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Hugo Santos Rocha Maurício Tolomei da Silva Raphael Narcizo dos Santos Thiago de Araujo Coelho NO AR - FAIXA NOBRE: DOCUMENTÁRIO SOBRE O HORÁRIO DE MAIOR AUDIÊNCIA NA TV BRASILEIRA Centro Universitário Toledo Araçatuba 2015

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Hugo Santos Rocha

Maurício Tolomei da Silva

Raphael Narcizo dos Santos

Thiago de Araujo Coelho

NO AR - FAIXA NOBRE:

DOCUMENTÁRIO SOBRE O HORÁRIO DE MAIOR AUDIÊNCIA NA

TV BRASILEIRA

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2015

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Hugo Santos Rocha

Maurício Tolomei da Silva

Raphael Narcizo dos Santos

Thiago de Araujo Coelho

NO AR - FAIXA NOBRE:

DOCUMENTÁRIO SOBRE O HORÁRIO DE MAIOR AUDIÊNCIA NA

TV BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para a obtenção de título de bacharel

em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo

do Centro Universitário Toledo de Araçatuba sob a

orientação da Professora Mestre Melissa Carolina de

Moura.

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2015

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Banca Examinadora

_________________________________________

Me. Melissa Carolina de Moura

_________________________________________

Esp. Clayton Cantanti dos Santos

_________________________________________

Me. Paulo Francisco Mantello

Araçatuba, 07 de dezembro de 2015.

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DEDICATÓRIA

Antes de qualquer coisa, elevamos um agradecimento em louvor e prece a Deus, Eterna fonte

e doador da Sabedoria e inteligência, por ter-nos dado a graça de uma mente e um coração inclinado

em fazer com carinho, dedicação e atenção o nosso trabalho.

Ao Centro Universitário Toledo, nossa eterna gratidão pela acolhida em sua comunidade

acadêmica e pelos valiosos subsídios estudantis a nós oferecidos.

Nossa especial gratidão à Professora Mestra Melissa Carolina de Moura que orientou

magnânima e dedicadamente nosso trabalho.

Aos entrevistados Elmo Francfort, Eugênio Bucci, Flávio Ricco, Francisco Machado Filho e

Ricardo Monteiro nossos agradecimentos pela valiosa e enriquecedora colaboração.

Ao estimado professor Paulo Francisco Mantello, coordenador do curso de Jornalismo,

gratidão pelo apoio à nossa inspiração e incentivo ao nosso labor intelectual-acadêmico em

desenvolver nosso trabalho de conclusão de curso.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Deus por proporcionar que minha capacidade intelectual fosse

alimentada diariamente por suas graças, e assim, esse trabalho pudesse fluir com toda graça

imposta por suas mãos.

Gratidão especial aos meus pais Antonio Rocha e Aparecida Simone Santos Rocha,

pelos esteios e por não medirem esforços para que todas as etapas desse trabalho fossem

realizadas. A cada anseio, o amparo familiar me foi primordial para que não desistisse ou

voltasse atrás. Um agradecimento supra especial ao meu irmão Gustavo, que sempre manteve

interesse em todas as entrevistas que nosso grupo realizou. Agradecimentos especiais aos

meus patriarcas e sustentáculos moral e motivacional: Valter Rocha e Olair Queiros dos

Santos (in memorian), por estarem presentes na distancia, mas atuantes nos aguilhões.

Mais que agradecimentos à orientadora e amiga Melissa Carolina de Moura, que nos

norteou, colaborou e incentivou a desenvolvermos e aprofundarmos nossa pesquisa, tornando-

a tão enriquecedora para as futuras gerações de estudantes de toda nação.

Congratulações especiais também a Dra. Karenine Miracelli Rocha da Cunha, que

mesmo distante, foi peça importante nesse processo de produção. As energias positivas

enviadas por ela contribuíram fartamente no conjunto da obra. Um grato reconhecimento a

todos os professores, tanto do curso, como aqueles que fogem dos limites do Jornalismo, que

não mediram energias nos incentivos e suporte nas horas de anseio e dificuldades. Ao

Helerson, à Fernanda, ao Paulo, ao Pedro Novaes, ao Edvaldo, e ao Pedro Filardi, os mais

sinceros agradecimentos.

Imensa gratidão à Ana Eliza Assis Lemos Cenci e José Henrique Lemos Cenci,

responsáveis pelo Grupo Folha da Região, que sempre concederam apoio e deixaram abertas

as estruturas da empresa para podermos alcançar nossos objetivos acadêmicos com esplendor

e notoriedade.

Aos colegas de trabalho Maurício, Raphael e Thiago, meus mais sinceros votos de

reconhecimento pelo empenho em desenvolver trabalho tão primoroso e inédito para a

sociedade brasileira, que, tenha certeza, logo será base para estudos e pesquisas em todo o

Brasil.

Imanado de euforia, concluo mais uma etapa de minha vida.

Hugo Santos Rocha

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Meus maiores agradecimentos e louvores a Deus, pelo dom da vida, da liberdade, da

sabedoria e inteligência que conduziram minha caminhada intelectual desde as primeiras

letras do alfabeto nos áureos tempos de minha infância até as palavras maduras e cheias de

emoção que aqui escrevo.

Eterna gratidão aos meus pais Milton Vitorino da Silva e Elenice Tolomei, baluartes

de minha existência, meus educadores na moral, nos sãos costumes e na fé cristã católica, e

meus primeiros e mais importantes companheiros e incentivadores na vida.

Agradecimento especial à querida professora mestra Melissa Carolina de Moura que

orientou este trabalho acadêmico e empenhou-se com esmero para vê-lo pronto.

Gratidão aos meus queridos amigos e companheiros de jornada acadêmica Hugo

Santos Rocha, Raphael Narcizo dos Santos e Thiago de Araujo Coelho pela união e dedicação

incansável para que este trabalho pudesse chegar ao êxito.

Aos professores Paulo Francisco Mantello, Ana Paula Saab de Brito, Pedro Novaes

Piedade, Clayton Cantanti dos Santos, Rosana Corrêa, Fernanda Mariano, Ágatha de Freitas

Urzedo, Pedro Mineiro Filardi, Fabrício Otoboni, Carlos Eduardo Marotta Peters, Sidnei

Pereira, Cristiane Magalhães e Ester Mian pelo carinho e amizade que avança para além da

sala de aula.

Uma especial homenagem à professora doutora Karenine Miracelli Rocha da Cunha,

nossa ex-cordenadora de curso, que acolheu-nos no alvorecer de nossa jornada acadêmica. A

você Karenine, toda a felicidade e as copiosas bênçãos de Deus, seu nome estará

indelevelmente inscrito em minha memória e em meu coração.

Maurício Tolomei da Silva

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Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças e capacidade para concluir mais

uma etapa em minha vida. Aos meus pais, Paulo e Lucimar, que sempre estiveram ao meu

lado dando total apoio em tudo que foi preciso para que eu pudesse chegar até aqui. Sem

vocês, eu não teria conseguido enfrentar tantos obstáculos e barreiras que surgiram no

caminho.

Agradeço também a professora e amiga, Melissa Carolina de Moura, que orientou meu

grupo. Muito obrigado pelo empenho, pela dedicação, pelo apoio e pelos ensinamentos

passados durante as orientações, que foram de fundamental importância para a materialização

deste projeto acadêmico.

Um agradecimento especial para Nathalia Ramos, por seu carinho e apoio fundamental

em todas as fases deste trabalho. Sua participação foi de extrema importância.

Não poderia deixar de agradecer também aos demais mestres do curso pelos

ensinamentos, em especial aos meus eternos professores Karenine, Fernanda, Ágatha, Melissa

e Paulo que diretamente contribuíram, nesses quatro anos, para minha formação profissional

como jornalista. Obrigado por me ajudarem a construir os alicerces de um futuro que começa

agora.

Por fim, meu grande carinho aos amigos – Hugo Rocha, Maurício Tolomei e Thiago

Coelho.

Desejo a todos muito sucesso e prosperidade em todas as áreas de suas vidas e na

trajetória que cada um irá seguir. Saibam que vocês são especiais para mim!

Raphael Narcizo dos Santos

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Agradeço primeiramente a Deus pois sem Ele nenhuma conquista seria possível na

minha vida. Aos meus pais Clara e Luiz Carlos que mesmo distantes sempre me apoiaram e

estiveram comigo. A minha família e aos meus amigos quer sempre se mostraram disponíveis

a ajudar e contribuíram para o meu desenvolvimento durante esses quatro anos. Em especial

agradeço aos meus colegas de TCC Hugo, Raphael e Maurício que trabalharam

incessantemente para que o Projeto saísse da melhor forma possível, foi muito bom fechar

esse ciclo e desenvolver um trabalho tão gratificante como esse com vocês.

Por fim, agradeço carinhosamente nossa orientadora Professora Melissa por todo o

apoio e dedicação prestados no desenvolvimento do nosso trabalho, sem ela não teríamos

chegado onde chegamos. Professor e coordenador Paulo por toda a atenção dada durante esse

difícil processo e toda a amizade prestada que nos ajudou e estimulou a concluirmos nossa

graduação. Aos demais professores que se doaram ao longo desses quatro anos e não mediram

esforços em nos ensinar o melhor do Jornalismo para que pudéssemos nos tornar bons

profissionais e seres humanos, a minha eterna gratidão a todos vocês, não os esquecerei

jamais.

Thiago de Araujo Coelho

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“Comunicação é troca de emoção”.

Milton Santos

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RESUMO

O presente trabalho acadêmico tem como objetivo a produção de um vídeo documentário que

procura conceituar, delimitar e analisar as características e qualidades do fenômeno Horário

Nobre na televisão brasileira, com ênfase nas três grandes emissoras nacionais consideradas

hegemônicas: Globo, SBT e Record. Nossa metodologia abrangeu a pesquisa bibliográfica e a

coleta de informações em entrevistas com notáveis docentes e especialistas em comunicação e

televisão do país acerca do termo horário nobre, suas variantes e desmembramentos como

também acerca do público telespectador. O vídeo documentário foi produzido com o objetivo

de ser uma fonte pioneira de informação a cerca do assunto e um ponta pé inicial no debate

efetivamente acadêmico sobre o tema haja vista a falta de material de estudo e pesquisa sobre

este assunto.

Palavras-chaves: Documentário; Horário Nobre; TV Globo; TV Record; SBT.

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ABSTRACT

This academic work is aimed at the production of a video documentary that seeks to

conceptualize, define and analyze the characteristics and qualities of Prime Time phenomenon

in Brazilian television, focusing on three major national broadcasters considered hegemonic:

Globo, SBT and Record. Our methodology includes a literature search and information

gathering on interviews with notable teachers and the country's communications and

television experts on primetime term, its variants and dismemberment as well as about the

viewer audience. The documentary video was produced with the goal of being a pioneer

source of information about the subject and a tip early foot in effectively academic debate on

the subject given the lack of study material and research on this subject.

Key-words: Documentary; Prime Time; TV Globo; TV Record; SBT.

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 – Cronologia dos fatos históricos dos primeiros anos da TV no mundo ........................... 16

Quadro 2 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 60 ....................................................... 30

Quadro 3 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 70 ........................................................ 31

Quadro 4 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 80 e 90 ................................................ 31

Quadro 5 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Anos 2000 ............................................................ 32

Quadro 6 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 60....................................................... 34

Quadro 7 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 70....................................................... 35

Quadro 8 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 80 e 90 ............................................... 35

Quadro 9 - Fatos históricos sobre a TV Record – Anos 2000 ........................................................... 36

Quadro 10 - Fatos históricos sobre o SBT – Década de 70 e 80 ....................................................... 40

Quadro 11 - Fatos históricos sobre o SBT – Década de 90 .............................................................. 40

Quadro 12 - Fatos históricos sobre o SBT – Anos 2000 ................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Grade de programação semanal TV Globo .................................................................... 26

Tabela 2 – Grade de programação semanal TV Record .................................................................... 27

Tabela 3 – Grade de programação semanal SBT .............................................................................. 28

Tabela 4 – Canais digitais da Rede Record ....................................................................................... 37

Tabela 5 – Classificação das categorias e gêneros televisivos .......................................................... 48

Tabela 6 – Roteiro final do documentário ......................................................................................... 55

Tabela 7 – Custos de execução do relatório técnico .......................................................................... 73

Tabela 8 – Custos de execução do documentário .............................................................................. 73

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SUMÁRIO

Introdução ........................................................................................................................................ 15

I – Horário Nobre na Televisão Brasileira .................................................................................... 16

1.1 Definição da TV .......................................................................................................................... 16

1.2 História da Televisão no Brasil ................................................................................................... 17

1.3 Evolução Tecnológica da TV ...................................................................................................... 19

1.3.1 A Televisão em Cores .............................................................................................................. 20

1.3.2 TV a Cabo ................................................................................................................................. 21

1.3.3 A TV Digital ............................................................................................................................. 22

1.4 A importância da TV para a Sociedade ....................................................................................... 23

1.5 A TV Como Espetáculo ............................................................................................................... 23

1.6 Grade de Programação da TV Brasileira ..................................................................................... 24

1.6.1 Definição .................................................................................................................................. 25

1.6.2 Grade de Programação das Três Emissoras em Estudo ............................................................ 26

1.6.2.1 TV Globo ............................................................................................................................... 29

1.6.2.2 TV Record ............................................................................................................................. 33

1.6.2.3 SBT ........................................................................................................................................ 39

1.7 Horário Nobre .............................................................................................................................. 41

1.7.1 Definição .................................................................................................................................. 42

1.7.2 Características .......................................................................................................................... 44

II – Suporte Midiático ..................................................................................................................... 47

2.1 Gêneros Televisivos .................................................................................................................... 47

2.2 Formatos Televisivos ................................................................................................................... 48

2.3 Linguagem Televisiva ................................................................................................................. 48

2.3.1 Texto Televisivo ....................................................................................................................... 49

2.3.2 Movimentos de Câmera ............................................................................................................ 50

2.3.3 Planos e Enquadramentos ......................................................................................................... 50

2.4 Linguagem Jornalística ................................................................................................................ 51

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2.4.1 Texto Telejornalístico ............................................................................................................... 52

2.5 Documentário Sobre o Horário Nobre......................................................................................... 52

III – No Ar – Faixa Nobre ............................................................................................................... 54

3.1 Elaboração do Documentário ...................................................................................................... 54

3.1.1Formato ...................................................................................................................................... 54

3.2 Periodicidade ............................................................................................................................... 55

3.3 Tempo .......................................................................................................................................... 55

3.4 Público Alvo ................................................................................................................................ 55

3.5 Roteiro ......................................................................................................................................... 55

3.6 Lançamento do produto no mercado ........................................................................................... 73

3.7 Custos de Execução do Projeto Experimental ............................................................................. 73

3.7.1 Relatório Técnico ..................................................................................................................... 73

3.7.2 Documentário ........................................................................................................................... 73

3.7.3 Orçamento ................................................................................................................................ 74

Considerações Finais ....................................................................................................................... 75

Referências ....................................................................................................................................... 76

Anexos ............................................................................................................................................... 79

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INTRODUÇÃO

Este trabalho acadêmico tem como objetivo o desenvolvimento de um documentário sobre o

que é o horário nobre na televisão aberta no Brasil, em especial, nas emissoras de TV Globo, Record e

SBT, no século XXI.

Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica em busca da história e do conceito

do termo Horário Nobre, também conhecido por Prime Time. Devido à falta de obras a respeito do

assunto, a técnica da entrevista auxiliou no processo de levantamento de informações assim como na

construção do produto.

O trabalho é constituído de duas partes: o relatório técnico e o produto audiovisual.

O relatório técnico tem três capítulos: o primeiro traz a fundamentação teórica deste projeto

experimental: definição de TV; a evolução tecnológica da TV no Brasil; a televisão em cores; TV a

cabo; TV digital; a importância da TV para a sociedade; a TV como espetáculo; a grade de

programação da TV brasileira; a grade de programação das três emissoras em análise: TV Globo; TV

Record; SBT; Horário Nobre, definição do termo; programação, audiência, publicidade e público alvo;

o segundo capítulo aborda os gêneros televisivos, formatos televisivos, linguagem televisiva, texto

televisivo e telejornalístico, planos e enquadramentos, linguagem jornalística, formatos de reportagem

e a justificativa do formato escolhido para o produto resultante deste trabalho; e por fim, o terceiro

capítulo trata deste produto, apresentando o roteiro e como o documentário poderá ser inserido no

mercado de trabalho, o valor de orçamento para a produção, o tempo e a periodicidade, e o público-

alvo.

A segunda parte deste Trabalho de Conclusão de Curso é o produto audiovisual desenvolvido:

um documentário de 30 minutos, com núcleos temáticos que conduzem a história, cuja narrativa

constitui-se a partir dos depoimentos dos entrevistados e a inserção de imagens que ilustram o vídeo.

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I – HORARIO NOBRE NA TELEVISÃO BRASILEIRA

1.1 Definição e Surgimento da TV

Para estudar o termo Horário Nobre na televisão brasileira, recorreu-se primeiramente

à definição e ao surgimento deste meio de comunicação considerado o maior e mais

impactante junto ao público espectador.

A autora Vera Íris Paternostro (1999, p.22) e Mattos (2002) discorrem sobre como a

televisão foi criada contando a história através da citação de fatos, quadro a seguir, que

marcaram aquele período.

Quadro 1 – Cronologia dos fatos históricos dos primeiros anos da TV no mundo

1920 O americano Charles Jenkins fabrica um disco perfurado onde ele captava e transmitia imagens.

A milhares de quilômetros, o inglês Jhon Lodgie Baird consegue o mesmo feito, de maneira

semelhante.

1923 – 1924 Vladimir Zworykin, um russo naturalizado americano, inventa o iconoscópio – um tubo a vácuo

com uma tela de células fotoelétricas. O iconoscópio faz, na verdade, uma varredura eletrônica

da imagem: é, até hoje, a base do olho da TV. Quatro anos mais tarde, Zworykin consegue

transmitir imagens a uma distância de 45 quilômetros, utilizando o iconoscópio. Ele trabalhava

para a empresa norte-americana RCA – Radio Corporation of America. Nessa mesma época, na

Inglaterra, Jhon Baird também faz uma demonstração de transmissão de imagem, e a BBC –

British Broadcasting Corporation – contrata-o para realizar transmissões regulares em caráter

experimental.

1929 Vladimir Zworykin consegue patentear o iconoscópio.

1931 A RCA já tem sua antena e os estúdios da NBC – National Broadcasting Corporation –

instalados no último andar do Empire State, em Nova York.

1935 A França constrói a sua antena no alto da Torre Eiffel, em Paris.

1936 Na Inglaterra, a BBC coloca suas câmeras na rua e faz a transmissão da coroação do rei Jorge

VI.

1939 Nos Estados Unidos, a NBC transmite a inauguração da Feira Mundial de Nova York.

1939 – 1945 Período da Segunda Guerra Mundial, em que as transmissões de TV foram interrompidas na

maioria dos países. Apenas a Alemanha continuou transmitindo normalmente. Segundo Mattos

(2002, 166-167), as fábricas de televisores forma utilizadas na produção de material bélico.

1940 Por volta de 1940, segundo Mattos (2002), o sistema de televisão passou a ser completamente

eletrônico.

1950 O aparelho de TV foi levado para praticamente todos os países e aos poucos tornou-se o mais

importante meio de comunicação do mundo.

A TV chega ao Brasil.

1962 Os Estados Unidos lançaram o primeiro satélite de comunicação, o Telstar I, possibilitando a

transmissão de TV ao vivo na Europa e nos Estados Unidos.

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Paternostro (1999, p. 26) conta ainda que a partir da criação e instalação dos satélites

de comunicação pelo mundo, a capacidade de comunicar, através das imagens e além das

fronteiras tornou a TV a mídia mais poderosa, e importante para o desenvolvimento e

expansão da informação no mundo: "Com a integração dos sistemas de satélites de

comunicação, o mundo da informação evoluiu tanto que passou a ser muito simples, fácil

mesmo, acompanhar o que está acontecendo do outro lado do planeta, no momento em

que está acontecendo.”

1.2 História da Televisão no Brasil

Por meio de investimentos de Assis Chateaubriand – Chatô – o maior magnata das

comunicações do país, no dia 18 de setembro de 1950 foi inaugurada oficialmente a televisão

no Brasil. No início, o canal que mais tarde seria conhecido como TV Tupi, tinha o prefixo

“PRF-3 TV”. (BARBOSA, 2010, p. 12).

Ao conhecer a história da TV no Brasil, vale salientar o discurso cerimonial proferido

por Chatô, em que destaca-se a influência da publicidade no processo de produção televisiva

Francfort (2014, p. 48) publicou o discurso que mostra o patrocínio de quatro empresas que

influenciaram no desenvolvimento da TV no Brasil, iniciado em 1946.

O empreendimento da televisão no Brasil, em primeiro lugar, devemo-lo a quatro

organizações que, logo, desde 1946, se uniram aos Rádios e Diários Associados para

estudá-lo e possibilitá-lo neste país. Foram a Companhia Antarctica Paulista, a Sul

América Seguros de Vida e suas subsidiárias, o Moinho Santista e a Organização

Francisco Pignatari. Não pensem que lhes impusemos pesados ônus, dado o volume

da força publicitária que detemos. Este transmissor foi erguido, pois com a prata da

casa; isto é, com os recursos de publicidade que levantamos sobre a prata Wolff e

outros, não menos macias pratas da casa: a Sul América, que é o que podemos haver

de bem brasileiro; as lãs Sams, do Moinho Santista, arrancadas ao corro das ovelhas

do Rio Grande e, mais que tudo isso, ao Guaraná Champagne da Antarctica, que é a

bebida dos nossos selvagens, o cauim dos bugres do Pantanal mato-grossense e de

trechos do vale amazônico. Atentai bem e vereis como é mais fácil do que se pensa

alcançar uma televisão: com prata Wolff, lãs Sams, bem quentinhas, Guaraná

Champagne, borbulhante de bugre e tudo isso bem amarrado e seguro na Sul

América, faz-se um bouquet de aço e pendura-se no alto da torre do Banco do

Estado um sinal da mais subversiva máquina de influir na opinião pública – uma

máquina que dá asas à fantasia mais caprichosa e poderá juntar os grupos humanos

mais afastados.

Ao discorrer sobre a história da TV no Brasil, Barbosa (2010, p. 25) conta a maneira

como a televisão era vista por Chateaubriand: “[...] a televisão era „máquina‟ capaz de

influenciar a opinião pública e, ao mesmo tempo, uma „maquina‟ que diminuía distâncias e

possibilitava a exacerbação da imaginação fantasiosa de um mundo provável e possível.”

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Segundo Barbosa (2010), as transmissões ocorriam entre as cinco da tarde e às dez da

noite, com intervalos grandiosos entre os programas, a fim de que se pudessem preparar os

apresentadores para ir ao ar ao vivo. Ainda em novembro de 1950 é autorizada a concessão da

TV Record de São Paulo e da TV Jornal do Comércio de Recife.

Esse autor (2010) traz ainda que a inauguração da televisão na cidade do Rio de

Janeiro deveria ter ocorrido em janeiro daquele ano, mas por problemas técnicos acabou

sendo adiada para o ano seguinte: “Em 20 de janeiro de 1951, o presidente da República

Eurico Gaspar Dutra pessoalmente ligou o transmissor da TV Tupi do Rio de Janeiro,

marcando o início das transmissões do Canal 6 da então capital da República”.

Também em 1951 tem início a comercialização de televisores produzidos no país, da

marca Invictus. Neste período, Chateaubriand promove uma campanha para propagar a venda

dos aparelhos de TV, mas o preço do mesmo ainda se é inviável para a maioria da população.

(BARBOSA, 2010, p. 20).

O site Tudo Sobre TV1 ao tratar sobre o assunto destaca o dia 14 de março de 1952,

data da criação da TV Paulista, em São Paulo, instalada no canal 5. A emissora pertencia ao

grupo do então Deputado Ortiz Monteiro e tem a frente Victor Costa na administração. A

emissora começou a operar num modesto prédio de apartamentos do centro de São Paulo.

Ainda de acordo com esse site, no dia 27 de setembro de 1953, a família Machado de

Carvalho inaugurou a TV Record, canal 7 de São Paulo. Seus estúdios foram os primeiros

construídos especialmente para uma emissora de TV, e não improvisado como as demais. Em

1955, a TV Paulista passou para o controle das organizações Victor Costa. No dia 15 de julho

do mesmo, surge o canal 13 do Rio de Janeiro a TV Rio, de propriedade de João Batista

Amaral e Paulo Machado de Carvalho.

O ano de 1956 foi marcado pelo fato de que essas três emissoras de TV de São Paulo

arrecadaram mais do que as treze emissoras de rádio da capital paulista. É também neste

período que surgiram os primeiros números de telespectadores, mais de um milhão e meio em

todo o Brasil. Assis Chateaubriand inaugurou mais nove estações de TV pelas cidades de:

Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza, São Luiz Belém e

Goiânia.

Sobre o surgimento das emissoras de TV no país na década de 1960, Ribeiro e

Sacramento (2010, p. 109) destacam que:

1 Site Tudo sobre TV. Disponível em: <http://www.tudosobretv.com.br/histortv/tv50.htm >Acesso em: 22 abr.

2015.

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A década de 1960 foi marcada pela inauguração de duas novas estações de televisão

– a TV Excelsior, em julho de 1960, e a TV Globo, em abril de 1965 – que se

colocaram como alternativas às principais concorrentes da época – TV Tupi, TV

Record e TV Rio. A chegada da Excelsior balançou o mercado. A emissora foi a

primeira a ser administrada com uma visão empresarial moderna. Isso significou um

processo de racionalização em vários níveis: na produção, na programação e na

gestão dos negócios. A emissora do Grupo Simonsen realizou o I Festival Nacional

da Música Popular Brasileira, produziu a primeira telenovela diária, introduziu os

princípios de horizontalidade e de verticalidade na programação (os programas eram

exibidos de segunda a sexta e em horários fixos) e substituiu as adaptações de obras

estrangeiras, comuns à época, por programas com linguagem coloquial e temáticas

nacionais (SACRAMENTO, 2010, p. 109).

Junto com a Excelsior, a TV Globo foi uma das primeiras emissoras a se pautar mais

seriamente pelas questões de mercado, criando departamentos de pesquisa e marketing. Até

então, as estratégias de produção das emissoras: TV Record, TV Rio e TV Tupi eram na base

de improviso, o que fazia da TV Globo e da TV Excelsior o diferencial de qualidade de

programação. (RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p. 112).

Esses autores relatam que, apesar dessa visão e estrutura, a TV Excelsior teve uma

história curta. Um dos fatores que minaram o progresso da emissora foi a mudança do cenário

politico após 1964. A Excelsior se pautava por um “nacionalismo democrático” e, diante da

possibilidade do golpe militar, apoiou a permanência de João Goulart no poder. Com a

consolidação do regime militar, a emissora sofreu boicotes e uma censura extremamente

rígida. Em outubro de 1970, o presidente Emílio Garrastazu Médici assinou o decreto de

cassação.

Em 1966, um ano após a inauguração da Rede Globo, Roberto Marinho contratou

Walter Clark para gerenciar as áreas de produção/programação, financeiro e comercialização.

Clark contratou, em 1967, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com quem havia

trabalhado anos antes na TV Rio, para que esse assumisse a área de produção e programação.

Juntos, Boni e Clark estruturaram a grade Rede Globo segundo o conceito adotado pela TV

Excelsior. Eles seguiam os princípios de horizontalidade e de verticalidade: o primeiro

consiste na exclusividade de horário para determinados programas ao longo da semana, e o

outro se resumia a organização diária de programas em diferentes faixas de horário.

(RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p. 112).

1.3 A Evolução Tecnológica da TV no Brasil

Dentro da história da TV no país, vários acontecimentos e características auxiliaram

para sua evolução. Um deles, foi a influência da tecnologia, com a chegada das cores na TV,

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20

depois tem-se a segmentação de público com a vinda da TV a cabo, e mais recentemente, a

implantação da TV Digital.

1.3.1 A Televisão em Cores

Segundo Francfort (2014), em maio de 1963, a TV Tupi, temendo os avanços e

ataques da Excelsior, exibe para os expectadores o documentário americano “A Volta ao

Mundo”, (transmitido no sistema norte americano NTSC). No dia cinco do mesmo mês, a

mesma Tupi espalha 22 aparelhos de televisão pela cidade de São Paulo e exibe um episódio

da série americana “Bonanza”.

A TV Excelsior, até então em remanso, manifesta-se para o público em cores. No dia

18 de junho de 1963 a emissora transmite o primeiro show colorido e ao vivo da televisão

brasileira. O show foi transmitido do Parque do Ibirapuera, um dos principais pontos da

capital paulista. A mesma Excelsior fez sua última tacada em exibições em cores no país em

julho do mesmo ano, quando no dia 09 daquele mês a emissora exibe “Moacir Franco Show”

totalmente em cores, sendo a última atração exibida em cores pela emissora. Até então, as

transmissões eram experimentais, e o sistema em cores só entrou em vigor no país em 1972.

(FRANCFORT, 2014).

Já a Rede Globo, em crescimento avançado, exibiu experimentalmente em 04 de

agosto de 1968 o Grande Prêmio Brasil de Turfe. Ainda no mesmo mês, os apresentadores

Ilka Gomes e Hilton Gomes apresentam o “Show em Cores”, onde cantores apresentavam

suas canções ao público carioca no show experimental exibido no sistema PAL, inventado

pelo alemão Walter Bruch. (FRANCFORT, 2014).

Somente em 19 de fevereiro de 1972, através dos esforços do Ministro das

Comunicações Hygino Corsetti, ocorre a pré-estreia das transmissões a cores no Brasil. Num

sistema montado através de técnicos da Embratel, da TV Difusora (Porto Alegre), TV Rio e

TV Globo, que transmitiram o sinal da “Festa da Uva”, em Caxias do Sul. A transmissão foi

realizada em pool para todos os canais de TV em exercício no país, e contou com a direção de

Moacyr Masson e Sério Reis, além do engenheiro técnico Wladimir Sosa. (FRANCFORT,

2014)

O primeiro programa regularmente exibido em cores no país foi “Vida em

Movimento”, apresentado por Vida Alves na TV Gazeta. A emissora conseguiu uma liminar

emitida pelo Ministro Corsetti para que o programa fosse apresentado em cores antes das

demais emissoras, dando start na programação em cores. Ficou definido que, o que fosse

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21

programado na regulagem de sinal colorido de “Vida em Movimento”, seria utilizado por

todos os programas televisivos em cores do país. (FRANCFORT, 2014).

1.3.2 TV A Cabo

Segundo Paternostro (1999, p. 42), o surgimento oficial da TV A Cabo no Brasil

ocorreu com a transmissão do Canal + (Canal Plus), de propriedade do empresário Mathias

Machline, em março de 1989. Conhecido como Supercanal, a estação oferecia uma

programação composta por ESPM (canal de esporte norte americano), CNN (canal americano

de noticias; o primeiro exclusivamente dedicado a notícia 24h por dia), RAI (canal italiano de

variedades) e MTV (canal de música pop americano).

No ano seguinte, o Grupo Abril adquiriu o canal e mudou seu nome para TVA (TV

Abril). Com a nova administração, a estação passou por reformulação da grade de

programação, além de possibilitar ao cliente a possibilidade de compra de dois pacotes de

canais por assinatura. (PATERNOSTRO, 1999, p.42).

Segundo a mesma autora (1999, p. 42), em 10 de novembro de 1991, as Organizações

Globo lançaram a GloboSat, programadora e operadora que distribuía, instalava e vendia seus

canais. O diferencial da GloboSat era que seu sinal podia ser recebido diretamente do satélite

Brasilsat II, através de grandes parabólicas instaladas em prédios ou condomínios, que

permitiam recepção de ótima qualidade de som e imagem.

Ainda sobre a GloboSat, Paternostro (1999, p. 43) conta que:

[...] diferentemente da TVA, a Globosat optou por programar seus canais (dar

conteúdo diferenciado a eles) e não somente ser uma distribuidora de canais

estrangeiros”. No lançamento da operadora, quatro canais estavam disponíveis aos

cliente: GNT (Globosat News Television), com uma grade de continha noticiários da

CNN e documentários miscelâneas; Multishow, com programas de variedades,

como shows, musicais, balés e teatros. Telecine, com exibição de filmes 24h por dia

sem intervalos; e Top Sport (que em janeiro de 1994 mudou seu nome para Sportv),

que apresentava os eventos esportivos mais importantes das TVs pelo mundo.

O primeiro canal brasileiro dedicado a 24 horas ao jornalismo foi a Globo News, que

teve seu início em 15 de outubro de 1996, com a exibição de um especial que mostrava as

principais atrações do canal. (PATERNOSTRO, 1999, p.43).

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22

1.3.3 A TV Digital

Sobre a televisão em sinal digital do país, Francfort (2014, p. 98) relata que a televisão

digital começou fora do eixo Rio-São Paulo, ou seja, distante dos grandes centros de

surgimento e comercialização de transmissão, compra e venda de canais, produção

audiovisual:

No Brasil, a grande pioneira da televisão digital estava fora do eixo Rio-São Paulo e

numa cidade que nem capital era. Foi a TV Fronteira, de Presidente Prudente (SP).

Essa afiliada da Rede Globo, no interior paulista, foi a primeira emissora totalmente

digital do país. Seus donos anteciparam-se à chegada da televisão digital, tendo

equipamentos em alta definição a partir de 10 de dezembro de 1997.

Não muito diferente, do que ocorreu com o canal de TV digital, o novo sistema de

transmissão de TV Digital adotado pelo Governo Brasileiro, em 2007, teve início

experimentalmente na cidade de Bauru, também interior de São Paulo. E essa fase

experimental aconteceu dentro do campus da Unesp, Universidade Paulista.

Dentre as grandes emissoras, a primeira a fazer testes em HDTV foi a Rede Globo,

através do dominical “Fantástico” em 07 de junho de 1998. Na ocasião, o repórter Pedro Bial

demonstrou aos telespectadores a diferença entre os sistemas analógico e digital. Já em 2004,

a TV Record estreou uma telenovela gerada em alta definição, “Metamorfose”. No mesmo

ano, a Bandeirantes apostou numa parceria com a emissora japonesa NHK e produziram a

minissérie “Haru e Natsu – As cartas que não chegaram”. Mesmo produzindo a minissérie em

2004, a mesma só foi exibida em 2008, durante a comemoração do centenário da imigração

japonesa. (FRANCFORT, 2014).

De acordo com Francfort (2014), após diversos estudos e testes com diversos padrões

de transmissão digital, o sinal adotado pelo Governo Brasileiro foi o padrão japonês ISDB-T

(Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), dessa forma, o sistema serviria de base

para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). "A justificativa

para a escolha do sistema se deu por conta da praticidade de recepção de diversas plataformas

digitais gratuitamente. O sistema DVB-T, usado na Europa, é tarifado pelas companhias

telefônicas ao ser exibido em celulares e tablets."

Ainda segundo esse autor (2014, p. 103):

[...] o novo padrão tinha entre as especificidades, a possibilidade de transmissão de

conteúdo de altíssima qualidade (imagem e som), permitindo ao mesmo tempo a

recepção móvel e portátil dos sinais de TV digital. [...] O SBTVD adotou o padrão

MPEG-4, também conhecido como H.26 (para codificação de vídeo) e o HE-AAC

v2 (para áudio).

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23

No dia 02 de dezembro de 2007, numa solenidade realizada na Sala São Paulo com a

presença de 1.200 pessoas entre profissionais e intelectuais, a televisão brasileira iniciou

oficialmente a transmissão digital em alguns locais do país. (FRANCFORT, 2014, p. 109).

1.4 A Importância da TV para a Sociedade

Embora a Televisão seja um meio de comunicação muito criticado por pesquisadores

enquanto um instrumento de poder e manipulação, não há como negar que essa mídia tenha

uma grande importância para a sociedade. Desde sua função informativa, instrutiva,

educadora até o entretenimento. De fato, este meio é sem dúvida uma grande ferramenta para

a formação do indivíduo.

Segundo Marialva C. Barbosa (2010), a televisão transforma o interior das residências,

em especial a sala de visitas, num processo de “privatização móvel”. Ainda nesse aspecto, a

autora (2010, p. 26) destaca que:

O centro do interesse passa a ser o interior das residências. Volta-se, cada vez mais,

desde meados dos anos 1950 – num longo processo que ainda não terminou na

primeira década do século XXI – para o interior das casas, de onde todos olham para

as janelas reais ou imaginadas (como a televisão, no passado, ou os

microcomputadores, no presente) e através delas veem (e escutam) as imagens de

um mundo lá fora que determinam a forma de existência de suas vidas. As

tecnologias de comunicação que se desenvolvem, a partir de então, vêm suprir essas

necessidades e dar resposta a “estruturas de sentimento”, que existem primeiramente

como imaginação e que, gradativamente, transformam-se em possibilidade

tecnológica real. Olhar pela janela, para fora, ou, ainda, que possibilitaria a produção

de rituais nos modos de ver (em conjunto, partilhando temas, cerimonias possíveis

em datas especiais) e que se espalharia pelos lugares públicos (como restaurantes e

bares), ampliando o burburinho na hora da refeição, são estruturas de sentimento

materializado em práticas culturais que existem como possibilidade antes de serem

praticas comunicacionais.

