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Hugo Santos Rocha
Maurício Tolomei da Silva
Raphael Narcizo dos Santos
Thiago de Araujo Coelho
NO AR - FAIXA NOBRE:
DOCUMENTÁRIO SOBRE O HORÁRIO DE MAIOR AUDIÊNCIA NA
TV BRASILEIRA
Centro Universitário Toledo
Araçatuba
2015
1
Hugo Santos Rocha
Maurício Tolomei da Silva
Raphael Narcizo dos Santos
Thiago de Araujo Coelho
NO AR - FAIXA NOBRE:
DOCUMENTÁRIO SOBRE O HORÁRIO DE MAIOR AUDIÊNCIA NA
TV BRASILEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para a obtenção de título de bacharel
em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo
do Centro Universitário Toledo de Araçatuba sob a
orientação da Professora Mestre Melissa Carolina de
Moura.
Centro Universitário Toledo
Araçatuba
2015
2
Banca Examinadora
_________________________________________
Me. Melissa Carolina de Moura
_________________________________________
Esp. Clayton Cantanti dos Santos
_________________________________________
Me. Paulo Francisco Mantello
Araçatuba, 07 de dezembro de 2015.
3
DEDICATÓRIA
Antes de qualquer coisa, elevamos um agradecimento em louvor e prece a Deus, Eterna fonte
e doador da Sabedoria e inteligência, por ter-nos dado a graça de uma mente e um coração inclinado
em fazer com carinho, dedicação e atenção o nosso trabalho.
Ao Centro Universitário Toledo, nossa eterna gratidão pela acolhida em sua comunidade
acadêmica e pelos valiosos subsídios estudantis a nós oferecidos.
Nossa especial gratidão à Professora Mestra Melissa Carolina de Moura que orientou
magnânima e dedicadamente nosso trabalho.
Aos entrevistados Elmo Francfort, Eugênio Bucci, Flávio Ricco, Francisco Machado Filho e
Ricardo Monteiro nossos agradecimentos pela valiosa e enriquecedora colaboração.
Ao estimado professor Paulo Francisco Mantello, coordenador do curso de Jornalismo,
gratidão pelo apoio à nossa inspiração e incentivo ao nosso labor intelectual-acadêmico em
desenvolver nosso trabalho de conclusão de curso.
4
AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeço a Deus por proporcionar que minha capacidade intelectual fosse
alimentada diariamente por suas graças, e assim, esse trabalho pudesse fluir com toda graça
imposta por suas mãos.
Gratidão especial aos meus pais Antonio Rocha e Aparecida Simone Santos Rocha,
pelos esteios e por não medirem esforços para que todas as etapas desse trabalho fossem
realizadas. A cada anseio, o amparo familiar me foi primordial para que não desistisse ou
voltasse atrás. Um agradecimento supra especial ao meu irmão Gustavo, que sempre manteve
interesse em todas as entrevistas que nosso grupo realizou. Agradecimentos especiais aos
meus patriarcas e sustentáculos moral e motivacional: Valter Rocha e Olair Queiros dos
Santos (in memorian), por estarem presentes na distancia, mas atuantes nos aguilhões.
Mais que agradecimentos à orientadora e amiga Melissa Carolina de Moura, que nos
norteou, colaborou e incentivou a desenvolvermos e aprofundarmos nossa pesquisa, tornando-
a tão enriquecedora para as futuras gerações de estudantes de toda nação.
Congratulações especiais também a Dra. Karenine Miracelli Rocha da Cunha, que
mesmo distante, foi peça importante nesse processo de produção. As energias positivas
enviadas por ela contribuíram fartamente no conjunto da obra. Um grato reconhecimento a
todos os professores, tanto do curso, como aqueles que fogem dos limites do Jornalismo, que
não mediram energias nos incentivos e suporte nas horas de anseio e dificuldades. Ao
Helerson, à Fernanda, ao Paulo, ao Pedro Novaes, ao Edvaldo, e ao Pedro Filardi, os mais
sinceros agradecimentos.
Imensa gratidão à Ana Eliza Assis Lemos Cenci e José Henrique Lemos Cenci,
responsáveis pelo Grupo Folha da Região, que sempre concederam apoio e deixaram abertas
as estruturas da empresa para podermos alcançar nossos objetivos acadêmicos com esplendor
e notoriedade.
Aos colegas de trabalho Maurício, Raphael e Thiago, meus mais sinceros votos de
reconhecimento pelo empenho em desenvolver trabalho tão primoroso e inédito para a
sociedade brasileira, que, tenha certeza, logo será base para estudos e pesquisas em todo o
Brasil.
Imanado de euforia, concluo mais uma etapa de minha vida.
Hugo Santos Rocha
5
Meus maiores agradecimentos e louvores a Deus, pelo dom da vida, da liberdade, da
sabedoria e inteligência que conduziram minha caminhada intelectual desde as primeiras
letras do alfabeto nos áureos tempos de minha infância até as palavras maduras e cheias de
emoção que aqui escrevo.
Eterna gratidão aos meus pais Milton Vitorino da Silva e Elenice Tolomei, baluartes
de minha existência, meus educadores na moral, nos sãos costumes e na fé cristã católica, e
meus primeiros e mais importantes companheiros e incentivadores na vida.
Agradecimento especial à querida professora mestra Melissa Carolina de Moura que
orientou este trabalho acadêmico e empenhou-se com esmero para vê-lo pronto.
Gratidão aos meus queridos amigos e companheiros de jornada acadêmica Hugo
Santos Rocha, Raphael Narcizo dos Santos e Thiago de Araujo Coelho pela união e dedicação
incansável para que este trabalho pudesse chegar ao êxito.
Aos professores Paulo Francisco Mantello, Ana Paula Saab de Brito, Pedro Novaes
Piedade, Clayton Cantanti dos Santos, Rosana Corrêa, Fernanda Mariano, Ágatha de Freitas
Urzedo, Pedro Mineiro Filardi, Fabrício Otoboni, Carlos Eduardo Marotta Peters, Sidnei
Pereira, Cristiane Magalhães e Ester Mian pelo carinho e amizade que avança para além da
sala de aula.
Uma especial homenagem à professora doutora Karenine Miracelli Rocha da Cunha,
nossa ex-cordenadora de curso, que acolheu-nos no alvorecer de nossa jornada acadêmica. A
você Karenine, toda a felicidade e as copiosas bênçãos de Deus, seu nome estará
indelevelmente inscrito em minha memória e em meu coração.
Maurício Tolomei da Silva
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Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças e capacidade para concluir mais
uma etapa em minha vida. Aos meus pais, Paulo e Lucimar, que sempre estiveram ao meu
lado dando total apoio em tudo que foi preciso para que eu pudesse chegar até aqui. Sem
vocês, eu não teria conseguido enfrentar tantos obstáculos e barreiras que surgiram no
caminho.
Agradeço também a professora e amiga, Melissa Carolina de Moura, que orientou meu
grupo. Muito obrigado pelo empenho, pela dedicação, pelo apoio e pelos ensinamentos
passados durante as orientações, que foram de fundamental importância para a materialização
deste projeto acadêmico.
Um agradecimento especial para Nathalia Ramos, por seu carinho e apoio fundamental
em todas as fases deste trabalho. Sua participação foi de extrema importância.
Não poderia deixar de agradecer também aos demais mestres do curso pelos
ensinamentos, em especial aos meus eternos professores Karenine, Fernanda, Ágatha, Melissa
e Paulo que diretamente contribuíram, nesses quatro anos, para minha formação profissional
como jornalista. Obrigado por me ajudarem a construir os alicerces de um futuro que começa
agora.
Por fim, meu grande carinho aos amigos – Hugo Rocha, Maurício Tolomei e Thiago
Coelho.
Desejo a todos muito sucesso e prosperidade em todas as áreas de suas vidas e na
trajetória que cada um irá seguir. Saibam que vocês são especiais para mim!
Raphael Narcizo dos Santos
7
Agradeço primeiramente a Deus pois sem Ele nenhuma conquista seria possível na
minha vida. Aos meus pais Clara e Luiz Carlos que mesmo distantes sempre me apoiaram e
estiveram comigo. A minha família e aos meus amigos quer sempre se mostraram disponíveis
a ajudar e contribuíram para o meu desenvolvimento durante esses quatro anos. Em especial
agradeço aos meus colegas de TCC Hugo, Raphael e Maurício que trabalharam
incessantemente para que o Projeto saísse da melhor forma possível, foi muito bom fechar
esse ciclo e desenvolver um trabalho tão gratificante como esse com vocês.
Por fim, agradeço carinhosamente nossa orientadora Professora Melissa por todo o
apoio e dedicação prestados no desenvolvimento do nosso trabalho, sem ela não teríamos
chegado onde chegamos. Professor e coordenador Paulo por toda a atenção dada durante esse
difícil processo e toda a amizade prestada que nos ajudou e estimulou a concluirmos nossa
graduação. Aos demais professores que se doaram ao longo desses quatro anos e não mediram
esforços em nos ensinar o melhor do Jornalismo para que pudéssemos nos tornar bons
profissionais e seres humanos, a minha eterna gratidão a todos vocês, não os esquecerei
jamais.
Thiago de Araujo Coelho
8
“Comunicação é troca de emoção”.
Milton Santos
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RESUMO
O presente trabalho acadêmico tem como objetivo a produção de um vídeo documentário que
procura conceituar, delimitar e analisar as características e qualidades do fenômeno Horário
Nobre na televisão brasileira, com ênfase nas três grandes emissoras nacionais consideradas
hegemônicas: Globo, SBT e Record. Nossa metodologia abrangeu a pesquisa bibliográfica e a
coleta de informações em entrevistas com notáveis docentes e especialistas em comunicação e
televisão do país acerca do termo horário nobre, suas variantes e desmembramentos como
também acerca do público telespectador. O vídeo documentário foi produzido com o objetivo
de ser uma fonte pioneira de informação a cerca do assunto e um ponta pé inicial no debate
efetivamente acadêmico sobre o tema haja vista a falta de material de estudo e pesquisa sobre
este assunto.
Palavras-chaves: Documentário; Horário Nobre; TV Globo; TV Record; SBT.
10
ABSTRACT
This academic work is aimed at the production of a video documentary that seeks to
conceptualize, define and analyze the characteristics and qualities of Prime Time phenomenon
in Brazilian television, focusing on three major national broadcasters considered hegemonic:
Globo, SBT and Record. Our methodology includes a literature search and information
gathering on interviews with notable teachers and the country's communications and
television experts on primetime term, its variants and dismemberment as well as about the
viewer audience. The documentary video was produced with the goal of being a pioneer
source of information about the subject and a tip early foot in effectively academic debate on
the subject given the lack of study material and research on this subject.
Key-words: Documentary; Prime Time; TV Globo; TV Record; SBT.
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LISTAS DE QUADROS
Quadro 1 – Cronologia dos fatos históricos dos primeiros anos da TV no mundo ........................... 16
Quadro 2 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 60 ....................................................... 30
Quadro 3 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 70 ........................................................ 31
Quadro 4 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 80 e 90 ................................................ 31
Quadro 5 - Fatos históricos sobre a TV Globo – Anos 2000 ............................................................ 32
Quadro 6 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 60....................................................... 34
Quadro 7 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 70....................................................... 35
Quadro 8 - Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 80 e 90 ............................................... 35
Quadro 9 - Fatos históricos sobre a TV Record – Anos 2000 ........................................................... 36
Quadro 10 - Fatos históricos sobre o SBT – Década de 70 e 80 ....................................................... 40
Quadro 11 - Fatos históricos sobre o SBT – Década de 90 .............................................................. 40
Quadro 12 - Fatos históricos sobre o SBT – Anos 2000 ................................................................... 40
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Grade de programação semanal TV Globo .................................................................... 26
Tabela 2 – Grade de programação semanal TV Record .................................................................... 27
Tabela 3 – Grade de programação semanal SBT .............................................................................. 28
Tabela 4 – Canais digitais da Rede Record ....................................................................................... 37
Tabela 5 – Classificação das categorias e gêneros televisivos .......................................................... 48
Tabela 6 – Roteiro final do documentário ......................................................................................... 55
Tabela 7 – Custos de execução do relatório técnico .......................................................................... 73
Tabela 8 – Custos de execução do documentário .............................................................................. 73
13
SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................................................ 15
I – Horário Nobre na Televisão Brasileira .................................................................................... 16
1.1 Definição da TV .......................................................................................................................... 16
1.2 História da Televisão no Brasil ................................................................................................... 17
1.3 Evolução Tecnológica da TV ...................................................................................................... 19
1.3.1 A Televisão em Cores .............................................................................................................. 20
1.3.2 TV a Cabo ................................................................................................................................. 21
1.3.3 A TV Digital ............................................................................................................................. 22
1.4 A importância da TV para a Sociedade ....................................................................................... 23
1.5 A TV Como Espetáculo ............................................................................................................... 23
1.6 Grade de Programação da TV Brasileira ..................................................................................... 24
1.6.1 Definição .................................................................................................................................. 25
1.6.2 Grade de Programação das Três Emissoras em Estudo ............................................................ 26
1.6.2.1 TV Globo ............................................................................................................................... 29
1.6.2.2 TV Record ............................................................................................................................. 33
1.6.2.3 SBT ........................................................................................................................................ 39
1.7 Horário Nobre .............................................................................................................................. 41
1.7.1 Definição .................................................................................................................................. 42
1.7.2 Características .......................................................................................................................... 44
II – Suporte Midiático ..................................................................................................................... 47
2.1 Gêneros Televisivos .................................................................................................................... 47
2.2 Formatos Televisivos ................................................................................................................... 48
2.3 Linguagem Televisiva ................................................................................................................. 48
2.3.1 Texto Televisivo ....................................................................................................................... 49
2.3.2 Movimentos de Câmera ............................................................................................................ 50
2.3.3 Planos e Enquadramentos ......................................................................................................... 50
2.4 Linguagem Jornalística ................................................................................................................ 51
14
2.4.1 Texto Telejornalístico ............................................................................................................... 52
2.5 Documentário Sobre o Horário Nobre......................................................................................... 52
III – No Ar – Faixa Nobre ............................................................................................................... 54
3.1 Elaboração do Documentário ...................................................................................................... 54
3.1.1Formato ...................................................................................................................................... 54
3.2 Periodicidade ............................................................................................................................... 55
3.3 Tempo .......................................................................................................................................... 55
3.4 Público Alvo ................................................................................................................................ 55
3.5 Roteiro ......................................................................................................................................... 55
3.6 Lançamento do produto no mercado ........................................................................................... 73
3.7 Custos de Execução do Projeto Experimental ............................................................................. 73
3.7.1 Relatório Técnico ..................................................................................................................... 73
3.7.2 Documentário ........................................................................................................................... 73
3.7.3 Orçamento ................................................................................................................................ 74
Considerações Finais ....................................................................................................................... 75
Referências ....................................................................................................................................... 76
Anexos ............................................................................................................................................... 79
15
INTRODUÇÃO
Este trabalho acadêmico tem como objetivo o desenvolvimento de um documentário sobre o
que é o horário nobre na televisão aberta no Brasil, em especial, nas emissoras de TV Globo, Record e
SBT, no século XXI.
Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica em busca da história e do conceito
do termo Horário Nobre, também conhecido por Prime Time. Devido à falta de obras a respeito do
assunto, a técnica da entrevista auxiliou no processo de levantamento de informações assim como na
construção do produto.
O trabalho é constituído de duas partes: o relatório técnico e o produto audiovisual.
O relatório técnico tem três capítulos: o primeiro traz a fundamentação teórica deste projeto
experimental: definição de TV; a evolução tecnológica da TV no Brasil; a televisão em cores; TV a
cabo; TV digital; a importância da TV para a sociedade; a TV como espetáculo; a grade de
programação da TV brasileira; a grade de programação das três emissoras em análise: TV Globo; TV
Record; SBT; Horário Nobre, definição do termo; programação, audiência, publicidade e público alvo;
o segundo capítulo aborda os gêneros televisivos, formatos televisivos, linguagem televisiva, texto
televisivo e telejornalístico, planos e enquadramentos, linguagem jornalística, formatos de reportagem
e a justificativa do formato escolhido para o produto resultante deste trabalho; e por fim, o terceiro
capítulo trata deste produto, apresentando o roteiro e como o documentário poderá ser inserido no
mercado de trabalho, o valor de orçamento para a produção, o tempo e a periodicidade, e o público-
alvo.
A segunda parte deste Trabalho de Conclusão de Curso é o produto audiovisual desenvolvido:
um documentário de 30 minutos, com núcleos temáticos que conduzem a história, cuja narrativa
constitui-se a partir dos depoimentos dos entrevistados e a inserção de imagens que ilustram o vídeo.
16
I – HORARIO NOBRE NA TELEVISÃO BRASILEIRA
1.1 Definição e Surgimento da TV
Para estudar o termo Horário Nobre na televisão brasileira, recorreu-se primeiramente
à definição e ao surgimento deste meio de comunicação considerado o maior e mais
impactante junto ao público espectador.
A autora Vera Íris Paternostro (1999, p.22) e Mattos (2002) discorrem sobre como a
televisão foi criada contando a história através da citação de fatos, quadro a seguir, que
marcaram aquele período.
Quadro 1 – Cronologia dos fatos históricos dos primeiros anos da TV no mundo
1920 O americano Charles Jenkins fabrica um disco perfurado onde ele captava e transmitia imagens.
A milhares de quilômetros, o inglês Jhon Lodgie Baird consegue o mesmo feito, de maneira
semelhante.
1923 – 1924 Vladimir Zworykin, um russo naturalizado americano, inventa o iconoscópio – um tubo a vácuo
com uma tela de células fotoelétricas. O iconoscópio faz, na verdade, uma varredura eletrônica
da imagem: é, até hoje, a base do olho da TV. Quatro anos mais tarde, Zworykin consegue
transmitir imagens a uma distância de 45 quilômetros, utilizando o iconoscópio. Ele trabalhava
para a empresa norte-americana RCA – Radio Corporation of America. Nessa mesma época, na
Inglaterra, Jhon Baird também faz uma demonstração de transmissão de imagem, e a BBC –
British Broadcasting Corporation – contrata-o para realizar transmissões regulares em caráter
experimental.
1929 Vladimir Zworykin consegue patentear o iconoscópio.
1931 A RCA já tem sua antena e os estúdios da NBC – National Broadcasting Corporation –
instalados no último andar do Empire State, em Nova York.
1935 A França constrói a sua antena no alto da Torre Eiffel, em Paris.
1936 Na Inglaterra, a BBC coloca suas câmeras na rua e faz a transmissão da coroação do rei Jorge
VI.
1939 Nos Estados Unidos, a NBC transmite a inauguração da Feira Mundial de Nova York.
1939 – 1945 Período da Segunda Guerra Mundial, em que as transmissões de TV foram interrompidas na
maioria dos países. Apenas a Alemanha continuou transmitindo normalmente. Segundo Mattos
(2002, 166-167), as fábricas de televisores forma utilizadas na produção de material bélico.
1940 Por volta de 1940, segundo Mattos (2002), o sistema de televisão passou a ser completamente
eletrônico.
1950 O aparelho de TV foi levado para praticamente todos os países e aos poucos tornou-se o mais
importante meio de comunicação do mundo.
A TV chega ao Brasil.
1962 Os Estados Unidos lançaram o primeiro satélite de comunicação, o Telstar I, possibilitando a
transmissão de TV ao vivo na Europa e nos Estados Unidos.
17
Paternostro (1999, p. 26) conta ainda que a partir da criação e instalação dos satélites
de comunicação pelo mundo, a capacidade de comunicar, através das imagens e além das
fronteiras tornou a TV a mídia mais poderosa, e importante para o desenvolvimento e
expansão da informação no mundo: "Com a integração dos sistemas de satélites de
comunicação, o mundo da informação evoluiu tanto que passou a ser muito simples, fácil
mesmo, acompanhar o que está acontecendo do outro lado do planeta, no momento em
que está acontecendo.”
1.2 História da Televisão no Brasil
Por meio de investimentos de Assis Chateaubriand – Chatô – o maior magnata das
comunicações do país, no dia 18 de setembro de 1950 foi inaugurada oficialmente a televisão
no Brasil. No início, o canal que mais tarde seria conhecido como TV Tupi, tinha o prefixo
“PRF-3 TV”. (BARBOSA, 2010, p. 12).
Ao conhecer a história da TV no Brasil, vale salientar o discurso cerimonial proferido
por Chatô, em que destaca-se a influência da publicidade no processo de produção televisiva
Francfort (2014, p. 48) publicou o discurso que mostra o patrocínio de quatro empresas que
influenciaram no desenvolvimento da TV no Brasil, iniciado em 1946.
O empreendimento da televisão no Brasil, em primeiro lugar, devemo-lo a quatro
organizações que, logo, desde 1946, se uniram aos Rádios e Diários Associados para
estudá-lo e possibilitá-lo neste país. Foram a Companhia Antarctica Paulista, a Sul
América Seguros de Vida e suas subsidiárias, o Moinho Santista e a Organização
Francisco Pignatari. Não pensem que lhes impusemos pesados ônus, dado o volume
da força publicitária que detemos. Este transmissor foi erguido, pois com a prata da
casa; isto é, com os recursos de publicidade que levantamos sobre a prata Wolff e
outros, não menos macias pratas da casa: a Sul América, que é o que podemos haver
de bem brasileiro; as lãs Sams, do Moinho Santista, arrancadas ao corro das ovelhas
do Rio Grande e, mais que tudo isso, ao Guaraná Champagne da Antarctica, que é a
bebida dos nossos selvagens, o cauim dos bugres do Pantanal mato-grossense e de
trechos do vale amazônico. Atentai bem e vereis como é mais fácil do que se pensa
alcançar uma televisão: com prata Wolff, lãs Sams, bem quentinhas, Guaraná
Champagne, borbulhante de bugre e tudo isso bem amarrado e seguro na Sul
América, faz-se um bouquet de aço e pendura-se no alto da torre do Banco do
Estado um sinal da mais subversiva máquina de influir na opinião pública – uma
máquina que dá asas à fantasia mais caprichosa e poderá juntar os grupos humanos
mais afastados.
Ao discorrer sobre a história da TV no Brasil, Barbosa (2010, p. 25) conta a maneira
como a televisão era vista por Chateaubriand: “[...] a televisão era „máquina‟ capaz de
influenciar a opinião pública e, ao mesmo tempo, uma „maquina‟ que diminuía distâncias e
possibilitava a exacerbação da imaginação fantasiosa de um mundo provável e possível.”
18
Segundo Barbosa (2010), as transmissões ocorriam entre as cinco da tarde e às dez da
noite, com intervalos grandiosos entre os programas, a fim de que se pudessem preparar os
apresentadores para ir ao ar ao vivo. Ainda em novembro de 1950 é autorizada a concessão da
TV Record de São Paulo e da TV Jornal do Comércio de Recife.
Esse autor (2010) traz ainda que a inauguração da televisão na cidade do Rio de
Janeiro deveria ter ocorrido em janeiro daquele ano, mas por problemas técnicos acabou
sendo adiada para o ano seguinte: “Em 20 de janeiro de 1951, o presidente da República
Eurico Gaspar Dutra pessoalmente ligou o transmissor da TV Tupi do Rio de Janeiro,
marcando o início das transmissões do Canal 6 da então capital da República”.
Também em 1951 tem início a comercialização de televisores produzidos no país, da
marca Invictus. Neste período, Chateaubriand promove uma campanha para propagar a venda
dos aparelhos de TV, mas o preço do mesmo ainda se é inviável para a maioria da população.
(BARBOSA, 2010, p. 20).
O site Tudo Sobre TV1 ao tratar sobre o assunto destaca o dia 14 de março de 1952,
data da criação da TV Paulista, em São Paulo, instalada no canal 5. A emissora pertencia ao
grupo do então Deputado Ortiz Monteiro e tem a frente Victor Costa na administração. A
emissora começou a operar num modesto prédio de apartamentos do centro de São Paulo.
Ainda de acordo com esse site, no dia 27 de setembro de 1953, a família Machado de
Carvalho inaugurou a TV Record, canal 7 de São Paulo. Seus estúdios foram os primeiros
construídos especialmente para uma emissora de TV, e não improvisado como as demais. Em
1955, a TV Paulista passou para o controle das organizações Victor Costa. No dia 15 de julho
do mesmo, surge o canal 13 do Rio de Janeiro a TV Rio, de propriedade de João Batista
Amaral e Paulo Machado de Carvalho.
O ano de 1956 foi marcado pelo fato de que essas três emissoras de TV de São Paulo
arrecadaram mais do que as treze emissoras de rádio da capital paulista. É também neste
período que surgiram os primeiros números de telespectadores, mais de um milhão e meio em
todo o Brasil. Assis Chateaubriand inaugurou mais nove estações de TV pelas cidades de:
Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza, São Luiz Belém e
Goiânia.
Sobre o surgimento das emissoras de TV no país na década de 1960, Ribeiro e
Sacramento (2010, p. 109) destacam que:
1 Site Tudo sobre TV. Disponível em: <http://www.tudosobretv.com.br/histortv/tv50.htm >Acesso em: 22 abr.
2015.
19
A década de 1960 foi marcada pela inauguração de duas novas estações de televisão
– a TV Excelsior, em julho de 1960, e a TV Globo, em abril de 1965 – que se
colocaram como alternativas às principais concorrentes da época – TV Tupi, TV
Record e TV Rio. A chegada da Excelsior balançou o mercado. A emissora foi a
primeira a ser administrada com uma visão empresarial moderna. Isso significou um
processo de racionalização em vários níveis: na produção, na programação e na
gestão dos negócios. A emissora do Grupo Simonsen realizou o I Festival Nacional
da Música Popular Brasileira, produziu a primeira telenovela diária, introduziu os
princípios de horizontalidade e de verticalidade na programação (os programas eram
exibidos de segunda a sexta e em horários fixos) e substituiu as adaptações de obras
estrangeiras, comuns à época, por programas com linguagem coloquial e temáticas
nacionais (SACRAMENTO, 2010, p. 109).
Junto com a Excelsior, a TV Globo foi uma das primeiras emissoras a se pautar mais
seriamente pelas questões de mercado, criando departamentos de pesquisa e marketing. Até
então, as estratégias de produção das emissoras: TV Record, TV Rio e TV Tupi eram na base
de improviso, o que fazia da TV Globo e da TV Excelsior o diferencial de qualidade de
programação. (RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p. 112).
Esses autores relatam que, apesar dessa visão e estrutura, a TV Excelsior teve uma
história curta. Um dos fatores que minaram o progresso da emissora foi a mudança do cenário
politico após 1964. A Excelsior se pautava por um “nacionalismo democrático” e, diante da
possibilidade do golpe militar, apoiou a permanência de João Goulart no poder. Com a
consolidação do regime militar, a emissora sofreu boicotes e uma censura extremamente
rígida. Em outubro de 1970, o presidente Emílio Garrastazu Médici assinou o decreto de
cassação.
Em 1966, um ano após a inauguração da Rede Globo, Roberto Marinho contratou
Walter Clark para gerenciar as áreas de produção/programação, financeiro e comercialização.
Clark contratou, em 1967, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com quem havia
trabalhado anos antes na TV Rio, para que esse assumisse a área de produção e programação.
Juntos, Boni e Clark estruturaram a grade Rede Globo segundo o conceito adotado pela TV
Excelsior. Eles seguiam os princípios de horizontalidade e de verticalidade: o primeiro
consiste na exclusividade de horário para determinados programas ao longo da semana, e o
outro se resumia a organização diária de programas em diferentes faixas de horário.
(RIBEIRO; SACRAMENTO, 2010, p. 112).
1.3 A Evolução Tecnológica da TV no Brasil
Dentro da história da TV no país, vários acontecimentos e características auxiliaram
para sua evolução. Um deles, foi a influência da tecnologia, com a chegada das cores na TV,
20
depois tem-se a segmentação de público com a vinda da TV a cabo, e mais recentemente, a
implantação da TV Digital.
1.3.1 A Televisão em Cores
Segundo Francfort (2014), em maio de 1963, a TV Tupi, temendo os avanços e
ataques da Excelsior, exibe para os expectadores o documentário americano “A Volta ao
Mundo”, (transmitido no sistema norte americano NTSC). No dia cinco do mesmo mês, a
mesma Tupi espalha 22 aparelhos de televisão pela cidade de São Paulo e exibe um episódio
da série americana “Bonanza”.
A TV Excelsior, até então em remanso, manifesta-se para o público em cores. No dia
18 de junho de 1963 a emissora transmite o primeiro show colorido e ao vivo da televisão
brasileira. O show foi transmitido do Parque do Ibirapuera, um dos principais pontos da
capital paulista. A mesma Excelsior fez sua última tacada em exibições em cores no país em
julho do mesmo ano, quando no dia 09 daquele mês a emissora exibe “Moacir Franco Show”
totalmente em cores, sendo a última atração exibida em cores pela emissora. Até então, as
transmissões eram experimentais, e o sistema em cores só entrou em vigor no país em 1972.
(FRANCFORT, 2014).
Já a Rede Globo, em crescimento avançado, exibiu experimentalmente em 04 de
agosto de 1968 o Grande Prêmio Brasil de Turfe. Ainda no mesmo mês, os apresentadores
Ilka Gomes e Hilton Gomes apresentam o “Show em Cores”, onde cantores apresentavam
suas canções ao público carioca no show experimental exibido no sistema PAL, inventado
pelo alemão Walter Bruch. (FRANCFORT, 2014).
Somente em 19 de fevereiro de 1972, através dos esforços do Ministro das
Comunicações Hygino Corsetti, ocorre a pré-estreia das transmissões a cores no Brasil. Num
sistema montado através de técnicos da Embratel, da TV Difusora (Porto Alegre), TV Rio e
TV Globo, que transmitiram o sinal da “Festa da Uva”, em Caxias do Sul. A transmissão foi
realizada em pool para todos os canais de TV em exercício no país, e contou com a direção de
Moacyr Masson e Sério Reis, além do engenheiro técnico Wladimir Sosa. (FRANCFORT,
2014)
O primeiro programa regularmente exibido em cores no país foi “Vida em
Movimento”, apresentado por Vida Alves na TV Gazeta. A emissora conseguiu uma liminar
emitida pelo Ministro Corsetti para que o programa fosse apresentado em cores antes das
demais emissoras, dando start na programação em cores. Ficou definido que, o que fosse
21
programado na regulagem de sinal colorido de “Vida em Movimento”, seria utilizado por
todos os programas televisivos em cores do país. (FRANCFORT, 2014).
1.3.2 TV A Cabo
Segundo Paternostro (1999, p. 42), o surgimento oficial da TV A Cabo no Brasil
ocorreu com a transmissão do Canal + (Canal Plus), de propriedade do empresário Mathias
Machline, em março de 1989. Conhecido como Supercanal, a estação oferecia uma
programação composta por ESPM (canal de esporte norte americano), CNN (canal americano
de noticias; o primeiro exclusivamente dedicado a notícia 24h por dia), RAI (canal italiano de
variedades) e MTV (canal de música pop americano).
No ano seguinte, o Grupo Abril adquiriu o canal e mudou seu nome para TVA (TV
Abril). Com a nova administração, a estação passou por reformulação da grade de
programação, além de possibilitar ao cliente a possibilidade de compra de dois pacotes de
canais por assinatura. (PATERNOSTRO, 1999, p.42).
Segundo a mesma autora (1999, p. 42), em 10 de novembro de 1991, as Organizações
Globo lançaram a GloboSat, programadora e operadora que distribuía, instalava e vendia seus
canais. O diferencial da GloboSat era que seu sinal podia ser recebido diretamente do satélite
Brasilsat II, através de grandes parabólicas instaladas em prédios ou condomínios, que
permitiam recepção de ótima qualidade de som e imagem.
Ainda sobre a GloboSat, Paternostro (1999, p. 43) conta que:
[...] diferentemente da TVA, a Globosat optou por programar seus canais (dar
conteúdo diferenciado a eles) e não somente ser uma distribuidora de canais
estrangeiros”. No lançamento da operadora, quatro canais estavam disponíveis aos
cliente: GNT (Globosat News Television), com uma grade de continha noticiários da
CNN e documentários miscelâneas; Multishow, com programas de variedades,
como shows, musicais, balés e teatros. Telecine, com exibição de filmes 24h por dia
sem intervalos; e Top Sport (que em janeiro de 1994 mudou seu nome para Sportv),
que apresentava os eventos esportivos mais importantes das TVs pelo mundo.
O primeiro canal brasileiro dedicado a 24 horas ao jornalismo foi a Globo News, que
teve seu início em 15 de outubro de 1996, com a exibição de um especial que mostrava as
principais atrações do canal. (PATERNOSTRO, 1999, p.43).
22
1.3.3 A TV Digital
Sobre a televisão em sinal digital do país, Francfort (2014, p. 98) relata que a televisão
digital começou fora do eixo Rio-São Paulo, ou seja, distante dos grandes centros de
surgimento e comercialização de transmissão, compra e venda de canais, produção
audiovisual:
No Brasil, a grande pioneira da televisão digital estava fora do eixo Rio-São Paulo e
numa cidade que nem capital era. Foi a TV Fronteira, de Presidente Prudente (SP).
Essa afiliada da Rede Globo, no interior paulista, foi a primeira emissora totalmente
digital do país. Seus donos anteciparam-se à chegada da televisão digital, tendo
equipamentos em alta definição a partir de 10 de dezembro de 1997.
Não muito diferente, do que ocorreu com o canal de TV digital, o novo sistema de
transmissão de TV Digital adotado pelo Governo Brasileiro, em 2007, teve início
experimentalmente na cidade de Bauru, também interior de São Paulo. E essa fase
experimental aconteceu dentro do campus da Unesp, Universidade Paulista.
Dentre as grandes emissoras, a primeira a fazer testes em HDTV foi a Rede Globo,
através do dominical “Fantástico” em 07 de junho de 1998. Na ocasião, o repórter Pedro Bial
demonstrou aos telespectadores a diferença entre os sistemas analógico e digital. Já em 2004,
a TV Record estreou uma telenovela gerada em alta definição, “Metamorfose”. No mesmo
ano, a Bandeirantes apostou numa parceria com a emissora japonesa NHK e produziram a
minissérie “Haru e Natsu – As cartas que não chegaram”. Mesmo produzindo a minissérie em
2004, a mesma só foi exibida em 2008, durante a comemoração do centenário da imigração
japonesa. (FRANCFORT, 2014).
De acordo com Francfort (2014), após diversos estudos e testes com diversos padrões
de transmissão digital, o sinal adotado pelo Governo Brasileiro foi o padrão japonês ISDB-T
(Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), dessa forma, o sistema serviria de base
para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). "A justificativa
para a escolha do sistema se deu por conta da praticidade de recepção de diversas plataformas
digitais gratuitamente. O sistema DVB-T, usado na Europa, é tarifado pelas companhias
telefônicas ao ser exibido em celulares e tablets."
Ainda segundo esse autor (2014, p. 103):
[...] o novo padrão tinha entre as especificidades, a possibilidade de transmissão de
conteúdo de altíssima qualidade (imagem e som), permitindo ao mesmo tempo a
recepção móvel e portátil dos sinais de TV digital. [...] O SBTVD adotou o padrão
MPEG-4, também conhecido como H.26 (para codificação de vídeo) e o HE-AAC
v2 (para áudio).
23
No dia 02 de dezembro de 2007, numa solenidade realizada na Sala São Paulo com a
presença de 1.200 pessoas entre profissionais e intelectuais, a televisão brasileira iniciou
oficialmente a transmissão digital em alguns locais do país. (FRANCFORT, 2014, p. 109).
1.4 A Importância da TV para a Sociedade
Embora a Televisão seja um meio de comunicação muito criticado por pesquisadores
enquanto um instrumento de poder e manipulação, não há como negar que essa mídia tenha
uma grande importância para a sociedade. Desde sua função informativa, instrutiva,
educadora até o entretenimento. De fato, este meio é sem dúvida uma grande ferramenta para
a formação do indivíduo.
Segundo Marialva C. Barbosa (2010), a televisão transforma o interior das residências,
em especial a sala de visitas, num processo de “privatização móvel”. Ainda nesse aspecto, a
autora (2010, p. 26) destaca que:
O centro do interesse passa a ser o interior das residências. Volta-se, cada vez mais,
desde meados dos anos 1950 – num longo processo que ainda não terminou na
primeira década do século XXI – para o interior das casas, de onde todos olham para
as janelas reais ou imaginadas (como a televisão, no passado, ou os
microcomputadores, no presente) e através delas veem (e escutam) as imagens de
um mundo lá fora que determinam a forma de existência de suas vidas. As
tecnologias de comunicação que se desenvolvem, a partir de então, vêm suprir essas
necessidades e dar resposta a “estruturas de sentimento”, que existem primeiramente
como imaginação e que, gradativamente, transformam-se em possibilidade
tecnológica real. Olhar pela janela, para fora, ou, ainda, que possibilitaria a produção
de rituais nos modos de ver (em conjunto, partilhando temas, cerimonias possíveis
em datas especiais) e que se espalharia pelos lugares públicos (como restaurantes e
bares), ampliando o burburinho na hora da refeição, são estruturas de sentimento
materializado em práticas culturais que existem como possibilidade antes de serem
praticas comunicacionais.
