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Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas
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Fisiologia do Exerccio
Clnico para Alteraes e
Disfunes MusculoesquelticasProf. Dra. Aline Villa Nova Bacurau
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Fisiologia do Exerccio Clnico para Alteraes e Disfunes Musculoesquelticas
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Sumrio
1. Lombalgia ..................................................................................................3
1.1. Denio.......................................................................................................3
1.2. Epidemiologia ................................................................................................3
1.3. Etiologia........................................................................................................3
1.4. Fatores de risco .............................................................................................3
1.5. Fisiopatologia................................................................................................3
1.6. Tratamento medicamentoso...........................................................................3
1.7. Exerccio fsico...............................................................................................4
2. Osteoporose ..............................................................................................4
2.1. Denio.......................................................................................................4
2.2. Epidemiologia ................................................................................................4
2.3. Etiologia........................................................................................................4
2.4. Fisiopatologia................................................................................................5
2.5. Tratamento medicamentoso...........................................................................5
2.6. Exerccio fsico ...............................................................................................5
3. Amputao ................................................................................................6
3.1. Denio e etiologia......................................................................................6
3.2. Epidemiologia ................................................................................................6
3.3. Classicao ..................................................................................................6
3.4. Exerccio fsico ...............................................................................................7
4. Osteoartrite ...............................................................................................7
4.1. Denio.......................................................................................................7
4.2. Etiologia ........................................................................................................8
4.3. Epidemiologia ................................................................................................8
4.4. Fisiopatologia................................................................................................8
4.5. Exerccio fsico ...............................................................................................8
5. Fibromialgia...............................................................................................8
5.1. Denio.......................................................................................................8
5.2. Fisiopatologia................................................................................................8
5.3. Classicao ..................................................................................................9
5.4. Epidemiologia ................................................................................................9
5.5. Terapia.........................................................................................................9
5.6. Exerccio fsico ...............................................................................................9
6. Referncias ................................................................................................11
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1. Lombalgia
1.1. Denio
Em termos gerais, a lombalgia denida como dor ou
desconforto, tenso muscular ou rigidez localizada nos
nveis lombar e sacral da coluna vertebral. No entanto,
pode ser nomeada, conforme a sua durao, como: a)
aguda (quando inferior a quatro semanas); b) subaguda
(por at 12 semanas); c) crnica (por perodo superior a
12 semanas); e d) recorrente (com intervalo mnimo de
seis meses).
1.2. Epidemiologia
A lombalgia uma sintomatologia comum que pode
ser desenvolvida por 50% a 80% das pessoas ao longo
da vida, perdendo apenas para a cefaleia. Portanto, um
importante problema de sade pblica, principalmente
em sociedades industrializadas. Uma vez constatado o
episdio de dor lombar aguda, esta tm sua resoluo em
at quatro semanas em 90% dos pacientes.
Entretanto, a dor pode retornar em 60% a 80% deles,
o que eleva os gastos com a sade, aumenta a morbidade
e, consequentemente, diminui a qualidade de vida. Alm
disso, cerca de dos trabalhadores com menos de 45
anos so aposentados por invalidez prematura, por isso
essa afeco deixou de ser apenas um problema mdico
para se tornar tambm um problema socioeconmico.
1.3. Etiologia
Geralmente de causa multifatorial. Pode ser
primria ou secundria, com ou sem envolvimento
neurolgico. Outros fatores em localizaes adjacentes
podem estar envolvidos na gnese da lombalgia, como:
doenas congnitas, distrbios metablicos (obesidade),
alteraes degenerativas na coluna vertebral, desvios
posturais, sndromes depressivas, neoplasias, gravidez,
sedentarismo, doenas renais, infeces, temperaturae fatores mecnico-posturais. Esta ltima, tambm
chamada de lombalgia idioptica, a forma clnica
mais prevalente das causas de natureza mecnico-
degenerativa. As atividades prossionais que exijam
esforo excessivo e/ou repetitivo, a postura inadequada
ou a atividade fsica excessiva ou inadequada so as
principais causas desse tipo.
1.4. Fatores de risco
A consequncia das dores lombares a fraqueza
dos msculos do tronco, com mudanas biomecnicas,
neurosiolgicas e histoqumicas. Alm disso, associada a
essas alteraes, observa-se menor mobilidade vertebral
em todos os planos de movimento.
1.5. Fisiopatologia
Alteraes nos trs subsistemas - neural, muscular
(ativo) e passivo (ligamentos, cpsulas, discos
intervertebrais e facetas articulares) - contribuem para a
incidncia ou o agravamento dos sintomas de dor lombar.
