes e teto
• Usar RUIDÔMETRO
Recepção de fonte sonora
• Diminuir a distância da fonte sonora:
audibilidade ótima – de 91cm a 183cm
de distância
Fatores não-acústicos
• Iluminação: mudar de luzes fluorescentes para
incandescentes
• Uso de pistas visuais
• Eliminação de interferências visuais
ACESSO À INFORMAÇÃO
PAPEL MEDIADOR
1. A importância da proximidade à fonte sonora
• Se o aluno tem dificuldades auditivas a distância que ele
está de você fará muita diferença em quão bem será
capaz de ouvir e entender
• Considerar: colocá-lo na frente da sala de aula; oferecer
assento flexível – mudança de posição de acordo com sua
necessidade; aproximar-se para dar as instruções;
resgatar sua atenção sempre que necessário; estabelecer
códigos de comunicação
2. Complementação com leitura labial.
• 30-40%dos sons da fala são visíveis (Só é possível
quando o professor está de frente para o aluno);
• Evite: falar enquanto escreve no quadro, ler
para a classe com o rosto inclinado para baixo ou
encoberto pelo livro impossibilitam a leitura labial –
diminuem a redundância do sinal
• Enquanto o aluno anota não faz leitura labial e divide a
atenção entre ouvir e escrever – aumenta a possibilidade
de perda de informação
3. Ruído é uma barreira ao aprendizado.
• O ruído encobre parte das palavras, palavras mais curtas e
a reverberação distorce os fragmentos das palavras que
estão sendo percebidos
• Considere: colocá-lo distante de fontes de ruído – porta,
janela, cantos; evitar que a voz com o estímulo alvo e o
ruído competitivo saiam da mesma posição; eliminar
barulhos desnecessários – chão emborrachado, ou encobrir
os pés das carteiras com borracha, paredes revestidas com
materiais que absorvem o ruído; manter a porta fechada.
• Lembrar do ruído feito pelos próprios alunos. Sente-o
longe de colegas muito ativos e barulhentos.
4. Controle da compreensão de emissões mais distantes
Durante uma discussão de grupo, considere falar o
nome do aluno que está com a palavra, isso
permite que o aluno com dificuldade auditiva vire-se
de maneira a completar a informação auditiva com a
leitura labial; sumarizar pontos chave dados pelos colegas
e repetir respostas breves como números, sim/não
A P R E N D I Z A G E M
Neuroplasticidade
O cérebro é feito para mudar
Ele muda por meio da aprendizagem
Atenção: não há mudança no córtex cerebral se o
indivíduo não dirige sua atenção ao estímulo.
• Memória: não há mudança cerebral quando um
comportamento aprendido não precisa ser retido na
memória.
• Praticar sem que seja preciso reter não leva a mudanças
cerebrais.
• Reforço e Novidade: favorecem a ação dos
neurotransmissores – dopamina e norepinefrina – que são
essenciais na criação de conexões neurológicas novas e
permanentes.
• Frequência e Intensidade de estimulação: em animais
são necessárias milhares de repetições de novos
estímulos para efetivar mudanças neurológicas – “efeito da
prática”
• Adaptabilidade: o cérebro constrói habilidade sobre
habilidade. Graduar estímulos por tarefas que requeiram
que o cérebro processe cada vez mais rapidamente ou
eficientemente.
• Treinamento cruzado: um programa de
habilitação/reabilitação efetivo deve empregar o
treinamento cruzado dos domínios cognitivos: memória,
sequência, processamento auditivo, linguagem e leitura
simultaneamente.
O cérebro tem controle das mudanças
por meio da atenção e da memória.
A recompensa faz parte do processo de
aprendizagem
A T E N Ç Ã O
N O V I D A D E
T R E I N O
R E C O M P E N S A
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
T I P O S / P E R F I S
TPA (C) - DÉFICIT DE DECODIFICAÇÃO AUDITIVA
CARACTERÍSTICAS
Diminuição da redundância intrínseca do sinal auditivo
que leva a dificuldade na compreensão de fala em
situações de escuta nas quais a redundância extrínseca
também está diminuída.
