NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

download NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

of 11

Transcript of NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    1/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    1

    Fisiologia do Exerccio

    Clnico para Alteraes e

    Disfunes MusculoesquelticasProf. Dra. Aline Villa Nova Bacurau

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    2/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    2

    Sumrio

    1. Lombalgia ..................................................................................................3

    1.1. Denio.......................................................................................................3

    1.2. Epidemiologia ................................................................................................3

    1.3. Etiologia........................................................................................................3

    1.4. Fatores de risco .............................................................................................3

    1.5. Fisiopatologia................................................................................................3

    1.6. Tratamento medicamentoso...........................................................................3

    1.7. Exerccio fsico...............................................................................................4

    2. Osteoporose ..............................................................................................4

    2.1. Denio.......................................................................................................4

    2.2. Epidemiologia ................................................................................................4

    2.3. Etiologia........................................................................................................4

    2.4. Fisiopatologia................................................................................................5

    2.5. Tratamento medicamentoso...........................................................................5

    2.6. Exerccio fsico ...............................................................................................5

    3. Amputao ................................................................................................6

    3.1. Denio e etiologia......................................................................................6

    3.2. Epidemiologia ................................................................................................6

    3.3. Classicao ..................................................................................................6

    3.4. Exerccio fsico ...............................................................................................7

    4. Osteoartrite ...............................................................................................7

    4.1. Denio.......................................................................................................7

    4.2. Etiologia ........................................................................................................8

    4.3. Epidemiologia ................................................................................................8

    4.4. Fisiopatologia................................................................................................8

    4.5. Exerccio fsico ...............................................................................................8

    5. Fibromialgia...............................................................................................8

    5.1. Denio.......................................................................................................8

    5.2. Fisiopatologia................................................................................................8

    5.3. Classicao ..................................................................................................9

    5.4. Epidemiologia ................................................................................................9

    5.5. Terapia.........................................................................................................9

    5.6. Exerccio fsico ...............................................................................................9

    6. Referncias ................................................................................................11

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    3/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    3

    1. Lombalgia

    1.1. Denio

    Em termos gerais, a lombalgia denida como dor ou

    desconforto, tenso muscular ou rigidez localizada nos

    nveis lombar e sacral da coluna vertebral. No entanto,

    pode ser nomeada, conforme a sua durao, como: a)

    aguda (quando inferior a quatro semanas); b) subaguda

    (por at 12 semanas); c) crnica (por perodo superior a

    12 semanas); e d) recorrente (com intervalo mnimo de

    seis meses).

    1.2. Epidemiologia

    A lombalgia uma sintomatologia comum que pode

    ser desenvolvida por 50% a 80% das pessoas ao longo

    da vida, perdendo apenas para a cefaleia. Portanto, um

    importante problema de sade pblica, principalmente

    em sociedades industrializadas. Uma vez constatado o

    episdio de dor lombar aguda, esta tm sua resoluo em

    at quatro semanas em 90% dos pacientes.

    Entretanto, a dor pode retornar em 60% a 80% deles,

    o que eleva os gastos com a sade, aumenta a morbidade

    e, consequentemente, diminui a qualidade de vida. Alm

    disso, cerca de dos trabalhadores com menos de 45

    anos so aposentados por invalidez prematura, por isso

    essa afeco deixou de ser apenas um problema mdico

    para se tornar tambm um problema socioeconmico.

    1.3. Etiologia

    Geralmente de causa multifatorial. Pode ser

    primria ou secundria, com ou sem envolvimento

    neurolgico. Outros fatores em localizaes adjacentes

    podem estar envolvidos na gnese da lombalgia, como:

    doenas congnitas, distrbios metablicos (obesidade),

    alteraes degenerativas na coluna vertebral, desvios

    posturais, sndromes depressivas, neoplasias, gravidez,

    sedentarismo, doenas renais, infeces, temperaturae fatores mecnico-posturais. Esta ltima, tambm

    chamada de lombalgia idioptica, a forma clnica

    mais prevalente das causas de natureza mecnico-

    degenerativa. As atividades prossionais que exijam

    esforo excessivo e/ou repetitivo, a postura inadequada

    ou a atividade fsica excessiva ou inadequada so as

    principais causas desse tipo.

