Nossos piores inimigos -...

"Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar"Efésios 5:25b e 26a

CRESCENDO NA SANTIFICAÇÃO PESSOALREFLEXÃO BÍBLICA PARA AS ASSEMBLEIAS DE 2011 DAS CONVENÇÕES REGIONAIS

Nossos piores inimigos

Sermões para Assembleias 2011---CAPA.indd 1 15/08/11 21:37

Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização

da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – [email protected]

Diretor Interino José Lima de Farias Filho

Conselho Editorial Adelmilson Júlio Pereira Aléssio Gomes de Oliveira Ednei Rodrigues Brito Irgledson Irvison Galvão José Lima de Farias Filho Manoel Lino Simão Manoel Pereira Brito Otoniel Alves de Oliveira Sebastião Lino Simão Valdeci Nunes de Oliveira

IMPRESSÃO

Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo

Rua Dr. Afonso Vergueiro, nº 12 – Vila Maria – São Paulo – SP – CEP 02116-000Fone: (11) 2955-5141 – Fax: (11) 2955-6120


Projeto Santificar | 3

APRESENTAÇÃO

Sem fé, é impossível agradar a Deus! É pela fé em Cristo que receberemos aquilo que esperamos. A fé em Cristo é a prova de que existem coisas que os nossos olhos não veem. Foi por terem fé em Deus que homens e mulheres da Bíblia receberam a aprovação definitiva de Deus.

Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Sara, Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Sa-muel e muitos outros santos de Deus viveram pela fé e tiveram as suas vidas aprovadas no final. Os conhecidos “heróis da fé”, de Hebreus 11, são a maior prova bíblica de que é possível viver, nesta vida, de forma santa, apesar das terríveis oposições da trina infernal, a saber: o mundo, a carne e o diabo.

“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para a santificar”.Efésios 5:25b e 26a

4 | Igreja Adventista da Promessa

Quem verdadeiramente é salvo ( justificado) pela fé em Cristo Jesus, imediatamente recebe, em seu corpo, o Espí-rito Santo, que passa a fazer morada, e, em parceria com o crente, começa a realizar a gloriosa obra de santificação, ou seja, a separação gradativa e crescente do salvo em relação ao mundo, a carne e o diabo.

A cada dia, o salvo em Jesus, pela fé, vai aprendendo a praticar a justiça, a confiar e receber as promessas divinas; da fraqueza vai tirando forças e tornando-se poderoso na batalha contra os exércitos malignos, que, tão de perto, o rodeia. Pela fé em Cristo, o salvo enfrenta a zombaria, os açoites e as duras provas.

Como os “heróis da fé” da antiguidade, os crentes em Cristo de hoje podem viver de forma santa e digna diante de Deus, do começo ao fim. Gente que começa e termi-na bem. Em cultos fúnebres, muitos promessistas têm se despedido de homens e mulheres dos quais “o mundo não é digno”. Gente que acaba a carreira e guarda a fé. Pessoas que nos constrangem com sua vida limpa e irre-priensível. Pessoas cuja conduta prova que o evangelho de Cristo é, de fato, poderoso para transformar a vida im-pura em vida santa.

Nos últimos anos, o Espírito Santo tem falado de mui-tas formas sobre a necessidade de santificação. Desde o início de 2008, sob o lema UMA IGREJA SANTA PARA O DEUS SANTO, Deus tem proporcionado aos promessistas alimento sólido e constante sobre este imprescidível as-sunto espiritual, que faz parte do processo de salvação, sem o qual ninguém verá o Senhor.

Neste ano, durante as assembleias das Convenções Re-gionais, mais um pouco de alimento espiritual será distri-buído ao povo de Deus, preparado pelo Departamento de Educalção Cristã, DEC. Teremos mais três aspectos da


santificação cristã. O promessista terá a oportunidade de aprender como vencer a BATALHA CONTRA O MUNDO, como vencer a BATALHA CONTRA A CARNE e como ven-cer a BATALHA CONTRA O DIABO.

Se homens e mulheres do passado, sujeitos às mesmas dores e aos mesmos temores, venceram, os crentes em Jesus de hoje também podem vencer. O mundo, a carne e o diabo não mudaram sua natureza maligna, nem sua missão de morte. Mas, também, Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele esteve com os “heróis da fé”, no passado; está com os salvos de hoje, e estará com os re-dimidos de amanhã, fazendo deles os novos “heróis” de Deus, homens e mulheres que desejam viver uma vida santa e irrepreensível, no meio de uma geração corrupta e perversa.

Estamos diante de mais um chamamento do Espírito Santo à santificação pessoal. Aceite o desafio! Para isto, fomos salvos:

Mas nós, devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificado-ra do Espírito e a fé na verdade. (2 Ts 2:13)

A Jesus Cristo, Deus dos vivos e dos mortos, honra e glória pelos séculos dos séculos!