A autora (2010, p. 26) trata ainda da relação do público com o meio de comunicação e

dos hábitos que o mesmo desenvolve no decorrer de décadas e períodos:

Mais do que um mero “sentido vivido de um tempo”, a estrutura de sentimento

apresenta-se como uma imaginação de possibilidades das relações do público com o

meio de comunicação, uma expectativa para a materialização de uma relação

comunicacional, que existe como possibilidade e desejo antes de se realizar. Novas

práticas e hábitos sociais e mentais, que se iniciam e se tornam dominantes numa

determinada época, preexistem como imaginação comunicacional, como

possibilidade mental, enfim, como estrutura de sentimento.

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24

1.5 A TV como Espetáculo

Ao discorrer sobre esse meio de comunicação, José Arbex Junior (2002 p. 51)

relaciona os limites entre a ficção e a realidade, a TV enquanto prestadora de serviço e a

diversidade de conteúdo oferecida pela ela dentro da casa do telespectador.

A televisão, lembra Eco, não é um gênero artístico, um fato unitário como o cinema

ou o teatro. É um „serviço‟, um meio de comunicação pelo qual se pode veicular

uma série de gêneros incluindo o cinema, o teatro, shows, espetáculos, telejornais e

comerciais. Existe, no entanto, uma linguagem televisiva, que obedece a leis

próprias e, no ato de transmissão, também modifica o modo de recepção dos gêneros

veiculados. É completamente diferente, por exemplo, assistir a um filme em casa,

pela televisão, e numa sala tradicional de projeção, compartilhada por estranhos.

Exatamente por ser um canal de serviços que oferece uma multiplicidade de

programas de todos os gêneros – artísticos, jornalísticos, esportivos etc.-, a televisão

permite a fácil transposição dos limites entre ficção e realidade.

No entanto, Arbex (2002) analisa principalmente a TV como meio de

espetacularização. Para ele, as notícias são apresentadas por belas mulheres, ou por “âncoras”

(que se assemelham a showmen), que em sua grande maioria destacam-se pela beleza, não

tendo importância se a notícia lida por eles via teleprompter é de conhecimento dos mesmos.

Com o advento da TV, até mesmo os grandes e tradicionais jornais como Le Monde (França)

e o Guardian (Inglaterra) sofreram uma importante mudança no sentido dinâmico e didático

na forma de tratar notícia. Neste aspecto, o autor comenta que a TV espetaculariza deixando a

função de informação e o caráter de prestação de serviço como segundo plano.

Arbex (2002, p.98) fala sobre o poder ideológico e político partidário deste meio:

A televisão é um polo ativo do processo de seleção e divulgação das notícias e

também dos comentários e interpretações que delas são feitas. Ela não é mera

“observadora” ou “repórter”: tem o poder de interferir nos acontecimentos. O

telenoticiário diário adquiriu o estatuto de uma peça politica, cuja logica é

determinada pelas relações de cada veiculo com o sistema político.

1.6 Grade de Programação da TV Brasileira

Mas antes de definir a expressão grade de programação, recorreu-se a Souza (2004, p.

57) que discute sobre a falta de interferência do público na concepção de uma grade de

programação e afirma que talvez com a implantação do sistema de transmissão digital essa

característica poderia mudar.

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25

Apesar dos avanços tecnológicos, as redes de televisão aberta não permitem que o

telespectador escolha o horário de sua preferência para assistir a seu programa

predileto. Com a chegada da TV digital, isso talvez mude e o telespectador poderá

montar sua grade de programação. Atualmente, o horário é predefinido pelas

emissoras, que divulgam a programação nos jornais e também nos intervalos dos

programas (SOUZA, 2004, p. 57).

Walter Clark apud Souza (2004, p. 57-58), critica esse caráter autoritário da

programação televisiva no país:

A televisão não é alternativa. Ela é tirana, o que é muito ruim. Ninguém assiste ao

telejornal na hora que quer, a não ser uma camada específica que tem seu

videocassete. Todos nós assistimos àquilo que o „gênio de plantão‟ decide – „gênio

de plantão é o nome que dou àquele sujeito que manda na programação das

televisões; função que até já exerci. Então, o telejornal tem que ser assistido às oito

horas, o que às vezes se baseia em pesquisa ou até mesmo em equívocos que

permanecem por mais de dez anos. Podemos verificar, por exemplo, que o Jornal

Nacional, aos sábados, vai ao ar um pouco mais tarde. Isso vem do tempo em que

Chacrinha saiu da TV Globo e, como nessa época ele tinha luz própria, começou a

fazer um programa na TV Tupi às 9h15 da noite. Com isso, havia a necessidade de

se esticar a novela para „comer a perna‟ do programa do Chacrinha na entrada. O

Chacrinha já deixou a Tupi, já foi para a TV Bandeirantes, para a TV Record, já

voltou para a TV Globo, teve um programa aos sábados num horário bem antes do

telejornal, mas, mesmo assim, aquele horário não foi alterado.

Atualmente, a grade de programação televisiva é diferente da que foi apresentada por

Souza (2004) em sua obra. Observa-se na grade da TV Globo, por exemplo, o Jornal Nacional

sendo transmitido às 20h30, ou oito e meia da noite. Apesar das modificações ocorridas nos

últimos anos, pode-se afirmar que o horário nobre e grade de programação de uma emissora

brasileira continuam não sofrendo interferência direta do público.

1.6.1 Definição

A grade de programação de uma emissora é definida por José Carlos Aronchi de

Souza (2004, p. 57), talvez um dos únicos autores a fazer isso, como: “[...] resultado das

pesquisas de audiência e da estratégia de cada rede”. E seu formato padronizado permite a

reconhecimento do público telespectador e assim sua audiência mais fiel, conforme afirma

Souza (2004, p. 58) “Sua elaboração gráfica permite a visualização da programação semanal

num único quadro”. Para facilitar a divulgação posterior ao público telespectador.

O horário nobre, que será definido posteriormente neste capítulo, é considerado por

Souza (2004), aquele compreendido entre as 19 e 22 horas, continua sendo a faixa de maior

valor comercial para a veiculação de publicidade. O autor (2004, p. 59) afirma que:

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26

Há uma concentração de produções nacionais que atraíram o público e criaram o

hábito de assistir a determinados gêneros nesse horário. As alterações na grade de

programação das emissoras seguem necessidade de adaptação momentânea, devido

a picos de audiência da concorrência ou fatores sazonais. Porém, estudos recentes

constatam que o panorama geral das grades de programação das redes apresenta

poucas modificações desde a implantação da TV no Brasil.

1.6.2 Grade de Programação das três emissoras em estudo

O presente Projeto Experimental estuda o conceito de horário nobre, mas para

contextualizar o tema, foram escolhidas as três emissoras de maior audiência no Brasil: TV

Globo, TV Record e SBT. Antes de falar sobre elas, seguem, para exemplificar como

apresenta-se numa grade, a programação desses canais coletada em 26 de maio de 2015.

Tabela 1 - Grade de Programação Semanal TV Globo

31-05-2015

(Domingo)

01-06-2015

(Segunda)

02-06-2015

(Terça)

03-06-2015

(Quarta)

04-06-2015

(Quinta)

05-06-2015

(Sexta)

06-06-2015

(Sábado)

00:50 -

Qualquer

Gato Vira-

Lata

02:25 -

Horas

Contadas

04:10 -

Operação

Cupido

(1998)

06:15 - Santa

Missa

07:15 -

Globo

Comunidade

07:45 -

Pequenas

Empresas,

Grandes

Negócios

08:20 -

Globo Rural

09:15 - Auto

Esporte

09:45 -

Esporte

Espetacular

13:00 -

Esquenta!

14:00 –

Temperatura

Máxima

15:45 -

00:30 - The

Ultimate

Fighter

Brasil

01:25 -

Efeito

Colateral

02:50 - A

Mente que

Mente

04:10 -

Mentes

Criminosas

05:00 - Hora

Um

06:00 - Bom

Dia Praça

07:30 - Bom

Dia Brasil

08:50 - Mais

Você

10:10 - Bem

Estar

10:50 -

Encontro

com Fátima

Bernardes

12:00 - Praça

TV

12:45 -

Globo

Esporte

13:20 -

Jornal Hoje

00:30 -

Jornal da

Globo

01:05 -

Programa do

01:45 - A

Guerra das

Gangues

02:30 -

Corujão

03:50 -

Mentes

Criminosas

05:00 - Hora

Um

06:00 - Bom

Dia Praça

07:30 - Bom

Dia Brasil

08:50 - Mais

Você

10:10 - Bem

Estar

10:50 -

Encontro

com Fátima

Bernardes

12:00 - Praça

TV

12:45 -

Globo

Esporte

13:20 -

00:30 -

Jornal da

Globo

01:05 -

Programa do

01:45 - A

Guerra das

Gangues

02:30 -

Corujão

03:50 -

Mentes

Criminosas

05:00 - Hora

Um

06:00 - Bom

Dia Praça

07:30 - Bom

Dia Brasil

08:50 - Mais

Você

10:10 - Bem

Estar

10:50 -

Encontro

com Fátima

Bernardes

12:00 - Praça

TV

12:45 -

Globo

Esporte

13:20 -

00:00 -

Jornal da

Globo

00:30 -

Programa do

01:12 - A

Guerra das

Gangues

01:54 -

Corujão do

Esporte

02:44 -

Corujão

04:06 -

Mentes

Criminosas

05:00 - Hora

Um

06:00 - Bom

Dia Praça

07:30 - Bom

Dia Brasil

08:50 - Mais

Você

10:10 - Bem

Estar

10:50 -

Encontro

com Fátima

Bernardes

12:00 - Praça

TV

12:45 -

01:00 -

Jornal da

Globo

01:30 -

Programa do

02:12 - A

Guerra das

Gangues

03:03 -

Corujão

04:06 -

Mentes

Criminosas

05:00 - Hora

Um

06:00 - Bom

Dia Praça

07:30 - Bom

Dia Brasil

08:50 - Mais

Você

10:10 - Bem

Estar

10:50 -

Encontro

com Fátima

Bernardes

12:00 - Praça

TV

12:45 -

Globo

Esporte

13:20 -

00:00 -

Jornal da

Globo

00:34 -

Programa do

01:14 - A

Guerra das

Gangues

01:57 -

Corujão

04:06 -

Mentes

Criminosas

06:00 - Via

Brasil

07:00 -

Como Será?

09:00 - TV

Globinho

12:00 - Praça

TV

12:45 -

Globo

Esporte

13:20 -

Jornal Hoje

14:00 -

Sessão

Comédia

14:41 -

Estrelas

15:37 -

Caldeirão do

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27

Futebol 2015

18:00 -

Domingão do

Faustão

21:00 -

Fantástico

23:20 –

SuperStar

14:00 -

Vídeo Show

14:45 -

Sessão da

Tarde

16:45 - O Rei

do Gado

17:45 -

Malhação

18:25 - Sete

Vidas

19:15 - Praça

TV

19:35 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Jornal

Nacional

21:05 -

Babilônia

22:20 – Tela

Quente

Jornal Hoje

14:00 -

Vídeo Show

14:55 -

Sessão da

Tarde

16:45 - O Rei

do Gado

17:45 -

Malhação

18:25 - Sete

Vidas

19:15 - Praça

TV

19:35 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Jornal

Nacional

21:05 -

Babilônia

22:20 - Tapas

e Beijos

22:59 - Luz,

Câmera 50

Anos

Jornal Hoje

14:00 -

Vídeo Show

14:55 -

Sessão da

Tarde

16:45 - O Rei

do Gado

17:45 -

Malhação

18:25 - Sete

Vidas

19:15 - Praça

TV

19:35 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Jornal

Nacional

20:56 -

Babilônia

22:00 -

Futebol

Globo

Esporte

13:20 -

Jornal Hoje

14:00 -

Vídeo Show

14:55 –

Sessão da

Tarde

16:45 - O Rei

do Gado

17:45 -

Malhação

18:25 - Sete

Vidas

19:15 - Praça

TV

19:35 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Programa

Político –

Partidário

20:40 - I

Love

Paraisópolis

20:49 -

Jornal

Nacional

21:26 -

Babilônia

22:39 -

Chapa

Quente

23:22 - Luz,

Câmera 50

Anos

Jornal Hoje

14:00 -

Vídeo Show

14:55 –

Sessão da

Tarde

16:45 - O Rei

do Gado

17:45 -

Malhação

18:25 - Sete

Vidas

19:15 - Praça

TV

19:35 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Jornal

Nacional

21:08 -

Babilônia

22:23 -

Globo

Repórter

23:14 -

Amorteamo

Hulk

18:20 - Sete

Vidas

19:09 - Praça

TV

19:30 - I

Love

Paraisópolis

20:30 -

Jornal

Nacional

21:10 -

Babilônia

22:16 - Zorra

23:01 -

AltasHoras

A seguir a tabela 2 apresenta a grade de programação da TV Record, coletada em 26 de maio

de 2015.

Tabela 2 - Grade de Programação Semanal TV Record

31-05-2015

(Domingo)

01-06-2015

(Segunda)

02-06-2015

(Terça)

03-06-2015

(Quarta)

04-06-2015

(Quinta)

05-06-2015

(Sexta)

06-06-2015

(Sábado)

01:15 -

Programaçã

o IURD

06:00 -

Santo Culto

em seu Lar

06:30 -

Desenhos

00:15 -

Roberto

Justus +

01:15 -

Programação

IURD

06:00 -

Balanço

00:15 -

Grimm -

Contos de

Terror

01:15 -

Programação

IURD

06:00 -

00:15 -

Breaking Bad

– 1ª

Temporada

01:15 -

Programação

IURD

06:00 -

00:15 -

Câmera

Record

01:15 -

Programação

IURD

06:00 -

Balanço

00:15 – CSI

Investigação

Criminal –

13ª

Temporada

01:15 -

Programação

IURD

01:15 -

Programaçã

o IURD

06:30 –

Nosso

Tempo

07:00 - Fala

Brasil

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28

Bíblicos

09:30 -

Record Kids

- Pica Pau

11:00 -

Domingo

Show

15:30 - Hora

do Faro

19:30 -

Domingo

Espetacular

23:15 -

Repórter em

Ação

Geral

07:28 - São

Paulo no Ar

08:55 - Fala

Brasil

10:00 - Hoje

em Dia

12:00 -

Balanço

Geral

14:30 -

Programa da

Tarde

17:00 -

Cidade Alerta

20:30 - Os

Dez

Mandamento

s

21:30 - Jornal

da Record

22:30 -

Repórter

Record

Investigação

23:30 -

Grimm -

Contos de

Terror

Balanço

Geral

07:28 - São

Paulo no Ar

08:55 - Fala

Brasil

10:00 - Hoje

em Dia

12:00 -

Balanço

Geral

14:30 -

Programa da

Tarde

17:00 -

Cidade Alerta

20:30 - Os

Dez

Mandamento

s

21:30 - Jornal

da Record

22:30 - Gugu

Balanço

Geral

07:28 - São

Paulo no Ar

08:55 - Fala

Brasil

10:00 - Hoje

em Dia

12:00 -

Balanço

Geral

14:30 -

Programa da

Tarde

17:00 -

Cidade Alerta

20:30 - Os

Dez

Mandamento

s

21:30 - Jornal

da Record

22:00 - Gugu

Geral

07:28 - São

Paulo no Ar

08:55 - Fala

Brasil

10:00 - Hoje

em Dia

12:00 -

Balanço

Geral

14:40 - Cine

Record

Especial

17:00 -

Cidade Alerta

20:30 -

Propaganda

Partidária

20:40 - Os

Dez

Mandamento

s

21:30 - Jornal

da Record

22:30 - Gugu

06:00 -

Balanço

Geral

07:28 - São

Paulo no Ar

08:55 - Fala

Brasil

10:00 - Hoje

em Dia

12:00 -

Balanço

Geral

14:40 - Cine

Record

Especial

17:00 -

Cidade Alerta

20:30 - Os

Dez

Mandamento

s

21:30 - Jornal

da Record

22:30 – Super

Tela

Especial

10:15 -

Esporte

Fantástico

12:00 - The

Love School

13:00 - Todo

Mundo

Odeia o

Chris

14:15 -

Record Kids

– Pica Pau

15:15 - Cine

Aventura

17:20 -

Cidade

Alerta

Especial

19:45 -

Jornal da

Record

Especial

20:30 -

Programa da

Sabrina

23:00 -

Legendários

A seguir a tabela 3 apresenta a grade de programação do SBT, coletada em 26 de maio de

2015.

Tabela 3 - Grade de Programação Semanal SBT

31-05-2015

(DOMINGO)

01-06-2015

(SEGUNDA)

02-06-2015

(TERÇA)

03-06-2015

(QUARTA)

04-06-2015

(QUINTA)

05-06-2015

(SEXTA)

06-06-2015

(SÁBADO)

00:15 - Cine

Belas Artes

02:30 - Big

Bang: A

Teoria

03:00 - Dois

Homens e

Meio

03:30 -

Arnold

04:15 - Uma

Família

Perdida No

Meio Do

Nada - The

Middle

05:15 -

Suburgatório

00:00 -

Conexão

Repórter

01:00 -

Sobrenatural

02:00 -

Rizzoli &

Isles

03:00 - Major

Crimes

04:00 - Jornal

do SBT

06:00 -

Desenhos

Pré-escola

07:00 -

Carrossel

Animado

00:00 - The

Noite com

Danilo

Gentili

01:00 -

Jornal do

SBT

01:45 - Okay

Pessoal

02:45 - Dois

Homens e

Meio

03:15 - Mike

& Molly

04:00 -

Jornal do

SBT

06:00 -

00:00 - The

Noite com

Danilo

Gentili

01:00 -

Jornal do

SBT

01:45 - Okay

Pessoal

03:30 - Dois

Homens e

Meio

04:00 -

Jornal do

SBT

06:00 -

Desenhos

Pré-escola

00:15 - The

Noite com

Danilo

Gentili

01:15 -

Jornal do

SBT

02:00 - Okay

Pessoal

03:00 - Dois

Homens e

Meio

03:30 - Mike

& Molly

04:00 -

Jornal do

SBT

06:00 -

00:30 - The

Noite com

Danilo

Gentili

01:30 -

Jornal do

SBT

02:15 - Okay

Pessoal

03:30 - Dois

Homens e

Meio

04:00 -

Jornal do

SBT

06:00 -

Desenhos

Pré-escola

01:00 - The

Noite com

Danilo

Gentili

01:45 -

Jornal do

SBT

02:30 - Okay

Pessoal

03:30 - Dois

Homens e

Meio

04:00 - Mike

& Molly

04:30 -

Diários de

um vampiro

05:15 - Jogos

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29

- Suburgatory

05:45 - Jornal

da Semana

07:00 - Brasil

Caminhoneiro

07:30 -

Turismo &

Aventura

08:30 - Vrum

09:00 -

Chaves

11:00 -

Domingo

Legal

15:00 - Eliana

19:00 - Roda

a Roda Jequiti

19:45 -

Sorteio da

Tele Sena

20:00 -

Programa

Silvio Santos

08:00 -

Carrossel

Animado

09:00 - Bom

Dia & Cia

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 - As

Visões da

Raven

14:30 - Casos

de Família

15:30 - Maria

Esperança

16:30 -

Coração

Indomável

17:30 - A

Usurpadora

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 -

Chiquititas

21:15 -

Carrossel

22:00 -

Programa do

Ratinho

23:00 -

Máquina da

Fama

Desenhos

Pré-escola

07:00 -

Carrossel

Animado

08:00 -

Carrossel

Animado

09:00 - Bom

Dia & Cia

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 - As

Visões da

Raven

14:30 - Casos

de Família

15:30 - Maria

Esperança

16:30 -

Coração

Indomável

17:30 - A

Usurpadora

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 -

Chiquititas

21:15 -

Carrossel

22:00 -

Programa do

Ratinho

23:00 - Cine

Espetacular

07:00 -

Carrossel

Animado

08:00 -

Carrossel

Animado

09:00 - Bom

Dia & Cia

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 - As

Visões da

Raven

14:30 - Casos

de Família

15:30 - Maria

Esperança

16:30 -

Coração

Indomável

17:30 - A

Usurpadora

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 -

Chiquititas

21:15 -

Carrossel

22:00 - Roda

a Roda

Jequiti

22:30 -

Programa do

Ratinho

Desenhos

Pré-escola

07:00 -

Carrossel

Animado

08:00 -

Carrossel

Animado

09:00 - Bom

Dia & Cia

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 - As

Visões da

Raven

14:30 - Casos

de Família

15:30 - Maria

Esperança

16:30 -

Coração

Indomável

17:30 - A

Usurpadora

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 -

Horário

Eleitoral

Gratuito

20:40 -

Chiquititas

21:15 -

Carrossel

22:00 -

Programa do

Ratinho

22:30 - A

Praça é

Nossa

07:00 -

Carrossel

Animado

08:00 -

Carrossel

Animado

09:00 - Bom

Dia & Cia

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 - As

Visões da

Raven

14:30 - Casos

de Família

15:30 - Maria

Esperança

16:30 -

Coração

Indomável

17:30 - A

Usurpadora

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 -

Chiquititas

21:15 -

Carrossel

22:00 -

Programa do

Ratinho

23:00 - Tela

de Sucessos

de Mentira

06:00 -

Chaves

07:00 -

Sábado

Animado

13:30 - As

Visões da

Raven

14:15 –

Programa

Raul Gil

18:30 -

Chaves

19:45 - SBT

Brasil

20:30 –

Esquadrão da

Moda

21:30 –

Cozinha sob

pressão

22:30 - Cine

Família

1.6.2.1 TV Globo

A TV Globo, canal 4 (analógico em TV Aberta), foi fundada em 26 de abril de 1965

pelo empresário Roberto Marinho. A emissora atualmente ocupa a liderança de audiência no

país. Possui uma grade de programação diversificada de conteúdos do gênero jornalístico e de

entretenimento.

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30

Segundo o crítico de TV Daniel Castro2, o carro-chefe do Jornalismo da TV Globo é o

Jornal Nacional, criado em 1969, e pode-se dizer que o carro-chefe do entretenimento são as

telenovelas, embora ocorra um grande investimento em outros gêneros televisivos.

A emissora tem sua sede principal localizada na Rua Von Martius, número 22, no

bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro, capital.

A seguir a ilustração 1 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV

junto ao público.

Ilustração 1 - Logotipo Atual da Emissora

A história da TV Globo foi pesquisada em obras sobre o assunto e por meio do acesso

às informações do site institucional da emissora e de outros portais de dados. Porém devido ao

número extenso de informações, decidiu-se pela elaboração de quadros com as informações3

mais relevantes apresentadas em ordem cronológica.

Quadro 2 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 60

1965 Dia 26 de abril é inaugurada a emissora no Rio de Janeiro, canal 4, empresa de Roberto

Marinho. Concessão outorgada no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Às 11h do dia

26 de abril, a TV Globo de Televisão entra no ar em São Paulo, através do Canal 5 TV

Paulista.

1966 A TV Paulista é comprada de Víctor Costa por Roberto Marinho, passando a usar o nome

Globo. Inicia assim uma virada no panorama da televisão brasileira. A TV Globo passa a ser

administrada por homens de marketing. Seu principal diretor é Walter Clark que introduz o

pacote publicitário em que o anunciante só pode colocar o seu produto no horário nobre se

comprar também em outros horários. Começa assim o padrão Globo de qualidade.

2Coluna de Daniel Castro. Nota publicada em 01 de fevereiro de 2015. Disponível em:

<http://noticiasdatv.uol.com.br/>Acesso em: 30abr2015. 3 As informações foram retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:

<http://www.tudosobretv. com.br/ histortv/historbr.htm> Acesso em 29.abr2015.

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31

1967 Após a compra da TV Paulista, começam a ser exibidos programas de sucesso do Rio de

Janeiro como: "Discoteca do Chacrinha" e "Dercy de Verdade". Assim como programas de

sucesso de São Paulo, como o "Programa Silvio Santos", passam a ser exibidos no Rio.

1968 Roberto Marinho compra a emissora geradora de Belo Horizonte. É pioneira na transmissão,

via satélite, do lançamento da nave espacial Apollo IX. Já possui 49% de audiência no Rio de

Janeiro, mas a conquista em São Paulo é mais lenta pois a TV Record é líder de audiência.

1969 Em março, é pioneira na transmissão, via satélite, do lançamento da nave espacial Apollo IX.

No dia 20 de julho, transmite a chegada do homem à Lua (Missão Apollo 11). Um incêndio

na TV Globo de São Paulo, faz com que toda a produção da programação passe a ser

centralizada no Rio de Janeiro, o que dá certo operacionalmente. Centralizar a produção torna-

se mais barato e propicia um melhor controle de qualidade.

Quadro 3 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 70

1970 No dia 10 de janeiro, a emissora carioca pega fogo.

1971 Em 28 de outubro acontece um incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro. De 1971 à 73 adapta

seus equipamentos e treina seus técnicos para a utilização da cor na imagem. A investida agora

passa a ser para a classe média. O padrão visual se diferencia das outras emissoras,

apresentando logotipos e belas imagens.

1972 Roberto Marinho compra a geradora de Recife e inaugura sua emissora de Brasília. A Rede

Globo consolida-se como a maior rede nacional de emissoras de televisão, com mais 36

filiadas e centenas de estações retransmissoras pelo país, em apenas 7 anos. Em 5 de

Dezembro é inaugurado o Teatro Fênix no Rio de Janeiro com o programa "Discoteca do

Chacrinha"

1973 Fantástico", programa em forma de revista com informações e variedades de maior sucesso da

TV brasileira entra no ar, apresentado por Cid Moreira.

1974 Das 16 horas de programação diária, 8 horas já são transmitidas em cores.

1975 Inicia-se a implantação das "programações nacionais", padronizando seus programas em todo

o Brasil.

1976 Incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro descentraliza a programação da rede, que passa a ser

produzida em outras cidades.

1977 É criada a Rede Regional de Televisão, em que a sua programação é igual a que a Rede Globo

transmite para todo o país, com exceção de alguns programas locais (diferentes em cada

região).

1979 Surge "Globo Rural", programa que procura atender as necessidades diferenciadas dos grandes

produtores rurais.

Quadro 4 – Fatos históricos sobre a TV Globo– Década de 80 e 90

1980 Em Agosto, a direção da Rede Globo decide organizar uma Divisão Internacional que culmina

com a compra da TV Monte Carlo de Monaco.

1981 Em 1981, o faturamento atingiu o total de US$ 3 milhões. A Rede Globo passa a investir no

telejornalismo, lançando o "TV Mulher" e o "Bom Dia Brasil", nos mesmos moldes do

programa norte-americano "Good Morning America".

1982 Com 27 emissoras espalhadas pelo país, introduz o uso de satélite na programação. Possui 42

estações afiliadas e 5.500 funcionários.

1983 O faturamento atinge US$ 9,5 milhões. Em 3 de janeiro estréiam o programa matinal "Bom

Dia Brasil" e os telejornais das praças (SPTV, RJ, PE, MG, DF). O "Jornal Nacional" é o

programa de maior audiência da televisão brasileira.

1984 "Jornal Nacional" chega ao índice mais alto de audiência de sua história, com 64 pontos no

Ibope.

1985 A Rede Globo se torna a quarta maior rede de televisão comercial do mundo (só superada

pelas norte-americanas BBS, ABC e NBC).

1988 Estreia a novela "Vale Tudo", das 20h, de Gilberto Braga. É a segunda novela com média de

audiência nacional na história do gênero, chegando a 70%. O assassinato da personagem

Odete Roitman obtém grande repercussão no país.

1989 Estreia em 26 de março, o "Domingão do Faustão", apresentado por Fausto Silva, gravado no

Teatro Fênix. O "Jornal Nacional" é o primeiro programa a introduzir o sistema de pintura

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32

eletrônica feita em três dimensões, utilizando uma pictografia em todas as suas etapas, do selo

ao cenário.

1990 A Rede Globo vê sua liderança ameaçada. Alguns programas do SBT e da Rede Manchete

superam sua audiência em determinados horários.

1991 É vista por 99,84% dos 5.043 municípios brasileiros. Possui 113 emissoras entre geradoras e

afiliadas. Tem 74% de audiência no horário nobre, 56% no matutino, 59% no vespertino e

69% de audiência no horário noturno.

1993 Investe em transmissão de jogos de futebol comprando diretos exclusivos de transmissão.

1995 É inaugurado a nova Central Globo de Produções, PROJAC (Projeto Jacarepaguá), em

Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

1997 É inaugurado a nova Central Globo de Produções, PROJAC (Projeto Jacarepaguá), em

Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

1998 Em 10 de Junho realiza a primeira transmissão digital no Brasil de alta definição ao vivo, com

a partida inaugural da Copa da França: Brasil x Escócia.

1999 Em 29 de Janeiro, a nova sede da Rede Globo em São Paulo é inaugurada, com 16.500 metros

quadrados de área e funcionando totalmente em sistema digital, da captação de imagens de rua

até a transmissão dos telejornais.

Quadro 5 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Anos 2000

2000 Em dezembro, no Cinema Especial, a Globo exibe o filme Titanic, que foi dividido em duas

partes, alcançando 53 pontos de audiência, a maior já alcançada pela exibição de um filme na

televisão Brasileira.

2001 No dia 11 de janeiro, ocorre um incêndio no estúdio F.

2002 A TV Globo transmite com exclusividade a Copa do Mundo de 2002, vencida pelo Brasil, ao

conquistar o pentacampeonato. Apesar dos jogos serem transmitidos nas madrugadas, registra

umas das maiores audiências da história da emissora, acima de 85 pontos e picos de 92,

segundo o IBOPE.

2003 Em 6 de agosto, o dono e presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, falece aos 98

anos em um hospital no Rio de Janeiro. A morte do empresário teve grande cobertura da

emissora, bem como de suas concorrentes. Os três filhos de Marinho assumem o comando da

emissora.

2004 Estreia o Praça TV 2ª edição para antenas parabólicas, o Brasil TV, gravado no estúdio do

RJTV e exibido em todos os lares que tem uma antena parabólica. Antes do Brasil TV, desde

2001, era exibido para as antenas parabólicas o SPTV.

2005 Em 30 de maio, William Waack e Christiane Pelajo estreavam o novo Jornal da Globo em

substituição a Ana Paula Padrão. Em agosto, a afiliada TV Verdes Mares, faz uma das maiores

reportagens da rede, cobrindo o roubo do Banco Central de Fortaleza. O fato foi noticiado em

todos o telejornais da Globo, principalmente o Jornal Nacional.

2006

Em junho a emissora transmite com exclusividade a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha.

2007 Em 2007, a Globo alterou suas operações analógicas com o propósito de construir uma

produção televisiva em alta definição para a televisão digital.

2008 É iniciada as transmissões da chamada Rede Fuso para os estados brasileiros que têm 1 hora a

menos de diferença em relação ao horário de Brasília. A Rede Fuso possui horários

diferenciados em relação à programação dos outros estados brasileiros que têm o mesmo

horário de Brasília, como a transmissão do Praça TV 2ª Edição, que nestes estados é colocado

no ar logo após a novela da faixa das 18 horas e antes do Jornal Nacional, o Praça TV 1ª

Edição que vai ao ar logo após o Jornal Hoje e o Bom Dia Praça que vai ao ar logo após o

Bom Dia Brasil.

2009 No dia 11 de julho a Rede Globo transmitiu o show especial dos 50 anos de carreira do cantor

Roberto Carlos, diretamente do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. O especial foi

exibido em HDTV, e em som digital 5.1 canais.

2010 Em 23 de agosto, o Jornal Nacional inova e dá início ao projeto "JN no Ar", no qual através de

uma aeronave totalmente equipada faz com que a cada dia o telejornal seja ancorado em uma

cidade diferente do Brasil. A primeira cidade visitada foi Macapá.

2011 Em 24 de abril, a emissora apresentou aos seus telespectadores, no Fantástico, um filme

publicitário com o seu novo slogan, depois de sete anos: "A gente se liga em você", que

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33

substitui o "A gente se vê por aqui". A nova assinatura do canal é em comemoração aos 46

anos da emissora que vira a comemorar dois dias depois.

Em 1º de dezembro, a emissora anunciou em uma coletiva de imprensa mudanças na

apresentação do Jornal Nacional e Fantástico. Após quase 14 anos, Fátima Bernardes deixa a

bancada do JN em 5 de dezembro deste procedente ano para apresentar um novo programa que

entrará na grade da Rede Globo em 2012. Quem entrou no Jornal Nacional para dividir a

apresentação com William Bonner foi Patrícia Poeta que estava à cinco anos no Fantástico.

Quem substitui Patrícia na revista eletrônica dominical é a jornalista Renata Ceribelli, que já

apresentava ocasionalmente o Show da Vida. No dia 5 de dezembro, houve uma edição

especial do Jornal Nacional quando Fátima entregou o 'bastão' a Patrícia.

2012 Em dezembro a Rede Globo encerrou o ano com o pior ibope da história foram 14,7 pontos

cada ponto corresponde a 60 mil domicílios na Grande São Paulo das 7h à meia-noite. a

Record manteve a vice-liderança, com 6,2 pontos, o SBT, fechou em terceiro marcando 5,6

pontos.

2013 Em 3 de janeiro o Jornalismo da Globo com os telejornais locais da Rede Globo completa 30

anos no ar, com os telejornalistícos locais o SPTV, RJTV, DFTV, MGTV, NETV e PITV e

outras notícias da regionais e também o Bom Dia Brasil juntos desde 1983. No dia 2 de

dezembro, o jornalismo da Rede Globo passa a ser todo captado e transmitido em HDTV

tendo a estreia da nova tecnologia no Jornal Nacional. Em 8 de dezembro, o Esporte

Espetacular comemora quarenta anos no ar com um programa e uma nova abertura também

aderindo ao HDTV. Em 31 de dezembro, o Show da Virada comemora quinze anos no ar com

um programa e uma nova abertura.

2014 No dia 1 de Dezembro, acontece a estreia de Monalisa Perrone como apresentadora titular, no

comando do novo telejornal da emissora, chamado de Hora Um da Notícia, substituindo o

Globo Rural, que passou a ser exibido somente aos domingos pela manhã e Novo Telecurso.

2015 A TV Globo foi premiada em abril no Festival de Filme e Televisão de Nova York. O projeto

do estúdio desenvolvido pelos departamentos de arte e de engenharia concorreu com criações

de 50 países. Os telões que se movem por todo o cenário dos telejornais ganharam a medalha

de prata na categoria melhor inovação. A emissora completou 50 anos no ar em 26 de abril.

1.6.2.2 TV Record

A TV Record, canal 7 (analógico em TV Aberta), foi fundada em 27 de setembro de

1953 por Paulo Machado de Carvalho. A emissora atualmente ocupa a vice-liderança de

audiência no país e tem como carro-chefe o jornalismo, embora ocorra um grande

investimento em teledramaturgia.

A emissora tem sua sede localizada na Rua da Várzea, número 240, no bairro Barra

Funda, São Paulo, capital.

A seguir a ilustração 2 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV

junto ao público.

Page 35: NO AR - FAIXA NOBRE - UniToledo ar... · sala de aula. Uma especial ... Nossa metodologia abrangeu a pesquisa bibliográfica e a coleta de informações em entrevistas com notáveis

34

Ilustração 2 - Logotipo Atual da Emissora

Neste tópico a história da TV Record, assim como ocorreu com a pesquisa sobre a

emissora vista no tópico anterior, teve base em bibliografia sobre o tema e nas informações do

site institucional da emissora e de outros portais de dados. Como foi apresentado no tópico

com as informações sobre a TV Globo, foram desenvolvidos também os quadros com as

informações4 da TV Record.

Quadro 6 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 60

1953 Em 27 de setembro é inaugurada a TV Record de São Paulo, pertencente a família Machado

de Carvalho. Às oito horas da noite é exibido "Grandes Espetáculos União", programa musical

apresentado por Blota Jr. e Sandra Amaral, tornando-se líder de audiência em pouco tempo. É

a primeira emissora a ser inaugurada em prédio construído especificamente para televisão e

não adaptado como as demais.

1954 Vai ao ar "Capitão 7", primeiro seriado de aventuras produzido no Brasil, estrelado por Ayres

Campos e Idalina de Oliveira. Devido ao seu enorme sucesso, dura 10 anos.

1955 Em 17 de abril, estréia "Grande Gincana Kibon", um dos programas infantis de maior sucesso

que permanece no ar por 16 anos. Em 18 de setembro é realizada a primeira transmissão

externa com a exibição do jogo entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro.

1956 A Record é a primeira emissora a transmitir, ao vivo para São Paulo, o Grande Prêmio Brasil,

direto do Jóquei Clube da cidade do Rio de Janeiro.

1959 Para receber atrações internacionais é inaugurado, em 9 de março, o Teatro Record na rua da

Consolação, com o cantor norte-americano Roy Hamilton.