    1.4. Fatores de risco

    A consequncia das dores lombares a fraqueza

    dos msculos do tronco, com mudanas biomecnicas,

    neurosiolgicas e histoqumicas. Alm disso, associada a

    essas alteraes, observa-se menor mobilidade vertebral

    em todos os planos de movimento.

    1.5. Fisiopatologia

    Alteraes nos trs subsistemas - neural, muscular

    (ativo) e passivo (ligamentos, cpsulas, discos

    intervertebrais e facetas articulares) - contribuem para a

    incidncia ou o agravamento dos sintomas de dor lombar.

    Existem evidncias de que o recrutamento das

    unidades motoras de msculos profundos do dorso ocorrecom atraso em indivduos com histrico de dor lombar.

    Esse atraso pode ser considerado como uma tentativa do

    sistema nervoso central para proteger a coluna de leses

    por estresse.

    1.6. Tratamento medicamentoso

    Vrios tratamentos so utilizados com o intuito de

    gerenciar a lombalgia. Dentre eles, podem-se citarinmeros tipos de medicamentos, prescries de exerccios

    ou modalidades passivas, como calor, massagem ou trao

    da coluna, injees articulares e cirurgias como discectomia

    da coluna, descompresso da coluna e fuso da coluna. O

    plano mdico geral usar atividades o mais cedo possvel,

    evitando cirurgias desnecessrias.

    No que concerne ao gerenciamento de um episdio

    agudo de dor nas costas, o tratamento mais simples,

    e a opo entre diversas escolhas, menos controversaque no gerenciamento da dor recorrente ou crnica.

    Assim, medicamentos utilizados por curtos perodos

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    4/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    4

    (acetaminofeno o mais seguro para lombalgia), bolsas

    de gua quente, estimulao eltrica transcutnea ou

    ultrassom seriam adequados no tratamento do episdio

    de dor aguda. Vale destacar que o repouso no leito

    desaconselhado e no deve exceder 24 a 48 horas.

    1.7. Exerccio fsico

    Em diversos casos, programas de exerccios para

    pessoas com lombalgia incluem uma combinao de

    formas de atividades e conselhos educacionais sobre

    fatores de estilo de vida e cuidado geral com as costas.

    A nfase deve ser na promoo de melhoras funcionais e

    no na reduo da dor.

    A atividade geralmente comea com baixos nveis de

    exerccios feitos frequentemente e progride por meio

    de um sistema de pequenas quantidades de exerccios

    diferentes. Especialmente no comeo, a superviso

    valiosa para garantir o uso da forma correta e encorajar

    a aderncia. Um programa de periodizao pode ser

    montado com base nas recomendaes do Colgio

    Americano de Medicina Esportiva para testes e progresso.

    Como diretriz geral para prescrio de exerccio nessa

    populao, que atento ao seguinte:

    Dor severa o bastante para interromper o exerccio.

    Dor que persiste por mais de trs

    horas aps o nal do exerccio.

    Dor que incapacita a pessoa por vrios

    dias ou provoca distrbios de sono.

    Dor que inicia, exacerba ou

    estende a radiao da dor.

    O exerccio deve ser geralmente bem tolerado e deve

    causar apenas um leve desconforto (especialmente no

    incio do programa) associado dor muscular tardia.

    2. Osteoporose

    2.1. Denio

    A osteoporose considerada um distrbio esquelticocaracterizado pela reduo na massa ssea, o que

    predispe ao aumento no risco de fraturas (gura 1).

    Figura 1. Representao do processo de osteoporose. Fonte:http://envelhecimentohttp://envelhecimento-biobio.blogspot.

    com.br/2013/10/ossos-no-envelhecimento.html.

    2.2. Epidemiologia

    As mulheres constituem a principal populao afetada

    pela doena (estima-se que 4/5 dos casos), sobretudo por

    volta dos 50 anos (menopausa). Nessa idade, uma em

    cada trs delas apresenta a doena. importante destacar

    que, embora o problema seja sistmico, isto , afete todos

    os ossos, a incidncia de fraturas no homognea.