A autora (2010, p. 26) trata ainda da relação do público com o meio de comunicação e
dos hábitos que o mesmo desenvolve no decorrer de décadas e períodos:
Mais do que um mero “sentido vivido de um tempo”, a estrutura de sentimento
apresenta-se como uma imaginação de possibilidades das relações do público com o
meio de comunicação, uma expectativa para a materialização de uma relação
comunicacional, que existe como possibilidade e desejo antes de se realizar. Novas
práticas e hábitos sociais e mentais, que se iniciam e se tornam dominantes numa
determinada época, preexistem como imaginação comunicacional, como
possibilidade mental, enfim, como estrutura de sentimento.
24
1.5 A TV como Espetáculo
Ao discorrer sobre esse meio de comunicação, José Arbex Junior (2002 p. 51)
relaciona os limites entre a ficção e a realidade, a TV enquanto prestadora de serviço e a
diversidade de conteúdo oferecida pela ela dentro da casa do telespectador.
A televisão, lembra Eco, não é um gênero artístico, um fato unitário como o cinema
ou o teatro. É um „serviço‟, um meio de comunicação pelo qual se pode veicular
uma série de gêneros incluindo o cinema, o teatro, shows, espetáculos, telejornais e
comerciais. Existe, no entanto, uma linguagem televisiva, que obedece a leis
próprias e, no ato de transmissão, também modifica o modo de recepção dos gêneros
veiculados. É completamente diferente, por exemplo, assistir a um filme em casa,
pela televisão, e numa sala tradicional de projeção, compartilhada por estranhos.
Exatamente por ser um canal de serviços que oferece uma multiplicidade de
programas de todos os gêneros – artísticos, jornalísticos, esportivos etc.-, a televisão
permite a fácil transposição dos limites entre ficção e realidade.
No entanto, Arbex (2002) analisa principalmente a TV como meio de
espetacularização. Para ele, as notícias são apresentadas por belas mulheres, ou por “âncoras”
(que se assemelham a showmen), que em sua grande maioria destacam-se pela beleza, não
tendo importância se a notícia lida por eles via teleprompter é de conhecimento dos mesmos.
Com o advento da TV, até mesmo os grandes e tradicionais jornais como Le Monde (França)
e o Guardian (Inglaterra) sofreram uma importante mudança no sentido dinâmico e didático
na forma de tratar notícia. Neste aspecto, o autor comenta que a TV espetaculariza deixando a
função de informação e o caráter de prestação de serviço como segundo plano.
Arbex (2002, p.98) fala sobre o poder ideológico e político partidário deste meio:
A televisão é um polo ativo do processo de seleção e divulgação das notícias e
também dos comentários e interpretações que delas são feitas. Ela não é mera
“observadora” ou “repórter”: tem o poder de interferir nos acontecimentos. O
telenoticiário diário adquiriu o estatuto de uma peça politica, cuja logica é
determinada pelas relações de cada veiculo com o sistema político.
1.6 Grade de Programação da TV Brasileira
Mas antes de definir a expressão grade de programação, recorreu-se a Souza (2004, p.
57) que discute sobre a falta de interferência do público na concepção de uma grade de
programação e afirma que talvez com a implantação do sistema de transmissão digital essa
característica poderia mudar.
25
Apesar dos avanços tecnológicos, as redes de televisão aberta não permitem que o
telespectador escolha o horário de sua preferência para assistir a seu programa
predileto. Com a chegada da TV digital, isso talvez mude e o telespectador poderá
montar sua grade de programação. Atualmente, o horário é predefinido pelas
emissoras, que divulgam a programação nos jornais e também nos intervalos dos
programas (SOUZA, 2004, p. 57).
Walter Clark apud Souza (2004, p. 57-58), critica esse caráter autoritário da
programação televisiva no país:
A televisão não é alternativa. Ela é tirana, o que é muito ruim. Ninguém assiste ao
telejornal na hora que quer, a não ser uma camada específica que tem seu
videocassete. Todos nós assistimos àquilo que o „gênio de plantão‟ decide – „gênio
de plantão é o nome que dou àquele sujeito que manda na programação das
televisões; função que até já exerci. Então, o telejornal tem que ser assistido às oito
horas, o que às vezes se baseia em pesquisa ou até mesmo em equívocos que
permanecem por mais de dez anos. Podemos verificar, por exemplo, que o Jornal
Nacional, aos sábados, vai ao ar um pouco mais tarde. Isso vem do tempo em que
Chacrinha saiu da TV Globo e, como nessa época ele tinha luz própria, começou a
fazer um programa na TV Tupi às 9h15 da noite. Com isso, havia a necessidade de
se esticar a novela para „comer a perna‟ do programa do Chacrinha na entrada. O
Chacrinha já deixou a Tupi, já foi para a TV Bandeirantes, para a TV Record, já
voltou para a TV Globo, teve um programa aos sábados num horário bem antes do
telejornal, mas, mesmo assim, aquele horário não foi alterado.
Atualmente, a grade de programação televisiva é diferente da que foi apresentada por
Souza (2004) em sua obra. Observa-se na grade da TV Globo, por exemplo, o Jornal Nacional
sendo transmitido às 20h30, ou oito e meia da noite. Apesar das modificações ocorridas nos
últimos anos, pode-se afirmar que o horário nobre e grade de programação de uma emissora
brasileira continuam não sofrendo interferência direta do público.
1.6.1 Definição
A grade de programação de uma emissora é definida por José Carlos Aronchi de
Souza (2004, p. 57), talvez um dos únicos autores a fazer isso, como: “[...] resultado das
pesquisas de audiência e da estratégia de cada rede”. E seu formato padronizado permite a
reconhecimento do público telespectador e assim sua audiência mais fiel, conforme afirma
Souza (2004, p. 58) “Sua elaboração gráfica permite a visualização da programação semanal
num único quadro”. Para facilitar a divulgação posterior ao público telespectador.
O horário nobre, que será definido posteriormente neste capítulo, é considerado por
Souza (2004), aquele compreendido entre as 19 e 22 horas, continua sendo a faixa de maior
valor comercial para a veiculação de publicidade. O autor (2004, p. 59) afirma que:
26
Há uma concentração de produções nacionais que atraíram o público e criaram o
hábito de assistir a determinados gêneros nesse horário. As alterações na grade de
programação das emissoras seguem necessidade de adaptação momentânea, devido
a picos de audiência da concorrência ou fatores sazonais. Porém, estudos recentes
constatam que o panorama geral das grades de programação das redes apresenta
poucas modificações desde a implantação da TV no Brasil.
1.6.2 Grade de Programação das três emissoras em estudo
O presente Projeto Experimental estuda o conceito de horário nobre, mas para
contextualizar o tema, foram escolhidas as três emissoras de maior audiência no Brasil: TV
Globo, TV Record e SBT. Antes de falar sobre elas, seguem, para exemplificar como
apresenta-se numa grade, a programação desses canais coletada em 26 de maio de 2015.
Tabela 1 - Grade de Programação Semanal TV Globo
31-05-2015
(Domingo)
01-06-2015
(Segunda)
02-06-2015
(Terça)
03-06-2015
(Quarta)
04-06-2015
(Quinta)
05-06-2015
(Sexta)
06-06-2015
(Sábado)
00:50 -
Qualquer
Gato Vira-
Lata
02:25 -
Horas
Contadas
04:10 -
Operação
Cupido
(1998)
06:15 - Santa
Missa
07:15 -
Globo
Comunidade
07:45 -
Pequenas
Empresas,
Grandes
Negócios
08:20 -
Globo Rural
09:15 - Auto
Esporte
09:45 -
Esporte
Espetacular
13:00 -
Esquenta!
14:00 –
Temperatura
Máxima
15:45 -
00:30 - The
Ultimate
Fighter
Brasil
01:25 -
Efeito
Colateral
02:50 - A
Mente que
Mente
04:10 -
Mentes
Criminosas
05:00 - Hora
Um
06:00 - Bom
Dia Praça
07:30 - Bom
Dia Brasil
08:50 - Mais
Você
10:10 - Bem
Estar
10:50 -
Encontro
com Fátima
Bernardes
12:00 - Praça
TV
12:45 -
Globo
Esporte
13:20 -
Jornal Hoje
00:30 -
Jornal da
Globo
01:05 -
Programa do
Jô
01:45 - A
Guerra das
Gangues
02:30 -
Corujão
03:50 -
Mentes
Criminosas
05:00 - Hora
Um
06:00 - Bom
Dia Praça
07:30 - Bom
Dia Brasil
08:50 - Mais
Você
10:10 - Bem
Estar
10:50 -
Encontro
com Fátima
Bernardes
12:00 - Praça
TV
12:45 -
Globo
Esporte
13:20 -
00:30 -
Jornal da
Globo
01:05 -
Programa do
Jô
01:45 - A
Guerra das
Gangues
02:30 -
Corujão
03:50 -
Mentes
Criminosas
05:00 - Hora
Um
06:00 - Bom
Dia Praça
07:30 - Bom
Dia Brasil
08:50 - Mais
Você
10:10 - Bem
Estar
10:50 -
Encontro
com Fátima
Bernardes
12:00 - Praça
TV
12:45 -
Globo
Esporte
13:20 -
00:00 -
Jornal da
Globo
00:30 -
Programa do
Jô
01:12 - A
Guerra das
Gangues
01:54 -
Corujão do
Esporte
02:44 -
Corujão
04:06 -
Mentes
Criminosas
05:00 - Hora
Um
06:00 - Bom
Dia Praça
07:30 - Bom
Dia Brasil
08:50 - Mais
Você
10:10 - Bem
Estar
10:50 -
Encontro
com Fátima
Bernardes
12:00 - Praça
TV
12:45 -
01:00 -
Jornal da
Globo
01:30 -
Programa do
Jô
02:12 - A
Guerra das
Gangues
03:03 -
Corujão
04:06 -
Mentes
Criminosas
05:00 - Hora
Um
06:00 - Bom
Dia Praça
07:30 - Bom
Dia Brasil
08:50 - Mais
Você
10:10 - Bem
Estar
10:50 -
Encontro
com Fátima
Bernardes
12:00 - Praça
TV
12:45 -
Globo
Esporte
13:20 -
00:00 -
Jornal da
Globo
00:34 -
Programa do
Jô
01:14 - A
Guerra das
Gangues
01:57 -
Corujão
04:06 -
Mentes
Criminosas
06:00 - Via
Brasil
07:00 -
Como Será?
09:00 - TV
Globinho
12:00 - Praça
TV
12:45 -
Globo
Esporte
13:20 -
Jornal Hoje
14:00 -
Sessão
Comédia
14:41 -
Estrelas
15:37 -
Caldeirão do
27
Futebol 2015
18:00 -
Domingão do
Faustão
21:00 -
Fantástico
23:20 –
SuperStar
14:00 -
Vídeo Show
14:45 -
Sessão da
Tarde
16:45 - O Rei
do Gado
17:45 -
Malhação
18:25 - Sete
Vidas
19:15 - Praça
TV
19:35 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Jornal
Nacional
21:05 -
Babilônia
22:20 – Tela
Quente
Jornal Hoje
14:00 -
Vídeo Show
14:55 -
Sessão da
Tarde
16:45 - O Rei
do Gado
17:45 -
Malhação
18:25 - Sete
Vidas
19:15 - Praça
TV
19:35 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Jornal
Nacional
21:05 -
Babilônia
22:20 - Tapas
e Beijos
22:59 - Luz,
Câmera 50
Anos
Jornal Hoje
14:00 -
Vídeo Show
14:55 -
Sessão da
Tarde
16:45 - O Rei
do Gado
17:45 -
Malhação
18:25 - Sete
Vidas
19:15 - Praça
TV
19:35 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Jornal
Nacional
20:56 -
Babilônia
22:00 -
Futebol
Globo
Esporte
13:20 -
Jornal Hoje
14:00 -
Vídeo Show
14:55 –
Sessão da
Tarde
16:45 - O Rei
do Gado
17:45 -
Malhação
18:25 - Sete
Vidas
19:15 - Praça
TV
19:35 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Programa
Político –
Partidário
20:40 - I
Love
Paraisópolis
20:49 -
Jornal
Nacional
21:26 -
Babilônia
22:39 -
Chapa
Quente
23:22 - Luz,
Câmera 50
Anos
Jornal Hoje
14:00 -
Vídeo Show
14:55 –
Sessão da
Tarde
16:45 - O Rei
do Gado
17:45 -
Malhação
18:25 - Sete
Vidas
19:15 - Praça
TV
19:35 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Jornal
Nacional
21:08 -
Babilônia
22:23 -
Globo
Repórter
23:14 -
Amorteamo
Hulk
18:20 - Sete
Vidas
19:09 - Praça
TV
19:30 - I
Love
Paraisópolis
20:30 -
Jornal
Nacional
21:10 -
Babilônia
22:16 - Zorra
23:01 -
AltasHoras
A seguir a tabela 2 apresenta a grade de programação da TV Record, coletada em 26 de maio
de 2015.
Tabela 2 - Grade de Programação Semanal TV Record
31-05-2015
(Domingo)
01-06-2015
(Segunda)
02-06-2015
(Terça)
03-06-2015
(Quarta)
04-06-2015
(Quinta)
05-06-2015
(Sexta)
06-06-2015
(Sábado)
01:15 -
Programaçã
o IURD
06:00 -
Santo Culto
em seu Lar
06:30 -
Desenhos
00:15 -
Roberto
Justus +
01:15 -
Programação
IURD
06:00 -
Balanço
00:15 -
Grimm -
Contos de
Terror
01:15 -
Programação
IURD
06:00 -
00:15 -
Breaking Bad
– 1ª
Temporada
01:15 -
Programação
IURD
06:00 -
00:15 -
Câmera
Record
01:15 -
Programação
IURD
06:00 -
Balanço
00:15 – CSI
Investigação
Criminal –
13ª
Temporada
01:15 -
Programação
IURD
01:15 -
Programaçã
o IURD
06:30 –
Nosso
Tempo
07:00 - Fala
Brasil
28
Bíblicos
09:30 -
Record Kids
- Pica Pau
11:00 -
Domingo
Show
15:30 - Hora
do Faro
19:30 -
Domingo
Espetacular
23:15 -
Repórter em
Ação
Geral
07:28 - São
Paulo no Ar
08:55 - Fala
Brasil
10:00 - Hoje
em Dia
12:00 -
Balanço
Geral
14:30 -
Programa da
Tarde
17:00 -
Cidade Alerta
20:30 - Os
Dez
Mandamento
s
21:30 - Jornal
da Record
22:30 -
Repórter
Record
Investigação
23:30 -
Grimm -
Contos de
Terror
Balanço
Geral
07:28 - São
Paulo no Ar
08:55 - Fala
Brasil
10:00 - Hoje
em Dia
12:00 -
Balanço
Geral
14:30 -
Programa da
Tarde
17:00 -
Cidade Alerta
20:30 - Os
Dez
Mandamento
s
21:30 - Jornal
da Record
22:30 - Gugu
Balanço
Geral
07:28 - São
Paulo no Ar
08:55 - Fala
Brasil
10:00 - Hoje
em Dia
12:00 -
Balanço
Geral
14:30 -
Programa da
Tarde
17:00 -
Cidade Alerta
20:30 - Os
Dez
Mandamento
s
21:30 - Jornal
da Record
22:00 - Gugu
Geral
07:28 - São
Paulo no Ar
08:55 - Fala
Brasil
10:00 - Hoje
em Dia
12:00 -
Balanço
Geral
14:40 - Cine
Record
Especial
17:00 -
Cidade Alerta
20:30 -
Propaganda
Partidária
20:40 - Os
Dez
Mandamento
s
21:30 - Jornal
da Record
22:30 - Gugu
06:00 -
Balanço
Geral
07:28 - São
Paulo no Ar
08:55 - Fala
Brasil
10:00 - Hoje
em Dia
12:00 -
Balanço
Geral
14:40 - Cine
Record
Especial
17:00 -
Cidade Alerta
20:30 - Os
Dez
Mandamento
s
21:30 - Jornal
da Record
22:30 – Super
Tela
Especial
10:15 -
Esporte
Fantástico
12:00 - The
Love School
13:00 - Todo
Mundo
Odeia o
Chris
14:15 -
Record Kids
– Pica Pau
15:15 - Cine
Aventura
17:20 -
Cidade
Alerta
Especial
19:45 -
Jornal da
Record
Especial
20:30 -
Programa da
Sabrina
23:00 -
Legendários
A seguir a tabela 3 apresenta a grade de programação do SBT, coletada em 26 de maio de
2015.
Tabela 3 - Grade de Programação Semanal SBT
31-05-2015
(DOMINGO)
01-06-2015
(SEGUNDA)
02-06-2015
(TERÇA)
03-06-2015
(QUARTA)
04-06-2015
(QUINTA)
05-06-2015
(SEXTA)
06-06-2015
(SÁBADO)
00:15 - Cine
Belas Artes
02:30 - Big
Bang: A
Teoria
03:00 - Dois
Homens e
Meio
03:30 -
Arnold
04:15 - Uma
Família
Perdida No
Meio Do
Nada - The
Middle
05:15 -
Suburgatório
00:00 -
Conexão
Repórter
01:00 -
Sobrenatural
02:00 -
Rizzoli &
Isles
03:00 - Major
Crimes
04:00 - Jornal
do SBT
06:00 -
Desenhos
Pré-escola
07:00 -
Carrossel
Animado
00:00 - The
Noite com
Danilo
Gentili
01:00 -
Jornal do
SBT
01:45 - Okay
Pessoal
02:45 - Dois
Homens e
Meio
03:15 - Mike
& Molly
04:00 -
Jornal do
SBT
06:00 -
00:00 - The
Noite com
Danilo
Gentili
01:00 -
Jornal do
SBT
01:45 - Okay
Pessoal
03:30 - Dois
Homens e
Meio
04:00 -
Jornal do
SBT
06:00 -
Desenhos
Pré-escola
00:15 - The
Noite com
Danilo
Gentili
01:15 -
Jornal do
SBT
02:00 - Okay
Pessoal
03:00 - Dois
Homens e
Meio
03:30 - Mike
& Molly
04:00 -
Jornal do
SBT
06:00 -
00:30 - The
Noite com
Danilo
Gentili
01:30 -
Jornal do
SBT
02:15 - Okay
Pessoal
03:30 - Dois
Homens e
Meio
04:00 -
Jornal do
SBT
06:00 -
Desenhos
Pré-escola
01:00 - The
Noite com
Danilo
Gentili
01:45 -
Jornal do
SBT
02:30 - Okay
Pessoal
03:30 - Dois
Homens e
Meio
04:00 - Mike
& Molly
04:30 -
Diários de
um vampiro
05:15 - Jogos
29
- Suburgatory
05:45 - Jornal
da Semana
07:00 - Brasil
Caminhoneiro
07:30 -
Turismo &
Aventura
08:30 - Vrum
09:00 -
Chaves
11:00 -
Domingo
Legal
15:00 - Eliana
19:00 - Roda
a Roda Jequiti
19:45 -
Sorteio da
Tele Sena
20:00 -
Programa
Silvio Santos
08:00 -
Carrossel
Animado
09:00 - Bom
Dia & Cia
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 - As
Visões da
Raven
14:30 - Casos
de Família
15:30 - Maria
Esperança
16:30 -
Coração
Indomável
17:30 - A
Usurpadora
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 -
Chiquititas
21:15 -
Carrossel
22:00 -
Programa do
Ratinho
23:00 -
Máquina da
Fama
Desenhos
Pré-escola
07:00 -
Carrossel
Animado
08:00 -
Carrossel
Animado
09:00 - Bom
Dia & Cia
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 - As
Visões da
Raven
14:30 - Casos
de Família
15:30 - Maria
Esperança
16:30 -
Coração
Indomável
17:30 - A
Usurpadora
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 -
Chiquititas
21:15 -
Carrossel
22:00 -
Programa do
Ratinho
23:00 - Cine
Espetacular
07:00 -
Carrossel
Animado
08:00 -
Carrossel
Animado
09:00 - Bom
Dia & Cia
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 - As
Visões da
Raven
14:30 - Casos
de Família
15:30 - Maria
Esperança
16:30 -
Coração
Indomável
17:30 - A
Usurpadora
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 -
Chiquititas
21:15 -
Carrossel
22:00 - Roda
a Roda
Jequiti
22:30 -
Programa do
Ratinho
Desenhos
Pré-escola
07:00 -
Carrossel
Animado
08:00 -
Carrossel
Animado
09:00 - Bom
Dia & Cia
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 - As
Visões da
Raven
14:30 - Casos
de Família
15:30 - Maria
Esperança
16:30 -
Coração
Indomável
17:30 - A
Usurpadora
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 -
Horário
Eleitoral
Gratuito
20:40 -
Chiquititas
21:15 -
Carrossel
22:00 -
Programa do
Ratinho
22:30 - A
Praça é
Nossa
07:00 -
Carrossel
Animado
08:00 -
Carrossel
Animado
09:00 - Bom
Dia & Cia
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 - As
Visões da
Raven
14:30 - Casos
de Família
15:30 - Maria
Esperança
16:30 -
Coração
Indomável
17:30 - A
Usurpadora
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 -
Chiquititas
21:15 -
Carrossel
22:00 -
Programa do
Ratinho
23:00 - Tela
de Sucessos
de Mentira
06:00 -
Chaves
07:00 -
Sábado
Animado
13:30 - As
Visões da
Raven
14:15 –
Programa
Raul Gil
18:30 -
Chaves
19:45 - SBT
Brasil
20:30 –
Esquadrão da
Moda
21:30 –
Cozinha sob
pressão
22:30 - Cine
Família
1.6.2.1 TV Globo
A TV Globo, canal 4 (analógico em TV Aberta), foi fundada em 26 de abril de 1965
pelo empresário Roberto Marinho. A emissora atualmente ocupa a liderança de audiência no
país. Possui uma grade de programação diversificada de conteúdos do gênero jornalístico e de
entretenimento.
30
Segundo o crítico de TV Daniel Castro2, o carro-chefe do Jornalismo da TV Globo é o
Jornal Nacional, criado em 1969, e pode-se dizer que o carro-chefe do entretenimento são as
telenovelas, embora ocorra um grande investimento em outros gêneros televisivos.
A emissora tem sua sede principal localizada na Rua Von Martius, número 22, no
bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro, capital.
A seguir a ilustração 1 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV
junto ao público.
Ilustração 1 - Logotipo Atual da Emissora
A história da TV Globo foi pesquisada em obras sobre o assunto e por meio do acesso
às informações do site institucional da emissora e de outros portais de dados. Porém devido ao
número extenso de informações, decidiu-se pela elaboração de quadros com as informações3
mais relevantes apresentadas em ordem cronológica.
Quadro 2 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 60
1965 Dia 26 de abril é inaugurada a emissora no Rio de Janeiro, canal 4, empresa de Roberto
Marinho. Concessão outorgada no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Às 11h do dia
26 de abril, a TV Globo de Televisão entra no ar em São Paulo, através do Canal 5 TV
Paulista.
1966 A TV Paulista é comprada de Víctor Costa por Roberto Marinho, passando a usar o nome
Globo. Inicia assim uma virada no panorama da televisão brasileira. A TV Globo passa a ser
administrada por homens de marketing. Seu principal diretor é Walter Clark que introduz o
pacote publicitário em que o anunciante só pode colocar o seu produto no horário nobre se
comprar também em outros horários. Começa assim o padrão Globo de qualidade.
2Coluna de Daniel Castro. Nota publicada em 01 de fevereiro de 2015. Disponível em:
<http://noticiasdatv.uol.com.br/>Acesso em: 30abr2015. 3 As informações foram retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:
<http://www.tudosobretv. com.br/ histortv/historbr.htm> Acesso em 29.abr2015.
31
1967 Após a compra da TV Paulista, começam a ser exibidos programas de sucesso do Rio de
Janeiro como: "Discoteca do Chacrinha" e "Dercy de Verdade". Assim como programas de
sucesso de São Paulo, como o "Programa Silvio Santos", passam a ser exibidos no Rio.
1968 Roberto Marinho compra a emissora geradora de Belo Horizonte. É pioneira na transmissão,
via satélite, do lançamento da nave espacial Apollo IX. Já possui 49% de audiência no Rio de
Janeiro, mas a conquista em São Paulo é mais lenta pois a TV Record é líder de audiência.
1969 Em março, é pioneira na transmissão, via satélite, do lançamento da nave espacial Apollo IX.
No dia 20 de julho, transmite a chegada do homem à Lua (Missão Apollo 11). Um incêndio
na TV Globo de São Paulo, faz com que toda a produção da programação passe a ser
centralizada no Rio de Janeiro, o que dá certo operacionalmente. Centralizar a produção torna-
se mais barato e propicia um melhor controle de qualidade.
Quadro 3 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Década de 70
1970 No dia 10 de janeiro, a emissora carioca pega fogo.
1971 Em 28 de outubro acontece um incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro. De 1971 à 73 adapta
seus equipamentos e treina seus técnicos para a utilização da cor na imagem. A investida agora
passa a ser para a classe média. O padrão visual se diferencia das outras emissoras,
apresentando logotipos e belas imagens.
1972 Roberto Marinho compra a geradora de Recife e inaugura sua emissora de Brasília. A Rede
Globo consolida-se como a maior rede nacional de emissoras de televisão, com mais 36
filiadas e centenas de estações retransmissoras pelo país, em apenas 7 anos. Em 5 de
Dezembro é inaugurado o Teatro Fênix no Rio de Janeiro com o programa "Discoteca do
Chacrinha"
1973 Fantástico", programa em forma de revista com informações e variedades de maior sucesso da
TV brasileira entra no ar, apresentado por Cid Moreira.
1974 Das 16 horas de programação diária, 8 horas já são transmitidas em cores.
1975 Inicia-se a implantação das "programações nacionais", padronizando seus programas em todo
o Brasil.
1976 Incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro descentraliza a programação da rede, que passa a ser
produzida em outras cidades.
1977 É criada a Rede Regional de Televisão, em que a sua programação é igual a que a Rede Globo
transmite para todo o país, com exceção de alguns programas locais (diferentes em cada
região).
1979 Surge "Globo Rural", programa que procura atender as necessidades diferenciadas dos grandes
produtores rurais.
Quadro 4 – Fatos históricos sobre a TV Globo– Década de 80 e 90
1980 Em Agosto, a direção da Rede Globo decide organizar uma Divisão Internacional que culmina
com a compra da TV Monte Carlo de Monaco.
1981 Em 1981, o faturamento atingiu o total de US$ 3 milhões. A Rede Globo passa a investir no
telejornalismo, lançando o "TV Mulher" e o "Bom Dia Brasil", nos mesmos moldes do
programa norte-americano "Good Morning America".
1982 Com 27 emissoras espalhadas pelo país, introduz o uso de satélite na programação. Possui 42
estações afiliadas e 5.500 funcionários.
1983 O faturamento atinge US$ 9,5 milhões. Em 3 de janeiro estréiam o programa matinal "Bom
Dia Brasil" e os telejornais das praças (SPTV, RJ, PE, MG, DF). O "Jornal Nacional" é o
programa de maior audiência da televisão brasileira.
1984 "Jornal Nacional" chega ao índice mais alto de audiência de sua história, com 64 pontos no
Ibope.
1985 A Rede Globo se torna a quarta maior rede de televisão comercial do mundo (só superada
pelas norte-americanas BBS, ABC e NBC).
1988 Estreia a novela "Vale Tudo", das 20h, de Gilberto Braga. É a segunda novela com média de
audiência nacional na história do gênero, chegando a 70%. O assassinato da personagem
Odete Roitman obtém grande repercussão no país.
1989 Estreia em 26 de março, o "Domingão do Faustão", apresentado por Fausto Silva, gravado no
Teatro Fênix. O "Jornal Nacional" é o primeiro programa a introduzir o sistema de pintura
32
eletrônica feita em três dimensões, utilizando uma pictografia em todas as suas etapas, do selo
ao cenário.
1990 A Rede Globo vê sua liderança ameaçada. Alguns programas do SBT e da Rede Manchete
superam sua audiência em determinados horários.
1991 É vista por 99,84% dos 5.043 municípios brasileiros. Possui 113 emissoras entre geradoras e
afiliadas. Tem 74% de audiência no horário nobre, 56% no matutino, 59% no vespertino e
69% de audiência no horário noturno.
1993 Investe em transmissão de jogos de futebol comprando diretos exclusivos de transmissão.
1995 É inaugurado a nova Central Globo de Produções, PROJAC (Projeto Jacarepaguá), em
Jacarepaguá, Rio de Janeiro.
1997 É inaugurado a nova Central Globo de Produções, PROJAC (Projeto Jacarepaguá), em
Jacarepaguá, Rio de Janeiro.
1998 Em 10 de Junho realiza a primeira transmissão digital no Brasil de alta definição ao vivo, com
a partida inaugural da Copa da França: Brasil x Escócia.
1999 Em 29 de Janeiro, a nova sede da Rede Globo em São Paulo é inaugurada, com 16.500 metros
quadrados de área e funcionando totalmente em sistema digital, da captação de imagens de rua
até a transmissão dos telejornais.
Quadro 5 – Fatos históricos sobre a TV Globo – Anos 2000
2000 Em dezembro, no Cinema Especial, a Globo exibe o filme Titanic, que foi dividido em duas
partes, alcançando 53 pontos de audiência, a maior já alcançada pela exibição de um filme na
televisão Brasileira.
2001 No dia 11 de janeiro, ocorre um incêndio no estúdio F.
2002 A TV Globo transmite com exclusividade a Copa do Mundo de 2002, vencida pelo Brasil, ao
conquistar o pentacampeonato. Apesar dos jogos serem transmitidos nas madrugadas, registra
umas das maiores audiências da história da emissora, acima de 85 pontos e picos de 92,
segundo o IBOPE.
2003 Em 6 de agosto, o dono e presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, falece aos 98
anos em um hospital no Rio de Janeiro. A morte do empresário teve grande cobertura da
emissora, bem como de suas concorrentes. Os três filhos de Marinho assumem o comando da
emissora.
2004 Estreia o Praça TV 2ª edição para antenas parabólicas, o Brasil TV, gravado no estúdio do
RJTV e exibido em todos os lares que tem uma antena parabólica. Antes do Brasil TV, desde
2001, era exibido para as antenas parabólicas o SPTV.
2005 Em 30 de maio, William Waack e Christiane Pelajo estreavam o novo Jornal da Globo em
substituição a Ana Paula Padrão. Em agosto, a afiliada TV Verdes Mares, faz uma das maiores
reportagens da rede, cobrindo o roubo do Banco Central de Fortaleza. O fato foi noticiado em
todos o telejornais da Globo, principalmente o Jornal Nacional.
2006
Em junho a emissora transmite com exclusividade a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha.
2007 Em 2007, a Globo alterou suas operações analógicas com o propósito de construir uma
produção televisiva em alta definição para a televisão digital.
2008 É iniciada as transmissões da chamada Rede Fuso para os estados brasileiros que têm 1 hora a
menos de diferença em relação ao horário de Brasília. A Rede Fuso possui horários
diferenciados em relação à programação dos outros estados brasileiros que têm o mesmo
horário de Brasília, como a transmissão do Praça TV 2ª Edição, que nestes estados é colocado
no ar logo após a novela da faixa das 18 horas e antes do Jornal Nacional, o Praça TV 1ª
Edição que vai ao ar logo após o Jornal Hoje e o Bom Dia Praça que vai ao ar logo após o
Bom Dia Brasil.
2009 No dia 11 de julho a Rede Globo transmitiu o show especial dos 50 anos de carreira do cantor
Roberto Carlos, diretamente do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. O especial foi
exibido em HDTV, e em som digital 5.1 canais.
2010 Em 23 de agosto, o Jornal Nacional inova e dá início ao projeto "JN no Ar", no qual através de
uma aeronave totalmente equipada faz com que a cada dia o telejornal seja ancorado em uma
cidade diferente do Brasil. A primeira cidade visitada foi Macapá.
2011 Em 24 de abril, a emissora apresentou aos seus telespectadores, no Fantástico, um filme
publicitário com o seu novo slogan, depois de sete anos: "A gente se liga em você", que
33
substitui o "A gente se vê por aqui". A nova assinatura do canal é em comemoração aos 46
anos da emissora que vira a comemorar dois dias depois.
Em 1º de dezembro, a emissora anunciou em uma coletiva de imprensa mudanças na
apresentação do Jornal Nacional e Fantástico. Após quase 14 anos, Fátima Bernardes deixa a
bancada do JN em 5 de dezembro deste procedente ano para apresentar um novo programa que
entrará na grade da Rede Globo em 2012. Quem entrou no Jornal Nacional para dividir a
apresentação com William Bonner foi Patrícia Poeta que estava à cinco anos no Fantástico.
Quem substitui Patrícia na revista eletrônica dominical é a jornalista Renata Ceribelli, que já
apresentava ocasionalmente o Show da Vida. No dia 5 de dezembro, houve uma edição
especial do Jornal Nacional quando Fátima entregou o 'bastão' a Patrícia.
2012 Em dezembro a Rede Globo encerrou o ano com o pior ibope da história foram 14,7 pontos
cada ponto corresponde a 60 mil domicílios na Grande São Paulo das 7h à meia-noite. a
Record manteve a vice-liderança, com 6,2 pontos, o SBT, fechou em terceiro marcando 5,6
pontos.
2013 Em 3 de janeiro o Jornalismo da Globo com os telejornais locais da Rede Globo completa 30
anos no ar, com os telejornalistícos locais o SPTV, RJTV, DFTV, MGTV, NETV e PITV e
outras notícias da regionais e também o Bom Dia Brasil juntos desde 1983. No dia 2 de
dezembro, o jornalismo da Rede Globo passa a ser todo captado e transmitido em HDTV
tendo a estreia da nova tecnologia no Jornal Nacional. Em 8 de dezembro, o Esporte
Espetacular comemora quarenta anos no ar com um programa e uma nova abertura também
aderindo ao HDTV. Em 31 de dezembro, o Show da Virada comemora quinze anos no ar com
um programa e uma nova abertura.
2014 No dia 1 de Dezembro, acontece a estreia de Monalisa Perrone como apresentadora titular, no
comando do novo telejornal da emissora, chamado de Hora Um da Notícia, substituindo o
Globo Rural, que passou a ser exibido somente aos domingos pela manhã e Novo Telecurso.
2015 A TV Globo foi premiada em abril no Festival de Filme e Televisão de Nova York. O projeto
do estúdio desenvolvido pelos departamentos de arte e de engenharia concorreu com criações
de 50 países. Os telões que se movem por todo o cenário dos telejornais ganharam a medalha
de prata na categoria melhor inovação. A emissora completou 50 anos no ar em 26 de abril.
1.6.2.2 TV Record
A TV Record, canal 7 (analógico em TV Aberta), foi fundada em 27 de setembro de
1953 por Paulo Machado de Carvalho. A emissora atualmente ocupa a vice-liderança de
audiência no país e tem como carro-chefe o jornalismo, embora ocorra um grande
investimento em teledramaturgia.
A emissora tem sua sede localizada na Rua da Várzea, número 240, no bairro Barra
Funda, São Paulo, capital.
A seguir a ilustração 2 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV
junto ao público.
34
Ilustração 2 - Logotipo Atual da Emissora
Neste tópico a história da TV Record, assim como ocorreu com a pesquisa sobre a
emissora vista no tópico anterior, teve base em bibliografia sobre o tema e nas informações do
site institucional da emissora e de outros portais de dados. Como foi apresentado no tópico
com as informações sobre a TV Globo, foram desenvolvidos também os quadros com as
informações4 da TV Record.
Quadro 6 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 60
1953 Em 27 de setembro é inaugurada a TV Record de São Paulo, pertencente a família Machado
de Carvalho. Às oito horas da noite é exibido "Grandes Espetáculos União", programa musical
apresentado por Blota Jr. e Sandra Amaral, tornando-se líder de audiência em pouco tempo. É
a primeira emissora a ser inaugurada em prédio construído especificamente para televisão e
não adaptado como as demais.
1954 Vai ao ar "Capitão 7", primeiro seriado de aventuras produzido no Brasil, estrelado por Ayres
Campos e Idalina de Oliveira. Devido ao seu enorme sucesso, dura 10 anos.
1955 Em 17 de abril, estréia "Grande Gincana Kibon", um dos programas infantis de maior sucesso
que permanece no ar por 16 anos. Em 18 de setembro é realizada a primeira transmissão
externa com a exibição do jogo entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro.
1956 A Record é a primeira emissora a transmitir, ao vivo para São Paulo, o Grande Prêmio Brasil,
direto do Jóquei Clube da cidade do Rio de Janeiro.
1959 Para receber atrações internacionais é inaugurado, em 9 de março, o Teatro Record na rua da
Consolação, com o cantor norte-americano Roy Hamilton.
1960 Em 4 de Maio de 1960 a TV Record sofre um incêndio. Neste mesmo ano a emissora
consegue o primeiro lugar em audiência com atrações como o humorístico "Grande Show
União".
1965 "O Fino da Bossa", programa musical apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues estreia em
1965. A partir daí, a Record traz para o cenário musical novos talentos como Chico Buarque
de Hollanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zimbo Trio e Maria Bethânia, além dos já
consagrados Agostinho dos Santos, Nara Leão, Vinícius de Moraes, Baden Powell e Maysa.