TPA (C) DÉFICIT DE DECODIFICAÇÃO AUDITIVA
FUNÇÕES COMPROMETIDAS
• Figura fundo auditiva
• Interação binaural
• Resolução Temporal
• Separação/integração binaural
Análise do sinal acústico comprometida
Compreensão da mensagem comprometida
• Pedido frequente de repetição – figura fundo/interação
binaural – muita dependência de fechamento auditivo
• Tempo de atenção auditiva reduzido – sobrecarga
auditiva
• Vocabulário pobre – aprendizado incidental deficitário por
tempo de atenção auditiva reduzido
• Falta de vocabulário – fechamento auditivo deficitário
TPA - DÉFICIT DE DECODIFICAÇÃO AUDITIVA
MANIFESTAÇÃO NA SALA DE AULA
• Substituições de grafemas: discrimina mal – escreve mal
– lê mal
• Associação fonema grafema deficiente por deficiência na
análise do som
• Memória e compreensão comprometidas – muitos
recursos cerebrais usados para discriminar a mensagem –
pouca disponibilidade para memorizar e compreender a
mensagem
Acadêmica
• Uso de assento preferencial
• Repetição de informações
• Pré-ensinamento de novas informações
• Oferecimento de informações acompanhadas por
mensagens escritas
TPA - DÉFICIT DE DECODIFICAÇÃO AUDITIVAO R I E N T A Ç Ã O
Acadêmica
• Redução de ruído interferente
• Gravações, cadernos de colegas
• Sistema pessoais de FM
• Evitar fadiga auditiva
• Deficiência na habilidade de processar as características
supra-segmentais envolvidas na percepção da fala
•Lê sem entoação, não respeita a pontuação
• Tem dificuldade em compreender brincadeiras comuns
para a sua idade
TPA - DÉFICIT DE PROSÓDIA
CARACTERÍSTICAS
Impacto na comunicação
• Ouve mas não compreende
• Problemas com linguagem pragmática, dificuldade no
julgamento da intenção da comunicação
• Dificuldade com pistas não-verbais (expressões faciais,
Linguagem corporal, gestos)
• Dificuldade na percepção de entonação (sarcasmo,
ironia, perguntas)
Pode ser apenas uma parte de um déficit mais global do
hemisfério direito que leva a dificuldades não-verbais mais
difusas e severas – Autismo, Asperger, Alexitimia.
TPA(C) - DÉFICIT DE PROSÓDIA
FUNÇÕES COMPROMETIDAS
Percepção de padrões temporais
Organização temporal
Análise de sons não verbais
• Pergunta ? ou Afirmação ?
• Brincadeira ? ou Agressão ?
• Dificuldade com o uso de pontuação – leitura e escrita –
não percebe a entoação – não usa pontuação
• Dificuldade em acentuação – não percebe a sílaba forte
TPA(C) - DÉFICIT DE PROSÓDIA
MANIFESTAÇÃO NA SALA DE AULA
• Alguma dificuldade com vogais no início da do processo
de alfabetização
• Dificuldade na compreensão de tudo que não é literal –
Vocabulário bom – hiperlexia – HE no comando –
linguagem – lógica - detalhe
capacidade precoce para leitura, dificuldade no processamento da
linguagem oral e um comportamento social atípico.
• Considerados diferentes dos colegas
• Certa dificuldade no trato social – não percebem que
cada situação pede um tipo de comportamento
• Podem não ser consideradas como crianças com
dificuldades escolares
Acadêmica
• Checagem de compreensão de instruções e de
enunciados
• Repetição ou refraseamento com ênfase na Prosódia
• Evite indiretas; diga exatamente o que deve ser dito
• Professor animado
TPA (C) - DÉFICIT DE PROSÓDIA
ORIENTAÇÃO
• Dificuldade com comunicação inter ou multi-sensorial
• Dificuldade com interpretação de ordens, início de tarefas
complexas, transição entre tarefas, completar tarefas em um
prazo determinado
• Leitura, escrita e ortografia costumam ser alteradas
TPA(C) - DÉFICIT DE INTEGRAÇÃO AUDITIVA
C A R A C T E R Í S T I C A S
• Pedro tem muita dificuldade em tomar notas
enquanto o professor fala
• Parece não entender a idéia central do que está
ouvindo ou lendo
• NOMEAÇÃO DE PADRÕES TEMPORAIS: habilidade
Em atribuir nomes aos contornos acústicos
• SEPARAÇÃO BINAURAL: habilidade em processar uma
mensagem auditiva apresentada a uma orelha, enquanto
ignora uma mensagem diferente apresentada a outra
orelha ao mesmo tempo.