    Assim, aps os 50 anos, o colo do fmur apresenta umrisco 17,5% maior, enquanto que, para vrtebras, rdio

    distal e qualquer outra parte do esqueleto, 15,6%, 16%

    e 40% maior. Ainda que menos comuns em homens, a

    partir dos 50 anos, aproximadamente um em cada sete

    deles afetado pela doena, embora, de fato, o risco se

    torne maior aos 70 anos.

    2.3. Etiologia

    sabido que, durante perodos de crescimento,

    puberdade e adolescncia, os ossos humanos aumentam

    em espessura e/ou comprimento. Contudo, diferentemente

    do que se possa imaginar, ossos no crescem sobrepondo

    camadas, ou seja, acrescentando novos minerais a uma

    camada pr-existente, como no caso das camadas de um

    bolo. Assim, para seu desenvolvimento e manuteno,

    eles precisam continuamente ser formados e reabsorvidos,

    numa alternncia entre os processos conhecidos comoformao e reabsoro ssea, respectivamente. O balano

    entre eles conhecido como remodelao ssea. Graas

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    5/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    5

    a ela, possvel manter a arquitetura e a fora ssea,

    regular os nveis de clcio dos ossos e prevenir danos

    causados pela fadiga.

    Obviamente, durante o processo de crescimentosseo, a remodelao tem um predomnio do processo

    de formao em comparao ao de reabsoro, ou no

    cresceramos. Por outro lado, ao nal dessa fase, outros

    tipos de inuncia passam a determinar o resultado

    lquido (ganho ou perda) da remodelao ssea. Por

    exemplo, o esforo mecnico resulta no aumento da

    massa e da fora sseas (isto , predomnio da formao),

    enquanto que a imobilizao (ex. com gesso aps uma

    fratura), ao prejudicar tal esforo mecnico, promoverperda ssea (isto , predomnio da reabsoro).

    2.4. Fisiopatologia

    No caso especco da osteoporose, ela decorre de um

    distrbio no ciclo de remodelao. Aps o trmino do

    crescimento (e na ausncia dos exemplos mencionados), h

    um equilbrio entre formao e reabsoro, havendo uma

    perda ssea mnima. Por volta do nal da segunda dcadade vida, os indivduos atingem o pico de massa ssea (a

    maior quantidade de massa ssea obtida durante a vida),

    que no o mesmo que a massa ssea mxima, isto , a

    mxima quantidade ssea que a pessoa poderia adquirir.

    Ou seja, a pessoa tem um teto para atingir (a massa

    ssea mxima), mas isso no necessariamente ocorre, por

    um nmero de fatores, resultando em menos massa que

    esse mximo. Por ltimo, nas mulheres, os estrognios tem

    uma importncia fundamental no equilbrio entre formao

    e reabsoro ssea; com a queda desses hormnios na

    menopausa, abrem-se as portas para a osteoporose.

    2.5. Tratamento medicamentoso

    A prtica regular de exerccios fsicos fundamental

    para o tratamento da osteoporose; por outro lado, uma

    peculiaridade dessa doena que eles no devem ser

    utilizados isoladamente. Isso porque estudos demonstraram

    que exerccios exaustivos na ausncia de medicamentos

    podem induzir mais perda ssea. Exemplo disso so as

    atletas com amenorreia, que perdem massa ssea apesar

    de seus treinamentos intensos (procure saber mais sobre

    a sndrome da mulher atleta). Portanto, frmacos e

    exerccios devem ser utilizados concomitantemente.Nesse caso, o estmulo pode levar ao aumento e/ou

    estabilizao da perda ssea e ao aumento da fora

    muscular (que ajuda na preveno de quedas).

    Outra informao valiosa sobre os medicamentos que

    eles podem impedir a perda ssea ou at promover um

    aumento dela por meio da inibio da reabsoro ssea.

    Atualmente, nos Estados Unidos, h um nico remdio

    aprovado para o tratamento da osteoporose capaz deestimular a formao ssea, a teriparatida (tambm em

    uso no Brasil). Como se pode inferir do que foi discutido

    na seo Etiologia, nem s mulheres na menopausa

    apresentam baixa densidade mineral ssea. Infelizmente,

    os estudos e as terapias desenvolvidas no foram baseados

    nessa populao.