1960 Em 4 de Maio de 1960 a TV Record sofre um incêndio. Neste mesmo ano a emissora

consegue o primeiro lugar em audiência com atrações como o humorístico "Grande Show

União".

1965 "O Fino da Bossa", programa musical apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues estreia em

1965. A partir daí, a Record traz para o cenário musical novos talentos como Chico Buarque

de Hollanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zimbo Trio e Maria Bethânia, além dos já

consagrados Agostinho dos Santos, Nara Leão, Vinícius de Moraes, Baden Powell e Maysa.

Segundo Napolitano (2010, p. 88), o programa foi ao ar a partir de 19 de maio de 1965 e

galvanizou o público estudantil em torno da TV – preocupado com a reputação do “samba

autêntico” e com a adequação da tradição da bossa nova às novas demandas políticas pós-

4 Os quadros trazem informações retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:

<http://www.tudosobretv.com.br/histortv/historbr.htm> e site da emissora TV Record.; Disponível em: <

http://rederecord.r7.com/historia/> Acesso em 29.abr2015.

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1964.O autor traz ainda que “a estrutura dos musicais de televisão dos anos 1960 não

acompanhou o crescimento e a dinamização do mercado fonográfico, embora tenha sido

fundamental para a consolidação da MPB”. Napolitano cita entrevista da cantora Elis Regina

em maio de 1974 para enfatizar sua fala: “Obviamente, não se podem negar as intenções do

pessoal da TV Record. A participação dessa emissora foi fundamental para a música brasileira.

No entanto, a estrutura da televisão, no país, dez anos atrás, era absolutamente incipiente [...]”.

"Jovem Guarda", programa de grande sucesso que estreia no dia 22 de Agosto, exibido aos

Domingos à tarde. Feito para os jovens. Surgem muitos ídolos: Roberto Carlos, Erasmo,

Martinha, Vanderléa.

1966 Em 10 de abril, vai ao ar, pela primeira vez, o programa dominical de Hebe Camargo que a

consagra como entrevistadora e é líder absoluto de audiência.

Em 29 de julho, pegam fogo os estúdios da TV Record, localizados no bairro do Aeroporto de

Congonhas. Mesmo assim é realizado o "II Festival de Música Popular Brasileira". A primeira

edição do festival foi exibida pela TV Excelsior em 1965.

1967 "Praça da Alegria", de Manoel da Nóbrega, antes exibido pela TV Paulista, estreia na TV

Record. Acontece o "III Festival de Música Popular Brasileira", sendo o festival de maior

sucesso registrado no Brasil. "Família Trapo" escrita por Carlos Alberto de Nóbrega e Jô

Soares, se torna um dos programas humorísticos de maior sucesso da televisão brasileira,

liderando a audiência no horário durante três anos e fez escola.

1968 A emissora é vítima de mais um incêndio. Durante o período de ditadura, em pleno AI-5, a

emissora coloca no ar o programa "Quem Tem Medo da Verdade" sob o comando de Carlos

Manga. Trás artistas conhecidos que recebem cachê para serem julgados por questões e

problemas pessoais, satisfazendo a curiosidade popular.

1969 Tem um ano com tragédias devido aos incêndios no Teatro Consolação e no Teatro

Paramount. No dia do seu 16º aniversário, a emissora inaugura o novo Teatro Record na Rua

Augusta. Apesar dos problemas, vai ao ar, às 20 horas, o programa de humor "Na Onda da

Augusta" produzido por Carlos Manga.

A Record realiza o último festival, "V Festival da Música Popular Brasileira".

Quadro 7 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 70

1971 Novamente e emissora é vítima de um incêndio.

1973 O Grupo Gerdau, representado por Élvio Azevedo Souza, compra 50% da TV Record, mas por

incompatibilidade, depois de 6 meses coloca a venda. Como Silvio Santos não pode comprar a

emissora devido ao seu contrato com a TV Globo, seu amigo Cintra Gordinho empresta seu

nome para fazer a transação e tudo fica em segredo absoluto. É também em 1973 que estreia o

"Programa Raul Gil".

1976 No dia 18 de Novembro, acontece a assinatura de acordo de co-administração entre o Grupo

Silvio Santos e a TV e Rádio Record (50% cada). Devido a esse acordo o "Programa Silvio

Santos" sai da Rede Tupi e vai para a Record.

1977 Pega fogo novamente e devido aos diversos incêndios ocorridos, a sua programação acaba

sendo mantida com filmes. Sílvio Santos se associa ao Grupo Paulo Machado de Carvalho, TV

Record, que começa a operar em conjunto com a TVS, do Rio de Janeiro, recuperando sua

posição no ranking das emissoras.

Quadro 8 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 80 e 90

1984 Acaba frustrada a tentativa de venda da TV Record para João Havalange (dono do Jornal do

Brasil) juntamente com a Televisa que perde 80 milhões de dólares devido ao terremoto no

México.

1989 No dia 09 de Novembro, Silvio Santos e Paulo Machado de Carvalho vendem por 45 milhões

de dólares a TV Record de Televisão para a Igreja Universal do Reino de Deus, representada

pelo empresário e advogado Alberto Felipe Haddad Filho, sua esposa Flávia Haddad e Odenir

Laprovita Vieira. Demerval Gonçalves que trabalhou durante 20 anos para o Grupo SS, torna-

se diretor superintendente da TV Record.

1990 Após muita polêmica judicial, a TV Record torna-se propriedade da IURD - Igreja Universal

do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo. A programação sofre modificações: a emissora

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muda o visual gráfico, apresenta novas vinhetas e aberturas de programas. Fecha contrato com

a TV Capital, de Brasília, como afiliada, dando início à formação de sua Rede. Aumenta o

espaço para o telejornalismo e programas de entrevistas. O "Jornal da Record" é aprimorado,

tendo correspondentes no Exterior. Novos programas são estreados, mas muitos destes não

duram nem um ano no ar, já que a audiência da emissora começa a cair.

1991 Muda o controle acionário da emissora e começa uma nova fase. Entra com nova

programação, mantendo o jornalismo como carro-chefe. Séries e filmes são comprados,

resgatando alguns sucessos de sua história.

1993 Estreia "Note e Anote", programa feminino apresentado por Ana Maria Braga.

1994 Em 28 de Junho passa a pertencer, efetivamente, ao Bispo Edir Macedo

(90% de capital) e de sua esposa Ester Eunice Rangel Bezerra (10% restantes).

1995 Acontece um investimento de 20 milhões de reais em equipamentos mais sofisticados e muda

de sua antiga sede no bairro do Aeroporto para a Barra Funda, onde funcionava a TV Jovem

Pan. Estreia o "Cidade Alerta", programa jornalístico popular.

1996 É um ano de crescimento para a rede, elevando os índices de audiência e consolidando o

terceiro lugar. Eduardo Lafon, diretor de programação da Rede, firma a programação da

emissora em jornalismo, cinema, esportes e shows."Rede Record, a nova força do esporte"

torna-se slogan da emissora, que faz a cobertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta.

1997 Continuam as contratações e investimentos em tecnologia e expansão de rede. A frota de

veículos é trocada e todos os departamentos são informatizados.

Importantes nomes da teledramaturgia brasileira voltam a participar das produções da

emissora, entre eles. No jornalismo, Boris Casoy sai do SBT e é um dos contratados, dando

credibilidade e imparcialidade. Em 22 de setembro estréia Carlos Massa, o Ratinho, já

considerado o grande fenômeno de comunicação do ano, para apresentar o "Ratinho Livre".

Frutos da implantação do Núcleo de Teledramaturgia: "Canoa do Bagre" é a primeira novela

da emissora depois de 24 anos; "Desafio de Elias", parceria com a VTM Produções, é uma das

seis minisséries criadas. Vendida para: México, Chile, Panamá, Equador, Venezuela,

Colômbia e Porto Rico.

1998 Utiliza o slogan "Rede Record, todo mundo vê". Continuam os investimentos tanto técnicos

como na programação. São construídos novos estúdios, transmissores com maior potência,

unidades móveis, "SilliconGraphics", equipamentos digitais com câmeras de última geração,

som e iluminação para uma imagem perfeita no ar. A potência do transmissor passa de 30 KW

para 60 KW. A antena e o transmissor foram instalados no edifício Grande Avenida, na

Avenida Paulista. Aquisição do helicóptero Águia Dourada que começa a sobrevoar a cidade

de São Paulo. Em Outubro, adquire sua primeira unidade móvel totalmente digital: um

caminhão com quatro câmeras, um switcher e 3VTs com slow-motion. A unidade conta

também com dois geradores próprios de energia. Adquire também um carro de UP link que

proporciona o fechamento de links direto por satélite, de qualquer lugar, através de uma

parabólica colocada sobre o veículo, sem a necessidade de conexão com a Embratel ou outra

empresa de telecomunicações. Possui 63 emissoras próprias e afiliadas, e centenas de

retransmissoras espalhadas pelo território nacional.

1999 Em 22 de Setembro, sai José Paulo Vallone e entra Marcus Aragão na direção de programação

da emissora. Marcus Aragão tem a responsabilidade de produzir e programar os especiais que

irão comemorar as festas de final de ano, bem como a formatação da grade de programação do

ano 2000.

Quadro 9 – Fatos históricos sobre a TV Record – Anos 2000

2000 Claudete Troiano chega à Record para dar cara nova ao “Note e Anote”. A produção de

novelas continua a todo o vapor.

2001 Neste ano, Raul Gil conquista o Brasil com seu concurso de calouros. A fórmula é o grande

fenômeno na televisão brasileira, conquistando a liderança de audiência nas tardes de sábado.

2003 A Record comemora 50 anos e torna-se a rede de televisão mais antiga em operação no país.

Em comemoração, uma série de cinco programas especiais sobre a história da emissora é

apresentada.

2004 Um salto na qualidade do jornalismo é marcado com a estreia do “Domingo Espetacular” e do

“Tudo a Ver”. Este ano tem o maior faturamento da história até então, 41% superior ao ano

anterior. A audiência da Record cresce 19% na média diária e 37% no horário nobre, segundo

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dados do Ibope.

2005 O ano de 2005 é marcado pelo crescimento e consolidação da vice-liderança, principalmente

no horário nobre, das 18h a 0h.

2006 A cobertura da Copa do Mundo na Alemanha conta com 25 profissionais da emissora que

trouxeram todas as informações do maior evento esportivo do mundo. A Record conquista três

prêmios de jornalismo: dois prêmios Tim Lopes de Investigação Jornalística e um prêmio

Vladimir Herzog.

2007 A Record estreia um novo horário de novelas com a trama de Thiago Santiago, “Caminhos do

Coração”.

2008 O “Hoje em Dia” recebe o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor

programa com temática feminina da televisão brasileira de 2007.

2009 Estreia a novela “Chamas da Vida”, de Cristianne Fridman. É a primeira telenovela da

emissora exibida pra outros países, pela Record Internacional.

2010 A partir do dia 8 de fevereiro até o dia 28 de fevereiro, a emissora realiza a transmissão dos

Jogos Olímpicos de Inverno de 2010, em Vancouver, Canadá. No dia 27 de setembro

completou 57 anos. O jornalismo da emissora passa a ser todo captado e transmitido em HD

(alta-definição) tendo a estreia da nova tecnologia no Jornal da Record e depois nos demais

informativos e programas jornalísticos da emissora.

2011 A Record se torna a 2° emissora mais preferida pelos brasileiros.

2012 No dia 26 de fevereiro, a emissora lançou, durante o Domingo Espetacular, a sua nova

logomarca. No dia 12 de março o sinal HD da emissora passa a cobrir o Brasil inteiro através

das mais de 20 milhões de antenas parabólicas.

2013 No dia 1 de setembro, a emissora inicia as comemorações pelo seu 60º aniversário, estreando

sua nova vinheta inter programas, selo de encerramento e marca d'água com o logotipo

comemorativo Record+60.

2014 Em 3 de fevereiro, a emissora faz alterações importantes no horário nobre. Sua principal e

única faixa de novelas é antecipada para às 21h30.

2015 Em 23 de março, estreou no horário das 20h30, a novela Os Dez Mandamentos da autora

Vivian de Oliveira, que é a primeira novela do mundo inspirada na Bíblia.

Com a implantação da TV Digital no Brasil em 02 de dezembro de 2007, houve a

necessidade das emissoras se adequarem ao novo sistema de transmissão brasileiro. Com a

Record não foi diferente. A seguir a tabela de canais digitais da TV Record no país, segundo o

site5 da emissora.

Tabela 4 – Canais Digitais da Rede Record

Nome Canal Digital Cidade Estado

TV Gazeta 36 Rio Branco AC

TV Pajuçara 43 Maceió AL

TV A Crítica 17 Manaus AM

TV A Crítica 25 Parintins AM

TV Equinócio 35 Macapá AP

5 Tabela referente aos canais digitais da TV Record retransmitidos no Brasil. Disponível em: <http://

rederecord .r7.com/tv-digital/> Acesso em 06mai2015.

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Nome Canal Digital Cidade Estado

TV Record Bahia 21 Salvador BA

TV Record Bahia Cabrália 17 Itabuna BA

TV Cidade 32 Fortaleza CE

TV Record Brasília 23 Brasília DF

TV Vitória 38 Vitória ES

TV Record Goiânia 18 Goiânia GO

TV Cidade 36 São Luis MA

TV Record Belo Horizonte 28 Belo Horizonte MG

TV Leste 31 Governador Valadares MG

TV Paranaíba 28 Uberlândia MG

TV MS 32 Campo Grande MS

TV Gazeta 38 Cuiabá MT

TV Cidade Rondonópolis 38 Rondonópolis MT

TV Record Belém 22 Belém PA

TV Correio 17 João Pessoa PB

TV Clube 39 Recife PE

TV Antena 10 34 Teresina PI

RICTV Curitiba 34 Curitiba PR

RICTV Londrina 34 Londrina PR

TV Record Campos 38 Campos do Goytacazes RJ

TV Record Rio de Janeiro 39 Rio de Janeiro RJ

TV Tropical 32 Natal RN

TV Candelária 40 Pimenta Bueno RO

TV Candelária 30 Porto Velho RO

TV Candelária 30 Ji-Paraná RO

TV Candelária 30 Candeias do Jamari RO

TV Record Rio Grande do Sul 21 Porto Alegre RS

RICTV Florianópolis 30 Florianópolis SC

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Nome Canal Digital Cidade Estado

RICTV Joinville 30 Joinville SC

TV Atalaia 35 Aracajú SE

TV Record Paulista 27 Bauru SP

TV Brasil 28 Campinas SP

TV Record Rio Preto 42 São José do Rio Preto SP

TV Record São Paulo 20 São Paulo SP

1.6.2.3 SBT

O SBT – Sistema Brasileiro de Televisão, canal 11 (analógico em TV Aberta), foi

fundado em 14 de maio de 1976 pelo empresário Silvio Santos. A emissora atualmente ocupa

o terceiro lugar de audiência no país e tem como carro-chefe o entretenimento e a

teledramaturgia, embora ocorra investimento em jornalismo.

A emissora tem sua sede localizada na Avenida das Comunicações, número 4, no

bairro Vila Jaraguá, no município de Osasco (SP).

A seguir a ilustração 3 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV

junto ao público.

Ilustração 3 - Logotipo da Emissora

Assim como ocorreu com as emissoras, TV Globo e TV Record, optou-se por recorrer

sobre a história do SBT em obras sobre assunto, no entanto, não foram encontradas grandes

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referências, por isso as informações baseiam-se principalmente no site institucional da

emissora e de outros portais de dados. Decidiu-se pela elaboração de quadros com as

informações pesquisadas apresentadas em ordem cronológica. Foram considerados os fatos6

mais relevantes.

Quadro 10 – Fatos históricos sobre o SBT – Décadas de 70 e 80

1976 Em 14 de Maio vai ao ar a primeira emissora do Silvio Santos, a TVS, canal 11 do Rio de

Janeiro. Às 20h55, estreia a emissora exibindo uma edição do programa de perguntas e

respostas "Sílvio Santos Diferente".

1977 Ao inaugurar seu novo transmissor em 1° de Junho, passa a apresentar uma programação mais

competitiva. Exibe o "Programa Silvio Santos" aos Domingos juntamente com a Rede Tupi.

1979 Com parceria de Rubens Furtado (TV Tupi) constroem uma torre na Sumaré com 140 metros

de altura.

1980 Sistema Brasileiro de Televisão inicia suas operações como rede de emissoras independentes

lideradas pela Record (SP) e TVS (Rio).

1981 No dia 19 de agosto, Sílvio Santos e Adolpho Bloch assinam os contratos definitivos com o

ministro das Comunicações, Haroldo de Correa de Mattos. A cerimônia de assinatura é

transmitida ao vivo pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) do Silvio. É um momento

histórico porque é a primeira televisão no mundo que transmite, ao vivo, o seu nascimento.

1982 Em 13 de Dezembro, a TVS carioca ganha um grande auditório, o Teatro da TV (ex-cine

Fluminense). O SBT alcança rapidamente uma posição de destaque em audiência, chegando a

uma participação de 24% no seu primeiro ano de operação. Tem 22 emissoras afiliadas e 2.500

funcionários. Dirige sua programação para classes sociais como B, C e D que representam

61% da população.

1983 Passa a ser uma emissora simpática ao público, mas já preocupada com a qualidade. Sílvio

quer conquistar a preferência de grandes anunciantes e formadores de opinião.

1984 Em Dezembro, estreia o quadro "A Porta da Esperança" no "Programa Silvio Santos". Ele fala:

"E vamos abrir as portas da Esperança".

1987 A TV de Sílvio Santos, como é conhecida, começa a incomodar a concorrente.

1988 O número de emissoras passa de 33 para 44.

Quadro 11 – Fatos históricos sobre o SBT– Década de 90

1991 Inicia a fase da programação universal, ou seja, com atrações para todos os tipos de público.

1993 O "Programa Sílvio Santos" entra para o Guiness Book, o livro de recordes, como o programa

mais duradouro da TV Brasileira, no ar há 31 anos.

1995 É inaugurado o Complexo Anhanguera, localizado no km 19 dessa via, perto de Osasco, São

Paulo. São gastos 120 milhões de reais à sua construção e tecnologia.

Quadro 12 – Fatos históricos sobre o SBT– Anos 20007

2000 Mauro Lissoni substitui Luciano Callegari e é o novo diretor de programação do SBT.

(FSP/TVFolha – 28/07/02).

2001 O SBT reativa seu núcleo de telenovelas firmando parceria com a mexicana Televisa. Pelo

acordo firmado entre as emissoras, o SBT tem cinco anos para usar os textos das telenovelas

da Televisa. A primeira delas é a “Pícara Sonhadora”, que estreou em agosto. (Estadão –

6 As informações dos quadros sobre o SBT foram retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:<http://

www.tudosobretv .com.br/histortv/historbr.htm> Acesso em 29.abr2015. 7 As tabelas trazem informações retiradas do site A Tevê. Disponível em: <https://ateve.files.wordpress. com/

2008/04/cronologia-sbt.pdf> Acesso em 20.mai2015.

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21/01/02).

O SBT estreia no domingo, dia 28, “Casa dos Artistas”, reality show com a participação de

famosos. (Babado – 29/10/02).

2002 A boa audiência das telenovelas adaptadas de textos mexicanos faz com que Silvio Santos

considere a ideia de renovar a parceria com a Televisa por mais cinco anos e manter o horário

das 20h para tramas adultas. O SBT também pensa em reservar o horário das 18h para tramas

infantis (considera que esta audiência é importante para a emissora). (Estadão – 21/01/02).

2003 Em 2003 o SBT registrou um prejuízo de R$ 33,6 milhões, devido à queda do faturamento e

do aumento de custos da emissora e também da grande perda de audiência que o SBT sofria

desde 2001, além do prejuízo, o SBT teve que economizar cerca de R$ 100 milhões e ainda

demitiu cerca de 400 pessoas.

2004 Adriane Galisteu estreou no comando do Charme que tinha formato de game show interativo

nas tardes da emissora. No mesmo ano, a jornalista Regina Volpato também estreou nas tardes

da emissora no comando do Casos de Família e Mônica Waldvogel estreou o talk-show Dois a

Um.

2005 Ana Paula Padrão estreia depois de uma grande negociação o telejornal SBT Brasil retomando

os investimentos na área de jornalismo que já havia sido extinto 7 anos antes e que nesse

período se restringia a dois telejornais.

2006 Silvio Santos extingue a assessoria de imprensa da emissora, deixando jornais e revistas sem a

grade de programação do canal. Isto, combinado com as muitas alterações de última hora

determinadas pelo empresário, deixa atordoados os próprios funcionários da emissora.

2007 Em dezembro, o SBT perde a condição de vice-líder de audiência nacional para a Rede

Record.

2008 Em 9 de junho, inicia a exibição da novela Pantanal, da extinta Rede Manchete, depois de

quase 10 anos da última reprise da extinta rede, foi comprada e reprisada integralmente pelo

SBT que termina em janeiro de 2009.

Em 29 de junho, o SBT anuncia que Silvio Santos Volta a apresentar o Programa Silvio

Santos, agora reformulado e remodelado, com mais de 4 horas de duração. os antigos e novos

quadros São as novidades.

2009 Em 2 de dezembro morre o locutor Lombardi, voz dos programas de Silvio Santos.

2010 No dia 5 de maio, o SBT anuncia a contratação da jornalista Marília Gabriela, para apresentar

novamente o talk-show De Frente com Gabi aos domingos. No dia 19 de agosto, o SBT

completa 29 Anos no ar, estreando nova vinheta e gráficos.

2011 No dia 7 de maio, estreia o Festival SBT 30 Anos. O Festival, é um especial para comemorar o

aniversário da emissora, que ocorrerá em 19 de agosto. O especial mostra os principais

programas que marcaram toda a trajetória da emissora, cenas e reportagens que fizeram

história em mais de 3 décadas no ar. A atração é comandada por Patrícia Abravanel, filha de

Silvio Santos. A emissora foi a única que mais cresceu em 2011 em audiência porém ficando

em terceiro lugar com 5,7 de média atrás da Record que fechou com 7,2 em SP.No PNT a

mesma coisa só que com uma diferença maior entre as duas redes.

2012 No dia 27 de dezembro a emissora publicou em diversos jornais e revistas um anuncio

ressaltando as conquistas do ano como a retomada da vice-liderança provocando a TV Record.

2013 Em 13 de novembro,os diretores do SBT e das redes Record,Bandeirantes e Rede TV

assinaram contrato com o GFK,instituto alemão que irá medir a audiência da tv aberta no

Brasil que vai concorrer com o Ibope.

2014 Em 6 de janeiro, passou a ser veiculados os episódios inéditos de Chaves (que retorna aos fins

de tarde), identificados com o selo "EI".

2015 Em 29 de Março, o Programa Eliana passa a ser transmitido AO VIVO e o Programa Silvio

Santos passa ser transmitido em HD.

1.7 Horário Nobre

O termo horário nobre é o objeto de estudo deste Trabalho de Conclusão de Curso,

como foi citado anteriormente. Porém ao consultar as obras para este projeto, raras foram

citações sobre definição do termo Horário Nobre, e quando encontradas, tratavam do tema

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sem aprofundamento, apenas superficialmente, apenas citando-o em função de outros

assuntos. A técnica da entrevista utilizada para captar as imagens e áudio do documentário,

produto audiovisual resultante deste TCC, foi também importante para conseguir a definição

sobre esse termo.

1.7.1 Definição

A primeira referência encontrada sobre o termo, sem contextualização ou qualquer

definição, pode ser vista na citação de Brandão (2010, p. 42): “O espetáculo teleteatral

começava na escolha de um bom repertório, principalmente aqueles programas que iriam ao

ar no “horário nobre”, como hoje, após o telejornal da noite.”

O termo Horário Nobre pode ser definido como uma faixa entre as demais dentro de

uma programação de determinada emissora de Teledifusão seja televisão, rádio e mais

ultimamente a internet. A característica mais eloquente e determinante do Horário Nobre é a

simbiose do tripé programação – audiência – publicidade. Em outros termos, Manoel Carlos8

define:

Alguns anos atrás considerava-se nobre na televisão o horário que começava às 19 e

estendia-se até às 22 horas. Atualmente, esse tempo é medido das 18 horas à meia-noite. É

quando o espaço comercial é mais caro e, consequentemente, os programas considerados mais

importantes são apresentados. É também onde se encontra o nicho que abriga a

teledramaturgia.

O espaço comercial caro significa que o horário da inserção comercial vendido para os

anunciantes é relativamente alto, quando comparado ao custo de veiculação em outro meio de

comunicação. E no caso do horário nobre, o período é mais valorizado comercialmente

quando relacionado aos demais horários de uma grade de programação televisiva.

O jornalista, pesquisador e professor universitário da Unesp/Bauru, Francisco

Machado Filho discorreu sobre o conceito de Horário Nobre em entrevista realizada no dia 16

de setembro de 2015:

O horário nobre tem uma definição que não é uma coisa estipulada e determinada

“vamos criar o horário nobre, e esse será o horário nobre”. Isso vem do próprio

modelo de negócio de televisão, quando foi instituído lá em 1930, desde quando a

televisão foi inventada. E ela foi adaptada à cada sociedade. Então cada sociedade

começou a ter o seu horário nobre, que na verdade significa maior quantidade de

pessoas assistindo a televisão. Como a televisão foi criada em um modelo para

8 Crônica “Horário Nobre”. .Disponível em <http://vejario.abril.com.br/blog/manoel-carlos/cronica-da-semana

/horario-nobre.>Acesso em 05mai2015.

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atender uma sociedade industrial e capitalista nos Estados Unidos, o nosso modelo

copiou os Estados Unidos, ele vai muito em função da dinâmica da cidade, da

dinâmica da indústria naquela época. Então, quando a maior quantidade de pessoas

voltava do trabalho no horário das 6h da tarde e das 7h da noite e cansadas queriam

ficar em casa descansando e assistindo televisão. Então, o horário nobre foi

estendido no horário em que as pessoas estavam em casa, a maior quantidade de

pessoas em casa assistindo televisão. E esse horário compreendia naquela época de

6h da tarde às 10h da noite, 11 da noite. Com a mudança e transformação da

sociedade esse horário foi se ampliando e hoje ele é considerado de 6h da tarde a

meia-noite porque a maior quantidade de pessoas está em casa, estão chegando da

escola, da faculdade.

Machado (2015) afirmou ainda que o horário nobre deveria respeitar os aspectos

regionais de cada localidade, devido ao seu caráter de importância na escolha do programa

que vai ser exibido. No entanto, não é isso que ocorre segundo o pesquisador.

Então essa dinâmica do horário nobre é trabalhada de uma forma geral e do ponto de

vista comercial mal trabalhada por que não respeita, ela está presa ainda a era

industrial e não representa a configuração de cada cidade, de cada região que ela está.

Deveria se ter um horário nobre específico para cada região, mas infelizmente não é

isso que acontece por que nós temos uma dinâmica de rede, e as redes é que

determinam esse horário nobre.

Outros especialistas também entrevistados para o documentário definiram o Horário

Nobre de forma muito parecida com Machado (2015).

Elmo Francfort9, coordenador do Centro de Memória do Museu Pró-TV, diz que o

horário nobre na televisão vai muito além do que ocorre no Brasil, atribuindo a uma tradição

norte-americana:

O horário nobre ele é muito além da TV, porque isso é uma tradição norte americana,

mas isso ela vem ainda da época do rádio, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

É o horário onde as pessoas estão mais em casa, é o horário considerado nobre

porque é um horário onde você tem maior número de pessoas assistindo ou no caso

do rádio, ouvindo.

O pesquisador da área de Comunicação e professor universitário da USP/São Paulo,

Eugênio Bucci10

, não quis definir o termo dentro da área de pesquisa, mas como uma

expressão de mercado, já que não se tem, até o momento, estudos acadêmicos sobre o assunto.

.

Olha, eu não defino como pesquisador da área de comunicação. Esse horário nobre,

“prime time”, é uma coisa que vem, uma cultura da indústria da comunicação pra

designar a “creme de la creme”, a cereja do bolo, é, a parte mais nobre da carne. O

termo nobre também é ruim, por que. Mas assim, no fim, é o que custa mais caro.

Então, o horário nobre designa aquela faixa em que a inserção comercial é mais cara,

9 FRANCFORT, Elmo. Entrevista realizada em 06 de outubro de 2015.

10 BUCCI, Eugênio. Entrevista realizada em 05 de outubro de 2015.

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por que, ali estariam os ouvintes os telespectadores mais interessantes para os

anunciantes. Trata-se de um conceito da indústria e um conceito comercial, não tem

nada a ver com ciências da comunicação. A gente lida com isso como um dado do

nosso objeto, mas são eles que definem.

Bucci (2015) acredita que a denominação Horário Nobre tenha sido criada

exclusivamente para contemplar as necessidades mercadológicas. "Pra haver uma

diferenciação de tabela de preços, é apenas uma questão, é, como você comprar um ingresso

pra um jogo de futebol e sentar na cadeira melhor, ou viajar na classe executiva. É uma

questão de mercado isso aí".

1.7.2 Características

O gênero bem como conteúdo e o formato dos programas exibidos na faixa do Horário

Nobre são características contundentes e figuram como elementos determinantes da sua

identidade. Os telejornais e a teledramaturgia, conforme citação do autor de novelas Manuel

Carlos anteriormente, são típicos da faixa nobre e formam a “comissão de frente” econômico-

ideológica da emissora.

A audiência é um dos elementos obrigatórios desta faixa de horário da programação

televisiva. Audiência refere-se ao público que assiste a determinado programa. Conforme

definição de Eugênio Bucci (2015):

O termo audiência, até no inglês, que a palavra é praticamente a mesma, ele tem

algumas sutilezas que nós precisamos levar em conta. A audiência pode ser o nome

do público que está ligado naquele programa ou naquele horário. E quando se fala

em público, supõe-se a existência de uma espécie de senso crítico, de autonomia

conceitual. O público pode designar, dependendo da escola, dependendo da tradição

teórica que a gente esteja se referindo, o público designa uma audiência mais crítica.

Dizem que algumas características da indústria cultural ou dos meios de

comunicação de massa foi exatamente transformar o público em massa, e aí se

entende como massa uma grande concentração de telespectadores, uma multidão

como ouvinte, como audiência, mas desprovida das condições de fazer a crítica

daquilo a que está tendo acesso, não haveria interlocução crítica da massa com os

meios, mas há uma interlocução crítica entre o público e os jornais. E a audiência é o

nome que o mercado adota pra se referir às pessoas que assistem ou que consomem

ou que interagem com determinada programação, e ela pode ser quantificada e pode

ser descrita em termos de qualidade, de composição, composição de classe social, aí

outro vocabulário complicado, por que classe social nesse universo não tem nada a

ver com o conceito sociológico.

Observa-se então que o público é fator imprescindível na determinação dos programas

“nobres”, e quanto a maior audiência, mais evidência tem o programa e mais nobre

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(economicamente valioso) será o seu período. O número de telespectadores de diferentes

perfis é maior em determinado horário do dia (ao fim do dia), fato relacionado ao fim da

jornada de trabalho e aos hábitos da população brasileira. Desta forma, o Horário Nobre

ocupa o horário do dia em que o maior número de pessoas está assistindo com maior atenção

a programação (jornalismo, novela, entretenimento), sintetizado e plasticamente representado

na tradicional e arquetípica ilustração da família reunida na sala ao redor da televisão.

Assim também, no horário nobre, os programas não se limitam a uma faixa de

horário fixa e “enjaulada” pelo relógio, refém do cronômetro. Ao contrário, eles podem durar

mais tempo, começar um pouco antes ou um pouco depois do “horário oficial” de início,

adiantando a faixa nobre ou estendendo-a durante a madrugada do dia seguinte.

Os programas da Rede Globo exemplificam este fato: o horário do Jornal Nacional

pode variar, a novela pode se estender além do horário e os programas de entrevistas como o

Programa do Jô que começam após a meia-noite prolongam a faixa considerado no horário

nobre.

Outro fator relevante, que caracteriza o horário nobre segundo os especialistas

entrevistados para este estudo, é a fórmula que se constitui dentro do horário nobre. Essa

fórmula contempla a exibição de um misto de gêneros televisivos, ou seja, dentro do período

são transmitidos geralmente numa sequencia padronizada: primeiro uma telenovela, seguida

por um telejornal regional, seguido novamente por uma telenovela, que por sua vez é seguida

por um telejornal de âmbito nacional, e na sequencia, uma telenovela. Esse padrão pode ser

observado não só no Brasil, mas também em outros países. O que remete a outra característica

do horário nobre, a utilização da credibilidade da informação como forma de sustentar a

qualidade dos demais programas exibidos.

A propaganda comercial apoia-se na credibilidade do jornalismo para ser anunciada

nos meios de comunicação. Ocorre que as agências de publicidade selecionam os horários de

maior audiência nos meios - horário nobre - para comprar os espaços dos anunciantes para os

quais elas produzem os comerciais. Neste contexto, observa-se que se o programa jornalístico

tiver credibilidade junto ao público, os anúncios deverão ser transmitidos neste período para

atingir esse público consumidor do produto divulgado. (MOURA, 2015)11

11 MOURA, Melissa Carolina de Moura. Entrevista realizada em 27 de abril de 2015.

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O empresário da área de gestão de audiência e, também anunciante, Raphael Klein12

compara a dimensão que o horário tem na TV com o número de páginas de um conteúdo

impresso e o horário que define a nobre programação de acordo com ele, discorrendo assim

sobre a importância do horário nobre para os anunciantes.

“Ao longo do último século os veículos de comunicação criaram um inventário rico e

diversificado composto por uma multiplicidade de tamanhos, formatos e no caso da mídia

eletrônica, como rádio e TV, também adicione a dimensão “horário”. Se em um veículo

impresso, as quartas-páginas e páginas ímpares, especialmente nas edições dominicais

compõem o inventário nobre, na TV e no rádio é o horário do programa de maior audiência

que determina a nobreza do espaço. Na disputa por esses espaços privilegiados, anunciantes

como eu disputam continuamente, e estamos dispostos a pagar preços premium por eles”.

Transmitir anúncios publicitários de produtos e serviços para uma grande massa

heterogênea de consumidores atentos e disponíveis diante do aparelho de TV ou o público-

alvo da marca, principalmente quanto esse é o objetivo de comunicação dos anunciantes,

caracteriza um dos principais elementos do Horário Nobre. Mais gente assistindo um ou mais

programas num determinado horário é o momento e a oportunidade do anunciante buscar

atingir seu público consumidor, mostrar seu produto/serviço para um número maior número

de pessoas, audiência, no instante em que seus pretensos consumidores estão mais disponíveis

para escutar e absorver seus argumentos e gerar a maior lucratividade da emissora, que vende

o tempo e o espaço da publicidade nos intervalos comerciais a preço de "ouro".

Rabaça e Barbosa (1987, p. 486) definem público-alvo: “[...] parcela da população a

qual é dirigida a mensagem. Segmento do público que se pretende atingir e sensibilizar com

uma campanha, um anúncio, uma notícia, etc.” No caso da televisão, o público-alvo pode ser

chamado de um conjunto de telespectadores.

A qualidade da TV também é uma característica do horário nobre. Por ser um espaço

comercializado com grande valor mercadológico, a crítica sobre a qualidade do conteúdo

exibido é ainda maior por parte dos especialistas e do próprio público, quando este é ouvido.

O documentário produzido neste trabalho de conclusão de curso apresenta o que os

especialistas definem como qualidade televisiva.

12 KLEIN, Raphael. Do horário nobre a audiência nobre. Publicada em 13/05/2015.

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II – SUPORTE MIDIÁTICO

2.1 Gêneros Televisivos

Para compreender a definição de gêneros televisivos, recorreu-se ao pesquisador José

Carlos Arounchi de Souza (2004), um dos únicos no Brasil a classificar a televisão. Antes

dele, Marques de Melo categorizou os gêneros jornalísticos na Folha de S. Paulo.

Souza (2004, p. 41) discorre trazendo a “definição epistemológica de gênero” citando

o dicionário Aurélio que: “[...] apresenta definições [...] identificam „gênero‟ como: conjunto

de espécie que apresentam certo número de caracteres comuns convencionalmente

estabelecidos.” Esse autor relaciona essas definições aos tipos de programas de televisão,

tornando possível uma classificação:

Qualquer agrupamento de indivíduos, objetos, fatos, ideias, com caracteres comuns.

Classe ou categoria de assunto ou da técnica. O que distingue as obras de uma época

ou de uma escola. Nessa identificação, pode-se assimilar o principal de que os

programas de televisão formam um “conjunto de espécies que apresentam certos

números de caracteres comuns”, tal como aponta o dicionário na descrição

epistemológica de gênero.

Ellmore apud Souza (2004) apresenta sua definição especializada de gênero nos

meios de comunicação: “Grupo distinto ou tipo de filme e programa de televisão,

categorizados por estilo, forma, proposta e outros aspectos. Os exemplos abrangem faroeste,

gangster, documentário, comédia e novela.”