Pastor José Lima de Farias FilhoDiretor Interino do DEC


SUMÁRIO

Introdução ................................................................................... 8

1. Crescemos na santificação pessoal vencendo a batalha contra o mundo ................................................ 11

2. Crescemos na santificação pessoal vencendo a batalha contra a carne .................................................... 17

3. Crescemos na santificação pessoal vencendo a batalha contra o diabo ................................................... 22

Conclusão .................................................................................. 27

Bibliografia ................................................................................ 29


NOSSOS MAIORES INIMIGOS

REFLEXÃO BÍBLICA PARA AS ASSEMBLEIAS DAS CONVENÇÕES REGIONAIS E SETORIAIS DE 2011

INTRODUÇÃO

Que a graça e a paz de Jesus sejam com todos! Preste bastante atenção na leitura que faremos de três versículos bem conhecidos de todos nós, que tratam justamente do assunto desta mensagem. Em cada texto, destacaremos uma palavra.

Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo (1 Jo 2:15).

… andai no Espírito e jamais satisfarão os desejos da carne (Gl 5:16).

… resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 3:7).

Estamos em mais um período de assembleias nas convenções regionais da Igreja Adventista da Promessa.


Como já é conhecido dos irmãos, em todas elas, de início, ouvimos uma exposição das Escrituras relacionada à nossa santificação. Desde 2008, isso tem acontecido. Este é, então, o quarto “Projeto Santificar” e o terceiro com o tema “Crescendo na santificação Pessoal”. No ano passado, fomos ministrados sobre as nossas armas no caminho rumo ao crescimento em santidade: “a oração, o jejum e a Bíblia”. Neste ano, pela graça de Deus, trataremos sobre os nossos inimigos que desejam, a todo custo, dificultar o nosso percurso rumo à santidade.

É importante termos, ao menos, um mínimo conhecimento sobre nossos adversários. No Brasil, por exemplo, ouve-se falar nos noticiários esportivos sobre uma prática comum entre os técnicos de futebol, diante de partidas decisivas de muita importância. Eles assistem várias vezes a vídeos do time adversário. Fazem isso para tentar, de alguma maneira, descobrir as principais jogadas do time a ser enfrentado, os pontos fortes e os fracos. Analisam tudo, meticulosamente. Depois da análise, passam tudo aos jogadores e escalam seu time de maneira coerente com as conclusões a que chegaram, diante do que viram. De fato, conhecer como um oponente atua e de que maneira consegue suas vitórias é útil para aquele que irá enfrentá-lo. Na vida cristã, você já deve saber que temos vários oponentes. Não avançamos na santificação pessoal, sem resistirmos aos nossos adversários. São eles: o mundo, a carne e o diabo.

Entendemos que é importante reconhecer e saber como esses inimigos atuam. Essa atitude é sábia e inteligente. Por isso, nesta mensagem, iremos estudar sobre os nossos oponentes, à luz da revelação bíblica. Nosso desejo não é sermos especialistas no conhecimento “das coisas profundas” do mal, como os infiéis da igreja de Tiatira (Ap 2:24), mas apenas descobrir o que a Bíblia diz sobre a identidade e a estratégia do mundo, da carne e do diabo, para podermos resistir ao seu bombardeio. Não queremos ir além da revelação bíblica. Basta-nos o que o


evangelho diz. Estamos certos de que, se atentarmos para a palavra de Deus, podemos ser muito vitoriosos diante do mundo, da carne e do diabo, e, dessa forma, continuar crescendo em santificação. Que Deus nos ajude. Abra o seu entendimento para o que Deus quer ministrar ao seu coração, nesta oportunidade. A seguir, vamos aprender três maneiras de crescermos na santificação pessoal. Vejamos a primeira:


1. CRESCEMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOALVENCENDO A BATALHA CONTRA O MUNDO

O primeiro inimigo que iremos estudar, hoje, é o mundo. Abra sua Bíblia, por favor, na primeira carta de João, capítulo 2, leia os versículos 15 e 16:

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo, a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens, não provêm do Pai, mas do mundo.

Leia, agora, o versículo 17, em que o apóstolo conclui: O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. O que significa essa palavra “mundo”, que se repete 6 vezes, neste texto? Refere-se a um dos piores adversários do cristão.

1.1 Conhecendo a identidade do inimigo

No Novo Testamento, a palavra “mundo” possui, pelo menos, três grandes significados.1 Em primeiro lugar, temos o mundo em seu aspecto físico, isto é: os céus, o

1. Wiersbe (2006:631).


planeta terra e tudo o que neles se encontra. Em Atos 17, versículo 24, lemos: O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra... (At 17:24). Em segundo lugar, a palavra “mundo” também pode significar as pessoas, os seres humanos. Nesse sentido, Jesus declarou: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).