Segundo Napolitano (2010, p. 88), o programa foi ao ar a partir de 19 de maio de 1965 e
galvanizou o público estudantil em torno da TV – preocupado com a reputação do “samba
autêntico” e com a adequação da tradição da bossa nova às novas demandas políticas pós-
4 Os quadros trazem informações retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:
<http://www.tudosobretv.com.br/histortv/historbr.htm> e site da emissora TV Record.; Disponível em: <
http://rederecord.r7.com/historia/> Acesso em 29.abr2015.
35
1964.O autor traz ainda que “a estrutura dos musicais de televisão dos anos 1960 não
acompanhou o crescimento e a dinamização do mercado fonográfico, embora tenha sido
fundamental para a consolidação da MPB”. Napolitano cita entrevista da cantora Elis Regina
em maio de 1974 para enfatizar sua fala: “Obviamente, não se podem negar as intenções do
pessoal da TV Record. A participação dessa emissora foi fundamental para a música brasileira.
No entanto, a estrutura da televisão, no país, dez anos atrás, era absolutamente incipiente [...]”.
"Jovem Guarda", programa de grande sucesso que estreia no dia 22 de Agosto, exibido aos
Domingos à tarde. Feito para os jovens. Surgem muitos ídolos: Roberto Carlos, Erasmo,
Martinha, Vanderléa.
1966 Em 10 de abril, vai ao ar, pela primeira vez, o programa dominical de Hebe Camargo que a
consagra como entrevistadora e é líder absoluto de audiência.
Em 29 de julho, pegam fogo os estúdios da TV Record, localizados no bairro do Aeroporto de
Congonhas. Mesmo assim é realizado o "II Festival de Música Popular Brasileira". A primeira
edição do festival foi exibida pela TV Excelsior em 1965.
1967 "Praça da Alegria", de Manoel da Nóbrega, antes exibido pela TV Paulista, estreia na TV
Record. Acontece o "III Festival de Música Popular Brasileira", sendo o festival de maior
sucesso registrado no Brasil. "Família Trapo" escrita por Carlos Alberto de Nóbrega e Jô
Soares, se torna um dos programas humorísticos de maior sucesso da televisão brasileira,
liderando a audiência no horário durante três anos e fez escola.
1968 A emissora é vítima de mais um incêndio. Durante o período de ditadura, em pleno AI-5, a
emissora coloca no ar o programa "Quem Tem Medo da Verdade" sob o comando de Carlos
Manga. Trás artistas conhecidos que recebem cachê para serem julgados por questões e
problemas pessoais, satisfazendo a curiosidade popular.
1969 Tem um ano com tragédias devido aos incêndios no Teatro Consolação e no Teatro
Paramount. No dia do seu 16º aniversário, a emissora inaugura o novo Teatro Record na Rua
Augusta. Apesar dos problemas, vai ao ar, às 20 horas, o programa de humor "Na Onda da
Augusta" produzido por Carlos Manga.
A Record realiza o último festival, "V Festival da Música Popular Brasileira".
Quadro 7 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 70
1971 Novamente e emissora é vítima de um incêndio.
1973 O Grupo Gerdau, representado por Élvio Azevedo Souza, compra 50% da TV Record, mas por
incompatibilidade, depois de 6 meses coloca a venda. Como Silvio Santos não pode comprar a
emissora devido ao seu contrato com a TV Globo, seu amigo Cintra Gordinho empresta seu
nome para fazer a transação e tudo fica em segredo absoluto. É também em 1973 que estreia o
"Programa Raul Gil".
1976 No dia 18 de Novembro, acontece a assinatura de acordo de co-administração entre o Grupo
Silvio Santos e a TV e Rádio Record (50% cada). Devido a esse acordo o "Programa Silvio
Santos" sai da Rede Tupi e vai para a Record.
1977 Pega fogo novamente e devido aos diversos incêndios ocorridos, a sua programação acaba
sendo mantida com filmes. Sílvio Santos se associa ao Grupo Paulo Machado de Carvalho, TV
Record, que começa a operar em conjunto com a TVS, do Rio de Janeiro, recuperando sua
posição no ranking das emissoras.
Quadro 8 – Fatos históricos sobre a TV Record – Década de 80 e 90
1984 Acaba frustrada a tentativa de venda da TV Record para João Havalange (dono do Jornal do
Brasil) juntamente com a Televisa que perde 80 milhões de dólares devido ao terremoto no
México.
1989 No dia 09 de Novembro, Silvio Santos e Paulo Machado de Carvalho vendem por 45 milhões
de dólares a TV Record de Televisão para a Igreja Universal do Reino de Deus, representada
pelo empresário e advogado Alberto Felipe Haddad Filho, sua esposa Flávia Haddad e Odenir
Laprovita Vieira. Demerval Gonçalves que trabalhou durante 20 anos para o Grupo SS, torna-
se diretor superintendente da TV Record.
1990 Após muita polêmica judicial, a TV Record torna-se propriedade da IURD - Igreja Universal
do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo. A programação sofre modificações: a emissora
36
muda o visual gráfico, apresenta novas vinhetas e aberturas de programas. Fecha contrato com
a TV Capital, de Brasília, como afiliada, dando início à formação de sua Rede. Aumenta o
espaço para o telejornalismo e programas de entrevistas. O "Jornal da Record" é aprimorado,
tendo correspondentes no Exterior. Novos programas são estreados, mas muitos destes não
duram nem um ano no ar, já que a audiência da emissora começa a cair.
1991 Muda o controle acionário da emissora e começa uma nova fase. Entra com nova
programação, mantendo o jornalismo como carro-chefe. Séries e filmes são comprados,
resgatando alguns sucessos de sua história.
1993 Estreia "Note e Anote", programa feminino apresentado por Ana Maria Braga.
1994 Em 28 de Junho passa a pertencer, efetivamente, ao Bispo Edir Macedo
(90% de capital) e de sua esposa Ester Eunice Rangel Bezerra (10% restantes).
1995 Acontece um investimento de 20 milhões de reais em equipamentos mais sofisticados e muda
de sua antiga sede no bairro do Aeroporto para a Barra Funda, onde funcionava a TV Jovem
Pan. Estreia o "Cidade Alerta", programa jornalístico popular.
1996 É um ano de crescimento para a rede, elevando os índices de audiência e consolidando o
terceiro lugar. Eduardo Lafon, diretor de programação da Rede, firma a programação da
emissora em jornalismo, cinema, esportes e shows."Rede Record, a nova força do esporte"
torna-se slogan da emissora, que faz a cobertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta.
1997 Continuam as contratações e investimentos em tecnologia e expansão de rede. A frota de
veículos é trocada e todos os departamentos são informatizados.
Importantes nomes da teledramaturgia brasileira voltam a participar das produções da
emissora, entre eles. No jornalismo, Boris Casoy sai do SBT e é um dos contratados, dando
credibilidade e imparcialidade. Em 22 de setembro estréia Carlos Massa, o Ratinho, já
considerado o grande fenômeno de comunicação do ano, para apresentar o "Ratinho Livre".
Frutos da implantação do Núcleo de Teledramaturgia: "Canoa do Bagre" é a primeira novela
da emissora depois de 24 anos; "Desafio de Elias", parceria com a VTM Produções, é uma das
seis minisséries criadas. Vendida para: México, Chile, Panamá, Equador, Venezuela,
Colômbia e Porto Rico.
1998 Utiliza o slogan "Rede Record, todo mundo vê". Continuam os investimentos tanto técnicos
como na programação. São construídos novos estúdios, transmissores com maior potência,
unidades móveis, "SilliconGraphics", equipamentos digitais com câmeras de última geração,
som e iluminação para uma imagem perfeita no ar. A potência do transmissor passa de 30 KW
para 60 KW. A antena e o transmissor foram instalados no edifício Grande Avenida, na
Avenida Paulista. Aquisição do helicóptero Águia Dourada que começa a sobrevoar a cidade
de São Paulo. Em Outubro, adquire sua primeira unidade móvel totalmente digital: um
caminhão com quatro câmeras, um switcher e 3VTs com slow-motion. A unidade conta
também com dois geradores próprios de energia. Adquire também um carro de UP link que
proporciona o fechamento de links direto por satélite, de qualquer lugar, através de uma
parabólica colocada sobre o veículo, sem a necessidade de conexão com a Embratel ou outra
empresa de telecomunicações. Possui 63 emissoras próprias e afiliadas, e centenas de
retransmissoras espalhadas pelo território nacional.
1999 Em 22 de Setembro, sai José Paulo Vallone e entra Marcus Aragão na direção de programação
da emissora. Marcus Aragão tem a responsabilidade de produzir e programar os especiais que
irão comemorar as festas de final de ano, bem como a formatação da grade de programação do
ano 2000.
Quadro 9 – Fatos históricos sobre a TV Record – Anos 2000
2000 Claudete Troiano chega à Record para dar cara nova ao “Note e Anote”. A produção de
novelas continua a todo o vapor.
2001 Neste ano, Raul Gil conquista o Brasil com seu concurso de calouros. A fórmula é o grande
fenômeno na televisão brasileira, conquistando a liderança de audiência nas tardes de sábado.
2003 A Record comemora 50 anos e torna-se a rede de televisão mais antiga em operação no país.
Em comemoração, uma série de cinco programas especiais sobre a história da emissora é
apresentada.
2004 Um salto na qualidade do jornalismo é marcado com a estreia do “Domingo Espetacular” e do
“Tudo a Ver”. Este ano tem o maior faturamento da história até então, 41% superior ao ano
anterior. A audiência da Record cresce 19% na média diária e 37% no horário nobre, segundo
37
dados do Ibope.
2005 O ano de 2005 é marcado pelo crescimento e consolidação da vice-liderança, principalmente
no horário nobre, das 18h a 0h.
2006 A cobertura da Copa do Mundo na Alemanha conta com 25 profissionais da emissora que
trouxeram todas as informações do maior evento esportivo do mundo. A Record conquista três
prêmios de jornalismo: dois prêmios Tim Lopes de Investigação Jornalística e um prêmio
Vladimir Herzog.
2007 A Record estreia um novo horário de novelas com a trama de Thiago Santiago, “Caminhos do
Coração”.
2008 O “Hoje em Dia” recebe o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor
programa com temática feminina da televisão brasileira de 2007.
2009 Estreia a novela “Chamas da Vida”, de Cristianne Fridman. É a primeira telenovela da
emissora exibida pra outros países, pela Record Internacional.
2010 A partir do dia 8 de fevereiro até o dia 28 de fevereiro, a emissora realiza a transmissão dos
Jogos Olímpicos de Inverno de 2010, em Vancouver, Canadá. No dia 27 de setembro
completou 57 anos. O jornalismo da emissora passa a ser todo captado e transmitido em HD
(alta-definição) tendo a estreia da nova tecnologia no Jornal da Record e depois nos demais
informativos e programas jornalísticos da emissora.
2011 A Record se torna a 2° emissora mais preferida pelos brasileiros.
2012 No dia 26 de fevereiro, a emissora lançou, durante o Domingo Espetacular, a sua nova
logomarca. No dia 12 de março o sinal HD da emissora passa a cobrir o Brasil inteiro através
das mais de 20 milhões de antenas parabólicas.
2013 No dia 1 de setembro, a emissora inicia as comemorações pelo seu 60º aniversário, estreando
sua nova vinheta inter programas, selo de encerramento e marca d'água com o logotipo
comemorativo Record+60.
2014 Em 3 de fevereiro, a emissora faz alterações importantes no horário nobre. Sua principal e
única faixa de novelas é antecipada para às 21h30.
2015 Em 23 de março, estreou no horário das 20h30, a novela Os Dez Mandamentos da autora
Vivian de Oliveira, que é a primeira novela do mundo inspirada na Bíblia.
Com a implantação da TV Digital no Brasil em 02 de dezembro de 2007, houve a
necessidade das emissoras se adequarem ao novo sistema de transmissão brasileiro. Com a
Record não foi diferente. A seguir a tabela de canais digitais da TV Record no país, segundo o
site5 da emissora.
Tabela 4 – Canais Digitais da Rede Record
Nome Canal Digital Cidade Estado
TV Gazeta 36 Rio Branco AC
TV Pajuçara 43 Maceió AL
TV A Crítica 17 Manaus AM
TV A Crítica 25 Parintins AM
TV Equinócio 35 Macapá AP
5 Tabela referente aos canais digitais da TV Record retransmitidos no Brasil. Disponível em: <http://
rederecord .r7.com/tv-digital/> Acesso em 06mai2015.
38
Nome Canal Digital Cidade Estado
TV Record Bahia 21 Salvador BA
TV Record Bahia Cabrália 17 Itabuna BA
TV Cidade 32 Fortaleza CE
TV Record Brasília 23 Brasília DF
TV Vitória 38 Vitória ES
TV Record Goiânia 18 Goiânia GO
TV Cidade 36 São Luis MA
TV Record Belo Horizonte 28 Belo Horizonte MG
TV Leste 31 Governador Valadares MG
TV Paranaíba 28 Uberlândia MG
TV MS 32 Campo Grande MS
TV Gazeta 38 Cuiabá MT
TV Cidade Rondonópolis 38 Rondonópolis MT
TV Record Belém 22 Belém PA
TV Correio 17 João Pessoa PB
TV Clube 39 Recife PE
TV Antena 10 34 Teresina PI
RICTV Curitiba 34 Curitiba PR
RICTV Londrina 34 Londrina PR
TV Record Campos 38 Campos do Goytacazes RJ
TV Record Rio de Janeiro 39 Rio de Janeiro RJ
TV Tropical 32 Natal RN
TV Candelária 40 Pimenta Bueno RO
TV Candelária 30 Porto Velho RO
TV Candelária 30 Ji-Paraná RO
TV Candelária 30 Candeias do Jamari RO
TV Record Rio Grande do Sul 21 Porto Alegre RS
RICTV Florianópolis 30 Florianópolis SC
39
Nome Canal Digital Cidade Estado
RICTV Joinville 30 Joinville SC
TV Atalaia 35 Aracajú SE
TV Record Paulista 27 Bauru SP
TV Brasil 28 Campinas SP
TV Record Rio Preto 42 São José do Rio Preto SP
TV Record São Paulo 20 São Paulo SP
1.6.2.3 SBT
O SBT – Sistema Brasileiro de Televisão, canal 11 (analógico em TV Aberta), foi
fundado em 14 de maio de 1976 pelo empresário Silvio Santos. A emissora atualmente ocupa
o terceiro lugar de audiência no país e tem como carro-chefe o entretenimento e a
teledramaturgia, embora ocorra investimento em jornalismo.
A emissora tem sua sede localizada na Avenida das Comunicações, número 4, no
bairro Vila Jaraguá, no município de Osasco (SP).
A seguir a ilustração 3 apresenta o logotipo da emissora, símbolo que identifica a TV
junto ao público.
Ilustração 3 - Logotipo da Emissora
Assim como ocorreu com as emissoras, TV Globo e TV Record, optou-se por recorrer
sobre a história do SBT em obras sobre assunto, no entanto, não foram encontradas grandes
40
referências, por isso as informações baseiam-se principalmente no site institucional da
emissora e de outros portais de dados. Decidiu-se pela elaboração de quadros com as
informações pesquisadas apresentadas em ordem cronológica. Foram considerados os fatos6
mais relevantes.
Quadro 10 – Fatos históricos sobre o SBT – Décadas de 70 e 80
1976 Em 14 de Maio vai ao ar a primeira emissora do Silvio Santos, a TVS, canal 11 do Rio de
Janeiro. Às 20h55, estreia a emissora exibindo uma edição do programa de perguntas e
respostas "Sílvio Santos Diferente".
1977 Ao inaugurar seu novo transmissor em 1° de Junho, passa a apresentar uma programação mais
competitiva. Exibe o "Programa Silvio Santos" aos Domingos juntamente com a Rede Tupi.
1979 Com parceria de Rubens Furtado (TV Tupi) constroem uma torre na Sumaré com 140 metros
de altura.
1980 Sistema Brasileiro de Televisão inicia suas operações como rede de emissoras independentes
lideradas pela Record (SP) e TVS (Rio).
1981 No dia 19 de agosto, Sílvio Santos e Adolpho Bloch assinam os contratos definitivos com o
ministro das Comunicações, Haroldo de Correa de Mattos. A cerimônia de assinatura é
transmitida ao vivo pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) do Silvio. É um momento
histórico porque é a primeira televisão no mundo que transmite, ao vivo, o seu nascimento.
1982 Em 13 de Dezembro, a TVS carioca ganha um grande auditório, o Teatro da TV (ex-cine
Fluminense). O SBT alcança rapidamente uma posição de destaque em audiência, chegando a
uma participação de 24% no seu primeiro ano de operação. Tem 22 emissoras afiliadas e 2.500
funcionários. Dirige sua programação para classes sociais como B, C e D que representam
61% da população.
1983 Passa a ser uma emissora simpática ao público, mas já preocupada com a qualidade. Sílvio
quer conquistar a preferência de grandes anunciantes e formadores de opinião.
1984 Em Dezembro, estreia o quadro "A Porta da Esperança" no "Programa Silvio Santos". Ele fala:
"E vamos abrir as portas da Esperança".
1987 A TV de Sílvio Santos, como é conhecida, começa a incomodar a concorrente.
1988 O número de emissoras passa de 33 para 44.
Quadro 11 – Fatos históricos sobre o SBT– Década de 90
1991 Inicia a fase da programação universal, ou seja, com atrações para todos os tipos de público.
1993 O "Programa Sílvio Santos" entra para o Guiness Book, o livro de recordes, como o programa
mais duradouro da TV Brasileira, no ar há 31 anos.
1995 É inaugurado o Complexo Anhanguera, localizado no km 19 dessa via, perto de Osasco, São
Paulo. São gastos 120 milhões de reais à sua construção e tecnologia.
Quadro 12 – Fatos históricos sobre o SBT– Anos 20007
2000 Mauro Lissoni substitui Luciano Callegari e é o novo diretor de programação do SBT.
(FSP/TVFolha – 28/07/02).
2001 O SBT reativa seu núcleo de telenovelas firmando parceria com a mexicana Televisa. Pelo
acordo firmado entre as emissoras, o SBT tem cinco anos para usar os textos das telenovelas
da Televisa. A primeira delas é a “Pícara Sonhadora”, que estreou em agosto. (Estadão –
6 As informações dos quadros sobre o SBT foram retiradas do site Tudo sobre TV. Disponível em:<http://
www.tudosobretv .com.br/histortv/historbr.htm> Acesso em 29.abr2015. 7 As tabelas trazem informações retiradas do site A Tevê. Disponível em: <https://ateve.files.wordpress. com/
2008/04/cronologia-sbt.pdf> Acesso em 20.mai2015.
41
21/01/02).
O SBT estreia no domingo, dia 28, “Casa dos Artistas”, reality show com a participação de
famosos. (Babado – 29/10/02).
2002 A boa audiência das telenovelas adaptadas de textos mexicanos faz com que Silvio Santos
considere a ideia de renovar a parceria com a Televisa por mais cinco anos e manter o horário
das 20h para tramas adultas. O SBT também pensa em reservar o horário das 18h para tramas
infantis (considera que esta audiência é importante para a emissora). (Estadão – 21/01/02).
2003 Em 2003 o SBT registrou um prejuízo de R$ 33,6 milhões, devido à queda do faturamento e
do aumento de custos da emissora e também da grande perda de audiência que o SBT sofria
desde 2001, além do prejuízo, o SBT teve que economizar cerca de R$ 100 milhões e ainda
demitiu cerca de 400 pessoas.
2004 Adriane Galisteu estreou no comando do Charme que tinha formato de game show interativo
nas tardes da emissora. No mesmo ano, a jornalista Regina Volpato também estreou nas tardes
da emissora no comando do Casos de Família e Mônica Waldvogel estreou o talk-show Dois a
Um.
2005 Ana Paula Padrão estreia depois de uma grande negociação o telejornal SBT Brasil retomando
os investimentos na área de jornalismo que já havia sido extinto 7 anos antes e que nesse
período se restringia a dois telejornais.
2006 Silvio Santos extingue a assessoria de imprensa da emissora, deixando jornais e revistas sem a
grade de programação do canal. Isto, combinado com as muitas alterações de última hora
determinadas pelo empresário, deixa atordoados os próprios funcionários da emissora.
2007 Em dezembro, o SBT perde a condição de vice-líder de audiência nacional para a Rede
Record.
2008 Em 9 de junho, inicia a exibição da novela Pantanal, da extinta Rede Manchete, depois de
quase 10 anos da última reprise da extinta rede, foi comprada e reprisada integralmente pelo
SBT que termina em janeiro de 2009.
Em 29 de junho, o SBT anuncia que Silvio Santos Volta a apresentar o Programa Silvio
Santos, agora reformulado e remodelado, com mais de 4 horas de duração. os antigos e novos
quadros São as novidades.
2009 Em 2 de dezembro morre o locutor Lombardi, voz dos programas de Silvio Santos.
2010 No dia 5 de maio, o SBT anuncia a contratação da jornalista Marília Gabriela, para apresentar
novamente o talk-show De Frente com Gabi aos domingos. No dia 19 de agosto, o SBT
completa 29 Anos no ar, estreando nova vinheta e gráficos.
2011 No dia 7 de maio, estreia o Festival SBT 30 Anos. O Festival, é um especial para comemorar o
aniversário da emissora, que ocorrerá em 19 de agosto. O especial mostra os principais
programas que marcaram toda a trajetória da emissora, cenas e reportagens que fizeram
história em mais de 3 décadas no ar. A atração é comandada por Patrícia Abravanel, filha de
Silvio Santos. A emissora foi a única que mais cresceu em 2011 em audiência porém ficando
em terceiro lugar com 5,7 de média atrás da Record que fechou com 7,2 em SP.No PNT a
mesma coisa só que com uma diferença maior entre as duas redes.
2012 No dia 27 de dezembro a emissora publicou em diversos jornais e revistas um anuncio
ressaltando as conquistas do ano como a retomada da vice-liderança provocando a TV Record.
2013 Em 13 de novembro,os diretores do SBT e das redes Record,Bandeirantes e Rede TV
assinaram contrato com o GFK,instituto alemão que irá medir a audiência da tv aberta no
Brasil que vai concorrer com o Ibope.
2014 Em 6 de janeiro, passou a ser veiculados os episódios inéditos de Chaves (que retorna aos fins
de tarde), identificados com o selo "EI".
2015 Em 29 de Março, o Programa Eliana passa a ser transmitido AO VIVO e o Programa Silvio
Santos passa ser transmitido em HD.
1.7 Horário Nobre
O termo horário nobre é o objeto de estudo deste Trabalho de Conclusão de Curso,
como foi citado anteriormente. Porém ao consultar as obras para este projeto, raras foram
citações sobre definição do termo Horário Nobre, e quando encontradas, tratavam do tema
42
sem aprofundamento, apenas superficialmente, apenas citando-o em função de outros
assuntos. A técnica da entrevista utilizada para captar as imagens e áudio do documentário,
produto audiovisual resultante deste TCC, foi também importante para conseguir a definição
sobre esse termo.
1.7.1 Definição
A primeira referência encontrada sobre o termo, sem contextualização ou qualquer
definição, pode ser vista na citação de Brandão (2010, p. 42): “O espetáculo teleteatral
começava na escolha de um bom repertório, principalmente aqueles programas que iriam ao
ar no “horário nobre”, como hoje, após o telejornal da noite.”
O termo Horário Nobre pode ser definido como uma faixa entre as demais dentro de
uma programação de determinada emissora de Teledifusão seja televisão, rádio e mais
ultimamente a internet. A característica mais eloquente e determinante do Horário Nobre é a
simbiose do tripé programação – audiência – publicidade. Em outros termos, Manoel Carlos8
define:
Alguns anos atrás considerava-se nobre na televisão o horário que começava às 19 e
estendia-se até às 22 horas. Atualmente, esse tempo é medido das 18 horas à meia-noite. É
quando o espaço comercial é mais caro e, consequentemente, os programas considerados mais
importantes são apresentados. É também onde se encontra o nicho que abriga a
teledramaturgia.
O espaço comercial caro significa que o horário da inserção comercial vendido para os
anunciantes é relativamente alto, quando comparado ao custo de veiculação em outro meio de
comunicação. E no caso do horário nobre, o período é mais valorizado comercialmente
quando relacionado aos demais horários de uma grade de programação televisiva.
O jornalista, pesquisador e professor universitário da Unesp/Bauru, Francisco
Machado Filho discorreu sobre o conceito de Horário Nobre em entrevista realizada no dia 16
de setembro de 2015:
O horário nobre tem uma definição que não é uma coisa estipulada e determinada
“vamos criar o horário nobre, e esse será o horário nobre”. Isso vem do próprio
modelo de negócio de televisão, quando foi instituído lá em 1930, desde quando a
televisão foi inventada. E ela foi adaptada à cada sociedade. Então cada sociedade
começou a ter o seu horário nobre, que na verdade significa maior quantidade de
pessoas assistindo a televisão. Como a televisão foi criada em um modelo para
8 Crônica “Horário Nobre”. .Disponível em <http://vejario.abril.com.br/blog/manoel-carlos/cronica-da-semana
/horario-nobre.>Acesso em 05mai2015.
43
atender uma sociedade industrial e capitalista nos Estados Unidos, o nosso modelo
copiou os Estados Unidos, ele vai muito em função da dinâmica da cidade, da
dinâmica da indústria naquela época. Então, quando a maior quantidade de pessoas
voltava do trabalho no horário das 6h da tarde e das 7h da noite e cansadas queriam
ficar em casa descansando e assistindo televisão. Então, o horário nobre foi
estendido no horário em que as pessoas estavam em casa, a maior quantidade de
pessoas em casa assistindo televisão. E esse horário compreendia naquela época de
6h da tarde às 10h da noite, 11 da noite. Com a mudança e transformação da
sociedade esse horário foi se ampliando e hoje ele é considerado de 6h da tarde a
meia-noite porque a maior quantidade de pessoas está em casa, estão chegando da
escola, da faculdade.
Machado (2015) afirmou ainda que o horário nobre deveria respeitar os aspectos
regionais de cada localidade, devido ao seu caráter de importância na escolha do programa
que vai ser exibido. No entanto, não é isso que ocorre segundo o pesquisador.
Então essa dinâmica do horário nobre é trabalhada de uma forma geral e do ponto de
vista comercial mal trabalhada por que não respeita, ela está presa ainda a era
industrial e não representa a configuração de cada cidade, de cada região que ela está.
Deveria se ter um horário nobre específico para cada região, mas infelizmente não é
isso que acontece por que nós temos uma dinâmica de rede, e as redes é que
determinam esse horário nobre.
Outros especialistas também entrevistados para o documentário definiram o Horário
Nobre de forma muito parecida com Machado (2015).
Elmo Francfort9, coordenador do Centro de Memória do Museu Pró-TV, diz que o
horário nobre na televisão vai muito além do que ocorre no Brasil, atribuindo a uma tradição
norte-americana:
O horário nobre ele é muito além da TV, porque isso é uma tradição norte americana,
mas isso ela vem ainda da época do rádio, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.
É o horário onde as pessoas estão mais em casa, é o horário considerado nobre
porque é um horário onde você tem maior número de pessoas assistindo ou no caso
do rádio, ouvindo.
O pesquisador da área de Comunicação e professor universitário da USP/São Paulo,
Eugênio Bucci10
, não quis definir o termo dentro da área de pesquisa, mas como uma
expressão de mercado, já que não se tem, até o momento, estudos acadêmicos sobre o assunto.
.
Olha, eu não defino como pesquisador da área de comunicação. Esse horário nobre,
“prime time”, é uma coisa que vem, uma cultura da indústria da comunicação pra
designar a “creme de la creme”, a cereja do bolo, é, a parte mais nobre da carne. O
termo nobre também é ruim, por que. Mas assim, no fim, é o que custa mais caro.
Então, o horário nobre designa aquela faixa em que a inserção comercial é mais cara,
9 FRANCFORT, Elmo. Entrevista realizada em 06 de outubro de 2015.
10 BUCCI, Eugênio. Entrevista realizada em 05 de outubro de 2015.
44
por que, ali estariam os ouvintes os telespectadores mais interessantes para os
anunciantes. Trata-se de um conceito da indústria e um conceito comercial, não tem
nada a ver com ciências da comunicação. A gente lida com isso como um dado do
nosso objeto, mas são eles que definem.
Bucci (2015) acredita que a denominação Horário Nobre tenha sido criada
exclusivamente para contemplar as necessidades mercadológicas. "Pra haver uma
diferenciação de tabela de preços, é apenas uma questão, é, como você comprar um ingresso
pra um jogo de futebol e sentar na cadeira melhor, ou viajar na classe executiva. É uma
questão de mercado isso aí".
1.7.2 Características
O gênero bem como conteúdo e o formato dos programas exibidos na faixa do Horário
Nobre são características contundentes e figuram como elementos determinantes da sua
identidade. Os telejornais e a teledramaturgia, conforme citação do autor de novelas Manuel
Carlos anteriormente, são típicos da faixa nobre e formam a “comissão de frente” econômico-
ideológica da emissora.
A audiência é um dos elementos obrigatórios desta faixa de horário da programação
televisiva. Audiência refere-se ao público que assiste a determinado programa. Conforme
definição de Eugênio Bucci (2015):
O termo audiência, até no inglês, que a palavra é praticamente a mesma, ele tem
algumas sutilezas que nós precisamos levar em conta. A audiência pode ser o nome
do público que está ligado naquele programa ou naquele horário. E quando se fala
em público, supõe-se a existência de uma espécie de senso crítico, de autonomia
conceitual. O público pode designar, dependendo da escola, dependendo da tradição
teórica que a gente esteja se referindo, o público designa uma audiência mais crítica.
Dizem que algumas características da indústria cultural ou dos meios de
comunicação de massa foi exatamente transformar o público em massa, e aí se
entende como massa uma grande concentração de telespectadores, uma multidão
como ouvinte, como audiência, mas desprovida das condições de fazer a crítica
daquilo a que está tendo acesso, não haveria interlocução crítica da massa com os
meios, mas há uma interlocução crítica entre o público e os jornais. E a audiência é o
nome que o mercado adota pra se referir às pessoas que assistem ou que consomem
ou que interagem com determinada programação, e ela pode ser quantificada e pode
ser descrita em termos de qualidade, de composição, composição de classe social, aí
outro vocabulário complicado, por que classe social nesse universo não tem nada a
ver com o conceito sociológico.
Observa-se então que o público é fator imprescindível na determinação dos programas
“nobres”, e quanto a maior audiência, mais evidência tem o programa e mais nobre
45
(economicamente valioso) será o seu período. O número de telespectadores de diferentes
perfis é maior em determinado horário do dia (ao fim do dia), fato relacionado ao fim da
jornada de trabalho e aos hábitos da população brasileira. Desta forma, o Horário Nobre
ocupa o horário do dia em que o maior número de pessoas está assistindo com maior atenção
a programação (jornalismo, novela, entretenimento), sintetizado e plasticamente representado
na tradicional e arquetípica ilustração da família reunida na sala ao redor da televisão.
Assim também, no horário nobre, os programas não se limitam a uma faixa de
horário fixa e “enjaulada” pelo relógio, refém do cronômetro. Ao contrário, eles podem durar
mais tempo, começar um pouco antes ou um pouco depois do “horário oficial” de início,
adiantando a faixa nobre ou estendendo-a durante a madrugada do dia seguinte.
Os programas da Rede Globo exemplificam este fato: o horário do Jornal Nacional
pode variar, a novela pode se estender além do horário e os programas de entrevistas como o
Programa do Jô que começam após a meia-noite prolongam a faixa considerado no horário
nobre.
Outro fator relevante, que caracteriza o horário nobre segundo os especialistas
entrevistados para este estudo, é a fórmula que se constitui dentro do horário nobre. Essa
fórmula contempla a exibição de um misto de gêneros televisivos, ou seja, dentro do período
são transmitidos geralmente numa sequencia padronizada: primeiro uma telenovela, seguida
por um telejornal regional, seguido novamente por uma telenovela, que por sua vez é seguida
por um telejornal de âmbito nacional, e na sequencia, uma telenovela. Esse padrão pode ser
observado não só no Brasil, mas também em outros países. O que remete a outra característica
do horário nobre, a utilização da credibilidade da informação como forma de sustentar a
qualidade dos demais programas exibidos.
A propaganda comercial apoia-se na credibilidade do jornalismo para ser anunciada
nos meios de comunicação. Ocorre que as agências de publicidade selecionam os horários de
maior audiência nos meios - horário nobre - para comprar os espaços dos anunciantes para os
quais elas produzem os comerciais. Neste contexto, observa-se que se o programa jornalístico
tiver credibilidade junto ao público, os anúncios deverão ser transmitidos neste período para
atingir esse público consumidor do produto divulgado. (MOURA, 2015)11
11 MOURA, Melissa Carolina de Moura. Entrevista realizada em 27 de abril de 2015.
46
O empresário da área de gestão de audiência e, também anunciante, Raphael Klein12
compara a dimensão que o horário tem na TV com o número de páginas de um conteúdo
impresso e o horário que define a nobre programação de acordo com ele, discorrendo assim
sobre a importância do horário nobre para os anunciantes.
“Ao longo do último século os veículos de comunicação criaram um inventário rico e
diversificado composto por uma multiplicidade de tamanhos, formatos e no caso da mídia
eletrônica, como rádio e TV, também adicione a dimensão “horário”. Se em um veículo
impresso, as quartas-páginas e páginas ímpares, especialmente nas edições dominicais
compõem o inventário nobre, na TV e no rádio é o horário do programa de maior audiência
que determina a nobreza do espaço. Na disputa por esses espaços privilegiados, anunciantes
como eu disputam continuamente, e estamos dispostos a pagar preços premium por eles”.
Transmitir anúncios publicitários de produtos e serviços para uma grande massa
heterogênea de consumidores atentos e disponíveis diante do aparelho de TV ou o público-
alvo da marca, principalmente quanto esse é o objetivo de comunicação dos anunciantes,
caracteriza um dos principais elementos do Horário Nobre. Mais gente assistindo um ou mais
programas num determinado horário é o momento e a oportunidade do anunciante buscar
atingir seu público consumidor, mostrar seu produto/serviço para um número maior número
de pessoas, audiência, no instante em que seus pretensos consumidores estão mais disponíveis
para escutar e absorver seus argumentos e gerar a maior lucratividade da emissora, que vende
o tempo e o espaço da publicidade nos intervalos comerciais a preço de "ouro".
Rabaça e Barbosa (1987, p. 486) definem público-alvo: “[...] parcela da população a
qual é dirigida a mensagem. Segmento do público que se pretende atingir e sensibilizar com
uma campanha, um anúncio, uma notícia, etc.” No caso da televisão, o público-alvo pode ser
chamado de um conjunto de telespectadores.
A qualidade da TV também é uma característica do horário nobre. Por ser um espaço
comercializado com grande valor mercadológico, a crítica sobre a qualidade do conteúdo
exibido é ainda maior por parte dos especialistas e do próprio público, quando este é ouvido.
O documentário produzido neste trabalho de conclusão de curso apresenta o que os
especialistas definem como qualidade televisiva.
12 KLEIN, Raphael. Do horário nobre a audiência nobre. Publicada em 13/05/2015.
47
II – SUPORTE MIDIÁTICO
2.1 Gêneros Televisivos
Para compreender a definição de gêneros televisivos, recorreu-se ao pesquisador José
Carlos Arounchi de Souza (2004), um dos únicos no Brasil a classificar a televisão. Antes
dele, Marques de Melo categorizou os gêneros jornalísticos na Folha de S. Paulo.
Souza (2004, p. 41) discorre trazendo a “definição epistemológica de gênero” citando
o dicionário Aurélio que: “[...] apresenta definições [...] identificam „gênero‟ como: conjunto
de espécie que apresentam certo número de caracteres comuns convencionalmente
estabelecidos.” Esse autor relaciona essas definições aos tipos de programas de televisão,
tornando possível uma classificação:
Qualquer agrupamento de indivíduos, objetos, fatos, ideias, com caracteres comuns.
Classe ou categoria de assunto ou da técnica. O que distingue as obras de uma época
ou de uma escola. Nessa identificação, pode-se assimilar o principal de que os
programas de televisão formam um “conjunto de espécies que apresentam certos
números de caracteres comuns”, tal como aponta o dicionário na descrição
epistemológica de gênero.
Ellmore apud Souza (2004) apresenta sua definição especializada de gênero nos
meios de comunicação: “Grupo distinto ou tipo de filme e programa de televisão,
categorizados por estilo, forma, proposta e outros aspectos. Os exemplos abrangem faroeste,
gangster, documentário, comédia e novela.”
O ideal de se tentar classificar os gêneros televisivos já se caracteriza numa
padronização de definições de elementos visíveis e característicos da chamada indústria
cultural conforme afirma Souza (2004, p. 49): “Por outro lado, é importante enfatizar que, se a
televisão é considerada parte da indústria cultural, com respeito às novelas e outros
programas podemos encontrar algumas contradições”.
Embora contradições sejam citadas pelo autor, não impossibilitam a categorização dos
gêneros e formatos na TV brasileira.
48
2.2 Formatos Televisivos
Segundo Aronchi (2004, p. 92), a programação pode ser dividida em cinco categorias
básicas: entretenimento, informação, educação, publicidade e outros. Dentro de cada categoria,
são subdivididos os gêneros, e dentre destes estão os formatos. O autor utiliza como base para
elaboração de um quadro com as respectivas categorias, as classificações publicadas em
jornais como O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo e nas revistas Veja, Isto É e Época,
além dos boletins de programações das emissoras de TV.