• INTEGRAÇÃO BINAURAL: habilidade em processar
mensagens diferentes apresentadas simultaneamente a
ambas as orelhas
TODA (C) - DÉFICIT DE INTEGRAÇÃO AUDITIVA
FUNÇÕES COMPROMETIDAS
• Lento na execução de tarefas – tarefas costumam
envolver funções do hemisfério esquerdo e do hemisfério
direito – ineficiência na conexão entre eles
• Leitura e escrita – auditivo/linguístico - auditivo/visual –
não verbal/verbal
• Compreensão de leitura – das partes para o todo
• Início de tarefa – do todo para as partes
• Flexibilidade mental – do todo para as partes / das partes
para o todo
TPA(C) - DÉFICIT DE INTEGRAÇÃO AUDITIVA
MANIFESTAÇÃO NA SALA DE AULA
Acadêmica
• Professor animado, com voz melódica
• Uso de demonstrações e exemplos
• Dar tempo para o P entender as propostas
• Dar preferência ao uso de um estímulo sensorial de
cada vez
TPA(C) - DÉFICIT DE INTEGRAÇÃO AUDITIVA
ORIENTAÇÃO
Acadêmica
• Dar exemplos do que deve ser feito
• Uso de repetição com pista visual (gesto ou figura)
associada a demonstração, palavras direcionadoras
(primeiro, antes), ênfase nas chaves da informação
• Os testes devem ser feitos em ambientes tranquilos, de
preferência fora da sala de aula e sem controle de tempo
• Pouco conhecimento/uso de regras de linguagem
• Baixa habilidade em comunicação funcional
• Desempenho acadêmico pobre
• Déficit em vocabulário, semântica e sintaxe
COMPROMETIMENTO DE FUNÇÕES DE ASSOCIAÇÃO
CARACTERÍSTICAS
Vinícius tem dificuldade em todas as matérias.
• Tem dificuldade em fazer sozinho qualquer tarefa
acadêmica
• Só compreende instruções simplificadas
• NOMEAÇÃO DE PADRÕES TEMPORAIS: habilidade
Em atribuir nomes aos contornos acústicos
• SEPARAÇÃO BINAURAL: habilidade em processar uma
mensagem auditiva apresentada a uma orelha, enquanto
ignora uma mensagem diferente apresentada a outra
orelha ao mesmo tempo.
• INTEGRAÇÃO BINAURAL: habilidade em processar
mensagens diferentes apresentadas simultaneamente a
ambas as orelhas
COMPROMETIMENTO DE FUNÇÕES DE ASSOCIAÇÃO
FUNÇÕES AUDITIVAS COMPROMETIDAS
Acadêmica
• Precisam de esclarecimento da informação e não de
repetição; refraseamento usando unidades lingüísticas
menores ou diferentes
• Evite ambigüidade
• Checagem de compreensão pedindo por demonstração
• Organização externa
• Uso de testes de múltipla escolha ou de questões
fechados
COMPROMETIMENTO DE FUNÇÕES DE ASSOCIAÇÃO
ORIENTAÇÃO
• Desordem de linguagem expressiva/função executiva
• Déficit na habilidade de sequenciar, planejar e organizar
respostas
COMPROMETIMENTO DE FUNÇÕES DE ORGANIZAÇÃO
CARACTERÍSTICAS
• Resgate de informações recentemente recebidas
• Resgate de informações previamente estocadas
• Função executiva
C O M P R O M E T I M E N T O D E F U N Ç Õ E S D E
O R G A N I Z A Ç Ã O - F U N Ç Õ E S C O M P R O M E T I D A S
Acadêmica
• Habilidade de estudo
• Ajuda para tomar notas
• Podem precisar de modificações ambientais designadas
para melhorar a relação F/R, incluindo o uso do sistema FM
• Repetição ou refraseamento
• Quebre as informações ematé dois elementos
COMPROMETIMENTO DE FUNÇÕES DE ORGANIZAÇÃO
ORIENTAÇÃO
PROFESSOR + FONO + PSICOPEDAGOGO + ...