Em terceiro lugar, a palavra mundo tem a ideia de “um sistema” de valores, pensamentos e atitudes corrompidos e contrários à vontade de Deus. É nesse sentido que o apóstolo João escreve: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo (1 Jo 2:15). O termo “mundo” (em grego cosmos)2 é também traduzido por “este século” ou “este tempo”. É deste terceiro conceito que estamos tratando. É contra este tipo de mundo que batalhamos. Por falta dessa compreensão, muitos, ao se converterem, afastam-se das pessoas, da família, dos amigos e dos lugares, dizendo que estão se afastando do “mundo”. Que erro terrível! Esse adversário não é um lugar geográfico, muito menos uma pessoa, mas é um esquema maligno que envolve todas as esferas da sociedade humana. Nossa luta é contra o estilo de vida que a sociedade adotou para viver longe de Deus e independente dele.

Trata-se do mais complexo e destruidor de todos os círculos viciosos.3 Todos os seres humanos têm a tendência natural ao pecado. A sociedade constituída por estes é embrenhada e permeada pelo pecado. Suas marcas são: o materialismo (no mundo, é mais importante “ter” do que “ser”); a permissividade (no mundo, para se conquistar a “felicidade”, tudo é permitido), e o relativismo moral (no mundo, cada pessoa age conforme a sua própria opinião). Vivemos nessa cultura decadente, em que os princípios morais são ridicularizados; a imoralidade, aplaudida, e

2. O apóstolo Paulo também usou, algumas vezes, o substantivo grego “aiõn”, com esse mesmo significado (cf. Ef 2:2; Gl 1:4; 2 Co 4:4).

3. César (1998:41).


os vícios degradantes, incentivados. Quem está por trás de tudo isso é próprio o diabo. A Bíblia diz que ele é o príncipe deste século (Jo 16:11) e que o mundo inteiro jaz no Maligno (1 Jo 5:19). Assim, ser cristão é viver na contramão do mundo; é remar contra a maré. Por isso, o mundo odiou a Cristo e nos odeia também (Jo 15:18; 1 Jo 3:13).

1.2 Identificando a estratégia do inimigo

O mundo é um inimigo que nos ataca por todos os lados. Uma de suas principais armas é a sedução. De fato, é muito sedutor. Ilude-nos com seus encantos. Quer atrair nossa atenção e devoção. Está tão próximo, tão visível, tão atraente que chega a obscurecer nossa visão do céu.4 Mas por que o mundo nos atrai? Por que se propõe a satisfazer nossas vontades. A nossa natureza pecaminosa grita pelo pecado e o mundo se apresenta para saciá-la. Nós somos tentados em nossa própria cobiça (Tg 4.1-2). O mundo nos atrai porque vai de encontro às nossas ambições e aos nossos desejos mais sórdidos e ocultos.

Em 1 João 2:16, vemos as 3 características do mundo. Nesse sentido, podemos compará-lo a um imenso shopping center bem luminoso e atraente, com milhares de lojas, todas agrupadas em apenas três categorias: ...a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e soberba da vida.5 Por algum desses pontos, seremos atraídos. A cobiça da carne está relacionada aos desejos, apetites e impulsos imediatos. Está ligada às práticas desvirtuadas em busca de satisfação sexual, à ira, à inimizade, à mentira etc. A cobiça dos olhos busca satisfazer o desejo intenso de aquisição de bens materiais. Está relacionada ao materialismo, ao consumismo, à inveja etc. Já a soberba da vida é a tentação do poder e da fama. Está ligada à satisfação do ego, ao orgulho e à autossuficiência. Quem

4. Sproul (2006:42).5. Shedd (1995:48).


tenta nos vender tudo isso é próprio diabo. Ele é o maior marqueteiro de todos os tempos.

Além da sedução, outra arma usada pelo mundo é a coação. Somos coagidos, por todos os lados, a nos rendermos e nos adaptarmos ao sistema.6 O chamado divino a nós é: Não vos conformeis com este século (Rm 12:2). Mas o mundo quer que sejamos seus parceiros. Somos impelidos a participar dele plenamente. Ele nos pressiona. Para ser aceito pela turma, o adolescente, o jovem e até mesmo o adulto é pressionado pelos amigos e colegas. O mundo vai nos “minando” e nos cozinhando em “banho-maria”. Para onde correr? Não dá para fugirmos e nos escondermos na caverna. Vivemos, trabalhamos e estudamos cercados por esta cultura mundana. O nosso desafio é sermos santos, no meio da impureza; limpos, no meio da lama; resplandecentes, no meio das trevas. Somos chamados a exalar o perfume de Cristo, no meio de uma sociedade corrompida. De nada adianta fugirmos, porque ele vai atrás de nós. O jeito é ficarmos e enfrentarmos.