Existem evidncias de que o recrutamento das
unidades motoras de msculos profundos do dorso ocorrecom atraso em indivduos com histrico de dor lombar.
Esse atraso pode ser considerado como uma tentativa do
sistema nervoso central para proteger a coluna de leses
por estresse.
1.6. Tratamento medicamentoso
Vrios tratamentos so utilizados com o intuito de
gerenciar a lombalgia. Dentre eles, podem-se citarinmeros tipos de medicamentos, prescries de exerccios
ou modalidades passivas, como calor, massagem ou trao
da coluna, injees articulares e cirurgias como discectomia
da coluna, descompresso da coluna e fuso da coluna. O
plano mdico geral usar atividades o mais cedo possvel,
evitando cirurgias desnecessrias.
No que concerne ao gerenciamento de um episdio
agudo de dor nas costas, o tratamento mais simples,
e a opo entre diversas escolhas, menos controversaque no gerenciamento da dor recorrente ou crnica.
Assim, medicamentos utilizados por curtos perodos
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(acetaminofeno o mais seguro para lombalgia), bolsas
de gua quente, estimulao eltrica transcutnea ou
ultrassom seriam adequados no tratamento do episdio
de dor aguda. Vale destacar que o repouso no leito
desaconselhado e no deve exceder 24 a 48 horas.
1.7. Exerccio fsico
Em diversos casos, programas de exerccios para
pessoas com lombalgia incluem uma combinao de
formas de atividades e conselhos educacionais sobre
fatores de estilo de vida e cuidado geral com as costas.
A nfase deve ser na promoo de melhoras funcionais e
no na reduo da dor.
A atividade geralmente comea com baixos nveis de
exerccios feitos frequentemente e progride por meio
de um sistema de pequenas quantidades de exerccios
diferentes. Especialmente no comeo, a superviso
valiosa para garantir o uso da forma correta e encorajar
a aderncia. Um programa de periodizao pode ser
montado com base nas recomendaes do Colgio
Americano de Medicina Esportiva para testes e progresso.
Como diretriz geral para prescrio de exerccio nessa
populao, que atento ao seguinte:
Dor severa o bastante para interromper o exerccio.
Dor que persiste por mais de trs
horas aps o nal do exerccio.
Dor que incapacita a pessoa por vrios
dias ou provoca distrbios de sono.
Dor que inicia, exacerba ou
estende a radiao da dor.
O exerccio deve ser geralmente bem tolerado e deve
causar apenas um leve desconforto (especialmente no
incio do programa) associado dor muscular tardia.
2. Osteoporose
2.1. Denio
A osteoporose considerada um distrbio esquelticocaracterizado pela reduo na massa ssea, o que
predispe ao aumento no risco de fraturas (gura 1).
Figura 1. Representao do processo de osteoporose. Fonte:http://envelhecimentohttp://envelhecimento-biobio.blogspot.
com.br/2013/10/ossos-no-envelhecimento.html.
2.2. Epidemiologia
As mulheres constituem a principal populao afetada
pela doena (estima-se que 4/5 dos casos), sobretudo por
volta dos 50 anos (menopausa). Nessa idade, uma em
cada trs delas apresenta a doena. importante destacar
que, embora o problema seja sistmico, isto , afete todos
os ossos, a incidncia de fraturas no homognea.
Assim, aps os 50 anos, o colo do fmur apresenta umrisco 17,5% maior, enquanto que, para vrtebras, rdio
distal e qualquer outra parte do esqueleto, 15,6%, 16%
e 40% maior. Ainda que menos comuns em homens, a
partir dos 50 anos, aproximadamente um em cada sete
deles afetado pela doena, embora, de fato, o risco se
torne maior aos 70 anos.
2.3. Etiologia
sabido que, durante perodos de crescimento,
puberdade e adolescncia, os ossos humanos aumentam
em espessura e/ou comprimento. Contudo, diferentemente
do que se possa imaginar, ossos no crescem sobrepondo
camadas, ou seja, acrescentando novos minerais a uma
camada pr-existente, como no caso das camadas de um
bolo. Assim, para seu desenvolvimento e manuteno,
eles precisam continuamente ser formados e reabsorvidos,
numa alternncia entre os processos conhecidos comoformao e reabsoro ssea, respectivamente. O balano
entre eles conhecido como remodelao ssea. Graas
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a ela, possvel manter a arquitetura e a fora ssea,
regular os nveis de clcio dos ossos e prevenir danos
causados pela fadiga.
