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Encontraram-se no IPO. Ambos jovens. Ambos gravemente doentes. Ele não resisu a parlhar com ela a sua fé, o segredo que o ajuda a lidar com a situação complicada em que se encontra. Ao fim de pouco tempo a Catarina, até aí quase completamente afastada de toda a práca sacramental, começou a fazer um caminho de aproximação à Igreja. E arrastou consigo toda a sua família. Todos se envolveram muito numa dinâmica sacramental, centrada na Eucarisa. Entretanto, ela faleceu há poucos meses. Deixou algumas coisas escritas. Pensamentos e desabafos. Tristezas e alegrias. E a respeito da sua doença confessava o desejo enorme de viver mas ao mesmo tempo a disponibilidade interior para acolher o que viesse. Com Deus é mais fácil”, escrevia ela, porque sei para onde vou”. Com Deus é sempre mais fácil. É que com Deus a beleza da vida ganha um outro sabor, mais profundo. Por ser comparlhada. E as dificuldades, sem deixarem de o ser, ficam amenizadas. Pela mesma razão: por sabermos que não estamos sós! Sabemo-nos envolvidos por um amor que tudo pode. E sabemos que nada do que nos acontece é fruto de uma acaso esquecido que não interesse a ninguém. Há sempre Alguém que nos olha com muito respeito na nossa dor e que nunca lhe fica indiferente. E é essa certeza que nos abre sempre um horizonte de esperança que nos dá uma força para enfrentar tudo que nada pode nunca eliminar. Com Deus é mais fácil. Porque sabemos que há Alguém que nos olha como filhos. E sofre connosco. Num pedido mudo de que O saibamos reconhecer e unirmo-nos a Ele, fazendo do nosso sofrimento e da sua expressão extrema que é a própria morte o que Ele fez, o que o sofrimento e a morte podem e devem ser, por muito lírico, se não mesmo impossível que isso nos pareça: uma ocasião de dom, de amor, de entrega e serviço aos outros. Os dramas mantêm-se. O que é incompreensível e inaceitável connua a sê-lo aos nossos olhos. Mas vivemos focados numa meta que dá sendo a tudo. E nos garante que um dia havemos de entender em plenitude todos os porquês, o que hoje só de forma muito parcelar mal conseguimos entrever. Pe Luís Alberto COMO INSCREVER-SE: Mande um e-mail para: manifestando o seu desejo de ser incluído/a na nossa mailing list , passando assim a receber a nossa Newsleer Para deixar de a receber, basta enviar um e-mail e será rerado/a da mailing list. Número 64– Fevereiro de 2017 Reflexões Com Deus é mais fácilnewsletter Reflexões … newsletter

Transcript of newsletter Reflexões - paroquiansrfatima.com · Ele não resistiu a partilhar com ela a sua fé,...

Encontraram-se no IPO. Ambos jovens. Ambos gravemente doentes. Ele não resistiu a partilhar com ela a sua fé, o segredo que o ajuda a lidar com a situação complicada em que se encontra. Ao fim de pouco tempo a Catarina, até aí quase completamente afastada de toda a prática sacramental, começou a fazer um caminho de aproximação à Igreja. E arrastou consigo toda a sua família. Todos se envolveram muito numa dinâmica sacramental, centrada na Eucaristia.

Entretanto, ela faleceu há poucos meses. Deixou algumas coisas escritas. Pensamentos e desabafos. Tristezas e alegrias. E a respeito da sua doença confessava o desejo enorme de viver mas ao mesmo tempo a disponibilidade interior para acolher o que viesse. “Com Deus é mais fácil”, escrevia ela, “porque sei para onde vou”.

Com Deus é sempre mais fácil. É que com Deus a beleza da vida ganha um outro sabor, mais profundo. Por ser compartilhada. E as dificuldades, sem deixarem de o ser, ficam amenizadas. Pela mesma razão: por sabermos que não estamos sós! Sabemo-nos envolvidos por um amor que tudo pode. E sabemos que nada do que nos acontece é fruto de uma acaso esquecido que não interesse a ninguém. Há sempre Alguém que nos olha com muito respeito na nossa dor e que nunca lhe fica indiferente. E é essa certeza que nos abre sempre um horizonte de esperança que nos dá uma força para enfrentar tudo que nada pode nunca eliminar.

Com Deus é mais fácil. Porque sabemos que há Alguém que nos olha como filhos. E sofre connosco. Num pedido mudo de que O saibamos reconhecer e unirmo-nos a Ele, fazendo do nosso sofrimento e da sua expressão extrema que é a própria morte o que Ele fez, o que o sofrimento e a morte podem e devem ser, por muito lírico, se não mesmo impossível que isso nos pareça: uma ocasião de dom, de amor, de entrega e serviço aos outros.

Os dramas mantêm-se. O que é incompreensível e inaceitável continua a sê-lo aos nossos olhos. Mas vivemos focados numa meta que dá sentido a tudo. E nos garante que um dia havemos de entender em plenitude todos os porquês, o que hoje só de forma muito parcelar mal conseguimos entrever.