1.3 Resistindo ao bombardeio do inimigo

Realmente, vivemos no meio desse esquema maligno que conspira contra a nossa santificação pessoal. O universitário, num campus, bem como um trabalhador, numa empresa, ou aquele que fica em casa, conectado à internet ou assistindo à televisão, convive, diariamente, com um mundo poluído pelo materialismo, pela luxúria e pelo desejo de poder e de fama. De que forma resistiremos a esse bombardeio? Como podemos vencer esse terrível inimigo? Em primeiro lugar, precisamos recusar a amizade com o inimigo. Leia Tiago 4:4: Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Estamos no meio de uma guerra. De um lado, está o mundo; do

6. Sproul (2006:45).


outro, está Deus. Temos de decidir de que lado estamos. Não dá para ficarmos em cima do muro.

Neste texto, Tiago compara a amizade com o mundo ao adultério. Tentar amar a Deus e ao mundo é infidelidade para com Deus!7 Se você quer vencer esse adversário, não fique flertando com ele. Não negocie valores cristãos, nem faça concessões. João nos alerta: Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele (1 Jo 2:15). Existiu um amigo de Paulo que não teve esse cuidado e caiu na fé. Paulo escreveu: Demas se apaixonou por este mundo, me abandonou e se foi (2 Tm 4:10). Se você quer vencer o mundo, não permita que o seu coração se apaixone por ele. Recuse a sua amizade.

Em segundo lugar, precisamos alimentar a nossa fé em Cristo. Estamos diante de um oponente poderoso e cruel. Contudo, não precisamos temer, porque maior é o que está em nós (1 Jo 4:4). Jesus já o venceu e nos garante que também venceremos. Não estamos sozinhos nessa peleja. Leia o que está escrito em 1 João 5: ... e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus (4-5). Se você quer mesmo resistir ao bombardeio mundano, precisa saber que a força para vencê-lo não está em você mesmo, mas na cruz de Cristo. Olhe para Jesus e confie nele. Contemple o exemplo do Mestre, quando esteve aqui, e procure imitá-lo.

Em terceiro lugar, precisamos buscar a renovação da nossa mente. Está escrito: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente (Rm 12:2). Para vencermos, além de não nos conformarmos, precisamos, também, buscar uma constante transformação através da renovação da mente.8 Como isso é possível? Encharcando nossos sentimentos e pensamentos com a palavra de Deus e com os valores do seu reino. A Bíblia

7. Wiersbe (2006:476).8. Anderson & Saucy (2000:321).


é a nossa melhor defesa contra esse inimigo. Ela nos dá discernimento. Através dela, entendemos que o mundo e a sua cobiça passam (1 Jo 2:17). Se você deseja vencer esse inimigo, encha a sua mente com a palavra de Deus. Guarde, em seu coração, esse ensino bíblico; coloque-o em prática, e você vencerá a batalha contra o mundo e crescerá na santificação pessoal.


2. CRESCEMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOALVENCENDO A BATALHA CONTRA A CARNE

Além do mundo que nos ilude com seus encantos, o segundo inimigo que atenta contra a nossa santificação pessoal é a carne. A Bíblia diz que a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si (Gl 5:17). Neste texto, duas forças estão em conflito. O que uma quer é oposto ao que a outra deseja. Essa luta acontecesse no interior de cada pessoa, isto é, o campo de batalha é o coração humano. Se você é filho de Deus, não há como fugir dessa batalha. E o pior: se não lutarmos corretamente, teremos prejudicada a nossa caminhada cristã e regredida a nossa santificação. Por isso, assim como fizemos em relação ao mundo, vamos, agora, buscar entender um pouco mais sobre esse inimigo chamado “carne”.


O que é a “carne” a que o Novo Testamento se refere como inimiga do Espírito e, consequentemente, inimiga de todo cristão? Como a palavra “carne” também se refere a uma substância que compõe o nosso corpo, que encobre os ossos de homens e animais, muitas vezes, somos induzidos a crer que a guerra do Espírito contra a carne é a guerra do Espírito contra o nosso corpo. Essa interpretação é falha; já levou muitos a se autoflagelarem e


a fazer coisas absurdas contra seu próprio corpo. Dizemos que são coisas absurdas por uma razão muito simples: a Bíblia não tem nada contra o nosso corpo. Ao contrário, 1 Coríntios, capítulo 6, diz que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo (v. 19), que fomos comprados por alto preço (v. 20) e devemos glorificar a Deus em nosso corpo (v. 20).