A seguir a tabela 5 apresenta a classificação definida por Souza (2004):
Tabela 5 – Classificação das Categorias e Gêneros televisivos
CATEGORIA GÊNERO
Entretenimento
Auditório – colunismo social – culinário – desenho animado – docudrama –
esportivo – filme – game show (competição) – humorístico – infantil – interativo
– musical – novela – Quiz show (perguntas e respostas) – reality show (TV-
realidade) – Talk-show – teledramaturgia (ficção) – variedades – Western
(faroeste)
Informação Debate – documentário – entrevista – telejornal
Educação Educativo – instrutivo
Publicidade Chamada – filme comercial – politico – sorteio – telecompra
Outros Especial – eventos – religiosos
Ao classificar a TV no Brasil, Souza (2004) propõe que algumas categorias e gêneros
misturem-se na sua concepção e formato, como por exemplo, o programa jornalístico, que
pode além de informar, entreter. O autor define formato de duas formas, aquele que determina
o tempo e forma como o produto audiovisual é transmitido, ou formato enquanto padrão
técnico de linguagem.
Desta maneira, os formatos televisivos multiplicam-se, ficando quase impossível de
determinar um número exato deles. Neste Projeto Experimental, o termo formato vai ser
utilizado das duas maneiras.
2.3 Linguagem Televisiva
O termo linguagem é de ampla aplicação e discussão, no que se refere a sua definição
mais ou menos ortodoxa, tanto no estudo da comunicação em geral, como no estudo da
televisão. A linguagem televisiva, marcante e bem característica dentro do meio audiovisual,
49
tem por objetivo formar uma sincronia entre imagem e áudio, resultando num produto
audiovisual.
Segundo Cátia Harriman e Luiz Claudio de Mello Braga, em conteúdo do curso online
sobre TV e vídeo, disponibilizado no site Webeduc, do Ministério da Educação – Secretaria
de Educação a Distância13
muitos autores identificam a linguagem audiovisual com a verbo-
icônica, preferindo até utilizar este termo ao invés daquele.
A linguagem verbo-icônica é aquela que se utiliza de palavras e de imagens e se
refere aos meios audiovisuais na medida em que estes transmitem sua mensagem
através de sons e de imagens. Aqui, as mensagens verbais podem ser sonoras e
visuais, assim como as mensagens não-verbais podem ser, igualmente, sonoras e
visuais. Estes dois elementos, som e imagem, completam-se. E tal interação
constitui a própria mensagem.
Além dessa definição generalista, há outros autores que determinam que a linguagem
televisiva também pode ser definida de forma mais técnica, e essa forma é mais utilizada
pelos meios de comunicação. Considera-se a linguagem televisiva ou audiovisual como o
conjunto de planos e enquadramentos, seqüências, movimentos e angulações de câmera, além
de elementos como tempo e iluminação.
A linguagem televisiva pode ser então analisada de várias formas, e tem grande
importância, não só do ponto de vista do produtor, aquele que desenvolve o produto
audiovisual, como também do ponto de vista do telespectador. Para isso, ocorre a necessidade
da compreensão das mudanças dos padrões de produção do mercado televisivo ao longo do
tempo até o presente momento e principalmente para a análise dos efeitos dessa linguagem
sobre o público telespectador bem como a evolução desse público em matéria de hábitos e
preferência de consumo.
2.3.1 Texto Televisivo
Em televisão, o estilo do texto segue um padrão mais coloquial e menos ortodoxo, em
outras palavras, o texto televisivo é simples e feito para ser falado e de fácil compreensão.
A escrita em TV, além de simples, deve ser clara, precisa, objetiva e concisa, com
frases curtas, que exprimam uma só ideia ou ação de cada vez.
13 Curso Online sobre TV e Vídeo, disponibilizado pelo Ministério da Educação, Secretaria de Educação a
Distância. <http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/tv/tv_basico/ p_05.htm> Acesso em 25ago2015.
50
Conforme citado anteriormente, o texto televisivo deve ter uma unidade de sincronia
entre a imagem e o áudio. Esse áudio pode ser um texto falado, cantado. E a imagem pode
trazer o texto como imagem, ou seja, a legenda intitulada em TV como lettering ou GC, é
considerado imagem. Assim, a linguagem televisiva é esquematizada como um roteiro, e esse
roteiro é a narrativa audiovisual. Na hora de pensar em um roteiro, em um texto para a TV,
deve-se levar em conta a fórmula: Imagem (Foto, vídeos) + texto narrativo (descrição
conotativa daquilo que a imagem ou imagens mostram) + dados informativos, ou não.
2.3.2 Movimentos de Câmera
Um dos componentes mais importantes de um vídeo é o movimento, que pode
acontecer dentro do quadro (as pessoas e as coisas se deslocam) ou pelo deslocamento da
própria câmera. Os movimentos de câmera podem trazer significados diferentes dependendo
do objetivo da narrativa.
Dentre os movimentos, os mais utilizados são: Panorâmica – movimento da câmera da
direita para a esquerda ou vice-versa, Tilt – movimento da câmera de cima para baixo e de
baixo para cima – é a panorâmica vertical, Chicote – movimento na diagonal, de cima para
baixo ou de baixo para cima, Subjetiva – quando a câmera anda junto com o captador da
imagem.
Vale ressaltar que os movimentos de câmera podem ser feitos no processo de pós-
produção, por meio de softwares de edição.
2.3.3 Planos e Enquadramentos
Na linguagem cinematográfica as noções de enquadramento são as mais importantes.
Em suma, enquadrar é decidir aquilo que faz parte do vídeo em cada momento de sua
produção. Enquadrar também pode ser definido como a forma que a pessoa que assiste ao
vídeo e percebe o mundo que foi criado.
São diversos os planos e enquadramentos televisivos, aqui serão citados os mais
utilizados: Plano Americano, Plano Médio, Plano Geral, Grande Plano, Primeiro Plano, Close,
Plano Detalhe e Plano de Conjunto.
O plano americano traz o enquadramento da pessoa a considerar até a parte que
antecede o joelho do corpo, ou até o bolso de uma calça tradicional. Foi originado nos filmes
norte-americanos de faroeste.
51
O plano geral é aquele que contempla todo o corpo no enquadramento. E o grande
plano trabalha o corpo todo mais o cenário de fundo.
O Plano médio é muito utilizado no Jornalismo diário e nos documentários. Mostra a
pessoa da cintura para cima, conforme ilustra a figura logo a seguir.
O close e o plano detalhe são aqueles que trabalham os enquadramentos mais
próximos, ou seja, o close deve mostrar o rosto de uma pessoa, e o detalhe mostra o nariz, ou
um objeto, quando a pessoa não for o referencial.
O plano de conjunto é aquele que mostra duas ou mais pessoas no enquadramento da
cena. E o primeiro plano pode ser entendido como uma imagem em destaque numa cena ou
então um enquadramento muito próximo, quando o referencial é o ser humano.
A ilustração 4 a seguir apresenta uma síntese dos planos televisivos para exemplificar
como são tendo como referência o enquadramento de uma pessoa.
Ilustração 4 - Síntese dos Planos Televisivos
2.4 Linguagem Jornalística
A linguagem presente nos telejornais brasileiros é cada vez mais próxima ao cotidiano
de seu telespectador. De forma coloquial a teoria criada para o discurso é a de um falso
diálogo entre os jornalistas e o público que assiste. “Na televisão, não dá pra voltar atrás e ler
de novo ou ouvir de novo. É importante que o texto seja claro, direto, simples, enfim, tenha as
características da linguagem coloquial para aproximar-se do público. O locutor conversa com
o telespectador.” Esse trecho foi retirado da introdução do Manual de Telejornalismo da Rede
Globo.
52
2.4.1 Texto Telejornalístico
No que tange ao texto jornalístico para a televisão, soma-se ao que fora dito no tópico
anterior o fato de que a reportagem para TV deve unir três elementos fundamentais para que o
fato noticiado alcance audiência (atenção) dos telespectadores: deve ter uma linguagem
atraente, deve ser significativa e interessante. Segundo os autores Carvalho, Diamante,
Bruniera, Utsch (2010, p. 31) uma linguagem atraente pode ser a diferença entre o espectador
acompanhar ou não a reportagem que está sendo apresentada. “Lembremos, que um dos
papeis do jornalista, é transformar aquilo que é significativo, em interessante. „Significativo‟ é
aquilo com relevância jornalística, importante para a sociedade. E „interessante‟ é o que atrai
o espectador”.
O texto jornalístico deve ser de fácil e imediata compreensão, pois o espectador não
pode voltar atrás para escutar novamente alguma passagem ambígua ou com informações
pormenorizadas e específicas demais, assim sendo, de difícil assimilação. O texto, portanto,
deve transmitir ao espectador a notícia o mais processada possível.
Esses autores (2010, p. 50) discorrem sobre o texto telejornalístico que deve ser
entregue ao telespectador de forma “Mastigada”. “Devemos entregar para o telespectador
tudo mastigado. Ele não tem a obrigação de conhecer detalhes de geografia e história, nem
tampouco de fazer cálculos. Muitas vezes é melhor dizermos „seis em cada dez pacientes [...]‟
e não „61% dos pacientes [...]‟.” Os autores dizem ainda que a técnica de arredondar números
também pode facilitar a compreensão.
João Elias da Cruz Neto (2008, p. 48) afirma que ao fazer o texto para uma reportagem
televisiva, deve-se levar em conta que o texto será acompanhado de imagens. É preciso
atenção para não ser redundante. “As imagens, por si sós, já trazem significação e o texto não
deve, de maneira nenhuma, descrever o que a imagem já mostra, mas deve explicá-la”.
Quanto mais simples e direto, mais próximo de uma conversa entre amigos, um
diálogo claro e esclarecedor, melhor o texto telejornalístico e assim alcançará seu objetivo
maior: informar de forma rápida clara, concisa e abrangente, colocando o telespectador como
que no meio do fato, dentro da situação, como se ele estivesse presente ali.
2.5 Documentário sobre o Horário Nobre
Muitas definições podem ser obtidas sobre o formato documentário. Todas abordam
que o conteúdo deve trazer a apresentação contextualizada da realidade dos fatos. Neste
53
sentido podem ser encontrados documentários diversos tratando de temáticas factuais ou não,
mas que demandam da veracidade dos fatos narrada ou não pelos protagonistas da história.
O jornalista Luis Nassif 14
ao discorrer sobre a nova linguagem do jornalismo cita o
termo documentarismo:
A nova linguagem não deve ser vista como mera questão de acabamento, mas de
uma mudança radical na estética, no discurso e no modo de fazer jornalismo.
Representa um retorno ao documentarismo de velhos tempos, nos quais o ponto
central era a notícia crua, sem o chantilly do roteiro prévio, dos personagens
ensaiados.
Neste contexto, o documentário sobre o Horário Nobre, desenvolvido como produto
audiovisual resultante deste Trabalho de Conclusão de Curso, busca a partir da opinião de
especialistas sobre comunicação, televisão e jornalismo a construção da narrativa do vídeo.
Outra definição de documentário que subsidiou a produção desse sobre o Horário
Nobre, pode ser encontrada em publicação da revista PJBr15
da USP (Universidade de São
Paulo):
[...] o documentário é o formato de produção audiovisual que lida com a verdade,
mostra fatos reais ou não imaginários, o que normalmente chamamos de "não-
ficção". Aborda um tema ou assunto em profundidade a partir da seleção de alguns
aspectos e representações auditivas e visuais. Para eleger um tema é preciso pensar
sobre a sua importância na história, social, política, cultural, científica ou econômica.
Além disso, não devemos esquecer que o documentário pode reconstituir ou analisar
assuntos contemporâneos de nosso mundo histórico vistos por uma perspectiva
crítica.
Tendo em vista a amplitude de informações e diversidade de narrativa que pode
estruturar um documentário, foi escolhido este formato para tratar o Horário Nobre da
Televisão Brasileira no século XXI. Vale ressaltar que a escolha do tema baseou-se no
ineditismo do assunto somado ao gosto que esses pesquisadores têm pela mídia televisão.
Acreditando também que este conteúdo auxiliará a subsidiar novos estudos acerca do tema,
mais opiniões de especialistas da área e das pesquisas afim de compreender os padrões e
características das programações apresentadas nos horários mais assistidos pelos brasileiros
nas principais emissoras de TV abertas: Globo, Record e SBT.
14 Texto sobre a nova linguagem do jornalismo. Disponível em: < http://jornalggn.com.br/noticia/a-nova-
linguagem-do-jornalismo-0 > Acesso em 07 ago2015. 15
Revista PJ:Br. banco de dados. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/pjbr/arquivos/ensaios7_d.htm>.
Acesso em: 01 agosto 2015
54
III – NO AR: FAIXA NOBRE
3.1 Elaboração do documentário
O documentário intitulado No Ar: Faixa Nobre, resultante deste Trabalho de
Conclusão de Curso, foi elaborado considerando as três etapas básicas de construção de um
produto audiovisual:
1ª Etapa – Fundamentação teórica sobre o assunto. Com base na pesquisa
bibliográfica em livros e artigos teve início a redação dos capítulos do relatório técnico, os
contatos com possíveis entrevistados, para depois ser conduzida a elaboração de pautas para a
gravação dos depoimentos, que subsidiaram não só o relatório como também o vídeo.
2ª Etapa – Durante a fundamentação teórica (1º e 2º capítulos) deu-se início às
gravações das entrevistas com os especialistas sobre o tema. Com as entrevistas “em mãos”,
começou o trabalho de decupagem – transcrição das imagens e falas dos entrevistados com a
anotação do tempo – para assim desenvolver o pré-roteiro; nesta etapa também foi feita uma
pesquisa documental em sites para resgatar vídeos que ilustrariam as falas e a narrativa do
documentário.
3ª Etapa – Com o pré-roteiro foi realizada uma pré-edição, neste momento a edição de
texto teve que considerar os pontos mais importantes e que responderiam ao objetivo do tema
do projeto num tempo de 30 minutos – tempo previsto pelo Regulamento dos Projetos
Experimentais em Jornalismo do Centro Universitário Toledo. Simultaneamente à edição do
documentário, foi redigido o terceiro capítulo deste relatório técnico, foi idealizada a
identidade visual do vídeo e ajustados os detalhes finais para a construção da vinheta. Por fim,
a pós-produção, ou seja, a finalização do projeto experimental.
3.1.1 Formato
O formato escolhido para o trabalho foi o documentário, tendo em vista a
multiplicidade de narrativas e o tipo de linguagem televisiva que pode ser trabalhada.
55
A estrutura da narrativa neste documentário é conduzida pelos depoimentos dos
entrevistados a partir de núcleos temáticos, e ainda a inserção de imagens para ilustrar o vídeo.
O produto não tem intervalos e apresenta-se em uma única edição.
3.2 Periodicidade
A periodicidade deste documentário é única, pois trata-se de um documentário de
começo, meio e fim.
3.3 Tempo
O tempo de duração do documentário é de 30 minutos, tempo de um filme de média
metragem, de acordo com a classificação da Ancine.
3.4 Público-alvo
O público alvo deste documentário é a banca examinadora e toda a comunidade
acadêmica interessada no assunto e posteriormente, estudiosos e pesquisadores do tema.
3.5 Roteiro
O roteiro foi construído a partir do objetivo do projeto considerando as "falas" -
depoimentos - dos entrevistados como parte da narrativa. Sendo assim, o processo de
decupagem das entrevistas foi imprescindível para a elaboração do roteiro. A seguir a tabela 6
apresenta o roteiro do documentário No Ar: Faixa Nobre.
Tabela 6 - Roteiro Final do Documentário
IMAGEM SOM
FRANCISCO MACHADO
00:00:34-00:00:39
VT 1
FLÁVIO RICCO
00:00:22-00:00:32
VT 1
O HORÁRIO NOBRE TEM UMA DEFINIÇÃO
QUE NÃO É UMA COISA ESTIPULADA E
DETERMINADA/
ENTÃO É UMA COISA QUE SE CONSTITUIU
E QUE ACABOU PREVALECENDO NA
TELEVISÃO BRASILEIRA. ÉÉÉ É UMA
GRADE QUASE QUE IMBATÍVEL/
56
RICARDO MONTEIRO
00:01:00
VT 1
ELMO FRANCFORT
00:00:06-00:00:10
VT 1
EUGÊNIO BUCCI
00:01:02-00:01:07
VT 1
VINHETA SBT
TRECHO DO VT INSTITUCIONAL
VINHETA GLOBO
TRECHO VT ARQUIVO N
VINHETA RECORD
TRECHO CÂMERA RECORD
FRANCISCO MACHADO
VT 4 - 00:00:16-00:00:25
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:05:26-00:05:34
ELMO FRANCFORT
VT 3 - 00:01:50-00:02:10
TRECHO CUMPLICES DE UM RESGATE
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:00:43-00:00:53
ELMO FRANKFORT
VT 3 - 00:00:08-00:00:21
ENTÃO ISSO É O QUE SE CHAMA DE PRIME
TIME/
O HORÁRIO NOBRE ELE É MUITO ALÉM DA
PROPRIA TV
TRATA-SE DE UM CONCEITO DA
INDÚSTRIA E UM CONCEITO COMERCIAL/
VINHETA SBT
VT SBT REPÓRTER SBT 30 ANOS- CÉSAR
FILHO
VINHETA INSTITUCIONAL GLOBO
VT ARQUIVO N LEILANE
VINHETA RECORD
VT CÂMERA RECORD MARCOS HUMMEL
VINHETA
NÓS TEMOS A QUALIDADE TÉCNICA, E AÍ
A TELEVISÃO BRASILEIRA É UMA DAS
MAIORES DO MUNDO EM RELAÇÃO A
ISSO, TANTO A RECORD, A GLOBO, SBT,
ELES FAZEM PROGRAMAS DE UMA
QUALIDADE TÉCNICA MUITO BOA/
A GLOBO. A GLOBO. A GLOBO É A
MELHOR TELEVISÃO DO BRASIL.
INCLUSIVE NO HORÁRIO NOBRE/
O SBT TÁ NUMA OUTRA VERTENTE. ISSO
EU ACHO INTERESSANTE PORQUE É UM
NOVO PANORAMA DA TV ABERTA
PORQUE ELA TÁ TENTANDO ENCONTRAR
NOVOS CAMINHOS. O SBT, A VERTENTE
DELA SÃO NOVELAS QUE NÃO É UM
PÚBLICO QUE NEM A GLOBO E NEM A
RECORD ESTÃO BUSCANDO, POR
EXEMPLO AS CRIANÇAS/
VOCÊ VERIFICA QUE O QUE NÓS TEMOS
ATUALMENTE É NOVELA BRIGANDO COM
NOVELA. A RECORD TÁ INDO MUITO BEM/
O HORÁRIO NOBRE ELE NÃO DÁ NEM PRA
VOCÊ DIZER UMA EMISSORA EM SI. DE
PRAXE A GENTE FALARIA QUE CONSEGUE
TER MAIS QUALIDADE E ATÉ MAIS
57
ARTE HORÁRIO NOBRE
HORÁRIO NOBRE
FRANCISCO MACHADO
VT 2 - 00:00:14-00:00:46
VT CASAS BAHIA
VT COCA COLA
THE WALKING DEAD - FOX
RICARDO MONTEIRO
VT 1 - 00:01:03-00:01:30
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:00:20-00:00:28
VT ASSISTINDO TV 1
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:00:11-00:01:01
TÉCNICA E ESTRUTURA QUE É A GLOBO/
ARTE HORÁRIO NOBRE – BG
VEM DA QUESTÃO DO MODELO DE
TELEVISÃO AMERICANA QUE É O PRIME
TIME, ENTÃO É O HORÁRIO MAIS CARO, É
O HORÁRIO PREMIUM, É O HORÁRIO QUE
TINHA MAIS CONDIÇÕES DE PESSOAS
ESTAREM DENTRO EM CASA ASSISTINDO
ENTÃO ELES CRIARAM ESSE TERMO COMO
NEGÓCIO, PRA VENDER PUBLICIDADE.
ENTÃO É O PRIME TIME QUE ATÉ HOJE É
UTILIZADO EM RELAÇÃO À AUDIÊNCIA
DA TEVÊ ABERTA, MAS MUITO UTILIZADO
TAMBÉM NA TEVÊ POR ASSINATURA, NA
TEVÊ PAGA, NÉ, QUE É ONDE AS SÉRIES
SÃO APRESENTADAS NAQUELE HORÁRIO,
O LANÇAMENTO DE SÉRIES SÃO SEMPRE
FEITAS NESSE HORÁRIO, ENTÃO SURGE
DESSE TERMO PRIME TIME.
DA MESMA FORMA QUE VOCÊ DEFINE
ISSO HOJE. ENTÃO O PICO ELE SE INICIA
HOJE POR VOLTA DE UMAS 8 HORAS DA
NOITE E ELE VAI ATÉ 1 HORA DA MANHÃ.
OFICIALMENTE CÊ TÁ FALANDO DAS 6H A
MEIA-NOITE. (...), MAS O PRIME TIME TÁ
MUDANDO, E LÓGICO QUE EXISTE UMA
DIFERENÇA ENTRE CAPITAIS E
INTERIORES, MAS OFICIALMENTE CÊ TÁ
FALANDO DE 6H A MEIA-NOITE, AHN...
AHN EFETIVAMENTE HOJE MAIS É ENTRE
8 E 1 HORA/
É O HORÁRIO ONDE AS PESSOAS ESTÃO
MAIS EM CASA, É O HORÁRIO
CONSIDERADO NOBRE PORQUE É UM
HORÁRIO ONDE VOCÊ TEM MAIOR
NÚMERO DE PESSOAS ASSISTINDO/
ESSE HORÁRIO NOBRE, “PRIME TIME”, É
UMA COISA QUE VEM, UMA CULTURA DA
INDÚSTRIA DA COMUNICAÇÃO PRA
DESIGNAR A “CREME DE LA CREME”, A
CEREJA DO BOLO, É, A PARTE MAIS NOBRE
DA CARNE/ O TERMO NOBRE TAMBÉM É
RUIM, POR QUE. MAS ASSIM, NO FIM, É O
QUE CUSTA MAIS CARO. ENTÃO, O
HORÁRIO NOBRE DESIGNA AQUELA FAIXA
EM QUE A INSERÇÃO COMERCIAL É MAIS
58
FRANCISCO MACHADO
VT 1 - 00:00:42-00:01:51
VT ANTIGO TV AMERICANA
VT PESSOAS NO METRÔ
VT ASSISTINDO TV 2
RICARDO MONTEIRO
VT 3 - 00:00:11-00:00:22
FRANCISCO MACHADO
VT 1 - 00:02:09-00:02:12
CARA, POR QUE, ALI ESTARIAM OS
OUVINTES OS TELESPECTADORES MAIS
INTERESSANTES PARA OS ANUNCIANTES/
ISSO VEM DO PRÓPRIO MODELO DE
NEGÓCIO DE TELEVISÃO, QUANDO FOI
INSTITUÍDO LÁ EM 1930, DESDE QUANDO A
TELEVISÃO FOI INVENTADA. E ELA FOI
ADAPTADA À CADA SOCIEDADE. ENTÃO
CADA SOCIEDADE COMEÇOU A TER O SEU
HORÁRIO NOBRE, QUE NA VERDADE
SIGNIFICA MAIOR QUANTIDADE DE
PESSOAS ASSISTINDO A TELEVISÃO.
COMO A TELEVISÃO FOI CRIADA EM UM
MODELO PARA ATENDER UMA
SOCIEDADE INDUSTRIAL E CAPITALISTA
NOS ESTADOS UNIDOS, O NOSSO MODELO
COPIOU OS ESTADOS UNIDOS, ELE VAI
MUITO EM FUNÇÃO DA DINÂMICA DA
CIDADE, DA DINÂMICA DA INDÚSTRIA
NAQUELA ÉPOCA.
ENTÃO, QUANDO A MAIOR QUANTIDADE
DE PESSOAS VOLTAVA DO TRABALHO NO
HORÁRIO DAS 6H DA TARDE E DAS 7H DA
NOITE E CANSADAS QUERIAM FICAR EM
CASA DESCANSANDO E ASSISTINDO
TELEVISÃO. ENTÃO, O HORÁRIO NOBRE
FOI ESTENDIDO NO HORÁRIO EM QUE AS
PESSOAS ESTAVAM EM CASA, A MAIOR
QUANTIDADE DE PESSOAS EM CASA
ASSISTINDO TELEVISÃO. E ESSE HORÁRIO
COMPREENDIA NAQUELA ÉPOCA DE 6H
DA TARDE ÀS 10H DA NOITE, 11 DA NOITE.
COM A MUDANÇA E TRANSFORMAÇÃO DA
SOCIEDADE ESSE HORÁRIO FOI SE
AMPLIANDO E HOJE ELE É CONSIDERADO
DE 6H DA TARDE A MEIA-NOITE PORQUE A
MAIOR QUANTIDADE DE PESSOAS ESTÃO
EM CASA, ESTÃO CHEGANDO DA ESCOLA,
DA FACULDADE/
NÃO HÁ UM PÚBLICO TELESPECTADOR DO
HORÁRIO NOBRE DA TELEVISÃO
BRASILEIRA. O PÚBLICO QUE ASSISTE A
TELEVISÃO BRASILEIRA NO HORÁRIO
NOBRE ELE VARIA DEPENDENDO DO
CONTEÚDO QUE ELE TÁ ASSISTINDO/
A QUESTÃO DO HORÁRIO NOBRE É MUITO
CONDIZENTE COM A REALIDADE LOCAL
DE CADA SOCIEDADE.
59
MGTV
SBT RIO GRANDE
PARÁ RECORD
FRANCISCO MACHADO
VT 6 - 00:04:27-00:04:46
VT AVENIDA BRASIL
VT GUGU
VT XUXA
FRANCISCO MACHADO
VT 6 - 00:05:46-00:06:06
VINHETA MANCHETE
VT PANTANAL - TRECHO
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:05:58-00:06:30
VT FRIBOI
VT OMO
VT TANG
ARTE – AUDIÊNCIA
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
DAS TRÊS, SE A GENTE COLOCAR GLOBO,
SBT E RECORD, EU ACHO QUE AS TRÊS
EXIBEM UM HORÁRIO NOBRE DE
QUALIDADE. A GLOBO TALVEZ EXIBA
UMA MELHOR NOVELA POR QUE ELA JÁ
TEM UMA EXPERIÊNCIA, UMA EXPERTISE
EM NOVELA, DE PRODUÇÃO, DE MAIS DE
QUARENTA ANOS E ISSO NÃO É DE SE
JOGAR FORA, MAS OS OUTROS
PROGRAMAS QUE SÃO APRESENTADOS
NESSE HORÁRIO NOBRE TAMBÉM SÃO DE
MUITA QUALIDADE TÉCNICA, NÃO VOU
ENTRAR NA QUESTÃO SE O GUGU OU A
XUXA TEM QUALIDADE DE
PROGRAMAÇÃO, MAS SÃO MUITO BEM
FEITOS. ENTÃO, ACREDITO QUE A NOSSA
TELEVISÃO NESSE QUESITO DE
QUALIDADE DE HORÁRIO NOBRE, NÓS
ESTAMOS MUITO À FRENTE DE VÁRIOS
OUTROS MERCADOS INTERNACIONAIS/
(...)PELA PRIMEIRA VEZ UMA
TELENOVELA DA GLOBO PERDEU PRA
RECORD NO HORÁRIO NOBRE, ISSO SÓ
HAVIA ACONTECIDO NA MANCHETE NA
DÉCADA DE OITENTA. ENTÃO EU ACHO
QUE A RECORD TEM CONDIÇÕES DE
EXPLORAR MELHOR AINDA ESSA
CONDIÇÃO E ESSE NICHO, MAS ELA
REALMENTE VIR DE FATO FAZER ISSO É
UMA OUTRA QUESTÃO.
É NO HORÁRIO NOBRE É QUE SE
CONCENTRA A MAIOR FATIA DO
MERCADO PUBLICITÁRIO, ALI É QUE
ESTÃO AS MELHORES VERBAS. O PREÇO
DO COMERCIAL NO HORÁRIO NOBRE ELE
É BEM DIFERENTE DO PREÇO DO
COMERCIAL EXIBIDO À TARDE E DE
MANHÃ. ENTÃO ISSO OBRIGA AS
EMISSORAS, TODAS ELAS,
INDEPENDENTEMENTE DE SER A
PRIMEIRA OU A ÚLTIMA COLOCADA A
CONCENTRAR MAIS AS SUAS ATENÇÕES E
MAIS DAS SUAS VERBAS DE PRODUÇÃO
NESSA FAIXA DA NOITE QUE É O PRIME
TIME.
BG
60
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:01:44-00:04:40
VT PUBLICO CAMINHANDO
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:00:05-00:00:53
VT IBOPE
RICARDO MONTEIRO
VT 1 - 00:03:32-00:03:58
VT ASSISTINDO TV 3
O TERMO AUDIÊNCIA, É, ATÉ NO INGLÊS,
QUE A PALAVRA É PRATICAMENTE A
MESMA, ELE TEM ALGUMAS SUTILEZAS
QUE NÓS PRECISAMOS LEVAR EM CONTA.
A AUDIÊNCIA PODE SER O NOME DO
PUBLICO QUE ESTÁ LIGADO NAQUELE
PROGRAMA OU NAQUELE HORÁRIO. E
QUANDO SE FALA EM PÚBLICO, SUPÕE-SE
A EXISTÊNCIA DE UMA ESPÉCIE DE SENSO
CRÍTICO, DE AUTONOMIA CONCEITUAL. O
PÚBLICO PODE DESIGNAR, DEPENDENDO
DA ESCOLA, DEPENDENDO DA TRADIÇÃO
TEÓRICA QUE A GENTE ESTEJA SE
REFERINDO, O PÚBLICO DESIGNA UMA
AUDIÊNCIA MAIS CRÍTICA. DIZEM NÉ, QUE
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA
INDÚSTRIA CULTURAL OU DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO DE MASSA FOI
EXATAMENTE TRANSFORMAR O PÚBLICO
EM MASSA, E AÍ SE ENTENDE COMO
MASSA UMA GRANDE CONCENTRAÇÃO DE
TELESPECTADORES, UMA MULTIDÃO
COMO OUVINTE, COMO AUDIÊNCIA, MAS
DESPROVIDA DAS CONDIÇÕES DE FAZER A
CRÍTICA DAQUILO A QUE ESTÁ TENDO
ACESSO, NÃO HAVERIA INTERLOCUÇÃO
CRÍTICA DA MASSA COM OS MEIOS, MAS
HÁ UMA INTERLOCUÇÃO CRÍTICA ENTRE
O PÚBLICO E OS JORNAIS.
A AUDIÊNCIA NADA MAIS É DO QUE A
QUANTIDADE DE PESSOAS ASSISTINDO,
QUE ASSISTEM E CONSOMEM TELEVISÃO.
ESSA AUDIÊNCIA PODE SER SIMULTÂNEA,
OU ESSA AUDIÊNCIA PODE SER ESTIMADA
POR AMOSTRAGEM COMO É FEITA NO
IBOPE, COMO É FEITA NO PNT NACIONAL,
MAS É A QUANTIDADE DE PESSOAS QUE
ESTÃO ALI CONSUMINDO TELEVISÃO, E
QUANDO A GENTE FALA DE TELEVISÃO
ABERTA, SIMULTANEAMENTE.
AUDIÊNCIA É UMA REPRESENTAÇÃO DO
HÁBITO DE CONSUMO DE TELEVISÃO.
ISSO É A DEFINIÇÃO DE AUDIÊNCIA.
ENTÃO O QUE QUE É O HÁBITO DE
CONSUMO DE TELEVISÃO? PRIMEIRO
VOCÊ TER CERTEZA QUE A DISTRIBUIÇÃO
DA SUA MOSTRA ELA É COMPATÍVEL COM
A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO HOJE.
CLASSES SOCIAIS, FAIXAS ETÁRIAS,
61
VT ANTENA
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:01:14-00:01:41
VT IBOPE
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:07:53-00:08:26
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:02:20-00:02:27
RICARDO MONTEIRO
VT 1 - 00:05:02-00:06:46
VT GfK
CHEFE DE FAMÍLIA, VETOR QUE ASSISTE,
SE É TELEVISÃO PAGA, SE É TELEVISÃO
ABERTA, SE É SATÉLITE.
NÓS TIVEMOS AÍ, ANOS E ANOS APENAS
UM INSTITUTO DE PESQUISA MEDINDO
ESSA AUDIÊNCIA QUE É O IBOPE, CHEIO
DE CRÍTICAS DA SUA METODOLOGIA POR
QUE ATÉ ENTÃO NÃO ERA NEM
DIVULGADA, E APENAS UM, UM ÚNICO
INSTITUTO VEICULANDO ESSES DADOS
QUE, QUE VALORIZAM, QUE DETERMINAM
O VALOR DOS COMERCIAIS GERA SEMPRE
MUITAS CRÍTICAS E MUITA
DESCONFIANÇA. POR CONTA DESSA NOVA
CONFIGURAÇÃO DA SOCIEDADE E ESSAS,
ESSES NOVOS APARELHOS, O IBOPE ESTÁ
SENDO OBRIGADO A MUDAR SUA
METODOLOGIA(...)
EU ACOMPANHEI AAA A IMPLANTAÇÃO
DO DATANEXOS NO SBT, ISSO NO FIM DA
DÉCADA DE 90 NO COMEÇO PARA A DE
2000 QUE FOI PELO, FOI UM PROJETO DO
ENGENHEIRO ALFONSO AURIN, O SILVIO
AUTORIZOU POR QUE HAVIA AQUELA
DESCONFIANÇA COM RELAÇÃO AO IBOPE
E TAL. QUANDO O DATANEXOS COMEÇOU
A FUNCIONAR, SE VERIFICOU QUE OS
NÚMEROS ERAM EXATAMENTE OS
MESMOS DO IBOPE.
OUTRO INSTITUTO DE PESQUISA ESTÁ
CHEGANDO NO BRASIL AGORA, QUE É O
GFK QUE É UM INSTITUTO ALEMÃO, QUE
VEM COM UMA METODOLOGIA
DIFERENTE/
NOSSA PLATAFORMA É ÚNICA, NÓS
TEMOS DOIS APARELHOS, UM QUE CHAMA
UMX E UM QUE CHAMA LOGGUER. O UMX
É UM POUCO MAIOR E É UM APARELHO
QUE PERMITE CONECTAR NELE UM BY
PASS DE OUTROS EQUIPAMENTOS. QUE
NEM VOCÊ TEM NO HOME THEATER UM
RECIVER QUE PASSAM OS SINAIS POR ELE,
PASSAM PELO NOSSO TAMBÉM MAS VÃO
EMBORA DO MESMO JEITO QUE
ENTRARAM PRA NÃO ATRAPALHAR.
ENTÃO ESSE DISPLAY É COMO SE FOSSE
UM PORTA RETRATO DIGITAL, ELE TEM
UMA TELA LCD COLORIDA E ELE MANDA
62
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:04:44-00:05:34
VINHETA /NBR/TV CULTURA
NAZARÉ – SENHORA DO
DESTINO
CARROSSEL
DEZ MANDAMENTOS
ARTE - A BUSCA INSANA POR AUDIÊNCIA
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:00:37-00:00:58
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:05:43-00:06:06
VT ENCRENCA
MENSAGEM. ENTÃO QUANDO VOCÊ LIGA
O EQUIPAMENTO, A TELEVISÃO, O NOSSO
EQUIPAMENTO TEM UM SENSOR QUE
SABE QUANDO UMA TELEVISÃO TÁ
LIGADA/
É AHN.. E AÍ VAI APARECER UMA
MENSAGEM AQUI PEDINDO PARA O
MORADOR SE IDENTIFICAR.
UMA EMISSORA DE TV QUE NÃO TEM
AUDIÊNCIA MORRE, A NÃO SER QUE ELA
SEJA UMA EMISSORA PÚBLICA, QUE É O
QUE ACONTECE NO BRASIL. O ÚNICO
CASO DE EMISSORAS DE TELEVISÃO SEM
AUDIÊNCIA SÃO AS EMISSORAS PÚBLICAS
DO BRASIL QUE SÓ EXISTEM POR QUE
ARTIFICIALMENTE PÕE DINHEIRO LÁ. SEM
AUDIÊNCIA, SEM PÚBLICO VOCÊ NÃO TEM
A COMUNICAÇÃO, ENTÃO, QUAL A
IMPORTÂNCIA? A IMPORTÂNCIA DA
AUDIÊNCIA PRA UMA EMISSORA DE
TELEVISÃO OU PRA UMA EMISSORA DE
RÁDIO OU PRA UM PORTAL OU PRA UM
SITE, É COMO A IMPORTÂNCIA DA VIDA
PARA UM CORPO HUMANO, SE NÃO TEM
AUDIÊNCIA NÃO TEM VIDA ALI/
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
BG
A BUSCA PELA... PELA AUDIÊNCIA DAS
EMISSORAS, EU FALO QUE A GENTE
PRECISA REPENSAR ISSO... PORQUE ASSIM
A...ISSO JÁ TÁ COMEÇANDO A SER
REPENSADO POR CONTA DA MIGRAÇÃO
PROS OUTROS MEIOS, AS PESSOAS QUE
NÃO ASSISTEM MAIS A TELEVISÃO E
ESTÃO INDO PARA A INTERNET OU PRO
NETFLIX/
MAS AQUI É UM PONTO INTERESSANTE.
