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Centro Universitário UniFBV | Wyden Mestrado Profissional em Gestão Empresarial MPGE Micheline Lira de Queiroz Bastos FATORES DETERMINANTES NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES AOS HIPERMERCADOS: UM ESTUDO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE. Recife, 2018

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Centro Universitário UniFBV | Wyden

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

Micheline Lira de Queiroz Bastos

FATORES DETERMINANTES NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES AOS

HIPERMERCADOS: UM ESTUDO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE.

Recife, 2018

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Micheline Lira de Queiroz Bastos

FATORES DETERMINANTES NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES AOS

HIPERMERCADOS: UM ESTUDO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE.

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em

Administração do Centro Universitário

UniFBV | Wyden, como requisito parcial à

obtenção do grau de Mestre em

Administração.

Orientador: Prof. Marcus Augusto

Vasconcelos Araújo, Ph.D.

Recife, 2018

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Catalogação na fonte -

Biblioteca do Centro Universitário UniFBV | Wyden, Recife/PE

B327f Bastos, Micheline Lira de Queiroz.

Fatores determinantes na fidelização dos clientes aos

hipermercados: um estudo na Região Metropolitana do Recife. /

Micheline Lira de Queiroz Bastos. – Recife: UniFBV | Wyden

2018.

116 f.

Orientador (a): Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Centro Universitário

UniFBV | Wyden.

1. Varejo. 2. Comportamento do consumidor. 3. Fidelidade. 4.

Custos de mudança. 5. Experiência de compra. I. Título.

DISS 658[18.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço acima de tudo ao dom da vida! Vida essa que proporciona encontros maravilhosos,

surpreendentes, sonhados e às vezes até indesejados, mas que sem sombra de dúvida tecem a

sólida teia desta minha história.

Aos meus pais Graça e Jean que com simplicidade, persistência e carinho me fizeram maior

do que eu mesma supunha que seria. Aos meus irmãos, cunhadas e sobrinhas queridas que se

mantiveram conectados mesmo à distância através da energia positiva que emanavam em

minha direção.

Aos colegas que dividiram comigo esta jornada. Em especial ao meu orientador Marcus

Araújo, que de maneira precisa e sem excessos delimita assertivamente as possibilidades. À

Edna Suely, que por “alquimia” transforma dificuldades em facilidades. A vocês minha eterna

gratidão!

Ao meu esposo e companheiro de toda uma vida Leodilson Bastos um agradecimento

especial. Gratidão pela família, pelo lindo “filho do coração”, pela maternidade, pelos

projetos sonhados e realizados, pelas discussões construtivas, pelos conselhos amadurecidos e

pelas angústias singelamente transformadas em entregas. Acima de tudo, obrigada pela

delicadeza em manejar a “fita de cetim” que traz meus pés ao chão quando os mesmos

insistem em alçar voos insanos. O seu suporte foi fundamental nesta minha conquista!

Agradeço acima de tudo a minha filha Ana Cecília, a mola propulsora de minhas ações e

motivações e que provoca turbilhões de renovações diárias. Por você minha filha, viveria

todas as vidas, e é a você que dedico esta obra!

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“A mente que se abre a uma nova ideia

jamais volta ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

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RESUMO

O cenário do varejo mundial mudou significativamente ao longo das últimas duas décadas,

tanto em virtude da digitalização do comércio quanto à mudança no comportamento de

compra do consumidor. O impacto destas transformações traz para os hipermercados uma

influência ainda pouco estudada, mas já negativamente refletida no desempenho financeiro do

formato. Então, o que fazer para garantir o futuro dos hipermercados? Para Dabija e Babut

(2014) a fidelização dos clientes seria a arma mais forte para a perpetuação do formato, obtida

através de uma forte relação com seus consumidores capaz de gerar uma percepção única e

diferenciada de seus atributos e marca. O objetivo deste estudo foi analisar a relação da

experiência de compra e dos custos de mudança na fidelidade de clientes, bem como se os

valores pessoais possuem relação com a escolha dos hipermercados. A pesquisa, de natureza

descritiva, foi realizada através da aplicação de instrumento de pesquisa a 259 potenciais

consumidores. Inicialmente o modelo proposto foi validado pelo método das correlações

variadas e submetido à análise de componentes principais e discriminantes. Por fim, as

variáveis analisadas foram submetidas à análise de regressão logística. Os resultados obtidos

confirmam duas das cinco hipóteses propostas inicialmente. De forma geral, observou-se que

a marca, imagem e diferencial são as dimensões da experiência de compra com associação

mais significativa com a fidelidade. Para o ambiente de loja, a qualidade, variedade e preço

dos produtos e os custos de mudança não houve suporte para as hipóteses relacionadas. Por

fim, observou-se relação parcial entre valores pessoais e a escolha da marca varejista, tendo

sido percebida uma forte correlação entre os valores pessoais e a fidelidade.

Palavras-chave: Varejo. Comportamento do consumidor. Fidelidade. Custos de mudança.

Experiência de compra.

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ABSTRACT

The global retail scenario has changed significantly over the last two decades, both because of

the trade digitization and the change in consumer buying behavior. The impact of these

transformations brings to Hypermarkets an influence that has not yet been studied, but already

negatively reflected in the financial performance of the format. So what do you do to ensure

the future of Hypermarkets? For Dabija and Babut (2014) customer loyalty would be the

strongest weapon for the perpetuation of the format, obtained through a strong relationship

with its consumers capable of generating a unique and differentiated perception of its

attributes and brand. The purpose of this study was to analyze the influence of shopping

experience and change costs on customer loyalty, as well as whether personal values

moderate the choice of Hypermarkets. The research, of a descriptive nature, was carried out

through survey to 259 potential consumers. Initially the proposed model was validated by the

method of varied correlations and submitted to main components and discriminant analysis.

Finally, the studied variables were submitted to logistic regression analysis. The results

obtained confirm 2 of the 5 hypotheses initially proposed. In general, it was observed that the

brand, image and differential are the dimensions of the shopping experience with more

significant association with loyalty. The relationship between the store environment, the

quality, variety and price of the products and the costs of change did not support the related

hypotheses. Finally, there was a partial relationship of moderation between personal values

and the choice of the retail brand, with a strong correlation between personal values and

loyalty.

Keywords: Retail. Consumer behavior. Loyalty. Costs of change. Shopping experience

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo do comportamento do consumidor ............................................................. 26 Figura 2 - Ciclo de causalidade conectando ambiente de loja e probabilidade de compra. ..... 32 Figura 3 - Diagrama do Servicescape de Bitner ....................................................................... 33 Figura 4 - Modelo teórico-conceitual para a fidelidade de clientes ......................................... 47

Figura 5 - Diagramação entre atitude e recompra. ................................................................... 48 Figura 6 - Modelo teórico de retenção...................................................................................... 50 Figura 7 - Modelo teórico da pesquisa ..................................................................................... 53 Figura 8 - Desenho metodológico da pesquisa ......................................................................... 55 Figura 9 – Gráfico SIMCA do Modelo .................................................................................... 74

Figura 10 – Gráfico Score Plot. ................................................................................................ 75

Figura 11 - Gráfico Loading Plot ............................................................................................. 75

Figura 12 - Gráfico VIP com maiores impactos no modelo ..................................................... 76 Figura 13 - Gráfico de Cores (Valores Pessoais X Fidelidade) ................................................ 85 Figura 14 - Gráfico de cores por local de Residência dos Consumidores. ............................... 89 Figura 15 - Gráfico de Cores para sexo dos Consumidores ..................................................... 90

Figura 16 - Gráfico de Cores para Canais de Compra .............................................................. 91 Figura 17 - Hipóteses confirmadas na pesquisa. ...................................................................... 92

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Autores e discussões .............................................................................................. 52 Quadro 2 - Construtos e referências ......................................................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Busca de artigos....................................................................................................... 22 Tabela 2 - Coeficiente do alfa de Cronbach ............................................................................. 66 Tabela 3 - Alfa de Cronbach por variável ................................................................................ 66 Tabela 4 - Análise de Variância CV-ANOVA ......................................................................... 67

Tabela 5 - Alfa de Cronbach para a variável MID ................................................................... 67 Tabela 6 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (MID). ................... 68 Tabela 7 - Alfa de Cronbach para a variável AMB .................................................................. 68 Tabela 8 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (AMB) ................... 69 Tabela 9 - Alfa de Cronbach para a variável PRO ................................................................... 69

Tabela 10 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (PRO) .................. 70

Tabela 11 - Alfa de Cronbach para a variável CMD ................................................................ 70

Tabela 12 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (CMD) ................. 71 Tabela 13 - Alfa de Cronbach para a variável FID ................................................................... 71 Tabela 14 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (FID) ................... 71 Tabela 15 - Alfa de Cronbach para a variável VP. ................................................................... 72

Tabela 16 - Alfa de Cronbach para cada que stão excluída do instrumento (VP) .................... 72 Tabela 17 – Opções de compra além dos Hipermercados. ....................................................... 73

Tabela 18 – Ajustamento do Modelo Total_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) ............ 77 Tabela 19 - Classificação do Modelo. ...................................................................................... 77 Tabela 20 - Regressão para Variáveis Totais do Modelo ......................................................... 78

Tabela 21 - Ajustamento do Modelo MID_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) .............. 78 Tabela 22 – Regressão Logística para a variável Marca, Imagem e Diferencial (MID) .......... 79

Tabela 23 - Ajustamento do Modelo AMB_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) ............ 79 Tabela 24 - Teste do chi-quadrado para a variável Ambiente de Loja (AMB) ....................... 80

Tabela 25 – Regressão Logística para a variável Ambiente de Loja (AMB) ........................... 80 Tabela 26 - Ajustamento do Modelo PRO_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) .............. 81 Tabela 27 - Teste do chi-quadrado para a variável Produto (PRO) ......................................... 81

Tabela 28 - Ajustamento do Modelo CMD_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) ............ 81

Tabela 29 - Teste do chi-quadrado para a variável Custo de Mudança (CMD) ...................... 82 Tabela 30 – Regressão Logística para a variável Custo de Mudança (CMD) .......................... 82 Tabela 31 - ANOVA e testes de Tukey e Bonferroni............................................................... 83 Tabela 32 - Análise descritiva das variáveis VP. 35, VP. 40 e VP. 42. ................................... 84 Tabela 33 - Teste do Chi-Square (Valores Pessoais X Fidelidade) .......................................... 85

Tabela 34 - Ajustamento do Modelo_teste de Hosmer e Lemeshow ....................................... 86 Tabela 35 - Classificação do Modelo com variável VP ........................................................... 86 Tabela 36 – Coeficientes do modelo com VP .......................................................................... 87

Tabela 37 - Ajustamento do Modelo_teste de Hosmer e Lemeshow ........................................ 88 Tabela 38 - Teste do Chi-Square para local de Residência dos Consumidores ....................... 88 Tabela 39 - Teste do Chi-Square para Sexo dos Consumidores............................................... 89 Tabela 40 - Teste do Chi-Square para Canais de Compra ........................................................ 90

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMB Ambiente de Loja

LOV List of Values

MID Marca, Imagem e Diferencial

PCA Análise de Componentes Principais

PRO Produtos

RMR Região Metropolitana do Recife

SERPVAL Service Personal Values

SIMCA Soft Independent Modeling of Class Analogy

SKU Stock Keeping Unit

VP Valores Pessoais

VALS Value and Lifestyle Segmentation

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 16

1.1 Objetivos ........................................................................................................................................ 20

1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................ 20

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................................................. 21

1.2 Justificativas ................................................................................................................................... 21

1.2.1 Justificativas teóricas .................................................................................................................. 21

1.2.2 Justificativas práticas .................................................................................................................. 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 25

2.1 Processo de decisão de compra e o comportamento do consumidor ......................................... 25

2.1.1 Experiência de compra ............................................................................................................... 29

2.1.1.1 Marca, imagem e diferencial ............................................................................................. 29

2.1.1.2 Ambiente de loja ................................................................................................................. 31

2.1.1.3 Produtos .............................................................................................................................. 37

2.2 Custo de mudança.......................................................................................................................... 41

2.3 Valores pessoais............................................................................................................................. 43

2.4 Fidelidade ....................................................................................................................................... 46

2.5 Modelo teórico ............................................................................................................................... 52

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 54

3.1 Delineamento da pesquisa ............................................................................................................. 54

3.1.1 População e amostra ................................................................................................................... 55

3.1.2 Variáveis pesquisadas ................................................................................................................ 56

3.2 Instrumento de coleta de dados ..................................................................................................... 58

3.2.1 Coleta de dados ........................................................................................................................... 59

3.2.2 Análise de Componentes Principais – PCA ............................................................................. 59

3.2.3 Análise de Variância Cruzada (CV-ANOVA) ......................................................................... 61

3.2.4 Análise de Regressão Logística ................................................................................................. 62

3.2.5 Validade e confiabilidade da medida ........................................................................................ 63

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 65

4.1 Validade e confiabilidade do instrumento ................................................................................... 65

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4.1.1 Validade e confiabilidade da variável marca, imagem e diferencial (MID)........................... 67

4.1.2 Validade e confiabilidade da variável ambiente de loja (AMB) ............................................. 68

4.1.3 Validade e confiabilidade da variável variedade, qualidade e preço dos produtos (PRO) .... 69

4.1.4 Validade e confiabilidade da variável custo de mudança (CMD) ........................................... 70

4.1.5 Validade e confiabilidade da variável fidelidade (FID) ........................................................... 71

4.1.6 Validade e confiabilidade da variável valores pessoais (VP). ................................................. 72

4.2 Análise descritiva da amostra ....................................................................................................... 73

4.3 Análise dos Componentes Principais (PCA) ............................................................................... 74

4.4 Relação entre as variáveis ............................................................................................................. 76

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 93

5.1 Relação entre a experiência de compra e a fidelidade ................................................................ 93

5.2 Relação entre os custos de mudança e a fidelidade. .................................................................... 95

5.3 Relação entre os valores pessoais e a escolha dos Hipermercados ............................................ 96

5.4 Implicações acadêmicas e gerenciais ........................................................................................... 97

5.5 Limitações do estudo ..................................................................................................................... 98

5.6 Sugestões para estudos futuros ..................................................................................................... 99

APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS. ................................................. 112

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1 INTRODUÇÃO

O varejo é definido por Mustakallio (2015) como o processo de venda de mercadorias e

serviços ao consumidor final. Na prática, os varejistas possuem a função de intermediar as

relações de consumo entre a indústria e os compradores, agregando valor através da seleção

prévia das mercadorias, da orientação aos clientes no ponto de venda, da ampliação do

sortimento para atendimento de variadas demandas e da reposição do estoque para que esteja

sempre à disposição dos clientes. Ainda segundo o autor, os varejistas têm a função de

promover uma distribuição mais conveniente aos diversos tipos de compradores, seja por uma

localização mais acessível do que à da indústria, seja pela possibilidade de aglutinar diversos

tipos de produtos e fabricantes em um mesmo ponto comercial. Além disso, em algumas

situações, os varejistas representam um ambiente de descoberta e de divulgação de tendências

e moda.

A história do varejo inicia no século XIX com o surgimento das primeiras lojas de

departamento e de venda por catálogos e revistas, como consequência do aumento do poderio

econômico das classes trabalhadoras. Já em função da massificação da indústria global,

surgem na primeira metade do século XX os grandes varejistas que conhecemos atualmente

(MUSTAKALLIO, 2015).

Jhamb e Kiran (2012) afirmam que as tendências econômicas e demográficas, aliadas ao

surgimento do micromarketing, da globalização e dos produtos cada vez mais relacionados às

faixas etárias específicas, fomentaram a necessidade de diversificação do varejo mundial, que

aos poucos se segmentou em diversos formatos, como supermercados1, lojas de

departamentos, conveniência e hipermercados.

Neste cenário, de acordo com Hassan e Rahman (2012), os hipermercados surgem no

ambiente do varejo como forma de melhorar a experiência de compra dos consumidores

através da prestação de serviços na relação de consumo. Ainda segundo os autores, os

hipermercados passaram a ser vistos não apenas como um lugar de compra para a reposição

1Sistema de autosserviço que oferece uma grande variedade de alimentos e produtos domésticos, organizados em

corredores. É maior em tamanho e tem uma vasta seleção de uma mercearia tradicional, mas é menor e mais

limitado no sortimento de mercadorias do que um hipermercado.

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dos itens faltantes, mas também como um espaço de lazer e convivência com familiares e

amigos.

De acordo com Mota (2012, p.101):

Os hipermercados são caracterizados por ocupar grandes áreas horizontais e

comercializarem vasta variedade de produtos alimentícios e não alimentícios e um

grande sortimento de marcas, com baixa margem e altíssimo giro. Estimulam o

conceito de única parada, ou seja, onde o consumidor possa, em um único lugar,

encontrar opções de compra para a maior parte de suas necessidades através do

autosserviço, com preço reduzido.

Borges (2001) tipifica os hipermercados como um modelo originado na França, com um piso

de venda médio de 5.000 m2 e com um portfólio de itens de aproximadamente 35.000

SKU´s2, dos quais 50% referem-se a produtos do gênero alimentício. Em geral composto

pelos departamentos de mercearia, perecíveis, têxtil, bazar e eletrodomésticos.

No Brasil, estes estabelecimentos eram originalmente denominados “casas de comércios” e

surgiram por volta de 1950 na Cidade de São José dos Campos, em São Paulo, com base no

modelo existente nos Estados Unidos. Caracterizavam-se por pequenas mercearias e armazéns

com grandes balcões, aonde os clientes chegavam ao estabelecimento e entregavam as listas

de compras para os funcionários realizarem o serviço. Na década de 1970, o comércio

varejista ganhou ainda mais expressão. Impulsionados por uma forte política de crédito do

Governo Federal, as pequenas mercearias deram lugar aos hipermercados, que agregavam

serviços e conforto a um variado portfólio de produtos (alimentos e não alimentos)

(FERREIRA JUNIOR, 2012).

A década de 80 foi economicamente caracterizada por um período hiperinflacionário,

momento em que as famílias brasileiras realizavam suas compras ao receberem os salários,

temendo uma possível desvalorização do poder de compra da moeda. Apesar de ter sido

considerado um momento de retração econômica para o Brasil, a especulação financeira foi

revertida em vantagem competitiva pelo segmento do varejo dos hipermercados, que nesta

fase consolidou-se ainda mais no mercado brasileiro (FERREIRA JUNIOR, 2012).

2 Stock Keeping Unit é um código ou referência dada a cada item de acordo com a sua apresentação.

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No final do século XX, acontece a última grande onda transformacional da indústria varejista

mundial. A tecnologia que por muito tempo foi um recurso fundamental para o

desenvolvimento dos grandes varejistas, passa a ser a pedra fundamental para o surgimento do

comércio eletrônico (e-commerce). A partir deste momento, consumidores já não necessitam

de uma interação cara-a-cara com o prestador de serviço, portfólios de produtos e

comparações de preço estão disponíveis a um click, compras realizadas à distância sugerem

maior comodidade e conforto. Neste novo cenário, dois tipos de comércio de características

distintas passaram a se articular na sedução dos clientes: as lojas físicas e os gigantes

varejistas online (MITTAL, 2013).

O impacto destas transformações no comportamento de compra dos consumidores traz para os

hipermercados uma influência ainda pouco estudada, mas já negativamente refletida no

desempenho financeiro do formato. Parte do declínio no desempenho dos hipermercados no

Brasil também deve ser atribuído ao momento de crise econômica que assola o País desde os

meses iniciais de 2015 e ao oportuno desenvolvimento dos chamados “atacarejos”, que de

acordo com Borges (2001) seria uma mistura de atacado com varejo, como por exemplo, o

Makro, Atacadão, Assai e Tenda, que realizam vendas para pequenos comerciantes e também

para o consumidor final.