    Alm da teriparatida, outras opes de tratamento

    medicamentoso incluem: suplementos de clcio e vitaminaD, terapias de reposio de estrgenios, moduladores

    seletivos do receptor de estrognios, bifosfonatos,

    hormnio da paratireoide, calcitonina e denosumab. Por

    ltimo, vale mencionar que alguns estudos epidemiolgicos

    tm associado a suplementao de clcio com a ocorrncia

    de doenas do corao.

    2.6. Exerccio fsico

    Vrias formas de exerccio so capazes de aumentar a

    densidade mineral ssea e a fora dos ossos (espessura

    cortical, arquitetura trabecular e momento de inrcia da

    seco transversa) (gura 2). Especicamente, o melhor

    programa de exerccio crnico para esses indivduos

    consiste em uma combinao de treinamento de fora

    com diferentes tipos de exerccio aerbico.

    Enquanto o exerccio de fora tem o maior potencial

    para aumento das variveis sseas, o aerbico ajudapredominantemente no combate aos fatores de risco para

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    6/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    6

    doenas cardiovasculares (no se pode esquecer de que

    essas doenas so a principal causa de mortalidade).

    Exerccios de exibilidade tambm so bem-vindos.

    Quanto s variveis agudas utilizadas para a prescriode exerccio (por exemplo, intensidade, durao,

    frequncia), no existe ainda um consenso, mas as

    orientaes do Colgio Americano de Medicina Esportiva

    (ACSM) para indivduos saudveis podem ser utilizadas.

    Contudo, algumas adaptaes devem ser feitas devido s

    restries para indivduos portadores de osteoporose.

    Nesse sentido, deve-se evitar jogging e atividades

    que incluam risco de queda para os aerbicos, e os casosmais graves de cifose devem ser limitados a bicicleta

    estacionria. Com relao ao exerccio de fora, devem

    ser evitadas exes e rotaes da coluna, alm de

    movimentos dando trancos. Pernas e costas devem ser

    priorizadas, j que essas so as reas mais comumente

    afetadas pela doena. Finalmente, no caso de exerccios de

    alongamento, devem-se evitar movimentos que envolvam

    exo da coluna.

    Figura 2. Manuteno do estilo de vida ativo previne aperda de massa ssea. Fonte: Adaptado de: http://www.

    sciatica.org/newsletters/november2009.html.

    3. Amputao

    3.1. Denio e etiologia

    Amputao pode ser denida como ausncia congnita

    ou remoo, total ou parcial, de um ou mais membros.As causas no congnitas podem ser diversas, como

    acidentes, violncia, doenas e traumas. Dentre as causas

    por doena, destacam-se os tumores e as patologias

    vasculares (ex. diabetes, doena vascular perifrica).

    3.2. Epidemiologia

    Estudos europeus demonstram que a condio atinge

    entre 6,9% e 8% da populao do continente.

    3.3. Classicao

    Tanto amputaes do membro superior quanto do

    inferior podem ser de vrios tipos. No caso das de membro

    superior, podemos ter:

    Desarticulao escapular a retirada de todo o

    membro e da escpula. Um tipo raro de amputao

    que est associada a cnceres sseos.

    Desarticulao do ombro a retirada de todo o

    brao. Sempre que possvel, deve-se tentar evitar

    esse tipo de amputao, j que a remoo da cabea

    do mero deforma o ombro e produz desvios na

    coluna vertebral.

    Amputao transumeral retirado o brao,deixando-se um pequeno coto (isto , o membro

    restante da amputao).

    Desarticulao do cotovelo preserva-se o brao,

    removendo o antebrao e a mo.

    Amputao transradial a amputao do

    antebrao.

    Desarticulao do punho a retirada da mo no

    nvel do punho.

    Existem ainda classicaes para amputaes das

    mos e dos membros inferiores. Alguns exemplos destas

    ltimas so:

    Hemipelvectomia a retirada da metade da pelve

    e de todo o membro inferior do mesmo lado.

    Desarticulao do quadril a retirada de todo o

    membro inferior.

    Amputao transfemural a amputao da coxa.

    Desarticulao do joelho a retirada da perna no

    nvel do joelho.

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    7/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    7

    Amputao transtibial a amputao da perna

    abaixo do joelho.