Obviamente, durante o processo de crescimentosseo, a remodelao tem um predomnio do processo
de formao em comparao ao de reabsoro, ou no
cresceramos. Por outro lado, ao nal dessa fase, outros
tipos de inuncia passam a determinar o resultado
lquido (ganho ou perda) da remodelao ssea. Por
exemplo, o esforo mecnico resulta no aumento da
massa e da fora sseas (isto , predomnio da formao),
enquanto que a imobilizao (ex. com gesso aps uma
fratura), ao prejudicar tal esforo mecnico, promoverperda ssea (isto , predomnio da reabsoro).
2.4. Fisiopatologia
No caso especco da osteoporose, ela decorre de um
distrbio no ciclo de remodelao. Aps o trmino do
crescimento (e na ausncia dos exemplos mencionados), h
um equilbrio entre formao e reabsoro, havendo uma
perda ssea mnima. Por volta do nal da segunda dcadade vida, os indivduos atingem o pico de massa ssea (a
maior quantidade de massa ssea obtida durante a vida),
que no o mesmo que a massa ssea mxima, isto , a
mxima quantidade ssea que a pessoa poderia adquirir.
Ou seja, a pessoa tem um teto para atingir (a massa
ssea mxima), mas isso no necessariamente ocorre, por
um nmero de fatores, resultando em menos massa que
esse mximo. Por ltimo, nas mulheres, os estrognios tem
uma importncia fundamental no equilbrio entre formao
e reabsoro ssea; com a queda desses hormnios na
menopausa, abrem-se as portas para a osteoporose.
2.5. Tratamento medicamentoso
A prtica regular de exerccios fsicos fundamental
para o tratamento da osteoporose; por outro lado, uma
peculiaridade dessa doena que eles no devem ser
utilizados isoladamente. Isso porque estudos demonstraram
que exerccios exaustivos na ausncia de medicamentos
podem induzir mais perda ssea. Exemplo disso so as
atletas com amenorreia, que perdem massa ssea apesar
de seus treinamentos intensos (procure saber mais sobre
a sndrome da mulher atleta). Portanto, frmacos e
exerccios devem ser utilizados concomitantemente.Nesse caso, o estmulo pode levar ao aumento e/ou
estabilizao da perda ssea e ao aumento da fora
muscular (que ajuda na preveno de quedas).
Outra informao valiosa sobre os medicamentos que
eles podem impedir a perda ssea ou at promover um
aumento dela por meio da inibio da reabsoro ssea.
Atualmente, nos Estados Unidos, h um nico remdio
aprovado para o tratamento da osteoporose capaz deestimular a formao ssea, a teriparatida (tambm em
uso no Brasil). Como se pode inferir do que foi discutido
na seo Etiologia, nem s mulheres na menopausa
apresentam baixa densidade mineral ssea. Infelizmente,
os estudos e as terapias desenvolvidas no foram baseados
nessa populao.
Alm da teriparatida, outras opes de tratamento
medicamentoso incluem: suplementos de clcio e vitaminaD, terapias de reposio de estrgenios, moduladores
seletivos do receptor de estrognios, bifosfonatos,
hormnio da paratireoide, calcitonina e denosumab. Por
ltimo, vale mencionar que alguns estudos epidemiolgicos
tm associado a suplementao de clcio com a ocorrncia
de doenas do corao.
2.6. Exerccio fsico
Vrias formas de exerccio so capazes de aumentar a
densidade mineral ssea e a fora dos ossos (espessura
cortical, arquitetura trabecular e momento de inrcia da
seco transversa) (gura 2). Especicamente, o melhor
programa de exerccio crnico para esses indivduos
consiste em uma combinao de treinamento de fora
com diferentes tipos de exerccio aerbico.
Enquanto o exerccio de fora tem o maior potencial
para aumento das variveis sseas, o aerbico ajudapredominantemente no combate aos fatores de risco para
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doenas cardiovasculares (no se pode esquecer de que
essas doenas so a principal causa de mortalidade).
Exerccios de exibilidade tambm so bem-vindos.
Quanto s variveis agudas utilizadas para a prescriode exerccio (por exemplo, intensidade, durao,
frequncia), no existe ainda um consenso, mas as
orientaes do Colgio Americano de Medicina Esportiva
(ACSM) para indivduos saudveis podem ser utilizadas.
Contudo, algumas adaptaes devem ser feitas devido s
restries para indivduos portadores de osteoporose.
