NOC Risco Cardiovascular

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Universidade do Minho Escola das Ciências da Saúde Mestrado Integrado em Medicina 5º ano MIGUEL SEIXAL, 59209 RESIDÊNCIA EM CENTROS DE SAÚDE II UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR SÃO NICOLAU ACES ALTO AVE — GUIMARÃES

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Resumo das Normas de Orientação Clínica sobre Risco Cardiovascular

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Page 1: NOC Risco Cardiovascular

Universidade do Minho

Escola das Ciências da Saúde

Mestrado Integrado em Medicina – 5º ano

MIGUEL SEIXAL, 59209

RESIDÊNCIA EM CENTROS DE SAÚDE II

UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR SÃO NICOLAU

ACES ALTO AVE — GUIMARÃES

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# Avaliar a pessoas adultas entre os 40 e 65 anos.

# Quatro níveis diferentes de Risco CV:

- Risco Muito Alto (SCORE ≥ 10%): sem

necessidade de avaliação a pessoa portadora

de doença CV documentada, AVC, DAP, DM tipo

2 ou tipo 1, com um ou mais FRCV e/ou lesão

de órgãos-alvo (microalbuminúria), TFG <30

ml/min/1,73m2.

- Risco Alto (SCORE [5;10[%): sem

necessidade de avaliação a pessoa com fatores

CV isolados muito elevados (e.g. HTA grau III ou

dislipidemia familiar), DM tipo 2 ou tipo 1, mas

sem outros FRCV ou lesão de órgão alvo, TFG

[30;60[ ml/min/1,73m2.

- Risco Moderado (SCORE [1;5[%).

- Risco Baixo (SCORE < 1%).

Cálculo de Risco a 10 anos: Sexo, Idade, Tabagismo, PAS e CT | 7 Categorias | Risco alto ≥ 5%

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# Situações clínicas que condicionam risco CV de

nível superior e com atribuição da categoria

imediatamente superior:

- Utente socialmente desfavorecido;

- Utente sedentário e com obesidade central;

- Familiar direto portador de doença CV prematura

(<55 anos no ♂ e <65 anos na ♀).

- TGF <60 ml/min/1,73m2.

- c-HDL <40 mg/dL no ♂ e <45 mg/dL na ♀, c/ TG

>150 mg/dL, ↑ fibrinogénio, apoB e da Lp(a),

especialmente em combinação com

hipercolesterolemia familiar.

- Pessoa assintomática c/ evidência de

aterosclerose subclínica (e.g. presença de placas, ↑

espessura íntima-média carotídea, índice tornozelo-

braço diminuído).

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No jovem (<40 anos)

- Avaliar de 5/5 anos, salvo indicação contrária.

No idoso (>65 anos)

- Monitorizar de forma individual.

OS NÍVEIS DE c-HDL INFLUENCIAM O RISCO CARDIOVASCULAR!

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Diagnóstico de HTA

- Definição válida para pessoas de idade ≥ 18 anos, s/ tratamento farmacológico anti-hipertensor, s/ patologia aguda

concomitante ou s/ gravidez.

- Elevação persistente, em várias medições e em diferentes ocasiões, da PAS ≥ 140 mmHg e/ou da PAD ≥ 90 mmHg

(A, I). [Pelo menos duas consultas diferentes, c/ intervalo mínimo de uma semana].

- Se doente está com Tto. Farmacológico antihipertenso considera-se como hipertenso.

- Considera-se hipertenso o doente que esteja a realizar Tx anti-HTA (na dúvida suspende-se e monitoriza-se com

vigilância mais apertada).

- Quando as PAS e PAD estiverem em diferentes categorias, considerar-se-á o valor mais elevado.

- Os limites de referência da PA para diagnóstico encontram-se na seguinte tabela, de acordo com o tipo de medição

realizado:

Tipo de medição PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Consultório 140 90

24 horas

(MAPA)

Global (24h) 125-130 80

Diurno (07-23h) 130-135 85

Noturno (23-07h) 120 70

Automedicação no domicílio 130-135 85

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Como fazer a medição da HTA

- Medição da PA, pelo menos duas vezes, c/ intervalo mínimo de 1-2’, registando o valor mais baixo encontrado.

[Considerar 3ª medição se houver uma grande discrepância]

- Registar! Valores de PA, braço medido, braçadeira utilizada, aparelho utilizado (Norma 026/2011), hora de

medição, situação de stress, febre ou agitação.