Nosso corpo foi criado por Deus e tem valor para ele. No texto citado, Paulo combateu a heresia gnóstica que dizia que a matéria era imunda, contrastada com o espírito imaculado. Por ser Deus o criador da matéria, incluindo o corpo humano, dizer que este é imundo é culpar o criador.9 Então, de início, já vimos que “carne” não é sinônimo de corpo. Para entendermos corretamente o que é carne, precisamos reconhecer, primeiramente, que a Bíblia se refere à carne de modos diferentes. No Novo Testamento, encontramos duas palavras gregas traduzidas por carne: soma e sarx. A primeira, na maioria das vezes, refere-se ao corpo apenas, sem conotação de pecaminosidade ou queda (At 9:40; Rm 4:19, 1:24). Essas citações não fazem referência à carne cujo significado queremos descobrir.

Já a palavra sarx, às vezes, “se refere claramente ao corpo físico, mas em outras ocasiões significa algo mais. Pode-se referir (...) à natureza caída dos homens”.10 É neste último sentido que queremos nos focar, neste estudo, pois é neste sentido que devemos “lutar contra a carne”. A carne que deseja coisas diferentes das que o Espírito deseja é a nossa natureza corrompida por causa do pecado. É a carne de Gálatas 5:17. Essa corrupção afeta o ser humano como um todo. Ao nascermos, longe de Deus, estávamos programados para agradar a nós mesmos, não a Deus. Quando recebemos Cristo como Senhor, a carne – nossa natureza pecaminosa – recebe um golpe e tanto. Todavia, mesmo tendo recebido Cristo como

9. Shedd (1995:50). 10. Sproul (2006:54).


Senhor, ainda existem focos de rebelião em nós, que só serão exterminados na vinda de Cristo por ocasião da glorificação. Até lá, precisamos lutar contra eles, contra a carne, contra a nossa natureza pecaminosa.


É interessante notarmos que o contraste traçado no texto de Gálatas 5:17 é entre uma vida guiada pelo Espírito Santo, e uma vida guiada pela natureza pecaminosa. Nesse sentido, podemos afirmar que a “carne de nossa natureza caída resiste ao domínio do Espírito Santo em nossa vida. A carne ofende o Espírito e tenta dominá-lo”.11 Em Romanos, capítulo 8, versículo 7, Paulo diz que o pendor da carne é inimizade contra Deus. A palavra “pendor” é a tradução da palavra phronema, que significa “o que alguém tem em mente”, “os pensamentos e propósitos”. Então, o que a carne deseja é a causa de inimizade contra Deus. A natureza pecaminosa é inimiga de Deus. Além disso, é inimiga da própria pessoa, faz guerra contra a alma (1 Pd 2:11). Nossa natureza pecaminosa é nossa grande inimiga. Por causa dessa inimiga, Paulo disse que não conseguia fazer o bem que desejava, mas o mal que não desejava (Rm 7:15-20).

Em Romanos, lemos: … nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências (Rm 13:14). Em outra versão, a parte final desse versículo diz: ... no tocante aos seus desejos. A ordem é que não fiquemos planejando como realizar os desejos da carne. A razão é simples: esses desejos estão em confronto com os do Espírito. Quais são os desejos da carne? Ouça o que a Escritura diz: Ora, as obras da carne (...) são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas (Gl 5:19-21). Jesus, falando sobre esses mesmos desejos, disse:

11. Sproul (2006:55).


… de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura (Mc 7:21-22).

Pare um minuto e pense em todos esses pecados, tanto os da lista de Gálatas quanto os listados por Jesus. Se fizermos esse simples exercício, veremos o quanto a carne é perigosa em sua atuação. Os pecados em questão não são apenas cometidos com o corpo. Apesar de encontrarmos pecados físicos, a maioria destes é de caráter não-físico, como, por exemplo, ciúmes, inveja etc. É óbvio – você dirá – que, quando esses pecados são cometidos, o corpo está envolvido, pois nada podemos fazer sem o nosso corpo.12

Todavia, estes pecados envolvem mais atitudes mentais do que físicas. A essência desses pecados está no interior. É assim que a carne age. Ela afeta o homem como um todo: tanto ações quanto pensamentos e sentimentos; tanto o exterior como o interior. Como vencer essa luta? Como resistir a esse inimigo interno?


Para sermos bem sinceros, devemos reconhecer que o inimigo que nos bombardeia, a partir da definição que demos de carne, somos nós mesmos. A luta contra a carne é uma luta que cada um tem de travar contra a sua própria vontade, contra o seu eu. Como, então, sermos vitoriosos nessa batalha contra a natureza pecaminosa, já que só nos veremos totalmente livres dela por ocasião da glorificação, que só acontecerá no retorno de Cristo? Acima de tudo, precisamos reconhecer que precisamos de ajuda.