Os programas de aprendizagem/tratamento devem buscar
a maneira de enviar maior quantidade de informações ao
cérebro de formas variadas para ele alcançar as mudanças
necessárias para adquirir habilidades
Atividades corporais: trabalhando a linguagem, corpo,
espaço e tempo
• Brincadeira do Vivo-Morto ( com instrumentos)
• Comando e ação (apito ficar de pé, tambor ficar
agachado)
• Andar em diferentes posições na sala de aula emitindo
sons,
• Aula de musicalização;
Localização auditiva: capacidade em localizar a fonte sonora
Como problemas de ausência de localização auditiva podem aparecer:
• Respostas em direções deferentes das fontes;
• Dificuldade na aprendizagem;
• Dificuldade em identificar os som;
Estimular a localização ao som em todas as posições;
Desvendar sons tocados,
“Cabra-Cega”
Identificação Auditiva: capacidade de reconhecer sons, atribuindo-
lhes significado
Como problemas de ausência de identificação auditiva podem
aparecer:
• Dificuldade de comunicação;
• Distorção do mundo sonoro;
• Dificuldade na aprendizagem;
Reconhecer sons específicos (som de telefone, liquidificador, batida
na porta);
Desvendar sons de onomatopeias, (bi...bi...- carro, au...au... -
cachorro
Atenção Auditiva: capacidade de concentrar a atividade psíquica nos
estímulos auditivos.
Como problemas de ausência de atenção auditiva podem aparecer:
• Dificuldade em se concentrar em estímulos sonoros, prejudicando,
assim, a aprendizagem;
Levantar o braço ao ouvir o nome de um animal previamente
combinado;
Fingir que está comendo quando ouvir um alimento,
Memória Auditiva: capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos
sonoros anteriormente apresentados.
Como problemas de ausência de memória auditiva podem aparecer:
• Dificuldade em reconhecer e reproduzir estímulos auditivos;
• Dificuldade aparente de compreensão;
• Dificuldade em cumprir ordens;
• Problemas na aprendizagem.
Cumprir ordem simples (pegue a caneta), ordens curtas (pegue a caneta
azul) ordens complexas (pegar a caneta azul na 3ª gaveta do armário da
cozinha;
Memória Auditiva: capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos
sonoros anteriormente apresentados.
Responder perguntas sobre uma história contada pelo professor
Repetir palavras, números;
Memória Auditiva Sequencial: capacidade de perceber e reproduzir sons na
mesma ordem em que foram produzidos.
Como problemas de ausência de memória auditiva sequencial podem
aparecer:
• Inabilidade de apreciar a ordem temporal ou sequência dos
acontecimentos auditivos que pode se refletir nas trocas de sílabas nas
palavras (por exemplo: macoca por macaco) ou na troca de palavras nas
frases;
Memória Auditiva Sequencial:
• Dificuldade de aprender os dias da semana, meses do ano e até mesmo
a sequência dos fatos históricos;
• A memória e a sequência auditiva estão envolvidas no processo de
leitura-escrita: logo, problemas na análise e síntese auditivas das
palavras dificultam o processo de aprendizagem da leitura e da escrita
Memória Auditiva Sequencial:
Responder sons na sequência ouvida;
Desenhar linhas de acordo com o ritmo dado ( duas palmas – pausa –
uma palma ( ll l)
Repetir série de números (5 – 7 / 4 – 8 – 3 / 8 – 9 – 4 - 3 ), palavras
Jogos em grupo:
- Minha mãe tem uma loja
- minha mãe tem uma loja e vende perfumes
- minha mãe tem uma loja, vende perfumes e bolsas
Discriminação Auditiva: habilidade de diferenciar um som do outro e de
distinguir pequenas diferenças no som.