    Obviamente, seja para o membro superior ou para o

    inferior, cada um desses tipos de amputao determina apossibilidade do tipo de prtese que poder ser utilizada e,

    consequentemente, a forma de um indivduo se exercitar.

    Nesse sentido, importante destacar que a utilizao

    da prtese leva a um aumento signicativo do consumo

    de energia por parte do amputado. Isso se torna mais

    verdadeiro quanto mais alto e proximal for o nvel da

    amputao. O momento do tratamento (ex. incio), o mau

    posicionamento da prtese e a utilizao desnecessriade grupos musculares por falta de costume com o

    equipamento tambm so fatores que aumentam o gasto.

    3.4. Exerccio fsico

    O amputado pode comear a se exercitar a partir do

    momento em que alcanou a mxima funcionalidade e no

    existem reas abertas ou irritadas em seu coto, permitindo

    a utilizao da prtese por pelo menos oito horas seguidas.

    Atendidas essas condies e eliminados defeitos de marcha

    (para amputados de membros inferiores), pode-se iniciar

    um programa de exerccio desde que sejam assumidas asseguintes precaues:

    Manter a curvatura normal da parte inferior da

    coluna ao etir o quadril, os joelhos e o tronco.

    Manter os objetos que esto sendo levantados

    o mais perto possvel do corpo ou da linha de

    gravidade vertical.

    Girar o tronco no quadril ou nos ps, mas no no

    tronco. Mover-se devagar, evitando tores.

    Assumir um equilbrio bom com um p ao lado

    do outro ou um frente do outro, permitindo a

    transferncia de peso.

    A exo do quadril e do joelho no deve exceder

    60 graus para manter a ecincia mxima dos

    msculos extensores do quadril e do joelho.

    4. Osteoartrite

    4.1. Denio

    A osteoartrite (OA)

    uma doena degenerativa

    crnica que compromete

    principalmente as

    articulaes de joelho,

    quadril, mos e coluna

    vertebral (diferentementede doenas reumticas e

    autoimunes, como a artrite

    reumatoide, que afetam a

    maioria das articulaes).

    Diferentemente da

    artrite, a OA, por meio

    da degenerao da

    cartilagem, leva a alterao

    das estruturas sseasadjacentes (gura 3).

    Figura 3. Artrite e osteoartrite. Fonte: http://www.samarilar.com.br/o-que-e-osteoartrite/.

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    8/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    8

    4.2. Etiologia

    A OA pode ter vrias causas, como a sobrecarga aplicada

    articulao por um longo perodo (idade avanada),

    as sobrecargas repetitivas na mesma articulao (no

    trabalho, no lazer ou no esporte), a decincia na

    produo e na distribuio de lquido sinovial ou mesmo o

    trauma fsico (acidente automobilstico ou queda grave em

    que haja grande compresso na articulao, destruindo

    a cartilagem parcial ou totalmente). Obesidade (grande

    sobrecarga articular), fraqueza muscular (principalmente

    do quadrceps), hipermobilidade e instabilidade articular

    so outros riscos para a doena.

    4.3. Epidemiologia

    A prevalncia da OA aumenta com a idade, com

    incidncia de 7% entre pessoas de 65-70 anos e 11,2%

    entre aqueles com 80 anos ou mais. A Organizao Mundial

    da Sade (OMS) referiu a OA como a quarta causa mais

    importante de incapacidade entre mulheres e a oitava

    entre homens (MARX et. al., 2006).

    4.4. Fisiopatologia

    Na AO, ocorre a degenerao da articulao, culminando

    em inamao e fraqueza dos msculos e ligamentos que

    a estabilizam. Esse processo leva ao desalinhamento da

    estrutura, promovendo hipermobilidade e instabilidade

    articular. Assim, a OA est associada a dor e rigidez

    articular, deformidade e progressiva perda de funo.

    Outros sintomas so:

    Sensibilidade exagerada nas margens da articulao

    acometida.

    Inchao articular.

    Crepitaes (atritos nas superfcies sseas que

    causam estalos).

    Derrame intra-articular.

    Diminuio do espao intra-articular.

    Movimentos restritos e dolorosos.

    Atroa muscular periarticular. Enrijecimento da articulao.

    Instabilidade articular.