Paulo diz que, em sua carne, não habita “bem nenhum”; por isso, o “querer o bem” está nele, mas não o efetuar (Rm 7:18). A luta entre o querer e o fazer só pode ser vencida se

12. Sproul (2006:56).


contarmos com a ajuda do Espírito Santo. O nosso auxílio contra a nossa natureza pecaminosa é o Espírito Santo, que atua também dentro de nós. Em Gálatas 5:16, está escrito: andai no Espírito e jamais satisfareis as concupiscências da carne. “Andar” no Espírito é obedecer-lhe, seguir suas orientações, que estão reveladas nas Escrituras. Essa é a maneira de não consumarmos os desejos errados que a carne deseja que façamos.

Mesmo quem tem o Espírito vai desejar coisas erradas, mas justamente porque tem o Espírito não vai satisfazer esses desejos. Esse é o grande segredo da vitória sobre o poder da carne.13 O versículo 17, de Gálatas 5, diz que o Espírito e a carne são opostos. No grego, temos antikeimai, que pode ser traduzido por “totalmente contra”. A influência que exercem sobre nós são contrárias. Por isso, se quisermos vencer a luta contra a carne, devemos obedecer à ordem de Efésios 5:18: Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito.

Ser “cheio” do Espírito traz a ideia de ser “dominado” ou “controlado” pelo Espírito. Sendo assim, à medida “que o Espírito enche as nossas vidas, o poder dominador da carne diminui”.14 Quem se enche de álcool, fala, age, pensa e anda de modo peculiar a quem está cheio de álcool; é dominado por este; mas aquele que se deixa encher pelo Espírito, fala, age, pensa e anda de acordo com o Espírito; é dominado por ele. Quem está cheio do Espírito, consegue destruir as fontes de sustento da carne, mortificá-la (Rm 8:13), crucificá-la (Gl 5:24), fugir das suas armadilhas destruidoras (1 Tm 6:9-11). O Espírito Santo é o aliado do crente nessa batalha. É ele quem coloca Jesus, de fato, como Senhor sobre nossas palavras, pensamentos e ações.

13. Shedd (1995:75). 14. Idem.


3. CRESCEMOS NA SANTIFICAÇÃO PESSOALVENCENDO A BATALHA CONTRA O DIABO

Como pudemos ver, até aqui, estamos em guerra o tempo todo. Todos os dias, horas, minutos e segundos, guerreamos contra três inimigos ferozes. Lutamos contra o mundo, a carne e o deus deste século: o diabo. É deste último inimigo que trataremos agora. Por gentileza, confira, em sua Bíblia, Efésios, capítulo 6, versículo 12. Nesse texto, Paulo afirma que a nossa luta é contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. É possível vencermos esse inimigo chamado “diabo”? Certamente, sim. Mas é preciso saber quem ele é, identificar a sua estratégia e aprender a resistir-lhe.


Será que é importante saber quem é o diabo? Certamente, sim! Jamais venceremos um adversário se não soubermos quem ele é. Contudo, devemos ter cuidado para não incorrermos no erro de nos “aprofundarmos” no conhecimento sobre ele e tirarmos o foco de Cristo. Logo, devemos conhecê-lo apenas o suficiente para não sermos por ele vencidos. O que a Bíblia diz sobre esse inimigo? A palavra de Deus afirma que ele foi um querubim protetor (Ez 28:14), mas se rebelou contra o criador, perdeu a batalha


e foi expulso do céu (Is 14:12-15; Ap 12:9). Hoje, vive entre a humanidade. Todavia, a sua existência é temporária, pois o seu destino será o lago de fogo e enxofre (Ap 20:10).

A Bíblia identifica o diabo de muitas maneiras; porém, gostaríamos de destacar apenas algumas. Em primeiro lugar, ele é o exímio acusador dos filhos de Deus. Aquele que, antes, era perfeito em seus caminhos (Ez 28:15), hoje, é chamado de diabo (Mt 4:1). O termo “diabo” (do grego diabolos) “significa ‘acusador’, ‘difamador’, ‘maldizente’”.15 Ele sabe fazer isso como ninguém! Em segundo lugar, ele é o principal oponente de Deus. Apocalipse 20:2 chama-o de Satanás. O que este termo significa? Adversário. Isso mesmo. O diabo é adversário de Deus. Opõe-se a tudo o que conspira a favor da Triunidade. Por isso, é nosso adversário também. É nosso rival e nos odeia.

Mas isso não é tudo. Em terceiro lugar, ele é o mais experiente sedutor do mundo. O texto de Apocalipse 20:10 começa assim: O diabo, o sedutor deles (grifo nosso). Não se engane: na arte da sedução, Satanás é mestre. Para seduzir, ele é eloquente, fascinante; “usa um disfarce de luz”.16 (2 Co 11:14). O seu principal instrumento de sedução é a mentira. Ele a utiliza desde o princípio, pois não há verdade nele (Jo 8:44). Contudo, o diabo é limitado. Certamente, é superior aos seres humanos, mas jamais vencerá aquele que está em nós (1 Jo 4:4). Logo, é correto dizer que seu “conhecimento pode exceder o nosso, mas ele não é onisciente. Sua força pode ser maior que a nossa, mas ele não é onipotente”.17 Cientes de sua identidade, vejamos a sua estratégia.