O ideal de se tentar classificar os gêneros televisivos já se caracteriza numa

padronização de definições de elementos visíveis e característicos da chamada indústria

cultural conforme afirma Souza (2004, p. 49): “Por outro lado, é importante enfatizar que, se a

televisão é considerada parte da indústria cultural, com respeito às novelas e outros

programas podemos encontrar algumas contradições”.

Embora contradições sejam citadas pelo autor, não impossibilitam a categorização dos

gêneros e formatos na TV brasileira.

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2.2 Formatos Televisivos

Segundo Aronchi (2004, p. 92), a programação pode ser dividida em cinco categorias

básicas: entretenimento, informação, educação, publicidade e outros. Dentro de cada categoria,

são subdivididos os gêneros, e dentre destes estão os formatos. O autor utiliza como base para

elaboração de um quadro com as respectivas categorias, as classificações publicadas em

jornais como O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo e nas revistas Veja, Isto É e Época,

além dos boletins de programações das emissoras de TV.

A seguir a tabela 5 apresenta a classificação definida por Souza (2004):

Tabela 5 – Classificação das Categorias e Gêneros televisivos

CATEGORIA GÊNERO

Entretenimento

Auditório – colunismo social – culinário – desenho animado – docudrama –

esportivo – filme – game show (competição) – humorístico – infantil – interativo

– musical – novela – Quiz show (perguntas e respostas) – reality show (TV-

realidade) – Talk-show – teledramaturgia (ficção) – variedades – Western

(faroeste)

Informação Debate – documentário – entrevista – telejornal

Educação Educativo – instrutivo

Publicidade Chamada – filme comercial – politico – sorteio – telecompra

Outros Especial – eventos – religiosos

Ao classificar a TV no Brasil, Souza (2004) propõe que algumas categorias e gêneros

misturem-se na sua concepção e formato, como por exemplo, o programa jornalístico, que

pode além de informar, entreter. O autor define formato de duas formas, aquele que determina

o tempo e forma como o produto audiovisual é transmitido, ou formato enquanto padrão

técnico de linguagem.

Desta maneira, os formatos televisivos multiplicam-se, ficando quase impossível de

determinar um número exato deles. Neste Projeto Experimental, o termo formato vai ser

utilizado das duas maneiras.

2.3 Linguagem Televisiva

O termo linguagem é de ampla aplicação e discussão, no que se refere a sua definição

mais ou menos ortodoxa, tanto no estudo da comunicação em geral, como no estudo da

televisão. A linguagem televisiva, marcante e bem característica dentro do meio audiovisual,

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tem por objetivo formar uma sincronia entre imagem e áudio, resultando num produto

audiovisual.

Segundo Cátia Harriman e Luiz Claudio de Mello Braga, em conteúdo do curso online

sobre TV e vídeo, disponibilizado no site Webeduc, do Ministério da Educação – Secretaria

de Educação a Distância13

muitos autores identificam a linguagem audiovisual com a verbo-

icônica, preferindo até utilizar este termo ao invés daquele.

A linguagem verbo-icônica é aquela que se utiliza de palavras e de imagens e se

refere aos meios audiovisuais na medida em que estes transmitem sua mensagem

através de sons e de imagens. Aqui, as mensagens verbais podem ser sonoras e

visuais, assim como as mensagens não-verbais podem ser, igualmente, sonoras e

visuais. Estes dois elementos, som e imagem, completam-se. E tal interação

constitui a própria mensagem.

Além dessa definição generalista, há outros autores que determinam que a linguagem

televisiva também pode ser definida de forma mais técnica, e essa forma é mais utilizada

pelos meios de comunicação. Considera-se a linguagem televisiva ou audiovisual como o

conjunto de planos e enquadramentos, seqüências, movimentos e angulações de câmera, além

de elementos como tempo e iluminação.

A linguagem televisiva pode ser então analisada de várias formas, e tem grande

importância, não só do ponto de vista do produtor, aquele que desenvolve o produto

audiovisual, como também do ponto de vista do telespectador. Para isso, ocorre a necessidade

da compreensão das mudanças dos padrões de produção do mercado televisivo ao longo do

tempo até o presente momento e principalmente para a análise dos efeitos dessa linguagem

sobre o público telespectador bem como a evolução desse público em matéria de hábitos e

preferência de consumo.

2.3.1 Texto Televisivo

Em televisão, o estilo do texto segue um padrão mais coloquial e menos ortodoxo, em

outras palavras, o texto televisivo é simples e feito para ser falado e de fácil compreensão.

A escrita em TV, além de simples, deve ser clara, precisa, objetiva e concisa, com

frases curtas, que exprimam uma só ideia ou ação de cada vez.

13 Curso Online sobre TV e Vídeo, disponibilizado pelo Ministério da Educação, Secretaria de Educação a

Distância. <http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/tv/tv_basico/ p_05.htm> Acesso em 25ago2015.

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Conforme citado anteriormente, o texto televisivo deve ter uma unidade de sincronia

entre a imagem e o áudio. Esse áudio pode ser um texto falado, cantado. E a imagem pode

trazer o texto como imagem, ou seja, a legenda intitulada em TV como lettering ou GC, é

considerado imagem. Assim, a linguagem televisiva é esquematizada como um roteiro, e esse

roteiro é a narrativa audiovisual. Na hora de pensar em um roteiro, em um texto para a TV,

deve-se levar em conta a fórmula: Imagem (Foto, vídeos) + texto narrativo (descrição

conotativa daquilo que a imagem ou imagens mostram) + dados informativos, ou não.

2.3.2 Movimentos de Câmera

Um dos componentes mais importantes de um vídeo é o movimento, que pode

acontecer dentro do quadro (as pessoas e as coisas se deslocam) ou pelo deslocamento da

própria câmera. Os movimentos de câmera podem trazer significados diferentes dependendo

do objetivo da narrativa.

Dentre os movimentos, os mais utilizados são: Panorâmica – movimento da câmera da

direita para a esquerda ou vice-versa, Tilt – movimento da câmera de cima para baixo e de

baixo para cima – é a panorâmica vertical, Chicote – movimento na diagonal, de cima para

baixo ou de baixo para cima, Subjetiva – quando a câmera anda junto com o captador da

imagem.

Vale ressaltar que os movimentos de câmera podem ser feitos no processo de pós-

produção, por meio de softwares de edição.

2.3.3 Planos e Enquadramentos

Na linguagem cinematográfica as noções de enquadramento são as mais importantes.

Em suma, enquadrar é decidir aquilo que faz parte do vídeo em cada momento de sua

produção. Enquadrar também pode ser definido como a forma que a pessoa que assiste ao

vídeo e percebe o mundo que foi criado.

São diversos os planos e enquadramentos televisivos, aqui serão citados os mais

utilizados: Plano Americano, Plano Médio, Plano Geral, Grande Plano, Primeiro Plano, Close,

Plano Detalhe e Plano de Conjunto.

O plano americano traz o enquadramento da pessoa a considerar até a parte que

antecede o joelho do corpo, ou até o bolso de uma calça tradicional. Foi originado nos filmes

norte-americanos de faroeste.

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O plano geral é aquele que contempla todo o corpo no enquadramento. E o grande

plano trabalha o corpo todo mais o cenário de fundo.

O Plano médio é muito utilizado no Jornalismo diário e nos documentários. Mostra a

pessoa da cintura para cima, conforme ilustra a figura logo a seguir.

O close e o plano detalhe são aqueles que trabalham os enquadramentos mais

próximos, ou seja, o close deve mostrar o rosto de uma pessoa, e o detalhe mostra o nariz, ou

um objeto, quando a pessoa não for o referencial.

O plano de conjunto é aquele que mostra duas ou mais pessoas no enquadramento da

cena. E o primeiro plano pode ser entendido como uma imagem em destaque numa cena ou

então um enquadramento muito próximo, quando o referencial é o ser humano.

A ilustração 4 a seguir apresenta uma síntese dos planos televisivos para exemplificar

como são tendo como referência o enquadramento de uma pessoa.

Ilustração 4 - Síntese dos Planos Televisivos

2.4 Linguagem Jornalística

A linguagem presente nos telejornais brasileiros é cada vez mais próxima ao cotidiano

de seu telespectador. De forma coloquial a teoria criada para o discurso é a de um falso

diálogo entre os jornalistas e o público que assiste. “Na televisão, não dá pra voltar atrás e ler

de novo ou ouvir de novo. É importante que o texto seja claro, direto, simples, enfim, tenha as

características da linguagem coloquial para aproximar-se do público. O locutor conversa com

o telespectador.” Esse trecho foi retirado da introdução do Manual de Telejornalismo da Rede

Globo.

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2.4.1 Texto Telejornalístico

No que tange ao texto jornalístico para a televisão, soma-se ao que fora dito no tópico

anterior o fato de que a reportagem para TV deve unir três elementos fundamentais para que o

fato noticiado alcance audiência (atenção) dos telespectadores: deve ter uma linguagem

atraente, deve ser significativa e interessante. Segundo os autores Carvalho, Diamante,

Bruniera, Utsch (2010, p. 31) uma linguagem atraente pode ser a diferença entre o espectador

acompanhar ou não a reportagem que está sendo apresentada. “Lembremos, que um dos

papeis do jornalista, é transformar aquilo que é significativo, em interessante. „Significativo‟ é

aquilo com relevância jornalística, importante para a sociedade. E „interessante‟ é o que atrai

o espectador”.

O texto jornalístico deve ser de fácil e imediata compreensão, pois o espectador não

pode voltar atrás para escutar novamente alguma passagem ambígua ou com informações

pormenorizadas e específicas demais, assim sendo, de difícil assimilação. O texto, portanto,

deve transmitir ao espectador a notícia o mais processada possível.

Esses autores (2010, p. 50) discorrem sobre o texto telejornalístico que deve ser

entregue ao telespectador de forma “Mastigada”. “Devemos entregar para o telespectador

tudo mastigado. Ele não tem a obrigação de conhecer detalhes de geografia e história, nem

tampouco de fazer cálculos. Muitas vezes é melhor dizermos „seis em cada dez pacientes [...]‟

e não „61% dos pacientes [...]‟.” Os autores dizem ainda que a técnica de arredondar números

também pode facilitar a compreensão.

João Elias da Cruz Neto (2008, p. 48) afirma que ao fazer o texto para uma reportagem

televisiva, deve-se levar em conta que o texto será acompanhado de imagens. É preciso

atenção para não ser redundante. “As imagens, por si sós, já trazem significação e o texto não

deve, de maneira nenhuma, descrever o que a imagem já mostra, mas deve explicá-la”.

Quanto mais simples e direto, mais próximo de uma conversa entre amigos, um

diálogo claro e esclarecedor, melhor o texto telejornalístico e assim alcançará seu objetivo

maior: informar de forma rápida clara, concisa e abrangente, colocando o telespectador como

que no meio do fato, dentro da situação, como se ele estivesse presente ali.

2.5 Documentário sobre o Horário Nobre

Muitas definições podem ser obtidas sobre o formato documentário. Todas abordam

que o conteúdo deve trazer a apresentação contextualizada da realidade dos fatos. Neste

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sentido podem ser encontrados documentários diversos tratando de temáticas factuais ou não,

mas que demandam da veracidade dos fatos narrada ou não pelos protagonistas da história.

O jornalista Luis Nassif 14

ao discorrer sobre a nova linguagem do jornalismo cita o

termo documentarismo:

A nova linguagem não deve ser vista como mera questão de acabamento, mas de

uma mudança radical na estética, no discurso e no modo de fazer jornalismo.

Representa um retorno ao documentarismo de velhos tempos, nos quais o ponto

central era a notícia crua, sem o chantilly do roteiro prévio, dos personagens

ensaiados.

Neste contexto, o documentário sobre o Horário Nobre, desenvolvido como produto

audiovisual resultante deste Trabalho de Conclusão de Curso, busca a partir da opinião de

especialistas sobre comunicação, televisão e jornalismo a construção da narrativa do vídeo.

Outra definição de documentário que subsidiou a produção desse sobre o Horário

Nobre, pode ser encontrada em publicação da revista PJBr15

da USP (Universidade de São

Paulo):

[...] o documentário é o formato de produção audiovisual que lida com a verdade,

mostra fatos reais ou não imaginários, o que normalmente chamamos de "não-

ficção". Aborda um tema ou assunto em profundidade a partir da seleção de alguns

aspectos e representações auditivas e visuais. Para eleger um tema é preciso pensar

sobre a sua importância na história, social, política, cultural, científica ou econômica.

Além disso, não devemos esquecer que o documentário pode reconstituir ou analisar

assuntos contemporâneos de nosso mundo histórico vistos por uma perspectiva

crítica.

Tendo em vista a amplitude de informações e diversidade de narrativa que pode

estruturar um documentário, foi escolhido este formato para tratar o Horário Nobre da

Televisão Brasileira no século XXI. Vale ressaltar que a escolha do tema baseou-se no

ineditismo do assunto somado ao gosto que esses pesquisadores têm pela mídia televisão.

Acreditando também que este conteúdo auxiliará a subsidiar novos estudos acerca do tema,

mais opiniões de especialistas da área e das pesquisas afim de compreender os padrões e

características das programações apresentadas nos horários mais assistidos pelos brasileiros

nas principais emissoras de TV abertas: Globo, Record e SBT.

14 Texto sobre a nova linguagem do jornalismo. Disponível em: < http://jornalggn.com.br/noticia/a-nova-

linguagem-do-jornalismo-0 > Acesso em 07 ago2015. 15

Revista PJ:Br. banco de dados. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/pjbr/arquivos/ensaios7_d.htm>.

Acesso em: 01 agosto 2015

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III – NO AR: FAIXA NOBRE

3.1 Elaboração do documentário

O documentário intitulado No Ar: Faixa Nobre, resultante deste Trabalho de

Conclusão de Curso, foi elaborado considerando as três etapas básicas de construção de um

produto audiovisual:

1ª Etapa – Fundamentação teórica sobre o assunto. Com base na pesquisa

bibliográfica em livros e artigos teve início a redação dos capítulos do relatório técnico, os

contatos com possíveis entrevistados, para depois ser conduzida a elaboração de pautas para a

gravação dos depoimentos, que subsidiaram não só o relatório como também o vídeo.

2ª Etapa – Durante a fundamentação teórica (1º e 2º capítulos) deu-se início às

gravações das entrevistas com os especialistas sobre o tema. Com as entrevistas “em mãos”,

começou o trabalho de decupagem – transcrição das imagens e falas dos entrevistados com a

anotação do tempo – para assim desenvolver o pré-roteiro; nesta etapa também foi feita uma

pesquisa documental em sites para resgatar vídeos que ilustrariam as falas e a narrativa do

documentário.

3ª Etapa – Com o pré-roteiro foi realizada uma pré-edição, neste momento a edição de

texto teve que considerar os pontos mais importantes e que responderiam ao objetivo do tema

do projeto num tempo de 30 minutos – tempo previsto pelo Regulamento dos Projetos

Experimentais em Jornalismo do Centro Universitário Toledo. Simultaneamente à edição do

documentário, foi redigido o terceiro capítulo deste relatório técnico, foi idealizada a

identidade visual do vídeo e ajustados os detalhes finais para a construção da vinheta. Por fim,

a pós-produção, ou seja, a finalização do projeto experimental.

3.1.1 Formato

O formato escolhido para o trabalho foi o documentário, tendo em vista a

multiplicidade de narrativas e o tipo de linguagem televisiva que pode ser trabalhada.

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A estrutura da narrativa neste documentário é conduzida pelos depoimentos dos

entrevistados a partir de núcleos temáticos, e ainda a inserção de imagens para ilustrar o vídeo.

O produto não tem intervalos e apresenta-se em uma única edição.

3.2 Periodicidade

A periodicidade deste documentário é única, pois trata-se de um documentário de

começo, meio e fim.

3.3 Tempo

O tempo de duração do documentário é de 30 minutos, tempo de um filme de média

metragem, de acordo com a classificação da Ancine.

3.4 Público-alvo

O público alvo deste documentário é a banca examinadora e toda a comunidade

acadêmica interessada no assunto e posteriormente, estudiosos e pesquisadores do tema.

3.5 Roteiro

O roteiro foi construído a partir do objetivo do projeto considerando as "falas" -

depoimentos - dos entrevistados como parte da narrativa. Sendo assim, o processo de

decupagem das entrevistas foi imprescindível para a elaboração do roteiro. A seguir a tabela 6

apresenta o roteiro do documentário No Ar: Faixa Nobre.

Tabela 6 - Roteiro Final do Documentário

IMAGEM SOM

FRANCISCO MACHADO

00:00:34-00:00:39

VT 1

FLÁVIO RICCO

00:00:22-00:00:32

VT 1

O HORÁRIO NOBRE TEM UMA DEFINIÇÃO

QUE NÃO É UMA COISA ESTIPULADA E

DETERMINADA/

ENTÃO É UMA COISA QUE SE CONSTITUIU

E QUE ACABOU PREVALECENDO NA

TELEVISÃO BRASILEIRA. ÉÉÉ É UMA

GRADE QUASE QUE IMBATÍVEL/

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56

RICARDO MONTEIRO

00:01:00

VT 1

ELMO FRANCFORT

00:00:06-00:00:10

VT 1

EUGÊNIO BUCCI

00:01:02-00:01:07

VT 1

VINHETA SBT

TRECHO DO VT INSTITUCIONAL

VINHETA GLOBO

TRECHO VT ARQUIVO N

VINHETA RECORD

TRECHO CÂMERA RECORD

FRANCISCO MACHADO

VT 4 - 00:00:16-00:00:25

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:05:26-00:05:34

ELMO FRANCFORT

VT 3 - 00:01:50-00:02:10

TRECHO CUMPLICES DE UM RESGATE

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:00:43-00:00:53

ELMO FRANKFORT

VT 3 - 00:00:08-00:00:21

ENTÃO ISSO É O QUE SE CHAMA DE PRIME

TIME/

O HORÁRIO NOBRE ELE É MUITO ALÉM DA

PROPRIA TV

TRATA-SE DE UM CONCEITO DA

INDÚSTRIA E UM CONCEITO COMERCIAL/

VINHETA SBT

VT SBT REPÓRTER SBT 30 ANOS- CÉSAR

FILHO

VINHETA INSTITUCIONAL GLOBO

VT ARQUIVO N LEILANE

VINHETA RECORD

VT CÂMERA RECORD MARCOS HUMMEL

VINHETA

NÓS TEMOS A QUALIDADE TÉCNICA, E AÍ

A TELEVISÃO BRASILEIRA É UMA DAS

MAIORES DO MUNDO EM RELAÇÃO A

ISSO, TANTO A RECORD, A GLOBO, SBT,

ELES FAZEM PROGRAMAS DE UMA

QUALIDADE TÉCNICA MUITO BOA/

A GLOBO. A GLOBO. A GLOBO É A

MELHOR TELEVISÃO DO BRASIL.

INCLUSIVE NO HORÁRIO NOBRE/

O SBT TÁ NUMA OUTRA VERTENTE. ISSO

EU ACHO INTERESSANTE PORQUE É UM

NOVO PANORAMA DA TV ABERTA

PORQUE ELA TÁ TENTANDO ENCONTRAR

NOVOS CAMINHOS. O SBT, A VERTENTE

DELA SÃO NOVELAS QUE NÃO É UM

PÚBLICO QUE NEM A GLOBO E NEM A

RECORD ESTÃO BUSCANDO, POR

EXEMPLO AS CRIANÇAS/

VOCÊ VERIFICA QUE O QUE NÓS TEMOS

ATUALMENTE É NOVELA BRIGANDO COM

NOVELA. A RECORD TÁ INDO MUITO BEM/

O HORÁRIO NOBRE ELE NÃO DÁ NEM PRA

VOCÊ DIZER UMA EMISSORA EM SI. DE

PRAXE A GENTE FALARIA QUE CONSEGUE

TER MAIS QUALIDADE E ATÉ MAIS

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57

ARTE HORÁRIO NOBRE

HORÁRIO NOBRE

FRANCISCO MACHADO

VT 2 - 00:00:14-00:00:46

VT CASAS BAHIA

VT COCA COLA

THE WALKING DEAD - FOX

RICARDO MONTEIRO

VT 1 - 00:01:03-00:01:30

ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:00:20-00:00:28

VT ASSISTINDO TV 1

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:00:11-00:01:01

TÉCNICA E ESTRUTURA QUE É A GLOBO/

ARTE HORÁRIO NOBRE – BG

VEM DA QUESTÃO DO MODELO DE

TELEVISÃO AMERICANA QUE É O PRIME

TIME, ENTÃO É O HORÁRIO MAIS CARO, É

O HORÁRIO PREMIUM, É O HORÁRIO QUE

TINHA MAIS CONDIÇÕES DE PESSOAS

ESTAREM DENTRO EM CASA ASSISTINDO

ENTÃO ELES CRIARAM ESSE TERMO COMO

NEGÓCIO, PRA VENDER PUBLICIDADE.

ENTÃO É O PRIME TIME QUE ATÉ HOJE É

UTILIZADO EM RELAÇÃO À AUDIÊNCIA

DA TEVÊ ABERTA, MAS MUITO UTILIZADO

TAMBÉM NA TEVÊ POR ASSINATURA, NA

TEVÊ PAGA, NÉ, QUE É ONDE AS SÉRIES

SÃO APRESENTADAS NAQUELE HORÁRIO,

O LANÇAMENTO DE SÉRIES SÃO SEMPRE

FEITAS NESSE HORÁRIO, ENTÃO SURGE

DESSE TERMO PRIME TIME.

DA MESMA FORMA QUE VOCÊ DEFINE

ISSO HOJE. ENTÃO O PICO ELE SE INICIA

HOJE POR VOLTA DE UMAS 8 HORAS DA

NOITE E ELE VAI ATÉ 1 HORA DA MANHÃ.

OFICIALMENTE CÊ TÁ FALANDO DAS 6H A

MEIA-NOITE. (...), MAS O PRIME TIME TÁ

MUDANDO, E LÓGICO QUE EXISTE UMA

DIFERENÇA ENTRE CAPITAIS E

INTERIORES, MAS OFICIALMENTE CÊ TÁ

FALANDO DE 6H A MEIA-NOITE, AHN...

AHN EFETIVAMENTE HOJE MAIS É ENTRE

8 E 1 HORA/

É O HORÁRIO ONDE AS PESSOAS ESTÃO

MAIS EM CASA, É O HORÁRIO

CONSIDERADO NOBRE PORQUE É UM

HORÁRIO ONDE VOCÊ TEM MAIOR

NÚMERO DE PESSOAS ASSISTINDO/

ESSE HORÁRIO NOBRE, “PRIME TIME”, É

UMA COISA QUE VEM, UMA CULTURA DA

INDÚSTRIA DA COMUNICAÇÃO PRA

DESIGNAR A “CREME DE LA CREME”, A

CEREJA DO BOLO, É, A PARTE MAIS NOBRE

DA CARNE/ O TERMO NOBRE TAMBÉM É

RUIM, POR QUE. MAS ASSIM, NO FIM, É O

QUE CUSTA MAIS CARO. ENTÃO, O

HORÁRIO NOBRE DESIGNA AQUELA FAIXA

EM QUE A INSERÇÃO COMERCIAL É MAIS

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FRANCISCO MACHADO

VT 1 - 00:00:42-00:01:51

VT ANTIGO TV AMERICANA

VT PESSOAS NO METRÔ

VT ASSISTINDO TV 2

RICARDO MONTEIRO

VT 3 - 00:00:11-00:00:22

FRANCISCO MACHADO

VT 1 - 00:02:09-00:02:12

CARA, POR QUE, ALI ESTARIAM OS

OUVINTES OS TELESPECTADORES MAIS

INTERESSANTES PARA OS ANUNCIANTES/

ISSO VEM DO PRÓPRIO MODELO DE

NEGÓCIO DE TELEVISÃO, QUANDO FOI

INSTITUÍDO LÁ EM 1930, DESDE QUANDO A

TELEVISÃO FOI INVENTADA. E ELA FOI

ADAPTADA À CADA SOCIEDADE. ENTÃO

CADA SOCIEDADE COMEÇOU A TER O SEU

HORÁRIO NOBRE, QUE NA VERDADE

SIGNIFICA MAIOR QUANTIDADE DE

PESSOAS ASSISTINDO A TELEVISÃO.

COMO A TELEVISÃO FOI CRIADA EM UM

MODELO PARA ATENDER UMA

SOCIEDADE INDUSTRIAL E CAPITALISTA

NOS ESTADOS UNIDOS, O NOSSO MODELO

COPIOU OS ESTADOS UNIDOS, ELE VAI

MUITO EM FUNÇÃO DA DINÂMICA DA

CIDADE, DA DINÂMICA DA INDÚSTRIA

NAQUELA ÉPOCA.

ENTÃO, QUANDO A MAIOR QUANTIDADE

DE PESSOAS VOLTAVA DO TRABALHO NO

HORÁRIO DAS 6H DA TARDE E DAS 7H DA

NOITE E CANSADAS QUERIAM FICAR EM

CASA DESCANSANDO E ASSISTINDO

TELEVISÃO. ENTÃO, O HORÁRIO NOBRE

FOI ESTENDIDO NO HORÁRIO EM QUE AS

PESSOAS ESTAVAM EM CASA, A MAIOR

QUANTIDADE DE PESSOAS EM CASA

ASSISTINDO TELEVISÃO. E ESSE HORÁRIO

COMPREENDIA NAQUELA ÉPOCA DE 6H

DA TARDE ÀS 10H DA NOITE, 11 DA NOITE.

COM A MUDANÇA E TRANSFORMAÇÃO DA

SOCIEDADE ESSE HORÁRIO FOI SE

AMPLIANDO E HOJE ELE É CONSIDERADO

DE 6H DA TARDE A MEIA-NOITE PORQUE A

MAIOR QUANTIDADE DE PESSOAS ESTÃO

EM CASA, ESTÃO CHEGANDO DA ESCOLA,

DA FACULDADE/

NÃO HÁ UM PÚBLICO TELESPECTADOR DO

HORÁRIO NOBRE DA TELEVISÃO

BRASILEIRA. O PÚBLICO QUE ASSISTE A

TELEVISÃO BRASILEIRA NO HORÁRIO

NOBRE ELE VARIA DEPENDENDO DO

CONTEÚDO QUE ELE TÁ ASSISTINDO/

A QUESTÃO DO HORÁRIO NOBRE É MUITO

CONDIZENTE COM A REALIDADE LOCAL

DE CADA SOCIEDADE.

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MGTV

SBT RIO GRANDE

PARÁ RECORD

FRANCISCO MACHADO

VT 6 - 00:04:27-00:04:46

VT AVENIDA BRASIL

VT GUGU

VT XUXA

FRANCISCO MACHADO

VT 6 - 00:05:46-00:06:06

VINHETA MANCHETE

VT PANTANAL - TRECHO

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:05:58-00:06:30

VT FRIBOI

VT OMO

VT TANG

ARTE – AUDIÊNCIA

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

DAS TRÊS, SE A GENTE COLOCAR GLOBO,

SBT E RECORD, EU ACHO QUE AS TRÊS

EXIBEM UM HORÁRIO NOBRE DE

QUALIDADE. A GLOBO TALVEZ EXIBA

UMA MELHOR NOVELA POR QUE ELA JÁ

TEM UMA EXPERIÊNCIA, UMA EXPERTISE

EM NOVELA, DE PRODUÇÃO, DE MAIS DE

QUARENTA ANOS E ISSO NÃO É DE SE

JOGAR FORA, MAS OS OUTROS

PROGRAMAS QUE SÃO APRESENTADOS

NESSE HORÁRIO NOBRE TAMBÉM SÃO DE

MUITA QUALIDADE TÉCNICA, NÃO VOU

ENTRAR NA QUESTÃO SE O GUGU OU A

XUXA TEM QUALIDADE DE

PROGRAMAÇÃO, MAS SÃO MUITO BEM

FEITOS. ENTÃO, ACREDITO QUE A NOSSA

TELEVISÃO NESSE QUESITO DE

QUALIDADE DE HORÁRIO NOBRE, NÓS

ESTAMOS MUITO À FRENTE DE VÁRIOS

OUTROS MERCADOS INTERNACIONAIS/

(...)PELA PRIMEIRA VEZ UMA

TELENOVELA DA GLOBO PERDEU PRA

RECORD NO HORÁRIO NOBRE, ISSO SÓ

HAVIA ACONTECIDO NA MANCHETE NA

DÉCADA DE OITENTA. ENTÃO EU ACHO

QUE A RECORD TEM CONDIÇÕES DE

EXPLORAR MELHOR AINDA ESSA

CONDIÇÃO E ESSE NICHO, MAS ELA

REALMENTE VIR DE FATO FAZER ISSO É

UMA OUTRA QUESTÃO.

É NO HORÁRIO NOBRE É QUE SE

CONCENTRA A MAIOR FATIA DO

MERCADO PUBLICITÁRIO, ALI É QUE

ESTÃO AS MELHORES VERBAS. O PREÇO

DO COMERCIAL NO HORÁRIO NOBRE ELE

É BEM DIFERENTE DO PREÇO DO

COMERCIAL EXIBIDO À TARDE E DE

MANHÃ. ENTÃO ISSO OBRIGA AS

EMISSORAS, TODAS ELAS,

INDEPENDENTEMENTE DE SER A

PRIMEIRA OU A ÚLTIMA COLOCADA A

CONCENTRAR MAIS AS SUAS ATENÇÕES E

MAIS DAS SUAS VERBAS DE PRODUÇÃO

NESSA FAIXA DA NOITE QUE É O PRIME

TIME.

BG

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60

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:01:44-00:04:40

VT PUBLICO CAMINHANDO

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:00:05-00:00:53

VT IBOPE

RICARDO MONTEIRO

VT 1 - 00:03:32-00:03:58

VT ASSISTINDO TV 3

O TERMO AUDIÊNCIA, É, ATÉ NO INGLÊS,

QUE A PALAVRA É PRATICAMENTE A

MESMA, ELE TEM ALGUMAS SUTILEZAS

QUE NÓS PRECISAMOS LEVAR EM CONTA.

A AUDIÊNCIA PODE SER O NOME DO

PUBLICO QUE ESTÁ LIGADO NAQUELE

PROGRAMA OU NAQUELE HORÁRIO. E

QUANDO SE FALA EM PÚBLICO, SUPÕE-SE

A EXISTÊNCIA DE UMA ESPÉCIE DE SENSO

CRÍTICO, DE AUTONOMIA CONCEITUAL. O

PÚBLICO PODE DESIGNAR, DEPENDENDO

DA ESCOLA, DEPENDENDO DA TRADIÇÃO

TEÓRICA QUE A GENTE ESTEJA SE

REFERINDO, O PÚBLICO DESIGNA UMA

AUDIÊNCIA MAIS CRÍTICA. DIZEM NÉ, QUE

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA

INDÚSTRIA CULTURAL OU DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO DE MASSA FOI

EXATAMENTE TRANSFORMAR O PÚBLICO

EM MASSA, E AÍ SE ENTENDE COMO

MASSA UMA GRANDE CONCENTRAÇÃO DE

TELESPECTADORES, UMA MULTIDÃO

COMO OUVINTE, COMO AUDIÊNCIA, MAS

DESPROVIDA DAS CONDIÇÕES DE FAZER A

CRÍTICA DAQUILO A QUE ESTÁ TENDO

ACESSO, NÃO HAVERIA INTERLOCUÇÃO

CRÍTICA DA MASSA COM OS MEIOS, MAS

HÁ UMA INTERLOCUÇÃO CRÍTICA ENTRE

O PÚBLICO E OS JORNAIS.

A AUDIÊNCIA NADA MAIS É DO QUE A

QUANTIDADE DE PESSOAS ASSISTINDO,

QUE ASSISTEM E CONSOMEM TELEVISÃO.

ESSA AUDIÊNCIA PODE SER SIMULTÂNEA,

OU ESSA AUDIÊNCIA PODE SER ESTIMADA

POR AMOSTRAGEM COMO É FEITA NO

IBOPE, COMO É FEITA NO PNT NACIONAL,

MAS É A QUANTIDADE DE PESSOAS QUE

ESTÃO ALI CONSUMINDO TELEVISÃO, E

QUANDO A GENTE FALA DE TELEVISÃO

ABERTA, SIMULTANEAMENTE.

AUDIÊNCIA É UMA REPRESENTAÇÃO DO

HÁBITO DE CONSUMO DE TELEVISÃO.

ISSO É A DEFINIÇÃO DE AUDIÊNCIA.

ENTÃO O QUE QUE É O HÁBITO DE

CONSUMO DE TELEVISÃO? PRIMEIRO

VOCÊ TER CERTEZA QUE A DISTRIBUIÇÃO

DA SUA MOSTRA ELA É COMPATÍVEL COM

A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO HOJE.

CLASSES SOCIAIS, FAIXAS ETÁRIAS,

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61

VT ANTENA

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:01:14-00:01:41

VT IBOPE

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:07:53-00:08:26

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:02:20-00:02:27

RICARDO MONTEIRO

VT 1 - 00:05:02-00:06:46

VT GfK

CHEFE DE FAMÍLIA, VETOR QUE ASSISTE,

SE É TELEVISÃO PAGA, SE É TELEVISÃO

ABERTA, SE É SATÉLITE.

NÓS TIVEMOS AÍ, ANOS E ANOS APENAS

UM INSTITUTO DE PESQUISA MEDINDO

ESSA AUDIÊNCIA QUE É O IBOPE, CHEIO

DE CRÍTICAS DA SUA METODOLOGIA POR

QUE ATÉ ENTÃO NÃO ERA NEM

DIVULGADA, E APENAS UM, UM ÚNICO

INSTITUTO VEICULANDO ESSES DADOS

QUE, QUE VALORIZAM, QUE DETERMINAM

O VALOR DOS COMERCIAIS GERA SEMPRE

MUITAS CRÍTICAS E MUITA

DESCONFIANÇA. POR CONTA DESSA NOVA

CONFIGURAÇÃO DA SOCIEDADE E ESSAS,

ESSES NOVOS APARELHOS, O IBOPE ESTÁ

SENDO OBRIGADO A MUDAR SUA

METODOLOGIA(...)

EU ACOMPANHEI AAA A IMPLANTAÇÃO

DO DATANEXOS NO SBT, ISSO NO FIM DA

DÉCADA DE 90 NO COMEÇO PARA A DE

2000 QUE FOI PELO, FOI UM PROJETO DO

ENGENHEIRO ALFONSO AURIN, O SILVIO

AUTORIZOU POR QUE HAVIA AQUELA

DESCONFIANÇA COM RELAÇÃO AO IBOPE

E TAL. QUANDO O DATANEXOS COMEÇOU

A FUNCIONAR, SE VERIFICOU QUE OS

NÚMEROS ERAM EXATAMENTE OS

MESMOS DO IBOPE.

OUTRO INSTITUTO DE PESQUISA ESTÁ

CHEGANDO NO BRASIL AGORA, QUE É O

GFK QUE É UM INSTITUTO ALEMÃO, QUE

VEM COM UMA METODOLOGIA

DIFERENTE/

NOSSA PLATAFORMA É ÚNICA, NÓS

TEMOS DOIS APARELHOS, UM QUE CHAMA

UMX E UM QUE CHAMA LOGGUER. O UMX

É UM POUCO MAIOR E É UM APARELHO

QUE PERMITE CONECTAR NELE UM BY

PASS DE OUTROS EQUIPAMENTOS. QUE

NEM VOCÊ TEM NO HOME THEATER UM

RECIVER QUE PASSAM OS SINAIS POR ELE,

PASSAM PELO NOSSO TAMBÉM MAS VÃO

EMBORA DO MESMO JEITO QUE

ENTRARAM PRA NÃO ATRAPALHAR.

ENTÃO ESSE DISPLAY É COMO SE FOSSE

UM PORTA RETRATO DIGITAL, ELE TEM

UMA TELA LCD COLORIDA E ELE MANDA

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EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:04:44-00:05:34

VINHETA /NBR/TV CULTURA

NAZARÉ – SENHORA DO

DESTINO

CARROSSEL

DEZ MANDAMENTOS

ARTE - A BUSCA INSANA POR AUDIÊNCIA

ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:00:37-00:00:58

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:05:43-00:06:06

VT ENCRENCA

MENSAGEM. ENTÃO QUANDO VOCÊ LIGA

O EQUIPAMENTO, A TELEVISÃO, O NOSSO

EQUIPAMENTO TEM UM SENSOR QUE

SABE QUANDO UMA TELEVISÃO TÁ

LIGADA/

É AHN.. E AÍ VAI APARECER UMA

MENSAGEM AQUI PEDINDO PARA O

MORADOR SE IDENTIFICAR.