NÃO ESQUECER

- Ambiente acolhedor.

- Realizar medição sem pressa.

- Doente sentado e relaxado pelo menos 5’.

- Paciente com bexiga vazia.

- Não ter fumado nem ingerido estimulantes na última

hora.

- Membro superior desnudado.

- Braçadeira de tamanho adequado.

- Medição sistemática no MS onde foram detetados

valores de PA mais elevados na 1ª consulta.

REAVALIAÇÃO

- PA < 130/85 mmHg (até 2 anos).

- PA 130-139 / 85-89 mmHg (até 1 ano).

- PA 140-159 / 90-99 mmHg (até 2 meses).

- PA 160-179 / 100-109 mmHg (até 1 mês).

- PA ≥ 180 / 110 mmHg (iniciar Tx ou avaliar dentro de

uma semana, de acordo com o quadro clínico).

AVALIAR O RISCO CV USANDO O ALGORITMO DE

RISCO CARDIOVASCULAR SCORE – NORMA N.º

005/2013

Candidatos a Tto. Farmacológico precoce

- HTA grau 3;

- HTA grau 1 e 2 com risco CV alto ou muito alto;

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Intervenções no estilo de vida (A, I):

- Dieta variada, nutricionalmente equilibrada, rica em legumes, leguminosas, verduras e frutas e pobres

em gorduras (totais e saturadas).

- Prática regular e continuada de exercício físico, 30-60’, 4-7 dias por semana.

- Manter IMC [18,5;25[ e perímetro abdominal <94 cm no ♂ e <80 cm na ♀.

- Restringir consumo excessivo de álcool (máximo 2 bebidas/dia).

- Diminuir consumo de sal (consumo inferior a 5,8g/dia).

- Cessação tabágica.

Escolha inicial da terapêutica farmacológica (A, I):

- Recomendação, implementação e vigilância correta das medidas não farmacológicas.

- Idade.

- Lesões coexistentes nos órgãos-alvo.

- FRCV concomitantes.

- Doenças e condições clínicas associadas.

- Indicações e CI relativas.

- Condicionalismos de adesão à terapêutica.

- Fatores económicos associados.

EXCLUI HTA DA GRÁVIDA, DO ADOLESCENTE E JOVEM E DA HTA SECUNDÁRIA!

OBJETIVO A CURTO PRAZO:

Redução e controlo da PA para valores

inferiores a 140/90 mmHg, se tolerados e não

contraindicados!

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Fármacos de 1ª linha HTA de risco acrescido baixo ou moderado:

- Diurético tiazídico ou análogo (clorotalidona 12,5-25mg id; indapamida 1,5mg modif. id ou 2,5mg id).

- IECA ou ARA de baixo custo.

- BCC de duração de ação longa.

- Associação de diurético + IECA/ARA de baixa dose e custo.

Fármacos na HTA de risco acrescido alto ou muito alto:

- Diurético tiazídico + IECA/ARA.

- BCC + IECA/ARA.

Doença Coronária Associada, Insuficiência Cardíaca, Arritmias, Grande Atividade Simpática:

- BB com efeito vasodilatador: Carvedilol ou Nebivolol (Menor ou nenhum ação dismetabólica).

Ausência de controlo com dois fármacos, adiciona-se um terceiro:

- BCC de ação prolongada se Tx inicial com Diurético tiazídico + IECA/ARA.

- Diurético se Tx inicial com BCC + IECA/ARA.

Ausência de controlo com três fármacos (incluído diurético)

- Referenciar para o hospital em 12 meses!

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URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS (PAS ≥180 mmHg / PAD ≥120 mmHg SEM sinais e sintomas de

lesão aguda de órgão-alvo):

- Objetivo terapêutico: valores ≤160/100 mmHg progressivamente, de horas a dias.

- No doente idoso o controlo ainda deve ser realizado mais lentamente.

- Os doentes que suspenderam o Tx devem retomá-la.

- Os doentes já com Tx anti-HTA devem aumentar a dose ou adicionar um novo fármaco.

- Aos doentes c/ elevada ingestão de sódio acrescenta-se diurético e/ou intensifica-se restrição de

sódio.

- Não usar captopril ou nifedipina!!

EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS (PAS ≥180 mmHg / PAD ≥120 mmHg COM sinais e sintomas de

lesão aguda de órgão-alvo):

- Tratamento preferencialmente administrado a nível hospitalar!