Como problemas de ausência de discriminação auditiva podem aparecer:
• Confusão e troca de fonemas quando de sua enunciação pote/bote;
• Dificuldade na associação dos fonemas (sons) aos grafemas (letras)
correspondentes, com problemas para a aprendizagem de leitura e
escrita
Discriminação Auditiva: habilidade de diferenciar um som do outro e de
distinguir pequenas diferenças no som.
Dizer se sons são iguais ou diferentes (por frequência, altura do som,
duração do som)
Discriminar sons verbais (vaca/vaca, pode/bode)
Levantar o braço quando ouvir a vogal “a” ( a, e, o, u ,i, a, u, e, o)
Análise e Síntese auditiva/Consciência Fonológica:
Análise/Síntese: é a capacidade de identificar as características dos sons
dentro de um todo e de reuni-los formando esse todo.
A Consciência Fonológica: tem sido definida como sendo a consciência de
que as palavras são constituídas por diversos sons, o aprendiz deve
perceber e compreender, que, tanto na fala quanto na escrita, existe uma
sequ’6encia, e qualquer alteração nessa sequência produzirá uma palavra
diferente.
Análise e Síntese auditiva/Consciência Fonológica:
Como problemas de ausência de análise/síntese auditiva podem
aparecer:
• Dificuldade em combinar fonemas e sílabas para formar uma palavra
e combinar palavras para formar uma sentença, dificultando, assim, a
aprendizagem da leitura e da escrita.
• Dificuldade em separar as palavras em sílabas ou em fonemas (sons
individuais), afetando a aprendizagem de leitura
Análise e Síntese auditiva/Consciência Fonológica:
Procurar em revistas palavras que comecem com “ma” ( maca,
maçã, mala, macaco, marreco, maracujá..etc) e no meio e no
final de palavras
Levantar a mão quando a palavra termina com ola ( cola, casa,
escola, sacola, escova)
Descobrir palavras que terminam com ex: “ão” mamão, melão
... Veículo que termina com “ão” avião, caminhão ...
Análise e Síntese auditiva/Consciência Fonológica:
Completar quadrinhas, fazendo rima:
Mamãe me deu um presente.
Tirei o laço e o papel.
Apanhei e pus no dedo,
Como é lindo o meu ..........
Procurar palavras dentro de palavras
Rodapé = Roda/Pé - Palhaço = Palha/aço
Macaco= / - Tomate = /
Análise e Síntese auditiva/Consciência Fonológica:
Formar palavras novas, alternando apenas um dos sons das
palavras dadas inicialmente
Janala – Mato – Vaca – Gato – Louca – Cela
LEITURA RECOMENDADA
1. Alvarez AMMA, Bale S, Misolrelli MI, Sanchez ML. Processamento auditivo central: proposta deavaliação e diagnóstico diferencial. In: Munhoz MSL, Caovilla HH, Silva MLG, Ganança MM. Audiologiaclínica série otoneurologia. São Paulo: Atheneu; 2000. p.103-20.
2. Baran JA., Musiek FE. Avaliação comportamental do sistema nervoso auditivo central. In: Musiek FE,Rintelman WF. Perspectivas atuais em avaliação auditiva. São Paulo: Manole; 2001. p.371-409.
3. Bellis TJ. Assessment and management of central auditory processing in the educational stting 20
Edition. San Diego: Singular Publishing Group; 2001. p349
4. Katz J, Ivey RG. Spodaic procedures in central testing. In: Katz J, editor. Handbook of clinical audiology.40 ed. Baltimore: Willians & Wilkins; 1994. p.239-55.
5. Musiek FE, Chemark GD. Handbook of (central) auditory processing Disorder – auditory Neuroscienceand Diagnosis. Vol I. San Diego: Plural Publishing; 2006. p 502.
6. Ramos, BD, Alvarez, AM, Sanchez, ML. Neuroaudiologia e processamento auditivo: novosparadigmas.RBM-ORL Controvérsias e interfaces. Ano 02, p.51-58,2007.
7. Sanchez, ML; Alvarez, AMMA.;Processamento auditivo: avaliação. In: Costa, S.S. et. Al ed.Otorinolaringologia Princípios e Prática. Porto alegre, Artmed, 2006 20 ed. P.191-202