Entre os anos de 2014 e 2015, os hipermercados no Brasil com mais de 20 check-outs tiveram

perda de venda de -1,1% e -0,9% respectivamente, quando nos demais formatos a

desaceleração mais expressiva se deu entre as lojas com 5 a 9 check-outs, os chamados

supermercados de bairro, cujas vendas apresentaram um incremento de 7,3% em 2014 e 0,6%

em 2015. Entre os supermercados tradicionais, constituídos por lojas com 10 a 19 check-outs,

as vendas cresceram 4,8% em 2014 e 2,4% em 2015. Já as lojas de proximidade menores,

estabelecimentos com 1 a 4 check-outs, encerraram o ano de 2014 com um incremento de

vendas de 5,5% em 2014 e de 1,2% em 2015 (WAGNER, 2017).

Em 2016, os dados da Nielsen apontam uma queda de vendas no mercado varejista de -5,8%,

enquanto que os hipermercados foram negativamente impactados em -7,4%. Situação bem

diferente aconteceu ao incipiente “atacarejo” com incremento de 11,3% em vendas

(WAGNER, 2017).

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Alguns pesquisadores defendem que a perpetuação do formato poderia ser assegurada pela

fidelidade dos clientes através de uma prestação de serviços eficiente. Neste sentido, Dabija e

Babut (2014) afirmam que um dos principais objetivos de qualquer cadeia varejista é

estabelecer uma forte relação com seus consumidores, através de uma estratégia de marketing

que desenvolva nos clientes uma percepção única e diferenciada de seus atributos. Além do

fornecimento dos produtos, aspectos relacionados à localização, posicionamento de preço,

comunicação e o ambiente de loja contribuem para fortalecer a preferência, a satisfação, e por

fim a fidelidade dos clientes.

Baumann et al. (2005) reforçam o conceito anterior de Day (1969), afirmando que a

fidelidade deve ser analisada sob duas dimensões: comportamental e atitudinal. Através da

abordagem comportamental, Zeithaml (2000) define que o cliente fiel é aquele que possui o

desejo de manter a relação de consumo, seja através da compra de produtos ou serviços. Já

Reichheld (2003) afirma que a evidência mais forte da fidelidade está no percentual de

clientes que entusiasticamente recomendam determinados serviços ou produtos a colegas e

amigos. O aspecto atitudinal de acordo com Baldinger e Rubinson (1996) é representado pelo

sentimento de pertencimento e envolvimento emocional com o produto ou serviço oferecido,

que geralmente são percebidos pelos clientes como custos de mudança, que reduzem o desejo

dos clientes de abandonar o fornecedor atual (BURNHAM, 2003).

Em abordagem complementar, Gentille et al. (2007) afirmam que a experiência de compra é a

resposta interna e subjetiva apresentada pelo cliente aos contatos diretos e indiretos com as

organizações, através da avaliação de aspectos relacionados à qualidade do serviço prestado,

ao ambiente de loja percebido, sortimento disponibilizado e percepção de preço. Da mesma

forma, alguns outros fatores externos como a propaganda “boca a boca” e as necessidades

particulares também influenciam a experiência de compra dos consumidores.

A necessidade de uma identidade própria interpretada como diferencial competitivo,

fortaleceu a sedimentação do chamado posicionamento de marca, que foi conceituado por

Berman e Evans (2001) como a estratégia adotada pelos varejistas para o desenvolvimento de

sua autoimagem. Através do posicionamento da marca, o varejista diferencia-se dos

competidores por suas particularidades e vantagens. Ainda segundo os autores, as

diferenciações significativas percebidas pelos clientes agem mais uma vez como custos de

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mudança e contribuem para fidelizar clientes. Para Bell e Menguc (2002), os varejistas que

conseguem uma diferenciação clara em relação a seus competidores, possuem uma maior

margem de manobra em seu gerenciamento de margem e são menos impactados pela

competitividade ostensiva.

Urbonavicius e Ivanaukas (2005) conceituaram o posicionamento de marca como os atributos

de imagem que influenciam o comportamento de compra dos consumidores e que são

categorizados nos seguintes fatores de análises: marca, imagem e diferencial; ambiente de loja

e produto.

Em suma, Swoboda et al. (2009) complementam o entendimento, afirmando que a fidelidade

de clientes ao segmento varejista é garantida por uma eficiente prestação de serviços como

parte essencial da experiência de compra. Berry, Carbone e Haeckel (2002) sugerem que para

garantir a satisfatória experiência de compra para seus clientes, as empresas devem orquestrar

vários componentes percebidos na relação entre clientes, produtos e organizações, que

acontecem a nível racional, emocional, sensorial, físico e espiritual.

Com base no contexto apresentado acima, surge a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a

relação da experiência de compra e dos custos de mudança na fidelidade dos clientes aos

hipermercados na Região Metropolitana do Recife e como os valores pessoais influenciam na

escolha das marcas pelos clientes?

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar a relação da experiência de compra e dos custos de mudança na fidelidade dos

clientes aos hipermercados na Região Metropolitana do Recife e como os valores pessoais

influenciam na escolha das marcas pelos clientes.

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1.1.2 Objetivos específicos

a) Avaliar como se dá a relação entre o construto experiência de compra e a fidelidade dos

clientes aos hipermercados localizados na Região Metropolitana do Recife;

b) Avaliar como se dá a relação entre o construto custo de mudança e a fidelidade dos clientes

aos hipermercados localizados na Região Metropolitana do Recife;

c) Avaliar o impacto que os valores pessoais possuem no processo de escolha dos

hipermercados.

1.2 Justificativas

1.2.1 Justificativas teóricas

Diversas são as pesquisas científicas debruçadas ao estudo do comportamento dos

consumidores no ambiente de varejo (APPLEMBAUM, 1951; HASSAN; RAHMAN, 2012) e

da satisfação dos clientes através da qualidade percebida (KOELEMEIJER, 1993; GREWAL;

PARASURAMAN, 1994; TAYLOR; BAKER, 1994; VOSS; GREWAL, 2005). Da mesma

forma, pesquisas relacionadas à experiência de compra têm estudado como os clientes

respondem ao ambiente de loja e qual o impacto destas respostas no comportamento de

compra (BITNER, 1992; VERHOEF et al., 2009; JHAMB; KIRAN, 2012). As estratégias de

preço e promoção também são estudadas com razoável frequência como forma de atração dos

clientes aos estabelecimentos varejistas (HOCK et al., 1994; CHANDRASHEKARAN;

GREWAL, 2003; ELLICKSON; MISRA, 2008; KOPALLE et al., 2009). No entanto,

escassos são os achados científicos que relacionam estas dimensões com a fidelidade dos

clientes varejistas, principalmente em relação a formatos específicos de lojas do multivarejo.

Este estudo é relevante para o marketing de relacionamento por apresentar em um mesmo

modelo teórico inferências entre o comportamento dos consumidores e a fidelidade de clientes

considerando, sobretudo, as particularidades do formato hipermercados. Além disso, a

escassez de trabalhos científicos brasileiros debruçados ao entendimento do comportamento

dos clientes no ambiente dos hipermercados, por si só justifica a realização deste estudo.

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A consulta realizada em 29 de março de 2017 aos portais de periódicos Scielo, Ebsco e Capes

apontam que no Brasil são limitadas as produções que estabelecem relações com a fidelidade

dos clientes aos variados formatos, sobretudo hipermercados. Considera-se pertinente a

apresentação do quadro, uma vez que as terminologias utilizadas na consulta são pedras

fundamentais relacionados ao tema varejo, que pouco sofreram neologismos.

Tabela 1 - Busca de artigos

BUSCA DE ARTIGOS SCIELO EBSCO

EBSCO

BRASIL CAPES

A - CUSTOMER LOYALTY 34 26.534 25 475

B - RETAIL 306 884.718 525 206

C - HYPERMARKET 2 4.065 12 7

A + B 5 4.061 11 -

A + C - 20 - -

Fonte: Carvalho (2013).

1.2.2 Justificativas práticas

Este estudo possui uma significativa aplicação prática no segmento varejista, considerando

que o formato hipermercados vem enfrentando grandes desafios ao longo da última década.

Entre os anos de 2014 e 2015, os hipermercados no Brasil tiveram perda de venda de -1,1% e

-0,9% respectivamente, quando nos demais formatos a desaceleração mais expressiva se deu

entre as lojas com 5 a 9 check-outs, os chamados supermercados de bairro, cujas vendas

apresentaram um incremento de 7,3% em 2014 e 0,6% em 2015. Entre os supermercados

tradicionais, constituídos por lojas com 10 a 19 check-outs, as vendas cresceram 4,8% em

2014 e 2,4% em 2015. Já as lojas de proximidade menores, estabelecimentos com 1 a 4

check-outs, encerraram o ano de 2014 com um incremento de vendas de 5,5% em 2014 e de

1,2% em 2015 (WAGNER, 2017).

Em 2016, os dados da Nielsen apontam uma queda de vendas no mercado varejista de -5,8%,

enquanto que os hipermercados foram negativamente impactados em -7,4%. Situação bem

diferente aconteceu ao incipiente “atacarejo”, com incremento de 11,3% em vendas

(WAGNER, 2017).

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A pesquisa justifica-se primordialmente porque objetiva identificar qual a percepção atual dos

consumidores em relação ao formato hipermercados, e se estes ainda são percebidos como um

dos principais canais de compra e entretenimento familiar. Os resultados obtidos poderão

auxiliar a liderança das grandes corporações nacionais varejistas no diagnóstico e na tomada

de decisões relacionadas à permanência ou reposicionamento do formato no mercado.

Não menos importante, a identificação dos fatores promotores e detratores, a identificação da

real necessidade dos consumidores e o mapeamento das características demográficas

possibilitará aos varejistas em geral, a tomada de ações direcionadas ao atendimento destas

expectativas e, consequentemente, a uma maior taxa de fidelidade e retenção dos clientes. É

esperado que clientes fiéis respondam por 65% das vendas de uma empresa (DENNING,

2007).

Um melhor aproveitamento do espaço de venda através da prestação de serviços correlatos ou

da ampliação/diminuição das áreas destinadas a produtos alimentícios, eletro/eletrônicos,

cama, mesa e banho e vestuário são possibilidades que podem surgir ao término desta

pesquisa. Da mesma forma, a necessidade de uma sinergia mais forte com comércios

eletrônicos parceiros ou próprios, que possibilite um maior conforto e segurança como meio

de distribuição e pagamento, ou até mesmo a implantação de programas de fidelização,

podem vir a ser analisados como vetores de fidelização de clientes.

Esta pesquisa também possibilitará um melhor entendimento da percepção de preço que os

consumidores possuem em relação ao formato hipermercados, representada pela sensação de

estar pagando o preço justo pelo produto adquirido. Esta variável é particularmente sensível

diante do contexto de crise econômica enfrentada pelo Brasil ao longo dos últimos dois anos,

e é justificada por Borges (2001) como a força motriz para o sobressalto dos chamados

“atacarejos”. Apesar do tema “percepção de preço” exigir desdobramentos de análises de

custo, margem e fluxo de caixa, é de extrema importância que as empresas se tornem

conhecedoras da influência atual que esta variável causa no comportamento de compra dos

consumidores.

Por outro lado, a perda de clientes é o que de mais nocivo pode acontecer a uma empresa, e a

perda de clientes pode acontecer facilmente. Muitas vezes, meros detalhes que passam

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despercebidos pelas empresas são suficientes para gerar a insatisfação (FREITAS, 2001).

Neste sentido, os resultados obtidos após a aplicação do instrumento servirão como base de

dados para ações a serem capitaneadas pelo Marketing de Relacionamento objetivando a

recuperação de clientes afastados ou “perdidos”.

Apesar da recuperação e fidelização de clientes não ser tarefa fácil, e pedir o envolvimento de

todos os departamentos da empresa atuando como uma engrenagem (FREITAS, 2001), esta

pesquisa facilitará a identificação das áreas com a imagem mais negativa na percepção dos

clientes, seja por um necessário reposicionamento de preço que gere no cliente a percepção de

maior justiça pelo bem pago e, consequentemente, ações coordenadas das áreas financeiras,

comercial e marketing; seja por um atendimento mais eficiente nos caixas, através de um

maior envolvimento das áreas de treinamentos, recrutamento, seleção na preparação e

desenvolvimento dos funcionários; ou até mesmo, por um acesso mais viável ao

estabelecimento, proporcionado por projetos internos e externos de acessibilidade

capitaneados pelas áreas de logística, jurídica e de construções.

Enfim, a apresentação de dados que possam ser traduzidos em um atendimento personalizado,

individual, que gere nos clientes o sentimento de prazer, parceria e satisfação são expectativas

a serem atendidas com esta pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção serão discutidos os conceitos seminais referentes ao processo de decisão de

compra e comportamento do consumidor, e como a complexidade destes atributos

influenciaram para a consolidação do Marketing de relacionamento. Em seguida, serão

debatidos os construtos experiência de compra e custos de mudança e suas relações com a

fidelidade de clientes ao formato hipermercados. Por fim, será analisada a relação entre os

valores pessoais e a escolha das marcas pelos clientes.

2.1 Processo de decisão de compra e o comportamento do consumidor

De maneira geral, Solomon (2016) conceitua o comportamento do consumidor como o estudo

das etapas e processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam

ou descartam produtos, serviços e ideias para satisfazer necessidades e desejos. Neste

contexto, entende-se que quanto maior o conhecimento em relação aos consumidores,

melhores serão as chances de que sejam oferecidos os produtos certos para os consumidores

certos, na hora e momentos apropriados.

Para Solomon (2016), uma visão mais expandida do comportamento do consumidor abrange

não apenas o produto comprado, mas também os estímulos externos e inputs sensoriais. As

informações captadas pelos cinco sentidos seriam a base para a formação do consumo

hedônico. Da mesma forma, o comportamento econômico e as classes sociais são

reconhecidos pelo autor como vetores impulsionadores na definição do consumo. Além das

subculturas étnicas, raciais e religiosas que são ultimamente reconhecidas como componentes

importantes na definição da estratégia de marketing das empresas.

O modelo PDC (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005) propõe uma ordenação de fatos

e influências que norteiam os consumidores em sua tomada de decisão de compra. Os autores

definem sete estágios na tomada de decisão:

Reconhecimento da necessidade: o consumidor identifica suas necessidades a

serem supridas ou um problema a ser resolvido;

Busca de informações: após identificar uma necessidade, o consumidor irá

buscar informações e soluções para supri-las. A busca pode ser interna, como a

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recuperação de conhecimentos na memória, ou externa, como coletando informações

com familiares ou no mercado;

Avaliação de alternativas pré-compra: o consumidor irá avaliar dentre as

opções encontradas na busca qual é a melhor entre elas. É o momento em que ele

compara marcas, produtos e serviços antes de decidir por uma compra;

Compra: depois de decidir a compra os consumidores podem nesse estágio

serem influenciados por vendedores ou promoções e não comprarem exatamente

aquilo que pretendiam. É nesse estágio que ele efetua a aquisição de um serviço ou um

bem, podendo sua decisão ainda ser influenciada por outros atributos;

Consumo: é o momento em que o consumidor irá utilizar o produto ou serviço.

O consumo pode acontecer imediatamente ou em um momento posterior;

Avaliação pós-consumo: o consumidor irá vivenciar a satisfação ou a

insatisfação. Na satisfação a performance percebida confirma as expectativas, quando

não confirma ocorre a insatisfação. Nesse momento, os resultados são armazenados na

memória do consumidor para consultas em compras futuras;

Descarte: neste último estágio, o consumidor após o uso tende a descartar por

completo, reciclar ou revender o bem.

Figura 1 - Modelo do comportamento do consumidor

Estímulos

- Profissionais do marketing

- Profissionais não mercadológicos

Busca externa

Atenção

Compreensão

Aceitação

Retenção

Exposição

Mem

óri

a

Reconhecimento de necessidades

Busca interna

Busca

Pré-compra

Compra

Consumo

Pós-consumo

Insatisfação Satisfação

Descarte

Influências ambientais:

- Cultura- Classe social- Influências pessoais - Família- Situações

Diferenças individuais:

- Recursos do consumidor- Motivação- Conhecimento- Personalidade, valores e estilo de vida

Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2005).

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Nesse processo de consumo, Solomon (2016) aponta três perspectivas da tomada de decisão:

perspectiva racional (os consumidores são cautelosos e analíticos, são influenciados pela

coleta de informações, analisam pontos fortes e fracos de cada alternativa), perspectiva de

influência comportamental (os consumidores são influenciados por pistas ambientais, tais

como o design de uma loja ou o apelo de uma embalagem) e perspectiva experiencial (os

consumidores não tomam decisões de forma totalmente racional, são envolvidos por ofertas

que promovem reações subjetivas).

Como fatores influenciadores no processo de tomada de decisões, Blackwell, Miniard e Engel

(2005) mencionam as características individuais que são sedimentadas pelas crenças, valores

e padrões de comportamento observados em sociedade; influências ambientais, incluindo

cultura, classe social, histórico familiar, influências pessoais e situacionais; e os fatores

psicológicos, que se bem estudados e interpretados promovem o entendimento do

comportamento humano à luz da influência das estratégias promocionais.

Quanto às etapas, Solomon (2016) tipifica que o consumo de serviços é composto por três

fases: pré-compra, compra ou encontro de serviços e pós-compra.

A fase da pré-compra caracteriza-se pela descoberta da necessidade do consumo pelo cliente,

busca de informações, análise das alternativas que apresentem as melhores condições na

relação custo/benefício e a tomada de decisões.

O encontro de serviços caracteriza-se pela experimentação do serviço pelo cliente e pela

interação física entre prestador e cliente. Nesta fase a experiência de compra norteará a

percepção de qualidade que o cliente terá em relação ao serviço prestado. Os fatores

situacionais, como o ambiente físico das lojas, têm papel importante nesta fase de compra.

Na fase do pós-encontro o cliente avalia a qualidade pelo serviço prestado e estabelece a

relação entre a expectativa criada e o desempenho do serviço. A variação entre a expectativa e

a percepção da qualidade recebida, balizada pela zona de tolerância que cada indivíduo possui

será de fundamental importância para o processo de fidelização e continuidade da relação de

consumo.

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Com o desenvolvimento acelerado da Internet ao longo das últimas três décadas, estudos

passam a analisar a influência desta nova tecnologia nas relações de consumo. Mittal (2013)

afirma que a celeridade na disseminação da internet e a massificação de seus usuários em todo

o mundo vêm promovendo uma alteração no modo de consumo da sociedade.

Neste contexto, Popkowski et al. (2001) relatam que a mudança da estrutura do varejo ao

longo das últimas décadas diversificou o leque de formatos e serviços oferecidos aos clientes

e possibilitou ganhos significativos na redução do tempo de deslocamento até grandes centros

de comércio, ampliou o sortimento de produtos disponíveis em um mesmo ambiente de

compra e gerou um ganho na qualidade dos produtos ofertados.

Jhamb e Kiran (2012) ampliam este entendimento afirmando que estas mudanças

significativas no varejo ao longo das últimas décadas, fomentou o surgimento das grandes

corporações que conhecemos atualmente. A liberação na economia, o crescimento da renda

per capta e o consequente aumento do consumo, encorajaram o surgimento de uma

pluralidade de formatos no varejo, como os hipermercados, supermercados e lojas de

especialidades. Oliver (1999), de maneira análoga, afirma que esta complexidade no cenário

econômico mundial alavanca as expectativas em relação a produtos e serviços e gera grandes

desafios no processo de fidelizar os clientes.