Nesse sentido, deve-se evitar jogging e atividades
que incluam risco de queda para os aerbicos, e os casosmais graves de cifose devem ser limitados a bicicleta
estacionria. Com relao ao exerccio de fora, devem
ser evitadas exes e rotaes da coluna, alm de
movimentos dando trancos. Pernas e costas devem ser
priorizadas, j que essas so as reas mais comumente
afetadas pela doena. Finalmente, no caso de exerccios de
alongamento, devem-se evitar movimentos que envolvam
exo da coluna.
Figura 2. Manuteno do estilo de vida ativo previne aperda de massa ssea. Fonte: Adaptado de: http://www.
sciatica.org/newsletters/november2009.html.
3. Amputao
3.1. Denio e etiologia
Amputao pode ser denida como ausncia congnita
ou remoo, total ou parcial, de um ou mais membros.As causas no congnitas podem ser diversas, como
acidentes, violncia, doenas e traumas. Dentre as causas
por doena, destacam-se os tumores e as patologias
vasculares (ex. diabetes, doena vascular perifrica).
3.2. Epidemiologia
Estudos europeus demonstram que a condio atinge
entre 6,9% e 8% da populao do continente.
3.3. Classicao
Tanto amputaes do membro superior quanto do
inferior podem ser de vrios tipos. No caso das de membro
superior, podemos ter:
Desarticulao escapular a retirada de todo o
membro e da escpula. Um tipo raro de amputao
que est associada a cnceres sseos.
Desarticulao do ombro a retirada de todo o
brao. Sempre que possvel, deve-se tentar evitar
esse tipo de amputao, j que a remoo da cabea
do mero deforma o ombro e produz desvios na
coluna vertebral.
Amputao transumeral retirado o brao,deixando-se um pequeno coto (isto , o membro
restante da amputao).
Desarticulao do cotovelo preserva-se o brao,
removendo o antebrao e a mo.
Amputao transradial a amputao do
antebrao.
Desarticulao do punho a retirada da mo no
nvel do punho.
Existem ainda classicaes para amputaes das
mos e dos membros inferiores. Alguns exemplos destas
ltimas so:
Hemipelvectomia a retirada da metade da pelve
e de todo o membro inferior do mesmo lado.
Desarticulao do quadril a retirada de todo o
membro inferior.
Amputao transfemural a amputao da coxa.
Desarticulao do joelho a retirada da perna no
nvel do joelho.
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Amputao transtibial a amputao da perna
abaixo do joelho.
Obviamente, seja para o membro superior ou para o
inferior, cada um desses tipos de amputao determina apossibilidade do tipo de prtese que poder ser utilizada e,
consequentemente, a forma de um indivduo se exercitar.
Nesse sentido, importante destacar que a utilizao
da prtese leva a um aumento signicativo do consumo
de energia por parte do amputado. Isso se torna mais
verdadeiro quanto mais alto e proximal for o nvel da
amputao. O momento do tratamento (ex. incio), o mau
posicionamento da prtese e a utilizao desnecessriade grupos musculares por falta de costume com o
equipamento tambm so fatores que aumentam o gasto.
3.4. Exerccio fsico
O amputado pode comear a se exercitar a partir do
momento em que alcanou a mxima funcionalidade e no
existem reas abertas ou irritadas em seu coto, permitindo
a utilizao da prtese por pelo menos oito horas seguidas.
Atendidas essas condies e eliminados defeitos de marcha
(para amputados de membros inferiores), pode-se iniciar
um programa de exerccio desde que sejam assumidas asseguintes precaues:
Manter a curvatura normal da parte inferior da
coluna ao etir o quadril, os joelhos e o tronco.
Manter os objetos que esto sendo levantados
o mais perto possvel do corpo ou da linha de
gravidade vertical.
Girar o tronco no quadril ou nos ps, mas no no
tronco. Mover-se devagar, evitando tores.
Assumir um equilbrio bom com um p ao lado
do outro ou um frente do outro, permitindo a
transferncia de peso.
A exo do quadril e do joelho no deve exceder
60 graus para manter a ecincia mxima dos
msculos extensores do quadril e do joelho.
4. Osteoartrite
4.1. Denio
A osteoartrite (OA)
uma doena degenerativa
crnica que compromete
principalmente as
articulaes de joelho,
quadril, mos e coluna
vertebral (diferentementede doenas reumticas e
autoimunes, como a artrite
reumatoide, que afetam a
maioria das articulaes).