Situações especiais:- Substituir diurético tiazídico por diurético de ansa quando TFG <30-40 ml/min.

- Referenciar: HTA acelerada atingindo de forma grave e aguda os órgãos-alvo, HTA secundária, suspeita de

feocromocitoma

- Considerar HTA secundária: <40 anos, agravamento súbito da HTA, deficiente resposta ou resistência Tx.

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HTA é fator de risco para:

- Doença Vascular Cerebral.

- Doença Coronária.

- Insuficiência Cardíaca.

- Insuficiência Renal.

- Doença Vascular Periférica.

- Alterações Cognitivas.

- Fibrilação Auricular.

- Disfunção Erétil.

Benefícios:

# <60 anos (↓ 10/6 mmHg):

- Redução de AVC em 42%.

- Redução de efeitos coronários em 14%.

# >60 anos (↓ 15/6 mmHg):

- Redução da mortalidade total em 15%.

- Redução da mortalidade CV em 36%.

- Redução da incidência de AVC em 35%.

- Redução de doença coronária em 18%.

APÓS TRATAMENTO E CONTROLO DA HTA

A partir de valores de

115/75 mmHg, o risco CV

duplica por cada

aumento de 20 mmHg na

PAS e 10 mmHg na PAD

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Verde (risco acrescido

baixo)

Amarelo (risco acrescido

moderado

Laranja (risco acrescido

alto)

Vermelho (risco acrescido

muito alto)

Fatores de Risco?

Síndrome Metabólica?

Lesão de Órgão-alvo

Subclínico?

Diabetes Mellitus?

DCV Confirmada?

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Fatores de Risco:- ♂.

- ♂ >55 anos / ♀ >65 anos.

- Tabagismo.

- CT >190 mg/dL

- LDL >115 mg/dL.

- HDL <40(♂) / <46 (♀) mg/dL.

- TG >150 mg/dL.

- Glucose jejum 102-126 mmHg

- PTGO anormal.

- Obesidade (T82).

- Perimetro abdominal ↑↑.

- Hx. Familiar.

Fatores de Risco?

Síndrome Metabólica?

Lesão de Órgão-alvo

Subclínico?

Diabetes Mellitus?

DCV Confirmada?

Lesão subclínica de órgão:- P. pulso (idosos) ≥60 mmHg.

- HVE avaliada por ECG.

- HVE confirmada por ECC.

- Espessamento carotídeo (IMT

>0,9 mm)

- Velocidade da onda pulso

carotídeo-femoral >10 m/s.

- Índice Tornozelo-Braço <0,9

- DRC com TGF [30;60[

ml/min/1,73m2.

- Microalbuminuria 30-300

mg/24h.

DCV confirmada:- AVC isquémico.

- Hemorragia cerebral.

- Acidente Isquémico Transitório.

- EAM.

- Angina.

- Revascularização miocárdica.

- Insuficiência cardíaca.

- Doença arterial periférica

sintomática.

- TGF <30 ml/min/1,73m2.

- Proteinúria >300 mg/24h.

- Retinopatia avançada.

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Prevenção Secundária SCA, EAM, AI, ICP, AVC de origem não cardioembólica, AIT, DAP

Patologia Terapêutica Evidência

Síndrome Coronária Aguda Clopidogrel + AAS no 1º ano A, IIa

EAM há >1 ano AAS | Clopidogrel como alternativa em doentes de alto risco) A, I | C, IIb

Angina Estável AAS A, I

ICP Clopidogrel + AAS durante 1 ano A, IIa

AVC isquémico AAS ou Triflusal | AAS + Dipiridamol | Clopidogrel A, I | B, I | B IIa

AIT AAS ou Triflusal | AAS + Dipiridamol A, I | B, I

Doença Arterial Periférica AAS ou Clopidogrel A, IIa

Não aplicável a AVC de origem cardioembólica ou AVC hemorrágico!!!

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- AVC ou AIT: Dipiridamol + AAS com precaução em doentes com doença coronária grave (AI, EAM recente, Eao

subvalvular, ICC descompensada) devido a fenómeno de roubo por ação vasodilatadora do dipiridamol.

- A antiagregação deve ser iniciada o mais precocemente possível após um evento cardíaco agudo. Após AVC ou

AIT, o AAS deve ser iniciado nas primeiras 48 horas (EXCETO se for realizada trombólise, em que a antiagregação

só deve ser iniciada após 24 horas) e o clopidogrel não deve ser usado nos primeiros 7 dias.

