Nocoes de analise do discurso
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Professor PDE: Maxwel Lima
Noções de Análise do
Discurso Antes de começar a análise das músicas convém que saibamos alguns conceitos, básicos, sobre o método da Análise do
Discurso, ao mesmo tempo em que orientamos os alunos a prestarem atenção
ao caráter de oposição entre este e a “Novalíngua”, língua oficial de Oceania, criada para satisfazer às necessidades
ideológicas da sociedade totalitária descrita no romance “1984”.
Comecemos com a noção de Discurso,
o que está em curso, portanto não é
estanque, que não é língua nem
texto ou tão pouco fala, mas
necessita desses elementos para ter
uma existência material. Discurso
implica uma exterioridade à língua,
isto é a aspectos sociais e
ideológicos contidos nas palavras.
Para a AD, existe a noção de
sujeito discursivo, polifônico, cujo
discurso é constituído do
entrecruzamento de diferentes
discursos em oposição, portanto
heterogêneos e mutáveis.
Para quem as condições de
produção são um dos fatores
fundamentais e nelas são
determinantes os aspectos
históricos, sociais e
ideológicos.
Na “Novalíngua”, língua criada na
sociedade do romance “1984” como
meio de controle ideológico, seu
vocabulário é construído de modo a
fornecer a expressão exata aos
interesses do Partido, excluindo
todos os outros significados, ou
possibilidades de se chegar a eles.
Tanto no romance “1984” como
no Brasil pós-golpe de 1964 é
possível perceber algumas
semelhanças nos métodos de
tortura e delação, como
políticas de curto prazo para
controle da população por
parte do Estado.
Enquanto em “1984” a estratégia adotada pela criação da
“Novalíngua” como política de longo prazo para diminuir a extensão do pensamento, diminuindo o número e os
sentidos das palavras ao mínimo, reduzindo as ambiguidades e
significados implícitos foi vencedora,
No Brasil, a estratégia da utilização da
Censura Federal não logrou o mesmo
êxito, pois deixou brechas por onde a
Música Popular Brasileira, entre
outras manifestações da cultura,
fazendo uso dos efeitos de sentido do
discurso puderam penetrar e
denunciar à Nação a conspiração a
que estava submetida, como
demonstramos nas músicas
analisadas.
Contudo, ha que se permanecer
alerta, pois, com o avanço das
tecnologias de comunicação,
vemos aumentar,
exponencialmente, as
possibilidades de manipulação
do inconsciente coletivo.
“1984 não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1985, o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que ocorrem e de mobilizá-las pela humanização do mundo”. (contra capa do Livro - 1984/ George Orwell; tradução Wilson Velloso. 29 ed. Cia Editora Nacional, 2005).