    4.5. Exerccio fsico

    Um programa regular de exerccios pode melhorar

    signicativamente a qualidade de vida do portador de

    OA. Um aspecto importante relacionado prescrio de

    exerccio que no se devem evitar exerccios em cadeia

    aberta (ou, ao contrrio, de cadeia fechada) para esses

    indivduos. Outra coisa que um trote leve ou uma corrida

    de baixa a moderada intensidade no iro aumentar o risco

    de uma pessoa sadia desenvolver OA. Contudo, corridas

    de alta intensidade ao longo dos anos, sim.

    Dito isso, fundamental fortalecer msculos fracos

    de modo a obter um equilbrio muscular em volta daarticulao. O fortalecimento do quadrceps pode minimizar

    o impacto do p sobre o solo e consequentemente diminuir

    a degenerao articular.

    Os componentes essenciais de um programa de

    atividades fsicas para portadores de OA (dentro ou fora

    da gua) devem ser exerccios de exibilidade, visando

    aumentar a amplitude de movimento, de fortalecimento

    muscular, de condicionamento cardiorrespiratrio e depropriocepo.

    5. Fibromialgia

    5.1. Denio

    Segundo Provenza et al. (2004), a bromialgia pode

    ser denida como uma sndrome dolorosa crnica, no

    inamatria, de etiologia desconhecida, que se manifestano sistema muscular esqueltico, podendo apresentar

    sintomas em outros aparelhos e sistemas. denida como

    sndrome pois seu diagnstico depende prioritariamente

    dos sinais avaliados pelo mdico e dos sintomas relatados

    pelo paciente.

    5.2. Fisiopatologia

    Devido ausncia de evidncias anatmicas, existe umaconfuso em determinar a siopatologia da bromialgia,

    que pode ser originada tanto por sintomas como depresso

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    9/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    9

    quanto pela sndrome da fadiga crnica. Dessa forma, por

    muito tempo, ela foi reconhecida como uma sndrome

    de somatizao, ou seja, uma doena fsica de fundo

    emocional. No entanto, desde a dcada de 1980, passou a

    ser caracterizada como uma sndrome de dor crnica, real,causada por um mecanismo de hipersensibilizao dor.

    Hoje, sabemos que diferentes fatores, isolados ou

    associados, podem desencadear a bromialgia. So eles:

    Situao de estresse.

    Mudana hormonal.

    Traumas fsicos ou emocionais.

    Infeco.

    5.3. Classicao

    Na tentativa de classicar a bromialgia, foram

    estabelecidos critrios. Dentre eles, est a sensao de dor

    em pontos anatmicos superciais especcos, chamados

    tender points (pontos gatilhos miofasciais, hipersensveis),

    localizados principalmente na regio miotendnea. Ao

    todo, foram determinados 18 pontos dolorosos pr-estabelecidos (gura 4). A quantidade de tender points

    est correlacionada com a gravidade das manifestaes

    clnicas, como fadiga generalizada, distrbio do sono e

    cansao, depresso e ansiedade.

    Alm disso, pode tambm ser classicada como primria

    ou secundria, ou seja, sem e com doena associada. Na

    maioria dos casos, quando secundria, normalmente est

    associada a doenas reumatolgicas.

    Figura 4. Mapa dos 18 pontos doloridos pr-estabelecidos nabromialgia. Fonte: http://www.reumart.com.br/doenca/12/Fibromialgia.

    5.4. Epidemiologia

    A prevalncia no Brasil de 2,5% da populao,

    ocupando o segundo lugar entre as doenas reumticas,perdendo apenas para a osteoartrite. A relao de

    incidncia por sexo de 8:1 entre mulheres e homens,

    respectivamente, sendo comum a manifestao dessa

    sndrome entre mulheres de uma mesma famlia.

    5.5. Terapia

    Como se trata de uma sndrome, o tratamento tambm

    no ser diferente, portanto, deve ser multifatorial. Ele

    inclui:

    Tratamento farmacolgico para dor e depresso.

    Programa para mudanas de hbitos.

    Exerccio fsico.

    5.6. Exerccio fsico

    Dentre os benefcios de um programa de atividade

    fsica para portadores de bromialgia, encontram-se:

    Diminuio da sensao de tenso muscular.