CRITÉRIOS

DOSES

- AAS 100-150 mg id

- Triflusal 600 mg id ou 300 mg bid

- Clopidogrel 75 mg id

- AAS + Dipiridamol 25/200 mg bid

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PROCEDIMENTOS INVASIVOS

* Nas pessoas que colocaram um stent não

medicado há menos de 6 semanas e nas pessoas

que colocaram um stent medicado há menos de 6

meses o procedimento deve ser adiado; se tal não

for possível, deve ser mantida a antiagregação

dupla.

** Manter ácido acetilsalicílico ou triflusal,

interromper clopidogrel (isolado ou em associação

a ácido acetilsalicílico) ou ácido acetilsalicílico +

dipiridamol; nos doentes de risco elevado,

considerar substituir temporariamente clopidogrel

ou ácido acetilsalicílico + dipiridamol por ácido

acetilsalicílico.

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- DCV aterosclerótica clinicamente evidente. (C, I)

- Diabetes Mellitus, independentemente da idade. (C, I)

- História familiar de DCV prematura. (C, I)

- História familiar de dislipidemia familiar. (C, I).

- Doença inflamatória crónica (AR, LES, psoríase). (C, I)

- DRC com TFG <30 ml/min/1,73m2. (C, I)

- Hábitos tabágicos. (C, I)

- Hipertensão arterial. (C, I)

- IMC ≥30 kg/m2 ou perímetro de cintura ≥94 cm no ♂ e ≥80 cm na ♀. (C, I)

- Homens c/ ≥40 anos. (C, IIb)

- Mulheres c/ ≥50 anos na pós-menopausa. (C, IIb)

INDICAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO

O QUE PRESCREVER

- Em jejum de 12 horas, avaliação sérica de colesterol total (CT), HDL, LDL e TG. (C, I).

- Confirmar por 2ª avaliação laboratorial realizada com um mínimo de 4 semanas antes de se

estabelecer qualquer terapêutica (C, I).

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- Doentes hospitalizados c/ valores lipídicos desconhecidos, cálculo CV para decisão Tx, esteato-hepatite não

alcoólica, pancreatite aguda. (C, I)

- Trimestralmente, quando se inicia Tx hipolipemiante até se atingir os valores alvo. (C, I)

- Anualmente, quando se atinge os valores alvo com a Tx. (C, I)

QUANDO PRESCREVER

DISLIPIDEMIA FAMILIAR ou PATOLOGIAS GENÉTICAS DO

METABOLISMO

- Enviar para um centro de tratamento especializado para uma investigação mais profunda., a efetivar num prazo

máximo de 60 dias (consulta prioritária).

- Dislipidemia familiar (1-3% pop. Adulta e 30% EAM prematuro): Patologia genética complexa. Aumento da

produção de ApoB, formação de partículas LDL pequenas e densas (ApoB >120 mg/dl com relação c-LDL/ApoB-LDL

< 1,5).

- Hipercolesterolemia Familiar (HF): Forma mais comum e grave das hipercolesterolemias monogénicas.

Transmissão AD com penetrância completa. Defeito no gene que codifica recetor das LDL. Caracteríza-se por níveis

de LDL acima do percentil 95% para o sexo e idade, geralmente com c-HDL e TG dentro da normalidade.

Forma heterozigótica: CT entre 290-500 mg/dL | Forma homozigótica: CT pode atingir 1000 mg/dL.

Xantomas tendinosos geralmente considerada patognomónica de HF.

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- O LDL pode ser calculado pela fórmula de Friedewald se TG <400 mg/dL.

- O uso de parâmetros como apoB, não c-HDL não evidencia benefício clínico adicional.

- CT e LDL são os principais alvos terapêuticos recomendados.

- ApoB considerado marcador de risco semelhante ao c-LDL (Não está em algoritmos):

# O não c-HDL também pode ser usado para calcular o número de partículas aterogénicas dado a correlação com

ApoB.

- A Lp(a) não é recomendada para avaliação do risco CV na população em geral, mas considerar a determinação nos

doentes com elevado risco CV ou Hx familiar de doença aterosclerótica prematura.

- As dislipidemias podem estar relacionadas com a interação entre uma predisposição genética e fatores ambientais

ou com outras doenças (dislipidemias secundárias).

