N.º 11 o ideias janeiro 97 ano iii

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Janeiro 97 Ano III Nº 11 50$00 Em Abril de 1995 quatro alunos da nossa escola reuniram-se num café para discutir uma ideia, um projecto ambicioso que se fosse bem sucedido iria alterar significativamente a vida académica, e o dia-a-dia da nossa escola. Na mente de cada um fluíam ideias para valorizar o projecto, mas de imediato apercebemo-nos que um grupo restrito de pessoas não eram suficientes para atingir o âmbito desejado, que era fazer um jornal interventido, em que se conjugassem as diversas forças da escola com uma periodicidade mensal. Mas mesmo assim decidimos avançar no vazio e procurar desde logo transmitir uma imagem credível do jornal, para isso procurámos a colaboração de professores, fizemos uma entrevista ao Presidente do IPS e apresentámos alguns artigos de divulgação das actividades desenvolvidas pela AE, de opinião e passatempos . Mas para que o jornal cumprisse a sua principal função que é fazer chegar a sua informação ao maior número de pessoas possível faltava-nos o essencial que eram os meios monetários para o reproduzir, para lhes fazer face solicitámos o apoio da nossa Comissão Instaladora que após demorada reunião de esclarecimentos nos cedeu gentilmente a tiragem integral da primeira edição, que distribuímos pelos alunos desta escola gratuitamente. O primeiro passo estava assim conquistado, o jornal foi bem recebido por todos, foi então que nos deparamos com um novo dilema: Como conseguir patrocínios e colaboradores para continuar? Outra solução não tivemos que ir para a cidade com a primeira edição debaixo do braço à procura de casas que quisessem fazer publicidade no nosso jornal. A procura deu frutos, tivemos alguma sorte, e em pouco tempo tínhamos já assegurada a nova tiragem. Depois as coisas foram correndo de um modo mais ou menos normal, é claro que apareciam sempre algumas contrariedades quer no tratamento gráfico, quer no momento em que íamos fotocopiar o original. A verdade é que ao longo destes quase 2 anos o IDEIAS cresceu, timidamente, mas cresceu. E muito deve ao vosso apoio e colaboração de forma directa e indirecta. Mas agora que já parecia estável surgiu um novo desafio a que não é alheia a sua nova imagem. Agora que já é impresso em tipografia, factor que o aproxima mais do conceito de jornal a que estamos habituados, necessita mais do que nunca da vossa colaboração, dos vossos artigos, das vossas ideias e das vossas críticas. Mas mais uma vez não poderíamos ter dado este passo sem a preciosa colaboração da Comissão Instaladora da nossa escola que nos disponibilizou uma parte da verba necessária para a evolução. E por isso não podíamos deixar de lhes prestar aqui o nosso sincero agradecimento. Luzia Valentim SUMÁRIO Pág. 2 Entrevista com o Presidente do NEGE, Alexandre Silva Pág. 6 Horas de Estudo Pág. 8 EURO, moeda única, sim ou não Pág. 10 Ideias d' "O Ideias" Pág. 12 Momentos de poesia Pág. 14 Como escolher um computador ? Pág. 15 Lei de bases - a base de uma polémica CHARLOT BAR "Oseuespaço"

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Janeiro 97 Ano III Nº 11 50$00

Em Abril de 1995 quatro alunos da nossaescola reuniram-se num café para discutir uma

ideia, um projecto ambicioso que se fosse bemsucedido iria alterar significativamente a vida

académica, e o dia-a-dia da nossa escola. Na mente decada um fluíam ideias para valorizar o projecto, mas de

imediato apercebemo-nos que um grupo restrito de pessoasnão eram suficientes para atingir o âmbito desejado, que era

fazer um jornal interventido, em que se conjugassem as diversasforças da escola com uma periodicidade mensal. Mas mesmo assimdecidimos avançar no vazio e procurar desde logo transmitir umaimagem credível do jornal, para isso procurámos a colaboração deprofessores, fizemos uma entrevista ao Presidente do IPS eapresentámos alguns artigos de divulgação das actividadesdesenvolvidas pela AE, de opinião e passatempos . Mas para que ojornal cumprisse a sua principal função que é fazer chegar a suainformação ao maior número de pessoas possível faltava-nos oessencial que eram os meios monetários para o reproduzir, para lhesfazer face solicitámos o apoio da nossa Comissão Instaladora queapós demorada reunião de esclarecimentos nos cedeu gentilmente atiragem integral da primeira edição, que distribuímos pelos alunosdesta escola gratuitamente.

O primeiro passo estava assim conquistado, o jornal foi bemrecebido por todos, foi então que nos deparamos com um novodilema: Como conseguir patrocínios e colaboradores para continuar?Outra solução não tivemos que ir para a cidade com a primeiraedição debaixo do braço à procura de casas que quisessem fazerpublicidade no nosso jornal. A procura deu frutos, tivemos algumasorte, e em pouco tempo tínhamos já assegurada a nova tiragem.Depois as coisas foram correndo de um modo mais ou menosnormal, é claro que apareciam sempre algumas contrariedades querno tratamento gráfico, quer no momento em que íamos fotocopiar ooriginal.

A verdade é que ao longo destes quase 2 anos o IDEIAS cresceu,timidamente, mas cresceu. E muito deve ao vosso apoio ecolaboração de forma directa e indirecta.

Mas agora que já parecia estável surgiu um novo desafio a quenão é alheia a sua nova imagem. Agora que já é impresso emtipografia, factor que o aproxima mais do conceito de jornal a queestamos habituados, necessita mais do que nunca da vossacolaboração, dos vossos artigos, das vossas ideias e das vossascríticas. Mas mais uma vez não poderíamos ter dado este passo sema preciosa colaboração da Comissão Instaladora da nossa escola quenos disponibilizou uma parte da verba necessária para a evolução. Epor isso não podíamos deixar de lhes prestar aqui o nosso sinceroagradecimento.

Luzia Valentim

S U M Á R I O

Pág. 2 Entrevista com o Presidente doNEGE, Alexandre Silva

Pág. 6 Horas de Estudo

Pág. 8 EURO, moeda única, sim ou não

Pág. 10 Ideias d' "O Ideias"

Pág. 12 Momentos de poesia

Pág. 14 Como escolher um computador ?

Pág. 15 Lei de bases - a base de umapolémica

CHARLOTBAR

"O seu espaço"

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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IDEIAS: O que te levou aformar uma lista para concorrer aoNEGE?

Alexandre Silva: Formei umalista porque o principal ideólogo doNEGE, que no ano passado foicabeça de lista de uma das listasconcorrentes, este ano nãoavançou, e como parti lho osmesmos ideais, decidi avançar paranão deixar cair o projecto. Etambém porque devido à actualsituação financeira do NEGE,ninguém lhe “quis pegar”.

Para formar a lista tive algumadificuldade em conseguir pessoas,por isso o resultado foi uma listaheterogénea, em que não constamos “grandes nomes” do curso, noentanto é um conjunto de pessoasválidas, cheias de vontade detrabalhar.

IDEIAS: Quais os principaisobjectivos que gostarias de vercumpridos pelo NEGE?