POR QUE MUITA GENTE FALA EU TENHO
QUE FAZER UMA COISA RUIM POR QUE SE
NÃO EU NÃO TENHO PÚBLICO.
NORMALMENTE NESSE CASO QUEM É
RUIM, ANTES DO PÚBLICO, É O
PROGRAMADOR, É O EDITOR, É O
RESPONSÁVEL POR AQUELA
63
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:04:15-00:04:32
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:04:37-00:05:03
VT FUTEBOL
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:03:51-00:04:12
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:06:07-00:07:24
VT MULHERES APAIXONADAS – TÉO
VT PANICATS
VT- MULHERES APAIXONADAS – RAQUEL
VT-CELEBRIDADE
VT- CAMINHO DAS INDIAS
VT ESCRAVA ISAURA
VT VERDADES SECRETAS
PROGRAMAÇÃO/
É UMA QUESTÃO DE NÚMERO, QUANTO
MAIS GENTE EU TENHO ASSISTINDO A
PROGRAMAÇÃO, MAIS O MEU COMERCIAL
VALE, E NÃO IMPORTA, PRA MUITAS
PESSOAS, O QUE EU ESTOU
TRANSMITINDO, O QUE VALE É EU
CONSEGUIR MAIS PESSOAS FRENTE À
TELEVISÃO/
MAS ESSE PRESSUPOSTO DE QUE SÓ COISA
RUIM DA GRANDE AUDIÊNCIA É ERRADO.
ELE PRECISA SER MUDADO. O QUE DÁ
GRANDE AUDIÊNCIA NA TV ABERTA NO
MUNDO INTEIRO? EVENTOS DE, EVENTOS
ESPORTIVOS. O FUTEBOL NÃO É RUIM DO
PONTO DE VISTA ESTÉTICO OU ÉTICO. ELE
É O QUE ELE É. A COBERTURA PODE SER
MARAVILHOSA, A TRANSMISSÃO PODE
SER MARAVILHOSA
AUDIÊNCIA A QUALQUER CUSTO IMPLICA
AS VEZES EM FAZER CONCESSÕES NA
QUALIDADE E ISSO TÁ TÁ, FOI
DEMONSTRADO ATRAVÉS DE TODOS
ESSES TEMPO AÍ. CÊ VÊ QUE PROGRAMAS
QUE APELARAM PRA ISSO, ELES TEM
PRAZO DE VALIDADE MUITO CURTO. POR
QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE ENGANAR
TODO MUNDO O TEMPO TODO/
POR QUE DESDE O TEMPO DO COLISEU, NO
IMPÉRIO ROMANO, AS PLATEIAS GOSTAM
DE VER SANGUE, CORPOS NUS, A NUDEZ E
A VIOLÊNCIA TEM ARQUÉTIPOS
PROFUNDOS, ANCESTRAIS E TAMBÉM
CORRESPONDEM ÀS DUAS PULSÕES
INSTINTIVAS DA NATUREZA HUMANA, JÁ
SEGUNDO ATÉ FREUDE, NÉ, FREUDE FALA
DA PULSÃO DE VIDA E DA PULSÃO DE
MORTE. EROS E TÂNATOS: EROS SEXO E
TÂNATOS MORTE. MAIS TARDE ELA ATÉ
APROXIMA UMA COISA DA OUTRA, UMA
COISA RECOBRE A OUTRA, UMA COISA É
INSEPARÁVEL DA OUTRA. MAS É ÓBVIO
QUE COM SEXO E COM VIOLÊNCIA ALGO
ALI INTERESSA PROS OLHOS DAS
PESSOAS. MAS NÃO PRECISA SER RUIM.
ENTÃO, A BAIXA QUALIDADE É MAIS
CULPA DA INCOMPETÊNCIA, DO
DESPREPARO, DA ESTREITEZA DE QUEM
64
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:01:12-00:01:40
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:04:44-00:04:52
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:04:13-00:05:08
VT AQUI AGORA
V CASOS DE FAMILIA - VINHETA
VT MÁRCIA - VINHETA
VT RATINHO - VINHETA
IMAGEM JÕAO KLEBER
VT CASOS DE FAMILIA - TRECHO
VT MÁRCIA - TRECHO
VT RATINHO - TRECHO
FRANCISCO MACHADO
PROPÕE A COMUNICAÇÃO DO QUE
PROPRIAMENTE DO REPERTÓRIO DE
QUEM CONSOME/
E O CONTEÚDO PRECISA SER
REPENSADO... PORQUE NÃO DÁ PARA
VOCÊ COLOCAR QUALQUER TIPO DE
PRODUTO NO AR , QUALQUER PRODUÇÃO
AUDIOVISUAL E ACHAR QUE AS PESSOAS
VÃO AUTOMATICAMENTE ASSISTIR.
ENTÃO HOJE EM DIA O QUE A GENTE TEM
A PREOCUPAÇÃO DE VOCÊ TER UM
PRODUTO DE BAIXARIA, ANTES VOCÊ
MUDAVA O CANAL, HOJE EM DIA NÃO,
VAI MIGRANDO
PARA OUTROS MEIOS/
AO CONTRÁRIO DO QUE AS PESSOAS
ACREDITAM QUE, SE EU FIZER UM
PROGRAMA BARATO, E, QUALQUER
COISA, EU CONSIGO VENDER, ENTÃO AS
PESSOAS QUEREM QUALIDADE HOJE EM
DIA/
ENTÃO, PROGRAMAS QUEEE JÁ
EXISTIRAM POR AÍ COMO “O POVO NA TV”
LÁ ATRÁS E DEPOIS “AQUI AGORA” QUE
FOI UM JORNAL, MAS ERA UM JORNAL
APELATIVO MAIS DIRIGIDO ÀS CLASSES C
E D ALÉM DE OUTROS PROGRAMAS QUE
AINDA EXISTEM NA FORMA DE BARRACO,
NÉ, O SBT AINDA TEM UM COM A
CHRISTINA ROCHA E TAL A MÁRCIA
VIVEU, MÁRCIA GOLDSCHMIDT VIVEU
MUITO TEMPO FAZENDO ISSO, O RATINHO
FOI OBRIGADO A SE MODIFICAR, O JOÃO
KLEBER JÁ NÃO TEM ESPAÇO NA
TELEVISÃO, ENTÃO, TUDO QUE É
BAIXARIA, O PÚBLICO TÁ MAIS EXIGENTE,
TÁ QUERENDO COISAS MELHORES. ENTÃO
VAI SER NECESSÁRIO PARA TELEVISÃO
BUSCAR MAIS QUALIDADE, INVESTIR EM
QUALIDADE, NÃO EM QUANTIDADE, EM
PROGRAMAS QUE NÃO TÊM UM MÍNIMO
DE QUALIDADE/
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
NÓS TIVEMOS UMA SÉRIE DE PROGRAMAS
65
VT 3 - 00:05:23-00:05:44
VT BANHEIRA DO GUGU
FRANCISCO MACHADO
VT 3 - 00:06:26-00:06:31
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:07:25-00:08:14
ARTE - QUALIDADE
VT QUALIDADE GLOBO
VT QUALIDADE RECORD
FRANCISCO MACHADO
VT 4 - 00:00:34-00:01:23
VT LAÇOS DE FAMÍLIA
VT AMÉRICA
VT A REGRA DO JOGO
DE QUALIDADE MUITO DUVIDOSA; A
BANHEIRA DO GUGU, O SUSHI NO
FAUSTÃO, A QUESTÃO DO ABUSO DE
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, O LATININHO
NO FAUSTÃO TAMBÉM, SÃO EXEMPLOS
QUE HOUVE UMA APELAÇÃO MUITO
GRANDE, ATÉ QUE A PRÓPRIA
POPULAÇÃO REJEITOU ESSA
PROGRAMAÇÃO, E AS EMISSORAS FORAM
OBRIGADAS A TROCAR, E ISSO FOI
BANIDO/
A POPULAÇÃO HOJE NÃO ESTA MAIS TÃO
SUSCEPTÍVEL A PROGRAMAS DE BAIXA
QUALIDADE COMO FOI NO PASSADO/
JUSTIFICAR A BAIXA QUALIDADE COM O
ARGUMENTO DE QUE EU PRECISO TER
AUDIÊNCIA É MEIO SUICÍDIO ATÉ, POR
QUE O QUE JÁ SE OBSERVA NOS DIAS DE
HOJE É QUE A BAIXA QUALIDADE, QUE
TALVEZ ATÉ ATRAIA ALGUM PÚBLICO,
MAS O PÚBLICO VAI SE CANSANDO, ESSA
COISA TEM VIDA CURTA, ESPANTA
ANUNCIANTE, POR QUE OS ANUNCIANTES
NÃO QUEREM FICAR ASSOCIADOS AO
GROSSEIRO, AO SELVAGEM, AO
SENSACIONALISTA. ENTÃO, OS
PROGRAMAS DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO QUE TEM UM BOM
DESEMPENHO COMERCIAL, ELES SE
PREOCUPAM UM POUCO COM ELEGÂNCIA,
COM BOM GOSTO, COM UMA POSTURA UM
POUCO MENOS DESTRUTIVA, ENTÃO ISSO
É UMA DESCULPA ESFARRAPADA.
BG
BG
BG
O QUE É QUALIDADE PRA VOCÊ NÃO É
QUALIDADE PRA MIM, QUALIDADE DO
CONTEÚDO INFORMATIVO, DE
ENTRETENIMENTO, É HÁ PESSOAS QUE
NÃO VEEM QUALIDADE NENHUMA NUMA
NOVELA, OUTRAS NÃO VEEM A NADA
ALÉM DA NOVELA, ENTÃO ESSA QUESTÃO
DA QUALIDADE REALMENTE É UM
DEBATE MUITO BOM DE SER TRAVADO
POR QUE ELE ACABA GERANDO
PARÂMETROS, E EXISTEM ALGUMAS
PESSOAS QUE ESTUDAM EXATAMENTE
66
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:01:52-00:02:20
VT HEBE
VT GLOBO REPORTER
VT TELETON
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:00:09-00:00:31
VT CAMINHO DAS INDIAS
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:02:37-00:02:52
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:08:36-00:08:52
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:10:10-00:11:19
QUAIS SÃO ESSES PARÂMETROS DE QUE A
GENTE PODE COLOCAR COMO
QUALIDADE PRA SEREM AFERIDOS À
PROGRAMAÇÃO.
A QUALIDADE ELA TEM QUE SER DE
MODO GERAL, MAS ACHO QUE A MELHOR
QUALIDADE QUE TEM QUE SE TER NUMA
TELEVISÃO EM QUALQUER QUE SEJA O
PROGRAMA É RESPEITO AO
TELESPECTADOR. ESSA VAI SER O
GRANDE DIFERENCIAL, INDEPENDENTE SE
ESSA QUALIDADE E AUDIÊNCIA SEJA
QUANTITATIVA OU QUALITATIVA. ELA
PRECISA PENSAR BEM PRA QUEM TÁ
SENDO DIRECIONADO E QUAL É A
FUNÇÃO SOCIAL QUE VOCÊ POR DETRÁS
DISSO/
HOJE O BRASIL É UM DOS PAÍSES, OU
TALVEZ O PAÍS QUE MELHOR PRODUZ
NOVELA NO MUNDO. TODOS OS
PRODUTOS DE TELEDRAMATURGIA DO
BRASIL NAS FEIRAS INTERNACIONAIS SÃO
MUITO BEM RECEBIDOS, SÃO MUITO
PROCURADOS, SÃO COMERCIALIZADOS
COM, ATÉ COM GRANDE FACILIDADE
O FAZER POR FAZER NÃO É POR AÍ. VOCÊ
TEM QUE TER CONTEÚDO ACIMA DE
TUDO. ENTÃO TER A QUALIDADE NUM
PRIMEIRO MOMENTO E SEMPRE É VOCÊ SE
PREOCUPAR COM O TELESPECTADOR.
A QUALIDADE É SEMPRE UMA RELAÇÃO,
SEMPRE ESTÁ NO DIÁLOGO, É, NÃO HÁ
QUALIDADE DE ALGO QUE SEJA
INCOMPREENSÍVEL OU INACESSÍVEL,
IMPERMEÁVEL/
DE TAL MANEIRA QUE ALGO QUE SEJA
MUITO BOM NA TV INGLESA TALVEZ NÃO
SEJA MUITO BOM NA TV BRASILEIRA E
VICE E VERSA, DEPENDE DO CONTEXTO
CULTURAL DE QUE NÓS ESTAMOS
FALANDO. MAS DENTRO DISSO,
GUARDADAS ESSAS CAUTELAS, A
QUALIDADE TEM A VER COM AQUILO QUE
REVELA HORIZONTES NÃO PRESUMIDOS,
QUE SURPREENDE UMA AUDIÊNCIA E, AO
MESMO TEMPO QUE ENSINE, QUE CATIVE,
67
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:02:19-00:03:06
VT FANTÁSTICO
VT DOMINGO ESPETACULAR
VT SILVIO SANTOS 1
RICARDO MONTEIRO
VT 2 - 00:05:12-00:05:23
ELMO FRANCFORT
VT 1 - 00:03:02-00:03:52
VT BABILÔNIA
VT BELÍSSIMA
VT VALE TUDO
VT TIETA
VT ROQUE SANTEIRO
QUE SEDUZA NO SENTIDO DE SE FAZER
ACOMPANHAR, E QUE ENGRANDEÇA A
VIDA DAQUELA COMUNIDADE OU QUE A
TRANSFORME.
UM PROGRAMA DE BOA QUALIDADE
VOCÊ TEM QUE INVESTIR TECNICAMENTE
NELE E TEM QUE TOMAR MUITO CUIDADO
COM O CONTEÚDO, POR QUE HOJE A
TELEVISÃO TEM MUITA
RESPONSABILIDADE, ELA FALA DE A A Z,
ENTENDEU. ENTÃO É PRECISO TOMAR
CUIDADO COM TUDO, COM TUDO QUE É
COLOCADO E A QUALIDADE NISSO É
ESSENCIAL, SABE ELA TEM QUE BUSCAR
BONS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS
PRA CADA COISA E EXISTE ISSO NO
MERCADO. VOCÊ SÓ FAZ UM BOM
PRODUTO VOCÊ CONTANDO COM BONS
INGREDIENTES NÃO É ISSO? CÊ SÓ FAZ
UMA BOA PIZZA CÊ TIVER UMA BOA
MASSA, UM BOM TOMATE E TAL, A
TELEVISÃO É A MEMA COISA, CÊ SÓ VAI
FAZE UM PROGRAMA SE VOCÊ TIVER UMA
BOA PRODUÇÃO.
A AUDIÊNCIA SOBE OU DESCE DE ACORDO
COM A QUALIDADE E O INTERESSE EM
CIMA DO CONTEÚDO QUE TÁ SENDO
EXPOSTO. ESSA É A RAZÃO ÚNICA,
PRINCIPAL PARA AS MUDANÇAS DE
AUDIÊNCIA.
A NOVELA PRECISA TER HISTÓRIA... SE
ELA FOR FRACA, OS PERSONAGENS NÃO
TIVEREM PROFUNDIDADE POR
EXEMPLO ... VAI SER MAIS UMA COISA,
VAI SER UMA NOVELA... EU SEMPRE DIGO
QUE AS NOVELAS ANTIGAMENTE, EU NÃO
FALO ANTIGAMENTE DE MUITO TEMPO
ATRÁS, DE POUCOS ANOS PRA CÁ, VOCÊ
PASSAVA E ÂH.. PASSAVA O TEMPO NÉ E
OLHAVA PRA TRÁS E FALAVA:
“CARAMBA, ESSA NOVELA É BOA, TEVE O
FULANO E FULANO, TEVE O PERSONAGEM
TAL. AGORA HOJE EM DIA AS NOVELAS
PASSAM E VOCÊ TENTA LEMBRAR UMA
NOVELA, VOCÊ FALA: “ NÃO EU ACHO
QUE.. PERA.. NÃO EU ACHO QUE É A
OUTRA” PORQUE SE CONFUNDE, FALTA
PROFUNDIDADE, FALTA HISTÓRIA, COISAS
QUE APROXIME AS PESSOAS E É O QUE
68
FRANCISCO MACHADO
VT 4 - 00:01:24-00:01:43
VT PADRÃO Q DA GLOBO
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:00:53-00:01:23
VT DEZ MANDAMENTOS 2
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:00:12-00:01:16
PROGRAMA SILVIO SANTOS
PROGRAMA FAUSTÃO
HORA DO FARO
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:01:19-00:01:25
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:01:33-00:02:04
ELAS ESTÃO INDO PRAS NOVAS MÍDIAS.
NÓS TIVEMOS O PADRÃO DA GLOBO DE
QUALIDADE MUITO TEMPO, MAS ISSO AÍ É
UMA QUESTÃO QUE, HOJE EM DIA, SE
PERDEU UM POUCO, A PRÓPRIA GLOBO
ESTÁ REVENDO ESSES PADRÕES,
EXPERIMENTANDO MUITAS LINGUAGENS
E TAMBÉM QUESTÕES TÉCNICAS POR
CONTA DESSAS TRANSFORMAÇÕES
TODAS QUE NÓS ESTAMOS VIVENDO.
ENTÃO É UM DEBATE BOM DE SER
TRAVADO MAS AINDA NÃO ESTÁ NEM NO
COMEÇO, NEM, MUITO LONGE AINDA DE
SER FINALIZADO.
“OS DEZ MANDAMENTOS” CONCORRENDO
AGORA COM A NOVELA DA GLOBO, MAS
ISSO PODE SER UMA SITUAÇÃO
ESPORÁDICA POR QUE A GLOBO TEM UMA
MÁQUINA DE PRODUZIR NOVELAS QUE É
UMA COISA FANTÁSTICA E MONTADA HÁ
MUITO TEMPO E A RECORD TEM QUE
PROVAR ISSO, (ELA TEM QUE FAZER),
DEMONSTRAR PRO PÚBLICO QUE “OS DEZ
MANDAMENTOS” NÃO É UM SUCESSO
ESPORÁDICO, TEM QUE TER
CONTINUIDADE À ISSO.
A QUALIDADE DEPENDE DE SER CAPAZ DE
DIALOGAR E DE ATENDER A AUDIÊNCIA.
O QUE PODE ACONTECER É QUE NO
CONJUNTO ALGUNS PROGRAMAS
TENHAM PERFORMANCE AQUÉM DO QUE
SERIA DESEJÁVEL DE (MICRO PAUSA) NO
QUESITO ATRAÇÃO DE PÚBLICO, MAS NO
CONJUNTO É PRECISO HAVER A
EFICIÊNCIA NESSE PONTO.
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
DIZER QUE A QUALIDADE ESPANTA A
AUDIÊNCIA É UMA DESCULPA PARA UMA
COISA QUE NÃO TEM QUALIDADE.
O DESAFIO É ATRAIR AUDIÊNCIA COM
PROPOSTAS QUE COMO EU DIGO,
ALMEJAM O INVISÍVEL, ALÉM DO VISÍVEL,
SEJAM AMBICIOSAS EM TERMOS
ESTÉTICOS, MAS AINDA ASSIM
69
EUGÊNIO BUCCI
VT 1 - 00:09:08-00:09:15
ARTE -CREDIBILIDADE DA
INFORMAÇÃO
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:00:09-00:00:21
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:02:21-00:02:45
VT I LOVE PARAISÓPOLIS
VT - JN
VT – A REGRA DO JOGO
FRANCISCO MACHADO
VT 5 - 00:08:54-00:10:01
VT JORNAL NACIONAL
VT SBT BRASIL
CONVENÇÃO, É... GRANDES
CONTINGENTES DE PÚBLICO, TÁ. NÃO HÁ
SEPARAÇÃO ENTRE TER PÚBLICO E TER
QUALIDADE. O DESAFIO É CONJUGAR
ESSAS DUAS COISAS.
PRA HAVER QUALIDADE EM
COMUNICAÇÃO É INDISPENSÁVEL QUE
EXISTA A COMUNICAÇÃO.
BG
EU ACHO QUE A GLOBO TEM UMA GRADE
DE PROGRAMAÇÃO MUITO DEFINIDA E HÁ
MUITOS ANOS, QUE É NOVELA, JORNAL,
NOVELA, JORNAL E AÍ OU É LINHA DE
SHOWS.
O HORÁRIO NOBRE NA TELEVISÃO
BRASILEIRA, O PRIME TIME DA DA
TELEVISÃO BRASILEIRA, SEMPRE FOI UM
TELEJORNAL E DUAS NOVELAS. UMA
NOVELA ANTES, TELEJORNAL, UMA
NOVELA DEPOIS. ISSO É A FORMULA
CLÁSSICA DO HORÁRIO NOBRE DO
BRASIL. ENTÃO, O TELEJORNALISMO
CUMPRE UM PAPEL ESTRUTURANTE DO
HORÁRIO NOBRE E TAMBÉM É ASSIM
FORA DO BRASIL
ACREDITAVA-SE QUE O JORNALISMO ERA
O CARRO-CHEFE DE TODAS AS
EMISSORAS, TANTO QUE O COMERCIAL É
MAIS CARO, MAS HOJE NÓS ESTAMOS
VENDO QUE ISSO NÃO É TÃO VERDADE
ASSIM, MUITOS ACREDITAM QUE, SE O
JORNAL NACIONAL SAIR DESSE, DESSE
FORMATO NOVELA DAS SETE, JORNAL E
NOVELA DAS OITO, A AUDIÊNCIA DELE
VAI SER MUITO MENOR, MUITOS
ACREDITAM QUE A AUDIÊNCIA DELE É
RESULTADO DO QUE AS PESSOAS ESTÃO
ESPERANDO A PROGRAMAÇÃO CHEGAR, E
AÍ, COM O HABITO DE FICAR NA REDE
GLOBO, POR ENI MOTIVOS, COLOCA-SE NA
REDE GLOBO E FICA LÁ. É, O SBT UNS
ANOS ATRÁS TIROU TODO O JORNALISMO
DO AR, FICOU APENAS COM O EXIGIDO
POR LEI DE CINCO POR CENTO, E EXIBIA
CINCO HORAS DA MANHÃ E REPETIA SEIS
HORAS DA MANHÃ, ENTÃO FICOU UM
70
JORNAL DA RECORD
ESCALADA JORNAL NACIONAL
ESCALADA SBT BRASIL
ESCALADA RECORD
FLÁVIO RICCO
VT 1 - 00:00:33-00:00:43
EUGÊNIO BUCCI
VT 2 - 00:03:34-00:04:37
VT BRASIL URGENTE
VT CIDADE ALERTA
TEMPO SEM TER O TELEJORNAL A NOITE.
ISSO CRIOU MAIS UM CONSTRANGIMENTO
DO QUE UM PROBLEMA DE
FATURAMENTO, ENTÃO A GENTE FALAR
QUE O JORNALISMO, ELE É
IMPORTANTÍSSIMO, MAS VEM SOFRENDO
HOJE POR QUESTÕES DE FORMATO, ELE
TEM QUE SE ADEQUAR PRINCIPALMENTE
NA QUESTÃO DAS GRANDES CIDADES,
TALVEZ UM JORNALISMO MUITO MAIS DE
SERVIÇO DO QUE INFORMATIVO, POR QUE
A INFORMAÇÃO POR SI SÓ NÓS JÁ TEMOS
NA INTERNET
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
ALGUÉM TERIA QUE DESCOBRIR UMA
FÓRMULA DIFERENTE QUE ATENDESSE O
TELESPECTADOR DA MEMA MANEIRA.
(ENTREVISTADO ARRUMA SUA POSTURA
NO SOFÁ). POR ENQUANTO ISSO NÃO FOI
POSSÍVEL.
O JORNAL NACIONAL HOJE NO BRASIL,
QUE LIDERA É UM BOM TELEJORNAL, AS
VEZES É ÓTIMO. ELE NUM... NUM FAZ
CONCESSÕES AO SENSACIONALISMO.
PELO MENOS NÃO FAZ CONCESSÕES
GRAVES AO SENSACIONALISMO. NÃO É
UM JORNALISMO QUE TÁ MOSTRANDO
CADÁVERES, QUE TÁ, E US PROGRAMAS
QUE FAZEM ISSO NA TELEVISÃO,
NORMALMENTE NO FINAL DA TARDE,
COMEÇO DA NOITE, ELES CONSEGUEM UM
BOM NÍVEL DE AUDIÊNCIA, MAS NÃO
CONSEGUEM UM NÍVEL RETUMBANTE DE
AUDIÊNCIA, E NÃO MANTEM
CREDIBILIDADE E RESPEITABILIDADE.
ENTÃO ISSO FUNCIONA NO MÉDIO PRAZO,
OU FUNCIONA PARA UMA MÉDIA
AUDIÊNCIA, MAS NÃO É UMA RECEITA
BOA PRA ATRAIR ANUNCIANTES E PRA
CONSTRUIR CREDIBILIDADE E
RESPEITABILIDADE DE UM CANAL, DE
UMA EMISSORA, ENTÃO, TODAS FAZEM
TUDO PRA TER AUDIÊNCIA, SÓ QUE UMAS
FAZEM COM MAIS INTELIGÊNCIA E MAIS
TALENTO, MAS TODAS ESTÃO ATRÁS DA
AUDIÊNCIA.
71
RICARDO MONTEIRO
VT 3 - 00:01:47-00:02:20
ARTE -FUTURO DA TV ABERTA
FRANCISCO MACHADO
VT 4 - 00:06:12-00:07:22
ANTENA
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:03:46-00:04:34
FRANCISCO MACHADO
VT 4 - 00:01:50-00:02:07
O PAÍS ELE É SEMPRE ANSIOSO POR
NOVIDADES, O PAÍS GOSTA DO
TELEJORNALISMO E VOCÊ TEM ISSO EM
ABUNDÂNCIA. VARIAÇÕES DE AUDIÊNCIA
DEPENDEM DO TEMA QUE TÁ SENDO
ABORDADO NO MOMENTO. ENTÃO SE
ALGUÉM TIVER FALANDO DO
IMPEACHMENT DE UM PRESIDENTE, A
AUDIÊNCIA PODE SUBIR POR QUE TODO
MUNDO QUER SABER O QUE TÁ
ACONTECENDO. SE A NOTÍCIA FOR
AQUELA NOTÍCIA QUE TODO MUNDO JÁ
VIU E NÃO INTERESSA, A AUDIÊNCIA VAI
DESCER POR QUE ALGUÉM JÁ VIU E
PORTANTO VOCÊ NÃO TEM INTERESSE,
NÃO TEM RELEVÂNCIA, ENTÃO. É
ALTAMENTE VOLÁTIL. MAS O INTERESSE
POR NOTÍCIA SEMPRE VAI TER.
BG
NÓS ESTAMOS AÍ VENDO QUE, ATÉ 2018,
TODO O BRASIL, ESPERA-SE, ESTEJA JÁ
COM O SINAL ANALÓGICO DESLIGADO,
MAS NÓS TEMOS UM PROBLEMA MUITO
GRANDE, NÓS TEMOS HOJE UM LEGADO
DE SESSENTA E CINCO MILHÕES DE
APARELHOS DE TELEVISÃO QUE SÃO DE
TUBO, E ESSAS PESSOAS NÃO ESTÃO
SENDO INFORMADAS, CORRETAMENTE
AINDA, DE QUE ELAS VÃO TER OU DE
TROCAR DE TELEVISÃO OU QUE COMPRAR
O “CONVERSOR”, E ELAS VÃO FICAR SEM
TELEVISÃO DO DIA PRA NOITE, QUANDO O
SINAL FOR DESLIGADO, NO OUTRO DIA
ELAS NÃO RECEBEM MAIS O SINAL.
NÓS ESTAMOS ÀS VÉSPERAS AÍ, SEGUNDO
O GOVERNO, DE DESLIGAR A TV
ANALÓGICA, O QUE NÃO VAI SER
POSSÍVEL DESLIGAR NOS PRAZOS
PREVISTOS PELO GOVERNO. ESSE BRASIL
TÁ MUITO ACOSTUMADO A DECIDIR
COISAS POR DECRETO, SEM VERIFICAR E
SEM ANALISAR A POSSIBLIDADE DISSO
ACONTECER NA PRÁTICA. HOJE A ÚNICA
FORMA DE LAZER QUE O BRASILEIRO TEM
É A TELEVISÃO GRATUITA.
A PRIMEIRA MUDANÇA É A QUALIDADE
TÉCNICA E ARTÍSTICA, NÉ, O SOM E A
IMAGEM, É, SÃO MUITO SUPERIORES AO
72
ELMO FRANCFORT
VT 2 - 00:03:06-00:03:44
FINAL
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:03:20-00:03:45
ELMO FRANCFORT
VT 2 - 00:06:10-00:06:12
FLÁVIO RICCO
VT 2 - 00:05:22-00:05:45
RICARDO MONTEIRO
VT 2 - 00:08:48
VINHETA ANTIGA RECORD
VINHETA ANTIGA GLOBO
VINHETA ANTIGA SBT
QUE A GENTE ESTAVA ACOSTUMADO A
VER, E, HOJE EM DIA QUALQUER OLHO,
NÃO PRECISA SER TREINADO, NÃO
PRECISA NEM SER DA ÁREA CONSEGUE
IDENTIFICAR UMA IMAGEM QUE É
DIGITAL DE UMA IMAGEM QUE NÃO É
DIGITAL
A TELEVISÃO ATUAL ELA TÁ NUM
MOMENTO DE PENSAMENTO, DE REFLEXO
PORQUE AS NOVAS MÍDIAS CHEGARAM,
FINALMENTE A TV DIGITAL VAI.. ELA JÁ
SURGIU... MAS VAI... VAI DE VEZ
ACONTECER PRA QUE A TV ANALÓGICA
SAIA E A TV DIGITAL ASSUMA A POSIÇÃO
OFICIAL. MAS JUSTAMENTE COM ISSO
VOCÊ TEM A INTERNET PEGANDO O
CAMINHO, O NETFLIX, E VÁRIAS OUTRAS
MÍDIAS QUE SÃO RELACIONADAS AÍ, A
TELEFONIA, VOCÊ TÁ MUDANDO OS
HÁBITOS DO BRASILEIRO.
A TELEVISÃO ABERTA NO BRASIL NUNCA
VAI MORRER, O QUE VAI ACONTECER É
UMA SEGMENTAÇÃO, POR EXEMPLO, A
TELEVISÃO PAGA ELA VAI FICAR COM AS
SÉRIES COM OS FILMES, ATÉ COM
ESPORTES. MAS A TELEVISÃO ABERTA
ELA NUNCA VAI DEIXAR DE APRESENTAR
O JORNALISMO E NUNCA VAI DEIXAR DE
TER TELEDRAMATURGIA DE QUALIDADE.
O PÚBLICO NUNCA VAI ABRIR MÃO DA
TELEVISÃO ABERTA
O FUTURO ESTÁ NA NOSSA CARA
O HORÁRIO NOBRE VAI CONTINUAR
SENDO HORÁRIO NOBRE, VAI CONTINUAR
SENDO PROCURADO PELA DOS
TELESPECTADORES, EMBORA HOJE
EXISTA, HOJE EXISTA E NÓS NÃO
PODEMOS NEGAR ISSO, OUTRAS FORMAS
DAS PESSOAS BUSCAREM LAZER, QUE É A
INTERNET, TELEFONE CELULAR ETC E
TAL. MAS A TELEVISÃO É A TELEVISÃO.
A TV PREDOMINA!!!
SOBE SOM
SOBE SOM
SOBE SOM
73
3.6 Lançamento do produto no mercado
O produto poderá ser lançado no mercado de forma a ser exibido em canais de
televisão que tenham o perfil informativo. Por se tratar de um documentário pode ser
referência para novos estudos sobre o assunto.
3.7 Custos de Execução do Projeto Experimental
Como custos reais deste Trabalho de Conclusão de Curso estão: as despesas com
relatório técnico e a produção do vídeo.
3.7.1 Relatório Técnico
A seguir a tabela 7 apresenta os custos com o desenvolvimento do relatório técnico.
Tabela 7 – Custos de Execução do Relatório Técnico
Relatório Valor (R$)
Cópias e impressão 265,00
Encadernações 135,00
Total 400,00
3.7.2 Documentário
A seguir a tabela 8 apresenta os custos com o desenvolvimento do produto. Vale
ressaltar que foi necessária a aquisição de uma câmera filmadora digital e o cartão de
memória para a captação das imagens e depoimentos realizados fora da cidade de Araçatuba,
em São Paulo, isto porque, os entrevistados residem naquele município. A compra da câmera
foi custeada por todos os integrantes e ao final, ficará para um deles.
Tabela 8 – Custos de Execução do Documentário
Produto Valor (R$)
Câmera Filmadora Nikon HD 2.000,00
Cartão de memória 32GB 90,00
74
Locomoção (passagens, táxis) 1.320,00
Hospedagem 320,00
Alimentação 590,00
DVDs 10,00
Telefone 60,00
Edição de vídeo 300,00
Total 4.690,00
O custo total de execução deste Projeto Experimental foi de R$5.090,00.
3.7.3 Orçamento
Para o desenvolvimento de um documentário com 30 minutos e com captação de
externa, foi contatada por telefone uma produtora de vídeo que passou o orçamento no valor
de R$12.800,00.
75
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que este Trabalho de Conclusão de Curso contribuiu muito para a
formação jornalística destes quatro pesquisadores, principalmente para a condução do produto
audiovisual. Desde a concepção, elaboração e apresentação do presente trabalho acadêmico,
pode-se demonstrar a satisfação com o resultado da pesquisa realizada e do produto final
(documentário No Ar: Faixa Nobre).
O objetivo geral deste trabalho foi possibilitar que se torne referência para novos
estudos e o debate intelectual-acadêmico sobre o fenômeno do Horário Nobre entre os
veículos de comunicação, os pesquisadores e estudantes da área. Tem-se consciência de que o
trabalho não esgota nem “de longe” as possibilidades de debates sobre o tema, ao contrário,
consiste justamente em um autêntico convite ao labor da pesquisa e discussão sobre a
televisão, tendo em vista a implantação da TV Digital e as novas formas de se fazer televisão
no Brasil disputando a audiência com outras mídias. Acredita-se que a meta foi atingida com
a excelência esperada.
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Candido José Mendes de; ARAÚJO, Maria Elisa de. As Perspectivas da
Televisão Brasileira ao Vivo. Rio de Janeiro: Imago: Centro Cultural Mendes, 1995. 210 p.
BRANDÃO, Cristina; COUTINHO, FIGUEIRA LEAL, Paulo Roberto. Televisão, Cinema e
Mídias Digitais. Florianópolis: Insular, 2012. 329 p.
BUCCI, Eugênio (org.). A TV aos 50: criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário.
São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000.
CARVALHO, Alexandre; DIAMANTE, Fábio; BRUNIERA, Thiago; USTCH, Sérgio.
Reportagem na TV: Como fazer, como produzir como editar. São Paulo: Contexto, 2010.
CLARK, Walter com Gabriel Priolli. O campeão de audiência: uma autobiografia. São Paulo:
Editora Best Seller, 1991. (fora de edição)
CRUZ NETO, João Elias. Reportagem de Televisão: Como Produzir, Executar e Editar.
Petrópolis: Vozes, 2008.
FRANCFORT, Elmo. Televisão em três tempos: três épocas de um Brasil que viu surgir a
televisão em preto e branco, cores e digital. Jundiaí, SP: Editora In House, 2014. 328 p.
GOULART RIBEIRO, Ana Paulo; SACRAMENTO, Igor; ROXO, Marco. História da
televisão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2010. 347 p.
MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. 3ª ed. – São Paulo: Editora Senac, 2003.
MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional: a notícia faz história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2005.
MIRA, Maria Celeste. Circo eletrônico: Silvio Santos e o SBT. São Paulo: Ed. Loyola.
PEREIRA JR, Luiz Costa. A vida com a TV: o poder da televisão no cotidiano. São Paulo:
SENAC, 2002.
PRETI, Dino. A linguagem da TV: O impasse entre o falado e o escrito, in: NOVAES,
Adauto (org.), Rede Imaginária: Televisão e Democracia. São Paulo: Cia. Das Letras/
Secretaria Municipal de Cultura, 1992, p. 232-9.
OLIVEIRA SOBRINHO, J. B. (José Bonifácio). O livro do Boni. Rio de Janeiro: Casa da
Palavra, 2011. 463 p.
77
REDE GLOBO DE TELEVISÃO. Manual de Redação da Central Globo de telejornalismo.
Rio de Janeiro: Rede Globo, 1988.
RIBEIRO, Sonia Maria. A linguagem coloquial no telejornalismo: marcas e variações.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Letras da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, 1988.
SILVA, Carlos Eduardo Lins. Muito além do Jardim Botânico – um estudo sobre a audiência
do Jornal Nacional da TV Globo entre trabalhadores. São Paulo: Summus, 1985.
SODRÉ, Muniz; PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.
SOUZA, José Carlos Aronchi de. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo:
Summus Editorial, 2004.
VIZEU, Alfredo. O telejornalismo como lugar de referência e a função pedagógica. Famecos,
Porto Alegre, n.40, p.77-83, 2009.
78
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
BARADON, Flávia Bizinella. Inovcom - Revista Brasileira de Inovação Científica em
Comunicação. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/ revistas/index.php/
inovcom/article/view/306/299> Acesso em: 11 mar. 15.