- Hipercolesterolemia secundária: Considerar antes da introdução da Tx (e.g. hipotiroidismo, S. nefrótico, gravidez,

S. Cushing, anorexia nervosa, Tx imunossupressor e com corticosteroide).

- Hipertrigliceridemia secundária: Frequente, considerar antes da introdução da Tx (e.g. hipotiroidismo, dieta rica

em HC simples, obesidade, DM II, consumo de álcool, doença renal, gravidez – principalmente 3ºT, doenças AI,

fármacos)

CRITÉRIOS

𝐿𝐷𝐿 = 𝐶𝑇 − (𝐻𝐷𝐿 +𝑇𝐺

5)Fórmula de Friedewald

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Intervenções no estilo de vida (A, I):

- Dieta variada, nutricionalmente equilibrada, rica em legumes, leguminosas, verduras e frutas e pobres

em gorduras (totais e saturadas).

- Prática regular e continuada de exercício físico, 30-60’, 4-7 dias por semana.

- Manter IMC [18,5;25[ e perímetro abdominal < 94cm no ♂ e < 80cm na ♀.

- Restringir consumo excessivo de álcool (máximo 2 bebidas/dia).

- Diminuir consumo de sal (consumo inferior a 5,8g/dia).

- Cessação tabágica.

OBJETIVOS TERAPÊUTICOS

- Risco cardiovascular baixo (SCORE <1%) a moderado (SCORE [1;5[ %): CT <190 mg/dL e LDL

<115 mg/dL (C, IIa).

- Risco cardiovascular alto (SCORE [5;10[ %), pessoa com dislipidemia familiar aterogénica e

HTA grau 3: LDL <100 mg/dL (A, IIa).

- Risco cardiovascular muito alto (ver norma 005/2013): LDL <70 mg/dL ou, quando não for

possível, redução igual ou superior a 50% de LDL (A, I).

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ABORDAGEM TERAPÊUTICA

- Risco CV baixo ou moderado: Intervenções no estilo de vida / se não resultar sinvastatina adequada

às alterações analíticas.

- Risco CV alto ou muito alto: Sinvastatina 40 mg (B, I) / se não resultar máxima dose recomendada

ou tolerada (A, I), ou mudar para estatina mais potente se necessária / + ezetimiba, resina permutadora

de iões ou niacina (C, IIb).

- Hipertrigliceridemia >200 mg/dL: Intervenções no estilo de vida (atividade física regular, redução

ingestão de álcool, mono-,dissacáridos, principalmente a frutose e HC [A]) | se não resultar, nos casos

de ausência de risco CV alto, considerar fibratos (B, I), niacina (B, IIa), ácidos gordos ómega-3 (B, IIa) |

Se risco CV alto escolher Estatinas como primeira opção.

- Hipertrigliceridemia muito elevada >880 mg/dL: Medidas de restrição dietética + tratamento

farmacológico (risco clínico de pancreatite).

- HDL <40 mg/dL no ♂ e <45 mg/dL na ♀: Alterações no estilo de vida, atividade física, redução do

excesso ponderal, cessação tabágica, ingestão moderada de álcool. Não há evidência que o aumento

pela terapêutica farmacológica de HDL previna a doença CV.

Sempre acompanhado de um planeamento da modificação do estilo de vida!

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PRIORIDADE NA PREVENÇÃO

CARDIOVASCULAR

- Pessoas com doença aterosclerótica

clinicamente evidente.

- Pessoas assintomáticas com risco CV alto

e muito alto devido a presença de vários

FRCV, DM I ou II, DRC moderada ou grave

com TFG <60 ml/min/1,73m2 e aumento

marcado de alguns FR individuais, como

dislipidemias familiares e HTA grau 3.

- Familiares de pessoas com doença CV

prematura ou risco CV muito alto.

CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS

- Ezetimiba: Coadministrada com estatina,

indicada na hipercolesterolemia familiar não

controlada, ou em monoterapia quando

Estatinas são contraindicadas ou não

toleradas.

- Fibratos: indicados no tratamento das

dislipidemias mistas e das

hipetrigliceridemias isoladas não

controladas.

- Ácido nicotínico: indicado na

dislipidemia mista combinada e na

hipercolesterolémia primária. Usado com

Estatinas se estas forem insuficientes.

- Ésteres etílicos de ácido ómega-3:

indicado na hipertrigliceridemia endógena e

nas dislipidemias de tipo IIb/III.

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CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS – POTÊNCIA DAS ESTATINAS