A.S.: Estamos um poucocondicionados por causa da AE,visto que no programa eleitoral dalista vencedora, estava prevista aintegração do NEGE numdepartamento da AE. Por issoestamos à espera que esta seestabeleça para nos organizarmos etraçar o caminho que nos pemitiráatingir os nossos objectivos, queserão vários dos quais possodestacar: as tertúlias académicas, a

elaboração de manuais escolares,recorrendo aos apontamentos dosalunos, que depois de compiladosserão postos à disposição dosinteressados na reprografia. Oideal seria que fossem os própriosProfessores de cada cadeira aelaborar os manuais escolares, mascomo nem todos estão de acordo,temos de nos socorrer dos nossosmeios. Um outro objectivo doNEGE é a organização doscurrículos dos alunos finalistas donosso curso, com o intuito de seremenviados para as bases de dados doNERSANT, com o qual já foicelebrado um acordo, para a CGD,e para outras empresas a definir, nosentido de colocar os alunos nessasempresas para a realização deestágios. Basicamente os nossosobjectivos a concretizar são os queacabo de referir.

Não fizemos um projectogrande e ambicioso, porque o quegostaríamos era juntar os alunosnas tertúlias, fazer uma visita deestudo à CGD, organizar o jantarde curso. Se conseguirmos fazeristo já é uma vitória e o tempo quenos resta será pouco, porque acimade tudo somos estudantes e ointeresse de cada um em concluir ocursos deve ser respeitado.

IDEIAS: Todos sabemos queno anterior mandato se notaramalgumas deficiências. Qual é a tua

opinião sobreisso?

A.S.: Ascoisas não terãocorrido damelhor formano anteriorm a n d a t oporque alguns elementos da listatalvez não se tenham apercebidoatempadamente que o núcleo lhes iaexigir algum esforço a nível pessoal,talvez tenham feito demasiadosgastos e as coisas talvez tenhamsido tratadas muito em cima dahora, devido à falta deplaneamento e de visão.

De resto ainda não analisei afundo o dossier do NEGE porqueme foi entregue há pouco tempo,mas posso adiantar que estamoscom uma dívida por saldar à AE novalor de 45 mil escudos, respeitantea uma visita de estudo realizadaem que os patrocínios faltaram àúltima hora. Mesmo assim o NEGEconseguiu pagar logo 55 milescudos.Agora, quem sou eu para criticar adirecção anterior? Em meuentender acho que fizeram omelhor que sabiam e que puderam.Eu também posso não conseguircumprir tudo o que prometemos, senos faltarem os recursos humanos/financeiros para isso.

IDEIAS: Qual é a situação

... Alexandre Silva (Presidente do NEGE)

Entrevista com...F

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ica O Jornal "O Ideias" é

publicado nos meses deJaneiro, Março, Abril, Maio,Junho, Novembro eDezembro com umatiragem de 300 exemplares.

Pode ser fotocopiadoparadistribuição gratuita.

Endereço para contactos:Jornal "O Ideias" - Escola Superiorde Gestão de SantarémComplexo AndaluzApartado 2952003 Santarém CodexTel.:332121 Fax: 332152

Directora: Luzia ValentimRedacção: José Luís Carvalho,

Nuno Bernardo eAntónio Braçais

Montagem: Rui CostaRevisão: José Luís CarvalhoPublicidade: Luzia Valentim e

Rui CostaImpressão: Tipografia Escolar

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actual do NEGE?A.S.: Temos a dívida que atrás

referi, por saldar, mas já existe umamaneira prática de a ultrapassar,desde a retenção dos lucros dasfotocópias dos manuais, da visita deestudo que vamos fazer à CGD,mas isto são coisas que vamos ter dediscutir com a AE.

IDEIAS: Como desejariasque fossem as relações entre onúcleo e a AE?

A.S.: O projecto definido paraos núcleos da lista que ganhou aseleições é um pouco abstracto, porisso fiquei com algumas dúvidassobre o que pretendem, mas confioque depois da reunião com eles tudoficará mais claro. E só nessa alturate posso esclarecer sobre as relaçõesentre o NEGE e a AE.

salutar uma vez que contribui paraum curso mais produtivo.

IDEIAS: Como gostariasque fosse o NEGE no futuro? E oque vais fazer para atingir essameta?

A.S.: Eu gostava de voltardaqui a três ou quatro anos e dever um núcleo dinamizado, queinterviesse nos assuntos internos,que contribuísse para a valorizaçãodo curso. Em suma um núcleocomo uma força viva da escola.

IDEIAS: Qual é o projecto queestá actualmente em curso?A.S: Actualmente estamos apreparar uma conferência noauditório. É tudo quanto possoadiantar.

No entanto o que eu gostaria era demanter uma boa relação decooperação, uma vez que vamos serintegrados na estrutura da AE,mantendo a nossa autonomia, masnão sei bem até que ponto. Odesejável neste caso seria queambos pudéssemos trabalhar semhaver atritos, que prejudicariamambas as partes.

IDEIAS: Como poderão osalunos de GE, sempre quedesejarem, intervir no NEGE?

A.S.: Os alunos de GE vãopoder colaborar com o núcleo emtodos os sentidos, para isso bastacontactar qualquer elemento doNEGE. Todos são bem vindos equanto mais gente nos ajudarmelhor. A meu ver a participaçãode todos na vida académica, é de

Contactar: Luzia Valentim, Rui Costa, José Luís Carvalho ou deixar recado(por escrito, de preferência) na Associação de Estudantes.

“O IDEIAS”Além de sermos um importante veículo de comunicação interna que

prima pela divulgação, pelo debate e pela reflexão, somos também o rostodesta escola e a prova daquilo que os estudantes conseguem fazer, mesmo sem

as condições mais adequadas.Estamos a expandir a área de cobertura do jornal para fora da escola, nomeadamente

para as empresas da região, para outras escolas e para os órgãos de comunicação social. Seremos a imagem demarca da ESGS.

P R O C U R A M O S P A R A A D M I S S Ã O I M E D I A T A C O L A B O R A D O R E S

Perfil Requerido• Ser estudante (e não somente aluno);• Elevado sentido de responsabilidade;• Gosto pela escrita;• Com ou sem experiência;

Oferece-se• Formação específica;• Integração em equipa jovem e dinâmica;• Valorização pessoal;

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Angelina Reis e Valter Jerónimoestiveram presentes no passado dia1 de Dezembro no Campeonato

Nacional Universitário de Corta Matoem representação da Escola Superior

Gestão de Santarém.O Campeonato Nacional Universitário de

Corta Mato realizou-se num excelentepercurso na Quinta do Calhau, em Monsantoe contou com grandes valores nacionais.

Na prova feminina, Fernanda Marquesisolou-se cedo terminando com uma boa

vantagem sobre as suas mais directas adversárias. Narecta final, Carla Sacramento ultrapassou Ana Dias.Angelina Reis com uma prova de grande nível terminounum espectacular quinto lugar e foi a terceira Universitária.

No sector masculino, a competitividade foi maiore mais emocionante, com alternâncias sucessivas nocomando, evidenciando-se Ezequiel Canário, que depoisquebrou, e Alfredo Brás, que esteve sempre na frente aespicaçar o ritmo da prova. E à entrada para a última voltaapareceu isolado... convencido de que estaria a entrar nameta ! Acabou por ser ultrapassado por João Junqueira (ogrande vencedor) e por Vítor Almeida. Quanto a ValterJerónimo fez uma boa prova acompanhando o ritmo da

frente da mesma nas primeiras voltas,mas veio depois a quebrar nas últimasduas voltas, acabando por ser o 18º dageral e 13º universitário.