Analisando o impacto deste novo cenário sob as publicações do Marketing, Webster (1992)

reafirma que este momento de ruptura acarretou um reposicionamento entre a teoria e a

prática e o fortalecimento do chamado Marketing de Relacionamento, que engloba uma série

de estratégias desde a construção e disseminação de marca, prospecção e fidelidade de clientes até

a sedimentação da autoridade no mercado.

Conceitualmente, o Marketing de Relacionamento objetiva a sedução de novos clientes e a

fidelidade dos antigos, de forma a tornarem-se “promotores” e divulgadores da marca. Para Sheth

e Parvatyiar (1995) o Marketing de Relacionamento implica na mudança do axioma do

Marketing, onde a competição e o conflito abrem espaço para a cooperação, e a independência é

substituída pela interdependência. No caso do varejo, o Marketing de Relacionamento visa, entre

outras coisas, oferecer ao cliente uma experiência satisfatória que interfira positivamente na

qualidade percebida.

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2.1.1 Experiência de compra

A literatura que diversa sobre marketing e varejo não trata a experiência de compra como um

construto em isolado, e escassos são os estudos empíricos relacionados ao tema, apesar da

literatura popular salientar a importância da experiência de compra na perpetuação e

sustentação do negócio. Na verdade, a experiência de compra é interpretada como

consequência da satisfação do cliente e da qualidade do serviço prestado (PARASURAMAN;

ZEITHAML; BERRY, 1988). Os autores ressaltam, no entanto, que a excelência na

experiência de compra oferecida aos clientes, não pode implicar em custos que inviabilizem o

negócio.

Um estudo prático realizado por Urbonavicius e Ivanauskas (2005) examinou a relação entre

os valores dos consumidores e lojas físicas, e definiu três fatores que de maneira inter-

relacionada promovem a percepção em relação à experiência de compra, são eles: a) marca,

imagem e diferencial, b) ambiente de loja e c) produtos. Cada um destes fatores agrega

inúmeros atributos, que são a base de comparação na hora da escolha pelo cliente. Utilizou-se

o modelo relacional de Urbonavicius e Ivanauskas (2005) para uma apresentação mais

didática do construto experiência de compra.

2.1.1.1 Marca, imagem e diferencial

Urbonavicius e Ivanauskas (2005) afirmam que o valor adicional e a imagem são os fatores

que menos impactam a experiência de compra dos clientes, quando comparados ao produto e

ambiente de loja. O portfólio de itens de marca própria, os programas de compras, o nome da

loja e a sua reputação, o contingente de clientes, os serviços adicionais, a disponibilidade de

produtos renomados e loterias, a indicação de amigos, a proximidade de centros comerciais,

praças de alimentação, a segurança e a extensão do horário de funcionamento são os atributos

mais relevantes na formação da percepção de marca, imagem e diferencial.

Já para Parasuraman, Verhoef e Katherine (2009), o ambiente social percebido pelo cliente no

interior da loja é retratado como uma das variáveis fundamentais na construção de uma

experiência de compra positiva e na percepção da imagem que o cliente formará em relação

ao varejista. O impacto que um cliente é capaz de gerar em outro, inconscientemente

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percebido pela quantidade de pessoas que circulam em um mesmo espaço, por clientes que

falam em alto-volume e até mesmo pela aparência dos que circulam no ambiente de compra,

gera uma percepção favorável ou desfavorável nos demais.

Em linhas gerais, Parasuraman, Verhoef e Katherine (2009) afirmam que boas percepções em

relação à marca, impactam positivamente na experiência de compra dos clientes. Estudos

anteriores, porém, afirmam que a experiência de compra também tem influência direta na

percepção geral que os clientes possuem em relação à marca (LEONE et al., 2006). Em outras

palavras, é esperado que experiências positivas e negativas de compra, impactem direta e

proporcionalmente a percepção que o cliente possui em relação à marca. Em abordagem

complementar, Beristain e Zonrilla (2011) e Diallo (2012) afirmam que a percepção de

imagem que os clientes foram em relação aos varejistas é multidimensional, por combinar

associações relacionadas à loja e à imagem corporativa transmitida pelo varejista.

Resultados de um estudo realizado por Yoo et al. (2000) constataram, por exemplo, uma

relação positiva que os consumidores fazem entre a marca e a imagem da loja. Ressalta-se,

contudo, que o fato de a imagem de loja envolver tanto dimensões tangíveis como intangíveis

origina diferentes e complexos significados, dificultando o estabelecimento de uma única

definição (BURT; CARRALERO-ENCINAS, 2000).

Atualmente, a necessidade de operar lojas de varejo com custo baixo frente a uma

competitividade cada vez mais acirrada, vem levando muitos varejistas de hipermercados a

priorizarem a inovação como forma de agregar valor e aumentar o portfolio dos serviços

oferecidos, objetivando o fortalecimento da imagem e do valor percebido pelo cliente (LEE;

ULGADO, 1999).

Entretanto, Bolton, Grewal e Levy (2007) alertam que o portfolio de serviços nos

hipermercados é limitado e restrito, uma vez que o conceito operacional se baseia no

autosserviço e que altos investimentos podem comprometer a viabilidade do negócio.

Gronroos (1982) chama a atenção para o impacto do ambiente de loja sobre a prestação do

serviço, afirmando que os momentos da produção e do consumo acontecem simultaneamente,

de maneira que o ambiente em que o serviço é oferecido é percebido também como seu local

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de desenvolvimento. Reforçando este entendimento, Hoffman e Turley (2002) defendem que

1os suportam ao avaliarem o serviço prestado.

2.1.1.2 Ambiente de loja

Kotler (1973) em estudo seminal relacionado ao ambiente de loja já afirmava décadas atrás

que um dos grandes avanços no pensamento corporativo, foi perceber que os fatores que

influenciam consumidores em seu processo de decisão de compra vão além dos produtos e

serviços a serem oferecidos. As garantias, os serviços acessórios, embalagem, propagandas,

serviços financeiros e imagem, entre outros aspectos fazem parte do pacote total da compra, e

devem atingir da mesma forma a expectativa dos clientes. Neste contexto, a atmosfera ou

ambiente de loja pode exercer uma influência na decisão de compra ainda maior do que o

próprio produto ou serviço.

Os sentidos representam os principais canais de percepção em relação ao ambiente. Através

da visão, os clientes são expostos à intensidade de brilho, cores, tamanhos e formas; pela

audição são percebidos os volumes e as vibrações; o olfato é capaz de gerar a percepção de

frescor; e através do tato, a maciez, a delicadeza e a temperatura do ambiente complementam

o conjunto de percepções que vão levar à sensação de conforto e de permanência, ou ao

desconforto e desejo de afastamento (KOTLER, 1973).

O ambiente que circunda os produtos e os serviços podem oferecer características naturais em

função da geografia e de sua disposição natural, ou pode ser fruto da intervenção humana no

local. Estas características são percebidas de diferentes formas e impactam o estado

emocional dos consumidores, podendo levar a uma maior probabilidade de compra ou de

afastamento. Kotler (1973) representou este ciclo de causalidade de acordo com o seguinte

diagrama:

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Figura 2 - Ciclo de causalidade conectando ambiente de loja e probabilidade de compra.

Qualidades sensoriais presentes no ambiente em que os produtos e

serviços são oferecidos.

Percepção dosconsumidores em

relação às qualidades sensoriais do ambiente.

Efeito da qualidade percebida afeta a o estado emocional do

consumidor.

Imapcto do novo estado emocional do

consumidor na probabilidade de

compra.

Fonte: Kotler (1973).

O impacto do ambiente no comportamento dos consumidores também foi estudado por

Mehrabian e Russel (1974), que concluíram que o conjunto de informações captadas

sensorialmente associadas às diferentes respostas afetivas e individuais, é capaz de influenciar

o estado emocional de cada um dos consumidores presentes, induzindo-os a se aproximarem

ou a evitarem o recinto. O chamado modelo de “Estímulo-Organismo-Resposta – EOR”

pressupõe que estímulos de qualquer natureza produzem três estados emocionais que mediam

a relação entre os estímulos e as respostas, são eles:

Prazer e desprazer: refere-se ao grau em que as pessoas se sentem bem, felizes,

satisfeitas e joviais na situação de compra (DONOVAN et al., 1994).

Ativação e desativação: é o grau que uma pessoa sente excitação, estimulação

Dominância e submissão: sentir-se livre para agir de modo variado

(MEHRABIAN; RUSSEL, 1974).

Em uma abordagem mais prática, Applebaum (1951) sugere que as longas filas durante os

períodos de pico de venda em contraste com a inatividade em outros momentos, e a falta de

adequado espaço de estacionamento, gera nos clientes uma percepção negativa na experiência

de compra. O autor ainda afirma que a frequência e a intensidade de visitas aos

supermercados e hipermercados também são afetadas pela comodidade logística oferecida

pelo varejista. No entanto, os clientes são capazes de entender e aceitar certos desconfortos

em períodos sazonais, sem que elas gerem insatisfação (STOLMAN; MORGAN; ANGLIN,

1999).

Em estudo mais recente, Bitner (1992) afirma que negócios como hotéis, restaurantes, bancos,

varejistas e hospitais possuem a característica de influenciar o comportamento dos clientes

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através da estrutura física de seu ambiente. Ainda segundo a autora, estes ambientes

representam a “fábrica” onde o próprio serviço é produzido, e que são inteiramente

percebidos e sentidos pelos clientes, sem que possam ser escondidos ou camuflados.

Para facilitar o entendimento que o ambiente físico causa no comportamento dos

consumidores, Bitner (1992) propôs um modelo conhecido como Servicescape que consiste

em um conjunto de características ambientais que são percebidas tanto por clientes como

pelos próprios funcionários dos prestadores de serviço, que respondem cognitivamente,

emocionalmente e psicologicamente aos estímulos percebidos:

Figura 3 - Diagrama do Servicescape de Bitner

Fonte: Bitner (1992).

De maneira geral, Bitner (1992) argumenta que o ambiente físico age como um facilitador

para que os clientes atinjam seus objetivos da maneira mais fácil, sendo percebido como a

“embalagem” que diferencia determinado varejista dos outros, atuando como um diferencial

competitivo. De acordo com o modelo, o ambiente é caracterizado por três dimensões

distintas, relacionadas com a estrutura, a disposição do espaço e com a comunicação.

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Em relação à estrutura do ambiente, percebe-se que a temperatura, a luminosidade, o barulho,

a quantidade de pessoas circulando no mesmo espaço, a presença ou não de música ambiente,

o odor e a limpeza, por exemplo, geram nos clientes um impacto positivo ou negativo.

O dimensionamento do espaço, por sua vez, é caracterizado pelo layout, disposição,

modernidade e imponência dos equipamentos e mobílias e da funcionalidade que cada item

representa dentro da composição do espaço, de maneira a facilitar a performance dos clientes

em circulação e o atingimento dos objetivos propostos.

Já o estilo da decoração e a sinalização representam a simbologia que transmite aos clientes a

comunicação necessária, seja através de letreiros com a identificação do nome da loja, dos

departamentos, placas indicativas de direção, de regras de comportamento etc. Além disso, a

qualidade do material utilizado na construção, obras de arte e objetos de decoração

transmitem um significado estético aos clientes. De fato, a composição destas três dimensões

delimita a percepção dos consumidores em relação ao ambiente de serviço (BITNER, 1992).

A resposta dos clientes ao ambiente percebido acontece tanto de forma cognitiva, emocional

ou psicológica. Neste contexto, a resposta cognitiva representa o impacto que o ambiente

causa na opinião que o cliente formará em relação à loja e aos produtos oferecidos. Em outras

palavras, o ambiente percebido ajuda o cliente a categorizar a empresa visitada, e pode

aumentar a chance de uma fidelização no caso de uma experiência positiva (CHUA et al.,

2010). Cognitivamente o ambiente transmite ao cliente a ideia em relação à personalidade

percebida, que levam, por exemplo, à percepção de que ambientes mais sofisticados sugerem

maior imponência, enquanto que ambientes mais simples podem ser interpretados como

negócios de custos mais baixos.

Mais do que uma reação cognitiva, o ambiente físico também provoca uma resposta

emocional (BITNER, 1992; ZEITHAML et al., 2009), que de acordo com alguns autores

transita entre duas dimensões: (1) Prazer e desprazer e (2) Grau de excitação. Para Sullivan

(2002), o prazer é caracterizado pela sensação de “sentir-se bem” e o grau de excitação

representa o sentimento de estímulo pelo local visitado que, quando positivamente percebido,

leva os clientes a gastarem mais tempo e dinheiro no ambiente visitado.

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Respostas psicológicas também são desencadeadas quando do contato com o ambiente.

Temperaturas inapropriadas, baixa luminosidade, ruídos e o excesso de pessoas circulando em

um mesmo local, podem ocasionar a sensação de desconforto, inquietude e o desejo de evitar

o ambiente (KRYTER, 1971). De modo contrário, os clientes tendem a admirar espaços nos

quais os serviços promovem respostas psicológicas positivas (ZEITHAML et al., 2009).

Ainda segundo Bitner (1992) a definição de um ambiente adequado, deve levar em

consideração a natureza do serviço oferecido, bem como o grau de envolvimento dos clientes

na relação de consumo. O autosserviço, por exemplo, deve fomentar uma comunicação visual

mais intensa e clara de maneira que os consumidores entendam facilmente o passo-a-passo a

ser executado; já serviços fundamentados na interação entre consumidor e vendedor devem

oferecer um ambiente de aconchego, para que ambas as partes possam confortavelmente

iniciar uma relação. De maneira geral, o ambiente externo quando bem harmonizado,

promove uma maior atratividade do estabelecimento, e de certa forma convida os clientes à

visitação. Já o ambiente interno pode ser trabalhado objetivando uma maior permanência dos

visitantes, o que de forma indireta significaria um maior dispêndio de dinheiro.

Fatores ambientais como música, barulho, odor e tonalidades de cores são aspectos com

impacto significativo no humor, excitação e prazer dos clientes, mas estas reações emocionais

são particulares e dependem da interpretação pessoal de cada indivíduo (ASSADI, 2012;

HERRINGTON; CAPELLA, 1996; MEHRABIAN, 1977; SPENCE et al., 2017). Ferreira e

Oliveira-Castro (2011) explicam que uma mesma música ambiente, por exemplo, pode ser

agradável para alguns clientes e desagradável para outros. Este mesmo raciocínio é extensivo

aos demais elementos do ambiente percebido. Desta forma, ambientes com excessivo apelo

visual e acústico podem incomodar os indivíduos mais sensíveis, ao passo que ambientes

monótonos serão pouco atrativos para aqueles mais motivados por estímulos. Em outras

palavras, uma percepção positiva do ambiente pode desencadear uma atitude de aproximação

do cliente, o desejo por percorrer todo o estabelecimento e de permanecer o maior tempo

possível “degustando” as atratividades percebidas e, acima de tudo, o sentir-se bem

(SULLIVAN, 2002; SPENCE et al., 2017). Já as falhas percebidas, geralmente representadas

por odores desagradáveis, vazamentos, equipamentos em má condição de uso e por

funcionários despreparados impactam negativamente a percepção dos clientes. Nestes casos, é

de se esperar que os consumidores criem uma expectativa em relação à recuperação destas

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falhas, que quando não atendidas podem implicar no distanciamento definitivo do cliente

(CHUA et al., 2010).

Defendendo a customização dos serviços prestados como forma de estimular a revisita e a

fidelidade dos clientes, Soars (2003) afirma que o desafio dos hipermercados passa pela

criação de uma atmosfera de ambiente personalizado, de maneira a atrair a atenção do cliente

durante todo o tempo de permanência nas dependências da loja, gerando assim uma percepção

de que a customização foi realizada para cada um dos clientes em específico.

Apoiados na abordagem da modernidade, Jain e Bagdare (2009) e Jacobs et al. (2010),

reforçam que o layout, ambientação, disposição dos produtos no piso de vendas, o

autosserviço, operações baseadas em tecnologias e diversos outros fatores com vieses

modernos e práticos são atributos determinantes para o sucesso do varejista atual. Arnold e

Luthra (2000) complementam esta lista de atributos com acessibilidade, conveniência,

estacionamento, serviços, limpeza, qualidade percebida, sortimento, preço, localização e

lazer.

Para Urbonavicius e Ivanauskas (2005), o ambiente de loja contribui com um impacto

moderado na percepção da experiência de compra dos clientes. A ordem dos produtos no piso

de vendas, o lay-out da loja e sua atmosfera, o ambiente externo, a localização, a agilidade no

atendimento com poucas filas, a qualidade dos serviços oferecidos, a segurança, a

disponibilidade de vagas no estacionamento e os descontos promocionais são os atributos que

definem a percepção do cliente em relação ao ambiente da loja. Já os autores Ghosh, Tripathi

e Kumar (2010), entendem que investimentos diferenciados aos produtos oferecidos, como

crossmerchandising, itens de marca própria, entretenimento, vendedores e tecnologia seriam

prioritários na estratégia a ser adotada pelos varejistas.

Em abordagem mais recente, Mari e Poggesi (2013) realizaram uma revisão em 188

publicações relacionadas ao Servicescape e concluíram que as ciências sociais engatinham em

entender o impacto que o ambiente virtual de serviço vem causando em termos de mudança

nos hábitos de consumo, e como esta nova variável impacta no modelo originalmente

proposto por Bitner (1992).

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2.1.1.3 Produtos

O “produto” é considerado pelos clientes o fator mais relevante na experiência de compra,

cuja imagem é associada basicamente à variedade de sortimento, estabilidade da variedade de

sortimento, qualidade e preço (URBONAVICIUS; IVANAUSKAS, 2005).

Para Broniarczyk, Hoyer e McAlister (1998), os varejistas precisam entender que a percepção

de sortimento não é a simples função da quantidade de itens oferecidos e que uma grande

quantidade de sortimento não necessariamente representa uma melhor experiência de compra.

Uma pesquisa empírica seminal realizada pelos autores em duas lojas de varejo mostrou que

uma redução de 54% no sortimento de produtos que representavam 80% das vendas, não

resultou em nenhuma alteração em relação à percepção de sortimento pelos clientes que, ao

contrário, alegaram uma maior facilidade no momento da compra.

Ainda em seu estudo, os autores definiram que a percepção de sortimento é influenciada por

três fatores: 1) O número de SKUs diferenciados; 2) A heurística na delimitação do espaço

disponível para cada categoria de produto; 3) a disponibilidade dos SKUs desejados pelos

clientes.

Fox e Sethuraman (2006) vão ainda mais a fundo e argumentam que os varejistas

posicionados como one-stop, modelo priorizado por 54% dos consumidores, devem oferecer

em seu sortimento itens de pouca rentabilidade como forma de atrair clientes que estão

buscando oportunidades de compras diferenciadas.

Outro fator importante e que impacta na percepção dos clientes em relação ao sortimento,

refere-se à maneira como os produtos estão organizados e as suas funcionalidades.

Disposições de itens por marcas induzem os consumidores a tomarem suas decisões com base

nos atributos percebidos das marcas, ao passo que disposições por característica de produtos,

fomentam nos clientes a comparação entre as suas características (BRONIARCZYK et al.,

1998).