UMA EMISSORA DE TV QUE NÃO TEM

AUDIÊNCIA MORRE, A NÃO SER QUE ELA

SEJA UMA EMISSORA PÚBLICA, QUE É O

QUE ACONTECE NO BRASIL. O ÚNICO

CASO DE EMISSORAS DE TELEVISÃO SEM

AUDIÊNCIA SÃO AS EMISSORAS PÚBLICAS

DO BRASIL QUE SÓ EXISTEM POR QUE

ARTIFICIALMENTE PÕE DINHEIRO LÁ. SEM

AUDIÊNCIA, SEM PÚBLICO VOCÊ NÃO TEM

A COMUNICAÇÃO, ENTÃO, QUAL A

IMPORTÂNCIA? A IMPORTÂNCIA DA

AUDIÊNCIA PRA UMA EMISSORA DE

TELEVISÃO OU PRA UMA EMISSORA DE

RÁDIO OU PRA UM PORTAL OU PRA UM

SITE, É COMO A IMPORTÂNCIA DA VIDA

PARA UM CORPO HUMANO, SE NÃO TEM

AUDIÊNCIA NÃO TEM VIDA ALI/

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

BG

A BUSCA PELA... PELA AUDIÊNCIA DAS

EMISSORAS, EU FALO QUE A GENTE

PRECISA REPENSAR ISSO... PORQUE ASSIM

A...ISSO JÁ TÁ COMEÇANDO A SER

REPENSADO POR CONTA DA MIGRAÇÃO

PROS OUTROS MEIOS, AS PESSOAS QUE

NÃO ASSISTEM MAIS A TELEVISÃO E

ESTÃO INDO PARA A INTERNET OU PRO

NETFLIX/

MAS AQUI É UM PONTO INTERESSANTE.

POR QUE MUITA GENTE FALA EU TENHO

QUE FAZER UMA COISA RUIM POR QUE SE

NÃO EU NÃO TENHO PÚBLICO.

NORMALMENTE NESSE CASO QUEM É

RUIM, ANTES DO PÚBLICO, É O

PROGRAMADOR, É O EDITOR, É O

RESPONSÁVEL POR AQUELA

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63

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:04:15-00:04:32

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:04:37-00:05:03

VT FUTEBOL

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:03:51-00:04:12

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:06:07-00:07:24

VT MULHERES APAIXONADAS – TÉO

VT PANICATS

VT- MULHERES APAIXONADAS – RAQUEL

VT-CELEBRIDADE

VT- CAMINHO DAS INDIAS

VT ESCRAVA ISAURA

VT VERDADES SECRETAS

PROGRAMAÇÃO/

É UMA QUESTÃO DE NÚMERO, QUANTO

MAIS GENTE EU TENHO ASSISTINDO A

PROGRAMAÇÃO, MAIS O MEU COMERCIAL

VALE, E NÃO IMPORTA, PRA MUITAS

PESSOAS, O QUE EU ESTOU

TRANSMITINDO, O QUE VALE É EU

CONSEGUIR MAIS PESSOAS FRENTE À

TELEVISÃO/

MAS ESSE PRESSUPOSTO DE QUE SÓ COISA

RUIM DA GRANDE AUDIÊNCIA É ERRADO.

ELE PRECISA SER MUDADO. O QUE DÁ

GRANDE AUDIÊNCIA NA TV ABERTA NO

MUNDO INTEIRO? EVENTOS DE, EVENTOS

ESPORTIVOS. O FUTEBOL NÃO É RUIM DO

PONTO DE VISTA ESTÉTICO OU ÉTICO. ELE

É O QUE ELE É. A COBERTURA PODE SER

MARAVILHOSA, A TRANSMISSÃO PODE

SER MARAVILHOSA

AUDIÊNCIA A QUALQUER CUSTO IMPLICA

AS VEZES EM FAZER CONCESSÕES NA

QUALIDADE E ISSO TÁ TÁ, FOI

DEMONSTRADO ATRAVÉS DE TODOS

ESSES TEMPO AÍ. CÊ VÊ QUE PROGRAMAS

QUE APELARAM PRA ISSO, ELES TEM

PRAZO DE VALIDADE MUITO CURTO. POR

QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE ENGANAR

TODO MUNDO O TEMPO TODO/

POR QUE DESDE O TEMPO DO COLISEU, NO

IMPÉRIO ROMANO, AS PLATEIAS GOSTAM

DE VER SANGUE, CORPOS NUS, A NUDEZ E

A VIOLÊNCIA TEM ARQUÉTIPOS

PROFUNDOS, ANCESTRAIS E TAMBÉM

CORRESPONDEM ÀS DUAS PULSÕES

INSTINTIVAS DA NATUREZA HUMANA, JÁ

SEGUNDO ATÉ FREUDE, NÉ, FREUDE FALA

DA PULSÃO DE VIDA E DA PULSÃO DE

MORTE. EROS E TÂNATOS: EROS SEXO E

TÂNATOS MORTE. MAIS TARDE ELA ATÉ

APROXIMA UMA COISA DA OUTRA, UMA

COISA RECOBRE A OUTRA, UMA COISA É

INSEPARÁVEL DA OUTRA. MAS É ÓBVIO

QUE COM SEXO E COM VIOLÊNCIA ALGO

ALI INTERESSA PROS OLHOS DAS

PESSOAS. MAS NÃO PRECISA SER RUIM.

ENTÃO, A BAIXA QUALIDADE É MAIS

CULPA DA INCOMPETÊNCIA, DO

DESPREPARO, DA ESTREITEZA DE QUEM

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ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:01:12-00:01:40

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:04:44-00:04:52

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:04:13-00:05:08

VT AQUI AGORA

V CASOS DE FAMILIA - VINHETA

VT MÁRCIA - VINHETA

VT RATINHO - VINHETA

IMAGEM JÕAO KLEBER

VT CASOS DE FAMILIA - TRECHO

VT MÁRCIA - TRECHO

VT RATINHO - TRECHO

FRANCISCO MACHADO

PROPÕE A COMUNICAÇÃO DO QUE

PROPRIAMENTE DO REPERTÓRIO DE

QUEM CONSOME/

E O CONTEÚDO PRECISA SER

REPENSADO... PORQUE NÃO DÁ PARA

VOCÊ COLOCAR QUALQUER TIPO DE

PRODUTO NO AR , QUALQUER PRODUÇÃO

AUDIOVISUAL E ACHAR QUE AS PESSOAS

VÃO AUTOMATICAMENTE ASSISTIR.

ENTÃO HOJE EM DIA O QUE A GENTE TEM

A PREOCUPAÇÃO DE VOCÊ TER UM

PRODUTO DE BAIXARIA, ANTES VOCÊ

MUDAVA O CANAL, HOJE EM DIA NÃO,

VAI MIGRANDO

PARA OUTROS MEIOS/

AO CONTRÁRIO DO QUE AS PESSOAS

ACREDITAM QUE, SE EU FIZER UM

PROGRAMA BARATO, E, QUALQUER

COISA, EU CONSIGO VENDER, ENTÃO AS

PESSOAS QUEREM QUALIDADE HOJE EM

DIA/

ENTÃO, PROGRAMAS QUEEE JÁ

EXISTIRAM POR AÍ COMO “O POVO NA TV”

LÁ ATRÁS E DEPOIS “AQUI AGORA” QUE

FOI UM JORNAL, MAS ERA UM JORNAL

APELATIVO MAIS DIRIGIDO ÀS CLASSES C

E D ALÉM DE OUTROS PROGRAMAS QUE

AINDA EXISTEM NA FORMA DE BARRACO,

NÉ, O SBT AINDA TEM UM COM A

CHRISTINA ROCHA E TAL A MÁRCIA

VIVEU, MÁRCIA GOLDSCHMIDT VIVEU

MUITO TEMPO FAZENDO ISSO, O RATINHO

FOI OBRIGADO A SE MODIFICAR, O JOÃO

KLEBER JÁ NÃO TEM ESPAÇO NA

TELEVISÃO, ENTÃO, TUDO QUE É

BAIXARIA, O PÚBLICO TÁ MAIS EXIGENTE,

TÁ QUERENDO COISAS MELHORES. ENTÃO

VAI SER NECESSÁRIO PARA TELEVISÃO

BUSCAR MAIS QUALIDADE, INVESTIR EM

QUALIDADE, NÃO EM QUANTIDADE, EM

PROGRAMAS QUE NÃO TÊM UM MÍNIMO

DE QUALIDADE/

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

NÓS TIVEMOS UMA SÉRIE DE PROGRAMAS

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65

VT 3 - 00:05:23-00:05:44

VT BANHEIRA DO GUGU

FRANCISCO MACHADO

VT 3 - 00:06:26-00:06:31

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:07:25-00:08:14

ARTE - QUALIDADE

VT QUALIDADE GLOBO

VT QUALIDADE RECORD

FRANCISCO MACHADO

VT 4 - 00:00:34-00:01:23

VT LAÇOS DE FAMÍLIA

VT AMÉRICA

VT A REGRA DO JOGO

DE QUALIDADE MUITO DUVIDOSA; A

BANHEIRA DO GUGU, O SUSHI NO

FAUSTÃO, A QUESTÃO DO ABUSO DE

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, O LATININHO

NO FAUSTÃO TAMBÉM, SÃO EXEMPLOS

QUE HOUVE UMA APELAÇÃO MUITO

GRANDE, ATÉ QUE A PRÓPRIA

POPULAÇÃO REJEITOU ESSA

PROGRAMAÇÃO, E AS EMISSORAS FORAM

OBRIGADAS A TROCAR, E ISSO FOI

BANIDO/

A POPULAÇÃO HOJE NÃO ESTA MAIS TÃO

SUSCEPTÍVEL A PROGRAMAS DE BAIXA

QUALIDADE COMO FOI NO PASSADO/

JUSTIFICAR A BAIXA QUALIDADE COM O

ARGUMENTO DE QUE EU PRECISO TER

AUDIÊNCIA É MEIO SUICÍDIO ATÉ, POR

QUE O QUE JÁ SE OBSERVA NOS DIAS DE

HOJE É QUE A BAIXA QUALIDADE, QUE

TALVEZ ATÉ ATRAIA ALGUM PÚBLICO,

MAS O PÚBLICO VAI SE CANSANDO, ESSA

COISA TEM VIDA CURTA, ESPANTA

ANUNCIANTE, POR QUE OS ANUNCIANTES

NÃO QUEREM FICAR ASSOCIADOS AO

GROSSEIRO, AO SELVAGEM, AO

SENSACIONALISTA. ENTÃO, OS

PROGRAMAS DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO QUE TEM UM BOM

DESEMPENHO COMERCIAL, ELES SE

PREOCUPAM UM POUCO COM ELEGÂNCIA,

COM BOM GOSTO, COM UMA POSTURA UM

POUCO MENOS DESTRUTIVA, ENTÃO ISSO

É UMA DESCULPA ESFARRAPADA.

BG

BG

BG

O QUE É QUALIDADE PRA VOCÊ NÃO É

QUALIDADE PRA MIM, QUALIDADE DO

CONTEÚDO INFORMATIVO, DE

ENTRETENIMENTO, É HÁ PESSOAS QUE

NÃO VEEM QUALIDADE NENHUMA NUMA

NOVELA, OUTRAS NÃO VEEM A NADA

ALÉM DA NOVELA, ENTÃO ESSA QUESTÃO

DA QUALIDADE REALMENTE É UM

DEBATE MUITO BOM DE SER TRAVADO

POR QUE ELE ACABA GERANDO

PARÂMETROS, E EXISTEM ALGUMAS

PESSOAS QUE ESTUDAM EXATAMENTE

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66

ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:01:52-00:02:20

VT HEBE

VT GLOBO REPORTER

VT TELETON

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:00:09-00:00:31

VT CAMINHO DAS INDIAS

ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:02:37-00:02:52

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:08:36-00:08:52

EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:10:10-00:11:19

QUAIS SÃO ESSES PARÂMETROS DE QUE A

GENTE PODE COLOCAR COMO

QUALIDADE PRA SEREM AFERIDOS À

PROGRAMAÇÃO.

A QUALIDADE ELA TEM QUE SER DE

MODO GERAL, MAS ACHO QUE A MELHOR

QUALIDADE QUE TEM QUE SE TER NUMA

TELEVISÃO EM QUALQUER QUE SEJA O

PROGRAMA É RESPEITO AO

TELESPECTADOR. ESSA VAI SER O

GRANDE DIFERENCIAL, INDEPENDENTE SE

ESSA QUALIDADE E AUDIÊNCIA SEJA

QUANTITATIVA OU QUALITATIVA. ELA

PRECISA PENSAR BEM PRA QUEM TÁ

SENDO DIRECIONADO E QUAL É A

FUNÇÃO SOCIAL QUE VOCÊ POR DETRÁS

DISSO/

HOJE O BRASIL É UM DOS PAÍSES, OU

TALVEZ O PAÍS QUE MELHOR PRODUZ

NOVELA NO MUNDO. TODOS OS

PRODUTOS DE TELEDRAMATURGIA DO

BRASIL NAS FEIRAS INTERNACIONAIS SÃO

MUITO BEM RECEBIDOS, SÃO MUITO

PROCURADOS, SÃO COMERCIALIZADOS

COM, ATÉ COM GRANDE FACILIDADE

O FAZER POR FAZER NÃO É POR AÍ. VOCÊ

TEM QUE TER CONTEÚDO ACIMA DE

TUDO. ENTÃO TER A QUALIDADE NUM

PRIMEIRO MOMENTO E SEMPRE É VOCÊ SE

PREOCUPAR COM O TELESPECTADOR.

A QUALIDADE É SEMPRE UMA RELAÇÃO,

SEMPRE ESTÁ NO DIÁLOGO, É, NÃO HÁ

QUALIDADE DE ALGO QUE SEJA

INCOMPREENSÍVEL OU INACESSÍVEL,

IMPERMEÁVEL/

DE TAL MANEIRA QUE ALGO QUE SEJA

MUITO BOM NA TV INGLESA TALVEZ NÃO

SEJA MUITO BOM NA TV BRASILEIRA E

VICE E VERSA, DEPENDE DO CONTEXTO

CULTURAL DE QUE NÓS ESTAMOS

FALANDO. MAS DENTRO DISSO,

GUARDADAS ESSAS CAUTELAS, A

QUALIDADE TEM A VER COM AQUILO QUE

REVELA HORIZONTES NÃO PRESUMIDOS,

QUE SURPREENDE UMA AUDIÊNCIA E, AO

MESMO TEMPO QUE ENSINE, QUE CATIVE,

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67

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:02:19-00:03:06

VT FANTÁSTICO

VT DOMINGO ESPETACULAR

VT SILVIO SANTOS 1

RICARDO MONTEIRO

VT 2 - 00:05:12-00:05:23

ELMO FRANCFORT

VT 1 - 00:03:02-00:03:52

VT BABILÔNIA

VT BELÍSSIMA

VT VALE TUDO

VT TIETA

VT ROQUE SANTEIRO

QUE SEDUZA NO SENTIDO DE SE FAZER

ACOMPANHAR, E QUE ENGRANDEÇA A

VIDA DAQUELA COMUNIDADE OU QUE A

TRANSFORME.

UM PROGRAMA DE BOA QUALIDADE

VOCÊ TEM QUE INVESTIR TECNICAMENTE

NELE E TEM QUE TOMAR MUITO CUIDADO

COM O CONTEÚDO, POR QUE HOJE A

TELEVISÃO TEM MUITA

RESPONSABILIDADE, ELA FALA DE A A Z,

ENTENDEU. ENTÃO É PRECISO TOMAR

CUIDADO COM TUDO, COM TUDO QUE É

COLOCADO E A QUALIDADE NISSO É

ESSENCIAL, SABE ELA TEM QUE BUSCAR

BONS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

PRA CADA COISA E EXISTE ISSO NO

MERCADO. VOCÊ SÓ FAZ UM BOM

PRODUTO VOCÊ CONTANDO COM BONS

INGREDIENTES NÃO É ISSO? CÊ SÓ FAZ

UMA BOA PIZZA CÊ TIVER UMA BOA

MASSA, UM BOM TOMATE E TAL, A

TELEVISÃO É A MEMA COISA, CÊ SÓ VAI

FAZE UM PROGRAMA SE VOCÊ TIVER UMA

BOA PRODUÇÃO.

A AUDIÊNCIA SOBE OU DESCE DE ACORDO

COM A QUALIDADE E O INTERESSE EM

CIMA DO CONTEÚDO QUE TÁ SENDO

EXPOSTO. ESSA É A RAZÃO ÚNICA,

PRINCIPAL PARA AS MUDANÇAS DE

AUDIÊNCIA.

A NOVELA PRECISA TER HISTÓRIA... SE

ELA FOR FRACA, OS PERSONAGENS NÃO

TIVEREM PROFUNDIDADE POR

EXEMPLO ... VAI SER MAIS UMA COISA,

VAI SER UMA NOVELA... EU SEMPRE DIGO

QUE AS NOVELAS ANTIGAMENTE, EU NÃO

FALO ANTIGAMENTE DE MUITO TEMPO

ATRÁS, DE POUCOS ANOS PRA CÁ, VOCÊ

PASSAVA E ÂH.. PASSAVA O TEMPO NÉ E

OLHAVA PRA TRÁS E FALAVA:

“CARAMBA, ESSA NOVELA É BOA, TEVE O

FULANO E FULANO, TEVE O PERSONAGEM

TAL. AGORA HOJE EM DIA AS NOVELAS

PASSAM E VOCÊ TENTA LEMBRAR UMA

NOVELA, VOCÊ FALA: “ NÃO EU ACHO

QUE.. PERA.. NÃO EU ACHO QUE É A

OUTRA” PORQUE SE CONFUNDE, FALTA

PROFUNDIDADE, FALTA HISTÓRIA, COISAS

QUE APROXIME AS PESSOAS E É O QUE

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FRANCISCO MACHADO

VT 4 - 00:01:24-00:01:43

VT PADRÃO Q DA GLOBO

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:00:53-00:01:23

VT DEZ MANDAMENTOS 2

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:00:12-00:01:16

PROGRAMA SILVIO SANTOS

PROGRAMA FAUSTÃO

HORA DO FARO

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:01:19-00:01:25

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:01:33-00:02:04

ELAS ESTÃO INDO PRAS NOVAS MÍDIAS.

NÓS TIVEMOS O PADRÃO DA GLOBO DE

QUALIDADE MUITO TEMPO, MAS ISSO AÍ É

UMA QUESTÃO QUE, HOJE EM DIA, SE

PERDEU UM POUCO, A PRÓPRIA GLOBO

ESTÁ REVENDO ESSES PADRÕES,

EXPERIMENTANDO MUITAS LINGUAGENS

E TAMBÉM QUESTÕES TÉCNICAS POR

CONTA DESSAS TRANSFORMAÇÕES

TODAS QUE NÓS ESTAMOS VIVENDO.

ENTÃO É UM DEBATE BOM DE SER

TRAVADO MAS AINDA NÃO ESTÁ NEM NO

COMEÇO, NEM, MUITO LONGE AINDA DE

SER FINALIZADO.

“OS DEZ MANDAMENTOS” CONCORRENDO

AGORA COM A NOVELA DA GLOBO, MAS

ISSO PODE SER UMA SITUAÇÃO

ESPORÁDICA POR QUE A GLOBO TEM UMA

MÁQUINA DE PRODUZIR NOVELAS QUE É

UMA COISA FANTÁSTICA E MONTADA HÁ

MUITO TEMPO E A RECORD TEM QUE

PROVAR ISSO, (ELA TEM QUE FAZER),

DEMONSTRAR PRO PÚBLICO QUE “OS DEZ

MANDAMENTOS” NÃO É UM SUCESSO

ESPORÁDICO, TEM QUE TER

CONTINUIDADE À ISSO.

A QUALIDADE DEPENDE DE SER CAPAZ DE

DIALOGAR E DE ATENDER A AUDIÊNCIA.

O QUE PODE ACONTECER É QUE NO

CONJUNTO ALGUNS PROGRAMAS

TENHAM PERFORMANCE AQUÉM DO QUE

SERIA DESEJÁVEL DE (MICRO PAUSA) NO

QUESITO ATRAÇÃO DE PÚBLICO, MAS NO

CONJUNTO É PRECISO HAVER A

EFICIÊNCIA NESSE PONTO.

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

DIZER QUE A QUALIDADE ESPANTA A

AUDIÊNCIA É UMA DESCULPA PARA UMA

COISA QUE NÃO TEM QUALIDADE.

O DESAFIO É ATRAIR AUDIÊNCIA COM

PROPOSTAS QUE COMO EU DIGO,

ALMEJAM O INVISÍVEL, ALÉM DO VISÍVEL,

SEJAM AMBICIOSAS EM TERMOS

ESTÉTICOS, MAS AINDA ASSIM

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EUGÊNIO BUCCI

VT 1 - 00:09:08-00:09:15

ARTE -CREDIBILIDADE DA

INFORMAÇÃO

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:00:09-00:00:21

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:02:21-00:02:45

VT I LOVE PARAISÓPOLIS

VT - JN

VT – A REGRA DO JOGO

FRANCISCO MACHADO

VT 5 - 00:08:54-00:10:01

VT JORNAL NACIONAL

VT SBT BRASIL

CONVENÇÃO, É... GRANDES

CONTINGENTES DE PÚBLICO, TÁ. NÃO HÁ

SEPARAÇÃO ENTRE TER PÚBLICO E TER

QUALIDADE. O DESAFIO É CONJUGAR

ESSAS DUAS COISAS.

PRA HAVER QUALIDADE EM

COMUNICAÇÃO É INDISPENSÁVEL QUE

EXISTA A COMUNICAÇÃO.

BG

EU ACHO QUE A GLOBO TEM UMA GRADE

DE PROGRAMAÇÃO MUITO DEFINIDA E HÁ

MUITOS ANOS, QUE É NOVELA, JORNAL,

NOVELA, JORNAL E AÍ OU É LINHA DE

SHOWS.

O HORÁRIO NOBRE NA TELEVISÃO

BRASILEIRA, O PRIME TIME DA DA

TELEVISÃO BRASILEIRA, SEMPRE FOI UM

TELEJORNAL E DUAS NOVELAS. UMA

NOVELA ANTES, TELEJORNAL, UMA

NOVELA DEPOIS. ISSO É A FORMULA

CLÁSSICA DO HORÁRIO NOBRE DO

BRASIL. ENTÃO, O TELEJORNALISMO

CUMPRE UM PAPEL ESTRUTURANTE DO

HORÁRIO NOBRE E TAMBÉM É ASSIM

FORA DO BRASIL

ACREDITAVA-SE QUE O JORNALISMO ERA

O CARRO-CHEFE DE TODAS AS

EMISSORAS, TANTO QUE O COMERCIAL É

MAIS CARO, MAS HOJE NÓS ESTAMOS

VENDO QUE ISSO NÃO É TÃO VERDADE

ASSIM, MUITOS ACREDITAM QUE, SE O

JORNAL NACIONAL SAIR DESSE, DESSE

FORMATO NOVELA DAS SETE, JORNAL E

NOVELA DAS OITO, A AUDIÊNCIA DELE

VAI SER MUITO MENOR, MUITOS

ACREDITAM QUE A AUDIÊNCIA DELE É

RESULTADO DO QUE AS PESSOAS ESTÃO

ESPERANDO A PROGRAMAÇÃO CHEGAR, E

AÍ, COM O HABITO DE FICAR NA REDE

GLOBO, POR ENI MOTIVOS, COLOCA-SE NA

REDE GLOBO E FICA LÁ. É, O SBT UNS

ANOS ATRÁS TIROU TODO O JORNALISMO

DO AR, FICOU APENAS COM O EXIGIDO

POR LEI DE CINCO POR CENTO, E EXIBIA

CINCO HORAS DA MANHÃ E REPETIA SEIS

HORAS DA MANHÃ, ENTÃO FICOU UM

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JORNAL DA RECORD

ESCALADA JORNAL NACIONAL

ESCALADA SBT BRASIL

ESCALADA RECORD

FLÁVIO RICCO

VT 1 - 00:00:33-00:00:43

EUGÊNIO BUCCI

VT 2 - 00:03:34-00:04:37

VT BRASIL URGENTE

VT CIDADE ALERTA

TEMPO SEM TER O TELEJORNAL A NOITE.

ISSO CRIOU MAIS UM CONSTRANGIMENTO

DO QUE UM PROBLEMA DE

FATURAMENTO, ENTÃO A GENTE FALAR

QUE O JORNALISMO, ELE É

IMPORTANTÍSSIMO, MAS VEM SOFRENDO

HOJE POR QUESTÕES DE FORMATO, ELE

TEM QUE SE ADEQUAR PRINCIPALMENTE

NA QUESTÃO DAS GRANDES CIDADES,

TALVEZ UM JORNALISMO MUITO MAIS DE

SERVIÇO DO QUE INFORMATIVO, POR QUE

A INFORMAÇÃO POR SI SÓ NÓS JÁ TEMOS

NA INTERNET

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

ALGUÉM TERIA QUE DESCOBRIR UMA

FÓRMULA DIFERENTE QUE ATENDESSE O

TELESPECTADOR DA MEMA MANEIRA.

(ENTREVISTADO ARRUMA SUA POSTURA

NO SOFÁ). POR ENQUANTO ISSO NÃO FOI

POSSÍVEL.

O JORNAL NACIONAL HOJE NO BRASIL,

QUE LIDERA É UM BOM TELEJORNAL, AS

VEZES É ÓTIMO. ELE NUM... NUM FAZ

CONCESSÕES AO SENSACIONALISMO.

PELO MENOS NÃO FAZ CONCESSÕES

GRAVES AO SENSACIONALISMO. NÃO É

UM JORNALISMO QUE TÁ MOSTRANDO

CADÁVERES, QUE TÁ, E US PROGRAMAS

QUE FAZEM ISSO NA TELEVISÃO,

NORMALMENTE NO FINAL DA TARDE,

COMEÇO DA NOITE, ELES CONSEGUEM UM

BOM NÍVEL DE AUDIÊNCIA, MAS NÃO

CONSEGUEM UM NÍVEL RETUMBANTE DE

AUDIÊNCIA, E NÃO MANTEM

CREDIBILIDADE E RESPEITABILIDADE.

ENTÃO ISSO FUNCIONA NO MÉDIO PRAZO,

OU FUNCIONA PARA UMA MÉDIA

AUDIÊNCIA, MAS NÃO É UMA RECEITA

BOA PRA ATRAIR ANUNCIANTES E PRA

CONSTRUIR CREDIBILIDADE E

RESPEITABILIDADE DE UM CANAL, DE

UMA EMISSORA, ENTÃO, TODAS FAZEM

TUDO PRA TER AUDIÊNCIA, SÓ QUE UMAS

FAZEM COM MAIS INTELIGÊNCIA E MAIS

TALENTO, MAS TODAS ESTÃO ATRÁS DA

AUDIÊNCIA.

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RICARDO MONTEIRO

VT 3 - 00:01:47-00:02:20

ARTE -FUTURO DA TV ABERTA

FRANCISCO MACHADO

VT 4 - 00:06:12-00:07:22

ANTENA

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:03:46-00:04:34

FRANCISCO MACHADO

VT 4 - 00:01:50-00:02:07

O PAÍS ELE É SEMPRE ANSIOSO POR

NOVIDADES, O PAÍS GOSTA DO

TELEJORNALISMO E VOCÊ TEM ISSO EM

ABUNDÂNCIA. VARIAÇÕES DE AUDIÊNCIA

DEPENDEM DO TEMA QUE TÁ SENDO

ABORDADO NO MOMENTO. ENTÃO SE

ALGUÉM TIVER FALANDO DO

IMPEACHMENT DE UM PRESIDENTE, A

AUDIÊNCIA PODE SUBIR POR QUE TODO

MUNDO QUER SABER O QUE TÁ

ACONTECENDO. SE A NOTÍCIA FOR

AQUELA NOTÍCIA QUE TODO MUNDO JÁ

VIU E NÃO INTERESSA, A AUDIÊNCIA VAI

DESCER POR QUE ALGUÉM JÁ VIU E

PORTANTO VOCÊ NÃO TEM INTERESSE,

NÃO TEM RELEVÂNCIA, ENTÃO. É

ALTAMENTE VOLÁTIL. MAS O INTERESSE

POR NOTÍCIA SEMPRE VAI TER.

BG

NÓS ESTAMOS AÍ VENDO QUE, ATÉ 2018,

TODO O BRASIL, ESPERA-SE, ESTEJA JÁ

COM O SINAL ANALÓGICO DESLIGADO,

MAS NÓS TEMOS UM PROBLEMA MUITO

GRANDE, NÓS TEMOS HOJE UM LEGADO

DE SESSENTA E CINCO MILHÕES DE

APARELHOS DE TELEVISÃO QUE SÃO DE

TUBO, E ESSAS PESSOAS NÃO ESTÃO

SENDO INFORMADAS, CORRETAMENTE

AINDA, DE QUE ELAS VÃO TER OU DE

TROCAR DE TELEVISÃO OU QUE COMPRAR

O “CONVERSOR”, E ELAS VÃO FICAR SEM

TELEVISÃO DO DIA PRA NOITE, QUANDO O

SINAL FOR DESLIGADO, NO OUTRO DIA

ELAS NÃO RECEBEM MAIS O SINAL.

NÓS ESTAMOS ÀS VÉSPERAS AÍ, SEGUNDO

O GOVERNO, DE DESLIGAR A TV

ANALÓGICA, O QUE NÃO VAI SER

POSSÍVEL DESLIGAR NOS PRAZOS

PREVISTOS PELO GOVERNO. ESSE BRASIL

TÁ MUITO ACOSTUMADO A DECIDIR

COISAS POR DECRETO, SEM VERIFICAR E

SEM ANALISAR A POSSIBLIDADE DISSO

ACONTECER NA PRÁTICA. HOJE A ÚNICA

FORMA DE LAZER QUE O BRASILEIRO TEM

É A TELEVISÃO GRATUITA.

A PRIMEIRA MUDANÇA É A QUALIDADE

TÉCNICA E ARTÍSTICA, NÉ, O SOM E A

IMAGEM, É, SÃO MUITO SUPERIORES AO

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ELMO FRANCFORT

VT 2 - 00:03:06-00:03:44

FINAL

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:03:20-00:03:45

ELMO FRANCFORT

VT 2 - 00:06:10-00:06:12

FLÁVIO RICCO

VT 2 - 00:05:22-00:05:45

RICARDO MONTEIRO

VT 2 - 00:08:48

VINHETA ANTIGA RECORD

VINHETA ANTIGA GLOBO

VINHETA ANTIGA SBT

QUE A GENTE ESTAVA ACOSTUMADO A

VER, E, HOJE EM DIA QUALQUER OLHO,

NÃO PRECISA SER TREINADO, NÃO

PRECISA NEM SER DA ÁREA CONSEGUE

IDENTIFICAR UMA IMAGEM QUE É

DIGITAL DE UMA IMAGEM QUE NÃO É

DIGITAL

A TELEVISÃO ATUAL ELA TÁ NUM

MOMENTO DE PENSAMENTO, DE REFLEXO

PORQUE AS NOVAS MÍDIAS CHEGARAM,

FINALMENTE A TV DIGITAL VAI.. ELA JÁ

SURGIU... MAS VAI... VAI DE VEZ

ACONTECER PRA QUE A TV ANALÓGICA

SAIA E A TV DIGITAL ASSUMA A POSIÇÃO

OFICIAL. MAS JUSTAMENTE COM ISSO

VOCÊ TEM A INTERNET PEGANDO O

CAMINHO, O NETFLIX, E VÁRIAS OUTRAS

MÍDIAS QUE SÃO RELACIONADAS AÍ, A

TELEFONIA, VOCÊ TÁ MUDANDO OS

HÁBITOS DO BRASILEIRO.

A TELEVISÃO ABERTA NO BRASIL NUNCA

VAI MORRER, O QUE VAI ACONTECER É

UMA SEGMENTAÇÃO, POR EXEMPLO, A

TELEVISÃO PAGA ELA VAI FICAR COM AS

SÉRIES COM OS FILMES, ATÉ COM

ESPORTES. MAS A TELEVISÃO ABERTA

ELA NUNCA VAI DEIXAR DE APRESENTAR

O JORNALISMO E NUNCA VAI DEIXAR DE

TER TELEDRAMATURGIA DE QUALIDADE.

O PÚBLICO NUNCA VAI ABRIR MÃO DA

TELEVISÃO ABERTA

O FUTURO ESTÁ NA NOSSA CARA

O HORÁRIO NOBRE VAI CONTINUAR

SENDO HORÁRIO NOBRE, VAI CONTINUAR

SENDO PROCURADO PELA DOS

TELESPECTADORES, EMBORA HOJE

EXISTA, HOJE EXISTA E NÓS NÃO

PODEMOS NEGAR ISSO, OUTRAS FORMAS

DAS PESSOAS BUSCAREM LAZER, QUE É A

INTERNET, TELEFONE CELULAR ETC E

TAL. MAS A TELEVISÃO É A TELEVISÃO.

A TV PREDOMINA!!!

SOBE SOM

SOBE SOM

SOBE SOM

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3.6 Lançamento do produto no mercado

O produto poderá ser lançado no mercado de forma a ser exibido em canais de

televisão que tenham o perfil informativo. Por se tratar de um documentário pode ser

referência para novos estudos sobre o assunto.

3.7 Custos de Execução do Projeto Experimental

Como custos reais deste Trabalho de Conclusão de Curso estão: as despesas com

relatório técnico e a produção do vídeo.

3.7.1 Relatório Técnico

A seguir a tabela 7 apresenta os custos com o desenvolvimento do relatório técnico.

Tabela 7 – Custos de Execução do Relatório Técnico

Relatório Valor (R$)

Cópias e impressão 265,00

Encadernações 135,00

Total 400,00

3.7.2 Documentário

A seguir a tabela 8 apresenta os custos com o desenvolvimento do produto. Vale

ressaltar que foi necessária a aquisição de uma câmera filmadora digital e o cartão de

memória para a captação das imagens e depoimentos realizados fora da cidade de Araçatuba,

em São Paulo, isto porque, os entrevistados residem naquele município. A compra da câmera

foi custeada por todos os integrantes e ao final, ficará para um deles.

Tabela 8 – Custos de Execução do Documentário

Produto Valor (R$)

Câmera Filmadora Nikon HD 2.000,00

Cartão de memória 32GB 90,00

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Locomoção (passagens, táxis) 1.320,00

Hospedagem 320,00

Alimentação 590,00

DVDs 10,00

Telefone 60,00

Edição de vídeo 300,00

Total 4.690,00

O custo total de execução deste Projeto Experimental foi de R$5.090,00.

3.7.3 Orçamento

Para o desenvolvimento de um documentário com 30 minutos e com captação de

externa, foi contatada por telefone uma produtora de vídeo que passou o orçamento no valor

de R$12.800,00.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que este Trabalho de Conclusão de Curso contribuiu muito para a

formação jornalística destes quatro pesquisadores, principalmente para a condução do produto

audiovisual. Desde a concepção, elaboração e apresentação do presente trabalho acadêmico,

pode-se demonstrar a satisfação com o resultado da pesquisa realizada e do produto final

(documentário No Ar: Faixa Nobre).

O objetivo geral deste trabalho foi possibilitar que se torne referência para novos

estudos e o debate intelectual-acadêmico sobre o fenômeno do Horário Nobre entre os

veículos de comunicação, os pesquisadores e estudantes da área. Tem-se consciência de que o

trabalho não esgota nem “de longe” as possibilidades de debates sobre o tema, ao contrário,

consiste justamente em um autêntico convite ao labor da pesquisa e discussão sobre a

televisão, tendo em vista a implantação da TV Digital e as novas formas de se fazer televisão

no Brasil disputando a audiência com outras mídias. Acredita-se que a meta foi atingida com

a excelência esperada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000.

CARVALHO, Alexandre; DIAMANTE, Fábio; BRUNIERA, Thiago; USTCH, Sérgio.

Reportagem na TV: Como fazer, como produzir como editar. São Paulo: Contexto, 2010.

CLARK, Walter com Gabriel Priolli. O campeão de audiência: uma autobiografia. São Paulo:

Editora Best Seller, 1991. (fora de edição)

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Rio de Janeiro: Rede Globo, 1988.

RIBEIRO, Sonia Maria. A linguagem coloquial no telejornalismo: marcas e variações.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Letras da Pontifícia Universidade

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SILVA, Carlos Eduardo Lins. Muito além do Jardim Botânico – um estudo sobre a audiência

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VIZEU, Alfredo. O telejornalismo como lugar de referência e a função pedagógica. Famecos,

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REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

BARADON, Flávia Bizinella. Inovcom - Revista Brasileira de Inovação Científica em

Comunicação. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/ revistas/index.php/

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Acesso em: 08 mar. 2015.

CANATTA, Fábio. Tv e segunda tela: uma análise do horário nobre no Twitter. Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Disponível em:

<http://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5648>. Acesso em: 11 mar. 2015.

GARCÍA, Jaime Barroso, Realización de los Géneros Televisivos, 1ª ed., Madrid, Editorial

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Informações retiradas do estudo. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/

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<http://observatoriodatelevisao.com.br/globo-registra-pior-audiencia-horario-nobre/>. Acesso

em: 09 mar. 2015.

Portal do Jornal GGN - <http://jornalggn.com.br/noticia/a-nova-linguagem-do-jornalismo-0>

Acesso em: 30 abr 2015.

SUZIN, Raphaela Orlando: NEGRINI, Michele. Reflexão sobre o telejornalismo no horário

nobre: um estudo comparativo do Jornal Nacional e do Jornal da Record. Revista Anagrama:

Revista Científica Interdisciplinar da Graduação, Janeiro-junho 2014. Disponível em:

<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/8685/7957>

Acesso em: 09 mar. 2015.