Classificações

Masculinos: (9 000 metros) - 1º, JoãoJunqueira (Maratona C.P.), 26.04; 2º, VítorAlmeida (Sporting C.P.), 26.08; 3º, AlfredoBrás (Maratona C.P.), 26.19; 4º, AlbertoChaiça (Maratona C.P.), 26.53; 5º, Amândio Frias (FMH),27.10 (1º universitário); 6º Ezequiel Canário(Conforlimpa), 27.55; 7º, Pedro Branco (U. Minho), 28.09(2º univ.); 8º, João Jaques (U. Trás os Montes), 28.26 (3ºuniv.); ... 18º, Valter Jerónimo (ESGS), 31.29 (13º univ.).

Femininos: (4 500 metros) - 1ª, Fernanda Marques(Maratona C. Maia), 15.02; 2ª, Carla Sacramento(Maratona C. Maia), 15.14; 3ª, Ana Dias (Sporting C. P. -U. Alg.), 15.18 (1ª universitária); 4ª, Anália Rosa (IJP),15.59 (2ª univ.); 5ª, Angelina Reis (ESGS), 17.00 (3ª univ.).

Valter Jerónimo

“Boa tarde, caros ouvintes, vão ficar com umahora de boa música e disposição, com o programaHoragá, na Rádio Gest”.

Assim se inicia o nosso programa Horagá na RádioGest, programa este que tem como objectivo levar atodos os frequentadores desta Escola, música actual e asnotícias em foco. Para conseguirmos cumprir esteobjectivo, a Rádio Gest põe ao nosso dispor material deelevado nível técnico, o que faz com que nós, merosamadores nestas coisas da rádio, nos sintamos como osprofissionais, que entre quatro paredes forradas acortiça levam a todos o divertimento e a boa disposição.Para estas condições técnicas que nos são postas àdisposição, deixamos uma salva de palmas.

Até aqui tudo é bom, mas passando a porta que nosisola dos ouvintes, as nossas caras começam a perder ostraços de profissionais, pois apercebemo-nos de queestivemos a contribuir para a poluição sonora que existeno bar da E.S.G.S. Poluição esta que não se deve aofacto de o nosso programa ser mau, mas sim porque as

colunas e amplificadores não estão regulados demaneira que se possa perceber num volume moderado.

Talvez devido a isso e ao desconhecimento demuita gente da existência de uma rádio, com programaselaborados, na nossa Escola, a receptividade aos nossosapelos não seja a mais satisfatória. Por isso e atravésdeste outro meio de comunicação, gostaríamos de pedirque dêem um pouco mais de atenção aos “ruídos” quesaem das colunas que enfeitam o bar, e que respondamaos nossos apelos, porque nós queremos que o programaHoragá , e os outros, não sirvam apenas para a diversãode quem os faz (e podem crer que é muita), mas tambémpara a de todos os ouvintes.

“Espero que tenham gostado do programa Horagá,fiquem com esta última música, nós voltamos Quarta-Feira das 11 às 12 horas. Tchau.”

Os Radiofonistas Rui Pedro Marques e RicardoJosé L. Miguel

AVENTURAS E DESVENTURAS DE UMRADIOFONISTA NA RÁDIO GEST

Angelina Reis Brilhante no Corta Mato Universitário

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Janeiro/1997

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Escola Superior de Gestão de Santarém

Instituto Politécnico de Santarém

VENCER O DESAFIO

DESAFIAR O FUTURO

CURSOS DE BACHARELATO

[ GESTÃO DE EMPRESAS (Portaria nº. 317-B/86, de 24/6)[ INFORMÁTICA DE GESTÃO (Portaria nº. 438/89, de 15/6)[ GESTÃO AUTÁRQUICA (Portaria nº. 1052/93, de 19/10)[ MARKETING (Portaria nº. 1351/95, de 14/11)

CURSOS DE ESTUDOS SUPERIORES ESPECIALIZADOS

[ MARKETING E CONSUMO (Portaria nº. 351/90, de 8/5)[ GESTÃO DE COOPERATIVAS AGRÍCOLAS (Portaria nº. 152/91, de 20/2)[ INFORMÁTICA E GESTÃO (Portaria nº. 715/94, de 9/8)[ GESTÃO FINANCEIRA (Aguarda aprovação ministerial)[ GESTÃO AUTÁRQUICA E REGIONAL (Aguarda aprovação ministerial)

COMPLEXO ANDALUZ - APARTADO 2952003 SANTARÉM CODEX

Telef. (043) 33 21 21 Fax (043) 33 21 52

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O leitor olhapara o corpo do

conhecido artista depublicidade, Richard

Gregory, caído sobre oestirador, no estúdio de sua

casa. Tem o rosto meioescondido, deixando ver

apenas o lado direito e oburaco de uma bala na têmpora.

Segura ainda um arma na mãodireita e os seus olhos prendem-se no

relógio, com pulseira de ouro flexível, marcando 16 horase 45 minutos. O braço da vítima encontra-se estendidosobre uma ilustração inacabada, em cima do estirador, etem os dedos da mão esquerda presos ao rebordo dessailustração, cheia de tinta.

- É uma coisa horrível - exclama a jovem e bonita JaneLogan, secretária da vítima e uma das três pessoas queestavam em casa no momento da tragédia. - Era umapessoa tão boa e compreensiva... O melhor dos patrões. Euestava a escrever à máquina na secretária, ali ao canto.Depois fui à cozinha beber água, e foi nessa altura que ouvio tiro.

- Confesso desde já que não tenho muita simpatia pelohomem - disse Tom Logan, o marido de Jane.

- Bem entendido que não desejaria a ninguém queisto acontecesse, mas o Gregory era um homem semescrúpulos e andava a fazer propostas à minha mulher.Inclusivamente chegámos a trocar algumas palavrasum pouco exaltadas sobre o assunto. Mas porque seriaque um desenhador com tanto êxito como ele se quereriamatar? Isso é o que eu não percebo. Beverly Logan, aviúva da vítima, diz então:

- Sei muito bem o tipo de homem que era Richard.Tive de passar por cima de muitas coisas que ele fez emdez anos de casamento. Também tinha notado que eleandava interessado em Jane, mas tinha a certeza de queisso passaria, como lhe acontecera já muitas vezes.Recentemente confessou-me ter sofrido algumas perdasfinanceiras nos investimentos que fizera, mas não haviamotivo para julgar que ele se encontrava tão apertadoem questões de dinheiro, e se matasse por isso.

- Como pode falar com essa calma sobre o assunto?- exclama Jane. - Sei que você não gostava dele!... Nestaaltura o leitor interrompe a conversa:

- Por aquilo que vi, não me parece que Richard setenha suicidado. Estou certo de que se trata de umcrime. E fixa o olhar no suspeito.

Que motivos o levam a suspeitar de crime, e quem éo suspeito.