Através de uma abordagem funcional, Clarke et al. (2004) afirmam que o tipo de produto a

ser adquirido também deve ser considerado como fator relevante na tomada de decisão dos

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clientes. As compras de gêneros alimentícios, por exemplo, geralmente remetem a

responsabilidade, obrigatoriedade e rotina, com baixo grau de envolvimento emocional e

sensação de prazer. Aylott e Mitchell (1999) complementam que a experiência é ainda mais

negativa quando o cliente encontra dificuldade em localizar vagas de estacionamento,

necessita empurrar um carrinho cheio de compras, não alcança com facilidade as prateleiras

mais altas, não encontra os produtos desejados, encontra preços mais altos do que o esperado,

necessita esperar nas longas filas dos caixas, não encontra caixas eletrônicos em bom estado

de funcionamento, depara-se com excessivas campanhas promocionais e ainda necessitam

compartilhar o espaço com crianças malcomportadas.

Além disso, consumidores sentem hedonismo nas compras relacionadas à recreação e que não

exigem um planejamento prévio (CHETTHAMRONGCHAI; DAVIS, 2000). Howard (2007)

afirma que geralmente os consumidores esperam retailtainment, termo definido para o

entretenimento durante o momento da compra, que é capaz de gerar uma maior atratividade e

satisfação no momento da compra. Existem variadas formas de se oferecer retailtainment aos

consumidores, seja através de eventos temporários de degustação ou da disponibilidade de

lanchonetes e restaurantes que possibilitem uma pausa durante o processo de compra

(HOWARD, 1993).

Para Mantrala et al. (2009) diante da limitação de recursos para o investimento em sortimento,

é de fundamental relevância que os varejistas busquem o equilíbrio entre a variedade de seu

portfólio de produtos (número de categorias), profundidade (número de SKUs em uma mesma

categoria) e nível de serviço (quantidade de itens para um mesmo SKU), para que a

mercadoria correta possa ser disponibilizada no melhor local e no momento apropriado.

Apesar do progresso em entender como o sortimento influencia o processo de decisão de

compra, Mantrala et al. (2009) afirmam que ainda há muito a ser descoberto para que as

seguintes perguntas sejam respondidas: Qual a quantidade ideal de SKUs por categoria?

Quais varejistas e formatos mais se beneficiam com amplos sortimentos? Que itens devem

permanecer e quais devem ser retirados de um sortimento?

Para autores como Miller et al. (1999) a relação do sortimento com o preço é inseparável e é

considerado um dos principais problemas no varejo, apesar do preço apresentar

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preponderância como agente de rentabilidade. Um estudo realizado por Dreze et al. (1994)

apontou que manipulações de sortimento representaram um impacto positivo de 5 a 6% na

lucratividade do varejista, enquanto que manipulações de preço impactaram 32% na

rentabilidade da categoria.

Bolton e Lemon (1999) afirmam que a sensação de que o cliente está pagando com justiça

pelo bem adquirido, resulta em uma maior propensão em manter relação com a empresa. Este

entendimento foi ratificado por Verhoef (2003) que, em sua pesquisa, atestou que a percepção

positiva de preço afeta positivamente a fidelidade e retenção de clientes.

Para Ahmetoglu et al. (2014) os artifícios promocionais como “leve 3 e pague 2”, “descontos

de até 50%” e “liquidação”, por exemplo, são práticas comumente utilizadas na tentativa de

gerar uma percepção positiva de preço nos clientes e que, geralmente, estão muito mais

focadas em apelos emocionais e psicológicos do que em verdadeiras vantagens econômicas.

Este modelo de negócio justifica-se em parte pela intensidade competitiva, em que produtos

populares são oferecidos a preços semelhantes pelos varejistas, que buscam a diferenciação na

forma de apresentação de suas ofertas (estratégias de preço) e da disposição de seus produtos.

Estudos empíricos realizados por Inman et al. (1990) revelaram que as sinalizações de

promoções são capazes de alavancar a demanda por determinados produtos, ainda que na

prática o preço permaneça inalterado. Já os estudos de Nunes e Boatwright (2004) apontaram

que a manipulação do preço de alguns itens é capaz de alterar a demanda por produtos

adjacentes.

Para Grewal et al. (2017), os consumidores atualmente são bombardeados com mercadorias e

ofertas. A questão é como criar e desenvolver produtos fora do padrão convencional e que, de

uma forma ou de outra, chame a atenção do consumidor. A resolução desta equação

certamente ajudaria comerciantes a decidir como, quando e onde expor as mercadorias de

acordo com o canal e/ou formato apropriado.

Kahn (2017) salienta sobre a necessidade da indústria e do comércio trabalharem em parceria

objetivando a disponibilidade de produtos que sejam facilmente percebidos pelos

consumidores. A redução do tamanho do sortimento disponível, uma maior assertividade no

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volume de informações disponíveis e na disponibilidade de itens contextualizados com a

proposta do ambiente são estratégias propostas pela autora como forma de reter o cliente por

mais tempo no ambiente de serviço.

A disposição espacial e o posicionamento dos produtos no modular, através de orientação

horizontal, vertical ou diagonal, são importantes técnicas reconhecidas por Nordfalt et al.

(2017), que concluíram em seu estudo que a disposição vertical dos produtos acarreta em

maior volume de compra dos itens. O experimento realizado pelos autores com toalhas de

banho, resultou em um incremento de 90% na quantidade de toques dos clientes ao produto.

Adicionalmente à disposição especial, Kahn (2017) salienta a importância que os outros

componentes visuais acarretam sobre a atitude dos clientes como, por exemplo, a imagem

constante no rótulo dos produtos e a forma de sua embalagem.

Componentes visuais e espaciais da embalagem, associados às outras dimensões sensoriais

afetam a expectativa dos clientes e, consequentemente, a sua experiência de compra

(SPENCE et al., 2017). Pesquisas recentes mostram que etiquetas de preço posicionados à

direita dos produtos de referência precificados a maior geram um impacto mais positivo nos

consumidores que se localizado à esquerda. Da mesma forma, Spence et al. (2014) afirmam

que preços fixados ao lado direito das embalagens são capazes de aumentar a intenção de

compra até mesmo em relação aos produtos pouco desejados.

Para Ahmetoglu et al. (2014) algumas técnicas de execução de preço são importantes

instrumentos a serem utilizados na formação da percepção de preço:

Comparação de preço: Técnica que compara o preço atual e anterior de

produtos de um mesmo varejista; compara o preço com varejistas concorrentes e/ou

compara o preço com o sugerido pela indústria;

Campanhas “grátis”: Técnica utilizada de variadas formas em campanhas de

marketing, como por exemplo “Compre 1 e leve 1 grátis” e “compre 500g e leve 50g

grátis”. Esta ferramenta possui reconhecido impacto no comportamento do

consumidor porque minimiza a possibilidade de arrependimento, considerando que

nada foi pago pelo produto adicional;

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Preço isca: Promoções agressivas de preço que disponibiliza uma quantidade

mínima de itens, objetivando primordialmente a atração do cliente até a loja;

Packs promocionais: Uma das técnicas mais utilizadas na execução de preços

promocionais, como por exemplo “Pague 2 leve 3” e “compre 1 e leve outro pela

metade do preço”, porque geram no cliente a percepção de economia, ainda que de

fato a mesma não aconteça;

Oferta por tempo limitado: Técnica que se baseia no princípio psicológico da

escassez, considerando que os consumidores reconhecem mais valor nos itens de

difícil acesso.

Alguns autores defendem que a sensação de que o cliente encontrou a mercadoria por um

preço justo, impacta positivamente a experiência de compra e atua como agente de “custo de

mudança” (JONES; MOTHERSBAUGH; BEATTY, 2001).

2.2 Custo de mudança

Os custos de mudança, não devem ser encarados como algo negativo. De acordo com

Burnham et al. (2003, p.110) eles “reduzem o desejo dos clientes de abandonar o fornecedor

atual” levando a uma maior fidelização e retenção. De maneira análoga e complementar, os

custos de mudança também auxiliam as empresas no enfrentamento das oscilações de curto

prazo na qualidade do serviço prestado, que poderiam resultar em abandono por parte dos

clientes (JONES; MOTHERSBAUGH; BEATTY, 2001).

Em uma outra abordagem, Burnham et al. (2003) complementam que os custos de mudança

são definidos como o ônus que os clientes percebem em um processo de mudança de

fornecedor para outro, de um varejista para outro ou de um prestador de serviço para outro.

Burnham, Frels e Mahajan (2003) tipificaram os custos de mudança sob os seguintes

aspectos:

Custos de mudança procedimentais:

Custos de risco econômico – os custos de se aceitar a incerteza de um resultado

negativo de um fornecedor por falta de informações suficientes;

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Custos de avaliação – esforço dispendido para analisar as informações de

atributos de um ou mais fornecedores alternativos;

Custos de aprendizagem – esforço para aprendizagem de habilidades ou

competências necessárias para o uso efetivo do novo produto ou serviço;

Custos de inicialização – tempo e esforço para a inicialização do serviço, como

uma configuração personalizada ou o entendimento das necessidades específicas de

um determinado cliente.

Custos de mudança financeiros:

Custos de perda de benefícios – perda dos benefícios acumulados com o

fornecedor, como carências, pontos e descontos progressivos, que não serão

considerados no novo fornecedor;

Custos de perda monetária – custos financeiros pré-requisitos para a troca de

fornecedor, como multa e o pagamento de nova matrícula.

Custos de mudança relacionais:

Custos de perda de relacionamento pessoal – custos que envolvem a perda de

laços de identificação, onde a confiança, a familiaridade e o conforto não seriam

transferidos a um novo fornecedor;

Custos de perda de relacionamento com a marca – custos de perda de senso de

pertencimento e identificação com a marca.

Alguns pesquisadores também acrescentam a falta de atratividade dos fornecedores

competidores como custo de mudança (MORGAN; HUNT, 1994; PATTERSON; SMITH,

2003), afirmando que a falta de atratividade no mercado desestimula o abandono da relação

comercial existente.

Blut et al. (2014) conceituaram os custos de mudança e os diferenciaram entre internos e

externos. Custos de mudança internos seriam baseados no arcabouço de informações,

conhecimentos e habilidades que o indivíduo analisa quando de um processo de mudança. Já

os custos de mudança externos, estariam relacionados com o pacote de atratividades e

benefícios oferecidos pelos prestadores de serviço para encorajar os clientes a permanecerem

na relação de consumo. O estudo apontou que os custos de mudança internos e externos

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apresentam efeitos moderadores distintos sobre a fidelidade dos clientes ao ambiente de

serviço. De maneira geral, os custos de mudança interno apresentaram impacto mais

significativo para serviços intangíveis, heterogêneos, inseparáveis e perecíveis; ao contrário,

os custos de mudança externos apresentaram impacto mais significativo sobre os serviços

mais tangíveis, homogêneo, separáveis e menos perecíveis, que por natureza favorecem uma

maior familiaridade e grau de conhecimento.

O modelo de tipologia de Burnham, Frels e Mahajan (2003) foi adotado neste estudo, no

entanto apenas os custos econômicos e a atratividade das alternativas apresentam relação

direta com o objeto de estudo desta pesquisa.

2.3 Valores pessoais

As características individuais e sua influência no comportamento do consumidor é um dos

assuntos mais pesquisados na área do marketing. Neste tema, dois pilares norteiam as

explicações que buscam prever padrões de comportamento: o primeiro baseia-se nos dados

demográficos, como idade, sexo e renda, e o segundo fundamenta-se nas variáveis

psicográficas, como os valores pessoais, as motivações, atitudes e a própria personalidade

(WELLS, 1975).

Para Horn (2016), o arcabouço de valores pessoais que moldam o perfil de cada indivíduo é

influenciado por aspectos culturais que permeiam o cotidiano de cada um dos consumidores.

Ainda segundo o autor, se as escolhas de consumo são a expressão visível de valores

culturalmente informados, estas podem ser interpretadas por preferências e intenções que

possibilitem uma visão de segmentação de mercado.

Da revisão da literatura sobre valores pessoais, Leroi-Werelds et al. (2014) sugerem que o

valor atribuído pelos consumidores aos produtos e serviços é reflexo de valores pessoais

influenciados pelos aspectos situacionais. Em outras palavras, os consumidores podem usar

produtos para confirmar e comunicar sua interpretação de si mesmos. Os autores também

apontam que o valor percebido pelo cliente é consequência de um processo interativo entre

produto e pessoa, que geralmente inicia com a comparabilidade entre objetos, moderada pelas

características individuais e pessoais e pelo contexto situacional. Neste sentido, o arcabouço

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de valores percebidos de determinados produtos e ou serviços, nem sempre são facilmente

transferidos para outros consumidores.

Diversos estudos têm provocado significativos avanços no entendimento das relações

existentes entre o comportamento de compra dos consumidores e os traços de seus perfis

psicológicos (BLACKWELL et al., 2005).

De acordo com Zeithaml (1988), a abordagem da cadeia final para entender a estrutura

cognitiva dos consumidores e a informação do produto ou serviço é mantida na memória em

quatro diferentes níveis de abstração. O nível de atributo considerado o mais baixo, seguido

pelos níveis de qualidade e valor e, por fim, o nível de valor pessoal.

Os valores pessoais são crenças ou concepções sobre metas finais ou estados finais desejáveis,

classificadas por Rokeach (1973) como valores terminais. Eles são os principais elementos

centrais na estrutura cognitiva dos consumidores, o que significa que ao entender e atuar

sobre os valores pessoais dos consumidores pode ser possível entender melhor o seu

comportamento (HOMER; KAHLE, 1988).

A seleção dos valores pessoais e a forma como são medidos dependem da escolha do modelo

(AGLE; CALDWELL, 1999). Existem modelos onde as abordagens quantitativas são

favorecidas, decorrentes do princípio de que um conjunto específico de valores pessoais,

estabelecido a priori, explica o comportamento do indivíduo em relação a um determinado

problema. Ao longo desta linha estão incluídas, em uma perspectiva geral, a Escala de Valor

de Rokeach (1973) e a Lista de Schwartz e Bilsky (1990). Do ponto de vista da análise do

consumidor, tem-se Vinson et al. (1977) através do modelo de cadeia final, lista de valores

(LOV) de Kahle (1983) e estilos de vida (VALS) de Rokeach (1968).

Em geral, as pesquisas utilizando essas escalas têm por objetivo investigar os fatores ou traços

pessoais que podem influenciar a compra de uma marca em detrimento de outra (ex. uma

marca X é percebida como mais agressiva e é escolhida por pessoas que têm essa

característica de personalidade), ou a preferência por uma categoria de produtos (ex.

consumidores com uma maior preocupação com o bem-estar físico preferirem alimentos diet

ou light).

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A escala VALS é considerada seminal na proposta de relacionar o tema comportamento de

compra dos consumidores com seus valores pessoais e deriva da teoria da hierarquia das

necessidades de Maslow. É composta de aproximadamente 34 questões que englobam valores

instrumentais (ou comportamentais) e terminais (desejo final) (KAHLE; KENNEDY, 1988).

A escala LOV foi proposta como uma derivação dos valores terminais da escala VALS e é

atualmente a escala mais utilizada em pesquisas relacionadas ao comportamento do

consumidor, por representar aspectos mais fiéis da vida cotidiana com uma maior proporção

de itens que influenciam diretamente o dia a dia dos indivíduos (LENGLER, 2002). Os

valores da escala LOV são os seguintes:

Senso de pertinência: refere-se ao grau de aceitação do indivíduo pela

família ou grupos de referência. As pessoas que selecionam o senso de pertinência

como valor mais importante para suas vidas geralmente são idosas ou indivíduos que

acreditem não estar em sua melhor condição social. Essas pessoas preferem produtos

que lhes garantam segurança e que reflitam tradição;

Emoção: refere-se à experimentação de situações emocionantes ou

estimulantes. Este grupo de consumidores inclina-se a consumir produtos e serviços

que enfatizem a elegância e o apelo sexual;

Auto realização: refere-se à busca por tranquilidade e por fazer o

melhor uso de suas habilidades, independente da aceitação de outros indivíduos.

Geralmente é encontrado em grupos com formação superior e patamares econômicos

satisfatórios;

Ser respeitado e admirado: refere-se ao mais externo dos valores e

necessita da aceitação dos grupos de referência. Geralmente, é encontrado em

indivíduos com baixa autoestima e baixo nível educacional;

Diversão, prazer e felicidade na vida: são valores mais individualistas,

criativos e não convencionais. Presente em pessoas que buscam independência,

através de atividades esportivas e atividades de diversão;

Segurança: presente em situações de baixas condições

socioeconômicas, cujos indivíduos temem a incerteza nas suas ações; expressa-se

através da manutenção de amizades próximas. Os indivíduos desse grupo buscam

produtos com apelo sensual e que carreguem afetividade e paixão;

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Autorrespeito: refere-se ao orgulho do indivíduo consigo mesmo e à

confiança nas próprias capacidades. Os indivíduos situados nesse grupo procuram

produtos de elevada qualidade e de empresas socialmente responsáveis

Com base nos modelos de Rokeach (1973) e Kahle (1983) os autores Lages e Fernandes

(2005) propuseram a avaliação dos valores pessoais do serviço através de três grandes grupos

de dimensões individuais: o nível auto-orientado baseado nos valores dos serviços para uma

vida pacífica; reconhecimento social e, finalmente, o valor do serviço para a integração social.

Neste sentido, a escala SERPVAL surge notoriamente propondo a criação de um terreno

comum entre a avaliação dos valores pessoais e do comportamento do consumidor.

Silveira et al. (2006) investigaram se os valores pessoais são capazes de influenciar a escolha

do prestador de serviço através da aplicação da escala SERPVAL em duas lojas brasileiras de

supermercados. Os resultados apontaram uma relação significativa dos valores pessoais na

escolha do prestador de serviço, apesar de não conseguirem estabelecer um padrão de

comportamento para a ocasião de compras rotineiras.

Neste estudo, utilizou-se a escala de doze de Silveira et al. (2006) para investigar se os valores

pessoais são capazes de influenciar a escolha do prestador de serviço.

2.4 Fidelidade

Dick e Basu (2007) afirmam que muitas vezes a força motriz do marketing advém da

necessidade de manter e aperfeiçoar o grau de fidelidade dos clientes, apesar de muitos deles

não exporem com facilidade como pensam e agem (LIAO et al., 2008). No entanto, Bristol

(2002) reforça que apesar de ninguém possuir o conhecimento total acerca do comportamento

dos compradores, é imprescindível que as organizações definam suas estratégias com base no

acervo do conhecimento que possuem em relação a seus clientes. Além disso, é imperativo

que as empresas estejam atentas à fidelidade às marcas, aos fabricantes, aos serviços e ao

ambiente de loja (DICK; BASU, 2007).

Tradicionalmente, como afirmam Dick e Basu (2007), as pesquisas em relação à fidelidade

fundamentam-se apenas na mensuração do volume comprado, na sequência de compras e

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probabilidade das compras, com poucos fundamentos teóricos que justifiquem a relação da

fidelidade e a recompra. Neste sentido, os autores sugerem um modelo teórico-conceitual para

a fidelidade de clientes, como pode ser conferido na figura 4.

Figura 4 - Modelo teórico-conceitual para a fidelidade de clientes

Antecedentes cognitivos:

- Acessibilidade- Confiança- Centralização- Clareza

Antecedentes conativos:

- Custo de mudança- Custo de aprofundamento- Expectativa

Antecedentes afetivos:

- Emoção- Sentimento/humor- Efeitos primários- Satisfação

Influência situacional

Consequências:

- Motivação pela procura- Resistência à persuasão- Propaganda boca-a-boca

Norma social

Atitude relativa

Comportamentode recompra

Fonte: Dick e Basu (2007).