TELEVISÃO: ciência no horário nobre. Revista Fapesp, São Paulo. Disponível em:

<http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/1999/08/fapesp_45-10.pdf> (TV Cultura

veicula tema ciência no horário nobre). Acesso em: 08 mar. 2015.

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ANEXOS

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ANEXO A – PAUTAS

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Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 1

PAUTA 1 DATA DE

GRAVAÇÃO: 16/09/2015

REPÓRTER:

MAURÍCIO TOLOMEI

DA SILVA

PRODUÇÃO: HUGO SANTOS

ROCHA

RAPHAEL NARCIZO

DOS SANTOS

THIAGO DE ARAÚJO

COELHO

RETRANCA: TV DIGITAL GANCHO: CONCEITOS DE HORÁRIO NOBRE

ENTREVISTADO:

FRANCISCO MACHADO FILHO

DOUTOR E PESQUISADOR EM COMUNICAÇÃO

SOCIAL DA UNESP - BAURU

DATA: 16/09/2015

LOCAL: CAMPUS DA UNESP DE BAURU

MATERIAL NECESSÁRIO:

CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,

PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE

MEMÓRIA.

IMAGENS:

IMAGENS DO ENTREVISTADO.

PROPOSTA:

OBTER A VISÃO DO ENTREVISTADO SOBRE O

CONCEITO DE HORÁRIO NOBRE E SOBRE A

IMPLANTAÇÃO DA TV DIGITAL.

PERGUNTAS:

COMO PESQUISADOR DA ÁREA DE TV , COMO

VOCÊ DEFINE O HORÁRIO NOBRE NA TV

BRASILEIRA?

POR QUE VOCÊ ACHA QUE FOI O CRIADA

DENOMINAÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?

VOCÊ CONHECE OUTROS ESTUDOS QUE

TRAGAM UMA DENOMINAÇÃO PARA O

TERMO HORÁRIO NOBRE?

QUAL É A FUNÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?

O QUE É AUDIÊNCIA?

O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS

APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS

DE PESQUISA E/OU EMISSORAS PARA A

MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA?

QUAL É A IMPORTÂNCIA DA AUDIÊNCIA

PARA UMA EMISSORA DE TV?

VOCÊ ACHA QUE A BUSCA PELA AUDIÊNCIA

PODE GERAR A PRODUÇÃO DE PROGRAMAS

DE BAIXA QUALIDADE? POR QUÊ?

COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DE

UM PROGRAMA OU DE UMA PROGRAMAÇÃO

TELEVISIVA?

COM A CHEGADA DA TV DIGITAL, O QUE

MUDOU PARA A QUALIDADE DA PRODUÇÃO

AUDIOVISUAL NO BRASIL?

O QUE É TV DIGITAL?

O QUE VOCÊ ACHA SOBRE O SISTEMA DE TV

DIGITAL ESCOLHIDO PELO GOVERNO

BRASILEIRO?

VOCÊ ACREDITA QUE A QUALIDADE DA TV

BRASILEIRA ESTÁ ASSOCIADA A AUDIÊNCIA

OU NÃO? POR QUÊ?

UM PROGRAMA DE BAIXA AUDIÊNCIA PODE

SER CONSIDERADO DE BAIXA QUALIDADE?

NÃO, SIM, POR QUÊ?

COM A INTERNET, O PÚBLICO

TELESPECTADOR MIGROU DA TV PARA ESSE

MEIO? POR QUÊ?

NA SUA OPINIÃO, COMO DEVEMOS

DENOMINAR O PÚBLICO TELESPECTADOR

ATUALMENTE NO BRASIL?

O GÊNERO INFORMATIVO, EM ESPECIAL O

TELEJORNALISMO, PODEM INTERFERIR NO

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AUMENTO DA AUDIÊNCIA DENTRO DO

HORÁRIO NOBRE? POR QUÊ?

DENTRE AS EMISSORAS DE TV, GLOBO,

RECORD E SBT, QUAL VOCÊ, ENQUANTO

PESQUISADOR, ACREDITA QUE "FAÇA DE

TUDO" PARA ALCANÇAR A AUDIÊNCIA? E O

QUE É FEITO?

DAS EMISSORAS CITADAS, QUAL VOCÊ

CLASSIFICARIA SER A QUE MELHOR EXIBE O

HORÁRIO NOBRE DE QUALIDADE, POR QUÊ?

O QUE VOCÊ PENSA SOBRE OS ÍNDICES DE

AUDIÊNCIA DIVULGADOS PELOS INSTITUTOS

DE PESQUISA, EM ESPECIAL, O IBOPE?

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Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 2

PAUTA 2 DATA DE

GRAVAÇÃO:

05/10/2015

REPÓRTER:

HUGO SANTOS

ROCHA

PRODUÇÃO:

MAURICÍO TOLOMEI

DA SILVA

RAPHAEL NARCIZO

DOS SANTOS

THIAGO DE ARAUJO

COELHO

RETRANCA: CRÍTICA GANCHO: A CRITICA NO HORÁRIO NOBRE

ENTREVISTADO:

FLÁVIO RICCO

JORNALISTA E CRITICO DE TV

DATA: 05/10/2015

LOCAL: RESIDÊNCIA – MORUMBI, SÃO

PAULO.

MATERIAL NECESSÁRIO:

CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPE,

CARTÃO DE MEMORIA, PILHA, BATERIA,

CARREGADOR.

IMAGENS:

ENTREVISTADO

PROPOSTA:

OBTER RESPOSTA DO ENTREVISTADO A

CERCA DO ASSUNTO ABORDADO.

PERGUNTAS:

COMO CRITICO DE TELEVISÃO, QUAL SUA

VISÃO SOBRE O HORÁRIO NOBRE DA

TELEVISÃO BRASILEIRA?

O QUE VOCÊ ACHA DOS PROGRAMAS DE

NOTÍCIAS, COMO OS TELEJORNAIS, SEREM

UTILIZADOS COMO PRODUTO EM BUSCA DE

AUDIÊNCIA?

ATUALMENTE, A CREDIBILIDADE DO

JORNALISMO INTERFERE DE QUE FORMA NA

ESCOLHA DOS PROGRAMAS QUE SERÃO

EXIBIDOS NO HORÁRIO NOBRE?

VOCÊ É A FAVOR DAS EMISSORAS BUSCAREM

A AUDIÊNCIA A QUALQUER CUSTO? POR

QUÊ?

VOCÊ ACREDITA QUE O HORÁRIO NOBRE NA

TV BRASILEIRA TEM PROGRAMAS DE BOA

QUALIDADE?

COMO VOCÊ CLASSIFICA E O QUE PRECISA

TER UM PROGRAMA TELEVISIVO PARA SER

CONSIDERADO DE BOA QUALIDADE.

NA SUA OPINIÃO, QUAL É O FUTURO DA TV

ABERTA NO BRASIL SE O PÚBLICO

TELESPECTADOR MIGRAR NA SUA MAIORIA

PARA INTERNET?

NA SUA OPINIÃO, O HORÁRIO NOBRE PODE

PERDER AUDIÊNCIA E DEIXAR DE SER

VALIOSO PARA OS ANUNCIANTES? COMO

ISSO PODE ACONTECER?

QUAL EMISSORA, NA SUA VISÃO, MAIS

VALORIZA O HORÁRIO NOBRE NA TV

BRASILEIRA? DE QUE FORMA?

A CRITICA AOS PROGRAMAS EXIBIDOS NO

HORÁRIO NOBRE É DIFERENTE DOS DEMAIS

PROGRAMAS FORA DESSA FAIXA DE

HORÁRIO?

O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS

APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS

DE PESQUISA PARA A MEDIÇÃO DE

AUDIÊNCIA?

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Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 3

PAUTA 3 DATA DE

GRAVAÇÃO: 06/10/2015

REPÓRTER:

HUGO SANTOS

ROCHA

PRODUÇÃO: MAURÍCIO TOLOMEI

DA SILVA

RAPHAEL NARCIZO

DOS SANTOS

THIAGO DE ARAÚJO

COELHO

RETRANCA: PESQUISA GANCHO: A HISTÓRIA DO HORÁRIO NOBRE

NA TV

ENTREVISTADO:

ELMO FRANCFORT

COORDENADOR DO CENTRO DE MEMÓRIA

PRÓ-TV / MUSEU DA TELEVISÃO

DATA: 06/10/2015

LOCAL: RUA VARGEM DO CEDRO, 140 -

SUMARÉ, SÃO PAULO - SP

MATERIAL NECESSÁRIO:

CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,

PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE

MEMÓRIA.

IMAGENS:

IMAGENS DO ENTREVISTADO.

PROPOSTA:

MOSTRAR A PESQUISA HISTÓRICA DA TV E

SEUS ACONTECIMENTOS AO LONGO DO

TEMPO.

PERGUNTAS:

FALE UM POUCO SOBRE O PAPEL DO MUSEU

DA TELEVISÃO.

QUAL É O HORÁRIO DE

ATENDIMENTO/FUNCIONAMENTO.

O QUE TEM NO MUSEU DA TELEVISÃO?

É ABERTO PARA VISITAÇÃO PÚBLICA? TEM

QUE PAGAR?

COMO RESPONSÁVEL PELO MUSEU DA

TELEVISÃO, COMO VOCÊ DEFINE A

TELEVISÃO HOJE NO BRASIL?

COMO VOCÊ DEFINE O HORÁRIO NOBRE, DE

ONDE SURGIU O TERMO?

COMO VOCÊ CLASSIFICA A BUSCA DA

AUDIÊNCIA PELAS EMISSORAS DE TV

ATUALMENTE NO BRASIL?

COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DOS

PROGRAMAS TELEVISIVOS HOJE NO BRASIL?

SE TEM QUALIDADE, QUAIS OS CRITÉRIOS

QUE VOCÊ UTILIZA PARA DETERMINAR O

QUE É PROGRAMA TELEVISIVO DE BOA

QUALIDADE?

ANTIGAMENTE, COMO ERA A QUALIDADE DA

TV BRASILEIRA?

DA PROGRAMAÇÃO TELEVISIVA ANTIGA ATÉ

OS DIAS ATUAIS, TIVERAM MUDANÇAS? EM

QUE?

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Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 4

PAUTA 4 DATA DE

GRAVAÇÃO:

22/10/2015

REPÓRTER:

RAPHAEL NARCIZO

DOS SANTOS

PRODUÇÃO: HUGO SANTOS

ROCHA

MAURÍCIO TOLOMEI

DA SILVA

THIAGO DE ARAÚJO

COELHO

RETRANCA: AUDIÊNCIA GANCHO: A GfK COMO INSTITUTO DE

MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA

ENTREVISTADO:

RICARDO MONTEIRO

DIRETOR GERAL DA DIVISÃO DE MEDIÇÃO DE

AUDIÊNCIA E INSIGHTS

DATA: 22/10/2015

LOCAL: RUA GOMES DE CARVALHO, 1510, 10º

ANDAR, VILA OLÍMPIA, SÃO PAULO – SP

MATERIAL NECESSÁRIO:

CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,

PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE

MEMÓRIA.

IMAGENS:

IMAGENS DO ENTREVISTADO.

PROPOSTA:

MOSTRAR O NOVO INSTITUTO DE MEDIÇÃO

DE AUDIÊNCIA QUE ESTÁ SENDO

IMPLANTADO NO BRASIL, SUA ESTRUTURA E

IDEOLOGIA.

PERGUNTAS:

COMO O GFK DEFINE O HORÁRIO NOBRE NA

TELEVISÃO BRASILEIRA?

O QUE É O GFK E QUAL SUA IMPORTÂNCIA

PARA A TV NO BRASIL? (AQUI DEVERÁ DIZER

TAMBÉM SE AS PESQUISAS SÃO

CONTRATADAS POR ALGUMA EMPRESA, OU

PARTEM DO INSTITUTO O INTERESSE EM

APLICÁ-LAS?)

O QUE É AUDIÊNCIA SEGUNDO O GFK?

QUAIS SÃO OS MÉTODOS DE AFERIÇÃO DE

AUDIÊNCIA QUE O GFK UTILIZA?

SOBRE OS MÉTODOS DE AFERIÇÃO, PODERIA

EXPLICAR COMO OCORREM E COMO SÃO

APLICADOS?

QUAL É O UNIVERSO E AMOSTRA

PESQUISADA?

UM PONTO NO GFK SIGNIFICA QUANTAS

RESIDÊNCIAS ATINGIDAS?

NA OPINIÃO DO GFK, O QUE PODE ATINGIR A

QUEDA DA AUDIÊNCIA DE UM PROGRAMA

E/OU EMISSORA DE TV?

NA OPINIÃO DO GFK, O HORÁRIO NOBRE HOJE

NAS EMISSORAS DE TV NO BRASIL TEM SE

CARACTERIZADO COMO "NOBRE" MESMO

COM A MIGRAÇÃO DO PÚBLICO

TELESPECTADOR PARA A INTERNET?

QUAL É O PERFIL DE PÚBLICO

TELESPECTADOR HOJE DO HORÁRIO NOBRE

NA TV BRASILEIRA?

O TELEJORNALISMO, NA OPINIÃO DO GFK,

PODE INFLUENCIAR NO AUMENTO DA

AUDIÊNCIA DO HORÁRIO NOBRE? COMO?

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Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 5

PAUTA 5 DATA DE

GRAVAÇÃO:

05/10/2015

REPÓRTER:

HUGO SANTOS

ROCHA

PRODUÇÃO:

MAURICÍO TOLOMEI

DA SILVA

RAPHAEL NARCIZO

DOS SANTOS

THIAGO DE ARAUJO

COELHO

RETRANCA: PESQUISA GANCHO: CONCEITOS DE HORARIO NOBRE

ENTREVISTADO:

EUGENIO BUCCI

JORNALISTA E LIVRE DOCENTE PELA USP

DATA: 23/10/2015

LOCAL: PRÉDIO DA SUPERINTENDENCIA DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL - USP.

MATERIAL NECESSÁRIO:

CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPE,

CARTÃO DE MEMORIA, PILHA, BATERIA,

CARREGADOR.

IMAGENS:

ENTREVISTADO

PROPOSTA: OBTER RESPOSTA DO ENTREVISTADO A

CERCA DO ASSUNTO ABORDADO.

PERGUNTAS:

COMO PESQUISADOR DA ÁREA DE

COMUNICAÇÃO, COMO VOCÊ DEFINE O

HORÁRIO NOBRE NA TV BRASILEIRA?

POR QUE VOCÊ ACHA QUE FOI CRIADA A

DENOMINAÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?

VOCÊ CONHECE OUTROS ESTUDOS QUE

TRAGAM UMA DENOMINAÇÃO PARA O

TERMO HORÁRIO NOBRE?

QUAL É A FUNÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?

O QUE É AUDIÊNCIA?

O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS

APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS

DE PESQUISA E/OU EMISSORAS PARA A

MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA?

QUAL É A IMPORTÂNCIA DA AUDIÊNCIA

PARA UMA EMISSORA DE TV?

VOCÊ ACHA QUE A BUSCA PELA AUDIÊNCIA

PODE GERAR A PRODUÇÃO DE PROGRAMAS

DE BAIXA QUALIDADE? POR QUÊ?

COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DE

UM PROGRAMA OU DE UMA PROGRAMAÇÃO

TELEVISIVA?

COM A CHEGADA DA TV DIGITAL, O QUE

MUDOU PARA A QUALIDADE DA PRODUÇÃO

AUDIOVISUAL NO BRASIL?

VOCÊ ACREDITA QUE A QUALIDADE DA TV

BRASILEIRA ESTÁ ASSOCIADA A AUDIÊNCIA

OU NÃO? POR QUÊ?

UM PROGRAMA DE BAIXA AUDIÊNCIA PODE

SER CONSIDERADO DE BAIXA QUALIDADE?

NÃO, SIM, POR QUÊ?

COM A INTERNET, O PÚBLICO

TELESPECTADOR MIGROU DA TV PARA ESSE

MEIO? POR QUÊ?

NA SUA OPINIÃO, COMO DEVEMOS

DENOMINAR O PÚBLICO TELESPECTADOR

ATUALMENTE NO BRASIL?

O GÊNERO INFORMATIVO, EM ESPECIAL O

TELEJORNALISMO, PODEM INTERFERIR NO

AUMENTO DA AUDIÊNCIA DENTRO DO

HORÁRIO NOBRE? POR QUÊ?

DENTRE AS EMISSORAS DE TV, GLOBO, SBT E

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RECORD, QUAL VOCÊ, ENQUANTO

PESQUISADOR, ACREDITA QUE "FAÇA DE

TUDO" PARA ALCANÇAR A AUDIÊNCIA? E O

QUE É FEITO?

DAS EMISSORAS CITADAS, QUAL VOCÊ

CLASSIFICARIA SER A QUE MELHOR EXIBE O

HORÁRIO NOBRE DE QUALIDADE, POR QUÊ?

O QUE VOCÊ PENSA SOBRE OS ÍNDICES DE

AUDIÊNCIA DIVULGADOS PELOS INSTITUTOS

DE PESQUISA, EM ESPECIAL, O IBOPE?

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ANEXO B - CONTATOS COM ENTREVISTADOS

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ANEXO C – DECUPAGENS

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102

DECUPAGEM 1 - ELMO FRANCFORT

Tempo

Vt 1 - Elmo

Imagem (descrição da

Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

00:00:00

00:00:28

00:01:40

00:03:10

00:03:26

Plano médio

Entrevistado coloca a mão

na orelha e finaliza a

resposta.

Final da resposta do

entrevistado e pergunta do

repórter.

Entrevistado faz careta

para reforçar o sentido da

sua fala.

Entrevistado coloca a mão

Como você define o horário nobre? De onde vem esse

termo?

O horário nobre ele é muito além da TV, porque isso é

uma tradição norte americana, mas isso ela vem ainda da

época do rádio, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

É o horário onde as pessoas estão mais em casa, é o

horário considerado nobre porque é um horário onde você

tem maior número de pessoas assistindo ou no caso do

rádio, ouvindo.

Como você classifica a busca de audiência pelas

emissoras de TV atualmente no Brasil?

A busca pela... pela audiência das emissoras, eu falo que a

gente precisa repensar isso... porque assim a...isso já tá

começando a ser repensado por conta da migração pros

outros meios, as pessoas que não assistem mais a televisão

e estão indo para a internet ou pro Netflix. Então isso

precisa ser muito bem pensado porque antes era aquela

luta –ah vamos tentar fazer, quem consegue mais pontos,

menos pontos, só que sem pensar no conteúdo. E o

conteúdo precisa ser repensado... porque não dá para você

colocar qualquer tipo de produto no ar , qualquer produção

audiovisual e achar que as pessoas vão automaticamente

assistir. Então hoje em dia o que a gente tem a

preocupação de você ter um produto de baixaria, antes

você mudava o canal, hoje em dia não, vai migrando para

outros meios. Então é uma preocupação muito grande que

é preciso ter.

Como você classifica a qualidade dos programas

televisivos hoje no Brasil? Se tem qualidade, quais os

critérios que você utiliza pra determinar o que é um

programa de boa qualidade?

A qualidade ela tem que ser de modo geral, mas acho que

a melhor qualidade que tem que se ter numa televisão em

qualquer que seja o programa é respeito ao telespectador.

Essa vai ser o grande diferencial, independente se essa

qualidade e audiência seja quantitativa ou qualitativa. Ela

precisa pensar bem pra quem tá sendo direcionado e qual é

a função social que você por detrás disso. As vezes o

programa era feito de variedades sem uma grande

variedade, mas... ou senão um jogo sem ter algo por trás

dele que seja importante, que contribua pro telespectador.

E só assim o fazer por fazer não é por aí. Você tem que ter

conteúdo acima de tudo. Então ter a qualidade num

primeiro momento e sempre é você se preocupar com o

telespectador. Então pensar não apenas no número de

quadros, no conteúdo... que que vai ter como história,

vamos dizer uma novela. A novela precisa ter história... se

ela for fraca, os personagens não tiverem profundidade

por exemplo ... vai ser mais uma coisa, vai ser uma

novela... eu sempre digo que as novelas antigamente, eu

não falo antigamente de muito tempo atrás, de poucos

anos pra cá, você passava e âh.. passava o tempo né e

olhava pra trás e falava: “Caramba, essa novela é boa, teve

o fulano e fulano, teve o personagem tal. Agora hoje em

dia as novelas passam e você tenta lembrar uma novela,

você fala: “ Não eu acho que.. pera.. não eu acho que é a

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103

00:04:39

00:06:54

no queixo.

Final da resposta e

pergunta do repórter.

outra” porque se confunde, falta profundidade, falta

história, coisas que aproxime as pessoas e é o que elas

estão indo pras novas mídias. A interatividade ela sempre

existiu, só que hoje em dia ela é uma interatividade

tecnológica. Antigamente era uma interatividade mesmo

do cara a cara, é uma coisa que veio do rádio, que é aquela

coisa de proximidade, você querer ter um colega, um

amigo do outro lado. E aí você quer agradar, então é um

namoro né. Na época das babás eletrônicas que que era

isso? Era a educação de uma criança. Hoje em dia a

criança se ela não for pra TV paga o que que ela vai ter na

TV aberta? Então a gente precisa ter uma pessoa próxima,

mesmo que essa pessoa seja um elenco inteiro. A televisão

precisa pensar nisso sempre.

Como era a qualidade da TV brasileira antigamente?

Aí a gente precisa pensar a qualidade de modo geral, mas

assim de épocas em épocas. Se você pensar em como era a

qualidade dos anos 50 era bem diferente dos anos 70.

Tanto que a TV em cores se tornou uma sobrevida para a

TV aberta, porque era um momento de muito

questionamento, muita crítica, porque a qualidade, a

baixaria... a coisa tava muito.. muito ligada e cada vez

maior. Então tava uma briga tanto pela audiência sem

pensar no conteúdo. Foi a época que teve o caso Sou sete

Da Lira, o..... nossa várias polêmicas bem ali no início dos

anos 70. E aí isso foi uma época muito confusa e foi uma

época de crise também. Que foi o período onde as

emissoras pegaram fogo, outras como a Excelsior

fecharam. Tinha o problema do governo militar, que a

ditadura não permitia que você colocasse coisa no ar, tinha

que passar por um crivo. Então tinha muita coisa no início,

mas se a gente pensar no que existia antes nos anos 50

pros anos 60 era uma programação de alto nível. Era uma

programação considerada até elitista, mas nós

empobrecemos num ponto, que inclusive quando eu

escrevi o Gabus Mendes, os grandes mestres do rádio e da

televisão, as declarações do Cassiano eu achei muito

interessante, que ele fala que o maior problema da TV

brasileira foram os direitos autorais. Por que? Porque

antes você conseguia fazer um Guimarães Rosa e várias

outras obras que não eram domínio público, mas não tinha

essa parte da legislação da televisão muito bem colocada e

não tinha vários impedimentos da... a lei do direito autoral

não era bem rígida e você conseguia levar esses grandes

clássicos até brasileiros pro público em geral. Hoje em dia

todo mundo quer tirar um dinheiro e aí o que acontece, a

televisão que tinha que ser um instrumento divulgação de

conhecimento acaba não tendo essa oportunidade, porque

precisa um alto preço pra você poder fazer grandes

histórias. Essas grandes histórias até em termos de

histórias infantis. Quanto tempo a gente demorou pra ter

novamente o sítio do pica-pau amarelo? E é uma coisa que

assim, você tem que ter uma negociação com a família do

Monteiro Lobato para acontecer. E a gente tá quase

próximo de virar domínio público. Então é uma questão

muito complexa que a gente tem que pegar sim. Agora a

gente tá passando por esse momento da TV paga, a

internet, de como é que é essa questão de direitos autorais.

E aí tem que se pensar novamente se isso não vai

prejudicar a evolução. É como os conteúdos antigos de

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104

00:08:38

00:09:33

Final do primeiro

VT cortando a palavra

relacionamento.

televisão. Quanta coisa boa foi produzida poderia ser

reproduzida, ser reexibida? Infelizmente nós temos casos

como o canal Viva que está conseguindo, mas e o acervo

da Manchete, tem muita coisa que tá, foi salva e não pode

ser exibida por conta de direito autoral. Excelsior, Tupi,

nossa, Tupi, tem ainda, não é, claro, a produção toda, mas

ainda dá pra se exibir muita coisa e esbarra no direito

autoral. Você tem que ter um compromisso sim com as

pessoas que fizeram, mas não botar em altos preços os que

você acaba impedindo a exibição.

Então você acha que a produção de boa qualidade da

TV esbarra em direitos autorais, na maioria das vezes

em alguns casos?

Sim e aí as pessoas acabam procurando outros meios. Até

pra burlar isso e assim, “ah mas onde que a gente vai?

Como é que a gente vai fazer uma novela nova se não tem

tantos autores novos de qualidade. Porque tá faltando isso.

Eu acho que o maior ingrediente que a televisão tem e isso

é um ponto máximo da qualidade é a criatividade. É isso

que tá faltando. Porque a... você ter o respeito ao

telespectador também tem isso com a criatividade. Porque

você precisa criar um produto bom que o atraia e se você

não for criativo que graça tem você por exemplo, você

estar num relacionamen.. (Corta o vídeo)

VT 2

00:00:18

00:01:18

00:02:58

00:03:01

00:03:46

Início oficial da resposta

da primeira pergunta feita.

Som do repórter

concordando com a fala do

entrevistado ao fundo.

Final da resposta do

entrevistado.

Câmera se movimenta

durante a pergunta do

repórter para ajustar o

ângulo do entrevistado.

Elmo, fala um pouco sobre o papel do museu da

televisão, qual que é o horário de atendimento,

funcionamento dele, o que a gente pode encontrar

aqui? É aberto a visitação? Tem que pagar?

Então vamo lá... O museu da televisão, a sede aqui da pró

TV que a gente chama até de pré museu porque a nossa

ideia é ter uma sede que seja totalmente adaptada pras

necessidades do museu. A gente vai, mas de certa forma

improvisada, mas está acontecendo porque é uma

iniciativa que precisa existir e cada vez mais crescer. A

gente faz exposições fora, várias coisas externas e o

museu tá acontecendo com o apoio das emissoras. Nós

atualmente temos a Rede Globo de Televisão e a TV

Cultura, Fundação Padre Anchieta por trás e as outras

colaboram assim com o que a gente pede porque é a

história de todas elas. Nós funcionamos de segunda a

sexta das 10h às 18h, as visitas são agendadas,

normalmente tem grupos, tem várias outras coisas, nós

temos também o complexo de São Bernardo do Campo

chamado Cidade da TV que é uma parceria com a

prefeitura de São Bernardo do Campo , mas aqui a gente

tem um centro de memória. Só de fotos são praticamente

dez mil. Tem vídeos, tem.... é um mergulho. Agora pra

que serve isso? Não é apenas para preservar a memória. É

uma coisa que eu sempre brigo, nós não estamos olhando

pro passado da televisão, da radiodifusão né, do rádio, da

TV, um pouco até da comunicação porque mescla cinema,

mescla um todo, jornalismo impresso. Nós temos aqui a

função de preservar a essência da radiodifusão que muito

além. Então quando se fala do passado nos primeiros anos

é preservar a criatividade, a qualidade, ver o que que você

teve de erro e também de acerto. O que que a gente pode

fazer pensando no futuro da televisão, no futuro da rádio.

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105

00:05:46

00:06:23

00:08:45

Mão do repórter entra no

plano.

Entrevistado aponta para

a própria boca

Entrevistado dá uma

gargalhada

Então no momento que o ... não apenas o Brasil mas o

mundo vive de crise, a gente precisa pensar nessas coisas.

Justamente porque é nessa época de crise, de guerra, de

qualquer coisa nesse sentido é que surgem as grandes

oportunidades. Então é você pensar nos princípios, nessas

questões é que o país vai também poder evoluir, porque

não dá pra você evoluir um país se o povo não evolui. E

uma das maiores ferramentas pra isso é o rádio e a

televisão. Então aperfeiçoando isso , pensando nesses

conceitos que nós trabalhamos pra preservar o futuro.

Como responsável pelo museu da TV, como você

define a televisão hoje no Brasil?

A televisão atual ela tá num momento de pensamento, de

reflexo porque as novas mídias chegaram, finalmente a

TV digital vai.. ela já surgiu... mas vai... vai de vez

acontecer pra que a TV analógica saia e a TV digital

assuma a posição oficial. Mas justamente com isso você

tem a internet pegando o caminho, o Netflix, e várias

outras mídias que são relacionadas aí, a telefonia, você tá

mudando os hábitos do brasileiro. Então é um momento

que a TV deve ser repensada, e repensada principalmente

no conteúdo, porque a tecnologia a gente já chegou, nós

estamos num amadurecimento... aliás, já amadurecemos,

estamos evoluindo nesse ponto, mas não se evolui de um

jeito sem se evoluir do outro. Do que adianta você ter um

carro sem motor? O carro não anda. Então é preciso disso.

Que que adianta receber um corpo sem alma. Então é a

hora da gente pensar no conteúdo, senão não adianta,

porque esse conteúdo é uma coisa que eu sempre falo do

rádio e da televisão. O conteúdo ele é importantíssimo

porque é a base para você pensar num todo. Se você

esquecer e não se preocupar com ele, as coisas vão.

assim.. Tomar uma proporção de o que que vai acontecer

com os formatos? O conteúdo ele é importante por que? O

que que acontece, a TV e o rádio, eles tão indo pro... eu

sempre pergunto: qual que é o futuro? Como eu enxergo o

futuro do rádio e da TV. O duro é o princípio. Qual é o

princípio básico do rato. Você ter uma pessoa que ouça o

som e fale para ouvir do outro lado, da televisão. A

imagem, a referência, independente se tiver numa tela,

num celular ou alguma... qualquer forma que seja o futuro.

Você tem que pensar no princípio, no básico, no.... Vamos

dizer... na essência porque aí você vai falar: pra quem eu

tô fazendo isso? Como é que que eu vou falar com a outra

pessoa. Pensa na conversa, como é que é o futuro da

televisão, na conversa, só que aí você também vai ter a

referência da imagem. Qual que é o futuro do rádio? A

mesma coisa, só que o áudio. Então é isso o princípio

básico. Aí querer inventar tecnologicamente, claro, você

pode inventar, mas isso não é o principal. O principal é

mensagem que você vai passar de um lado pro outro. Não

dá pra eu pensar assim: ah.. vai ser uma mudança

gigantesca. Gente... é a base, é o básico... é isso que vai

ser o futuro. O futuro está na nossa cara. Pode mudar,

podem ter outros formatos como por exemplo o Super

Star, até o Tomara que Caia que todo mundo tá caindo em

cima do programa. Parece piada pronta né: tomara que

caia... Mas ele é uma coisa interessante que é algo que é

algo que tinha no início da televisão e do rádio e que a

gente precisa pensar no futuro. Ousadia. Porque eles tão

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106

VT 3

00:01:51

Entrevistado finaliza a

resposta com uma

gargalhada.

Entrada do VT 3

pensando na tecnologia, mas tão pensando em novas

formas de você aprimorar o conteúdo. Mas a gente tá num

momento que isso prejudica o programa Tomara que Caia,

porque como questão de bullying, de assédio, todas essas

coisas. Tudo que você faz piada é crime e o humor

brasileiro ele é baseado no deboche. Isso se você for ver é

muito além do que Chico Anysio, do que Os Trapalhões

... vai... imagina você falar de Mussum hoje em dia.

Mussum seria proibido. Então na verdade isso aí é uma

coisa do teatro, teatro de revista a muito mais... antes

mesmo de rádio e de televisão. É uma coisa bem, como eu

diria, da literatura até. Essa questão do deboche, da

brincadeira. Se você quebra isso e tira a naturalidade de

uma conversa mesmo, não vai ter humor. Humor do

brasileiro tá passando por um momento complicado

porque tudo é proibido. Então a gente tá num momento

delicado e uma coisa vai prejudicando a outra. E aí você

fala: mas... aah são atores, não são humoristas. Mas

quantos atores bons eles não são da área de, eles não são

humoristas em si, mas eles são, eles têm o time do humor.

Elias Gleizer, que infelizmente nos deixou, mas o Elias

Gleizer era a vida inteira, tinha aquele jeito de humor. O

Luís Gustavo, Eva Wilma, vixi... Nair Belo... Nair Belo

ela nunca foi humorista mas ela sempre fez papéis mais

ligados ao humor. Então tem essa questão e o Tomara que

Caia ele tá usando, ele tá se reformulando também para

achar o caminho certo, mas precisa dessas coisas, que

tenha tecnologia sim, porque é o futuro a tecnologia, mas

tecnologia com conteúdo. Se não tiver conteúdo, desliga a

TV, desliga o celular e tal e vai fazer outra coisa. Talvez

na literatura seja mais mágica.

Elmo, que emissora melhor valoriza o horário nobre

atualmente?

O horário nobre ele não dá nem pra você dizer uma

emissora em si. De praxe a gente falaria que consegue ter

mais qualidade e até mais técnica e estrutura que é a

Globo. E junto com isso, isso falando de TV aberta,

porque se for aí a TV a cabo, o horário nobre as vezes não

é nem exatamente nobre. É uma repetição de uma

programação que foi feita a tarde ou de manhã e aí é

reprisada a noite. Tem alguns programas de mais

qualidade nesses horários mais... não exatamente feito

naquele momento. Só em algumas. Tem GNT que tem uns

programas, Multishow tem alguns que são deslocados pra

ser atendido, mas aí a TV segmentada ela é um pouco

diferente. Ela tem um outro tipo de foco e é uma....

garante uma sobrevida. Já na TV aberta, cada um tem um

estilo, então valoriza o horário nobre de formas diferentes.

Eu aponto algumas coisas como no caso, a Globo, as

novelas, a qualidade das novelas mesmo assim precisando

dar uma mexida e tando nessa questão de você ter uma

história, você ter uma trama mais profunda, mas estão

tentando, eles estão tentando achar novos caminhos. A

Globo nas novelas e no jornalismo. A Record eu acho que

ela está apostando muito bem no caso do Dez

Mandamentos. Os Dez Mandamentos ele tá

surpreendendo, ele já é praticamente o fim do horário

nobre. Já quase não é horário nobre mas tá bem. O SBT tá

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107

00:03:41

Entrevistado finaliza sua

resposta.

numa outra vertente. Isso eu acho interessante porque é

um novo panorama da TV aberta porque ela tá tentando

encontrar novos caminhos. O SBT, a vertente dela são

novelas que não é um público que nem a Globo e nem a

Record estão buscando, por exemplo as crianças.

Cúmplices de um Resgate é um bom exemplo. A

Bandeirantes com o jornalismo a mesma coisa. A Gazeta

também tem a sua questão, a Gazeta ela vai no arroz com

feijão. Ela vai se mantendo mais naquele padrão. Tem o

esporte, aí entra a parte que aía Bandeirante tem que é a

locação do horário bem no horário nobre pras igrejas e

depois volta e tem o jornalismo, o todo seu com o Roni

Von que já é fora do horário já. A RedeTv ela tá se

modificando, tá num outro patamar e a TV Cultura tá

passando por um momento delicado, mas ela sempre teve

uma preocupação geral com o horário nobre, inclusive

com o jornalismo. De você ter um jornalismo público,

analítico. Isso a rede cultura, Tv Cultura ela sempre teve

essa preocupação e pensar nas crianças. Então cada uma

tem sua contribuição. Não existe uma mais e outra menos.

Cada uma é uma grande família que um tá tentando

colaborar com o outro. Porque assim, se nenhuma delas

colaborarem uma com a outra é o mercado inteiro que

perde e nisso todos perdem pras novas mídias, quando na

verdade elas tem que se unir pra ter uma sobrevida

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DECUPAGEM 2 – EUGÊNIO BUCCI

VT1

00:00:06

00:01:20

00:01:23

00:01:38

00:01:44

Plano médio

Pergunta 1:

Como pesquisador da área de comunicação, como você

define o horário nobre da TV brasileira?

Olha, eu não defino como pesquisador da área de

comunicação. Esse horário nobre, “prime time”, é uma

coisa que vem, uma cultura da indústria da comunicação

pra designar a “creme de la creme”, a cereja do bolo, é, a

parte mais nobre da carne. O termo nobre também é ruim,

por que. Mas assim, no fim, é o que custa mais caro. Então,

o horário nobre designa aquela faixa em que a inserção

comercial é mais cara, por que, ali estariam os ouvintes os

telespectadores mais interessantes para os anunciantes.

Trata-se de um conceito da indústria e um conceito

comercial, não tem nada a ver com ciências da

comunicação. A gente lida com isso como um dado do

nosso objeto, mas são eles que definem.

Pergunta2

Por que você acha que foi criada a denominação de

Horário Nobre?

Pra haver uma diferenciação de tabela de preços, é apenas

uma questão, é, como você comprar um ingresso pra um

jogo de futebol e sentar na cadeira melhor, ou viajar na

classe executiva. É uma questão de mercado isso aí.

Pergunta 3

O que é audiência ?