Ciúme mata Desenhador

observações com objectivos construtivos salientandoos seus defeitos;

• O estudante não copia, recolhe dados;• O estudante não reprova, renova a sua experiência;• O estudante não se porta mal, o conceito de

comportamento é que difere.• O estudante não mente, apresenta a verdade sob

outro ponto de vista• O estudante não vive, sobrevive;• O estudante não bebe, saboreia;• O estudante não conversa nas aulas, troca

impressões;• O estudante não dorme, descansa o cérebro;• O estudante não chateia o professor, apenas discorda

bastantes vezes.• O estudante não suja a escola, esta é que não se

encontra nas devidas condições de limpeza;• O estudante sabe sempre tudo, padece é de uma

doença chamada amnésia temporária;

• O estudante estuda.• O estudante se não está a estudar

está a raciocinar.• O estudante não chega tarde,

atrasa-se por motivos de força maior;• O estudante não se deixa dormir,o despertador é que não toca;• O estudante nunca falta às aulas,não comparece por motivos de forçamaior;• O estudante não é posto na rua, é

necessária a sua presença noutro local;• O estudante não se mete em problemas, estes é que

vão ao seu encontro;• O estudante não destrói o material escolar, este é que

se deteriora;• O estudante não conspira contra o professor, este é

que tem o complexo da conspiração;• O estudante não diz mal do professor, faz

Estatuto de Estudante

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Ohomemque foi pararao manicómio,conta porquê.

Eu casei-me com umaviúva jovem que tinha uma filha.Depois da morte da minha mãe omeu pai enamorou-se da minhaenteada e casou com ela. Disto resultouque a minha mulher ficou sendo sogra de meu pai quejá era seu sogro.

Eu tornei-me padrasto do meu pai e a minhaenteada a filha da minha mulher fez-se minha madrasta.Depois, esta teve um filho e este, claro está, era meuirmão porque era filho de meu pai, mas também erameu neto, porque era filho da filha da minha mulher.Isto fez com que eu ficasse simultaneamente, avô domeu irmão. A seguir a minha mulher teve também umfilho que era irmão da minha sogra e também seu netoporque ele era filho do filho de seu marido.

Este nascimento originou uma trapalhada completa:o meu pai tornou-se cunhado do meu filho, porque airmã do mesmo é sua mulher, eu fiquei irmão do meupróprio filho e filho da minha avó. Sou cunhado daminha madrasta e a minha mulher é tia do seu própriofilho e este, sobrinho de meu pai; do que resultou eutornar-me avô de mim mesmo.

O Estudante Cozinheiro

Bacalhau com natas (para 8 pessoas)

Ingredientes:

l 4 boas postas de bacalhau (seco/salgado)l 2 cebolas médiasl 1 Kg de batatas cortadas em jardineiral ¼ Lt de natasl 4 claras levantadas em castelol 7,5 dl de leitel 60 g de farinhal 60 g de manteigal sal, pimenta, noz moscada e azeite, quanto baste

Confecção:

Depois de bem demolhadas, as postas de bacalhausão cozidas e depois escolhidas de peles e espinhas.Corta-se a cebola em meias luas e vai a refogar num tachocom um pouco de azeite.

Quando a cebola estiver refogada, sem alourar,junta-se o bacalhau e as batatas, que previamente foramfritas. Faz-se um molho branco com margarina, o leite ea farinha, junta-se no tacho assim como, as natas, asclaras em castelo e mexe-se bem, temperando-se com sal,noz moscada e pimenta. Põe-se num pirex ou assadeira,alisa-se com uma espátula; salpica-se com unsbocadinhos muito pequenos de margarina e vai a corarno forno forte.

Carla Sofia Antunes Pereira2ª ano de Marketing

?

“O IDEIAS”Além de sermos um importante veículo de comunicação interna que

prima pela divulgação, pelo debate e pela reflexão, somos também o rostodesta escola e a prova daquilo que os estudantes conseguem fazer, mesmo sem

as condições mais adequadas.Estamos a expandir a área de cobertura do jornal para fora da escola, nomeadamente

para as empresas da região, para outras escolas e para os órgãos de comunicação social. Seremos a imagem demarca da ESGS.

P R O C U R A M O S P A R A A D M I S S Ã O I M E D I A T A C O L A B O R A D O R E S

Oferece-se• Formação específica;• Integração em equipa jovem e dinâmica;• Valorização pessoal;

Perfil Requerido• Ser estudante (e não somente aluno);• Elevado sentido de responsabilidade;• Gosto pela escrita;• Com ou sem experiência;

Contactar: Luzia Valentim, Rui Costa, José Luís Carvalho ou deixar recado(por escrito, de preferência) na Associação de Estudantes.

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Quando a moeda única saltoupara as páginas dos jornais e para aboca dos políticos pouca genteacreditava na possibilidade da suaconcretização. Para a maioria daspessoas isso não passava de umautopia. Nessa altura ninguémdiscutia as consequências eco-nómicas que o antecessor do euro(o ecu) poderia trazer ao Paísporque simplesmente ninguémacreditava nesta profecia.

Actualmente acontece exacta-mente o contrário: até os maiscépticos já falam nas vantagens enas desvantagens da moeda únicade tal forma que implicitamenteadmitem que ela será umarealidade mais cedo ou mais tarde.

Mas o mais interessante no meiodisto tudo é a interpretação quecada economista faz dos factos quenos poderão levar à moeda única.Por exemplo, a eliminação dastaxas de câmbio é para oseuropeístas uma vantagem queadvém da moeda única porque talfacto trará, entre outrasconsequências positivas, uma maiorestabilidade ao nível da formaçãode preços, no entanto, para oseurocépticos o fim das taxas decâmbio acaba por se traduzir numadesvantagem na medida em quedesta forma desaparecerá umimportante instrumento da políticafinanceira.

Mas o que interessa ao cidadãocomum é saber se quando deixar dereceber o seu salário em escudos e opassar a receber em euros terá omesmo poder de compra que antesou não. E aqui entramos numcapítulo da ciência económicaextremamente complexo que é o dacompetitividade empresarial.

De facto aquilo que é fre-quentemente apontado de formaabstracta como vantagem damoeda única só se efectivará emvantagem se as empresas

portuguesas estiverem preparadaspara fazer face à concorrência.

Por sua vez as empresasportuguesas só conseguirão fazerface à concorrência se se tornaremmais produtivas, se abandonaremos tradicionais sistemas deprodução, se encaminharem pelavia da inovação tecnológica, seoptarem (muitas delas) pelainternacionalização, se apostaremem técnicos altamente qualificadose fundamentalmente se souberemtirar proveito da penetração nosmercados dos PALOP’s e do Brasil.

Ao contrário do que pensa ageneralidade dos responsáveispolíticos, e não só, o sucessoeconómico do nosso país não passafundamentalmente pela Europa,mas sim por África e pela Américado Sul. A Europa é apenas o espaçogeográfico em que Portugal se situae a União Europeia é um parceironas nossas trocas comerciais (que,por acaso (?) se encontramfortemente concentradas). Destaforma a União Europeia devepassar a ser não apenas umparceiro, mas também um meiopara obter novos parceiros.

Seria bom que quem de direito,notasse que no século XVII o ourovinha do Brasil, actualmente asminas são procuradas na Ásia, masno próximo século as nausnavegarão em direcção a África. Eseria bom também que quando osoutros se virassem para oContinente Africano nós já láestivéssemos. Enquanto andarmosa reboque da Europa as vantagense as desvantagens da moeda únicaserão sempre as mesmas, pelocontrário quando nos anteci-parmos à Europa as vantagenspodem ser maximizadas e asdesvantagens podem serminimizadas.