De acordo com o modelo, a atitude relativa ou simplesmente a “atitude” que o cliente tem em

relação ao produto, fornecedor, serviço ou loja é estabelecida pela relação entre o objeto e a

sua avaliação. No entanto, apesar da atitude estar diretamente relacionada ao comportamento,

nem sempre clientes com atitude positiva apresentam um comportamento de recompra

constante, porque muitas vezes possuem atitudes ainda mais positivas em relação aos

concorrentes. Os autores ressaltam que o comportamento de recompra pode ser positivamente

impactado ainda que os clientes possuam uma fraca atitude em relação a determinado

produto, desde que esta se diferencie em relação aos demais competidores. De maneira

análoga e inversa, o comportamento de recompra pode ser negativamente impactado ainda

que os clientes possuam uma forte atitude em relação a determinado produto, desde que esta

seja comum em relação aos demais competidores.

Dick e Basu (2007) sugerem a seguinte diagramação entre atitude relativa e comportamento

de recompra/retenção:

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Figura 5 - Diagramação entre atitude e recompra.

FIDELIDADE FIDELIDADE LATENTE

SEMFIFELIDADE

FIFELIDADEESPÚRIA

Alta

Baixa

Atitude relativa

Comportamento de recompra

Fonte: Dick e Basu (2007).

Em suma, apesar de existir um ponto comum entre a fidelidade e retenção, elas têm conceitos

distintos de acordo com a relação entre atitude e comportamento. Ou seja, Dick e Basu (2007)

definem retenção como comportamento de recompra e fidelidade como a atitude positiva em

relação à marca/produto. Não obstante, dizem que uma atitude positiva possui relacionamento

direto com o processo de recompra.

Originalmente, Greenwald (1968) categorizou os antecedentes de fidelidade em:

Cognitivo: arcabouço de informações acessadas pelo cliente quando

surge a necessidade de uma relação de consumo. A facilidade de acesso às

informações memorizadas, o grau de confiança nas informações, a importância do

dado resgatado e a clareza com que a informação é percebida são fatores

influenciadores deste antecedente;

Afetivo: portfólio de aspectos emocionais que o cliente possui em

relação ao produto/marca. Percebido através da satisfação e prazer que associa à

relação com o objeto;

Conativo: considerados os valores mais tangíveis da fidelidade. O custo

de mudança e as boas expectativas em relação ao produto/marca como forma de

fidelizar e reter clientes.

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Oliver (1999) adiciona o antecedente de “ação” através da qual todos os outros antecedentes

transformam-se em atitude o comportamento para uma inércia positiva de recompra,

conforme conceituado por Dick e Basu (2007). Apenas o antecedente de ação será utilizado

como variável de pesquisa neste projeto, por caracterizar-se pela atitude de manutenção da

relação de consumo e de revisita ao ambiente de serviço.

A relação ideal entre os antecedentes influencia positivamente a fidelidade, porque

desmotivam os clientes a procurarem por outras opções (NEWMAN; STAELIN, 1972).

Muitas vezes, os custos de mudança são percebidos como maiores do que seus benefícios. Da

mesma forma, indivíduos fiéis demonstram alta resistência à persuasão (BELCH, 1981) e são

considerados aliados no campo do marketing boca a boca (WESTBROOK, 1987).

Reconhecida como uma importante variável, Reichheld (2003) desenvolveu uma simples

metodologia capaz de mensurar o grau de fidelidade dos clientes de qualquer tipo de

organização. O NPS (Net Promoter Score) foi concebido objetivando a identificação da

pergunta com maior correlação estatística com a variável repetição de compras: “Em uma

escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria a Empresa X para um amigo ou colega?” A

proporção entre os detratores (respondentes de valores compreendidos entre 0 e 6) e

promotores (respondentes de valores compreendidos entre 9 e 10) representa o NPS, onde são

considerados consumidores leais aqueles com forte propensão a recomendar a empresa.

Apesar da simplicidade do modelo, o NPS foi positivamente referenciado em diversas

pesquisas relacionadas à fidelidade de clientes, como Reichheld e Markey (2012) e Gupta e

Zeithaml (2006), o que justifica a utilização da pergunta nesta pesquisa como forma de

mensurar a afetividade dos clientes aos diversos hipermercados existentes na RMR.

As relações com os clientes têm sido cada vez mais estudadas na literatura de marketing

acadêmico (BERRY, 1995) e evidentes são os significativos investimentos das empresas em

sistemas de gestão de relacionamento (CRM) (REINARTZ; KUMAR, 2002). Na tentativa de

maximizar a quota de clientes, as corporações recorrem cada vez ao chamado Relationship

Marketing Instrument – RMI, que envolve programas de fidelidade e e-mails diretos, e ao

Customer Relationship Perception - CRP na tentativa de mensurar o grau de satisfação,

fidelidade e afeição do cliente (HART et al., 1999; ROBERTS; BERGER, 1999).

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50

Através de uma pesquisa envolvendo mais de 6.000 empregados de uma companhia de

varejo, Verhoef (2003) validou o seguinte modelo teórico relacionado à retenção de clientes:

Figura 6 - Modelo teórico de retenção

Fonte: Verhoef (2003).

Para o autor, o compromisso afetivo é a variável que melhor revela a força do relacionamento,

porque representa a intensidade com que as partes desejam manter a relação de consumo.

Apesar de alguns autores como Jones e Sasser (1995) questionarem a relação direta entre a

satisfação e fidelidade dos clientes, e de alguns estudos apontarem que a idade, sortimento,

conhecimento do produto, etnia e outros dados demográficos atuam como moderadores entre

a satisfação e a fidelidade (HOMBURG; GIERING, 2001; JONES; MOTHERSBAUGH;

BEATTY, 2001; MITTAL; KAMAKURA, 2001), Verhoef (2003) concluiu que a satisfação

afeta positivamente a retenção dos clientes. De maneira complementar, porém não

contraditória, o estudo de Bansal e Taylor (2015), constatou que outras variáveis como os

custos de mudança percebidos e a atratividade das alternativas disponíveis apresentam

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influência ainda mais significativa sobre a atitude positiva e fidelização, do que os aspectos

relacionados à satisfação e qualidade percebida.

Picón et al. (2014) realizaram um estudo com 785 clientes de 74 companhias seguradoras

espanholas, e concluíram que a satisfação dos clientes continua a ser um objetivo vital para os

prestadores de serviço, no entanto, esta importância decresce em favor dos custos de mudança

percebidos. Os autores recomendam o fortalecimento de estratégias voltadas para fomentar os

custos de mudança percebidos, como uma política apropriada de fidelização de clientes,

melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados, eficientes práticas de recuperação de

serviços, entre outras. Estas estratégias objetivariam uma atitude favorável dos clientes pela

permanência da relação, que seria condutiva a uma maior fidelização. As avaliações das

alternativas foram especificamente analisadas pelos autores que concluíram que, diante de

uma escassez de concorrentes ou da percepção de que nenhuma das alternativas existentes é

mais atraente do que o provedor atual, os clientes escolherão por permanecer no

relacionamento, acreditando que esta ainda seria a melhor opção disponível. Em resumo, os

resultados mostraram que os custos de mudança são mediadores significativos na relação

entre satisfação e lealdade.

Diversos são os estudos que afirmam que os programas de fidelidade baseados em

recompensa afetam positivamente a retenção de clientes. Latham e Locke (1991) defendem

que estas recompensas podem ser altamente motivadoras do ponto de vista psicológico. De

maneira complementar, Nicholls (1989) afirma que o ser humano em geral possui forte

impulso em obedecer a comportamentos pré-estabelecidos para alcançar recompensas futuras.

De acordo com Roehm, Pullins e Roehm (2002), é razoável supor que durante a participação

em um programa de fidelidade um cliente pode ser incentivado a comprar a marca do

patrocinador do programa repetidamente, principalmente quando a estrutura de recompensa

depende da duração da relação.

Apesar dos argumentos teóricos a favor do efeito positivo dos programas de fidelidade na

retenção, vários pesquisadores questionam esse efeito (DOWLING; UNCLES, 1997;

SHARP; SHARP, 1997). Em contraste, Bolton, Kannan e Bramlett (2000) e Rust, Zeithaml e

Lemon (2000) mostram que os programas de fidelidade têm sim um efeito significativo e

positivo na retenção de clientes.

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Quadro 1 - Autores e discussões Construtor Discussão Autores

Estímulos externos e inputs sensoriais e fases do PDC Solomon (2016)

Sete estágios no processo de decisão de compra Blackwell, Miniard e Engel (2005)

Complexidade do ambiente moderno e o impacto no PDC e comportamento do consumidor Oliver (1999)

O impacto da Internet no PDC e comportamento do consumidor Mittal (2013)

A importãncia do Marketing de relacionamento Webster (1992)

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988)

Mittal (2005)

Gentile, Spiller e Noci (2007)

Meyer e Schwager (2007)

Applebaum (1951)

Mehrabian (1977)

Miller (1999)

Gronroos (1982)

Bitner (1992)

Broniarczyk, Hoyer e McAlister (1998)

Verhoef (2003)

Urbonavicius e Ivanauskas (2005)

Bolton, Grewal e Levy (2007)

Parasuraman, Verhoef e Katherine (2009)

Mari e Poggesi (2013)

Nordfalt et al (2014)

Grewal et al. (2017)

Kahn (2017)

Spence et al. (2017)

Jones, Mothersbaugh e Beatty (2000)

Blut et al. (2014)

Picón et al. (2014)

Bansal e Taylor (2015)

Custos Procedimentais, financeiros e relacionais Burnham, Frels e Mahajan (2003)

VALS Rokeach (1968)

Kahle (1983)

Lengler (2003)

SERPVAL Silveira et al. (2005)

Dick e Basu (2007)

Reichheld e Markey (2012)

Cognitivo, afetivo e conativo Greenwald (1968)

Ação Oliver (1999)

NPS Reichheld (2003)

Fidelidade Conceituação

Consequência da satisfação e qualidade percebida

Valor adicional e imagem, ambiente de loja e produtos

Experiência de compra

Valores Pessoais

Custo de mudança Conceituação

LOV

Fonte: Elaborado pela autora.

2.5 Modelo teórico

Com base no que foi apresentado no referencial teórico, foram levantadas cinco hipóteses

relacionando os temas discutidos, as quais estão representadas no modelo teórico da figura 7:

Hipótese 1: A marca, imagem e diferencial (MID) têm relação direta e positiva com a

fidelidade dos clientes;

Hipótese 2: O ambiente de loja (AMB) tem relação direta e positiva com a fidelidade

dos clientes;

Hipótese 3: A variedade, a qualidade e o preço dos produtos oferecidos (PRO) têm

relação direta e positiva com a fidelidade dos clientes;

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Hipótese 4: Os custos de mudança (CMD) têm associação direta e positiva com a

fidelidade dos clientes;

Hipótese 5: Os valores pessoais (VP) têm relação com a escolha da marca varejista

pelos consumidores.

Figura 7 - Modelo teórico da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos que foram utilizados na investigação

da seguinte pergunta de pesquisa: Qual a relação da experiência de compra e dos custos de

mudança na fidelidade dos clientes aos hipermercados na Região Metropolitana do Recife e

como os valores pessoais influenciam na escolha das marcas pelos clientes? Nela estão

detalhados os delineamentos utilizados de acordo com o desenho metodológico, o instrumento

de pesquisa, a população e a amostra, bem como a forma de coleta e análise de dados.

3.1 Delineamento da pesquisa

Pesquisa de natureza descritiva de corte transversal único, baseada na descrição das

características de um público específico (clientes dos hipermercados da RMR), que por

definição de Prodanov e Freitas (2013) tipifica-se por tentar mensurar a frequência com que

um fato ocorre, sua natureza, relações com outras variáveis, causas e suas características.

As informações foram obtidas através do Método de Levantamento de Campo (survey), com

aplicação de questionário estruturado como forma de interrogar os participantes da pesquisa

(MALHOTRA, 2006).

Esta pesquisa objetivou a geração de conhecimento para a resolução da problemática

apresentada na pergunta de pesquisa, baseada nos fatos e verdades específicos à situação

estudada, segundo definição de Prodanov e Freitas (2013).

Na fase da pesquisa descritiva foi aplicado um questionário para o levantamento de dados, os

quais foram registrados, analisados e interpretados sem a interferência do pesquisador,

conforme definição de Prodanov e Feitas (2013).

As escalas utilizadas seguiram o modelo de validação proposto por Churchill (1979), que

entende a definição clara dos construtos a serem investigados como fundamental para o

sucesso da pesquisa realizada, assim como a precisão na escolha dos itens que comporão o

instrumento de coleta. Por se tratar de um estudo exploratório, o autor recomenda uma

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validação inicial dos dados através de uma amostra teste e uma nova coleta de dados para que

só assim sejam avaliadas e mensuradas a confiabilidade das mesmas.

Apesar de este estudo se utilizar de escalas anteriormente aplicadas em diversas literaturas de

marketing, as modificações e adaptações feitas pela autora sugeriram a necessidade da

aplicação de uma rotina exploratória dos dados para uma melhor organização e agrupamento

das variáveis.

Figura 8 - Desenho metodológico da pesquisa

Fonte: Adaptado de Churchill (1979).

3.1.1 População e amostra

A população do estudo foi representada pelos habitantes da Região Metropolitana do Recife

que frequentam hipermercados.

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Apesar de não ser intenção da pesquisadora inferir acerca do comportamento da população a

partir dos resultados obtidos com a amostra, para a sua obtenção, fez-se necessário que alguns

pré-requisitos relacionados aos métodos estatísticos utilizados fossem respeitados.

Para análises de regressão logística, Hair et al. (2009) sugerem que o tamanho da amostra

deve respeitar a relação de nove casos para cada variável independente presente na equação.

Neste sentido, se, por exemplo, como resultado de uma regressão logística for obtida uma

equação com cinco variáveis independentes, sugere-se que haja uma amostra de, no mínimo,

45 respondentes para que a mesma se mostre significativa. No presente estudo, foi obtida uma

amostra não-probabilística de 258 clientes pesquisados, o que se mostra adequado para a

utilização da regressão logística, uma vez que em nenhuma das equações obtidas, foram

utilizadas variáveis independentes em número maior que 28.

A amostra de corte transversal não probabilística foi determinada com base no critério da

conveniência (HAIR et al., 2009).

3.1.2 Variáveis pesquisadas

No quadro a seguir são apresentadas as variáveis que foram pesquisadas, bem como as escalas

utilizadas como referência para a definição dos construtos.

Quadro 2 - Construtos e referências

Construtor Variável Escala Questões Tipo de escala Variação da escala

Marca, imagem e

diferencial

Hooper e Coughlan (2013);

Urbonavicius e Ivanauskas (2005)

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,

11, 12, 13, 14Likert de 7 pontos

"sem importância" a

"muito importante"

Ambiente de lojaHooper e Coughlan (2013);

Urbonavicius e Ivanauskas (2005)

15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,

22, 23Likert de 7 pontos

"sem importância" a

"muito importante"

Variedade, qualidade e

preço dos Produtos

Hooper e Coughlan (2013);

Urbonavicius e Ivanauskas (2005) 24, 25, 26, 27 Likert de 7 pontos

"sem importância" a

"muito importante"

Risco econômico Burnham, Frels e Mahajan (2000) 28, 29 Likert de 5 pontos"concordo totalmente" a

"discordo totalmente"

Atratividade das

alternativasBurnham, Frels e Mahajan (2000) 30 Likert de 5 pontos

"concordo totalmente" a

"discordo totalmente"

AçãoHarris e Goode (2004); Yang e

Peterson (2004) e Bacalhau (2009) 31, 32, 33 Likert de 6 pontos

"concordo totalmente" a

"discordo totalmente"

Recomendar Reichheld (2003) 34 Likert de 11 pontos"nada provável" a

"extremamente provável"

Valores pessoais SERPVAL Silveira et al. (2006)35, 36, 37, 38, 39, 40, 41,

42, 43, 44, 45, 46Likert de 5 pontos

"concordo totalmente" a

"discordo totalmente"

Experiência de compra

Custos de mudança

Fidelidade

Fonte: Adaptado de Arcoverde (2015).

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Os aspectos relacionados à “marca, imagem e diferencial”, “ambiente de loja” e “variedade,

qualidade e preço dos produtos” foram analisados à luz da adaptação da escala de

Urbonavicius e Ivanauskas (2005) e Hooper e Coughlan (2013), que fundamentaram suas

hipóteses no modelo do Servicescape de Bitner (1992). Os entrevistados foram orientados a

classificar com base no grau de importância, os atributos que consideravam relevantes quando

da escolha do hipermercado de sua preferência.

Desde que o termo Servicescape foi originalmente proposto por Bitner (1992), uma série de

estudos debruçaram-se em demonstrar o impacto positivo que o ambiente físico causa na

satisfação e emoção (JOHNSON et al., 2004); na qualidade percebida (HIGHTOWER et al.,

2002; REIMER; KUEHN, 2005), percepção de preço justo (O’CASS; GRACE, 2008),

performance financeira (O’CASS; GRACE, 2008) e na fidelização dos clientes (HARRIS;

EZEH, 2008; HOOPER; COUGHLAN, 2013).

Os achados de O’Cass e Grace (2008) apontam uma forte relação do aroma, sinalização,

equipamentos e do layout com a fidelização dos clientes, e moderada relação para aspectos

relacionados à música ambiente, limpeza e imagem. De maneira mais abrangente, o estudo de

Hooper e Coughlan (2013) concluiu que é possível que os clientes avaliem determinado

estabelecimento ou loja exclusivamente pelo ambiente físico e apelos visuais a que são

expostos, e que isto por si só, classificaria o Servicescape e a experiência de compra como um

forte antecedente de qualidade percebida e fidelização.

Foram adicionadas três perguntas ao questionário referentes ao custo de mudança ajustadas do

modelo de Jones et al. (2007). Duas perguntas vinculadas aos riscos econômicos e uma

relacionada aos custos de avaliação das alternativas. O estudo seminal destes autores propôs a

tipologia de que os custos de mudança seriam representados por aspectos procedimentais,

financeiros e relacionais que, de maneira significativa, apresentaram relação positiva com a

intenção dos clientes em permanecer com a relação de consumo com suas respectivas

operadoras de cartões de crédito. Como apenas uma pergunta foi associada aos custos de

avaliações de alternativas, optou-se neste estudo a tratar os custos de mudança como uma

única variável para não comprometer a efetividade dos cálculos estatísticos.

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O grau de fidelidade dos clientes ao formato hipermercados foi analisado de duas formas.

Inicialmente a adaptação das escalas propostas por Harris e Goode (2004), Yang e Peterson

(2004) e Bacalhau (2009) atestaram o modelo de Oliver (1999) em conformidade com a

dimensão “Ação”. Adicionalmente, o construto foi avaliado através da metodologia do NPS

desenvolvida por Reichheld (2003) com a aplicação da pergunta: Em uma escala de 0 a 10, o

quanto você recomendaria o “formato Hipermercados para um amigo ou colega?” São

considerados detratores respondentes de valores compreendidos entre 0 e 6, e promotores

respondentes de valores compreendidos entre 9 e 10.

Os valores pessoais foram analisados através da escala SERPVAL de Lages e Fernandes

(2005) já testada no Brasil por Silveira et al. (2006) para o mesmo objeto. Estes autores

mapearam a relação entre a influência dos valores pessoais e o comportamento de compra

para 582 clientes supermercadistas do Estado do Rio Grande do Sul e constataram que os

valores da SERPVAL exerciam alguma influência na escolha da loja a ser visitada, embora

fatores como atributos do serviço e qualidade do serviço tenham apresentado relações ainda

mais significativas.