    Reduo no nmero de pontos dolorosos.

    Reduo da intensidade da dor nos pontos dolorosos.

    Tendncia reduo da dor corporal geral.

    Aumento da sensao de bem-estar.

    Diminuio do sentimento de vulnerabilidade.

    Aumento da autoeccia. Diminuio da ansiedade e da depresso.

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    10/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    10

    Ao se prescrever exerccio para pessoas portadoras

    de bromialgia, deve-se ter em mente duas coisas.

    Primeiro que, para elas, a realizao de atividades fsicas

    representa um grande esforo pessoal e, segundo, que

    elas precisam de mais tempo que um indivduo saudvelpara se adaptarem a uma mesma carga (adaptao ao

    treinamento). Por isso mesmo, seja no trabalho aerbico

    ou no de fora, deve-se progredir de maneira bastante

    conservadora nas cargas impostas a esses indivduos

    (incrementos muito suaves ao longo do programa). Vale

    lembrar que a maioria das informaes sobre exerccios

    para esse grupo (inclusive a lista de benefcios descrita) foi

    obtida com o trabalho aerbico.

    Como se trata de uma doena reumtica, a realizao

    do exerccio na gua sempre uma tima alternativa.

    No caso especco do trabalho de fora feito dentro da

    gua, prioritariamente realizado sem a utilizao de

    fora excntrica para evitar microtraumas musculares.

    Provavelmente os maiores benefcios ocorram com a gua

    pr-aquecida a 31-32 C, destacando-se a diminuio da

    sobrecarga sobre articulaes, o relaxamento muscular, a

    diminuio de dor aps uma sesso de treinamento e amelhora na qualidade de sono e de vida.

    Independentemente de onde o trabalho ser realizado

    (dentro ou fora da gua), preciso que o exerccio seja

    iniciado somente aps liberao expressa do mdico e de

    uma avaliao fsica. O trabalho deve ser individualizado

    e contemplar atividades de que o indivduo goste, de

    modo a aumentar a aderncia. Como j mencionado, os

    incrementos de cargas devem ser feitos de modo gradual,

    podendo chegar a 85% da FC mxima para os aerbicos e

    79-80% de 1 RM para os de fora.

  • 7/25/2019 NEUROMUSCULAR ESQUELETICA 3.pdf

    11/11

    Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas

    6. Referncias

    Brazil AV, Ximenes AC, Radu AS, Fernades AR, Appel C, Maaneiro CH et al. Diagnstico e tratamento das

    lombalgias e lombociatalgias. Rev Bras Reumatol. 44(6):419-25, 2004.

    Coimbra IB, Pastor EH, Greve JMD, Puccinelli MLC, Fuller R, Cavalcanti FS et al. Osteoartrite (artrose): tratamento

    - Sociedade Brasileira de Reumatologia. Rev. Bras. Reumatol. 44(6):450-53, 2004.

    Costa SRMR, Pedreira Neto MS, Tavares-Neto J, Kubiak I, Dourado MS, Arajo AC et al. Caractersticas de

    pacientes com sndrome da bromialgia atendidos em hospital de Salvador-BA, Brasil. Rev Bras Reumatol.

    45(2):64-70, 2005.

    Ehrman JK, Gordon PM, Visich PS, Keteyian SJ. Clinical exercise physiology. 3rd ed. Champaign, IL: Human

    Kinetics, 2013.

    HelfensteIn M Jr., Goldenfum MA, Siena C.Lombalgia ocupacional. Rev Assoc Med Bras. 56(5):583-9, 2010.

    Marx FC, Oliveira LM, Bellini CG, Ribeiro MCC.Traduo e validao cultural do questionrio algofuncional

    de Lequesne para osteoartrite de joelhos e quadris para a lngua portuguesa. Rev Bras Reumatol. 46(4):253-

    60, 2006.

    Provenza JR, Pollak DF, Martinez JE, Paiva ES, Helfenstein M, Heymann R et al. Fibromialgia - Sociedade Brasileira

    de Reumatologia. Rev Bras Reumatol. 44(6):443-9, 2004.

    Teixeira L.Atividade fsica adaptada e sade: da teoria prtica. So Paulo: Phorte, 2008.