O diabo sabe os nossos pontos fracos. Tem uma fábrica de tentações personalizadas. Ele sabe o que nos deixa

15. Shedd (1995:87).16. Sproul (2006:63).17. Idem, p. 65.


tentados. Seu objetivo é fazer-nos cair em pecado e afastar-nos de Deus. Qual a sua estratégia? É simples: ele nos tenta usando contra nós a sedução do mundo e a fraqueza da nossa carne. O texto de Efésios 2:2-3 deixa claro que tanto os que andam segundo o curso deste mundo quanto os que vivem fazendo a vontade da carne, são dominados pelo príncipe da potestade do ar. Este luta para que adotemos os valores do mundo, que são opostos aos princípios divinos, e, finalmente, sejamos atraídos às velhas propensões da carne, que ainda sobrevivem no crente.18

Para a sua estratégia funcionar, o diabo age de algumas maneiras. A primeira estratégia do diabo é o engano. Mentir é o seu forte. Ele mente sobre Deus e sobre a palavra de Deus. Você lembra o que aconteceu no Jardim do Éden? Por meio da serpente, o diabo mentiu a Eva, fazendo-a acreditar que, se comesse do fruto proibido, não morreria, mas seria como Deus (Gn 3:4-5). Hoje não é diferente. Ele engana dizendo que não há problema algum em se desviar uma pequena quantia da empresa; “pular a cerca” de vez em quando; caluniar o inocente, ou “puxar o tapete” alheio para subir na vida. Muitos, a exemplo de Eva, caem na cilada. A segunda estratégia do diabo é a astúcia. Em outras palavras, o diabo “pinta o pecado com cores virtuosas”.19

Verdade é que, por ser astuto, o diabo “ama navegar com o vento e adaptar as tentações dos homens às suas condições e inclinações”.20 A terceira estratégia do diabo é a perseguição. Se o engano e a astúcia não funcionarem, ele apela para a perseguição por meio do sistema mundano. João escreveu: ... o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova (Ap 2:10). Por meio da perseguição, espera que deixemos de confiar em Deus e desistamos do Senhor. A quarta estratégia do diabo é a

18. Anderson & Saucy (2000:339). 19. Brooks in Anderson & Saucy (2000:330). 20. Anderson & Saucy (2000:331).


acusação. Ele é o acusador de nossos irmãos (Ap 12:10) e nosso também. O propósito da sua acusação “não é restaurar, mas destruir”.21 Como superar todos esses ataques?


Há quem pense que, para vencer o bombardeio do diabo é só dizer: “Tá amarrado!”. Ledo engano! Se fosse assim, a batalha seria fácil demais. Não devemos e nem precisamos “amarrá-lo”, porque Jesus já fez isso, quando o derrotou lá na cruz do Calvário. Em Colossenses 2:15, Paulo afirma que Cristo venceu o Satanás e seus demônios, expondo-lhes ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz (Cl 2:15). Apesar disso, mesmo que de forma limitada, o tentador ainda age neste mundo. Engana-se quem pensa que ele não passa de um mito. Esse inimigo é real e está, neste momento, bramando como leão, procurando alguém para devorar (1 Pd 5:8). Como, então, devemos agir para não sermos “tragados” por ele?

A Bíblia nos dá duas advertências, a fim de que vençamos o maligno. A primeira delas é a de que devemos resistir ao diabo. Isto mesmo: ... resisti ao diabo, e ele fugirá de vós, escreve Tiago (4:7). Nesse texto, a palavra “resistir” tem o sentido de “postar-se contra”.22 Como fazer isso? Ele explica no versículo 8: Chegai-vos a Deus (...). Purificai as mãos (...); limpai o coração. Em outras palavras, santifique-se! O apóstolo Paulo, por sua vez, alerta-nos a não darmos brecha ao diabo. Ele é direto, em sua afirmação: ... nem deis lugar ao diabo (Ef 4:27). Damos lugar ao diabo, quando nos deixamos vencer pela ira (v.26), nos apossamos do que não nos pertence (v.28) ou quando proferimos palavras torpes (v.29). Quando praticamos essas coisas, não estamos indo contra, mas aliando-nos ao príncipe das trevas.