3.2 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados foi um questionário estruturado contendo duas etapas. A

primeira etapa consta de 46 questões de múltipla escolha. Para as 27 primeiras, foi utilizada a

escala de Likert de 7 pontos conforme recomendado por Hooper e Caughlan (2013). As

perguntas de 28 a 30 relacionadas aos custos de mudança foram avaliadas em uma escala de 5

pontos em obediência ao modelo original de Burnham, Frels e Mahajan (2003). Para as

questões 31 a 33 utilizou-se a escala de Likert de 6 pontos, conforme modelo original

proposto por Bacalhau (2009). A intenção de recomendar apresentada na questão 34 foi

avaliada em escala de 11 pontos conforme proposto originalmente por Reichheld (2003).

Os valores pessoais contemplados pelas questões 35 a 46 também foram avaliadas através da

escala Likert de 5 pontos, conforme recomendado por Silveira et al. (2006).

Na segunda etapa do instrumento, foram apresentadas 9 (nove) questões para levantamento

dos dados pessoais do entrevistado, apesar da preservação de seu anonimato.

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59

3.2.1 Coleta de dados

O pré-teste do questionário foi realizado com 34 adultos frequentadores do formato

hipermercados, que foram acessados por conveniência de acordo com a rede pessoal de

relacionamento da pesquisadora. As questões referentes aos dados pessoais e demográficos,

que inicialmente encontravam-se na parte inicial do instrumento foram transferidos para o

final de forma a minimizar a fadiga dos respondentes quando do contato com as questões

principais da pesquisa. Adicionalmente, por recomendação dos respondentes, foi inserida uma

pergunta referente às demais opções de canais de compra geralmente utilizadas pelos

consumidores entre mercados de bairro, atacarejos e delicatessens.

Após os ajustes necessários foi realizada a coleta definitiva entre os dias 06 e 27 de fevereiro

de 2018.

Os respondentes receberam o questionário definitivo através do aplicativo Whatsapp e

diretamente por e-mail, e suas respostas foram automaticamente endereçadas ao Google

Drive. Para uma maior heterogeneidade da amostra, foram coletados 74 questionários por

abordagem a clientes que haviam finalizado suas compras em hipermercados da Região

Metropolitana do Recife.

Neste estudo optou-se pela utilização das seguintes análises estatísticas: Análise Exploratória

de Fatores através de uma Análise de Componentes Principais (Principal Component Analysis

- PCA) e Análise por Mínimos Quadrados Parciais conjugado com uma Análise

Discriminante (Partial Least Squares – Discriminant Analysis – PLS-DA); sua validação feita

através da Análise de Consistência Interna através do cálculo do Alfa de Cronbach e

validação cruzada através de análise de variância dos grupos (CV-ANOVA); finalmente as

variáveis de importância são utilizadas em um modelo de Regressão Logística para achar sua

associação com a chance de pertencer ao grupo “fiel”.

3.2.2 Análise de Componentes Principais – PCA

Para análise exploratória multivariada dos dados, foi utilizada a PCA ou a Análise de

componentes principais (PCA), que é uma técnica estatística que utiliza uma transformação

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ortogonal para converter um conjunto de observações de variáveis possivelmente

correlacionadas em um conjunto de valores de variáveis lineares não correlacionadas,

chamadas componentes principais (ABDI; WILLIAMS, 2010).

Se houver n observações com variáveis p, então o número de componentes principais distintos

é igual ao min (n-1, p). Essa transformação é definida de tal forma que o primeiro

componente principal tenha a maior variância possível (ou seja, seja responsável pela maior

variabilidade possível dos dados), e cada componente sucessor, por sua vez, tem a variância

mais alta possível sob a restrição que é ortogonal aos componentes precedentes. Os vetores

resultantes são um conjunto de bases ortogonais não correlacionadas, sendo que o PCA é

sensível ao dimensionamento relativo das variáveis originais (HAIR et al., 2009).

O PCA é uma ferramenta estatística análoga ao teorema do eixo principal na mecânica

originalmente desenvolvido por Pearson e mais tarde nomeado por Harold Hotelling. O PCA

é usado principalmente como uma ferramenta na análise exploratória de dados e na criação de

modelos preditivos. O PCA pode ser feito por decomposição de autovalor de uma matriz de

covariância de dados (ou correlação) ou decomposição de valor singular de uma matriz de

dados, geralmente após centralizar a mediana de dados para cada atributo. Os resultados de

um PCA são geralmente discutidos em termos de escores de componentes, às vezes chamados

de escores de fatores ou Score Ploting, onde os valores das variáveis são correlacionados a

um ponto de dados específico e Score Loadings, que se refere ao peso pelo qual cada variável

original padronizada deve ser multiplicada para obter a pontuação do componente (ABDI;

WILLIAMS, 2010).

PCA é a mais simples das análises multivariadas baseadas em autovetores verdadeiros. Em

outras palavras, a PCA é capaz de revelar a estrutura interna dos dados da melhor maneira a

explicar suas variações. Se um conjunto de dados multivariado é visualizado como um

conjunto de coordenadas em um espaço de dados de alta dimensão (um eixo por variável), o

PCA pode fornecer ao usuário uma imagem com quantidades limitadas de dimensões com a

menor perda de dados possível, utilizando-se apenas os primeiros componentes principais

(ABDI; WILLIAMS, 2010).

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Neste estudo, a PCA teve o objetivo de correlacionar as variáveis pesquisadas em um

conjunto de valores de variáveis lineares não correlacionadas, de forma a facilitar a

interpretações de dezenas de variáveis em gráficos lineares bidimensionais.

3.2.3 Análise de Variância Cruzada (CV-ANOVA)

A análise de variância (CV-ANOVA) é uma coleção de modelos estatísticos e seus

procedimentos associados (como "variação" entre grupos) usados para analisar as diferenças

entre as médias dos grupos. A CV-ANOVA foi desenvolvida pelo estatístico e biólogo

evolucionista Ronald Fisher. Na configuração da CV-ANOVA, a variação observada em uma

determinada variável é particionada em componentes atribuíveis a diferentes fontes de

variação. Em sua forma mais simples, a CV-ANOVA fornece um teste estatístico para

determinar se as médias de vários grupos são iguais ou não e, portanto, generaliza o teste para

mais de dois grupos. A CV-ANOVA é útil para comparar (testar) três ou mais médias (grupos

ou variáveis) para significância estatística (HAIR, 2009).

O método tem algumas vantagens sobre a correlação, pois nem todos os dados devem ser

numéricos e um dos resultados do método é um julgamento da confiança em uma relação

explicativa. CV-ANOVA é uma forma particular de teste de hipóteses estatísticas muito

usadas na análise de dados experimentais. Um resultado de teste (calculado a partir da

hipótese nula e da amostra) é chamado estatisticamente significativo se for considerado

improvável que tenha ocorrido por acaso, assumindo a verdade da hipótese nula. Um

resultado estatisticamente significativo, quando uma probabilidade (valor-p) é menor do que

um limiar (nível de significância), justifica a rejeição da hipótese nula, mas apenas se a

probabilidade a priori da hipótese nula não for alta (ERIKSSON et al., 2008).

Na aplicação típica da CV-ANOVA, a hipótese nula é que todos os grupos são simplesmente

amostras aleatórias da mesma população. Rejeitar a hipótese nula significa que as diferenças

nos efeitos observados entre os grupos observados não se devem ao acaso (ERIKSSON et al.,

2008).

Por definição, o teste de hipóteses limita a taxa de erros do Tipo I (falsos positivos) a um

nível de significância. Os experimentadores também desejam limitar os erros do Tipo II

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(falsos negativos). A taxa de erros do Tipo II depende amplamente do tamanho da amostra (a

taxa é grande para um pequeno número de amostras), nível de significância (quando o padrão

de prova é alto, as chances de ignorar uma descoberta também são altas) e o tamanho do

efeito é mais propenso a erros do Tipo II. Como análise exploratória de dados, uma CV-

ANOVA é uma organização de uma decomposição de dados aditivos e suas somas de

quadrados indicam a variação de cada componente da decomposição (ou, equivalentemente,

cada conjunto de termos de um modelo linear). Em suma, a CV-ANOVA é uma ferramenta

estatística utilizada de várias maneiras para desenvolver e confirmar uma explicação para os

dados observados (HAIR, 2009).

Apesar da CV-ANOVA também possibilitar a análise da confiabilidade do modelo com base

na variância extraída e dos testes de confiabilidade, para esta pesquisa optou-se por utilizar

adicionalmente o coeficiente Alfa de Cronbach, por ser medida diagnóstica mais amplamente

utilizada em pesquisas científicas (HAIR et al., 2009).

É esperada uma elevada proporção de validade convergente, com cargas padronizadas

idealmente acima de 0,7 e uma variância extraída superior a 0,5. O α de Cronbach será

utilizado como coeficiente de confiabilidade com uma expectativa superior a 0,7.

3.2.4 Análise de Regressão Logística

A análise de regressão logística é um tipo de análise de regressão múltipla que “utiliza as

variáveis independentes cujos valores são conhecidos para prever os valores da variável

dependente selecionada pelo pesquisador” (HAIR et al., 2009, p.154).

A análise de regressão logística foi utilizada neste estudo por possibilitar que a variável

dependente seja associada a medidas binárias, para a identificação das variáveis com maior

representatividade de inter-relação, e que melhor explicam a covariância múltipla.

O construto “fidelidade”, neste estudo representado pelos antecedentes de “ação”, através da

qual todos os outros antecedentes transformam-se em atitude para uma inércia positiva de

recompra, e “Recomendação”, simples metodologia capaz de mensurar o grau de fidelidade

dos clientes de qualquer tipo de organização, foi convertido em variável binária de acordo

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com os valores da mediana. Sob a ótica da regressão logística, são consideradas duas

possibilidades de resultados, sim ou não, representados respectivamente por “0” e “1”. Da

mesma forma, um valor provável entre “0” e “1” é obtido e associado a cada uma das

variáveis independentes, para a identificação dos fatores com maior influência sobre a

variável dependente.

Alguns softwares estatísticos são utilizados na operacionalização da regressão logística

objetivando a projeção de cenários desenhados a partir da inserção ou exclusão de variáveis

do modelo. Neste trabalho, foi utilizado o SPSS que avalia, a partir do modelo completo em

que há a presença de todas as variáveis independentes, como a exclusão de uma variável

melhora a qualidade do modelo final.

Odds Ratio foi calculado a partir da função exponencial do coeficiente de cada variável. Este

coeficiente expressa o número de vezes em que a presença do valor 1 da variável

independente aumenta a chance de ocorrência do resultado 1 para a variável dependente,

quando comparado com a ausência deste fator. Assim, “um Odds Ratio de valor 5 para

determinada variável independente, significa que a presença desta variável, operacionalizada

pelo valor 1, aumenta em 5 vezes as chances de ocorrência da variável dependente”

(ARAÚJO, 2006).

3.2.5 Validade e confiabilidade da medida

Para Churchill (1979), a relação entre os valores medidos e os reais das pesquisas sempre é

medida por inferências, que podem ser feitas de forma direta, a partir da avaliação da validade

e de forma indireta, a partir da confiabilidade. Neste sentido, para avaliação da validade de

um instrumento de medida, faz-se necessário avaliar a validade de conteúdo, a validade

convergente e a validade nomológica (CHURCHILL, 1979; HAIR et al., 2009).

Para que as dimensões dos construtos sejam devidamente representadas, pode-se utilizar os

julgamentos de especialistas, pré-testes ou revisão de literatura pertinente, com o objetivo de

assegurar que as dimensões relevantes dos construtos serão devidamente representadas

(CHURCHILL, 1979; HAIR et al., 2009).

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64

Já a validade convergente, segundo Hair et al. (2009), avalia o grau em que duas medidas do

mesmo conceito estão correlacionadas. No entanto, o tipo de correlação que deve ser utilizada

para a avaliação da validade convergente, depende do formato das escalas utilizado no

formulário de pesquisa. O coeficiente de correlação produto-momento, também conhecido

como coeficiente de correlação de Pearson deve ser utilizado para as escalas métricas. Para as

escalas do tipo Likert, ou ordinal, recomenda-se a utilização do coeficiente de correlação

ordenada de Spearman, que tem lógica matemática semelhante à correlação de Pearson, mas

diferindo pelo fato de considerar a ordem dos dados (SOUZA et al., 2002).

A validade nomológica, por sua vez, avalia se a escala proposta faz previsões precisas de

outros conceitos em um modelo teórico, proposto a partir de pesquisas anteriores ou

princípios já aceitos (HAIR et al., 2009). Neste estudo, a análise nomológica foi realizada

através da CV-ANOVA e pelo Alfa de Cronbach para a análise da confiabilidade, por ser

considerada uma técnica estatística amplamente utilizada em pesquisas científicas (HAIR et

al., 2009).

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65

4 RESULTADOS

A apresentação dos resultados segue a seguinte ordem para a melhor compreensão do leitor:

Inicialmente será apresentada a análise descritiva da amostra e o comportamento da

normalidade obtida través do teste de Shapiro-Wilk e Kolgomorov-Smirnov e do teste

de homogeneidade de Levene;

Por meio da Análise de Componentes Principais (PCA) foram identificados os

principais vetores de consolidação das variáveis visualizadas através do gráfico score

plot. Em seguida foi realizada a análise de regressão por mínimos quadrados ou

Partial Least Square (PLS) apresentados através dos gráficos Score plot e Loading

plot;

Após a Análise dos Componentes Principais (PCA) o modelo foi submetido à análise

de variância cruzada (CV-ANOVA). Adicionalmente, o modelo foi submetido a

validação de consistência interna para a indicação das predições das variáveis através

do Alfa de Cronbach;

Após a validação e ajustes necessários ao modelo, foi realizada e Regressão Logística

através do Odds Ratio, calculado a partir da função exponencial do coeficiente de cada

variável, considerando-se também os dados demográficos e os valores pessoais para o

melhor entendimento das relações entre as variáveis analisadas e a fidelidade dos

clientes.

4.1 Validade e confiabilidade do instrumento

A confiabilidade do instrumento de pesquisa foi incialmente avaliada através do coeficiente

Alfa de Cronbach para o modelo como um todo, que apresenta uma correlação média entre as

perguntas através do cálculo da variância de cada questão individual, bem como da variância

da soma de cada um dos entrevistados.

O instrumento completo apresentou um alfa de 0.894 indicando um alto grau de

confiabilidade.

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Tabela 2 - Coeficiente do alfa de Cronbach

Fonte: Software SPSS 20.0

De maneira geral, nenhuma das questões do instrumento promoveria ganho de confiabilidade

ao modelo se excluída da análise.

Tabela 3 - Alfa de Cronbach por variável

Fonte: Software SPSS 20.0

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Adicionalmente o modelo foi submetido a uma análise de variância CV-ANOVA com um “p”

significativo de 0.00000412702 confirmando sua consistência interna.

Tabela 4 - Análise de Variância CV-ANOVA

Fonte: Software SPSS 20.0

Em uma segunda etapa de validação, o modelo foi confirmado pelo coeficiente Alfa de

Cronbach associado à cada uma das variáveis do modelo, ou seja, marca, imagem e

diferencial (MID), ambiente de loja (AMB), qualidade, variedade e preço dos produtos

(PROD), custo de mudança (CMD) e fidelidade (FID). O resultado demonstrou significância

mínima de 0,805 para a variável fidelidade (FID) e máxima de 0,945 para valores pessoais

(VP), conforme apresentado a seguir:

4.1.1 Validade e confiabilidade da variável marca, imagem e diferencial (MID)

A variável MID apresentou um alfa de 0,899 representando significância acima da

expectativa estabelecida:

Tabela 5 - Alfa de Cronbach para a variável MID

Fonte: Software SPSS 20.0

Abaixo segue o alfa de Cronbach resultante para cada uma das questões excluídas do

instrumento:

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Tabela 6 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (MID).

Fonte: Software SPSS 20.0

4.1.2 Validade e confiabilidade da variável ambiente de loja (AMB)

A variável AMB apresentou um alfa de 0,832, considerada significante em relação à

expectativa de 0,7:

Tabela 7 - Alfa de Cronbach para a variável AMB

Fonte: Software SPSS 20.0

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A seguir são apresentados os coeficientes de alfa de Cronbach para cada uma das questões

excluídas do instrumento:

Tabela 8 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (AMB)

Fonte: Software SPSS 20.0

4.1.3 Validade e confiabilidade da variável variedade, qualidade e preço dos produtos (PRO)

A variável variedade, qualidade e preço dos produtos (PRO) apresentou a significância mais

representativa entre as variáveis do instrumento, quando analisadas de forma isolada:

Tabela 9 - Alfa de Cronbach para a variável PRO

Fonte: Software SPSS 20.0

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70

Abaixo segue o alfa de Cronbach resultante para cada uma das questões excluídas do

instrumento:

Tabela 10 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (PRO)

Fonte: Software SPSS 20.0

4.1.4 Validade e confiabilidade da variável custo de mudança (CMD)

A variável custo de mudança apresentou significância bem superior à expectativa de 0,7

sugerida por Hair et al. (2009):

Tabela 11 - Alfa de Cronbach para a variável CMD

Fonte: Software SPSS 20.0

A seguir são apresentados os coeficientes de alfa de Cronbach para cada uma das questões

excluídas do instrumento:

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Tabela 12 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (CMD)

Fonte: Software SPSS 20.0

4.1.5 Validade e confiabilidade da variável fidelidade (FID)

A variável fidelidade (FID) representada no instrumento pelas questões 31, 32 e 33

apresentou um coeficiente de alfa de Cronbach de 0,805 sugerindo uma boa significância em

relação à expectativa:

Tabela 13 - Alfa de Cronbach para a variável FID

Fonte: Software SPSS 20.0

Os coeficientes de alfa de Cronbach para cada uma das questões excluídas do instrumento

apresentou o seguinte comportamento:

Tabela 14 - Alfa de Cronbach para cada questão excluída do instrumento (FID)

Fonte: Software SPSS 20.0

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4.1.6 Validade e confiabilidade da variável valores pessoais (VP).

A variável valores pessoais (VP) representou a significância mais representativa com base no

coeficiente de alfa de Cronbach:

Tabela 15 - Alfa de Cronbach para a variável VP.

Fonte: Software SPSS 20.0

Abaixo são apresentados os coeficientes de alfa de Cronbach para cada uma das questões

excluídas do instrumento. Apesar das questões VP.35 (Quando eu faço compras nos

hipermercados eu consigo mais tranquilidade), VP.36 (Quando eu faço compras nos

hipermercados eu consigo mais segurança para a minha família) e VP.37 (Quando eu faço

compras nos hipermercados eu consigo mais harmonia e estabilidade na minha vida)

aumentarem a significância do modelo se excluídas do instrumento, optou-se por deixá-las em

virtude da alta confiabilidade obtida mesmo com a presença destas questões:

Tabela 16 - Alfa de Cronbach para cada que stão excluída do instrumento (VP)

Fonte: Software SPSS 20.0.

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73

4.2 Análise descritiva da amostra

Foram aplicados 269 questionários, dos quais 195 foram distribuídos através do aplicativo

Whatsapp ou diretamente por e-mail e 74 foram coletados por abordagem a clientes no

momento em que realizavam compras em hipermercados na região Metropolitana do Recife.

Foram desconsiderados ao total onze questionários, sendo seis por falta de completude no

preenchimento e cinco outliers em relação à elipse de Hotteling.

A quantidade total de questionários válidos foi de 258, dos quais 52% ou 133 respondentes

eram do sexo feminino e 48% ou 125 eram do sexo masculino, demonstrando um equilíbrio

no total da amostra. A média de idade dos respondentes variou entre 21 e 40 anos, que bem

representa a parte economicamente ativa da sociedade.

A renda familiar média dos respondentes está compreendida entre 5 e 7 salários mínimos, o

que representa rendimentos mensais de R$ 4.686,00 a R$ 6.559,00.