Blog do Nilson Xavier. Disponível em: <http://nilsonxavier. blogosfera.uol.
com.br/2014/imperio-levanta-o-horario-nobre-da-globo-mas-ainda-nao-para-o-brasil/>.
Acesso em: 08 mar. 2015.
CANATTA, Fábio. Tv e segunda tela: uma análise do horário nobre no Twitter. Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Disponível em:
<http://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5648>. Acesso em: 11 mar. 2015.
GARCÍA, Jaime Barroso, Realización de los Géneros Televisivos, 1ª ed., Madrid, Editorial
Síntesis, 1996. Retirado do site < http://www.ipv.pt/forumedia/4/17.htm > Acesso em: 07 ago.
2015.
Informações retiradas do estudo. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/
pdfs/152410570687854250038456548030505924092.pdf > Acesso em 07 ago.2015.
Observatório da Televisão. Banco de dados. Disponível em:
<http://observatoriodatelevisao.com.br/globo-registra-pior-audiencia-horario-nobre/>. Acesso
em: 09 mar. 2015.
Portal do Jornal GGN - <http://jornalggn.com.br/noticia/a-nova-linguagem-do-jornalismo-0>
Acesso em: 30 abr 2015.
SUZIN, Raphaela Orlando: NEGRINI, Michele. Reflexão sobre o telejornalismo no horário
nobre: um estudo comparativo do Jornal Nacional e do Jornal da Record. Revista Anagrama:
Revista Científica Interdisciplinar da Graduação, Janeiro-junho 2014. Disponível em:
<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/8685/7957>
Acesso em: 09 mar. 2015.
TELEVISÃO: ciência no horário nobre. Revista Fapesp, São Paulo. Disponível em:
<http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/1999/08/fapesp_45-10.pdf> (TV Cultura
veicula tema ciência no horário nobre). Acesso em: 08 mar. 2015.
79
ANEXOS
80
ANEXO A – PAUTAS
81
Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 1
PAUTA 1 DATA DE
GRAVAÇÃO: 16/09/2015
REPÓRTER:
MAURÍCIO TOLOMEI
DA SILVA
PRODUÇÃO: HUGO SANTOS
ROCHA
RAPHAEL NARCIZO
DOS SANTOS
THIAGO DE ARAÚJO
COELHO
RETRANCA: TV DIGITAL GANCHO: CONCEITOS DE HORÁRIO NOBRE
ENTREVISTADO:
FRANCISCO MACHADO FILHO
DOUTOR E PESQUISADOR EM COMUNICAÇÃO
SOCIAL DA UNESP - BAURU
DATA: 16/09/2015
LOCAL: CAMPUS DA UNESP DE BAURU
MATERIAL NECESSÁRIO:
CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,
PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE
MEMÓRIA.
IMAGENS:
IMAGENS DO ENTREVISTADO.
PROPOSTA:
OBTER A VISÃO DO ENTREVISTADO SOBRE O
CONCEITO DE HORÁRIO NOBRE E SOBRE A
IMPLANTAÇÃO DA TV DIGITAL.
PERGUNTAS:
COMO PESQUISADOR DA ÁREA DE TV , COMO
VOCÊ DEFINE O HORÁRIO NOBRE NA TV
BRASILEIRA?
POR QUE VOCÊ ACHA QUE FOI O CRIADA
DENOMINAÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?
VOCÊ CONHECE OUTROS ESTUDOS QUE
TRAGAM UMA DENOMINAÇÃO PARA O
TERMO HORÁRIO NOBRE?
QUAL É A FUNÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?
O QUE É AUDIÊNCIA?
O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS
APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS
DE PESQUISA E/OU EMISSORAS PARA A
MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA?
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA AUDIÊNCIA
PARA UMA EMISSORA DE TV?
VOCÊ ACHA QUE A BUSCA PELA AUDIÊNCIA
PODE GERAR A PRODUÇÃO DE PROGRAMAS
DE BAIXA QUALIDADE? POR QUÊ?
COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DE
UM PROGRAMA OU DE UMA PROGRAMAÇÃO
TELEVISIVA?
COM A CHEGADA DA TV DIGITAL, O QUE
MUDOU PARA A QUALIDADE DA PRODUÇÃO
AUDIOVISUAL NO BRASIL?
O QUE É TV DIGITAL?
O QUE VOCÊ ACHA SOBRE O SISTEMA DE TV
DIGITAL ESCOLHIDO PELO GOVERNO
BRASILEIRO?
VOCÊ ACREDITA QUE A QUALIDADE DA TV
BRASILEIRA ESTÁ ASSOCIADA A AUDIÊNCIA
OU NÃO? POR QUÊ?
UM PROGRAMA DE BAIXA AUDIÊNCIA PODE
SER CONSIDERADO DE BAIXA QUALIDADE?
NÃO, SIM, POR QUÊ?
COM A INTERNET, O PÚBLICO
TELESPECTADOR MIGROU DA TV PARA ESSE
MEIO? POR QUÊ?
NA SUA OPINIÃO, COMO DEVEMOS
DENOMINAR O PÚBLICO TELESPECTADOR
ATUALMENTE NO BRASIL?
O GÊNERO INFORMATIVO, EM ESPECIAL O
TELEJORNALISMO, PODEM INTERFERIR NO
82
AUMENTO DA AUDIÊNCIA DENTRO DO
HORÁRIO NOBRE? POR QUÊ?
DENTRE AS EMISSORAS DE TV, GLOBO,
RECORD E SBT, QUAL VOCÊ, ENQUANTO
PESQUISADOR, ACREDITA QUE "FAÇA DE
TUDO" PARA ALCANÇAR A AUDIÊNCIA? E O
QUE É FEITO?
DAS EMISSORAS CITADAS, QUAL VOCÊ
CLASSIFICARIA SER A QUE MELHOR EXIBE O
HORÁRIO NOBRE DE QUALIDADE, POR QUÊ?
O QUE VOCÊ PENSA SOBRE OS ÍNDICES DE
AUDIÊNCIA DIVULGADOS PELOS INSTITUTOS
DE PESQUISA, EM ESPECIAL, O IBOPE?
83
Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 2
PAUTA 2 DATA DE
GRAVAÇÃO:
05/10/2015
REPÓRTER:
HUGO SANTOS
ROCHA
PRODUÇÃO:
MAURICÍO TOLOMEI
DA SILVA
RAPHAEL NARCIZO
DOS SANTOS
THIAGO DE ARAUJO
COELHO
RETRANCA: CRÍTICA GANCHO: A CRITICA NO HORÁRIO NOBRE
ENTREVISTADO:
FLÁVIO RICCO
JORNALISTA E CRITICO DE TV
DATA: 05/10/2015
LOCAL: RESIDÊNCIA – MORUMBI, SÃO
PAULO.
MATERIAL NECESSÁRIO:
CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPE,
CARTÃO DE MEMORIA, PILHA, BATERIA,
CARREGADOR.
IMAGENS:
ENTREVISTADO
PROPOSTA:
OBTER RESPOSTA DO ENTREVISTADO A
CERCA DO ASSUNTO ABORDADO.
PERGUNTAS:
COMO CRITICO DE TELEVISÃO, QUAL SUA
VISÃO SOBRE O HORÁRIO NOBRE DA
TELEVISÃO BRASILEIRA?
O QUE VOCÊ ACHA DOS PROGRAMAS DE
NOTÍCIAS, COMO OS TELEJORNAIS, SEREM
UTILIZADOS COMO PRODUTO EM BUSCA DE
AUDIÊNCIA?
ATUALMENTE, A CREDIBILIDADE DO
JORNALISMO INTERFERE DE QUE FORMA NA
ESCOLHA DOS PROGRAMAS QUE SERÃO
EXIBIDOS NO HORÁRIO NOBRE?
VOCÊ É A FAVOR DAS EMISSORAS BUSCAREM
A AUDIÊNCIA A QUALQUER CUSTO? POR
QUÊ?
VOCÊ ACREDITA QUE O HORÁRIO NOBRE NA
TV BRASILEIRA TEM PROGRAMAS DE BOA
QUALIDADE?
COMO VOCÊ CLASSIFICA E O QUE PRECISA
TER UM PROGRAMA TELEVISIVO PARA SER
CONSIDERADO DE BOA QUALIDADE.
NA SUA OPINIÃO, QUAL É O FUTURO DA TV
ABERTA NO BRASIL SE O PÚBLICO
TELESPECTADOR MIGRAR NA SUA MAIORIA
PARA INTERNET?
NA SUA OPINIÃO, O HORÁRIO NOBRE PODE
PERDER AUDIÊNCIA E DEIXAR DE SER
VALIOSO PARA OS ANUNCIANTES? COMO
ISSO PODE ACONTECER?
QUAL EMISSORA, NA SUA VISÃO, MAIS
VALORIZA O HORÁRIO NOBRE NA TV
BRASILEIRA? DE QUE FORMA?
A CRITICA AOS PROGRAMAS EXIBIDOS NO
HORÁRIO NOBRE É DIFERENTE DOS DEMAIS
PROGRAMAS FORA DESSA FAIXA DE
HORÁRIO?
O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS
APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS
DE PESQUISA PARA A MEDIÇÃO DE
AUDIÊNCIA?
84
Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 3
PAUTA 3 DATA DE
GRAVAÇÃO: 06/10/2015
REPÓRTER:
HUGO SANTOS
ROCHA
PRODUÇÃO: MAURÍCIO TOLOMEI
DA SILVA
RAPHAEL NARCIZO
DOS SANTOS
THIAGO DE ARAÚJO
COELHO
RETRANCA: PESQUISA GANCHO: A HISTÓRIA DO HORÁRIO NOBRE
NA TV
ENTREVISTADO:
ELMO FRANCFORT
COORDENADOR DO CENTRO DE MEMÓRIA
PRÓ-TV / MUSEU DA TELEVISÃO
DATA: 06/10/2015
LOCAL: RUA VARGEM DO CEDRO, 140 -
SUMARÉ, SÃO PAULO - SP
MATERIAL NECESSÁRIO:
CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,
PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE
MEMÓRIA.
IMAGENS:
IMAGENS DO ENTREVISTADO.
PROPOSTA:
MOSTRAR A PESQUISA HISTÓRICA DA TV E
SEUS ACONTECIMENTOS AO LONGO DO
TEMPO.
PERGUNTAS:
FALE UM POUCO SOBRE O PAPEL DO MUSEU
DA TELEVISÃO.
QUAL É O HORÁRIO DE
ATENDIMENTO/FUNCIONAMENTO.
O QUE TEM NO MUSEU DA TELEVISÃO?
É ABERTO PARA VISITAÇÃO PÚBLICA? TEM
QUE PAGAR?
COMO RESPONSÁVEL PELO MUSEU DA
TELEVISÃO, COMO VOCÊ DEFINE A
TELEVISÃO HOJE NO BRASIL?
COMO VOCÊ DEFINE O HORÁRIO NOBRE, DE
ONDE SURGIU O TERMO?
COMO VOCÊ CLASSIFICA A BUSCA DA
AUDIÊNCIA PELAS EMISSORAS DE TV
ATUALMENTE NO BRASIL?
COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DOS
PROGRAMAS TELEVISIVOS HOJE NO BRASIL?
SE TEM QUALIDADE, QUAIS OS CRITÉRIOS
QUE VOCÊ UTILIZA PARA DETERMINAR O
QUE É PROGRAMA TELEVISIVO DE BOA
QUALIDADE?
ANTIGAMENTE, COMO ERA A QUALIDADE DA
TV BRASILEIRA?
DA PROGRAMAÇÃO TELEVISIVA ANTIGA ATÉ
OS DIAS ATUAIS, TIVERAM MUDANÇAS? EM
QUE?
85
Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 4
PAUTA 4 DATA DE
GRAVAÇÃO:
22/10/2015
REPÓRTER:
RAPHAEL NARCIZO
DOS SANTOS
PRODUÇÃO: HUGO SANTOS
ROCHA
MAURÍCIO TOLOMEI
DA SILVA
THIAGO DE ARAÚJO
COELHO
RETRANCA: AUDIÊNCIA GANCHO: A GfK COMO INSTITUTO DE
MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA
ENTREVISTADO:
RICARDO MONTEIRO
DIRETOR GERAL DA DIVISÃO DE MEDIÇÃO DE
AUDIÊNCIA E INSIGHTS
DATA: 22/10/2015
LOCAL: RUA GOMES DE CARVALHO, 1510, 10º
ANDAR, VILA OLÍMPIA, SÃO PAULO – SP
MATERIAL NECESSÁRIO:
CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPÉ,
PILHAS, BATERIA, TRIPÉ E CARTÃO DE
MEMÓRIA.
IMAGENS:
IMAGENS DO ENTREVISTADO.
PROPOSTA:
MOSTRAR O NOVO INSTITUTO DE MEDIÇÃO
DE AUDIÊNCIA QUE ESTÁ SENDO
IMPLANTADO NO BRASIL, SUA ESTRUTURA E
IDEOLOGIA.
PERGUNTAS:
COMO O GFK DEFINE O HORÁRIO NOBRE NA
TELEVISÃO BRASILEIRA?
O QUE É O GFK E QUAL SUA IMPORTÂNCIA
PARA A TV NO BRASIL? (AQUI DEVERÁ DIZER
TAMBÉM SE AS PESQUISAS SÃO
CONTRATADAS POR ALGUMA EMPRESA, OU
PARTEM DO INSTITUTO O INTERESSE EM
APLICÁ-LAS?)
O QUE É AUDIÊNCIA SEGUNDO O GFK?
QUAIS SÃO OS MÉTODOS DE AFERIÇÃO DE
AUDIÊNCIA QUE O GFK UTILIZA?
SOBRE OS MÉTODOS DE AFERIÇÃO, PODERIA
EXPLICAR COMO OCORREM E COMO SÃO
APLICADOS?
QUAL É O UNIVERSO E AMOSTRA
PESQUISADA?
UM PONTO NO GFK SIGNIFICA QUANTAS
RESIDÊNCIAS ATINGIDAS?
NA OPINIÃO DO GFK, O QUE PODE ATINGIR A
QUEDA DA AUDIÊNCIA DE UM PROGRAMA
E/OU EMISSORA DE TV?
NA OPINIÃO DO GFK, O HORÁRIO NOBRE HOJE
NAS EMISSORAS DE TV NO BRASIL TEM SE
CARACTERIZADO COMO "NOBRE" MESMO
COM A MIGRAÇÃO DO PÚBLICO
TELESPECTADOR PARA A INTERNET?
QUAL É O PERFIL DE PÚBLICO
TELESPECTADOR HOJE DO HORÁRIO NOBRE
NA TV BRASILEIRA?
O TELEJORNALISMO, NA OPINIÃO DO GFK,
PODE INFLUENCIAR NO AUMENTO DA
AUDIÊNCIA DO HORÁRIO NOBRE? COMO?
86
Documentário No Ar: Faixa Nobre - PAUTA 5
PAUTA 5 DATA DE
GRAVAÇÃO:
05/10/2015
REPÓRTER:
HUGO SANTOS
ROCHA
PRODUÇÃO:
MAURICÍO TOLOMEI
DA SILVA
RAPHAEL NARCIZO
DOS SANTOS
THIAGO DE ARAUJO
COELHO
RETRANCA: PESQUISA GANCHO: CONCEITOS DE HORARIO NOBRE
ENTREVISTADO:
EUGENIO BUCCI
JORNALISTA E LIVRE DOCENTE PELA USP
DATA: 23/10/2015
LOCAL: PRÉDIO DA SUPERINTENDENCIA DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL - USP.
MATERIAL NECESSÁRIO:
CÂMERA, MICROFONE DE LAPELA, TRIPE,
CARTÃO DE MEMORIA, PILHA, BATERIA,
CARREGADOR.
IMAGENS:
ENTREVISTADO
PROPOSTA: OBTER RESPOSTA DO ENTREVISTADO A
CERCA DO ASSUNTO ABORDADO.
PERGUNTAS:
COMO PESQUISADOR DA ÁREA DE
COMUNICAÇÃO, COMO VOCÊ DEFINE O
HORÁRIO NOBRE NA TV BRASILEIRA?
POR QUE VOCÊ ACHA QUE FOI CRIADA A
DENOMINAÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?
VOCÊ CONHECE OUTROS ESTUDOS QUE
TRAGAM UMA DENOMINAÇÃO PARA O
TERMO HORÁRIO NOBRE?
QUAL É A FUNÇÃO DO HORÁRIO NOBRE?
O QUE É AUDIÊNCIA?
O QUE VOCÊ ACHA SOBRE OS MÉTODOS
APLICADOS ATUALMENTE PELOS INSTITUTOS
DE PESQUISA E/OU EMISSORAS PARA A
MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIA?
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA AUDIÊNCIA
PARA UMA EMISSORA DE TV?
VOCÊ ACHA QUE A BUSCA PELA AUDIÊNCIA
PODE GERAR A PRODUÇÃO DE PROGRAMAS
DE BAIXA QUALIDADE? POR QUÊ?
COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DE
UM PROGRAMA OU DE UMA PROGRAMAÇÃO
TELEVISIVA?
COM A CHEGADA DA TV DIGITAL, O QUE
MUDOU PARA A QUALIDADE DA PRODUÇÃO
AUDIOVISUAL NO BRASIL?
VOCÊ ACREDITA QUE A QUALIDADE DA TV
BRASILEIRA ESTÁ ASSOCIADA A AUDIÊNCIA
OU NÃO? POR QUÊ?
UM PROGRAMA DE BAIXA AUDIÊNCIA PODE
SER CONSIDERADO DE BAIXA QUALIDADE?
NÃO, SIM, POR QUÊ?
COM A INTERNET, O PÚBLICO
TELESPECTADOR MIGROU DA TV PARA ESSE
MEIO? POR QUÊ?
NA SUA OPINIÃO, COMO DEVEMOS
DENOMINAR O PÚBLICO TELESPECTADOR
ATUALMENTE NO BRASIL?
O GÊNERO INFORMATIVO, EM ESPECIAL O
TELEJORNALISMO, PODEM INTERFERIR NO
AUMENTO DA AUDIÊNCIA DENTRO DO
HORÁRIO NOBRE? POR QUÊ?
DENTRE AS EMISSORAS DE TV, GLOBO, SBT E
87
RECORD, QUAL VOCÊ, ENQUANTO
PESQUISADOR, ACREDITA QUE "FAÇA DE
TUDO" PARA ALCANÇAR A AUDIÊNCIA? E O
QUE É FEITO?
DAS EMISSORAS CITADAS, QUAL VOCÊ
CLASSIFICARIA SER A QUE MELHOR EXIBE O
HORÁRIO NOBRE DE QUALIDADE, POR QUÊ?
O QUE VOCÊ PENSA SOBRE OS ÍNDICES DE
AUDIÊNCIA DIVULGADOS PELOS INSTITUTOS
DE PESQUISA, EM ESPECIAL, O IBOPE?
88
ANEXO B - CONTATOS COM ENTREVISTADOS
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
ANEXO C – DECUPAGENS
102
DECUPAGEM 1 - ELMO FRANCFORT
Tempo
Vt 1 - Elmo
Imagem (descrição da
Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
00:00:00
00:00:28
00:01:40
00:03:10
00:03:26
Plano médio
Entrevistado coloca a mão
na orelha e finaliza a
resposta.
Final da resposta do
entrevistado e pergunta do
repórter.
Entrevistado faz careta
para reforçar o sentido da
sua fala.
Entrevistado coloca a mão
Como você define o horário nobre? De onde vem esse
termo?
O horário nobre ele é muito além da TV, porque isso é
uma tradição norte americana, mas isso ela vem ainda da
época do rádio, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.
É o horário onde as pessoas estão mais em casa, é o
horário considerado nobre porque é um horário onde você
tem maior número de pessoas assistindo ou no caso do
rádio, ouvindo.
Como você classifica a busca de audiência pelas
emissoras de TV atualmente no Brasil?
A busca pela... pela audiência das emissoras, eu falo que a
gente precisa repensar isso... porque assim a...isso já tá
começando a ser repensado por conta da migração pros
outros meios, as pessoas que não assistem mais a televisão
e estão indo para a internet ou pro Netflix. Então isso
precisa ser muito bem pensado porque antes era aquela
luta –ah vamos tentar fazer, quem consegue mais pontos,
menos pontos, só que sem pensar no conteúdo. E o
conteúdo precisa ser repensado... porque não dá para você
colocar qualquer tipo de produto no ar , qualquer produção
audiovisual e achar que as pessoas vão automaticamente
assistir. Então hoje em dia o que a gente tem a
preocupação de você ter um produto de baixaria, antes
você mudava o canal, hoje em dia não, vai migrando para
outros meios. Então é uma preocupação muito grande que
é preciso ter.
Como você classifica a qualidade dos programas
televisivos hoje no Brasil? Se tem qualidade, quais os
critérios que você utiliza pra determinar o que é um
programa de boa qualidade?
A qualidade ela tem que ser de modo geral, mas acho que
a melhor qualidade que tem que se ter numa televisão em
qualquer que seja o programa é respeito ao telespectador.
Essa vai ser o grande diferencial, independente se essa
qualidade e audiência seja quantitativa ou qualitativa. Ela
precisa pensar bem pra quem tá sendo direcionado e qual é
a função social que você por detrás disso. As vezes o
programa era feito de variedades sem uma grande
variedade, mas... ou senão um jogo sem ter algo por trás
dele que seja importante, que contribua pro telespectador.
E só assim o fazer por fazer não é por aí. Você tem que ter
conteúdo acima de tudo. Então ter a qualidade num
primeiro momento e sempre é você se preocupar com o
telespectador. Então pensar não apenas no número de
quadros, no conteúdo... que que vai ter como história,
vamos dizer uma novela. A novela precisa ter história... se
ela for fraca, os personagens não tiverem profundidade
por exemplo ... vai ser mais uma coisa, vai ser uma
novela... eu sempre digo que as novelas antigamente, eu
não falo antigamente de muito tempo atrás, de poucos
anos pra cá, você passava e âh.. passava o tempo né e
olhava pra trás e falava: “Caramba, essa novela é boa, teve
o fulano e fulano, teve o personagem tal. Agora hoje em
dia as novelas passam e você tenta lembrar uma novela,
você fala: “ Não eu acho que.. pera.. não eu acho que é a
103
00:04:39
00:06:54
no queixo.
Final da resposta e
pergunta do repórter.
outra” porque se confunde, falta profundidade, falta
história, coisas que aproxime as pessoas e é o que elas
estão indo pras novas mídias. A interatividade ela sempre
existiu, só que hoje em dia ela é uma interatividade
tecnológica. Antigamente era uma interatividade mesmo
do cara a cara, é uma coisa que veio do rádio, que é aquela
coisa de proximidade, você querer ter um colega, um
amigo do outro lado. E aí você quer agradar, então é um
namoro né. Na época das babás eletrônicas que que era
isso? Era a educação de uma criança. Hoje em dia a
criança se ela não for pra TV paga o que que ela vai ter na
TV aberta? Então a gente precisa ter uma pessoa próxima,
mesmo que essa pessoa seja um elenco inteiro. A televisão
precisa pensar nisso sempre.
Como era a qualidade da TV brasileira antigamente?
Aí a gente precisa pensar a qualidade de modo geral, mas
assim de épocas em épocas. Se você pensar em como era a
qualidade dos anos 50 era bem diferente dos anos 70.
Tanto que a TV em cores se tornou uma sobrevida para a
TV aberta, porque era um momento de muito
questionamento, muita crítica, porque a qualidade, a
baixaria... a coisa tava muito.. muito ligada e cada vez
maior. Então tava uma briga tanto pela audiência sem
pensar no conteúdo. Foi a época que teve o caso Sou sete
Da Lira, o..... nossa várias polêmicas bem ali no início dos
anos 70. E aí isso foi uma época muito confusa e foi uma
época de crise também. Que foi o período onde as
emissoras pegaram fogo, outras como a Excelsior
fecharam. Tinha o problema do governo militar, que a
ditadura não permitia que você colocasse coisa no ar, tinha
que passar por um crivo. Então tinha muita coisa no início,
mas se a gente pensar no que existia antes nos anos 50
pros anos 60 era uma programação de alto nível. Era uma
programação considerada até elitista, mas nós
empobrecemos num ponto, que inclusive quando eu
escrevi o Gabus Mendes, os grandes mestres do rádio e da
televisão, as declarações do Cassiano eu achei muito
interessante, que ele fala que o maior problema da TV
brasileira foram os direitos autorais. Por que? Porque
antes você conseguia fazer um Guimarães Rosa e várias
outras obras que não eram domínio público, mas não tinha
essa parte da legislação da televisão muito bem colocada e
não tinha vários impedimentos da... a lei do direito autoral
não era bem rígida e você conseguia levar esses grandes
clássicos até brasileiros pro público em geral. Hoje em dia
todo mundo quer tirar um dinheiro e aí o que acontece, a
televisão que tinha que ser um instrumento divulgação de
conhecimento acaba não tendo essa oportunidade, porque
precisa um alto preço pra você poder fazer grandes
histórias. Essas grandes histórias até em termos de
histórias infantis. Quanto tempo a gente demorou pra ter
novamente o sítio do pica-pau amarelo? E é uma coisa que
assim, você tem que ter uma negociação com a família do
Monteiro Lobato para acontecer. E a gente tá quase
próximo de virar domínio público. Então é uma questão
muito complexa que a gente tem que pegar sim. Agora a
gente tá passando por esse momento da TV paga, a
internet, de como é que é essa questão de direitos autorais.
E aí tem que se pensar novamente se isso não vai
prejudicar a evolução. É como os conteúdos antigos de
104
00:08:38
00:09:33
Final do primeiro
VT cortando a palavra
relacionamento.
televisão. Quanta coisa boa foi produzida poderia ser
reproduzida, ser reexibida? Infelizmente nós temos casos
como o canal Viva que está conseguindo, mas e o acervo
da Manchete, tem muita coisa que tá, foi salva e não pode
ser exibida por conta de direito autoral. Excelsior, Tupi,
nossa, Tupi, tem ainda, não é, claro, a produção toda, mas
ainda dá pra se exibir muita coisa e esbarra no direito
autoral. Você tem que ter um compromisso sim com as
pessoas que fizeram, mas não botar em altos preços os que
você acaba impedindo a exibição.
Então você acha que a produção de boa qualidade da
TV esbarra em direitos autorais, na maioria das vezes
em alguns casos?
Sim e aí as pessoas acabam procurando outros meios. Até
pra burlar isso e assim, “ah mas onde que a gente vai?
Como é que a gente vai fazer uma novela nova se não tem
tantos autores novos de qualidade. Porque tá faltando isso.
Eu acho que o maior ingrediente que a televisão tem e isso
é um ponto máximo da qualidade é a criatividade. É isso
que tá faltando. Porque a... você ter o respeito ao
telespectador também tem isso com a criatividade. Porque
você precisa criar um produto bom que o atraia e se você
não for criativo que graça tem você por exemplo, você
estar num relacionamen.. (Corta o vídeo)
VT 2
00:00:18
00:01:18
00:02:58
00:03:01
00:03:46
Início oficial da resposta
da primeira pergunta feita.
Som do repórter
concordando com a fala do
entrevistado ao fundo.
Final da resposta do
entrevistado.
Câmera se movimenta
durante a pergunta do
repórter para ajustar o
ângulo do entrevistado.
Elmo, fala um pouco sobre o papel do museu da
televisão, qual que é o horário de atendimento,
funcionamento dele, o que a gente pode encontrar
aqui? É aberto a visitação? Tem que pagar?
Então vamo lá... O museu da televisão, a sede aqui da pró
TV que a gente chama até de pré museu porque a nossa
ideia é ter uma sede que seja totalmente adaptada pras
necessidades do museu. A gente vai, mas de certa forma
improvisada, mas está acontecendo porque é uma
iniciativa que precisa existir e cada vez mais crescer. A
gente faz exposições fora, várias coisas externas e o
museu tá acontecendo com o apoio das emissoras. Nós
atualmente temos a Rede Globo de Televisão e a TV
Cultura, Fundação Padre Anchieta por trás e as outras
colaboram assim com o que a gente pede porque é a
história de todas elas. Nós funcionamos de segunda a
sexta das 10h às 18h, as visitas são agendadas,
normalmente tem grupos, tem várias outras coisas, nós
temos também o complexo de São Bernardo do Campo
chamado Cidade da TV que é uma parceria com a
prefeitura de São Bernardo do Campo , mas aqui a gente
tem um centro de memória. Só de fotos são praticamente
dez mil. Tem vídeos, tem.... é um mergulho. Agora pra
que serve isso? Não é apenas para preservar a memória. É
uma coisa que eu sempre brigo, nós não estamos olhando
pro passado da televisão, da radiodifusão né, do rádio, da
TV, um pouco até da comunicação porque mescla cinema,
mescla um todo, jornalismo impresso. Nós temos aqui a
função de preservar a essência da radiodifusão que muito
além. Então quando se fala do passado nos primeiros anos
é preservar a criatividade, a qualidade, ver o que que você
teve de erro e também de acerto. O que que a gente pode
fazer pensando no futuro da televisão, no futuro da rádio.
105
00:05:46
00:06:23
00:08:45
Mão do repórter entra no
plano.
Entrevistado aponta para
a própria boca
Entrevistado dá uma
gargalhada
Então no momento que o ... não apenas o Brasil mas o
mundo vive de crise, a gente precisa pensar nessas coisas.
Justamente porque é nessa época de crise, de guerra, de
qualquer coisa nesse sentido é que surgem as grandes
oportunidades. Então é você pensar nos princípios, nessas
questões é que o país vai também poder evoluir, porque
não dá pra você evoluir um país se o povo não evolui. E
uma das maiores ferramentas pra isso é o rádio e a
televisão. Então aperfeiçoando isso , pensando nesses
conceitos que nós trabalhamos pra preservar o futuro.
Como responsável pelo museu da TV, como você
define a televisão hoje no Brasil?
A televisão atual ela tá num momento de pensamento, de
reflexo porque as novas mídias chegaram, finalmente a
TV digital vai.. ela já surgiu... mas vai... vai de vez
acontecer pra que a TV analógica saia e a TV digital
assuma a posição oficial. Mas justamente com isso você
tem a internet pegando o caminho, o Netflix, e várias
outras mídias que são relacionadas aí, a telefonia, você tá
mudando os hábitos do brasileiro. Então é um momento
que a TV deve ser repensada, e repensada principalmente
no conteúdo, porque a tecnologia a gente já chegou, nós
estamos num amadurecimento... aliás, já amadurecemos,
estamos evoluindo nesse ponto, mas não se evolui de um
jeito sem se evoluir do outro. Do que adianta você ter um
carro sem motor? O carro não anda. Então é preciso disso.
Que que adianta receber um corpo sem alma. Então é a
hora da gente pensar no conteúdo, senão não adianta,
porque esse conteúdo é uma coisa que eu sempre falo do
rádio e da televisão. O conteúdo ele é importantíssimo
porque é a base para você pensar num todo. Se você
esquecer e não se preocupar com ele, as coisas vão.
assim.. Tomar uma proporção de o que que vai acontecer
com os formatos? O conteúdo ele é importante por que? O
que que acontece, a TV e o rádio, eles tão indo pro... eu
sempre pergunto: qual que é o futuro? Como eu enxergo o
futuro do rádio e da TV. O duro é o princípio. Qual é o
princípio básico do rato. Você ter uma pessoa que ouça o
som e fale para ouvir do outro lado, da televisão. A
imagem, a referência, independente se tiver numa tela,
num celular ou alguma... qualquer forma que seja o futuro.
Você tem que pensar no princípio, no básico, no.... Vamos
dizer... na essência porque aí você vai falar: pra quem eu
tô fazendo isso? Como é que que eu vou falar com a outra
pessoa. Pensa na conversa, como é que é o futuro da
televisão, na conversa, só que aí você também vai ter a
referência da imagem. Qual que é o futuro do rádio? A
mesma coisa, só que o áudio. Então é isso o princípio
básico. Aí querer inventar tecnologicamente, claro, você
pode inventar, mas isso não é o principal. O principal é
mensagem que você vai passar de um lado pro outro. Não
dá pra eu pensar assim: ah.. vai ser uma mudança
gigantesca. Gente... é a base, é o básico... é isso que vai
ser o futuro. O futuro está na nossa cara. Pode mudar,
podem ter outros formatos como por exemplo o Super
Star, até o Tomara que Caia que todo mundo tá caindo em
cima do programa. Parece piada pronta né: tomara que
caia... Mas ele é uma coisa interessante que é algo que é
algo que tinha no início da televisão e do rádio e que a
gente precisa pensar no futuro. Ousadia. Porque eles tão
106
VT 3
00:01:51
Entrevistado finaliza a
resposta com uma
gargalhada.
Entrada do VT 3
pensando na tecnologia, mas tão pensando em novas
formas de você aprimorar o conteúdo. Mas a gente tá num
momento que isso prejudica o programa Tomara que Caia,
porque como questão de bullying, de assédio, todas essas
coisas. Tudo que você faz piada é crime e o humor
brasileiro ele é baseado no deboche. Isso se você for ver é
muito além do que Chico Anysio, do que Os Trapalhões
... vai... imagina você falar de Mussum hoje em dia.
Mussum seria proibido. Então na verdade isso aí é uma
coisa do teatro, teatro de revista a muito mais... antes
mesmo de rádio e de televisão. É uma coisa bem, como eu
diria, da literatura até. Essa questão do deboche, da
brincadeira. Se você quebra isso e tira a naturalidade de
uma conversa mesmo, não vai ter humor. Humor do
brasileiro tá passando por um momento complicado
porque tudo é proibido. Então a gente tá num momento
delicado e uma coisa vai prejudicando a outra. E aí você
fala: mas... aah são atores, não são humoristas. Mas
quantos atores bons eles não são da área de, eles não são
humoristas em si, mas eles são, eles têm o time do humor.
Elias Gleizer, que infelizmente nos deixou, mas o Elias
Gleizer era a vida inteira, tinha aquele jeito de humor. O
Luís Gustavo, Eva Wilma, vixi... Nair Belo... Nair Belo
ela nunca foi humorista mas ela sempre fez papéis mais
ligados ao humor. Então tem essa questão e o Tomara que
Caia ele tá usando, ele tá se reformulando também para
achar o caminho certo, mas precisa dessas coisas, que
tenha tecnologia sim, porque é o futuro a tecnologia, mas
tecnologia com conteúdo. Se não tiver conteúdo, desliga a
TV, desliga o celular e tal e vai fazer outra coisa. Talvez
na literatura seja mais mágica.
Elmo, que emissora melhor valoriza o horário nobre
atualmente?
O horário nobre ele não dá nem pra você dizer uma
emissora em si. De praxe a gente falaria que consegue ter
mais qualidade e até mais técnica e estrutura que é a
Globo. E junto com isso, isso falando de TV aberta,
porque se for aí a TV a cabo, o horário nobre as vezes não
é nem exatamente nobre. É uma repetição de uma
programação que foi feita a tarde ou de manhã e aí é
reprisada a noite. Tem alguns programas de mais
qualidade nesses horários mais... não exatamente feito
naquele momento. Só em algumas. Tem GNT que tem uns
programas, Multishow tem alguns que são deslocados pra
ser atendido, mas aí a TV segmentada ela é um pouco
diferente. Ela tem um outro tipo de foco e é uma....
garante uma sobrevida. Já na TV aberta, cada um tem um
estilo, então valoriza o horário nobre de formas diferentes.
Eu aponto algumas coisas como no caso, a Globo, as
novelas, a qualidade das novelas mesmo assim precisando
dar uma mexida e tando nessa questão de você ter uma
história, você ter uma trama mais profunda, mas estão
tentando, eles estão tentando achar novos caminhos. A
Globo nas novelas e no jornalismo. A Record eu acho que
ela está apostando muito bem no caso do Dez
Mandamentos. Os Dez Mandamentos ele tá
surpreendendo, ele já é praticamente o fim do horário
nobre. Já quase não é horário nobre mas tá bem. O SBT tá
107
00:03:41
Entrevistado finaliza sua
resposta.
numa outra vertente. Isso eu acho interessante porque é
um novo panorama da TV aberta porque ela tá tentando
encontrar novos caminhos. O SBT, a vertente dela são
novelas que não é um público que nem a Globo e nem a
Record estão buscando, por exemplo as crianças.
Cúmplices de um Resgate é um bom exemplo. A
Bandeirantes com o jornalismo a mesma coisa. A Gazeta
também tem a sua questão, a Gazeta ela vai no arroz com
feijão. Ela vai se mantendo mais naquele padrão. Tem o
esporte, aí entra a parte que aía Bandeirante tem que é a
locação do horário bem no horário nobre pras igrejas e
depois volta e tem o jornalismo, o todo seu com o Roni
Von que já é fora do horário já. A RedeTv ela tá se
modificando, tá num outro patamar e a TV Cultura tá
passando por um momento delicado, mas ela sempre teve
uma preocupação geral com o horário nobre, inclusive
com o jornalismo. De você ter um jornalismo público,
analítico. Isso a rede cultura, Tv Cultura ela sempre teve
essa preocupação e pensar nas crianças. Então cada uma
tem sua contribuição. Não existe uma mais e outra menos.