O termo audiência, é, até no inglês, que a palavra é

praticamente a mesma, ele tem algumas sutilezas que nós

precisamos levar em conta. A audiência pode ser o nome

do publico que está ligado naquele programa ou naquele

horário. E quando se fala em público, supõe-se a existência

de uma espécie de senso crítico, de autonomia conceitual.

O público pode designar, dependendo da escola,

dependendo da tradição teórica que a gente esteja se

referindo, o público designa uma audiência mais crítica.

Dizem né, que algumas características da indústria cultural

ou dos meios de comunicação de massa foi exatamente

transformar o público em massa, e aí se entende como

massa uma grande concentração de telespectadores, uma

multidão como ouvinte, como audiência, mas desprovida

das condições de fazer a crítica daquilo a que está tendo

acesso, não haveria interlocução crítica da massa com os

meios, mas há uma interlocução crítica entre o público e os

jornais. E a audiência é o nome que o mercado adota pra se

referir às pessoas que assistem ou que consomem ou que

interagem com determinada programação, e ela pode ser

quantificada e ela pode ser descrita em termos de

qualidade, de composição, composição de classe social, aí

outro vocabulário complicado, por que classe social nesse

universo não tem nada a ver com o conceito sociológico

de classe social, apenas um estamento, um segmento da

população que tem duas maquinas de lavar em casa, cinco

televisão, essas coisas. Então, o, a audiência normalmente

é um conceito de mercado também, quando alguém tá

falando “ a nossa audiência”, tá falando o público, a fatia

de público que a gente entrega para o nosso anunciante,

normalmente é isso.

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109

00:04:39

00:04:42

00:05:34

00:05:39

00:08:14

00:08:27

Pergunta 4

Qual a importância da audiência para as emissoras de

TV?

Bom, é vital. Uma emissora de TV que não tem audiência

morre, a não ser que ela seja uma emissora pública, que é o

que acontece no brasil. O único caso de emissoras de

televisão sem audiência são as emissoras públicas do brasil

que só existem por que artificialmente põe dinheiro lá. Sem

audiência, sem público você não tem a comunicação,

então, qual a importância? A importância da audiência pra

uma emissora de televisão ou pra uma emissora de rádio ou

pra um portal ou pra um site, é como a importância da vida

para um corpo humano, se não tem audiência não tem vida

ali, é isso.

Pergunta 5

Você acha que a busca pela audiência pode gerar

produção de programas de baixa qualidade?

Pode. Mas aqui é um ponto interessante. Por que muita

gente fala eu tenho que fazer uma coisa ruim por que se

não eu não tenho público. Normalmente nesse caso quem é

ruim, antes do público, é o programador, é o editor, é o

responsável por aquela programação. Por que desde o

tempo do coliseu, no império Romano, as plateias gostam

de ver sangue, corpos nus, a nudez e a violência tem

arquétipos profundos, ancestrais e também correspondem

às duas pulsões instintivas da natureza humana, já segundo

até Freude, né, Freude fala da pulsão de vida e da pulsão de

morte. Eros e Tânatos: Eros sexo e Tânatos morte. Mais

tarde ela até aproxima uma coisa da outra, uma coisa

recobre a outra, uma coisa é inseparável da outra. Mas é

óbvio que com sexo e com violência algo ali interessa pros

olhos das pessoas. Mas não precisa ser ruim. Então, a baixa

qualidade é mais culpa da incompetência, do despreparo,

da estreiteza de quem propõe a comunicação do que

propriamente do repertório de quem consome. Justificar a

baixa qualidade com o argumento de que eu preciso ter

audiência é meio suicídio até, por que o que já se observa

nos dias de hoje é que a baixa qualidade, que talvez até

atraia algum público, mas o público vai se cansando, essa

coisa tem vida curta, espanta anunciante, por que os

anunciantes não querem ficar associados ao grosseiro, ao

selvagem, ao sensacionalista . Então, os programas dos

meios de comunicação que tem um bom desempenho

comercial, eles se preocupam um pouco com elegância,

com bom gosto, com uma postura um pouco menos

destrutiva, então isso é uma desculpa esfarrapada.

Pergunta 6

Como você classifica a qualidade de um bom programa

ou programação televisiva?

É, é, uma resposta universal pra isso é complicada, por que

a qualidade é sempre uma relação, sempre está no diálogo,

é, não há qualidade de algo que seja incompreensível ou

inacessível, impermeável , assim, eu não posso esperar que

as pessoas aqui em São Paulo apreciem a qualidade

literária de um poema russo, por que muito pouca gente vai

ler russo, pra haver qualidade em comunicação é

indispensável que exista a comunicação. Então a qualidade

está associada à capacidade comunicativa de um conteúdo,

de uma peça. Precisa haver o acesso, a compreensão para

que exista alguma fruição, alguma estesia. De forma que,

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00:11:18

nós não podemos avaliar a qualidade em comunicação

independentemente da comunicação que acontece ali, eu

posso dizer que uma peça de Shaquespeare é o máximo e

tal, mas precisa ver se ela é vista assim pelas pessoas que

estão assistindo. Então a assistência dá os parâmetros

também da qualidade. Nesse sentido que a gente pode

avaliar a qualidade. De tal maneira que algo que seja muito

bom na Tv inglesa talvez não seja muito bom na Tv

brasileira e vice e versa, depende do contexto cultural de

que nós estamos falando. Mas dentro disso, guardadas

essas cautelas, a qualidade tem a ver com aquilo que revela

horizontes não presumidos, que surpreende uma audiência

e, ao mesmo tempo que ensine, que cative, que seduza no

sentido de se fazer acompanhar, e que engrandeça a vida

daquela comunidade ou que a transforme, que apele menos

para os medos e para os ódios e mais para aquilo que tende

à plenitude da vida que é um pouco o ideal da democracia,

mas também o ideal da beleza, não tem muita variação.

Você acredita que a qualidade da TV brasileira está

associada a audiência ou não?

Acredito que sim. É, não dá pra falar, é, que uma coisa tem

qualidade, mas tem baixa audiência. Tem, ah, ah relação é

mais complexa. No conjunto, uma emissora de TV, precisa

ter uma boa solução de audiência. Não é verdade, que, é, a

qualidade necessariamente desagrada a maioria dos

telespectadores isso, se é assim, não não tem qualidade,

essa proposta não tem qualidade. A qualidade depende de

ser capaz de dialogar e de atender a audiência. O que pode

acontecer é que no conjunto alguns programas tenham

performance aquém do que seria desejável de (micro

pausa) no quesito atração de público, mas no conjunto é

preciso haver a eficiência nesse ponto.

Ahhh, repito. Dizer que a qualidade espanta a audiência é

uma desculpa para uma coisa que não tem qualidade. É, em

televisão, em rádio, é, haver audiência é fundamental.

É o desafio é atrair audiência com propostas que como eu

digo, almejam o invisível, além do visível, sejam

ambiciosas em termos estéticos, mas ainda assim

convenção, é... grandes contingentes de público, tá. Não há

separação entre ter público e ter qualidade. O desafio é

conjugar essas duas coisas.

O gênero informativo, em especial o jornalismo, pode

influenciar na audiência do horário nobre?

Claro que pode. O horário nobre na televisão brasileira, o

prime timeda da televisão brasileira, sempre foi um

telejornal e duas novelas. Uma novela antes, telejornal,

uma novela depois. Isso é a formula clássica do horário

nobre do Brasil. Então, o telejornalismo cumpre um papel

estruturante do horário nobre e também é assim fora do

Brasil.

Agora a indústria da televisão tem muitos formatos

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111

diferentes: a tv a cabo, ah... as tecnologias digitais, o

youtube que não tem horário nobre, mas se nós estamos

falando da televisão em termos clássicos, o jornalismo é

fundamental.

Todas. Todas. É, mas outra vez, tá no pressuposto da sua

pergunta a ideia de que é ruim ter público. Não é ruim. Ou

a ideia de que só coisa ruim atrai o público não é verdade.

O Jornal Nacional hoje no Brasil, que lidera é um bom

telejornal, as vezes é ótimo. Ele num... num faz concessões

ao sensacionalismo. Pelo menos não faz concessões graves

ao sensacionalismo. Não é um jornalismo que tá mostrando

cadáveres, que tá, e programas que fazem isso na televisão,

normalmente no final da tarde, começo da noite, eles

conseguem um bom nível de audiência, mas não

conseguem um nível retumbante de audiência, e não

mantem credibilidade e respeitabilidade. Então isso

funciona no médio prazo, ou funciona para uma média

audiência, mas não é uma receita boa pra atrair anunciantes

e pra construir credibilidade e respeitabilidade de um canal,

de uma emissora, então, todas fazem tudo pra ter audiência,

só que umas fazem com mais inteligência e mais talento,

mas todas estão atrás da audiência.

Mas esse pressuposto de que só coisa ruim da grande

audiência é errado. Ele precisa ser mudado. O que dá

grande audiência na TV aberta no mundo inteiro? Eventos

de, eventos esportivos. O futebol não é ruim do ponto de

vista estético ou ético. Ele é o que ele é. A cobertura pode

ser maravilhosa, a transmissão pode ser maravilhosa.

Que mais que dá audiência? É... Boas coisas de ficção.

Tem ficções maravilhosas, na, agora nessas Netflix, nessas

coisas novas ai. Então não é verdade que só coisa ruim

atrai audiência viu.

Das emissoras citadas, qual você classifica que melhor

exibe o horário nobre?

A Globo. A Globo. A Globo é a melhor televisão do Brasil.

Inclusive no horário nobre.

O que você acha dos índices divulgados pelos institutos de

pesquisa, em especial o IBOPE?

Uai, eu acho que eles estão falando a verdade. É só o que

eu posso achar. Aqui tem uma coisa que precisa ser levada

em conta também. A televisão não mede apenas quantidade

de telespectadores e poder aquisitivo dos telespectadores.

Ela leva em conta perfil cultural, mas leva em conta uma

série de outras coisas. A fidelidade, as vezes que ele volta,

como ele fica, que diferença isso faz na vida dele. É muito

mais rica a análise da audiência. Em qualidade, de

televisão, a audiência analisada em termos mais complexos

é fundamental, mas para a analisa da qualidade da televisão

a audiência que é fundamental não é a única coisa, há

vários outros que entram ai.

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112

DECUPAGEM 3 – FLÁVIO RICCO

Tempo

Vt 1 –

Flávio

Ricco

Imagem

(descrição da Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

00:00:00

00:00:37

00:01:14

00:01:58

00:02:24

Plano médio Como crítico de televisão, qual sua visão sobre o

horário nobre da TV brasileira?

A, o horário nobre, eu acho que a Globo tem uma grade de

programação muito definida e há muitos anos, que é

novela, jornal, novela, jornal e aí ou é linha de shows.

Então é uma coisa que se constituiu e que acabou

prevalecendo na televisão brasileira. Ééé é uma grade

quase que imbatível. Alguém teria que descobrir uma

fórmula diferente que atendesse o telespectador da mema

maneira. (entrevistado arruma sua postura no sofá). Por

enquanto isso não foi possível. Você verifica que o que

nós temos atualmente é novela brigando com novela. A

Record tá indo muito bem com “Os Dez Mandamentos”

concorrendo agora com a novela da Globo, mas isso pode

ser uma situação esporádica por que a Globo tem uma

máquina de produzir novelas que é uma coisa fantástica e

montada há muito tempo e a Record tem que provar isso,

(ela tem que fazer), demonstrar pro público que “Os Dez

Mandamentos” não é um sucesso esporádico, tem que ter

continuidade à isso.

O que você acha dos programas de notícias, como os

telejornais, serem também utilizados como produto em

busca de audiência?

Olha, eu acho que o tele, ee eu tenho uma visão sobre

jornalismo, eu acho que oo o jornalismo na televisão ele tá

passando por uma fase de transição e existem os

telejornais que tão em busca de audiência e esses apelam

um poquinho. (entrevistado gagueja) busca de noticiário

policial pra ver se eles atraem pessoas da classe C e D,

entendeu. Mas eu acho que com a internet a televisão a

cabo, as rádios funcionando do jeito que tão, os sites

pipocando notícia o dia inteiro. Esse negócio de notícia

com hora marcada vai acabar na televisão brasileira, é

uma questão de tempo. Hoje, os telejornais eles,

antigamente cê esperava até as oito horas da noite para

assistir o telejornal, o Jornal Nacional. Hoje para você

saber o que vai (gaguejou) aaoo tele o Jornal Nacional vai

apresentar, cê não precisa esperar por ele por que as

notícias já aconteceram durante todo o tempo e elas não

param, o mundo globalizou, hoje você tem notícia 24hs.

Então a televisão vai ter que se adaptar a isso.

Os telejornais eu acho que eles vão mudar um poquinho

de cara, eles vão deixar de se preocupar tanto em

informar, por que informação já veio, e vão tentar

contextualizar mais a notícia, comentar mais, dar mais

opinião às informações que foram transmitidas ao longo

do dia.

Você acha que a credibilidade do jornalismo interfere

na escolha dos programas que serão exibidos no

horário nobre.

Bom, a credibilidade é fundamental em qualquer setor,

tanto na televisão como fora da televisão, a pessoa,

(gaguejou) você só dá aaaa você só vai assistir um

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00:03:12

00:03:24

00:03:50

00:04:30

programa se você tiver confiança naquilo que ele tá

mostrando. Se você tiver desconfiança sobre o programa,

por que que você vai assistir? Vai perder tempo, televisão

é fundamental a credibilidade, principalmente nos

programas jornalísticos.

Você é a favor das emissoras buscarem audiência a

qualquer custo?

Não, por que televisão, audiência a qualquer custo implica

as vezes em fazer concessões na qualidade e isso tá tá, foi

demonstrado através de todos esses tempo aí. Cê vê que

programas que apelaram pra isso, eles tem prazo de

validade muito curto. Por que você não consegue enganar

todo mundo o tempo todo. Então, programas queee já

existiram por aí como “O povo na TV” lá atrás e depois

“Aqui Agora” que foi um jornal, mas era um jornal

apelativo mais dirigido às classes C e D além de outros

programas que ainda existem na forma de barraco, né, o

SBT ainda tem um com a Christina Rocha e tal a Márcia

viveu, Márcia Goldschmidt viveu muito tempo fazendo

isso, o Ratinho foi obrigado a se modificar, o João Kleber

já não tem espaço na televisão, então, tudo que é baixaria,

o público tá mais exigente, tá querendo coisas melhores.

Então vai ser necessário para televisão buscar mais

qualidade, investir em qualidade, não em quantidade, em

programas que não têm um mínimo de qualidade.

Tempo

Vt 2 –

Flávio

Ricco

Imagem

(descrição da Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

00:00:00

00:00:38

00:01:11

Plano médio Você acredita que o horário nobre da TV brasileira no

geral, tem programas de boa qualidade?

Claro que tem, hoje o Brasil é um dos países, ou talvez o

país que melhor produz novela no mundo. Todos os

produtos de teledramaturgia do Brasil nas feiras

internacionais são muito bem recebidos, são muito

procurados, são comercializados com, até com grande

facilidade. Nossos programas da linha de show, nós temos

diretores fantásticos fazendo isso. Já produzimos mais em

tempos passados, hoje o entretenimento baixou um

poquinho de qualidade. Os maiores investimentos da

televisão tão mais em série e mais em novelas. Ma memo

assim aqui no Brasil se sabe fazer televisão. O que existe é

por parte das emissoras pouca disposição em produzir.

Elas estão procurando comprar pronto invés de criar, em

vez de trabalhar na criação de formatos. O Brasil sempre

foi um exportador, hoje ele tá importando coisas de fora,

coisas que nem sempre dizem respeito à nossa realidade,

coisas qu nem sempre o público aceita. Para um “Big

Brother” que dá certo, um “The Voice Brasil” que dá

certo, vem um monte de abacaxi, que são reprovados

automaticamente pelo público, entendeu. Então as

emissoras invés de investirem dinheiro nisso e dinheiro

alto nisso, por que pagam em dólar e hoje o dólar tá caro

pra caramba, elas tem que pegar e investir no profissional

da televisão brasileira. O profissional da televisão

brasileira já demonstrou ao longo desses anos todos que

ele é um cara absolutamente capaz, é só dar condições à

ele de trabalho que ele vai produzir, que ele vai responder

com trabalho a altura. Aaa a necessidade (gaguejou) de

comprar coisas de fora ela existe, mas você tem que fazer

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00:02:00

00:02:22

00:03:12

00:03:25

00:03:58

00:04:34

00:04:48

00:04:53

00:05:22

uma balança nisso. Dar também a oportunidade de se fazer

coisas aqui, entendeu.

Como você classifica, e o que precisa ter um programa

televisivo para ser considerado de boa qualidade?

Um programa de boa qualidade você tem que investir

tecnicamente nele e tem que tomar muito cuidado com o

conteúdo, por que hoje a televisão tem muita

responsabilidade, ela fala de A a Z, entendeu. Então é

preciso tomar cuidado com tudo, com tudo que é colocado

e a qualidade nisso é essencial, sabe ela tem que buscar

bons profissionais especializados pra cada coisa e existe

isso no mercado. Você só faz um bom produto você

contando com bons ingredientes não é isso? Cê só faz uma

boa pizza cê tiver uma boa massa, um bom tomate e tal, a

televisão é a mema coisa, cê só vai faze um programa se

você tiver uma boa produção.

Na sua opinião, qual é o futuro da TV aberta no Brasil

se o público telespectador migrar para a internet?

A televisão aberta no Brasil nunca vai morrer, o que vai

acontecer é uma segmentação, por exemplo, a televisão

paga ela vai ficar com as séries com os filmes, até com

esportes. Mas a televisão aberta ela nunca vai deixar de

apresentar o jornalismo e nunca vai deixar de ter

teledramaturgia de qualidade. O público nunca vai abrir

mão da televisão aberta. Nós estamos às vésperas aí,

segundo o governo, de desligar a TV analógica, o que não

vai ser possível desligar nos prazos previstos pelo

governo. Esse Brasil tá muito acostumado a decidir coisas

por decreto, sem verificar e sem analisar a possiblidade

disso acontecer na prática. Hoje a única forma de lazer

que o brasileiro tem é a televisão gratuita. É a única que

ele tem, nós tamo num tempo de crise, a vida tá muito

cara, como é que uma pessoa, um cidadão comum ele

pode deixar de comprar o arroz e feijão dele de cada dia

pra investir numa televisão com recursos pra receber TV

digital ou até num conversor que custa mais barato.

Existem outras prioridades entendeu.

O horário nobre pode perder audiência e deixar de ser

valioso para os anunciante, e como isso pode

acontecer?

Num vai deixar nunca. Num vai deixar nunca por que a

televisão é aquilo que eu te disse (gaguejou) éee é o lazer

preferido dos brasileiros, é o lazer gratuito que o brasileiro

tem. Na televisão ele recebe a novela, a notícia, o futebol,

entendeu. E ele tá acostumado a chega em casa depois de

um dia de trabalho, janta, conversar com seus familiares e

antes de dormir assistir televisão.

Então o horário nobre vai continuar sendo horário nobre,

vai continuar sendo procurado pela dos telespectadores,

embora hoje exista, hoje exista e nós não podemos negar

isso, outras formas das pessoas buscarem lazer, que é a

internet, telefone celular etc e tal. Mas a televisão é a

televisão.

Qual emissora na sua opinião mais valoriza o horário

nobre na televisão brasileira e de que forma?

Todas as televisões na verdade, elas são obrigadas a

valorizar o horário nobre. Por que é no horário nobre é que

se concentra a maior fatia do mercado publicitário, ali é

que estão as melhores verbas. O preço do comercial no

horário nobre ele é bem diferente do preço do comercial

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00:05:53

00:07:30

00:08:27

exibido à tarde e de manhã. Então isso obriga as

emissoras, todas elas, independentemente de ser a

primeira ou a última colocada a concentrar mais as suas

atenções e mais das suas verbas de produção nessa faixa

da noite que é o prime time. É nela que contabiliza o que

elas vão buscar no mercado publicitário.

A crítica aos programas exibidos no horário nobre é

diferente dos demais programas fora dessa faixa de

horário?

Tudo igual, tudo igual, tudo igual, a televisão, a televisão

hoje você é vista, você vê televisão. A televisão é dividida

em tempos. No começo ela ligava ao meio dia e desligava

à meia-noite TV Tupi, né. Com o tempo ela foi se

ampliando. Hoje a televisão já existe de madrugada.

O mundo percebeu, ou aqui no Brasil se percebeu que o

mundo não para de madrugada. Tanto que a Globo já

inventou um telejornal a 1h da manhã e já estendeu

seriados bons depois do “Jô” essa faixa ociosa que existia

de madrugada, cada dia ta diminuindo mais. E cada dia vai

diminuir mais memo por que num vai existir, hoje tem

público pra televisão em todos os horários. É evidente que

a faixa nobre é onde concentra o maior número de ligados,

as já existe público pra todos os horários e em todos os

dias.

O que você acha sobre os métodos aplicados

atualmente pelos institutos de pesquisa na medição de

audiência.

São corretos. Eu acompanhei aaa a implantação do

Datanexos no SBT, isso no fim da década de 90 no

começo para a de 2000 que foi pelo, foi um projeto do

engenheiro Alfonso Aurin, o Silvio autorizou por que

havia aquela desconfiança com relação ao Ibope e tal.

Quando o Datanexos começou a funcionar, se verificou

que os números eram exatamente os mesmos do Ibope.

Eee éé eu não sei quando é que vocês vão usar a minha

entrevista, mas hoje você vê desde o dia 1º (outubro) o

GfK tá oferecendo resultados de pesquisas, nós já tamo no

dia 05 e até agora ninguém sabe o que o GfK apresentou.

Não por que o GfK não fez a pesquisa, ele fez e deu pras

emissoras de televisão, elas é que num tão divulgando.

Num tão divulgando por que? Por que são iguais ao

Ibope? O que é? Como é que nós devemos interpretar esse

silêncio das emissoras? Será que o Ibope, elas tão com

medo de passar um atestado de idoneidade ao Ibope?

Bobagem, é bom ter mais de um instituto de pesquisa

como é bom ter mais de um crítico de televisão, como é

bom ter mais de uma rede boa de televisão.

Essa alternativa pra todos nós, essas alternativas pra todos

nós são muito saudáveis.

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116

DECUPAGEM 4 – FRANCISCO MACHADO FILHO

Tempo

Vt 1 -

Francisco

Imagem (descrição da

Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

00:00:00

00:01:16

00:03:31

Vt 2

Pergunta 2

00:00:00

00:00:45

Plano médio

Como você define o horário nobre da TV brasileira?

O horário nobre tem uma definição que não é uma coisa

estipulada e determinada “vamos criar o horário nobre, e

esse será o horário nobre”. Isso vem do próprio modelo

de negócio de televisão, quando foi instituído lá em 1930,

desde quando a televisão foi inventada. E ela foi adaptada

à cada sociedade. Então cada sociedade começou a ter o

seu horário nobre, que na verdade significa maior

quantidade de pessoas assistindo a televisão. Como a

televisão foi criada em um modelo para atender uma

sociedade industrial e capitalista nos Estados Unidos, o

nosso modelo copiou os Estados Unidos, ele vai muito em

função da dinâmica da cidade, da dinâmica da indústria

naquela época.

Então, quando a maior quantidade de pessoas voltava do

trabalho no horário das 6h da tarde e das 7h da noite e

cansadas queriam ficar em casa descansando e assistindo

televisão. Então, o horário nobre foi estendido no horário

em que as pessoas estavam em casa, a maior quantidade

de pessoas em casa assistindo televisão. E esse horário

compreendia naquela época de 6h da tarde às 10h da noite,

11 da noite. Com a mudança e transformação da sociedade

esse horário foi se ampliando e hoje ele é considerado de

6h da tarde a meia-noite porque a maior quantidade de

pessoas estão em casa, estão chegando da escola, da

faculdade.

Mas mesmo assim a audiência tem perdido um pouco

desse horário nobre, porque o trânsito da cidade de São

Paulo, por exemplo, das 5h da tarde até 7h da noite já é no

período considerado horário nobre por conta da

mobilidade da TV, da TV móvel. A questão do horário

nobre é muito condizente com a realidade local de cada

sociedade.

Pode ser que Araçatuba tenha um horário nobre diferente

de São Paulo, mas infelizmente as métricas ainda não

conseguem identificar, mas é bem provável que tenha. Por

que se as pessoas chegam em casa em São Paulo do

trabalho entre 5h da tarde e 7h da noite, eu acho que em

cinco, dez minutos a pessoas consegue sair do trabalho e

chegar em casa em Araçatuba, como aqui em Bauru

também acontece.

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117

ergunta 3

00:01:02

00:01:24

Pergunta 4

00:01:28

00:02:01

00:02:32

VT 3

Pergunta 5

00:00:00

00:00:27

Então essa dinâmica do horário nobre é trabalhada de um

forma geral e do ponto de vista comercial mal trabalhada

por que não respeita, ela está presa ainda a era industrial e

não representa a configuração de cada cidade, de cada

região que ela está. Deveria se ter um horário nobre

específico para cada região, mas infelizmente não é isso

que acontece por que nós temos uma dinâmica de rede, e

as redes é que determinam esse horário nobre.

Por exemplo, o horário nobre aqui no estado de São Paulo

e no Acre, qual é o horário do Acre? Por isso que a Globo

queria criar um fuso horário, queria proibir o horário de

verão e queria que o horário nobre de lá fosse o mesmo

daqui. E a população do Acre rejeitou o plebiscito e

rejeitou essa legislação. Então é muito complicado

trabalhar com essa questão, com essa definição de o que é

o horário nobre realmente.

De onde veio o termo horário nobre?

Vem da questão do modelo de Televisão americana que é

o prime Time, então é o horário mais caro, é o horário

premium, é o horário que tinha mais condições de pessoas

estarem dentro em casa assistindo então eles criaram esse

termo como negócio, pra vender publicidade. Então é o

prime Time que até hoje é utilizado em relação à

audiência da Tevê aberta, mas muito utilizado também na

tevê por assinatura, na tevê paga, né, que é onde as séries

são apresentadas naquele horário, o lançamento de séries

são sempre feitas nesse horário, então surge desse termo

prime time.

O senhor conhece outros estudos que deem outra

denominação ao horário nobre?

Não, não conheço, esse é uma configuração consolidada, é

um termo consolidado, ele veio sempre, quando desde o

rádio, ele veio também é utilizando dessa forma, então

acho que ninguém trabalha, esse, esse, essa, esse, esse

conceito dessa audiência, é, massiva, assim, de televisão,

consumindo televisão ao mesmo tempo, como, diferente

do que, do que seja o horário nobre.

Qual é a função do horário Nobre?

Vender publicidade mais cara. A única vantagem, a única

questão da, da televisão, do horário nobre, é poder

valorizar os espaços comerciais com valor diferente do

restante da programação, exatamente baseado na

quantidade de pessoas que estão assistindo. Nós temos

uma relação custo-benefício, é o que chamado custo por

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118

00:00:52

Pergunta 6

00:01:06

00:02:20

00:03:10

Pergunta 7

00:03:18

Plano médio

Plano médio

Plano médio

mil: quantos mil, quanto mil reais eu vou gastar pra, pra

um comercial de vinte segundos ir ao ar e a, e a relação

disso com a quantidade de pessoas que estão assistindo.

Quanto melhor for essa relação custo-benefício, melhor o

investimento no, no comercial, é, publicitário. Então os

comerciais mais caros da televisão brasileira que são o

jornal nacional e algum jornal da record, novelas, é nem,

filmes nem tanto, mas esportes também, são, os, os

horários, é, é, do horário nobre. Com exceção das

transmissões dos grandes eventos, que aí foge desse

parâmetro do, do horário nobre, por conta da, da, da, da,

da qualidade onde está sendo realizado o evento, é, Japão

por exemplo os jogos a gente assistia aqui oito horas da

manhã, então se tornou um horário nobre por conta da, da

configuração do próprio evento, mas não no sentido da

terminação da, da, da, da emissora.

O que é audiência?

A audiência nada mais é do que a quantidade de pessoas

assistindo, que assistem e consomem televisão. Essa

audiência pode ser simultânea, ou essa audiência pode ser

estimada por amostragem como é feita no ibope, como é

feita no pnt nacional, mas é a quantidade de pessoas que

estão ali consumindo televisão, e quando a gente fala de

televisão aberta, simultaneamente. Então nós temos hoje

uma audiência relativa no Brasil de cinquenta e quatro

milhões de pessoas que assistem televisão

simultaneamente. Então, é, isso já foi maior, mas por

conta dessas transformações da sociedade isso vem

diminuindo, mas em alguns países, como o Japão por

exemplo, são cento e vinte milhões de pessoas que

consomem televisão diariamente, na média do dia, né, e

também por amostragem. Então a audiência nada mais é

do que as pessoas que estão recebendo o fluxo de

programação da televisão.

Qual é a opinião do professor acerca dos métodos

aplicados na atualidade pelos institutos de pesquisa, ou

emissoras propriamente ditas, das emissoras, para

medir a audiência?

Sim, esse processo está em mudança, está em alteração

por conta das novas configurações da sociedade e das

novas tecnologias, principalmente a mobilidade. Nós

tivemos aí, anos e anos apenas um instituto de pesquisa

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119

00:03:52

Pergunta 8

00:04:09

medindo essa audiência que é o IBOP, cheio de críticas da

sua metodologia por que até então não era nem divulgada,

e apenas um, um único instituto veiculando esses dados

que, que valorizam, que determinam o valor dos

comerciais gera sempre muitas críticas e muita

desconfiança. Por conta dessa nova configuração da

sociedade e essas, esses novos aparelhos, o ibop está

sendo obrigado a mudar sua metodologia, ela já vem

mudando, é, ao longo do tempo. A gente começou, a gente

teve época que um ponto no ibop representava vinte e

quatro mil domicílios, depois quarenta e dois, hoje está em

sessenta e dois mil, é, é, municípios, é, domicílios. E

nesses domicílios estima-se em cada pessoa, quatro ou

cinco pessoas dentro de casa, então estima-se a população

que esteja assistindo. Começou primeiro nas grandes

cidades, São Paulo e Rio de Janeiro, hoje nós já temos seis

praças: Rio de janeiro, são Paulo, Brasília, belo horizonte,

recife e salvador. Então isso, é, sempre é um problema

por que a audiência sempre é medida por amostragem, não

é uma, uma, uma audiência, é, consolidada. Outro instituto

de pesquisa está chegando no brasil agora, que é o gfk que

é um instituto alemão, que vem com uma metodologia

diferente, ele não quer medir mais por amostragem de

domicílios, ele quer efetivar, a, a, a audiência real por

outros equipamentos que ele está trazendo, mas isso ainda

vai demorar ao longo do tempo, ele, mas ele já está

impactando por que já está mostrando alguns dados

diferentes, em relação ao nordeste por exemplo, então nós

acreditamos que, num futuro próximo nós teremos grandes

novidades em relação aí, de programas que eram, que já

está acontecendo né, que alguns programas já estão

aproximando mais da realidade como o jornal nacional

vem caindo a audiência, as novelas vem caindo, isso

também não é só por conta da qualidade da novela, mas é

também pelo modo como eles estão sendo aferidas agora,

então isso também influencia e vai influenciar muito na

programação e na comercialização dos espaços dentro da

programação da televisão.

Qual é a importância, professor, da audiência para

uma emissora de tevê, qual é a relação entre a

audiência e a emissora?Sem a audiência não há razão de

existir da televisão. A televisão não tem pra quem enviar o

seu fluxo se não tiver uma audiência pra receber e essa

audiência consumir os programa que, os produtos

veiculados dessa programação. Se não a, é, a gente estaria

falando só de uma missão pública, no sentido de o estado

é, garantir, aí, uma transmissão, é, e ocupar um lugar no

espectro, mas agente, no sistema que a gente vive, na

sociedade que a gente vive, isso é impossível,

impraticável, então, sem uma audiência a televisão não

tem razão de existir.

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120

00:04:54

Plano médio

Plano médio

Qual é a opinião do professor sobre a busca pela

audiência, e essa busca pela audiência pode gerar a

produção, por parte da emissoras, de uma

programação de baixa qualidade, isso pode acontecer?

Por que?

Isso já aconteceu e acontece sempre, por que como a

gente, é, como eu falei no início, é uma questão de

número, quanto mais gente eu tenho assistindo a

programação, mais o meu comercial vale, e não importa,

pra muitas pessoas, o que eu estou transmitindo, o que

vale é eu conseguir mais pessoas frente à televisão. Isso

gera assim um problema muito grande de qualidade, é o

que vem acontecendo com os mercados internacionais

onde televisão vem perdendo espaço para as novas

tecnologias e pra tevê paga, como o mercado americano,

que agora eles estão conseguindo a, recuperar um pouco, e

investindo em qualidade, né, ao contrário do que as

pessoas acreditam que, se eu fizer um programa barato, e,

qualquer coisa, eu consigo vender, então as pessoas

querem qualidade hoje em dia. Mas aconteceu um fato no

brasil que foi muito marcante, né, no final da década de,

de oitenta, início da década de noventa, com a questão

daquele primeira, é, período de, de segurança econômica

que nós tivemos no brasil com o plano real, com o plano

cruzado, né, o congelamento dos preços, é, várias pessoas

que estavam na classe, é , abaixo da classe c, conseguiram

comprar aí seus aparelhos de televisão, renovar, com telas,

televisões maiores, e as televisões não souberam lidar com

isso direito, nem a propaganda, nem a programação de

televisão, então nós tivemos uma série de programas de

qualidade muito duvidosa; a banheira do gugu, o sushi no

faustão, a questão do abuso de pessoas com deficiência, o

latininho no faustão também, são exemplos que houve

uma apelação muito grande, até que a própria população

rejeitou essa programação, e as emissoras foram obrigadas

a trocar, e isso foi banido. Mas nós temos exemplos em

países, é, em outros países, por exemplo, de programas de

muito gosto, gosto muito duvidoso por conta dessa luta de

busca pela audiência em relação aos programas que são

veiculados na, na internet, por IP, e essas novas

tecnologias aí que, que estão, é, sendo consolidadas, que

já estão implementadas, mas ainda não estão

popularizadas, então é um perigo muito grande mesmo

que isso aconteça mas a população tem tido muito cuidado

com isso, ela não quer mais programas de tão baixa

qualidade, principalmente também por conta da, da, da,

do full-HD, do 4K que vai vim, que são é, é, linguagens

que carecem de uma qualidade pra ser exibida, então a

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121

00:06:31

VT 4

Pergunta 9

00:00:10

Plano médio

Plano médio

população hoje não esta mais tão susceptível a programas

de baixa qualidade como foi no passado.

Como que o professor qualifica e classifica a qualidade

de um programa ou de uma programação televisiva?

É, isso é um debate que vem sendo travado aí há muito

tempo também, como é que é aferir qualidade, o que que é

qualidade desse programa. Nós temos a qualidade técnica,

e aí a televisão brasileira é uma das maiores do mundo em

relação a isso, tanto a record, a globo, sbt, eles fazem

programas de uma qualidade técnica muito boa. É, mas a

qualidade da programação aí, nós caímos num debate

subjetivo até, né: o que é qualidade pra você não é

qualidade pra mim, qualidade do conteúdo informativo, de

entretenimento, é há pessoas que não veem qualidade

nenhuma numa novela, outras não veem a nada além da

novela, então essa questão da qualidade realmente é um

debate muito bom de ser travado por que ele acaba

gerando parâmetros, e existem algumas pessoas que

estudam exatamente quais são esses parâmetros de que a

gente pode colocar como qualidade pra serem aferidos à

programação. Por enquanto no brasil nós não temos um

instrumento desse reconhecido, nós temos alguns órgãos

governamentais e não-governamentais que, que,

recebendo a quantidade de reclamação que recebe das

pessoas determina a qualidade ou não de um programa, ou

aquilo que é, pode ser exibido como um padrão de

qualidade. Nós tivemos o padrão da globo de qualidade

muito tempo, mas isso aí é uma questão que, hoje em dia,

se perdeu um pouco, a própria globo está revendo esses

padrões, experimentando muitas linguagens e também

questões técnicas por conta dessas transformações todas

que nós estamos vivendo. Então é um debate bom de ser

travado mas ainda não está nem no começo, nem, muito

longe ainda de ser finalizado.

Com a chegada da TV digital, o que que muda para a

qualidade da produção áudio visual no brasil?

A qualidade, a primeira mudança é a qualidade técnica e

artística, né, o som e a imagem, é, são muito superiores ao

que a gente estava acostumado a ver, e, hoje em dia

qualquer olho, não precisa ser treinado, não precisa nem

ser da área consegue identificar uma imagem que é digital

de uma imagem que não é digital. Mas a gente já está indo

no segundo estágio dessa evolução, o Full-HD hoje já não,

já é um padrão obsoleto. A globo até 2018 ela já vai ter

toda a sua grade de programação nacional em 4K, e

também a record já vem experimentando muita

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122

00:01:43

pergunta

10

00:01:50

Plano médio

Plano médio

Plano médio

Plano médio

programação em 4K, o sbt também alguns programas,

então o Full-HD, toda essa discussão que houve em termo

do Full-HD, da resolução, nós vamos travar novamente

em relação ao 4K que é quatro vezes superior ao Full-HD,

então por isso que as telas estão ficando cada vez maiores,

com qualidade de contraste muito maior, muito mais

profundo o nível de preto, por que se aproxima muito mais

da realidade. Alguns casos que a gente viu em congressos,

propositadamente, eles colocaram uma tela de televisão

reproduzindo o ambiente externo, e algumas pessoas

acharam que era uma janela realmente e não uma

televisão, tamanha a definição de contraste, de cor, que

esse sistema tem. Então, acredito que até 2020, nós vamos

estar discutindo aí, tudo que discutimos em relação ao

full-HD, vamos discutir em relação ao 4K.