Pe Luís Alberto

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Número 64– Fevereiro de 2017

R e f l e x õ e s …

“Com Deus é mais fácil”

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Apenas uma Ceia

Acabei de presidir a uma Eucaristia com deficientes mentais, alguns membros das suas famílias, colaboradores e voluntários da Associação. Dia da Apresentação do Senhor, ou da Senhora das Candeias. A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, nas Avenidas Novas, estava praticamente repleta. Havia uma viola que puxava os acordes possíveis e um pequeno grupo fazia a animação musical. Fui, antes da celebração, ver, olhar e tocar alguns. Pensava na alegria que Jesus teria em celebrar a Ceia com elas e com eles.

Percebi, deste o início, que olhos diferentes me fixavam como quem olha um mistério. Mas, mesmo paramentado, senti-me insignificante. Partilhei o deslumbramento com o vitral de Almada Negreiros que envolve todo o fundo do presbitério. O sol não era muito, nem muito se precisa para um vitral com noventa Anjos, cada qual à sua maneira, em adoração, voltados para um trono com a figura de destaque do pelicano que tira sangue do seu peito para ali-mentar os filhos. Senti o pasmo de todos. Também pedi que num breve momento se voltassem para trás e contem-plassem o outro vitral de fundo com a Santíssima Trindade ladeada de santos e membros da Igreja. Silêncio total.

E fiquei surpreendido com a participação. Eram vozes fortes ainda que algumas descoordenadas. Com todos os ritos prescritos, fui fugindo em pequenos pormenores para a Última Ceia - na Mesa, na Palavra, no Pão e Vinho, no Cor-po e Sangue do Senhor. Expliquei quanto o mistério permitia. Sei que não partia do nada mas não queria pressupor o que não existia. Era preciso que a comunidade percebesse bem o lugar onde se encontrava e o mistério que esta-va a acontecer. Que imagens usar para que todos sentissem que estavam na Ceia, no Calvário, no Sepulcro, na ale-gria do Ressuscitado? Foi para mim uma espécie de Missa Nova que tive de saborear rito a rito sem considerar que tudo isto era mais que rito ou gesto ou palavra inscritos na rubrica.

Solene foi o primeiro momento. Começou pelo canto de entrada. E depois perguntei pelo dia de hoje,40 dias depois do Natal e apresentei logo de entrada o velho Simeão, Maria, José e a maravilha que foi um ancião tomar nos bra-ços uma Criança e delirar de alegria por o Filho de Deus e de Maria passar pelos seus braços. Todos fomos crianças e idosos naquele momento, invejosos do privilégio de Simeão. Mas ali até tínhamos mais. Celebrando na Última Ceia, iríamos receber esse Menino em Pessoa, parte da nossa carne. Aí não sei se fui muito ortodoxo. Chegado o momen-to da Comunhão arrisquei e disse: “os que se sentem preparados venham comungar. Venham todos. Os que não comungarem inclinem a cabeça que tenho uma bênção para cada um”. Assim aconteceu. E correu admiravelmente com a ajuda de familiares e voluntários. Senti-me mesmo Sacerdote por inteiro na minha missão de presidir à Ceia rodeado de discípulos muito especiais. Era uma assembleia celebrante. No cântico final eu próprio – coisa que não costumo fazer – incitei à marcação dos ritmos com palmas.

E despedi-me com votos que esta refeição fraterna, iluminada por Nossa Senhora das Candeias, marcasse os nossos gestos e as nossas vidas. E que se não apagasse a candeia que se acendeu no nosso coração.

P. António Rego

Está a chegar a Quaresma. Começamos já na próxima 4º feira (Cinzas), dia 1 de Março, com uma proposta concreta, na nossa comunidade, de caminho a ir fazendo, semana a semana, para construirmos e ajudarmos a crescer a Igreja que já somos. Tendo como referência o Evangelho de cada Domingo e parte das Memórias da Irmã Lúcia, que nos situam neste Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, terminando sempre com um desafio / compromisso. No dia 4 de Março teremos a celebração dos cinco primeiros sábados. De manhã (a começar às 9.30h) em Nossa Senhora de Fátima e à tarde em Nossa Senhora das Dores (18.00h). Todos os Domingos da Quaresma rezaremos a Via Sacra às 17.30h na Igreja Paroquial. E no próximo dia 10 de Março, sexta-feira, vamos ter mais um “À Mesa com…”. Desta vez será Assunção Cristas que estará connosco para nos ajudar a aprofundar o tema “Ser Cristão na vida Polí-tica: Desafios Mútuos”. Começaremos com o jantar (20.15h no nosso salão paroquial) a que se seguirá a conferência de Assunção Cristas e o espaço de debate. Os interessados devem inscrever-se até dia 9 de Março, podendo fazê-lo no Secretariado Paroquial (217928300) ou para o endereço de e-mail: [email protected]. No dia 12 de Março, Domingo, na missa das 12h, faremos festa com aqueles que casaram no ano que passou e também com todos aqueles que durante este ano celebram o seu aniversário de matrimónio (múltiplos de cinco). No dia 25 de Março, sábado, às 10.30h, teremos a Celebração Comunitária da Unção dos Doentes.

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