Cada uma é uma grande família que um tá tentando
colaborar com o outro. Porque assim, se nenhuma delas
colaborarem uma com a outra é o mercado inteiro que
perde e nisso todos perdem pras novas mídias, quando na
verdade elas tem que se unir pra ter uma sobrevida
108
DECUPAGEM 2 – EUGÊNIO BUCCI
VT1
00:00:06
00:01:20
00:01:23
00:01:38
00:01:44
Plano médio
Pergunta 1:
Como pesquisador da área de comunicação, como você
define o horário nobre da TV brasileira?
Olha, eu não defino como pesquisador da área de
comunicação. Esse horário nobre, “prime time”, é uma
coisa que vem, uma cultura da indústria da comunicação
pra designar a “creme de la creme”, a cereja do bolo, é, a
parte mais nobre da carne. O termo nobre também é ruim,
por que. Mas assim, no fim, é o que custa mais caro. Então,
o horário nobre designa aquela faixa em que a inserção
comercial é mais cara, por que, ali estariam os ouvintes os
telespectadores mais interessantes para os anunciantes.
Trata-se de um conceito da indústria e um conceito
comercial, não tem nada a ver com ciências da
comunicação. A gente lida com isso como um dado do
nosso objeto, mas são eles que definem.
Pergunta2
Por que você acha que foi criada a denominação de
Horário Nobre?
Pra haver uma diferenciação de tabela de preços, é apenas
uma questão, é, como você comprar um ingresso pra um
jogo de futebol e sentar na cadeira melhor, ou viajar na
classe executiva. É uma questão de mercado isso aí.
Pergunta 3
O que é audiência ?
O termo audiência, é, até no inglês, que a palavra é
praticamente a mesma, ele tem algumas sutilezas que nós
precisamos levar em conta. A audiência pode ser o nome
do publico que está ligado naquele programa ou naquele
horário. E quando se fala em público, supõe-se a existência
de uma espécie de senso crítico, de autonomia conceitual.
O público pode designar, dependendo da escola,
dependendo da tradição teórica que a gente esteja se
referindo, o público designa uma audiência mais crítica.
Dizem né, que algumas características da indústria cultural
ou dos meios de comunicação de massa foi exatamente
transformar o público em massa, e aí se entende como
massa uma grande concentração de telespectadores, uma
multidão como ouvinte, como audiência, mas desprovida
das condições de fazer a crítica daquilo a que está tendo
acesso, não haveria interlocução crítica da massa com os
meios, mas há uma interlocução crítica entre o público e os
jornais. E a audiência é o nome que o mercado adota pra se
referir às pessoas que assistem ou que consomem ou que
interagem com determinada programação, e ela pode ser
quantificada e ela pode ser descrita em termos de
qualidade, de composição, composição de classe social, aí
outro vocabulário complicado, por que classe social nesse
universo não tem nada a ver com o conceito sociológico
de classe social, apenas um estamento, um segmento da
população que tem duas maquinas de lavar em casa, cinco
televisão, essas coisas. Então, o, a audiência normalmente
é um conceito de mercado também, quando alguém tá
falando “ a nossa audiência”, tá falando o público, a fatia
de público que a gente entrega para o nosso anunciante,
normalmente é isso.
109
00:04:39
00:04:42
00:05:34
00:05:39
00:08:14
00:08:27
Pergunta 4
Qual a importância da audiência para as emissoras de
TV?
Bom, é vital. Uma emissora de TV que não tem audiência
morre, a não ser que ela seja uma emissora pública, que é o
que acontece no brasil. O único caso de emissoras de
televisão sem audiência são as emissoras públicas do brasil
que só existem por que artificialmente põe dinheiro lá. Sem
audiência, sem público você não tem a comunicação,
então, qual a importância? A importância da audiência pra
uma emissora de televisão ou pra uma emissora de rádio ou
pra um portal ou pra um site, é como a importância da vida
para um corpo humano, se não tem audiência não tem vida
ali, é isso.
Pergunta 5
Você acha que a busca pela audiência pode gerar
produção de programas de baixa qualidade?
Pode. Mas aqui é um ponto interessante. Por que muita
gente fala eu tenho que fazer uma coisa ruim por que se
não eu não tenho público. Normalmente nesse caso quem é
ruim, antes do público, é o programador, é o editor, é o
responsável por aquela programação. Por que desde o
tempo do coliseu, no império Romano, as plateias gostam
de ver sangue, corpos nus, a nudez e a violência tem
arquétipos profundos, ancestrais e também correspondem
às duas pulsões instintivas da natureza humana, já segundo
até Freude, né, Freude fala da pulsão de vida e da pulsão de
morte. Eros e Tânatos: Eros sexo e Tânatos morte. Mais
tarde ela até aproxima uma coisa da outra, uma coisa
recobre a outra, uma coisa é inseparável da outra. Mas é
óbvio que com sexo e com violência algo ali interessa pros
olhos das pessoas. Mas não precisa ser ruim. Então, a baixa
qualidade é mais culpa da incompetência, do despreparo,
da estreiteza de quem propõe a comunicação do que
propriamente do repertório de quem consome. Justificar a
baixa qualidade com o argumento de que eu preciso ter
audiência é meio suicídio até, por que o que já se observa
nos dias de hoje é que a baixa qualidade, que talvez até
atraia algum público, mas o público vai se cansando, essa
coisa tem vida curta, espanta anunciante, por que os
anunciantes não querem ficar associados ao grosseiro, ao
selvagem, ao sensacionalista . Então, os programas dos
meios de comunicação que tem um bom desempenho
comercial, eles se preocupam um pouco com elegância,
com bom gosto, com uma postura um pouco menos
destrutiva, então isso é uma desculpa esfarrapada.
Pergunta 6
Como você classifica a qualidade de um bom programa
ou programação televisiva?
É, é, uma resposta universal pra isso é complicada, por que
a qualidade é sempre uma relação, sempre está no diálogo,
é, não há qualidade de algo que seja incompreensível ou
inacessível, impermeável , assim, eu não posso esperar que
as pessoas aqui em São Paulo apreciem a qualidade
literária de um poema russo, por que muito pouca gente vai
ler russo, pra haver qualidade em comunicação é
indispensável que exista a comunicação. Então a qualidade
está associada à capacidade comunicativa de um conteúdo,
de uma peça. Precisa haver o acesso, a compreensão para
que exista alguma fruição, alguma estesia. De forma que,
110
00:11:18
nós não podemos avaliar a qualidade em comunicação
independentemente da comunicação que acontece ali, eu
posso dizer que uma peça de Shaquespeare é o máximo e
tal, mas precisa ver se ela é vista assim pelas pessoas que
estão assistindo. Então a assistência dá os parâmetros
também da qualidade. Nesse sentido que a gente pode
avaliar a qualidade. De tal maneira que algo que seja muito
bom na Tv inglesa talvez não seja muito bom na Tv
brasileira e vice e versa, depende do contexto cultural de
que nós estamos falando. Mas dentro disso, guardadas
essas cautelas, a qualidade tem a ver com aquilo que revela
horizontes não presumidos, que surpreende uma audiência
e, ao mesmo tempo que ensine, que cative, que seduza no
sentido de se fazer acompanhar, e que engrandeça a vida
daquela comunidade ou que a transforme, que apele menos
para os medos e para os ódios e mais para aquilo que tende
à plenitude da vida que é um pouco o ideal da democracia,
mas também o ideal da beleza, não tem muita variação.
Você acredita que a qualidade da TV brasileira está
associada a audiência ou não?
Acredito que sim. É, não dá pra falar, é, que uma coisa tem
qualidade, mas tem baixa audiência. Tem, ah, ah relação é
mais complexa. No conjunto, uma emissora de TV, precisa
ter uma boa solução de audiência. Não é verdade, que, é, a
qualidade necessariamente desagrada a maioria dos
telespectadores isso, se é assim, não não tem qualidade,
essa proposta não tem qualidade. A qualidade depende de
ser capaz de dialogar e de atender a audiência. O que pode
acontecer é que no conjunto alguns programas tenham
performance aquém do que seria desejável de (micro
pausa) no quesito atração de público, mas no conjunto é
preciso haver a eficiência nesse ponto.
Ahhh, repito. Dizer que a qualidade espanta a audiência é
uma desculpa para uma coisa que não tem qualidade. É, em
televisão, em rádio, é, haver audiência é fundamental.
É o desafio é atrair audiência com propostas que como eu
digo, almejam o invisível, além do visível, sejam
ambiciosas em termos estéticos, mas ainda assim
convenção, é... grandes contingentes de público, tá. Não há
separação entre ter público e ter qualidade. O desafio é
conjugar essas duas coisas.
O gênero informativo, em especial o jornalismo, pode
influenciar na audiência do horário nobre?
Claro que pode. O horário nobre na televisão brasileira, o
prime timeda da televisão brasileira, sempre foi um
telejornal e duas novelas. Uma novela antes, telejornal,
uma novela depois. Isso é a formula clássica do horário
nobre do Brasil. Então, o telejornalismo cumpre um papel
estruturante do horário nobre e também é assim fora do
Brasil.
Agora a indústria da televisão tem muitos formatos
111
diferentes: a tv a cabo, ah... as tecnologias digitais, o
youtube que não tem horário nobre, mas se nós estamos
falando da televisão em termos clássicos, o jornalismo é
fundamental.
Todas. Todas. É, mas outra vez, tá no pressuposto da sua
pergunta a ideia de que é ruim ter público. Não é ruim. Ou
a ideia de que só coisa ruim atrai o público não é verdade.
O Jornal Nacional hoje no Brasil, que lidera é um bom
telejornal, as vezes é ótimo. Ele num... num faz concessões
ao sensacionalismo. Pelo menos não faz concessões graves
ao sensacionalismo. Não é um jornalismo que tá mostrando
cadáveres, que tá, e programas que fazem isso na televisão,
normalmente no final da tarde, começo da noite, eles
conseguem um bom nível de audiência, mas não
conseguem um nível retumbante de audiência, e não
mantem credibilidade e respeitabilidade. Então isso
funciona no médio prazo, ou funciona para uma média
audiência, mas não é uma receita boa pra atrair anunciantes
e pra construir credibilidade e respeitabilidade de um canal,
de uma emissora, então, todas fazem tudo pra ter audiência,
só que umas fazem com mais inteligência e mais talento,
mas todas estão atrás da audiência.
Mas esse pressuposto de que só coisa ruim da grande
audiência é errado. Ele precisa ser mudado. O que dá
grande audiência na TV aberta no mundo inteiro? Eventos
de, eventos esportivos. O futebol não é ruim do ponto de
vista estético ou ético. Ele é o que ele é. A cobertura pode
ser maravilhosa, a transmissão pode ser maravilhosa.
Que mais que dá audiência? É... Boas coisas de ficção.
Tem ficções maravilhosas, na, agora nessas Netflix, nessas
coisas novas ai. Então não é verdade que só coisa ruim
atrai audiência viu.
Das emissoras citadas, qual você classifica que melhor
exibe o horário nobre?
A Globo. A Globo. A Globo é a melhor televisão do Brasil.
Inclusive no horário nobre.
O que você acha dos índices divulgados pelos institutos de
pesquisa, em especial o IBOPE?
Uai, eu acho que eles estão falando a verdade. É só o que
eu posso achar. Aqui tem uma coisa que precisa ser levada
em conta também. A televisão não mede apenas quantidade
de telespectadores e poder aquisitivo dos telespectadores.
Ela leva em conta perfil cultural, mas leva em conta uma
série de outras coisas. A fidelidade, as vezes que ele volta,
como ele fica, que diferença isso faz na vida dele. É muito
mais rica a análise da audiência. Em qualidade, de
televisão, a audiência analisada em termos mais complexos
é fundamental, mas para a analisa da qualidade da televisão
a audiência que é fundamental não é a única coisa, há
vários outros que entram ai.
112
DECUPAGEM 3 – FLÁVIO RICCO
Tempo
Vt 1 –
Flávio
Ricco
Imagem
(descrição da Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
00:00:00
00:00:37
00:01:14
00:01:58
00:02:24
Plano médio Como crítico de televisão, qual sua visão sobre o
horário nobre da TV brasileira?
A, o horário nobre, eu acho que a Globo tem uma grade de
programação muito definida e há muitos anos, que é
novela, jornal, novela, jornal e aí ou é linha de shows.
Então é uma coisa que se constituiu e que acabou
prevalecendo na televisão brasileira. Ééé é uma grade
quase que imbatível. Alguém teria que descobrir uma
fórmula diferente que atendesse o telespectador da mema
maneira. (entrevistado arruma sua postura no sofá). Por
enquanto isso não foi possível. Você verifica que o que
nós temos atualmente é novela brigando com novela. A
Record tá indo muito bem com “Os Dez Mandamentos”
concorrendo agora com a novela da Globo, mas isso pode
ser uma situação esporádica por que a Globo tem uma
máquina de produzir novelas que é uma coisa fantástica e
montada há muito tempo e a Record tem que provar isso,
(ela tem que fazer), demonstrar pro público que “Os Dez
Mandamentos” não é um sucesso esporádico, tem que ter
continuidade à isso.
O que você acha dos programas de notícias, como os
telejornais, serem também utilizados como produto em
busca de audiência?
Olha, eu acho que o tele, ee eu tenho uma visão sobre
jornalismo, eu acho que oo o jornalismo na televisão ele tá
passando por uma fase de transição e existem os
telejornais que tão em busca de audiência e esses apelam
um poquinho. (entrevistado gagueja) busca de noticiário
policial pra ver se eles atraem pessoas da classe C e D,
entendeu. Mas eu acho que com a internet a televisão a
cabo, as rádios funcionando do jeito que tão, os sites
pipocando notícia o dia inteiro. Esse negócio de notícia
com hora marcada vai acabar na televisão brasileira, é
uma questão de tempo. Hoje, os telejornais eles,
antigamente cê esperava até as oito horas da noite para
assistir o telejornal, o Jornal Nacional. Hoje para você
saber o que vai (gaguejou) aaoo tele o Jornal Nacional vai
apresentar, cê não precisa esperar por ele por que as
notícias já aconteceram durante todo o tempo e elas não
param, o mundo globalizou, hoje você tem notícia 24hs.
Então a televisão vai ter que se adaptar a isso.
Os telejornais eu acho que eles vão mudar um poquinho
de cara, eles vão deixar de se preocupar tanto em
informar, por que informação já veio, e vão tentar
contextualizar mais a notícia, comentar mais, dar mais
opinião às informações que foram transmitidas ao longo
do dia.
Você acha que a credibilidade do jornalismo interfere
na escolha dos programas que serão exibidos no
horário nobre.
Bom, a credibilidade é fundamental em qualquer setor,
tanto na televisão como fora da televisão, a pessoa,
(gaguejou) você só dá aaaa você só vai assistir um
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programa se você tiver confiança naquilo que ele tá
mostrando. Se você tiver desconfiança sobre o programa,
por que que você vai assistir? Vai perder tempo, televisão
é fundamental a credibilidade, principalmente nos
programas jornalísticos.
Você é a favor das emissoras buscarem audiência a
qualquer custo?
Não, por que televisão, audiência a qualquer custo implica
as vezes em fazer concessões na qualidade e isso tá tá, foi
demonstrado através de todos esses tempo aí. Cê vê que
programas que apelaram pra isso, eles tem prazo de
validade muito curto. Por que você não consegue enganar
todo mundo o tempo todo. Então, programas queee já
existiram por aí como “O povo na TV” lá atrás e depois
“Aqui Agora” que foi um jornal, mas era um jornal
apelativo mais dirigido às classes C e D além de outros
programas que ainda existem na forma de barraco, né, o
SBT ainda tem um com a Christina Rocha e tal a Márcia
viveu, Márcia Goldschmidt viveu muito tempo fazendo
isso, o Ratinho foi obrigado a se modificar, o João Kleber
já não tem espaço na televisão, então, tudo que é baixaria,
o público tá mais exigente, tá querendo coisas melhores.
Então vai ser necessário para televisão buscar mais
qualidade, investir em qualidade, não em quantidade, em
programas que não têm um mínimo de qualidade.
Tempo
Vt 2 –
Flávio
Ricco
Imagem
(descrição da Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
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00:01:11
Plano médio Você acredita que o horário nobre da TV brasileira no
geral, tem programas de boa qualidade?
Claro que tem, hoje o Brasil é um dos países, ou talvez o
país que melhor produz novela no mundo. Todos os
produtos de teledramaturgia do Brasil nas feiras
internacionais são muito bem recebidos, são muito
procurados, são comercializados com, até com grande
facilidade. Nossos programas da linha de show, nós temos
diretores fantásticos fazendo isso. Já produzimos mais em
tempos passados, hoje o entretenimento baixou um
poquinho de qualidade. Os maiores investimentos da
televisão tão mais em série e mais em novelas. Ma memo
assim aqui no Brasil se sabe fazer televisão. O que existe é
por parte das emissoras pouca disposição em produzir.
Elas estão procurando comprar pronto invés de criar, em
vez de trabalhar na criação de formatos. O Brasil sempre
foi um exportador, hoje ele tá importando coisas de fora,
coisas que nem sempre dizem respeito à nossa realidade,
coisas qu nem sempre o público aceita. Para um “Big
Brother” que dá certo, um “The Voice Brasil” que dá
certo, vem um monte de abacaxi, que são reprovados
automaticamente pelo público, entendeu. Então as
emissoras invés de investirem dinheiro nisso e dinheiro
alto nisso, por que pagam em dólar e hoje o dólar tá caro
pra caramba, elas tem que pegar e investir no profissional
da televisão brasileira. O profissional da televisão
brasileira já demonstrou ao longo desses anos todos que
ele é um cara absolutamente capaz, é só dar condições à
ele de trabalho que ele vai produzir, que ele vai responder
com trabalho a altura. Aaa a necessidade (gaguejou) de
comprar coisas de fora ela existe, mas você tem que fazer
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uma balança nisso. Dar também a oportunidade de se fazer
coisas aqui, entendeu.
Como você classifica, e o que precisa ter um programa
televisivo para ser considerado de boa qualidade?
Um programa de boa qualidade você tem que investir
tecnicamente nele e tem que tomar muito cuidado com o
conteúdo, por que hoje a televisão tem muita
responsabilidade, ela fala de A a Z, entendeu. Então é
preciso tomar cuidado com tudo, com tudo que é colocado
e a qualidade nisso é essencial, sabe ela tem que buscar
bons profissionais especializados pra cada coisa e existe
isso no mercado. Você só faz um bom produto você
contando com bons ingredientes não é isso? Cê só faz uma
boa pizza cê tiver uma boa massa, um bom tomate e tal, a
televisão é a mema coisa, cê só vai faze um programa se
você tiver uma boa produção.
Na sua opinião, qual é o futuro da TV aberta no Brasil
se o público telespectador migrar para a internet?
A televisão aberta no Brasil nunca vai morrer, o que vai
acontecer é uma segmentação, por exemplo, a televisão
paga ela vai ficar com as séries com os filmes, até com
esportes. Mas a televisão aberta ela nunca vai deixar de
apresentar o jornalismo e nunca vai deixar de ter
teledramaturgia de qualidade. O público nunca vai abrir
mão da televisão aberta. Nós estamos às vésperas aí,
segundo o governo, de desligar a TV analógica, o que não
vai ser possível desligar nos prazos previstos pelo
governo. Esse Brasil tá muito acostumado a decidir coisas
por decreto, sem verificar e sem analisar a possiblidade
disso acontecer na prática. Hoje a única forma de lazer
que o brasileiro tem é a televisão gratuita. É a única que
ele tem, nós tamo num tempo de crise, a vida tá muito
cara, como é que uma pessoa, um cidadão comum ele
pode deixar de comprar o arroz e feijão dele de cada dia
pra investir numa televisão com recursos pra receber TV
digital ou até num conversor que custa mais barato.
Existem outras prioridades entendeu.
O horário nobre pode perder audiência e deixar de ser
valioso para os anunciante, e como isso pode
acontecer?
Num vai deixar nunca. Num vai deixar nunca por que a
televisão é aquilo que eu te disse (gaguejou) éee é o lazer
preferido dos brasileiros, é o lazer gratuito que o brasileiro
tem. Na televisão ele recebe a novela, a notícia, o futebol,
entendeu. E ele tá acostumado a chega em casa depois de
um dia de trabalho, janta, conversar com seus familiares e
antes de dormir assistir televisão.
Então o horário nobre vai continuar sendo horário nobre,
vai continuar sendo procurado pela dos telespectadores,
embora hoje exista, hoje exista e nós não podemos negar
isso, outras formas das pessoas buscarem lazer, que é a
internet, telefone celular etc e tal. Mas a televisão é a
televisão.
Qual emissora na sua opinião mais valoriza o horário
nobre na televisão brasileira e de que forma?
Todas as televisões na verdade, elas são obrigadas a
valorizar o horário nobre. Por que é no horário nobre é que
se concentra a maior fatia do mercado publicitário, ali é
que estão as melhores verbas. O preço do comercial no
horário nobre ele é bem diferente do preço do comercial
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exibido à tarde e de manhã. Então isso obriga as
emissoras, todas elas, independentemente de ser a
primeira ou a última colocada a concentrar mais as suas
atenções e mais das suas verbas de produção nessa faixa
da noite que é o prime time. É nela que contabiliza o que
elas vão buscar no mercado publicitário.
A crítica aos programas exibidos no horário nobre é
diferente dos demais programas fora dessa faixa de
horário?
Tudo igual, tudo igual, tudo igual, a televisão, a televisão
hoje você é vista, você vê televisão. A televisão é dividida
em tempos. No começo ela ligava ao meio dia e desligava
à meia-noite TV Tupi, né. Com o tempo ela foi se
ampliando. Hoje a televisão já existe de madrugada.
O mundo percebeu, ou aqui no Brasil se percebeu que o
mundo não para de madrugada. Tanto que a Globo já
inventou um telejornal a 1h da manhã e já estendeu
seriados bons depois do “Jô” essa faixa ociosa que existia
de madrugada, cada dia ta diminuindo mais. E cada dia vai
diminuir mais memo por que num vai existir, hoje tem
público pra televisão em todos os horários. É evidente que
a faixa nobre é onde concentra o maior número de ligados,
as já existe público pra todos os horários e em todos os
dias.
O que você acha sobre os métodos aplicados
atualmente pelos institutos de pesquisa na medição de
audiência.
São corretos. Eu acompanhei aaa a implantação do
Datanexos no SBT, isso no fim da década de 90 no
começo para a de 2000 que foi pelo, foi um projeto do
engenheiro Alfonso Aurin, o Silvio autorizou por que
havia aquela desconfiança com relação ao Ibope e tal.
Quando o Datanexos começou a funcionar, se verificou
que os números eram exatamente os mesmos do Ibope.
Eee éé eu não sei quando é que vocês vão usar a minha
entrevista, mas hoje você vê desde o dia 1º (outubro) o
GfK tá oferecendo resultados de pesquisas, nós já tamo no
dia 05 e até agora ninguém sabe o que o GfK apresentou.
Não por que o GfK não fez a pesquisa, ele fez e deu pras
emissoras de televisão, elas é que num tão divulgando.
Num tão divulgando por que? Por que são iguais ao
Ibope? O que é? Como é que nós devemos interpretar esse
silêncio das emissoras? Será que o Ibope, elas tão com
medo de passar um atestado de idoneidade ao Ibope?
Bobagem, é bom ter mais de um instituto de pesquisa
como é bom ter mais de um crítico de televisão, como é
bom ter mais de uma rede boa de televisão.
Essa alternativa pra todos nós, essas alternativas pra todos
nós são muito saudáveis.
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DECUPAGEM 4 – FRANCISCO MACHADO FILHO
Tempo
Vt 1 -
Francisco
Imagem (descrição da
Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
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Vt 2
Pergunta 2
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00:00:45
Plano médio
Como você define o horário nobre da TV brasileira?
O horário nobre tem uma definição que não é uma coisa
estipulada e determinada “vamos criar o horário nobre, e
esse será o horário nobre”. Isso vem do próprio modelo
de negócio de televisão, quando foi instituído lá em 1930,
desde quando a televisão foi inventada. E ela foi adaptada
à cada sociedade. Então cada sociedade começou a ter o
seu horário nobre, que na verdade significa maior
quantidade de pessoas assistindo a televisão. Como a
televisão foi criada em um modelo para atender uma
sociedade industrial e capitalista nos Estados Unidos, o
nosso modelo copiou os Estados Unidos, ele vai muito em
função da dinâmica da cidade, da dinâmica da indústria
naquela época.
Então, quando a maior quantidade de pessoas voltava do
trabalho no horário das 6h da tarde e das 7h da noite e
cansadas queriam ficar em casa descansando e assistindo
televisão. Então, o horário nobre foi estendido no horário
em que as pessoas estavam em casa, a maior quantidade
de pessoas em casa assistindo televisão. E esse horário
compreendia naquela época de 6h da tarde às 10h da noite,
11 da noite. Com a mudança e transformação da sociedade
esse horário foi se ampliando e hoje ele é considerado de
6h da tarde a meia-noite porque a maior quantidade de
pessoas estão em casa, estão chegando da escola, da
faculdade.
Mas mesmo assim a audiência tem perdido um pouco
desse horário nobre, porque o trânsito da cidade de São
Paulo, por exemplo, das 5h da tarde até 7h da noite já é no
período considerado horário nobre por conta da
mobilidade da TV, da TV móvel. A questão do horário
nobre é muito condizente com a realidade local de cada
sociedade.
Pode ser que Araçatuba tenha um horário nobre diferente
de São Paulo, mas infelizmente as métricas ainda não
conseguem identificar, mas é bem provável que tenha. Por
que se as pessoas chegam em casa em São Paulo do
trabalho entre 5h da tarde e 7h da noite, eu acho que em
cinco, dez minutos a pessoas consegue sair do trabalho e
chegar em casa em Araçatuba, como aqui em Bauru
também acontece.
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ergunta 3
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Pergunta 4
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VT 3
Pergunta 5
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00:00:27
Então essa dinâmica do horário nobre é trabalhada de um
forma geral e do ponto de vista comercial mal trabalhada
por que não respeita, ela está presa ainda a era industrial e
não representa a configuração de cada cidade, de cada
região que ela está. Deveria se ter um horário nobre
específico para cada região, mas infelizmente não é isso
que acontece por que nós temos uma dinâmica de rede, e
as redes é que determinam esse horário nobre.
Por exemplo, o horário nobre aqui no estado de São Paulo
e no Acre, qual é o horário do Acre? Por isso que a Globo
queria criar um fuso horário, queria proibir o horário de
verão e queria que o horário nobre de lá fosse o mesmo
daqui. E a população do Acre rejeitou o plebiscito e
rejeitou essa legislação. Então é muito complicado
trabalhar com essa questão, com essa definição de o que é
o horário nobre realmente.
De onde veio o termo horário nobre?
Vem da questão do modelo de Televisão americana que é
o prime Time, então é o horário mais caro, é o horário
premium, é o horário que tinha mais condições de pessoas
estarem dentro em casa assistindo então eles criaram esse
termo como negócio, pra vender publicidade. Então é o
prime Time que até hoje é utilizado em relação à
audiência da Tevê aberta, mas muito utilizado também na
tevê por assinatura, na tevê paga, né, que é onde as séries
são apresentadas naquele horário, o lançamento de séries
são sempre feitas nesse horário, então surge desse termo
prime time.
O senhor conhece outros estudos que deem outra
denominação ao horário nobre?
Não, não conheço, esse é uma configuração consolidada, é
um termo consolidado, ele veio sempre, quando desde o
rádio, ele veio também é utilizando dessa forma, então
acho que ninguém trabalha, esse, esse, essa, esse, esse
conceito dessa audiência, é, massiva, assim, de televisão,
consumindo televisão ao mesmo tempo, como, diferente
do que, do que seja o horário nobre.
Qual é a função do horário Nobre?
Vender publicidade mais cara. A única vantagem, a única
questão da, da televisão, do horário nobre, é poder
valorizar os espaços comerciais com valor diferente do
restante da programação, exatamente baseado na
quantidade de pessoas que estão assistindo. Nós temos
uma relação custo-benefício, é o que chamado custo por
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Pergunta 6
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Pergunta 7
00:03:18
Plano médio
Plano médio
Plano médio
mil: quantos mil, quanto mil reais eu vou gastar pra, pra
um comercial de vinte segundos ir ao ar e a, e a relação
disso com a quantidade de pessoas que estão assistindo.
Quanto melhor for essa relação custo-benefício, melhor o
investimento no, no comercial, é, publicitário. Então os
comerciais mais caros da televisão brasileira que são o
jornal nacional e algum jornal da record, novelas, é nem,
filmes nem tanto, mas esportes também, são, os, os
horários, é, é, do horário nobre. Com exceção das
transmissões dos grandes eventos, que aí foge desse
parâmetro do, do horário nobre, por conta da, da, da, da,
da qualidade onde está sendo realizado o evento, é, Japão
por exemplo os jogos a gente assistia aqui oito horas da
manhã, então se tornou um horário nobre por conta da, da
configuração do próprio evento, mas não no sentido da
terminação da, da, da, da emissora.
O que é audiência?
A audiência nada mais é do que a quantidade de pessoas
assistindo, que assistem e consomem televisão. Essa
audiência pode ser simultânea, ou essa audiência pode ser
estimada por amostragem como é feita no ibope, como é
feita no pnt nacional, mas é a quantidade de pessoas que
estão ali consumindo televisão, e quando a gente fala de
televisão aberta, simultaneamente. Então nós temos hoje
uma audiência relativa no Brasil de cinquenta e quatro
milhões de pessoas que assistem televisão
simultaneamente. Então, é, isso já foi maior, mas por
conta dessas transformações da sociedade isso vem
diminuindo, mas em alguns países, como o Japão por
exemplo, são cento e vinte milhões de pessoas que
consomem televisão diariamente, na média do dia, né, e
também por amostragem. Então a audiência nada mais é
do que as pessoas que estão recebendo o fluxo de
programação da televisão.
Qual é a opinião do professor acerca dos métodos
aplicados na atualidade pelos institutos de pesquisa, ou
emissoras propriamente ditas, das emissoras, para
medir a audiência?
Sim, esse processo está em mudança, está em alteração
por conta das novas configurações da sociedade e das
novas tecnologias, principalmente a mobilidade. Nós
tivemos aí, anos e anos apenas um instituto de pesquisa
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00:03:52
Pergunta 8
00:04:09
medindo essa audiência que é o IBOP, cheio de críticas da
sua metodologia por que até então não era nem divulgada,
e apenas um, um único instituto veiculando esses dados
que, que valorizam, que determinam o valor dos
comerciais gera sempre muitas críticas e muita
desconfiança. Por conta dessa nova configuração da
sociedade e essas, esses novos aparelhos, o ibop está
sendo obrigado a mudar sua metodologia, ela já vem
mudando, é, ao longo do tempo. A gente começou, a gente
teve época que um ponto no ibop representava vinte e
quatro mil domicílios, depois quarenta e dois, hoje está em
sessenta e dois mil, é, é, municípios, é, domicílios. E
nesses domicílios estima-se em cada pessoa, quatro ou
cinco pessoas dentro de casa, então estima-se a população
que esteja assistindo. Começou primeiro nas grandes
cidades, São Paulo e Rio de Janeiro, hoje nós já temos seis
praças: Rio de janeiro, são Paulo, Brasília, belo horizonte,
recife e salvador. Então isso, é, sempre é um problema
por que a audiência sempre é medida por amostragem, não
é uma, uma, uma audiência, é, consolidada. Outro instituto
de pesquisa está chegando no brasil agora, que é o gfk que
é um instituto alemão, que vem com uma metodologia
diferente, ele não quer medir mais por amostragem de
domicílios, ele quer efetivar, a, a, a audiência real por
outros equipamentos que ele está trazendo, mas isso ainda
vai demorar ao longo do tempo, ele, mas ele já está
impactando por que já está mostrando alguns dados
diferentes, em relação ao nordeste por exemplo, então nós
acreditamos que, num futuro próximo nós teremos grandes
novidades em relação aí, de programas que eram, que já
está acontecendo né, que alguns programas já estão
aproximando mais da realidade como o jornal nacional
vem caindo a audiência, as novelas vem caindo, isso
também não é só por conta da qualidade da novela, mas é
também pelo modo como eles estão sendo aferidas agora,
então isso também influencia e vai influenciar muito na
programação e na comercialização dos espaços dentro da
programação da televisão.
Qual é a importância, professor, da audiência para
uma emissora de tevê, qual é a relação entre a
audiência e a emissora?Sem a audiência não há razão de
existir da televisão. A televisão não tem pra quem enviar o
seu fluxo se não tiver uma audiência pra receber e essa
audiência consumir os programa que, os produtos
veiculados dessa programação. Se não a, é, a gente estaria
falando só de uma missão pública, no sentido de o estado
é, garantir, aí, uma transmissão, é, e ocupar um lugar no
espectro, mas agente, no sistema que a gente vive, na
sociedade que a gente vive, isso é impossível,
impraticável, então, sem uma audiência a televisão não
tem razão de existir.
120
00:04:54
Plano médio
Plano médio
Qual é a opinião do professor sobre a busca pela
audiência, e essa busca pela audiência pode gerar a
produção, por parte da emissoras, de uma
programação de baixa qualidade, isso pode acontecer?
Por que?
Isso já aconteceu e acontece sempre, por que como a
gente, é, como eu falei no início, é uma questão de
número, quanto mais gente eu tenho assistindo a
programação, mais o meu comercial vale, e não importa,
pra muitas pessoas, o que eu estou transmitindo, o que
vale é eu conseguir mais pessoas frente à televisão. Isso
gera assim um problema muito grande de qualidade, é o
que vem acontecendo com os mercados internacionais
onde televisão vem perdendo espaço para as novas
tecnologias e pra tevê paga, como o mercado americano,
que agora eles estão conseguindo a, recuperar um pouco, e
investindo em qualidade, né, ao contrário do que as
pessoas acreditam que, se eu fizer um programa barato, e,
qualquer coisa, eu consigo vender, então as pessoas
querem qualidade hoje em dia. Mas aconteceu um fato no
brasil que foi muito marcante, né, no final da década de,
de oitenta, início da década de noventa, com a questão
daquele primeira, é, período de, de segurança econômica
que nós tivemos no brasil com o plano real, com o plano
cruzado, né, o congelamento dos preços, é, várias pessoas
que estavam na classe, é , abaixo da classe c, conseguiram
comprar aí seus aparelhos de televisão, renovar, com telas,
televisões maiores, e as televisões não souberam lidar com
isso direito, nem a propaganda, nem a programação de
televisão, então nós tivemos uma série de programas de
qualidade muito duvidosa; a banheira do gugu, o sushi no
faustão, a questão do abuso de pessoas com deficiência, o
latininho no faustão também, são exemplos que houve
uma apelação muito grande, até que a própria população
rejeitou essa programação, e as emissoras foram obrigadas
a trocar, e isso foi banido. Mas nós temos exemplos em
países, é, em outros países, por exemplo, de programas de
muito gosto, gosto muito duvidoso por conta dessa luta de
busca pela audiência em relação aos programas que são
veiculados na, na internet, por IP, e essas novas
tecnologias aí que, que estão, é, sendo consolidadas, que
já estão implementadas, mas ainda não estão
popularizadas, então é um perigo muito grande mesmo
que isso aconteça mas a população tem tido muito cuidado
com isso, ela não quer mais programas de tão baixa
qualidade, principalmente também por conta da, da, da,
do full-HD, do 4K que vai vim, que são é, é, linguagens
que carecem de uma qualidade pra ser exibida, então a
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VT 4
Pergunta 9
00:00:10
Plano médio
Plano médio
população hoje não esta mais tão susceptível a programas
de baixa qualidade como foi no passado.
Como que o professor qualifica e classifica a qualidade
de um programa ou de uma programação televisiva?
É, isso é um debate que vem sendo travado aí há muito
tempo também, como é que é aferir qualidade, o que que é
qualidade desse programa. Nós temos a qualidade técnica,
e aí a televisão brasileira é uma das maiores do mundo em
relação a isso, tanto a record, a globo, sbt, eles fazem
programas de uma qualidade técnica muito boa. É, mas a
qualidade da programação aí, nós caímos num debate
subjetivo até, né: o que é qualidade pra você não é
qualidade pra mim, qualidade do conteúdo informativo, de
entretenimento, é há pessoas que não veem qualidade
nenhuma numa novela, outras não veem a nada além da
novela, então essa questão da qualidade realmente é um
debate muito bom de ser travado por que ele acaba
gerando parâmetros, e existem algumas pessoas que
estudam exatamente quais são esses parâmetros de que a
gente pode colocar como qualidade pra serem aferidos à
programação. Por enquanto no brasil nós não temos um
instrumento desse reconhecido, nós temos alguns órgãos
governamentais e não-governamentais que, que,
recebendo a quantidade de reclamação que recebe das
pessoas determina a qualidade ou não de um programa, ou
aquilo que é, pode ser exibido como um padrão de
qualidade. Nós tivemos o padrão da globo de qualidade
muito tempo, mas isso aí é uma questão que, hoje em dia,
se perdeu um pouco, a própria globo está revendo esses
padrões, experimentando muitas linguagens e também
questões técnicas por conta dessas transformações todas
que nós estamos vivendo. Então é um debate bom de ser
travado mas ainda não está nem no começo, nem, muito
longe ainda de ser finalizado.
Com a chegada da TV digital, o que que muda para a
qualidade da produção áudio visual no brasil?