O que é a TV Digital?

Bom, a Tevê digital é, há uma confusão, foi muito comum

isso no início desses debates. A Tevê já é digital durante,

há muitos anos, o que digitalizou-se foi o sistema de

transmissão, né, nós utilizávamos frequências radio

elétricas e agora nós usamos, através dessa frequência

radio elétrica emissão de sinais, é, é, em bits, né, então nós

digitalizamos esse sinal, o que antes era o digital em ondas

eletromagnéticas hoje eu envio em 0 e 1, 0 e 1, as nossas

televisões hoje estão aptas a receber esse sinal. E a tevê

analógica, quem tem a tevê de tubo em casa ainda que não

tem essa televisão apta a receber esse sinal, vai ter que

comprar um conversor. Então nós estamos aí vendo que,

até 2018, todo o brasil, espera-se, esteja já com o sinal

analógico desligado, mas nós temos um problema muito

grande, nós temos hoje um legado de sessenta e cinco

milhões de aparelhos de televisão que são de tubo, e essas

pessoas não estão sendo informadas, corretamente ainda,

de que elas vão ter ou de trocar de televisão ou que

comprar o “conversor”, e elas vão ficar sem televisão do

dia pra noite, quando o sinal for desligado, no outro dia

elas não recebem mais o sinal. Aqui em Bauru nós já

temos a data, dia 27 de novembro de 2017 vai desligar o

sinal analógico de Bauru. Então as emissoras e o próprio

governo tem esse prazo aqui dentro de Bauru pra explicar

às pessoas dessa mudança. Araçatuba também tem a data,

mas eu não me recordo qual é agora. É, então falta uma

política de comunicação, efetiva. Já está sendo feita nas

cidades onde o cronograma já vai estar, é, é, mais

próximo, como é Rio Verde por exemplo, lá já existe uma

campanha das emissoras do governo que é fruto desse

leilão que teve do sistema analógico, então eles pegaram

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123

00:03:16

Pergunta

11

00:06:13

00:07:16

00:08:40

VT 5

Plano médio

um volume de dinheiro desse sistema, pra poder fazer

essa, essa divulgação e essa preparação e adaptação, mas o

nosso modelo de migração é muito a quem do que foi o

Japão por exemplo, que é considerado o padrão de

migração. Lá, a população foi muito bem avisada, muito

bem conscientizada disso, e no Brasil nós não temos isso,

nós temos um problema ainda até por conta da dimensão

do nosso país, né, que é tão grande. Então eles estão

optando por fazer essas campanhas de divulgação nas

cidades onde o cronograma está mais próximo. Nós vamos

ver se isso é um erro ou é um acerto. Então a digitalização

nada mais é, a tevê digital nada mais é do que a

digitalização do sinal de transmissão e não de sua

programação, de sua produção por que isso já vinha

sendo, já veio, já digitalizado há muitos anos, no caso.

Qual é a opinião do professor sobre o sistema digital

escolhido pelo governo do Brasil?

Olha, eu lembro que isso na época deu, deu uma, foi uma

questão de muito debate, é, acusações de que o governo

estava cedendo a pressões da rede globo, é, mas hoje, nós

temos a plena consciência que esse foi o melhor padrão a

ser adotado. É, não só por que ele permite a mobilidade, a

interatividade, independente das operadoras de telefonia,

mas a robustez que o sinal tem, né, e a possibilidade dele

incorporar outros sistemas e outras plataformas como

estão sendo desenvolvidas aí, principalmente a tevê

híbrida e a tevê por IP. Os Estados Unidos que tem, que

era um dos sinais que estavam aí tentando um padrão, que

estavam tentando implantar no brasil também, com

promessa até de, de fabricação de emissoras, de, de

aparelhos de televisão no brasil, viram o erro e estão

concertando agora o que erraram lá atrás. Agora em 2016

vão lançar o sistema TS3.0, a TSC3.0 que vai fazer quase

a mesma coisa que o padrão brasileiro faz, permite

interatividade, permite segunda tela, permite ter

hibridismo, permite afinal, várias de, de certas

possibilidades que eles não tinham antes e dependiam das

operadoras de telefonia. Então imagina se hoje nós

estamos nessa guerra do espectro e, se pra ter televisão no

celular, eu teria que depender das operadores de telefonia?

Então seria ainda mais um, uma bala na gulha das

operadoras de telefônica que as televisões estariam

sujeitas, né então nós, foi um padrão extremamente

acertado, já exportamos esse padrão pra dezessete países,

então, a escolha que antes foi muito questionada por

questões políticas, hoje se mostrou muito acertada.

Qual é a opinião do professor sobre a qualidade da

tevê brasileira e se ela está associada à audiência ou

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124

Pergunta

12

00:00:10

00:00:44

Plano médio

não, por quê?

Como, como, é, qualidade técnica isso nós não temos

dúvida, a televisão brasileira é uma das melhores do

mundo mesmo, em relação a programação, em relação ao

nível da programação, a confiabilidade da programação,

nós temos programas aí há mais de trinta anos no ar, né, o

que ela, o que se deve em relação a audiência talvez seja o

tamanho do brasil e a estrutura de rede que foi montada,

essa estrutura de rede também que tem seus aspectos

negativos que a gente tem que, tem que levantar em

relação a regionalização da programação, que ela inibi

isso, mas hoje, o que faz a televisão brasileira ser forte e

ser uma das melhores do mundo e ainda uma das mais

rentáveis do mundo é a sua estrutura em rede. Então a

audiência conta em relação a isso, claro, pelo tamanho do

brasil, um país de duzentos milhões de habitantes que só

por si só daria conta da sua demanda interna de

programação. Apesar da gente ter uma, uma forte

influência de programação, é, estrangeira e

principalmente americana, isso no passado foi muito

maior, então hoje nós temos o horário nobre brasileiro que

é feito apenas com programas brasileiros, isso, a não ser a

bandeirantes que agora está trazendo uma novela, as

novelas, é, da Turquia, mas isso é noventa, noventa por

cento na programação do horário nobre é produção

brasileira, são poucas emissoras no mundo que tem isso

também, a não ser a, os grandes centros como Alemanha,

Inglaterra e Estados Unidos. O restante consome produção

estrangeira, então a nossa relação, a relação do sucesso da

televisão brasileira com o tamanho da audiência é muito

próxima por que a nossa demanda interna é muito grande,

isso gera a possibilidade de produzir produtos específicos

e nacionais.

Um programa de baixa audiência pode ser considerado

de baixa qualidade? Sim? Não? Por que?

Não necessariamente. O que faz um programa, é, estar na

grade de programação? É a audiência ou o faturamento? O

Jô Soares tem uma baixa audiência mas tem um grande

faturamento. O Ratinho tinha uma grande audiência mas

tinha baixo faturamento, por que a qualidade dele era ruim

e os anunciantes saíram fora. Então o que faz um

programa estar na grade de programação é a audiência,

claro, mas se essa audiência render em faturamento.

Então, um programa de baixa qualidade pode render

muito, mas, que qualidade é essa? Aí nós voltamos aqui a

questão, se for uma baixa qualidade técnica, ele pode ter,

né, é, como a gente tinha por exemplo alguns programas,

o Chaves por exemplo, que é um programa de baixa

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125

00:01:47

Pergunta

13

00:01:59

00:03:34

Pergunta

14

00:03:44

00:04:58

Plano médio

qualidade técnica e até hoje lidera a audiência em alguns

horários, em frente a programas que tem uma qualidade

técnica infinitamente superior, como é o caso de, algumas

vezes, ele ganha da Fátima Bernardes que tem um

programa já todo feito num, num padrão digital, então é

muito, é muito, é, é, com, é relativo fazer uma afirmação

dessa por conta do que esse programa vai dizer para as

pessoas e vai conseguir de audiência. O dia que o Chaves

tiver uma grande audiência e, apenas isso, não representar

em faturamento, ele vai deixar de existir na programação.

Com a internet o público telespectador migrou da tevê

para a internet? Por que?

Isso foi um, um, um primeiro receio das emissoras eram

esse, que, com essa nova possibilidade, é, a internet era

vista como uma concorrente, hoje a gente sabe que é mais

uma plataforma de integração do que de concorrência.

Nos Estados Unidos mesmo, quando, quando, essa, essa

grande, grande gama, gama de, de produtores começaram

a produzir pra internet especificamente deixando de lado

televisão, surgiu esse, esse medo e lá nós tivemos uma

audiência, chegou a representar nove por cento, apenas

nove por cento das pessoas consumiam televisão aberta, e

muitos afirmavam que era por conta da internet. Depois,

quando começaram assim a envolver com, é e criar

plataformas de integração com tweeter e com facebook,

hoje a programação, hoje a audiência da tevê aberta nos

Estados Unidos subiu pra dezessete por cento, então nós

estamos vendo que no brasil ainda é muito, é, é tímido

ainda essa integração por que ainda observa essas

plataformas como concorrentes. Ontem, especificamente,

nós tivemos exemplo muito grande do que é, da, da

possibilidade que se pode gerar com o Masterchef e o

Tweeter, foi a primeira grande parceira de um canal aberto

com essas plataformas aqui no brasil. Nos Estados Unidos

isso já está sendo feito e consolidado há muitos anos,

inclusive alguns institutos de pesquisa lá, consagrados

como o “Nome indefinido” por exemplo, entraram em

grande dificuldade por que as emissoras romperam o

contrato e começaram a aferir a suas audiências pelo

tweeter, com ferramentas on-line, isso no brasil está longe

de acontecer ainda, mas então, é, as emissoras que

observam a internet como concorrência, elas tem muito a

perder. Eu acho que tem que ter uma mudança no perfil

das emissoras do brasil de olhar pra essas plataformas

como integradoras. O problema é que aqui todo mundo

quer fazer tudo sozinho, o superstar, a globo cria um

sistema próprio de, de, de segunda tela, o tomara que caia,

ela utiliza o sistema dela, a record cria o seu aplicativo, a

Band cria o seu aplicativo, a redetv cria o seu, isso não

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126

Pergunta

15

00:05:05

00:06:09

Plano médio

Plano médio

funciona, isso não funciona, por que é muito caro e as

pessoas não estão, a fidelidade que elas tem ao canal na

televisão não é a mesma fidelidade que elas tem na

internet, por que o próprio meio você poder navegar, né,

como o próprio nome diz, então enquanto as emissoras

brasileiras não mudarem esse perfil, de olharem pra essas

emissoras como integradoras, elas vão ter como

concorrentes, e aí sim, as pessoas podem deixar e ira par

essas plataformas.

Na opinião do professor, como devemos denominar o

telespectador brasileiro?

Existe algumas correntes que já estão querendo chamar de

usuários, né, por que você está usando televisão, você usa

internet, você usa, é, cada plataforma, eu particularmente

sou da minha visão que nós somos, quem está vendo

televisão é telespectador, se eu estou consumindo uma

outra plataforma conjunta a isso, essa minha ação que

deve ter um outro nome, mas não a minha questão, por

que o modelo de negócio ainda foi pensado nessa pessoa

que vê televisão, quero daqui, ao chegar em casa, ligar a

televisão e ver o que está passando, e comentar do que

está passando, antigamente eu fazia isso com minha

família, com telefone, hoje eu faço pelo tweeter, pelo

facebook, mas eu me considero como telespectador,

enquanto televisão tiver esse modelo de negócio, esse

modelo, essa estrutura de fluxo de programação, contínuo

e linear, eu ainda me considero telespectador, o dia que

isso mudar, arranjamos outro nome

O Gênero informativo, em especial o telejornalismo,

podem interferir no aumento da audiência dentro do

horário nobre? Por que?

É, essa é uma pergunta difícil de ser respondida, por que

acreditava-se que o jornalismo era o carro-chefe de todas

as emissoras, tanto que o comercial é mais caro, mas hoje

nós estamos vendo que isso não é tão verdade assim,

muitos acreditam que, se o jornal Nacional sair desse,

desse formato novela das sete, jornal e novela das oito, a

audiência dele vai ser muito menor, muitos acreditam que

a audiência dele é resultado do que as pessoas estão

esperando a programação chegar, e aí, com o habito de

ficar na rede globo, por eni motivos, coloca-se na rede

globo e fica lá. É, o sbt uns anos atrás tirou todo o

jornalismo do ar, ficou apenas com o exigido por lei de

cinco por cento, e exibia cinco horas da manhã e repetia

seis horas da manhã, então ficou um tempo sem ter o

telejornal a noite. Isso criou mais um constrangimento do

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00:07:31

Pergunta

16

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00:08:40

Pergunta

17

00:08:51

Plano médio

que um problema de faturamento, então a gente falar que

o jornalismo, ele é importantíssimo, mas vem sofrendo

hoje por questões de formato, ele tem que se adequar

principalmente na questão das grandes cidades, talvez um

jornalismo muito mais de serviço do que informativo, por

que a informação por si só nós já temos na internet, né, no

jornal nacional as notícias são velhas , nós já sabemos

tudo o que aconteceu pela internet, mas que não tem

internet ainda depende exclusivamente do jornal nacional,

só que essa parcela que ainda depende do jornal nacional

está diminuindo cada vez mais, aí gera o problema do

faturamento. Então, se o jornal nacional começar a ter

problema de faturamento, ele vai mudar, e a mudança não

vai ser simplesmente o Boner ficar em pé e sair da

bancada e apresentar o quadro do tempo em pé, isso é

ridículo, você falar que o jornal nacional está se adaptando

com o Boner ficar em pé, né, isso aí é uma bobagem,

muito grande.

Dentre as emissoras de tevê, Globo, Record e SBT,

qual o professor acredita que faça de tudo, que se

prostitua para ganhar audiência, e o que elas fazem?

Elas são capazes de tudo mas tudo tem um limite, por

conta primeiro da legislação, segundo tamanho da própria

emissora e a relação com a audiência, então se dependesse

da vontade deles de colocarem um tipo de programação

meio dia que gerasse um problema muito grande pra

sociedade eles não estariam nem aí. Ahh, mulher pelada,

então vamos colocar o pânico cinco horas da tarde pra

todo mundo em casa ver, se dependesse deles eles fariam,

mas a legislação não permite. Então o que eles podem

fazer, é muito difícil pelo seguinte, são empresas

comerciais, que, é, e qualquer empresa pra mudar é muito

difícil. A gente as vezes, eu olho a televisão, e não

consegue enxergar que elas são empresas capitalistas e

que visam lucro e que tem uma estrutura de atuação e de

hierarquia dentro dela, então pra uma emissora, a globo,

pra ela fazer uma mudança na programação dela e essa

mudança chegar ao seu espectador, é muito difícil, por que

você mexe numa série de condicionantes e hábito de

costume, e as pessoas não querem que aquilo mude, então

é muito difícil. Então a gente tem que pensar, por

exemplo, a globo tem três mil trezentos e cinquenta

retransmissores no país, a redetv tem oitocentos e setenta,

então como a redetv vai enfrentar a rede globo no aspecto

da audiência se ela não chega em determinados que só tem

a globo, então não depende muito dessa questão da

programação exclusivamente, depende da estrutura de

cada televisão, então emissoras que são grandes como a

rede globo, ela pode experimentar e ela pode atingir maior

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00:10:39

VT 6

Pergunta

18

00:01:37

00:04:14

PERGUNTA

quantidade de pessoas, e a margem de erro dela pode ser

maior por que como ela atinge mais gente, ela pode

combinar e aí alcançar melhor o resultado com essas

pessoas. A redetv, sbt por exemplo e bandeirantes não

podem errar tanto, então é muito difícil ela mudar o

esquema do que esta dando seguindo certo pra

experimentar ou tentar assumir uma liderança por que se

ela não alcança certas regiões. Então por isso que a

bandeirantes sabe que novela é um bom público no brasil,

dá um bom público, ela não tem dinheiro pra produzir

uma novela no nível da rede globo pra competir com ela, o

que que ela faz, compra novela da Turquia que é muito

mais barato e, o que vier ali é lucro pra ela. Então é muito

relativo essa questão de eu ganhar audiência simplesmente

pela programação, pela minha qualidade, depende muito

do tamanho e da estrutura que a televisão tem, e de

alcance dela principalmente.

Das três grandes emissoras brasileiras qual seria a que

melhor exibe um horário nobre de qualidade? Por

que?

Das três, se a gente colocar Globo, sbt e record, eu acho

que as três exibem um horário nobre de qualidade. A

globo talvez exiba uma melhor novela por que ela já tem

uma experiência, uma expertise em novela, de produção,

de mais de quarenta anos e isso não é de se jogar fora, mas

os outros programas que são apresentados nesse horário

nobre também são de muita qualidade técnica, não vou

entrar na questão se o gugu ou a xuxa tem qualidade de

programação, mas são muito bem feitos. Então, acredito

que a nossa televisão nesse quesito de qualidade de

horário nobre, nós estamos muito à frente de vários outros

mercados internacionais, muito à frente mesmo, então nós

não temos uma questão nem pra se queixar nem pra se

envergonhar disso. Agora, qual emissora que poderia

utilizar melhor esse horário nobre, aí eu acredito que é o

que a record vem fazendo. A record tem um nicho de

audiência que nenhuma outra emissora tem que é o

público evangélico, e esse público tem crescido no brasil

muitos anos, e hoje já se compensa produzir uma

telenovela como Os Dez mandamentos, com um nicho

desse que veem uma série de telenovelas com cunho

religioso pra esse tipo de audiência e que, semana passada,

refletiu na liderança no horário nobre, pela primeira vez

uma telenovela da globo perdeu pra record no horário

nobre, isso só havia acontecido na Manchete na década de

oitenta. Então eu acho que a record tem condições de

explorar melhor ainda essa condição e esse nicho, mas ela

realmente vir de fato fazer isso é uma outra questão.

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00:04:27

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VT 7

Pergunta

20

00:00:23

00:02:42

Qual a opinião do professor sobre os índices de

audiência divulgados pelos institutos de pesquisa, em

especial pelo Ibop, e sobre os próprios institutos, até

onde são críveis, até onde não?

Ahh, é essa que é a questão que a gente colocou no início,

você tem um único instituto que afere e divulga esses,

esses índices, sempre gera uma desconfiança. O sbt, há um

tempo atrás quis criar um próprio sistema, sistema próprio

de aferição, e foi extremamente rechaçado e até desistiu

da idéia, a “nome indefinido” já quis entrar no brasil

também, o ano retrasado se não me engano, e a globo fez

uma campanha pra não, que ela não entrasse aqui e ela

acabou não entrando, o GFK é que vai entrar agora, então

acho que muita mudança vai acontecer. Mas, é, esse tipo

de aferição compromete mesmo a, a, os resultados, por

que além de ser uma amostragem, uma amostragem

sempre tem uma, uma, uma margem de erro para mais ou

para menos, é, é ele que valoriza o comercial, então é, a

Redeteve e a Record tem muita reclamação em relação a

isso, porque com esses índices, com essa aferição nunca

eles vão poder ter um comercial próximo ao que é

veiculado e cobrado pela Rede Globo, então isso gera

realmente uma dominação de quem já está por cima, e o

segundo lugar pra quem já está no segundo lugar, então

realmente se não houver uma mudança nesse sistema de

aferição, essa situação é muito difícil de mudar. Com a

entrada do GFK, e aí a Bandeirantes, a Record e o SBT já

fizeram contrato com esse instituto e vão utilizar os seus

serviços, eu acredito que muita coisa vai mudar

principalmente no nordeste do país, mas ao mesmo tempo

nós temos o PNT Nacional, que é uma, uma, uma

amostragem maior do que o IBOP, mas que ele não mede

a programação em si, ele mede a audiência, é no “Shér”,

na, na, na, no, no compartilhamento da, da, do que está

ligado, do que está desligado, então é uma outra questão, o

PNT não me dá por exemplo que tantas pessoas estão

vendo televisão, o Ibop é que faz essa medição, o, o PNT

me dá que tantas pessoas estão assistindo a globo no

horário tal, tal, tal, tal, tal, tal, então assim é ,muito

complicado você ter dois, apenas dois mecanismos pra

você conseguir fazer essa aferição do tamanho do país, do

Brasil como é, e o tamanho da nossa audiência, então é

muito bem- vindo um outro instituto de pesquisa como o

GFK, pra poder fazer, além de ter uma metodologia

diferente, talvez mostrar resultados diferentes.

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DECUPAGEM 5 – RICARDO MONTEIRO

Tempo

Vt 1 – Ricardo Monteiro

Imagem

(descrição da Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

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O que é a GfK?

A GfK é uma empresa de pesquisa, é uma empresa alemã, tem

mais de 60 anos, aliás, mais de 80 anos. Tá em sessenta e poucos

países do mundo, em todos os continentes e aqui no Brasil tá há

mais de dez anos. Comprou a Integration quando entrou aqui e a

ultima parte da empresa que veio é a de medição de audiência que

tem pouco mais de um ano e meio.

Em português significa Crescimento pelo Conhecimento?

Não, isso é só o slogan que a gente usa. Eu não consigo nem falar

o que significa de verdade.

A gente não usa tradução livre. Assim como outras marcas como

Procter & Gamble que usa hoje P&G e várias outras desistiram

por que fica muito difícil.

Como a GfK define o horário nobre na televisão brasileira?

Da mesma forma que você define isso hoje. Então o pico ele se

inicia hoje por volta de umas 8 horas da noite e ele vai até 1 hora

da manhã. Oficialmente cê tá falando das 6h a meia-noite. Então

isso é o que se chama de Prime Time, mas o Prime Time tá

mudando, e lógico que existe uma diferença entre capitais e

interiores, mas oficialmente cê tá falando de 6h a meia-noite,

ahn... ahn efetivamente hoje mais é entre 8 e 1 hora.

Que é o horário onde você tem os volumes mais altos de

audiência.

Qual a importância da GfK para a TV no Brasil?

Quando nós viemos pro Brasil é tem, havia um proposito que é a

razão da nossa existência. Que é poder oferecer o que existe de

melhor lá fora e levar o Brasil à um novo patamar em medição de

audiência. Eee então você tem vários componentes disso,

primeiro, tecnologia, nós trouxemos a tecnologia mais avançada

do mundo em medição. Depois software, um software M to M

que você consegue analisar aqueles dados e fazer um

planejamento de mídia mais correto. Então ahn... com isso e mais

levantamento socioeconômico bem diferente do que foi feito

historicamente no país, fizemos 67 mil entrevistas em domicílios,

então nós entendemos hoje dentro dos 15 mercados que nós

reportamos qual é a atual distribuição da população. Então não é

15, 20 mil entrevistas por ano, por que não adianta você fazer 15

ou 20 mil e somar cinco anos pra dizer que você tem 100, 200 mil

entrevistas. Por que a cada ano muda a distribuição da população

entre classes sociais, mudam faixas etárias, mudam uma série de

coisas. Então você precisa fazer uma grande pesquisa e aí você

atualiza essa pesquisa por até três anos, depois tem que fazer

novamente uma grade pesquisa. Então ahn temos uma grade

pesquisa, temos o hardware mais avançado do mundo hoje e

temos o software um dos mais avançados do mundo hoje, muito

diferente daquilo que se usa aqui.

O que é audiência segundo a GfK?

A pergunta é um pouco aberta, mas audiência é uma

representação do hábito de consumo de televisão. Isso é a

definição de audiência. Então o que que é o hábito de consumo de

televisão? Primeiro você ter certeza que a distribuição da sua

mostra ela é compatível com a distribuição da população hoje.

Classes sociais, faixas etárias, chefe de família, vetor que assiste,

se é televisão paga, se é televisão aberta, se é satélite. Então você

tem que colocar tudo isso em consideração na distribuição da sua

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mostra e depois você tem que ter uma leitura que seja balanceada

pra você poder reportar. Então ahn no nosso caso a primeira vez

no país a gente incluiu comunidades e favelas. Tá, ninguém mede

isso antes pelo risco que tem até de a própria instalação, risco no

equipamento. Equipamento que tá lá em comodato. Ahn ahn,

equipamento caro, tem muita tecnologia nisso, mas nós

assumimos o risco e colocamos. Por que se não como é que você

vai assumir que uma população que tá dentro de comunidade, que

é 30, talvez, por cento da população hoje inteira. Ahn ahn como é

que você vai assumir que eles se comportam, têm o mesmo hábito

de assistir televisão de outras pessoas em outras situações. Não

sabemos, então temos que medir.

Quais são os métodos de aferição de audiência que a GfK

utiliza? E dentro desta questão, existe um formato de medição

para TV digital e outras plataformas.

Nossa plataforma é única, nós temos dois aparelhos, um que

chama UMX e um que chama Logguer. O UMX é um pouco

maior e é um aparelho que permite conectar nele um by pass de

outros equipamentos. Que nem você tem no home theater um

reciver que passam os sinais por ele, passam pelo nosso também

mas vão embora do mesmo jeito que entraram pra não atrapalhar.

Por que você não pode mudar a configuração original do

domicílio, você tem que mantê-lo exatamente como ele tava.

Você não pode num domicílio instalar e tentar melhorar a imagem

da antena, não, você tem que medir o que tem lá. Então o nosso

equipamento um é esse que permite outros e todos eles tem

display, tá, que chama Logger.

Que é este cara aqui. Então esse display é como se fosse um porta

retrato digital, ele tem uma tela LCD colorida e ele manda

mensagem. Então quando você liga o equipamento, a televisão, o

nosso equipamento tem um sensor que sabe quando uma televisão

tá ligada. É ahn.. e aí vai aparecer uma mensagem aqui pedindo

para o morador se identificar.

Então é, esta é a nossa tecnologia de uma forma básica. Ahn, o

que é que ele faz, ele grava o sinal de áudio, que tá vindo do

televisor, tá, e esse sinal de áudio pode ser de um DVD de um

Blu-Ray ou de uma antena captada por esse aparelho, ahn ou ahn

de um decodificador de TV paga ou qualquer um. Então,

independente do vetor que vier o nosso sistema tá preparado pra

ler todos eles. Pode ser TV digital, pode ser televisão analógica,

pode ser TV paga, pode ser satélite, não importa. A gente olha o

áudio que tá sendo consumido na televisão e vai comparar com o

áudio que tá vindo das emissoras.

E quando a TV digital é, por exemplo, do celular?

Não, a gente só mede, lembra que um painel de audiência é um

painel domiciliar. A gente mede televisores instalados num

domicílio. Se eles forem móveis eles não podem ser medidos.

Então com esse tipo de medição a GfK não está trabalhando?

Não, a gente não tá medindo a televisão em celular.

Tempo

Vt 2 – Ricardo Monteiro

Imagem

(descrição da Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

00:00:00

00:00:07

Plano médio

Sobre os métodos de aferição, você poderia explicar como

ocorre e como são aplicados?

Então vamo lá, eu descrevi antes como é o equipamento e eu vou

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00:03:14

descrever um pouquinho agora como é que é o meeting de áudio.

Você tem diversos tipos de aparelhos pra fazer esse tipo medição.

Antigamente se usava um que era com base em frequência, então

dentro do medidor você tem um aparelho que sintoniza uma

determinada frequência, um canal e compara com o áudio do

canal que vem da televisão. Quando bater você diz ah! É esse

canal que eu estou assistindo. Esse aparelho já caiu em desuso e

mundialmente não se usa mais. Por que o sistema de áudio é tido

como bastante mais flexível, mais moderno e permite muitas

tecnologias. Lembra que eu falei de TV digital, análogo, então um

aparelho de frequência só mede os canais que ele pode sintonizar,

então se você muda de televisão análogo normal VHF pra digital

que tá no UHF já não mede mais. Então é um aparelho restrito,

enquanto o de áudio, que é o que se usa no mundo inteiro hoje,

todos ahn.. todas a empresas de pesquisa que medem audiência,

praticamente todas usam hoje um aparelho que chama áudio

meeting. Então a gente captura o áudio do aparelho e captura o

áudio que vem das emissoras, todas elas. E aí um computador faz

a comparação dos dois áudios e aí tem muitas maneiras de você

fazer. Uma delas é, você pega o áudio mesmo e compara som

com som. Outra delas que no nosso caso é utilizada, você pega

aquele áudio e faz o que se chama de uma transformada de furrie,

que você transforma som numa imagem e você compara formato

da imagem do som com o formato da imagem do som que vem

das emissoras, que é muito mais preciso. Então nós entendemos

hoje que o nosso sistema é o mais preciso que existe no mundo.

Qual é o universo e amostra pesquisada?

Ahn.. nós temos 6 mil domicílios, o número que nós nos

comprometemos a colocar dentro do mercado brasileiro nas

quinze regiões metropolitanas. E eu não saberia te dizer hoje o

número exato, mas é alguma coisa em torno de 24,5 milhões de

domicílios que são representados por essa amostra.

São residências, então, são seis mil residências que têm o

aparelho. Não um, um aparelho por televisor em uso. Então cada

televisão em uso tem um aparelho. E a gente consegue olha-los

independentemente. Ahn é esses seis mil domicílios bem

balanceados representam 24,5 milhões de domicílios,

aproximadamente a metade do que tem no país.

Mas, por exemplo, se uma residência tiver mais de uma

televisão são dois aparelhos?

São, se tiver três tem três, se tiver sete tem sete.

Então o usuário que for assistir a TV o aparelho vai

identificar que é ele quem está assistindo?

O aparelho pede para que ele se identifique e aí a pessoa tem que

ir lá apertar o botão que é o código dela A,B,C,D. Então ela sabe

e vai lá e aperta o botão.

Chegando mais uma pessoa para assistir com ela também

deveria se identificar?

Também deveria se identificar

Aí conta por pessoa?

Isso

Um ponto na GfK significa quantas residências atingidas?

Isso varia por mercado. Ahn ahn, isso vai ser publicado pro

mercado na hora certa, mas os números não vão diferir muito

entre diferentes institutos, é um calculo estatístico com base na

cobertura que tem o sinal. Ahn ahn e no perímetro que aquela

amostra abrange. Então nós usamos a mostra como região

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metropolitana. Então todos os municípios que forem parte de uma

região metropolitana estão representados pela nossa amostra.

Então aí cada praça, cada um dos quinze mercados tem o seu

próprio número.

Você poderia dizer quais são os quinze mercados?

Posso, ahn, de cima pra baixo, vou ver se eu consigo lembrar.

Manaus, Belém, ahn Fortaleza, ahn Recife, Salvador, Vitória, ahn

depois Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campinas, São Paulo.

(som do celular ao fundo) ahn depois ahn Curitiba,

Florianópolis, ahn Porto Alegre, tá faltando um. Caramba! Rio de

Janeiro! Não poderia faltar óbvio! Eu só fiz a curva errada. Mas

ok é isso.

Na opinião da GfK, o que pode atingir a queda da audiência

de um programa e ou uma emissora de TV?

Quais as razões pra você ter uma queda? Tipicamente a razão de

uma pessoa assistir um conteúdo é o feet do conteúdo com a

pessoa, então você vai atrás das coisas que você gosta. Então se

você quer assistir uma novela, você tá a fim de ver aquele

conteúdo, cê quer ver um jornal cê vai atrás daquele conteúdo.

Então a audiência sobe ou desce de acordo com a qualidade e o

interesse encima do conteúdo que tá sendo exposto. Essa é a razão

única, principal para as mudanças de audiência.

Na opinião da GfK, o horário nobre hoje nas emissoras de TV

no Brasil têm se caracterizado como “horário nobre” mesmo

com a migração do público telespectador para a internet?

Ahn, então vamo tentar contextualizar um pouquinho isso, o

Brasil ainda é o país que tem as maiores audiências do mundo.

Não tem nenhum lugar no mundo que tenha audiências maiores

do que quinze pontos e são raros aqueles que chegam acima do

dez. Então o nosso país embora não tenhamos mais audiências de

cinquenta ou sessenta pontos. Nós ainda temos audiência de

trinta, trinta e poucos pontos. Isso é muito grande, por que você tá

olhando que 30% estimado da população tem o mesmo

comportamento. Aonde você consegue enxergar o mesmo

comportamento em um número tão grande de pessoas? É muito

difícil por que antes os comportamentos cabiam dentro de uma

curva normal. Você conhece uma curva normal? Aquele negócio

que faz assim. Onde o grosso da amostra faz a mesma coisa, um

pouquinho diferente prum lado e um pouquinho pro outro. Hoje o

comportamento tem várias curvas normais. Então você tem

grupos de pessoas com comportamentos. Ahn então ao mesmo

tempo que você tem uma geração saúde você tem uma geração

“gosto de me alimentar” ahn é e todos eles convivem ao mesmo

tempo. A mesma coisa acontece com a audiência. Não dá mais

pra todo mudo querer uma coisa só. Então não tem como a

audiência voltar a ser de 50, 60,80 pontos. Então a migração pra

internet é natural que haja, mas a gente tem que primeiro olhar o

que é internet no Brasil hoje e o tempo que vai demorar ahn pra

você ter um desenvolvimento encima disso. Por exemplo, 68% do

consumo de banda larga tá no sudeste. Tá, pra você construir a

conexão de fibra ótica e 1% de São Paulo custava há dois anos

atrás R$ 300 milhões de reais, o investimento pra você cabear o

país é gigante, você cabear uma São Paulo, Rio de Janeiro,

algumas outras cidades por que elas são mais verticais e ainda

assim demora pra se pagar. Quem é que vai cabear alguma coisa

pra ir nos cafundós do país pra conseguir espalhar a internet pra

todo mundo, é muito difícil. Então o celular provavelmente vem

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00:08:09

primeiro do que uma banda larga fixa e o celular tem limitações

por ele mesmo. Né, a banda dele é limitada e o custo é muito alto.

Então essa é uma barreira, a segunda barreira é só 24% da nossa

população interpreta textos corretamente. Então qual é a melhor

maneira de você mandar uma mensagem? O áudio com o vídeo

que tem na televisão e tem um pouco na internet também.

Mas a televisão é isso, então, é difícil você conseguir passar uma

mensagem. Então a televisão nossa ainda vai durar muito tempo.

Ahn... quando você sai das grandes capitais, a televisão é a maior

e melhor ferramenta de lazer e ela consegue passar a mensagem

que a internet ainda não tem. Né, então vai acontecer, não na

velocidade que aconteceu num país desenvolvido como, por

exemplo, os Estados Unidos. Onde você vai numa pequena cidade

do interior, que tem mil habitantes, mas você tem toda estrutura.

Nós não temos essa estrutura no país. Então é assim, a migração

acontece mas muito lentamente.

A TV predomina?

A TV predomina

Tempo

Vt 3 – Ricardo Monteiro

Imagem

(descrição da Imagem)

Áudio (descrição do áudio)

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Plano médio

Qual é o perfil de público telespectador hoje do horário nobre

na TV brasileira?

A pergunta é bem interessante. Não há um público telespectador

do horário nobre da televisão brasileira. O público que assiste a

televisão brasileira no horário nobre ele varia dependendo do

conteúdo que ele tá assistindo. Então se você colocar, por

exemplo, um jogo de futebol, cê vai ter um público mais

masculino do que feminino. Se você colocar no mesmo horário

nobre um programa como um Pânico ou um CQC. Mesmo o

Pânico e o CQC vão ter dois públicos diferentes. Se você colocar,

por exemplo, um programa como Masterchef. Masterchef pode

ter a liderança naquele momento em classe A-B mais do que

talvez, audiência de classe A-B da Globo, embora no total a

Globo seja maior. Então, depende totalmente do conteúdo que

você colocou. Não tem um público, por isso cada canal tem o seu

conteúdo e cada canal vai ter um público. Você olha, por

exemplo, sei lá, a Rede Gazeta, ahn que tem um programa

começa às dez horas com Ronnie Von, „Todo Seu‟ ele é um

público mais qualifiquado, qualificado, ele pode ter as vezes um

ponto de audiência, pode chegar a um ponto e meio pode dar 0,5

num dia, mas é um público altamente qualificado. E aí você vai

olhar de repente um programa que tem cinco pontos, ele pode não

ter esse meio, um ou um e meio de público qualificado, ele pode

ter outras coisas. Por que depende do conteúdo que você colocou.

O telejornalismo na opinião da GfK pode influenciar no

aumento da audiência do horário nobre ? como?

O país ele é sempre ansioso por novidades, o país gosta do

telejornalismo e você tem isso em abundância. Variações de

audiência dependem do tema que tá sendo abordado no momento.

Então se alguém tiver falando do impeachment de um presidente,

a audiência pode subir por que todo mundo quer saber o que tá

acontecendo. Se a notícia for aquela notícia que todo mundo já

viu e não interessa, a audiência vai descer por que alguém já viu e

portanto você não tem interesse, não tem relevância, então. É

altamente volátil. Mas o interesse por notícia sempre vai ter.