21. Sproul (2006:79).22. Idem 6.


A segunda advertência que a Bíblia nos dá, a fim de vencermos o maligno é a de que devemos nos munir de armas espirituais. O nosso inimigo é espiritual. Logo, só poderemos vencê-lo com armas espirituais. Paulo bem sabia que as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas (2 Co 10:4). Que armas são estas? Seriam alguma espécie “sal grosso”, “galho de arruda”, algum “copo com água”? De maneira alguma. O apóstolo faz uma pequena lista delas, em Efésios 6: verdade e justiça (v.14); preparação do evangelho da paz (v.15); fé (v.16); salvação, palavra de Deus (v.17); oração e vigilância (v.18). Essa é a armadura espiritual que os soldados de Cristo devem usar. Se nos revestirmos dessas armas, resistiremos ao diabo e não cairemos em suas ciladas (v.11).

Como vimos, até aqui, o diabo é nosso adversário. Ele sente prazer em nos ver caídos espiritualmente. Não há bem algum nele. Por isso, não nos aliamos a ele, sem sermos profundamente prejudicados. Ele usa de estratégias sutis e enganosas para nos afastar de Deus. Portanto, cuidado! Não seja presa fácil do maligno. Resista-lhe! Ele, certamente vai usar o mundo e a sua natureza pecaminosa contra você; mas esteja preparado, vigilante. Não esqueça uma verdade importante: Cristo venceu o diabo! Você pode resistir-lhe, pois maior é que o que está em nós, do que o que está no mundo (1 Jo 4:4).


CONCLUSÃO

Estamos em guerra! De fato, todo cristão luta, diariamente, contra três terríveis inimigos que não dão trégua: o mundo, a carne e o diabo. São três fontes de tentações que conspiram contra a nossa santificação pessoal.23 Guerra é guerra. É ganhar ou perder; viver ou morrer. Não dá para ignorá-la, fazendo de conta que não existe. Como vencer as batalhas? Do estudo de hoje, destacamos algumas atitudes fundamentais para nossa vitória. Uma dessas atitudes que devemos ter é o discernimento. É fundamental conhecer os inimigos, identificar suas estratégias e distinguir quando estão agindo.

É preciso saber que o mundo é esse sistema de valores corrompidos. Por isso, a Bíblia diz: ... não vos amoldeis ao esquema deste mundo (Rm 12:2 – AS21). É também necessário entender que a carne é nossa natureza decaída e inclinada ao pecado, que milita contra o Espírito (Gl 5:17). Não se engane, a carne é o seu pior inimigo! Mas é ainda obrigatório ser consciente de que o diabo usa tanto as seduções do mundo quanto as fraquezas da nossa carne para nos levar à derrota. Ter o discernimento dessas questões é indispensável. Além disso, devemos ter vigilância. Esta “é a arte de tomar o cuidado para

23. Anderson & Robert (2000:336).


permanecer de pé e se proteger de uma eventual queda”,24 por estar sempre alerta. O apóstolo advertiu: ... aquele que julga estar firme cuide-se para que não caia! (1Co 10:12 – NVI). A vigilância é imprescindível para o soldado de Cristo.

Outra atitude que devemos ter é a resistência. É preciso resistir ao mundo, à carne e ao diabo. Um dos grandes segredos da sua vitória é a prática da resistência! Não se conforme. Não se renda. Resista às tentações do mundo. Não negocie os valores cristãos. Não abra mão dos princípios bíblicos. Não faça concessões à carne. Não abra exceção ao pecado. Permaneça firme! Creia nesta palavra: Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tg 5:7). Acima de tudo, devemos ter confiança. Por mais que sejam ameaçadores, os inimigos, Cristo já os venceu lá cruz e nos assegura também a nosso triunfo. Não estamos sozinhos nessa guerra. Jesus Cristo é o nosso general e está do nosso lado! Para encerrar, por favor, abra sua Bíblia Rm 8:31-39. Vamos ler e orar.

24. César (2005:85).


BIBLIOGRAFIA:

ANDERSON, Neil T. & SAUCY, Robert L. Santificação: como viver retamente em um mundo corrompido. São Paulo: Vida, 2000.

CÉSAR, Elben M. Lenz. Antes de Amarrar Satanás: uma análise bíblica e secular da natureza humana e de como lidar com a pecaminosidade latente. Viçosa: Ultimato, 1998.

____________ Práticas Devocionais: exercícios de Sobrevivência e Plenitude Espiritual. 4 ed. Viçosa: Ultimato, 2005.

SHEDD, Russell. O mundo, a carne e o diabo. São Paulo: Vida Nova, 1995.

SPROUL, Robert C. Como viver e agradar a Deus. 2 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento 2. Santo André: Geográfica, 2006.

ANOTAÇÕES

25, 26 e 27 de novembro de 2011Estância Árvore da Vida – Sumaré, SP

Informações nas páginas 102 e 103 e no site:www.portaliap.com.br

Um dever do consagrado, um direito do membro

Participe você também!

47ª AssembleiaGeral


Nossos piores inimigos -...

Documents

Transcript of Nossos piores inimigos -...