Um total de 229 entrevistados têm hábito de realizar compras em hipermercados, com média

de uma a duas visitas mensais. Destes, 144 privilegiam a Bompreço/Walmart em suas visitas,

58 preferem o Extra e 27 o Carrefour.

Além do hábito de realizarem compras nos hipermercados, outros canais foram mencionados

como prioritários em suas escolhas, conforme observa-se na tabela 17.

Tabela 17 – Opções de compra além dos Hipermercados.

Opção de compra além dos Hipermercados Qtde. %

Mercadinhos de bairro 97 38%

Atacarejo 57 22%

Mercadinhos de bairro e Atacarejo 43 17%

Mercadinhos de bairro e Delicatessens 25 10%

Delicatessens 19 7%

Atacarejo, Mercadinhos de bairro e delicatessens 13 5%

Atacarejo e Delicatessens 4 2%

Total de consumidores pesquisados 258 100%

Fonte: Elaborado pela Autora.

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74

Os testes de normalidade e homogeneidade aplicados aos 258 questionários válidos

apresentaram distribuição bem modelada.

A Mediana foi identificada para cada uma das variáveis pesquisadas através do instrumento

de coleta e categorizadas em variáveis dicotômicas.

A variável dependente da pesquisa representadas pelas questões 31 a 34 foi trabalhada da

seguinte forma:

Em relação a questão 34 do instrumento, foram considerados promotores de fidelidade

os que responderam valores compreendidos entre 9 e 10. Para as questões 31, 32 a 33

foi calculada a média aritmética das variáveis. Foram considerados “fiel” aqueles

acima da mediana. A junção destas duas informações significou o achado total de 86

consumidores promotores da variável fidelidade (clientes fiéis), sendo os demais 172

considerados detratores (clientes não fiéis).

4.3 Análise dos Componentes Principais (PCA)

A análise dos Componentes Principais foi utilizada para uma melhor compreensão da

amostra. As variáveis pesquisadas foram agrupadas em vetores únicos bidimensionais. O

gráfico do modelo apresentou um R2 de 0.35, explicando 30% dos dados e um grau de

predição de 0.25 (Q2) na sua segunda componente, conforme figura retro mencionada.

Figura 9 – Gráfico SIMCA do Modelo

Fonte: SIMCA 14.1 – Soft Independent Modeling of Class Analogy

O gráfico de escores (Score Plot) do modelo que sumariza a relação das observações e plota

os dois vetores de escores (Score Vectors) em um gráfico de espalhamento (Scatter Plot),

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apresenta uma concentração de clientes fiéis na parte superior direita da elipse de Hotelling, e

uma concentração dos clientes detratores na parte inferior da elipse. Considera-se

consumidores fiéis aqueles identificados com “sim”, e detratores aqueles identificados com

“não”.

Figura 10 – Gráfico Score Plot.

Fonte: SIMCA 14.1 – Soft Independent Modeling of Class Analogy

Figura 11 - Gráfico Loading Plot

Fonte: SIMCA 14.1 – Soft Independent Modeling of Class Analogy

O gráfico VIP (Variable Importance for the Projection) que mede a contribuição de cada uma

das variáveis ao modelo, apresentou a marca, imagem e diferencial (MID) mais

especificamente relacionado ao tipo de clientes que frequentam o estabelecimento, a

atratividade da comunicação visual, o estado de conservação dos equipamentos e instalações e

a existência e reputação dos produtos marcas próprias como as variáveis mais representativas

no modelo, conforme figura abaixo.

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Figura 12 - Gráfico VIP com maiores impactos no modelo

Fonte: SIMCA 14.1 – Soft Independent Modeling of Class Analogy

4.4 Relação entre as variáveis

Nesta sessão serão apresentadas as análises estatísticas multivariadas que suportam ou não as

hipóteses propostas. Todas as relações foram validadas através da técnica de Regressão

Logística, para a qual não se faz necessário a presença da normalidade nas variáveis estudadas

(HAIR et al., 2009).

Um outro fator relevante que fundamenta a escolha da regressão logística, é que segundo Hair

et al. (2009) este método possibilita através do odds ratio uma relação direta do efeito que a

variável binária independente gera na variável dependente, a chamada razão de chance.

O método de regressão utilizado foi o Stepwise Backward LR, que interativamente possibilita

que a partir do modelo original em que se considera todas as variáveis, um modelo mais

preciso seja identificado, no qual permanecem no modelo proposto apenas as variáveis que se

mostrem significantes para a relação (HAIR et al., 2009).

O modelo de regressão foi gerado considerando a fidelidade como a variável dependente e a

marca, imagem e diferencial (MID), o ambiente de loja (AMB), a qualidade, variedade e

preço dos produtos (PROD) e o custo de mudança (CMD) em seus elementos individuais

como as variáveis binárias independentes. Para este estudo considerou-se um único modelo de

análise, por entender-se que a fidelidade dos clientes a determinado formato é um fenômeno

simultaneamente influenciado pelas variáveis apresentadas, conforme ratificado por Dabija e

Babut (2014), que afirmam que um dos principais objetivos de qualquer cadeia varejista é

estabelecer uma forte relação com seus consumidores, através de uma estratégia de marketing

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77

que desenvolva nos clientes uma percepção única e diferenciada de seus atributos. Além do

fornecimento dos produtos, aspectos relacionados à localização, posicionamento de preço,

comunicação e o ambiente de loja contribuem para fortalecer a preferência, a satisfação, e

finalmente a fidelidade dos clientes.

Após quatro tentativas, o aumento nos valores da -2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

indicam um melhor ajuste no modelo de regressão (HAIR et al., 2009), com significância

estatística no nível 0,000.

Tabela 18 – Ajustamento do Modelo Total_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

Fonte: Software SPSS 20.0

O modelo proposto apresentou um razoável poder preditivo com acerto médio de 66,7%.

Tabela 19 - Classificação do Modelo.

Fonte: Software SPSS 20.0

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Incialmente rodou-se a regressão logística com base nas variáveis totais do modelo com base

na mediana obtida para cada um dos construtos. O resultado obtido apresentou a marca,

imagem e diferencial (MID) com um odds ratio de 1.455 e nível de significância de 0,000. O

valor do odds ratio menos representa a variação percentual da desigualdade, sendo assim,

cada variação positiva de um ponto para a variável marca, imagem e diferencial aumenta em

45% a chance para a variável fidelidade (variável dependente do modelo). Este achado dá

suporte para a validação de Hipótese 1.

Tabela 20 - Regressão para Variáveis Totais do Modelo

Fonte: Software SPSS 20.0

Para um melhor detalhamento e entendimento dos resultados do modelo, optou-se pela

utilização da regressão logística para cada bloco de variáveis dos construtos.

Para marca, imagem e diferencial (MID), após 10 tentativas o modelo apresentou um bom

ajustamento com aumento nos valores da -2 logaritmo de verossimilhança:

Tabela 21 - Ajustamento do Modelo MID_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

Fonte: Software SPSS 20.0.

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79

Com um odds ratio de 2,112 a comunicação visual atrativa através de cartazes, tabloides e

outros tipos de sinalizações, foi reconhecida pelos respondentes como a variável com maior

efeito preditivo de fidelidade, seguido pela disponibilidade de produtos marcas próprias e pela

identificação com o tipo de clientes que frequentam o estabelecimento:

Tabela 22 – Regressão Logística para a variável Marca, Imagem e Diferencial (MID)

Fonte: Software SPSS 20.0

Apesar de não ter sido encontrado suporte para as Hipóteses 2, 3 e 4, a regressão logística

apresentou alguns aspectos individuais importantes na composição dos construtos

relacionados, que também devem ser levados em consideração ao se analisar a fidelização dos

clientes ao formato hipermercados.

Desta forma, optou-se pela utilização da regressão logística considerando-se desta vez todas

as questões abordadas em cada um dos construtos do instrumento, bem como pela análise do

teste do chi-quadrado de Pearson como outra forma de se analisar a relação de significância

de cada uma destas variáveis com a fidelidade.

Em relação ao ambiente de loja como parte componente da experiência de compra, o valor da

-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL) apresentou aumento após a sétima tentativa.

Tabela 23 - Ajustamento do Modelo AMB_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

Fonte: Software SPSS 20.0.

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80

O chi-quadrado de 0,254 para a variável Ambiente de Loja (AMB) corroborou o resultado da

Regressão Logística para a média dos totais, apresentando baixa significância com a variável

dependente do modelo:

Tabela 24 - Teste do chi-quadrado para a variável Ambiente de Loja (AMB)

Fonte: Software SPSS 20.0

No entanto, a localização da loja com um odds ratio de 2,311 e significância de 0,000

apresentou bom poder preditivo em relação à fidelidade, significando dizer que clientes que

percebem positividade em relação à localização do estabelecimento, seja por proximidade à

sua residência, pela segurança do entorno ou até mesmo pela simpatia pelo bairro em que o

hipermercado está situado, possuem uma razão de chance de 130% de se tornar um cliente

fiel.

Tabela 25 – Regressão Logística para a variável Ambiente de Loja (AMB)

Fonte: Software SPSS 20.0

Para a variável produto (PRO) o aumento no valor da -2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

ocorreu após a quinta tentativa. Para a variável produtos (PRO) nenhum dos aspectos

analisados apresentou significância inferior a 0,005.

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Tabela 26 - Ajustamento do Modelo PRO_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

Fonte: Software SPSS 20.0

A baixa significância da variável Produto (PRO) com a Fidelidade foi ratificada através do

resultado do teste do chi-quadrado:

Tabela 27 - Teste do chi-quadrado para a variável Produto (PRO)

Fonte: Software SPSS 20.0

Em relação ao custo de mudança (CMD) após três tentativas, o valor do -2 logaritmo de

verossimilhança (-2LL) aumentou de 324,440 para 324,732:

Tabela 28 - Ajustamento do Modelo CMD_-2 logaritmo de verossimilhança (-2LL)

Fonte: Software SPSS 20.0

O resultado do teste do chi-quadrado de 0,110 entre o Custo de Mudança e a Fidelidade

demonstra mais uma vez a baixa significância entre estas variáveis:

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Tabela 29 - Teste do chi-quadrado para a variável Custo de Mudança (CMD)

Fonte: Software SPSS 20.0

No entanto, a inconveniência e o esforço que seria dispendido em se buscar um outro

hipermercado para o estabelecimento de uma nova relação comercial foi apontado pelos

entrevistados como um fator de manutenção da fidelidade. Em outras palavras, os clientes

fiéis a determinados hipermercados permanecem fiéis ao varejista, não tão somente pelas

características e qualidade percebida em sua experiência de compra, mas também pela

percepção de que perderiam tempo e dinheiro, como nos casos dos créditos obtidos com

programas de fidelização, ao procurarem por outras relações comerciais.

Tabela 30 – Regressão Logística para a variável Custo de Mudança (CMD)

Fonte: Software SPSS 20.0

Para a validação da quinta hipótese, foi realizada a ANOVA para a identificação de

divergências significantes entre os respondentes, levando-se em consideração os aspectos

relacionados aos valores pessoais abordados neste estudo através da escala SERPVAL, e as

marcas de hipermercados preferidas pelos clientes. Em um segundo momento foi realizado o

teste post hoc utilizando os métodos de Tukey e Boferroni para a categorização dos grupos,

uma vez que a ANOVA apenas indica a existência de grupos divergentes.

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Tabela 31 - ANOVA e testes de Tukey e Bonferroni

Fonte: Software SPSS 20.0

Os resultados acima apontaram para um p-valor com significância de 0,044 para a variável

VP.35 (Quando eu faço compra nos hipermercados eu consigo mais tranquilidade) entre os

consumidores que preferem o Walmart e consumidores que preferem o Carrefour.

Já as variáveis VP.40 (Quando eu faço compra nos hipermercados eu consigo o sentimento de

que o mundo é mais agradável) e VP. 42 (Quando eu faço compra nos hipermercados eu

consigo maior status) apesar de não apresentarem significância inferior a 0,05, demonstraram

uma tendência de comportamento.

A variável VP.40 com um p-valor de 0,054 apontou que os clientes dos Hipermercados Extra

e Carrefour apresentam comportamento diferente em relação à variável, bem como os clientes

dos Supermercados Walmart e Carrefour.

A variável VP.42 apresentou um p-valor de 0,072 demonstrando uma tendência de

comportamento divergente entre os consumidores dos Hipermercados Extra e Carrefour em

relação à variável.

Para o melhor entendimento do impacto destas três variáveis em relação ao comportamento

dos consumidores quanto à escolha das marcas dos hipermercados que frequentam, optou-se

pela análise descritiva das três variáveis indicadas pela ANOVA, conforme detalhado na

tabela 32.

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Tabela 32 - Análise descritiva das variáveis VP. 35, VP. 40 e VP. 42.

Fonte: Software SPSS 20.0

A análise descritiva das variáveis revelou que as clientes que preferenciam os Hipermercados

Walmart sentem-se mais tranquilos ao frequentar o ambiente do que os clientes que

frequentam preferencialmente o Hipermercado Carrefour.

De maneira análoga, a análise descritiva revelou que os consumidores que preferenciam os

Hipermercados Walmart e Extra percebem “um mundo mais agradável” do que os

consumidores do Carrefour.

Em relação à variável VP.42, as análises indicaram que os consumidores que privilegiam

compras no Hipermercado Extra percebem que conseguem maior “status” do que os

frequentadores do Hipermercado Carrefour.

A hipótese H5 foi parcialmente confirmada. No entanto, apesar da variável valores pessoais

(VP) não ter sido estudada como predecessora de fidelidade nesta pesquisa, o teste do chi

square através do SPSS apesentou significância de 0.000, considerando ambas as variáveis

como dicotômicas.

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Tabela 33 - Teste do Chi-Square (Valores Pessoais X Fidelidade)

Fonte: Software SPSS 20.0

O respectivo gráfico de cores demonstra que consumidores que percebem fortalecimentos de

suas relações e valores internos ao frequentarem hipermercados, têm maior probabilidade de

se tornaram clientes fiéis ao formato.

Figura 13 - Gráfico de Cores (Valores Pessoais X Fidelidade)

Fonte: Software SPSS 20.0

Para aprofundar o entendimento que a variável valores pessoais apresentou em relação à

fidelidade foi rodada uma regressão logística considerando VP como uma possível variável do

modelo. Foi considerada a fidelidade como variável dependente, e MID, AMB, PRO, CMD e

VP como variáveis dicotômicas independentes.

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Após 34 tentativas, o modelo final apresentou bom índice de ajustamento, com o coeficiente

de Hosmer e Lemeshow bem superior ao valor mínimo sugerido de 0.05 (HAIR et al., 2009).

Tabela 34 - Ajustamento do Modelo_teste de Hosmer e Lemeshow

Fonte: Software SPSS 20.0

O modelo proposto apresentou um bom poder preditivo com acerto médio de 79,8%, com

59,3% de previsibilidade de acerto na identificação dos consumidores considerados fiéis e de

90,1% para os detratores.

Tabela 35 - Classificação do Modelo com variável VP

Fonte: Software SPSS 20.0

Como o novo modelo proposto objetiva apenas o entendimento da relação entre a variável VP

(Valores Pessoais) e fidelidade, não foram analisadas a relação da fidelidade com as demais

variáveis. No modelo logístico calculado conforme apresentado na tabela 28, observa-se que

os clientes que têm a percepção de que suas relações de amizades são fortalecidas ao

frequentarem os hipermercados (VP 46), possuem uma razão de chance de quase 400% (odds

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ratio de 4.717) de serem clientes fiéis ao formato. Da mesma forma, a sensação de

tranquilidade (VP 35) quando percebida pelos frequentadores do formato é capaz de aumentar

em 100% a chance de que o mesmo se torne um cliente fiel, com um odds ratio de 2.067.

Uma relação significativa, porém negativa, foi observada entre os respondentes que não

percebem que os hipermercados são capazes de gerar uma maior interação entre seus grupos

de amigos (VP44), com um coeficiente de odds ratio de 0.280. Da mesma forma, clientes que

não buscam maior reconhecimento de amigos (VP41) ao frequentarem hipermercados

apresentaram odds ratio de 0.426. Estes resultados podem sugerir que grupos de amigos que

habitualmente frequentam os mesmos hipermercados, tendem a aumentar a coesão de

fidelidade entre cada um dos membros.

Tabela 36 – Coeficientes do modelo com VP

Fonte: Software SPSS 20.0

Com o objetivo de analisar a relação entre os dados demográficos, inicialmente optou-se pelo

método Stepwise Backward LR de regressão logística, considerando-se a fidelidade como a

variável dependente e a marca, imagem e diferencial (MID), o ambiente de loja (AMB), a

qualidade, variedade e preço dos produtos (PROD), o custo de mudança (CMD), a frequência

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de compra, a idade, a renda familiar, o sexo e o local de residência como as variáveis binárias

independentes.

Após 28 tentativas, a utilização desta técnica mostrou-se inviável considerando que o melhor

modelo ajustado apresentou um coeficiente de Hosmer e Lemeshow de 0,001 bem inferior ao

valor mínimo sugerido de 0.05 (HAIR et al., 2009).

Tabela 37 - Ajustamento do Modelo_teste de Hosmer e Lemeshow

Fonte: Software SPSS 20.0

Neste sentido, decidiu-se pela técnica de tabelas cruzadas que apresentou significância

moderada entre a variável localização do estabelecimento e a fidelidade, sugerindo que

consumidores que moram nas proximidades de hipermercados tendem a se tornarem clientes

fiéis em função do vínculo social e emocional estabelecido e da praticidade.

Tabela 38 - Teste do Chi-Square para local de Residência dos Consumidores

Fonte: Software SPSS 20.0.

Uma análise complementar através do gráfico de cores demonstra que consumidores

residentes na zona central de Recife, em nosso estudo representado pelo bairro da Ilha do

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Leite, são mais fiéis aos seus hipermercados quando comparados com consumidores de outras

zonas urbanas.

Figura 14 - Gráfico de cores por local de Residência dos Consumidores.

Fonte: Software SPSS 20.0

A variável sexo apresentou forte significância em relação à fidelidade com um chi-square de

0.002.

Tabela 39 - Teste do Chi-Square para Sexo dos Consumidores

Fonte: Software SPSS 20.0

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O gráfico de cores indica que as mulheres são mais fiéis aos hipermercados do que os

homens, o que em princípio justifica-se pelo fato de que as mesmas na maioria das vezes

assumem a responsabilidade pela “ida ao mercado” ou por “fazer a feira” objetivando a

reposição dos mantimentos da família.

Figura 15 - Gráfico de Cores para sexo dos Consumidores

Fonte: Software SPSS 20.0

Os canais de compra apresentaram relevância significativa em relação à fidelidade aos

hipermercados com um chi-square de 0.000.

Tabela 40 - Teste do Chi-Square para Canais de Compra

Fonte: Software SPSS 20.0

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91

O respectivo gráfico de cores evidencia que consumidores que também realizam compras em

supermercados de bairro apresentam baixa fidelidade em relação aos hipermercados. De

maneira inversa, consumidores que realizam compra em Atacarejos demonstram maior

propensão de fidelização aos hipermercados.

Figura 16 - Gráfico de Cores para Canais de Compra

Fonte: Software SPSS 20.0

Com base na análise de dados, observa-se que duas das cinco hipóteses foram confirmadas,

conforme figura 19.

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Figura 17 - Hipóteses confirmadas na pesquisa.

Fonte: Elaborada pela autora.

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93

5 CONCLUSÃO

Está seção será estruturada de forma a facilitar a conexão com os objetivos específicos

propostos:

5.1 Relação entre a experiência de compra e a fidelidade

Nos dias atuais em que se torna cada vez mais complexa a distinção entre produtos e serviços

face à massificação dos sortimentos e das linhas de produção, acredita-se que a experiência

conectada a um item específico pode ser uma importante forma de diferenciação.