Diferentemente da
artrite, a OA, por meio
da degenerao da
cartilagem, leva a alterao
das estruturas sseasadjacentes (gura 3).
Figura 3. Artrite e osteoartrite. Fonte: http://www.samarilar.com.br/o-que-e-osteoartrite/.
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4.2. Etiologia
A OA pode ter vrias causas, como a sobrecarga aplicada
articulao por um longo perodo (idade avanada),
as sobrecargas repetitivas na mesma articulao (no
trabalho, no lazer ou no esporte), a decincia na
produo e na distribuio de lquido sinovial ou mesmo o
trauma fsico (acidente automobilstico ou queda grave em
que haja grande compresso na articulao, destruindo
a cartilagem parcial ou totalmente). Obesidade (grande
sobrecarga articular), fraqueza muscular (principalmente
do quadrceps), hipermobilidade e instabilidade articular
so outros riscos para a doena.
4.3. Epidemiologia
A prevalncia da OA aumenta com a idade, com
incidncia de 7% entre pessoas de 65-70 anos e 11,2%
entre aqueles com 80 anos ou mais. A Organizao Mundial
da Sade (OMS) referiu a OA como a quarta causa mais
importante de incapacidade entre mulheres e a oitava
entre homens (MARX et. al., 2006).
4.4. Fisiopatologia
Na AO, ocorre a degenerao da articulao, culminando
em inamao e fraqueza dos msculos e ligamentos que
a estabilizam. Esse processo leva ao desalinhamento da
estrutura, promovendo hipermobilidade e instabilidade
articular. Assim, a OA est associada a dor e rigidez
articular, deformidade e progressiva perda de funo.
Outros sintomas so:
Sensibilidade exagerada nas margens da articulao
acometida.
Inchao articular.
Crepitaes (atritos nas superfcies sseas que
causam estalos).
Derrame intra-articular.
Diminuio do espao intra-articular.
Movimentos restritos e dolorosos.
Atroa muscular periarticular. Enrijecimento da articulao.
Instabilidade articular.
4.5. Exerccio fsico
Um programa regular de exerccios pode melhorar
signicativamente a qualidade de vida do portador de
OA. Um aspecto importante relacionado prescrio de
exerccio que no se devem evitar exerccios em cadeia
aberta (ou, ao contrrio, de cadeia fechada) para esses
indivduos. Outra coisa que um trote leve ou uma corrida
de baixa a moderada intensidade no iro aumentar o risco
de uma pessoa sadia desenvolver OA. Contudo, corridas
de alta intensidade ao longo dos anos, sim.
Dito isso, fundamental fortalecer msculos fracos
de modo a obter um equilbrio muscular em volta daarticulao. O fortalecimento do quadrceps pode minimizar
o impacto do p sobre o solo e consequentemente diminuir
a degenerao articular.
Os componentes essenciais de um programa de
atividades fsicas para portadores de OA (dentro ou fora
da gua) devem ser exerccios de exibilidade, visando
aumentar a amplitude de movimento, de fortalecimento
muscular, de condicionamento cardiorrespiratrio e depropriocepo.
5. Fibromialgia
5.1. Denio
Segundo Provenza et al. (2004), a bromialgia pode
ser denida como uma sndrome dolorosa crnica, no
inamatria, de etiologia desconhecida, que se manifestano sistema muscular esqueltico, podendo apresentar
sintomas em outros aparelhos e sistemas. denida como
sndrome pois seu diagnstico depende prioritariamente
dos sinais avaliados pelo mdico e dos sintomas relatados
pelo paciente.
5.2. Fisiopatologia
Devido ausncia de evidncias anatmicas, existe umaconfuso em determinar a siopatologia da bromialgia,
que pode ser originada tanto por sintomas como depresso
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quanto pela sndrome da fadiga crnica. Dessa forma, por
muito tempo, ela foi reconhecida como uma sndrome
de somatizao, ou seja, uma doena fsica de fundo
emocional. No entanto, desde a dcada de 1980, passou a
ser caracterizada como uma sndrome de dor crnica, real,causada por um mecanismo de hipersensibilizao dor.
Hoje, sabemos que diferentes fatores, isolados ou
associados, podem desencadear a bromialgia. So eles:
Situao de estresse.
Mudana hormonal.
Traumas fsicos ou emocionais.
Infeco.