A principal consequência damoeda única e que já aqui referi é o

desaparecimento da taxa de câmbioe constitui o principal receio dosempresários na medida em que nãose poderá mais recorrer àdesvalorização da moeda paraincentivar o incremento das nossasexportações (no fundo é o que temvindo a acontecer nos últimos anoscom a chamada política do escudoforte), por isso, são de preverdificuldades acrescidas para ossectores da economia quetradicionalmente beneficiavam comas desvalorizações da nossa moeda,nomeadamente empresas do sectortêxtil e do calçado.

Prevê-se também que a moedaúnica concorra para uma baixa nataxa de inflação e espera-se queinfluencie uma baixa nas taxas dejuro. Com as taxas de juro abaixarem o investimento tenderá aaumentar, o que proporciona acriação de novos postos detrabalho. No entanto nós sabemosque existe uma relação inversaentre a inflação e o desemprego (ochamado trade-off). Assim, se porum lado podemos estar naexpectativa de ver diminuir odesemprego em virtude doaumento do investimento, poroutro lado também são legítimos osreceios daqueles que em virtudeduma taxa de inflação mais baixaprevêem um possível aumento dodesemprego.

De facto o simples aumento doinvestimento não constitui umagarantia segura para o combate aodesemprego. Se não houver umaumento da produtividade e dacompetitividade nos países maispobres os salários também nãopodem aumentar, pelo que nãohaverá um alargamento dosmercados nacionais desses países econsequentemente os empresárioseuropeus não vão investir nessasregiões. Desta forma quando se dizque a moeda única incentiva os

MOEDA ÚNICA: SIM OMOEDA ÚNICA: SIM OMOEDA ÚNICA: SIM OMOEDA ÚNICA: SIM OMOEDA ÚNICA: SIM OUUUUU NÃONÃONÃONÃONÃO?????

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investimentos é preciso notar queestes podem centralizar-se numpequeno número de regiões, queserão, obviamente, as mais ricas, oque teria como consequência oaumento do desemprego nasregiões mais pobres.

Note-se aliás que um dosmaiores receios inerentes à UniãoEconómica e Monetária é apossibilidade das assimetriasregionais virem a aumentar dentrodo espaço comunitário. Oseconomistas sabem que a inte-gração económica de uma regiãopobre com uma região rica podefazer com que a região pobre, pelo

menos em comparação com aregião mais rica, seja cada vez maispobre. Ora com a moeda únicaassistimos a um reforço daintegração económica, pelo que senão houver uma melhoria daprodutividade e da competitividadeno nosso país as dificuldades não sefarão esperar. Isto porque, emvirtude da falta de investimentos, opadrão de especialização da nossaeconomia pode estagnar ou podeverificar-se um acentuar deespecialização da mesma emactividades do tipo tradicional quesão menos competitivas.

Por outro lado é também aceite,

mesmo pelos europeístas, que oscritérios de convergência podemlevar a Europa a um climarecessivo. Note-se que a Alemanharegistou um défice orçamental de3,6% do PIB em 1995,ultrapassando assim os 3%estabelecidos.

Mas seja como fôr, o caminho damoeda única está traçado; restaapenas a cada um de nós dar onosso contributo, nomeadamenteno nosso local de trabalho, paratornarmos as empresasportuguesas mais competitivas emais produtivas.

Vantagens

l Desaparecimento dos riscos cambiais inerentes àsrelações comerciais intracomunitárias.

l Maior estabilidade na formação dos preços, uma vezque os bens e serviços passarão todos a ser pagos emeuros e porque as taxas de câmbio ao serem abolidasdeixam de influenciar o custo dos mesmos.

l Eliminação de comissões e de custos associados àstransferências bancárias.

l A estabilidade dos preços influenciará uma baixa nataxa de inflação.

l Na sequência de tudo isto as taxas de juro tenderãotambém a baixar e o investimento deverá aumentar.

l As empresas nacionais terão mais facilidade noacesso ao crédito externo devido à inexistência deriscos cambiais.

Desvantagens

l Adopção duma política económica restritiva a curtoprazo que terá influências negativas ao nível doemprego e da evolução económica.

l O fim da taxa de câmbio na medida em que com o seudesaparecimento desaparece também uminstrumento de política monetária.

l Perda de autonomia ao nível da política monetária.l Custos monetários muito elevados, para os estados-

membros e também para as empresas ao nível daformação e da substituição de máquinasregistadoras, programas de contabilidade, etc.

l Possibilidade de haver uma deslocação geográficadas empresas dentro da União Europeia para regiõesmais atractivas e o consequente aumento dasassimetrias regionais.

1. O défice orçamental não pode ultrapassar os 3% doProduto Interno Bruto (PIB).

2. A dívida pública não pode ser superior a 60% dovalor do PIB.

3. A taxa de inflação não poderá ultrapassar a médiadas 3 taxas de inflação mais baixas em mais de 1,5%.

4. As taxas de juro a longo prazo não poderão sersuperiores em mais de 2% às dos 3 países commenores taxas de inflação.

5. Mecanismo das taxas de câmbio (a moeda dorespectivo país terá que pertencer ao SME).

José Luís Carvalho

Critérios de Convergência

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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“O Ideias” como instrumentoda política de Relações Públicasda ESGS.

Tal como a religião católica seconsubstancia na Santa Trindade (oPai, o Filho e o Espírito Santo)também as organizações do séculoXXI vão ter a sua Santa Trindadeque será constituída pela facilidadede adaptação às novas tecnologias,os recursos humanos e as relaçõespúblicas. Entre as organizações quetêm que perceber esta realidadeestão as Câmaras Municipais, asempresas públicas e privadas e,como não podia deixar de ser, asescolas, nomeadamente as escolassuperiores.

Estando nós inscritos numaescola, que além de ser uma escolaé uma escola superior e que alémde ser uma escola super ior éuma escola de gestão seria umavergonha não tentar compreenderesta Santa Trindade nem tão poucotrabalhar com base na realidade queo século XXI inevitavelmente nosvai trazer.

Numa escola como a nossa,integrada num sistema educativocomo o nosso, por sua vez integradonuma política de educação incoe-rente, sem objectivos precisos, ondereina uma certa confusão geradapor contestações que ganham emforma o que perdem em conteúdo,pouco podem fazer os estudantesno que se refere às vertentes dosrecursos humanos e das novastecnologias, uma vez que, estasduas componentes dependem maisdos órgãos directivos da escolaonde os estudantes não têmrepresentação ou onde a suarepresentação é de menor impor-tância. Mas o mesmo já não se podedizer no que se refere às relaçõespúblicas. De facto esta componenteda Santa Trindade é aquela em queos estudantes podem assumir ummaior protagonismo, uma vez que

têm capacidade para influenciar apolítica de relações públicas. Entreos vários instrumentos de relaçõespúblicas que podemos utilizar paraestabelecer a ligação entre a escolae o tecido empresarial e parapromover a imagem da escola estáprecisamente o nosso jornal.

Os primeiros passos que “OIdeias” deu foram difíceis. Istojustifica-se pela falta de experiênciada equipa e pelo facto de muitosestudantes na altura estaremacomodados à realidade dumaescola sem um jornal quefomentasse o debate, a crítica, areflexão e a comunicação interna.