Complementarmente, a diminuição da eficácia da publicidade frente ao bombardeio de

informações e mensagem a que os consumidores vêm sendo intensamente submetidos,

impulsionam atitudes de co-criação buscando o design de uma experiência de compra única,

capaz de gerar valor e diferencial aos clientes (GILMORE; PINE, 2002).

Berry, Carbone e Haeckel (2002) afirmam de forma similar, que uma experiência satisfatória

orquestra todas as variáveis detectadas no processo de compra. Ambas as definições

compreendem uma experiência como um processo de interação e conexão em vários níveis,

em que o produto é percebido e analisado em todas as suas faces.

Reforçando este entendimento, Mittal et al. (2005) afirmam que corporações com estratégia

voltada para a experiência de compra e satisfação do cliente apresentam um diferencial

competitivo em relação às demais.

Em abordagem complementar, Gentille, Spiller e Noci (2007) conceituam a experiência de

compra como um conjunto de interações entre o cliente e o produto, a companhia ou até

mesmo parte da organização, que geralmente ocorre no momento da compra. Esta experiência

é pessoal e geralmente afeta a percepção do cliente em diferentes níveis, seja racional,

emocional, sensorial, físico e até mesmo espiritual. Da mesma forma, Meyer e Schwager

(2007) definem experiência de compra como o conjunto de repostas internas e subjetivas dos

clientes diante do contato direto ou indireto com as organizações. O contato direto geralmente

ocorre quando do momento da compra ou utilização do serviço. Já o contato indireto advém

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da propaganda boca a boca, de informações repassadas pelos próprios representantes das

organizações e das campanhas promocionais.

Neste estudo, o construto experiência de compra está representado pelas variáveis marca,

imagem e diferencial (MID), ambiente de loja (AMB) e variedade, qualidade e preço dos

produtos (PRO). De maneira geral, os resultados encontrados apontam para uma correlação

positiva e significativa entre a variável marca, imagem e diferencial (MID) e a fidelidade, não

tendo sido identificada relação de significância entre o ambiente de loja (AMB) e a variedade,

qualidade e preço dos produtos (PRO) com a fidelidade.

Os aspectos relacionados à marca, imagem e diferencial (MID) destacaram-se pelo grau de

significância e associação com a fidelidade, sugerindo que o zelo por uma comunicação visual

eficiente, pela manutenção de um portfólio atraente de produtos marcas próprias e a

assertividade na definição de seu público-alvo são uma ferramenta poderosa na sedução e

fidelização dos clientes.

Apesar do ambiente de loja, definido por Kotler (1973) como o conjunto de percepções que

vão levar à sensação de conforto e de permanência, ou ao desconforto e desejo de afastamento

não ter apresentado relação preditiva com a fidelidade, foi identificada uma forte correlação

positiva entre a localização do estabelecimento e a fidelidade dos clientes sugerindo que, de

maneira geral, os consumidores prezam por estabelecimentos bem localizados.

O fato da variedade, qualidade e o preço dos produtos (PROD) não terem sido identificados

como significativos no processo de experiência de compra e, consequentemente, na

fidelização dos clientes, pode se justificar pelo fenômeno da globalização industrial que

possibilita que os mesmos produtos estejam acessíveis e disponíveis em todos os tipos e

localidades de estabelecimentos. Atualmente, é difícil imaginar o mais simples

estabelecimento varejista na região metropolitana do Recife que não disponibilize em seu

sortimento produtos como coca-cola, leite ninho, shampoo pantene e até mesmo o biscoito

vitarela.

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95

5.2 Relação entre os custos de mudança e a fidelidade.

Os custos de mudança são definidos por Morgan e Hunt (1994) como fatores que dificultam

ou desestimulam a alternância entre fornecedores, prestadores de serviços e marcas e que, de

certa forma, envolve expectativas de perda e riscos.

Alguns pesquisadores também acrescentam a falta de atratividade dos fornecedores

competidores como custo de mudança (MORGAN; HUNT, 1994; PATTERSON; SMITH,

2003), afirmando que a falta de atratividade no mercado desestimula o abandono da relação

comercial existente.

O modelo de tipologia de Burnham, Frels e Mahajan (2003) foi adotado neste estudo, no

entanto apenas os custos econômicos e a atratividade das alternativas apresentam relação

direta com o objeto de estudo desta pesquisa.

Apesar da variável custo de mudança (CMD) não apresentar significância de predição com a

fidelidade, a regressão logística mostrou que os clientes tendem a permanecer fiel ao formato

hipermercados pela percepção de que perderiam tempo e até dinheiro com a busca de outros

varejistas no mercado. A interpretação prática dos dados obtidos, sugere que os consumidores

ainda percebem valor no formato hipermercados e que de maneira não tão significativa,

porém existente, percebem algum custo em procurar por outras fontes de compra.

Da mesma forma, outros tipos de formatos hoje disponibilizados através de lojas de

conveniência, delicatessens, atacarejos e mercados de bairro, nem sempre são capazes de

seduzir por definitivo os consumidores fiéis aos hipermercados.

As lojas de conveniência e delicatessens que são percebidas como pontos de visitas

esporádicas e emergenciais por se posicionarem com preço relativamente mais altos, não

sugerem ameaça significativa ao formato hipermercado.

Os atacarejos que se firmam entre as camadas menos favorecidas da sociedade através de uma

estratégia agressiva de preço, também parecem deixar a desejar em aspectos relacionados à

estrutura física, sortimento diferenciado e prestação de serviços adicionais.

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Já os mercados de bairro aparecem neste estudo como preferência de compra dos

consumidores adjacente aos hipermercados, apesar de trabalharem com um mix geralmente

restrito a produtos do gênero alimentício, que nem sempre atendem com plenitude aos anseios

dos consumidores.

Como forma de potencializar o valor percebido dos consumidores em relação à amplitude de

sortimento, serviços e estrutura física oferecida pelos hipermercados, recomenda-se um maior

investimento no conceito one-stop, que segundo Fox e Sethuraman (2006) é um modelo

priorizado por 54% dos consumidores, que podem encontrar tudo o que necessitam em uma

única parada.

5.3 Relação entre os valores pessoais e a escolha dos Hipermercados

Para Wells (1975), as características individuais e sua influência no comportamento do

consumidor é um dos assuntos mais pesquisados na área do marketing. Ainda segundo o

autor, dois pilares norteiam as explicações que buscam prever padrões de comportamento. O

primeiro seriam os dados demográficos como idade, sexo e renda, e o segundo as variáveis

psicográficas, como os valores pessoais, as motivações, atitudes e a própria personalidade.

Silveira et al. (2005) investigaram se os valores pessoais são capazes de influenciar a escolha

do prestador de serviço através da aplicação da escala SERPVAL em duas lojas brasileiras de

supermercados. Os resultados apontaram uma relação significativa dos valores pessoais na

escolha do prestador de serviço, apesar de não conseguirem estabelecer um padrão de

comportamento para a ocasião de compras rotineiras.

Neste estudo, utilizou-se a escala de doze de Silveira et al. (2005) para investigar se os valores

pessoais são capazes de influenciar a escolha do prestador de serviço. A análise descritiva das

variáveis revelou que as clientes que preferenciam os Hipermercados Walmart percebem a

sensação de maior tranquilidade ao frequentar o ambiente do que os clientes que frequentam

preferencialmente o Hipermercado Carrefour.

De maneira análoga, a análise descritiva revelou que os consumidores que preferenciam os

Hipermercados Walmart e Extra percebem uma maior sensação de “que o mundo é mais

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agradável” do que os consumidores do Carrefour. Finalmente, os consumidores que

privilegiam compras no Hipermercado Extra demonstraram um maior atingimento de “status”

social do que os frequentadores do Hipermercado Carrefour.

Apesar de não ter sido assumida neste estudo como variável preditiva, os resultados das

correlações apresentaram forte significância entre os valores pessoais (VP) e a fidelidade. O

sentimento de que os hipermercados possibilitam uma experiência de compra mais tranquila e

o fortalecimento das relações de amizades foi identificado neste estudo como um forte fator

de relação com a fidelidade.

5.4 Implicações acadêmicas e gerenciais

Esta pesquisa traz significativa contribuição aos profissionais do segmento multivarejo,

porque elenca com clareza as características, aspectos e diferenciais mais valorizados pelos

consumidores quando em contato com os hipermercados.

Tendo sido os aspectos relacionados ao tipo de clientes que frequentam, aos serviços

adicionais oferecidos e à existência de programas de fidelidade os mais representativos entre

os respondentes, pode-se inferir que muito mais do que um canal de compras, os

hipermercados ainda são percebidos como um ambiente de interação social e de integração. O

apelo às práticas de marketing que fomentem aspectos culturais, sociais e que valorizem a

relação entre cliente e instituição como um vínculo social, muito além do comercial,

certamente seriam estratégias impulsionadoras da fidelidade.

Não menos importante, a identificação dos fatores promotores e detratores relacionados ao

ambiente de loja possibilitará a tomada de ações priorizando o atendimento destas

expectativas. O entorno e a própria localização do estabelecimento, por exemplo, são aspectos

identificados neste estudo que devem ser seriamente considerados quando da análise e

construção do projeto de viabilidade de um hipermercado; da mesma forma, o zelo por

processos operacionais padrões que garantam a perfeita sinalização aos clientes tem que ser

persistentemente reforçado no ambiente operacional.

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No âmbito acadêmico, esta pesquisa disponibiliza um instrumento adaptado que pode ser

utilizado em outros estudos relacionados à fidelidade de clientes ao varejo de lojas físicas,

mais especificamente supermercados.

Outra importante contribuição trata-se da significância estatística encontrada entre a variável

valores pessoais e fidelidade. Apesar de não ter sido objetivo deste estudo, esta relação traz ao

mudo acadêmico uma nova matéria de discussão, uma vez que estudos anteriores em sua

maioria são utilizados para definir ou categorizar respondentes, sendo no máximo analisados

como moderadores na escolha das marcas varejistas.

5.5 Limitações do estudo

Uma das limitações identificadas durante a aplicação do instrumento de pesquisa, refere-se à

confusão de conceitos demonstrada pelos respondentes em distinguir com clareza os

hipermercados como formato de negócio, do Hiperbompreço como marca varejista local e

tradicional da cidade de Recife. Esta dificuldade foi identificada durante a aplicação-teste do

instrumento de pesquisa e exigiu que as perguntas relacionadas aos dados pessoais

assumissem função esclarecedora destes conceitos para evitar vieses na apuração.

A renda familiar média dos consumidores pesquisado varia entre 5 e 7 salários mínimos, ou

seja, R$ 4.686,00 e R$ 6.559,00, considerada renda alta de acordo com as estatísticas do

IBGE. Dados de 2010 apontam para uma renda familiar média de R$ 1.109,01 para a Região

Metropolitana do Recife. Esta disparidade ocorreu em virtude da utilização da ferramenta

Whastsapp na distribuição dos questionários, que fatalmente abrange um número mais

significativo de respondentes ligados ao ciclo de relacionamento da pesquisadora.

Os dados analisados apontaram que 38% da amostra costuma realizar compras em mercados

de bairro e 22% em Atacarejos. Este é um fenômeno de migração ainda pouco estudado, mas

certamente responsável por parte do declínio do formato hipermercados. Estudos adicionais

que melhor identifique o valor percebido pelos consumidores nestes canais de compra seria

imprescindível para um diagnóstico mais preciso das ações gerenciais a serem tomadas,

objetivando uma maior atratividade do formato hipermercado aos consumidores.

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99

5.6 Sugestões para estudos futuros

Estudos futuros relacionados às classes de produtos mais adquiridas pelos clientes dos

hipermercados seria pertinente para um reposicionamento de mix de sortimento. O acesso aos

bens duráveis através de catálogos eletrônicos, muitas vezes a custos mais acessíveis pode

sugerir, por exemplo, a necessidade de uma análise de viabilidade pela permanência ou

exclusão deste portfólio de produtos do sortimento oferecido. Não menos importante,

pesquisas relacionadas ao Omni Channel que integra lojas físicas, virtuais e compradores,

podem explorar todas as possibilidades de interação e identificar qual a melhor colaboração

do formato hipermercados a essa nova proposta de multicanal.

Por fim, apesar deste não ter sido objetivo específico da pesquisa, as análises estatísticas

revelaram uma forte correlação entre a variável valores pessoais (VP) e fidelidade. A

possibilidade de estudos futuros que melhor diagnostiquem esta forma de correlação pode

fornecer elementos suficientes ao reposicionamento do formato hipermercado, de forma a

atender às expectativas sociais e emocionais de seus clientes e em contrapartida alavancar a

fidelização.

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112

APÊNDICE – Instrumento de Coleta de Dados.

Faculdade Boa Viagem / DEVRY Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Esta é uma pesquisa de caráter acadêmico e tem o objetivo de identificar quais os

fatores determinantes na fidelização dos clientes dos Hipermercados na região

Metropolitana do Recife. Os dados aqui coletados serão analisados de forma geral e não

individualizada, garantindo o anonimato dos respondentes.

O tempo necessário para que você responda este questionário não será maior do que

15 minutos, entretanto, sua colaboração será de extrema importância para esta pesquisa e

para a melhoria dos serviços prestados por esta empresa.

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Cliente abordado no: Carrefour Extra Hiperbompreço/Walmart Outros

Considerando a sua experiência de compra nos hipermercados, indique o grau de importância para cada um dos

fatores abaixo e que lhe fazem escolher o formato hipermercados em relação aos outros, em uma escala de 1 a 7,

sendo 1 sem importância e 7 Muito importante.

1. Produtos Marcas Próprias.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

2. Programas de compras ou de fidelização.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

3. Reputação da marca/importância do nome.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

4. Tipo de clientes que frequentam.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

5. Os equipamentos são novos e modernos.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

6. Instalações físicas agradáveis.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

7. Funcionários bem vestidos e com boa aparência.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

8. Serviços adicionais que são oferecidos.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

9. A comunicação visual é atrativa (cartazes, tabloides,

sinalização, etc.). (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

10. Produtos vendidos são conhecidos e de boas marcas.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

11. Presença de casas lotéricas.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

12. Proximidade de outros comércios, praça de alimentação

e alameda de serviços. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

13. Presença de empresa de segurança.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

14. Horário de funcionamento estendido.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

15. Ordem e organização dos produtos nas prateleiras.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

16. Layout da loja e atmosfera interna.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

17. Ambiente externo à loja.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

18. Localização da loja.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

19. Rapidez no atendimento (sem filas nos check-outs).(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

20. Qualidade dos serviços prestados (atendimento dos

funcionários). (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

21. Estacionamento seguro e monitorado por câmeras.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

22. Disponibilidade de vagas de estacionamento.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

23. Preços com descontos e oferta especiais.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

24. Variedade de sortimento.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

25. Estabilidade no sortimento oferecido (acha o que

procura). (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

26. Qualidade dos produtos.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

27. Preço justo dos produtos.(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

MARCA, IMAGEM E DIFERENCIAL

AMBIENTE DE LOJA

PRODUTOS

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114

Abaixo são apresentados fatores que talvez o motivem a permanecer cliente dos hipermercados. Por favor,

indique em que medida estes aspectos são importantes em uma escala de 1 a 5. Sendo 1 discordo completamente

e 5 concordo completamente:

28 Permaneço como clientes dos Hipermercados porque

acho que seria inconveniente mudar para outro

formato.

(1) (2) (3) (4) (5)

29 Para mim seria inconveniente a mudança pela perda de

tempo, dinheiro (perderia o programa de fidelização) e

esforço de adaptação.

(1) (2) (3) (4) (5)

30 Eu não me sentiria tão satisfeito (a) com os serviços e

produtos oferecidos pelos outros formatos.

(1) (2) (3) (4) (5)

O MEU HIPERMERCADO

Entre os fatores que lhe fazem voltar a comprar no Hipermercado de costume, indique os que mais são

importantes para você em uma escala de 1 a 6. Sendo 1 discordo completamente e 6 concordo completamente.

Em seguida indique se você recomendaria ou não o formato Hipermercados para amigos e conhecidos:

31 Eu escolherei sempre os Hipermercados em relação aos

outros formatos.

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

32 Estou disposto a fazer um esforço extra para continuar

comprando nos Hipermercados.

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

33 Eu defenderia o formato Hipermercados se alguém

fizesse um comentário negativo sobre ele.

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

De maneira geral, você (0 nada provável e 10 extremamente provável):

34 Recomendaria o formato Hipermercado a um amigo ou

colega?

(0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)

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115

35 Mais tranquilidade (1) (2) (3) (4) (5)

36 Mais segurança para a minha família (1) (2) (3) (4) (5)

37 Mais harmonia e estabilidade na minha vida (1) (2) (3) (4) (5)

38 Uma vida mais prazerosa (1) (2) (3) (4) (5)

39 Mais respeito dos meus amigos (1) (2) (3) (4) (5)

40 O sentimento de que o mundo é mais agradável (1) (2) (3) (4) (5)

41 Maior reconhecimento de meus amigos (1) (2) (3) (4) (5)

42 Maior status (1) (2) (3) (4) (5)

43 Uma vida de mais estímulo e aventura (1) (2) (3) (4) (5)

44 Uma interação maior dentro do meu grupo (1) (2) (3) (4) (5)

45 Melhores relacionamentos (1) (2) (3) (4) (5)

46 Fortalecer minhas relações de amizade (1) (2) (3) (4) (5)

Quando eu faço compras nos Hipermercados, eu consigo...

Agora, pense nos benefícios que você obtém quando compra nos Hipermercados. Marque de acordo

com o seu grau de concordância para cada uma das afirmações, sendo 1 = Discordo Totalmente e 5 =

Concordo Totalmente.

Page 116: NOME DO ALUNO DE MESTRADO - … · experience and change costs on customer ... the studied variables were submitted to logistic regression analysis. The ... VALS Value and Lifestyle

116

1 Você costuma realizar compras em Hipermercados?

Sim Não

2 Em quais dos Hipermercados abaixo você mais gosta de realizar suas compras (escolher apenas uma opção)?

Carrefour Extra

3 Além da opção escolhida acima, você costuma frenquentar outros Hipermercados. Se sim, quais (pode escolher mais de uma opção)?

Carrefour Extra

4

5 Com que frequência você realiza compras em Hipermercados mensalmente?

6 Qual a sua idade?

7 Qual a sua renda familiar?

8 Qual o seu sexo?

Masculino Feminino

9 Em qual dos bairros abaixo você reside:

Aflitos Graças

Afogados Ilha do Leite

Beberibe Imbiribeira

Boa Viagem Joana Bezerra

Brasília Teimosa Madalena

Campo Grande Parnamirim

Casa Amarela Piedade

Casa Forte Pina

Cidade Universitária São José

Derby Santo Antônio

Espinheiro Várzea

Outros

Até 1 salário mínimo (R$ 937,00) De R$ 938 a R$ 2.811,00 (Até 1 a 3 salários mínimos)

De R$ 2.812 a R$ 4.685,00 (De 3 a 5 salários mínimos) De R$ 4.686,00 a R$ 6.559,00 (De 5 a 7 salários mínimos)

De R$ 6.560,00 acima (Mais do que 7 salários mínimos)

PERGUNTA FILTRO

DADOS PESSOAIS

01 a 02 03 a 04 05 a 06 7 ou mais

Menos de 20 de 21 a 40 41 a 60 61 a 80 Mais de 80

Hiperbompreço

Hiperbompreço/Walmart

Em quais outros formatos você costuma realizar compras?

Atacarejo Supermercados de bairro Delicatessen