5.3. Classicao
Na tentativa de classicar a bromialgia, foram
estabelecidos critrios. Dentre eles, est a sensao de dor
em pontos anatmicos superciais especcos, chamados
tender points (pontos gatilhos miofasciais, hipersensveis),
localizados principalmente na regio miotendnea. Ao
todo, foram determinados 18 pontos dolorosos pr-estabelecidos (gura 4). A quantidade de tender points
est correlacionada com a gravidade das manifestaes
clnicas, como fadiga generalizada, distrbio do sono e
cansao, depresso e ansiedade.
Alm disso, pode tambm ser classicada como primria
ou secundria, ou seja, sem e com doena associada. Na
maioria dos casos, quando secundria, normalmente est
associada a doenas reumatolgicas.
Figura 4. Mapa dos 18 pontos doloridos pr-estabelecidos nabromialgia. Fonte: http://www.reumart.com.br/doenca/12/Fibromialgia.
5.4. Epidemiologia
A prevalncia no Brasil de 2,5% da populao,
ocupando o segundo lugar entre as doenas reumticas,perdendo apenas para a osteoartrite. A relao de
incidncia por sexo de 8:1 entre mulheres e homens,
respectivamente, sendo comum a manifestao dessa
sndrome entre mulheres de uma mesma famlia.
5.5. Terapia
Como se trata de uma sndrome, o tratamento tambm
no ser diferente, portanto, deve ser multifatorial. Ele
inclui:
Tratamento farmacolgico para dor e depresso.
Programa para mudanas de hbitos.
Exerccio fsico.
5.6. Exerccio fsico
Dentre os benefcios de um programa de atividade
fsica para portadores de bromialgia, encontram-se:
Diminuio da sensao de tenso muscular.
Reduo no nmero de pontos dolorosos.
Reduo da intensidade da dor nos pontos dolorosos.
Tendncia reduo da dor corporal geral.
Aumento da sensao de bem-estar.
Diminuio do sentimento de vulnerabilidade.
Aumento da autoeccia. Diminuio da ansiedade e da depresso.
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Ao se prescrever exerccio para pessoas portadoras
de bromialgia, deve-se ter em mente duas coisas.
Primeiro que, para elas, a realizao de atividades fsicas
representa um grande esforo pessoal e, segundo, que
elas precisam de mais tempo que um indivduo saudvelpara se adaptarem a uma mesma carga (adaptao ao
treinamento). Por isso mesmo, seja no trabalho aerbico
ou no de fora, deve-se progredir de maneira bastante
conservadora nas cargas impostas a esses indivduos
(incrementos muito suaves ao longo do programa). Vale
lembrar que a maioria das informaes sobre exerccios
para esse grupo (inclusive a lista de benefcios descrita) foi
obtida com o trabalho aerbico.
Como se trata de uma doena reumtica, a realizao
do exerccio na gua sempre uma tima alternativa.
No caso especco do trabalho de fora feito dentro da
gua, prioritariamente realizado sem a utilizao de
fora excntrica para evitar microtraumas musculares.
Provavelmente os maiores benefcios ocorram com a gua
pr-aquecida a 31-32 C, destacando-se a diminuio da
sobrecarga sobre articulaes, o relaxamento muscular, a
diminuio de dor aps uma sesso de treinamento e amelhora na qualidade de sono e de vida.
Independentemente de onde o trabalho ser realizado
(dentro ou fora da gua), preciso que o exerccio seja
iniciado somente aps liberao expressa do mdico e de
uma avaliao fsica. O trabalho deve ser individualizado
e contemplar atividades de que o indivduo goste, de
modo a aumentar a aderncia. Como j mencionado, os
incrementos de cargas devem ser feitos de modo gradual,
podendo chegar a 85% da FC mxima para os aerbicos e
79-80% de 1 RM para os de fora.
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6. Referncias
Brazil AV, Ximenes AC, Radu AS, Fernades AR, Appel C, Maaneiro CH et al. Diagnstico e tratamento das
lombalgias e lombociatalgias. Rev Bras Reumatol. 44(6):419-25, 2004.
Coimbra IB, Pastor EH, Greve JMD, Puccinelli MLC, Fuller R, Cavalcanti FS et al. Osteoartrite (artrose): tratamento
- Sociedade Brasileira de Reumatologia. Rev. Bras. Reumatol. 44(6):450-53, 2004.
Costa SRMR, Pedreira Neto MS, Tavares-Neto J, Kubiak I, Dourado MS, Arajo AC et al. Caractersticas de
pacientes com sndrome da bromialgia atendidos em hospital de Salvador-BA, Brasil. Rev Bras Reumatol.
45(2):64-70, 2005.
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