No entanto “O Ideias” não temparado de crescer, tanto em termosquantitativos como em termosqualitativos. Nos dias de hoje eface à nova realidade académicadecidimos alargar o segmento alvodo jornal e oferecer os nossosserviços não apenas aos estudantes,aos professores e aos funcionárioscomo também aos órgãos directivosda escola. Queremos ajudar adefinir a polít ica de relaçõespúblicas da nossa escola e éprecisamente por isso que estejornal vai passar a ser distribuídonão apenas aqui na escola, mastambém noutras escolas, nasCâmaras Municipais, em empresasda região, aos ex-estudantes e aoutros órgãos de comunicaçãosocial.

Pontos de Partida para adefinição da nossa Política

de Relações Públicas

Em primeiro lugar eu gostariade salientar que a responsabilidademáxima pela definição e implemen-tação da polít ica de relaçõespúblicas da nossa escola não devepertencer a nenhum órgão degestão, mas sim ao Gabinete de

Comunicação e Relações com oExterior a que se refere o artigo 55.ºdos Estatutos da nossa escola. Noentanto, na definição da política derelações públicas devem participartodos os interessados, nomeada-mente os estudantes.

Há, seja como for, dois pilares emque assentam as relações públicas eque é necessário que toda a gentenesta escola os perceba sob penad e s e e s t a r a p r e j u d i c a r e s t aorganização:

1.º As relações públicas são umatécnica de comunicação que visaestabelecer um contacto pessoal ouimpessoal , entre a escola e acomunidade com o intuito de criarum clima de harmonia através dessecontacto.

2.º Um sistema de compor-tamento humano, na medida emque todos quantos trabalham ouestudam na escola devem praticarrelações públicas, o que de certaforma leva a que a política derelações públicas tenha que estarde harmonia com a política demarketing.

Por outro lado as relaçõespúblicas dividem-se em dois níveis:o nível interno e o nível externo.

A nível interno as pessoasresponsáveis pela implementaçãoda política de relações públicasdevem procurar levar a cabo asseguintes acções:

• Elaborar um código deconduta de relações públicas quedeve ser amplamente divulgadojunto de todos quantos à escolaes tão l igados , no sent ido deconsciencializar as pessoas daimportância individual nascomunicações com o exterior.

• Promover mecanismos deincentivo que motivem os profes-sores, os estudantes e osfuncionários a agir emconformidade com apolítica de relações

Ideias de

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públicas, nomeadamente incutindoo orgulho de pertencer a estaorganização e atribuindo prémiosaos melhores relações públicas.

• Informar todo o corpoacadémico da política de relaçõespúblicas definida.

• Promover o brainstorming.• Realizar inquéritos periódicos

à comunidade envolvente nosentido de apurar até que ponto aimplementação da política derelações públicas está acorresponder no plano prático aoplano teórico e divulgarinternamente as conclusões doinquérito conjuntamente com assugestões a serem seguidas pelaescola no sentido de se eliminaremos desvios, se os houver.

• A nível externo as acções alevar a cabo serão as seguintes:

• Incutir na mente do cidadãocomum que a nossa escola éabsolutamente indispensável aodesenvolvimento regional e aodesenvolvimento da Economianacional.

• Chamar à atenção das

empresas que a nossa escola podefornecer-lhes recursos humanosqualificados com determinadascaracterísticas.

• Promover uma maiorabertura da escola à comunidadeatravés da realização de feiras dolivro, de exposições, de ciclos deconferência, de visitas de estudo, dadivulgação de estudos e trabalhoselaborados por professores e alunos.

• Organizar Campanhas dePublicidade.

• Promover a integração deEx-estudantes no mercado detrabalho.

• Realizar intercâmbios comoutras escolas.

• Facultar toda a informaçãopedida por entidades externas,nomeadamente pelos órgãos decomunicação social, o que implicauma actualização permanente deficheiros.

• Incentivar e apoiar inicia-tivas que se enquadrem nos termosdescritos, nomeadamente quandoestas partem dos estudantes.

Conclui-se pois que a Escola

deve centrar as suas forças em doiseixos coordenadores: a engenhariado produto e as relações públicas.A engenharia do produtosubstancia-se na preocupação detodos em contribuir para um ensinode qualidade através da inovação.Por sua vez as relações públicassubstanciam-se na projecção duma“imagem” favorável perante acomunidade. De facto não vale apena termos um ensino dequalidade se as empresas nãosouberem isso, nem vale a penaprojectar a imagem dum ensino dequalidade se isso não corresponderà realidade.

É, pois com base nesta ideia quetodos nós, devemos trabalhar.

“O Ideias” ao tomar a iniciativade alargar o seu segmento-alvoacabou por se transformar numpoderoso instrumento de RelaçõesPúblicas ao serviço da Escola e daComunidade. Esperemos que sejabem explorado.

José Luís Carvalho

"O Ideias”

Próxima Edição:

Ø Entrevista com o novo Presidente da Associação de Estudantes

Ø Construções à Portuguesa - Residências quase novas já têm fugas de gás

Ø Eleições para o Conselho Directivo - Já existe uma lista candidata

Ø Conheça a constituição de todos os Núcleos de Estudantes

Ø O novo equipamento informátido já chegou - Quais as alterações e que melhorias ?

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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MáscaraQue me assenta tão bem!Na plásticaQue para mim própria criei.Desarmada com o teu Amor,Pólen deste meu viver.Escondida na fina dorQue me dá a tua sensação de proteger.Sabe bem ser eu finalmente!Liberta de dor e mágoa.Sangrado todo o mal de antigamente,O que escorre agora em mim é pura água.Sol, Energia, Vida, de mim...Caminhos desbravados.Verdade, até que enfim!Em terrenos lavrados,Semeados, atapetados de flores,Na bonanza da tempestadeUltrajando o ar, de odores.Que me dão tão claramente a minhaverdade.Máscara!Eu!Já não preciso de farsa.Tenho um mundo agora meu!A quem devo agradecer??A mim, que nunca deixei de ser mulher.A Eros, que me ensinou...A teus ósculos, que da mentira me tirou!Quem devo chorar??Nada, porque o passado é um vazio mar.Ou talvez..., aquela Mulher de seduçãoAquela que não conseguiu roubar minharazão.Sem máscara.Sou poeta finalmente!Sou eu.Sou mulher novamente.

Sílvia Inácio

sc

ara

Se algum dia te disseremQue nunca fizeste nada de jeito,não ligues, pois o mais importantejá foi feito: TU!

Sofia

AusênciaEntre nós existe um rioonde correm, alterosas,águas que nascem do friodas nossas vidas perigosas

Não há ponte nem barquinhonem pássaro de voarnem jangada nem peixinhoque nos faça aproximar

Olho triste para tigrito alto, em segredo,que quando te conhecijurei nunca ter medo

E mergulho sem pensarno que tenho pela frentevou nadando até chegaronde me deixe a corrente

Ou a morte ou a verdadehá-de ser o resultadomorto, resta a saudadevivo, estás a meu lado

João Goulart

Vencer! Triunfar!Eis o que espero de tiSe algum dia te encontrarDiz-me somente: Venci!

Para os meus afilhadosSofia

Quando não tenho nadacom que me preocuparpreocupo-me com isso!