A qualidade, a primeira mudança é a qualidade técnica e
artística, né, o som e a imagem, é, são muito superiores ao
que a gente estava acostumado a ver, e, hoje em dia
qualquer olho, não precisa ser treinado, não precisa nem
ser da área consegue identificar uma imagem que é digital
de uma imagem que não é digital. Mas a gente já está indo
no segundo estágio dessa evolução, o Full-HD hoje já não,
já é um padrão obsoleto. A globo até 2018 ela já vai ter
toda a sua grade de programação nacional em 4K, e
também a record já vem experimentando muita
122
00:01:43
pergunta
10
00:01:50
Plano médio
Plano médio
Plano médio
Plano médio
programação em 4K, o sbt também alguns programas,
então o Full-HD, toda essa discussão que houve em termo
do Full-HD, da resolução, nós vamos travar novamente
em relação ao 4K que é quatro vezes superior ao Full-HD,
então por isso que as telas estão ficando cada vez maiores,
com qualidade de contraste muito maior, muito mais
profundo o nível de preto, por que se aproxima muito mais
da realidade. Alguns casos que a gente viu em congressos,
propositadamente, eles colocaram uma tela de televisão
reproduzindo o ambiente externo, e algumas pessoas
acharam que era uma janela realmente e não uma
televisão, tamanha a definição de contraste, de cor, que
esse sistema tem. Então, acredito que até 2020, nós vamos
estar discutindo aí, tudo que discutimos em relação ao
full-HD, vamos discutir em relação ao 4K.
O que é a TV Digital?
Bom, a Tevê digital é, há uma confusão, foi muito comum
isso no início desses debates. A Tevê já é digital durante,
há muitos anos, o que digitalizou-se foi o sistema de
transmissão, né, nós utilizávamos frequências radio
elétricas e agora nós usamos, através dessa frequência
radio elétrica emissão de sinais, é, é, em bits, né, então nós
digitalizamos esse sinal, o que antes era o digital em ondas
eletromagnéticas hoje eu envio em 0 e 1, 0 e 1, as nossas
televisões hoje estão aptas a receber esse sinal. E a tevê
analógica, quem tem a tevê de tubo em casa ainda que não
tem essa televisão apta a receber esse sinal, vai ter que
comprar um conversor. Então nós estamos aí vendo que,
até 2018, todo o brasil, espera-se, esteja já com o sinal
analógico desligado, mas nós temos um problema muito
grande, nós temos hoje um legado de sessenta e cinco
milhões de aparelhos de televisão que são de tubo, e essas
pessoas não estão sendo informadas, corretamente ainda,
de que elas vão ter ou de trocar de televisão ou que
comprar o “conversor”, e elas vão ficar sem televisão do
dia pra noite, quando o sinal for desligado, no outro dia
elas não recebem mais o sinal. Aqui em Bauru nós já
temos a data, dia 27 de novembro de 2017 vai desligar o
sinal analógico de Bauru. Então as emissoras e o próprio
governo tem esse prazo aqui dentro de Bauru pra explicar
às pessoas dessa mudança. Araçatuba também tem a data,
mas eu não me recordo qual é agora. É, então falta uma
política de comunicação, efetiva. Já está sendo feita nas
cidades onde o cronograma já vai estar, é, é, mais
próximo, como é Rio Verde por exemplo, lá já existe uma
campanha das emissoras do governo que é fruto desse
leilão que teve do sistema analógico, então eles pegaram
123
00:03:16
Pergunta
11
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00:08:40
VT 5
Plano médio
um volume de dinheiro desse sistema, pra poder fazer
essa, essa divulgação e essa preparação e adaptação, mas o
nosso modelo de migração é muito a quem do que foi o
Japão por exemplo, que é considerado o padrão de
migração. Lá, a população foi muito bem avisada, muito
bem conscientizada disso, e no Brasil nós não temos isso,
nós temos um problema ainda até por conta da dimensão
do nosso país, né, que é tão grande. Então eles estão
optando por fazer essas campanhas de divulgação nas
cidades onde o cronograma está mais próximo. Nós vamos
ver se isso é um erro ou é um acerto. Então a digitalização
nada mais é, a tevê digital nada mais é do que a
digitalização do sinal de transmissão e não de sua
programação, de sua produção por que isso já vinha
sendo, já veio, já digitalizado há muitos anos, no caso.
Qual é a opinião do professor sobre o sistema digital
escolhido pelo governo do Brasil?
Olha, eu lembro que isso na época deu, deu uma, foi uma
questão de muito debate, é, acusações de que o governo
estava cedendo a pressões da rede globo, é, mas hoje, nós
temos a plena consciência que esse foi o melhor padrão a
ser adotado. É, não só por que ele permite a mobilidade, a
interatividade, independente das operadoras de telefonia,
mas a robustez que o sinal tem, né, e a possibilidade dele
incorporar outros sistemas e outras plataformas como
estão sendo desenvolvidas aí, principalmente a tevê
híbrida e a tevê por IP. Os Estados Unidos que tem, que
era um dos sinais que estavam aí tentando um padrão, que
estavam tentando implantar no brasil também, com
promessa até de, de fabricação de emissoras, de, de
aparelhos de televisão no brasil, viram o erro e estão
concertando agora o que erraram lá atrás. Agora em 2016
vão lançar o sistema TS3.0, a TSC3.0 que vai fazer quase
a mesma coisa que o padrão brasileiro faz, permite
interatividade, permite segunda tela, permite ter
hibridismo, permite afinal, várias de, de certas
possibilidades que eles não tinham antes e dependiam das
operadoras de telefonia. Então imagina se hoje nós
estamos nessa guerra do espectro e, se pra ter televisão no
celular, eu teria que depender das operadores de telefonia?
Então seria ainda mais um, uma bala na gulha das
operadoras de telefônica que as televisões estariam
sujeitas, né então nós, foi um padrão extremamente
acertado, já exportamos esse padrão pra dezessete países,
então, a escolha que antes foi muito questionada por
questões políticas, hoje se mostrou muito acertada.
Qual é a opinião do professor sobre a qualidade da
tevê brasileira e se ela está associada à audiência ou
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Pergunta
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Plano médio
não, por quê?
Como, como, é, qualidade técnica isso nós não temos
dúvida, a televisão brasileira é uma das melhores do
mundo mesmo, em relação a programação, em relação ao
nível da programação, a confiabilidade da programação,
nós temos programas aí há mais de trinta anos no ar, né, o
que ela, o que se deve em relação a audiência talvez seja o
tamanho do brasil e a estrutura de rede que foi montada,
essa estrutura de rede também que tem seus aspectos
negativos que a gente tem que, tem que levantar em
relação a regionalização da programação, que ela inibi
isso, mas hoje, o que faz a televisão brasileira ser forte e
ser uma das melhores do mundo e ainda uma das mais
rentáveis do mundo é a sua estrutura em rede. Então a
audiência conta em relação a isso, claro, pelo tamanho do
brasil, um país de duzentos milhões de habitantes que só
por si só daria conta da sua demanda interna de
programação. Apesar da gente ter uma, uma forte
influência de programação, é, estrangeira e
principalmente americana, isso no passado foi muito
maior, então hoje nós temos o horário nobre brasileiro que
é feito apenas com programas brasileiros, isso, a não ser a
bandeirantes que agora está trazendo uma novela, as
novelas, é, da Turquia, mas isso é noventa, noventa por
cento na programação do horário nobre é produção
brasileira, são poucas emissoras no mundo que tem isso
também, a não ser a, os grandes centros como Alemanha,
Inglaterra e Estados Unidos. O restante consome produção
estrangeira, então a nossa relação, a relação do sucesso da
televisão brasileira com o tamanho da audiência é muito
próxima por que a nossa demanda interna é muito grande,
isso gera a possibilidade de produzir produtos específicos
e nacionais.
Um programa de baixa audiência pode ser considerado
de baixa qualidade? Sim? Não? Por que?
Não necessariamente. O que faz um programa, é, estar na
grade de programação? É a audiência ou o faturamento? O
Jô Soares tem uma baixa audiência mas tem um grande
faturamento. O Ratinho tinha uma grande audiência mas
tinha baixo faturamento, por que a qualidade dele era ruim
e os anunciantes saíram fora. Então o que faz um
programa estar na grade de programação é a audiência,
claro, mas se essa audiência render em faturamento.
Então, um programa de baixa qualidade pode render
muito, mas, que qualidade é essa? Aí nós voltamos aqui a
questão, se for uma baixa qualidade técnica, ele pode ter,
né, é, como a gente tinha por exemplo alguns programas,
o Chaves por exemplo, que é um programa de baixa
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Pergunta
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Pergunta
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Plano médio
qualidade técnica e até hoje lidera a audiência em alguns
horários, em frente a programas que tem uma qualidade
técnica infinitamente superior, como é o caso de, algumas
vezes, ele ganha da Fátima Bernardes que tem um
programa já todo feito num, num padrão digital, então é
muito, é muito, é, é, com, é relativo fazer uma afirmação
dessa por conta do que esse programa vai dizer para as
pessoas e vai conseguir de audiência. O dia que o Chaves
tiver uma grande audiência e, apenas isso, não representar
em faturamento, ele vai deixar de existir na programação.
Com a internet o público telespectador migrou da tevê
para a internet? Por que?
Isso foi um, um, um primeiro receio das emissoras eram
esse, que, com essa nova possibilidade, é, a internet era
vista como uma concorrente, hoje a gente sabe que é mais
uma plataforma de integração do que de concorrência.
Nos Estados Unidos mesmo, quando, quando, essa, essa
grande, grande gama, gama de, de produtores começaram
a produzir pra internet especificamente deixando de lado
televisão, surgiu esse, esse medo e lá nós tivemos uma
audiência, chegou a representar nove por cento, apenas
nove por cento das pessoas consumiam televisão aberta, e
muitos afirmavam que era por conta da internet. Depois,
quando começaram assim a envolver com, é e criar
plataformas de integração com tweeter e com facebook,
hoje a programação, hoje a audiência da tevê aberta nos
Estados Unidos subiu pra dezessete por cento, então nós
estamos vendo que no brasil ainda é muito, é, é tímido
ainda essa integração por que ainda observa essas
plataformas como concorrentes. Ontem, especificamente,
nós tivemos exemplo muito grande do que é, da, da
possibilidade que se pode gerar com o Masterchef e o
Tweeter, foi a primeira grande parceira de um canal aberto
com essas plataformas aqui no brasil. Nos Estados Unidos
isso já está sendo feito e consolidado há muitos anos,
inclusive alguns institutos de pesquisa lá, consagrados
como o “Nome indefinido” por exemplo, entraram em
grande dificuldade por que as emissoras romperam o
contrato e começaram a aferir a suas audiências pelo
tweeter, com ferramentas on-line, isso no brasil está longe
de acontecer ainda, mas então, é, as emissoras que
observam a internet como concorrência, elas tem muito a
perder. Eu acho que tem que ter uma mudança no perfil
das emissoras do brasil de olhar pra essas plataformas
como integradoras. O problema é que aqui todo mundo
quer fazer tudo sozinho, o superstar, a globo cria um
sistema próprio de, de, de segunda tela, o tomara que caia,
ela utiliza o sistema dela, a record cria o seu aplicativo, a
Band cria o seu aplicativo, a redetv cria o seu, isso não
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Pergunta
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Plano médio
Plano médio
funciona, isso não funciona, por que é muito caro e as
pessoas não estão, a fidelidade que elas tem ao canal na
televisão não é a mesma fidelidade que elas tem na
internet, por que o próprio meio você poder navegar, né,
como o próprio nome diz, então enquanto as emissoras
brasileiras não mudarem esse perfil, de olharem pra essas
emissoras como integradoras, elas vão ter como
concorrentes, e aí sim, as pessoas podem deixar e ira par
essas plataformas.
Na opinião do professor, como devemos denominar o
telespectador brasileiro?
Existe algumas correntes que já estão querendo chamar de
usuários, né, por que você está usando televisão, você usa
internet, você usa, é, cada plataforma, eu particularmente
sou da minha visão que nós somos, quem está vendo
televisão é telespectador, se eu estou consumindo uma
outra plataforma conjunta a isso, essa minha ação que
deve ter um outro nome, mas não a minha questão, por
que o modelo de negócio ainda foi pensado nessa pessoa
que vê televisão, quero daqui, ao chegar em casa, ligar a
televisão e ver o que está passando, e comentar do que
está passando, antigamente eu fazia isso com minha
família, com telefone, hoje eu faço pelo tweeter, pelo
facebook, mas eu me considero como telespectador,
enquanto televisão tiver esse modelo de negócio, esse
modelo, essa estrutura de fluxo de programação, contínuo
e linear, eu ainda me considero telespectador, o dia que
isso mudar, arranjamos outro nome
O Gênero informativo, em especial o telejornalismo,
podem interferir no aumento da audiência dentro do
horário nobre? Por que?
É, essa é uma pergunta difícil de ser respondida, por que
acreditava-se que o jornalismo era o carro-chefe de todas
as emissoras, tanto que o comercial é mais caro, mas hoje
nós estamos vendo que isso não é tão verdade assim,
muitos acreditam que, se o jornal Nacional sair desse,
desse formato novela das sete, jornal e novela das oito, a
audiência dele vai ser muito menor, muitos acreditam que
a audiência dele é resultado do que as pessoas estão
esperando a programação chegar, e aí, com o habito de
ficar na rede globo, por eni motivos, coloca-se na rede
globo e fica lá. É, o sbt uns anos atrás tirou todo o
jornalismo do ar, ficou apenas com o exigido por lei de
cinco por cento, e exibia cinco horas da manhã e repetia
seis horas da manhã, então ficou um tempo sem ter o
telejornal a noite. Isso criou mais um constrangimento do
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Pergunta
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Plano médio
que um problema de faturamento, então a gente falar que
o jornalismo, ele é importantíssimo, mas vem sofrendo
hoje por questões de formato, ele tem que se adequar
principalmente na questão das grandes cidades, talvez um
jornalismo muito mais de serviço do que informativo, por
que a informação por si só nós já temos na internet, né, no
jornal nacional as notícias são velhas , nós já sabemos
tudo o que aconteceu pela internet, mas que não tem
internet ainda depende exclusivamente do jornal nacional,
só que essa parcela que ainda depende do jornal nacional
está diminuindo cada vez mais, aí gera o problema do
faturamento. Então, se o jornal nacional começar a ter
problema de faturamento, ele vai mudar, e a mudança não
vai ser simplesmente o Boner ficar em pé e sair da
bancada e apresentar o quadro do tempo em pé, isso é
ridículo, você falar que o jornal nacional está se adaptando
com o Boner ficar em pé, né, isso aí é uma bobagem,
muito grande.
Dentre as emissoras de tevê, Globo, Record e SBT,
qual o professor acredita que faça de tudo, que se
prostitua para ganhar audiência, e o que elas fazem?
Elas são capazes de tudo mas tudo tem um limite, por
conta primeiro da legislação, segundo tamanho da própria
emissora e a relação com a audiência, então se dependesse
da vontade deles de colocarem um tipo de programação
meio dia que gerasse um problema muito grande pra
sociedade eles não estariam nem aí. Ahh, mulher pelada,
então vamos colocar o pânico cinco horas da tarde pra
todo mundo em casa ver, se dependesse deles eles fariam,
mas a legislação não permite. Então o que eles podem
fazer, é muito difícil pelo seguinte, são empresas
comerciais, que, é, e qualquer empresa pra mudar é muito
difícil. A gente as vezes, eu olho a televisão, e não
consegue enxergar que elas são empresas capitalistas e
que visam lucro e que tem uma estrutura de atuação e de
hierarquia dentro dela, então pra uma emissora, a globo,
pra ela fazer uma mudança na programação dela e essa
mudança chegar ao seu espectador, é muito difícil, por que
você mexe numa série de condicionantes e hábito de
costume, e as pessoas não querem que aquilo mude, então
é muito difícil. Então a gente tem que pensar, por
exemplo, a globo tem três mil trezentos e cinquenta
retransmissores no país, a redetv tem oitocentos e setenta,
então como a redetv vai enfrentar a rede globo no aspecto
da audiência se ela não chega em determinados que só tem
a globo, então não depende muito dessa questão da
programação exclusivamente, depende da estrutura de
cada televisão, então emissoras que são grandes como a
rede globo, ela pode experimentar e ela pode atingir maior
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PERGUNTA
quantidade de pessoas, e a margem de erro dela pode ser
maior por que como ela atinge mais gente, ela pode
combinar e aí alcançar melhor o resultado com essas
pessoas. A redetv, sbt por exemplo e bandeirantes não
podem errar tanto, então é muito difícil ela mudar o
esquema do que esta dando seguindo certo pra
experimentar ou tentar assumir uma liderança por que se
ela não alcança certas regiões. Então por isso que a
bandeirantes sabe que novela é um bom público no brasil,
dá um bom público, ela não tem dinheiro pra produzir
uma novela no nível da rede globo pra competir com ela, o
que que ela faz, compra novela da Turquia que é muito
mais barato e, o que vier ali é lucro pra ela. Então é muito
relativo essa questão de eu ganhar audiência simplesmente
pela programação, pela minha qualidade, depende muito
do tamanho e da estrutura que a televisão tem, e de
alcance dela principalmente.
Das três grandes emissoras brasileiras qual seria a que
melhor exibe um horário nobre de qualidade? Por
que?
Das três, se a gente colocar Globo, sbt e record, eu acho
que as três exibem um horário nobre de qualidade. A
globo talvez exiba uma melhor novela por que ela já tem
uma experiência, uma expertise em novela, de produção,
de mais de quarenta anos e isso não é de se jogar fora, mas
os outros programas que são apresentados nesse horário
nobre também são de muita qualidade técnica, não vou
entrar na questão se o gugu ou a xuxa tem qualidade de
programação, mas são muito bem feitos. Então, acredito
que a nossa televisão nesse quesito de qualidade de
horário nobre, nós estamos muito à frente de vários outros
mercados internacionais, muito à frente mesmo, então nós
não temos uma questão nem pra se queixar nem pra se
envergonhar disso. Agora, qual emissora que poderia
utilizar melhor esse horário nobre, aí eu acredito que é o
que a record vem fazendo. A record tem um nicho de
audiência que nenhuma outra emissora tem que é o
público evangélico, e esse público tem crescido no brasil
muitos anos, e hoje já se compensa produzir uma
telenovela como Os Dez mandamentos, com um nicho
desse que veem uma série de telenovelas com cunho
religioso pra esse tipo de audiência e que, semana passada,
refletiu na liderança no horário nobre, pela primeira vez
uma telenovela da globo perdeu pra record no horário
nobre, isso só havia acontecido na Manchete na década de
oitenta. Então eu acho que a record tem condições de
explorar melhor ainda essa condição e esse nicho, mas ela
realmente vir de fato fazer isso é uma outra questão.
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Pergunta
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Qual a opinião do professor sobre os índices de
audiência divulgados pelos institutos de pesquisa, em
especial pelo Ibop, e sobre os próprios institutos, até
onde são críveis, até onde não?
Ahh, é essa que é a questão que a gente colocou no início,
você tem um único instituto que afere e divulga esses,
esses índices, sempre gera uma desconfiança. O sbt, há um
tempo atrás quis criar um próprio sistema, sistema próprio
de aferição, e foi extremamente rechaçado e até desistiu
da idéia, a “nome indefinido” já quis entrar no brasil
também, o ano retrasado se não me engano, e a globo fez
uma campanha pra não, que ela não entrasse aqui e ela
acabou não entrando, o GFK é que vai entrar agora, então
acho que muita mudança vai acontecer. Mas, é, esse tipo
de aferição compromete mesmo a, a, os resultados, por
que além de ser uma amostragem, uma amostragem
sempre tem uma, uma, uma margem de erro para mais ou
para menos, é, é ele que valoriza o comercial, então é, a
Redeteve e a Record tem muita reclamação em relação a
isso, porque com esses índices, com essa aferição nunca
eles vão poder ter um comercial próximo ao que é
veiculado e cobrado pela Rede Globo, então isso gera
realmente uma dominação de quem já está por cima, e o
segundo lugar pra quem já está no segundo lugar, então
realmente se não houver uma mudança nesse sistema de
aferição, essa situação é muito difícil de mudar. Com a
entrada do GFK, e aí a Bandeirantes, a Record e o SBT já
fizeram contrato com esse instituto e vão utilizar os seus
serviços, eu acredito que muita coisa vai mudar
principalmente no nordeste do país, mas ao mesmo tempo
nós temos o PNT Nacional, que é uma, uma, uma
amostragem maior do que o IBOP, mas que ele não mede
a programação em si, ele mede a audiência, é no “Shér”,
na, na, na, no, no compartilhamento da, da, do que está
ligado, do que está desligado, então é uma outra questão, o
PNT não me dá por exemplo que tantas pessoas estão
vendo televisão, o Ibop é que faz essa medição, o, o PNT
me dá que tantas pessoas estão assistindo a globo no
horário tal, tal, tal, tal, tal, tal, então assim é ,muito
complicado você ter dois, apenas dois mecanismos pra
você conseguir fazer essa aferição do tamanho do país, do
Brasil como é, e o tamanho da nossa audiência, então é
muito bem- vindo um outro instituto de pesquisa como o
GFK, pra poder fazer, além de ter uma metodologia
diferente, talvez mostrar resultados diferentes.
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DECUPAGEM 5 – RICARDO MONTEIRO
Tempo
Vt 1 – Ricardo Monteiro
Imagem
(descrição da Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
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O que é a GfK?
A GfK é uma empresa de pesquisa, é uma empresa alemã, tem
mais de 60 anos, aliás, mais de 80 anos. Tá em sessenta e poucos
países do mundo, em todos os continentes e aqui no Brasil tá há
mais de dez anos. Comprou a Integration quando entrou aqui e a
ultima parte da empresa que veio é a de medição de audiência que
tem pouco mais de um ano e meio.
Em português significa Crescimento pelo Conhecimento?
Não, isso é só o slogan que a gente usa. Eu não consigo nem falar
o que significa de verdade.
A gente não usa tradução livre. Assim como outras marcas como
Procter & Gamble que usa hoje P&G e várias outras desistiram
por que fica muito difícil.
Como a GfK define o horário nobre na televisão brasileira?
Da mesma forma que você define isso hoje. Então o pico ele se
inicia hoje por volta de umas 8 horas da noite e ele vai até 1 hora
da manhã. Oficialmente cê tá falando das 6h a meia-noite. Então
isso é o que se chama de Prime Time, mas o Prime Time tá
mudando, e lógico que existe uma diferença entre capitais e
interiores, mas oficialmente cê tá falando de 6h a meia-noite,
ahn... ahn efetivamente hoje mais é entre 8 e 1 hora.
Que é o horário onde você tem os volumes mais altos de
audiência.
Qual a importância da GfK para a TV no Brasil?
Quando nós viemos pro Brasil é tem, havia um proposito que é a
razão da nossa existência. Que é poder oferecer o que existe de
melhor lá fora e levar o Brasil à um novo patamar em medição de
audiência. Eee então você tem vários componentes disso,
primeiro, tecnologia, nós trouxemos a tecnologia mais avançada
do mundo em medição. Depois software, um software M to M
que você consegue analisar aqueles dados e fazer um
planejamento de mídia mais correto. Então ahn... com isso e mais
levantamento socioeconômico bem diferente do que foi feito
historicamente no país, fizemos 67 mil entrevistas em domicílios,
então nós entendemos hoje dentro dos 15 mercados que nós
reportamos qual é a atual distribuição da população. Então não é
15, 20 mil entrevistas por ano, por que não adianta você fazer 15
ou 20 mil e somar cinco anos pra dizer que você tem 100, 200 mil
entrevistas. Por que a cada ano muda a distribuição da população
entre classes sociais, mudam faixas etárias, mudam uma série de
coisas. Então você precisa fazer uma grande pesquisa e aí você
atualiza essa pesquisa por até três anos, depois tem que fazer
novamente uma grade pesquisa. Então ahn temos uma grade
pesquisa, temos o hardware mais avançado do mundo hoje e
temos o software um dos mais avançados do mundo hoje, muito
diferente daquilo que se usa aqui.
O que é audiência segundo a GfK?
A pergunta é um pouco aberta, mas audiência é uma
representação do hábito de consumo de televisão. Isso é a
definição de audiência. Então o que que é o hábito de consumo de
televisão? Primeiro você ter certeza que a distribuição da sua
mostra ela é compatível com a distribuição da população hoje.
Classes sociais, faixas etárias, chefe de família, vetor que assiste,
se é televisão paga, se é televisão aberta, se é satélite. Então você
tem que colocar tudo isso em consideração na distribuição da sua
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mostra e depois você tem que ter uma leitura que seja balanceada
pra você poder reportar. Então ahn no nosso caso a primeira vez
no país a gente incluiu comunidades e favelas. Tá, ninguém mede
isso antes pelo risco que tem até de a própria instalação, risco no
equipamento. Equipamento que tá lá em comodato. Ahn ahn,
equipamento caro, tem muita tecnologia nisso, mas nós
assumimos o risco e colocamos. Por que se não como é que você
vai assumir que uma população que tá dentro de comunidade, que
é 30, talvez, por cento da população hoje inteira. Ahn ahn como é
que você vai assumir que eles se comportam, têm o mesmo hábito
de assistir televisão de outras pessoas em outras situações. Não
sabemos, então temos que medir.
Quais são os métodos de aferição de audiência que a GfK
utiliza? E dentro desta questão, existe um formato de medição
para TV digital e outras plataformas.
Nossa plataforma é única, nós temos dois aparelhos, um que
chama UMX e um que chama Logguer. O UMX é um pouco
maior e é um aparelho que permite conectar nele um by pass de
outros equipamentos. Que nem você tem no home theater um
reciver que passam os sinais por ele, passam pelo nosso também
mas vão embora do mesmo jeito que entraram pra não atrapalhar.
Por que você não pode mudar a configuração original do
domicílio, você tem que mantê-lo exatamente como ele tava.
Você não pode num domicílio instalar e tentar melhorar a imagem
da antena, não, você tem que medir o que tem lá. Então o nosso
equipamento um é esse que permite outros e todos eles tem
display, tá, que chama Logger.
Que é este cara aqui. Então esse display é como se fosse um porta
retrato digital, ele tem uma tela LCD colorida e ele manda
mensagem. Então quando você liga o equipamento, a televisão, o
nosso equipamento tem um sensor que sabe quando uma televisão
tá ligada. É ahn.. e aí vai aparecer uma mensagem aqui pedindo
para o morador se identificar.
Então é, esta é a nossa tecnologia de uma forma básica. Ahn, o
que é que ele faz, ele grava o sinal de áudio, que tá vindo do
televisor, tá, e esse sinal de áudio pode ser de um DVD de um
Blu-Ray ou de uma antena captada por esse aparelho, ahn ou ahn
de um decodificador de TV paga ou qualquer um. Então,
independente do vetor que vier o nosso sistema tá preparado pra
ler todos eles. Pode ser TV digital, pode ser televisão analógica,
pode ser TV paga, pode ser satélite, não importa. A gente olha o
áudio que tá sendo consumido na televisão e vai comparar com o
áudio que tá vindo das emissoras.
E quando a TV digital é, por exemplo, do celular?
Não, a gente só mede, lembra que um painel de audiência é um
painel domiciliar. A gente mede televisores instalados num
domicílio. Se eles forem móveis eles não podem ser medidos.
Então com esse tipo de medição a GfK não está trabalhando?
Não, a gente não tá medindo a televisão em celular.
Tempo
Vt 2 – Ricardo Monteiro
Imagem
(descrição da Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
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Plano médio
Sobre os métodos de aferição, você poderia explicar como
ocorre e como são aplicados?
Então vamo lá, eu descrevi antes como é o equipamento e eu vou
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descrever um pouquinho agora como é que é o meeting de áudio.
Você tem diversos tipos de aparelhos pra fazer esse tipo medição.
Antigamente se usava um que era com base em frequência, então
dentro do medidor você tem um aparelho que sintoniza uma
determinada frequência, um canal e compara com o áudio do
canal que vem da televisão. Quando bater você diz ah! É esse
canal que eu estou assistindo. Esse aparelho já caiu em desuso e
mundialmente não se usa mais. Por que o sistema de áudio é tido
como bastante mais flexível, mais moderno e permite muitas
tecnologias. Lembra que eu falei de TV digital, análogo, então um
aparelho de frequência só mede os canais que ele pode sintonizar,
então se você muda de televisão análogo normal VHF pra digital
que tá no UHF já não mede mais. Então é um aparelho restrito,
enquanto o de áudio, que é o que se usa no mundo inteiro hoje,
todos ahn.. todas a empresas de pesquisa que medem audiência,
praticamente todas usam hoje um aparelho que chama áudio
meeting. Então a gente captura o áudio do aparelho e captura o
áudio que vem das emissoras, todas elas. E aí um computador faz
a comparação dos dois áudios e aí tem muitas maneiras de você
fazer. Uma delas é, você pega o áudio mesmo e compara som
com som. Outra delas que no nosso caso é utilizada, você pega
aquele áudio e faz o que se chama de uma transformada de furrie,
que você transforma som numa imagem e você compara formato
da imagem do som com o formato da imagem do som que vem
das emissoras, que é muito mais preciso. Então nós entendemos
hoje que o nosso sistema é o mais preciso que existe no mundo.
Qual é o universo e amostra pesquisada?
Ahn.. nós temos 6 mil domicílios, o número que nós nos
comprometemos a colocar dentro do mercado brasileiro nas
quinze regiões metropolitanas. E eu não saberia te dizer hoje o
número exato, mas é alguma coisa em torno de 24,5 milhões de
domicílios que são representados por essa amostra.
São residências, então, são seis mil residências que têm o
aparelho. Não um, um aparelho por televisor em uso. Então cada
televisão em uso tem um aparelho. E a gente consegue olha-los
independentemente. Ahn é esses seis mil domicílios bem
balanceados representam 24,5 milhões de domicílios,
aproximadamente a metade do que tem no país.
Mas, por exemplo, se uma residência tiver mais de uma
televisão são dois aparelhos?
São, se tiver três tem três, se tiver sete tem sete.
Então o usuário que for assistir a TV o aparelho vai
identificar que é ele quem está assistindo?
O aparelho pede para que ele se identifique e aí a pessoa tem que
ir lá apertar o botão que é o código dela A,B,C,D. Então ela sabe
e vai lá e aperta o botão.
Chegando mais uma pessoa para assistir com ela também
deveria se identificar?
Também deveria se identificar
Aí conta por pessoa?
Isso
Um ponto na GfK significa quantas residências atingidas?
Isso varia por mercado. Ahn ahn, isso vai ser publicado pro
mercado na hora certa, mas os números não vão diferir muito
entre diferentes institutos, é um calculo estatístico com base na
cobertura que tem o sinal. Ahn ahn e no perímetro que aquela
amostra abrange. Então nós usamos a mostra como região
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metropolitana. Então todos os municípios que forem parte de uma
região metropolitana estão representados pela nossa amostra.
Então aí cada praça, cada um dos quinze mercados tem o seu
próprio número.
Você poderia dizer quais são os quinze mercados?
Posso, ahn, de cima pra baixo, vou ver se eu consigo lembrar.
Manaus, Belém, ahn Fortaleza, ahn Recife, Salvador, Vitória, ahn
depois Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campinas, São Paulo.
(som do celular ao fundo) ahn depois ahn Curitiba,
Florianópolis, ahn Porto Alegre, tá faltando um. Caramba! Rio de
Janeiro! Não poderia faltar óbvio! Eu só fiz a curva errada. Mas
ok é isso.
Na opinião da GfK, o que pode atingir a queda da audiência
de um programa e ou uma emissora de TV?
Quais as razões pra você ter uma queda? Tipicamente a razão de
uma pessoa assistir um conteúdo é o feet do conteúdo com a
pessoa, então você vai atrás das coisas que você gosta. Então se
você quer assistir uma novela, você tá a fim de ver aquele
conteúdo, cê quer ver um jornal cê vai atrás daquele conteúdo.
Então a audiência sobe ou desce de acordo com a qualidade e o
interesse encima do conteúdo que tá sendo exposto. Essa é a razão
única, principal para as mudanças de audiência.
Na opinião da GfK, o horário nobre hoje nas emissoras de TV
no Brasil têm se caracterizado como “horário nobre” mesmo
com a migração do público telespectador para a internet?
Ahn, então vamo tentar contextualizar um pouquinho isso, o
Brasil ainda é o país que tem as maiores audiências do mundo.
Não tem nenhum lugar no mundo que tenha audiências maiores
do que quinze pontos e são raros aqueles que chegam acima do
dez. Então o nosso país embora não tenhamos mais audiências de
cinquenta ou sessenta pontos. Nós ainda temos audiência de
trinta, trinta e poucos pontos. Isso é muito grande, por que você tá
olhando que 30% estimado da população tem o mesmo
comportamento. Aonde você consegue enxergar o mesmo
comportamento em um número tão grande de pessoas? É muito
difícil por que antes os comportamentos cabiam dentro de uma
curva normal. Você conhece uma curva normal? Aquele negócio
que faz assim. Onde o grosso da amostra faz a mesma coisa, um
pouquinho diferente prum lado e um pouquinho pro outro. Hoje o
comportamento tem várias curvas normais. Então você tem
grupos de pessoas com comportamentos. Ahn então ao mesmo
tempo que você tem uma geração saúde você tem uma geração
“gosto de me alimentar” ahn é e todos eles convivem ao mesmo
tempo. A mesma coisa acontece com a audiência. Não dá mais
pra todo mudo querer uma coisa só. Então não tem como a
audiência voltar a ser de 50, 60,80 pontos. Então a migração pra
internet é natural que haja, mas a gente tem que primeiro olhar o
que é internet no Brasil hoje e o tempo que vai demorar ahn pra
você ter um desenvolvimento encima disso. Por exemplo, 68% do
consumo de banda larga tá no sudeste. Tá, pra você construir a
conexão de fibra ótica e 1% de São Paulo custava há dois anos
atrás R$ 300 milhões de reais, o investimento pra você cabear o
país é gigante, você cabear uma São Paulo, Rio de Janeiro,
algumas outras cidades por que elas são mais verticais e ainda
assim demora pra se pagar. Quem é que vai cabear alguma coisa
pra ir nos cafundós do país pra conseguir espalhar a internet pra
todo mundo, é muito difícil. Então o celular provavelmente vem
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primeiro do que uma banda larga fixa e o celular tem limitações
por ele mesmo. Né, a banda dele é limitada e o custo é muito alto.
Então essa é uma barreira, a segunda barreira é só 24% da nossa
população interpreta textos corretamente. Então qual é a melhor
maneira de você mandar uma mensagem? O áudio com o vídeo
que tem na televisão e tem um pouco na internet também.
Mas a televisão é isso, então, é difícil você conseguir passar uma
mensagem. Então a televisão nossa ainda vai durar muito tempo.
Ahn... quando você sai das grandes capitais, a televisão é a maior
e melhor ferramenta de lazer e ela consegue passar a mensagem
que a internet ainda não tem. Né, então vai acontecer, não na
velocidade que aconteceu num país desenvolvido como, por
exemplo, os Estados Unidos. Onde você vai numa pequena cidade
do interior, que tem mil habitantes, mas você tem toda estrutura.
Nós não temos essa estrutura no país. Então é assim, a migração
acontece mas muito lentamente.
A TV predomina?
A TV predomina
Tempo
Vt 3 – Ricardo Monteiro
Imagem
(descrição da Imagem)
Áudio (descrição do áudio)
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Plano médio
Qual é o perfil de público telespectador hoje do horário nobre
na TV brasileira?
A pergunta é bem interessante. Não há um público telespectador
do horário nobre da televisão brasileira. O público que assiste a
televisão brasileira no horário nobre ele varia dependendo do
conteúdo que ele tá assistindo. Então se você colocar, por
exemplo, um jogo de futebol, cê vai ter um público mais
masculino do que feminino. Se você colocar no mesmo horário
nobre um programa como um Pânico ou um CQC. Mesmo o
Pânico e o CQC vão ter dois públicos diferentes. Se você colocar,
por exemplo, um programa como Masterchef. Masterchef pode
ter a liderança naquele momento em classe A-B mais do que
talvez, audiência de classe A-B da Globo, embora no total a
Globo seja maior. Então, depende totalmente do conteúdo que
você colocou. Não tem um público, por isso cada canal tem o seu
conteúdo e cada canal vai ter um público. Você olha, por
exemplo, sei lá, a Rede Gazeta, ahn que tem um programa
começa às dez horas com Ronnie Von, „Todo Seu‟ ele é um
público mais qualifiquado, qualificado, ele pode ter as vezes um
ponto de audiência, pode chegar a um ponto e meio pode dar 0,5
num dia, mas é um público altamente qualificado. E aí você vai
olhar de repente um programa que tem cinco pontos, ele pode não
ter esse meio, um ou um e meio de público qualificado, ele pode
ter outras coisas. Por que depende do conteúdo que você colocou.
O telejornalismo na opinião da GfK pode influenciar no
aumento da audiência do horário nobre ? como?
O país ele é sempre ansioso por novidades, o país gosta do
telejornalismo e você tem isso em abundância. Variações de
audiência dependem do tema que tá sendo abordado no momento.
Então se alguém tiver falando do impeachment de um presidente,
a audiência pode subir por que todo mundo quer saber o que tá
acontecendo. Se a notícia for aquela notícia que todo mundo já
viu e não interessa, a audiência vai descer por que alguém já viu e
portanto você não tem interesse, não tem relevância, então. É
altamente volátil. Mas o interesse por notícia sempre vai ter.
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