Sofia

Muitos e muitosNão sabemPor mais que tentem saberQue a AmizadeNão se compraPorque não é de venderNão é preta, não é brancaNão é de nenhuma corÉ uma parte bem certaÉ um pedaçoDe Amor

Paula Gargalo

O meu pensamento perde-se por um enorme desejode fuga. Queria fugir para ficar bem longe, para onde oracional não possa vaguear. Um sítio, que por ser tãodifícil de alcançar esteja possuído por uma belezatranslumbrante, onde só a natureza passeia com todas assuas cores alucinantemente verdejantes. Onde dança aosom das notas suaves dosjovens cantores e se fazacompanhar pelas folhascaídas. Um sítio imperial, que é reinado por umaformosura puritana...

Por alguns instantes um sono profundo apoderou-sedo meu ser. Foram breves os momentos de repouso.Contudo a viagem foi rápida, pois dei por mim num locallongínquo. Não havia ninguém e tudo se afiguravadiferente. Era real o que via, parecia que conhecia poistinha imaginado aqueles caminhos, tinha ouvido aquelasinfonia docemente musical.

E as cores? Essas estavam pintadas na tela da minha

imaginação, onde os reflexos iluminavam qualquer olharmenos atento.

Não sabia qual a razão da minha presença. Tenteidescobrir algo concreto que me pudesse saciar a minhainevitável curiosidade. Andei por toda a parte, os meuspassos cravavam-se no chão, a direcção era incerta, só odestino sabia onde ia dar aquela caminhada.

Parei. O cansaço foi iminente e o repouso apetecido.Aquele instante lacónico, permitiu ao meu olharcircunscrever o ambiente que me rodeava.

Aquela calma traduzia-se num ápice singularmenteúnico onde um profundo sentimento de paz assolava omeu espírito.

Apesar de continuar perdida nada me importavapois queria ficar, continuar a explorar o desconhecido,sem ter medo de nada.

Acordei . Não tinha passado de um sonho.O meu desejo primado já não tinha razão de existir.Fugir para quê? Se se pode sonhar!

Sílvia Mateus

Um SonhoUm SonhoUm SonhoUm SonhoUm Sonho

Momentos ...

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A vida é umabreve caminhada,onde a juventudesimboliza apenas um momento deloucura. Sim, nós os jovens, somosloucos... Loucos quando olhamos parao Sol, quando tentamos tocar na Lua,quando acreditamos que o mar é onosso amigo mais fiel.

Somos loucos quando sentimos ocoração a pulsar de alegria, combatidas fortes, rápidas, que nos dãoforça e coragem para enfrentar tudo...

É um momento de loucura aqueleque nos faz fecharmo-nos no quarto echorar os nossos erros, com o brilho deesperança numa mudança que sódepende de nós...

Só um louco constrói um novoMundo, alimentando um sonho quevive para ele. Dentro de nós deba-tem-se sentimentos de amor ouamizade, numa ambição de ser feliz,mas à nossa volta vemos uma socie-dade que condena, marginaliza eimpõe estereótipos absurdos a corposleves e frágeis que gritam inseguros,por uma vontade de vida.

Sim, somosinseparáveis quando

confiamos na liberdade de um Mundoque nos cala um grito e nos prende umandar...

Ser jovem é ser um espelho sinceroda nossa vontade... Ser jovem é umgrito profundo, interior... Um somlongo, ansioso, estridente, onde semuma palavra se pode dizer tudo... Bastauma lágrima, basta um olhar, basta umsorriso ou um movimento... Libertem-no e vivam-no!

Comecem a acreditar que é aesperança num novo dia que iluminaa morte, que torna felizes as nossaslágrimas e reais as nossas ilusões...

Gritam e não desistam de sonhar!Abracem quem vos assusta e sorriam aquem não vos atende!

Não se esqueçam que o Mundo énosso... E o nosso momento de loucuraé a única oportunidade de viver, vivernum sonho real em que só um "louco"pode acreditar para construir...

Selecção de Sofia MaurícioSelecção de Sofia MaurícioSelecção de Sofia MaurícioSelecção de Sofia MaurícioSelecção de Sofia Maurício

... de Poesia

Envolvem-nos no desconhecido, nossegredos, nos mistérios e regras de umasociedade que segue hipnotizada arotina do poder, do dinheiro, doprestígio e da riqueza.

Entre nós, eu acho que esses coraçõescansados e desiludidos deixaram deviver... Apenas sobrevivem ao levaruma vida de competição, medo e traição.Poderemos nós ficar calados?Deveremos nós ficar quietos? Queremosnós segui-los na corrente da solidão etristeza?

NÂO!!!Nós podemos lutar, pois a nossa

alma chama por felicidade, os nossosolhos enchem-se de esperança e é aforça do sonho que desejamos, que nosdesperta e nos dá energia...

Que importa se nos chamam de"perversos" por lutarmos até ao fimpelo que queremos fazer?

Sim, somos completamenteviciados na ânsia de viver;

Sim, somos demasiadamenteteimosos para desistir...

M o m e n t o s d e L o u c u r a

Por um sonho....Por um sonho....Por um sonho....Por um sonho....Por um sonho....Jura-me que ainda,que passe muito tempo,não esquecerás os momentos,que contigo vivi...

Jura-me que não há nada nomundo,tão sincero, puro e profundo...como o carinho e o amor,que por ti senti...

Beija-me com um beijoenamorado,como nunca fui beijado,desde o dia,em que nasci...

Ama-me,ama-me até sempre,e assim conhecerás,o amor ardente,que eu sinto por ti...

O eterno sonhadorO eterno sonhadorO eterno sonhadorO eterno sonhadorO eterno sonhador

Porque te escondes?Queria ver-te. Falar-te.Desapareceste sem deixar rasto.Não dizes nada. Não noticias os teusfactos.

Não partilhas o teu viver.Porquê?Será que te vou ver um dia destes?Aparece para conversarmos.

Não te escondas. Não te feches em timesmo.Procura-me.Os dias arrastam-se.Alegria. A Felicidade. Perderam-se.Ajuda-me a reencontrá-las!

Sílvia Mateus

Queria voar e ser livre,como o pássaro viajanteque sobrevoa o infinitoe poisa no imaginário.

Queria fugir do Vento,quando o sol me encadeiae a chuva molhada me secaa alma.

Queria guiar o perigona estrada do meu Destino;incerto. Contudo possívelde alcançar.

Amigo.O que é feito de ti?Por onde andas? Quais aspedras que pisas?

Amo a liberdadepor isso todas as coisas que amodeixo-as em liberdade.Se voltarem, é porque as conquistei;Se não, é porque nunca as possuí ...

Sofia

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O Ideias○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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como esco lhe r um compu tado r ?L

Quando decide comprar umcomputador o cidadão comumdepara-se frequentemente com oproblema de saber qual ocomputador que deve comprar eonde o deve adquirir.

Na maioria dos casos ocomprador em questão desconhecequase totalmente o que devecomprar e quando se dirige a umacasa de informática as explicaçõessão poucas e fracas ou até nenhumas- existem excepções que merecem osmeus parabéns.

Pretendo então expor aqui, nãoum manual exaustivo para o qualseriam necessárias várias páginas,mas unicamente dar algumasindicações de como deve escolher oequipamento.

Peço a devida atenção para o factode que um computador pode serutilizado em mil e uma tarefas tendocada uma as suas exigênciasespecíficas. Logo, é incorrecto indicarqualquer configuração não sabendode antemão qual a utilização a dar aocomputador.

Imaginemos que o caro leitordecidiu adquirir um computadorpara se entreter em sua casa e realizaralguns documentos relacionados coma sua actividade profissional.

O primeiro passo é conhecerexactamente quais as tarefas aexecutar no computador. Poderáassim, quando consultar uma casa deinformática, dar uma ideia do quepretende.

O segundo passo será consultarpreços e anúncios em revistas daespecialidade e em jornais. Deveprestar atenção especialmente aosanúncios em que mais se pormenorizaa consituição do computador.Quanto menos pormenorizado fôr oanúncio menos possibilidades voçêtem de conhecer a qualidade etambém as performances doequipamento anunciado e logo desaber se o preço será ou não justo.

Ao analisar estes anúncios énecessário recordar que a preçosbombásticos (ao que chamamospechinchas) corresponde quasesempre uma péssima qualidade. Em

informática, nomeadamente emequipamento, não existempechinchas. É possível comprar umbom computador a um bom preçomas é impossível um bomcomputador ser barato. Utilize estesanúncios apenas para se orientarinicialmente.

O terceito passo, talvez o maisimportante, é aconselhar-se comalguém da sua confiança e que estejadentro do assunto.

Expônha-lhe quais os seus planospara a "máquina" e quanto pretendedispender já que, o preço ésensivelmente proporcional àsperformances.

O quarto passo será dirigir-se àscasas de informática, apresentar oseu caso e pedir um orçamento.Tenha especial atenção aosorçamentos, de modo que nestesdevem constar uma descriçãocompleta e promenorizada ao pontode serem referenciados a marca,modelo e versão de cadacomponente. Só assim poderá teruma ideia da qualidade doequipamento e das respectivasperformances.

Não esqueça nunca que numcomputador um bom disco rígido,bastante memória e uma boa placa devídeo podem fazer tanto ou mais pelaperformance do que um bomprocessador, além do que, quando

quiser fazer uma evolução paramaior performance não lhe adiantamuito instalar um processador maisrápido se os restantes componentesnão estiverem à altura. Será comocolocar um motor Ferrari num Mini.

É ainda aconselhável exigirsempre que do orçamento constemtambém os condições de compra,garantias, software incluído, a datado orçamento e a identificação dequem o fez.

Mais uma vez, mostre osorçamentos a uma pessoa de suaconfiança e que esteja dentro doassunto e peça-lhe que o aconselhe.

Se possível compre numa casaperto do local onde vive, é sempreum sinal de pode lá ir "chatear" decada vez que o computador derproblemas - se os der, é claro.

Depois é uma questão de escolhero que na sua opinião mais lheconvém.

Na próxima edição entrarei empormenores relativamente àconstituição de um computadorexplicando porque deve escolher ocomponente A ou B em vez de X ouY.

Por agora deixo um orçamento,para quem se quiser orientar, quenão sendo uma pechincha tambémnão é dos mais altos.

Rui Costa

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Costumeiro é fazer-se o balançode acontecimentos que, pela suarelevância, marcaram o decurso deum ano transacto. Ao nível doEnsino Superior merece, em meuentender, relevar a discussãoprovocada pelo anúncio de algumas“linhas” inovadoras que deverãoconstar na proposta de uma nova Leide Bases do Sistema Educativo,proveniente do Ministério daEducação. Digo “deverão constar”, jáque não é do conhecimento dosprincipais interessados qualquerdocumento escrito, sendo porémcerto que todos nós ouvimos asdeclarações do Ministro daEducação, proferidas em sucessivasconferências de imprensa e asnotícias que, sobre este assunto, osmeios de comunicação socialveicularam.

Assistimos a alguma agitaçãonos meios académicos,consubstanciadas em manifestaçõesde estudantes de algumas escolas deensino superior universitário e emdeclarações proferidas porresponsáveis de diversas escolasuniversitárias.

Cabe indagar o que terámotivado tanta inquietação.

Com efeito, o Ministro daEducação anunciou que aos InstitutosPolitécnicos deveria ser reconhecidaa possibilidade de conferirlicenciaturas e que às EscolasSuperiores de Educação poderiacaber a responsabilidade de formardocentes para o “Terceiro Ciclo”.Estas são as afirmações queoriginaram a polémica.

Ouviu-se então reclamar,sobretudo, pela “qualidade deensino” indexada à “formaçãocientífica” que, supostamente, asE.S.E.(s) não poderiam assegurar.

Ninguém contesta anecessidade de os docentes doensino secundário possuirem sólidasformações científica, filosófica,cultural e pedagógica. Ninguémcontesta, também, que a todas asinstituições de ensino superior -politécnico e universitário - se exigequalidade.

Porém, entre discursomanifesto e discurso latente vai “umpasso”...

Haverá que questionar a funçãodo ensino superior bem como osobjectivos subjacentes a cadasubsistema. Há que saber quem

forma o quê e para quê: os licenciadosem biologia serão biólogos ( ouprofessores de ciências naturais? ), oslicenciados em... serão profissionaistitulares do ramo para o qual forampreparados ou irão exercer a docêncianos ensinos básico e secundário (como recurso?... ) ? E os bacharéisencontram, de facto, emprego nastais funções das quais, diz-se, “tantoo país carece”?

Pergunto-me, assim, se o quedespoletou tanta polémica não terásido um acto—reflexo inerente àsobrevivência, traduzido na procuradesesperada de manter o exclusivode um mercado potencial deemprego.

Mais que relembraracontecimentos passados impõe-se,agora, encarar o futuro,questionando o que poderá ocorrerperante o ( perspectivado )desenvolvimento do ensino superiorpolitécnico, qual a sua“especificidade”, a sua identidade e,em ambos os subsistemas de ensino,qual a relação entre vocação,formação e emprego.

* Professor Adjunto na E.S.G.S.

Lei de Bases: a base de uma polémicaHerlânder Gomes Ferreira*

Estive há dias na ESGS para tratar de assuntospessoais e fiquei radiante ao ver que “O Ideias”continua a ter uma expressão cultural e recreativa cadavez maior junto do corpo discente que já se habituou aver este jornal como o jornal da nossa escola.

Desta forma eu gostaria de daros parabéns a todos aqueles que dãovida a este projecto tão importante epedir à direcção do jornal para queestabeleçam uma tabela deassinaturas para ex-estudantes. Defacto eu gostaria de continuar ligadoà escola onde passei os últimos anos

de estudo e acho que o jornal é o melhor meio para isso,até porque tem sido a estrutura mais dinâmica da escolanos últimos tempos.

J.C.D.(ex-estudante da ESGS)

NOTA DE REDACÇÃO: Agradecemos imenso as tuas palavras e ficamosmuito satisfeitos por saber que este projecto que tanto trabalho nos dá, mas do qualgostamos imenso, é reconhecido pelos nossos leitores.

Relativamente à proposta que apresentas, temos a dizer que estamos a estudar ahipótese de enviar “O Ideias” para os ex-estudantes, via CTT, por meio deassinaturas, mas este estudo está um pouco atrasado, pelo que provavelmente issosó será possível a partir de Março de 1997.

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Correio dos Leitores

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